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FORMAÇÃO DE BRINQUEDISTA E

ORGANIZAÇÃO DE BRINQUEDOTECA - EM
AMBIENTES DE SAÚDE
Coordenação Geral: Dra. Maria Celia Malta Campos

CONTEUDISTAS:

Daniela Ribeiro Linhares

Maria Cecilia Aflalo

Maria Celia Malta Campos

Sirlândia Reis de O. Teixeira

Vera Melis Paolillo

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AS FOTOS USADAS NESTE MATERIAL SÃO DO ACERVO PESSOAL DAS
AUTORAS E/OU COM PERMISSÃO DE USO DA IMAGEM.

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PROGRAMA

DIA TEMAS DOCENTE


Apresentação dos participantes e de seus contextos de trabalho.
Apresentação do curso.
A ABBri e sua missão
Daniela
21/10 M O direito de brincar
Linhares
Brincar e brinquedoteca: conceito e modalidades
Brinquedoteca hospitalar e humanização
Contribuições do brinquedista ao paciente e equipe.
Ambientes favoráveis ao brincar - projetos lúdicos no hospital: A
brinquedoteca; O espaço para adolescentes; Ambientação e oficinas
para acompanhantes; A brinquedoteca móvel: unidades de terapia
Daniela
T intensiva e pronto socorro, oficina de sucata hospitalar, brinquedoteca
Linhares
do adulto, terapia auxiliada por animais
Procedimentos específicos da brinquedoteca hospitalar quanto ao
controle de infecções: a higienização dos brinquedos
A Brinquedoteca como espaço e tempo de aprendizagem: aspectos
teóricos e práticos.
Sirlandia
22/10 M Critérios de qualidade da brinquedoteca: subsídios para um projeto de
Teixieira
brinquedoteca.
Como elaborar um projeto de brinquedoteca
A Brinquedoteca como contexto de pesquisa na Saúde: situação da
produção acadêmica
Sirlandia
T A avaliação dos serviços da brinquedoteca hospitalar: sua função e
Teixeira
metodologia
Síntese do dia – Perguntas Reflexivas.
Discussão: Perguntas reflexivas e painel.
Seleção do acervo para ambientes de Saúde.
Sirlandia
23/10 M Organização e Controle do acervo: sistemas para classificação de jogos
Teixeira
e brinquedos. Segurança do brinquedo. Brinquedos de uso coletivo
intenso.
Estudo de casos.
Sirlandia
T O perfil profissional do brinquedista hospitalar e suas funções.
Teixeira
Síntese do curso e retomada

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A ABBRI E SUA MISSÃO

HISTÓRICO

Nos anos da grande depressão econômica norte-americana, por volta de 1934, em Los
Angeles, o dono de uma loja de brinquedos queixou-se ao diretor da Escola Municipal, de que
as crianças estavam roubando brinquedos. O diretor chegou à conclusão de que isto estava
acontecendo porque as crianças não tinham com o que brincar. Assim, iniciou um serviço de
empréstimo de brinquedos como recurso comunitário. O chamado Los Angeles Toy Loan existe
até hoje. Porém, foi na Suécia, em 1963, que esta ideia foi mais desenvolvida. Com o objetivo
de emprestar brinquedos e dar orientação às famílias de excepcionais sobre como poderiam
brincar com seus filhos, para melhor estimulá-los, duas professoras, mães de excepcionais,
fundaram a Lekotek (ludoteca, em sueco), em Estocolmo.

No Brasil, o movimento das brinquedotecas também começou a ser desenvolvido a partir


da necessidade de ajudar a estimular crianças deficientes. Em 1971, por ocasião da inauguração
do Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São
Paulo, aconteceu uma exposição de brinquedos pedagógicos. O interesse despertado pelo evento
foi tanto que fez com que ele fosse transformado em um Setor de Recursos Pedagógicos dentro
da APAE, que em 1973 implantou o Sistema de Rodízios de Brinquedos e Materiais
Pedagógicos, a Ludoteca. Todos os brinquedos do Setor Educacional da APAE foram
centralizados e passaram a ser utilizados nos moldes de uma biblioteca circulante. Apenas em
1981 foi montada a primeira brinquedoteca do país, a Brinquedoteca Indianópolis, em São Paulo,
tendo como diretora, a responsável pela criação do termo Brinquedoteca, a pedagoga Nylse
Cunha.

A partir de 1984, devido ao movimento crescente em torno do tema, surgiu a necessidade


de se criar uma associação que abarcasse a demanda. Desde então, a Associação Brasileira de
Brinquedotecas – ABBri vem trabalhando em prol da divulgação do brincar, bem como formando
brinquedistas e auxiliando na montagem de brinquedotecas por todo país.

A ABBri (Associação Brasileira de Brinquedotecas) é uma entidade sem fins lucrativos –


referência nacional em consultoria sobre organização de brinquedotecas e capacitação de
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brinquedistas – que desenvolve atividades de caráter sociocultural para defesa do Direito de
Brincar. Reconhecida como OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Baseada em voluntariado e comprometida em difundir a importância do Brincar como
instrumento de desenvolvimento, aprendizagem e saúde em todas as fases da vida

MISSÃO

 Difundir a importância do brincar como instrumento de desenvolvimento,


aprendizagem e saúde para todas as idades. Estimular a criação de Brinquedotecas
e o resgate da criatividade;

 Realizar projetos que estendam a possibilidade de brincar a todas as crianças;

 Defender o direito das crianças a uma infância saudável e digna.

NOSSA ATUAÇÃO E AÇÕES

Trabalhamos em benefício da divulgação do valor do brincar para todas as idades, na


formação de brinquedistas e auxilio na montagem de brinquedotecas por todo o Brasil.

Promovemos atividades socioculturais como publicações, assessorias para órgãos


públicos na definição de políticas e normas relacionadas ao brincar e à brinquedoteca e
consultorias para implantação e operacionalização de brinquedotecas.

ACADEMIA

Publica o informativo “O Brinquedista” semestralmente, onde veicula artigos, dicas e


entrevista, entre outros assuntos relacionados ao universo infanto-juvenil, e mantém contato com
universidades que promovem estudos, pesquisas e publicações sobre o tema.

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O DIREITO DE BRINCAR

 Brincar como um direito humano

 O direito de brincar está contemplado em instrumentos legais, nacionais e


internacionais

* DECLARAÇÃO DE GENEBRA SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA

Declaração de Genebra, de 23 de fevereiro de 1923, que surge de uma proposta preliminar de


cinco pontos elaborada pela International Save the Children Union que reivindicava direitos para
a criança. Este documento foi endossado pela Assembleia Geral da Liga das Nações em 26 de
novembro de 1924 como a Carta Mundial da Assistência Social à Criança.

PARÁGRAFO III: A criança deve ser o primeiro a receber alívio em tempos de aflição.

https://www.unicef.org/vietnam/01_-_Declaration_of_Geneva_1924.PDF

* DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS (ONU/ UNICEF -


1959) - Adotada pela Assembleia das Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e ratificada
pelo Brasil; através do art. 84, inciso XXI, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts.
1º da Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935, e 1º do Decreto nº 50.517, de 2 de maio de 1961.

Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

Princípio VII: A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão
estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para
promover o exercício deste direito.
* CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA - ONU/UNICEF
A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança – Carta
Magna para as crianças de todo o mundo, aprovada na Resolução 44/25, em 20 de novembro de
1989, e, no ano seguinte, o documento foi oficializado como lei internacional

Art. 31:

1 – Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento


e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e
artística.

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2 – Os Estados Partes promoverão oportunidades adequadas para que a criança, em condições
de igualdade, participe plenamente da vida cultural, artística, recreativa e de lazer.

* CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Constituição da República Federativa do Brasil Diário Oficial da União. Brasília, Seção I, p. 1-


32, 05/10/1988 (Publicação Original)

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e


ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010) – Foi incluído o termo JOVEM em 2010.

* ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União. Brasília, Seção I, p. 13563,
16/7/1990 (Publicação Original)

Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público


assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 16. - O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

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* DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE HOSPITALIZADOS

CONANDA. Resolução nº 41, de 17 de outubro de 1995. Dispõe sobre os Direitos da Criança e


do Adolescente Hospitalizados. Diário Oficial da União. Brasília, Seção I, p. 16319-16320,
17/10/95:

1. Direito à proteção, à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de
discriminação.
2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de
classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.
3. Direito de não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão
alheia ao melhor tratamento de sua enfermidade.
4. Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de
sua hospitalização, bem como receber visitas.
5. Direito de não ser separado de sua mãe ao nascer.
6. Direito de receber aleitamento materno sem restrições.
7. Direito de não sentir dor, quando existam meios para evitá-la.
8. Direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e
diagnósticos a serem utilizados, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de
receber amparo psicológico quando se fizer necessário.
9. Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a
saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar.
10. Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente de seu diagnóstico,
tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será
submetido.
11. Direito a receber apoio espiritual/religioso, conforme a prática de sua família.
12. Direito de não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o
consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver
discernimento para tal.
13. Direito a receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para sua cura, reabilitação
e/ou prevenção secundária e terciária.
14. Direito a proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus tratos.
15. Direito ao respeito à sua integridade física, psíquica e moral.

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16. Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e
objetos pessoais.
17. Direito a não ser utilizado pelos meios de comunicação de massa, sem expressa vontade
de seus pais ou responsáveis ou a sua própria vontade, resguardando-se a ética.
18. Direito à confidência de seus dados clínicos, bem como direito de tomar conhecimento
dos mesmos, arquivados na instituição pelo prazo estipulado em lei.
19. Direito a ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do
Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente.
20. Direito a ter uma morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os
recursos terapêuticos disponíveis.

* LEI DA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR - Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005.


Diário Oficial da União. Brasília, Seção I, p. 1, 22/3/2005

“ O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com
brinquedotecas nas suas dependências.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde
que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação.
Art. 2º Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de
brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a
brincar.
Art. 3º A inobservância do disposto no art. 1o desta Lei configura infração à legislação
sanitária federal e sujeita seus infratores às penalidades previstas no inciso II do art. 10 da Lei
no 6.437, de 20 de agosto de 1977.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação”.

* MARCO LEGAL PRIMEIRA INFÂNCIA (PLC 14/2015) – Lei nº 13.257, de 08 de março


de 2016 - altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, a Lei
no 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei no 12.662, de 5 de junho de 2012. Diário Oficial
da União. Brasília, Seção I, p. 1-4, 09/3/2016

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Art. 4º Parágrafo único. A participação da criança na formulação das políticas e das ações que
lhe dizem respeito tem o objetivo de promover sua inclusão social como cidadã e dar-se-á de
acordo com a especificidade de sua idade, devendo ser realizada por profissionais qualificados
em processos de escuta adequados às diferentes formas de expressão infantil.

Art. 5º . Constituem áreas prioritárias para as políticas públicas para a primeira infância a
saúde, a alimentação e a nutrição, a educação infantil, a convivência familiar e comunitária, a
assistência social à família da criança, a cultura, o brincar e o lazer, o espaço e o meio ambiente,
bem como a proteção contra toda forma de violência e de pressão consumista, a prevenção de
acidentes e a adoção de medidas que evitem a exposição precoce à comunicação mercadológica.

Art. 17º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular
a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e o exercício da criatividade
em locais públicos e privados onde haja circulação de crianças, bem como a fruição de
ambientes livres e seguros em suas comunidades.

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BRINCAR E BRINQUEDOTECA: CONCEITO E MODALIDADES

O brincar, em qualquer ambiente ou situação, desenvolve a resiliência, estimula a


linguagem da criança, favorece a cultura da infância/imaginação, aprimora as habilidades sociais
e cognitivas, desenvolve o humor, fortalece a autoestima, melhora a saúde física e mental da
criança, aumenta a confiança em si e no outro, promove prazer e alegria na vida das crianças,
favorece a autonomia, a criatividade e a tomada de decisões. O universo lúdico compreende, de
forma ampla os termos brincar, brincadeira, jogo e brinquedo. O brincar caracteriza a brincadeira,
o jogo e o brinquedo através de características diferentes de acordo com a cultura, faixa etária,
situação socioeconômica, entre outros.

O brinquedo é o "objeto de suporte da


brincadeira" e que podem haver brinquedos
estruturados (aqueles que já são adquiridos
prontos) e brinquedos não estruturados
(objetos quaisquer que adquirem novo
significado).

Casa de bonecas adaptada para


criança em cadeira de rodas

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A brincadeira é uma
atividade que pode ser individual
ou coletiva, com estrutura e regras
definidas. A existência das regras
não limita o caráter lúdico da
brincadeira, porque as mesmas
podem ser modificadas em comum
acordo com os participantes.

Parque no HU- USP

A concepção de jogo está integrada tanto ao brinquedo quanto à brincadeira, porém é


uma ação mais estruturada e com regras definidas mais explícitas.

A brinquedoteca, de uma maneira geral, é um espaço privilegiado que fomenta o brincar


com liberdade, segurança e acolhimento, garantindo à criança seu direito de brincar, inerente ao
desenvolvimento saudável nos aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais, de maneira
integrada e dinâmica.

Na brinquedoteca são oferecidos diferentes


jogos e brinquedos e o brinquedista orienta
sobre o brincar e suas variações, além de
viabilizar o brincar livre e espontâneo com
segurança, a conservação dos recursos para a
manutenção do espaço, a sustentabilidade do
serviço, a promoção do anti-consumismo, o
respeito à diversidade cultural e de gênero,
além de incentivar o protagonismo da
Jogo construído com material reciclado criança.

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As modalidades de brinquedotecas diferem de acordo com as combinações diversas em
relação à clientela (criança, adolescente, adulto, idoso), ao contexto (localidade), ao tipo (função)
e a sua operacionalização (fixa, móvel, circulante, itinerante).

Os tipos de brinquedoteca são definidos de acordo com a necessidade do grupo atendido.


A escolar tem a finalidade pedagógica para dar suporte à educação; a terapêutica, de maneira
adaptada, auxilia no tratamento de crianças portadoras de deficiências; a hospitalar tem o
objetivo de amenizar os sentimentos negativos inerentes a esse período; as
circulantes/itinerantes, atendem as crianças das comunidades através de veículos;
comunitárias, que estimulam as relações na vizinhança; universitárias, com o propósito de
fomentar a pesquisa sobre o comportamento infantil através dos brinquedos e brincadeiras;
clínicas, para auxiliar o tratamento psicológico de crianças com questões comportamentais;
empresariais, em shoppings e grandes lojas que podem ser fixas ou temporárias; em
condomínios ou bibliotecas.

Independente da localidade onde a brinquedoteca se instala, algumas funções são comuns,


como a socialização, o desenvolvimento da inteligência, o estímulo à criatividade, a valorização
do brinquedo, a sustentabilidade, a autonomia da criança, o incentivo à responsabilidade, entre
outros benefícios.

Em especial, a brinquedoteca hospitalar,


funcionalmente ameniza o trauma psicológico da
internação, melhora a qualidade de vida no
hospital, proporciona um ambiente que inspira
confiança e tranquilidade ao binômio paciente-
família e proporciona elementos terapêuticos que
contribuem amplamente para o processo de
recuperação e cura das crianças.

Festa junina

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BRINQUEDOTECA HOSPITALAR E HUMANIZAÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que saúde é um estado completo de


bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de enfermidade. Além disso, a
humanização, no campo da saúde, é delineada como uma aposta ético-estético-política que atua
de forma transversal às demais políticas de saúde, a fim de impactá-las e interferir na qualificação
da atenção e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A criação da Política Nacional de
Humanização (PNH) pelo Ministério da Saúde, em 2003, se deu pela necessidade de avanço e
qualificação do sistema nacional de saúde, na relação e nos processos de atenção ao usuário, bem
como no trabalho de gestores e trabalhadores da área, reconhecendo a singularidade e a
capacidade criadora de cada sujeito envolvido. Para se efetivar a humanização é fundamental que
os sujeitos participantes dos processos em saúde se reconheçam como protagonistas e
corresponsáveis de suas práticas, buscando garantir a universalidade do acesso, a integralidade
do cuidado e a equidade das ofertas em saúde. É nesse sentido que a Brinquedoteca Hospitalar
vem ao encontro da Humanização, pois garantem os três princípios fundamentais do SUS:
contemplando a saúde como um direito de todos no hospital, pois é um espaço de interação e
integração do trinômio paciente-família-equipe que acolhe e respeita as particularidades dessa
população atendida e trabalha com a visão totalitária desse público alvo.

A criança ou o adolescente hospitalizado ficam sob o cuidado de um grupo técnico que,


por muitos anos, não acompanhou a real necessidade da criança em brincar e se expressar e se
limitou ao cuidar das condições clínicas desse indivíduo. Isso porque, a prática hospitalar se
fundamenta em diagnóstico fisiopatológico, exames laboratoriais, procedimentos de intervenção
clínica e uma técnica focada na doença.

O processo do adoecer representa uma ruptura no cotidiano do indivíduo e a perda da


condição de saudável ameaça sua integridade e gera medo da perda das capacidades adquiridas.
O indivíduo se sente vulnerável diante da condição humana e necessita de readaptação e de
ressignificação dos próprios valores, principalmente durante os períodos de longa internação. Ao

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brincar, há envolvimento corporal e se promove um movimento espontâneo renovador, gerando
prazer e interação.

A brincadeira proporciona a abertura ao meio, compensando e reequilibrando o


organismo após situação de frustração, tensão e conflito, além de contribuir para a formação,
manutenção e preservação de processos cognitivos, afetivos, emocionais e socioculturais. Nesse
sentido, o lúdico proporciona a transição paciente ao ser ativo, protagonista da ação.

A necessidade de brincar deve ser a satisfação em si, sem objetivos extrínsecos, de


maneira espontânea e voluntária, supondo que o paciente se torna um sujeito ativo e engajado na
ação pode se realizada consigo mesmo, com os pares ou com os adultos em qualquer lugar.

Quando se refere à equipe, o que ressalta são as atitudes destes em relação a si e a sua
família e não a competência técnica.

Uma criança que se sente aceita e amparada emocionalmente tem muitas vezes as
condições mínimas e suficientes para dar encaminhamento à elaboração de uma situação interna
de ansiedade ou angústia. O bem-estar do paciente pediátrico no ambiente hospitalar é um dos
nortes da humanização porque o brincar permeia qualquer ambiente e possibilita a expressão e
ampliação significativa da vida.

A brinquedoteca, por si só, é um espaço de troca de vivências onde a criança pode


explorar, socializar-se e expressar-se individualmente, com a participação da família ou da
equipe, mas a existência de um espaço externo onde a criança possa sair do ambiente hospitalar,

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mas não do hospital, é extremamente favorável ao imaginário infantil, potencializando a
criatividade e o contato com o meio.

Área de lazer ao ar livre para as crianças hospitalizadas – HU -USP

CONTRIBUIÇÕES DO BRINQUEDISTA AO PACIENTE E EQUIPE

O brinquedista, enquanto profissional especializado, é aquele que, formado nas áreas de


Humanidades ou Saúde (biológicas), valoriza a potencialidade do lúdico nas relações e fomenta
a sua prática cotidiana. Em sua atuação, aborda o brincar e a brincadeira como ferramentas de
conhecimento e comunicação do universo imaginário que interagem com a experiência imediata
de relacionamento com o ambiente. Como adulto mediador capaz de valorizar a subjetividade
deste universo, oferece ganhos concretos na prática pedagógica e terapêutica. Ao organizar
espaços lúdicos; mobilizar o uso, a guarda e a conservação de brinquedos, incentivar e coordenar
brincadeiras coletivas, consegue demonstrar na prática que o brincar é uma das melhores formas
das crianças apreciarem a vida enquanto são apresentadas a sua cultura e sociedade, colaborando
assim para a formação de pessoas adultas saudáveis, capazes e felizes.

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ABBRI.7
Oficina de lavagem de mãos

A Brinquedoteca Hospitalar requer profissional qualificado para atuar neste ambiente


muito específico, de modo a assegurar as normas de funcionamento e os procedimentos de
higienização. Independente da sua formação acadêmica, ele deve estar preparado para contribuir
de maneira positiva ao ambiente. As atribuições que podem ser delegadas ao brinquedista
hospitalar são:

 oferecer aos pacientes internados atividades recreativas na brinquedoteca ou nos


leitos;
 limpar mobiliário, brinquedos e miniveículos com pano limpo e álcool 70% ou
promover o treinamento à equipe de higienização que promoverá o trabalho;
 organizar os diferentes ambientes lúdicos além da brinquedoteca;
 ir ao quarto das crianças e convidá-las para brincar e, caso a criança não possa ir
à brinquedoteca, emprestar um brinquedo;
 apresentar a brinquedoteca para as crianças que vierem ao local e oferecer alguma
atividade, porém é fundamental respeitar o desejo do brincar livre;
 observar a classificação e catalogação dos brinquedos, zelando pelo bom uso e
respeitando os critérios de registro e localização pré-estabelecidos;
 anotar os empréstimos de brinquedos, orientado para que não haja troca entre os
pacientes sem que seja feita limpeza adequada e prévio aviso ao brinquedista,

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além de orientar que a devolução dos brinquedos deve ser feita ao seu cuidado
para conferência e limpeza adequada;
 planejar e coordenar a execução dos eventos;
 captar recursos para a sustentabilidade dos espaços lúdicos;
 participar das reuniões com a equipe multidisciplinar para a discussão de casos;
 realizar registros diários e mensais para preencher os indicadores de qualidade;
 organizar arquivos e documentos pertinentes à sua área de atuação;
 zelar pela guarda, conservação, manutenção e limpeza dos equipamentos,
instrumentos e materiais utilizados, bem como do local de trabalho;
 efetuar pesquisas e atualizações em relação às tendências e inovações tecnológicas
de sua área de atuação e das necessidades do setor/departamento.

A participação do brinquedista na assistência humanizada minimiza os impactos da


hospitalização, pois a equipe, além de valorizar a competência deste profissional, torna-se
disposta a ouvir e compreender as necessidades que a clientela sinaliza, buscando respeitar suas
características, de forma integral.

A comunicação e a interação entre as pessoas envolvidas durante a internação, trinômio


paciente-família-equipe, torna o ambiente hospitalar mais lúdico e amigável, criando relações
colaborativas que possam transformar as limitações em possibilidades.

AMBIENTES FAVORÁVEIS AO BRINCAR - PROJETOS LÚDICOS NO HOSPITAL

Com a enfermidade e a hospitalização, a criança e/ou adolescente assumem um “estado


de espera”, contudo, práticas socioeducativas que estimulem a criação e a socialização,
proporcionam o seu desenvolvimento e dão novo sentido à vida, favorecendo com que
apreendam conceitos novos.

Nesse contexto, relatamos nossa experiência num hospital público universitário com essa
proposta que tem como objetivo proporcionar atividades em que o paciente e a família possam
aprender brincando e sentir-se à vontade para desenvolver atividades que contribuam para o seu

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aprendizado, além de ajudar a protagonizar a qualidade de vida do paciente por estar em
contraponto à situação passiva imposta pela hospitalização.

A brinquedoteca é um espaço muito estimulador, composto por cantinhos temáticos que


promovem a expressão livre permitindo a representação do imaginário, o desenvolvimento da
linguagem, a interação social, a estruturação de personalidade e a aproximação do real.

Esse espaço, no ambiente de saúde, garante o bem-estar físico e psíquico dos indivíduos
atendidos, e caracteriza-se, dessa forma, como um equipamento imprescindível para diminuir o
impacto da hospitalização, funcionando também como um suporte social às famílias enquanto
um contexto saudável de convivência.

Seu objetivo é proporcionar um ambiente em que a criança possa aliviar suas angústias e
ansiedades através de atividades que a ajudem no entendimento de necessidades não
satisfeitas ou reprimidas.

A busca de um estado de equilíbrio em relação ao meio-ambiente, que é interrompido por


essa situação de adoecimento, encaminha o paciente a buscar novas formas de equilíbrio e a
brinquedoteca é um espaço fundamental para isso.

O incentivo de atividades lúdicas expressivas e produtivas, faz com que a criança aceite
a conviver com a doença de maneira que possa organizar sua vida e elaborar essa nova situação
com a proposta de manter o desenvolvimento o mais próximo possível do adequado. No âmbito
hospitalar, o lúdico é a estratégia para a preservação a saúde emocional, através continuidade ao
processo de contato com a realidade, de preparação para procedimentos e novas situações que
serão enfrentadas durante a internação e, inclusive, à volta para casa.

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No espaço para os lactentes, através do
lúdico, a criança compreende a
constituição do eu e do não-eu,
assimilando a composição do esquema
corporal de si mesmo. Apreende conceitos
primários de lateralidade; mudança de
decúbito; preensão; coordenação geral
global, visual e auditiva, entre outros
aspectos.

Espaço dos lactentes

A presença de um familiar durante as atividades reforça o vínculo entre ambos ao mesmo


tempo que colabora para o desenvolvimento de consciência. Também há a interação com outras
crianças através de atividades simultâneas.

No espaço do faz-de-conta, a criança


recria situações do seu cotidiano e
explora novas formas de expressão
independente do imaginário. Figurinos,
adereços e instrumentos que
representam a realidade facilitam as
ações do simbólico e desenvolvem a
imaginação, a linguagem, a memória, a
Brincadeira de faz-de-conta atenção e a imitação.

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No cantinho da leitura, o contar e ler
histórias são atividades prazerosas e que
oferecem um estreitamento dos laços
afetivos, uma riqueza de vocabulário,
estruturas de linguagem e expressões.
Além disso, cada história é repleta de
situações que estimulam o imaginário e a
reflexão de inúmeros conceitos.

Durante os jogos, as crianças delimitam seu campo de raciocínio no qual a atividade está
fundamentada através do cumprimento das regras, interioriza de maneira criteriosa modelos e
desenvolve atitudes e valores morais através da resolução de desafios propostas nesta
experiência.

Ao se expressar com diferentes elementos artísticos, o paciente expressa seus sentimentos


e necessidades usando linguagens gráficas que desenvolvem a coordenação motora, o esquema
corporal, a imaginação, a percepção sensorial, a grafia e o conhecimento de diferentes conceitos

O brincar com materiais de construção permite a


exploração mais profunda das características
associativas dos objetos, assim como o seu uso
simbólico e social. Além de explorar e considerar
as propriedades reais de cada elemento de
construção, a criança relaciona os materiais com o
imaginário e desenvolve o pensamento
antecipatório, a iniciativa e a solução de problemas
para a criação de uma nova realidade.

Construção de brinquedos
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A comemoração do aniversário da criança, os festejos em datas especiais ou grandes eventos
esportivo/culturais resgatam, renovam e resinificam o valor da vida social como uma vertente
para o de desenvolvimento de valores enfatizando os sentimentos de pertencimento ao grupo.

Durante o período de internação, alguns


eventos precisam ser considerados e celebrados
neste ambiente. Eventos culturais ou
educativos, de importância afetiva, quando
realizados neste momento constroem uma
ponte com o mundo externo.

Natal Páscoa
Os espaços lúdicos proporcionam o encontro de diferentes pessoas com diferentes
histórias de vida, permitindo a troca de experiências e enriquecimento das relações interpessoais
e intrapessoal. Nos contextos de cuidados de saúde, o brincar ajuda as crianças a terem uma
sensação de normalidade, proporcionam uma oportunidade de expressão, proporcionam
aprendizagem sobre o meio ambiente e mantêm e potencialmente obtêm novas competências de
desenvolvimento.

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ESPAÇO PARA ADOLESCENTES

O estágio da puberdade-adolescência é marcado por inúmeras transformações


fisiológicas, corporais, comportamentais, sociais e psíquicas-afetivas. O meio social tem grande
importância para o desenvolvimento no período da adolescência, uma vez que o indivíduo está
mais sujeito às influências e ações do meio social. Portanto, o hospital, enquanto esfera social,
deve ter seu atendimento humanizado e preocupar-se em manter o desenvolvimento da pessoa
nesta fase de vida fornecendo materiais e atividades que permitam a mesma manter e descobrir
seus talentos e aptidões, sendo orientadas aos novos conhecimentos.

Considerando que a facticidade da doença e a hospitalização afastam o adolescente do


seu “mundo” e das pessoas com as quais convive, há uma desestruturação de sua vida e
somatização de mais uma crise neste período de mudanças.

Videogame no espaço dos adolescentes

Para isso, criou-se um espaço próprio para essa clientela, independente da brinquedoteca,
pois foi percebido que os adolescentes não frequentavam a mesma por considerá-la infantilizada
e, ao mesmo tempo, não tinham um ambiente onde pudessem se encontrar com seus pares e,
juntos ou individualmente, conseguir expressar-se e desenvolver suas potencialidades. Para
efetivação deste atendimento, houve a aquisição de material para a criação de espaços para que
o adolescente possa ler; jogar; assistir TV, DVD e vídeo; acessar a Internet e jogar vídeo games.

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Espaço dos adolescentes

A criação de um espaço próprio para o paciente adolescente proporciona uma vivência


social, terapêutica e educativa que valoriza o jovem como sujeito ativo e responsável. É notável
a melhora da mobilidade e envolvimento do paciente quando o mesmo frequenta o espaço pois
sente-se mais alegre e comunicativo e interage melhor com a equipe e com os demais pacientes.
Valoriza-se:

- o ser social intra-hospitalar em seu caráter individual, através da leitura / TV / DVD /


Vídeos; e em seu aspecto grupal, através de jogos, eletrônicos ou de tabuleiro, e oficinas de
expressão artística;

- o seu ser extra-hospitalar, que utiliza o computador como janela para o mundo,
mantendo contato com amigos e familiares que não podem estar presentes, assegurando o vínculo
com o “seu mundo”.

Área externa

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AMBIENTAÇÃO E OFICINAS PARA ACOMPANHANTES

As unidades de internação pediátricas contam, na maior parte do tempo, com a presença


de acompanhantes, uma vez que este direito está garantido pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, Lei no. 8.069, de 13 de julho de 1990, no artigo 12 e pela aprovação da resolução
no. 41 de 13 de outubro de 1995, que dispõe sobre os Direitos da Criança e do Adolescente
Hospitalizados. A presença do acompanhante pediátrico tem por finalidade dar apoio sócio
afetivo e psicológico à criança / adolescente durante o processo da doença minimizando o medo,
a insegurança e traumas decorrentes da hospitalização. Este direito é cumprido, sendo oferecido
no ambiente de internação junto ao paciente, acomodação para descanso e higiene, espaço de
convivência e refeições (no refeitório da instituição) para a permanência do acompanhante. Esta
prática humanizada permite que os pais ou responsáveis pela criança possam dar apoio
emocional, desenvolver habilidades quanto aos cuidados da criança e oferecer condições de
enfrentamento do stress e da ansiedade, favorecendo a formação de um microambiente familiar
no contexto da instituição de internação.

A criação de um espaço de descanso e convívio para os acompanhantes e as oficinas de


artesanato tem o objetivo de resgatar a autoestima, motivar e valorizar a presença dos
acompanhantes, oferecer aos acompanhantes a oportunidade de desenvolver habilidades manuais
através da confecção de artigos de artesanato, fortalecer o vínculo dos acompanhantes com a
criança, possibilitar o aprendizado de habilidades que podem ser utilizadas para complementar a
renda familiar após a alta hospitalar.

A realização de oficinas de tear, biscuit, tricot, crochet, flor de meia de seda, bijuterias
ocorre duas vezes por semana, com duração de aproximadamente duas horas para pacientes
adolescentes e acompanhantes da Clínica Pediátrica, UTI Pediátrica e Berçário. A programação
das oficinas é divulgada nas unidades descritas acima e as atividades são coordenadas por
funcionários e voluntários que possuem habilidades em trabalhos manuais.

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Oficina de artesanato

Esses momentos tornam o ambiente mais agradável e descontraído, facilitando as relações


entre a equipe e os acompanhantes e entre os próprios acompanhantes. Além disso, proporciona
aos acompanhantes a troca de experiências e a viabilização de multiplicadores dos diferentes
tipos de trabalhos manuais; possibilita a diminuição do stress e da ociosidade, minimizando a
ansiedade; fortalece o vínculo entre o paciente, a equipe e o acompanhante, melhorando a
comunicação; valoriza a capacidade de elaboração, a criatividade e construção de cada
participante; torna possível o auto reconhecimento das suas potencialidades e a construção de
novos conhecimentos e significados, aumentando a sua autoestima e motivando a permanência
do acompanhante junto a criança durante a hospitalização.

Oficina de artesanato

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BRINQUEDOTECA MÓVEL: UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA e PRONTO
SOCORRO

Essa opção lúdica, usada como recurso de adaptação à doença e hospitalização, pode ser
implantada em qualquer ambiente que não possua tamanho adequado sugerido pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução) pela RDC nº 50, de 21 de fevereiro de
2002. A citada RDC, na página 44 no item 3.1.6, ao descrever a unidade funcional de internação,
indica uma área de recreação / lazer / refeitório para cada unidade de pediatria, psiquiatria e
crônicos que possua a dimensão pré-estabelecida de 1,2 m² por paciente em condições de
exercer atividades recreativas / lazer e instalação e que possua água fria no ambiente.

A triagem dos brinquedos para a composição deste espaço itinerante deve atender
amplamente a clientela institucional. São utilizados brinquedos que possibilitem a aplicação das
principais técnicas lúdicas de forma focal ou em suas múltiplas intersecções sensório-motoras,
simbólicas, expressão gráfica e jogos de regras.

Os itens são levados em um carrinho por um brinquedista, que propõe brincadeiras para
o binômio paciente-famílias, mas que também se dispõem a brincar.

Exemplo de Brinquedoteca móvel

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Atividade em isolamento

É importante que este serviço seja um facilitador num ambiente mais restrito para
minimizar a angústia e a ansiedade geradas pelo adoecimento e hospitalização. Este mobiliário
não pode ingressar totalmente em ambientes isolados, e a escolha dos brinquedos e jogos deve
ser feita através da descrição das opções ou pela disposição dos itens observados através do visor
do quarto.

Essa opção lúdica é muito bem-vinda no atendimento em UTI ou PSI, onde as crianças
têm a mobilidade reduzida e não circulam no ambiente, por isso algumas especificidades são
importantes ressaltar. Na UTI. existe um suporte de equipamento maior e que restringe o paciente
ao leito, assim a brinquedoteca móvel é um excelente recurso lúdico para proporcionar mais
opções de atividades às crianças. No ambiente do PSI, a brinquedoteca móvel é uma boa opção
porque este setor é a porta de entrada para a internação e algumas crianças ingressam neste
ambiente sem um diagnóstico definido e que pode ser uma patologia contagiosa. Neste primeiro
momento na instituição hospitalar, a partilha de brinquedos representa mais um risco de infecção
cruzada do que um benefício, por isso a brinquedoteca móvel é utilizada para oferecer diferentes
opções lúdicas para o paciente em seu leito sem que os riscos sejam potencializados.

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Atendimento de criança vinda da UTI
No consultório médico e nas práticas de atendimento ambulatorial que atendem
populações pediátricas, a brinquedoteca móvel oferece uma variedade de brinquedos nas áreas
de espera e os mesmos brinquedos, às vezes, são usados como parte da terapia. Como essas
superfícies de alto contato estão expostas a secreções e excreções descontroladas, deve-se tomar
cuidado para evitar que esses itens se tornem um reservatório de alto risco para a transmissão
cruzada.

 Outra opção para casos de isolamento é a escolha do brinquedo no quarto por


meio de uma pasta-catálogo plastificada, manuseada pelo brinquedista
paramentado adequadamente, onde constam as fotos e as descrições de todos os
brinquedos.

 Após a saída do isolamento, esta pasta deve ser higienizada também. O brinquedo
escolhido é levado ao quarto e depois do uso, é higienizado.

 No isolamento, os brinquedos utilizados devem ser preferencialmente de material


lavável, não corrosivo e atóxico (plástico, borracha, acrílico e metal). Os objetos
de madeira podem ser usados se forem pintados com tintas esmaltadas laváveis.
Após a sua utilização devem ser embalados e encaminhados para limpeza e
desinfecção.

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OFICINA DE SUCATA HOSPITALAR

O brincar é um ato natural, social, saudável e importante para a criança na infância. O


lúdico é a forma pela qual a criança apreende e compreende as manifestações ao seu redor,
adaptando-se melhor ao meio. Através das brincadeiras a criança reconstrói e elabora as situações
experienciadas. As atividades lúdicas desenvolvidas pelas crianças e pelos profissionais do
ambiente hospitalar contribuem para estabelecer vínculos e elaborar experiências que permitam
à criança resgatar sua essência, durante o período de hospitalização, com afetividade e respeito.
A brinquedoteca, por si só, é um espaço de troca de vivências onde a criança pode explorar,
socializar-se e expressar-se individualmente, com a participação da família ou da equipe. Este
local deve ser mágico porque nele os objetos se transformam em diferentes brinquedos que dão
início a brincadeiras múltiplas. A terapêutica do brinquedo no ambiente hospitalar pode se
fundamentar nos objetos encontrados e usados nas rotinas e procedimentos, sendo assim,
qualquer objeto pode se tornar um brinquedo. A criança pode usar os diferentes elementos do
ambiente hospitalar como seringas, luvas, frascos de soro, entre outros, para transformar o objeto
de agressão em brinquedo para diversão.

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O trabalho com sucata é adotado na
brinquedoteca do Hospital Universitário da
Universidade de São Paulo (HU-USP) porque
marca a transformação tanto dos objetos
quanto das pessoas que interagem com os
mesmos.

 As oficinas de construção de brinquedos com sucata hospitalar têm o objetivo de


sensibilizar o olhar do profissional de saúde a encontrar alternativas lúdicas para
os materiais de consumo hospitalar e despertar na criança um olhar diferenciado
sobre o objeto agressor.

 Ao pensar no brincar como um ato do organismo social que reconstrói


continuamente as situações experienciadas, especialmente as dolorosas,
organizamos grupos que criam brinquedos e brincadeiras com materiais
hospitalares diversos para repensar o brincar durante a internação.

Deste modo, despertarmos no profissional o respeito à sensibilidade no que tange ao ver, o ouvir
e o sentir da criança para a promoção de experiências reestruturantes que visem a superação do
sofrimento na hospitalização. Ao ter o objeto “agressor” em seu poder e transformá-lo em
brinquedo construído, as crianças lidam com a dualidade agressão e cura, tendo boas chances de
superar os traumas da internação. Enquanto a criança constrói o seu brinquedo, fala abertamente
de suas angústias, seus medos, suas dúvidas. No final da oficina, cada criança possui um novo
brinquedo e, como idealizador e sujeito responsável pela produção artística, decide qual o lugar
do brinquedo: sua casa, a brinquedoteca ou como presente para uma pessoa querida.

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Brinquedos com material reciclado

 Despertar e valorizar o lúdico no ambiente hospitalar, permite ouvir o que a


criança tem a dizer sobre o seu adoecimento e internação, podendo esta elaborar
a situação e enriquecendo o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, biológico e
psicossocial.
 Assim, as consequências positivas ou negativas da hospitalização dependem das
experiências vividas e das relações estabelecidas pela criança durante este
período.

BRINQUEDOTECA DO ADULTO

A hospitalização pode causar, em muitos indivíduos, mal-estar mental em contraposição


à busca pela saúde, por isso, mesmo com a melhora da patologia, estes podem sentir-se
deprimidos e desrespeitados devido a sua impotência neste momento, acarretando traumas e
angústias que desequilibram sua relação com o meio. Acredita-se que a realização de atividades
lúdicas/recreativas, durante a hospitalização, pode contribuir, efetivamente, para amenizar o
estado ocioso mediante práticas educativas que estimulem a criatividade, a socialização, o
interesse pela leitura e pela música, entre outras.

Foi realizado um estudo na unidade de Clínica Médica (CM) do Hospital Universitário


da Universidade de São Paulo (HU-USP) com os objetivos de verificar se os pacientes internados

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expressam a necessidade de realizar atividades lúdico-recreativas e identificar quais atividades
consideram possíveis de serem realizadas durante a internação.

A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de formulário junto a 32 pacientes
internados na CM. Os resultados evidenciaram que 31 participantes consideram importante a
existência de um espaço ou momento com atividades recreativas. Foram citadas 148 atividades
recreativas, sendo: ouvir música; usar papel e caneta para escrita de cartas, registro pessoal em
diário e palavras cruzadas; realizar pinturas; participar de jogos como baralho, dominó, quebra-
cabeças, damas, xadrez, futebol, bilhar e comunitários estratégicos, leitura de livros; realizar
trabalhos manuais como crochet, tricot, costura, culinária, fuxico e bordado.

Este estudo mostra, sem qualquer pretensão de realizar generalizações, a vontade,


expressa pelos pacientes, de realizar atividades recreativas.

Os participantes, ao atribuírem importância as atividades recreativas, sinalizam para a


necessidade de um espaço/momento para que elas aconteçam, sistematicamente, como parte
integrante do tratamento, durante a internação hospitalar. Nesta direção os profissionais de saúde,
precisam ampliar suas ações, principalmente àquelas voltadas ao acolhimento do indivíduo, e
reconhecer que, ao propiciar a realização de atividades lúdicas estão favorecendo, aos pacientes
pelos quais são responsáveis, muitos benefícios ressaltando-se, dentre eles, o resgate da alegria.

Desde a sua implantação, a brinquedoteca de adultos foi incorporada ao atendimento


multiprofissional e tem a colaboração de funcionários, voluntários e pacientes no planejamento
e elaboração das atividades. Assim, consideramos que pensar no processo da hospitalização
humana, implica em estabelecer uma aliança de inter-relação entre as diferentes áreas do

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conhecimento, que, ao longo do percurso das suas investigações, devem ser conduzidas de forma
espontânea e natural, à formação de profissionais envolvidos e comprometidos em oferecer
assistência de qualidade, visando o atendimento das necessidades dos indivíduos que procuram
a instituição hospitalar.

Brinquedoteca para adultos

TERAPIA AUXILIADA POR ANIMAIS

A relação entre os seres humanos e os animais, especialmente com os cachorros, já existe


há milênios. Os animais, historicamente, têm desenvolvido um importante papel no
relacionamento com as pessoas por servirem de companhia, estímulo e motivação.

A Terapia Auxiliada por Animais (TAA) teve sua difusão mundial a partir da década de
60 e consiste na utilização de animais com a finalidade terapêutica indicada para pacientes com
doenças emocionais, físicas e mentais. A TAA e a Assistência Auxiliada por Animais (AAA)
ou visitação animal são os nomes oficiais dos programas que buscam ajudar na melhora dos
pacientes e tem grande respeito baseado em pesquisas internacionais. A TAA utiliza,
especialmente, um animal treinado que por longos períodos interage com a pessoa e realiza
exercícios supervisionados para a melhora emocional, social, física e cognitiva, sendo parte de

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um determinado tratamento cuja evolução é documentada. Por outro lado, a AAA ou visitação
é uma intervenção esporádica que visa a recreação e melhora emocional da pessoa atendida. As
visitas podem ser realizadas por um único animal/voluntário ou por um grupo de ambas as
categorias. Em alguns casos, a visita pode ser realizada pelo animal do próprio paciente.

A presença de animais numa instituição de


saúde traz benefícios visíveis a todos os
contemplados, porém, é fundamental considerar os
riscos que as transmissões de zoonoses podem trazer
e suas complicações de ordem legal para a instituição.
As zoonoses são as doenças infecciosas transmitidas
entre animais e de animais para pessoas.

Atividade assistida por animais


O contrário também pode ocorrer, microrganismos com resistência aos antimicrobianos
usuais podem ser transmitidos de pessoas para os animais, promovendo a colonização dos
animais por esses agentes. Deste modo, para prevenção de riscos é necessária a adoção de
medidas e critérios de segurança para todos os envolvidos.

A visita dos animais sensibiliza as pessoas


presentes, modificando a rotina hospitalar,
proporcionando a descontração no
ambiente, favorecendo o relacionamento
interpessoal, contribuindo para a sensação
de bem-estar, criando um ambiente mais
humanizado entre pacientes,
acompanhantes e equipe multiprofissional.

Atividade assistida por animais

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Acreditamos também que a visitação dos animais ameniza a experiência negativa causada
pela hospitalização, colaborando na recuperação das crianças, facilitando a socialização e
comunicação com a equipe.

Os profissionais, pacientes e acompanhantes da área pediátrica do HU/USP reconhecem


a importância do programa, aprovam e relatam que pode melhorar a interação da família com a
equipe, relação da criança com outras crianças, pode aumentar a aceitação do tratamento
oferecido, melhorar a colaboração nos procedimentos propostos e a interação da criança com a
família.

Atividade assistida por animais

PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS DA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR QUANTO


AO CONTROLE DE INFECÇÕES: A HIGIENIZAÇÃO DOS BRINQUEDOS

Implantar e montar uma Brinquedoteca Hospitalar produz desafios em relação a inúmeros


fatores como local, escolha dos brinquedos e mobiliário, estabelecimentos normas de
funcionamento e higienização.

A condição de segurança, visando minimizar o risco eminente no brincar, deve considerar


pontos básicos como a localização de tomadas, mobiliário com cantos arredondados e desenhos
anatômicos, disposição de brinquedos nas prateleiras de acordo com o acesso da faixa etária
adequada, trancas de segurança em armários, portas e janelas.

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O espaço deve ser bem ventilado, iluminado e limpo com brinquedos e mobiliários
adequados ao uso hospitalar e que suportem limpeza e desinfecção constantes.

A localização precisa ser de fácil alcance aos pacientes e familiares e é fundamental


ressaltar a extrema significância da mobilidade acessível a cadeiras de rodas ou macas, além de
mobiliário mutável que possa atender o paciente em qualquer tipo de motilidade.

Higienização de mobiliário

Limpeza da brinquedoteca

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Apesar de todas essas medidas importantes, os brinquedos são a maior preocupação em
qualquer ambiência lúdica hospitalar e a assepsia dos mesmos deve seguir os critérios
técnicos da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Todos os espaços
lúdicos, em especial a Brinquedoteca Hospitalar devem funcionar de acordo com as
orientações da CCIH.

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Maria de Fátima descreve, no seu capítulo no livro Brinquedoteca Hospitalar – Isto é
humanização, que para a remoção de sujidade, pode-se utilizar detergente neutro para limpeza
manual em pia ou balde para lavagem em sala de preparo, detergente para limpeza (pouca
espuma) para máquina de lavar ou detergente enzimático. O processo de desinfecção pode ser
realizado através de método químico através do uso de solução germicida por meio de imersão
(hipoclorito de sódio) ou fricção (álcool 70%); ou por método físico de termo desinfecção
(temperatura de 60 a 95ºC por 10’ a 30’). Caso o hospital tenha estrutura, brinquedos de plásticos
resistentes podem ser lavados em máquina de lavar louça e os de tecidos em máquina de lavar
roupa, ambos num ciclo de água quente.

O material lúdico que for não lavável


deverá ser desprezado devido o contato com fluído
corpóreo, sangue ou secreção. Os brinquedos de
tecido não são adequados para uso na
brinquedoteca, porém são permitidos para uso
exclusivo e restrito ao paciente que o manuseia.
As fantasias usadas devem ser devidamente
separadas para a higienização, lavadas
semanalmente com água e sabão em máquina de
Limpeza de brinquedos
lavar e deixadas para secar ao ar livre ou secadora.

Todos os livros devem ser encapados com contact transparente e depois de utilizados
devem ser higienizados com álcool a 70%. Se for inviável encapar o livro, este deve ser mantido
na brinquedoteca onde todos realizam a higienização das mãos ao entrar no local. Os livros e
revistas destinados à brinquedoteca móvel que não estiverem encapados devem ser de uso
exclusivo do paciente e não devem retornar à brinquedoteca.

Brinquedos que as crianças (particularmente lactentes) colocam na boca devem ser


lavados e desinfetados, mesmo quando o uso é individual e independente da patologia porque

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são considerados artigos semicríticos por entrarem em contato com a mucosa íntegra do paciente.
Estes brinquedos devem ser feitos de materiais duráveis, laváveis e não porosos capazes de
suportar a limpeza mecânica intensa, sendo importante inspecionar frequentemente para verificar
possíveis danos. Qualquer objeto lúdico que tiver contato com fluídos corpóreos necessita ser
imediatamente higienizado.

PRECAUÇÕES POR CONTATO : A transmissão através do contato é a mais frequente infecção


hospitalar e pode ocorrer pelo contato humano ou por objetos

PRECAUÇÕES POR GOTÍCULAS: A transmissão por gotículas ocorre quando as partículas


geradas pela pessoa são expelidas por secreções, que atingem até um metro de distância, não
permanece suspensa no ar

PRECAUÇÕES POR AÉRESSÓIS: A precaução aérea ou aerossóis ocorre porque os


microrganismos encontram-se em pequenas partículas ou gotículas evaporadas suspensas no ar
por um longo tempo e que pode ser disseminado a longas distâncias.

Uma abordagem colaborativa com a equipe é essencial para criar uma estratégia realista e bem-
sucedida para melhorar as práticas de controle de infecção e criação de um ambiente infantil
normal para crianças doentes porque o brincar é reconhecido como importante para o
desenvolvimento da criança.

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MOMENTO DE REFLEXÃO:
As mesmas brincadeiras perduram por séculos. São acervo cultural da humanidade. Como elas
são usufruídas hoje? Ainda permanecerão em nossa sociedade, no futuro?
Vivemos numa Sociedade Líquida (Z. Bauman): impermanência e consumo rápido – de bens, de
identidades e de relações. Frente a esta situação atual, como pensar o papel das brinquedotecas
na sociedade?

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CRITÉRIOS DE QUALIDADE DA BRINQUEDOTECA: SUBSÍDIOS PARA UM
PROJETO DE BRINQUEDOTECA

Este texto baseia-se na Carta de Qualidade das Ludotecas Francesas (elaborado por Alice Lucot
- delegada nacional da Associação de Ludotecas Francesas). Tradução para fins didáticos pela
Profa. Dra. Vera Barros de Oliveira.

Fruto de uma reflexão em conjunto sobre a prática cotidiana, A CARTA de QUALIDADE não
se constitui em um regulamento a ser cumprido, mas trata da formulação das principais
condições de implantação e funcionamento de uma brinquedoteca, de qualquer tipo, com base
em sólidos critérios de qualidade, assegurando seu reconhecimento social. Aborda 11 temas
gerais de forma clara e didática, caracteriza cada item e fornece orientação específica para seu
desenvolvimento adequado.

1. Ética e papel de uma Brinquedoteca 6. Locais e espaços (de bebê, etc…)


2. Projeto – da criação às ações a médio e 7. Acervo de jogos e brinquedos
longo prazo 8. Funcionamento
3. Parcerias 9. Público
4. Equipe 10. Acolhida
5. Tipos de serviços oferecidos 11. Comunicação

1. Ética e Papel de uma Brinquedoteca


Ter o brincar e o brinquedo no centro de todo projeto ou atividade.
Promover a atividade lúdica e o prazer de brincar.
Favorecer e promover o brincar livre (livre escolha do material, de sua utilização, dos
parceiros), saber estar presente sem intervir, respeitar o jogo e o não jogo.
Saber brincar com os jogos, apresentá-los, transmitir as regras e adaptá-los aos
diferentes públicos (idades, handicaps...) e às diferentes situações.
Garantir as regras dos jogos, as regras do lugar e o respeito entre os jogadores.
Valorizar o patrimônio lúdico, possuindo jogos de diferentes épocas e de diferentes
culturas.

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Permitir a experiência de uma grande diversidade de jogos e para favorecer o espírito
crítico.
Preservar o brincar das recuperações pedagógicas, terapêuticas, comerciais e
ideológicas.
Ficar vigilante à manutenção da neutralidade do espaço da brinquedoteca.
Informar-se sobre as condições da fabricação dos jogos e brinquedos.

Projeto - desde a criação às ações a médio e longo prazo


Fazer um diagnóstico prévio: estudo do meio e das necessidades.
Definir os objetivos a atingir (gerais, específicos, a curto ou longo termo) e as
prioridades.
Determinar as ações a realizar e estabelecer um plano de trabalho.
Definir e buscar os meios necessários (humanos, financeiros, materiais...).
Analisar a viabilidade das ações.
Redigir um projeto coerente e adequado ao diagnóstico, levando em conta as diferentes
etapas de realização e o orçamento.
Saber apresentar e definir seu projeto.
Conduzir e supervisionar as ações de acordo com os objetivos propostos.
Prever avaliações durante o curso da ação (a médio e longo termo) para reajustar, se
necessário.
Prever ocasiões de reuniões entre os diferentes atores responsáveis pelo projeto, assim
como um balanço das atividades do projeto.
Realizar uma avaliação quantitativa e qualitativa.

Parcerias
Afirmar sua identidade brinquedoteca frente aos parceiros.
Participar ativamente da rede de brinquedotecas, desenvolver permutas e colocar em
ação ações comuns. Filiar-se à rede nacional das brinquedotecas.
Identificar parceiros potenciais (institucionais e associativos), no setor geográfico da
implantação, tomar conhecimento de seu funcionamento e missão.

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Fazer-se conhecer por estes parceiros potenciais, entrando em contato com as diversas
instituições e estruturas das redondezas da brinquedoteca.
Identificar diferentes possíveis financiadores, seus campos de intervenção e suas
exigências.
Conhecer orientações e escolhas políticas das coletividades territoriais (Municípios,
departamentos, regiões).
Conhecer o ambiente circundante sociocultural, educativo e situar-se de forma
complementar.
Desenvolver parcerias com outras estruturas, construindo projetos comuns, ou
participando de atividades desenvolvidas por elas.
Estabelecer laços, ver parceiros nos profissionais do brincar e do brinquedo (criadores,
distribuidores, fabricantes...).
Definir o lugar e as atividades de cada um dos parceiros.
Equipe
Possuir pessoal assalariado diplomado.
Possuir pessoal em número suficiente em função do projeto e das atividades
Possuir pessoal qualificado nos domínios das atividades exercidas.
Definir papéis, tarefas e responsabilidades de cada um.
Favorecer a complementaridade das competências e a combinação.
Aderir ao projeto da brinquedoteca.
Criar uma equipe dinâmica e motivar o pessoal.
Participar das ações de formação contínua nos domínios do brincar, do brinquedo e das
brinquedotecas.
Fazer reuniões regulares com a equipe.
Favorecer a estabilidade da equipe.

5. Tipos de serviços oferecidos


Preço gratuito ou pago.
Brincar livre no local.
Brincar no local com animação.

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Organização de manifestações e criação de animações temáticas à volta do jogo ou do
brinquedo.
Animação de jogos em meio externo e em outras estruturas.
Atelier de fabricação e de criação de jogos.
Documentação, informação, conselho, relativo ao jogo (escolha, utilização, interesse...).
Formação sobre o jogo, o brinquedo e a atividade lúdica, acolhida a estagiários, a
portadores de projetos.
“Ludobus” e outros serviços itinerantes.
Testes de jogos e brinquedos.

6. Locais e espaços
Ter locais reservados unicamente à brinquedoteca e dispor de um espaço exterior para
brincar.
Dispor de superfície de tamanho suficiente às atividades e aos diversos públicos
acolhidos.
Possuir os tipos de locais necessários para o funcionamento da estrutura (locais para a
acolhida do público, locais técnicos, administrativos, sanitários...).
Facilitar o acesso da brinquedoteca ao público: proximidade dos locais de moradia,
transportes públicos, estacionamento...
Dispor de locais acessíveis a todos (cadeiras de rodas, carrinhos de bebê, etc...).
Dispor de locais claros, ensolarados, isolados, arejados.
Respeitar as regras de segurança e de higiene.
Organizar os espaços abertos ao público em função das idades, dos tipos de atividades
e dos serviços oferecidos.
Possuir mobiliário modulável e funcional, adaptado aos diferentes públicos, aos jogos,
às atividades.
Possuir locais atraentes (cores, elementos decorativos, estética do mobiliário, limpos,
em ordem...).

7. Acervo de jogos e brinquedos

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Possuir um bom conhecimento material, técnico, psicológico, pedagógico, histórico e
cultural dos jogos e brinquedos e atualizar esses conhecimentos.
Dispor de material lúdico diversificado e em quantidade suficiente, em relação aos
projetos, às atividades e aos diversos públicos acolhidos.
Propor material lúdico condizente às normas de segurança.
Ter jogos e brinquedos em bom estado, completos, bem condicionados e limpos.
Preparar a utilização dos jogos e brinquedos: proteção, cotação, inventário, registro,
marcação, aprendizagem do jogo.
Utilizar uma classificação comum às brinquedotecas para analisar o material lúdico.
Utilizar um método de arrumar os jogos e brinquedos adaptados aos diversos públicos
(indicação simples e acessibilidade).
Gerenciar o estoque dos jogos e brinquedos desde o momento da compra ao desuso
(conhecimento do estado do estoque, renovação regular...).
Divulgar, promover e valorizar todos os elementos do acervo de jogos/brinquedos.
Conhecer as diferentes redes de fabricação, de edição, de distribuição do material lúdico
e os autores dos jogos.

8. Funcionamento
Ter um regulamento interno.
Ter dias e horas de abertura regular, adaptada aos públicos visados e aos projetos.
Estabelecer um emprego do tempo; abertura aos públicos diversos, acolhida às
coletividades, intervenções exteriores, manifestações, arrumação do espaço lúdico,
conservação e manutenção do material lúdico, entretenimento...
Ter tarifas (adesão, preço) acessíveis a todos.
Ter tempo específico e suficiente para a seleção, a descoberta, a aprendizagem, a
preparação e gestão do material lúdico, a organização dos locais...
Manter um controle rigoroso e estatístico da frequência do público, dos empréstimos,
das adesões.
Manter adequação entre os projetos e os orçamentos e fazer um relatório anual das
atividades.

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Conhecer a legislação em vigor (locais, públicos, atividades...).
Assegurar ou participar da gestão administrativa e financeira da estrutura, assim como
da gestão do pessoal.
Estar equipado com material informatizado, permitindo uma boa gestão da estrutura.

9. Público
Acolher os diferentes públicos de discriminação de idade, cultura, deficiencias...
Favorecer os encontros e as trocas entre esses públicos.
Ter escuta das expectativas desses diferentes públicos e saber adaptar-se as suas
solicitações.
Possuir conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, a psicologia, as
particularidades específicas dos diversos públicos.
Respeitar o ritmo e as competências dos públicos em sua apropriação do jogo.
Responsabilizar o público pela utilização do jogo.
Permitir aos jogadores o participar do conhecimento e o saber se conduzir referentes ao
jogo, respeitando suas regras.
Ir ao encontro de novos públicos.
Favorecer a participação de agregados e familiares na vida da brinquedoteca.

10. Acolhida
Ter uma pessoa disponível para a acolhida.
Ter um ponto de acolhida identificado e arrumado para tal.
Estar disponível e ter uma atitude acolhedora.
Apresentar as regras gerais e o funcionamento da brinquedoteca.
Ter um bom conhecimento do público para poder personalizar a acolhida.
Organizar o espaço, selecionar e preparar os jogos e brinquedos em função dos públicos
atendidos.
Estar atento ao que se passa, observar e criar condições que permitam a cada um
encontrar seu lugar em relação aos demais.

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Dar prova de flexibilidade e tolerância, adaptando-se caso a caso, tudo fazendo a fim de
respeitar o regulamento interno.
Saber escutar sem julgar e permanecer discreto.
Ter o cuidado de permanecer em seu papel de brinquedista e, em função das solicitações,
orientar para os demais profissionais.

11. Comunicação
Dar-se uma identificação específica.
Saber apresentar a brinquedoteca e seu funcionamento.
Difundir uma plaqueta de apresentação da brinquedoteca e de seu funcionamento.
Ter uma boa sinalização, permitindo localizar a brinquedoteca.
Afixar diversas informações sobre o funcionamento, na entrada e no interior da
brinquedoteca.
Figurar nos catálogos acessíveis ao público e nos profissionais, sob a denominação
Brinquedoteca.
Equipar-se de aparelhos de comunicação (telefone, fax, internet...).
Manter relações regulares com as mídias, com os financiadores e os parceiros.
Organizar manifestações abertas a todos e participar de eventos da vida local com a
finalidade de promover a brinquedotec.
Informar as manifestações através de dispositivos particulares como quadros, avisos...

Arquivar e pôr à disposição a relação dos eventos realizados na brinquedoteca (artigos


da imprensa, fotos, etc.)

QUESTÃO REFLEXIVA: Com base nos critérios de qualidade acima, quais as


habilidades e competências você considera essenciais para o perfil do gestor da
brinquedoteca?

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TORNANDO A BRINQUEDOTECA UMA REALIDADE
Orientações básicas para projetar, criar e manter

A ludicidade vem assumindo a cada dia maior importância nas ações e atividades que envolvem
crianças e adolescentes, seja na educação, no esporte, na cultura e no lazer, seja na área da saúde
e afins. Surge daí o enorme interesse pelas brinquedotecas e outros espaços de brincar que vêm
sendo implantados em número cada vez maior.
Neste sentido, torna-se fundamental a qualificação do profissional e das equipes para uma forma
de trabalho que efetivamente acredite no poder transformador do livre brincar, dos jogos, dos
brinquedos, dos diversos materiais com potencial lúdico, das brincadeiras seja em locais internos
ou em contato com a natureza e das outras formas de expressão como as artes.
A proposta da brinquedoteca, no entanto, é muito mais do que uma sala de brinquedos ou de um
local para brincar, pois, ela transcende um espaço físico determinado. O que importa é
proporcionar o brincar individual ou em grupo; é possibilitar o afloramento de valores e relações
interpessoais positivas entre as crianças e entre elas e os adultos. Estes estão lá como facilitadores
para que, através da brincadeira, possam promover um ambiente criativo, uma atmosfera lúdica,
onde é possível ao mesmo tempo se divertir, revelar e desenvolver potenciais; onde se acolha a
convivência entre pares e Inter geracional o que inclui as famílias e quando possível, a
comunidade.
Assim sendo, independentemente do tamanho e do tipo da brinquedoteca, seguem sugestões que
irão ajudar na tomada de decisões importantes para a criação de uma brinquedoteca que se
proponha a desenvolver um trabalho de qualidade, uma vez que elas podem ser implantadas em
vários lugares, atender diversos públicos e prestar serviços diferenciados.

São TRÊS os principais aspectos a serem considerados:


A necessidade de um PROJETO CONCEITUAL
 O Projeto é a bússola que nos dá o rumo e o caminho a percorrer para a
implantação e a manutenção do cotidiano da brinquedoteca ou espaço lúdico. Ele
deve incluir, entre outras coisas: a definição dos objetivos, o perfil do público, a

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forma de organização do acervo, a programação das atividades e serviços
prestados, o papel da equipe, a obtenção de recursos.
 Elaboração de um projeto do espaço físico afinado com a proposta lúdica.

a importância da QUALIFICAÇÃO E CAPACITAÇÃO CONTÍNUA DA EQUIPE


Ela envolve duas facetas:
 O Gerenciamento ou gestão dos aspectos administrativos e do trabalho
interdisciplinar em equipe, a programação das atividades e dos serviços prestados,
a divisão das funções internas entre outras atribuições da equipe.
 A Capacitação pessoal do profissional no que se refere conhecimento da criança
e das etapas de seu desenvolvimento e sua relação com o universo lúdico que vai
implicar diretamente na qualidade da relação adulto-criança na brinquedoteca.

A AVALIAÇÃO e/ou SISTEMATIZAÇÃO


Aprendendo com a experiência:
 Observação da criança e dos brinquedos em situação de brincadeira: registros e análise
para aquisição de novos conhecimentos e elaboração de novas propostas.
 Levantamentos quali-quantitativos / análise / resultados da atuação da brinquedoteca
tomando como base os objetivos do Projeto Conceitual inicial.
 Disseminação dos resultados.

QUESTÃO REFLEXIVA: Com base na discussão sobre como elaborar um projeto de


brinquedoteca, como você imagina que poderia iniciar o projeto de brinquedoteca hoje, de
acordo com a sua realidade e contexto?

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A BRINQUEDOTECA COMO ESPAÇO E TEMPO DE APRENDIZAGEM:
ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS

O brincar é inerente ao desenvolvimento humano, as crianças brincam porque sentem


prazer, para se expressarem naturalmente, espontaneamente. O brinquedo, considerado suporte
da brincadeira, propicia a representação, a expressão de sentimentos, imagens que se referem à
realidade. Ao brincarem, as crianças representam cenas do seu cotidiano de forma a assimilar o
que não conseguem compreender sozinhas.

As brincadeiras infantis apresentam características próprias de cada fase do


desenvolvimento e dão a oportunidade de conhecermos o “universo” infantil. Para
compreendermos como são as características das brincadeiras de acordo com o desenvolvimento
em que se encontram as crianças, recorremos a Piaget (1896-1980), o qual concebe o
conhecimento como um processo construtivo a partir da interação entre o sujeito e o objeto.

I – Brincadeira Sensório-motora ou de Exercício;


II – Brincadeira Simbólica;
III – Brincadeira de Regras (jogos)
(Piaget, J. Relações entre Afetividade e inteligência no desenvolvimento mental da criança.
WAK, 2014, p. 323)
Piaget em “A formação do símbolo na criança” (1945/1964) descreveu três estruturas de
jogos - o jogo de exercício, o jogo simbólico e o jogo de regras – relacionados intimamente ao

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desenvolvimento cognitivo – descrito por ele em estádios, entendidos como formas de relação
com o mundo e consigo mesmo:

- Brincadeira de Exercício – estádio Sensório-Motor - que vai de zero aos dois anos de
idade. Nele há o aparecimento do jogo de exercício e neste estágio os esquemas motores
adquiridos pela criança passam a ser exercitados e generalizados a outras situações.

- Brincadeira Simbólica – estádio Representativo (ou Pré – operatório): por volta dos
dois anos, com a formação das imagens mentais e até cerca de sete anos, o jogo simbólico se faz
presente. Ele aparece quando a criança utiliza um objeto qualquer para representar um objeto ou
um acontecimento. Para Piaget (1964, p. 156), no jogo simbólico (ou brincadeira de faz de conta)
a criança reproduz o que vivenciou, por meio das representações simbólicas, e muitas vezes
revive situações novas e/ou que lhe foram desagradáveis para tentar assimilá-las, a fim de
compreendê-las. Este processo possibilita à criança um equilíbrio afetivo e cognitivo. A
invenção, a busca por representar os objetos ou acontecimentos de maneiras variadas,
possibilitará a construção de símbolos que serão utilizados como meio de expressão verbal e por
imagens e também levará ao aparecimento do pensamento interior, na fase posterior de seu
desenvolvimento.

- Brincadeira de Regras – estádio Operatório concreto - entre quatro a onze anos –


ocorre o gradual declínio do jogo simbólico e o aparecimento do jogo de regras. No processo de
desenvolvimento do brincar, a criança vai se adaptando cada vez mais ao real, apresentando uma
preocupação com a imitação exata do mundo em que vive e por isso o jogo de construção
expressa essa transição entre o imaginário e subjetivo e o que é objetivo. Ela também
gradualmente passa a se socializar, diferenciando e ajustando os papéis que representa e que se
tornam complementares uns aos outros. Surgem as brincadeiras coletivas, mais estruturadas e
com vivencia de papéis, como pequenos jogos dramáticos. Todo este processo vai tornando
possível os jogos com regras. Ao contrário dos outros tipos de brincadeira, que vão declinando
conforme a criança cresce, o jogo de regras continuamente aumenta sua importância com a idade.
O jogo de regras pode se desenvolver durante toda a vida, “considerado como uma atividade
lúdica do ser socializado”, Piaget (1964, p. 184).

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São jogos de regras: “jogos de combinações sensório-motoras (corrida, jogos de gude) ou
intelectuais (cartas, xadrez), com competição dos indivíduos (sem o que a regras seria inútil) e
regulamentados quer por um código transmitido de gerações em gerações, quer por acordos
momentâneos. ” Piaget (ibid).

De acordo com Macedo (1992) e Brenelli (1996), os jogos de regras são importantes
instrumentos de observação e diálogo sobre os processos de pensar e construir conhecimento.
Esta situação permite uma aproximação do mundo mental do sujeito, através da análise dos meios
ou procedimentos utilizados durante as partidas. Analisando suas ações, o sujeito tem a
oportunidade de tomar consciência sobre o que está produzindo, perceber seus erros, os acertos
e criar novas possibilidades de ação, isto o leva a ampliar o conhecimento que tem de si mesmo,
aprende a buscar os próprios recursos, discriminar o que sabe e em que precisa obter ajuda.

Conhecendo como se dá o processo de desenvolvimento cognitivo, poderemos


proporcionar espaços de brincar que possibilitem a sua observação e estimulem esse processo.

ASPECTOS PRÁTICOS

COMO ORGANIZAR O AMBIENTE DA BRINQUEDOTECA EM FUNÇÃO DO


DESENVOLVIMENTO INFANTIL?

- O espaço físico – visa proporcionar


interação e a sociabilidade. É necessário
um ambiente livre, sem estar atravancado
com mesas e cadeiras

- O mobiliário deve ser leve, confortável,


adequado ao tamanho dos usuários, fáceis
de limpar, de transportar e de armazenar,
permitindo flexibilidade de arranjos.

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- Um ESPAÇO DE ACOLHIDA na entrada em uma Brinquedoteca é fundamental, tanto às
crianças como às suas famílias: demarca o ingresso para um espaço e um tempo diferenciado,
um território livre onde predominam as brincadeiras.

- Espaços internos bem planejados favorecem que a criança se organize espacialmente e interaja
melhor com os objetos e pessoas.

- Um quadro com as regras internas da Brinquedoteca, com seu horário, a orientação para cuidar
e guardar os brinquedos ao final, etc., pode e deve ser feita com as crianças, periodicamente,
sendo que elas mesmas podem sugerir seu conteúdo, colori-lo, ilustrá-lo, escolher onde vai ser
afixado, etc.

O ACERVO DA BRINQUEDOTECA EM FUNÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA


BRINCADEIRA SIMBÓLICA E DE CONSTRUÇÃO
•Material não estruturado, de preferência orgânico, como madeira, papéis diversos, borracha,
tecidos de algodão, juta, cortiça, cordas, barbantes, pedras polidas, etc.
•Blocos, caixas de papelão ou madeira, pranchas, em geral são muito versáteis e possibilitam a
criação de jogos e brincadeiras, combinados com material figurativo, como miniaturas de
animais, bonecos, carrinhos.
•Pranchas de madeira sobre suportes de diversas alturas podem gerar jogos de equilíbrio,
funcionar como entradas inclinadas em castelos, pistas de corrida de carrinhos.
•Caixas rusticas de madeira do tipo usado para transporte de frutas e verduras podem ser
empilhadas ou enfileiradas, para serem puladas, escaladas, servir de esconderijo e abrigo ou
como mobiliário, criado de acordo com o jogo imaginário.
• Uma pia no ambiente - água é amada pelas crianças e pode fazer parte das atividades.
•Espelhos - para internalizar a imagem corporal, fazer caretas, posturas, experimentar fantasias
e adereços, para se ver brincando, dançando e interagindo.

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A ORGANIZAÇÃO DAS ROTINAS E ESPAÇOS PARA BRINCAR

Este texto apresenta o tema espaço e rotina de uma forma inovadora, pois permite e reflexão
sobre os ambientes que vivenciamos diariamente. A reflexão que convidamos para a leitura é
como o espaço para brincar deve ser olhado e cuidado por todos que nela convivem. Assim,
colocamos a organização dos espaços, ambientes e rotinas como uma pratica de gestão
compartilhada.

O projeto deve considerar do pressuposto de que o desenvolvimento de uma prática diferenciada,


pautada pelo respeito à criança, precisa articular os direitos, os espaços e as linguagens, como a
arte, o movimento e o brincar. Desta forma a prioridade inicial será a adequação dos espaços
externos e internos que favorecem a prática lúdica. Começamos com a pergunta mais dificil, mas
também a mais importante:

COMO VAMOS PLANEJAR O TEMPO E O ESPAÇO PARA ESTE “ESPAÇO DE


BRINCAR”?

Ao criar rotinas, é fundamental deixar uma ampla margem de movimento, senão encontraremos
o terreno propício à alienação. “ (Barbosa, 2006)

Para conversarmos sobre este desafio em mudar nosso conceito e pratica de rotinas diárias,
iremos considerar alguns tópicos a serem explorados: organização do espaço e do tempo,
organização dos grupos de crianças, cuidados com salas, corredores e com os materiais.

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E DO TEMPO: CRIANDO INTIMIDADE.

A reorganização dos espaços faz-se necessária


para favorecer a atividade lúdica, tendo em vista
que a criança se conhece e compreende o mundo
que acerca por meio do brincar e das
brincadeiras, além de desenvolver processos
psíquicos, como a imaginação, a linguagem, o
pensamento, a memória, a criatividade, a
expressão e a comunicação.

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Os espaços internos podem ser organizados por áreas semiabertas (com três lados fechados)
também conhecido como área base, tornando-se, assim, áreas dinamizadas pelas crianças, que se
comunicam entre si, criam e inventam, sem depender o tempo todo do adulto. Em cada área, o
brinquedista organiza cantos de atividades que provoquem situações de aprendizagem. Os
espaços podem ser temáticos, tendo como limites os próprios materiais, caixas com brinquedos,
linhas coloridas no chão e até mesmo paredes que permitam a visualização de outros ambientes.
Esta delimitação não quer dizer inflexibilidade de materiais e brincadeiras, pois a busca de um
equilíbrio entre a existência de locais delimitados e abertos para inventar brincadeiras, sendo
ainda possível transformar estes espaços conforme as necessidades das atividades lúdicas e
expressivas (por ex.: a contação de histórias, o desenho e a pintura, e outras que venham a ser
ofertadas).

É possível administrar um espaço com pouco investimento quando temos o objetivo de iluminar
um canto escuro, um corredor de passagem, buscar novos usos para os bancos estreitos, trazer as
plantas para dentro, adotando uma proposta de liberdade para as crianças brincarem e de
convivência.

As áreas devem propiciar lugares tranquilos, lugares para brincar com jogos e movimentos ou
ficar sozinho, ler, empilhar, imaginar, viver papeis sociais, expressar-se por meio de várias
linguagens. As mesas fazem parte de alguns espaços, mas não determinam o ambiente. Muitas
atividades podem ser realizadas nas mesas em pequenos grupos.

Não é nossa intenção apresentar várias sugestões para a criação de áreas expressivas para o
cotidiano de uma brinquedoteca, mas ressaltar que a água, argila, a tinta, o papel, o chão, as
roupas, plantas, a luz e a integração do externo com o interno, devem interagir com a criança e
ter a criança como protagonista.

EM SÍNTESE, O ESPAÇO SE TRANSFORMA EM AMBIENTES.

Eis algumas estratégias de mudanças:

1. O espaço deve ser atraente para as crianças, permitindo a existência de diferentes atividades
no mesmo espaço físico, respeitando a fase do desenvolvimento físico da criança, incentivando
a criatividade, o brincar, o descobrir e oportunizar a exploração das crianças de diferentes idades;

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2. O espaço deve ser dividido em áreas de interesse bem definidas, de forma a encorajar diferentes
tipos de atividades e assegurar a visibilidade dos objetos e materiais que incluem, bem como a
locomoção entre as diferentes áreas

Sugiro um debate sobre o espaço por meio de algumas perguntas que podem
contribuir na identificação das necessidades do ambiente a ser analisado e modificado.

 O espaço convida a brincar?

 O espaço convida a escolher materiais e tomar decisões?

 As crianças podem brincar sozinhas ou com pouca supervisão de adultos?

 O espaço permite flexibilidade para a organização de novas experiências?

 O espaço permite flexibilidade para variar a organização dos grupos (homogêneos


e/ou mistas de idade)?

 A organização do espaço favorece o convívio das crianças portadoras de


necessidades especiais com as outras?

 A flexibilidade dos espaços permite que as crianças desenvolvam atividades no


seu próprio ritmo e conforme seus interesses, podendo permanecer sozinhas e
depois encontrar os seus pares?

 O ambiente é instigante para novas descobertas, exploração e pesquisa?

 Os brinquedos estão guardados em altura que as crianças alcancem?

 Tem livros de literatura infantil, sem e com palavras, colocados em locais


acessíveis às crianças?

 Tem casinha de bonecas? Oferece materiais para o brincar simbólico?

Neste sentido, a organização dos espaços interfere diretamente na administração do tempo. Uma
ação planejada de tempo para o uso dos espaços e materiais permitem que as propostas planejadas
sejam organizadas não em blocos únicos, pois se pensa mais em termos do tempo disponível e
não numa organização de horários. Assim, é possível acompanhar o ritmo das crianças que, sendo
curiosas, estão sempre em movimento, explorando e investigando.

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Vamos experimentar outro jeito de conviver com as crianças? Exercitando a escuta, respeitando
suas escolhas, convivendo com idades diferentes, provendo materiais que estimulem suas
descobertas.

Organizar uma área com uma variedade de atividades para brincar, explorar, pensar e conviver
montado com muitos materiais relacionados, oferece a oportunidade de tomada de decisão pela
criança, exigindo uma atenção especial do brinquedista para assegurar sempre de que os objetos
estejam limpos, secos, não danificados, não apresentem riscos e atendam as necessidades das
crianças em desenvolvimento .

Brinquedoteca do Hospital Universitário Lauro Wanderley – UFPa

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QUESTÃO REFLEXIVA: Com base no texto acima, o que diferencia uma brinquedoteca de
uma sala de brinquedos?

DIFERENTES FORMAS DE CLASSIFICAR E ORGANIZAR OS BRINQUEDOS E


JOGOS

A escolha para formar um acervo de brinquedos e outros objetos e materiais lúdicos embora seja
uma tarefa gostosa, quase sempre traz várias dúvidas. Alguns critérios podem nos ajudar muito
nessa hora. Entre eles, levar em conta a qualidade do material, a segurança, a durabilidade do
brinquedo; sua resistência para uso coletivo intenso, quando no caso de instituições com grande
número de crianças, a possibilidade dele vir a propiciar diferentes maneiras de brincar, as
contribuições que traz à fase de desenvolvimento da criança a que se dirige, a diversão e o
envolvimento que proporciona.

A mesma coisa acontece quando pensamos o que fazer na hora de organizar os vários itens
escolhidos para compor este acervo. Neste momento, optar por um sistema de classificação será
bem útil; seja ele mais simples, mais complexo ou criado pela própria equipe de trabalho.

Para que esta tarefa fique mais fácil


e mais esclarecedora iremos
percorrer algumas ideias existentes
e o pensamento de alguns
pesquisadores que nos mostram
como eles compreendem os
diferentes tipos de brinquedos,
jogos e ouros objetos que as
crianças usam para brincar.

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Há aqueles que preferem diferenciar os objetos estruturados – bonecas, bolas, carrinhos, jogos
de tabuleiro, etc. que são produzidos para brincadeiras específicas ou com funções previamente
determinadas – dos não estruturados como, por exemple, blocos de diferentes cores e formas,
sucata variada, pedaços de tecidos, de madeira, galhos, folhas entre várias outras coisas com as
quais a criança constrói e brinca do que quiser.

Num outro enfoque, os objetos são agrupados segundo a maneira pela qual são confeccionados,
ou seja, industrialmente ou artesanalmente. Podemos ainda separá-los segundo o material com
que são produzidos, ou seja, madeira, metal, plástico, tecido, etc. Sendo ainda possível ter o grupo
daqueles que possuem algum tipo de mecanismo e os que não têm nenhum.

Outras abordagens interessantes partem de autores que, mesmo não querendo buscar um sistema
classificatório, agrupam os objetos de brincar a partir da natureza – brinquedo de ar, de água, de
fogo e de terra – criando a partir daí, diferentes brincadeiras. É o que nos mostra Gandhy Piorski
ao observar as brincadeiras das crianças do Lageado (Ceará).

Elza Antunha denomina “Jogos Sazonais” aqueles que predominam de acordo com as estações
do ano: pipa quando há vento, bolinha de gude e pião na época de terra seca batida entre muitos
outros objetos e brincadeiras que na opinião da autora são coadjuvantes, através de gerações, no
amadurecimento das funções psicomotoras das crianças. De outro lado, estão os “Jogos de Salão”
onde predominam as funções mentais, como no xadrez e outros tabuleiro ou de cartas.

Há quem prefira a classificação simplificada de Raquel Altman baseada na simples descrição do


objeto, ou ainda o sistema de Roger Caillois que diferencia brinquedos ou jogos a partir de
características tais como a competição, a sorte e o azar, a imitação e a vertigem, levando em
conta, ainda, as diferentes atitudes do participante ao brincar ou jogar.

Quando o desafio é classificar e catalogar o acervo de uma brinquedoteca ou outro espaço lúdico,
dois sistemas de classificação bem conhecidos no Brasil têm sido muito utilizados:

- O sistema ESAR de Denise Garon baseado nas etapas de desenvolvimento da criança propostas
por Piaget. De acordo com a autora, o sistema é um instrumento de classificação e análise dos
jogos e brinquedos, feito para auxiliar principalmente os profissionais da área lúdica e da

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educação. A coleção de jogos e brinquedos pode ser dividida em quatro famílias: (E) jogo de
exercício; (S) jogo simbólico; (A) jogo de montar e (R) jogo de regras.

- O Sistema ICCP (International Council for Childrens’s Play) de André Michelet, criado a partir
de quatro critérios principais, segundo os quais os brinquedos podem ser analisados: o valor
funcional (adaptação ao seu usuário), o valor experimental (o que a criança pode fazer e
aprender com ele), o valor de estruturação (o que ele ajuda na elaboração da área afetiva) e
valor de relação (se ele facilita o estabelecimento de relações interpessoais).

No entanto, há equipes que preferem criar seus próprios sistemas de classificação utilizando
critérios mais próximos às suas realidades ou propostas de trabalho.

Não esgotamos aqui a apresentação de autores nem de sistemas, pois são quase infinitas as
possibilidades de classificar tudo que se transforma em objeto de brincar nas mãos das crianças.
Muitos outros exemplos poderão ser investigados, uma vez que existem inúmeras visões de como
estabelecer critérios e categorias para agrupar, distinguir, tipificar, enfim, de conhecer melhor a
natureza e a riqueza dos brinquedos, dos jogos e das brincadeiras infantis.

O SISTEMA ESAR

Retomando, na 1ª. classificação dos tipos de brinquedo, o ESAR, tem-se: jogo de Exercício (letra
E); jogo Simbólico (letra S); jogo de Acoplagem (letra A-derivada da palavra em francês
Assemblage, que traduzimos para o português, pela palavra Acoplagem – ou montagem); jogo
de Regras (letra R) formando assim a sigla do sistema ESAR.

A organização física dos jogos e brinquedos pode se limitar a estes quatro grupos e ter somente
uma letra como índice de localização, correspondente aos quatro tipos de jogos. Em uma situação
concreta, torna-se conveniente fazer observações relativas à realidade lúdica do contexto, assim
como, às habilidades reais necessários aos jogadores, guiando-se pela Psicologia do

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Desenvolvimento. No caso da brinquedoteca, devem-se seguir os seguintes passos: Dar ao jogo
sua identidade, determinando primeiramente o tipo de jogo do qual ele pertence; de qual tipo de
jogo se trata?; Um jogo de exercício? Um jogo simbólico? Um jogo de montar? Um jogo de
regra? A quais subcategorias pertencem este jogo? Pode pertencer a mais de uma subcategoria?
(não mais do que três subcategorias, e as mais significativas); em qual ordem estas subcategorias
são dominantes?

A indexação das subcategorias complementa o código básico ESAR e auxilia na escolha e


utilização do Brinquedo. Exemplo:

Tabela de Classificação de Objeto Lúdico (C.O.L) – Elaborada por Denise Garon, usando
como base o sistema E.S.A.R, emprega as mesmas categorias de brinquedos e jogos,
acrescentando cores para sua melhor identificação, além do detalhamento das funções e do tipo
de atividades propiciadas pelos objetos lúdicos.

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QUESTÃO REFLEXIVA: Qual a classificação que melhor atende a organização dos jogos e
brinquedos na brinquedoteca hospitalar?

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SEGURANÇA DO BRINQUEDO - BRINQUEDOS DE USO COLETIVO INTENSO

Pensar no brincar e na brinquedoteca como agentes que promovem saúde física e mental,
é pensar também no brincar e na brinquedoteca como agentes de segurança. Numa brinquedoteca,
os brinquedos não precisam ser caros, mas alguns cuidados são essenciais para tornar a atividade
lúdica para as pessoas ainda mais interessante. Neste sentido, além dos jogos, brinquedos e
brincadeiras, o papel do brinquedista pode tornar o brincar na brinquedoteca mais seguro e
saudável, como é o caso do brinquedista que faz uma pré-seleção de acordo com a idade e o local
onde a brincadeira vai acontecer. Sendo no espaço da brinquedoteca hospitalar, a atenção para a
segurança no momento do brincar é diferente da atenção dada à criança na escola ou em casa.

Para pensar na segurança, os brinquedos devem ser selecionados a fim de proporcionar


sentimentos de competência e realização por trazerem resultados gratificantes. Para o
brinquedista responsável da brinquedoteca, este posicionamento torna-se essencial, haja vista
algumas limitações que a criança pode apresentar. O brinquedista também deve propor atividades
adequadas à situação da criança, caso contrário ele pode gerar emoções desagradáveis na mesma.
Outro aspecto é o brinquedista se preocupar com a sua própria higiene e abster-se de interagir
com a criança quando estiver em situação de atenção à sua própria saúde.

Encontrar um brinquedo que seja divertido, seguro e educativo é uma prova de carinho e
responsabilidade com as crianças. Neste sentido, ao escolher um brinquedo, é preciso observar
se este está de acordo com a idade e o desenvolvimento da criança a que se destina. A segurança
dos brinquedos colocados a disposição das crianças, devem seguir algumas normas básicas de
segurança sugeridas por órgãos competentes como o INMETRO e outros.

A fim de evitar possíveis riscos na hora da brincadeira, antes de adquirir um, jogo ou brinquedo
para a brinquedoteca, deve-se atentar para as seguintes questões:

 Vale a pena “perder um tempo” lendo todos os avisos e instruções. Se estes não
existem ou se não estiverem em português, às vezes é melhor optar por outro
brinquedo.

 Analise o brinquedo antes de entregá-lo à criança, verificando se contém o selo


de certificação de segurança INMETRO.

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 Passe a mão pelas arestas, pontas e bordas.

 Se for para crianças até três anos, verifique se existem peças pequenas e/ou
facilmente descartáveis, como por exemplo, rodas, olhos, pelos, etc.

 Os brinquedos devem ser cuidadosamente higienizados com os produtos


adequados e por pessoas instruídas para isso.

 Crianças com menos de dois anos não devem compartilhar os mesmos brinquedos
entre si.

 Os brinquedos que os pequenos levam a boca devem ser retirados logo após a
brincadeira, para evitar contaminação para outra criança.

 Os brinquedos retirados para higienização devem ficar em local inacessível para


as crianças em qualquer idade.

 Evite brinquedos de materiais duros e pesados.

 Quando se tratar de um boneco de pano, verifique a costura, certifique-se de que


está bem cosido e que a criança não tem acesso ao enchimento.

 Evite brinquedos com cordas ou fios compridos, em especial quando há crianças


menores de cinco anos (caso as crianças os enrolem em volta do pescoço, podem
ficar com dificuldade de respirar ou até se sufocar).

 Procure guardar as embalagens, mas se tiver que desfazer-se delas, anote ou


guarde a parte da identificação do fabricante: se ocorrer algum acidente, poderá
precisar dele.

 A brinquedoteca é frequentada por crianças de diferentes idades, por isso, evite


que os mais novos utilizem os brinquedos destinados aos mais velhos, pois podem
não ser adequados à sua faixa etária.

 Os brinquedos são bens de consumo, por isso a brinquedista deve fazer uma
revisão periódica dos brinquedos e separar os que estiverem danificados ou
faltando peças de modo que possa prejudicar a brincadeira.

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 Os brinquedos quebrados podem ser reaproveitados no espaço das artes plásticas
ou serem remontados no espaço de oficina ou sucatoteca, ou ainda podem ser
consertados.

 Os brinquedos deixados no chão podem se tornar uma armadilha, provocando


quedas, por isso, depois da brincadeira o brinquedista deve, sempre que possível,
ensinar as crianças a arrumar os brinquedos.

 Evite brinquedos pontiagudos: às vezes, a orelha do coelhinho é suficiente para


provocar machucados em crianças até os três anos.

 Na hora de organizar as prateleiras de brinquedos, procure seguir a lógica, do


menor para o maior, isto é, ordene os brinquedos de acordo com a idade de quem
vai acessá-los. Ex..: coloque próximo ao chão os brinquedos para os menores de
03 anos e assim sucessivamente.

 Para diminuir ainda mais os riscos, ao escolher os brinquedos, jogos e materiais


plásticos, procure verificar se estes são adequados para a situação da criança.

O que se deve examinar ao adquirir um brinquedo?

O consumidor, ao adquirir um brinquedo, deve conferir a presença do selo do Inmetro e respeitar


a recomendação da faixa etária a que o produto se destina. Além disso, deve evitar comprar
brinquedos no mercado informal, principal destino de produtos falsificados e contrabandeados,
que não apresentam garantia de qualidade e colocam em risco a segurança e a saúde das crianças.

Orientações para uso do brinquedo

- Para o uso correto e seguro dos brinquedos, é importante ler atentamente as instruções na
embalagem e, em caso de dúvida, entrar em contato com o fabricante.

- Ao entregar o brinquedo à criança, deve-se retirar toda a embalagem, inclusive grampos,


elásticos e peças de segurança.

- Periodicamente, convém inspecionar os brinquedos, para verificar se apresentam defeitos ou


algum tipo de risco, como peças frouxas.

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- Caso o consumidor encontre produtos com o selo falsificado ou sem o selo no mercado formal,
denunciar a Ouvidoria do Inmetro (0800 285-1818), no caso do mercado formal e às prefeituras
para o caso do mercado informal.

- Para outros assuntos relacionados a brinquedos, acesse o Portal do Consumidor


(http://www.portaldoconsumidor.com.br/).

O BRINQUEDO INSTITUCIONAL
O brinquedo institucional é aquele que busca atender as necessidades do atendimento de muitas
crianças. Isto é, o brinquedo institucional precisa ter características específicas, pois o mesmo
estará à disposição de muitas crianças ao mesmo tempo e o mesmo será utilizado com muito mais
frequência do que o brinquedo comum. Por isso, este tipo de brinquedo deve ter as seguintes
caraterísticas:
- Maior durabilidade
- Ter muitas possibilidades de ações
- Provocar muitas respostas e promover muitas experiências
- Atender as necessidades das faixas etárias correspondidas
- Mais seguro do que o brinquedo comum
- Cheiro suave
- Mobilizar os aspectos biopsicossociais
- Atender normas de segurança para o uso individual e em grupo

CASO REFLEXIVO: Em um hospital pediátrico que atende crianças em regime de internação,


não havia uma brinquedoteca hospitalar. Algumas pessoas da equipe de humanização chegaram
à conclusão de que, se não há brinquedoteca, então deve haver brinquedos espalhados por vários
setores do hospital por onde há circulação de crianças. Foram deixados brinquedos na sala de
espera, no canto do corredor que vai para a internação, entre outros espaços. Na sala de espera
do ortopedista, foi colocada uma gangorra. Analise esse caso e aponte os equívocos e acertos da
situação.

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O PERFIL PROFISSIONAL DO BRINQUEDISTA HOSPITALAR E SUAS FUNÇÕES

SUA ATUAÇÃO NA BRINQUEDOTECA FRENTE ÀS CRIANÇAS E FAMÍLIAS

O perfil profissional e o perfil pessoal do brinquedista se integram e se complementam


de forma íntima e dinâmica: ter um bom equilíbrio emocional, ser comunicativo, afável e
acolhedor sem ser invasivo, ser atento ao que se passa a seu redor sem controlar e direcionar as
pessoas, ser organizado e, principalmente, gostar de BRINCAR.

Sua formação: ter noções básicas, mas claras e bem fundamentadas, do desenvolvimento infantil
em suas grandes etapas. É fundamental conhecer as primeiras etapas - das coordenações
sensoriais e motoras – e sua relação com a formação da consciência corporal. A consciência
corporal é a primeira forma de consciência e é ela que vai possibilitar o desenvolvimento da
organização interna do pensamento, da linguagem receptiva e expressiva, da formação da
memória de curto e longo prazo, assim como o desenvolvimento da imaginação criativa. A
seguir, veremos o ingresso progressivo no mundo das regras, lógicas, sociais e morais.

O PERFIL PESSOAL DO BRINQUEDISTA E O AUTOCONHECIMENTO

Aprender a se conhecer melhor é muito importante para o brinquedista, uma vez que crianças e
seus familiares, ao perceberem uma tensão ou mal-estar velado nos brinquedistas, inibem a
vontade de brincar. Conviver com crianças e suas famílias em uma brinquedoteca vem a ser um
desafio, porque exige coerência interna e equilíbrio, mas por outro lado, pode vir a criar situações
privilegiadas de interação social, aprendizagem, expressão e felicidade.

 Buscar se conhecer melhor, identificar as situações e/ou pessoas que os deixam mais
tensos, defendidos ou irritados, observar como essa tensão é manifestada/descarregada,
por exemplo, fisicamente, com tensões musculares, problemas de sono ou de digestão
etc., ou ainda, se essas tensões são extravasadas em ambientes sociais, com uma postura
mais trancada, uma expressão forçada de afabilidade.

O BRINQUEDISTA E A ORGANIZAÇÃO DA BRINQUEDOTECA


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Uma brinquedoteca bem operacionalizada supõe que haja um brinquedista que compreenda a
importância da organização do espaço, do acervo, do registro da frequência dos usuários e a
ponha em prática. Uma brinquedoteca parece-se nesse sentido, um pouco com qualquer outro
ambiente, ou seja, quando tudo parece correr bem, com tranquilidade e fluidez, é porque foi bem
organizado e está sendo bem conduzido.

Pontos importantes:

 Procurar manter vivas as linhas mestras do projeto inicial e fazer reuniões periódicas,
com voluntários ou com familiares das crianças, para que o projeto não se torne algo
estático, preso num papel sem sentido, mas que se atualize e fortaleça com a inclusão
ponderada de sugestões.

 Fortalecer o trabalho de equipe, onde os que a frequentam são ouvidos, podem expressar
suas opiniões e contribuem para sua manutenção. todos os que frequentem a
brinquedoteca devem sentir como um espaço seu, onde há liberdade, troca de ideias e
companhia para brincar.

ATIVIDADES LÚDICAS E EXPRESSIVAS - Uma brinquedoteca pode e deve propiciar


atividades voltadas para o contar histórias, o pintar, desenhar, colar etc., os diversos tipos de
teatro, como o de fantoches, de sombras, etc., assim como as atividades musicais de bandinha
etc. Porem, não se espera que o brinquedista domine essas atividades. No entanto, é esperado
que ele saiba da riqueza de sua utilização e, como as crianças, se aventure nesse universo mágico
de explorações e descobertas. As artes, em suas mais diversas modalidades plásticas, dramáticas
e musicais fazem parte da rotina de uma brinquedoteca, sempre via um caráter lúdico, expressivo
e prazeroso.

REGRAS - O respeito ás regras é fundamental em uma brinquedoteca. Daí a importância de o


brinquedista, por meio de sua postura e de sua ação, mostrar o respeito ao outro, assim como ao
material, uma vez que esse é de uso coletivo. A criança imita de preferência a forma de se
comportar de quem lhe é significativo. A importância da postura do brinquedista, por exemplo,
apoiando ou acompanhando as crianças no guardar os jogos e brinquedos após usá-los, sempre
de forma discreta, favorece que elas os guardem.

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PAPEL DO BRINQUEDISTA - o brinquedista não é um recreacionista, o qual centraliza em si
a atenção das crianças e oferece um miniespectáculo. Ao contrário, ele deve buscar que parta
das crianças a iniciativa e a condução do que vai ser feito. Em uma brinquedoteca, predomina
sempre o brincar livre e espontâneo, mas, por vezes, atividades semi dirigidas são bem-vindas
pelas crianças e propiciam uma maior interação.

Assim, no perfil profissional do brinquedista são destacados aspectos e competências tais como:

• o saber estar presente sem intervir,

• a organização do tempo, espaço e do acervo,

• a acolhida e o registro dos frequentadores,

• a relevância da ligação entre a equipe de profissionais do local e as famílias,

• a relevância do trabalho prévio e das avaliações periódicas.

CASO REFLEXIVO: A brinquedoteca hospitalar é um espaço interdisciplinar que pode ser


utilizado, desde que preservada a sua essência, por diversos profissionais. Assim, é comum, por
exemplo, um Pedagogo Hospitalar utilizar os brinquedos, com vistas a estimular algum tipo de
aprendizagem, é o que chamamos de dimensão educativa das situações lúdicas. Neste sentido,
Kishimoto (1997), apud Teixeira (2012), ressalta que o educador, por meio do jogo, brinquedo
ou brincadeira, pode potencializar situações de aprendizagem, desde que mantida a condição para
a expressão do jogo e a ação intencional da criança para brincar.
Neste caso, o que diferencia o trabalho do brinquedista do trabalho dos demais profissionais?

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RELAÇÃO DE BIBLIOGRAFIA – VIDEOS – SITES

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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/convdir_crianca.pdf
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm
ARTIGO 31 DA CONVENÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA: o desenvolvimento da
criança e o direito de brincar. Associação Brasileira pelo Direito de Brincar (IPA Brasil).
Disponível em: http://brinquedoteca.net.br/wp-content/uploads/2013/04/DireitodaCrianca.pdf
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NAS CRECHES – manual de orientação pedagógica.
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BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Publicações
(Educação Infantil). Disponível em:
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BRASIL. Lei Federal Nº. 11.104/2005. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de
brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de
internação. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
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BIBLIOGRAFIA DISPONIVEL ONLINE
Brinquedo Comum, brincadeira adaptada. Fonte: Folha de São Paulo. Resumo de artigo.
Disponível em: http://brinquedoteca.net.br/?p=1801
FORTUNA, Tania Ramos. Para um modelo de brinquedotecas para a América Latina.
Disponivel em:
http://www.abrinquedoteca.com.br/integra/hacia_modelo_ludotecas_para_AL.pdf
FORTUNA, Tania R. Sala de aula é lugar de brincar? Disponível em:
http://brincarbrincando.pbworks.com/f/texto_sala_de_aula.pdf.
Relação de Brinquedos e Jogos. Classificação ICCP. 2012.
http://oglobo.globo.com/arquivos/defesa_abrinq.pdf

COLEÇÃO PONTÃO DE CULTURA – LABRIMP-FE/USP


http://www.labrimp.fe.usp.br/pontao/?action=download
CRIAR COM DESPERDÍCIO. Fichas de Brinquedos e Jogos. Disponível em:
http://www.iacrianca.pt/images/stories/pdfs/actividade_ludica/livro_desperdicio_peq.pdf
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http://www.a-chance-to-play.de/fileadmin/user_upload/a-chance-to-
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http://www.enciclopedia-crianca.com/
REVISTA CRESCER – “Brincadeiras que atravessam gerações (e os benefícios de cada uma
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http://revistacrescer.globo.com/Brincar-e-preciso/noticia/2015/10/durante-toda-nossa-vida-
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VIDEOS SUGERIDOS
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Maria Ângela C. Barbato e Sirlandia Reis de O. Teixeira (ABBri):


http://www.papodemae.com.br/2014/10/13/brincadeiras-antigas-especial-dia-da-crianca/

Maria Celia Malta Campos. http://tvcultura.cmais.com.br/jcprimeiraedicao/reportagens/tv-em-


excesso-pode-prejudicar-o-desenvolvimento-das-criancas-29-09-2014

Gilles Brougère - o aprendizado do brincar


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Lino de Macedo: Brincar é mais que aprender


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Gilles Brougère - Aprendizado e brincar


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Propostas Lúdicas:
Brincandando – Dia Internacional do Brincar - realização IPA
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Bebes precisam de brinquedos? O Cesto de Tesouros (em espanhol):
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As aventuras de um menino e sua caixa de papelão:


http://www.youtube.com/watch?v=S7SzabLDS0Q&hd=1

Programa DIREITO AO BRINCAR – Rede Marista de Solidariedade


http://www.brincar.org.br/iniciativas
1-Brinquedos e Brincadeiras- Roda Historiada- http://youtu.be/UCKF-EPJ5EM
2-Brinquedos e Brincadeiras – Bilboquê - http://youtu.be/atJDUnxYZkA
3-Brinquedos e Brincadeiras - Vai e vem - http://youtu.be/N4TxU64EHK4
4- Brinquedos e Brincadeiras - Carrinho de rolimã - http://youtu.be/A-ROPauW0uE

LINKS SITES INFORMATIVOS


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https://www.pucsp.br/educacao/brinquedoteca/index.php
A BRINQUEDOTECA: http://www.abrinquedoteca.com.br/

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