Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Resumo
Essa comunicação pretende apresentar uma perspectiva de ensino de dança voltada para professores
que atuam com Dança na Infância. A intenção é discutir quais são os saberes necessários ao professor
que pretende ensinar Dança para crianças pequenas a fim de apontar caminhos para que o profissional
tenha autonomia em suas escolhas, tanto em suas práticas educativas quanto em atuação profissional.
Entre outras referências, compartilha-se das ideias de Donald Schön (1992-2000) em relação ao
professor reflexivo (que constrói seu saber na relação com a ação, reflexão e volta à ação) e os saberes
da experiência de Larrosa (2002) atualizado por Godoy (2013) para a realidade da Dança, como
saberes em dança.
Palavras-chave: dança, educação, educação infantil
Por que uma proposta para o ensino de dança voltada para a educação infantil?
Inicio texto por alguns questionamentos que se originaram durante a experiência como
professora e formadora em dança na escola. Durante minha atuação profissional tive a
oportunidade de ministrar e coordenar o cursos de especialização em dança, cursos livres para
pedagogos e fui professora em cursos de licenciatura em Teatro e Educação Física, com
disciplinas voltadas para o ensino de dança na escola.
Nesse percurso percebi que os profissionais que trabalhei em cursos de formação,
tinham muitas dúvidas em relação ao ensino de dança, a maior parte se centrava no que e
como ensinar. O questionamento que era recorrente era: o que se aprende ao ensinar dança, o
que se ensina e como ensinar? Como grande parte de minha vivência com ensino de dança é
com crianças pequenas. Comecei a refletir sobre uma proposta que pudesse auxiliar esses
professores a estabelecer relações com suas vivências pedagógicas e os saberes em dança
(GODOY, 2012).
Um primeiro aspecto que destaco ao apresentar uma proposta de dança para a infância,
é reforçar que não ofereço uma metodologia de dança com procedimentos a serem seguidos,
1
Bailarina, pesquisadora e professora de dança credenciada pela Royal Academy of Dance (RAD). Pós-
doutoranda em Artes– IA-UNESP, Doutora em Artes, IA-UNESP (2016). Professora colaboradora do
DACEF(Departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação) e do Mestrado Profissional
PROF-ARTES, IA-UNESP.
2
Para Larrosa (2010, p. 188), “a educação é a forma em que o mundo recebe os que nascem. Receber é fazer
lugar: abrir um espaço no qual aquele que vem possa habitar, colocar-se à disposição daquele que vem sem
pretender reduzi-lo à lógica que rege em nossa casa”.
3
Identidade e autonomia é um dos eixos de trabalho dos RCNEI, e nesse documento refere-se a “A construção
da identidade e da autonomia diz respeito ao conhecimento, desenvolvimento e uso dos recursos pessoais para
fazer frente às diferentes situações da vida.” (BRASIL, 1998, v. 02, p. 13)
a) jogos de criação- O jogo é um meio para se chegar à Dança, que pode estar
relacionada à investigação e criação de movimento, à composição, à criação de uma
coreografia, de um espetáculo, de uma cena, entre outras finalidades que podem se alterar
conforme cada situação planejada pelo professor em acordo com as crianças. Entre os jogos,
apresento a possibilidade das brincadeiras e a improvisação se transformarem em jogos de
criação, por meio de regras previamente definidas, que podem resultar em criações de dança.
b) apreciação estética- A ideia para esse subeixo é que por meio da apreciação de
espetáculos de dança a criança possa ampliar seu repertório de movimentos. Ao assistir, existe
Referências Bibliográficas