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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Direito – MF8


Fernanda Dourado - RA00181319

Seminário – 2º Bimestre – Direito Penal

Artigo 312 – Peculato

Bem jurídico tutelado


Tutela-se, principalmente, a moralidade da Administração Pública, bem como seu
patrimônio. Protege-se, eventualmente, o patrimônio do particular quando este estiver sob a
guarda daquela.

Objeto material
O objeto material é constituído de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está nos verbos apropriar e desviar bem alheio, isto é, no ato de tornar
seu o bem alheio.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime próprio. Somente o funcionário público (CP, art.327, caput) e as
pessoas a ele equiparadas legalmente (CP, art. 327, §§ 1o e 2o) podem praticar o delito.

 Sujeito passivo:
É o Estado.

Elemento subjetivo
É o dolo. Exige-se o elemento subjetivo específico, consistente na vontade de se
apossar, definitivamente, do bem, em benefício próprio ou de terceiros.

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Consumação
No momento em que o funcionário público passa a se comportar como dono do
objeto.

Tentativa

É possível.

Formas

a) peculato-apropriação (art. 312, caput);

b) peculato-desvio (art. 312, caput);

c) peculato-furto (art. 312, § 1º): É o denominado peculato impróprio e ocorre quando


o agente não tem a posse ou detenção do bem como no peculato-apropriação ou desvio,
mas se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário público para
realizar a subtração; e

d) peculato culposo (art. 312, §2º): Ocorre quando o funcionário público por negligência,
imprudência ou imperícia concorre para a prática de crime de outrem.

d) peculato mediante erro de outrem (art. 313).

Extinção da punibilidade no peculato culposo (art. 312, § 3º, primeira parte)


Para ocorrer a extinção da punibilidade a reparação do dano (restituição do bem ou
indenização do valor) deve ser anterior ao trânsito em julgado da sentença criminal. Deve ser
completa e não exclui eventual sanção administrativa contra o funcionário.

Causa de diminuição de pena no peculato culposo (art. 312, § 3º, segunda parte)
Na modalidade culposa se a reparação do dano for posterior à sentença irrecorrível,
haverá a redução de metade da pena imposta.

Causa de aumento de pena (Peculato doloso e culposo)


O art. 327, § 2º, do CP define a causa de aumento em 1/3 para os peculatos dolosos e
culposos se o crime for cometido por ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção
ou assessoramento de órgão da Administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo Poder Público.

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Artigo 313 – Peculato mediante erro de outrem

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a Administração Pública, no aspecto material e moral.

Objeto material
O objeto material é dinheiro ou outra utilidade.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo “apropriar”, contudo, a posse do agente, agora, decorre
de erro de outrem.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
É o funcionário público (trata-se de crime próprio)

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, aquele que sofreu a lesão patrimonial.

Elemento subjetivo
É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de se apropriar do dinheiro ou de
qualquer outra utilidade, que recebeu por erro de outrem.

Consumação
Consuma-se com a apropriação do bem e não com o mero recebimento deste, isto é, no
momento em que o funcionário se apodera da coisa, agindo como se dono fosse.

Tentativa

É possível.

Causas de aumento de pena (art. 327, § 2°)


É aplicada a causa de aumento de pena do artigo 327 se o funcionário público for
ocupante de cargo em comissão, função de direção ou de assessoramento determinadas
entidades.

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Artigo 316 – Concussão

Bem jurídico tutelado


Tutela-se o desenvolvimento normal da atividade administrativa, e a moralidade
indispensável à administração pública.

Objeto material
É a vantagem indevida.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo “exigir” vantagem indevida para si ou para outrem.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
É o funcionário público (Trata-se de crime próprio).

 Sujeito passivo:
É o Estado e a pessoa contra quem é dirigida a exigência.

Elemento subjetivo
É o dolo. Exige-se elemento subjetivo específico, consistente em destinar a vantagem
para si ou para outra pessoa.

Consumação
Se consuma no momento em que a exigência chega ao conhecimento da vítima,
independentemente da efetiva obtenção da vantagem visada pelo agente. Trata-se, portanto,
de crime formal.

Tentativa

É possível.

Excesso de exação (§ 1°)


O funcionário público que exige tributo ou contribuição social indevida e o encaminha
aos cofres públicos será punido conforme o §1º do artigo 316.

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Excesso de exação qualificado (§ 1°)
Nessa modalidade mais gravosa do crime de excesso de exação, pune-se o funcionário
público que, em vez de recolher o tributo ou contribuição social, indevidamente exigido (§ 1º),
para os cofres públicos, desvia-o em proveito próprio ou alheio.

Causas de aumento de pena (art. 327, § 2°)


É aplicada a causa de aumento de pena do artigo 327 se o funcionário público for
ocupante de cargo em comissão, função de direção ou de assessoramento determinadas
entidades.

Artigo 317 – Corrupção passiva

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a moralidade e a probidade administrativa, bem como o normal
funcionamento da Administração Pública.

Objeto material
É a vantagem indevida.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está nos verbos “solicitar”, “receber” e “aceitar”.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
É o funcionário público (trata-se de crime próprio)

 Sujeito passivo:
É o estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou a pessoa prejudicada.

Elemento subjetivo
É o dolo. Exige-se elemento subjetivo específico, consistente na vontade de praticar a
conduta “para si ou para outrem”.

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Consumação
Consuma-se no momento em que o funcionário solicita, recebe ou aceita a vantagem
(Crime formal).

Tentativa

É possível somente na solicitação feita por escrito, em caso de extravio

Causas de aumento de pena (§ 1°)


Eleva-se em um terço a pena do agente que, em razão da vantagem recebida ou prometida,
efetivamente retarda (atrasa ou procrastina) ou deixa de praticar (não leva a efeito) ato de ofício
que lhe competia desempenhar ou termina praticando o ato, mas desrespeitando o dever funcional
(Corrupção exaurida).

Figura privilegiada (§2º)


Trata-se de conduta de menor gravidade, na medida em que o agente pratica, deixa de
praticar ou retarda o ato de ofício, não em virtude do recebimento de vantagem indevida, mas
cedendo a pedido ou influência de outrem, isto é, para satisfazer interesse de terceiros ou para
agradar ou bajular pessoas influentes.

Causas de aumento de pena (art. 327, § 2°)


É aplicada a causa de aumento de pena do artigo 327 se o funcionário público for
ocupante de cargo em comissão, função de direção ou de assessoramento determinadas
entidades.

Artigo 319 – Prevaricação

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a moralidade na Administração Pública, no sentido de ser preservado o
princípio da impessoalidade administrativa, evitando-se retaliações ou favorecimentos por
parte de funcionários públicos no desempenho de suas funções.

Objeto material
É o ato de ofício.

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Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
É o funcionário público (crime próprio).

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, a vítima do delito, caso venha a sofre algum dano em
face da conduta criminosa.

Elemento subjetivo
É o dolo, isto é, a vontade livre e consciente de retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei. É imprescindível
que o agente tenha consciência de que a omissão é indevida ou de que o ato praticado é
contrário à lei.

Consumação
No exato instante em que o funcionário omite, retarda ou pratica o ato de ofício,
independentemente de qualquer resultado (efetiva satisfação do interesse ou sentimento
pessoal).

Tentativa

É possível apenas na modalidade comissiva.

Causas de aumento de pena (art. 327, § 2°)


É aplicada a causa de aumento de pena do artigo 327 se o funcionário público for
ocupante de cargo em comissão, função de direção ou de assessoramento determinadas
entidades.

Artigo 329 – Resistência

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a autoridade e o prestígio da função pública, imprescindíveis para o
desempenho regular da atividade administrativa.

Objeto material
É a pessoa agredida ou ameaçada.

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Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo opor-se, isto é, na resistência do particular à execução
de ato legal mediante o emprego de violência ou ameaça.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, o funcionário público contra quem foi dirigida a violência
ou ameaça.

Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de empregar violência ou grave
ameaça contra o funcionário público ou seu auxiliar. É necessário que o agente tenha ciência da
competência do funcionário para a prática do ato e da legalidade deste.

Consumação
A consumação ocorre no momento em que é empregada a violência ou a ameaça. Trata-
se de crime formal.

Tentativa

É possível no caso da ameaça escrita que se extravia.

Forma qualificada (§ 1°)


Para a configuração da qualificadora, exige-se a não realização do ato legal praticado
por funcionário competente. Justifica-se a majoração da pena pelo fato de que não só deixa de
ser cumprida a lei, como é desmoralizada a autoridade e criado um incentivo a que outros
imitem o exemplo de rebeldia

Causas de aumento de pena (§ 2°)


Se da violência empregada para a prática do crime de resistência resultar lesão
corporal ou morte, o sujeito responderá por dois crimes (resistência e lesões corporais
ou homicídio – consumado ou tentado).

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Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 330 – Desobediência

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a lei, o prestígio e a dignidade da Administração Pública, imprescindíveis para
o desempenho regular da atividade administrativa.

Objeto material
É a ordem dada.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo desobedecer: desatender, não aceitar, não se submeter,
no caso, à ordem legal do funcionário público.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, o funcionário público que emitiu a ordem desobedecida.

Elemento subjetivo
É o dolo, isto é, a vontade livre e consciente de não obedecer a ordem legal de
funcionário público. Exige-se que ele tenha consciência da legalidade da ordem e da
competência do funcionário público para expedi-la.

Consumação
Depende do conteúdo da ordem. Se determina uma omissão, o crime se consuma no
momento da ação em sentido oposto. Se a ordem determina uma ação, duas hipóteses podem
ocorrer: se a ordem fixou um prazo, o crime se consuma com sua expiração, mas, se a ordem
não fixou qualquer prazo, o crime estará́ consumado com o decurso de tempo juridicamente
relevante (a ser analisado no caso concreto), capaz de indicar com segurança a intenção de não
a cumprir.

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Tentativa
Possível somente na forma comissiva.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 331 – Desacato

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a dignidade da Administração Pública e o respeito aos servidores públicos.

Objeto material
É o funcionário público.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo desacatar. O desacato consiste na prática de qualquer
ato ou emprego de palavras que causem vexame, humilhação ao funcionário público.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, o funcionário público que foi ofendido.

Elemento subjetivo
É o dolo, isto é, a vontade livre e consciente de praticar os atos ou proferir palavras
ofensivas, isto é, humilhantes, desprestigiadoras.

Consumação
No momento em que é proferida a ofensa.

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Tentativa

Não é possível, pois o desacato reclama a presença da vítima.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 333 – Corrupção ativa

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a moralidade e a probidade da Administração Pública e seu regular
funcionamento, que podem ser colocados em risco pela corrupção.

Objeto material
É a vantagem prometida, oferecida ou dada.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está nos verbos oferecer e prometer vantagem indevida, qual seja
lucro, ganho, privilégio ou outro benefício ilícito.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado.
Elemento subjetivo
É o dolo, consistente na vontade de fazer o funcionário praticar, omitir ou retardar ato
de ofício.

Consumação
A consumação se dá com a simples oferta ou promessa de vantagem indevida por parte
do agente ao funcionário público. Trata-se de crime formal.

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Tentativa

É possível, como por exemplo quando a correspondência contendo a oferta de dinheiro


não chega às mãos do funcionário destinatário por ter sido apreendida pela polícia.

Causas de aumento de pena (§ único)


Se o funcionário público aceitar vantagem indevida e retardar, omitir ou praticar ato
de ofício infringindo dever funcional, a pena será́ aumentada de um terço.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 339 – Denunciação caluniosa

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a regularidade da Administração da Justiça, que é prejudicada com a
imputação falsa de infração penal a pessoa inocente, na medida em que as autoridades
responsáveis pela persecução penal são direcionadas equivocadamente a uma investigação.

Objeto material
É a investigação policial, o processo judicial, a investigação administrativa, o inquérito
civil ou a ação de improbidade administrativa indevidamente instaurados.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está em “dar causa”, isto é, provocar, dar início, a instauração de
investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito
civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
O Estado e a pessoa a quem se atribuiu falsamente a prática do delito.

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Elemento subjetivo
É o dolo direto, tendo em vista que o tipo penal exige o nítido conhecimento do agente
acerca da inocência do imputado.

Consumação
Com o início da investigação (policial ou administrativa), do inquérito civil ou da ação
(penal ou de improbidade).

Tentativa
A tentativa é possível como por exemplo um indivíduo envia por carta falsa denúncia à
autoridade pública, sendo a carta, contudo, interceptada por terceiros.

Causas de aumento de pena (§ 1°)


A pena será́ aumentada em um sexto, se o agente se servir do anonimato ou de nome
falso para a prática do delito.

Causas de diminuição de pena (§ 2°)


A pena será diminuída de metade se a imputação é de prática de contravenção.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 340 – Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a regularidade da Administração da Justiça contra as falsas comunicações de
crime ou contravenção, que acionam desnecessariamente os órgãos incumbidos da prestação
da justiça, onerando-os, em face do desperdício de tempo e do dinheiro público.

Objeto material
É a ação/diligência da autoridade acionada.

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Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo provocar, isto é, em dar causa a ação da autoridade
pública para realizar alguma diligência.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado.

Elemento subjetivo
É o dolo direto em que o agente deve ter a vontade de comunicar falsamente a
ocorrência de crime ou contravenção.
Consumação
Consuma-se o crime no momento em que a autoridade pratica alguma ação no sentido
de elucidar o fato criminoso comunicado falsamente.

Tentativa

É possível, como por exemplo se o agente comunicar a infração penal inexistente e a


autoridade não iniciar qualquer investigação, por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Concurso de crimes
Existem duas correntes doutrinárias para os casos em que o agente realize a
comunicação falsa de crime ou contravenção para encobrir outro delito por ele praticado:

(i) O agente é responsabilizado apenas pelo cometimento do crime principal, pois


de acordo como princípio da consunção, o crime praticado com vistas à
execução do principal deve por este ficar absorvido.
(ii) Há o concurso material de crimes, uma vez que são distintas são as ações, os
sujeitos passivos e o elemento.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

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Artigo 341 – Autoacusação falsa

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a regularidade da Administração da Justiça, prejudicada com acusações falsas.

Objeto material
É a declaração falsa perante a autoridade pública.

Núcleo do tipo
O núcleo do tipo está no verbo acusar-se, isto é, atribuir ou imputar a si mesmo, perante
a autoridade, a prática de crime inexistente ou praticado por outrem. A comunicação pode ser
oral ou escrita.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
É o Estado

Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de acusar-se da prática de crime
inexistente ou praticado por outrem.

Consumação
No momento em que a autoacusação chega ao conhecimento da autoridade.

Tentativa
Possível na forma escrita, quando a confissão falsa remetida por correio se extravia.

Concurso de crimes
Se, além da autoacusação, o agente atribui participação no delito a terceiro, haverá
concurso formal heterogêneo com a denunciação caluniosa, pois com uma só ação deu causa a
dois resultados diversos.

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Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

Artigo 342 – Falso testemunho ou Falsa perícia

Bem jurídico tutelado


Tutela-se a regularidade da Administração da Justiça, prejudicada com a busca da
verdade e da realização da justiça.

Objeto material
Os objetos materiais podem ser o depoimento prestado, o laudo apresentado, o cálculo
efetuado ou a tradução realizada por escrito ou verbalmente.

Núcleo do tipo
Trata-se de crime de ação múltipla com três verbos nucleares “fazer” afirmação, “negar”
a verdade e “calar” a verdade. É essencial que o fato falso (afirmado, negado ou silenciado) seja
juridicamente relevante, isto é, de alguma forma seja levado em consideração pelo delegado ou
juiz para qualquer finalidade útil ao inquérito ou ao processo, pois, do contrário, tratar-se-ia de
autêntica hipótese de crime impossível.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Os sujeitos ativos são especiais, podendo ser somente a testemunha, o perito, o
contador, o tradutor ou o intérprete. Trata-se de crime de mão própria.

 Sujeito passivo:
É o Estado e, secundariamente, aquele a quem o falso possa prejudicar.

Elemento subjetivo
É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de fazer afirmação falsa, negar
ou calar a verdade. É necessário que o agente tenha ciência de que falta com a verdade ou que
a omite.

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Consumação
No momento em que termina o depoimento. Trata-se de crime formal, cujo
reconhecimento independe de o falso ter efetivamente enganado o juízo.

Tentativa

Há divergência a respeito. Damásio de Jesus entende que é possível, apesar de, na
prática, ser de difícil ocorrência. Ex.: audiência interrompida durante depoimento mendaz, por
falta de energia elétrica. Já Noronha entende que a tentativa é inadmissível.

Causas de aumento de pena (§ 1°)


Existem três hipóteses em que a pena do crime em questão sofrerá acréscimo na pena:
(i) Se o crime for praticado mediante suborno. Nessa hipótese, a testemunha,
o perito, o contador, o tradutor ou intérprete falseiam ou omitem a verdade
mediante suborno.
(ii) Se o delito for cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal (se o falso for cometido em inquérito policial ou
em ação penal, a pena será́ majorada).
(iii) Se o crime for praticado com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo civil em que for parte entidade da Administração Pública
direta ou indireta.

Retratação (§ 2°)
Aquele que antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito se retratar ou
declarar a verdade deixará de ser punido, dado que tal situação é tida como uma causa extintiva
da punibilidade, nos termos do art. 107, VI, do Código Penal.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

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Artigo 343 – Corrupção ativa de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete

Bem jurídico tutelado


O bem jurídico tutelado é a proteção do regular desenvolvimento da atividade
judiciária, o qual é colocado em risco com o suborno da testemunha, perito, contador, tradutor
ou intérprete.

Objeto material
É a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.

Núcleo do tipo
Trata-se de crime de ação múltipla com três verbos nucleares “dar”, “oferecer” e
“prometer” dinheiro ou outro tipo de vantagem, material ou moral. É preciso ainda que tenham
a finalidade de fazer com que o destinatário (testemunha, perito etc.) faça afirmação falsa,
negue ou cale a verdade em depoimento, perícia, cálculo, tradução ou interpretação.

Sujeitos do crime
 Sujeito ativo:
Trata-se de crime comum, pois pode ser cometido por qualquer pessoa.

 Sujeito passivo:
O Estado e, secundariamente, a pessoa prejudicada pelo falso depoimento ou falsa
perícia.

Elemento subjetivo
É o dolo. Exige-se elemento subjetivo específico, consistente na vontade de conspurcar
a administração da justiça.

Consumação
No momento em que a oferta ou promessa chegam ao conhecimento do destinatário,
ainda que não sejam aceitas, de modo que o delito se configura ainda que o falso testemunho
ou falsa perícia não se verifiquem. Trata-se, portanto, de crime formal.

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Tentativa
A tentativa é possível. Figure-se, por exemplo, na hipótese em que a correspondência
contendo a oferta de dinheiro não chega às mãos da testemunha por ter sido apreendida por
terceiros.

Causa de aumento de pena (§ único)


Quando o delito for cometido com a finalidade de produzir prova em processo penal ou
em processo civil envolvendo a participação de entidade da Administração Pública direta ou
indireta, dá-se um aumento variável de um sexto a um terço.

Ação Penal
Ação Penal Pública incondicionada.

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Referências Bibliográficas

 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 3, parte especial : arts. 213 a 359-H.
[Minha Biblioteca]. Retirado de:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547229580/

 Gonçalves, V.E. R. Curso de Direito Penal, parte especial - arts 184 a 359 H, 1ª edição..
[Minha Biblioteca]. Retirado de:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547218638/

 NUCCI, Souza, G. D. Curso de Direito Penal - Parte Especial - Arts. 213 a 361 do Código
Penal - Vol. 3, 3ª edição. [Minha Biblioteca]. Retirado
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530983239/

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