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A condução dos animais até a linha de abate deve ser executada de maneira o menos
estressante possível, isso será atingido levando-se em consideração os aspectos
construtivos das
instalações, ou seja, aspectos como a construção de linhas de condução dos animais na
forma
circular, facilitando a locomoção dos animais.
Outro fator importante é quanto à presença de pontos metálicos que possam provocar
reflexos, ou ruídos de alta intensidade, pessoas ao redor, locais escuros podem
representar barreiras
que afetarão o avanço normal doa animais pela linha de abate (FILHO e SILVA, 2004).
Especificamente, em relação aos boxes de atordoamento, estes devem ser individuais,
isto é,
adequados à contenção de um só bovino por unidade. É importante a instalação de
barras de metal
no piso do brete de atordoamento, o operador de abate pode trabalhar mais facilmente e
efetivamente (VOOGD, 2006).
A operação de sangria consiste basicamente no corte dos grandes vasos de circulação de
sangue do pescoço dos animais, e deverá ser iniciada logo após a operação de
sensibilização dos
animais, de modo a provocar um rápido e completo escoamento do sangue (FILHO e
SILVA,
2004).
Os problemas causados por um mau manejo antes do abate resultam em carcaças com
hematomas (contusões), presença de cortes escuros nas carnes, reações de vacina e
perdas de peso.
Os hematomas ou contusões são acúmulos de sangue originados pela ruptura dos vasos
sanguíneos.
As regiões mais atingidas em ordem decrescente são: quarto, vazio, costela, dianteiro e
lombo.
A zona atingida pela contusão tem uma aparência feia e desagradável e, na maioria das
vezes, é necessário fazer toaletes causando perda de peso e de seu valor comercial,
como também a
propensão a contaminações em razão do sangue ser um grande meio para o
desenvolvimento
microbiano.
Segundo Renner (2006), as carnes com uma coloração escura, além de apresentar pH
inadequado, têm efeitos sobre a qualidade e na vida útil deste produto. O manejo
inadequado dos
animais pré-abate leva a uma queda anormal do pH, devido à reserva de energia
(insuficiente para
transformação em ácido lático). Com o esgotamento do glicogênio muscular, o processo
de
transformação pós-morte há uma alteração do grau de acidez da carne (pH elevado),
resultando em
cortes escuros. Neste sentido, o pH se caracteriza como um importante indicador da
qualidade da
carne, influenciando a aparência dos cortes e atributos de qualidade (maciez, cor, sabor
e odor)
(Devine, citado por Carragher e Matthews, 1996).
Além disso, aplicações incorretas de vacinas ou outros medicamentos causam lesões
subcutâneas e até mesmo intramusculares, representando grandes perdas para indústria
frigorífica.
Dessa forma, o manejo dos animais durante o período pré-abate apresenta efeitos
significativos na qualidade final dos produtos cárneos.
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É muito importante o manejo adequado de bovinos, minimizando o estresse dos animais
eo
esforço de trabalho, assegurando bons rendimentos de carcaça e alta qualidade da carne.
Isso leva
ao atendimento de expectativas de muitos consumidores, que requerem cada vez mais
segurança
alimentar e bem-estar dos animais. Ganhos em eficiência, animais sem estresse,
menores riscos para
animais e funcionários, maior produtividade homem/hora, maior qualidade de carne no
pré-abate e
acesso a mercados mais exigentes justificam o manejo racional de animais. Recomenda-
se,
portanto:
Redução gradativa de animais com chifres na propriedade, pois bovinos com
chifres apresentam duas vezes mais lesões do que animais mochos ou descornados;
Manter as instalações adequadas ao manejo dos animais, evitando extremidades
pontiagudas que possam provocar lesões;
Movimentar de forma silenciosa os animais;
A ocorrência de PSE está relacionada com acúmulo excessivo de líquido nos produtos
embalados, devido à sua menor capacidade de retenção de água, o que diminui a
aceitação do produto pelo consumidor. O comprometimento das propriedades
funcionais da carne PSE pode resultar em produtos industrializados de pouco
rendimento, devido à liberação de exsudato, o que interfere na padronização durante a
industrialização. Desta forma, o rendimento após o processamento da carne é altamente
relacionado com a velocidade da queda de pH p?, de modo que uma diferença
de uma unidade a menos no pH aferido aos 20 minutos p? corresponde a cerca
de 2% a menos no rendimento após o processamento da carne. A capacidade de
retenção de água da carne, por sua vez, exerce grande influência na maciez da carne, já
que na carne PSE a capacidade de retenção de água é menor, e quanto menor a
quantidade de água no músculo, menor a maciez da carne.
A carne em condição DFD apresenta-se mais escura, pois devido ao pH elevado, sua
superfície dispersa menos luz do que o normal, é rígida, pois as fibras estão
intumescidas pelo preenchimento com fluidos sarcoplasmáticos e, finalmente seca pois
a água endógena da carne está firmemente ligada às proteínas, não a deixando fluir para
a superfície
Além disso, quando o pH de um músculo não declina a um nível inferior a 6,0, torna-se
um ambiente ideal para o crescimento e acúmulo de esporos e microrganismos e por
isso, a vida de prateleira é reduzida.
Figura 1. Valores de pH, L* (luminosidade) e razão teor de vermelho/teor de amarelo
(a*/b*) dos filés de frango PSE, Normal e DFD.
A inspeção inclui todas as medidas necessárias para estabelecer que os frangos vivos e
os seus produtos não apresentem nenhum sinal de que a carne seja inadequada para o
consumo humano. Todas as aves enviadas para o abatedouro são inspecionadas,
inclusive as mortas durante o transporte ou que morreram pouco antes do abate. O
objetivo primário do protocolo de inspeção é facilitar a interpretação de achados e
garantir a uniformidade de aplicação de qualquer ação necessária. Mais informações
podem ser encontradas na Diretiva da CE 71/118.
lY Condução de uma análise de perigos para identificar perigos reais, que podem
ser biológicos, químicos ou físicos, sendo necessário determinar a gravidade de
cada perigo e a frequência provável de sua ocorrência.
lY Determinar os CCP nos quais o perigo pode ser evitado ou eliminado (CCP1) ou
minimizado (CCP2). Na prática, nem sempre é possível diferenciar as duas
categorias.
lY Estabelecer um sistema de controle de cada CCP, envolvendo a identificação de
critérios adequados e o estabelecimento de limites críticos destes critérios.
lY Desenvolver procedimentos de monitoramento para assegurar que o CCP esteja
efetivamente funcionando. Estes procedimentos devem ser fáceis de aplicar,
rápidos e confiáveis.
lY Estabelecer a ação corretiva a ser tomada quando o monitoramento indicar que
um determinado CCP não está mais sob controle.
lY Documentar todos os procedimentos necessários e manter registros adequados
ao princípio acima e sua aplicação.