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Estratégias para Inclusão e Psicomotricidade – Práticas Psicomotoras

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Psicomotricidade – Práticas Psicomotoras

PRÁTICAS PSICOMOTORAS

GUIA DE ESTUDO 1

PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

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SUMÁRIO

1. PSICOMOTRICIDADE ................................................................................. 02

1.1. Conceitos e definições ............................................................................... 03

1.2. Distúrbios psicomotores............................................................................. 11

1.2.1. Instabilidade psicomotora ...................................................................... 12

1.2.2. Debilidade psicomotora .......................................................................... 13

1.2.3. Inibição psicomotora .............................................................................. 14

1.2.4. Lateralidade cruzada .............................................................................. 15

1.2.5. Imperícia ................................................................................................. 15

2. A PSICOMOTRICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 16

2.1. A importância da Psicomotricidade na Educação Infantil .......................... 18

2.2. O desenvolvimento motor infantil ............................................................... 20

3. PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CORPORAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL 27

3.1. Trabalhando o corpo na educação infantil ................................................. 27

3.2. Os ambientes de aprendizagem e o caráter preventivo............................. 28

4. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ...................................... 31

5. ANEXO ........................................................................................................ 34

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1. PSICOMOTRICIDADE

Da idade Média aos tempos atuais, a significação de corpo sofreu muitas


transformações, de negligenciado em função do espírito nos tempos de Aristóteles e
Descartes, a um objeto e fragmento do espaço residual, separado do sujeito
conhecedor.

Foi através do “primado científico” que o estudo do corpo adquiriu importância


e, a partir do século XIX, a necessidade de compreensão das estruturas cerebrais
fez com que a neurologia e a psiquiatria adquirissem a liderança das pesquisas
(FRANCO, 1997).

Deve-se a Dupré (1909) a criação do termo “psicomotricidade”, quando


introduziu os primeiros estudos sobre debilidade motora.

Henri Wallon, ao publicar em 1925 sua obra L'enfant Turbulent, traduzido


literalmente como criança turbulenta e em 1934, Les Origines du Caratér Chez
L'enfant (As origens do caráter na criança) iniciou uma das pesquisas mais
relevantes no campo do desenvolvimento da criança.

Sua obra impulsionou as primeiras tentativas de estudo das funções


psicomotoras, estudo no qual se sobressai Guilmain (s.d apud Fonseca, 1996), que
publicou uma obra clássica de grande impacto: Fonctions Psychomotrices et
Troubles du Comportement (Funções Psicomotoras e Transtornos do
Comportamento).

O papel da função tônica – sobre a qual repousam as atitudes, os alicerces da


vida mental – e da emoção – como meio de ação sobre e pelo outro – nos
progressos da atividade de relação, de acordo com Wallon, são encarados como
processos básicos da intervenção psicomotora (FRANCO, 1997).

A obra de Wallon influenciou, durante décadas, a investigação sobre o


desenvolvimento psicomotor das crianças, e essa influência alastrou-se a vários
campos de formação, seja psiquiátrica, seja psicológica e pedagógica.

Para Wallon (1925) o movimento é a única expressão e o primeiro


instrumento do psiquismo. O alcance dessa dimensão do movimento e do corpo da

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criança permite a esse autor apresentar uma concepção original da evolução mental.
Wallon disse, em 1929, que o desenvolvimento psicológico da criança é o resultado
da oposição e substituição de atividades que precedem umas às outras. Wallon
advoga a ação recíproca entre funções mentais e funções motoras, tentando
argumentar que a vida mental não resulta de relações unívocas ou de determinismos
mecanicistas. Para Wallon, a vida mental está sujeita ao determinismo dialético de
ambas as funções.

Wallon, por meio do conceito de esquema corporal, introduz dados


neurológicos nas suas concepções psicológicas, motivo que o distingue de outro
grande vulto da psicologia, Piaget, que muito influencia, também, a teoria e a prática
da Psicomotricidade (FRANCO, 1997).

1.1 Conceitos E Definições

O objetivo da Psicomotricidade em linhas gerais é estudar o homem através


de seu corpo, na relação com o mundo interno e externo. É a relação entre o
pensamento e a ação, envolvendo a emoção.

O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o psiquismo,


que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa. A palavra motriz
se refere ao movimento, enquanto o psico, determina a atividade psíquica em duas
fases: a sócio-afetiva e cognitiva. Em outras palavras, o que se quer dizer é que na
ação da criança se articula toda sua afetividade, todos seus desejos, mas também
todas suas possibilidades de comunicação e conceituação (ZEVALLOS, 2010).

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade define a Psicomotricidade como a


ciência que tem por objeto de estudo o homem por meio de seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas
possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo
mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das
aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas (SBP, 1999).

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A Psicomotricidade é fundamental para que haja através do desenvolvimento


psicomotor consciência dos movimentos corporais integrados e expressados com a
emoção, que poderiam ser assim elencados:

1. Atenção.

2. Percepção.

3. Automatização.

4. Memória.

5. Sequência Lógica.

6. Ação.

7. Organização do pensamento.

Na psicomotricidade trabalhamos dois conceitos: funcional e relacional

- Conceito Funcional são as possibilidades percebidas através da ação e da


qualidade dos movimentos, integrando-os num tempo e espaço.

A psicomotricidade funcional é aquela que toma como referência o perfil


psicomotriz da criança, que é avaliado a partir de testes padronizados e utiliza-se de
métodos diretivos, não deixando espaço para a exteriorização da expressão
corporal. Já a psicomotricidade relacional diz respeito a uma abordagem que se
sustenta na ação do brincar. Esta abordagem utiliza-se de métodos não diretivos,
embora a atividade que se oferece deve seguir um roteiro. Em outras palavras, uma
sessão de psicomotricidade relacional deve ter inicio, meio e fim (NEGRINE, 2002).

Os conceitos funcionais são:

- Coordenação:

A coordenação é instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. É a união harmoniosa


de movimentos, ela supõe integridade e maturação do Sistema Nervoso. Através de
atividades corporais a criança progride e descobre o mundo que a rodeia. A
coordenação motora se divide em: Estática; Dinâmica (global ou geral e manual) e
Viso-motora.

- Coordenação Estática

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Realiza-se em repouso. É dada pelo equilíbrio entre a ação dos grupos


musculares antagonistas (competidor, opositor), estabelece-se em função do tônus e
permite a conservação voluntária das atitudes.

- Coordenação Dinâmica

Envolve movimentos amplos com todo o corpo e desse modo coloca grupos
musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos
voluntários mais ou menos complexos e se realiza em movimento.

Coordenação Dinâmica Global ou Geral. Os exercícios de coordenação motora


contribuem também na elaboração do esquema corporal. A tomada de consciência
do corpo é necessária para a execução e controle dos movimentos precisos que vão
ser executados. Para ser bem desenvolvida, as atividades devem ser progressivas
começando das mais simples as mais complexas.

Coordenação Dinâmica Manual. Exige a participação das duas mãos no movimento


e são deste modo quase todos os atos que realizamos na nossa vida diariamente.
Todo ato de coordenação dinâmica manual leva implícita uma prévia coordenação
viso-motora.

Coordenação Viso-Motora. É o tipo de coordenação que se dá num movimento


manual ou corporal, que corresponde a um estímulo visual e que se torna adequado
positivamente a ele. Ela é importante porque ao estabelecer-se, vai permitir os
movimentos manuais bem coordenados.

- Postura.

- Tônus:

Uma tensão muscular existe em repouso como também em movimento. A


tonicidade pode se alterar para menos ou em excesso e nas crianças hipotônicas o
traçado é débil e as letras ficam mal acabadas ou incompletas.

O tônus é essencial para a pessoa adquirir movimentos manuais


coordenados. Se houver déficit no tônus a imagem sensorial dos movimentos e as
ações serão deficitárias.

O Tônus pode ser muscular, afetivo e mental.

- Tônus muscular é quando executa o movimento;

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- Tônus afetivo refere-se ao estado de espírito apresentado e,

- Tônus mental é a capacidade de atenção no momento da ação.

- Equilíbrio:

O equilíbrio é a base de toda a coordenação dinâmica global.

Pode ser estático ou dinâmico.

O equilíbrio estático é mais abstrato e exige muita concentração e sob


controle facilita a aprendizagem.

O equilíbrio dinâmico depende da estruturação do esquema corporal e da


integração e perfeição dos mecanismos neuropsicomotores.

- Respiração:

A respiração passa por duas fases:

- ativa = inspiração

- passiva = expiração

A respiração se faz presente em todas as ações psicomotoras. Perceber a


respiração é compreender o movimento interno e externo na vida. O controle da
respiração e do corpo é fundamental para a construção do esquema corporal.

- Esquema Corporal:

O esquema corporal é estudado pela psicomotricidade e esta noção de


corporeidade é trabalhada a fim de manter o equilíbrio entre o corpo e a mente. Sem
este equilíbrio o processo de aprendizagem e/ou o desenvolvimento motor fica
comprometido. A criança percebe seu corpo através de todos os sentidos como a
audição, a visão, a lateralidade, a coordenação, a comunicação e a orientação
espacial, sendo que as práticas psicomotoras auxiliam na organização da imagem
corporal. Na psicomotricidade, a atividade motora lúdica é fonte de prazer e através
dela a criança poderá manifestar suas habilidades e dificuldades (CHAZAUD, 1976).

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Segundo Meur (1989) o esquema corporal é um elemento básico


indispensável para a formação da personalidade da criança, pois se refere à
formação do “eu”. No momento em que ele toma consciência de seu corpo, de seu
ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo em sua volta desenvolve
sua personalidade.

Para Oliveira (1997), o corpo é uma forma de expressão da individualidade.


A criança percebe o mundo a sua volta em função do próprio corpo e isto significa
que, conhecendo-o, ela terá maior habilidade para diferenciar-se dos objetos
circundantes, observando-os e manejando-os.

Cauduro (2002) ressalta que para uma boa elaboração do esquema corporal,
é necessário que a criança receba o máximo de estimulação para que possa
perceber e sentir o corpo. A criança só se sentirá bem à medida que seu corpo lhe
obedecer, em que ela poderá conhecê-lo e automonitorar seu comportamento.

A organização do esquema corporal acontecerá paralelo à maturação da


criança. A evolução psicomotora é sinônimo de conscientização e de conhecimento
cada vez mais profundo sobre seu corpo. É com o corpo que a criança elabora todas
as suas experiências vitais e organiza a sua personalidade (LE BOULCH, 1987).

Uma criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem os
movimentos. Suas habilidades manuais tornam-se limitadas, o ato de vestir-se e
despir-se se torna difícil, a leitura perde a harmonia, o gesto vem após a palavra e o
ritmo de leitura não é mantido ou, então, é paralisado no meio de uma palavra. As
noções de esquema corporal – tempo, espaço, ritmo – devem partir de situações
concretas, nas quais a criança possa formar um esquema mental que anteceda à
aprendizagem de leitura, do ritmo, dos cálculos (MEUR, 1989).

Segundo Vayer (1971) apud Galhardo (2004), um esquema corporal mal


estruturado acarreta transtornos nas áreas motoras, perceptiva e social. Na área
motora, a criança pode apresentar dificuldades tais como coordenação deficiente,
lentidão e má postura. Na área perceptiva, pode ocasionar dificuldades de
estruturação espaço-temporal e, na área social, problemas nas relações com outras
pessoas originadas por perturbações afetivas.

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- Lateralidade:

Para Negrine (2002), a lateralidade corporal se refere ao espaço interno do


indivíduo, capacitando-o a utilizar um lado do corpo com maior desembaraço,
percebendo que este possui dois lados e que um é mais utilizado que o outro.
Embora a criança, quando bebê, utilize indiferentemente os dois lados do corpo e as
duas metades, é com a maturação do organismo que ela vai estabelecendo sua
preferência por um dos lados.

Por influência do ambiente social, a criança pode ser levada a utilizar mais de
um dos lados para atividades próprias da cultura e do meio. É durante o crescimento
e a aquisição de experiências dentro do ambiente social que se define a dominância
da lateralidade nas crianças, de forma natural. No entanto, quando a lateralidade
não está bem definida, é comum ocorrerem problemas na orientação espacial,
dificuldade na discriminação e na diferenciação entre seu lado dominante e o outro
lado e incapacidade de seguir a direção gráfica, ou seja, iniciar a leitura pela
esquerda (MEUR, 1989).

- Relaxamento: é uma técnica física que auxilia em situações de estresse e após o


exercício físico ou tensão muscular para o corpo voltar ao seu estado normal.

-Orientação e Estruturação Espaço-Temporal:

A organização ou estruturação espacial, segundo Fonseca (1996), é a tomada


de consciência, pela criança, da situação de seu próprio corpo em um determinado
meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do lugar e da orientação no espaço
que pode ter em relação às pessoas e às coisas.

Segundo Bueno (1998), orientação ou estruturação temporal é a


capacidade de situar-se em função da sucessão de acontecimentos, da duração dos
intervalos, das renovações cíclicas de certos períodos e do caráter irreversível do
tempo.

Estas duas funções psicomotoras – orientação espacial e temporal – são


importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo o corpo,
animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento.

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A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e


está ligada à consciência, à memória e às experiências vivenciadas pelo individuo
(NEGRINE, 2002).

Muitos fracassos em matemática, por exemplo, são produzidos pela má


organização espacial ou temporal. Para efetuar cálculos, a criança necessita ter
pontos de referência, colocar números corretamente, possuir noção de coluna e
fileira e combinar formas para fazer construções geométricas (DE MEUR; STAES,
1991).

- Ritmo: são os movimentos que se repetem em intervalos regulares ou a variação


do movimento de maneira constante.

- Percepções: Segundo Meur (1989) as funções psicomotoras necessárias para a


organização da percepção envolvem o reconhecimento de esquema corporal, a
lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal.

Falamos dos conceitos funcionais, mas e os conceitos relacionais?

No Conceito Relacional a expressão vem através do corpo, há um diálogo e


uma comunicação entre outros corpos, revelando ser mais afetivo ou mais
agressivo, isso é a personalidade. Os conceitos relacionais facilitam a relação entre
esses corpos através dos desejos, das frustrações e ações.

O ponto fundamental da passagem da psicomotricidade funcional para a


psicomotricidade relacional é a utilização do brinquedo, do ato de brincar, da
liberdade de exploração dos objetos e da liberdade de expressão (CAUDURO,
2002).

O desenvolvimento psicomotor caracteriza-se pela maturação que integra o


movimento, o ritmo, a construção espacial, o reconhecimento dos objetos, das
posições, a imagem do nosso corpo e a palavra. Assim, torna-se muito importante
estimular o desenvolvimento psicomotor para que a criança conscientize-se de seus
movimentos corporais que expressam suas emoções e suas descobertas (BUENO,
1998).

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Conforme Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor é de suma


importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do
tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo.

A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de


seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus
interesses. Essa abordagem constitui o interesse da educação psicomotora, que
para ser trabalhada, necessita que sejam utilizadas as funções motoras, cognitivas,
perceptivas, afetivas e sociomotoras.

Educação psicomotora é, então, a educação da criança através de seu


próprio corpo e de seu movimento. A criança é vista em sua totalidade e nas
possibilidades que apresenta em relação ao seu meio-ambiente. A educação
psicomotora atinge a criança na sua totalidade, pois através dela a criança explora o
ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento
intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca
(LE BOULCH, 1987).

Relacionar-se com o outro na escola, através do ensino, é fundamental.


Nesse aspecto, as atividades psicomotoras propiciam para a criança uma vivência
com espontaneidade das experiências corporais, criando um clima afetivo entre
professores e alunos, afastando os tabus e preconceitos que influenciam
negativamente as relações interpessoais. Neste sentido a psicomotricidade é um
meio de auxiliar a criança a superar suas dificuldades e prevenir possíveis
inadaptações, procurando proporcionar condições mínimas para um bom
desempenho escolar (LE BOULCH, 1987).

Segundo Negrine (2002), as aprendizagens psicomotoras são representadas,


do ponto de vista educacional, como o ato de fazer, mas a execução de um gesto
qualquer apresenta um componente cognitivo anterior, e é esse componente que
facilitará ou não a execução deste novo gesto.

Pode-se dizer que há uma relação entre a aprendizagem e as funções


psicomotoras, sendo necessário entender o desenvolvimento destas funções
assim como o desenvolvimento cognitivo, motor e psicossocial do aluno.

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As funções psicomotoras necessárias para a organização da percepção


envolvem o reconhecimento de esquema corporal, a lateralidade, a estruturação
espacial e a orientação temporal (MEUR, 1989).

Os conceitos relacionais são:

 A expressão;

 A afetividade;

 A agressividade,

 A comunicação;

 O limite;

 A corporeidade.

1.2. Distúrbios Psicomotores

Na evolução motora da criança ocorrem dois processos que se


complementam e se inter-relacionam, a diferenciação e a integração. Elas
acontecem de forma recíproca e simultânea, resultando em aumento de força, de
rapidez, de precisão e facilidade de movimento (SANTOS et al, 2007).

Uma evolução psicomotora normal permite à criança passar dos movimentos


globais aos mais específicos e do movimento espontâneo ao movimento consciente.

O distúrbio psicomotor traz problemas na totalidade do indivíduo. Como os


distúrbios psicomotores e afetivos estão ligados, que se influenciam e se reforçam
mutuamente, as dificuldades afetivas refletem-se no comportamento, criando novas
dificuldades (SANTOS et al, 2007).

Não é necessária a presença de uma grave lesão orgânica para que se


instale um distúrbio de psicomotricidade. Ele pode se originar de uma disfunção
cerebral mínima, de um problema físico ou de um problema emocional.

Os sintomas mais característicos, além de problemas motores de maior ou


menor gravidade, são transtornos na área do ritmo, da atenção, do comportamento,

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esquema corporal, orientação espacial e temporal, lateralidade e maturação


(retardos).

Os distúrbios são os seguintes:

1.2.1. Instabilidade Psicomotora

É o tipo mais complexo e que causa uma série de transtornos pelas reações
apresentadas. Neste quadro predomina uma atividade muscular contínua e
incessante. As crianças com instabilidade psicomotora revelam:

 Instabilidade emocional e intelectual;

 Falta de atenção e concentração;

 Atividade muscular contínua (não terminam as tarefas iniciadas);

 Falta de coordenação geral e motora fina;

 Equilíbrio prejudicado, hiperatividade;

 Altos e baixos em provas psicométricas e idade mental baixa nas provas de


desenho;

 Deficiência na formulação de conceitos e no processo da percepção;

 Discriminação de tamanho, orientação espaço-temporal, discriminação da


figura-fundo, etc.;

 Alteração da palavra e da comunicação, atraso na linguagem e distúrbios da


palavra;

 Alteração da função motora: atraso nos níveis de desenvolvimento motor e na


maturidade geral;

 Alterações emocionais: são impulsivas, explosivas, destruidoras, sensíveis,


frustram-se com facilidade;

 Características durante o sono: movimentam-se excessivamente enquanto


dormem, fazem movimentos rítmicos com o corpo ou a cabeça no travesseiro,
apresentam terror noturno;

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 Alterações no processo do pensamento: dificuldade para abstrair,


pensamento desorganizado, memória pobre, atenção deficiente;

 Características sociais: têm dificuldade de adaptação a situações novas e


facilmente deixam-se influenciar por outras crianças;

 Escolaridade: dificuldades na leitura, escrita e na aritmética (discalculia);


lentidão nas tarefas; dificuldade de copiar do vertical para o plano horizontal
(da lousa para o caderno);

 Babam excessivamente quando pequenas, chupam o dedo, roem unhas, têm


dificuldade no controle dos esfíncteres e são de fácil fatigabilidade; problemas
disciplinares graves na família, na escola e na sociedade.

1.2.2. Debilidade Psicomotora

A debilidade psicomotora caracteriza-se pela presença da paratonia ou da


sincinesia.

Paratonia é a persistência de uma certa rigidez muscular, que aparece nas


quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Apresenta uma deselegância
geral na posição estática ou em movimento. A paratonia pode ser observada por
meio da comparação do comportamento motor da criança paratônica com o de uma
criança normal.

A Sincinesia é a participação de músculos em movimentos aos quais eles são


necessários. Ou seja, quando se coloca um objeto numa das mãos da criança com
debilidade motora e pede-se a ela que o aperte fortemente, sua mão oposta também
se fechará, assim como ficar num pé só, o que para ela é impossível (SANTOS et al,
2007).

Nos estudos realizados, Santos et al (2007) observaram ainda


descontinuidade dos gestos, imprecisão dos movimentos nos braços e pernas;
dificuldades nos movimentos finos dos dedos.

Crianças com debilidade psicomotora apresentam:

 Distúrbios de linguagem (articulação, ritmo e simbolização);

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 Hábitos manipuladores: enrolar o cabelo, chupar os dedos;

 Tremores na língua, nos lábios ou nas pálpebras, bem como nos dedos
quando iniciam uma atividade ou fazem força com eles;

 Disciplina difícil;

 Atenção deficiente e coordenação motora pobre;

 Dificuldade de realizar movimentos finos;

 Afetividade e intelectualidade comprometidas (seu aspecto habitual não é de


sofrimento, mas de indiferença e apatia, confundido frequentemente com o de
deficientes intelectuais);

 Sonolência maior que a de outras crianças;

 Isolamento social e crises de birra ou de ansiedade ao enfrentarem situações


difíceis;

 Dificuldade na aprendizagem da leitura, escrita e aritmética.

1.2.3. Inibição Psicomotora

Na inibição psicomotora ocorre a presença constante de ansiedade que


aparece através das sobrancelhas franzidas e cabeça baixa. Além disso inibição
psicomotora envolve:

 Problemas de coordenação motora;

 Distúrbios de conduta;

 Distúrbios glandulares, de pele, circulatórios e tiques, além de enurese e


encoprese1;

 Rendimento superior ao das crianças com debilidade psicomotora, mas


fracassam em provas individuais (exames, chamadas orais) por causa da
ansiedade (SANTOS et al, 2007).

1
Evacuação intestinal parcial ou total na roupa fora da idade normal.

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1.2.4. Lateralidade Cruzada

A lateralidade cruzada acontece quando as dominâncias do indivíduo não se


apresentam do mesmo lado. Até os 18 meses é nítido o ambidestrismo, ou seja, o
uso indiscriminado de ambos os lados. A partir dos 2 anos é que a criança define
sua lateralidade.

Quando há dominância direita ou esquerda, não ocorre nenhuma perturbação


no esquema corporal, mas quando a lateralidade é cruzada, os distúrbios
psicomotores são evidentes e resultam em deformação no esquema corporal.

A lateralidade cruzada pode apresentar:

 Mão direita dominante versus olho esquerdo dominante;

 Mão direita dominante versus pé esquerdo dominante;

 Mão esquerda dominante versus olho direito dominante;

 Mão esquerda dominante versus pé direito dominante (SANTOS et al, 2007).

1.2.5. Imperícia

Na situação de imperícia, o portador possui inteligência normal, evidenciando


apenas uma frustração pelo fato de não conseguir realizar certas tarefas que
requerem uma apurada habilidade manual.

Suas características são:

 Dificuldade na coordenação motora fina;

 Quebra constantemente objetos;

 Letra irregular;

 Movimentos rígidos;

 Alto índice de fadiga.

Em sua maioria os distúrbios psicomotores apresentam dificuldades na


coordenação motora ampla e fina (SANTOS et al, 2007).

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2. A PSICOMOTRICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo Almeida (2006), um bom trabalho de psicomotricidade na escola


básica precisa de uma junção de fatores: concepção, comportamento, compromisso,
materiais e espaços.

a) Concepção

Concepção quer dizer que todo trabalho precisa ser planejado, pois ao
contrário, durante a execução podem surgir inúmeros problemas, como de
condução, de direcionamento das práticas e perda do foco.

É preciso haver objetivos claros para ter uma linha de pensamento a seguir,
senão, o professor corre o risco de perder a direção e no momento da avaliação,
principalmente, ele não consegue avaliar se o trabalho que executou foi bom ou não.

b) Comportamento

O comportamento do professor que queira trabalhar com psicomotricidade


deve ser sempre de um observador, pois, como diz Almeida (2006) é nas atividades
diárias que este profissional vai introduzindo práticas com objetivos psicomotores.

Ele também não pode esquecer que a motricidade deve caminhar lado a lado
com a afetividade, afinal, estes dois aspectos juntos é que formam a concepção
maior de um trabalho psicomotor. Portanto, o comportamento do professor é uma
atitude que pode qualificar como desqualificar as relações vividas nos ambientes
educativos.

c) Compromisso

Embora muitas pessoas acreditem que o compromisso seja questionável,


concordamos com Almeida (2006) ao focar o compromisso do profissional no sentido
de aproveitar o tempo de trabalho, ou seja, ele planeja e operacionaliza as práticas,

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assim, as ações se tornam mais claras e o trabalho do professor fica limpo e


consciente.

d) Materiais

Não há dúvidas de que os materiais são parte importante do trabalho docente.


Eles ampliam as ações, possibilitam que as crianças possam intervir e se relacionar
com objetos concretos, tornando o processo educativo mais próprio, mais próximo e
mais pertinente (ALMEIDA, 2006).

Quando se tem a concepção e o material, as coisas só podem funcionar, mas


lembremos que muitas vezes faltam os materiais, entretanto, o professor pode tornar
um espaço pobre em um rico ambiente educativo, do mesmo modo que um espaço
rico pode ser pobre em termos de ambiente educativo.

e) Espaços

O espaço é composto de estrutura física: salas, cadeiras, mesas, armários,


livros, quadros e todos os outros recursos físicos que podem existir em um espaço,
seja ele de educação formal (escola) ou de educação não formal (clubes,
comunidades, igrejas, etc.).

Mais uma vez podemos ter espaços ricos ou pobres, o que vai depender da
sua utilização e ainda da criatividade do professor.

Os ambientes psicomotores educativos serão aqueles em que se busca


explorar cada ação desenvolvida ali. Toda e qualquer relação humana tem de ser
considerada porque a criança está em pleno momento de construção de referências
para ela e para o mundo. É neste momento em que a criança está elaborando e
apurando sua forma de olhar para o mundo e sua forma de o conceber. Também é
neste momento em que a criança está buscando qual é o lugar dela no meio dos
adultos e como os adultos vão abrindo espaços para que ela possa ocupar
(ALMEIDA, 2006).

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2.1. A importância da Psicomotricidade na Educação Infantil

Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo,


formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da
Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse
corpo, localizando-se no tempo e no espaço (CHICON, 1999).

O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma


intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em
comportamento significante. Desse modo, é necessário que toda criança passe por
todas as etapas em seu desenvolvimento.

O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação


de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando
oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize
sobre seu corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões
perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a
criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve
realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação
dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas
que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo
(LIMA; BARBOSA, 2007).

Segundo Barreto (2000), o desenvolvimento psicomotor é de suma


importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do
tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo. A educação da
criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo,
levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A
educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as
funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora
o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu
desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do
mundo que a cerca.

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Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que


favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a
melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à
formação da sua personalidade (BRASIL, 1998).

Algumas sugestões de exercícios psicomotores seriam: engatinhar, rolar,


balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados,
equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar
livre), etc.

Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e


psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na
interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo,
promovendo a totalidade do ser humano (MONTEIRO, 2004).

Na educação infantil, a psicomotricidade, como estimulação aos movimentos


da criança tem como metas:

 Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o


corpo e o exterior (o outro e as coisas).

 Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e


da resposta corporal.

 Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através


de sinais, símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários.

 Fazer com que as crianças possam descobrir e expressar suas capacidades,


através da ação criativa e da expressão da emoção.

 Ampliar e valorizar a identidade própria e a autoestima dentro da pluralidade


grupal.

 Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser


valioso, único e exclusivo.

 Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais


(ZEVALLOS, 2010).

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2.2 O Desenvolvimento Motor Infantil

O desenvolvimento humano focaliza o estudo científico de como as pessoas


mudam e também de como permanecem iguais, desde a concepção até a morte. As
mudanças são mais óbvias na infância, porém, ocorrem durante toda a vida, sendo
que os fatores que influenciam no desenvolvimento são tanto internos (hereditários)
quanto externos (ambientais) (PAPALIA e OLDS, 2000).

O desenvolvimento ocorre em vários domínios – físico, cognitivo e


psicossocial – e as mudanças que ocorrem em cada uma destas esferas afetam as
demais. O desenvolvimento físico envolve as mudanças que ocorrem no corpo, no
cérebro, na capacidade sensorial e nas habilidades motoras. O desenvolvimento
cognitivo refere-se às mudanças que ocorrem na capacidade mental, como a
aprendizagem, a memória, o raciocínio, o pensamento e a linguagem. O
desenvolvimento psicossocial está relacionado com a capacidade para interagir
com o meio através das relações sociais, que proporciona a formação da
personalidade e a aquisição de características próprias (PAPALIA e OLDS, 2000).

Segundo Gallardo (2004), a infância é caracterizada por concentrar as


aquisições fundamentais para o restante do desenvolvimento humano, pois é nessa
etapa da vida que o indivíduo forma a base motora para a realização de movimentos
mais complexos futuramente. Neste momento é importante que a criança tenha um
bom acompanhamento no seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial.

Papalia e Olds (2000) resaltam que as mudanças que ocorrem na infância


são mais amplas e aceleradas do que qualquer outra que venha a ocorrer no futuro.
Estes autores afirmam que dos três aos seis anos as crianças vivem a segunda
infância, período que corresponde aos anos pré-escolares. Nesta fase, a aparência
das crianças muda, suas habilidades motoras e mentais florescem e sua
personalidade torna-se mais complexa. Todos os aspectos do desenvolvimento –
físicos, cognitivos e psicossociais – continuam interligados. À medida que os
músculos passam a ter controle mais consistente, as crianças podem atender mais
suas necessidades pessoais, como a higiene, e o vestir-se, ganhando, assim, maior
senso de competência e independência.

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Para Pérez (1994), o período pré-escolar é a época da aquisição de


habilidades motoras básicas, sendo que os movimentos fundamentais são
considerados verdadeiros núcleos cinéticos. Esta capacidade para mover-se cada
vez de forma mais autônoma está relacionada com diversos fatores, como a
maturação neurológica, que permite movimentos mais completos, e o crescimento
corporal, que vai permitir maior possibilidade de domínio do corpo, facilitando o
movimento e a disponibilidade para realizar atividades motoras.

O período pré-escolar é o mais importante na formação da pessoa. É quando


ela constrói os principais instrumentos interiores de que se servirá, primeiro de modo
inconsciente e depois com progressiva consciência, para se relacionar com a
chamada realidade exterior. Pode não parecer aos olhos dos adultos, mas esta é
seguramente a fase mais decisiva da vida. O tempo todo a criança age descobrindo,
inventando, resistindo, perguntando, retrucando, refazendo, socializando-se. Neste
momento, é importante que a criança tenha um bom acompanhamento no seu
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial (CURTISS, 1988).

A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde que a


criança passa a ter contato com o mundo. Na interação com o meio físico e social, a
criança passa a se desenvolver de forma mais abrangente e eficiente. Isto significa
que a partir do envolvimento com seu meio social são desencadeados diversos
processos internos de desenvolvimento que permitirão um novo patamar de
aprendizagem (BONAMIGO et al, 1982).

A criança, por meio da observação, imitação e experimentação das instruções


recebidas de pessoas mais experientes, vivencia diversas experiências físicas e
culturais, construindo, dessa forma, o conhecimento a respeito do mundo que a
cerca (BONAMIGO et al, 1982).

De acordo com Le Boulch (1987), o desenvolvimento de uma criança é o


resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas
com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais.
O corpo, portanto, é sua maneira de ser. É através dele que ela estabelece contato
com o ambiente, que se engaja no mundo, que compreende o outro. Todo ser tem
seu mundo construído a partir de suas próprias experiências corporais, sendo assim,
a criança terá maior habilidade para se diferenciar e para sentir estas diferenças,
pois é através dele que ela estabelecerá contato com o meio, interagindo em nível

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psicológico, psicomotor, cognitivo e social. Nesse sentido, através das experiências


de aprendizagem, a criança constrói seu esquema corporal e amplia seu repertório
psicomotor, adquirindo autonomia e segurança (OLIVEIRA, 1997).

As mudanças com relação ao desenvolvimento motor proporcionam uma


contínua alteração no comportamento ao longo da vida, que acontece por meio das
necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e do ambiente em que ele vive. Ele
é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Desta forma,
considera-se que uma evolução neural proporciona a evolução ou integração
sensório-motora, que acontece por meio do sistema nervoso central (SNC) em
operações cada vez mais complexas (FONSECA, 1988).

Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição


ou a aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões
importantes no desenvolvimento da criança. Cada aquisição influencia na anterior,
tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e da troca com o
meio (FONSECA, 1988).

Neste sentido, a escola tem um papel muito importante como facilitadora das
aprendizagens, estimulando o desenvolvimento integral da criança através do
trabalho em torno de desafios, fazendo com que ela explore, crie e desenvolva sua
habilidade com o objetivo de expandir seu potencial. Deste modo, proporciona um
meio para que a aprendizagem possa ocorrer, colaborando para a formação do
individuo em cada fase de seu desenvolvimento (CURTISS, 1988).

A Educação Física, enquanto uma disciplina presente no currículo da escola,


adquire um papel importantíssimo na medida em que pode estruturar o ambiente
adequado para a criança. Ela pode oferecer experiências que resultam numa grande
auxiliar e promotora do desenvolvimento integral do aluno, desenvolvendo suas
habilidades motoras e sua sociabilização, sendo assim possível trabalhar o corpo
harmoniosamente nos seus aspectos físico, cognitivo e psicossocial (BONAMIGO et
al, 1982).

Segundo estudos de Willrich, Azevedo e Fernandes (2008) o desenvolvimento


motor é considerado como um processo sequencial, contínuo e relacionado à idade
cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades

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motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a


execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas.

Inicialmente, acreditava-se que as mudanças no comportamento motor


refletiam diretamente as alterações maturacionais do sistema nervoso central.

Hoje, porém, sabe-se que o processo de desenvolvimento ocorre de maneira


dinâmica e é suscetível a ser moldado a partir de inúmeros estímulos externos
(TECKLIN, 2002).

A interação entre aspectos relativos ao indivíduo, como suas características


físicas e estruturais, ao ambiente em que está inserido e à tarefa a ser aprendida
são determinantes na aquisição e refinamento das diferentes habilidades motoras
(HAYWOOD; GETCHELL, 2004).

Sabe-se que o surgimento de movimentos e seu posterior controle ocorrem


em uma direção céfalo-caudal e próximo-distal, porém este processo não se
apresenta de forma linear, incluindo períodos de equilíbrio e desequilíbrio. Apesar
disso, costuma cumprir uma sequência ordenada e até previsível de acordo com a
idade (BURNS; MACDONALD, 1999; RATLIFFE, 2000).

Diversos fatores, porém, podem colocar em risco o curso normal do


desenvolvimento de uma criança. Definem-se como fatores de risco uma série de
condições biológicas ou ambientais que aumentam a probabilidade de déficits no
desenvolvimento neuropsicomotor da criança (MIRANDA; RESEGUE; FIGUEIRAS,
2003).

Dentre as principais causas de atraso motor encontram-se: baixo peso ao


nascer, distúrbios cardiovasculares, respiratórios e neurológicos, infecções
neonatais, desnutrição, baixas condições socioeconômicas, nível educacional
precário dos pais e prematuridade.

Quanto maior o número de fatores de risco atuantes, maior será a


possibilidade do comprometimento do desenvolvimento (EICKMANN; DE LIRA;
LIMA, 2002).

De tudo que discorremos acima, podemos inferir que o movimento é


importante para o desenvolvimento humano porque:

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 Somente o desenvolvimento perceptivo-motor correto garantirá a criança uma


concepção mais ajustada sobre o mundo externo que a rodeia.

 Dificuldades de aprendizagem simbólica (representação do mundo de forma


verbal, escrita e teleológica), refletem uma deficiente integração das noções
espaço e tempo que são fundamentais para a organização do sistema
sensório-motor da criança.

 Qualquer aprendizagem escolar, quer se trate de leitura, escrita ou de cálculo


(lógico-matématica) é, fundamentalmente, um processo de relação
perceptivo-motora.

 A garantia de um pleno desenvolvimento preceptivo motor por parte da


criança, oferecerá condições para favorecer o amadurecimento e
depuramento de suas estruturas cognitivas. É pelo comportamento
perceptivo-motor que a criança aprende o mundo do qual faz parte.

 O desenvolvimento global da criança depende (apoia-se) no comportamento


perceptivo-motor, o qual exige como condição variadas oportunidades de
aplicação: a exploração lúdica, o controle motor, a percepção figura-fundo,
integração intersensorial (sentidos), noção de corpo, espaço e tempo, etc.
(PALAFOX, 2003).

Ao relacionar desenvolvimento mental infantil com desenvolvimento motor


queremos pontuar que isto significa que a criança tem que ser capaz de controlar
seu próprio corpo. Disso também depende sua saúde física e mental, afinal é
através do corpo que a criança brinca e ganha recursos adequados para sua
sociabilidade, garantindo sua independência e ainda contribuindo para que tenha um
bom conceito de si mesma.

Na mobilidade corporal atuam um conjunto de músculos que fazem parte da


ação coordenada do tipo voluntário, nesta ação observa-se o amadurecimento das
estruturas neurais, dos ossos, tendões e alguns tecidos corpóreos que juntos
desencadeiam a coordenação motora. Porém isso não significa que devamos
pressionar a criança para que realize movimentos prematuros; porque isso poderia
desencadear uma série de efeitos desfavoráveis que poderiam acabar por deixar a
criança retraída, cheia de temores e tensões.

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O papel da família, escola e de todos os adultos que cuidam da criança do


decorrer de seu desenvolvimento é de suma importância, pois, a estimulação
precoce incentiva essa cadeia muscular a adquirir destreza e reflexos (LEITE, 2007).

O desenvolvimento motor é observado desde o terceiro mês de gestação,


quando o feto começa a movimentar membros inferiores e superiores, depois no
quarto mês observamos os famosos “pontapés” dos quais as mamães se referem.

A coordenação dinâmica global e o equilíbrio são resultados de uma sintonia


perfeita entre ações musculares em repouso e em movimento.

A tomada de consciência do corpo requer a atuação de habilidades cognitivas


específicas, por esse motivo o desenvolvimento motor no decorrer dos primeiros
anos de vida da criança, está em estreita relação com a inteligência, pois geralmente
a criança que apresenta uma dificuldade motora, pode sofrer um atraso no seu
desenvolvimento intelectual (LEITE, 2007).

O equilíbrio efetua-se através de exercícios para o equilíbrio dinâmico e


estático. A postura constitui o padrão motor básico que garante a posição do corpo
em seu equilíbrio energético respeitando o centro de gravidade. Existem conexões
correspondentes a mecanismos de autorregulação entre cerebelo e os centros
superiores do córtex cerebral onde se encontram os esquemas de conduta motora
mais diferenciados. Por esse motivo a postura básica deve ser respeitada em
qualquer movimento.

De acordo com indicações de Condemarin (1989 apud Leite, 2007), os


exercícios para o desenvolvimento da coordenação dinâmica global são realizados
com a finalidade de aperfeiçoar o automatismo corporal. Entre estes exercícios a
autora cita: a marcha, engatinhar, arrastar-se, marcha sobre uma barra de madeira,
exercícios que promovam o equilíbrio estático e dinâmico, o balancin, a cama
elástica, pular corda, jogar bola, relaxamento, flexões entre outros.

A falta de habilidades na criança é resultado de uma variedade de fatores,


como: estado físico, constituição somática, grau de inteligência, oportunidade para
desenvolver controle muscular e incentivo para conseguir esse desenvolvimento.

Algumas causas podem ser as responsáveis pela deficiência do


desenvolvimento motor, podemos citar: as de origem neurológica, deficiência no
controle dos esfíncteres, problemas de parto, meio ambiente, atraso na educação de

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hábitos de higiene, todas essas variáveis resultam em problemas de ordem


emocional podendo variar desde a timidez até alterações de conduta e formação de
personalidade.

Com o acompanhamento de profissionais ligados às áreas de movimentação


corporal, a habilidade pode melhorar muito em termos de velocidade, firmeza e força
(LEITE, 2007).

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3. PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CORPORAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1. Trabalhando O Corpo Na Educação Infantil

São inúmeras as atividades que podem ser desenvolvidas com crianças para
prevenir ou reeducá-la.

Iremos aprofundar este assunto na apostila de jogos e brincadeiras, mas aqui


cabem algumas propostas.

As atividades de mímica e dramatização podem ser utilizadas para um maior


autoconhecimento, seja do próprio corpo como de suas emoções. O trabalho
realizado com crianças com dificuldades de aprendizagem tem enfatizado a
necessidade de deixá-las vivenciar sensações de rigidez e de total relaxamento,
principalmente no caso de crianças que possuem instabilidade motora em diversos
níveis (SANTOS et al, 2007).

Para trabalhar a coordenação motora ampla global temos o movimentar-se


livremente, sentir-se à vontade, como por exemplo, arrastar-se no chão, passar por
baixo de cadeiras, rolar de lado como se a criança descesse uma ladeira. Andar:
normal por cima de objetos colocados no chão; engatinhar; e pular. Corridas: livres;
revezamento de obstáculos; amarelinha; jogos de bola (lançar e apanhar).

Para a coordenação motora fina, os movimentos exigem dissociação digital


fina. As atividades podem ser: misturar vários canudos coloridos cortados em
pedaços, pedindo que os separe pela cor; enfiar objetos finos e furados em um
barbante; recortar figuras e fazer colagens; cópia de um trecho escolhido.

Para a coordenação motora digital, que são os movimentos puros em que


prevalece a atividade digital, com escassa participação de deslocamento manual,
temos as atividades de separar fichas conforme a cor; jogo de varetas; dobradura de
papel.

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3.2. Os Ambientes E Aprendizagem E O Caráter Preventivo

Todo ambiente, sem exceção, é um espaço organizado segundo certa


concepção educacional, que espera determinados resultados. Há sempre um arranjo
ambiental, mesmo que isso se traduza na existência de uma sala com pouco
mobiliário e poucos objetos e brinquedos ou uma sala atulhada de berços dispostos
lado a lado.

No caso das creches ou escolas de educação infantil, o ambiente deveria ser


considerado como um campo amplo de vivências e explorações, zona de múltiplos
recursos e possibilidades para a criança reconhecer objetos, experiências,
significados de palavras e expressões, além de ampliar o mundo de sensações e
percepções (OLIVEIRA, 2010).

Esse ambiente funciona como um recurso de desenvolvimento e, para isso,


ele deve ser planejado pelo educador, parceiro privilegiado de que a criança dispõe.

A criança, desde cedo, reconhece o espaço físico ou atribui-lhe significações,


avaliando intenções e valores que pensam ser-lhe próprios. Daí a importância de
organizar os múltiplos espaços de modo que estimulem a exploração de interesses,
rompendo com a mesmice e o imobilismo de certas propostas de trabalho de muitas
instituições de educação infantil.

O que importa verificar não são as qualidades ou os aspectos do ambiente,


mas como eles são refratados pelo prisma da experiência emocional da criança e
atuam como recursos que ela emprega para agir, explorar, significar e desenvolver-
se (OLIVEIRA, 2010).

Fonseca (1996) destaca o caráter preventivo da psicomotricidade, afirmando


ser a exploração do corpo, em termos de seus potenciais uma “propedêutica das
aprendizagens escolares”, especialmente, a alfabetização.

Para o autor as atividades desenvolvidas na escola como a escrita, a leitura, o


ditado, a redação, a cópia, o cálculo, o grafismo, e enfim, os movimentos estão
ligados à evolução das possibilidades motoras e as dificuldades escolares estão,
portanto, diretamente relacionadas aos aspectos psicomotores. Todavia, a
Psicomotricidade, não pode ser analisada fora do comportamento e da

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aprendizagem, e este, para além de ser uma relação inteligível entre estímulos e
respostas, é antes do mais, uma sequencia de ações, ou seja, uma sequencia
espaço-temporal intencional.

Se tomarmos a definição de Hutardo2 (1991, p. 91) para Psicomotricidade,


temos como justificar a ação do professor que, ao apropriar-se dos recursos
psicomotores, poderá promover práticas psicomotoras com caráter preventivo.

Essa ação difere da reeducação, prática que normalmente ocorre no campo


da clínica psicomotora. A intervenção preventiva acontece na medida em que dá
condições à criança de se desenvolver melhor em seu ambiente.

As práticas psicomotoras realizadas como atividades regulares no cotidiano


da instituição de educação infantil favorecem o desenvolvimento psicomotor da
criança, tendo nesse caso um caráter preventivo (IMAI, 2005).

Um exemplo de prática psicomotora preventiva pode ser visto quando


oferecemos as condições favoráveis para o desenvolvimento psicomotor de uma
criança ameaçada pela vida sedentária que leva em seu lar. Esse fato tem se
tornado cada vez mais comum nos grandes centros. Essa situação pode ser
justificada pelos avanços tecnológicos em nossa sociedade que oferecem muitas
vezes diversão e recreação com o mínimo de esforço físico.

Para muitas crianças, o espaço escolar é, talvez, o único lugar no qual irão
passar várias horas de seu dia brincando, com segurança, em grandes áreas, tendo
contato com areia, parque e interagindo com outras crianças. Nesses contextos
educativos, elas terão, muitas vezes, as condições favoráveis para o seu
desenvolvimento afetivo, social, cognitivo, psicológico, motor e, em especial, no
campo psicomotor (IMAI, 2005).

A educação infantil necessita de professores com uma formação ampla em


diversas áreas do conhecimento: cognitiva, psicológica, motora, neurológica e
psicomotora, para atender às necessidades de sua clientela. Esse profissional tem
hoje um grande desafio, superar as barreiras impostas pelo despreparo em lidar com
situações que exigem conhecimentos em áreas específicas, que outrora não se
acreditava serem de seu domínio. A ação educativa preventiva pode contribuir para
2
Ciência da educação que enfoca a unidade indivisível do homem (constituída pelo soma e psique),
educando o movimento ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções intelectuais.

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diminuir ou mesmo solucionar possíveis dificuldades durante o processo de


desenvolvimento psicomotor, impedindo que essas dificuldades possam
comprometer as futuras aprendizagens escolares (IMAI, 2005).

Enfim, o conhecimento aliado à prática e experiência do profissional,


certamente conduzirá a mudanças significativas em sua prática psicomotora com
caráter preventivo.

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4. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade: jogos,


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2006.

ALVES, Fátima. Psicomotricidade na Educação Infantil. Disponível em:


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Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.

BONAMIGO et al. Como ajudar a criança no seu desenvolvimento. Porto Alegre -


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Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério
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entender? Novo Hamburgo; Feevale, 2002.

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CHICON, José Francisco. Prática psicopedagógica integrada em crianças com


necessidades educativas especiais: abordagem psicomotora. Vitória:
CEFD/UFES, 1999.

CURTISS, Sandra. A alegria do movimento na pré-escola. Porto Alegre: Artes


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DE MEUR, A de. Psicomotricidade: educação e reeducação. São Paulo: Manole,


1989.

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5. ANEXO

Quadro Resumo das Habilidades Motoras da Criança

Fonte: ECKERT (1993, p.230-231).

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