Vous êtes sur la page 1sur 2

Suspeição

De tempos em tempos se acirram os debates jurídicos sobre o tema


suspeição que se refere a vínculos com partes envolvidas nos atos processuais. De
acordo com o artigo 254 e incisos do Código de Processo Penal, em um rol não
taxativo, as causas de suspeição referem-se ao animus subjetivo do juiz quanto às
partes, e geralmente são encontradas externamente ao processo, nessas situações,
há presunção relativa de parcialidade do juiz (juris tantum), motivo pelo qual ele
deve se declarar suspeito e, se não o fizer, as partes poderão recusá-lo, oferecendo
a exceção de suspeição (artigos 95 e seguintes do Código de Processo Penal). Se o
juiz acabar atuando nesse processo, o ato por ele praticado estará eivado de
nulidade relativa. Ao analisar a suspeição, é defendido que os processos jurídicos
devam sempre ser baseados no Princípio Legal da Imparcialidade.

Nulidade de suspeição do juiz

A nulidade consiste em um vício ou defeito do ato processual também


interpretada como uma real sanção à prática do ato defeituoso, restando certo que,
uma vez declarada a nulidade pelo magistrado, o ato processual não mais produzirá
efeitos legais. Vale ressaltar que considerando o sistema de nulidades adotado no
Brasil, o rol de nulidades absolutas e relativas apresentado no artigo 564 do Código
de Processo Penal não é exaustivo, podendo ser reconhecido de forma
discricionária pelos juízes e tribunais, bastando arguir se do ato defeituoso resultou
prejuízo de ordem pública (nulidade absoluta) ou de interesse das partes (nulidade
relativa).

A nulidade de suspeição do juiz, encontra-se no artigo 564, I, do Código de


Processo Penal, que transcreve que a nulidade ocorrerá no caso de incompetência,
suspeição ou suborno do juiz. É importante dizer que os artigos 255 e 256 do Código
Processual Penal complementam e dão aparato ao conceito de suspeição e seus
cabimentos.

Prelecionando que a imparcialidade do juiz é requisito de validade do


processo, restando certo que as hipóteses de suspeição configuram situações da
realidade externa ao processo levado ao conhecimento do juiz, nas palavras de
Eugênio Pacelli de Oliveira, em sendo a imparcialidade um requisito de validade do
processo e da própria jurisdição penal, trata-se a suspeição de nulidade absoluta,
devendo ser anulados todos os atos processuais praticados, e essa linha de
pensamento é a mesma de Tourinho Filho.

Para Nestor Távora Resta dizer que a suspeição é uma nulidade relativa,
tendo em vista, a necessária arguição das partes para a sua declaração, as quais,
assim não o fazendo, serão sancionadas com a preclusão, e assim, haverá
presunção de que as partes aceitaram o juiz suspeito, convalidando o ato.
Vale destacar a distinção entre suspeição e impedimento, pois, enquanto a
suspeição advém de um vínculo ou relação do juiz com as partes, o impedimento
revela o interesse do juiz com relação ao objeto da demanda.

Incompatibilidade

A incompatibilidade, via de regra, encontra-se guarida nas Leis de


Organização Judiciária, e suas causas estão amparadas em razões de
conveniência. Eugênio Pacelli de Oliveira leciona que enquanto “os casos de
suspeição e impedimento têm previsão expressa no Código de Processo Penal, as
incompatibilidades previstas no artigo 112 do mesmo Código compreenderão todas
as demais situações que possam interferir na imparcialidade do julgador e que não
estejam arroladas entre as hipóteses de uma e outra. É o que ocorre, por exemplo,
em relações às razões de foro íntimo, não previstas na casuística da lei, mas
suficientes para afetar a imparcialidade do julgador” (OLIVEIRA, 2008).

Havendo a constatação de qualquer hipótese de impedimento, suspeição ou


incompatibilidade, deverá ser oposta Exceção, que é uma espécie de incidente
processual de cunho secundário, que se desenrola ao longo do processo principal.
Elas são apresentadas pela parte interessada, reconhecidas de ofício pelo juiz e
analisadas antes do próprio mérito do processo principal. Uma vez reconhecidas,
afastam o juiz suspeito, impedido ou incompatível, remetendo os autos ao juiz
substituto, para a apreciação do mérito. Salienta-se ainda que, contra a decisão
judicial que não reconhece o impedimento, não há recurso previsto em lei, podendo
ser oferecido, porém, habeas corpus ou o mandado de segurança em matéria
criminal, a depender do direito que esteja em jogo.

Vous aimerez peut-être aussi