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Professora Ana Carolina

Direito Constitucional Avançado - CCJ0135


2019.2

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

I) HABEAS CORPUS

1) PREVISÃO E CONCEITO

Artigo 5.º, LXVIII, CRFB/88: conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder.

• Impetrante: é o autor da ação constitucional de habeas corpus.


• Paciente: é o indivíduo em favor do qual se impetra (podendo ser o próprio impetrante).
• Autoridade coatora ou impetrado: é a autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder.

• Referida ação pode ser formulada sem advogado, não tendo de obedecer a nenhuma formalidade
processual ou instrumental, sendo, por força do art. 5.º, LXXVII, gratuita.

2) LEGITIMIDADE

a) Legitimidade ativa: é universal e não há, sequer, a necessidade de advogado – porém, é um atributo da
personalidade.

b) Legitimidade passiva: aquele que pratica a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente.

3) COMPETÊNCIA: É determinada de acordo com a autoridade coatora - artigo 102, I , "d" e "j"; artigo
102, II, "a"; artigo 105, I, "c", II, "a"; artigo 108, II; artigo 109, VII CF/88; artigo 121, § 4°, CRFB/88.

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AUTORIDADE COATORA AUTORIDADE JUDICIAL COMPETENTE

Autoridade policial estadual ou federal Juiz de Direito ou Juiz Federal

Promotor de Justiça, Juiz de Direito ou Turma Tribunal de Justiça


Recursal Estadual

Procurador da República ou Juiz Federal ou Tribunal Regional Federal


Turma Recursal Federal

Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal Superior Tribunal de Justiça

Ministro de Estado, Comandantes da Marinha, Supremo Tribunal Federal


Exército ou Aeronáutica ou autoridade do STJ -
art. 102, 1, "d", CRFB/88

Juiz dos Juizados Especiais Criminais Estaduais Turma Recursal Criminal


Juiz dos Juizados Especiais Criminais Federais Estadual e Federal

3) ESPÉCIES
• Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (a restrição à locomoção ainda não se
consumou). Nessa situação poder-se-á obter um salvo-conduto para garantir o livre trânsito de ir
e vir.
• Liberatório ou repressivo: para cessar a violência ou coação já consumada, almejando-se a
expedição de alvará de soltura.
• Suspensivo: na hipótese de a prisão ter sido decretada, porém o mandado ainda estar pendente de
cumprimento, almejando-se assim a expedição de um contramandado de prisão.

4) CABIMENTO: o rol previsto no art. 648, CPP é meramente exemplificativo.

Artigo 648, CPP: A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;


II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

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VI - quando o processo for manifestamente nulo;


VII - quando extinta a punibilidade.

• Por força do artigo 142, § 2.º, não cabe habeas corpus em relação a punições disciplinares
militares. Há de se ressaltar, porém, que a sua interposição tem cabimento para se impugnar a
forma/legalidade da punição.

“Nesse sentido, conforme jurisprudência do Pretório Excelso, a proibição não abrange os chamados
pressupostos de legalidade da sanção disciplinar - hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função e
pena suscetível de ser aplicada” (HC 70.648, Rei. Ministro Moreira Alves, e RE 338.840-RS, Rei.
Ministra Ellen Gracie, 19.8.2003).

Súmula 693, STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

Súmula 694, STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de
perda de patente ou de função pública.

Súmula 695, STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

5) PROCEDIMENTO: é extremamente informal e célere.

• Embora não haja previsão ao deferimento de liminar, sendo o caso o juiz deverá deferi-la, tendo
por analogia o procedimento do mandado de segurança.
• Será a autoridade coatora notificada para apresentar informações, seguida, caso seja necessário,
de oitiva do paciente e sentença, na qual se concederá, ou se negará, a ordem pleiteada.

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