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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

Bruno Oliuza Oliveira

Guímel Couto Almeida

Maria Clara Silva Máximo Moreira

Raíssa de Miranda Santana

Vanessa Silva Rodrigues

DESENVOLVIMENTO URBANO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO


HISTÓRICO CULTURAL

Salvador- BA

2019
INTRODUÇÃO

Desde a revolução industrial no século XVIII, a população mundial


cresceu vertiginosamente, e, com esse crescimento, acompanhado da
industrialização, houve o deslocamento habitacional do campo para as cidades,
fenômeno conhecido como êxodo rural. Essa nova realidade também agiu no
Brasil, onde os centros urbanos se expandiram cada vez mais, de modo que a
coexistência com a natureza e a sustentabilidade ficou em segundo plano.

O desafio de conseguir aportar esta quantidade de habitantes de forma


que se consiga garantir direitos básicos de todos os cidadãos foi denominado
desenvolvimento urbano.

Conforme definição de Marcelo Lopes de Souza (2011):

“O desenvolvimento urbano é o ato de planejar o


crescimento das cidades de forma a garantir o acesso
seguro, justo e digno da população aos serviços urbanos,
como mobilidade, infraestrutura, saúde, educação,
qualidade ambiental, entre outros”.

Por conta do crescimento populacional desenfreado, patrimônios históricos


culturais dos centros urbanos brasileiros também acabam atingidos. A busca por
espaços para moradia ou empreendedorismo compete com a preservação
destes patrimônios de modo que eles acabam sendo postos em segundo plano,
devido ao aspecto socioeconômico desenvolvido pela nossa sociedade.

Consciente dessa luta, o legislador procurou proteger e regulamentar o


desenvolvimento urbano, determinando na Constituição Federal que a
competência para disciplinar sobre o este segmento é do próprio município (art
30, VIII e 183 caput), porém, estabeleceu as principais diretrizes e regras,
concentradas no Estatuto da Cidade e do Desenvolvimento Urbano, que
concentra Dispositivos Constitucionais, Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001,
Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007 Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012 e
Normas Correlatas.

Mesmo com as diretrizes estabelecidas em Lei, o conflito entre o


desenvolvimento e a proteção do patrimônio continua, talvez devido à falta de
uma conscientização da sociedade, talvez pelo modelo socioeconômico que o
Brasil adota, visando o lucro acima de tudo. De toda sorte, tais patrimônios
devem ser defendidos, pois são fonte de cultura e aprendizagem, além de mostra
de civilidade e respeito a história, e, se aproveitados corretamente, podem se
tornar fonte de renda explorando o lado turístico, como é feito em outros países.

SITUAÇÃO CONCRETA

1- Ação civil pública contra construção de shopping em imóvel


tombado

A ação Pública a seguir, foi impetrada por moradores do Bairro de


Bela Vista em São Paulo, onde visa impedir a construção de um Shopping Center
ocupando parte do local onde atualmente fica o Hospital Matarazzo, imóvel
tombado pelo patrimônio histórico Estadual. A petição foi elaborada pelo
advogado Marcus Vinicius Gramegna, de São Paulo.

“Referidas obras, apesar das gritantes, evidentes e gravíssimas


ilegalidades de que estão revestidas, foram absurdamente aprovadas pelo
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
do Estado - CONDEPHAAT, cuja consulta foi necessária em face do
tombamento que recai sobre a área, e pela Prefeitura do Município de São Paulo,
que estranhamente atestou a legalidade do empreendimento frente à legislação
de uso e ocupação do solo do Município de São Paulo.”

Diante disso, as autoras levando em conta todo o prejuízo à ambiência


urbana, a qualidade de vida, bem como a destruição de uma área histórica, os
autores elaboraram um abaixo assinado que contém mais de 4.000 mil adesões.
O interessante é que, o mesmo conselho que requereu o tombamento do imóvel,
é o mesmo que vem querendo o destombamento, antes do tombamento da área,
ouve vários pedidos para a demolição do hospital, e ao mesmo tempo houve
decisões contrarias, decisões essas implantadas pelo conselho de Defesa do
Patrimônio, que ao ver ataques á área, decidiram pelo tombamento por conta da
fragilidade de proteção legal.

O Conselho de Defesa do Patrimônio pediu que fosse revista a decisão


de autorizou o tombamento para um possível destombamento, decisão essa que
foi decidida sem nenhum estudo prévio. Nesse caso, foram indicados técnicos
do conselho para que junto com um escritório particular de arquitetura de “ Juliu
Neves”, trabalhassem em conjunto para a apresentação de parecer. O advogado
Marcos Vinicius Gramegma, alegou na petição, não ser aceitável tal trabalho em
conjunto, visto que o parecer de um órgão público deve visar o interesse público
e os técnicos do privado é guiado por outros interesses, que não se confundem
com o interesse da coletividade.

Após, tal procedimento o tombamento foi autorizado, tanto pelo


conselho, bem como pela prefeitura municipal de São Paulo. O instituto do
tombamento vem sendo considerado pela doutrina pátria majoritária como um
ato administrativo vinculado, ou seja, uma vez presente as razões de ordem
técnica para que o tombamento ocorra, tal ato passa a ser um direito subjetivo
da coletividade. Quando o poder executivo não toma medidas necessárias para
o tombamento de um bem que reconhecidamente deve ser protegido, em face
do seu valor histórico e paisagístico, a jurisprudência tem entendido que
mediante provocação do Ministério Público (ação Civil Pública) ou de cidadão
(ação popular) o judiciário pode determinar o executivo que faça a devida
proteção.

Segundo fala do advogado, “É dever do Poder público preservar e


não destruir a história viva das cidades. Em nome do progresso tudo tem sido
destruído e as cidades paulistas perderam suas origens e foram completamente
desfiguradas, pouco restando de seu passado. Povo sem memória é povo sem
história. Povo sem História é povo sem alma." Nessa mesma linha de
raciocínio, apoiamos a idéia do advogado visto que o patrimônio público faz parte
da história de um povo, onde se faz necessário o sua preservação para que as
gerações futuras possam também conhecer a historia do seu povo, sua origem
e seu legado.

COMO O ORDENAMENTO JURÍDICO DISCIPLINA A SITUAÇÃO


CONCRETA?

A política de desenvolvimento urbano tem por objetivo a melhoria da


qualidade de vida nas cidades e núcleos urbanos em geral. Para regulamentar
o tema foi desenvolvido o Plano Diretor Municipal, que consiste em um
mecanismo legal que tem por objetivo orientar a ocupação do solo urbano, tendo
como objetivo visar os interesses coletivos e difusos, como por exemplo a
preservação da natureza e da memória, como também os interesses particulares
de seus moradores. O plano diretor municipal rege o desenvolvimento do
Município nos seus aspectos econômico, físico e social. De acordo com o artigo
182, §1º da Constituição Federal, o Plano Diretor é o "instrumento básico da
política de desenvolvimento e expansão urbana".

O desenvolvimento de uma relação equilibrada entre preservação do


patrimônio cultural e o desenvolvimento socioeconômico é um obstáculo
bastante presente. Se tratando de uma função do Estado e também um dever
social, esta presente na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º, inciso
LXXIII a disposição de qualquer cidadão, a proteção do Patrimônio Histórico
Cultural através da propositura de uma Ação Popular:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesiva ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Ao se tratar de patrimônio publico, um dos mais importantes


instrumentos de proteção do patrimônio cultural, é o tombamento, que é o meio
pelo qual é garantida a proteção jurídica do bem reconhecido como de valor
histórico, ele pose ser voluntário (feito pelo proprietário) ou compulsório (feito
pelo Estado), ele está previsto no Decreto lei nº 25 de 1937.

No artigo 225, § 3º, da Constituição Federal, está presente a proteção penal do


meio ambiente e estabelece que condutas consideradas ofensivas sujeitarão os
infratores a sanções penais, sejam essas pessoas físicas ou jurídicas. Antes que
a Lei n. 9.605/98 entrasse em vigor os crimes so poderiam ser punidos se
efetivamente acontecessem, ou seja, precisa que aja um dano, não tinha
nenhuma ação de prevenção, que após a entrada em vigor da Lei n. 9.605/98
supracitada, esses crimes puderam ser evitados e punidos antes de se
consumar, diante o tema, Eládio Lecey (1998, p. 38) afirma que:

“Mais importante do que punir é prevenir danos ao meio ambiente. Pela


expressividade do dano coletivo em matéria ambiental, impõe se reprimir para
que não ocorra o dano. Por isso, a tipificação de muitas condutas de perigo até
abstrato que, não-recomendável em matéria criminal, mostra-se necessária na
proteção do meio ambiente.”

SOLUÇÃO PARA GARANTIR A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO


MATERIAL HISTÓRICO CULTURAL

É possível observar que muitas vezes o patrimônio material histórico cultural dos
municípios é deixado em segundo plano por diversos fatores que envolvem
exclusivamente a administração pública, seja por conta da própria política do
governo eleito ou por fatores que envolvem a condição econômica deste ente
federado.
A melhor forma de resolver esse problema que abrange diversas regiões do
Brasil, é garantindo que a restauração daquele imóvel possa beneficiar: os
municípios, no que diz respeito a obrigação de garantir a preservação desses
locais e também no valor que será gasto para a realização desta obra; os
cidadãos, que poderão desfrutar de um lugar que faz parte da história do local
em que eles vivem; os turistas, visto que com a restauração destes locais o
aumento de pessoas interessadas em conhecer aquele lugar aumentará; por fim,
a economia local, pois com essa restauração o número de pessoas interessadas
aumentará, em consequência disso, o número de pessoas que se beneficiarão
economicamente por levar negócios até este ponto da cidade será bem grande.

Diante desses elementos que são de extrema importância para a resolução do


problema em si, é preciso que a administração pública faça uma parceria público-
privada para que a restauração do patrimônio possa ser feita por um ente
privado, que receberá em contrapartida o direito de uso do local para criar um
negócio que tenha como característica a importância daquele imóvel no sentido
cultural, ou seja, um negócio que tenha elementos que identificam de forma
cultural aquele local.

Essa medida foi tomada este ano (2019) pela prefeitura de Juazeiro (BA), onde
um imóvel tombado localizado na orla da cidade que estava desativado a anos
pudesse ter um fim mais atrativo e fosse restaurado, com esse intuito, foi
concedido o uso do local para a criação de um centro gastronômico que
preservará a essência do local e beneficiará o poder público, cidadãos, turistas
e a própria economia local.

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