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AGOSTO 2019

FERRAZ&ROCHA ADVOGADAS

Reforma da Previdência acaba com


remédio gratuito via Justiça

A PEC 06/2019
altera o O governo Bolsonaro que restringir a
parágrafo 5° do distribuição gratuita de remédios do
artigo 195 da
Constituição SUS (Sistema Único de Saúde)
Federal determinada por decisões judiciais.
A PEC 06/2019 altera o parágrafo 5° do artigo 195 da Constituição Federal,
de modo que passa a nova redação a determinar que “nenhum benefício ou
serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido por
ato administrativo, lei ou decisão judicial, sem a correspondente fonte de
custeio total”.
Quando o texto diz por “por ato administrativo, lei ou decisão judicial” está
dizendo que seremos impedidos ao acesso a remédios e tratamentos
através da Justiça. O que é inconstitucional, pois fere o direito fundamental
à saúde presente no artigo 6º da Constituição, onde garante a saúde como
um dever do estado e direito do cidadão.
Como trata-se de um Direito Social garantido por cláusula pétrea (artigo
da Constituição Federal que não pode ser alterado) somente através da
convocação de Constituinte (constituinte  é um órgão colegiado que tem
como função redigir ou reformar a constituição, a ordem político-
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institucional de um Estado).
É fato que é necessário que seja realizada uma reforma do sistema
previdenciário no país com o objetivo de resolver o déficit nas contas do
sistema e outros problemas.
O governo alega que gasta mais de um  bilhão de reais anualmente por
conta da judicialização da saúde. Quando se fala em judicialização da saúde
podemos imaginar uma paciente com câncer de mama, tem indicação para
utilizar um tratamento específico, considerado o mais adequado para o seu
tipo de tumor, e ele não está disponível no SUS, a única forma dessa
paciente obtê-lo pode ser entrando na justiça contra o governo para
reivindicar as doses necessárias, já que o acesso universal e igualitário à
saúde é um direito garantido pela Constituição. Muitas vezes essa acaba
sendo a única alternativa para que a paciente tenha acesso ao tratamento
de que precisa. Esse processo se chama judicialização em saúde.
A Administração Pública tem o dever, e não faculdade, de fornecer
medicamento, terapias, exames e procedimentos indispensáveis ao
tratamento de paciente, a fim de defender direito individual indisponível,
previsto nos artigos 6º e 196 da Constituição Federal, não podendo óbices de
qualquer natureza emperrar o cumprimento desse mister, nem mesmo
escorado na reserva do possível (efetivação dos direitos sociais está
vinculada às possibilidades financeiras do Estado), pois o direito à vida sobre
põe-se a qualquer outro.
É importante ressaltar que, mesmo na escassez ou até na inexistência de
recursos, o Estado não se escusa do dever de garantir os direitos
fundamentais previstos na Constituição Federal com o objetivo de garantir o
mínimo de dignidade para a vida humana. Desta forma, aquele que se vir
prejudicado em seu direito do mínimo existencial poderá entrar com as
medidas judiciais pertinentes para garantir que seu direito fundamental seja
garantido.
Caso seja aprovada a proposta de Reforma da Previdência, o brasileiro
acaba por perder o seu direito constitucional à saúde?
É uma obrigação nossa se manifestar para que tal mudança não seja
aprovada por todos que se atentem para o lado humano dessa discussão.
Participe dessa discussão! Através de nosso grupo no WhatsApp. 24 -
99247-7402

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