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O PRIMEIRO PASSO

Quem se debruça nestas linhas, em obra com o presente escopo, está certamente
dando os primeiros passos no estudo do Direito. Essa posição pode decorrer de
várias motivações. Será o jovem recém-saído do curso secundário, que busca o curso
de Direito para atingir seu ideal, sua vocação e uma carreira jurídica. Será também
aquele cuja vida já marcou caminhos e traçou rumos profissionais, detentor talvez
de
outro diploma superior, que vem agora ao estudo jurídico para alargar seus
horizontes
ou adquirir outra habilidade profissional. Ou quiçá será aquele que já deixou há
algum tempo os bancos escolares e agora retorna à procura de uma escola de Direito
para ilustrar e ampliar sua própria existência e seus horizontes. Não se esqueça
também do mestre de Direito que nos visita à procura de um texto-base a seus alunos
para a matéria de introdução ao estudo do direito.
Pois aos iniciantes, qualquer que seja sua origem e objetivo, enfatizamos a
repetitiva afirmação segundo a qual todo conhecimento, assim como toda conquista,
começa com o primeiro passo e a primeira vitória. Neste início de estrada é
fundamental, à nossa experiência, que a informação da ciência do Direito seja lhana
e
perfeitamente acessível, sem ser superficial, a fim de que se preparem os espíritos
ainda toscos na nova senda, para a vasta ciência que está por desabrochar. Nosso
texto, a exemplo do que fizemos em nossa obra completa de Direito Civil, procura
ser
direto, informativo, de fácil compreensão, sem tecer detalhes impróprios para o
iniciante, principalmente citações e referências a vários autores, o que se
demonstra
ser desestimulante para um primeiro contato com a ciência. Ao mesmo tempo, nesse
desiderato, procuramos não ficar na superficialidade dos temas. Profundidade
necessária e singeleza prática é algo que procuramos outorgar ao leitor. Atingindo
esse binômio, o qual confessamos não ser fácil, temos certeza de que muito
estaremos
auxiliando o professor que em sala de aula poderá partir para voos mais elevados ou
mergulhos mais profundos em temas mais sofisticados e específicos, de acordo com
sua tendência. Não nos agradam textos de iniciação ao estudo do Direito que se
debruçam diretamente sobre temas filosóficos, correntes doutrinárias múltiplas,
citações e doutrinas conflitantes. Neste início de estudo, como se diria na novel
ciência da informática, necessitamos de uma interface amigável. Dependerá do
primeiro contato a empatia com o Direito, assim como com tudo que se pretende
conhecer e aprender. Não são estes o local e o momento oportuno para demonstrar
erudição. Nos primeiros passos desse vasto universo da Ciência do Direito, há que
se
ir galgando lentamente degraus, solidificando conceitos, preparando os corações e
as
mentes para essa magnífica ciência social, que nos auxilia a compreender a
realidade
de todos e de cada um e que nos converte paulatinamente em melhores seres humanos.
Quando se inicia o estudo de uma língua estrangeira, por exemplo, não há que se
iniciar aprendizado do inglês com texto de Shakespeare, nem italiano com texto de
Dante, assim como, nós mesmos, tendo como português a língua materna, levamos
algum tempo para compreender Camões. É claro que dia chegará, para os que
continuarem o estudo, em que os textos de Shakespeare, Dante e Camões poderão ser
facilmente compreendidos e devidamente saboreados, em um agradável e
reconfortador estágio de superioridade intelectual. Da mesma forma, estes primeiros
passos apontam o caminho para a grande viagem que se inicia a fim de que, nos anos
próximos, o estudante e o estudioso possam compreender perfeitamente todos os
fenômenos jurídicos e os mais variados autores e mestres dessa ciência, de todas as
épocas. Não há, portanto, que se preocupar o novel estudioso com as previsíveis
dificuldades de compreensão que normalmente advirão nesta nova ciência. Elas fazem
parte do aprendizado. Por outro lado, é importante que se diga, neste introito, que
não
nos preocupam aqui a citação e a comparação de muitos nomes de juristas, filósofos,
pesquisadores, doutrinadores e apóstolos do Direito. Vários são mencionados neste
texto, no entanto, com maior ou menor profundidade, muitos constam da bibliografia
que se encontra a final, porém, como é evidente, uma vez que o Direito é ciência
milenar, são centenas e centenas os nomes de seus cultores, desde os filósofos da
velha Grécia, passando por todo o universo do Direito Romano, os juristas da Idade
Média, os estudiosos da época moderna e os cultores contemporâneos de nossa
ciência. Impossível seria, mormente numa obra de iniciação, que todos fossem
lembrados e que todas as correntes pudessem ser manipuladas. No curso da vida
jurídica o estudioso, conforme seu interesse e especialização, travará contato com
os
juristas que mais o auxiliarão. O autor tem suas preferências e certamente o leitor
encontrará as suas. Não caberá, aqui, de qualquer modo, insuflar os espíritos
iniciantes com pletora de conhecimentos que não podem ainda ser absorvidos. Lições
introdutórias como estas devem ser vistas sempre como um roteiro, nunca como obra
acabada. Por outro lado, não cabe nestas linhas impor uma corrente de pensamento
aos leitores, embora neste texto fiquem muito claras as posições que tomamos. O
Direito, mais acentuadamente talvez do que qualquer outra ciência, permite que, a
partir de determinado estágio de conhecimento, o estudioso dê seus próprios saltos
e
escolha seus caminhos, pelas estradas muito conhecidas ou por aquelas ainda por
desbravar.
A denominação Introdução ao Estudo do Direito é expressão ampla e vaga, sem
no entanto ser imprecisa, pois deixa larga margem de discricionariedade para o seu
conteúdo. A maior dificuldade é, sem dúvida, a escolha e a ordem dos temas no
imenso horizonte jurídico. A escolha das matérias deve recair, indubitavelmente,
naquelas que preparam as mentes para a melhor compreensão do Direito. Há inúmeras
obras dessa disciplina à disposição do iniciante. Da sua leitura decorre que não há
critérios rígidos pois cada autor des

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