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COLETÂNEA DE WATCHMAN NEE

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

PAIS
Leitura bíblica: Ef 6:1-4; Cl 3:20

I. A RESPONSABILIDADE DOS PAIS


Com exceção do livro de Provérbios, o Antigo Testamento parece não nos
dar muito ensinamento com respeito aos pais. No Novo Testamento, porém, Paulo
escreveu algo sobre sermos pais. A maioria dos livros no mundo ensina os filhos
como serem filhos; não muitos livros ensinam aos pais como serem pais. Muitas
pessoas dão atenção aos ensinamentos para filhos. Mas o Novo Testamento dá
muita atenção aos ensinamentos para pais. Ele não dá muita atenção aos ensina-
mentos sobre ser filhos. Embora nos ensine algo sobre filhos, a ênfase não está
nos filhos. Tanto Efésios 6 e Colossenses 3 dão mais ênfase sobre pais do que
sobre filhos. Devemos aprender a sermos pais adequados porque Deus dá mais
atenção aos pais do que aos filhos.

Se tentarmos resumir as palavras na Bíblia com respeito à paternidade, a


coisa principal que os pais devem fazer é educar seus filhos na disciplina e
admoestação do Senhor e não provocá-los à ira ou desencorajá-los; isso significa
que os pais devem exercitar o domínio próprio e não serem frouxos de modo
algum. Esse é o ensinamento de Paulo com respeito ao assunto.

Quão difícil é ser um marido ou uma esposa, espero que vocês percebam
que há algo ainda mais difícil—ser um pai. Ser um marido ou uma esposa
envolve somente duas pessoas; ser um pai envolve muito mais. Ser um marido ou
uma esposa é uma questão de felicidade pessoal; ser um pai é algo que afeta o
bem-estar dos filhos da próxima geração. A responsabilidade sobre o futuro dos
filhos da próxima geração está nos ombros dos pais.

Devemos perceber como é séria essa responsabilidade. Deus colocou o


corpo, alma e espírito de uma pessoa, e até mesmo toda a sua vida e futuro, em
nossas mãos. Nenhum individuo influencia o futuro de outro individuo tanto
quanto os pais. Ninguém controla o futuro de uma pessoa tanto quanto os pais.
Os pais quase podem determinar se seus filhos irão para o inferno ou para o céu.
Devemos aprender a ser bons maridos e boas esposas, mas acima de tudo
também devemos aprender a ser bons pais. Creio que a responsabilidade de ser
um pai é mais do que a de ser um marido ou uma esposa.

Aqui consideraremos a maneira cristã dos pais. O conhecimento disso nos


salvará de muitas dores de cabeça.

A. Santificar a Nós Mesmos Por Causa dos Filhos


Primeiramente, todos os pais devem santificar-se diante de Deus por causa
de seus filhos.

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1. O Próprio Senhor Santificou-Se
Por Causa dos Discípulos
O que significa ser santificado diante de Deus? O Senhor Jesus disse, “E
por causa deles Eu me santifico (Jo 17:19). Isso não se refere a ser santo, mas se
alguém é ou não santificado. O Senhor Jesus é santo e Sua natureza é santa.
Mas por causa dos discípulos, Ele Se santificou. Havia muitas coisas que Ele
poderia ter feito que não era contrário à Sua própria santidade; não obstante, Ele
Se absteve de fazer por causa da fraqueza dos discípulos. Em muitas questões a
fraqueza dos discípulos dirigia o Senhor e restringia Sua liberdade. O Senhor
poderia fazer muitas coisas, mas Ele não as fazia porque não queria que os
discípulos entendessem mal ou tropeçassem. Até onde diz respeito a natureza do
Senhor, Ele frequentemente poderia ter agido de certa maneira. Mas Ele se
absteve de fazer assim por causa dos discípulos.

2. Não Andar de Maneira Frouxa


Semelhantemente, aqueles que têm filhos devem santificar-se por causa
deles. Isso significa que devemos nos abster de fazer muitas coisas que pode-
ríamos fazer por causa de nossos filhos. Há muitas coisas que poderíamos dizer,
mas por causa dos filhos nós não as dizemos. Desde o dia em que trazemos
nossos filhos para dentro de nossa família, devemos nos santificar.

Se vocês não se restringirem, não poderão restringir seus filhos. A frouxi-


dão daqueles que não têm filhos, no máximo, resultará em dificuldade para eles
mesmos. Mas para aqueles que têm filhos, ser frouxo resultará em dano para
seus filhos como também para eles mesmos. Uma vez que um cristão traz um
filho ao mundo, ele deve se santificar. Dois olhos, às vezes quatro, estão
observando vocês todo o tempo. Eles os seguirão por toda a sua vida. Até mesmo
depois de vocês terem deixado este mundo, eles não se esquecerão do que viram
em vocês; as coisas que vocês fizeram permanecerão dentro deles.

3. Agindo de Acordo com o Padrão


No dia em que seu filho nasce é o dia em que vocês devem se consagrar.
Vocês devem estabelecer um padrão para si mesmo de moralidade, de conduta
em casa, e em todos os julgamentos morais com respeito ao certo e errado. Vocês
devem estabelecer um padrão elevado para o que é ideal, e também estabelecer
um padrão para si mesmo nas questões espirituais. Vocês devem agir estrita-
mente de acordo com esses padrões. Caso contrário, vocês terão problemas para
si mesmos, e arruinarão seus filhos. Muitos filhos são arruinados pelos próprios
pais, não por estranhos. Se os pais são carentes de padrões éticos, morais e
espirituais, eles arruinarão seus filhos.

Um jovem toma decisões e julgamentos em sua vida futura de acordo com o


treinamento que recebeu durante os anos de sua infância com seus pais. Um
filho pode lembrar-se ou esquecer-se do que vocês dizem, mas o que veem
seguramente permanecerá nele para sempre. Ele desenvolve seu senso de julga-
mento de vocês, e também desenvolve seu sistema de valores de vocês.
Todo pai deve lembrar-se de que suas ações serão repetidas nos seus filhos;
suas ações não pararão com eles. Quando não tem filhos, vocês podem fazer tudo

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que gostam quando estão contentes e desistirem e esquecer tudo quando estão
infelizes. Mas uma vez que têm filhos, vocês devem se restringir. Vocês devem
agir de acordo com o padrão mais elevado de conduta quer vocês gostem ou não.
Toda a vida dos filhos cristãos depende do comportamento dos pais.

Lembro-me de um irmão que disse algo quando seu filho entrou em dificul-
dade. Ele disse, “Ele é uma réplica exata de mim e eu sou um pouco dele.”
Quando um pai vê algo em seus filhos, ele deve perceber que está se vendo. Ele
deve ver que eles são seu próprio reflexo. Eles estão apenas o refletindo. Através
deles vocês podem se ver.

É por isso que todo casal deve-se consagrar novamente a Deus assim que
tenham um filho. Eles devem ir ao Senhor e devem se consagrar novamente a
Ele. Daí em diante, o Senhor comissionará um ser humano, com todo o seu
espírito, alma, vida e futuro, em suas mãos. Desse dia em diante, eles devem ser
fiéis ao comissionamento do Senhor. Algumas pessoas são comissionadas a um
trabalho durante um ou dois anos quando assinam um contrato. Mas esse
trabalho dura para a vida toda; não há limite de duração desse comissionamento.

4. O Sentimento de Ser Incumbido


Entre os crentes na China, nenhum fracasso é maior do que o fracasso dos
pais. Penso que isso é devido à influência do paganismo. O fracasso na carreira
de uma pessoa não pode ser comparado ao fracasso na paternidade. Até mesmo o
fracasso de ser um marido ou uma esposa não pode ser comparado ao fracasso
na paternidade. Um marido ou uma esposa podem-se proteger, porque ambos
são maiores de vinte anos de idade. Mas quando uma criança é colocada em suas
mãos, ela não pode se proteger. O Senhor confiou um filho a vocês. Vocês não
podem ir a Ele e dizer, “Tu confiastes a mim cinco filhos, eu perdi três.” Vocês
não podem dizer, “Tu confiastes a mim dez, eu perdi oito.” A igreja não pode
continuar se os pais não tiverem um sentimento de serem incumbidos. Não
queremos ver nossos filhos sendo resgatados de volta do mundo. Suponha que
geremos filhos, os perdemos para o mundo, e então tentemos resgatá-los de volta.
Se permitirmos isso acontecer, o evangelho nunca será pregado até os confins da
terra. Nossos filhos têm sido ensinados com muitos ensinamentos, e temos
cuidado deles durante anos. Pelo menos esses filhos devem ser levados ao
Senhor. Erramos se não cuidarmos de nossos filhos. Por favor, lembrem-se de
que a responsabilidade dos pais é assegurar que seus filhos se voltem para o
caminho correto.

Por favor, deem-me a liberdade de dizer essa palavra. Ao longo da história


da igreja, o maior fracasso entre os cristãos é o fracasso na paternidade. Isso é
algo com que ninguém se preocupa muito. Quando os filhos são jovens; eles estão
em suas mãos e não há muito que se pode fazer por eles. Se vocês forem frouxos
consigo mesmos, vocês também serão frouxos com eles. Devemos perceber que os
pais devem exercitar o domínio próprio, sacrificando sua própria liberdade. Deus
comissionou um corpo humano, junto com sua alma, em nossas mãos. Se não
exercitarmos o domínio próprio e desistirmos de nossa liberdade, teremos dificul-
dades em responder ao nosso Deus no futuro.

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B. A Necessidade de Andar com Deus
Segundo, os pais devem não somente perceber a responsabilidade de santi-
ficar a si mesmos por causa dos filhos; eles também devem andar com Deus.

Aquele que se santifica o faz por causa de seus filhos. Mas isso não
significa que ele pode ser frouxo e descuidado quando estiver sozinho. Ele não
deve exercitar o domínio próprio somente por causa dos seus filhos. O Senhor
Jesus não era deficiente de santidade em Si mesmo. Ele não Se santificou apenas
por causa dos Seus discípulos. Se o Senhor Jesus Se santificasse somente por
causa dos Seus discípulos, mas não fosse santo em Si mesmo, Ele teria sido um
fracasso total. Da mesma maneira, os pais devem se santificar por seus filhos,
mas eles mesmos também devem andar com Deus.

Não importa quão zelosos vocês se mostrem na presença de seus filhos,


eles podem ver facilmente que vocês não estão sendo genuinamente zelosos. Eles
têm muita clareza, mas vocês podem não ter tal clareza. Vocês podem ser uma
pessoa muito frouxa, e, contudo agir cuidadosamente na presença deles. Na
verdade, vocês não são a pessoa que finge ser. Por favor, lembrem-se de que seus
filhos podem ver facilmente através de vocês. Se vocês são uma pessoa
descuidada e tenta agir de maneira discreta diante de seus filhos, eles
descobrirão facilmente seu descuido e pretensão. Vocês não só devem se santi-
ficar diante deles por causa deles, mas também devem ser genuinamente santos
em si mesmo, andando com Deus como Enoque fez.

Gostaria de chamar sua atenção ao exemplo de Enoque. Gênesis 5:21-22


diz, “Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. Andou Enoque
com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e
filhas.” Não sabemos a condição de Enoque antes dos sessenta e cinco anos de
idade. Depois que gerou Metusalém, sabemos que ele andou com Deus trezentos
anos. Então ele foi tomado por Deus. Esse é um caso especial no Antigo
Testamento. Antes de Enoque gerar filhos, não sabemos nada sobre sua
condição. Mas depois de Enoque gerar Metusalém, a Bíblia diz que ele andou com
Deus. Quando a responsabilidade da família veio sobre ele, ele começou a sentir
sua fraqueza. Ele sentia que sua responsabilidade era muito grande e que não
poderia administrá-la por ele mesmo. Assim começou a andar com Deus. Ele não
andava com Deus apenas na presença de seus filhos; ele andava com Deus
mesmo quando estava sozinho. Ele sentia que se não andasse com Deus, ele não
saberia criar seus filhos. Enoque gerou não somente Metusalém, mas também
muitos outros filhos; não obstante, ele andou com Deus durante trezentos anos.
Sua responsabilidade como pai não o impedia de andar com Deus; antes, o fez
andar com Deus. Por fim, ele foi arrebatado. Por favor, lembrem-se de que a
primeira pessoa que foi arrebatada foi um pai. A primeira pessoa a ser arrebatada
foi alguém que tinha muitos filhos e que, contudo, ainda andou com Deus. A
maneira de uma pessoa sustentar sua responsabilidade numa família é um
reflexo de sua condição espiritual diante de Deus.

Devemos ver que para levarmos nossos filhos ao Senhor de maneira


genuína, precisamos ser uma pessoa que anda com Deus. Não podemos enviar
nossos filhos ao céu somente apontando nossos dedos. Devemos andar na frente
deles. Somente então poderemos pedir aos nossos filhos para que nos sigam.
Embora os pais cristãos queiram que seus filhos sejam melhores do que eles são
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na esperança de que seus filhos não amem o mundo e continuem no caminho
correto, há muitas famílias ruins porque os próprios pais retrocederam. Se esse
for o caso, eles nunca concretizarão seu objetivo, não importa quão duro tenha
sido o sofrimento deles. Devemos nos lembrar de que o padrão dos filhos não
pode ser mais elevado que o padrão dos pais. Isso não significa que devemos
estabelecer um falso padrão. Devemos ter um padrão que é genuíno e espiritual.
Se tivermos isso, nossos filhos chegarão ao nosso padrão.

Por favor, me perdoem por dizer algo que soa tão simples e elementar. Uma
vez fui visitar uma família e vi uma mãe batendo em seu filho porque ele havia
mentido. Porém, o pai e a mãe nessa família também mentiam. Fiquei sabendo
que eles mentiam em muitas ocasiões. Mas quando o filho mentiu, ele apanhou.
Falando honestamente, o verdadeiro erro da criança foi somente uma deficiência
na sua técnica de mentir; ele foi pego mentindo. A única diferença entre a criança
e os pais era que o que mentiu foi pego, enquanto que os outros não foram. Isso
não era uma questão de se a pessoa mentiu ou não, mas uma questão de
habilidade. A pessoa que mentiu foi pega e castigada. Se vocês têm um padrão
duplo, como podem criar seus filhos? Como vocês podem dizer para seus filhos
não mentirem, quando vocês são uns mentirosos? Vocês não devem ter um
padrão para sua vida e outro padrão para a vida de seus filhos. Isso nunca
funcionará. Suponhamos que seus filhos vejam e recebam nada mais do que
mentiras e desonestidade de vocês. Quanto mais vocês os castigarem, mais
problemas vocês terão. Alguns pais dizem aos seus filhos, “Esperem até vocês
completarem dezoito anos, e eu os deixarei fumar.” Muitos filhos dizem em seu
coração, “Quando eu completar dezoito anos, meu pai me deixará mentir. Como
ainda não tenho dezoito, então não posso mentir. Mas quando tiver dezoito anos,
eu mentirei.” Isso empurra seus filhos para o mundo. Vocês devem andar com
Deus como Enoque fez para criar seus filhos como Enoque criou. Se vocês não
andarem com Deus, vocês não podem esperar criar seus filhos à maneira de
Enoque.

Por favor, lembrem-se de que seus filhos aprenderão a amar o que vocês
amam, e odiar aquilo que vocês odeiam. Eles aprenderão apreciar aquilo que
vocês apreciam, e condenarão o que vocês condenam. Vocês devem estabelecer
um padrão moral para vocês e seus filhos. Qualquer que seja o seu padrão moral,
esse será o padrão desejável. Seu padrão de amar o Senhor será o padrão deles
de amar o Senhor. Pode haver somente um padrão em uma família, não dois.

Conheço uma família cujo pai é um cristão nominal. Ele nunca vai à igreja,
mas quer que seus filhos vão todos os domingos. Todas as manhãs de domingo,
ele dá um pouco dinheiro a cada dos filhos e lhes diz para irem à igreja. O
dinheiro é para eles ofertarem. Depois durante o dia, eles jogam mah-jong com
seus três amigos. Porém, seus filhos gastam o dinheiro com lanches. Eles jogam
até enquanto o pastor estiver quase terminado seu sermão, e então entram
sorrateiramente no local para ouvir um ou dois versículos. Quando vão para
casa, eles dão ao seu pai um relatório agradável. Eles têm lanches, conseguem
jogar, e fazem um relatório. Este, claro que, é um caso extremo.

Espero que possamos ver que Deus comissionou nossos filhos a nós. Pode
haver somente um padrão na família. Tudo que proibirmos que nossos filhos
façam, não devemos fazer. Nunca deve haver dois padrões numa família, um para
os filhos e outro para nós. Devemos manter o mesmo padrão por causa de nossos
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filhos. Devemos nos santificar para manter um padrão. Uma vez que o padrão é
estabelecido, devemos mantê-lo. Espero que todos nós cuidemos bem de nossos
filhos. Eles estão constantemente nos assistindo. Se eles se comportam bem ou
não depende se nos comportamos bem. Eles não estão meramente nos ouvindo;
eles estão nos assistindo igualmente. Eles parecem saber tudo. Eles sabem se
estamos agindo por trás deles, e sabem se estamos agindo na frente deles. Não
devemos pensar que podemos enganar nossos filhos. Não! Eles não podem ser
enganados. Eles sabem como nos sentimos, e estão claros sobre a verdadeira
situação. Tudo o que exigirmos de nossos filhos, devemos ter a mesma postura
em relação a essa questão.

Depois que Enoque gerou Metusalém, ele andou com Deus trezentos anos.
Que quadro maravilhoso! Ele gerou muitos filhos, contudo pôde andar com Deus
trezentos anos. Ele era um pai genuíno sem qualquer pretensão. Tal andar é
totalmente adequado aos olhos de Deus.

C. Ambos os Pais Devem Ser Unânimes


Terceiro, o pai e mãe devem ser unânimes para que a família seja saudável.
Eles devem ser unânimes sacrificando a própria liberdade por causa de Deus e
elevar um padrão absoluto de moral. O pai não deve ter uma visão enquanto que
a mãe tem outra. Estou falando sobre o caso onde ambos os pais são cristãos. Se
um deles não é cristão, essa é outra questão.

Um pai e uma mãe geralmente não tomam a mesma posição. Como


resultado, eles dão aos filhos a base para pecar livremente. Não é fácil para os
filhos terem um padrão absoluto se os pais não têm a mesma opinião. Se o pai
diz que sim com respeito à certa questão, mas a mãe diz que não, ou vice-versa,
os filhos irão para o pai, pois eles gostam de alguém com quem se sintam mais
confortáveis. Se for mais conveniente pedir ao pai, eles irão ao pai, mas se for
mais conveniente obter uma resposta da mãe, eles irão para a mãe. Isso
imediatamente gera uma grande discrepância.

Conheci um velho casal de cristãos que mantinham visões diferentes. Um


tinha uma opinião e o outro tinha outra. O relacionamento deles como marido e
esposa era pobre. Como resultado, eles também se tornaram pais pobres. Seus
filhos pediam para a mãe por coisas que ela concordava, e eles pediam para o pai
por coisas que ele concordava. Eles manipulavam seus pedidos dessa maneira.
Se a mãe chegasse em casa e perguntasse aos seus filhos sobre seu comporta-
mento, eles diziam, “Devemos checar com o Papai.” Se o pai chegasse em casa e
perguntasse aos seus filhos sobre seu comportamento, eles diziam, “Devemos
checar com a Mamãe.” Como resultado, seus filhos tinham plena liberdade de
manipular o comportamento deles por meio da inconsistência de seus pais. Vinte
anos atrás eu disse ao pai, “Se esse tipo de condição continuar, seus filhos
seguramente se afastarão do Senhor.” Ele disse, “Isso não acontecerá.” Hoje todos
os seus filhos se formaram na faculdade, e alguns foram aperfeiçoar seus estudos
no exterior, mas nenhum deles creu no Senhor. Todos eles são muito
indisciplinados.

Isso seria uma questão diferente se um dos pais fosse um incrédulo. Porém,
se ambos são crentes eles devem esperar a pesada mão de Deus sobre eles. Se
um deles não é um crente, quer seja o marido ou a esposa, eles poder orar

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especificamente por misericórdia. Mas se ambos são crentes e arrastam seus
filhos em diferentes direções, eles podem esperar nada mais do que preocupações
no caminho.

Sempre que os filhos se metem em confusão, os pais devem fazer de tudo


para serem unânimes. Eles devem ter a mesma opinião diante de seus filhos.
Tudo o que os filhos pedirem, a primeira resposta do marido deve ser, “Vocês
perguntaram para sua mãe? O que ela disse? Se sua mãe disser que sim, vocês
podem fazer isso.” Se você é a esposa e seus filhos pedirem algo, você primeiro
deve responder, “Vocês perguntaram ao seu pai? Tudo que ele disser, eu digo o
mesmo.” Se o outro tem razão ou não é outra história. Você deve manter a
mesma posição. Se houver qualquer disputa, ambos devem entrar em seu quarto
para discutir o assunto. Não abram uma brecha para eles. Eles ficarão soltos
uma vez que haja brechas. Os filhos sempre gostam de procurar brechas. Se o
marido vê uma falha na esposa ou vice-versa, qualquer pergunta sobre o porquê
algo foi dito aos filhos deve ser feita às portas fechadas. É importante deixar claro
qualquer discordância, mas vocês não devem permitir que seus filhos encontrem
brechas em vocês. Se os pais forem unânimes, será muito fácil conduzir os filhos
ao Senhor.

D. Respeitando os Direitos dos Filhos


Quarto, há um princípio básico na Bíblia que os filhos são dados pelo
SENHOR (Sl 127:3). De acordo com a Bíblia, os filhos são confiados por Deus ao
homem. Um dia vocês terão que prestar contas dessa confiança para Deus.
Ninguém pode dizer que seus filhos são seus e somente seus. O pensamento de
alguém de que seus filhos são exclusivamente seus, essa pessoa pode fazer tudo
o que quiser com eles, e que tem controle absoluto sobre eles é um conceito
pagão; não é um conceito cristão. O cristianismo nunca ensina que os filhos são
nossos. Antes, reconhece que os filhos são confiados por Deus e que os pais não
podem exercer controle tirânico sobre seus filhos ao longo da sua infância.

1. Os Pais Não Têm Autoridade Ilimitada


Algumas pessoas se agarram ao conceito de que os pais estão sempre
certos. Eles se agarram a esse conceito mesmo depois de se tornarem cristãos.
Por favor, lembrem-se de que muitos pais não estão sempre certos. Muitas vezes
os pais estão bastante errados. Não devemos adquirir conceitos pagãos, e não
devemos assumir que temos autoridade ilimitada sobre nossos filhos.

Por favor, lembrem-se de que os pais não têm autoridade absoluta sobre
seus filhos. Os filhos têm seu próprio espírito e sua própria alma, sobre os quais
os pais não têm controle. Considerando que os filhos têm seu próprio espírito e
alma, eles estão debaixo do seu próprio controle. Eles podem ir para o céu, ou
podem ir para o inferno. Eles devem ser responsáveis por si mesmos diante de
Deus. Não podemos tratá-los como um objeto ou como propriedade. Não devemos
assumir que podemos exercer autoridade ilimitada sobre eles. Deus não nos deu
tal autoridade absoluta. Deus nos deu autoridade ilimitada sobre coisas
inanimadas, mas não nos deu autoridade ilimitada sobre seres humanos que têm
seu próprio espírito e sua própria alma. Ninguém pode ter autoridade absoluta
sobre outra pessoa com um espírito e uma alma. A idéia de autoridade absoluta é
um conceito pagão. Está relacionada ao orgulho e não deve ser achada entre nós.
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2. Os Filhos Não São os Meios Pelos Quais
os Pais Descarregam a Sua Ira
Somos razoáveis com nossos amigos e com outros membros da nossa
família. Somos corteses e razoáveis com nossos colegas e somos até mesmo mais
corteses e respeitosos com nossos superiores. Tentamos nos dar bem com todo
tipo de pessoa. Mas tratamos nossos filhos como se fossem nossa propriedade
pessoal, esquecendo-nos de que eles também têm um espírito e uma alma e que
são presentes de Deus. É possível que descarreguemos nossa ira neles e os
tratemos como bem nos agrada. Algumas pessoas pensam que precisam ser
corteses com todos exceto com seus próprios filhos. Elas parecem considerar
seus filhos como os meios de descarregar sua ira. Conheço pais que são desse
jeito em casa. Eles parecem pensar que um homem deve ser cortês e gentil e
ainda, ao mesmo tempo, ter um temperamento forte. Parece que eles não são
completos se não perderem a paciência. Não obstante, eles percebem que estarão
em dificuldades se perderem sua paciência com os outros. Seus superiores os
despedirão se perderem a paciência com eles, e seus amigos os desprezarão se
perderem a paciência com eles. Eles pensam que há somente um lugar onde
possam perder sua paciência sem sofrer castigo—com seus filhos. Muitos pais
têm um temperamento terrível para com seus filhos. É como se seus filhos
fossem a terra para cultivarem seu temperamento.

Por favor, me perdoem por dizer tais palavras fortes. Vi muitos pais
gritarem com seus filhos no jantar e então se dirigirem em direção a mim e dizer,
“Sr. Nee, por favor, prove desse alimento. Está delicioso.” Quando isso acontece,
não tenho vontade de comer. Essas coisas acontecem frequentemente num curto
espaço de tempo. Por um lado, eles ralham com seus filhos, e por outro, dizem,
“Sr. Nee, por favor, coma.” O problema com alguns pais é que eles consideram
que filhos são os meios corretos para descarregarem sua ira. Deus nos deu filhos
para que tenhamos um lugar para perder nosso temperamento? Que Deus seja
misericordioso a nós!

Por favor, lembrem-se de que Deus não negou todos os direitos dos filhos.
Ele não anulou toda a auto-estima, liberdade pessoal, ou constituição indepen-
dente dos filhos. Ele não os colocou em nossas mãos para batermos neles e
repreendê-los. Não existe tal coisa. Essa é uma mentalidade não cristã; não é um
conceito cristão. Por favor, lembrem-se de que o mesmo padrão de certo e errado
se aplica igualmente a nós e nossos filhos. Deve haver um só padrão para nós e
nossos filhos. Não podemos ter um padrão para nós e outro padrão para eles.
Deixe-me dizer uma palavra aos novos crentes. Vocês devem ser amáveis e gentis
com seus filhos. Nunca sejam rudes com eles. Não os repreendam ou os reprove
arbitrariamente, muito menos bata neles à vontade.

Por favor, lembrem-se de que tal conduta conduz a tolerância. Todo aquele
que deseja conhecer Deus deve aprender a controlar-se. Particularmente, vocês
devem controlar-se quando for lidar com seus filhos. Esse tipo de domínio próprio
vem de um respeito próprio da alma de uma criança. Não importa quão pequena
ou fraca uma criança seja, lembrem-se de que ela tem sua própria personalidade.
Deus lhe deu uma personalidade e uma alma. Vocês não devem danificar seu
caráter, destruir sua personalidade, ou desprezar sua alma. Vocês não devem
tratá-la de maneira arbitrária. Vocês devem aprender a respeitá-la como pessoa.

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Ao mesmo tempo, nossos filhos são confiados a nossa família. O padrão
deles de moralidade deve ser nosso padrão de moralidade. Tudo o que se aplica a
eles também deve se aplicar a nós. Os pais não têm direito de descarregar sua ira
em seus filhos. Um cristão não deve perder sua paciência com ninguém, nem
mesmo com seus próprios filhos. É errado perdermos nossa paciência com
alguém, não importa com quem quer que seja. Devemos ser razoáveis, e devemos
apenas argumentar com nossos filhos. O que é correto sempre será correto e o
que é errado sempre será errado. Não os intimide só porque eles são pequenos e
fracos. Aqueles que oprimem os fracos e os pequenos são as pessoas mais
covardes do mundo.

3. Não Se Torne uma Cruz Para Seus filhos


Certa vez duas estudantes estavam falando uma com a outra na escola. A
garota disse à sua colega, “Eu conheço meu pai. Ele está disposto a morrer por
mim.” Preste atenção ao que ela disse! Esse é o comentário de uma criança sobre
seu pai. O pai dela era um cristão. Esse era o tipo de pai que ele era para ela. A
outra menina também era de uma família cristã. Seu pai era severo e facilmente
perdia o temperamento com ela. Uma vez ela ouviu um sermão na escola.
Quando chegou em casa, seu pai lhe perguntou o que tinha aprendido. Ela
respondeu, “Agora eu sei que o Senhor me deu você para ser minha cruz.” Ambos
os pais eram cristãos. Mas que diferença havia entre eles!

Eu diria aos pais: Sejam tardios em exigir obediência de seus filhos. Em vez
disso, primeiro vocês mesmos sejam bons pais diante do Senhor. Se não forem
bons pais, vocês nunca poderão ser bons cristãos. Deus não nos dá filhos com a
finalidade de nos tornar suas cruzes. Deus nos deu filhos para que aprendamos a
honrar a liberdade, personalidade e a alma deles diante do Senhor.

E. Provocar os Filhos à Ira


Quinto, Paulo nos mostrou uma coisa importante que os pais não devem
fazer—eles não devem provocar seus filhos à ira (Ef 6:4).

1. Não Exercer Autoridade Excessiva


O que significa provocar os filhos à ira? Significa o uso excessivo de
autoridade. Uma pessoa pode dominar seus filhos com força física. Isto sempre é
possível porque os pais são mais fortes que seus filhos, ou podem tentar subjugar
seus filhos com poder financeiro. Eles podem dizer, “Se você não me obedecer, eu
não lhe darei dinheiro. Se você não me ouvir, tirarei sua comida e suas roupas.”
Considerando que os filhos dependem dele para o seu viver, ele os domina com
seu dinheiro ameaçando retirar seu apoio dele. Alguns pais dominam seus filhos
com poder físico, e outros os dominam com tirania. Isso pode provocar seus filhos
a ira. Quando são provocados, eles esperarão pela chance de sua liberdade. Um
dia eles quebrarão suas cadeias e buscarão liberdade total.

Conheço um irmão cujo pai jogava, fumava e se comportava de maneira


rude em casa. Ele desviava fundos da dívida pública e estava envolvido em
muitos outros negócios inescrupulosos. Mas ele ainda ia à igreja, e queria que
todos os seus filhos fossem também. Ele repreendia e castiga severamente se eles
não fossem. Ele arruinou a apreciação de seus filhos pela família, insistindo todo
o tempo que eles fossem à igreja. Mais tarde, o irmão disse, “Eu jurei que um dia
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quando crescesse, nunca iria à igreja. Assim que eu puder me sustentar, me
afastei da igreja.” Mesmo tendo jurado dessa maneira, finalmente ele foi salvo.
Obrigado Deus! Caso contrário, ele teria se tornado outro anticristão. Essa era
uma questão muito séria. O pai não tentou fazer com que seus filhos o amassem,
contudo, exigiu que seus filhos fossem à igreja. Isso nunca funciona. Isso provoca
a ira nos filhos. Os pais não devem exercer autoridade excessiva sobre seus filhos
ou devem provocá-los a ira. Os pais nunca devem fazer com que seus filhos se
tornem endurecidos e rebeldes para com eles.

Lembro-me de outro homem que não era salvo. Não muito tempo eu o vi.
Ele era forçado a ler a Bíblia em casa durante sua infância, e era forçado a lê-la
quando ia para a escola paroquial. Não estou dizendo que os pais não devem
encarregar seus filhos de ler a Bíblia. Estou dizendo que vocês devem atraí-los
sendo vocês mesmos um exemplo para eles. Isso nunca funcionará se vocês
disser-lhes meramente que o Senhor é precioso, e, contudo maltratá-los cons-
tantemente. Havia uma mãe que era uma cristã nominal. Ela tinha um tempera-
mento terrível. Ela insistia que seu filho lesse a Bíblia e fosse para a escola
paroquial. Um dia ele perguntou a ela quando poderia deixar de ler a Bíblia. Sua
mãe respondeu, “Quando você terminar escola secundária, você pode deixar de
ler a Bíblia.” No dia em que ele recebeu o diploma da sua escola, ele pegou suas
três cópias da Bíblia e as queimou no quintal. Vocês devem atrair seus filhos de
maneira natural. Caso contrário, quando a ira deles é provocada eles podem fazer
qualquer coisa. Vocês querem que eles sejam bons, mas eles se rebelarão contra
vocês quando ficarem livres. Isso é o que significa provocar os filhos a ira. Não
provoque seus filhos a ira. Vocês devem aprender a ser pais adequados, ter amor,
ternura, e um testemunho adequado diante deles. Vocês também devem ser um
atrativo para eles. Não exerçam sua autoridade excessivamente. A autoridade só
pode ser exercida sob domínio próprio. Se vocês forem excessivos em seu uso de
autoridade, sufocarão sua relação com seus filhos.

2. Mostrar Apreciação Adequada


Além disso, vocês devem mostrar apreciação adequada para com seus
filhos quando fazem algo bom. Alguns pais só sabem castigar e repreender; não
sabem nada mais. Isso facilmente provoca os filhos a ira. Por favor, lembrem-se
de que muitos filhos têm desejo de serem bons. Se vocês não têm nada para eles
a não ser castigo e repreensão, eles ficarão desanimados, de acordo com a
palavra de Paulo em Colossenses 3:21. Eles dirão que é inútil fazer o melhor
porque os pais não reconhecerão. Vocês devem encorajar seus filhos quando
fizerem algo bom. Vocês podem dizer a eles, “Hoje você foi ótimo. Eu o recompen-
sarei. Quero dar-lhe algo especial.” Os filhos precisam ser disciplinados, mas
também precisam ser recompensados. Caso contrário, ficarão desanimados.

Li uma história sobre uma pequena menina cuja mãe só sabia bater e
repreender seus filhos. A criança tinha uma boa disposição quando era jovem.
Uma vez que sentia que sua mãe não a aprovava, ela decidiu que trabalharia
duro um dia especialmente para tentar agradá-la. Quando chegou a noite, sua
mãe a vestiu com roupas de dormir, colocou-a na cama, e começou a se afastar.
Enquanto a mãe se afastava, sua filha a chamou. A mãe perguntou o que ela
queria. Ela não disse nada. Quando a mãe começou se afastar, a filha chamou-a
novamente. Quando a mãe lhe perguntou novamente, a filha disse, “Mãe, você
não tem nada a dizer?” Essa é uma das histórias contada pelo Sr. Bervin. Depois
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que sua mãe partiu, a menina chorou durante duas horas. Sua mãe era muito
insensível. Ela só sabia bater e repreender sua filha; ela era insensível a tudo
mais.

Por favor, lembrem-se de que o Novo Testamento tem mais ensinamentos


para pais do que para filhos. O mundo todo fala dos erros que os filhos cometem,
mas o Senhor fala dos erros que os pais cometem. Já que o mundo fala tanto
sobre os erros dos filhos, nós não temos muito a dizer sobre eles. A Bíblia nos fala
de pais que sem duvida podem provocar a ira em seus filhos e desanimá-los por
causa da insensibilidade deles. É por isso que ela fala tanto sobre paternidade.
Essa ocupação é mais difícil do que qualquer outra ocupação no mundo. Aqueles
que são pais devem dedicar toda sua energia e disposição para serem pais ade-
quados. Por favor, não sejam insensíveis aos seus filhos.

F. Ser Corretos com as Palavras


Sexto, as palavras dos pais são muito importantes para os filhos. Vocês não
somente devem ser um padrão para seus filhos, mas também perceber que suas
palavras são muito importantes para eles.

1. Não Fazer Promessas Vazias


Por favor, lembrem-se de que os pais não devem dizer nada a seus filhos
que eles não possam suportar. Vocês não devem fazer promessas vazias para
seus filhos. Não lhes prometam algo se não tiverem a capacidade de cumprir suas
promessas. Não façam uma promessa a eles se não puderem cumpri-la. Se seus
filhos quiserem que comprem algo, vocês devem considerar sua condição finan-
ceira. Se vocês puderem fazer isso, façam. Se não, vocês devem dizer, “Eu farei o
meu melhor. Eu farei o que puder. Mas não posso fazer o que está além da minha
capacidade.” Cada palavra sua deve ser confiável. Vocês não devem pensar que
essa é uma questão sem importância. Vocês não devem permitir que seus filhos
duvidem de suas palavras. Eles não só não devem duvidar de suas palavras, mas
também devem ter a garantia de que elas são precisas. Se os filhos acharem que
as palavras de seus pais não são confiáveis, eles crescerão agindo negligente-
mente. Eles pensarão que já que a pessoa pode ser descuidada com suas
palavras, ela pode ser descuidada com qualquer coisa. Algumas expressões só
podem ser usadas na política; elas não são confiáveis. Os pais não devem usar
tais expressões. Muitos pais são aparentemente muito complacentes para com
seus filhos. Eles prometem tudo o que os filhos pedem, mas nove entre dez vezes
não conseguem cumprir suas promessas. Tais promessas maravilhosas produ-
zem somente um resultado nos filhos—decepção. Vocês devem prometer somente
coisas que podem cumprir. Se não puderem fazer determinada coisa, não prome-
tam. Se vocês não estão seguros se podem fazê-la, diga a eles então. Suas pala-
vras devem ser precisas.

2. Ordens Precisam Ser Cumpridas


Às vezes vocês não fazem uma promessa, mas dão uma ordem. Se abrirem
suas bocas para pedir aos seus filhos que façam algo, vocês devem ter certeza
que ela será feita. Vocês devem fazê-los perceber que querem dizer exatamente
aquilo. Muitas vezes vocês dão uma ordem, mas se esquecem dela. Isso é errado.
Vocês não devem falar para seus filhos que está tudo bem se não cumprirem sua

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ordem naquele momento, desde que a cumpram da próxima vez. Se os descul-
parem, vocês não estarão fazendo um favor a eles. Vocês devem mostrar aos seus
filhos que uma vez que digam algo, eles devem cumprir quer vocês lembrem-se
dele ou não. Se disserem isso uma vez, vocês podem dizer isso cem vezes. Se sua
palavra vale por uma coisa, ela deve valer por cem coisas. Vocês não devem
anular suas próprias palavras.

Mostre a eles desde a sua juventude que palavras são sagradas, quer elas
sejam uma promessa ou uma ordem. Por exemplo, se você disser ao seu filho que
varra o quarto dele todas as manhãs, você primeiro deve considerar se está
dentro da capacidade dele fazer isso ou não. Se ele não fizer isso hoje, você deve
assegurar que ele fará isso no dia seguinte. Se ele não fizer isso no dia seguinte,
você deve assegurar que ele fará isso no terceiro dia. Você deve manter sua ordem
este ano, e deve mantê-la no ano seguinte. Vocês devem mostrar aos seus filhos
que suas palavras não são proferidas levianamente e que uma vez que são
proferidas, elas devem ser executadas. Se eles acharem que suas palavras não
têm valor, elas se tornarão ineficazes. Consequentemente, toda palavra que sai de
sua boca deve ser prática e baseada em princípios.

3. Corrigindo Palavras Exageradas


Às vezes vocês exageram em suas palavras. Vocês devem encontrar uma
oportunidade para falar aos seus filhos que exageraram em suas palavras
naquela ocasião em particular. Suas palavras devem ser precisas. Às vezes vocês
veem somente duas vacas, mas dizem que há três, ou vocês veem cinco pássaros,
mas dizem que há oito. Vocês devem se corrigir imediatamente. Ao falar com seus
filhos, vocês devem aprender a sempre se corrigir. Vocês devem aprender a dizer,
“O que eu disse há pouco não foi preciso. Há duas vacas, não três”. Vocês devem
mostrar a eles que palavras devem ser santificadas. Tudo o que acontece na
família deve ser para a edificação do caráter cristão. Vocês devem santificar suas
palavras. Quando seus filhos falarem, eles também devem santificar suas pala-
vras e devem ser precisos com elas. Quando disserem algo injusto, vocês devem
fazer questão de admitir seu erro. Dessa maneira vocês treinarão seus filhos a
santificarem suas palavras. Muitos pais dizem cinco quando querem dizer três ou
três quando querem dizer dois. Eles falam livremente e não estabelecem bons
padrões em casa. Como resultado, seus filhos nunca perceberão que palavras são
sagradas.

Todos esses problemas acontecem porque há falta de disciplina do Senhor.


Devemos experimentar a disciplina do Senhor e devemos conduzir nossos filhos à
disciplina do Senhor. Pelo menos devemos mostrar a eles que palavras são
sagradas. Toda promessa deve ser cumprida e toda ordem deve ser executada.
Cada palavra deve ser precisa. Se fizermos isso, nossos filhos receberão treina-
mento adequado.

G. Criando os Filhos na Disciplina


e na Admoestação do Senhor
Sétimo, vocês devem criar seus filhos na disciplina e na admoestação do
Senhor (Ef 6:4). A disciplina do Senhor é dizer a uma pessoa como ela deve se
comportar. Vocês devem considerar seus filhos como cristãos, não como gentios.
A disciplina do Senhor diz a uma pessoa como ela deve se comportar como um
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cristão. O Senhor pretende que todos os nossos filhos se tornem cristãos. Ele não
tem intenção de que nenhum deles se torne um gentio ou uma pessoa incrédula.
Vocês devem preparar tudo para eles se tornarem não apenas cristãos, mas bons
cristãos. Vocês devem dizer-lhes que, para ser um cristão adequado, é necessário
aprender a disciplina do Senhor. Aqui temos que abordar brevemente vários
pontos.

1. Ajudando os Filhos a Terem Aspirações Adequadas


A coisa mais importante sobre um filho são suas aspirações. Toda criança
tem uma aspiração para quando for jovem. Se o governo permitisse que cada
criança imprimisse seu cartão de visita, penso que muitas delas imprimiriam
“Presidente”, “Primeiro Ministro”, ou “Rainha.” Os pais devem ajudar seus filhos a
terem suas próprias aspirações. Se vocês amarem o mundo, seus filhos provável-
mente desejarão ser o presidente, um milionário ou um grande acadêmico. O
modo como vocês vivem afetará as aspirações de seus filhos. Os pais devem
aprender a canalizar as ambições de seus filhos na direção adequada. Eles devem
aspirar ser um amante do Senhor. Eles não devem aspirar amar o mundo. Vocês
devem cultivar tal ambição dentro deles enquanto são jovens. Mostrem a eles que
é algo honroso morrer pelo Senhor, que é algo precioso ser um mártir para o
Senhor. Vocês devem ser um exemplo para eles, e devem dizer a eles suas
ambições. Diga-lhes o que querem ser se lhes forem dadas determinadas oportu-
nidades. Diga-lhes que tipo de cristão desejam ser. Dessa maneira, vocês
canalizarão suas ambições na direção adequada. Suas metas mudarão, e eles
saberão o que é nobre e o que é precioso.

2. Não Encorajando o Orgulho dos Filhos


Os filhos têm outro problema: Eles não só são ambiciosos e cheios de
aspirações, mas também são orgulhosos de si mesmos. Eles se vangloriam se sua
própria inteligência, habilidade ou eloquência. Uma criança pode encontrar
muitas coisas do que se gloriar. Ela pode pensar que é alguém muito especial. Os
pais não devem desencorajá-los, mas não devem cultivar seu orgulho. Muitos
pais cultivam o orgulho de seus filhos e os encorajam a buscar vanglória amon-
toando elogios sobre eles diante de outras pessoas. Devemos dizer-lhes, “Há
muitos filhos que são iguais a vocês neste mundo.” Não tente encorajar o orgulho
deles. Devemos iluminar os filhos de acordo com a disciplina e a admoestação do
Senhor. Eles devem ser capazes de pensar, falar e aprender todas as habilidades.
Mas vocês devem dizer-lhes que há muitos iguais a eles neste mundo. Não
destrua sua auto-estima, mas não lhes permitam ficarem orgulhosos. Vocês não
precisam ferir sua auto-estima, mas devem apontar-lhes seu orgulho. Muitos
jovens abandonam seu lar para descobrir que devem passar dez ou vinte anos no
mundo para aprenderem a fazer as coisas corretamente. Até lá será muito tarde.
Muitos jovens têm um temperamento selvagem em casa. Eles são tão orgulhosos
que não podem trabalhar corretamente. Não queremos que nossos filhos fiquem
desanimados, nem queremos que eles sejam orgulhosos ou pensem que são
alguém muito importante.

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3. Ensinando os Filhos a Aceitarem a
Derrota e Aprenderem a Humildade
Um cristão precisa aprender apreciar os outros. É fácil ser vitorioso, mas é
difícil aceitar a derrota. Podemos encontrar campeões que são humildes, mas é
raro encontrar perdedores que não sejam amargos. Essa não é uma atitude
cristã. Aqueles que são bons em algumas áreas devem aprender a ser humildes e
não orgulhosos. Ao mesmo tempo, quando uma pessoa é derrotada ela deve
aprender a aceitar sua derrota. Os filhos são muito competitivos. É correto serem
competitivos; eles querem ganhar no jogo de futebol, no atletismo e em seu
trabalho escolar. Vocês devem mostrar a eles que é correto estudarem bem na
escola, mas que devem aprender a ser humildes. Encoraje-os a serem humildes.
Diga-lhes que há muitos outros estudantes que podem ser melhores do que eles.
Quando forem derrotados, vocês precisam ensinar-lhes a aceitar a derrota com
graça. Os problemas de uma criança frequentemente têm a ver com essas
atitudes. Depois de um jogo o vencedor fica orgulhoso, enquanto que o perdedor
reclama que o juiz não foi justo ou que ele fez o julgamento errado porque o sol
estava refletindo em seu rosto. Vocês devem ajudá-los a desenvolver um caráter
humilde. Eles devem estar sob a admoestação cristã e devem desenvolver um
caráter cristão. Eles podem ganhar, e quando perderem também podem apreciar
os outros. Admitir a derrota é uma virtude. Os chineses são muito deficientes
nessa virtude. A maioria dos chineses censura os outros quando são derrotados
em vez de reconhecer com graça. Vocês devem criar seus filhos na disciplina e na
admoestação do Senhor.

Muitos filhos dizem que seu professor escolhe os prediletos quando os


outros vão bem nos testes. Quando eles mesmos não vão bem, eles dizem que o
professor não gosta deles. Aqui vemos a necessidade de humildade. Os cristãos
devem ter a virtude de aceitar a derrota. Se os outros são bons, temos que dizer
prontamente que eles são bons. Nós também temos que aceitar a derrota e
admitir que os outros são mais talentosos, trabalham mais duro, ou são melhores
que nós. É uma virtude cristã aceitar a derrota. Quando ganhamos, não devemos
olhar para baixo sobre os outros. Essa atitude é indigna de um cristão. Quando
os outros forem melhores que nós, temos de apreciá-los. Os outros podem saltar
mais alto ou podem ser mais fortes do que nós. Devemos treinar nossos filhos
para reconhecer a realização nos outros, enquanto eles ainda estiverem vivendo
em casa conosco. Esse treinamento os ajudará a entender a si mesmos quando
crescerem como cristãos. Devemos conhecer a nós mesmos e devemos apreciar
aqueles que são melhores que nós. Se nossos filhos agirem dessa maneira, será
fácil para eles experimentarem coisas espirituais.

4. Ensinando os Filhos a Escolher


Espero que prestemos atenção a essa questão. Em muitos aspectos deve-
mos ensinar nossos filhos de acordo com a disciplina do Senhor. Desde a sua
juventude, devemos dar-lhes uma chance de fazer suas próprias escolhas. Não
devemos fazer toda escolha para eles até que atinjam a idade de dezoito ou vinte
anos. Se fizermos, será impossível eles tomarem qualquer decisão quando cresce-
rem. Devemos sempre dar a eles a oportunidade de tomar decisões. Deem a eles a
chance de escolher o que gostam e o que não gostam. Devemos mostrar-lhes se
suas escolhas estão corretas. Deem a eles a chance de escolher e então mostrar-

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lhes a escolha certa. Deixe-os verem por si mesmos. Alguns gostam de usar
vestidos curtos. Alguns preferem um tipo de cor, enquanto outros preferem outro
tipo de cor. Deixe-os fazer as escolhas por eles mesmos.

Algumas pessoas não dão aos seus filhos a oportunidade de fazerem


escolhas. Como resultado, quando atingem os anos vinte e se casam, não sabem
ser o cabeça. Vocês podem dizer-lhes que o marido é o cabeça da esposa, mas
eles não saberão ser o cabeça. Vocês não devem permitir-lhes esperar até que se
casem para descobrir que não sabem ser o cabeça. Se possível, deem aos seus
filhos muita oportunidade para tomarem decisões. Quando crescerem, eles então
saberão o que fazer. Eles saberão o que é errado e o que é correto. Deem oportu-
nidades às crianças de fazerem escolhas desde o tempo em que são jovens. Eu
direi uma palavra a todos aqueles que têm filhos: “Deem a eles uma chance para
escolher.” Caso contrário, muitos filhos chineses serão danificados quando cres-
cerem. O dano é manifestado frequentemente quando os filhos estiverem entre as
idades de dezoito a vinte anos. Eles agem de maneira irresponsável nessa idade
porque nunca foram chamados para fazer qualquer escolha. Devemos ensinar
nossos filhos de acordo com a disciplina do Senhor. Devemos ensinar nossos
filhos a fazer escolhas em lugar de fazer todas as escolhas para eles. Devemos
deixar nossos filhos saber se fizeram as escolhas certas.

5. Ensinando os Filhos Administrar as Coisas


Também devemos ensinar nossos filhos administrar as coisas. Devemos
dar-lhes a oportunidade de cuidarem dos seus pertences pessoais, cuidarem dos
seus próprios sapatos, meias e outros pertences. De-lhes uma pequena instrução
e então deixe-os tentar administrar as coisas por eles mesmos. Deixe-os saber
como devem ser controladas as coisas desde a sua juventude. Alguns filhos têm
um começo ruim porque seus pais os amam cegamente e não sabem treiná-los.
Como cristãos, devemos treinar nossos filhos para administrar as coisas correta-
mente.

Creio que se o Senhor for misericordioso a nós, ganharemos a metade de


nosso aumento dentre nossos próprios filhos e a outra metade do “mar” (i.e., o
mundo). Se todo o aumento for do mar e nenhum for dentre nossos próprios
filhos, não teremos uma igreja forte. A geração de Paulo poderia ser salva direta-
mente do mundo, mas a geração depois de Paulo, homens como Timóteo, vieram
por meio de suas famílias. Não podemos esperar que nosso aumento venha
sempre do mundo. Devemos esperar a segunda geração, homens como Timóteo,
virem de nossas próprias famílias. O evangelho de Deus salva os homens do
mundo, mas nós também precisamos trazer homens como Timóteo. Antes de a
igreja ser rica, deve haver avós como Lóide e mães como Eunice que cria, que
edifica, e que educa seus filhos na disciplina do Senhor. Se não houver tais
pessoas, a igreja nunca será rica. Devemos dar aos nossos filhos a oportunidade
de administrar suas coisas desde a sua juventude. Devemos dar a eles a chance
de aprenderem a organizar as coisas por eles mesmos. Tenham reuniões famili-
ares frequentemente e permitam seus filhos tomarem decisões. Se tivermos que
rearranjar a mobília, envolva-os em sua arrumação. Se tivermos que arrumar o
armário, envolva-os em sua arrumação. Ensine-os administrar as coisas. Se nós
temos filhas ou filhos, devemos ensiná-los a administrar as coisas. Então eles se
tornarão um bom marido ou uma boa esposa no futuro.

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Qual é nossa situação hoje? As meninas devem se preocupar com suas
mães. Mas muitas mães não cuidam delas, e o fardo é voltado para a igreja. Os
meninos devem se preocupar com seus pais. Mas muitos pais não cuidam deles,
e o fardo também é passado para a igreja. Como consequência, quando os
homens são salvos e trazidos para a igreja, o fardo da igreja dobra. Isto é porque
aqueles que são pais não vivem corretamente como pais cristãos. Depois que a
igreja prega o evangelho e salva os homens, devem lidar com todos os tipos de
problemas familiares associados com esses homens. Mas se os pais são respon-
sáveis pela criação adequada de seus filhos, e se os filhos são trazidos para a
igreja, a igreja será aliviada da metade de seus fardos. Em Xangai eu frequente-
mente sentia que os trabalhadores não deveriam estar controlando os muitos
negócios que controlavam; esses negócios deveriam ser controlados pelos pais. Os
pais não ensinam bem seus filhos, e esses filhos vagueiam pelo mundo. Como
resultado, devemos salvá-los de volta do mundo e tomar o encargo de ensiná-los
nós mesmos. Isso gera muito trabalho para a igreja.

H. Conduzindo os Filhos ao Conhecimento do Senhor


Oitavo, devemos conduzi-los ao conhecimento do Senhor. Um altar familiar
realmente é necessário. No Antigo Testamento o tabernáculo estava unido ao
altar. Em outras palavras, a família está unida ao serviço e a consagração a
Deus. Nenhuma família pode prosseguir sem oração e a leitura da Palavra. Isso é
especialmente verdade com famílias que têm filhos.

1. Reuniões Que Estão no Nível dos Filhos


Algumas famílias falham no momento de sua oração e leitura bíblica
porque as reuniões familiares são longas demais e profundas demais. Os filhos
não entendem o que estão fazendo ali. Eles não sabem por que vocês estão
pedindo a eles que sentem ali. Não gosto quando as famílias nos convidam para
suas casas para falar sobre doutrinas profundas e então forçam seus filhos a
sentarem com eles. Algumas reuniões de casa se estendem durante uma ou duas
horas sobre doutrinas difíceis. Esse realmente é um grande sofrimento para os
filhos. Contudo, muitos pais não têm nenhum sentimento sobre isso. Os filhos
sentam lá, mas eles não entendem. Por exemplo, se o tópico é sobre livro de
Apocalipse, como eles podem entendê-lo? As reuniões de casa devem se ajustar
aos filhos. Essas reuniões familiares não são projetadas para vocês; sua reunião é
no local de reunião. Não imponha seu padrão em sua família. O que vocês fazem
na família deve se ajustar ao gosto de seus filhos e deve ser no nível adequado
deles.

2. Encorajando e Atraindo
Outro problema com algumas reuniões de casa é que há pouco amor nelas.
Nem é a atração do pai nem a atração da mãe que atraem os filhos a essas
reuniões; é o chicote que os mantém ali. Eles não querem se reunir. Mas vem por
causa da ameaça do chicote. Se vocês tirarem o chicote, eles não virão. Isso
nunca funcionará. Vocês devem pensar em algumas maneiras para atraí-los e
encorajá-los. Não os castigue. Nunca bata em seus filhos por não frequentar a
sua hora de adoração familiar. Se baterem neles uma vez, vocês poderão criar um
problema neles para o resto de suas vidas. Os pais devem atrair seus filhos para

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a hora de adoração familiar. Não os force a vir. Isso somente resultará em
terríveis consequências.

3. Reunindo Uma vez pela Manhã e Uma vez à Noite


Sugerimos que tenham duas reuniões de casa num dia, uma de manhã e
uma pela noite. O pai deve conduzir o momento matinal e a mãe deve conduzir o
momento da noite. Levantem-se um pouco mais cedo. Os pais não devem
permanecer na cama após os filhos terem tomado o café da manhã e ido para a
escola. Se vocês tiverem os filhos em casa, devem acordar mais cedo. Tenham um
pequeno momento juntos antes de os filhos irem para a escola. Sua reunião deve
ser curta, viva, e nunca muito longa. Talvez dez minutos sejam suficientes.
Quinze minutos deve ser o máximo. Nunca exceda quinze minutos e que não seja
menos de cinco minutos. Peça a todos eles para ler um versículo. O pai deve
tomar a frente para escolher algumas frases e falar sobre elas. Se os filhos
puderem memorizar algo, peça a eles que memorizem. Não cite um versículo
inteiro. Peça a eles que se lembrem do significado de uma sentença. No final da
reunião o pai ou a mãe deve fazer uma oração pelas bênçãos de Deus. Não façam
orações elevadas ou profundas. Orem sobre coisas que os filhos possam
entender. Não se alonguem. Sejam simples. Então os envie para a escola.

Toda vez que se sentarem para fazer sua refeição, vocês devem agradecer o
Senhor por ela. Seja o café da manhã, o almoço, ou o jantar, vocês devem ser
sinceros em sua ação de graças. Ajude seus filhos a dar graças. A reunião da
noite deve ser um pouco mais longa, e a mãe deve conduzi-la. Não é necessário
ler a Bíblia à noite, mas a família precisa orar junto. Particularmente, a mãe deve
reunir os filhos e falar com eles. Enquanto o pai estiver sentado ao lado dela, a
mãe deve encorajar os filhos a falarem. Pergunte a eles se tiveram algum proble-
ma naquele dia. Pergunte se eles brigaram um com o outro e se alguma coisa os
estão aborrecendo. Se uma mãe não puder fazer seus filhos falarem, algo deve
estar errado. É um fracasso da mãe permitir que exista uma barreira entre ela e
seus filhos. A mãe deve estar em falta se seus filhos tiverem medo de falar com
ela. Eles devem ser livres para falar. A mãe deve aprender a tirar as coisas que
estão nos corações de seus filhos. Se eles não quiserem falar naquele dia,
pergunte-lhes no dia seguinte. Guie os filhos. Deixe-os orar um pouco e os ensine
a dizer algumas palavras. Essa reunião deve ser viva. Peça a eles que confessem
seus pecados, mas não os force. Não deve haver nenhuma desculpa. Tudo deve
ser feito de maneira muito natural. Deixe-os tomar alguma iniciativa por eles
mesmos. Se eles têm algo a confessar, deixe-os confessar. Se eles não tiverem
nada que confessar, não os force. Não deve haver nenhuma desculpa. As
desculpas encontradas em muitos filhos é o resultado da pressão de pais rígidos.
Os filhos não contam mentiras, mas vocês podem forçá-los a contar mentiras. Os
pais devem levá-los a orar um a um de maneira simples. Tenham certeza de que
todos orarão. Por fim, conclua com uma oração sua. Mas não seja longo. Uma vez
que sua oração se torna longa, os filhos ficarão enfadados. Alimente-os de acordo
com a capacidade deles. Uma vez que vocês tentarem fazer muito, vocês os sobre-
carregarão. Ore algumas sentenças com eles e então os deixe ir dormir.

4. Prestando Atenção ao Arrependimento Deles


Deixe-os saber o significado de pecado. Todos pecam. Vocês devem prestar
atenção à questão do arrependimento deles e então levá-los ao Senhor. Depois de
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certo tempo vocês devem pedir a eles que recebam o Senhor sinceramente. Então
leve-os à igreja e deixe-os ser parte da igreja. Dessa maneira vocês conduzirão
seus filhos ao conhecimento de Deus.

I. A Atmosfera Familiar Deve Ser de Amor


Nono, a atmosfera familiar deve ser de amor. Alguns se tornam psicológica-
mente anormais ou se afastam porque não têm amor em casa.

A maneira de uma criança crescer depende da atmosfera em sua família. Se


uma criança não recebe nenhum cuidado amoroso enquanto cresce, ela ficará
teimosa, individualista e rebelde. Muitas pessoas não podem se relacionar com os
outros na sua vida adulta porque elas não experienciaram amor na família
quando criança. Elas viam somente disputas, discussões e brigas na família. Os
filhos de tais famílias crescem anormalmente. Aqueles que vem de tais famílias
anormais crescem para serem pessoas solitárias. Eles serão antagônicos para
com os outros. Por se considerarem inferiores em seus corações, eles tentam
elevar sua auto-imagem se considerando melhores que os outros. Todos aqueles
que tem complexo de inferioridade tendem a se exaltar. Essa é a maneira deles de
compensar sua própria inferioridade.

Muitos maus elementos na sociedade como os ladrões e rebeldes vem de


famílias que não tem amor. Suas personalidades se tornam deformadas, e eles se
voltarão contra seus semelhantes quando crescerem. Quando vem para a igreja,
trazem seus problemas com eles. Sinto que a metade do trabalho da igreja pode
ser feito por bons pais. Mas esse trabalho recai sobre nossos ombros hoje porque
há poucos bons pais. Os novos crentes precisam ver que eles devem tratar seus
filhos de maneira adequada. Uma família deve ser preenchida com uma atmos-
fera de amor e ternura. Deve haver amor genuíno. Os filhos que crescem de tais
famílias se tornarão pessoas normais.

Os pais devem aprender a ser amigos de seus filhos. Nunca permita seus
filhos se distanciarem de vocês. Nunca se tornem inacessíveis. Por favor,
lembrem-se que amizade é construída sobre a comunicação; não vem de
nascença. Vocês devem aprender a se aproximarem de seus filhos. Estejam
contentes para ajudar-los de maneira que eles lhes digam quando encontrarem
problemas e busquem seus conselhos quando estiverem fracos. Eles não devem ir
a outros quando estiverem fracos. Eles devem poder contar-lhes seus sucessos
como também seus fracassos. Vocês devem ser seu bom amigo, alguém acessível
e útil para eles. Eles devem procurar vocês quando estiverem fracos e ter
comunhão com vocês quando são bem sucedidos. Devemos ser amigos deles.
Quando estiverem fracos, eles devem poder vir a nós para ajudarmos. Não
devemos ser um juiz no trono, mas uma ajuda para eles. Devemos estar lá
sempre que precisarem de ajuda, e devemos poder nos sentar com eles e discutir
os problemas. Eles devem poder buscar conselhos conosco como dos amigos. Em
uma família os pais devem muito ganhar confiança dos seus filhos para que eles
se tornem seus amigos. Se um pai fizer isso, ele ou ela terá feito a coisa certa.

Vocês devem aprender essa lição desde o tempo em que seus filhos são
jovens. O quão amáveis e próximos seus filhos serão de vocês dependerá de como
vocês os tratam nos primeiros vinte anos de suas vidas. Se eles não forem
próximos de vocês nos primeiros vinte anos de suas vidas, eles não serão

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próximos de vocês quando tiverem trinta ou quarenta anos de idade. Eles se
desviarão cada vez mais para longe de vocês. Muitos filhos não gostam de estar
próximos de seus pais. Eles não são amigos para eles e não há uma doce relação
entre eles. Eles se afastam de seus pais quando tem problemas de maneira
semelhante a um criminoso que se afasta de um juiz. Vocês devem trabalhar a tal
ponto para que seus filhos venham e busquem seus conselhos quando tiverem
problemas. Eles devem se sentir confortáveis confiando em vocês. Se vocês
puderem conseguir isso, encontrarão poucos problemas em sua família. Na
realidade, todos os problemas serão resolvidos.

J. A Questão do Castigo
Décimo, há a questão do castigo. Quando uma criança faz algo errado, ele
ou ela deve ser castigado. É errado não castigar.

1. Tendo Medo de Bater nos Filhos


A coisa mais difícil é castigar alguém. Aqueles que são pais devem ter medo
de bater em seus filhos. Eles devem considerar isso tão sério quanto bater em
seus próprios pais. Nenhum filho deve bater em seus próprios pais. Uma pessoa
pode ser perdoada por bater em seus próprios pais, contudo ela não será
perdoada facilmente por bater em seus próprios filhos. Vocês devem aprender a
ter medo de bater em seus próprios filhos e devem considerar isso tão sério
quanto bater em seus próprios pais.

2. Bater É Necessário
Porém, às vezes bater é necessário. Provérbios 13:24 diz, “O que não faz
uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.” Essa é a
sabedoria de Salomão. Os pais devem castigar seus filhos com a vara. Bater é
necessário.

3. Batendo Merecidamente
Porém, se bater, vocês devem bater merecidamente. Não perca sua paciên-
cia, e não bata com raiva. Ninguém pode bater em seus filhos com raiva. Algo
está errado com você quando está irado. Irmãos e irmãs, quando seus filhos
fazem algo errado, e vocês batem neles na sua ira, vocês devem perceber que
também devem apanhar. Vocês devem se acalmar primeiro diante de Deus.
Enquanto estiverem irados, vocês não podem castigar ninguém.

4. Mostrando os Erros aos Seus Filhos


Alguns problemas devem ser resolvidos batendo. Mas vocês devem mostrar
aos filhos porque estão batendo neles. Se precisarem bater, vocês também
precisam mostrar a eles os seus erros. Vocês devem mostrar a eles os seus erros
toda vez que baterem neles. Vocês devem dizer-lhes quais são s seus erros. Não é
suficiente tentar parar o erro deles batendo. Vocês devem explicar a eles que
estão batendo porque estão errados em determinadas coisas.

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5. Bater É Algo Sério
Toda vez que vocês baterem num filho, vocês não devem fazer isso de
maneira comum. Vocês devem mostrar a eles que bater é uma grande coisa. Toda
a família deve saber sobre isso. Todos os adultos e filhos devem vir juntos. O pai
ou a mãe deve efetuar a surra como um cirurgião que executa uma operação. Um
médico não usa um bisturi com raiva; ele usa para remover um problema. Da
mesma maneira um pai não deve castigar com raiva; ele ou ela deve estar
tranquilo. Os pais nunca devem bater em seus filhos num estado de fúria. Por
um lado, eles devem mostrar o erro. Por outro lado, não devem estar irados de
forma alguma.

Como vocês devem fazer isso? Tenho uma sugestão. Até o momento em que
vocês tenham uma vara em suas mãos, os filhos devem ter cometido alguns erros
muito sérios. Enquanto estiverem segurando a vara em suas mãos, vocês devem
pedir para o irmão da criança que vá buscar um balde de água morna e a sua
irmã para ir buscar uma toalha. Então vocês devem mostrar a criança o que ela
fez de errado. Vocês devem dizer-lhes que qualquer um que fizer algo tão sério
deve ser castigado severamente. Eles não devem fugir dos seus erros. Fugir do
castigo é errado tanto quanto. Uma pessoa deve ser corajosa para receber castigo
uma vez que ela é corajosa para cometer pecado. Digam a eles que fizeram algo
errado e que vocês não têm escolha a não ser castigá-los. A surra é para eles
perceberem seu erro. Vocês podem bater duas ou três vezes. Talvez a mão da
criança machuque e sangre por causa da surra. Você deveria pedir então para o
seu irmão que molhe a mão machucada na água morna para aliviar a circulação
sanguinea. Posteriormente você deve limpar a mão da criança com a toalha.
Vocês devem fazer isso cerimonialmente. Mostre a eles que há somente amor na
família; não há ódio. Creio que esse é o jeito certo de castigar.

Hoje muito dos castigos na família é o resultado de ira e ódio, não de amor.
Vocês dizem que amam seus filhos, mas quem acreditará em vocês? Eu não
acreditaria. Vocês devem deixá-los saber onde eles estão errados. Deixe-os saber
que o pai deles não está batendo neles com ódio. Quando vocês baterem, façam
corretamente. Depois que baterem, vocês devem levá-los para a cama. Se a ofensa
for muito séria, a mãe ou o pai podem dividir em duas partes o castigo da
criança. Vocês devem falar para a criança, “Essa questão é muito séria. Devo
bater em você cinco vezes. Mas temo que você não possa receber se eu lhe der
cinco surras. Assim sua mãe dividirá duas delas e seu pai dividirá uma delas em
seu favor. Vocês ainda devem aplicar as outras duas surras.” Vocês devem
mostrar-lhes que essa é uma questão séria e grave. Ele se lembrará de não pecar
livremente pelo resto de sua vida.

Essa é a disciplina do Senhor; não é a disciplina do seu temperamento. É a


admoestação do Senhor, não a admoestação do seu temperamento. Não me
levanto contra o temperamento de pai algum. O temperamento dos pais arruinará
o futuro dos seus filhos. Os pais devem aprender a ter a verdadeira punição para
seus filhos. Mas, ao mesmo tempo, eles também devem aprender a amar. Essa é
a maneira adequada para ter uma família cristã.

20
II. GRANDES FILHOS SAEM DE GRANDES PAIS
Finalmente, eu diria que muitos homens a quem Deus usou neste mundo
vieram de grandes pais. Começando com Timóteo, encontramos inúmeros
homens usados por Deus que vieram de grandes pais. John Wesley era um deles.
Uma outra pessoa foi John Newton. Há muitos hinos em nosso hinário escrito por
Newton. John G. Paton foi outro. Ele era um dos missionários mais famosos no
mundo moderno. Não posso pensar em nenhum outro pai como o pai dele. Em
sua velhice Paton ainda se lembrava, “Toda vez que queria pecar, eu me lembrava
de meu pai que sempre estava orando por mim.” A sua família era muito pobre.
Havia apenas um quarto, uma cozinha, e outro pequeno quarto. Ele dizia, “Eu
tremia toda vez que meu pai orava no pequeno quarto. Ele estava fazendo
petições pelas nossas almas. Embora hoje seja tão velho, eu ainda posso me
lembrar dos seus suspiros. Agradeço a Deus por ter me dado tal pai. Não posso
pecar, porque quando pecar, estou transgredindo contra meu Pai celestial como
também meu pai terreno.” É difícil encontrar um pai como o pai de Paton, e é
difícil encontrar um filho tão grande quanto Paton.

Não posso dizer-lhes quantos crentes fortes seriam levantados em nossa


segunda geração se todos os pais desta geração fossem bons pais. Eu sempre
quis dizer isso: O futuro da igreja depende dos pais. Quando Deus conceder graça
na igreja, Ele precisará de vasos. Há a necessidade de mais Timóteos serem
levantados. É verdade que podemos salvar os homens do mundo, mas há uma
necessidade maior para levantar pessoas de entre as famílias cristãs.

21
COMO CONDUZIR OS JOVENS
(Notas da comunhão do serviço da Igreja em Taipei em 1963)

1. Os irmãos me pediram que tivesse uma comunhão hoje à noite em particular com os
que servem na obra com os jovens e estudantes. Os irmãos também gostariam que os que
servem nos diferentes lares participassem dessa comunhão. Portanto, esta noite não darei
uma mensagem; antes, quero ter comunhão com vocês sobre alguns princípios acerca de
como servir os jovens.

VER A PRECIOSIDADE DOS JOVENS

2. Em tudo que uma pessoa faz, o mais importante é ter coração dedicado. Sem dedicação,
a pessoa não irá querer fazer nada, e mesmo se o fizer não o fará com entusiasmo.
Logicamente isso também se aplica ao serviço de jovens. Se você quer fazer essa obra, deve
gostar dos jovens, importar-se com eles e preocupasse com as coisas que dizem respeito a
eles. Isso pode ser considerado o "capital" inicial requerido para a obra com os jovens. Se
você não tiver interesse por eles nem coração dedicado a eles, envolver-se na obra dos
jovens com relutância será inútil.

3. Muitas vezes nosso coração pode dispor-se devido à nossa preferência. Quando
gostamos de algo, naturalmente temos inclinação para fazer aquilo. Algumas vezes o
coração, ou dedicação, que temos pode vir de nosso conhecimento. Quando vemos a
importância e o valor de determinada questão, espontaneamente temos coração dedicado
a isso. De acordo com minhas observações da situação real em nosso meio com respeito
aos jovens, vejo que alguns se envolvem nessa obra por preferência.

4. Visto que são naturalmente inclinados aos jovens e gostam de contatá-los, eles entram
no serviço de jovens. Não podemos dizer que isso e errado. Temos de admitir que não
importa quanta graça ia recebemos e quanta espiritualidade tenhamos, ainda somos
humanos - ainda temos uma parte humana. Mas aqui precisamos dizer que fazer a obra
com os jovens com tal coração não tem peso suficiente. Se realmente queremos fazer a obra
com os jovens, e fazê-la com peso, temos de permitir que Deus nos abra os olhos para ver a
preciosidade e a importância dos jovens nas Suas mãos. Se virmos isso, apreciaremos esse
serviço e espontaneamente teremos um coração dedicado a ele.

O FUTURO DA OBRA DO SENHOR DEPENDE

INTEIRAMENTE DOS JOVENS

5. Se lermos a Bíblia cuidadosamente, descobriremos um fato: não é fácil encontrar um


caso em que Deus chamou um idoso para fazer algo novo ou de grande conseqüência. Isso
pode desencorajar os mais idosos, mas é inegável.

22
6. Realmente, não vemos que Deus alguma vez chamou um idoso para fazer algo novo.
Aparentemente Moisés recebeu o chamamento de Deus aos oitenta anos de idade. Mas se
lermos a Bíblia cuidadosamente veremos que a primeira vez que ele recebeu o
chamamento de Deus não foi com essa idade; antes, ainda jovem, o chamamento de Deus
já começara dentro dele. Se você continuar a ler, quer com Josué, Calebe, Samuel ou Davi
no Antigo Testamento, quer com os doze discípulos chamados pelo Senhor no Novo
Testamento, quando foram ganhos pelo Senhor, nenhum deles era idoso. Isso não ocorre
apenas na Bíblia; em toda a história da igreja é difícil encontrar uma ilustração enfática que
demonstre que Deus chamou alguém idoso para fazer algo novo ou importante. Podemos
dizer que virtualmente todos os que foram usados por Deus para começar algo novo ou
escolhidos por Ele para mudar a era eram jovens.

7. Gostaria de lhes dar um testemunho. Trinta anos atrás a obra do Senhor na China teve
um novo início. Nessa época, Deus não chamou nenhuma pessoa idosa. Todos os que têm
cinqüenta anos de idade e estão firmes servindo diante do Senhor hoje foram jovens que,
trinta anos atrás, estavam com cerca de vinte anos. Eles foram levantados pelo Senhor nas
escolas para uma nova obra. Irmãos, se vocês virem isso, valorizarão os jovens diante de
Deus.

8. Além do mais, quase toda obra que Deus chamou os jovens para fazer foi uma obra que
mudou a era. Deus chamou Moisés para mudar uma era, e chamou Josué para mudar
outra era. Obviamente o chamamento de Samuel mudou outra era. O serviço como
profeta, o sacerdócio e o reinado estavam sobre os ombros do jovem Samuel. Ele,
realmente, foi alguém que mudou a era. Davi também foi alguém que mudou a era. Além
do mais, podemos ver que Daniel e seus três amigos foram jovens no cativeiro. Por meio
deles Deus pôs fim à era do cativeiro. No Novo Testamento, então, o primeiro a se
levantar foi João Batista. Sabemos que ele era jovem quando foi chamado pelo Senhor.
Deus o usou para mudar a era em sua época.

9. Podemos, depois disso, ver Paulo, um apóstolo especialmente usado por Deus. A Bíblia
diz que ele era um jovem quando foi visitado pelo Senhor (At 7:58).Todos admitimos que
Paulo mudou a era. Não quero exagerar, mas meu sentimento é que a obra que o Senhor
começou entre nós no Oriente, trinta anos atrás, também teve, em grande parte, a natureza
e o elemento de uma obra que muda a era. Para levar a cabo todas essas obras de grande
conseqüência, Deus sempre chamou os jovens.

10. Irmãos, gostaria de dizer-lhes que, já que vimos isso, temos prestado muita atenção à
obra dos jovens por quase vinte anos. Isso não quer dizer que a alma de um jovem vale o
mesmo que duas almas de pessoas mais velhas. Não é isso o que quero dizer, e, sim, que
uma pessoa deve ser ganha pelo Senhor ainda jovem para ter alguma utilidade nas Suas
mãos, ou ter futuro na Sua obra. Isso é óbvio.

11. Isso não é só mostrado na Bíblia e confirmado na história da igreja, mas também é visto
em toda a sociedade humana. Você nunca viu uma pessoa idosa ser treinada para começar
23
um novo projeto ou novo movimento. Não há escolas que só aceitam pessoas velhas, ou
centros de treinamento estabelecidos exclusivamente para idosos. Com respeito a essa
questão, eu tenho de pedir especialmente aos mais idosos que me perdoem. Pode haver
aqui um irmão com setenta anos de idade que realmente ame ao Senhor, e vocês queiram
despender algum tempo para servir-lhe. Porém, descobrirão que é muito difícil fazer isso.
Você pode dizer algo a ele pela manhã, e ele se esquecerá antes do almoço. Você pode
explicar-lhe claramente algo pela manhã, mas à tarde ele perguntará: "Como é mesmo?".
Ele esqueceu novamente. Seu o coração está cheio de encargo, mas sua mente já não é tão
competente. Isso é um fato cruel, mas não podemos negá-lo.

12. Muitas vezes tenho falado que, para a salvação, para receber a graça e desfrutar da
salvação do Senhor, os mais velhos são absolutamente preciosos. Porém, para ser úteis nas
mãos do Senhor, para a expansão do reino do Senhor e a propagação da obra do Senhor,
sem dúvida a responsabilidade recai sobre os jovens. Se o Senhor tardar Sua volta por
cinco, dez, quinze, ou vinte anos, e quiser concluir algo, a comissão será confiada aos
jovens. Com respeito a nós que temos mais de cinqüenta anos de idade, nossa esperança é
estar vivos para ver a volta do Senhor e não passar pelo Rio Jordão da morte. Não
obstante, temos de admitir que hoje as condições como a "colheita não madura", a
desolação da igreja e a escassez de vencedores nos dizem que o Senhor pode não voltar tão
cedo. Não é que o Senhor não queira voltar. Antes, Ele quer voltar desesperadamente
breve, mas nossa condição não o permite. Portanto, vendo tal situação, cremos que ainda
há um tempo considerável em que o Senhor quer realizar algo na terra.

13. É lógico que devemos crer que o Senhor talvez volte amanhã. Quase dois mil anos
atrás Ele disse: "Eis que venho sem demora". Na estimativa Dele, mil anos são como um
dia; com Ele não há o elemento tempo. Do nosso lado, todavia, se Ele demorar, não creio
que muitos de nós que temos mais de cinqüenta anos estarão vivos daqui a trinta anos.
Alguns são mais idosos do que eu e têm sessenta ou setenta anos. De qualquer forma, se o
Senhor tardar Sua vinda, temo que não seremos capazes de esperar, e todos já teremos ido.
Permita-me perguntar: Quem, então, continuará a obra do Senhor? Você pode ser muito
espiritual, até espiritual demais, e dirá: "O Senhor é responsável por tais questões". É
lógico que isso é verdade: o Senhor é responsável. Não negamos isso. Mas uma coisa é
certa: quer Ele tome responsabilidade direta por algo, ou queira que você e eu façamos
algo por Ele, o caminho está com os jovens. Daqui a vinte anos, os que serão úteis ao
Senhor são os que têm vinte anos ou menos hoje.

14. É um fato universalmente aceito que uma pessoa se envolve nos estudos durante vinte
e cinco anos, ganha experiência por mais vinte e cinco anos, e se torna realmente útil nos
vinte e cinco anos seguintes. Três vezes vinte e cinco anos são setenta e cinco anos. Espero
que todos os nossos jovens vivam até setenta e cinco anos: vinte e cinco anos para receber
educação espiritual, mais vinte e cinco anos para ganhar experiência espiritual, e os
últimos vinte e cinco para ser úteis ao Senhor. Também espero que s que estão na faixa dos
cinqüenta anos ou mais cuidem de sua saúde por causa do Senhor. Porém, irmãos, por
24
favor, considerem: a menos que haja um grupo de jovens salvos para receber ajuda
espiritual adequada hoje, como poderão ganhar experiência e ser usados pelo Senhor no
futuro? Se não há jovens ganhos pelo Senhor hoje, depois de nossa partida não haverá
ninguém para nos suceder. Aí, então, haverá uma lacuna.

15. Deixe-me dar-lhe um testemunho. Trinta anos atrás, quando o Senhor levantou alguns
de nós na China, era uma época realmente difícil para nós. Como não havia ninguém que
nos ajudasse em nosso serviço, tínhamos de ratear arduamente em todas as questões.
Nessa época havíamos deixado o cristianismo para trás; portanto até na questão de como
nos reunir tínhamos de "apalpar" o caminho pouco a pouco. Agora, mais de trinta depois,
os jovens de então se tornaram idosos. Se o Senhor não tiver um grupo de jovens hoje para
receber ajuda, depois de algum tempo, quando nós partirmos, não haverá uma lacuna?
Isso não somente atrasará o dia do Senhor, mas também diminuirá a eficácia da nossa
obra. Se há jovens chamados pelo Senhor, e somos preservados para lhes dar uma
orientação absolutamente positiva em vez de limitações errôneas, então não haverá
necessidade de esperar até o Senhor nos levar; mesmo hoje eles podem ser úteis nas mãos
do Senhor.

16. Já vimos isso claramente mais de vinte anos atrás. Portanto, desde então temos
prestado muita atenção em ganhar jovens intelectuais nas universidades e hospitais.
Graças ao Senhor, essa obra tem tido bom progresso desde 1936. O Senhor ganhou um
bom número de jovens da Escola de Medicina Union em Pequim, de um hospital em
Tíentsin, da Universidade Wi Lu em Tsinan, da Faculdade de Enfermagem de Xangai, e de
algumas universidades em Nanquim. Muitos alunos de medicina, residentes, enfermeiras
e professores tornaram-se irmãos. Dez anos depois, entre nós quase todos os cooperadores
e irmãos responsáveis nas igrejas em todo o país eram jovens ganhos naquela época.
Portanto, depois que a Guerra da Resistência contra os japoneses [1937-19451 foi vencida e
o país restaurado, o Senhor nos trouxe de volta a Xangai, onde novamente houve uma
pequena obra de avivamento nas regiões de Nanquim e Xangai. Nessa época
concentramos cerca de setenta a oitenta por cento dos esforços nos jovens. Nesses dois ou
três anos, toda a obra entre os universitários foi abençoada pelo Senhor. Muitos jovens
foram ganhos por Ele. Ao dizer tudo isso, espero que vocês vejam a importância da obra
com os jovens. Isso deve criar em nós um coração dedicado para apreciá-los.

17. Quero dizer-lhes que amo os mais velhos. O Senhor pode testificá-lo por mim. Mas
também gostaria de pedir que os mais velhos me perdoassem, porque também quero dizer
que aprecio a obra com os jovens. Alguns espalharam boatos sobre mim dizendo que o
irmão Lee só se preocupa com a obra dos jovens e põe os mais velhos para correr. Eu nego
isso; nunca tive essa intenção. Pelo contrário, pelo futuro da restauração do Senhor peço
aos mais velhos que orem muito pelos jovens. O futuro da obra e sua utilidade no futuro,
sem dúvida, estão com os jovens. Do ponto de vista de salvar almas, tratamos os jovens e
os mais velhos igualmente. Do ponto de vista do futuro da obra, por outro lado, devemos
pôr muita ênfase nos mais jovens. Se a igreja ou a obra fracassar em ganhar jovens, será
25
como uma família que somente tem idosos infrutíferos: um avô de oitenta anos, um pai de
sessenta e um filho de quarenta. Não há jovens abaixo deles; não há ninguém chorando ou
gritando. Antes, todos são comportados. Isso é anormal.

18. Muitas vezes alguém me diz: 'Irmão Lee, parece que a igreja está uma bagunça. e não é
muito ordeira". Eu, então, digo: "Isso na verdade é bom sinal". Quando você visita uma
família, se vê que alguns estão chorando, outros gritando, outros lutando, outros dando
cambalhotas e outros rolando pelo chão, isso é bom sinal: indica que a família está
florescendo. Se uma família só tem um avô de oitenta anos, um pai de sessenta e um filho
de quarenta, certamente não haverá ninguém rolando pelo chão. Mesmo se um deles
desejar fazê-lo, não terá forças para isso. Portanto, o ano todo eles vivem em silêncio,
ordem e solidão. Irmãos, podemos ter certeza de que tal família não terá de vender a casa;
a casa se tornará de outro em breve. Do mesmo modo, quando visita uma igreja, se você
vê uma multidão de jovens, deve louvar ao Senhor, pois a igreja tem futuro. Você não
precisa perguntar se os jovens são bons ou maus. Assim como numa família, não importa
se as crianças são peraltas ou não; isso ainda é melhor do que não ter filhos. Se não há
crianças, a família está fadada a não ter esperança. Algumas crianças não desejáveis hoje
podem tornar-se desejáveis amanhã. Há sempre esperança.

19. Resumindo, temos de ganhar os jovens na igreja e na obra do Senhor. Qualquer pessoa
que serve ao Senhor com perspicácia necessita prestar atenção a essa questão. Se você vir
isso, seu coração estará cheio de encargo para amar os jovens quer sejam bons ou maus.
Ter um jovem que não é muito desejável é melhor do que não ter nenhum jovem. Espero
que vocês, como pessoas que amam ao Senhor, amem todos os jovens para o futuro da
igreja e da obra do Senhor!

20. Com respeito ao lado prático, vamos mencionar os seguintes pontos:

TER INTERESSE PELOS JOVENS

21. Em primeiro lugar, já disse anteriormente, mas agora quero repeti-lo: se querem ajudar
os jovens, vocês devem ter interesse por eles. Estive em um lugar onde havia um grupo de
irmãos com quarenta e cinqüenta anos de idade. Nenhum deles tinha algo de bom a dizer
sobre os jovens. Alguns me disseram: "Irmão Lee, olhe para os jovens entre nós. Acaso
parecem apropriados? Não sabem a diferença entre os mais velhos e os mais novos. São
indiferentes a nós quando nos vêm na rua. Eles nos encaram quando nos vêem na entrada
do local de reuniões. Irmão Lee, você precisa dar uma mensagem para ajudá-los a saber
qual é a diferença entre os mais velhos e os mais jovens". Em outra ocasião um irmão na
faixa dos cinqüenta anos veio ver-me e disse: "Irmão Lee, olhe para os jovens entre nós.
São tão impróprios. Quando andam, parecem no mundo da lua e seus olhos vagueiam.
Eles realmente estão fora de ordem". Algum tempo depois estive com um grupo de irmãos
mais velhos, e um deles pediu que eu desse uma mensagem sobre como ensinar os jovens
a ser obedientes. Ele disse: "Os nossos jovens simplesmente não obedecem aos mais
velhos". Aquele dia senti que era uma boa oportunidade para falar-lhes algo. Então disse:
26
"Irmãos, vocês mencionaram muitas vezes quão errados são os jovens. Eu gostaria de lhes
perguntar: se os jovens estiverem sempre certos, que necessidade haverá dos mais velhos
para orientá-los, guiá-los e cuidar deles? Com certeza eles estão errados, porém que tipo
de exemplo vocês têm dado a eles?". Eu falei por algum tempo com eles naquele dia com a
intenção de despertá-los a ajudar os jovens e ter interesse por eles. Não devemos colocar
defeito neles logo de início. Se você o fizer, não poderá ajudá-los.

22. Alguns gostam especialmente dos jovens que consideram bons, mas torcem o nariz e
meneiam a cabeça quando vêem os que, a seu ver, não são tão bons assim. Isso é errado.
Muitas vezes Deus ira provar que a avaliação que você faz dos que você considera bons é
imprecisa. Em vez disso, os que você considera maus podem ser grandemente usados por
Deus. Portanto é difícil dizer que os que pensamos ser bons hoje serão bons no futuro, e os
que sentimos ser maus hoje o serão amanhã. Nunca devemos confiar em nosso juízo. Isso
se aplica até à nossa avaliação de nós mesmos. Podemos ser bons hoje, mas isso não
garante que o seremos até o final. Podemos ser maus hoje, mas o Senhor pode tomar-nos
bons amanhã. Da mesma forma, a despeito de os jovens serem bons ou maus,
necessitamos tratar a todos igualmente, e devemos gostar deles e nos preocupar com eles.
Eles andam como se estivessem voando? Então vocês devem voar com eles. Os olhos deles
vagueiam? Vocês; devem fazer os seus olhos vaguear. Eles jogam bola? joguem uma
partida com eles, e falem sobre o Senhor Jesus com eles quando o jogo acabar. Isso é
capacidade autêntica. Por outro lado, se vocês não podem falar com eles sobre o Senhor
Jesus porque perderam a presença Dele depois que jogaram bola, então a sua
espiritualidade é falsa.

23. Deixe-me dar outro exemplo. Suponha que você se encontre com um jovem na rua.
Você pergunta aonde ele vai e ele diz: "Estou indo ao cinema, porque estou muito
entediado". Nunca repreenda com cara feia, dizendo: "Por que você vai assistir a um
filme? Como pode fazer isso?". Se agir assim, você não será capaz de ajudá-lo. É melhor
você ter uma pequena conversa com ele. Pergunte que filme ele irá assistir e a que cinema
está indo. Então ande com ele, ou chame um táxi e vá junto. A caminho do cinema, você
pode falar com ele sobre algumas coisas que estão no seu coração. Você pode perguntar-
lhe: "Irmão, você desfrutou a leitura da Palavra nos últimos dias?". Dessa forma você pode
começar a conversar com ele sobre a leitura da Bíblia. Você também pode conversar com
ele sobre oração e perguntar se ele tem orado recentemente. Quando chegarem ao cinema,
você pode dizer: "Irmão, aqui estamos. Você pode entrar e eu pago o táxi. Tenho de ir a
uma reunião. Dez minutos antes do fim do filme voltarei e ficarei esperando por você". Em
vez de ser impaciente com ele, você está totalmente interessado nele. Se você tem algum
dinheiro, pode perguntar: "Irmão, você já está com o dinheiro separado? É suficiente para
pagar o ingresso? Se não for, eu posso dar-lhe um pouco". Irmãos, se puderem fazer isso,
vejam se conseguem ou não conduzi-los! Temo que vocês sejam como um “advogado"
com face sem expressão, ensinado-lhe duramente, e até mesmo condenando-o. Depois de
ser condenado por vocês, talvez ele não possa ser libertado do cinema pelo resto da vida -

27
ele não poderá viver sem assistir filmes. Ele irá ao cinema pelo resto de sua vida por culpa
sua, pela sua provocação. Não pensem que isso é tolice. Eu sei do que estou falando.

24. Isso é o que o Senhor Jesus fez a caminho de Emaús. Ele perguntou aos dois discípulos,
dizendo: "Que palavras são essas que trocais um com o outro enquanto caminhais?" (Lc
24:17). Um deles respondeu: "És Tu o único forasteiro em Jerusalém que não sabes das
coisas que nela sucederam nesses dias?" (v. 18). Com certeza Ele estava bem ciente do que
ocorrera, mas ainda lhes perguntou: "Quais?" (v. 19 ). Eles conversaram muito, e Ele só
ouviu, pacientemente. Eles iam caminho abaixo, e Ele ia junto. No final, entretanto, o
Senhor lhes abriu os olhos, e eles regressaram. Irmãos, creio que todos vocês sabem o que
quero dizer com essas palavras. Vocês querem ajudar os jovens? Então, em primeiro lugar,
precisam estar interessados neles. Não se preocupem primeiramente com os erros deles;
não os condenem de forma alguma. Vocês devem passar-lhes o sentimento de que são
bons amigos deles, simpatizam-se com eles e estão interessados neles e nos assuntos deles.
Isso é principal.

DAR O MELHOR DE SI PARA CONTATAR OS JOVENS

25. Em segundo lugar, dê o melhor de si para contatar os jovens. Ajudar os jovens não
depende de sua habilidade de lhes dar uma mensagem, mas de seus contatos regulares e
freqüentes com eles. Quando você contara jovens, não comece perguntando: "Quantos
capítulos da Bíblia você leu hoje? Você já orou?". Tais perguntas não devem ser feitas até
que você já tenha tido muitos contatos com eles, talvez somente após oito ou dez vezes.
Lembre-se de não falar sobre coisas espirituais já no primeiro contato com eles. Quanto
mais ao tratar com incrédulos. Não fale sobre o Senhor Jesus no primeiro contato com eles.
A razão pela qual você se restringe de mencionar o Senhor Jesus é que, ao ter contato com
eles, aparentemente você retrocede, mas na verdade você avança. Você deve perceber o
sentimento deles até que um dia possa transmitir-lhe o evangelho. Então você terá sucesso.
Por outro lado, se você o fizer prematuramente, é fácil causar reação negativa. Se você
estragar tudo, ele poderá não receber o Senhor pelo resto da vida. Ocorre o mesmo
quando se lida com os jovens. Não provoque um sentimento negativo nele, ao falar sobre
ler a Bíblia ou orar logo de imediato. Você deve aguardar até ter mais contatos com ele, e
ele sinta que gosta de você e que você também gosta dele. Uma vez que você tocou o
sentimento dele, e mereceu sua confiança, aí pode começar a falar sobre coisas espirituais.
Isso é como dar a prescrição correta para uma doença. Com o remédio certo, a doença será
curada. Então você poderá esperar ver algum resultado.

ENFATIZAR A PRATICIDADE EM VEZ DE

RESSALTAR A DOUTRINA

26. Em terceiro lugar, quando você ajuda os jovens, não lhes dê muita doutrina; em vez
disso, dê-lhes algo prático. Você não deve pôr muita ênfase nas doutrinas, não somente
quando você tem contato pessoal com eles, mas também quando prega o evangelho, ou

28
lhes dá uma mensagem. Se você somente lhes der doutrinas, e eles vierem somente para
ouvir, não haverá muito efeito. Quanto mais você fala doutrinas, mais os jovens se tornam
mortos, frios e se desviam. Visto que eles têm problemas práticos, você deve perceber o
sentimento deles começando com esses problemas. Portanto, despenda algum tempo para
estudar o problema dos jovens na vida prática, incluindo os problemas antes e depois da
salvação. Com base em seus estudos, quando você prega o evangelho ou lhes dá uma
palavra de aperfeiçoamento, o que você fala é prático e se relaciona a questões práticas que
encontrou na vida deles.

TER FÉ POSITIVA EM TODOS OS JOVENS

27. Em quarto lugar, você precisa ter fé positiva em todos os jovens. Isso significa que,
quanto aos que são bons, você deve crer que serão ainda melhores, e quanto aos que não
aparentam ser bons, você precisa crer que também se tornarão bons. Além do mais, você
deve ter mais fé nos que aparentemente não são bons e crer que se tornarão bons, e não ter
tanta fé nos que são bons.

28. Irmãos, gostaria de lhes dizer que somos todos descendentes de Adão, uma raça caída.
Mesmo os filhos de pessoas piedosas são caídos. Não se pode dizer que ser caído é correto,
mas por favor lembrem-se que todos os que realmente conhecem a salvação de Deus um
dia foram pessoas caídas. Se uma pessoa foi preservada desde o nascimento e nunca viveu
de forma caída, ela não pode ter uma experiência profunda da salvação de Deus. Uma
pessoa que nunca viveu de forma caída não pode experimentar a salvação de Deus. Não
encorajo ninguém a ser caído. Nem encorajo os pais a ser desleixados com os filhos. Isso
não é o que quero dizer. O que quero dizer é que nunca se deve pensar que é normal
desprezar certos jovens simplesmente porque não são bons. Esse conceito é errado.

29. Nós conhecemos a história de George MülIer, um homem espiritual do século


dezenove. Ele teve clareza com respeito à salvação provavelmente aos vinte e um anos de
idade. Nasceu em uma família cristã, e seu pai era um homem que temia a Deus.
Entretanto, ele era um jovem muito caído antes dos vinte e um anos. Ele sempre roubava
dinheiro do pai para vaguear aqui e ali. Uma vez ficou num hotel, mas porque não tinha
como pagar a hospedagem, foi mandado para a cadeia pelo dono do hotel. Naquela época
ele realmente era uma pessoa dissipada e corrupta. Mas um dia o Senhor o encontrou.
Como jovem, depois de salvo, ele se tornou alguém que amava grandemente o Senhor. Se
você olhasse George Mülller antes dos vinte e um anos, ele era alguém inadequado. Quem
poderia imaginar que depois dessa idade ele iria amar tanto ao Senhor e ser tão espiritual?
Portanto, não se pode julgar o futuro de um jovem com base na situação atual.

30. Irmãos, posso dizer-lhes que, quer a condição do jovem seja boa ou má, geralmente ela
não e confiável. Hoje você pode considerar certo jovem muito mau, mas um dia ele pode
tornar-se bom, em contrário à sua visão. Da mesma forma, hoje você pode pensar que
certo jovem é muito bom, mas um dia ele pode tornar-se muito negativo. Portanto, todos
os que têm alguma experiência no serviço dos jovens dirão: "Não confiamos na condição
29
dos jovens. No lado positivo, todavia, cremos que o Senhor os ganhará plenamente um
dia". Isso nós libertará para não servir apenas aos jovens que consideramos bons e colocar
de lado os que consideramos maus. Na verdade, muitas vezes é difícil para os que são
constantemente bons ter percepção espiritual, e muitas vezes seu crescimento é lento. Por
outro lado, se você gastar tempo com os aparentemente maus para que se voltem ao
Senhor, o entendimento espiritual deles se abrirá assim que se voltarem. Isso mostra que
nós que servimos os jovens não devemos confiar na situação presente deles. Não creia na
condição boa nem na má condição; creia somente na obra de Deus. Não importa quão mau
seja um jovem, ainda cremos que a obra de Deus pode fazê-lo converter-se. Não importa
quão pobre seja um jovem, ainda cremos que a obra de Deus irá levá-lo adiante. Por ter tal
fé positiva, prestamos atenção a cada jovem.

ADAPTAR-SE AOS JOVENS

31. Em quinto lugar, todos os que desejam servir aos jovens necessitam aprender a
combinar com eles e a se adaptar a eles. Não lhes peca que se adaptem a você. Você tem de
se adaptar a eles a tal ponto que você é como cola. A cola é o que se adapta melhor; não há
lugar onde ela não possa adaptar-se. Ela se adapta a superfícies planas, lugares ásperos,
lugares torcidos e lugares com arestas. A cola pode ser aplicada a qualquer lugar. Nós que
servimos aos jovens temos de lidar com nosso caráter a tal ponto que nos tomemos como
cola. Se alguém quer servir ao Senhor, deve ter um caráter que não é somente forte, mas
também flexível; tem de ser tal pessoa que tempera força com flexibilidade para se adaptar
a outros como cola.

32. Por exemplo, alguns jovens enfrentam dura competição para a entrada num nível
escolar mais elevado, e há uma tendência prevalecente de ir estudar em outro país. Depois
do ensino fundamental, eles têm de entrar no ensino médio. Então depois do ensino
médio, eles têm de entrar na universidade. Depois da universidade, devem ir a outro país
para obter educação mais elevada. Todos estão ocupados obtendo melhor educação e indo
ao exterior. Parece ser muito difícil servir aos jovens, porque estão por demais ocupados
para se preocupar em buscar o Senhor. Mas essa não é uma percepção exata. Nós que os
servimos devemos ser como cola; então, não importa se um jovem é duro ou suave, ou se é
tridimensional, plano, ou com a superfície cheia de calombos ou entalhes, ainda estaremos
"colados" nele. Temos de acompanhá-los e nos adaptar a eles. Eles estão ocupados em
entrar em um nível escolar mais elevado? Então sirvamo-los acompanhando-os em suas
preparações nessa questão. Eles irão para outro país estudar? Nós ainda os
acompanhamos e nos adaptamos.

33. Embora não possamos ir com eles a países estrangeiros, nosso cuidado e preocupação
vão com eles. Não devemos servir um jovem a ponto de só ganhá-lo; mas também
devemos ganhar algumas pessoas por meio dele no país estrangeiro. Devemos labutar
tanto nele, a ponto de que ele fará a obra do Senhor em qualquer universidade a que vá.
Então, como resultado da pregação do evangelho dele, ele ganhará algumas pessoas.

30
Portanto, em vez de considerar um obstáculo a tendência prevalecente de ir a outro país,
devemos considerar isso uma expansão de nosso serviço. Temos de nos corresponder com
os que estão em outros países para continuar a nos comunicar com eles. Antes que se vão,
temos que conduzi-los a ter uma vida espiritual normal, para que, depois que se forem,
não somente estudem, mas também sirvam ao Senhor. Você não pode, e não deve, esperar
que todos irão desistir de obter um nível superior de estudos ou ir a outro país para
estudar, mas ficariam aqui sentados esperando que você os aperfeiçoe, assim como um
pedaço de "tofu" colocado num prato para você comer. Isso não é obra. Se fizermos uma
obra de verdade, então, mesmo se um jovem voar aos céus, nós o seguiremos até lá e nos
adaptaremos a ele.

34. Muitos dizem que os estudantes hoje são muito ocupados. Todavia, se você realmente
conhecer a situação deles, saberá que para eles estar muito ocupado não é problema. Na
verdade, a questão é o interesse deles. Se estão interessados em algo, não importa quão
ocupados estejam, acharão tempo para isso. Eles acham tempo para as coisas que lhes
interessam mesmo se estão muito ocupados.

35. Na época dos apóstolos, o Império Romano perseguia os cristãos. O César Romano, o
imperador, matou muitos deles. De qualquer forma, os apóstolos foram muito eficazes.
Foram capazes de servir de tal forma que alguns que eram da casa de César foram salvos.
Filipenses 4:22 diz: "Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César". Isso
prova que os apóstolos serviram até na casa do imperador.

36. Portanto, devemos lembrar-nos que ao fazer a obra do Senhor não devemos ser rígidos.
Não devemos dizer que só podemos comer "tofu" e não pedras. Um trabalhador
competente pode comer não só "tofu" como também pedras, e pode comer algo tão duro
como diamantes. Irmãos, por favor, creiam em mim; aprendam a se adaptar a outros.

PRESTAR ATENCÃO AO CONTATO PESSOAL

37. Em sexto lugar, todos os que se preocupam com a obra entre os jovens devem prestar
atenção em fazer uma obra pessoal. O poder e o efeito de fazer uma obra pessoal com os
jovens é muitas vezes maior do que as reuniões. Reuniões grandes não têm muito efeito
sobre eles; contato individual é a forma mais eficaz. Quando você os reúne, geralmente
tudo o que pode fazer é lhes dar mensagem e no máximo uma pequena obra de
avivamento. A ênfase do serviço autêntico com os jovens é o contato individual. Se você
me perguntasse: "Irmão Lee, como você faria o serviço de jovens?". Eu lhe responderia:
"Eu posso fazê-lo sem nenhuma reunião grande do começo ao fim do ano, somente
trabalhando com eles individualmente pelo contato pessoal". Parece que esse caminho é
fragmentário e perde muito tempo. Você pode ser capaz de contatar uma pessoa em uma
hora, e às vezes pode não ser capaz de contatar sequer uma pessoa depois de meio dia.
Parece tempo gasto em vão. Aparentemente, essa forma é menos eficaz do que ter grandes

31
reuniões onde se pode falar a centenas de pessoas de uma só vez. Na verdade, a
experiência nos diz que ter grandes reuniões é inútil. Se você mantiver grandes reuniões o
ano todo, pode não haver muito resultado. Tudo o que você ganha são pessoas
superficiais. Por favor, lembrem-se, por outro lado, se vocês prestarem atenção ao contato
individual, embora não ganhem uma pessoa em um mês ou talvez ganhem somente uma
pessoa em dois meses, cada um que é ganho pelo contato pessoal conta. Além do mais,
assim como vocês, ele contatará outros. Vocês ganharam um, mas eventualmente esse um
se tornará dois, dois se tornarão quatro, quatro se tornarão oito, e oito se tornarão
dezesseis, e cada um deles será sólido. Depois de algum tempo você verá muitas pessoas
ganhas.

38. Espero que todos os que estão no serviço com os estudantes, quer seja de trazê-los à
salvação, de ajudá-los a ser espirituais ou de conduzi-los a pregar o evangelho, prestem
atenção ao contato individual. De 1946 a 1948, quando estávamos nas regiões de Xangai e
Nanquim, na verdade não tínhamos nenhuma reunião de estudantes ou de jovens. A
maioria do serviço ocorria pelo contato individual, contudo os resultados foram muito
bons. Se vocês negligenciarem o contato individual e prestarem atenção somente às
reuniões de jovens, posso dizer com certeza que após tantas reuniões a obra dos jovens por
fim será somente superficial, como areia solta sem fundamento. O serviço não, será capaz
de produzir jovens sólidos. Se quiserem produzir alguns jovens sólidos, vocês necessitam
ter contato pessoal. Não se desapontem com ninguém; antes, usem bem o tempo para
contatar a todos individualmente.

39. Logicamente, nessa questão de contato individual, habilidades são necessárias, mas se
as praticarem com seriedade, gradualmente irão ganhar experiência e perspicácia. Vocês
saberão qual dentre tantos jovens deve ser contatado primeiro. Mais tarde, depois que esse
foi ganho pelo Senhor, uma coisa é certa: desde que vocês o estimularam dessa forma, ele
irá estimular a outros da mesma forma. Isso é como uma maquina com muitas
engrenagens; rodando uma roda, todas as outras também rodam. Dessa forma, um após
outro serão afetados, assim como uma multiplicação sem fim de descendência. Portanto,
vocês podem ver que mesmo que não haja grandes reuniões, muitos podem ser salvos e
muitos podem ser levantados para amar ao Senhor. Essa é a hora de ter grandes reuniões,
e não importa o que vocês falem, eles receberão. Então as reuniões serão cem por cento
eficazes. Vocês serão capazes de ganhar jovens sólidos e fazer uma obra profunda neles.

40. Quando vocês têm contato pessoal com os jovens, por um lado, necessitam ter contato
amplo que lide com cada um deles igualmente, e por outro necessitam ter contato
específico. O que quero dizer por contato específico é que vocês precisam exercitar a
perspicácia espiritual e seguir a direção do Espírito para perceber, dentre tantos
estudantes, qual vocês conduzirão ao Senhor primeiro. Então vocês devem despender
esforço neles para ajudá-los a receber a salvação do Senhor. Da mesma forma, dentre
tantos jovens, você necessita sentir e ver quais que, uma vez ganhos, terão impacto em

32
outros. Então devem despender seu esforço neles primeiramente e ajudá-Ios a amar e
buscar ao Senhor. Uma vez que se levantem, eles irão influenciar outros jovens.

41. Portanto, ao fazer a obra entre os jovens, por um lado vocês necessitam ter um contato
amplo com eles, lidando com eles de forma geral; por outro, precisam ter contato
específico, ajudando os que podem liderar e influenciar outros. Se ganharem um, eu
repito, ele ganhará e ajudará outros sem que vocês tenham de ensiná-lo. Visto que vocês o
ajudaram dessa forma, ele ajudará outros da mesma forma. Como resultado, um se
tornará dois, e dois se tornarão quatro, e assim por diante. É como a onda obtida quando
se joga uma pedra no centro da água. A onda por fim se espalhará e cobrirá todo o lago.
Então vocês poderão ter grandes reuniões, e elas serão eficazes. Se vocês tiverem reuniões
grandes desde o inicio, so haverá um efeito de vinte por cento, e os outros oitenta por
cento será igual a zero. Se estiverem dispostos a começar com os contatos individuais e
então passar a ter reuniões grandes, as mensagens que derem serão práticas e a obra que
fizerem produzirá cem por cento de resultado.

42. Todos os itens acima citados são algumas das experiências que ganhei ao tocar no
serviço dos jovens nos anos passados. Qualquer assunto tem sua complexidade e requer
experiência. Em particular, questões como levar pessoas à salvação, ajudá-las a amar ao
Senhor, e conduzi-Ias a servir ao Senhor, são muito profundas e muito refinadas, contendo
muitos pontos complexos. Sim, é a obra do Espírito, mas todos sabemos que o Espírito
necessita de pessoas adequadas para agir em coordenação com Ele. Alguns conseguem
agir nessa coordenação e outros, não. Alguns são úteis nas mãos do Espírito e outros são
inúteis. Precisamos prestar atenção a essas questões e estudá-las quando começamos essa
obra.

43. Esses seis pontos que passei, em comunhão com vocês, são somente a introdução. Se
tomarem essa comunhão e forem adiante, aprenderão mais e farão mais progresso.
Encontrarão melhores formas de conduzir os jovens ao Senhor para receber Sua salvação.

44. Irmãos, digo novamente: o Senhor tem grande necessidade de jovens. Essa geração
precisa que muitos jovens se levantem com vigor para receber a salvação do Senhor e ser
conduzidos por Ele a se tornar vasos úteis em Suas mãos. Que o Senhor nos conceda graça
para que, em Sua obra e na igreja, valorizemos a alma dos jovens! Não apenas não iremos
impedi-los ou causar-lhes danos, mas iremos vigorosamente atraí-los, aperfeiçoá-los,
conduzi-los e cultivá-los para que experimentem a salvação do Senhor e recebam a Sua
edificação a ponto de ser úteis nas Suas mãos. Realmente espero que todos vocês orem
fielmente por essa questão diante do Senhor para o futuro da obra do Senhor.

33
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CONTEÚDO

1. A Compreensão Adequada do Ensinamento

2. Receber a Palavra como o Espírito Vivo e Chegar ao Pleno Conhecimento da


Verdade

3. Aprender a Ensinar a Economia de Deus de Maneira Experiencial

4. Conhecer a Estrutura da Verdade, Ser Saturado com a Verdade, e Transformar


a Doutrina em Experiência

Este livro é composto de mensagens dadas pelo Irmão Witness Lee em


Anaheim, Califórnia no dia 23 e 25 de junho de 1984.

34
TREINAMENTO DE
PROFESSORES
CAPÍTULO UM
A COMPREENSÃO ADEQUADA DO ENSINAMENTO

Leitura bíblica: 2Tm 3:16-17; Jo 6:63; Ef 6:17

Nesta série de mensagens nós abordaremos algumas questões importantes


relacionadas a treinar os professores para servir os jovens na Escola da Verdade
de Verão. O que consideraremos aqui não só será útil àqueles que ensinam em
nossa escola de verão, mas a todos aqueles que falam pelo Senhor.

Precisamos ter a compreensão adequada das palavras do professor, do


ensinamento e da escola. Com respeito a essas palavras todos nós podemos ter
nosso “vocabulário” próprio. Vamos pôr fim aos diferentes vocabulários e ir às
Escrituras como o único vocabulário. A palavra ensino é encontrada em 2
Timóteo 3:16, onde temos dito que “toda Escritura é soprada por Deus e útil para
o ensino.” A única vez que a palavra ensino é usada no Novo Testamento está em
Atos 19:9. Esse versículo nos fala que quando “alguns foram endurecidos e não
se deixaram persuadir, falando mal do Caminho diante da multidão”, Paulo
“afastou-se deles e separou os discípulos, arrazoando diariamente na escola de
Tirano”. Tirano pode ter sido um professor, e Paulo pode ter alugado sua escola e
tê-la usado como um local de reunião para pregar e ensinar a palavra do Senhor
aos judeus e gentios durante dois anos (v. 10). Paulo referiu-se a algum tipo de
escola quando nos disse que ele foi “treinado aos pés de Gamaliel” (22:3), um
mestre da lei (5:34).

AS ESCRITURAS NOS ENSINAM O PRÓPRIO DEUS

A razão pela qual precisamos pôr de lado nosso vocabulário pessoal e


estudar as palavras das Escrituras é que as Escrituras nos ensinam as coisas de
Deus e as coisas concernentes a Deus. Podemos até mesmo dizer que as Escri-
turas nos ensinam o próprio Deus. “Quando alguns ouvem isso eles podem
perguntar, “Nós podemos ensinar Deus? Como Deus pode ser ensinado?” Os
seminários de hoje não ensinam Deus; eles somente ensinam sobre Deus. As
Escrituras, pelo contrário, nos ensinam Deus e também nos ensinam as coisas de
Deus. Há uma grande diferença entre ensinar sobre Deus e ensinar Deus.

AS ESCRITURAS SÃO O SOPRO DE DEUS

Porém, muitos cristãos não percebem o significado dessa diferença.


Quando leem a Bíblia, eles a leem da mesma maneira que leem um livro secular.
Isto é absolutamente errado. A Bíblia, especialmente o Novo Testamento, não nos
ensina a ler as Escrituras de maneira comum, secular. Antes, Efésios 6:17 e 18
35
nos diz que recebemos a palavra de Deus por meio de toda oração e súplica. A
razão pela qual precisamos receber a palavra de Deus por meio de oração é que,
de acordo com 2 Timóteo 3:16, as Escrituras são sopradas por Deus. Isso indica
que as Escrituras são sopradas de Deus. Deus soprou-Se nas Escrituras, e assim
nossa leitura das Escrituras deve ser nossa recepção do sopro de Deus. Quando
Deus sopra-Se, Ele exala a Si mesmo. Quando lemos as Escrituras, ou quando
recebemos as Escrituras, nós inalamos Deus. Ler a Bíblia, portanto, envolve
tanto o exalar de Deus quanto o nosso inalar. Isto é completamente diferente de
ler um livro de maneira secular. Infelizmente, muitos crentes leem a Bíblia da
mesma maneira como se estivessem lendo um livro escolar ou um jornal. Este é
um erro sério, e nós temos que evitar isso quando estamos cuidando dos jovens
na Escola da Verdade de Verão.

Nós não devemos administrar a Escola da Verdade de Verão de maneira


secular. De fato, não gosto da palavra escola. Usar essa palavra pode levar outros
a pensarem que pretendemos ensinar de maneira comum, de maneira secular.
Alguns podem ter o conceito de que até mesmo aqueles que cuidam da Escola da
Verdade de Verão devem ser professores escolares por profissão. Esse conceito é
errado. Ser um professor escolar não qualifica ninguém a servir em nossa escola
de verão. Não pense que por ter sido um professor escolar por muitos anos
qualifica alguém a ensinar em nossa escola de verão. Aqueles que servem na
Escola da Verdade de Verão não devem servir de acordo com sua habilidade
natural ou treinamento profissional. Nossa escola de verão não trata de qualquer
assunto secular, como matemática, história, geografia e ciência. Em vez disso,
nossa escola de verão é para o manuseio da verdade divina, isto é, a realidade do
Deus Triúno. O que pretendemos ensinar aos nossos jovens é a realidade do
Deus Triúno. Com respeito a isso, nossa habilidade natural de ensinar não é util.

A NATUREZA DA ESCOLA DA VERDADE DE VERÃO

Meu encargo nesta mensagem é mostrar qual é a natureza da Escola da


Verdade de Verão é. Uma vez que temos uma compreensão clara da natureza de
nossa escola de verão, saberemos o que fazer e como fazê-la.

Não Ensinar Teologia, mas Ministrar o Deus Triúno


como Alimento Espiritual

A natureza da Escola da Verdade de Verão na verdade não é uma questão


de ensinar, mas de ministrar ou servir. O propósito de nossa escola de verão é
ministrar algo aos jovens. Podemos usar um restaurante como ilustração. Um
restaurante não é para ensinar sobre comida, mas para servir comida. Aqueles
que servem num restaurante não dão meramente um cardápio às pessoas e então
as ensinam sobre comida. Antes, aqueles que servem suprem os outros com
diferentes pratos de comida para comer. O princípio deve ser o mesmo com o que
chamamos de a Escola da Verdade de Verão. De certo modo, nossa escola de
verão é um tipo de escola, mas de fato deve ser um “restaurante.” Nossa intenção

36
não é dar aos jovens um “cardápio” e então ensiná-los sobre Deus. Nossa
intenção é servir, ministrar, Deus como diferentes “pratos” para comer. Assim, a
natureza da Escola da Verdade de Verão é uma questão de ministrar, de servir, o
Deus Triúno para os jovens.

A situação dos seminários de hoje é muito diferente disso. Os instrutores


seminaristas prestam pouca atenção, se alguma, para ministrar alimento espiri-
tual aos alunos. Em vez de ministrar Deus, esses instrutores ensinam principal-
mente teologia, o mero conhecimento sobre Deus. Eles não ministram o próprio
Deus aos alunos. Não queremos que nossa escola de verão se assemelhe a uma
escola teológica ou seminário. Nossa escola deve ser na verdade um “restaurante”
que serve o Deus Triúno aos jovens santos.

Conduzir os Jovens ao Deus Triúno por meio de


Livros de Exercícios, os Quais São Baseados na Bíblia

Na Escola da Verdade de Verão nosso livro didático é a Bíblia, e todos os


nossos livros de exercícios são baseados na Bíblia. Nossa meta não é conduzir os
jovens aos livros de exercícios, mas conduzi-los ao Deus Triúno por meio dos
livros de exercícios. Nossos livros de exercícios devem ser um canal pelo qual os
jovens são conduzidos ao Deus Triúno. Se você perceber isso, então também
perceberá que não é suficiente meramente ensinar sua classe com o livro de
exercícios como se estivesse ensinando numa escola secular. Todos em sua classe
devem ganhar o Deus Triúno. Não conduza os jovens aos livros de exercícios —
leve-os ao Deus Triúno por meio do livro de exercícios. Os livros de exercícios são
um canal para aqueles a quem você está servindo para serem conduzidos a Deus
e para ganhar Deus. Isso significa que seu objetivo não é ensinar o livro de
exercícios, mas conduzir os jovens a Deus pelo canal dos livros de exercícios.
Essa é a natureza da Escola da Verdade de Verão.

Por meio do seu ensinamento, seu servir, na Escola da Verdade de Verão,


todos em sua classe deverão ser conduzidos a Deus. Você precisa orar e se
empenhar a respeito disso. Você precisa laborar para conduzir cada jovem em
sua classe para o Deus Triúno, de forma que até que você termine todas as lições,
os alunos em sua classe terão ganhado o Deus Triúno e terão sido enchidos com
Deus, não com mero conhecimento sobre Deus na letra.

A SINGULARIDADE DA BÍBLIA

Vimos que nosso livro didático é a Bíblia. Agora precisamos considerar


ainda mais o que é a Bíblia. Aparentemente a Bíblia é igual a qualquer outro livro
— uma composição de palavras. Considerando que todos os livros seculares são
iguais em natureza, a Bíblia é diferente de outros livros. A Bíblia é inigualável.

37
O Sopro Santo

Gostaria de mostrar novamente que 2 Timóteo 3:16 diz, “Toda a Escritura é


soprada por Deus.” As Escrituras são a respiração de Deus, ou o fôlego de Deus,
Deus está soprando de Si mesmo. As Escrituras, portanto, é o sopro de Deus, e o
sopro de Deus é o Espírito de Deus, pois Deus é Espírito (Jo 4:24). A palavra
grega para Espírito é pneuma que também é a palavra para fôlego. Assim, nós
podemos dizer que o Espírito Santo é o sopro santo (cf. Jo 20:22). Deus é
Espírito, e o Espírito é o sopro santo. Dizer que toda a Escritura é soprada por
Deus é dizer que a Bíblia é o sopro, a respiração, do próprio Deus que é Espírito.
Deus soprou-Se, e esse sopro de Deus é a Bíblia. Isto é o que 2 Timóteo 3:16 está
dizendo quando nos fala que as Escrituras são sopradas por Deus.

Espírito e Vida

Em João 6:63 o Senhor Jesus disse, “O Espírito é o que dá vida…as


palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida.” A palavra que procede da
boca do Senhor Jesus é espírito, pneuma. Suas palavras são a corporificação do
Espírito que dá vida. Isso indica que a palavra que sai da boca do Senhor é a Sua
respiração, a respiração que procede Dele. Essa é uma indicação adicional de que
as palavras das Escrituras são sopradas por Deus.

A Espada do Espírito

Em Efésios 6:17 Paulo nos encarrega de tomar “a espada do Espírito, o


qual Espírito é a palavra de Deus.” O antecedente do qual é o Espírito, não a
espada, indica que o Espírito é a palavra de Deus. Quando lemos a Bíblia,
devemos tocar a palavra de Deus como o Espírito. Junto com 2 Timóteo 3:16 e
João 6:63, esse versículo revela que a Bíblia é o sopro de Deus. Considerando que
Deus é Espírito, o que Ele sopra também deve ser Espírito. Assim, as palavras da
Bíblia são o sopro do próprio Deus como o Espírito.

ÚTIL PARA ENSINAR, REPREENDER,


CORRIGIR E EDUCAR NA JUSTIÇA

Segunda Timóteo 3:16 não só diz que as Escrituras são o sopro de Deus,
mas também que as Escrituras é “útil para o ensino, para repreensão, para
correção, para educação na justiça”. Do lado de Deus a Bíblia é o sopro de Deus.
Do nosso lado a Bíblia é para recebermos beneficio em quatro questões — ensino,
convicção ou repreensão, correção e educação. A ordem aqui é significativa. Por
que o ensino e não instrução vem primeiro? Por que correção vem antes de
educação e repreensão antes de correção? E por que ensino vem primeiro? A
ordem é primeiro ensino e então repreensão, correção e educação.

Ensinamento — O Descortinar do Véu

O que é ensino? Como você entende da palavra ensino? Precisamos conhe-


cer a denotação dessa palavra quando é usada por Paulo.
38
Se tivermos a experiência espiritual correta e adequada, perceberemos que
no versículo 16 ensino é igual à revelação. Ensino é na verdade nada menos que
uma revelação divina. Desde que ensino é igual à revelação, quando você estiver
ensinando os jovens em sua classe na Escola da Verdade de Verão, você deve
apresentar a eles uma revelação.

Uma revelação é a abertura de um véu. Enquanto está ensinando os jovens,


você deve estar tirando um véu de forma que eles possam ver algo do Deus
Triúno. Determinado assunto pode estar escondido da visão, mas por meio do
seu ensinamento você deve abrir o véu gradualmente. Isso é ensino.

Quando estiver servindo na Escola da Verdade de Verão, você não deve


permitir que o véu permaneça sobre os olhos dos jovens. Antes, enquanto eles
estão te ouvindo, o véu deve ser descortinado pouco a pouco. Ensinamento é
descortinar o véu. Vá para a escola de verão com a finalidade de descortinar o
véu.

Agora podemos ver que para a Bíblia ser útil para o ensino significa que ela
é útil para desvendar, para descortinar o véu. Um véu não pode ser retirado de
repente; não pode ser descortinado todo de uma vez. Pelo contrário, o véu é
descortinado um pouco de cada vez. Repetidas vezes e em sessão após sessão,
você precisa descortinar o véu gradativamente. Se você fizer isso, sua maneira de
ensinar será um descortinamento. Esse tipo de ensinamento sempre apresenta
uma revelação aos outros. Aqueles que estão debaixo de tal ensinamento poderão
ver algo concernente ao Deus Triúno.

Essa compreensão do ensinamento aplica não só àqueles que ensinam na


Escola da Verdade de Verão, mas a todos aqueles que falam pelo Senhor. Quando
você falar algo na reunião da igreja, seu falar deve ser o descortinamento do véu.
Isso significa que seu falar deve apresentar uma revelação.

Repreensão Vem da Revelação que Recebemos

É significativo que no versículo 16, ensino é seguido por condenação ou


repreensão. A razão para isso é que ninguém pode ver algo de Deus sem ser
reprovado pelo que ele vê. Aqueles que estão debaixo de seu ensinamento verão
algo, e o que eles virem os condenarão, os reprovarão.

Sempre que virmos algo de Deus, percebemos nossos erros, males, faltas e
nossos pecados. O resultado é que somos reprovados; somos repreendidos. Essa
reprovação vem da revelação que recebemos. Porém, frequentemente em nossa
leitura das Escrituras, lemos sem receber qualquer revelação, e assim não há
nenhuma reprovação. Mas quando em nossa leitura das Escrituras recebermos
uma revelação, a revelação nos reprovará e nos repreenderá.

39
Correção

Repreensão é seguida pela correção. Ensino ou revelação, traz repreensão a


nós, e repreensão produz correção. Correção é uma questão de corrigir o que está
errado para o que é correto, trazer de volta alguém para o caminho correto, e
restaurar a um estado correto.

Educação na Justiça

Após termos sido corrigidos, receberemos educação — educação na justiça.


Considerando que Paulo aqui não usa qualquer modificador para ensino, repre-
ensão e correção, ele usa um modificador para educação e fala da educação na
justiça. Justiça é uma questão de ser correto. Consequentemente, a educação
aqui é para sermos corretos.

A razão pela qual somos repreendidos e reprovados é que estamos errados


em muitos aspectos e diferentes maneiras. Podemos estar errados com Deus, com
Cristo, e com o Espírito. Podemos estar errados com a igreja, com os irmãos e
irmãs, com nosso marido ou esposa, com nossos pais, com nossos filhos, com
nossos vizinhos, e até mesmo conosco mesmos. Nós podemos estar errados do
modo como gastamos nosso dinheiro, do modo como passamos nosso tempo, do
modo como nos vestimos, ou do modo como cortamos nosso cabelo. Porque
podemos estar errados em tantas coisas diferentes, nós somos reprovados pela
revelação que recebemos quando lemos as Escrituras.

Por causa de nossa experiência sabemos que frequentemente somos repro-


vados imediatamente após recebermos uma revelação. Posso testificar que repe-
tidas vezes fui reprovado por uma revelação que veio da leitura da Bíblia ou de
um ensinamento. Você não teve tal experiência? Porque somos pecadores e
injustos, precisamos da repreensão que vem por meio do ensinamento.

Podemos memorizar os versículos da Bíblia e recitá-los sem experimentar


qualquer repreensão. Mas quando recebermos uma revelação da Palavra, essa
revelação expõe nossa pecaminosidade e nos reprova. Não somos reprovados pelo
homem nem somos reprovados diretamente por Deus — somos reprovados pelo
ensinamento da Palavra. Quando somos reprovados dessa maneira, somos
corrigidos espontaneamente, e quando somos corrigidos nós temos a educação na
justiça. O resultado é que somos ajustados.

Nós podemos ser ajustados numa questão particular e nos tornarmos


corretos nessa questão. Porém, podemos não ser corretos nessa questão de uma
vez por todas. Por exemplo, suponha que um irmão esteja errado com sua
esposa. Sob a revelação da Palavra, ele é reprovado e ajustado. Ele se arrepende e
então se desculpa com sua esposa, e como resultado ele agora está correto com
ela. Mas alguns dias depois ele pode estar novamente errado com ela, e uma vez
mais ele precisará ser repreendido, corrigido e ajustado.

40
O HOMEM DE DEUS SE TORNA COMPLETO

No versículo 17 Paulo continua a dizer, “A fim de que o homem de Deus


seja completo, plenamente equipado para toda boa obra”. Um homem de Deus é
um homem-Deus, alguém que participa da vida e natureza de Deus (Jo 1:13; 2Pe
1:4), sendo um com Deus em sua vida e natureza (1Co 6:17) e por meio disso
expressando-O. Tal homem-Deus, tal homem de Deus, é produzido pelo sopro
Deus de Si mesmo. O sopro de Deus produz os homens-Deus.

Não um Homem Bom, mas um homem-Deus

Você pode ser um homem bom, mas não um homem-Deus. Isso significa
que com você há um o extra [Goød vs God]. Você deveria ter apenas um o, mas
em vez de um você tem dois. Quanto mais você recebe ensinamento, revelação,
mais esse o extra será cortado. Entretanto, é difícil libertar-se de uma vez por
todas do segundo o, pois isso é como a barba de um homem que aparece
novamente após ele ter-se barbeado ou como a grama que cresce novamente após
o gramado ter sido aparado. Por experiência sabemos que o segundo o sempre
volta. Talvez com você esse o extra só estivesse parcialmente cortado, e a parte
que foi raspada aguarda para voltar novamente. Se essa for a nossa situação,
então somos um homem de Deus — um homem-Deus — com um o extra. Nós
precisamos do ensinamento das Escrituras para raspar fora esse o muitas e
muitas vezes.

O Resultado do Ensino, Repreensão, Correção e Educação na Justiça

A palavra a fim de que no começo de 2 Timóteo 3:17 indica que esse


versículo é um resultado do versículo anterior. O resultado do ensino, repre-
ensão, correção e educação na justiça é que o homem de Deus seja completo.

Na Escola da Verdade de Verão você deve apresentar um ensinamento que


é uma revelação, o descortinamento do véu. Então os jovens em sua classe verão
algo de Deus, e o que eles virem os reprovará, os corrigirá, e proporcionará a eles
educação adequada na justiça para torná-los corretos tanto com Deus quanto
com o homem. O resultado, o desfecho, será que o homem de Deus se tornará
completo e equipado para toda boa obra.

O propósito da Escola da Verdade de Verão não é dar conhecimento mental


aos jovens. O objetivo de nossa escola de verão é apresentar ensinamento após
ensinamento, revelação após revelação, de forma que os jovens possam ver Deus,
possam se ver, e possam ser repreendidos, corrigidos e educados para serem
corretos com Deus e o homem para que o homem de Deus possa ser completo,
completamente equipado para toda boa obra. Tal pessoa será um verdadeiro
homem de Deus, um verdadeiro homem-Deus, inalando continuamente o Deus
Triúno e assim receber revelação, repreensão, correção e educação na justiça.

41
TREINAMENTO DE
PROFESSORES
CAPÍTULO DOIS

RECEBER A PALAVRA COMO O ESPÍRITO VIVO


E CHEGAR AO PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE
Leitura bíblica: 2Tm 3:16-17; Jo 6:63; Mt 4:4; Ef 6:17-18; 1Tm 2:4

Temos visto que em natureza, as Escrituras, a Palavra sagrada, é o sopro


de Deus. A função das Escrituras e desvendar, descortinar o véu. O ensinamento
adequado sempre é um tipo de desvendar. Depois do desvendar, temos repre-
ensão, correção e educação na justiça “a fim de que o homem de Deus seja
completo, plenamente equipado para toda boa obra” (2Tm 3:17).

AS PALAVRAS DO SENHOR SÃO ESPÍRITO E VIDA

Vamos continuar a considerar um outro versículo importante relacionado à


natureza da Bíblia — João 6:63. Aqui o Senhor Jesus diz, “O Espírito é o que dá
vida…as palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida.” Isso indica que
as palavras do Senhor são a corporificação do Espírito de vida. Quando recebe-
mos Suas palavras exercitando nosso espírito, nós obtemos o Espírito, que dá
vida.

Quando lemos a Bíblia, nós devemos receber vida; e quando ensinamos os


outros a respeito do Bíblia, eles devem receber vida. Se nós não recebemos vida
quando lemos a Bíblia, algo está errado. Em nossa leitura da Bíblia, pode não
pode haver espírito; e também em nosso ensinamento da Bíblia aos outros, pode
não haver espírito. Não haver espírito significa que não há vida. Podemos ler uma
porção da Bíblia, vários versículos ou alguns capítulos, sem receber o suprimento
de vida. A razão para essa falta de suprimento é que em nossa leitura da Palavra
não há espírito. Se nós não sentimos o Espírito quando estamos lendo a Bíblia,
devemos perceber que algo está errado, e então devemos nos ajustar.

No mesmo princípio, quando estamos ensinando os jovens na Escola da


Verdade de Verão, precisamos conferir se há algum espírito em nosso
ensinamento. Se não houver espírito, devemos mudar nossa maneira de ensinar.
Ensinar uma classe na Escola da Verdade de Verão não deve ser igual a ensinar
uma classe numa escola secular. Em uma escola secular não há necessidade de
espírito, mas em nossa escola de verão há a necessidade de muito espírito.

INALAR E EXALAR DEUS

Por experiência nós sabemos que para que haja muito espírito em nossa
leitura e ensino da Bíblia, precisamos de muita oração. Devemos ser uma pessoa
42
de oração. Em outras palavras, devemos ser uma pessoa que está continuamente
respirando o Senhor, uma pessoa que está sempre inalando Deus. Nossa leitura
da Bíblia deve ser um tipo de inalar, e nosso ensino da Bíblia deve ser um tipo de
exalar. Quando você estiver ensinando uma classe na Escola da Verdade de
Verão, você deve estar exalando Deus para seus alunos.

A Bíblia é o sopro de Deus; esse sopro é o Espírito; e o Espírito dá vida.


Quando você respira o Espírito, você recebe não somente o desvendar, repre-
ensão, correção e ensino — você recebe vida. Sempre que você toca o Espírito
quando está lendo a Bíblia, você recebe vida. Do mesmo modo, quando você está
ensinando na Escola da Verdade de Verão, você precisa tocar o Espírito. Você
deve ter a percepção de que não só está tocando o Espírito, mas também o
espírito de seus alunos. Você deve ter a percepção de que está exalando Deus e
que eles estão inalando Deus. Isto significa que há uma comunicação entre o seu
exalar e o inalar deles. Isto indica que seu modo de ensinar é correto, pois você
está exercitando ministrar vida aos jovens.

Ao ensinar a Bíblia a outros, você deve ser muito rígido com você,
ajustando-se muitas e muitas vezes. Durante um período de aula você pode
precisar ajustar-se várias vezes. Se você fracassar nas primeiras vezes que
ensinar, você deve voltar-se ao Senhor com muita oração. Ore ao Senhor,
inspirando Deus para dentro de você. Então, tendo se tornado uma pessoa de
oração, uma pessoa que inala Deus, volte-se para sua classe e exale o que você
recebeu de Deus.

NUTRIR OS OUTROS COM A PALAVRA


QUE PROCEDE DA BOCA DE DEUS

Em Mateus 4:4 o Senhor Jesus disse, “Não só de pão viverá o homem, mas
de toda de palavra que procede da boca de Deus.” Aqui vemos que a palavra que
procede da boca de Deus é nossa verdadeira comida. Isto indica que a Bíblia não
é apenas para dar vida, mas também para nutrir. Quando ensinar a Bíblia a
outros, você deve nutri-los. Espero que todos os jovens em sua classe tenham a
percepção de que eles não estão apenas sendo ensinados, mas também sendo
nutridos. Se eles serão nutridos ou não pelo seu ensino dependerá de você.

Os instrutores nos seminários de hoje podem alegar que estão ensinando a


Bíblia aos seus alunos. Contudo, muitos dos seminaristas estão morrendo de
fome. Eles não recebem nenhum nutrimento, porque seus instrutores ensinam a
Bíblia de modo errado. Eles ensinam a Bíblia da mesma maneira que os
instrutores nas escolas seculares ensinam questões como geografia, história,
ciência e matemática. Assim, não há nenhum nutrimento. Nossa maneira de
ensinar deve ser diferente. Quando ensinamos as Escrituras aos jovens na Escola
da Verdade de Verão, nós temos que nutrir os alunos com o suprimento de vida,
com palavras que procedem da boca de Deus.

43
Todos nós precisamos ser pessoas vivas, aqueles que são canais vivos com
as palavras de Deus que procede de nós. A palavra de Deus procede da boca de
Deus, e nós devemos também deixá-la proceder de nós como um canal. Pode
acontecer de nas reuniões determinado irmão ler a Bíblia ou ensinar usando a
Bíblia e nós não recebermos nutrimento, mas pode ser que outro irmão faça a
mesma coisa e seremos nutridos. A razão para essa diferença é que o primeiro
irmão leu ou falou sem qualquer espírito, mas o segundo irmão leu ou falou com
muito espírito. O princípio é o mesmo ao ensinar sua classe na Escola da
Verdade de Verão. Seu ensino deve ser no espírito e deve ser com espírito.
Quando estiver ensinando, você precisa ser um canal vivo por meio do qual a
palavra de Deus proceda. Se você for tal canal vivo, então os alunos em sua
classe receberão alimento espiritual para a nutrição deles.

A ESPADA DO ESPÍRITO MATA O INIMIGO

Vamos voltar agora para Efésios 6:17. Aqui Paulo nos incumbe de receber
“a espada do Espírito o qual Espírito é a palavra de Deus.” Quando eu era um
jovem cristão, não entendia como a palavra de Deus poderia ser uma espada.
Entendia o que significava ser iluminado pela Bíblia, por meio da leitura da Bíblia
eu era iluminado. Até certo ponto, através da Bíblia eu também era repreendido,
era corrigido, e era ensinado para ser correto com Deus e o homem. Mas não
sabia como a Bíblia poderia se tornar uma espada, uma arma ofensiva para lidar
com o inimigo. Para entender isso requer experiência espiritual.

É comum para os cristãos serem iluminados, repreendidos, corrigidos e


ensinados pela Bíblia, mas não muitos experienciam a palavra da Bíblia como
uma espada que mata o inimigo. A razão para essa falta de experiência é que nós
podemos receber a palavra da Bíblia para ensino, repreensão, correção, e
instrução sem tocar o Espírito. Até mesmo os incrédulos podem ser iluminados
pelo que eles leem nas Escrituras. Eles também podem ser repreendidos, podem
ser corrigidos, e podem ser ensinados pelo que a Bíblia diz a respeito de honra,
amor, humildade e honestidade. Porém, em sua leitura das Escrituras não há
nada de Espírito. Entretanto, se quisermos tomar a palavra da Bíblia como uma
espada para lutar com o inimigo, devemos tocar a Bíblia de uma maneira cheia
do Espírito.

A Palavra de Deus É a Espada Indiretamente

De acordo com a palavra de Paulo em Efésios 6:17, a palavra de Deus não é


a espada diretamente, mas indiretamente. Paulo fala de “a espada do Espírito o
qual Espírito é a palavra de Deus.” Aqui nós temos a palavra indireta. A espada
não é a palavra diretamente. Antes, a espada é o Espírito diretamente, e então o
Espírito é a palavra. Isso indica que se quisermos lidar com o inimigo, Satanás, a
Bíblia tem que se tornar o Espírito. Sem o Espírito pode ser possível ensinarmos
a partir da Bíblia que os jovens devem honrar seus pais e devem pedir perdão
pelo que tem feito de errado. Mas se quisermos usar a palavra da Bíblia como

44
uma espada para matar o inimigo, em nossa experiência a palavra deve ser o
Espírito.

Compreender Efésios 6:17 Experiencialmente

Nesta conjuntura eu gostaria de pedir a você que considerasse como, de


maneira prática, a palavra da Bíblia pode se tornar a espada do Espírito para
lutar contra o inimigo. Você pode dar uma ilustração disso ou um testemunho a
respeito disso? Efésios 6:12 revela que nossos inimigos são os espíritos malignos,
“os dominadores deste mundo tenebroso”, “as forças espirituais do mal nas
regiões celestiais”. Você pode testemunhar de sua experiência como tem matado
esses inimigos tomando a palavra como a espada? Para dar tal testemunho,
precisamos entender Efésios 6:17 experiencialmente manejando a Bíblia à
maneira do Espírito e não meramente de maneira mental. Estou preocupado de
que na Escola da Verdade de Verão vocês ensinem os jovens meramente de
maneira mental, como se estivessem ensinando numa escola secular. Todos nós
temos que aprender a ensinar a Bíblia à maneira do Espírito.

Efésios, um livro sobre a igreja como o Corpo de Cristo, fala sobre a vida do
Corpo, a unidade do Corpo (4:4), e o Corpo que é a plenitude Daquele que a tudo
enche em todas as coisas (1:23). Precisamos perceber que coisas como nossa
opinião, idéias, temperamento, emoção, vida natural e pontos de vista são
frequentemente usados pelos poderes das trevas no ar para danificar a vida do
Corpo. Como irmãos e irmãs na igreja, todos nós temos nossas emoções, idéias,
opiniões e vida natural, e todos nós temos nossos próprios pontos de vista.
Frequentemente somos ofendidos, não devido aos males causados pelos outros,
mas simplesmente devido a nossa emoção ou opinião. Uma cadeira não pode ser
ofendida, porque não tem sentimentos. Não importa como você trata uma
cadeira, ela não ficará ofendida. Porém, é fácil para os irmãos e irmãs na igreja
serem ofendidos.

Devido às suas emoções, as irmãs são facilmente ofendidas. Suponha que


um irmão mais velho fale uma palavra com uma irmã em particular e ela fica
ofendida por causa da sua emoção. Então o poder maligno nos ares vem para
tirar proveito da sua emoção, e ela determina não esquecer que foi ofendida.
Aparentemente o problema é a sua emoção. De fato o problema é que a sua
emoção foi assumida pela força maligna nos ares. Isso significa que o verdadeiro
inimigo não está na emoção dessa irmã, mas no espírito maligno nos ares que
tira proveito da sua emoção para danificar a vida da igreja. Por causa do uso da
sua emoção pelo inimigo, essa irmã tem um efeito negativo primeiro no seu
marido, e então continua a ter um efeito negativo em vários outros. Como
resultado, parte do Corpo é envenenado. Para que o inimigo seja derrotado nessa
situação, a irmã deve aprender a receber a palavra como o Espírito, o qual se
torna a espada para lidar com o inimigo.

45
Ser Preservado na Vida da Igreja e no Ministério
por Receber a Palavra como o Espírito

Isso é algo que aprendi através de muitos anos de experiência. Eu não sou
uma pessoa “marmórea” que não pode ser ofendida. Tenho sido ofendido frequen-
temente por outros na vida da igreja ou em minha vida familiar. Como tenho sido
capaz de passar através de todas as ofensas? Eu consigo passar por receber a
palavra como o Espírito. A palavra que recebo como o Espírito se torna então a
espada para matar o inimigo. Aparentemente a espada do Espírito mata minha
emoção; na verdade ela mata o espírito maligno nos ares que tira proveito de
minha emoção. Considerando que minha emoção é neutralizada diretamente, o
espírito maligno é destruído indiretamente. Dessa maneira tenho sido capaz de
suportar as ofensas.

Quando alguns ouvem isso eles podem dizer, “Irmão Lee, me mostre um
versículo que pode matar sua emoção diretamente e pode matar o poder maligno
nos ares indiretamente”. Esta não é uma questão de um versículo particular que
toca nossa emoção, mas uma questão de aplicar Efésios 6:17 de maneira
experiencial. Suponha que à noite eu seja ofendido por um dos presbíteros. Por
temer o Senhor, eu não ouso falar sobre isso com outros. Na manhã seguinte me
levanto para contatar o Senhor na Palavra. Não leio qualquer versículo que toque
a questão da minha emoção. Em vez disso, eu simplesmente começo a ler a Bíblia
com o exercício do espírito. Eu posso ler Gênesis 1:1: “No princípio, criou Deus os
céus e a terra.” Quando leio este versículo, recebo a palavra de maneira viva como
o Espírito, e o Espírito que é a palavra se torna a espada que mata minha emoção
diretamente e mata o poder maligno indiretamente. Espontaneamente, a ofensa
desaparece, e nenhum dano é causado à igreja. Entretanto, se permitirmos a
ofensa permanecer, isso causará sérios danos à vida da igreja. Creio que muitos
de nós temos experienciado receber a palavra de Deus dessa maneira.

Sem a palavra como o Espírito para ser a espada que mata, não haveria
maneira de sermos preservados na vida da igreja durante tantos anos. Por mais
de meio século, eu tenho viajado, visitando as igrejas, e contatado milhares de
santos. Sem a palavra como o Espírito para matar todos os inimigos, eu não
estaria ainda aqui ministrando. Se tivesse me permitido permanecer ofendido
com determinada igreja ou santo, eu teria acabado com o ministério. Fui preser-
vado na vida da igreja e no ministério pelo matar da palavra como o Espírito.

Um Antibiótico Espiritual

Suponha que um irmão em particular não esteja contente com a igreja na


sua localidade. Ele se muda para outra cidade, supondo que gostará da igreja lá.
Porém, depois de um curto período de tempo, ele fica infeliz com essa igreja local,
então ele se muda para outro lugar. Mas logo ele fica ofendido por algo ou alguém
nessa igreja e ele se muda então para outra localidade. Tal pessoa não pode

46
participar na edificação da igreja. Pelo contrário, porque não há o matar do
inimigo dentro dele, ele faz com que a igreja sofra prejuízo.

De acordo com a palavra de Paulo com respeito ao final de Efésios, um livro


concernente à igreja, precisamos receber a palavra de Deus de maneira viva, isto
é, receber a palavra como o Espírito. O Espírito então se tornará a espada mortal.
Essa espada primeiramente nos mata diretamente e então mata o poder das
trevas nos ares indiretamente. Podemos comparar esse tipo de matar ao efeito de
um antibiótico nos germes que causam doença em nosso corpo. Para que nosso
corpo seja protegido, os germes precisam ser destruídos por um antibiótico. A
palavra que recebemos de maneira viva como o Espírito é um antibiótico espiri-
tual que mata os “germes” dentro de nós. Quando os germes são destruídos, as
forças malignas nos ares não têm caminho para tirar proveito de nós. Então
podemos viver uma vida saudável de Corpo, uma vida da igreja saudável.

Essa foi a maneira de ser preservado na vida da igreja e em meu ministério


durante tantos anos. Aparte do matar por meio da palavra como o Espírito, meu
ministério teria sido terminado. Uma vez mais enfatizo que precisamos receber a
palavra de Deus de maneira viva, de forma que em nossa experiência o Espírito
se torne a espada mortal. Quando a palavra se torna o Espírito, o Espírito se
torna a espada — a espada do Espírito mata os germes em nós e os espíritos
malignos nos ares. Dessa maneira o Corpo, a vida da igreja, e nosso ministério
serão salvos. Isso permitirá que nosso ministério tenha uma vida longa. Porém, o
ministério de certos irmãos não durou muito tempo. Na situação deles foi o seu
ministério que foi morto e não o inimigo.

Vamos todos receber a palavra de Deus de maneira viva! Contanto que em


nossa experiência a palavra se torne o Espírito, a palavra não somente nos cura-
rá, mas também matará o inimigo.

Todos aqueles que ensinam na Escola da Verdade de Verão devem ajudar


os jovens não meramente para receber a palavra para o aprendizado de certas
verdades bíblicas, mas receber a palavra como o Espírito vivo. Quando receberem
a palavra como o Espírito vivo, na experiência deles o Espírito se tornará a
espada. Receber a palavra dessa maneira requer muita oração. É por isso que
precisamos ter o orar-ler adequado. Através do orar-ler a Bíblia, nós recebemos a
palavra de maneira viva como o Espírito.

O PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE

Em 1 Timóteo 2:4 Paulo nos fala que Deus “deseja que todos os homens
sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” Hoje parece que a
maioria dos cristãos só levam os outros à salvação de Deus; eles não vão além
para levá-los ao pleno conhecimento da verdade. O propósito da Escola da
Verdade de Verão não é só levar os nossos jovens à salvação de Deus, mas
também ao pleno conhecimento da verdade. Neste versículo verdade não significa
doutrina; significa realidade e denota todas as coisas reais reveladas na Palavra
47
de Deus que é principalmente Cristo como a corporificação de Deus e a igreja
como o Corpo de Cristo. Toda pessoa salva deve ter um pleno conhecimento, uma
compreensão plena, dessas coisas. Em nossa escola de verão, devemos nos
empenhar para levar os jovens ao conhecimento experiencial da realidade do
Deus Triúno. Para fazer isso, nós mesmos precisamos ser pessoas que estão
nessa realidade.

48
TREINAMENTO DE
PROFESSORES

CAPÍTULO TRÊS

APRENDER A ENSINAR A ECONOMIA DE DEUS


DE MANEIRA EXPERIENCIAL
Leitura bíblica: 1Tm 1:3-4; 2Tm 1:6-7; 2:2, 22,

Nos livros de 1 e 2 Timóteo podemos ver a maneira que devemos ensinar os


outros. Com respeito a ensinar, Paulo encarregou Timóteo, dizendo, “E o que de
mim ouviste através de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis, os quais
serão aptos para ensinar outros também” (2Tm 2:2). Vamos considerar o que
esses dois livros nos diz sobre ensinar de maneira experiencial.

NÃO ENSINAR DIFERENTEMENTE DA ECONOMIA DE DEUS

Em 1 Timóteo 1:3-4 Paulo falou com Timóteo, um dos cooperadores mais


íntimos dele, dizendo, “Quando parti da Macedônia, roguei-te que permanecesses
em Éfeso a fim de advertires a certas pessoas que não ensinem coisas diferentes
nem deem atenção a fabulas e genealogias sem fim, que geram discussões em vez
da economia de Deus na fé.” Isso indica que alguns estavam ensinando diferen-
temente da economia de Deus, a dispensação de Deus.

A Administração de Casa de Deus

A palavra grega para economia quer dizer “lei doméstica” o que implica dis-
tribuição. Esta palavra denota um gerenciamento doméstico, uma administração
doméstica, um governo doméstico, e, derivativamente, uma dispensação, um
plano, ou uma economia para administração (distribuição); consequentemente,
também é uma economia doméstica. A economia de Deus na fé é a Sua economia
doméstica, a Sua administração doméstica que é dispensar-Se em Cristo ao Seu
povo escolhido para ter uma casa que O expresse, a qual é a igreja (3:15), o Corpo
de Cristo. O ministério de Paulo centrava-se na economia de Deus (Cl 1:25; 1Co
9:17), enquanto que os ensinamentos diferentes dos dissidentes eram usados
pelo inimigo de Deus para distrair o Seu povo da Sua economia.

Não Distrair por Outras Coisas Bíblicas

O ensinamento no Novo Testamento está focalizado na economia de Deus, a


Sua dispensação. Porém, durante os séculos que se seguiram a conclusão da
Bíblia, houve muitos ensinamentos que não eram sobre a economia de Deus. Isso

49
deve ser uma advertência a nós. Precisamos aprender com a história a não
ensinar qualquer coisa diferente da dispensação de Deus.

Em 1 Timóteo 1 Paulo apresenta a economia de Deus em oposição aos dife-


rentes ensinamentos. Aqui de acordo com a palavra de Paulo alguns estavam
ensinando a lei e genealogias em lugar da economia de Deus. Na Bíblia a lei é um
assunto principal. O judaísmo foi edificado sobre a lei, e os judaizantes eram
zelosos pela lei e se doavam totalmente a ela. A Bíblia também contém muitas
genealogias, como a genealogia de Abraão e a genealogia de Davi. No versículo 4 a
palavra genealogias provavelmente se referem às genealogias do Antigo
Testamento enfeitadas com fábulas (Tt 3:9).

Há muitas outras questões na Bíblia, tais como história e as profecias, que


podem se tornar distrações para nós. Alguns são distraídos da economia de Deus
por meio de suas leituras dos Salmos ou Provérbios. Se quando lermos a Bíblia
nós não estivermos debaixo do controle de uma visão clara da economia de Deus,
poderemos ser distraídos não por heresias, mas por várias coisas encontradas na
Bíblia. Quando ouve isso você pode questionar se coisas bíblicas podem se tornar
distrações. É um fato da história que ao longo dos séculos quase todos os
cristãos foram distraídos da economia de Deus através de diferentes coisas bíbli-
cas.

Devemos dar atenção à incumbência de Paulo para não ensinar diferente-


mente da economia de Deus. Cremos que desde a época dos apóstolos a
economia de Deus não tem sido enfatizada tanto quanto tem sido enfatizada na
restauração do Senhor, especialmente nos últimos vinte anos. Deus tem um
grande plano — dispensar-Se em Sua Trindade para Seu povo escolhido. Esta é a
economia de Deus. Nosso ensinamento deve ser governado por uma visão clara
da economia de Deus. Tudo o que ensinamos deve estar relacionado à economia
de Deus.

A Economia de Deus É Nosso Único Encargo, Perspectiva e Visão

Quando você ensina na Escola da Verdade de Verão, você não deve ter
nenhum encargo, nenhuma perspectiva, ou qualquer visão diferente da economia
de Deus. Você precisa não só estar encarregado com a economia de Deus, mas
também encharcado e saturado com a economia de Deus. Em seu ensinamento
você deve conhecer somente uma coisa — a economia de Deus. Você deve ser
capaz de declarar, “A economia de Deus é meu encargo, minha perspectiva e
minha visão”. Todo o meu ser tem que estar saturado da economia de Deus, e eu
nada sei além disso.” Certamente, você ensinará muitas lições diferentes, mas
cada lição será estruturada com a economia de Deus. Somente quando tiver
clareza acerca desse assunto básico você saberá o que pretendemos fazer na
Escola da Verdade de Verão.

50
REAVIVAR A CHAMA DO DOM DE DEUS

Temos mostrado que em 2 Timóteo 2:2 Paulo encarregou Timóteo de


transmitir a homens fiéis as coisas que ele tinha ouvido de Paulo. Esses homens
fiéis deveriam ser aqueles que são aptos para ensinar outros. Para cumprir essa
comissão, o próprio Timóteo tinha que ser reavivado. Esta foi a razão de Paulo
lembrá-lo que “reavivasse a chama do dom de Deus” que estava nele (1:6).

A Vida Divina e o Espírito Divino

Nesta conjuntura precisamos fazer uma pergunta: Qual era o dom de Deus
que Timóteo foi encarregado de reavivar a chama? O povo pentecostal pode dizer
que esse era o dom de falar em línguas, mas isto é duvidoso, especialmente
devido ao fato de que nos escritos mais recentes de Paulo raramente são mencio-
nadas as coisas miraculosas. Acredito que, primeiro, o dom no versículo 6 é o
dom da vida eterna. Um dom, claro que, deve ser dado por alguém. Deus
seguramente nos deu algo, e a primeira coisa que Ele nos deu foi a vida divina.
Todos nós recebemos a vida eterna, a vida divina. Também creio que, segundo, o
dom aqui é o dom do Espírito divino. A vida eterna e o Espírito divino, ou o
Espírito eterno, são ambos o próprio Deus.

Introduzir o Vento ao Abrir Todo o Nosso Ser

Esta compreensão do dom no versículo 6 levanta uma outra questão: Como


é possível a nós reavivarmos o Espírito Santo? Os cristãos normalmente pensam
que o Espírito Santo nos reaviva, que o Espírito Santo reaviva nosso espírito. Nós
reavivamos o Espírito ou o Espírito nos reaviva? Com respeito a essa questão de
reavivar a chama do dom de Deus, podemos ainda estar debaixo da influência do
ensinamento cristão tradicional. De acordo com o ensinamento tradicional, é dito
aos crentes para pedir pelo Espírito, não reavivar o Espírito. Pedir por algo
implica que nós não o temos. Consequentemente, pedir pelo Espírito implica que
nós não temos o Espírito. Reavivar o Espírito, pelo contrário, implica que nós já
temos o Espírito. A “chama” do Espírito está em nós como a “churrasqueira”, mas
para que o fogo queime, há a necessidade de um “vento.” Para reavivar a chama é
preciso introduzir o vento. Essa ilustração pode dar a você uma idéia sobre o que
significa reavivar o Espírito como o dom de Deus dentro de nós.

Deus nos deu duas coisas preciosas — Sua vida divina e Seu Espírito
divino. Agora precisamos reavivar a chama do dom de Deus. O primeiro passo ao
reavivar o dom não é exercitar; o primeiro passo é abrir todas as “portas” e
“janelas.” Precisamos abrir todo nosso ser. Abra sua mente, emoção e vontade.
Abra toda sua alma, abra seu coração, e abra seu espírito. Todas as manhãs
precisamos ir ao Senhor e nos abrir a Ele. Porém, frequentemente nós podemos
gastar tempo com o Senhor sem abrir o nosso ser a Ele. Em tal situação o fogo
não queima.

51
Aqueles que ensinam na Escola da Verdade de Verão devem abrir todo o
seu ser — espírito, coração, alma, mente, emoção e vontade — para que assim “o
vento” possa entrar. O Espírito já está em você, mas você precisa reavivar a
chama, o Espírito, para acender. Estou um tanto preocupado que quando for
ensinar uma classe em nossa escola de verão, você seja uma pessoa fechada —
uma pessoa cujo ser é fechado ao vento. Você tem o Espírito e a vida eterna
dentro de você, mas porque está fechado o vento não pode entrar. Se for esse tipo
de pessoa, você ensinará os jovens somente de acordo com o seu conhecimento
ou de acordo com o que está impresso no livro de exercícios. Esse tipo de
ensinamento é mortificador. Antes de sair para ensinar, você deve primeiro
reavivar a chama do dom. quanto mais você se abre, mais o fogo queimará. O
vento do seu reavivar pode fazer com que o fogo queime por horas ou até mesmo
durante o dia todo.

Invocar o Nome do Senhor Jesus e Exercitar Nosso Espírito

Em 2 Timóteo 2:22 Paulo disse a Timóteo “segue a justiça, a fé, o amor e a


paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”. Se seu ser estiver fechado,
você precisa invocar o nome do Senhor Jesus. Quando invoca o Senhor, você abre
não somente a sua boca, mas também seu espírito e seu coração. Então o vento
entrará, e isso reavivará a chama da vida eterna e o Espírito eterno dentro de
você. Reavive a chama do dom que você recebeu de Deus. Deixe o dom se tornar
uma chama. Então vá ensinar os jovens não com uma mente “fria como gelo” mas
com uma chama. Se estiver muito sóbrio em sua mente, você será frio como gelo
quando para ensinar. Não seja frio! “Seja extremamente quente” com o dom que
foi reavivado em chama!

Até aqui, temos visto que devemos ensinar a economia de Deus e que
devemos reavivar a chama do dom de Deus, abrindo todo nosso ser e invocando o
nome do Senhor Jesus. Além disso, certamente precisamos exercitar nosso espí-
rito. Depois de encarregar Timóteo de reavivar a chama do dom de Deus, Paulo
continuou a dizer, “Porque Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de
poder, de amor e de sobriedade” (1:7). O espírito aqui denota nosso espírito,
regenerado e habitado pelo Espírito Santo (Jo 3:6; Rm 8:16). Reavivar a chama do
dom de Deus está relacionado ao nosso espírito regenerado. De poder se refere a
nossa vontade; de amor, à nossa emoção; e de sobriedade, à nossa mente. Isso
indica que ter uma vontade forte, uma emoção amorosa, e uma mente sóbria tem
muito a ver com ter um espírito forte para o exercício do dom de Deus que está
em nós.

INTRODUZIDOS NUM ESPÍRITO DE ORAÇÃO

Todos nós devemos ser aqueles que ensinam a economia de Deus, que
reaviva a chama do dom de Deus, que invoca o nome do Senhor Jesus e que
exercita nosso espírito. Neste ponto precisamos considerar uma outra questão
crucial — ser pessoas de oração.

52
Não tenho dúvida que, como crentes em Cristo, vocês receberam a vida
eterna e o Espírito divino, mas estou preocupado de que você vá para sua classe
com “água gelada” em vez de uma chama. Temos enfatizado o fato de que para ter
uma chama você precisa deixar o vento entrar por meio de se abrir ao Senhor.
Todas as manhãs você precisa trazer o vento para reavivar a chama do dom de
Deus. Porém, suponha que você tenha tido um problema desagradável com seu
cônjuge, e agora parece impossível reavivar a chama. Pode levar vários dias para
você ser capaz mais uma vez de reavivar a chama por si mesmo, mas isso será
muito mais fácil fazer se você orar com um pequeno grupo de santos. Se orar por
si mesmo, você pode conservar a lembrança sobre a situação com seu cônjuge e
assim pode não ter caminho para reavivar a chama. Porém, se você orar com
outros, eles reavivarão a chama dentro de você. Por fim você também poderá orar
e reavivá-los. Então o vento entrará, e você terá uma chama.

Se quiser ir para sua classe na Escola da Verdade de Verão com uma


chama, você deve ser uma pessoa de oração. Se for tal pessoa, você introduzirá
um espírito de oração à sua classe. Você então será capaz de despertar o espírito
de oração dos jovens em sua classe. Todos devem ser despertados a orar. Isso
significa que você precisa criar uma atmosfera de oração. Não ensine a menos
que haja tal atmosfera em sua classe. Para ter uma atmosfera de oração, você
deve permitir um tempo adequado em cada sessão da classe para oração.

Você sabe o que é uma reunião viva? Uma reunião viva é uma reunião que
tem uma atmosfera de oração. Todos aqueles que falam pelo Senhor sabem que é
fácil falar numa reunião onde há uma atmosfera de oração. Caso contrário, será
muito difícil falar, pois você pode sentir como se estivesse falando num cemitério.

Gostaria de lembrá-los que ensinar na Escola da Verdade de Verão é abso-


lutamente diferente de ensinar numa escola secular. Não há necessidade de
reavivar a chama do dom de Deus para ensinar uma classe numa escola secular.
Mas para ensinar em nossa escola de verão, você deve ser uma pessoa de oração,
uma pessoa com uma chama que introduz uma atmosfera de oração.

NÃO ENSINAR DE MANEIRA DOUTRINAL,


MAS DE MANEIRA EXPERIENCIAL

Uma vez que reavivou a chama do dom de Deus, despertou o espírito de


oração e criou uma atmosfera de oração, você agora está pronto para ensinar.
Você não deveria ensinar de maneira doutrinal, mas de maneira experiencial.

Aplicar Todos os Pontos do Ensinamento à


Experiência Prática, Pessoal

Suponhamos que você esteja ensinando uma lição sobre a condição caída
do homem e a sua necessidade de salvação. Você não deve somente pedir aos
seus alunos para meramente memorizar e recitar todos os pontos relacionados à
condição caída do homem. Isso seria ensinar de maneira doutrinal. Se quiser
53
ensinar de maneira experiencial, você deve ajudar os jovens a perceber que eles
são caídos. Você pode pedir a eles que pintem um quadro da própria condição
caída deles, não apenas memorizar os vários pontos doutrinais. Tome, por
exemplo, a questão de mentir. Com respeito a isso, esses em sua classe devem vir
a perceber que, porque nasceram em pecado, não há necessidade de aprenderem
a mentir; eles mentem espontaneamente. Ensinar dessa maneira é não ensinar
segundo a doutrina, mas segundo a experiência.

Um dos pontos na lição sobre a necessidade do homem de salvação é que o


homem está debaixo da condenação de Deus. O homem pecou desobedecendo o
mandamento de Deus e assim veio para debaixo da Sua condenação. Se ensinar
de maneira doutrinal, você fará perguntas como as seguintes: Quais são os
mandamentos de Deus? O que significa ser condenado? Qual é o significado de
estar sob a condenação de Deus? Se quiser ensinar de maneira experiencial, você
deve ajudar seus alunos a perceber que eles pecaram desobedecendo manda-
mentos específicos. Além disso, você deve mostrar a eles que frequentemente
desobedecem as exigências da sua consciência. Você pode perguntar-lhes, “Vocês
podem dizer que nunca desobedeceram as suas consciências? Se vocês
desobedeceram as suas consciências, então seguramente vocês pecaram.” Ao
falar a eles dessa maneira, você os ajudará a perceber experiencialmente o que
significa estar sob o julgamento de Deus.

Aprenda em sua maneira de ensinar a tocar os outros experiencialmente.


Aplique cada ponto de seu ensinamento à situação pessoal e prática deles.

Não Dar Conferências, mas Falar de Maneira Pessoal

Quando estiver ensinando os jovens em sua classe, você deve frequente-


mente falar com eles de maneira pessoal e prática. Por exemplo, você pode dizer,
“Você não fica infeliz quando seu irmão ou a irmã tem algo que você não tem?
Você não odeia isso? Da mesma forma, você não ofendeu seus pais muitas vezes?
Você não tem uma profunda sensação de que é errado ofender seus pais? Você
não percebe que deve honrar, respeitar, considerar e amar seus pais?” Em vez de
apenas abordar os pontos no livro de exercício, fale com os jovens de maneira
muito pessoal. Cada ponto da lição deve ser apresentado de maneira que isso crie
uma impressão experiencial. Aplique cada ponto à situação atual deles.

Quando você ensinar uma classe na Escola da Verdade de Verão, não tome
o caminho de dar mensagens ou conferências. Em vez disso, você precisa ter
conversas pessoais com os jovens, ensinando cada ponto experiencialmente.
Quando estiver falando com eles, você deve ficar atento sobre cada um, prestando
atenção particular às expressões deles. Isso o ajudará a conhecer as necessidades
de seus alunos. Então na próxima aula você deverá se empenhar para satisfazer
essas necessidades. Enquanto o Senhor conduz você, você pode falar com alguém
em particular e então pedir-lhe que ore com você. Desse modo você os ajudará a

54
se abrirem, fortalecerá o espírito de oração deles, e os introduzirá na experiência
das verdades que está apresentando.

O princípio é o mesmo com a pregação do evangelho. Quando pregamos o


evangelho, não devemos apenas reunir as pessoas e dar-lhes uma mensagem.
Devemos ter um contato pessoal, direto, com as pessoas. Podemos dar uma men-
sagem, mas posteriormente, de acordo com a condição dos participantes, precisa-
mos falar com eles de maneira pessoal sobre as suas necessidade. Então devemos
orar com eles. Todos nós precisamos aprender a fazer isso.

Despertar um Espírito de Oração

A coisa mais difícil para nós fazermos ao ensinar de maneira experiencial é


conseguir pessoas que orem conosco. Você pode ser capaz de dar uma mensagem
e falar com outros, mas quando chegar ao ponto onde é necessário orar, você
pode estar sem o espírito de oração. Se você estiver sem o espírito de oração, você
não poderá despertar um espírito de oração em outra pessoa. Se você quer
despertar um espírito de oração na pessoa com quem está falando, você deve ser
uma pessoa que está cheia do espírito de oração.

Espero que haja muita oração em sua classe na Escola da Verdade de


Verão. A oração adequada realizará pelo menos três coisas. Impressionará os
jovens de maneira experiencial com os pontos da lição; despertará o espírito de
oração dentro deles; e isso os fará com que se tornem vivos. Aqueles que frequen-
tam tal escola de verão certamente se tornarão muito vivos.

Não vamos meramente treinar os jovens em nossa escola de verão com o


conhecimento da verdade. O mero conhecimento doutrinal é vão, e eu não confio
nisso. Antes, vamos impressionar os jovens com verdades como a realidade da
economia de Deus. Essa é a verdade na qual estamos encarregados de dar aos
nossos jovens. Para levar a cabo esse encargo, você precisa pôr em prática todos
os pontos que abordamos nesta mensagem. Seja governado por uma visão clara
da economia de Deus; reavive a chama do dom de Deus que está dentro de você;
e seja uma pessoa de oração com uma atmosfera de oração que pode despertar
um espírito de oração em outros. Como professor na Escola da Verdade de Verão,
você deve estar pronto para orar a qualquer momento. Então você poderá
ensinar.

55
TREINAMENTO DE
PROFESSORES

CAPÍTULO QUATRO
CONHECER A ESTRUTURA DA VERDADE, SER SATURADO COM
A VERDADE, E TRANSFORMAR DOUTRINA EM EXPERIÊNCIA

Leitura bíblica: 1Tm 2:4; 3:15; 2Tm 2:15, 25

Os livros de 1 e 2 Timóteo foram escritos para lidar com o declínio da igreja


e inocular os crentes contra esse declínio. Isto é especialmente verdade de 2
Timóteo, que foi escrito na época quando as igrejas estabelecidas por meio do
ministério de Paulo no mundo gentio estava num curso de degradação. Aquela
situação era uma prefigura da situação de declínio no cristianismo de hoje. Por
causa da influência desse declínio, precisamos treinar nossos jovens com tudo o
que Paulo ensinou Timóteo. Esse tipo de ensinamento será uma forte inoculação
contra o declínio e degradação da igreja. O fato de Paulo escrever acerca de “os
últimos dias” (2Tm 3:1) indica que seus escritos não só se aplicaria ao seu tempo,
mas também se aplicaria aos tempos nos quais vivemos. Todos nós precisamos
ser inoculados contra o declínio por conhecer a verdade revelada nesses dois
livros.

O PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE

A questão da verdade é fortemente enfatizado em 1 e 2 Timóteo. Paulo nos


fala que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). O declínio da igreja foi devido à falta do
conhecimento adequado da verdade. Em 1 Timóteo o declínio foi introduzido
sutilmente através dos diferentes ensinamentos (1:3), e em 2 Timóteo desen-
volveu-se abertamente e até mesmo piorou por meio de heresias (2:16-18). Para
lidar com tal declínio, a verdade deve ser mantida. Primeira Timóteo enfatiza que
Deus deseja que todos os Seus salvos tenham o pleno conhecimento da verdade e
que a igreja seja a coluna e base da verdade (3:15). Segunda Timóteo enfatiza que
a palavra da verdade deve ser exposta correta e retamente sem distorção (2:15) e
que aqueles que divergiram devem voltar à verdade (v. 25).

Infelizmente, a palavra verdade tem sido erroneamente compreendida.


Muitos leitores da Bíblia consideram verdade como uma questão de doutrina.
Especialmente em 1 Timóteo e 2 Timóteo, no Novo Testamento, verdade não se
refere à doutrina, mas às coisas reais reveladas no Novo Testamento a respeito de
Cristo e a igreja segundo a economia neotestamentária de Deus. Se quisermos ter
a compreensão adequada da palavra da verdade no Novo Testamento, precisamos

56
perceber que ela denota todas as realidades da economia divina como o conteúdo
da revelação divina, transmitida e manifestada pela Palavra santa (veja nota 6 em
1 João 1:6).

A ESTRUTURA DA VERDADE É O DEUS TRIÚNO


COM SUA REDENÇÃO TODO-INCLUSIVA

Antes de você começar a ensinar os jovens na Escola da Verdade de Verão,


você precisa receber a inoculação de Paulo e ser enchido, encharcado e saturado
com a verdade. Se você estudar 1 e 2 Timóteo cuidadosamente, verá que a
estrutura desses dois livros é de fato a estrutura da verdade e que a estrutura da
verdade é o elemento da inoculação de Paulo.

Qual é o elemento dessa inoculação? Qual é a estrutura da verdade? Por


meio de uma leitura cuidadosa de 1 e 2 Timóteo podemos perceber que a
estrutura da verdade é o Deus Triúno com Sua redenção todo-inclusiva. A
redenção de Deus implica, ou inclui, salvação. A redenção foi realizada por Deus.
Quando a redenção realizada por Deus é aplicada a nós, ela se torna salvação.
Assim, salvação é nossa experiência da redenção de Deus. A estrutura da verdade
divina é nada menos que o Deus Triúno mais a Sua redenção que se torna nossa
salvação.

Para ensinar os jovens de maneira viva, você precisa aprender todos os


aspectos da verdade nas Escrituras com respeito ao Deus Triúno — o Pai, o Filho,
e o Espírito. Isso significa que você precisa ser saturado com a verdade, a
realidade, da Trindade Divina. Além disso, você precisa mergulhar na verdade
acerca da redenção divina — como foi planejada pelo Pai, como foi realizada pelo
Filho, e como é aplicada pelo Espírito. Então você precisa ter uma visão clara de
como a redenção realizada pelo Deus Triúno se torna nossa plena salvação.

A PLENA SALVAÇÃO DE DEUS

O assunto geral das primeiras séries de lições na Escola da Verdade de


Verão é a plena salvação de Deus. A plena salvação de Deus é de fato igual à
verdade, porque o Deus Triúno com Sua redenção todo-inclusiva é a estrutura da
verdade. Pelos escritos de Paulo essa verdade se tornou uma inoculação contra o
declínio do cristianismo. Por um lado, podemos falar da estrutura da verdade; por
outro, podemos falar do elemento da inoculação. Essa inoculação é como uma
dose de remédio que contém vários elementos. Os elementos na “dose” ministrada
por Paulo como uma inoculação são o Deus Triúno — o Pai, o Filho e o Espírito —
e Sua redenção todo-inclusiva.

Ao ajudar os jovens a experienciar a plena salvação de Deus, você tem que


desvendar a eles a condição caída deles, que envolve pecado, Satanás, o mundo e
o sistema satânico. Essas coisas negativas estão relacionadas à condição atual
dos salvos. Se quisermos experienciar e desfrutar a plena salvação de Deus,

57
devemos considerar nossa condição e seu envolvimento, com o pecado, Satanás,
o mundo, e muitas outras coisas negativas.

PREPARAR-SE PARA ENSINAR AO SER SATURADO


COM A VERDADE DA ECONOMIA DE DEUS

Quando se preparar para ensinar, você não deve pôr sua confiança somen-
te no livro de exercícios nem no compêndio. Você precisa se aprofundar na
verdade a respeito da plena salvação de Deus. Isso significa que você precisa ser
saturado com um conhecimento completo, percepção e experiência do Deus
Triúno com Sua redenção todo-inclusiva em relação a todos os aspectos da
condição caída do homem. Se preparar para ensinar, não é adequado simples-
mente ler o livro de exercícios. Como um professor na Escola da Verdade de
Verão, você precisa ser encharcado e saturado com a verdade. Espero que você
seja impressionado com sua necessidade de aprofundar na verdade divina que é
a realidade do Pai, o Filho e o Espírito e de Sua redenção todo-inclusiva compre-
endida em relação à condição do homem caído.

Quando ouvir isso, você pode ficar aborrecido e sentir que não está qualifi-
cado para ensinar os jovens. Eu rogo a você que não se sinta dessa maneira. Sua
experiência pode ser limitada, mas a quantidade de experiência que você tem o
qualifica.

Em seu ensinamento não fale coisas estranhas para despertar a curiosi-


dade das pessoas. Também, não faça uma exibição de seu conhecimento sobre
outros assuntos, como história ou ciência. É vergonhoso fazer uma exibição. Você
deve estar focalizado na economia de Deus e deve ser restringido pela economia
de Deus. Durante todo o tempo de aula, o qual de fato é totalmente limitado,
devem ser usados para apresentar a verdade da economia de Deus.

Uma vez mais eu desejo mostrar que você precisa ser encharcado completa-
mente e saturado com a verdade divina. A escola de verão não só deve ser uma
escola para os alunos, mas também a todos os professores. Espero que você seja
o primeiro a aprender a verdade. Você não pode ensinar outros sem primeiro
ensinar a si mesmo. Do mesmo modo, você não pode ministrar determinada coisa
a outros sem você mesmo primeiro experimentar e desfrutar essa questão. Você
pode ministrar a outros somente o que você mesmo desfrutou. Caso contrário,
seu ensino será meramente doutrinal e assim será em vão.

ENSINAR DE MANEIRA EXPERIENCIAL EM VEZ


DA MANEIRA DOUTRINAL

Vamos agora continuar considerando a questão prática de ensinar de ma-


neira experiencial em vez da maneira doutrinal. Suponha você esteja ensinando a
lição dezessete sobre transformação. O livro de exercícios diz, “Transformação é o
resultado da santificação e está relacionada à alma do homem”. Pedir aos alunos
para meramente entender e memorizar os fatos é ensinar de maneira doutrinal.
58
Se você quiser ensinar de maneira experiencial, você deve ter comunhão com os
jovens e considerar por que a transformação é o resultado da santificação.
Fazendo isso você mudará seu ensino de doutrina para experiência. Essa
comunhão experiencial os impressionará profundamente.

Quando você fala dessa maneira sobre o porquê a transformação é o resul-


tado da santificação, um dos alunos pode oferecer uma explanação. Ele pode
dizer que santificação nos separa, nos muda, e faz com que nos tornemos santos
com a natureza santa de Deus e que o resultado é uma mudança metabólica, a
qual é transformação. Se alguém falar dessa maneira, você deve imediatamente
fazer-lhe certas perguntas: “E quanto a você? Você foi mudado com a natureza
santa de Deus? Seu ser tem-se tornado santo por meio da natureza divina?” essa
maneira de ensinar é experiencial.

Entretanto, se você não estiver encharcado na verdade a respeito da santifi-


cação e se não tiver qualquer experiência de santificação, você tem não tem
escolha a não ser ensinar as pessoas doutrinariamente. Você não será capaz de
fazer nada além de simplesmente repetir o que leu no livro de exercícios. Tendo
sido “educado” com a doutrina das letras, você então ensinará a doutrina que
transformação é o resultado da santificação e está relacionada à alma do homem.
Mas nem você nem os alunos conhecerão a verdade, a realidade, da santificação e
transformação. Considerando que não tem nenhuma experiência, você não pode
ministrar vida aos jovens em sua classe. Antes, você passará mero conhecimento,
como se estivesse ensinando numa escola teológica. Se você ensinar dessa
maneira, você arruinará a escola de verão e até mesmo danificará seus alunos.

TRANSFORMAR DOUTRINA EM EXPERIÊNCIA

A fim de ensinar de maneira experiencial, você deve transformar cada ponto


na lição de doutrina em experiência para ensinar de maneira experiencial.
Suponhamos que uma lição em particular tenha cinco pontos. Em sua prepa-
ração, você deve tentar transformar cada ponto de doutrina em experiência. Isso
requer prática. Depois de fazer tal transformação durante seu tempo de prepa-
ração, você deve falar então com os jovens sobre cada ponto nos moldes da
experiência. Quanto mais você falar dessa maneira, mais eles serão desvendados.
Eles verão uma visão que os exporá, e espontaneamente serão introduzidos na
experiência do próprio assunto que você tem apresentado.

Porém, se meramente ensinar à maneira de dar doutrinas por meio dos


materiais impressos, você não fará nada além de dar algum conhecimento às
mentes de seus alunos. Como resultado, eles não ganharão nada de maneira
experiencial. Além disso, o conhecimento que eles ganharão poderá danificá-los.
Mais tarde, em outra ocasião, quando ouvirem falar uma palavra sobre transfor-
mação, eles poderão dizer, “Eu já sei isso. Eu ouvi tudo sobre isso na Escola da
Verdade de Verão. Eu sei que transformação é o resultado de santificação e está
relacionado à alma de homem. Eu também sei que transformação significa que
59
uma certa substância muda em natureza e em forma.” Nós não devemos danificar
os jovens dando-lhes mero conhecimento. A fim de beneficiá-los com a verdade,
devemos sempre ensiná-los de maneira experiencial. Essa é uma questão muito
básica.

Nós também devemos falar de maneira experiencial na vida da igreja. Nas


reuniões, na comunhão, no pastorear os santos, e ao visitar os outros para
pregar o evangelho, precisamos aprender a não falar de maneira doutrinal, mas
de maneira experiencial. Falando dessa maneira, nós “abateremos dois pássaros
com uma só pedra” — o “pássaro” da experiência e o “pássaro” da doutrina.
Então aquele para quem você está falando adquirirá a doutrina junto com a
experiência. Espero que todos vocês se empenhem para praticar isso de agora em
diante.

No ministério na restauração do Senhor, nós não apresentamos nossos


ensinamentos à maneira de doutrina, mas à maneira de vida. Por isto nosso
estudo da Bíblia é chamado de estudo-vida. Porém, embora não damos ênfase a
doutrina, nossa maneira de ensinar transmite muito doutrina. Cada mensagem
de nosso estudo-vida das Escrituras transmite determinada quantidade de
doutrina, contudo a impressão causada no leitor não é a impressão de doutrina,
mas a impressão de experiência e desfrute de Deus, Cristo e o Espírito. Por fim, a
pessoa aprende alguma doutrina, mas ela é uma doutrina experiencial, uma
doutrina que é aprendida por meio de experiência.

Creio que ensinar na Escola da Verdade de Verão será uma boa oportu-
nidade para você aprender algo. Se tentar transformar cada ponto nas lições em
experiência, você mesmo será ajudado. Você pode perceber que não sabe como
transformar doutrina em experiência, porque é carente de experiência. Isso o
exporá, e então você saberá onde está. Você verá que pode conhecer muitas
coisas como doutrinas, mas não as conhece na experiência. Então quando estiver
preparando uma lição, você pode começar a conferir a si mesmo considerando
sua experiência. Você pode se perguntar ponto por ponto, “Eu tenho a experiên-
cia desse assunto? Minha experiência desse ponto é adequada? Eu sou capaz de
ensinar outros sobre esse ponto de maneira experiencial?” Você pode concluir
que sua experiência nem mesmo é adequada para um testemunho, muito menos
para ensinar uma classe de jovens. Isso pode levá-lo a orar, “Senhor, tenha
misericórdia de mim. Preciso de alguma experiência desse assunto.” Essa é a
maneira de se preparar para ensinar cada lição.

Gostaria de encorajá-lo a preparar-se não somente por si mesmo, mas com


outros que estarão ensinando jovens. Reúna-se com vários outros e confiram
cada ponto de cada lição de acordo com a experiência. Além disso, pratique
transformar os pontos doutrinais em experiência. Esta será uma boa preparação
para ensinar de maneira experiencial. Se você fizer isso, a escola de verão não só
será um grande benefício aos jovens, mas a toda a igreja. Vamos tomar esse
caminho para ensinar os jovens na Escola da Verdade de Verão.
60
A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ AO LEVANTAR A PRÓXIMA

GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem Um

Conhecer a Era e Edificar a Próxima Geração como Sementes do Evangelho

Leitura Bíblica: Rm 13:11-12; Ap 22:20; Mt 24:14, 37-39; Rm 1:14-16; 10:10;

Mt 10:32-33; Ef 4:12-16

I. Todos nós precisamos conhecer a era em que estamos, qual a presente revelação de
Deus, onde devemos estar, o que devemos fazer, e em que fluir devemos entrar; o tempo é
abreviado, e o dia da segunda vinda do Senhor está se aproximando – Rm 13:11-12; Ap
22:12, 20; cf. Mt 24:37-39; 2Tm 3:1-3.

II. Se o Senhor adiar Sua volta por cinco, dez, quinze, ou vinte anos e Ele quiser cumprir
algo, o encargo deverá ser confiado aos jovens – Mt 24:14; 28:19-20.

A. O futuro do mover do Senhor e a expansão da restauração é totalmente dependente da


próxima geração; o Senhor precisa de filhos e jovens para o futuro de Sua restauração – 1
Tm 4:12.

B. “Seus olhos devem estar abertos. Não fique tão ocupado exteriormente. Vocês devem
trabalhar nos jovens, os estudantes de ensino médio e universitários. Vocês devem
trabalhar também nas crianças até que a cada semana haja ao menos cem mil crianças
sendo ensinadas por nós. Aqueles que têm seis ou sete anos agora serão universitários em
dez anos. Se vocês decidirem fazer isso, vocês definitivamente terão sucesso.” (The
Ultimate Significance of the Golden Lampstand, p. 55)

C. Nenhuma família desprezará seus filhos; como prioridade uma família deve cuidar de
seus filhos, supri-los, e ensiná-los; assim, devemos servir os muitos filhos na família de
Deus – 2Tm 3:15; 1:5.

D. Todas as igrejas devem ter um serviço de crianças; se servirmos essas crianças, elas
todas serão jovens irmãos e irmãs após seis ou sete anos.

E. Nossa obra para o Senhor deve ter uma visão de longo prazo; o benefício disso será
muito grande; assim, estou instando os presbíteros e cooperadores a proverem o serviço

61
de crianças, para levar todas as irmãs a participar, e para selecionarem e treinarem
algumas irmãs jovens para serem professoras.

F. O Senhor preparou este ambiente para nós; seremos tolos se não segurarmos esta
oportunidade; devemos aproveitar tal oportunidade para ganhar mais crianças de modo
que possamos produzir pessoas úteis para a obra do Senhor:

1. A despeito de quanto esforço usamos para pregar o evangelho, podemos não ser
capazes de levar muitas pessoas à salvação em um ano; se cultivarmos nossos filhos, eles
se tornarão irmãos e irmãs jovens em seis ou sete anos.

2. Se decidirmos laborar fielmente nessa questão, quando as crianças que têm cinco ou seis
anos tiverem onze ou doze anos, elas serão salvas e batizadas; esse é um meio muito mais
efetivo de obter o crescimento do que pregar o evangelho; mais ainda, os que são ganhos
dessa maneira terão bom fundamento – 1Tm 6:19.

III. No passado nossa obra se centrava nas pessoas da comunidade; não dávamos atenção
suficiente ao serviço para os jovens; hoje as pessoas envolvidas com educação e negócios
colocam toda sua energia nos jovens; elas focam a segunda geração; as igrejas devem fazer
o mesmo – Mt 13:3:

A. Suponha que a igreja reúna todas as crianças em reuniões de crianças e gaste seis anos
para lhes dar educação espiritual; após seis anos elas serão todas jovens santos:

1. Sem sair para pregar o evangelho, em seis anos podemos ter muitos santos jovens; isso é
mais efetivo que pregar o evangelho.

2. Após serem batizadas, essas crianças estarão no ensino fundamental e se tornarão


sementes do evangelho em suas escolas; podemos pregar o evangelho por meio delas e
salvar estudantes nas escolas de ensino fundamental.

3. Após receberem nosso cuidado, esses santos serão sementes de evangelho ao entrarem
no ensino médio; ao pregarem o evangelho eu suas escolas, estudantes serão salvos e
nutridos.

4. Ao se graduarem no ensino médio e entrarem na faculdade, eles novamente serão


sementes de evangelho; dessa maneira multiplicaremos infinitamente; que obra preciosa
será!

B. Há muitos jovens e crianças nas igrejas; nossos irmãos e irmãs estão em muitas escolas e
universidades:

IV. Devemos ajudar os novos crentes e os jovens a estarem no evangelho imediatamente


após sua salvação – Rm 10:10; cf. At 9:20:

62
A. Assim que alguém crê no Senhor, ele deve confessar o Senhor diante dos homens; se ele
não pode falar quando é jovem, provavelmente não conseguirá falar quando crescer.

B. A Bíblia enfatiza fortemente a necessidade de confessar com a boca além de crer no


coração – Rm 10:10:

C. Se não confessamos com nossa boca, se somos cristãos secretamente, provaremos muito
mais dificuldade do que aqueles que são cristãos abertamente; nossa tentação será muitas
vezes maior do que a tentação dos que confessam o Senhor abertamente – Mt 10:32-33; Jo
9:22; 12:42-43.

V. Precisamos aperfeiçoar e treinar os jovens; quando os jovens crescem, nós não apenas os
ajudamos a crescer, mas também os aperfeiçoamos e treinamos – Ef 4:12-16:

A. Precisamos seguir a direção do Senhor; devemos suplicar que o Senhor não apenas
prepare um lugar grande para um treinamento, mas também nos guie em como cumprir
tal treinamento.

B. Após esses dois treinamentos podemos mobilizar os estudantes para o mover do


evangelho; os estudantes se encarregam dos convites, recepção, festas do amor e podem
até ser responsáveis pelos testemunhos; por sua vez, nós os ajudaremos ministrando uma
mensagem de evangelho forte.

63
A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ

AO LEVANTAR A PRÓXIMA GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem Dois

Santificar a Nós Mesmos Por Causa dos Filhos

Leitura Bíblica: Jo 17:19; Ef 5:26-27; Nm 6:3-4; 1Pe 1:2; 1Ts 5:23; Rm 13:14; Jz 13:12-14

I. Apesar do Filho ser totalmente santo em Si mesmo, Ele ainda Se santificava em Sua
maneira de viver enquanto estava na terra para estabelecer um exemplo de santificação
para Seus discípulos – Jo 17:19; Ef 5:26:

A. Havia muitas coisas que Ele poderia ter feito que não eram contrárias a Sua própria
santidade; não obstante, Ele evitou fazê-las por causa da fraqueza dos discípulos – Jo
17:19.

B. Em muitas questões a fraqueza dos discípulos direcionou o Senhor e restringiu Sua


liberdade; O Senhor podia fazer muitas coisas, mas Ele não as fez porque não quis que os
discípulos entendessem mal ou tropeçassem.

C. A fim de sermos santos, precisamos primeiro ser separados para Deus posicionalmente
– 2Co 6:14-18:

1. Com respeito a nossa família, vizinhos, colegas, e amigos, precisamos ser separados;
muitos cristãos, entretanto, são salvos mas não separados.

2. Uma vez que uma pessoa é salva, ela também deve ser separada; esta é a razão pela qual
um crente é chamado santo; ser santo é ser separado para Deus.

II. Os que têm filhos devem santificar a si mesmos por causa de seus filhos; isso significa
que devemos evitar fazer muitas coisas que poderíamos, por causa dos nossos filhos – Jo
17:17; Nm 6:1-12:

A. Não posso lhes dizer quantos cristãos fortes serão levantados em nossa segunda
geração se todos os pais desta geração forem bons pais; o futuro da igreja depende dos
pais.

B. Um nazireu era para se abster de vinho e qualquer coisa relacionada a sua origem,
tipificando que nós devemos nos abster de todas as coisas do desfrute e prazer terrenos,
que levam à conduta e intenção sensual – Nm 6:3; cf. Jz 13:2-20; Sl 104:15; Ec 10:19; 2Tm
2:22; 3:1-5.

C. Nós precisamos ver que Deus confiou os filhos a nós; então devemos estabelecer um
padrão para nós mesmos em moralidade, em conduta, e em todos os julgamentos morais
com respeito ao certo e errado; devemos estabelecer um alto padrão para o que é ideal, e
também devemos estabelecer um padrão para nós mesmos nas questões espirituais:
64
1. Uma criança pode lembrar ou esquecer o que dizemos, mas o que ela vê certamente
permanecerá nela para sempre; ela desenvolve seu senso de julgamento a partir de vocês,
e ela também desenvolve seu sistema de valores a partir de vocês.

2. Todo pai deve lembrar que suas ações serão repetidas em seus filhos; suas ações não
cessarão com você; toda a vida de um filho cristão depende do comportamento de seus
pais – cf. 2Tm 1:5; 3:15.

3. Você deve santificar suas palavras; quando seus filhos falam, eles também devem
santificar suas palavras e serem cautelosos com elas; ao dizer algo errado, você deve fazer
uma pausa para admitir seu erro; dessa maneira você treinará seus filhos a santificarem
suas palavras – 1Tm 4:12.

D. Devemos perceber que os pais devem exercitar o autocontrole, sacrificando sua própria
liberdade; Deus entregou um corpo humano, com uma alma, em nossas mãos; se não
exercitarmos o autocontrole e desistirmos de nossa liberdade, teremos um tempo difícil
respondendo ao Senhor no futuro.

E. Devemos ver que para levarmos os filhos ao Senhor de uma maneira genuína,
precisamos ser uma pessoa que anda com Deus; não devemos enviar nossos filhos a Deus
apenas apontando nossos dedos ao céu; precisamos andar adiante deles:

1. Após Enoque ter gerado Matusalém, a Bíblia diz que ele andou com Deus; quando o
encargo da família estava sobre ele, ele sentiu que sua responsabilidade era muito grande
e que ele não podia fazê-lo por si mesmo; assim ele começou a andar com Deus – Gn 5:21-
22.

2. Quando Sansão estava no ventre de sua mãe, ele foi santificado para ser um nazireu;
Sansão foi um nazireu desde a barriga de sua mãe até o fim de sua vida – Jz 13.

3. Ana orou desesperadamente não por si principalmente, mas para Deus; ela prometeu a
Deus que se Ele lhe desse um filho, ela o daria de volta a Ele por meio do voto de nazireu –
1Sm 1.

4. As filhas de Ló se corromperam por viverem na cidade pervertida; nós vivemos numa


era maligna e precisamos de proteção; nossa família e nossos filhos devem ser protegidos
– Gn 19.

F. Nós devemos guardar, preservar, guardar seguro, nosso vaso limpo em santificação
diante de Deus; ele deve ser santo, separado, e saturado com Deus e também mantido em
honra diante do homem – 1Ts 4:4.

III. De acordo tanto com o Antigo Testamento quanto com o Novo Testamento, a primeira
coisa que devemos eliminar por causa da habitação de Deus são nossos ídolos:

65
A. Jacó também encarregou todos de purificarem a si mesmos; não devemos apenas jogar
fora os ídolos estranhos, mas também purificar todo o nosso ser; todo o nosso ser, maneira
de vida e expressão devem ser mudados – Gn 35:2; 2Co 7:1.

B. Em adição a jogar os ídolos estranhos e purificar a si mesmos, eles trocaram suas vestes;
segundo a Bíblia, trocar as vestes significa mudar nossa maneira de vida – Gn 35:2.

C. O material utilizado para fazer o bezerro de ouro em Êxodo 32 foi o ouro dos brincos
pertencentes aos filhos de Israel; esse registro torna claro que o embelezamento próprio
leva à idolatria – Êx 32:1-3.

66
A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ

AO LEVANTAR A PRÓXIMA GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem Três

A Pessoa, Viver e Responsabilidade dos Pais

Leitura Bíblica: 1Ts 1:5; 2Co 6:1, ; Jo 1:12-13; 2Co 5:17; 1Jo 3:2; Fp 1:19-21a; 3:10; Dt 6:7; Sl
78:5-7; Jl 1:3; At 2:38-39; Ef 6:4; 2Tm 1:5; 3:15; Gl 6:7-8

I. Deus dá mais atenção ao que somos do que ao que fazemos ou podemos fazer; Ele Se
importa com o tipo de pessoa que somos e com o tipo de vida que vivemos – 1Ts 1:5:

A. Na igreja a coisa mais importante é a pessoa; a pessoa é o caminho e a pessoa é a obra


do Senhor; o que você faz é o que você é – Jo 5:19; 6:57; Fp 1:19-26; At 20:18-35; Mt 7:17-18;
12:33-37.

B. O cabeça da casa administra a família por sua pessoa; é a pessoa que administra a
família, não é um método que o faz – 2Co 6:1, (nota 1):

1. Todos nós sabemos que para fazer qualquer coisa, primeiro há a necessidade de uma
pessoa para fazê-lo; a seguir vem o método; não há necessidade de um bom método de
administração; antes, há necessidade de uma boa pessoa para administrar.

2. Tão logo nos envolvemos com métodos, caímos em pretensão; genuinidade denota uma
consistência por dentro e por fora.

II. Precisamos ver que somos homens-Deus, nascidos de Deus e pertencentes à espécie de
Deus; este é o início do viver do homem-Deus – Jo 1:12-13; 1Jo 3:2:

A. Somos regenerados de Deus Espírito para ser espíritos – deuses (Jo 3:6b) pertencendo à
espécie de Deus para ver e entrar no reino de Deus – Jo 1:12-13; 3:3, 5-6; 1 Jo 3:9:

1. Ver quem nós somos e perceber quem nós somos nos revoluciona – 2 Co 5:17.

2. Se percebermos que, como filhos de Deus, nós somos Deus em vida e natureza, seremos
radicalmente mudados; a atmosfera e tudo relacionado a nós também será mudado – Jo
1:12-13; 1Jo 3:2.

3. Se todos os cristãos de hoje percebessem que são Deus em vida e natureza, todo o
mundo seria diferente.

4. Ao pensarmos em nós mesmos como homens-Deus, esse pensar, essa percepção, nos
revoluciona em nossa experiência diária.

B. Nós precisamos ter um viver de homem-Deus em nosso casamento; se um irmão casado


viver a vida de um homem-Deus em sua vida de casado, ele será um verdadeiro homem-

67
Deus ao amar sua esposa; da mesma maneira, se uma irmã casada viver a vida de um
homem-Deus eu sua vida de casada, ela será uma boa esposa. – Fp 1:19-21a; 3:10:

1. “Nós vivemos Cristo em casa com nosso marido ou esposa e com nossos filhos? Nós
precisamos de um verdadeiro reavivamento para sermos homens-Deus que vivem uma
vida de sempre negar a nós mesmos e ser crucificados para viver Cristo para a expressão
de Deus.” (Estudo-Vida de 1 e 2 Crônicas, p. 77).

2. “Precisamos ser cuidadosos em cada detalhe. Por exemplo, ao falar com nossa esposa,
temos que falar segundo o espírito. Precisamos andar em todas as coisas segundo o
espírito (Rm 8:4). Precisamos estar acautelados e precisamos estar alertas para que o que
quer que digamos, o que quer que façamos, o que quer que expressemos, nossa atitude,
nosso espírito, e nossa intenção deve ser purificada pelo Espírito que dá vida, composto,
todo-inclusivo.” (p. 49).

III. À parte do livro de Provérbios, o Antigo Testamento não parece nos dar muito
ensinamento a respeito da paternidade, mas há alguns bons exemplos – Êx 12:3-7; Dt 6:7-9,
20-21; 11:18-21; Sl 78:5-7; Jl 1:3:

A. Adão e Eva foram salvos, e eles transmitiram a palavra de salvação à geração seguinte;
nós também devemos compartilhar essas coisas com nossos filhos, contando-lhes a triste
história da queda do homem e proclamando a eles as boas novas da salvação de Deus.

B. “Por fé Abel ofereceu a Deus um mais excelente sacrifício”; uma vez que Abel tinha tal
fé, exercitou essa fé, e ofereceu um sacrifício a Deus em consonância com essa fé, ele deve
ter ouvido de seus pais a pregação das boas novas – Hb 11:4.

C. Noé herdou os caminhos de Deus de seus antepassados: Noé herdou o caminho da


salvação de Deus de Adão, o caminho da oferta de Abel, o caminho de invocar o nome do
Senhor de Enos, e também o caminho de andar com Deus de Enoque.

D. Para preparar Moisés, Deus preparou pais divinos que o infundiram com os
pensamentos divinos após seu nascimento; através da infusão de seus pais, Moisés teve o
pensamento e conceito divinos que precisava para resgatar os filhos de Israel – Êx 2:7-9;
Hb 11:24-25.

E. Com exceção de Josué e Calebe, os que estavam qualificados e prontos para tomar posse
da boa terra eram os mais jovens, a segunda geração – Dt 1:35-36; 11:2-7; Nm 14:29-31:

1. A Segunda geração não passou por tudo quanto a primeira geração passou, mas eles
receberam e benefício do que a primeira geração experimentou.

2. O que os mais velhos experimentaram foi muito efetivo para edificar os jovens;
portanto, Deus pôde preparar dentre a segunda geração mais de seiscentos mil homens
com uma rica herança e um forte antecedente que estavam qualificados para formar um
exército para lutar pelo reino de Deus.
68
3. O princípio é o mesmo conosco na restauração do Senhor hoje; o que os mais velhos
experimentaram está sendo transmitido para os mais novos e será muito efetivo para
edificá-los e prepará-los para lutar com Deus e por Deus.

IV. O Novo Testamento dá muita atenção aos ensinamentos dos pais e não dá muita
atenção aos ensinamentos sobre ser filhos; tanto Efésios 6 quanto Colossenses 3 dão mais
ênfase aos pais do que aos filhos – At 2:38-39; Ef 6:4; Cl 3:21; 2Tm 1:5; 3:15:

A. Se tentarmos resumir as palavras da Bíblia com respeito à paternidade, a coisa principal


que os pais devem fazer é alimentar seus filhos no ensinamento e admoestações do Senhor
e não provocá-los à ira ou desencorajá-los; isso significa que os pais devem exercitar o
autocontrole e não serem frouxos de modo algum – Ef 6:4; 1Ts 2:7.

B. A fé de Timóteo habitou, primeiro, em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e foi
transmitida a ele – 2Tm 1:5; 3:15; Ef 6:4.

C. A oração poética de Maria é composta de muitas citações do Antigo Testamento


mostrando que o Senhor Jesus cresceu numa família que era cheia do conhecimento e
amor pela Palavra santa de Deus.

V. Nós devemos perceber que a vida cristã é uma vida de semeadura; tudo o que fazemos
é algum tipo de semear, ou na carne ou no Espírito; onde quer que estejamos ou o que
quer que façamos, estamos semeando sementes – Gl 6:7-8:

A. Tudo o que dizemos a nossos filhos e fazemos com eles é uma semente semeada neles.

B. Na vida da igreja estamos constantemente semeando pequenas sementes; ser


cuidadosos em nosso semear é ser vigilantes com respeito ao nosso viver.

69
A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ

AO LEVANTAR A PRÓXIMA GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem Quatro

Cooperar com Deus para Seu Mover como Pais Encarregados de Seus Filhos

para levá-los a Conhecer o Senhor

Leitura Bíblica: Mt 26:6-13; Sl 110:3; Lc 10:38-42; Mt 6:33; Ef 6:4; Gl 6:7-8

I. O cumprimento da profecia do Senhor a respeito da edificação de Sua igreja e a


preparação de Sua noiva O trará de volta; agora é o tempo do Senhor cumprir Sua profecia
por meio dos vencedores, que cooperam e se coordenam com Cristo em Seu ministério
celestial para Seu mover atual e final – Mt 16:18; Ap 19:7-9; Mt 24:14.

II. Para sermos os vencedores do Senhor, devemos amar o Senhor e aproveitar as


oportunidades para amá-Lo – 26:6-13: A. Amar o Senhor com nosso melhor requer que
usemos tempo para louvá-Lo, ouvir Sua palavra e receber uma revelação a respeito Dele;
os vencedores têm as maiores revelações de Cristo e oferecem a si mesmos
voluntariamente ao Senhor no esplendor de sua consagração – Sl 110:3.

B. Maria assentou-se aos pés do Senhor e estava ouvindo Sua palavra; tendo ouvido e
recebido a palavra do Senhor e a revelação a respeito de Sua morte, Maria aproveitou a
oportunidade para ungi-Lo antes que Ele morresse – Lc 10:38-42; Mt 26:1-2, 12; cf. 16:21;
17:22-23; 20:18-19.

C. O Senhor prefere que Seus salvos, que O amam, O ouçam (Lc 10:39) para que possam
conhecer Seu desejo mais do que fazer coisas para Ele sem conhecer Sua vontade – cf. 1Sm
15:22; Ec 5:1.

III. O cumprimento da economia de Deus requer nossa cooperação, e cooperar com Deus
significa ser unidos com Cristo e viver com Ele por uma única vida – Jo 14:19a; 6:57: Gl
2:20:

A. O coração de Deus é levar a cabo Sua economia; a economia de Deus não é meramente
que sejamos bons, espirituais, santos, ou vitoriosos; Ele não deseja nem um homem bom,
nem um homem mau, mas um homem-Deus.

B. Ao invés de usurpar Deus ao orar por nossa prosperidade, saúde, ou família sem
nenhuma consideração com Sua economia, devemos orar, viver, e ser pessoas segundo o
coração de Deus e para Sua economia – Ef 1:9-11.

C. Todas as coisas necessárias à nossa existência humana precisam estar debaixo da


limitação divina; qualquer coisa que exceda nossa necessidade se torna mundana, e ela nos

70
frustra do propósito da economia de Deus; em todas as coisas a economia de Deus deve
ser o fator decisivo.

D. Quando a economia de Deus é levada a cabo entre o Seu povo, eles são abençoados:

71
1. Nosso bem-estar está ligado ao cumprimento da economia de Deus, e não devemos
buscar nosso bem estar à parte da economia de Deus – Mt 6:33.

2. Não devemos esperar prosperidade para nós mesmos; antes, devemos esperar que por
meio de nós o Senhor faça tudo quanto possível para cumprir Sua economia.

IV. Em nossa vida familiar, cooperar com Deus significa que temos um sentimento de que
algo nos foi confiado; nossos filhos vieram a nós de Deus e são para Ele; não queremos ver
nossos filhos precisando ser resgatados do mundo:

A. Estamos errados se não cuidarmos de nossos filhos; por favor, lembrem-se que é
responsabilidade dos pais assegurar que seus filhos tomem o caminho certo.

B. Quando os filhos são jovens, eles estão em nossas mãos e não podem fazer nada por si
mesmos; se você é frouxo consigo mesmo, você será frouxo com eles; nós precisamos
perceber que os pais devem exercitar o autocontrole, sacrificando sua liberdade.

C. Nenhum dos santos deve depender de outros para edificar seus filhos; é um conceito
errado depender da igreja para ter certos tipos de reuniões para edificar seus filhos.

D. Nós devemos cuidar de nossos filhos segundo o ensinamento do Senhor, mas por fim
sua salvação e busca do Senhor dependem da predestinação e escolha eterna de Deus; se
nosso cuidado com nossos filhos pudessem decidir seu futuro espiritual, isso seria
contrário à predestinação de Deus – Ef 1:4-5.

V. Devemos nutrir nossos filhos na disciplina e admoestação do Senhor; devemos dizer-


lhes o que é ser um cristão adequado ao ensiná-los a disciplina do Senhor – Ef 6:4:

A. Os pais devem ajudar seus filhos a ter aspirações adequadas; como você vive afeta a
aspiração de seu filho; os pais devem aprender a canalizar as ambições de seus filhos
numa direção adequada.

B. Muitos pais cultivam o orgulho de seus filhos e os encorajam a buscar vanglória


amontoando louvores sobre eles diante de outras pessoas; não precisamos machucar sua
autoestima, mas devemos apontar-lhes seu orgulho.

C. Um cristão precisa saber apreciar os outros; é fácil ser vitorioso, mas é difícil aceitar
derrotas; quando eles são derrotados, vocês precisam ensiná-los a aceitar sua derrota com
graça.

D. Desde sua juventude, devemos dar a nossos filhos uma chance de fazer suas próprias
escolhas; não devemos fazer todas as escolhas por eles até que eles atinjam a idade de
dezoito ou vinte, ou senão ser-lhes-á impossível tomar quaisquer decisões quando
crescerem.

E. Como cristãos, devemos treinar nossos filhos para administrar suas coisas adequada-
mente; devemos lhes dar a oportunidade de cuidar de seus pertences pessoais, de cuidar
72
de seus sapatos, meias, e outros afazeres; deixá-los saber como as coisas devem ser
manipuladas desde sua juventude.

A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ

AO LEVANTAR A PRÓXIMA GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem 5

73
Uma Breve Descrição dos Princípios Diretores para o Serviço de Crianças

Leitura Bíblica: Hb 11:7; Sl 127:3; 2Tm 3:15; Ef 4:7-16; Jo 15:2a, 6; Rm 16:1, 12, 13;
1Tm 4:12; Jz 5:15-16; Dn 11:32; 1Co 12:14-22

I. O OBJETIVO DO SERVIÇO DE CRIANÇAS – Devemos concentrar os esforços do nosso


serviço para focalizar as crianças e os jovens entre nós para que eles possam se tornar as
“sementes do evangelho” – Mt 13:3; cf. Dn 1:3-4.

II. O PROPÓSITO DO SERVIÇO DE CRIANÇAS – Edifique as crianças em sua


humanidade para serem seres humanos adequados – Rm 9:21, 32; 2Tm 2:20-21; 1Pe 2:5; Mt
16:18:

A. Hoje, muitos jovens foram danificados com respeito ao seu caráter; é por causa disso
que temos um serviço de crianças para as crianças; precisamos edificar o caráter delas –
Hb 10:39; 1Tm 3:7; At 6:3; Pv 28:20a.

B. Edificar uma humanidade adequada é o caminho de preparar as crianças para ser o


melhor material para receber a graça de Deus – Rm 9:21, 23; 2Tm 2:20-21; 1Pe 2:5; Mt 16:18:

1. É melhor ajudar as crianças crescerem em sua humanidade ajudando-as a conhecer o


que é um ser humano adequado; como honrar seus pais, e como ser uma criança adequada
– Ef 6:1; Cl 1:10; Pv 22:6.

2. Ao cuidar de seus filhos, os pais cristãos precisam pregar-lhes a lei; não devemos
primeiro pregar graça às crianças; devemos edificá-las com ética e moralidade adequadas
– 2Tm 3:15; Rm 13:1; Gl 3:24.

3. Porque as crianças são jovens demais para se comportarem segundo Cristo, elas devem
ser ensinadas a se comportarem segundo a cultura; crianças são preservadas pela cultura
enquanto estão crescendo – Rm 13:1; Gl 3:23.

III. O ALVO DO SERVIÇO DE CRIANÇAS:

A. As casas – Precisamos abrir nossas casas, não precisamos nos reunir com outros
primeiro; podemos iniciar nossa reunião de casa reunindo-nos com nossos membros
familiares – At 5:42; 2:46; 12:12:

1. Todos nós que temos esposa e crianças podemos ter uma reunião de casa; nós só nos
reunimos com nossos parentes, com nossa esposa, e com nossos filhinhos – At 12:12.

2. As reuniões nas casas dos crentes podem ser um testemunho frutífero aos vizinhos ao
redor, e eles fornecem uma oportunidade de testemunho e pregação do evangelho – Jo
19:35; 3Jo 12.

74
3. Essa influência é mais útil para as famílias de cristãos; desde cedo as crianças serão
rodeadas por uma atmosfera espiritual, e terão oportunidade constante de ver a realidade
das coisas eternas – Jo 14:17.

B. Os Vizinhos – Outra maneira de pregação do evangelho é pregar o evangelho às


crianças; isso exige que as irmãs tomem o encargo:

1. Em nossa vizinhança precisa haver uma reunião de crianças que não deve ser
considerada como uma reunião de crianças da igreja; isso é uma reunião de serviço de
crianças na vizinhança dos santos.

2. Depois de as crianças chegarem em casa da escola, os santos podem abrir suas casas e
preparar alguns salgadinhos para recebê-los; então podem cantar com as crianças, contar-
lhes histórias, e conduzi-las a conhecer Deus – cf. 2Rs 4:3.

3. Ganhar pessoas dessa maneira é muito seguro, porque elas são ensinadas por nós e
recebem o evangelho de nós desde sua juventude; assim, elas devem ser muito sólidas –
1Tm 4:12; cf. Lc 18:21.

C. A Reunião de Crianças – Esperamos que o serviço de crianças entre nós seja


prevalecente; portanto, precisamos ter uma percepção e uma preparação adequadas para
essa obra – Gn 1:28; Sl 127:3:

1. Quando falamos do serviço de crianças, estamos nos referindo às crianças que não se
graduaram no ensino fundamental, mas que têm mais de cinco anos; estes são o alvo do
nosso serviço de crianças.

2. No cristianismo, fazer o serviço de crianças é considerado como abrir uma escola; então,
ele é chamado escola dominical – Ap 18:4; Hb 13:13.

a. Nas aulas da escola dominical eles podem utilizar livros texto; não concordamos com
esse método; sentimos que nossa reunião de crianças não deve ter o sabor de uma escola
dominical – Ap 18:4; Hb 13:13.

b. De nossa experiência, sentimos que se considerarmos o serviço de crianças como uma


escola e ensinar nossos filhos com livros texto, será mais danoso do que benéfico a eles.

3. Os santos podem abrir suas casas para reuniões de crianças; precisamos de muitos
irmãos e irmãs para abrir suas casas; que lindo será esse serviço e quanto a obra do Senhor
será propagada – At 2:46; 6:7a.

IV. MOBILIZAR TODA A IGREJA PARA CUIDAR DAS CRIANÇAS – Quando toda

a igreja é mobilizada, todos os irmãos e irmãs terão oportunidade de servir; alguns podem
abrir suas casas, outros podem trazer as crianças para as reuniões, e ainda outros podem

75
ensinar as crianças; quando todos os santos se esforçam em unanimidade pelo desejo do
coração de Deus, o benefício será imensurável – Jz 5:15; Dn 11:32; 1Co 12:14-22; Ef 4:7-16:

A. Os irmãos responsáveis e os cooperadores em todo lugar devem ver a importância do


serviço de crianças na família de Deus; isso deve ser uma grande questão para nós - Hb
11:7; Sl 127:3; Gn 33:5b; Dn 1:3-4; Mt 24:45; 25:16; Rm 9:23; 2Tm 3:15; 1Tm 3:4-5; At 16:31-
32; Ef 4:12-16; 1Tm 4:12.

B. Ao levar a cabo esse serviço, primeiro, um número de irmãs deve se levantar para
conduzir o serviço de crianças; os presbíteros também devem indicar algumas irmãs para
tomar essa responsabilidade – Rm 16:1, 6, 12-13; Mc 15:41:

1. Um número de irmãs mais velhas deve receber esse encargo, mais de noventa por cento
do serviço de crianças requer a participação de irmãs; caso contrário, não há maneira do
serviço de crianças ter sucesso – 1Tm 5:2a; cf. Cl 4:17.

76
2. As irmãs em toda igreja devem ser persistentes em promover o encargo pelas crianças –
cf. Lc 18:1-8; 1Sm 1:11.

3. As irmãs devem ter comunhão sobre a maneira de levar a cabo o serviço de crianças;
elas podem determinar quantas irmãs estão disponíveis para estar com as crianças,
quantas irmãs jovens podem ensinar as crianças, quantas crianças podem vir e até trazer
outras crianças às reuniões, e até quantas não podem vir – 1Jo 1:3, 7:

C. Muitas das irmãs amam o Senhor, mas elas precisam encontrar a maneira de fazer algo
pelo Senhor; se produzirmos os pequeninos como fruto, o Senhor acrescentá-los-á à nossa
conta – Mt 25:14-30; 2Pe 1:18; 1Ts 2:19:

1. Somente a eternidade revelará o resultado disso; talvez, de um grupo de crianças de


quem estamos cuidando, alguns se tornem apóstolos – cf. 2Tm 3:15; 1:2; 1Co 4:17.

2. Portanto, eu encorajo as irmãs a fazerem essa boa obra; todas as donas de casa podem
trazer crianças às reuniões, e as irmãs jovens podem ser treinadas para cooperar com elas
para produzir esses pequeninos como fruto.

D. Precisamos também da ajuda dos jovens no serviço de crianças; essa questão deve ser
desenvolvida – 1Tm 4:12:

1. Há um grande número de crianças em todas as localidades; assim que iniciarmos o


serviço de crianças, os jovens começarão a funcionar; todos eles podem tomar parte em
servir as crianças.

2. Os jovens precisam se dar à essa obra, e isso dará a todos uma oportunidade de praticar
o falar.

77
A VIDA DA IGREJA COMO A FAMÍLIA DE NOÉ

AO LEVANTAR A PRÓXIMA GERAÇÃO PARA O MOVER DO SENHOR

Mensagem 6

Uma Visão Geral do Serviço de Jovens na Restauração do Senhor

Leitura Bíblica: Cl 1:27b-29; Jo 15:4-5; Jo 10:10b; 1Tm 2:4; 2Tim. 3:14-16; Rm 1:9; Jo 21:15-17

I. O alvo do serviço de crianças e jovens na restauração do Senhor:

A. Apresentar todo homem maduro em Cristo – produzir membros do Corpo de Cristo,


normais, vivos, que funcionam – Cl 1:27b-29.

B. Produzir “sementes do evangelho” – Jo 15:4-5; Rm 1:9, 14-16; 1Tm 2:4.

II. A preciosidade das crianças e dos jovens e a batalha pelas crianças e jovens:

78
A. A preciosidade das crianças e jovens é que de fato eles são o futuro da restauração do
Senhor (ver Como Conduzir os Jovens, de Witness Lee):

1. Os jovens têm mais tempo:

a. Em sua juventude, tendo responsabilidades menores, eles têm mais tempo para buscar a
verdade.

b. Sendo jovens, eles têm mais tempo em sua vida para crescimento e transformação em
vida e para serem constituídos com a verdade.

2. Os jovens têm sua capacidade de aprendizado e uma memória melhor.

B. A estratégia de Satanás é sempre ocupar e arruinar as crianças e os jovens – Êx 10:8-10;


2Tm 3: 1-5.

III. O “canal”:

A. A obra como os estudantes do ensino fundamental I, fundamental II, médio e faculdade


são todos um só serviço (ver Talks Concerning the Church Services, p. 38, de Witness Lee).

B. A necessidade de estabelecer todos esses serviços na vida da igreja.

C. Todos os santos servindo em vários serviços precisam orar uns pelos outros.

D. Um dos alvos tanto do serviço de crianças quanto do serviço de jovens é produzir


“sementes do evangelho” nos campi universitários – para a igreja ter um serviço de jovens
forte, nós devemos ter um serviço de crianças forte, e ter um serviço de jovens forte
fortalecerá o serviço no campus universitário.

IV. As três linhas mestres para o serviço de jovens:

A. Vida – Jo 10:10b; Cl 3:4a:

1. As práticas de vida, isto é, invocar o nome do Senhor, orar, orar-ler, ler a

Bíblia, confessar.

2. Os tratamentos da vida (experiências), isto é, tratar com o pecado, tratar com o mundo,
consagração, obedecer o ensinamento da unção, receber a disciplina do Espírito Santo.

B. Verdade – 1Tm 2:4; 2Tm 3:15:

1. Conhecer a verdade tendo um conhecimento completo da Bíblia, a Palavra de Deus,


com a ajuda do ministério – 2Tm 3:14-15.

2. Ser constituído com a verdade – 1Tm 4:6; 2Tm 3:16-17.

3. A função da escola da verdade de verão (ver Teachers’ Training, de Witness Lee).

79
C. Serviço:

1. Pregar o evangelho – Rm 1:9.

2. Participar e funcionar nas reuniões da igreja – Hb 10:25.

3. Participar no serviço prático da igreja – Rm 12:1.

V. Quatro fatores básicos do serviço de jovens:

A. A função dos pais no suprimento espiritual de seus filhos – Ef 6:4; 2 Tm 1:5; 3:14-15; 1
Ts 2:11:

1. A função sacerdotal dos pais entre os filhos de Israel na noite da Páscoa e sua função
como mestres nos anos seguintes – Ex 12:25-27; 13:8, 14-15; Dt 6:4-9, 20-25.

2. O exemplo de Ana, a mãe de Samuel – 1 Sm 1:11, 27-28.

3. O exemplo dos pais de Sansão – Jz 13:3-14.

B. Apascentar – Jo 21:15-17; At 20:28; 1Pe 5:2; Pv 27:23:

1. A necessidade mais crucial (ver Como Conduzir os Jovens, de Witness

Lee).

2. Requer que os que apascentam sejam tanto específicos quanto genéricos:

a. Na oração – Lc 11:1, 5-13.

b. No conhecimento da Palavra para nutrir outros – Ef 4:12; 1 Tm 4:6.

c. No conhecimento da condição dos jovens – Pv 27:23.

C. O serviço semanal a nível local:

1. Ser mais que apenas uma reunião de jovens semanal de suporte.

2. A reunião semanal dos que servem para orar e ter comunhão:

a. A função mais importante da reunião semanal é ser a oração corporativa dos que
servem – 1Tm 2:1.

b. Para o mútuo apascentar de todos os que servem.

c. Para determinar e desenvolver o encargo do conteúdo da reunião semanal de jovens.

d. Para considerar juntos como dar uma “impressão experiencial” dos pontos da verdade
que serão apresentados naquela reunião semanal de jovens (ver Teachers’ Training, de
Witness Lee).

80
e. Ter comunhão a respeito de problemas ou casos específicos.

D. As conferências anuais regionais, treinamentos e escola da verdade de verão.

VI. Oito princípios básicos do serviço na economia neotestamentária de Deus:

A. Amor – o amor divino é a fonte e motivação do nosso serviço – 1Jo 4:19, 16;

Jo 21:15-17; 2Co 12:15; 1Ts 2:7-8.

B. Em espírito – servir na nova criação – Jo 4:24; Rm 1:9; 7:6; 12:11.

C. A cruz – negar o ego em nosso serviço – Jo 12:24-26; Mt 16:24-25.

D. Oração – tanto pessoal quanto coletiva, para conhecer a direção do Senhor e da unção
em nosso serviço – 1Tm 2:1; 1 Jo 2:27.

E. A Palavra de Deus – ser enchidos e constituídos com a Palavra de Deus – 1Tm 4:6; 2Tm
3:16-17.

F. No Corpo – ter uma coordenação harmoniosa com os outros – Rm 12:1-5.

G. Conduta – ser modelos adequados – 2Tm 3:10; 1Ts 2:9-11; 2Ts 3:9; 1Pe 5:3.

H. Persistência – ter um compromisso de longo prazo para o serviço – 2Co 6:4.

VII. A necessidade de todos os que servem e os pais terem um relacionamento

pessoal, íntimo e afetivo com o Senhor:

A. Por meio da comunhão espiritual pessoal e afetiva com o Senhor – Ct 1:4; Sl

27:4; 2Co 3:16-18; 1Jo 1:3.

B. Por meio de uma confissão específica e cabal dos nossos pecados – 1Jo 1:7, 9; Sl 19:12;
66:18.

C. Por meio de uma consagração total e absoluta – Rm 12:1.

D. Por meio da oração – Lc 11:1-13.

VIII. Três questões subsidiárias requerem a atenção dos pais e dos que servem no auxílio
aos jovens:

A. Educação (ver Deus, Estudos e Caráter, de Witness Lee).

B. Caráter (ver Deus, Estudos e Caráter, de Witness Lee).

C. Relacionamentos entre homens e mulheres.

81
Porções do Ministério:

FOCALIZAR AS CRIANÇAS E JOVENS PARA


TORNAREM-SE “SEMENTES DO EVANGELHO”

Devemos considerar o serviço de crianças e o serviço de jovens. Segundo um artigo


recente no jornal pelo Ministério do Interior, Taiwan tem uma população de treze milhões,
dos quais quarenta e cinco por cento está abaixo de quinze anos de idade. Mais de sessenta
por cento da população é provavelmente abaixo de vinte anos de idade. Isso mostra que
jovens constituem dois terços da população de Taiwan. Portanto, eles devem ser o alvo de
nossa obra. Devemos concentrar nossos esforços para trabalhar nos jovens e nas crianças.

No passado, nossa obra focou as pessoas da comunidade; não prestamos atenção


suficiente ao serviço de jovens. Hoje, as pessoas envolvidas na educação e no trabalho
colocam toda sua energia nos jovens; eles focam a segunda geração. As igrejas deveriam
fazer a mesma coisa. Se desejamos pregar o evangelho às pessoas locais, os taiwaneses,
precisamos usar os jovens como uma ponte. Quando pregamos o evangelho aos jovens, na
verdade estamos pregando o evangelho aos taiwaneses. Quando evangelizamos os
estudantes, estamos evangelizando a segunda geração de taiwaneses. Isso atingirá
resultados máximos com pouco esforço.

A igreja em Taipei tem mais de dez mil santos. Há pelo menos dez mil crianças de cinco a
onze anos de idade. Suponha que a igreja em Taipei fosse ajuntar todas as dez mil crianças
em reuniões de crianças e gastasse seis anos para dá-las uma educação espiritual. Depois
de seis anos todos seriam santos jovens. Isso é mais efetivo que nossa pregação do
evangelho. Depois de essas crianças serem batizadas, elas estarão na escola de ensino
fundamental II e se tornarão sementes em suas escolas. Poderíamos pregar o evangelho
por meio delas e salvar estudantes nas suas escolas de ensino fundamental II.

Depois de receber nosso cuidado, esses santos serão sementes do evangelho quando
entrarem no ensino médio. Quando eles pregarem o evangelho no seu ensino médio, os
estudantes serão salvos e alimentados. Quando se graduarem no ensino médio e entrarem
na faculdade, eles novamente serão sementes do evangelho. O fruto que ganharmos será
multiplicado.

Não somente isso, depois desses jovens se graduarem na faculdade e encontrarem


empregos em diferentes profissões como enfermeiros, médicos, contadores, empresários, e
professores, eles terão um impacto tremendo na sociedade. Então, nosso evangelho deve ir
nessa direção. Não será fácil no começo. Um fazendeiro não pode plantar sementes hoje e
esperar uma colheita amanhã; ele deve esperar. Não será fácil no começo. Esperamos que
todos os cooperadores recebam o encargo dessa comunhão.

82
Há muitos jovens e crianças na ilha de Taiwan. Nossos irmãos e irmãs são em muitos do
ensino médio e universidades. O Senhor preparou esse ambiente para nós; seremos tolos
se não aproveitarmos essa oportunidade. Deveríamos tomar vantagem dessa oportu-
nidade para ganhar mais crianças e jovens para que possamos produzir os úteis para o
serviço do Senhor. (The Collected Works of Witness Lee, 1967, volume um, pp. 277-278)

EDIFICAR AS CRIANÇAS NA HUMANIDADE DELAS PARA


SEREM SERES HUMANOS ADEQUADOS

O Serviço de Crianças Edifica o Caráter Delas

Devemos ser edificados como seres humanos adequados. Isso é uma questão do nosso
caráter, isto é, nosso comportamento e hábito. Uma pessoa que foi adequadamente
edificada é uma pessoa correta com um caráter correto. Hoje, muitos jovens têm sido
danificados com respeito ao seu caráter. É por causa disso que temos um serviço de
crianças para as crianças. Precisamos edificar o caráter de nossas crianças. Desde sua
juventude elas devem aprender a honrar seus pais, amar seus irmãos e irmãs, e respeitar
outros. (The Exercise and Practice of the God-ordained Way, p. 302)

Preparar as Crianças para Ser o Melhor Material para Receber a Graça de Deus

É melhor ajudar as crianças a crescerem em sua humanidade ajudando-as a conhecer o


que é um ser humano adequado, como honrar seus pais, e como ser uma criança
adequada. (Isso será muito apreciado pelos pais delas, que serão, por fim, muito gratos
pelo serviço de crianças). Edificar uma humanidade adequada é o caminho para prepará-
las para ser o melhor material para receber a graça de Deus. A graça de Deus é como um
corante. Quando um corante colore certos tecidos, a qualidade resultante sempre depende
da qualidade do tecido. Se a qualidade do tecido é alta, então a cor resultante será ótima.
Porém, quando o tecido é pobre, o resultado é sempre muito turvo, muito pobre. Um
homem como Paulo foi educado e foi trazido a um padrão elevado de humanidade.
Quando foi colorido pela salvação, ele foi brilhante. (Lesson on the God-ordained Way, p.
212)

Se, após lerem essas mensagens sobre Cristo versus as culturas [no Estudo-Vida de
Colossenses], os pais cristãos disserem aos filhos que já não precisam de uma cultura,
cometerão grave erro. Sem uma cultura as crianças agiriam como animais. Os filhos
devem ser criados de acordo com certos padrões culturais. Antes da idade apropriada
para receber Cristo, eles devem ser educados numa cultura. Quanto mais forem educados
segundo uma cultura, melhor será para eles. Os filhos devem ser educados a honrar os
pais, amar os irmãos, comportar-se adequadamente com o próximo, ser bons alunos,
obedecer todas as leis e respeitar os professores e outros adultos. Visto que são jovens
demais para se comportar segundo Cristo, precisam ser ensinados a se comportar segundo
a cultura em que vivem. Se não tivéssemos cultura alguma seríamos bárbaros.

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(…) A cultura humana deve ser usada para guardar os filhos até que sejam capazes de
receber Cristo e viver segundo Ele. Elas precisam ser preservadas por uma cultura
enquanto crescem. (…) Mas quando os filhos são capazes de perceber a necessidade que
têm de Cristo e se arrepender, devemos ministrar-lhes o Cristo rico e ajudá-los a recebê-
Lo. (…) Assim, uma cultura é usada por Deus por meio dos pais para guardar os filhos sob
custódia até chegar a hora de receberem o Senhor. É importante ver esse uso adequado da
cultura humana. (Estudo-Vida de Colossenses, pp. 497-499)

Ao educar os filhos, os pais cristãos precisam pregar-lhes a lei. Não devemos primeiro
pregar-lhes a graça. Se lhes dermos regulamentos de acordo com a lei, ela os guardará sob
tutela para Cristo. Assim, devemos primeiro dar-lhes a lei de maneira vigorosa. A lei vai
expô-los, guardá-los e mantê-los, servindo como tutor a fim de guardá-los para Cristo.

(Estudo-Vida de Gálatas, p. 171)

Não precisamos dar aos jovens muito conhecimento da Bíblia. Deveríamos, antes, edificá-
los com a ética e moralidade adequadas que irão constituir um caráter adequado.
Muitas pessoas hoje carecem de tal treino adequado. Ao dormir, ao acordar, ao se vestir, e
em todo detalhe de nossa vida, devemos ser muito estritos para ser edificados em um bom
caráter. (The Exercise and Practice of the God-ordained Way, p. 302)

O ALVO DO SERVIÇO DE CRIANÇAS

A Necessidade de Abrir Nossas Casas e Iniciar Reuniões de Casa com os Membros


Familiares

A frase grega em Atos 5:42 indica que nenhuma casa foi omitida. Eles se reuniam de casa
em casa. Não devemos tomar a maneira de eleger algumas casas promissoras, e então ter
reuniões nessas casas promissoras. Isto é incorreto. Cada casa dos crentes é promissora.
Precisamos abrir as nossas casas. Primeiro devemos nos reunir com nossos parentes. Não
necessitamos reunir com os outros primeiro. Podemos começar nossa reunião em casa
reunindo-nos com nossos membros familiares. Todos nós que temos esposas e crianças
podemos ter uma reunião em casa. Nós nos reunimos só com nossos parentes, esposa e
filhinhos. Estabelecer uma reunião despertará nosso coração e avivará a chama em nosso
coração e em nosso espírito. Antes de tudo, nós seremos queimados, e então nossa família
será queimada. Estabelecer uma reunião em casa manterá fora muitas coisas malignas de
nossas casas. (The Home Meetings, pp. 19-20)

Ainda mais adiante, as reuniões nas casas dos crentes podem ser um testemunho frutífero
aos vizinhos ao redor, e eles fornecem uma oportunidade de testemunho e pregação do
evangelho. Muitos que não desejam ir a uma “igreja” ficarão satisfeitos em ir a uma casa
particular. E a influência é mais útil para as famílias de cristãos. Desde cedo as crianças
serão rodeadas por uma atmosfera espiritual, e terão oportunidade constante de ver a
realidade das coisas eternas. Novamente, se as reuniões forem nas casas dos cristãos, a
igreja é guardada da perda de muito material. Uma das razões de os cristãos terem
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sobrevivido às perseguições romanas durante os primeiros três séculos de história da
igreja, foi que eles não tinham edifícios especiais para adoração, mas reuniam-se em
porões e cavernas e outros lugares discretos. Tais lugares de reuniões não eram
prontamente descobertos pelos seus perseguidores; mas os edifícios grandes e caros de
hoje seriam facilmente localizados e destruídos, e as igrejas seriam rapidamente extermi-
nadas. As estruturas imponentes dos templos modernos carregam uma impressão do
mundo ao invés do Cristo cujo nome eles sustentam. (Os salões e outras edificações
necessárias para obra são completamente outra questão; estamos falando aqui somente
das igrejas.)

Então o método bíblico de organização da igreja é simples ao extremo. Assim que houver
uns poucos crentes em um lugar, eles começam a se reunir em uma de suas casas. Se o
número aumentar a ponto de se tornar impraticável reunir-se em uma casa, então eles
podem reunir-se em algumas casas diferentes, mas toda companhia de crentes pode
reunir-se de vez em quando em algum lugar público. Um salão para tal propósito pode
tanto ser emprestado, alugado, ou construído, segundo a condição financeira da igreja;
mas devemos nos lembrar que o lugar de reuniões dos santos ideal são suas casas
particulares. (A Vida Cristã Normal da Igreja, pp. 170-171 na versão em inglês)

Pregar o Evangelho por meio das Crianças

A terceira maneira de pregação do evangelho é pregar o evangelho às crianças. Isso exige


que as irmãs tomem o encargo. Não é necessário usar o local de reuniões como o lugar
para a reunião de evangelho. Antes, é melhor reunir-se na casa dos santos. Use os finais de
semana para ajuntar as crianças da vizinhança e para convidar as crianças de seus
parentes e amigos à sua casa. Muitas vezes os pais são salvos por meio de seus filhos,
portanto não subestime o serviço de crianças. Começando agora, usemos nosso esforço
para trabalhar no evangelho para crianças com idades entre seis e doze anos, então após
dez ou vinte anos, eles serão aqueles que se levantarão para sustentar a responsabilidade
do serviço da igreja. Essa maneira pode parecer lenta, mas na verdade é muito rápida.
Essa maneira também é eficiente. (Truth, Life, the Church, and the Gospel, p. 130)

Muitas Casas São Abertas à Igreja para Evangelizar

Mesmo em nossa vizinhança deve haver uma reunião de crianças que não deve ser
considerada como uma reunião de crianças da igreja. Essa é uma reunião de serviço de
crianças na vizinhança dos santos. É-nos fácil estabelecer duas reuniões de crianças.
Toda semana uma irmã pode cuidar de duas reuniões de crianças com quatro ajudantes.
Em um dia duas irmãs podem ajudá-la a cuidar de vinte crianças. Talvez, em outra tarde,
mais duas irmãs possam ajudar a cuidar de outra reunião de crianças de quinze ou vinte
crianças. Podemos buscar muitas crianças da nossa vizinhança para nossa casa. Podemos
pedir à criança que se sente no tapete. Não precisamos nem mesmo de um piano. Não há

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necessidade de materiais ou livros texto, mas uma pessoa viva. Ela pode até cantar uma
música para as crianças. Dentro de dois meses podemos edificar duas reuniões de
crianças. Então, depois de seis meses teremos seis reuniões de crianças. Uma irmã não
precisará cuidar de todas as reuniões diretamente porque outras irmãs seguirão seu
exemplo e terão suas próprias reuniões. Pode haver dez reuniões de crianças sob a direção
de uma irmã. Isso expandirá a mais de mil crianças.

Todas essas crianças estão ligadas a seus pais. Então, por meio das crianças muitas casas
serão abertas para a igreja evangelizar. Isso é a obra na comunidade. Essas são as portas
quentes e os pais nos receberão. Embora as pessoas hoje estejam ocupadas com muitas
coisas e parece que elas não estão abertas para o evangelho, a melhor maneira de vencer
isso é ter uma reunião de crianças em nossa própria casa. A responsabilidade por essa
obra na comunidade está sobre os presbíteros. (Talks Concerning the Church Services, Part
Two, pp. 39-40)

Os Santos Abrem Suas Casas Quando as Crianças Chegam em Casa da Escola

No passado a reunião de crianças era sempre mantida no local de reuniões e era


conduzida principalmente pelos jovens. Agora a obra do evangelho nos campi das
faculdades e no ensino fundamental II e médio é muito ativa, e todos os jovens têm
serviços específicos nessa obra. Assim, eles não podem cuidar das crianças de ninguém.

Então, precisamos contar com os santos mais velhos para gastar tempo e esforço para
ensinar as crianças. (…) Os santos mais velhos podem usar suas casas. Depois de as
crianças chegarem em casa da escola, os santos mais velhos podem abrir suas casas e
preparar alguns salgadinhos para recebê-los. Então, eles podem cantar com as crianças,
contar-lhes histórias, e conduzi-las a conhecer Deus.

Todos nós devemos ser capazes de fazer essas três coisas – orar todos os dias, juntar-se a
reuniões em pequenos grupos, e ir bater às portas e ter reuniões de casa toda semana. A
quarta questão é cuidar das crianças. Vinte anos atrás, eu disse que deveríamos ter dez mil
crianças em Taipei, e então dez anos depois teríamos dez mil jovens irmãos e irmãs. Se os
santos tivessem tomado essa palavra e a praticado, teríamos dez mil jovens hoje.

Ganhar Pessoas dessa Maneira é Muito Seguro

Além disso, ganhar pessoas dessa maneira é muito seguro, porque elas são ensinadas por
nós e recebem o evangelho de nós desde sua juventude. Assim, elas devem ser muito
sólidas. Se esse fosse o caso, muitos jovens santos não precisariam colocar de lado sua obra
de evangelho na escola para fazer o serviço de crianças. Espero que de agora em diante os
santos mais velhos peguem o encargo e tomem a liderança para fazer isso em suas casas. O
efeito será muito promissor a longo prazo. (Being Up-to Date for the Rebuilding of the
Temple, pp. 46-47)

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Ter Uma Percepção e Uma Preparação Adequadas para o Serviço de Crianças

Esperamos que o serviço de crianças entre nós seja prevalecente. Portanto, precisamos ter
uma percepção e uma preparação adequadas para essa obra. Quando falamos do serviço
de crianças, referimo-nos às crianças que não se graduaram no ensino fundamental I, mas
que tenham mais de cinco anos de idade. Elas são o alvo do nosso serviço de crianças. Se
somos incapazes de cuidar de crianças mais novas que essa faixa etária, nós as deixaremos
aos cuidados de seus pais. A fim de dar uma mensagem aos jovens ou aos alunos de
faculdade, sabemos que devemos ser bem preparados. Alguns podem pensar que é fácil
cuidar de crianças que estão entre as idades de cinco e doze anos simplesmente dando-
lhes um pedaço de doce. Entretanto, lidar com as crianças dessa maneira não produzirá
bom resultado. Segundo minha observação, a obra mais difícil de fazer efetivamente é o
serviço de crianças. (The Collected Works of Witness Lee, 1967, volume um, p. 311)

No cristianismo, fazer o serviço de crianças é considerado como abrir uma escola; então,
ele é chamado escola dominical. Nos países ocidentais há uma escola dominical para cada
idade: para pessoas mais velhas, para adultos mais novos, para idade universitária, para
adolescentes, e para crianças. As denominações têm aulas da escola dominical, e mais
tarde todos vêm juntos ao serviço da igreja no domingo. Nas aulas da escola dominical
eles podem usar livros texto. Não concordamos com esse método.

Sentimos que nossa reunião não deve ter o sabor de uma escola dominical. De nossa
experiência sentimos que se considerarmos o serviço de crianças como uma escola e
ensinar nossos filhos por meio de livros texto, será mais danoso do que benéfico a eles.

Esse método educa as crianças com conhecimento prematuro. Depois, quando as crianças
crescerem, elas não serão muito abertas a ouvir a verdade. As crianças ouvem muitas
histórias bíblicas na escola dominical, e seu ouvir torna-se entorpecido. Quando crescem,
elas não serão tocadas pelo que ouvem. Isso é um problema.

Então, o material que preparamos para o serviço de crianças não deve ser influenciado
pelo material usado nas escolas dominicais do cristianismo. Não somente não devemos
usar o material deles; não devemos nem nos referir a eles. Devemos largar a maneira de
escola dominical do cristianismo. Não devemos nunca consultar o material deles. Seu
material não nos ajudará no nosso serviço de crianças; pelo contrário, fará com que nossa
obra se desvie. (Idem, pp. 311-312)

Os santos devem abrir suas casas para reuniões de crianças. Quando o serviço de crianças
é levado a cabo na boa maneira, eu estimo que haverá aproximadamente trezentos grupos
com vinte e cinco a trinta crianças em um grupo. Isso é próximo de dez mil crianças. Isso
significa que precisaremos de algumas centenas de lugares para as reuniões de crianças. É
claro, podemos usar os locais de reuniões, mas o número de locais de reuniões que temos
não supre essa necessidade. Precisamos de muitos irmãos e irmãs para abrirem suas casas.

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Seria bom ter trezentos locais de reuniões para as crianças todo dia do Senhor. Que lindo
será esse serviço! E quanto a obra do Senhor será propagada!

MOBILIZAR TODA A IGREJA PARA CUIDAR DAS CRIANÇAS

Quando toda a igreja é mobilizada dessa forma, todos os irmãos e irmãs terão a
oportunidade de servir. Alguns podem abrir suas casas, outros podem trazer as crianças
às reuniões, e ainda outros podem ensinar as crianças. Quando todos os santos se
esforçam em unanimidade pelo desejo do coração do Senhor, o benefício será imensurável.
Isso irá impressionar as crianças de que todos nós somos pelo Senhor e estamos cuidando
delas sem recompensa. Aqueles que abrem suas casas não pedem dinheiro, aqueles que
ensinam não pedem dinheiro, e aqueles que transportam as crianças não pedem dinheiro.
Ao invés de pedir dinheiro, os santos gastam seu próprio dinheiro para pagar os gastos de
levar a cabo o serviço de crianças. Como resultado, todos serão cheios de gozo. Conduzir
as reuniões de crianças dessa maneira impressionará profundamente as crianças desde sua
juventude. Elas verão pessoas que vivem por Cristo e que se sacrificam por Cristo, não se
importando consigo mesmas.

Esse é o benefício final e máximo. Além disso, o impacto irá influenciar inconscientemente
os parentes das crianças de tal forma que será fácil convidá-los a uma reunião de
evangelho. Então, o serviço de crianças é um serviço principal. (Idem, pp. 305-306)

Os Irmãos Responsáveis e Cooperadores Vêem a Importância do Serviço de Crianças

Se teremos sucesso ou não no serviço de crianças depende em parte do material de ensino


e em parte dos irmãos e irmãs que tomam a liderança. Os irmãos responsáveis e coopera-
dores em todo lugar devem ver a importância do serviço de crianças na família de Deus.
Como uma família pode não cuidar de seus filhos? Isso deve ser uma grande questão entre
nós. Nenhuma família desprezará seus filhos; como uma prioridade uma família cuida de
seus filhos, ela os criam e lhes ensinam. Então, nós devemos servir as muitas crianças na
família de Deus.

De agora em diante, os cooperadores devem dar mais atenção à maneira que conduzem as
pessoas a conhecer o Senhor. Devem prestar atenção às irmãs e às crianças. Os
cooperadores não devem dizer que eles não são dotados para esses dois aspectos da obra
e, portanto, não podem fazer a obra. Se não podem fazê-lo, eles devem aprender como
fazê-lo; eles devem aprender sempre. Os cooperadores não precisam ser pessoalmente
envolvidos em fazer o serviço de crianças. Eles podem se reunir com as irmãs na liderança
em uma localidade e confiar o encargo pelo serviço de crianças a elas, e podem encorajá-
las. Eles devem conduzir a igreja a receber um encargo pelo serviço de crianças. A igreja
deve concentrar seu esforço nessa obra. (Idem, p. 314)

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As Irmãs Se Levantam para Conduzir o Serviço de Crianças

Ao levar a cabo essa obra, precisamos prestar atenção a alguns princípios. Primeiro, um
número de irmãs deve se levantar para conduzir o serviço de crianças. Um número de
irmãs mais velhas deve receber esse encargo. As irmãs mais velhas também devem indicar
três a seis irmãs para tomarem essa responsabilidade. (Idem, p. 305)

Noventa por Cento do Serviço de Crianças Requer a Participação de Irmãs

Além disso, as irmãs devem receber um encargo de servir na igreja; os irmãos não devem
ser os únicos que servem. Os irmãos devem ter uma mudança em seu conceito.
Eles não devem pensar que visto que as irmãs não assumem a liderança, elas não podem
participar nos serviços da igreja. Devemos respeitar muito o serviço das irmãs. As irmãs
devem ter suas cabeças cobertas e não assumir a liderança, e elas também devem servir na
igreja. As irmãs devem cuidar de dois terços do serviço da igreja, e os irmãos devem
cuidar de um terço. Essa é a proporção adequada. Portanto, as irmãs devem receber um
encargo. Sem a ajuda das irmãs, o serviço de crianças não pode ser levado a cabo
adequadamente. O mesmo se aplica ao serviço de jovens. Se queremos que o serviço de
jovens seja levado à perfeição, as irmãs devem ser trazidas à obra. Mais de noventa por
cento do serviço de crianças requer a participação de irmãs. Caso contrário, não há
maneira do serviço de crianças ter sucesso. (Idem, pp. 269-270)

As Irmãs São Persistentes em Promover o Encargo pelas Crianças

Meu encargo nesse capítulo é acender um fogo entre as irmãs. As irmãs em todas as igrejas
devem ser persistentes em promover o encargo pelas crianças. Por um lado, elas não
devem dar qualquer paz aos irmãos, e por outro, elas devem aprender a não assumir a
liderança, mas desenvolver o serviço de crianças na igreja. Além disso, segundo a
liderança do Senhor, elas devem ter comunhão com outras irmãs que estão servindo. À
medida que as irmãs têm mais e mais comunhão, o encargo pelas crianças crescerá mais e
mais, e o número de irmãs com encargo também aumentará. Por meio da comunhão, mais
e mais pessoas terão encargo pelas crianças.

As Irmãs Têm Comunhão sobre a Maneira de Levar a Cabo o serviço de Crianças

As irmãs devem ter comunhão sobre a maneira de levar a cabo o serviço de crianças. Por
Exemplo, elas podem determinar quantas irmãs estão disponíveis para estar com as
crianças, quantas irmãs jovens podem ensinar as crianças, quantas crianças podem vir e
até trazer outras crianças para as reuniões, e até quantas não podem vir. Uma vez que
tenham uma ideia geral da situação, as irmãs devem reunir-se com os presbíteros e fazê-
los saber das necessidades do serviço de crianças. Isso certamente irá ativar a obra entre as
crianças. Embora as irmãs não devam assumir a liderança ou encabeçar nada, elas devem
ser persistentes para que os irmãos que tomam a liderança possam promover essa questão.
Todo serviço das irmãs, incluindo o serviço de crianças, seve ser feito dessa maneira.

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Produzir os Pequeninos como Fruto

Muitas das irmãs amam o Senhor, mas elas precisam encontrar o caminho de fazer algo
pelo Senhor, não por si mesmas, mas permanecendo na vide para infundir vida a outros.
Se produzimos os pequeninos como fruto, o Senhor acrescentá-los-á à nossa conta.
Somente a eternidade revelará o resultado disso. Talvez de um grupo de crianças de quem
estamos cuidando, alguns se tornem apóstolos. Portanto, eu encorajo as irmãs a fazer essa
boa obra. Todas as donas de casa podem trazer crianças às reuniões, e as irmãs mais
jovens podem ser treinadas para cooperar com elas para produzir os pequeninos como
fruto. (Idem, p. 550)

A Necessidade da Ajuda dos Jovens no Serviço de Crianças

Nós também precisamos da ajuda dos jovens no serviço de crianças. Essa questão deve ser
desenvolvida. Há vinte ou trinta mil crianças entre cinco e doze anos de idade nas casas
dos santos em Taiwan. Se pudermos cuidar dessas crianças, em seis anos elas tornar-se-ão
sementes do evangelho. Se o serviço de crianças prosseguir bem, até santos inativos
enviarão seus filhos a nós, e seremos capazes de ganhar novamente os inativos.

Creio que há um grande número de crianças em todas as localidades. Assim que


começarmos o serviço de crianças, os jovens começarão a funcionar. Todos eles podem
tomar parte em servir as crianças. Para uma sala de vinte crianças, precisaremos de dois
professores. Se houver duas mil crianças em Taipei, devemos ter cem salas, e precisaremos
de duzentos jovens para coordenar o serviço. Os jovens precisam se dar a essa obra, e isso
dará a todos oportunidade de praticar o falar. (Idem, p. 326)

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