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ANO: 2010
INTRODUÇÃO
- Se você foi treinado a guiar uma caneta com seu indicador, observe a
maneira como os jovens usam o polegar em seus celulares e perceberá como
a tecnologia penetra o corpo e a alma de uma nova geração. (PÁG. 11)
1. FUTURO
1.1 – O Google e o futuro do livro
- Nos últimos quatro anos, o Google vem digitalizando milhões de livros
pertencentes aos acervos das principais bibliotecas de pesquisa, incluindo
muitos ainda protegidos por copyright, e disponibilizando os textos para buscas
on-line. Este projeto, conhecido como Google Book Search, detonou uma ação
judicial movida por um grupo de autores e editores alegando que a empresa
estava violando seus direitos autorais. Após extensas negociações, os
reclamantes e o Google chegaram a um acordo que poderá ter um efeito
profundo no mundo do livro no futuro próximo. (Pág. 16)
- Enquanto o poder público cochilava, o Google tomou a iniciativa. Não foi ele
que resolveu decidir o assunto no tribunal. A empresa foi cuidando de sua vida,
escaneando livros em bibliotecas; fez isso com tanta eficácia que despertou o
apetite alheio por um quinhão dos lucros potenciais. Ninguém deveria
questionar o direito de autores e editores à receita de direitos que lhes
pertencem; nem seria adequado fazer julgamentos superficiais sobre as partes
litigantes da ação. O juiz do tribunal distrital determinará a validade do acordo,
mas trata-se essencialmente de uma questão de dividir lucros, e não de
promover o interesse público. (págs 28 e 29)
- O Google pode escolher ser generoso com seus preços (dos livros
digitalizados), e tenho motivos para esperar que seja o caso; mas pode
também empregar uma estratégia comparável àquela que se tornou tão eficaz
em inflacionar os preços dos periódicos acadêmicos: primeiro atrair assinantes
com preços baixos, para em seguida, quando estes já estiverem conquistados,
aumentar os preços até o patamar mais alto suportável pelo comércio. (Pág.
30).
- O códice, por sua vez, foi transformado pela invenção da impressão com tipos
móveis, na década de 1450. Sim, os chineses desenvolveram tipos móveis por
volta de 1045 e os coreanos utilizavam caracteres metálicos em vez de blocos
de madeira por volta de 1230. Mas, ao contrário das inovações surgidas no
Extremo Oriente, a invenção de Gutenberg se propagou de forma
avassaladora, deixando o livro ao alcance de círculos cada vez mais amplos de
leitores. Ainda que a tecnologia de impressão não tenha sofrido mudanças por
quase quatro séculos, o público leitor ficou cada vez maior graças a melhorias
na alfabetização, educação e acesso à palavra impressa. Panfletos e jornais,
produzidos em impressoras a vapor com papel feito com polpa de madeira em
vez de trapos, ampliaram o processo de democratização de modo a permitir o
surgimento de um público de massa durante a segunda metade do século XIX.
(Pág. 34)
- Notícias não são o que aconteceu, mas uma história sobre o que aconteceu.
(pág. 37)
- Naquela sala, o interesse principal de todos era o pôquer — mas não o meu:
eu não tinha recursos para jogar (cada partida custava um dólar, muito dinheiro
naquela época) e precisava desenvolver meu faro jornalístico. (pág. 38)
- Eu ainda não sabia que crimes que envolviam negros não eram considerados
notícia. (pág. 38)
- Mas seu sucesso não prova que o Google Book Search, a mais ampla de
todas essas iniciativas, tornará obsoletas as bibliotecas de pesquisa. Pelo
contrário: ele vai torná-las mais importantes do que nunca. Para defender este
ponto de vista, gostaria de organizar minha argumentação em oito itens.
(pág.45 e 46).
- 1) Que porcentagem dos livros publicados nos Estados Unidos — isso sem
falar no resto do mundo — será digitalizada pelo Google? 75%? 50%? 25%?
Mesmo que ela chegue a 90%, os livros restantes, que não serão digitalizados,
podem ter sua importância. (pág. 46)