Vous êtes sur la page 1sur 22

Oficina de Leitura e Produção

de Textos Teológicos I

Prof. Mário Sérgio


Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

A palavra texto é familiar a qualquer pessoa ligada à prática escolar. Ela


aparece com alta frequência no linguajar cotidiano tanto no interior da
escola quanto fora dos seus limites. Não são estranhas a ninguém
expressões como as que seguem: “redija um texto”, “texto bem
elaborado”, “o texto constitucional não está suficientemente claro”, “os
atores da peça são bons, mas o texto é ruim”.
Diante disso, trabalharemos com três teses básicas: 1) ler e escrever
são realidades comuns para nós; 2) toda leitura é interpretativa; 3)
todo texto tem uma intencionalidade.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
Introdução

Pergunta Teológica: “Quem é o nosso inimigo”? O Diabo

Pergunta Psicológica: “Quem é o nosso inimigo”? O nosso ego

Pergunta Literária: “Quem é o nosso inimigo”? O texto

Texto. Essa palavra, de certa forma, nos atemoriza pelo menos por duas
grandes razões. Primeiro, porque lemos um texto e não entendemos o
que ele quer dizer. Segundo, porque somos convidados a escrever, a
produzir um texto (as vezes um texto curto) e não conseguimos, não
sabemos nem mesmo por onde começar.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

Uma mesma frase pode ter significados distintos dependendo do contexto em que
estiver inserida.
Isso nos leva a conclusão de que, para entender qualquer passagem de um texto, é
necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem sob pena de dar-lhe
um significado oposto ao que ela de fato tem.
Em outros termos, é necessário considerar que, para fazer uma boa leitura, deve-se
sempre levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se por contexto uma unidade linguística maior onde se encaixa uma
unidade linguística menor. Assim a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o
parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da
obra toda.
Todavia, nem sempre o contexto vem explicitado. O texto mais amplo dentro do
qual se encaixa uma passagem menor pode vir implícito: os elementos da situação
em que se produz o texto podem dispensar maiores esclarecimentos e dar como
pressuposto o contexto em que ele se situa.
Exemplo: “A nossa cozinheira está sem paladar”. (aplicação).
A guisa de exemplo vejamos o seguinte texto: “Meu engraxate”, de Mário de
Andrade. Os filhos da Candinha. São Paulo, Martins Fontes. 1963.
1e2 É por causa do meu engraxate que ando agora em plena desolação
Meu engraxate me deixou.
3 Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. En-
4 tão me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que mudança
5 pra outras portas se pensaram em mim, resolvi perguntar ao meni-
6 no que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hun-
7 garês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido o que torna
8 instintivamente a gente muito combinado com o universo no pro-
9 pósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está venden-
10 do bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa per-
11 plexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do
12 menino chispeavam ávidos, porque sou dos que ficam fregueses e
13 dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha
14 de continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali estava um
15 menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

Para mostrar que, num texto, o significado de uma parte depende de


sua relação com outras partes, faremos uma interpretação isolada do
primeiro parágrafo (linhas 1 e 2).
Tomada isoladamente, essa parte pode sugerir a interpretação de que
o narrador está desolado por ter perdido contato com um garoto ao
qual se ligava por fortes laços afetivos.
Essa interpretação é inatacável se não confrontarmos essa passagem
com outras do texto.
Fazendo o confronto, no entanto, essa leitura não tem validade dentro
desse texto.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

As frases “pronto! Estava sem engraxate!” (linha 11) definem a razão da


perplexidade penosíssima (linhas 10 e 11), da desolação (linhas 1 e 2) e da
inquietude do narrador (linhas 3 e 4): perdera os serviços do engraxate e
não um amigo.
As observações que faz sobre o menino que lhe dá informações sobre seu
engraxate (“retalho de hungarês”, “cara de infeliz”, não dá simpatia
nenhuma”, “tímido”, propósito de desgraçar esses desgraçados de
nascença”) revelam que nenhum sentimento positivo o impele na direção de
uma relação amigável com o menino.
As frases “tinha que continuar engraxando sapatos toda a vida minha e ali
estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom (linhas
13-15) mostram que o que define as relações interpessoais são os interesses:
o narrador estava preocupado com recuperar o serviço que lhe era prestado
e não com a pessoa que lhe prestava o serviço.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

A atitude dos dois engraxates corrobora a interpretação de que a


relação entre eles e o narrador era determinada pelo interesse e não
pela amizade: um abandonara o trabalho de engraxate para vender
bilhete de loteria (linhas 9 e 10), certamente um trabalho mais
rentável; os olhos do outro “chispeavam ávidos” (linhas 11 e 12), ao ver
que o narrador procurava engraxate, porque ele era dos que ficavam
fregueses e davam gorjeta (linhas 12 e 13).
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I

Como se pode notar, o texto é um tecido, uma estrutura construída de


tal modo que as frases não têm significado autônomo: num texto, o
sentido de uma frase é dado pela correlação que ela mantém com as
demais.
Desse texto, não se pode inferir, apesar da primeira impressão, que as
relações interpessoais sejam pautadas pela amizade ou pelo bem-
querer.
Além disso, é preciso ressaltar que, por trás dessa história inventada,
existe um pronunciamento de quem produziu o texto: ao relatar a
relação interesseira entre as pessoas, sem dúvida, está desmascarando
a hipocrisia e pondo à mostra o egoísmo que se esconde nos
sentimentos que umas pessoas dizem ter por outras. O que determina
as relações sociais são os interesses recíprocos e a troca de favores.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I, todo texto
tem uma intencionalidade.

A revista americana Newsweek se fazia anunciar, em cartazes publicitários afixados


em alguns pontos de vendas, como aquela que não persuadia, mas informava.
Afora querer convencer-nos acerca do conhecido mito da neutralidade jornalística,
a revista parecia desejosa de exorcizar(-se) um demônio que vincula à persuasão
alguns qualificativos como fraude, engodo, mentira. Deixar claro, nesse caso, uma
atitude antipersuasiva objetiva fixar uma imagem de respeitabilidade e
credibilidade junto aos leitores. Supondo-se que a revista espelhasse a mais
completa lisura, o mais profundo aferramento aos princípios de uma informação
incontaminada pela presença de interesses vários, ainda assim estaria ela isenta do
ato persuasivo? A resposta é não. O próprio slogan da revista, aquela que não
persuade, já nos remete à ideia de que estamos diante de um veículo marcado pela
correção e honestidade, diferente de outros, e no qual o leitor pode confiar
plenamente. De certo modo, o ponto de vista do receptor é dirigido por um
emissor que, mais ou menos oculto, e falando quase impessoalmente, constrói sob
a sutil forma de negação uma afirmação cujo propósito é o de persuadir alguém
acerca da verdade de outrem. Isso nos revela a existência de graus de persuasão:
alguns mais ou menos visíveis, outros mais ou menos mascarados.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
modalidades de redação

O textos podem ser:


1) Narrativos;
2) Descritivos;
3) Dissertativos.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
modalidades de redação

Personagens. Figuras humanas fictícias criadas por um autor.


Características Ação. Sucessão de acontecimentos: situação inicial, complicação, clímax, desfecho.
Progressão temporal. Há anterioridade e posterioridade.
do texto narrativo
Lugar. Situação, contexto em que ocorrem as ações.

Observação: Texto em que se contam fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens.
Lembre-se: você deve “narrar a ação”, respondendo à pergunta: O que aconteceu?
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
modalidades de redação

Não há progressão temporal;


Características Não há ação; predominam os Verbos de Estado (indica uma qualidade, um
do texto descritivo estado, uma situação) no Presente ou no Pretérito Imperfeito do Indicativo
(amava);
Predomina a presença de adjetivos e advérbios de modo.

Observação: Descrição é o tipo de texto em que se relatam as características de uma pessoa, de um objeto ou de uma
situação qualquer, inscritos num certo momento estático do tempo. texto em que se indicam as características de um
determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Na descrição, você deve responder à pergunta: Como a coisa
(lugar / pessoa) é? É importante tentar usar os mais variados sentidos: fale do aroma, dos cheiros, das cores, das
sensações, de tudo que envolve a realidade a ser descrita. Descrever não é enumerar o maior número possível de
detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão
dominante e singular. Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
modalidades de redação

Argumentação. Dados, informações e conceitos sustentam um


Características comentário (ponto de vista) sobre um assunto (tema) abordado;
Opinião. Ponto de vista, explícito ou implícito sobre o assunto
do texto dissertativo
abordado.

Observação: Ao contrário do texto narrativo que obedece a uma sequenciação temporal, o texto
dissertativo obedece a uma ordem lógica argumentativa. Dissertar significa “falar sobre”. É o texto em
que se expõem ideias, seguidas de argumentos que as comprovem. Na dissertação, você deve revelar sua
opinião a respeito do assunto
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I. Atividades
em Gênesis 12. 1-5

Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai
para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te
engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e
cinco anos quando saiu de Harã. Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de
seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em
Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
Orientações Gerais.

1) Com efeito, nos três tipos de discurso, explícita ou implicitamente,


está sempre presente o ponto de vista ou a opinião de quem os
produz.
2) O que distingue um do outro é o modo como esse ponto de vista ou
essa opinião vêm manifestados.
3) Na dissertação, o enunciador manifesta explicitamente sua opinião
ou seu julgamento, usando para isso conceitos abstratos.
4) Na descrição, o enunciador, pelos aspectos que seleciona, pela
adjetivação escolhida e outros recursos, transmite uma imagem
negativa ou positiva daquilo que descreve.
Oficina de Leitura e Produção de Textos Teológicos I,
Orientações Gerais.
5) Na narração, a visão de mundo do enunciador é transmitida por meio
das ações que ele atribui aos personagens, por meio da caracterização
que faz deles ou das condições em que vivem, e, até mesmo, por
comentários sobre os fatos que ocorrem.
6) Todo texto narrativo é figurativo. Por trás do jogo das figuras sempre
existe uma tema implícito. Ao narrar as ações, por exemplo, de um
monarca, ao descrever o espaço em que ele circula, as suas
características físicas, o enunciador pode enaltecer ou desmoralizar a
monarquia.
7) Geralmente, para depreender uma visão de mundo implícita nas
narrações, é preciso levar em conta que por trás das figuras existem
temas, que por trás dos significados de superfície existem significados
mais profundos.
Texto Dissertativo – Livros desprezados, atividade.
Grave problema presente no Brasil é o baixo nível cultural da população devido à
falta de leitura de boa qualidade. Segundo o Pisa (Programa internacional de
avaliação de alunos), que verifica a capacidade de leitura do jovem, dentre os 32
países envolvidos na pesquisa de 2001, o nosso ficou com a última colocação.
Um dos fatores que provocam a falta de domínio da leitura na avaliação brasileira é
a escassez de livrarias: apenas uma para cada 84,4 mil habitantes. Porém, essa não
é a única razão: o brasileiro prefere ler futilidades que pouco ou nada acrescentam
ao seu intelecto a se dedicar aos grandes nomes da literatura. Os políticos tentam
suavizar a situação do semi-analfabetismo gerada pela falta de leitura com o
discurso de que é perfeitamente normal que algumas pessoas alcancem o final do
ensino médio sem saber expressar suas idéias por meio da escrita. Obviamente, é
“perfeitamente norma”, visto que o sistema de repetência foi indevidamente
abolido nas escolas públicas. É imprescindível que a leitura no Brasil seja
estimulada desde a infância e que o sistema de ensino sofra uma revisão. Nossa
nação não pode aspirar ao desenvolvimento tendo tão deficiente capital humano.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/portugues/modelos-de-dissertacao/exemplos-de-
textos-dissertativos-de-alunos.html#ixzz3SUYoCKgs
Texto Dissertativo – Autodestruição, atividade.
Há tempos a questão da preservação do meio ambiente entrou no dia-a-dia das discussões do mundo inteiro.
O excesso de poluição emitida pelas indústrias e automóveis e a devastação das florestas são as principais
causas do efeito estufa e finalmente se tornaram motivo de preocupação. Contudo, até agora, os resultados
pró-natureza são insignificantes perto dos prejuízos causados a ela. Essa diferença tem razões econômicas. Não
é simples nem vantajoso uma fábrica que emite grande quantidade de poluentes comprar equipamentos que
amenizam tal emissão. O mesmo acontece com automóveis, grandes vilões do ar nas cidades. Segundo
reportagens, carros e ônibus velhos poluem quarenta vezes mais do que os novos, e não é por falta de vontade
que os donos não os trocam, e sim por falta de dinheiro. Concluímos, então, que o mundo capitalista inviabiliza
um acordo com o meio ambiente e, enquanto isso, o planeta adoece. Outros problemas é a falta de
informação e educação ambiental. Muitas pessoas ainda desconhecem os malefícios do efeito estufa, como,
por exemplo, o aumento da temperatura e, como conseqüência, a intensificação das secas. Esse
desconhecimento somado ao egoísmo e descaso humano trazem-nos uma visão de futuro pessimista. Das
poucas pessoas cientes desse problema, muitas não o levam a sério e não tentam mudar suas atitudes
buscando uma solução. Enquanto os efeitos dos nossos atos não atingirem proporções mais danosas,
permaneceremos acomodados com a situação, deixando para nossas futuras gerações o dever de “consertar”
o meio ambiente. A triste conclusão a que chegamos é a de que a prudência e o bom senso do ser humano não
são mais fortes que a sua ambição e egoísmo. Estamos destinados a morrer no planeta que matamos.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/portugues/modelos-de-dissertacao/exemplos-de-textos-
dissertativos-de-alunos.html#ixzz3SUYzEjBg
Texto Dissertativo – Quando o fim é progredir,
atividade
Há milhares de anos o universo existia em harmonia. Os ciclos de escuridão e luz se
alternavam periodicamente. As estrelas nasciam, brilhavam e explodiam. Sempre o
mesmo ciclo. Harmonia. Tranqüilidade. A luz fez um planeta fértil. Plantas surgiram.
A harmonia continuou. Animais surgiram. Sucederam as eras geológicas. Surgiu,
então, o homem. O homem não se contentou com os ciclos naturais. Construiu
ferramentas e com estas ergueu as cidades, afastando-se até das memórias dos
campos, da vida simples e natural. A harmonia se despedaçou. Ao homem foi dado
o domínio da tecnologia, mas ele a usou para a destruição. Foi dada também a
conquista do meio, mas ele o converteu em sua própria prisão. As florestas foram
arrasadas. A atmosfera foi poluída. Enfim, a Terra criou o homem e foi destruída
por sua criação. Os mais sábios tentaram impedir o progresso, mas o lucro do
momento fechou os ouvidos do homem. A avalanche continuou. Cada um
competiu para transformar uma parte maior do todo. Ignoraram completamente o
ciclo natural. Materialismo passou a ser o novo indicador. O progresso abalou o
homem até onde a ambição alcança. Ele cada vez sabe mais, consegue mais e
constrói mais. Só que não percebe, em sua escalada, a possibilidade da queda.
Quando ele se der conta dos abusos que comete, será tarde demais para voltar.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/portugues/modelos-de-dissertacao/exemplos-de-
textos-dissertativos-de-alunos.html#ixzz3SUZ5KEkM
Referência Bibliográfica

CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 2001.


PLATÃO, Francisco Savioli & FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e
redação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2006.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 17. ed. Rio de
Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1996.

http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-
escolares/portugues/modelos-de-dissertacao/exemplos-de-textos-
dissertativos-de-alunos.html#ixzz3SUZ5KEkM

Vous aimerez peut-être aussi