Vous êtes sur la page 1sur 7

10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés

GELEDÉS ÁREAS DE ATUAÇÃO QUESTÃO RACIAL QUESTÕES DE GÊNERO EM PAUTA RACISMO E PRECONCEITOS

ATLÂNTICO NEGRO

Como a Igreja arruinou a vida sexual das


Américas com pecado, culpa e preconceito NOTÍCIAS NO SEU E-MAIL

Informe seu melhor e­mail

Assinar!
Publicado há 2 horas - em 10 de abril de 2016 » Atualizado às 11:21
Categoria » Questões de Gênero

Marcha das Mulheres Negras 2015

REDES SOCIAIS

(Índios vestidos de Jean-Baptiste Debret em Santa Catarina, 1834)


亀 売 縄
419.8K 12.4K 990
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador”, escreveu o holandês Gaspar Barleu ao se deparar com a FÃS SEGUIDORES FÃS

壌 図 迪
libidinagem no Recife do século 17.

Por Cynara Menezes, do SOCIALISTA MORENA

Não EXISTIA. A liberdade sexual dos primeiros moradores do Brasil seria logo substituída pela noção de transgressão, 31.7K 435 465.2K
NEWSLETTER INSCRITOS CURTIRAM GELEDÉS
pelo pudor excessivo, pelas proibições e pelo preconceito –a homofobia, por exemplo, nascia ali. Em que
contribuíram os europeus para a sexualidade das Américas além de nos apresentar à culpa?

Tudo o que era possível trazer para cá, em termos sexuais, já era conhecido entre os nativos: homossexualidade,
bissexualidade, transexualidade, bigamia, poligamia. As posições também iam muito além do “papai-e-mamãe” no
escuro e sob lençóis dos colonizadores: masturbação mútua, sexo anal, oral, grupal. Sexualmente falando, eram os
indígenas os avançados e os homens brancos, os primitivos. Mas foi só chegar a igreja e pronto: a pretexto de
civilizar-nos, destruíram milênios de conhecimento autóctone sobre a sexualidade.

As próprias narrativas dos primeiros cronistas são contaminadas pelo puritanismo da época. No México, Hernán
Cortés escreveu: “fomos informados de que são todos sodomitas e usam aquele abominável pecado”. O tema da
sexualidade, é claro, sofreu censura por parte dos colonizadores, e só recentemente historiadores e arqueólogos
têm apresentado descobertas neste campo. Cortés estava bem informado: entre os maias, a homossexualidade era
frequente, e uma espécie de rito de passagem da infância para a adolescência (como ocorre, aliás, com tantos
homens e mulheres, de forma velada, em todos os tempos).

“Viam no prazer sexual um dom divino, equiparável ao alimento, à alegria, ao vigor vital e ao repouso cotidiano. Era
questão de moderar o desfrute daquele presente, como se fazia com qualquer outro bem concedido pelos deuses”,
escreveu o antropólogo Alfredo López Austin em um dos artigos da edição especial da revistaArqueologia Mexicana
sobre sexualidade entre os maias, em 2010.

A masturbação ritual era praticada por muitos indígenas da América Central como uma maneira de fecundar a terra,
considerada “feminina”. As carícias mútuas faziam parte do coito: o homem tocava as partes íntimas da mulher e a Promotoras Legais Populares PLPs
mulher tocava o homem. Moderno, não? Tem gente que não faz isso até hoje…

Tudo isso foi documentado em esculturas em pedra e cerâmica que ficaram escondidas, trancafiadas em salas de
museu até a metade do século 20. Uma mostra de arte erótica pré-colombiana organizada no México em 1926 foi
relegada a um salão secreto durante décadas. Em Uxmal e Chichen Itzá há esculturas dedicadas ao órgão sexual
masculino, cujo significado ainda permanece um mistério. Supõe-se que os falos gigantescos simbolizavam a
fertilidade e eram objeto de culto. VOCÊ JÁ LEU?

Professores evangélicos
impedem ensino da história e
cultura africana nas escolas, diz
especialista

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 1/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés

Os cotistas desagradecidos

‘Os demônios do Demônio’, por


Eduardo Galeano

As cotas para negros: por que


mudei de opinião por William
Douglas, juiz federal (RJ)

A História da Escravidão Negra


No Peru, só em 1957 foi aberta a sala onde ficavam escondidas as cerâmicas eróticas pré-colombianas do Museu no Brasil
Nacional de Antropologia. Veio a público então uma impressionante série de cerâmicas da cultura mochica, anterior
aos incas, representando atos sexuais de forma explícita, em posições que fariam corar ainda hoje em dia algumas
senhoras de Santana da renascida direita tupiniquim. Algumas delas podem ser apreciadas no Museu Larco, em
Lima.
Esta mulher fotografou-se todos
os dias durante um ano. O final
nos deixa sem palavras

Sou mulher. Suburbana. Mas


ainda tô na vantagem: sou
branca

Ele nunca me bateu (Um relato


de um relacionamento abusivo)

Infantolatria: as consequências
de deixar a criança ser o centro
da família

Existe racismo no Brasil? Faça o


Teste do Pescoço e descubra
(Cerâmicas do museu Larco, em Lima: sexo oral…)

Frequência afetiva, qual é a sua?

Afrobetizar a educação no Brasil

Pai compra tênis à vista para os


filhos, é tratado como ladrão e
dá uma aula de resistência
negra para a PM
(…69…)

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 2/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés

Quem usa, recomenda:


econômico, seguro e ecológico,
coletor menstrual ganha
adeptas no Brasil

Complexo de vira-latas: Como a


elite brasileira enfiou isso na
sua cabeça

“O casamento é um risco para a


vida das mulheres”, diz médica
especialista em saúde mental
feminina

Feminismo para homens, um


curso rápido em 26 lições, por
Alex Castro

10 comportamentos machistas
disfarçados de “coisas naturais”

(…masturbação mútua – reparem na carinha deles -…)

O país onde os negros tem


cabelos naturalmente loiros

“Todo preconceituoso é covarde.


O ofendido precisa compreender
isso”, Mario Sergio Cortella

LEIA NOSSOS GUEST POSTS

Bem vindo ao nossos Guest Posts

(…e sexo anal)

Na América protestante a repressão não foi diferente. Muito igualitária, a sociedade Cherokee dava às mulheres
postos semelhantes aos dos homens; elas podiam integrar o conselho da tribo e ser guerreiras. O adultério era
permitido a ambos os sexos, sem punição, assim como o divórcio: bastava a mulher colocar os pertences do homem
para fora da casa.

Havia ainda os transgêneros, encontrados em mais de 150 tribos norte-americanas. Chamados de Two-Spirit (“dois
espíritos”) ou “berdaches”, eram homens que gostavam de estar entre as mulheres, fazer as coisas que elas faziam e
vestir-se como elas. Ou o contrário: mulheres que gostavam de se vestir como homens. Os primeiros relatos de
colonizadores sobre os Two-Spirit aparecem já no século 16. O preconceito contra eles só vai surgir mais tarde, por
influência do homem branco. A partir daí, eles passam a ser rejeitados por suas tribos e são marginalizados.

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 3/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés
PALAVRAS – CHAVES

Aborto Afro-brasileiros e suas lutas


BlackLivesMatter cantoras e compositoras
cantores e compositores casos de preconceito
casos de racismo Cidinha da Silva
Comunicação Consciência Negra cotas cotas raciais

crimes da escravidão Direitos Humanos


Educação Eleições 2014 em pauta
escravidão estupro Feminismo Feminista

genocídio de jovens
Fernanda Pompeu

negros Guest Post História do Brasil


Holocausto Homofobia intolerância
religiosa lei 10.639/03 LGBTI machismo
Mulher Negra Mídia
Patrimônio Cultural Questão
Racial Questões de
Gênero Racismo racismo e
preconceito Saúde variedades

Violência contra Mulher


violência policial violência racial
violência racial e policial
África e sua diáspora

(We-Wa, uma “dois espíritos” do povo Zuni, do Novo México, EUA, em 1907. Foto: John K. Hillers)

Na América católica, a “Santa” Inquisição foi convocada para reprimir sexualmente os nativos, coibindo “delitos”
como a bigamia ou a sodomia, embora fossem práticas permitidas em algumas culturas indígenas. No México,
conta-se do índio Ángel Porecu, de Michoacán, punido por bigamia com cem chibatadas. No Brasil, um projeto da
Universidade Federal do Pará rastreou os casos de naturais da Amazônia, entre eles indígenas, enviados aos
tribunais do “Santo” Ofício em Lisboa por “crimes” similares.

Foi o caso da índia Florência Perpétua, de 28 anos, acusada de bigamia em 1766, levada a Portugal e condenada à
prisão, após a qual foi solta e admoestada a viver com o primeiro marido. A sodomia (prática de sexo anal) também
era razão para julgamento e punição pela Inquisição, mas apenas a masculina. “A sodomia feminina não era alvo da
Inquisição porque não havia o derramamento de sêmen, considerado pecado. A masculina era considerada
bestialismo”, explica o historiador Antonio Otaviano Vieira Jr., coordenador do trabalho.

(Tribunal da Inquisição no México)

A ordem era vestir as índias, cobrir o que foi olhado com tanto espanto e deleite pelos primeiros exploradores.
“Desde o início da colonização lutou-se contra a nudez e aquilo que ela simbolizava. Os padres jesuítas, por exemplo,
mandavam buscar tecidos de algodão, em Portugal, para vestir as crianças indígenas que frequentavam suas

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 4/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés
escolas. ‘Mandem pano para que se vistam’, pedia padre Manuel da Nóbrega em carta a seus superiores”, escreve
Mary del Priore no livroHistórias Íntimas. “Aos olhos dos colonizadores, a nudez do índio era semelhante à dos
animais; afinal, como as bestas, ele não tinha vergonha ou pudor natural. Vesti-lo era afastá-lo do mal e do pecado. O
corpo nu era concebido como foco de problemas duramente combatidos pela Igreja nesses tempos: a luxúria, a
lascívia, os pecados da carne. Afinal, como se queixava padre Anchieta, as indígenas não se negavam a ninguém.”

Enquanto fora de casa o homem se divertia, dentro do casamento era um pudor só. “Até para ter relações sexuais as
pessoas não se despiam. As mulheres levantavam as saias ou as camisas e os homens abaixavam as calças e
ceroulas. Mesmo nos processos de sedução e defloramento que guardam nossos arquivos, vê-se que os amantes não
tiravam a roupa durante o ato”, lembra Mary.

A sexualidade dos índios no Brasil é ainda hoje pouco estudada. Há alguns relatos de cronistas, como o de Gabriel
Soares de Sousa entre os tupinambás, na calienteBahia do século 16. “São os tupinambás tão luxuriosos que não há
pecado de luxúria que não cometam”, escreve Gabriel no Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Segundo ele, os índios
não só transavam muito como gostavam, homens e mulheres, de falar sobre sexo desavergonhadamente.

Havia homossexualidade e o adultério era permitido também às mulheres, que seduziam amigas para o leito
conjugal. “As que querem bem aos maridos, pelos contentarem, buscam-lhes moças com que eles se desenfadem,
as quais lhe levam à rede onde dormem, onde lhes pedem muito que se queira deitar com os maridos, e as peitam
para isso; cousa que não faz nenhuma nação de gente, senão estes bárbaros”, constata, não sem uma pontinha de
inveja, nosso cronista.

As mulheres mais velhas, por sua vez, “desestimadas dos homens”, tratavam de iniciar sexualmente os meninos:
“ensinam-lhes a fazer o que eles não sabem”. E os insatisfeitos com o tamanho do membro –nada de novo sob o
sol–“costumam pôr o pelo de um bicho tão peçonhento, que lho faz logo inchar, com o que têm grandes dores, mais
de seis meses, que se lhe vão gastando por espaço de tempo; com o que se lhe faz o seu cano tão disforme de grosso
que os não podem as mulheres esperar”.

“O esforço no sentido de fazer prosperar na colônia estrita monogamia teve que ser tremendo”, escreveu Gilberto
Freyre em Casa Grande & Senzala. O pernambucano, que assumia com tranquilidade suas experiências
homossexuais na juventude, prestou atenção nas práticas entre o mesmo sexo e na bissexualidade, que não eram
incomuns entre os indígenas brasileiros e tampouco eram práticas condenadas. Pelo contrário, os homossexuais
eram bem-vistos e tinham relevância na comunidade. Freyre supõe que a função de curandeiro das tribos, não só
brasileiras como as demais do continente, fosse destinada aos gays. Também se afirma isso sobre os Two-Spirit, que
seriam os xamãs da América do Norte.

(O Feiticeiro, gravura de John White, em 1585, na cidade indígena de Pomeiooc, atual Carolina do Norte, EUA)

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 5/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés
(O Feiticeiro, gravura de John White, em 1585, na cidade indígena de Pomeiooc, atual Carolina do Norte, EUA)

“Quanto aos pajés, é provável que fossem daquele tipo de homens efeminados ou invertidos que a maior parte dos
indígenas da América antes respeitavam e temiam do que desprezavam ou abominavam”, defende Freyre. “Uns,
efeminados pela idade avançada, que tende a masculinizar certas mulheres e a efeminar certos homens; outros,
talvez, por perversão congênita ou adquirida. A verdade é que para as mãos de indivíduos bissexuais ou
bissexualizados pela idade resvalavam em geral os poderes e funções de místicos, de curandeiros, pajés,
conselheiros, entre várias tribos americanas.”

Entrevistei o antropólogo Estevão Fernandes, professor da Universidade de Rondônia, que estuda a


homossexualidade indígena.

Socialista Morena – Era frequente a homossexualidade entre os índios brasileiros? Ou depende da etnia?

Estevão Fernandes – Não apenas “era”, como é, algo normal. Um grande desafio no tocante aos indígenas
homossexuais em várias terras indígenas do País é o de romperem com uma imagem que se tem, no Brasil, de que
os povos indígenas sejam coletividades paradas no tempo. Isso faz com que indígenas cujas sexualidades não se
enquadram no modelo hegemônico sejam vistos como “perdendo sua cultura” ou “gays por causa do contato com os
brancos”, gerando preconceito, inclusive, em suas próprias aldeias –muitas vezes devido ao contato com os não-
índios, com igrejas diversas, por meio da mídia. A perspectiva de que estas sexualidades eram abjetas chegou com a
colonização, com a imposição de padrões ocidentais de sexo, gênero, família, pela necessidade do colonizador de se
organizar o trabalho, o espaço e o tempo nas aldeias. Assim, os homens deveriam se vestir como homens, trabalhar
onde os homens trabalham, ter nome de homem, e se comportar como os homens se comportam; idem com relação
às mulheres. Os indígenas que não se enquadravam nesta perspectiva (r)estrita de dimorfismo sexual e
heteronormatividade eram castigados –há relatos, por exemplo, de execuções, cortes de cabelo forçados, castigos
físicos, etc., levados a cabo pelos colonizadores, não pelos indígenas. Neste sentido, a heteronormatividade e o
preconceito são parte integrante da colonização, mas não das formas pelas quais os indígenas lidavam com essas
práticas. Temos fontes que situam práticas queer entre povos indígenas no Brasil desde, pelo menos, meados do
século XVI e em diversas etnias e povos indígenas do país, sem que houvesse qualquer tipo de preconceito ou
exclusão destes indivíduos em suas aldeias.

– Só há relatos de homossexualidade masculina ou feminina também?

– Tanto uma quanto outra (ainda que as fontes sejam mais frequentes no tocante ao sexo entre homens, reflexo da
perspectiva viricentrada e patriarcal quase sempre assumida pelos observadores).

– Gilberto Freyre propõe que muitos dos pajés eram homossexuais. Será verdade?

– No Brasil há poucos dados sobre isso, ainda que existam. Isto talvez explique a perseguição que os homo e
bissexuais sofreram ao longo da colonização. Há vários relatos na literatura que nos permitem afirmar que havia (e
talvez ainda haja), entre povos ameríndios, o ponto de vista que relaciona homo/bi/transexualidade ao potencial
sagrado, como mostram os Two-Spirit nos Estados Unidos e Canadá. Também há o caso dxs Muxes, no México, que
apontam não apenas para esse importante papel religioso, mas também político e social desempenhado por esses
indivíduos.

– A sexualidade indígena é um assunto muito pouco estudado no Brasil. Por quê? Qual a principal dificuldade em
pesquisar este campo?

– Ainda é, embora venham surgindo boas pesquisas a este respeito. Uma das hipóteses é, talvez, a própria
resistência que algumas lideranças indígenas têm em tocar no assunto, por temerem o preconceito em relação às
suas comunidades… Outra é a relativamente pouca penetração de ideias como as teorias queer na academia
brasileira. Neste sentido, um grande desafio é trazer o queer para uma discussão mais próxima da etnologia
indígena e da crítica às práticas coloniais, administrativas e políticas empregadas junto aos povos indígenas. Por
outro lado, fico feliz em ver que alguns e algumas indígenas já se mobilizam em suas comunidades para pensar
estas questões, inclusive trazendo estas reflexões para a própria academia –um exemplo é o texto Sexual Modernity
in Amazonia, escrito em coautoria com uma indígena Tikuna, aluna da UFAM (Universidade Federal do Amazonas).

– Os relatos dos primeiros cronistas sobre sexualidade eram sempre permeados de julgamentos e preconceitos.
Há alguma exceção? Algum cronista foi mais, digamos, permissivo?

– Até onde pude observar, não há exceções… Quase sempre o enquadramento a partir do qual a sexualidade
indígena é vista reflete as perspectivas e preconceitos do observador… No tocante aos missionários e cronistas é
ainda mais evidente como a sexualidade era vista, junto com a poligamia e a antropofagia, como prova da
necessidade de se converter –quase sempre pelo uso do medo– os indígenas.

***

Talvez a própria imagem do indígena como “inocente” ou “assexuado” tenha sido útil à Igreja para disseminar suas
teorias sobre céu e inferno. A analogia com Adão e Eva era perfeita: nus, no “Paraíso”, os “inocentes” foram tentados
pela serpente do “pecado”. Era preciso fazê-los sentir-se mal em relação a algo natural e convertê-los à “fé”. E assim
morria, no “descobrimento”, a genuína sexualidade das Américas. Mas o pecado, Barleu tinha razão, não está mesmo
em nosso DNA.

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 6/8
10/04/2016 Como a Igreja arruinou a vida sexual das Américas com pecado, culpa e preconceito ­ Geledés

(A presença dos africanos, sobretudo das africanas, modifica a vida sexual dos colonizadores, mas apenas dos
homens. Toda esta parte é razão, porém, para outro post.)

Tags: bissexualidade · Igreja · Questões de Gênero

Escreva um comentário e participe!


2 comentário(s).

2 comentários Classificar por  Mais antigos

Adicionar um comentário...

Sandra Santos · Pesquisadora bolsista em UFPE
Muiuto bom o texto além de esclarecedor. Mostra­nos o lado perverso da colonização e suas marcas que
resistem ao tempo.
Curtir · Responder · 5 h

Silvia Moraes · Coordenadora de Programas Educacionais em Prefeitura Municipal de Guarulhos
Excelente!
Curtir · Responder · 56 min

Facebook Comments Plugin

1 DIA ATRÁS

1 DIA ATRÁS
1 DIA ATRÁS Secretaria de
Perfil de uma Direitos Humanos
Projeto de lei prevê
presidenta em 3D explica o que é
prisão de docente
(descompensada, ‘gaslighting’ e
que falar sobre
desequilibrada, ‘mansplaning’
“ideologia de
descontrolada):
gênero”
IstoÉ sexismo e
misoginia!

2 DIAS ATRÁS

Líder feminina no
2 DIAS ATRÁS
Malawi anula 850
2 DIAS ATRÁS
Um ato pra se sentir casamentos infantis
“Trisal”: brasileiros mulher e envia meninas de
contam nas redes volta para a escola
sociais como é viver
um casamento a
três

SOBRE O PORTAL GELEDÉS

Quem Somos

http://www.geledes.org.br/como­igreja­arruinou­vida­sexual­das­americas­com­pecado­culpa­e­preconceito/ 7/8

Vous aimerez peut-être aussi