Vous êtes sur la page 1sur 33

13/10/2015

0568 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)


Carla Sampaio

OBJETIVOS

Contabilizar e preencher
declarações e inerentes
obrigações decorrentes da
sujeição ao imposto sobre
valor acrescentado.

CONTEÚDOS

Características do imposto
– Imposto geral sobre o
consumo
– Imposto plurifásico não
cumulativo
– Método de funcionamento
do imposto. Neutralidade
do imposto
– IVA e o princípio do
destino

Carla Sampaio 1
13/10/2015

CONTEÚDOS

Incidência
– Incidência real ou objectiva
– Incidência pessoal ou
subjectiva
– Localização das operações
tributárias
– Localização das prestações de
serviços
– Os serviços relacionados com
imóveis
– Transporte intracomunitário de
bens

CONTEÚDOS
• Isenções
• Valor tributável
• Taxas
• Direito à dedução e apuramento
do imposto
• Reembolsos
• Os sujeitos passivos mistos
• Obrigações declarativas
• Regimes especiais.
• Regime do IVA nas transações
intracomunitárias (RITI)

I - Características do imposto

Foi introduzido na CEE em


1967. Em 1970 tornou-se um
recurso próprio das
Comunidades. Em 1977 é
aprovada a Sexta Diretiva
IVA (77/388/CEE) que
estabelece uma base
tributável uniforme.

Carla Sampaio 2
13/10/2015

A vida das empresas, dos


empresários e dos
consumidores foi alvo de
grandes mudanças quando,
em 1986, entrou em vigor o
IVA. Este facto fez com que
o nosso sistema fiscal
sofresse uma verdadeira
reforma.

O imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) veio
substituir o imposto de
transações (IT), sendo um
dos requisitos para a adesão
de Portugal à então
Comunidade Económica
Europeia (CEE), tendo em
consideração que era
necessária a adoção de um
sistema de impostos a incidir
sobre as transações,
doravante designado de IVA
e que fosse comum a todos
os Estados Membros.

O IVA foi aprovado pelo


Decreto-Lei nº 394-B/84 de
26 de dezembro, porém
apenas entrou em vigor a
partir de 1 de janeiro de 1986
e tem sido alvo de inúmeras
alterações, sendo a mais
recente, a produzida através
do Decreto-Lei nº 102/2008
de 20 de junho (Lei 82-
B/2014 - 31/12 – OE).

Carla Sampaio 3
13/10/2015

Características do imposto

O IVA é:
• Um imposto geral sobre o
consumo
• Um imposto plurifásico
(pagamentos fracionados)
• Não cumulativo
• Um imposto de matriz
comunitária

O imposto sobre o valor


acrescentado (IVA) é
um imposto geral sobre o
consumo que se repercute
sobre o consumidor final
de um bem transacionável.
Incide sobre as transmissões
de bens, as prestações de
serviços e as importações.

Trata-se de um imposto que


incide sobre o consumo, ou
seja, tudo aquilo que se
consome é sujeito a IVA,
oscilando a taxa consoante o
tipo de bem ou serviço que
se está a consumir/adquirir.
Este imposto incide sobre
todas as fases do circuito
económico.

Carla Sampaio 4
13/10/2015

Este imposto incide sobre todas as


fases do circuito económico,
desde a produção ao retalho e ao
consumidor final, pelo que se trata,
assim, de um imposto plurifásico e
não cumulativo, dado apenas
recair sobre o valor acrescentado,
consagrando o princípio da
neutralidade.

Trata-se de um imposto
plurifásico, porque é
liquidado em todas as fases
do circuito económico, desde
o produtor ao retalhista.
Sendo plurifásico, não é
cumulativo, pois o seu
pagamento é fracionado
pelos vários intervenientes
do circuito económico,
através do método do crédito
do imposto.

II - Incidência

Em geral, as normas de
incidência têm como objetivo
determinar o universo dos
factos tributários sujeitos a
tributação. Deste modo são
estabelecidos os respetivos
pressupostos de aplicação
dos impostos. O IVA tem dois
tipos de incidência, a objetiva
e a subjetiva.

Carla Sampaio 5
13/10/2015

Incidência objetiva ou real


A incidência objetiva ou real, prevista no
artigo 1º do CIVA, determina o que é que
está sujeito a IVA, ou seja, quais são as
operações que estão sujeitas a imposto:
• Todas as operações efetuadas no Território
Nacional (TN), Portugal Continental e
Regiões Autónomas da Madeira e Açores,
a título oneroso, nomeadamente
transmissões de bens e prestações de
serviços;
• As importações de bens, vindos de países
terceiros, ou seja, de um país que não
pertença à União Europeia (EU);
• As operações intracomunitárias, efetuadas
no TN entre os vários Estados Membros e
ao abrigo do Regime de IVA nas
Transações Intracomunitárias (RITI).

Exemplo:
• Quando uma padaria vende pão, o pão,
sendo a transmissão de um bem, está
sujeito a IVA. Um outro exemplo,
referente a uma prestação de serviços,
os serviços prestados por um gabinete
de contabilidade, também acresce IVA.
• Nas transmissões intracomunitárias,
quando efetuadas para sujeitos
passivos (sujeitos com atividade
económica), as faturas são emitidas
sem IVA no país de origem. Por
exemplo, uma empresa de Jardinagem,
sediada em Portugal, comprou um corta
relva, em Espanha, por €300, a fatura é
emitida sem IVA pelo empresa
Espanhola, porém aquando a chegada
a Portugal a operação a realizar é a
dedução e liquidação do IVA.

Exemplo:

• Porém imagine-se que um particular


vai a França comprar roupa, a fatura é
emitida com IVA pelo simples facto de
ser consumidor final e em nada estar
relacionado com a área comercial.
• Um outro exemplo agora relativamente
às importações. Uma empresa de
produção de tapetes importa material
de Marrocos, para produzir os tapetes
Apenas quando os bens forem
recebidos na alfândega se procede ao
pagamento dos impostos, entre eles o
IVA.

Carla Sampaio 6
13/10/2015

Incidência subjetiva ou pessoal


A incidência subjetiva ou pessoal, determina
quem é que está sujeito a IVA, ou seja,
quem é que são os sujeitos passivos de
IVA. O nº 3 do artigo 30º do CIVA estipula
que caso o sujeito passivo não esteja
estabelecido em território português, será o
seu representante o devedor do imposto.
No âmbito do artigo 2º do CIVA estão
sujeitos os seguintes casos:
• Pessoas singulares ou coletivas que
exercem uma atividade económica,
nomeadamente, produção, comércio,
prestação de serviços, atividades extrativas,
agrícolas e profissões liberais, com caráter
de habitualidade;
• Pessoas, que do mesmo modo
independente, realizem uma só operação
tributável;

• Importadores;
• Pessoas que efetuem operações
intracomunitárias;
• Sujeitos que liquidem devidamente o
imposto;
• Adquirentes dos serviços prestados por
não residentes;
• Estados e outras pessoas coletivas de
direito público, quando realizem de forma
significativa as seguintes operações:
Telecomunicações; Distribuição de água,
gás e eletricidade; Transporte de bens;
Prestação de serviços portuários e
aeroportuários; Transporte de pessoas;
Transmissão de bens novos cuja
produção se destina a venda; Operações
de organismos agrícolas; Exploração de
feiras e de exposições de carácter
comercial; Armazenagem; Cantinas;
Radiodifusão e radiotelevisão.

Localização das Op. Tributárias


(regra geral – art.º 6 CIVA)

Quando o adquirente dos


serviços seja um sujeito
passivo do IVA, as operações
são tributáveis no lugar onde o
adquirente tenha a sua sede,
estabelecimento estável ou, na
sua falta, o domicílio fiscal,
para o qual os serviços são
prestados.

Carla Sampaio 7
13/10/2015

Assim, se um sujeito passivo português


prestar um serviço a um cliente francês
que seja sujeito passivo, a operação não
é, em princípio, localizada em Portugal,
mas sim em França.
O prestador de serviços português não
deve liquidar IVA, devendo ser o cliente
francês a liquidá-lo em França, à taxa aí
vigente (inversão do sujeito passivo ou
reverse-charge).
O prestador de serviços português deve
fazer constar na fatura a emitir “IVA-
Operação não sujeita- art.º 6.º, n.º 6 (a
contrario) e a operação deve constar na
Declaração Recapitulativa criada pela
Portaria n.º 987/2009, de 7 de Setembro.

Na situação inversa, ou seja, se o


prestador de serviços for francês e o
adquirente português, será o
adquirente português quem terá de
proceder à liquidação do IVA devido
pela operação, à taxa vigente no
território português, tendo, no
entanto, direito à dedução do IVA
autoliquidado.

n.º 3 do art. 1.º do


DL n.º 347/85, de 23
de agosto)

Continente
No Território
Nacional
Sujeitas a IVA Regiões
Localização das Autónomas
operações

Fora do Território
Não sujeitas a IVA
Nacional

- Não Isentas Art.º 20.º, n.º 1-b) - II)


Operações efectuadas
no estrangeiro que
Sujeitas
- Sem direito a dedução seriam tributáveis se
fossem efectuadas
- Isentas no território nacional;
- Com direito a dedução

Carla Sampaio 8
13/10/2015

Prestação de serviços - Localização

Localização Artº6º

Regra geral – nº4

São tributadas no local da


sede do prestador

Regras especificas

Materiais – nºs 5 e 6 Intracomunitários nºs 11 a 15

Imateriais – nºs 8,9 e 10

25

1. Nas transmissões – lugar onde se situam os bens no momento em que se


inicia o transporte ou expedição ou em que são postos à disposição do
adquirente.
-Bens para instalação ou montagem pelo fornecedor – art.º 7.º, n.º 2 CIVA e art.º 9.º , n.º1 RITI
Exceção -Vendas à distância localizadas fora do território nacional – art.º 10.º n.ºs 1 a 3 RITI
-Operações – art.º 7.º, n.º 2 RITI

• Não isentas de IVA;


• Isentas de IVA
• Comprovadas nos termos do n.º 8 do art. 29.º do CIVA;
• Falta de comprovação determina a obrigação de liquidação
do IVA (n.º 9 do art. 29.º do CIVA);

- Operações internas – art.º 9.º CIVA


- Importações – art.º 13.º CIVA
- Exportações – art.º 14.º CIVA
- Outras isenções – art.º 15.º CIVA (regimes suspensivos)
- Transmissões intracomunitárias – art.º 14.º RITI

1 - São tributáveis as transmissões de bens que estejam


situados no território nacional no momento em que se inicia o
transporte ou expedição para o adquirente ou, no caso de não
haver expedição ou transporte, no momento em que são
postos à disposição do adquirente.

2 - Não obstante o disposto no número anterior, são também


Transmissões tributáveis a transmissão feita pelo importador e as eventuais
transmissões subsequentes de bens transportados ou
de bens expedidos de um país terceiro, quando as referidas
transmissões ocorrerem antes da importação.
Art.º 6.º CIVA
3 - As transmissões de bens efectuadas a bordo de um
navio, de uma aeronave ou de um comboio, durante um
transporte intracomunitário de passageiros, só são
tributáveis se o lugar de partida se situar no território
nacional e o lugar de chegada no território de outro
Estado membro, tendo em conta as definições
constantes do n.º 3 do artigo 1.º

Carla Sampaio 9
13/10/2015

4 - Não obstante o disposto nos n.ºs 1 e 2, as transmissões de gás, através de uma rede de gás
natural ou de qualquer rede a ela ligada, de electricidade, de calor ou de frio, através de
redes de aquecimento ou de arrefecimento, são tributáveis:
a) Quando o adquirente seja um sujeito passivo revendedor de gás, de electricidade,
de calor ou de frio, cuja sede, estabelecimento estável ao qual são fornecidos os
bens ou, na sua falta, o domicílio se situe em território nacional;
b) Quando o adquirente seja um dos sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º 1
do artigo 2.º, que não seja revendedor de gás, de electricidade, de calor ou de frio,
que disponha de sede, estabelecimento estável ao qual são fornecidos os bens ou,
na sua falta, o domicílio em território nacional, na parte que não se destine a
utilização e consumo próprios;
c) Quando a utilização e consumo efectivos desses bens, por parte do adquirente,
ocorram no território nacional e este não seja um sujeito passivo revendedor de
gás, de electricidade, de calor ou de frio, que disponha de sede, estabelecimento
estável ao qual são fornecidos os bens ou, na sua falta, o domicílio fora do território
Transmissões nacional.
de bens
Art.º 6.º CIVA

5 - Não obstante o disposto nos n.os 1 e 2, as transmissões de gás, através de uma rede de
gás natural ou de qualquer rede a ela ligada, de electricidade, de calor ou de frio, através
de redes de aquecimento ou de arrefecimento, não são tributáveis:
a) Quando o adquirente seja um sujeito passivo revendedor de gás, de electricidade,
de calor ou de frio, cuja sede, estabelecimento estável ao qual são fornecidos os
bens ou, na sua falta, o domicílio se situe fora do território nacional;
b) Quando a utilização e consumo efectivos desses bens, por parte do adquirente,
ocorram fora do território nacional e este não seja um sujeito passivo revendedor
de gás, de electricidade, de calor ou de frio, que disponha de sede, estabelecimento
estável ao qual são fornecidos os bens ou, na sua falta, o domicílio no território
nacional.

a) Efetuadas a sujeitos passivos – o


lugar da sede, estabelecimento
estável ou domicílio do adquirente
Prestações de (Operação B2B)
serviços
Art.º 6.º , n.º 6
CIVA

(Regra geral)

b) Efectuadas a não sujeitos passivos –


o lugar da sede, estabelecimento
estável ou domicílio do prestador
(Operação B2C)

1.ª REGRA GERAL


(alínea a) do n.º 6 do art. 6.º do CIVA)

• Quando o adquirente dos serviços seja um sujeito passivo do


IVA, as operações são tributáveis no lugar onde o adquirente
tenha a sua sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o
domicílio fiscal, para o qual os serviços são prestados.
• Assim, se um sujeito passivo português prestar um serviço a
um cliente francês que seja sujeito passivo, a operação não é,
em princípio, localizada em Portugal, mas sim em França.

Carla Sampaio 10
13/10/2015

1.ª REGRA GERAL


(alínea a) do n.º 6 do art. 6.º do CIVA)

• O prestador de serviços português não deve liquidar IVA,


devendo ser o cliente francês a liquidá-lo em França, à taxa aí
vigente (inversão do sujeito passivo ou reverse-charge).
• O prestador de serviços português deve fazer constar na
factura a emitir “IVA-Operação não sujeita- art.º 6.º, n.º 6 (a
contrario) e a operação deve constar na Declaração
Recapitulativa criada pela Portaria n.º 987/2009, de 7 de
Setembro
• Na situação inversa, ou seja, se o prestador de serviços for
francês e o adquirente português, será o adquirente
português quem terá de proceder à liquidação do IVA devido
pela operação, à taxa vigente no território português, tendo,
no entanto, direito à dedução do IVA autoliquidado.

1.ª REGRA GERAL


(alínea a) do n.º 6 do art. 6.º do CIVA)

A Declaração Recapitulativa criada pela Portaria n.º 987/2009, de 7 de Setembro,


serve para comunicar:

- As transmissões de bens isentas nos termos do art.º 14.º e as operações


associadas a bens referidas na alínea a) do n.º 3 do art.º 8.º, ambos do RITI - de
acordo com a previsão da alínea c) do n.º 1 do art.º 23.º do RITI

- as prestações de serviços a sujeitos passivos sediados noutro Estado Membro da


Comunidade, não sujeitas por essa razão em Portugal (porque sujeitas a IVA no
outro Estado Membro) de acordo com a alínea i) do n.º 1 do art.º 29.º do CIVA

Artigo 58.º CIVA


Obrigações de faturação, declarativas e período em que passa a ser devido o
imposto

1 – Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, os sujeitos passivos isentos


nos termos do artigo 53.º devem cumprir o disposto nas alíneas b) e i) do n.º 1 do
artigo 29.º e nos artigos 31.º, 32.º e 33.º.

2.ª REGRA GERAL


(alínea b) do n.º 6 do art. 6.º do CIVA)

• Quando o adquirente dos serviços for uma pessoa que não


seja sujeito passivo do IVA, as operações são localizadas no
País em que se localiza a sede, estabelecimento estável ou
domicílio do prestador dos serviços.
• Assim, se um sujeito passivo português prestar um serviço a
um adquirente espanhol que não seja sujeito passivo, deverá
liquidar IVA português, uma vez que a operação se localiza,
em princípio, em Portugal.

Carla Sampaio 11
13/10/2015

2.ª REGRA GERAL


(alínea b) do n.º 6 do art. 6.º do CIVA)

• Se for um sujeito passivo de outro Estado membro a


prestar um serviço a um português que não seja
sujeito passivo, o referido sujeito passivo deverá, em
princípio, liquidar IVA à taxa vigente no Estado
membro onde está estabelecido.

• As duas regras do n.º 6 do art.º 6.º do CIVA, tem, no


entanto, certas exceções, algumas das quais são
comuns às duas regras gerais, enquanto outras são
específicas das operações entre sujeitos passivos e
não sujeitos passivos.
• Nos números 7 e 8 do artigo 6.º do CIVA temos as exceções comuns às
duas regras gerais.
• Nos novos números 9, 10, 11 e 13 as exceções à regra geral das
prestações de serviços efetuadas por sujeitos passivos a não sujeitos
passivos.
• No n.º 12 temos algumas situações especiais que, a não terem sido
previstas, ocasionariam ausência de tributação e nefastas distorções
de concorrência.

As exceções às duas regras gerais são as seguintes:


Vai-se pela localização
• Prestações de serviços relacionadas com imóveis.
• Prestações de serviços de transporte de passageiros e serviços
de alimentação e bebidas no transporte.
• Prestações de serviços de alimentação e bebidas.
• Prestações de serviços relativas ao acesso a manifestações de
caráter cultural, artístico, científico, desportivo, recreativo, de
ensino e similares, incluindo o acesso a feiras e exposições,
assim como as prestações de serviços relacionadas com o
acesso.
• Locação de curta duração de um meio de transporte.

Carla Sampaio 12
13/10/2015

1.ª Exceção - Prestações de serviços relacionadas com imóveis

• Inclui:
• Os serviços prestados por arquitetos, por empresas de
fiscalização de obras, por peritos e agentes imobiliários, e
os que tenham por objeto preparar ou coordenar a
execução de trabalhos imobiliários.
• A concessão de direitos de utilização de bens imóveis.
• A prestação de serviços de alojamento efetuadas no
âmbito da actividade hoteleira ou de outras com funções
análogas, tais como parques de campismo.

Prestações de serviços relacionadas com imóveis

• Estas prestações de serviços, referidas na alínea a) dos n.os 7 e


8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar onde se situa
o imóvel, independentemente da qualidade do adquirente.
• E, assim, se o imóvel se localizar no território nacional, as
prestações de serviços desta natureza são tributáveis em
Portugal, seja o adquirente dos serviços sujeito passivo ou
não e seja ele português, comunitário ou não comunitário.

Prestações de serviços relacionadas com imóveis

• Tais prestações de serviços não são tributáveis no território


nacional se o imóvel se localizar noutro país, seja o adquirente
dos serviços sujeito passivo ou não e seja ele português,
comunitário ou não comunitário.

Carla Sampaio 13
13/10/2015

Exemplo 1 – Um arquitecto português, com gabinete em Viana


do Castelo, elabora um projecto para a construção de um
imóvel em Tuy (Espanha).

• A prestação de serviços é considerada como sendo


efectuada em Espanha, uma vez que se refere a um imóvel
aí situado, pelo que não é tributada em Portugal (alínea a)
do n.º 7 do art. 6.º do CIVA).

Exemplo 2 – Uma empresa de construção civil de Vigo desloca


trabalhadores seus a Portugal, para aqui participarem na
construção de um Centro Comercial em Viana do Castelo.

• A prestação de serviços é considerada localizada em


Portugal, uma vez que se refere a um imóvel aqui situado
(Viana do Castelo), pelo que terá de ser tributada no
território nacional (alínea a) do n.º 8 do art. 6.º do CIVA).

• Caso a empresa espanhola não nomeie representante


em Portugal, a liquidação do IVA é da competência do
adquirente do serviço (alínea g) do n.º 1 do art. 2.º do
CIVA), pelo que a empresa portuguesa a quem o
serviço é facturado, mesmo que apenas pratique
operações isentas nos termos do art. 9.º do CIVA, terá
de proceder à liquidação do IVA a favor do Estado.

• O direito à dedução do IVA assim liquidado depende


do enquadramento do adquirente dos serviços face
ao CIVA.

Carla Sampaio 14
13/10/2015

2.ª Exceção
Prestações de serviços de transporte de passageiros

• Estas prestações de serviços, referidas na alínea b) dos n.os 7 e


8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar onde se
efetua o transporte, em função das distâncias percorridas,
independentemente da qualidade do adquirente.
• E, assim, o IVA correspondente às distâncias percorridas no
território nacional é devido em Portugal, seja o adquirente
dos serviços sujeito passivo ou não e seja ele português,
comunitário ou não comunitário.

• Não é, contudo, devido em Portugal o IVA correspondente às


distâncias percorridas fora do território nacional, ainda que
tais serviços sejam prestados por operadores nacionais.
• Ter em atenção que estas regras não se aplicam às situações
abrangidas pelo regime especial das agências de viagens e
organizadores de circuitos turísticos, regulado pelo Decreto-
Lei n.º 221/85, de 3 de julho.
• Ter ainda em atenção as isenções previstas na alínea r) do n.º
1 do art. 14.º do CIVA.
r) O transporte de pessoas provenientes ou com destino ao estrangeiro, bem
como o das provenientes ou com destino às Regiões Autónomas, e ainda o
transporte de pessoas efectuado entre as ilhas naquelas Regiões;

3.ª Exceção - Prestações de serviços de alimentação e


bebidas, que não as referidas na alínea d) dos n.os 7 e 8

• Estas prestações de serviços, referidas na alínea c) dos n.os 7 e


8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar onde ocorre o
fornecimento dos serviços, independentemente da qualidade
do adquirente.
• E, assim, o IVA correspondente às prestações de serviços de
alimentação e bebidas efetuadas no território nacional é
devido em Portugal, seja o adquirente dos serviços sujeito
passivo ou não e seja ele português, comunitário ou não
comunitário.

Carla Sampaio 15
13/10/2015

4.ª Exceção - Prestações de serviços de alimentação e bebidas,


executadas a bordo de uma embarcação, de uma aeronave ou
de um comboio, durante um transporte intracomunitário de
passageiros

• Considera-se local de execução material o lugar de partida do


transporte.
• Estas prestações de serviços, referidas na alínea d) dos n.os 7 e
8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar de partida do
transporte, independentemente da qualidade do adquirente.

5.ª Exceção - Prestações de serviços relativas ao acesso a


manifestações de caráter cultural, artístico, científico,
desportivo, recreativo, de ensino e similares, incluindo o
acesso a feiras e exposições, assim como as prestações de
serviços acessórias relacionadas com o acesso

• Estas prestações de serviços, referidas na alínea e) dos n.os 7 e


8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar onde são
materialmente executadas, independentemente da qualidade
do adquirente.

• Até 31 de dezembro de 2010 todas as prestações de caráter cultural, artístico,


científico, desportivo, recreativo, de ensino e similares, incluindo o acesso a feiras
e exposições, eram tributáveis no lugar onde fossem materialmente executadas,
independentemente de o adquirente ser sujeito passivo ou não.

Prestações de serviços relativas ao acesso a manifestações de


caráter cultural, artístico, científico, desportivo, recreativo, de
ensino e similares, incluindo o acesso a feiras e exposições,
assim como as prestações de serviços acessórias relacionadas
com o acesso

• Todos os outros serviços relativos à organização e realização


destes eventos, quando o respetivo adquirente é um sujeito
passivo, seguem a regra geral de tributação consignada na
alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do Código do IVA.

Carla Sampaio 16
13/10/2015

Prestações de serviços relativas ao acesso a manifestações de caráter


cultural, artístico, científico, desportivo, recreativo, de ensino e similares,
incluindo o acesso a feiras e exposições, assim como as prestações de
serviços acessórias relacionadas com o acesso

Para o efeito, considera-se:


• Acesso – a concessão do direito de entrada (bilhete de entrada ou
pagamento de uma taxa).
• Prestações de serviços acessórios do acesso – aquelas que estão
diretamente relacionadas com a participação no respetivo evento e que não
fazem parte do ingresso, como, por exemplo, utilização de bengaleiro e de
instalações sanitárias.
• A mera intermediação na venda de bilhetes não é considerada como acessória
do acesso.

6.ª Exceção - Locação de curta duração de um meio de


transporte

• Por “locação de curta duração de um meio de transporte”,


entende-se, nos termos da alínea j) do n.º 2 do artigo 1.º do
CIVA, a locação de um meio de transporte por um período
não superior a 30 dias ou, tratando-se de uma embarcação,
por um período não superior a 90 dias.
• Estas prestações de serviços, referidas na alínea f) dos n.os 7 e
8 do artigo 6.º do CIVA, são tributáveis no lugar onde o bem é
colocado à disposição do adquirente, independentemente da
qualidade deste.

III - Isenções
ISENÇÃO - NAS OPERAÇÕES INTERNAS
ISENÇÃO -NAS OPERAÇÕES
INTERNAS
• Assistência e segurança sociais;
• Saúde e assistência médica e hospitalar;
• Educação;
• Formação profissional;
• Desporto;
• Cultura;
• Operações bancárias;
• Operações de seguro e resseguro.

Carla Sampaio 17
13/10/2015

Artigo 13.º CIVA


Isenções nas importações
1 - Estão isentas do imposto:

i) As importações de gás, através de uma rede de gás natural ou de qualquer rede a ela ligada
ou introduzidas por navio transportador de gás numa rede de gás natural ou numa rede de
gasodutos a montante, de electricidade, e de calor ou de frio, através de redes de
aquecimento ou de arrefecimento;

Artigo 7.º RITI


Operações assimiladas a transmissão de bens a título oneroso
…..
2 - Não são, no entanto, consideradas transmissões de bens, nos termos do número
anterior, as seguintes operações:
….
d) Transferência de gás, através de uma rede de gás natural ou de qualquer rede a ela ligada, e
transferência de electricidade, de calor ou de frio através de redes de aquecimento ou
arrefecimento;
….

Artigo 4.º
Operações assimiladas a aquisições intracomunitárias de bens
….
3 - Não é considerada aquisição intracomunitária a afectação de bens a que se refere a alínea a) do n.º 1
quando a transferência desses bens tiver por objecto a realização, no território nacional, de operações
mencionadas no n.º 2 do artigo 7.º

IV - Valor tributável

O valor tributável é o valor sobre o


qual o sujeito passivo deve aplicar a
taxa, de forma a liquidar o IVA devido
em cada operação tributável que
efetua, salvo no caso de operações
isentas ou não sujeitas a IVA, em que
sobre este valor não irá incidir
qualquer taxa, o que não invalida que o
mesmo seja corretamente determinado
e mencionado nas faturas ou
documentos equivalentes a emitir.

Nas operações internas:


Regra geral: o valor tributável das
transmissões de bens e
prestações de serviços efetuadas
em território português, será o
valor da contraprestação obtida
ou a obter do adquirente, do
destinatário ou de um terceiro,
conforme dispõe o n.º 1 do art.
16.º.

Carla Sampaio 18
13/10/2015

De acordo com o n.º 5 do art. 16.º, o valor


tributável das operações sujeitas a imposto
deverá incluir:
• Os impostos (imposto sobre veículos e
impostos especiais de consumo), direitos, taxas
e outras imposições, excluindo o próprio IVA;
• As despesas acessórias debitadas ao
cliente, tais como comissões, embalagens,
transportes, seguros e publicidade, efetuadas
(em nome próprio embora) por conta do cliente;
• As subvenções (subsídios) obtidas em função
do número de unidades transmitidas ou do
volume de serviços prestados, quando fixadas
antes da realização da operação e que
estejam diretamente relacionadas com o preço
da operação.

Por outro lado, não fazem parte do valor tributável


(n.º 6 do art. 16.º):
• Os juros devidos pelo diferimento do pagamento
da contraprestação;
• As quantias recebidas como indemnização
declarada judicialmente, por incumprimento
total ou parcial de obrigações;
• Os descontos, abatimentos e bónus concedidos;
• As quantias pagas em nome e por conta do
cliente, quando registadas pelo sujeito
passivo nas respetivas contas de terceiros;
• As quantias relativas a embalagens não
transacionadas (embalagens retornáveis),
quando na fatura ou documento equivalente
estas estejam discriminadas e conste
expressamente o acordo da sua devolução

V - Taxas

As taxas de IVA foram as


que sofreram maiores
alterações com a entrada em
vigor do OE 2012 (Lei nº 64-
B/2011 de 30 de dezembro),
passando bens de taxa
reduzida, para uma taxa
intermédia ou normal e
também bens da taxa
intermédia para a taxa
normal.

Carla Sampaio 19
13/10/2015

Bens como os combustíveis


gasosos, que estavam
enquadrados num regime
particular, passaram a ser
tributados à taxa normal de IVA. A
Lei 14-A/2012 de 30 de março
veio proceder a algumas
alterações nas taxas,
nomeadamente nas taxas da
região autónoma da Madeira.
Estas alterações entraram em
vigor a partir do dia 1 de abril.

Neste momento existem três


taxas de IVA em vigor, como se
observa na seguinte tabela:

A título de curiosidade e sabendo


que o IVA faz parte dos impostos
indiretos, verificou-se que estes
impostos contribuíram para um
aumento do crescimento do PIB
em 2010. Devido ao aumento da
carga fiscal, o Estado arrecadou
cerca de 23 mil milhões de euros
em imposto indiretos, dos quais
mais de 13 mil milhões de euros
se referem ao IVA (Fonte INE:
2011).

Carla Sampaio 20
13/10/2015

VI – Direito à Dedução e
Apuramento do Imposto

A fórmula de cálculo deste imposto


baseia-se no método do crédito de
imposto, este método traduz-se no
seguinte: é aplicada uma taxa de valor
variável (reduzida, intermédia ou
normal, consoante o tipo de bem e/ou
serviço transacionado e/ou prestado) a
todas as transações económicas. Ao
valor das compras deduz-se o IVA nelas
suportado, sendo o IVA liquidado
aquando da venda das mesmas.

À diferença apresentada
(valor acrescentado) é
apurado o imposto a
entregar ou a receber do
Estado.

Exemplo:
Um sujeito passivo comprou
€1060 de fruta (€1000 + €60 IVA
dedutível) para vender na sua
mercearia. Quando vender a fruta
irá aplicar uma margem sobre o
preço de compra, supondo que irá
vender por €1500 + 6% IVA
liquidado, tem um total de €1590
(€1500 + €90). O IVA a apurar
será o IVA liquidado menos o IVA
dedutível: €90 - €60 = €30 a
entregar ao Estado.

Carla Sampaio 21
13/10/2015

Este método assegura que as


aquisições que se efetuam são
com imposto, no entanto as
mesmas concedem direito à
dedução no respetivo período
de pagamento, salvo algumas
exceções. Por exemplo a
gasolina é considerada um
custo aceite contabilisticamente,
no entanto não é possível
deduzir o IVA da mesma. Já o
gasóleo e o GPL permitem a
dedução de 50% do valor do IVA
em casos normais.

VII - Reembolsos
Os sujeitos passivos que solicitem reembolsos
através da declaração prevista no artigo 41.º do
CIVA devem remeter a respetiva declaração
periódica dentro do prazo legal e por transmissão
eletrónica de dados, através do portal das finanças
da Autoridade Tributária e Aduaneira na Internet
(www.portaldasfinancas.gov.pt), acompanhada dos
seguintes elementos:
• relação com identificação dos clientes a quem, com
referência ao período declarativo, foram efetuadas as
transmissões de bens e as prestações de serviços;
• relação com identificação por campo da declaração
periódica dos fornecedores de bens ou serviços e das
importações em que, com referência ao período
declarativo, tenha havido liquidação de imposto, com
indicação do respetivo valor de aquisição, do IVA
dedutível.
OBS: Nas relações previstas no número anterior podem ser
incluídos num único valor e até ao limite de 5% do montante
total de cada relação (inferior a € 5,000,00)

O reembolso do IVA (Imposto sobre


o Valor Acrescentado) pode ser
solicitado pelas empresas, sempre
que após 4 períodos seja apurado
IVA a favor da empresa, com valor
superior a 250 euros.
O pedido de reembolso do IVA é feito
pelas entidades contabilísticas, na
declaração periódica.

Carla Sampaio 22
13/10/2015

Requisitos para Pedido de Reembolso do IVA


Regime IVA Trimestral

Sempre que após 12 meses, seja


apurado o IVA a favor da empresa, com
um valor superior a 250 euros em cada
trimestre;
O sujeito passivo não pode estar em
situação de incumprimento declarativo
relativo a IVA, IRS ou IRC;
Não pode constar na declaração sujeitos
passivos com contribuinte inexistente ou
que tenham cessado atividade.

Regime IVA Mensal

Sempre que após 4 meses, seja


apurado o IVA a favor da empresa,
com um valor superior a 250 euros
em cada trimestre;
O sujeito passivo não pode estar
em situação de incumprimento
declarativo relativo a IVA, IRS ou
IRC;
Não pode constar na declaração
sujeitos passivos com contribuinte
inexistente ou que tenham cessado
atividade.

VIII – Os sujeitos passivos Mistos

Os princípios gerais subjacentes ao


exercício do direito à dedução do IVA
suportado pelos sujeitos passivos do
imposto estão previstos nos artigos 19º e
20º do CIVA. Como regra geral, é
dedutível (com exceção das situações
enunciadas no Art.º 21) todo o imposto
suportado em bens e serviços adquiridos
para o exercício de atividades económicas
que para efeitos do imposto sejam
tributadas, isentas com direito à
dedução ou ainda não tributadas mas
que conferem o direito à dedução.

Carla Sampaio 23
13/10/2015

Por sua vez, caso o imposto seja suportado


na aquisição de bens ou serviços
exclusivamente afetos a operações isentas
sem direito à dedução ou a operações que
em sede de IVA não se insiram no exercício
de atividades económicas, não é,
naturalmente admissível o exercício do
direito à dedução.
Face ao disposto no n.º 1 do Art.º 2 do
CIVA considera-se atividade económica
“Qualquer atividade de produção,
comercialização ou de prestação de
serviços, incluindo as atividades
extrativas, agrícolas e as das profissões
liberais ou equiparadas”.

Os sujeitos passivos que face ao disposto


no Art.º 20 do CIVA, no exercício da sua
atividade realizam simultaneamente
operações tributáveis que conferem o
direito à dedução e operações isentas que
não conferem esse direito, denominam-se
sujeitos passivos mistos. Para estes
sujeitos passivos o direito à dedução é
incompleto, pois apenas podem deduzir o
imposto suportado para a realização das
operações que lhe conferem esse direito.

Assim sendo, as alterações ao Art.º 23 vieram


referir expressamente que as suas regras se
aplicam exclusivamente às situações em que os
sujeitos passivos pretendem exercer o direito à
dedução do imposto suportado na aquisição de
bens e serviços de utilização mista, sendo nestes
casos efetuada do seguinte modo:
- Método da afetação real – para as operações
fora do conceito de atividade económica (alínea a)
do n.º 1 do Art.º 23 do CIVA);
- Método da afetação real ou Método da
percentagem de dedução (pro rata) – para as
operações decorrentes do exercício de uma
atividade económica, parte da qual não confere o
direito à dedução (n.º 2 do Art.º 23 e alínea b) do
n.º 1 do Art.º 23 do CIVA).

Carla Sampaio 24
13/10/2015

A primeira fase do processo de dedução do


IVA dos sujeitos passivos mistos é a
imputação direta, ou seja, faz-se a alocação
direta dos inputs às atividades económicas a
que se destinam, deduzindo a totalidade do
IVA se o input for consumido numa atividade
que concede o direito à dedução, ou não
deduzindo qualquer parcela de IVA caso a
atividade em que esse input é consumido
não confira esse direito.

E os bens consumidos por ambas


atividades? Por exemplo material de
escritório?

Aplicação da norma contida no Art.º 23 do


CIVA.

Exemplificando, vamos considerar um


sujeito passivo misto que exerce uma
atividade sujeita e não isenta de IVA (por
exemplo, prestação de serviços de
estética) na qual fatura 200.000€/ano
(valor sem IVA) e exerce também uma
atividade sujeita e isenta de IVA (por
exemplo, a prestação de serviços
médicos) na qual fatura 600.000€/ano
(valor isento de IVA).

Este sujeito passivo:


• adquiriu uma máquina de depilação a
laser;
• fez uma locação financeira para uma
máquina de radiografias; e
• recebeu a fatura do Técnico Oficial de
Contas; e a da utilização de serviços de
publicidade das atividades da empresa.

Carla Sampaio 25
13/10/2015

Para este sujeito passivo o processo de dedução


do IVA consubstancia-se:
- Na imputação direta da fatura da máquina de
depilação a laser à atividade de esteticismo
(atividade sujeita e não isenta de IVA), com o
consequente direito à dedução da totalidade do
IVA suportado nessa aquisição;
- Na imputação direta do documento suporte
relativo à locação financeira à atividade de
prestação de serviços médicos (atividade
sujeita, mas isenta de IVA), com a consequente
não dedução do IVA contido nesse documento;
- Na fatura dos serviços do Técnico Oficial de
Contas e de publicidade e como são utilizados
de forma indistinta ou simultânea nas duas
atividades há lugar à aplicação do método do
pro rata ou do método da afetação real.

Esquema:

• Alocação direta dos inputs às


Método Direto atividades económicas a que se
destinam

Método da • Para operações fora do conceito


Afetação Real de atividade económica

Método da • Para as operações decorrentes do


Afetação Real ou
exercício de uma atividade
Método da
Percentagem da
económica, parte da qual não
Dedução (Pro rata) confere o direito à dedução.

Conforme descrito no n.º 4 do Art.º 23 do


CIVA a percentagem de dedução resulta
de uma fração em que no numerador
figura o valor anual, IVA excluído, das
operações sujeitas a IVA e dele não
isentas e das operações isentas com
direito à dedução e no denominador o
valor anual, IVA excluído, de todas as
operações efetuadas pelo sujeito passivo
no quadro de uma atividade económica,
incluindo as subvenções não tributadas
que não sejam subsídios de equipamento.

Carla Sampaio 26
13/10/2015

Esquema

Voltando ao exemplo anterior, a


percentagem de dedução será de
25%, dada por:

200.000,00/(200.000,00+600.00,00)

Neste caso esta percentagem


apenas poderá ser utilizada para
efeitos de dedução do IVA contido
em inputs usados simultaneamente
nas duas atividades. Será assim
dedutível:
– 25% do IVA contido na fatura dos
serviços do Técnico Oficial de Contas;
– 25% do IVA contido na fatura da empresa
de publicidade;

Agora considerando um exemplo em que


parte das operações praticadas pelo sujeito
passivo estão fora do conceito de atividade
económica temos:

Carla Sampaio 27
13/10/2015

Ficha formativa 2

IX - Obrigações declarativas

As obrigações declarativas dos sujeitos


passivos de IVA são as seguintes :
a. Declaração de início de atividade: deve ser
entregue antes do início da atividade, na
Repartição de Finanças da área da respetiva
sede, estabelecimento estável ou domicílio;
b. Declaração de alterações: deve ser entregue
quando haja alteração dos elementos
constantes da declaração de início de atividade,
no prazo de 15 dias a contar da data da
alteração;
c. Declaração de cessação de actividade: deverá
ser entregue no prazo de 30 dias a contar da
data da cessação da atividade;

Declaração periódica de imposto: respeita ao


período do imposto liquidado e deduzido dos
sujeitos passivos enquadrados no regime
normal de tributação:
– Regime normal de periodicidade mensal:
deverá ser remetida até ao dia 10 do
segundo mês seguinte àquele a que
respeitam as operações;
– Regime normal de periodicidade trimestral:
deverá ser remetida até ao dia 15 do
segundo mês seguinte ao trimestre a que
respeitam as operações;
Declaração Recapitulativa respeitantes a
transmissões intracomunitárias de bens e
operações assimiladas: deve ser entregue até
dia 20 do mês seguinte ao término do mês ou
trimestre a que respeita;
Declaração anual: deve ser enviada
anualmente (até 30 de Junho) uma declaração
relativa às operações efetuadas no decurso da
atividade;

Carla Sampaio 28
13/10/2015

Mapas recapitulativos de clientes e


fornecedores: devem ser
enviados durante o mês de Junho
com a identificação dos sujeitos
passivos (clientes e
fornecedores), donde conste o
montante total das operações
internas realizadas com cada um
deles, no ano anterior, desde que
superior a 25.000 euros;

X – Regimes Especiais

O IVA tem três regimes de


tributação, o regime normal,
os regimes especiais e os
regimes particulares. Como
regimes especiais estão
estipulados a isenção do
artigo 53º e o regime
especial dos pequenos
retalhistas (podendo ambos
optar pelo regime normal).

Como regimes particulares,


ou seja, aqueles que incidem
sobre uma determinada
área, por exemplo, agências
de viagens, transmissões de
tabaco manufaturado,
combustíveis gasosos, bens
em segunda mão, objetos de
arte, de coleção e
antiguidades, ouro para
investimento, entre outros.

Carla Sampaio 29
13/10/2015

Sobre o IVA incidem dois aspetos


importantes, o aspeto temporal e o
aspeto espacial.
O aspeto espacial diz respeito ao
local de tributação, regulado pelo
artigo 6º do Código do IVA (CIVA),
regra geral incide sobre as
operações efetuadas no Território
Nacional (TN). Por seu lado o
aspeto temporal traduz-se em dois
momentos, o momento em que se
gera o imposto (facto gerador) e o
momento em que este se torna
exigível (exigibilidade do imposto).

Exemplo
Em 1 de fevereiro foram expedidas
mercadorias para o cliente X, as
mercadorias foram acompanhadas
de fatura, então o facto gerador e a
exigibilidade do imposto ocorrem no
mesmo momento – 1 de fevereiro.
Porém supondo que as
mercadorias foram expedidas, mas
a fatura só foi emitida no dia 4 de
fevereiro, neste caso o facto
gerador é no dia 1 e a exigibilidade
é no dia 4 de fevereiro.

XI - Regime do IVA nas transações


intracomunitárias (RITI)

Atendendo que em 1 de janeiro de


1993 foram abolidas as fronteiras
fiscais entre os vários Estados-
Membros, a Diretiva nº 91/680 CEE
de 16 de dezembro de 1991,
implementou, desde então, um novo
regime de iva, aplicável a um mercado
interno, neste caso apenas entre os
vários Estados-Membros. Foram,
assim, retificados conceitos como
"importação" e "exportação", estando
agora associados a operações com
países terceiros.

Carla Sampaio 30
13/10/2015

Surgiram novos conceitos como


"transmissões intracomunitárias"
e "aquisições intracomunitárias"
para operações realizadas
internamente. Não foi, no
entanto, possível chegar a uma
harmonização das várias taxas
de IVA a nível da comunidade,
pelo que o princípio a aplicar é o
da tributação no país de destino,
aplicando as taxas em vigor no
mesmo.

Em Portugal não se integrou


este regime no código do IVA,
optando-se por criar um diploma
autónomo, neste caso o
Decreto-Lei nº 290/92 de 28 de
dezembro que aprovou o
Regime do IVA nas Transações
Intracomunitárias.

Com a entrada em vigor do regime de IVA nas


transações intracomunitárias, surge uma nova
realidade, e novos conceitos. O primeiro conceito a
abordar são as aquisições intracomunitárias, ou
seja, aquelas que transmitem o direito de
propriedade de bens tangíveis móveis (imobilizado) e
que sejam provenientes de um outro Estado Membro
da Comunidade Económica. Estas transações
originam duas operações para os sujeitos passivos:

Carla Sampaio 31
13/10/2015

Pressupõe-se que a aquisição do bem seja


onerosa e que seja isenta de IVA aquando a
expedição do Estado Membro, sendo
tributada no país de destino, desde que este
faça parte da Comunidade Económica.
Por seu lado, as transmissões
intracomunitárias estão previstas no nº 1 do
artigo 7º do RITI, consistindo na transferência
de bens móveis tangíveis, sejam eles
expedidos ou transportados pelo sujeito
passivo ou por sua conta, com destino a
outro Estado membro, para satisfazer as
necessidades da sua empresa.

Quanto ao cálculo do imposto, está


previsto nos termos do nº 1 do artigo 27º
do RITI, que este deve ser liquidado pelo
sujeito passivo na fatura ou documento
equivalente emitidos pelo vendedor ou
em documento interno emitido pelo
próprio sujeito passivo. Na fatura devem
constar todos os elementos referidos no
nº 5 do artigo 36º do CIVA, acrescidos do
NIF com a identificação do prefixo "PT".
O NIF pode e deve ser confirmado no
sistema de intercâmbio de informações
sobre o IVA (VIES), basta aceder ao
mesmo através da seguinte
ligação: http://ec.europa.eu/taxation_cust
oms/vies/.

Por exemplo: uma empresa de


floricultura, tendo por objeto a
venda de flor de corte. Adquiriu
magnólias na Holanda, por €1000.
Quando a fatura é rececionada,
deve-se fazer o seguinte cálculo:

IVA a liquidar – €1000 x 6% = €60


IVA a deduzir – €1000 x 6% = €60

Carla Sampaio 32
13/10/2015

Neste caso, o apuramento ficará a


zeros, não tendo que entregar qualquer
imposto ao Estado, porém, aquando a
existência de pagamento do IVA este é
feito através da declaração periódica
do IVA para sujeitos passivos
enquadrados no regime mensal, deve
ser pago até ao dia 10 do segundo
mês seguinte ao mês de referência
(para sujeitos passivos com volume de
negócios superior a 650 mil euros). Se
o regime for trimestral (para sujeitos
passivos com volume de negócios
inferior a 650 mil euros) o pagamento é
feito até ao dia 15 do segundo mês
seguinte após o término do trimestre.

Os sujeitos passivos que efetuem operações


intracomunitárias têm como obrigação adicional a
entrega de uma declaração recapitulativa com a
indicação das transmissões de bens/serviços
efetuadas nos vários Estados Membros, permitindo
assim um cruzamento de informação a nível
comunitário. Esta declaração é entregue até ao dia
20 de cada mês.

Ainda no âmbito intracomunitário, foi criado um


inquérito de recolha de informação estatística
sobre as transações de bens entre os Estados-
Membros da UE (chegada e a expedição),
designado por Sistema INTRASTAT, sendo
obrigatório para todos os operadores com
transações que atinjam os limites previstos. A
recolha é feita pelo Instituto Nacional de Estatística
(http://webinq.ine.pt/public/files/inqueritos/pubintras
tat.aspx?Id=168) e o prazo de entrega é até ao dia
15 do mês seguinte ao mês em questão.

Bibliografia

www.portaldasfinancas.gov.pt
www.otoc.pt
www.oroc.pt

Carla Sampaio 33

Vous aimerez peut-être aussi