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Veronica Aldé2
Mestre; Pontifícia Universidade Católica de Goiás; Orientadora.
veronica.alde@gmail.com
RESUMO
As atividades humanas vêm sendo desenvolvidas numa intensidade e velocidade sem
precedentes na história ambiental do planeta. A necessidade de mudanças nas atitudes
individuais e coletivas vem aumentando a cada dia, e requerem alternativas de
comportamento em relação ao meio ambiente. É conscientizando a população dos
graves problemas que temos enfrentado, bem como as suas razões e as possíveis
soluções, que conseguiremos reverter o quadro de degradação generalizada dos recursos
naturais, para que se possa assegurar que as gerações futuras não sejam privadas desse
patrimônio natural, princípio do desenvolvimento sustentável. Esse artigo, pautado nas
ideias de sustentabilidade, visa demonstrar à viabilidade de construção de casas
sustentáveis/ecológicas e tem por objetivo esclarecer alguns questionamentos sobre a
possibilidade de se morar com mais equilíbrio com a Terra. Nesse artigo será
apresentado as principais estruturas de uma casa sustentável e os fatores internos e
externos responsáveis pelo bom equilíbrio entre moradia, moradores e meio. Na casa
sustentável/ecológica, todas as necessidades são supridas com soluções simples
aproveitando a vocação regional do ambiente.
Introdução
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Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influencia e interações de
ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas (MMA, 2002).
Através do levantamento bibliográfico, foi possível elaborar esse artigo, que tem como
objetivo, reunir informações das tecnologias que abordem a viabilidade da construção
de casas sustentáveis e sua eficiência do ponto de vista ecológico e econômico. Visando
um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no ambiente de forma sustentável,
as “casas sustentáveis” podem agregar conceitos e soluções que contribuam na busca
por um maior equilíbrio com a natureza.
Desenvolvimento
Sustentabilidade
Segundo a Lopez et.al. (2012), as cidades estão entre as principais responsáveis pelo
maior consumo de recursos naturais finitos com efeitos negativos ao meio ambiente.
Nesse contexto, merece destaque o setor da construção civil, pois consome de 15% a
50% dos recursos mundiais, podendo ser considerado um dos segmentos menos
sustentáveis do mundo. Assim, é esperado que a adoção de práticas sustentáveis na
construção civil ocupe um papel fundamental no âmbito da sustentabilidade.
Segundo Bueno (1995), “a casa sustentável deve funcionar como uma segunda ou
terceira pele do próprio morador, porque ela é sua extensão”. Segundo a Lei 10.257 do
Estatuto da Cidade (2001):
“Art. 2º – A política urbana tem por objeto ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
gerais:
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.
Construções Sustentáveis
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necessidade de iluminação e ventilação artificiais o tempo todo, o que além de consumir
muita energia elétrica, tem consequências que influenciam inclusive, a saúde dos seus
usuários (www.criaarquiteturasustentavel.com.br).
Construir uma casa com menor impacto possível ao ambiente é o objetivo maior para
ser alcançada e para isso é necessário seguir o caminho da construção sustentável. Esta
não só obriga à escolha de materiais de baixo impacto ambiental, mas também de
tecnologias que permitam a casa funcionarem sem fazer perigo aos recursos naturais
como a água e a energia entre outros.
A abordagem proposta por John (2008), será analisada na busca de um amplo conceito
de sustentabilidade na construção civil, em todas as suas esferas e etapas.
Para John (2008), o projeto deve levar em considerações diversas variáveis para sua
proposição, devendo-se levar em consideração principalmente as condições climáticas e
topográficas do local, buscando o aproveitamento dos condicionantes naturais e assim,
melhor eficiência energética, além de materiais e mão-de-obras locais, e o
conhecimento ambiental do lote e seu entorno.
Implantação:
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Priorizar manter o desnível original do lote, para que não se despenda energia e
gastos com a movimentação de terra.
Integrar de maneira mais coerente possível, a obra com o entorno.
Em climas quentes, utilizar a vegetação como forma de proteção à radiação
solar.
Segundo Bussoloti (2011), toda edificação precisa de materiais. Com uma boa
combinação de técnicas e com o uso responsável dos recursos naturais, obtém-se uma
arquitetura mais sustentável. Uma construção sustentável prevê que os materiais
utilizados sejam preferencialmente de locais próximos e fabricados para serem
utilizados até o fim da vida útil, de preferência podendo atender várias gerações; seja o
produto industrializado, manufaturado, artesanal ou ecológico. É importante lembrar
que produtos e materiais autointitulados ecológicos ou verdes, devem ser questionados.
A forma mais eficiente de se verificar se de fatos estes produtos fazem jus a propaganda
é verificando se estes possuem certificações de certificadoras específicas, entidades
responsáveis por análises de padrões confiáveis ou órgãos, esses materiais devem ser de
preferência recicláveis e reutilizáveis, não contendo em sua composição substancias
tóxicas ou nocivas na sua decomposição e ter autonomia energética, ou seja, vir de
fontes de energias sustentáveis.
Estruturas Básicas
O telhado da casa pode ser construído usando o modelo de telhado verde, que consiste
basicamente em um jardim plantado sobre o telhado. São plantadas gramíneas e
algumas plantas que não possuam raízes profundas sobre uma camada impermeável,
devido à umidade da terra, o telhado verde melhora o clima da casa, tornando-o mais
fresco e úmido (www.ecotelhado.com.br).
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Figura 1. Telhado Verde. Fonte: www.jardinaria.com.br .
Para a sustentação da casa ou para as demais estruturas, existe o tijolo ecológico. Sua
montagem é por encaixe e sua estrutura é formada por uma série de furos em seu
interior para que, além da passagem de dutos e sistemas elétricos, possa também servir
como sistema térmico, diminuindo a umidade na parede. Este processo ocorre quando o
ar da parte interna dos tijolos sobe quando é aquecido pelo sol, retornando frio ao seu
ponto inicial. Os tijolos ecológicos são sustentáveis, pois não precisam ser queimados
em fornos, não causando assim agressão ao meio ambiente. O uso do tijolo ecológico
permite uma obra mais rápida e econômica, além de ser mais limpa
(www.ecomaquinas.com.br).
Em uma casa ecológica a madeira pode ser utilizada em vários locais, como para fazer
as portas, janelas, móveis, divisórias, pisos, vigas e também quando as paredes forem do
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mesmo material, a madeira reflorestada será a principal matéria prima da construção.
Existe uma área utilizada para o cultivo de árvores com interesse comercial, a madeira
plantada é chamada madeira de reflorestamento. São plantadas árvores de crescimento
rápido como o pinus elliottii e o eucalipto, substituindo a extração de madeiras nativas
evitando seu consumo e seu desmatamento, garantindo matéria prima de forma
sustentável (www.montana.com.br).
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Figura 4. Placa Solar. Fonte: www.deushelio.blogspot.com.br
Para John (2008) existe ainda um modo de aproveitamento da água da chuva muito
eficiente que é a cisterna. É um mecanismo onde a água pluvial é captada, por calhas e
reservatórios, e reaproveitada. Essa água armazenada pode ser usada para lavar pátios,
carros e irrigar as plantas quando é desprovida de filtro. A água armazenada em
cisternas com filtro pode ser utilizada para a maioria das atividades diárias. É comum
encontrar cisternas em regiões semiáridas onde não chove com frequência, portanto a
água fica armazenada nesse reservatório, que fica na parte externa da casa, sendo assim
usada para suas devidas finalidades.
Para Sala (2006) a iluminação da casa sustentável é feita através das energias
renováveis com a utilização de lâmpadas fluorescente que economizam 80% de energia
em relação às lâmpadas incandescentes. É importante, também, que a construção da
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casa seja voltada para um melhor aproveitamento da luz solar no período do dia, ter
janelas e aberturas grandes, dispensando assim o uso de lâmpadas no período diurno.
Segundo Lopez et.al. (2012), a horta é uma maneira sustentável para o cultivo de
legumes, frutas, temperos e ervas medicinais. Esta maneira é a melhor para a saúde e
também para o meio ambiente, por não utilizar agrotóxicos e dar um tratamento ideal ao
solo, evitando as queimadas. A horta, ecologicamente correta, deve ser colocada em um
lugar que pegue sol ao menos duas horas ao dia. É necessária a iluminação, pois
estimula a fotossíntese da planta.
Para Lopez et.al. (2012), em uma casa ecológica, as chamadas águas cinza, que são
aquelas vindas de tanques, chuveiros e pias, são também tratadas e reutilizadas. Para a
reciclagem da água, é usado um filtro biológico, dividido em três etapas. Na primeira
etapa, a água passa por uma camada de pedras de carvão e areia, que servem para a
retirada de gorduras pesadas e de resíduos orgânicos mais densos, respectivamente. Na
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segunda etapa, após a água passar pela areia, ela atravessa raízes de plantas de banhado,
como a Taboa e os Papiros. Após encher, o sistema transborda, passando para a terceira
etapa. Na última fase do processo, a água apenas circula por plantas aquáticas, plantas
superficiais e, após isso, é bombeada livre de resíduos.
Segundo Lopez et.al. (2012), o banheiro compostado ou seco é uma solução para mais
de um problema sanitário, além de ser uma alternativa bem viável, devido ao baixo
custo e a economia de água. Consiste basicamente em um vaso sanitário que separa a
urina das fezes. A técnica dispensa o uso de água e elimina parasitas nocivos à saúde
humana. Não necessita de um sistema de descarga e sim de serragem, tornando assim
mais rápida a secagem das fezes, e eliminando maus odores. O banheiro seco utiliza
apenas um processo de compostagem, no interior de uma câmara preta, voltada para o
norte magnético. A temperatura no interior pode chegar a 60°C, e retira toda a umidade
dos resíduos. A matéria orgânica, que resulta em um húmus, é bastante fértil e pode ser
aproveitada nas plantações da horta. A câmara para o processo de secagem das fezes e
urina é dividida em dois compartimentos. Como a compostagem dura em torno de seis
meses, um deles recebe os dejetos, enquanto o outro, cheio, vai realizando o processo.
Os gases liberados pelos excrementos são exalados por uma chaminé, juntamente com
os odores.
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Figura 8. Banheiro de Seco. Fonte: www.verdedentro.wordpress.com
Considerações Finais
Não pode discutir o tema sustentabilidade na construção civil sem interferir toda a
cadeia produtiva, pois envolve vários setores industriais desde extração da matéria
prima até o seu destino final, sendo assim tendo que haver uma melhoria nas pesquisar e
tecnologias para ter soluções que vão surgir ao logo do seu tempo.
Devido aos problemas que a o Planeta vem sofrendo e da necessidade de ter uma
consciência ambiental seja ela individual ou coletiva e propiciando a criação de
alternativas de uma vida sustentável. Os resíduos da construção civil é uns das
preocupações mundiais, há quem diga que não tem como reverter esse quadro da
construção civil devido o alto impacto oriundo dos serviços.
É possível sim reverter esse quadro procurando utilizar tecnologias sustentáveis entre
outras soluções criativas, é necessário uma gestão ambiental a partir da consciência da
dimensão que os impactos do setor da construção civil causam ao meio ambiente, daí
que surge uma alternativa sustentável e/ou ecológica que é a casa sustentável/ecológica,
portanto é uma moradia ideal do ponto de vista sustentável e é uma garantia de conforto
e econômico.
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Referências
BUENO, Mariano. O Grande Livro da Casa Saudável. 1ª ed. Porto Alegre: Roca,
1995. 227 p.
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LOPEZ, Caroline; CALIFICE, Karina; MAESTRIL, Paula. Casa Ecológica: uma
moradia sustentável. Revista eletr. Colégio Mãe de Deus. Porto Alegre, v 3, n° 21.
Setembro de 2012. pp. 1-8.
SALA, Lia Geovana. Proposta de Habitação Sustentável para Estudantes. (TCC). Curso
de Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul. Unijuí, 2006. 87 p.
SILVA, Carlos Eduardo Moreira; SILVA, Dieni Félix Trindade. Casas Ecológicas.
(TCC). Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi. São Paulo,
2011. 64 p.
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