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Química Analítica

Teórica e Experimental I
Material Teórico
Soluções

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Marina Garcia Resende Braga

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Soluções

• Introdução;
• Conceito de Solução;
• Concentração de Soluções;
• Grau de Solubilidade de uma Solução;
• Propriedades Eletrolíticas de Soluções;
• Preparação e Padronização de Soluções.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer conceitos fundamentais para o bom entendimento de so-
luções em Química Analítica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Soluções

Introdução
O estudo das soluções é de fundamental importância para a Química Analítica.
Imagine que você está em um laboratório de Química e todos os frascos contendo
líquidos estão sem rótulos. A olho nu, todos parecem iguais, contendo líquidos
transparentes, mas não é bem assim... Como saber o que cada um dos frascos
contém? Como saber a concentração de cada uma dessas soluções? Por que isso
é importante?

Nesta Unidade, aprenderemos conceitos de soluções, veremos como calcular a


concentração de uma solução e algumas propriedades importantes relacionadas às
quais. Além disso, aprenderemos, de forma simplificada, como preparar e padro-
nizar uma solução. Vamos lá?

Conceito de Solução
Você se lembra do conceito de mistura? Se duas ou mais substâncias quími-
cas encontram-se fisicamente misturadas, pode-se dizer que temos uma mistura
(RUSSELL, 1994). Essa mistura pode ser:
• Heterogênea: neste caso, é possível identificar duas ou mais fases na mistura
visualmente. Por exemplo, mistura de água + óleo, mistura de areia + água +
óleo, entre outras;
• Homogênea: neste caso, a mistura possui apenas uma fase e não consegui-
mos distinguir uma substância da outra. Exemplos, salmoura (mistura de água
+ sal), água + açúcar, ouro 18 quilates, ar, entre outras.

Uma mistura homogênea também pode ser chamada de solução. Neste caso, de-
pendendo de sua concentração na solução, as substâncias podem ser classificadas como:
• Solvente: é toda e qualquer substância capaz de dissolver um soluto. Para uma
solução de salmoura, por exemplo, o solvente é a água. Geralmente, a água
é conhecida como o solvente universal, pois é capaz de dissolver várias subs-
tâncias devido a algumas propriedades específicas que possui;
• Soluto: é toda e qualquer substância capaz de ser dissolvida por um solvente.
No caso da salmoura, o soluto é o sal (NaCl).

Tipos de Solução
As soluções podem estar nos estados sólido, líquido ou gasoso. Uma solução
pode ser preparada utilizando solutos em diferentes estados físicos, que podem ser
dissolvidos em solventes também em diferentes estados físicos. Segundo Russell
(1994), por exemplo, podemos ter um gás dissolvido em um sólido – hidrogênio

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dissolvido em paládio – e um sólido dissolvido em um gás – gelo seco dissolvido em
nitrogênio. Um exemplo do cotidiano é o refrigerante: neste caso, temos como sol-
vente a água – estado líquido – e um dos solutos é o gás carbônico – estado gasoso.
Vejamos alguns casos de soluções em diferentes estados físicos:
• Soluções sólidas (possuem a estrutura de um sólido): bronze (cobre + es-
tanho), ouro 18 quilates (75% ouro + 25% de cobre ou prata), latão (cobre +
zinco), entre outras;
• Soluções líquidas (possuem a estrutura de um líquido): salmoura, água +
açúcar, etanol combustível etc.;
• Soluções gasosas (possuem a estrutura de um gás): ar atmosférico etc.

Quanto à solubilidade de uma substância, esta pode ser classificada como (SIL-
VA; BARP, 2014):
• Insolúvel: quando não pode ser dissolvida em determinado solvente. O éter
etílico, por exemplo, é insolúvel em água;
• Solúvel: quando pode ser dissolvida em determinado solvente. O sal de cozi-
nha (NaCl), por exemplo, é solúvel em água.

Em relação à quantidade de soluto no solvente, uma solução pode ser clas-


sificada como diluída ou concentrada. Se a quantidade de soluto no solvente é
relativamente pequena, a solução é considerada diluída. Caso contrário, se a
quantidade de soluto é maior que a presente em uma solução saturada, a solução
é classificada como concentrada – entenderemos melhor esses conceitos ao longo
desta Unidade.
Dois termos usados informalmente para significar concentrado e diluído
são forte e fraco (café forte e chá fraco são exemplos comuns). Em
Química, contudo, estes termos têm diferentes significados químicos e,
assim, eles não deveriam ser usados como alternativas para concentrado
e diluído (RUSSELL, 1994, p. 505, grifos nossos).

A partir de então, aprenderemos como quantificar um soluto em relação a um


solvente, ou seja, poderemos calcular a concentração de uma solução.

Concentração de Soluções
Existem diversas formas de expressar a concentração de uma solução de manei-
ra quantitativa, de modo que nesta Unidade veremos as seguintes: concentração
comum, fração molar, porcentagem molar, molaridade, porcentagem em massa,
molalidade e título (RUSSELL, 1994; SILVA; BARP, 2014). Existe também a cha-
mada normalidade, que é a concentração em mol de equivalente/L. Vamos lá?

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UNIDADE Soluções

Concentração Comum
Esta forma de concentração é expressa geralmente em g/L ou mg/L e relaciona a
massa do soluto ao volume do solvente, conforme é mostrada na seguinte Equação 1:
m1
C=
v (1)

Em que C é a concentração da solução – em g/L, mg/L ou em unidades de


massa/unidades de volume –, m1 é a massa do soluto – em g ou em unidades de
massa – e V é o volume da solução – em L ou outra unidade de volume. Pode-se
calcular também a concentração do solvente na solução. Neste caso, basta substi-
tuir a massa do soluto pela massa do solvente.

Os químicos costumam utilizar o


índice 1 para o soluto e o índice 2
para o solvente.

• Exemplo 1:

Calcule a concentração de NaCl em uma solução de salmoura sabendo que o


volume da solução é de 5 L e a massa de NaCl é igual a 50 g.

Solução:

Aplicando a Equação 1, temos:

m1 50 g
C
= = = 10
v 5 L

Logo, a concentração dessa solução é de 10 g/L.

Fração Molar
A fração molar – ou fração em quantidade de matéria – de um componente em
uma solução é calculada relacionando-se a quantidade de mols desse componente
com a quantidade de mols total presente na solução. Assim, suponha que uma solução
tenha três componentes: A, B e C. O cálculo será feito da seguinte forma (Equação 2):
nA
XA =
nA + nB + nC (2)

Em que XA é a fração molar do componente A presente na solução – adimen-


sional –, nA é o número de mols de A na solução, nB é o número de mols de B
na solução e assim por diante. O número total de mols na solução também pode
ser denotado por nT, que é a soma do número de mols de todos os componentes
presentes na solução.

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• Exemplo 2:

Calcule a fração molar de NaCl e água, os quais presentes em uma solução de


salmoura, considerando os seguintes dados: massa de NaCl na solução = 50 g;
massa de água na solução = 900 g.

Solução:

Primeiramente, você deve transformar as massas dadas no enunciado do pro-


blema em quantidade de matéria, considerando MM como massa molar. Para
tanto, temos:

mNaCl 50 g
nNaCl
= = = 0, 85 mols de NaCl
MM NaCl 58, 5 g / mol
mH 2O 900 g
nH 2O == = 50 mols de H 2 O
MM H 2O 18 g / mol

A quantidade de matéria total da solução será:

nT = nNaCl + nH 2O = 0, 85 + 50 = 50, 85 mols de solução

Portanto, usando a Equação 2 podemos calcular a fração molar de cada um dos


componentes:
0, 85
X
= NaCl = 0, 017
50, 85
50
X H 2O
= = 0, 983
50, 85

Observe que: 0,017 + 0,983 = 1. Portanto, a soma de todas as frações de


quantidade de matéria de todos os componentes presentes em uma solução
será sempre igual a 1.

Porcentagem Molar
A porcentagem molar de uma substância em uma solução nada mais é que a sua
fração molar multiplicada por 100, ou seja, é a quantidade em % da quantidade de
matéria de um componente presente em uma solução. Podemos calculá-la usando
a Equação 3:
nA
% em mol de A = × 100
nT (3)

• Exemplo 3:

Calcule a porcentagem molar de cada um dos componentes na solução do


Exemplo 2.

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UNIDADE Soluções

Solução:

Aplicando-se a Equação 3 na solução do Exemplo 2, temos:

% em mol de NaCl = X NaCl × 100 = 0, 017 × 100 = 1, 7%


% em mol de H 2 O = X H 2O × 100 = 0, 983 × 100 = 93, 3%

Logo, a solução possui 1,7% em mol de NaCl e 98,3% em mol de água.

Molaridade – ou Concentração Molar


É uma das concentrações mais usadas para quantificar soluções aquosas. É a
razão entre a quantidade de matéria de um componente por litro de solução. Pode-
mos calcular a molaridade de um componente A pela Equação 4:
nA
MA =
Vsolução (em litros )
(4)

A molaridade pode ser dada em mols/L ou molar. Assim, uma solução com 3,1
mol/L de soluto dissolvido também pode ser denotada por 3,1 molar.

• Exemplo 4 (RUSSELL, 1994, p. 508, adaptada):

Considerando que 15,0 g de ácido ascórbico – conhecido também como vitami-


na C – são dissolvidos em água suficiente para preparar 250 mL de solução, qual
é a concentração molar de ácido ascórbico em tal solução?

Solução:

A fórmula molecular do ácido ascórbico é C6H8O6 e sua massa molar é igual a


176,1 g/mol. Como temos apenas a massa da vitamina C, temos que transformá-
-la em quantidade de matéria. Podemos fazê-lo da seguinte forma:

mác.ascórbico 15, 0
nácido ascórbico
= = = 0, 0855 mols de ácido ascórbico
MM ác.ascórbico 176,1

Lembre-se que o volume da solução deve estar em litros – caso não seja especi-
ficada outra unidade no problema. Então, é preciso transformar 250 mL em litros:

250 mL = 0,250 L

Em seguida, podemos determinar a molaridade da solução, aplicando a Equa-


ção 4:

0, 085 mol
M
= = 0, 34 ou 0, 34 M (molar )
0, 250 L

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Porcentagem em Massa
Chamada também de massa percentual, é a razão entre a massa de um compo-
nente da solução e a massa total da solução, multiplicando-se por 100. Ademais, é
dada pela seguinte fórmula (Equação 5):
mA
% em massa de A = × 100
mT (5)

Em que mT é a massa total da solução que corresponde ao somatório das massas


de todos os componentes presentes na solução.

• Exemplo 5:

Calcule a porcentagem em massa de NaCl na solução apresentada no Exemplo 2.

Solução:

Sabemos que a massa de NaCl na solução é igual a 50 g e a massa de água é


igual a 900 g. Para calcular a porcentagem em massa de NaCl na solução, usando
a Equação 5, temos:
mNaCl 50
% em massa de NaCl = × 100 = × 100
mT 50 + 900
= 5, 26% em massa de NaCl na solução

Molalidade
Esta é mais uma unidade de concentração relacionada à quantidade de matéria
de um componente da solução. A molalidade é o cálculo da razão entre a quanti-
dade de matéria do soluto por quilograma de solvente. Logo, a molalidade é dada
por (Equação 6):
na
modalidade ( A) =
msolvente , em kg
(6)

• Exemplo 6 (MATOS, 2013, p. 56):

Qual é a molalidade de uma solução obtida pela dissolução de 28,6 g de sacaro-


se (C12H22O11) em 101,4 g de água?

Solução:

Primeiramente, devemos calcular o número de mols de sacarose presentes nes-


sa solução:

msacarose 28, 6
nsacarose
= = = 0, 084 mols de sacarose
MM sacarose 342

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UNIDADE Soluções

Lembre-se de transformar 101,4 g em kg:

101,4 g = 0,1014 kg

Agora, para calcular a molalidade, basta aplicar a Equação 6:

nsacarose 0, 084 mol


modalidade ( sacarose) = = ≅ 0, 83
mágua , em kg 0,1014 kg

Título
O título é um tipo de concentração adimensional. Geralmente, é expresso em
porcentagem (%). Segundo Silva e Barp (2014, p. 129), o título é um “[...] valor
utilizado pela indústria química, farmacêutica e alimentícia para expressar em per-
centagem a quantidade de soluto em 100 g de solução”. Para calcular o título em
massa de um componente em uma solução, podemos utilizar a Equação 7 e para
calcular o título em porcentagem, a Equação 8:
mA
Tm =
mT (7)
mA
Tm (%) = × 100
mT (8)

Observe que o título em massa percentual é calculado da mesma forma que a


porcentagem em massa, sendo, portanto, equivalentes. O título também pode ser
calculado com base no volume de um componente e no volume da solução, tais
como mostram as equações 9 e 10:
VA
TV =
VT (9)
VA
TV (%) = × 100
VT (10)

• Exemplo 7:

Considerando que em um volume de 40 mL de acetona, água foi sendo adi-


cionada até dar origem a uma solução com volume total de 2 L, qual é o título em
volume de acetona nesta solução?

Solução:

Como temos o volume de acetona e o volume total da solução, podemos calcu-


lar o título em volume usando a Equação 9:

Vacetona 40 ml
=TV = = 0, 02
VT 2000 ml

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Para calcular o título em volume percentual, temos:

Vacetona 40 ml
TV (%) = × 100 = × 100 = 2% em volume
VT 2000 ml

Grau de Solubilidade de uma Solução


O grau de solubilidade – chamado também de coeficiente de solubilidade – mede
a máxima quantidade de soluto possível de ser dissolvida em um solvente, a uma
determinada temperatura. Quanto à solubilidade, as soluções podem ser:
• Insaturadas: neste caso, a quantidade de soluto dissolvida não atinge o coefi-
ciente de solubilidade, ficando com uma quantidade abaixo desse;
• Saturadas: neste caso, a solução contém o máximo de soluto possível de ser
dissolvido em determinado solvente a uma dada temperatura. Em outras pa-
lavras, se a solução é saturada, atinge o coeficiente de solubilidade do sistema
soluto-solvente em questão;
• Supersaturadas: neste caso, a quantidade de soluto ultrapassa o grau de
solubilidade. Geralmente, é possível observar a formação de um precipitado
no recipiente.

Os fatores que mais influenciam a solubilidade de um soluto em uma solução


são a sua quantidade e a temperatura. Quando queremos beber leite com acho-
colatado, por exemplo, é possível observar que o achocolatado se dissolve mais
facilmente no leite se este estiver quente. Quando o leite está frio, a dissolução é
bem mais lenta.

Propriedades Eletrolíticas de Soluções


Algumas soluções possuem a capacidade de conduzir corrente elétrica, o que
lhes confere propriedades eletrolíticas. Para entender melhor este assunto, aten-
te-se aos seguintes conceitos (RUSSELL, 1994):
• Eletrólitos: substâncias iônicas ou moleculares que sofrem dissociação à me-
dida que são dissolvidas em um solvente. Em outras palavras, a substância vai
liberando íons na solução enquanto se dissolve. Exemplos, cloreto de sódio
(NaCl), ácido clorídrico (HCl) etc.;
• Não eletrólitos: substâncias que não sofrem dissociação em uma solução.
Exemplos, sacarose ou açúcar comum (C12H22O11), etanol etc.

Os eletrólitos podem ser classificados como fortes ou fracos, dependendo do


grau de dissociação de seus íons. Se há dissociação de 100% dos eletrólitos na
solução, estes são considerados fortes. Como exemplo, podemos citar cloreto de

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UNIDADE Soluções

sódio – sal de cozinha (NaCl) –, hidróxido de sódio (NaOH), fluoreto de potássio


(KF), entre outros.

Por outro lado, se a dissociação não for completa na solução, o eletrólito é


considerado fraco. Como exemplos, temos ácido acético (HC2H3O2), cloreto de
mercúrio (HgCl2), entre outros.

pH de uma Solução
No contexto de dissociação e formação de íons em soluções aquosas, conside-
rando a presença de íons OH- e H+, a solução pode ser considerada básica, ácida
ou neutra. Ácidos fortes e bases fortes se dissociam completamente em água e li-
beram esses íons. A partir da concentração da solução, podemos estabelecer o seu
potencial hidrogeniônico (pH), que determinará se a solução tem caráter básico,
ácido ou neutro. O cálculo do pH de uma solução é elaborado da seguinte forma
(Equação 11):

pH = –log [H+] (11)

Sobre cálculos de pH e potencial hidroxiliônico (pOH) leia o segundo capítulo, intitulado


Explor

Soluções, do livro Química Analítica – uma abordagem qualitativa e quantitativa, de Gleisa


Pitareli Barbosa (2014).

Como exemplos de soluções básicas ou alcalinas, podemos citar xampu, creme


dental, água com sabão, detergente etc. Já como exemplos de soluções ácidas,
temos vinagre, Coca-Cola, suco de laranja etc. E, finalmente, é solução neutra a
água destilada com 100% de pureza (pH = 7).

Observe a Figura 1, que traz a escala de pH que confere às soluções a classifica-


ção de ácida, básica ou neutra. Existem alguns indicadores que permitem a percep-
ção de meios ácidos, básicos e neutros como, por exemplo, a fenolftaleína – que
apresenta coloração rosa em meios básicos e incolor em meios ácidos – e o papel
de tornassol – que apresenta coloração avermelhada em meios ácidos e azulada
em meios básicos.

escala de pH

ácido neutro básico


Figura 1 – Escala de pH e classificação de soluções
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

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• Exemplo 8:

Qual é o pH de uma solução de ácido bromídrico (HBr) de concentração 0,01


mol/L, completamente dissociado em água?

Solução:

Considerando que todos os íons H+ e Br- encontram-se dissociados na solu-


ção, pode-se afirmar que a concentração de íons H+ é igual a 0,01 mol/L. Logo,
aplicando-se a Equação 11, temos:

pH = –log [H+]
pH = –log [0,01]
pH = 2

Portanto, o pH da solução é igual a 2, de modo que pode ser considerada uma


solução ácida.

Importante! Importante!

Existem as chamadas soluções-tampão, cujo papel é evitar a variação de pH na solução;


assim, para saber mais sobre, acesse: https://goo.gl/PMYMCy

Preparação e Padronização de Soluções


Soluções Padrão
Geralmente, em um laboratório de Química, dois tipos de soluções podem ser
preparados: padrão e comum. O conceito de solução padrão é de extrema im-
portância para a Química Analítica. Mas, por que essa importância? Bem, uma
solução padrão é aquela em que a concentração é exatamente conhecida. Além
disso, apresenta altíssimo grau de pureza, o que leva a erros menores durante a
preparação de soluções comuns. Ademais, ao preparo de uma solução padrão,
estes passos devem ser seguidos (SILVA, 2018):
• Técnica direta: uso de um reagente quimicamente puro e com composição
definida e dissolução em um solvente universal, tudo realizado com medidas
diretas de reagentes e volumes;
• Técnica indireta: neste caso, se o reagente não é quimicamente puro, prepa-
ra-se uma solução com concentração próxima à desejada e depois realiza-se a
padronização, ou seja, determina-se a sua concentração exata e compara-se
com um padrão primário por meio de análises.

O preparo de soluções padrões deve ser feito com vidrarias que possam medir
grandezas com mais exatidão, tais como pipetas e balões volumétricos. As soluções

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UNIDADE Soluções

padrão devem sempre ser muito bem estocadas em frascos e locais adequados, de
modo a diminuir ao máximo o perigo de contaminação e, consequentemente, de
mudança de concentração das mesmas.

Assista ao vídeo intitulado Preparo de solução padrão, realizado por Adriana Ramos e
Explor

disponível em: https://youtu.be/tsdNERQoEhY, que descreve as técnicas e os equipamentos


necessários para esse tipo de preparo.

Soluções Comuns
Ao preparar uma solução (Figura 2), tanto padrão quanto comum, você deve
estar atento(a) a alguns pontos importantes, por exemplo:
• Unidade de concentração de soluções: sempre preste atenção nas unida-
des das medidas que você usa para preparar uma solução, pois, caso você as
confunda, a concentração da solução estará incorreta e prejudicará futuras
análises. São unidades mais usadas: g/L, ppm (partes por milhão), mol/L etc.;
• Preparação de reagentes e vidrarias: secar o soluto corretamente, utilizar
sempre vidrarias limpas e bem secas;
• Temperatura: sempre preste atenção à temperatura do local em que você pre-
parará a sua solução, afinal, como já vimos nesta Unidade, a temperatura exerce
significativa influência no grau de solubilidade do soluto em uma solução.

Figura 2 – Preparos de soluções químicas


Fonte: iStock/Getty Images

No preparo de soluções, utilizamos recorrentemente o conceito de diluição.


Diluir nada mais é que diminuir a concentração de uma solução aumentando o vo-
lume de solvente (SILVA; BARP, 2014). Assim, para preparar uma solução, duas
equações muito utilizadas estão relacionadas à diluição:

Ci  Vi = Cf  Vf (12)
Mi  Vi = Mf  Vf (13)

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Em que Ci e Cf representam, respectivamente, as concentrações iniciais e finais
da solução, geralmente em g/L ou g/mL; Vi e Vf são os volumes iniciais e finais da
solução, respectivamente, em unidades consistentes com as de concentração; e Mi
e Mf são as concentrações molares inicial e final da solução, respectivamente, em
mol/L ou mol/mL, por exemplo.

• Exemplo 9:

Considerando a diluição de 300 mL de cloreto de potássio (C = 45 g/L) para um


volume final de 400 mL, qual é a concentração final desta solução?

Solução:

Primeiramente, examinaremos os dados fornecidos pelo problema:

g
=Ci 45
= ; V=
i 300 mL 0=
, 300 L; C f =
?; V f 400
= mL 0, 400 L
L

Podemos aplicar, portanto, a Equação 12 para encontrar a concentração final


de cloreto de potássio (KCl):

Ci × Vi = C f × V f
45 × 0, 300 = C f × 0, 400
C f = 33, 75 g / L

• Exemplo 10 (Covesp-Copset, 2015):

Considerando que a fórmula de diluição de soluções é C1  V1 = C2  V2,


qual volume deve ser retirado de uma solução de ácido clorídrico concentrado (12
mol/L) para preparar 100 mL de solução de ácido clorídrico diluído (3 mol/L)?

Solução:

Neste caso, temos as concentrações molares finais e iniciais de uma solução, no


entanto, possuímos apenas o volume final desejado. Logo, devemos encontrar o
volume inicial da solução. Para tanto, podemos aplicar a Equação 13:

M i × Vi = M f × M f
12 × Vi = 3 × 0,100
Vi = 0, 025 L = 25 mL

• Exemplo 11 (UFPI):

Qual será o volume de água que deve ser acrescentado a 300 mL de uma solu-
ção de 1,5 mol/L de ácido clorídrico (HCl) para torná-la 0,3 mol/L?

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UNIDADE Soluções

Solução:

Neste caso, temos:


mol mol
=M i 1=
,5 ;V
=i 300 mL 0=
, 300 L; M f 0, 3 ; Vf = ?
L L

Poderíamos simplesmente aplicar a Equação 13, certo? Sim, porém, devemos


fazê-lo com cautela. Vamos lá:
M i × Vi = M f × M f
1, 5 × 0, 300 = 0, 3 × M f
V f = 1, 5 L = 1500 mL

No entanto, este não é o fim do nosso problema. O enunciado pergunta o vo-


lume de água que deve ser acrescentado a 300 mL, ou seja, o volume final que
achamos conta os 300 mL já presentes na solução. Então, para encontrar a quan-
tidade de volume acrescentado aos 300 mL, basta calcular:

Va = 1500 mL – 300 mL = 1200 mL

Logo, o volume que foi acrescentado aos 300 mL corresponde a 1200 mL, ou 1,2 L.

Agora, suponhamos a seguinte situação: você trabalha em um laboratório de Quí-


mica e a sua chefia pede a preparação de uma solução comum de 150 mL de hidró-
xido de potássio (KOH) com concentração molar de 0,3 mol/L de KOH. Considere
ainda que o referido hidróxido possui pureza de 90%. E agora? O que fazer?

Bem, em primeiro lugar, mantenha a calma. Em segundo lugar, lembre-se de


tudo o que aprendemos até agora, nesta Unidade.

É preciso saber a massa de soluto que devemos colocar e tal solução, certo? Como
temos a concentração molar desejada, devemos transformar mols em massa. Assim,
sabe-se que 1 mol de KOH possui 56 g. Então, quantos gramas de KOH estão con-
tidos em 0,3 mol? Este cálculo é simples e basta fazer uma regra de três, vejamos:
1 mol de KOH − − − − 56 g
0, 3 mol de KOH − − − x g
56 × 0, 3
x= = 16, 8 g
1

Considerando que em 1 L de solução você precisará de 16,8 g de KOH, quanto


necessitará para 150 mL? Novamente, você pode fazer uma simples regra de três:

1 L de solução − − − − 16, 8 g
0,150 L de solução − − − − x g
16, 8 × 0,150
x= = 2, 52 g
1

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No entanto, esses cálculos foram realizados supondo que o reagente fosse 100%
puro – o que sabemos não ser o caso. Assim, para corrigir os cálculos de acordo
com a pureza do reagente, outra regra de três é necessária – e você pode fazê-la
da seguinte forma:

2, 52 g de KOH − − 100%
x g de KOH − − − 90%
90 × 2, 52
x= = 2, 268 g de KOH
100

Pronto! Agora basta realizar a dissolução de 2,268 g (pesados em uma balança


adequada) de KOH em um valor abaixo de 150 mL de água destilada (100 mL,
por exemplo) e depois transferir a solução para um balão volumétrico de 150 mL
e adicionar água – com uma pisseta, por exemplo – até a marca de 150 mL de
solução (água + KOH). Agite um pouco a solução e pronto. Dessa forma, você
deixará a sua chefia contente.

• Exemplo 12:

Supondo 85% de pureza do soluto, como você prepararia uma solução de 200
mL de sacarose (C12H22O11) dissolvida em água com concentração molar de 0,4
mol/L?

Solução:

1º passo: cálculo da massa de sacarose necessária para a concentração molar


de 0,4 mol/L. Sabe-se que 342 g estão contidos em 1 mol de sacarose. Logo, por
regra de três, temos:

1 mol de sacarose − − − − 342 g


0, 4 mol de sacarose − − − − x g
342 × 0, 4
x= = 136, 8 g de sacarose
1

2º passo: a solução necessária, no entanto, é de 200 mL. Se em 1 L de solução


devemos ter 136,8 g de sacarose, quanto seria necessário para 200 mL? Nova-
mente, outra regra de três:

1 L de solução − − − − − 136, 8 g de sacarose


0, 200 L de solução − − − x g de sacarose
136, 8 × 0, 200
x= = 27, 36 g de sacarose
1

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UNIDADE Soluções

3º passo: tais cálculos são válidos apenas considerando 100% de pureza do so-
luto. No caso, a pureza de sacarose é igual a 85%, logo:

27, 36 g de sacarose − − − − − 100%


x g de sacarose − − − − − 85%
85 × 27, 36
x= ≅ 23, 26 g de sacarose
100

4º passo: pesar a massa de sacarose encontrada no terceiro passo em uma ba-


lança adequada e devidamente calibrada.

5º passo: adicionar a massa de sacarose em um balão volumétrico de 200 mL.

6º passo: adicionar um pouco de água destilada ao balão volumétrico, suficiente


para se misturar com a massa de sacarose.

7º passo: com uma pisseta, adicionar água destilada até completar a marca de
200 mL do balão.

8º passo: agitar bastante, até a formação de uma solução homogênea.

Bem, chegamos ao final de mais uma unidade. Se restou alguma dúvida ou ques-
tionamento, não hesite em entrar em contato com o tutor. Faça todos os exercícios
relacionados a esta Unidade e comente-os com seus colegas no fórum de discus-
são. Além disso, não se esqueça de consultar o Material complementar.

Bom estudo e até a próxima!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Química geral e inorgânica: princípios básicos, estudo da matéria e estequiometria
Para saber mais sobre soluções, leia e realize os exercícios propostos no capítulo 8 do
livro Química geral e inorgânica: princípios básicos, estudo da matéria e estequio-
metria, de Elaine Lima Silva e Ediana Barp (2014).
Noções básicas de cálculo estequiométrico
O livro Noções básicas de cálculo estequiométrico, de Robson Mendes Matos (2013),
possui vários exercícios para você praticar cálculos relacionados a concentrações de
soluções. Não perca a oportunidade de praticar o que você aprendeu nesta Unidade!

Vídeos
Soluções: Soluto, solvente e classificação de soluções
Revise os conceitos de soluto, solvente e classificação de soluções
https://youtu.be/DN_iD1rsKZs

Leitura
Valiação da Capacidade Tamponante - Um Experimento Participativo
Artigo de César Ricardo Silva e José de Alencar Simoni, sobre um experimento com
soluções-tampão.
https://goo.gl/hgMTWK

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UNIDADE Soluções

Referências
BARBOSA, G. P. Química analítica: uma abordagem qualitativa e quantitativa.
São Paulo: Erica, 2014.

MATOS, R. M.  Noções básicas de cálculo estequiométrico. Campinas, SP:


Átomo, 2013.

RUSSELL, J. B. Química geral. v. 1. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1994.

SILVA, A. L. S. da.  Substâncias e soluções padrões. 2018. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/quimica/substancias-e-solucoes-padroes>. Acesso
em: 28 maio 2018.

SILVA, E. L.; BARP, E. Química geral e inorgânica: princípios básicos, estudo da


matéria e estequiometria. São Paulo: Erica, 2014.

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