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Arnold Schwarzenegger
Em A Arte de Expressar o
Corpo Humano, John Little,
estudioso do legado de
Bruce Lee, desvenda diários
e anotações do mestre
sobre preparação física,
nutrição e saúde, revelando,
além de uma rigida
disciplina, um abrangente
leque de exercícios,
capaz de agregar diversas
rKADlçAo:Jussara Simões
ADVERTÊNCIA
Favor observar que tanto a editora como o autor deste livro NÂO SE RESPONSABILIZAM em
hipótese nenhuma por qualquer lesào decorrente da prática das técnicas e/ou da observação das
e para terceiros - caso não seja conduzido de forma segura. Se o leitor tem dúvidas quanto a algum
procedimento ou não tem certeza de que seu treinamento está sendo realizado de forma segura, deve
07-6380
BRUCE
LEE
A ARTE DE EXPRESSAR
0 CORPO HUMANO
Bruce Lee
ParaTcrriUttlceBruccCadwcll doisseres humanos maravilhosos.
Sem sua paciência, tolerância, compreensão, compaixão, apoio e
amor, este livro não teria sido possível.
SUMÁRIO
Prólogo dc AllenJoe.................................................................................................. 9
O encontro do preparo com a oportunidade - Linda Lee Cadwell ..............................13
Prefácio.................................................................................................................. 17
O que dizem do “Físico dc Lee” ............................................................................. 23
Introdução....................................................................- .......................................25
1. Em busca da fbrça................................................................................................ 33
2. Exercícios sem movimento: os 8 exercícios isométricos fundamentais......................... 43
3. Operação Halteres: seqüência dc exercícios para o iniciante cm fisiculturismo...........48
4. A seqüência dc desenvolvimento geral....................................................................55
5. A seqüência de 20 minutos para aumentar a força e aprimorar a forma......................61
6. Treinamento seqüencial (em circuito) para condicionamento total............................. 67
7. Treinamento cm circuito para aumentar a musculatura........................................... 76
8. A seqüência Operação Dragãopara lutadores.............................................................86
9. Especialização: abdominais......................................................... ........................94
10. Especialização: antebraços................................................................................ 100
11. Os 7 principais exercícios de Bruce Lee para o pescoço c os ombros........................III
12. Os 10 principais exercícios dc Bruce Lee para o tórax...........................................117
13. Os 11 principais exercícios de Bruce Lee para as costas....... ............................... 121
14. Os 11 principais exercícios dc Bruce Lee para os braços........................................129
15. Os 11 principais exercícios de Bruce Lee para as pernas c as panturrilhas.............. 134
16.0 Tao da Flexibilidade...................................................................................... 142
17. "Potência no mundo real": cardiocontxão............................................................... 155
18. Potência aplicada: treino com saco dc pancada.................................................... 166
19. Treinamento intervalado para lutadores............................................................. 174
20.0 combustível do dragão (nutrição)....................................................................180
21. Um dia na vida: a evolução dos métodos dc treino de Bruce Lee........................... 190
22. Alguns dias na vida: trechos dos diários de treinamento de Bruce Lee....................203
23. Um compêndio dos treinos dc Bruce Lee.............................................................224
24. Seqüências dc treino criadas por Bruce I*ec para os alunos.................................. 255
APÊNDICES
Quando fui convidado a escrever este prólogo para uma das obras definitivas de John
Little sobre a vida, a arte e a filosofia de Bruce Lee, fiquei pensando: por onde começar?
Como expressar as emoções avassaladoras e o afeto que sinto por um amigo que
conheci há mais de trinta anos? Como posso falar sobre a presença de um homem
que teve - e ainda tem - tanta influencia sobre minha vida e me é tâo íntimo que, para
mim e minha mulher, Annie, é mais do que um membro da família? De fato, foi um
amigo tão próximo que ainda guardo uma foto dele na carteira - mesmo passadas
mais de duas décadas de sua morte. É mesmo uma honra ganhar esta oportunidade de
dizer algumas palavras sobre o meu amigo Bruce Lee.
Acho que um bom ponto de partida é responder à pergunta que sempre me fa
zem: como conheci Bruce Lee? Eu o conheci em Seattle, cm 1962, quando fui com
minha família visitar a Feira Mundial daquele ano. James Lee, meu amigo de infân
cia (e sem parentesco com Bruce), ouvira o irmão falar sobre as proezas de Bruce nas
artes marciais e sobre seu talento para dançar cha-cha-cha.James me pediu que desse
uma olhada naquele rapaz para verse era bom mesmo. Eu viria a ter, no mínimo, uma
surpresa.
Fiquei sabendo que Bruce trabalhava num restaurante chinês cm Seattle chama
do Ruby Chow’s, então entrei, pedi um uísque e esperei que ele chegasse. Pouco tempo
depois entrou umjovem bem-vestido, confiante, quase convencido. Então esse é o Bru
ce Lee?, pensei comigo. Depois que me apresentei, ele me pediu que demonstrasse um
pouco do gungfa que eu tinha aprendido na Califórnia. Fiz uma postura do estilo sam
sung kune, e Bruce comentou: “Muito bem, Allen". Depois me pediu que tentasse lhe
dar um soco c, quando o fiz, ele simplesmente agarrou o meu braço e me puxou para a
frente (empregando uma técnica de gungfu chamada lop sao) com tanta força que quase
sofri uma grave lesão cervical. E isso foi o começo de uma bela amizade.
Naturalmente, fui logo contar ao James que fiquei maravilhado com o talento c a
habilidade de Bruce. Em seguida, James o convidou para visitá-lo em Oakland (onde
ambos morávamos). Ainda tenho as fotos dessa visita a Oakland, na qual ele conheceu
James. Em outra visita, Bruce veio à minha casa e arrastamos todas as mesas c ca
deiras - não para um treino de gungfu, mas para uma demonstração de cha-cha-cha!
Bruce tinha mesmo ritmo e timing. Depois de algumas visitas, ele resolveu se mudar
para Oakland em 1964. Aceitou o convite de James para morar com sua família. A
mulher deJames tinha falecido rccentcmcntc, então a noiva de Bruce, Linda, cuidava
de seus dois filhinhos.
Naquele tempo, eu e James,junto com o aluno e amigo George Lee, praticávamos
halterofilismo para aumentar nossa força c nossos músculos. Antes de conhecer Brucc,
eu participara de concursos de fisiculturismo e fora aluno de Ed Yarrick, junto com
alguns dos maiores fisiculturistas e fãs do condicionamento físico naquela época - ho
mens como Steve Reeves, Jack Lalanne, Clancy Ross, Jack Dclinger c Roy Hilligan.
Quando Bruce se mudou para Oakland, estava muito magro. Ao ver o tamanho do
nosso corpo - três “chinas”, por falar nisso! ~ acho que sua feroz competitividade o
induziu a fortalecer o seu. Na verdade, fui eu que dei a Brucc seu primeiro conjunto de
pesos, c ele foi incansável no trabalho com eles. Pelos resultados vistos nos filmes, crcio
poder afirmar que ele foi muito bem-sucedido com os halteres.
O primeiro filho de Bruce c Linda, Brandon, nasceu quando estavam morando
em Oakland. Na verdade, ibí durante a gestação de Brandon que Bruce teve sua fa
mosa altercação com um lutador de gungji que tentou impedi-lo de ensinar sua arte a
alunos que não fossem chineses. Embora Brucc tenha vencido a briga, ficou insatisfeito
com o próprio desempenho. (Era bem típico de Bruce procurar meios para elevar
um nível de habilidade já impressionante.) Depois do ocorrido, perguntei a Bruce a
respeito do incidente, e ele comentou que “demorou demais” para levar o adversário
a desistir. Esse fato ficou marcado como o plantio das sementes daquilo que acabaria
por florescer na arte dojeel kune do. Desse momento cm diante, Brucc passou a se em
penhar constantemente no aprimoramento tanto físico quanto mental e na pesquisa da
mecânica e da ciência do combate, para aprender meios mais práticos e eficientes de
subjugar o oponente. E, tendo percebido que ficara excessivamente sem fôlego depois
dessa briga, Bruce aumentou a carga dc ireinos físicos pesados.
Depois dc se mudar para Los Angeles, cerca de um ano após esse acontecimento,
I
1
1
Ted Wong ou Dan Inosaiito. EJames, George e eu também viajávamos a Los Angeles
em ocasiões especiais, coino o aniversário de Bruce ou Lirida, reunindo assim os "qua-
tro mosqueteiros” (Bruce, James, George c eu). Ainda nic lembro de quando fomos
visitá-lo no set dc Besouro Verde e tivemos dc dormir junto com Bo, a cadela dinamar-
quesa de Bruce. Outra re<:ordação é do nascimento de Shannon, a filha do casal. Nessa
época, ele já praticava seriamente a musculação e estava com um corpo espetacular.
Também foi durante essa visita que ele me mostrou sua hi)je famosa declaração “Meu
Objetivo Claro e PrincipiU”, que escrevera para ajudar a tie motivar.
Muitos dizem que Bruce estava bastante à frente dc seu tempo, mas não a ponto
de parecer excêntrico ou alguém que não pertencesse a este mundo. Acho que a me-
Ihor definição c dizer que ele estava tão perfeitamente sintonizado consigo mesmo e
com o mundo ao redor que parecia estar adiante de seu tempo. Vestia-sc muito bem
10 Bruce Lee
c tinha afinidades com iodas as pessoas e seus problemas. Bruce também sabia exa
tamente o que queria da vida. Foi a concentração e a determinação que o levaram ao
sucesso alcançado cm sua tão curta existência.
|! Eu tinha uma mercearia em Oakland, na qual Bruce sempre aparecia para me
visitar. Lembro-me de uma vez em que passou oito horas lá, esperando para fazer uma
surpresa de aniversário a Linda. Fez lindos desenhos de gungju em papel de embrulho.
No final do dia, jogou tudo fora. Hoje me penitencio por não os ter tirado da lata de
lixo! Teriam um valor inestimável para mim, não em razão do frenesi de colecionar
lembranças de Bruce Lee que surgiu após sua morte, mas das recordações que trariam
das horas que passei com meu amigo na mercearia naquele dia.
Bruce costumava me dizer que seu nome seria tão conhecido quanto o da Coca-
Cola - e foi o que aconteceu! Em todas as minhas viagens pelo mundo, percebi que o
nome Bruce Lee é conhecido por toda parte, da América do Norte a todas as partes
da Europa c da Ásia. É preciso compreender o tamanho da façanha que é ser reco
nhecido cm países como a China, onde há censura e repressão. Quando menciono o
nome dele em uma cidade como Xangai, acende-se automaticamente uma lâmpada
na cabeça dos locais.
[ ■ Ao pensar sobre isso, percebo como todas essas histórias de Bruce me vêm à me
mória com facilidade. Mas ele era assim mesmo. O tempo parava quando ele estava
por perto; era um homem inspirador e alegre, Quando eu estava deprimido, Bruce
sempre me elevava o moral e fazia com que me sentisse melhor. Conseguia ser um
sujeito sério num momento e um verdadeiro palhaço em seguida. Nunca saiu da nossa
casa sem mostrar à minha mulher a “barriga de tanquinho”. Ele nos fazia rolar de rir
comseu senso de humor e suas piadas hilariantes. Espero que essas lembranças expres
sem pelo menos um pouco do que ele era e da nossa alegria por conhece-lo.
Preciso reconhecer o tremendo trabalho deJohn Little em sua documentação da
obra de Bruce. John sacrificou muita coisa para que pudéssemos ler c meditar sobre o
legado de Bruce Lee. Seus livros nos mostram que Lee era um verdadeiro pensador, fi
lósofo, artista, um tremendo tipo físico e um ser humano realizado. Era multifacctado
e multidimensional. John nos oferece a oportunidade dc admirar as inúmeras camadas
que compõem Bruce Lee. Em muitos aspectos, com a força e determinação que de
monstrou ao revelar o homem que o inspirou na infância,John me lembra Bruce.
Também preciso elogiar a mulher de Bruce, Linda. Quando se casaram, ela era
apenas uma menina dc 20 e poucos anos que não sabia nem cozinhar. Quando chega
ram a Oakland, eu a ensinei a preparar alguns dos pratos chineses preferidos do ma
rido. Mas ela amadureceu e se transformou cm uma das mulheres mais graciosas que
conheci. Sei que Bruce atribuía a Linda grande parte de seu sucesso. E foi com a força
í a perseverança dc Linda que se formou a Jun Fan Ject Kune Do, uma organização
que conta com a colaboração de muitos dos alunos de Bruce c se dedica à preservação
12 Bruce Lee
0 ENCONTRO DO PREPARO COM A
OPORTUNIDADE
Linda Lee Cadwell
Pfcrmitam-me descrever um dia específico na vida dc Brucc Lee - o dia em que ele não
conseguiu atingir o nível dc expectativa que havia definido para si mesmo; um dia que
sc tomou um momento decisivo de sua vida.
O cenário do drama que se desenrolaria foi ojun Fan Gung Fu lnstitutc, na Broad-
way, cm Oakland, Califórnia, uma academia fundada por Brucc ejames Y. Lee. Por
estar no oitavo mês de gravidez de Brandon, lembro-me com clareza dc que isso acon
teceu cm fins dc dezembro dc 1964 ou início de janeiro dc 1965. As testemunhas desse
marco histórico foramJimmy Lee, eu e alguns lutadores de San Francisco, cujo nome
eu nunca soube, embora parecessem ser mestres experientes. Os lutadores protagonis
tas eram Brucc c um chincs (maisjovem que os outros mestres), que fora escolhido, sem
dúvida nenhuma, para representar os interesses do grupo de San Francisco.
A discussão sobre as questões que levaram a esse encontro poderia tomar um livro
inteiro, partindo dos confrontos entre chineses e ocidentais, que remontam à Rebelião
dos Boxcrs. Basta dizer que, nesse caso, os mestres dc gungjii tradicionais não viam
com bons olhos o fato dc Bruce ensinar artes marciais a alunos ocidentais ou, na ver
dade, a qualquer um que não fosse chinês. Era tão forte neles essa convicção histórica
que propuseram um desafio formal a Bruce, fazendo questão de que ele tomasse parte
de um confronto, cujo resultado decidiria sc ele continuaria a lecionar para “demônios
estrangeiros". A filosofia dc Bruce se inspirava cm Confúcio: “Quando se trata dc
lecionar, não deve haver distinção dc elasses”. Assim, sem hesitação nem dúvida, ele
aceitou o desafio c marcou a data.
A luta que se seguiu c mais importante em razão dc suas conseqüências na vida
dc Bruce do que por seu resultado propriamente dito. No entanto, ofereço aqui uma
breve descrição do ato físico: a poucos momentos do embate inicial, o lutador chincs
dcgungfu correu ao redor do local, saiu por uma porta que levava a uma salinha nos
fundos c entrou no salão principal por outra porta. Fez esse trajeto algumas vezes, com
Brucc correndo atrás dele. Por fim, Bruce o levou ao chão, imobilizando-o e deixando-
0 indefeso, c gritou (cm chincs): “Vai desistir?" Depois dc ouvir a pergunta duas ou três
vezes, o homem respondeu que sim, c o grupo dc San Francisco partiu rapidamente.
A luta durou cerca dc três minutos. Eu cjamcs ficamos empolgados com a con
clusão tão rápida. Brucc, não. Lembro-me como sc fosse ontem dele sentado na escada
dos fundos da academia, com a cabcça entre as mãos, exasperado com sua incapacidade
dc derrotar o adversário com uma técnica eficaz e da falta de vigor que demonstrou na
captura do homem que corria. Provavelmente pela primeira vez na vida, Bruce estava
esgotado e enfraquecido. Em vez dc triunfante com a vitória, estava decepcionado
porque sua condição física c seu treinamento de gungfu não corresponderam a suas
expectativas. Esse acontecimento importantíssimo foi o impulso para a evolução dojeel
kune do c o nascimento dc seu novo regime de treinos.
Devo salientar que, no início dc 1965, segundo a minha observação - e a dc qual
quer outra pessoa - Bruce parecia estar cm uma excepcional forma física. Criado em
Hong Kong, não era um jovem com um biotipo privilegiado. Na verdade, sua mãe
me contou que ele era um garoto magrinlio cujo costume de estudar de dia c (quase
sempre) trabalhar em filmes noite adentro não garantia um estilo dc vida saudável. No
entanto, dos 13 anos dc idade cm diante, quando começou a estudar VVing Chun com
o mestre Yip Man, passou a treinar diariamente com afinco e, quando eu o conheci,
cm 1963, parecia estar em ótima Ibrma. Depois do confronto dc Oakland, essa forma
já não era o suficiente para Bruce - ele sabia que precisava fazer mais c melhor, a fim
dc estar preparado para realizar seus sonhos quando surgisse a oportunidade.
Para ele, não era uma simples questão dc correr mais alguns quilómetros, fazer
mais repetições dos exercícios ou ganhar peso com a musculação. Ele tratou de re
solver o “problema” de maneira científica: (1) Estabelecendo novas metas dc condi
cionamento e saúde; (2) pesquisando as melhores maneiras dc realizar as mudanças
descuidas; c (3) implantando os novos métodos dc maneira científica, registrando o
progresso c modificando o método quando necessário. Não havia nada de casual no
regime dc treinamento dc Bruce, c ele não tinha a sorte de possuir uma compleição
física privilegiada. Os maiores talentos que Bruce trazia consigo para realizar seus
sonhos eram inUligência e curiosidade (dc mãos dadas, cm uma combinação poderosa),
dedicação c perseverança (tenacidade diante dc obstáculos), c concentração (desfrutar tanto
da jornada como do objetivo).
Às vezes me perguntam: Como ele tinha tempo para tanto treino? A resposta é
simples - foi assim que ele resolveu passar o tempo. Entre as escolhas que fazia a cada
dia estava dedicar algumas horas à educação do corpo e da mente para ser o melhor
que pudesse. Também foi aí que a riqueza de sua imaginação se fez presente. Além
dos períodos de treinamento regulares, era “normal" para Bruce envolver-se cm várias
coisas ao mesmo tempo: ler um livro, levantar um peso c esticar uma perna, por exem
plo; ou brincar dc luta com os filhos; ou fazer cxcrcícios isométricos enquanto dirigia o
carro. Na infância, apelidaram-no dc “não pára quieto”; não mudou quando cresceu.
O método que Bruce adotou para alcançar a meta de condicionamento superior é
o teor dc A Arte dc Expressar o Corpo Humano, cujo título foi tão apropriadamente criado
por ele ao descrever seu modo de arte marcial. A arte marcial de Bruce, ojeet kune do.
14 Bruce Lee
um método abrangente de viver a vida no topo do potencial realizado, naturalmente
conta com a educação do corpo para atingir o desempenho máximo. Uma definição
adequada da devoção de Brucc a sua arte é dizer que ele atingiu o ápice da beleza
1 funcional.
■ Ao ler este volume, é mais importante para o leitor reconhecer o processo empre
gado por Brucc do que se ater aos exercícios específicos c programações diárias. Em
vez da mera cópia exata do que Brucc Lee fazia nessas sessões de exercícios, é preciso
prestar atenção nas inúmeras fontes - tanto técnicas como dc observação pessoal - que
í ek empregava cm sua pesquisa e procurar seguir esse padrão científico dc solução de
problemas. Com a explosão do comércio do condicionamento da saúde e do bem-estar
Gsicoc mental nas últimas décadas, há uma grande quantidade dc informações à dis
posição dc um aluno motivado. Bruce teria mergulhado nas novas pesquisas c incen
tivaria o leitor a fazer o mesmo. Sempre se aperfeiçoando, jamais chegando ao topo,
mas sempre envolvido nesse processo, Bruce gostava da jornada interminável rumo
; :íà perfeição física. Em outras palavras, os meios eram tão importantes quanto o fim,
que era estar preparado quando surgisse a oportunidade dc compartilhar sua "arte de
expressar o corpo humano". O registro ainda existente da preparação dc Brucc para
I.essaoportunidade está naturalmente em seus filmes clássicos, bem como nas anotações
|v(fc treinamento que deixou, muitas das quais reunidas neste livro,
t Para mim, Brucc tem sido uma inspiração para me manter fisicamente ativa e
consciente quanto à importância da saúde. Ao longo da nossa vida em comum, ele foi
um professor, um marido, um amigo e um pai para os meus filhos. Continuo a tc-lo
como exemplo para minha motivação diária. Agora, com este livro, surge a oportuni
dade dc compartilhar com o leitor a arte e a inspiração de Bruce.
■ Parafraseando Aristóteles, o sinal exclusivo do saber abrangente é a capacidade
de ensinar. O leitor perceberá com clareza que Brucc tinha conhecimentos amplos dc
educação c condicionamento físicos. Em vez dc apcgar-sc aos dados factuais deste
livro, o mais importante é compreender o método. Todos nós podemos demonstrar
nossa gratidão a ele pelo exemplo que nos deixou, permitindo que seus ensinamentos
nos capacitem a percorrer “o caminho” para nosso potencial máximo, para que nosso
preparo seja pleno ao encontrar-se com a oportunidade.
O problema i
que (I) a maioria desses alunos simplesmente
não prestava muita atenção aos métodos de
I treinamento particular dc Lee, preferindo concentrar-se mais nos princípios e nas téc-
I nicas dc combate, e (2) foram poucos os que tiveram a oportunidade dc vê-lo treinar
com qualquer grau de regularidade, já que Lee preferia treinar sozinho.
■ O problema fica ainda mais evidente ao se confrontar com o fato de que Lee vivia
I fazendo experiências com novos aparelhos e tipos dc exercício. Portanto, mesmo que os
i alunos conseguissem testemunhar um treino, isso representaria no máximo o equiva
lentecinematográfico a um quadro dentre milhares dc metros de filme. E, assim como
um quadro não pode representar a trama de um filme, a vaga lembrança de um treino
f realizado há mais dc vinte anos não poderá, de maneira realista, abranger a totalidade
das convicções dc Bruce Lee no que diz respeito à educação fisica. Como ele mesmo
disse uma vez: “Não existe segmento eficaz da totalidade”.
Pouco depois do faleci
mento de Bruce, quando eu
tinha 13 anos de idade - épo
ca cm que os jovens costu
mam procurar exemplos para
Bruce Lee
Afinal, isso não era exatamente uma resposta, a menos que se ignore uma série de fa
tores: como Bruce Lee levantava pesos? Quais exercícios empregava? Quantos grupos
I de exercícios fazia? Quantas repetições realizava? Quantos dias treinava por semana?
E, o que é mais importante, Bruce Lee tinha alguma seqüência especial?
■ Pbr fim as respostas estão chegando. Vinte e cinco anos depois da morte de Lee,
sua viúva Linda Lee Cadwell elegantemente abriu a porta de um até então desconhe
cido mundo de Bruce Lee. Foram revelados textos, ensaios, anotações de leituras e
diários com informações inestimáveis para todos os que querem saber mais sobre o
que ele considerava realmente importante e, por omissão, o que não considerava. Além
disso, seus escritos, que estruturam a arte de expressar o corpo humano, finalmente
nos permitem tomar conhecimento dos métodos exatos que ele empregava para dar
forma, desenvolver c condicionar seu incrível corpo.
1 Há quem acredite que, para aqueles que não têm os atributos físicos de Bruce Lee,
é inútil praticar seus métodos e exercícios. Só posso responder que isso contradiz as
convicções do próprio Lee e, na verdade, as leis da fisiologia humana. Se os estímulos
que produziram músculos maiores, mais definidos, mais velozes e mais fortes em Bruce
Lee forem aplicados ao leitor, terão resposta semelhante, porque essa c a natureza da
fisiologia humana.
I Na anatomia e na fisiologia, todo scr humano é essencialmente igual - algo que
Bruce Lee sempre soube muito bem durante toda a vida, c que se expressa tanto em
suas artes marciais como cm suas convicções individuais acerca de educação física. E,
embora seja verdade que certas características anatómicas e fisiológicas variem de um
indivíduo para outro, essas variações são bem limitadas c quantificáveis - não alteram
o lato dc que os princípios fundamentais que as regem são idênticos nem a essência de
nossa constituição física única e distinta de seres humanos.
I * Só é preciso ter disposição para aplicar regularmente os conhecimentos que este
livro toma acessíveis. Como Bruce Lee fazia. De fato, só espere resultados semelhantes
aos dele se estiver disposto a dedicar o mesmo número dc horas que Lee dedicava para
atingi-los. Como ele próprio dizia: “Saber não basta, é preciso aplicar. Querer não
basta, é preciso fazer”.
■ Revisar, organizar e editar o material de treinamento c condicionamento de Lee
foi o ponto culminante, para mim, dc um sonho de 25 anos. Finalmente consegui
encontrar respostas para questões que eu imaginava que jamais seriam esclarecidas.
Felizmente, para a minha curiosidade e para a posteridade, Bruce Lee era meticuloso
não somente com o condicionamento físico, mas também com a própria vida, filosofia
e arte marcial.
I A Arte de Expressar o Corpo Humano representa a apresentação formal das verdadei
ras convicções de Bruce Lee quanto à educação física. Cada capítulo contém mate
rial fornecido pelo próprio Lee - seus escritos, anotações de leitura, cartas, diários e
20 Bruce Lee
K As milhares dc horas que Bruce Lee passou se exercitando sozinho são um exem
plo que nos revela o potencial que todos nós temos para nos tomarmos seres humanos
melhores e totalmente funcionais. Além disso, esse exemplo sobreviveu à sua morte.
Está vivo em suas palavras escritas, nas fotografias e na recordação de seus atos. Ou,
comodefiniu Linda Lee Cadwell de maneira mais sucinta na inscrição gravada cm um
livro especial que está na base da lápide de Lee:
I John Little
I Junho de 1998
26 Bruce Lee
n fisico masculino. Era tanlo elegante como apavorante. Era hipnótico
uristas c jogadores
de futebol ai ericano têm uma aparência muito distante
atletas. E qu ndo se movimentam a massa que criaram
acontece con ela; é apenas uma massa uc sc move (dc m
denadai, con o um pedaço de gelatina ambulante. O fis
estava sempre rígido, compacto, elegante, requintado e definido - tanto cm repouso
Bruce Lee
A força e sua aquisição eram os principais interesses de Lee na musculação. Seu
trabalho acabou por evoluir até os limites supremos do conhecimento instintivo - o
que algumas pessoas do ramo do fisiculturismo chamam de treinamento “intuitivo”.
Segundo aqueles que treinavam com ele de vez cm quando, como o lutador c ator
Chuck Norris, Bruce Lee pode ter sido, levando cm conta seu peso, o homem mais
forte do mundo.
O m om ento decisivo
Linda Lee Cadwell, a viúva de Bruce, conta que, quando o casal morava cm Oakland,
o marido recebeu um pergaminho adornado com um ultimato em caracteres chine
ses: sc não parasse dc ensinar gungju (pronúncia cantoncsa de kung fu), teria de duelar
- cm local c hora designados - contra seus principais praticantes. Na Chinatown dc
Oakland do início da década dc 1960, ensinar “segredos” chineses a quem não fosse
um deles era considerado a maior traição entre os membros da comunidade das artes
30 Bruce Lee
Embora livcsse muitas virtudes, Lee não tinha paciência com idiotas. Resolveu
então aceitar o desafio, em vez de se curvar às ordens dos racistas. Por meio de palavras
e atitudes, apresentou suas armas para o provável desafiante. Naquela mesma semana,
no horário indicado, um grupo de lutadores chineses, liderados pelo homem que era
considerado o melhor lutador, chegou à escola de Lee. Linda, que estava no oitavo mês
de gestação de Brandon, o primeiro filho do casal, eJames Yimm Lee testemunharam
to adequado que fez com que durasse tanto. Ele ficou sem fôlego depois da lula.”
O incidente fez com que Lee pesquisasse modos alternativos de condicionamento
gênda suficiente para fortalecer o corpo de maneira progressiva. Concluiu que preci-
Os resultados da abrangente pesquisa conduzida por Lee serão revelados nos pró
ximos capítulos. Tratam especificamente de como ele treinava para desenvolver cada
grupo muscular do corpo, o sistema de exercícios que achava mais eficaz, os princípios
que adotou c os cursos que dava aos alunos. Há dois apêndices com informações sobre
suas medidas e sua máquina de exercícios. O material contido neste livro provém de
escritos do próprio Lee - e não de interpretações equivocadas dos mitos que cercam
seu legado. Finalmente os leitores podem aprender sobre o processo que resultou em
um nível de musculatura que estabeleceu novos parâmetros de condicionamento físico
c sobre o qual ainda se falaria décadas depois.
32 Bruce Lee
1. EM BUSCA DA FORÇA
Há um monólogo cspclacular do veterano ator chinês Shek Kien (na verdade, dublado
pelo também veterano Keyc Luke), perto do fim do último filme de Bruce Lee, Operação
Dragão. Ocorre quando o personagem de Kien, o maligno Han, está mostrando seu mu
seu de armas feudais ao personagem de John Saxon. Enquanto caminham, Han diz:
o culto à força, porque e a força que viabiliza todos os outros valores. Nada sobrevive
Embora cortado da edição final, na cópia que Bruce Lee guardou do roteiro, o
discurso de Han continua:
As idéias mais elevadas da civilização - a justiça - não existiriam sem homens fortes
para as impor. Na verdade, o que é a civilização, senão o simples culto aos fortes?
Hoje cm dia, não ensinam aosjovens nada a respeito da honra. A noção
algo épico, da vida como algogrande, da vida como algo pelo que se api
tolice para des. Para eles, a grandeza e irrelevante. Osjovens não sonh.
de se tratar de um vilão, o discurso de Han é sensato. Isto é, ele faz uma
i apologia do motivo por que a nossa espécie lutou ao longo dos séculos de
maneira tão ardorosa para alcançar a força.
A busca da força não é, cm hipótese nenhuma, antiquada: ainda é venerada nos
dias de hoje, mesmo que de formas diversas: força de caráter, força de vontade, força
de decisão, força perante a adversidade, força da paciência, força da fé e, naturalmente,
força física. Embora em todos esses aspectos haja muito a aprender com Bruce Lee, este
livro revela apenas os métodos que ele empregou para gerar sua lendária força Tísica.
Apesar de a maioria de seus contemporâneos considerar o treinamento a simples
execução de suas técnicas de artes marciais, o regime de Bruce Lee envolvia lam-
do condicionamento total.
Além da prática diária das
artes marciais, Lee adotou
treinos complementares pa-
razão da falta de qualquer resisti-ncia progressiva para que os músculos sc tomem mais
fortes. A conclusão de Lee fòi a inesma dos técnicos de natação de Yale: estava na hora
de agregar o treinamento de musculaçâo a seus exercícios.
Ao tentar praticar o treino dc velocidade, o leitor perceberá que não será capaz
de levantar tanto peso quanto conseguiria se os exercícios fossem feitos num ritmo
normal, mas o peso a ser erguido deve ser suficiente para tornar as últimas repetições
da serie final um esforço extra. Assim como Lee, devemos definir uma duração c não
alterar os pesos nem as repetições dos exercícios até atingir a meta.
ij 1. HaUmfilismo
O haltcrofilismo é um esporte no qual os concorrentes tentam erguer o maior
peso possível empregando técnicas específicas.
2. Fisiculturismo
No fisiculturismo usam-se pesos mais leves cm diversos exercícios c cm variadas
séries de repetições para desenvolver o físico. Os objetivos principais são, cm geral,
aumentar o tamanho dos músculos, remediar defeitos físicos ou desenvolver o corpo
todo de maneira proporcional c harmoniosa.
3. Musculação
A musculação é o treinamento com pesos leves, incluindo diversos exercícios c
variadas séries de repetições, mas com objetivos mais específicos, como melhorar a
condição fisica ou a saúde ou aprimorar o desempenho cm atividades como artes mar-
4. Exercícios isomltricos
Os exercícios isométricos são uma modalidade de treinamento sem peso. O que
se faz necessária é a contração máxima dos músculos contra uma resistência fixa ou
imóvel, como uma barra inserida nos furos apropriados do power ratk.
Bruce Lee
tônus muscular e da resistência.
Os exercícios isomélricos praticados de maneira convencional - isto é, sem resis
tência - não podem ser avaliados sem o uso de equipamentos especiais. O treinamento
de musculação é avaliado de acordo com a quantidade exata de peso que sc levanta
com a criação do Power Factor Training, tomou-se possível avaliar o treino segundo a
quantidade de trabalho realizado no decorrer de determinada unidade de tempo.
Combinações diversas de pesos e repetições produzem tipos diferentes de bene-
firios. Percebemos isso com clareza quando levamos em coma três possíveis progra
mas de musculação: (1) Uma carga pesada com relativamente poucas repetições sc
aproximaria mais ou menos dos resultados de exercícios isométricos. Por haver pouco
movimento, porém muita contração, a ênfase está claramente no aumento da força, e
não da resistência. (2) Usar uma carga moderada e um número limitado de repetições
dá êntàse igual à força c à resistência. (3) Uma carga muito leve usada com muitas
repetições quase se aproximaria da calistenia - produz resistência muito maior, mas
pouco incremento de força. Em outras palavras, o treinamento de musculação pode
peso com menos repetições é igual a força; menos peso com mais repetições é igual a
O que as revistas deixavam de contar, porém, era que a maioria desses atletas
adicionava também pílulas conhecidas como esteróides anabolizantcs aos programas.
Quando esse fato foi descoberto, a reação geral foi desprezar os exercícios isométricos,
considerando-os um modismo que só funcionava em conjunto com testosterona sinté
tica. Pode ter sido um exagero, já que seus benefícios para o incremento da força são
comprovados.
A defesa mais convincente dos exercícios isométricos a que conquistou Bruce
Lee, convencendo-o a agregá-los a seu programa dc condicionamento total - íbi lèita
por Bob Hoffman, um homem que, apesar dc admitir que ganhava dinheiro para di
vulgar o sistema, linha experiência na área dc treinamento de força, tendo sido técnico
de halterofilistas de competição enlre 1932 e 1934.
Foi inclusive o treinador das equipes olímpicas de
halterofilismo dos Estados Unidos de 1948 e 1952,
ambas vencedoras da competição extra-oficial por
equipes.
A opinião de Hoffman era simplesmente que
a força é a qualidade mais importante em qualquer
forma de trabalho atlético ou físico. A resistência
(capacidade de continuar a exercer essa força du-
rante um longo período), a coordenação, o contro-
le, o equilíbrio e a noção de espaço e distância que
acompanham os exercícios de fbrtalecimento são
caminhos que levam ao alto desempenho eim todos
os esportes. Segundo ele, uma maior força c acapa-
cidade de controlá-la apropriadamente por intermé-
dio da prática de um determinado esporte tomam
possível a superação dos adversários.
Para isso, HoíTman planejou uma serie de oito
exercícios elementares, que deviam ser pniticados
em um aparelho especial chamado pouxr rack. Muita gente pergunta como um único
riores, aos exercícios que envolvem movimentação. Vamos analisar movimentos como
a rosca c a flexão, que Bruce Lee agregou aos exercícios com haltcres. São necessários
um ou dois segundos para fazer uma rosca do nivel da coxa à altura do queixo. A parte
manda o maior esforço. No entanto, os músculos ficam apenas uma fração de segundo
44 Bruce La
i
é o motivo principal dos ganhos rápidos de força resultantes da prática dc exercícios
isométricos, e um dos motivos por que Bruce Lee os tinha em alta conta.
Além dc usar o power mck, Lee também gostava dc trabalhar com um aparelho
isométrico portátil feito para ele por um dos alunos, George Lee (sem parentesco). Esse
aparelho permitia que ele empurrasse, puxasse c fizesse flexão e rosca em um objeto
imóvel. A fotografia da página anterior mostra Lee ajustando a barra presa a uma
corrente que, por sua vez, estava presa a um bloco de madeira sobre o qual ele pisava,
ficando assim imóvel.
4. Manter sempre um registro preciso das sessões e lazer um gráfico dc seu pro
gresso.
5. Agachamentoparalelo
Posicionar a barra no power rack cm uma altura na qual repouse sobre a nuca c os
ombros quando você estiver acocorado com as coxas paralelas ao chão. Pôr as mãos
na barra cm posição confortável c levantar-se, empurrando com as pcmas e fazendo o
máximo de força possível por um período de 6 a 12 s.
8. Ateio agachamento
Ajustar a barra no power rack cerca dc 10 cm abaixo da altura em que estaria se
estivesse dc pc, ereto, com a barra sobre a nuca c os ombros. Segurar a barra com as
mãos cm posição confortável e fazer força para cima contraindo os músculos das coxas
com o máximo de força possível por um período dc 6 a 12 s. Manter a cabeça erguida,
A pernada d e rã
Bruce Lee gostara dc fazer um movimento chamado “pernada de rã” depois dc con
cluir uma sessão de exercícios isomctricos. Esse movimento servia como alongamento
para a coluna lombar, trabalhava os músculos abdominais c flexores dos quadris, c
mostrou-sc um exercício eficaz para relaxar. Imediatamente após o meio agachamen
to, Lee ajustava a barra na posição mais alta do power rack e se pendurava pelas mãos
enquanto dobrava osjoelhos até o lórax, numa série dc 10 a 20 repetições.
A seqüência isométrica enumerada acima é igual à que Bruce Lee acrescentou
ao próprio programa. Ele praticava cada exercício uma vez por dia, por achar que,
se fizesse mais, seu aperfeiçoamento ficaria mais lento ou talvez até se interrompesse.
Podemos levar de uma a duas semanas para pegar o jeito dessa seqüência, portanto
aconselho não desistir após alguns dias se achar que não está funcionando. As mclho-
antebraços contra a barra com o máximo de força possível, sustentando essa contração
máxima por até 12 segundos. Isso lhe permitia fazer “a energia fluir” pelos antebraços,
ajudando-o a desenvolver uma enorme potência e sensibilidade nessa região.
Repito que Lee usava todos os tipos de exercícios e aparelhos para incrementar
a força, entre eles cabos, máquinas de compressão e aparelhos com molas. Ele acre
ditava que não existia só um modo para adquirir mais força. Assim como tudo o que
diz respeito a aprendizado c autoconhccimcnto, o fortalecimento foi um processo de
crescimento individual que só o tempo e o trabalho árduo foram capazes de cultivar.
Pouco depois do confronto com os lutadores chincscs em Oakland, Bruce Lee sentiu-se
motivado a aprender outros meios para ganhar força - e não só vigor ou resistência,
mas potência muscular como um todo. Para tanto, pediu a opinião de dois individuos
de confiança, que não eram simples alunos, e sim, o que é mais importante, amigos:
James Yimm Lee e AllenJoe.
Tanto James como Allen eram fisiculturistas experientes, que tinham desenvol
vido um físico imponente graças à dedicação à “maromba”. Allen Joe, na verdade,
ganhara inúmeros títulos c treinara ao lado do lendário fisiculturista Stcvc Rccvcs, sob
os olhos atentos do famoso proprietário da academia, Ed Yarrick.
Palavras de AllenJoe: “James Lee e eu apresentamos a Bruce as técnicas elemen
tares do treinamento de musculação. Costumávamos fazer exercícios básicos como
agachamentos, pullovers c roscas, cerca de 3 séries de cada. Nada espetacular, mas
estávamos apenas ensinando os primeiros passos. Ensinamos a ele o programa elc-
culos a crescer tanto cm tamanho como cm força. É por isso que o treinamento de
musculação e quase sempre denominado exercício de “fisiculturismo”.
Como esse treinamento envolve repcdções, c preciso despender muita energia. Por
tanto, só deve ser praticado de dois cm dois dias.
Lee exercia com cautela o treinamento de musculação; ele não queria simplcs-
ciais. Sendo assim, fez anotações para lembrar-se das outras qualidades necessárias
para equilibrar o treino de musculação, tais como:
50 Bruce L a
| lombar, trapézio, abdominais (como estabilizadores) e espáduas. O grupo do quadri
)
f
r
ceps é o mais poderoso do corpo; são músculos que suportam muito trabalho. Além
de aumentar muito o tamanho e a potência das coxas, esse exercício, em razão da
respiração pesada provocada pelo movimento, ajuda a aumentar o tamanho e o peso
do corpo inteiro.
Pôr o haltere no ombro c abaixar-sc até chcgar à posição de agachamento com
pleto. Dessa posição, levantar-se até ficar completamente em pé. Repetir até completar
I 3 séries de 10 repetições.
L
2. Roscafrancesa: 4 séries de 6 repetições (peso: 29 kg)
.
A rosca francesa desenvolve o triceps, músculo que fica atrás dos braços. Pode-se
■ ficar de pé ou sentado, o que for mais confortável.
. Pôr as mãos no eixo do haltere, ã distância da largura de duas mãos. Erguer a
■ barra acima da cabeça, depois baixá-la por trás da nuca. Não se esquecer de manter
■ os braços próximos às laterais da cabeça. Só os cotovelos ficam dobrados. Da posição
■ baixa, flexionar passando o peso por cima da cabeça c movendo os antebraços até que
■ os cotovelos fiquem travados.
8. Circulo comhallcre: 4 séries de quantas repetiçõesfor possível completar (peso: 7,2 kg)
Este exercício fortalece os pulsos, os antebraços, os bíceps, os tríccps c os bra
quiais. Girar os haltcrcs simultaneamente cm círculos verticais à frente do corpo, com
os pulsos virados para cima na parte de baixo do arco externo e para baixo no arco
interno. Fazer 4 séries de quantas repetições for possível completar (como escreveu
Bruce Lee, “uma infinidade”).
52 Bruce Lee
Pressionar os braços contra as late-
rais da caixa torácica. Sem permitir
braços. Girar os antebraços de forma que a palma das mãos fique virada para baixo.
Pegar o haltere c dobrar o pulso o máximo possível. Assim como no exercício anterior,
a concentração na tarefa é importantíssima. Fazer 4 séries de quantas repetições for
possível completar.
54
4. A SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO
GERAL
meu bem, achobomtreinartodasaspartes docorpo.
- Bnice Lee
Para tal fim, Lee criou a seguinte seqüência geral, a ser executada três dias por
semana (terça, quinta e sábado), que consistia no que ele considerava os melhores exer
cícios para cada um dos principais grupos dc músculos do corpo. Embora não tenha
deixado indicações exatas de peso, séries ou repetições que empregava com essa se
qüência específica, há indicios suficientes nos registros mais detalhados dc treinamento
com pesos que deixou, além das recordações dos alunos, para indicar que a fórmula
mais provável cra de 2 séries dc 8 a 12 repetições. A única exceção dizia respeito ao
treino dc pernas, que ele acreditava exigir mais repetições (dc 12 a 20).
56 Bruce Lee
perna c pelos músculos das costas. Quando erguer a barra do chão, o peso deve estar
igualmente equilibrado em ambos os pés, e não muito para a frente nem para trás. O
movimento deve ser bem vigoroso, com as pernas e a coluna se esticando rapidamente.
Erguer vigorosamente c, depois, dobrar um pouquinho os joelhos para aparar a barra
no tórax. Parar na posição de flexão no alto do tórax e esticar as pernas imediatamen
te. Tudo isso acontece em um movimento rápido, continuo. Ao endireitar as pernas,
relaxar as coxas para a frente e projetar o tórax bem alto, puxando os ombros para irás
e para baixo. O queixo deve estar encolhido por dois motivas: primeiro, se levantar
o peso diretamente para cima, como deveria, vai bater no queixo sc ele não estiver
encolhido; cm segundo lugar, se encolher o queixo e projetar bem o peito, conforme
recomendado, terá uma base excelente e rígida para irabalhar, porque esse exercício
deixa a coluna vertebral cm uma posição bem sólida. Com a barra sobre a base das
mãos e os braços em posição vertical, elevar a barra acima da cabeça até os braços
estarem totalmente esticados. Baixar a barra até o tórax e, depois, de volta ao chão cm
um só movimento. Fazer 2 séries de 8 a 12 repetições.
b. Rosca: 2 séries dt 8 a 12 rtpttiçõts
A rosca é a avó de todos os exercícios
de desenvolvimento do bíceps, mas pou
quíssimos praticantes - alguns dos maio
res campcõcs de haltcrofilismo, inclusive
- sabem executar o movimento apropria
damente. Brucc Lee achava que o haltere
deveria ser segurado com uma pegada da
largura da distância dos ombros (não tão
curta a ponto de as mãos sc tocarem c não
tão larga a ponto de comprometer a exten
são natural dos movimentos), palmas para
a frente e de pé, ereto, com os braços soltos à frente das coxas e os cotovelos retos. Man
tendo essa posição, flexionar lentamente o peso até os ombros dobrando os cotovelos,
conservando os braços parados. Levar a barra até a altura do queixo e forçar bastante,
mantendo essa contração máxima durante uma contagem até dois e, em seguida, bai
xar a barra até a posição inicial. Não se esquecer de inspirar quando elevar o peso e
expirar quando o baixar. Fazer 2 séries de 8 a 12 repetições.
2 .Ombros
a. Desenvolvimento atrás da nuca: 2 sirits de 8 a 12 repetiçSes
O “desenvolvimento atrás da nuca” era um exercício que Bruce Lee quase sempre
fazia para fortalecer os deltóides ou os músculos das espáduas. Ele pode ser feito de pé
ou sentado, c sabe-se que Lee praticava ambas as versões: em pé quando trabalhava
3. Perna
a. Agachamento: 2 séries de 12 a 20 repetições
O principal exercício para treino de pernas de Bruce Lee era o agachamento
com haltere - e por um bom motivo: além de fortalecer os músculos das coxas, surte
um efeito bem marcante no aparelho respiratório e é importantíssimo para qualquer
atleta ter coração e pulmões fortes. Portanto, além de desenvolver as pernas e o tórax,
o agachamento ainda auxilia na obtenção de mais vigor. Começar com os pés afasta
dos aproximadamente ã largura dos ombros e com os dedos dos pés apontando para
a frente. Com o haltere apoiado nos ombros, por trás da nuca, inclinar os joelhos c
abaixar-se até que as coxas estejam paralelas ao chão. Voltar imediatamente para a
posição ereta. Inspirar profundamente pouco antes de dobrar o joelho c expirar ao
voltar à posição inicial. Encher os pulmões algumas vezes antes de cada repetição.
É importante manter as costas retas, e os glúteos não devem, cm hipótese nenhuma,
subir primeiro. (Não arquear a coluna cm nenhum momento.) Manter os calcanhares
no chão durante todo o exercício. Se tiver dificuldade, cleve-os sobre um bloco de ma
deira. Fazer 2 séries de 12 a 20 repetições.
58 Bruce Lee
b. Respiração
Brucc Lee acreditava que o modo de respirar durante o agachamento interfere na
eficácia. Ele percebeu que era preciso respirar fundo pouco antes de dobrar o joelho
respirar fundo c rapidamente algumas vezes antes da próxima repetição. Quanto mais
pesado for o haltcre, mais vezes será preciso respirar antes de cada repetição. Lee
achava que não se deve restringir a respiração ao nariz. Deve-se abrir a boca e inspirar
todo o ar que for possível.
4. Coluna
a. Rrno: 2 séria de 8 a 12 repetições
Segundo Ted Wong e Herb Jackson, que freqüentemente treinavam com Brucc
Lee, um de seus exercícios prediletos para o latíssimo do dorso era a remada curvada
com barra. Para fazer o exercício, segurar o haltcre como se fosse erguê-lo acima da
cabeça, mas, em vez disso, ficar de pé, ereto, com o haltere pendurado na altura
das coxas. Afastar os pés uns 20 cm e inclinar-se bem para a frente com os quadris,
mantendo a coluna o mais reta possível. Manter-se nessa posição. Puxar o haltere até
ação semelhante à de remar um barco. Elevar a barra até tocar as costelas inferiores.
Inspirar durante o movimento de subida e expirar quando baixar o peso. Fazer 2 séries
de 8 a 12 repetições.
5. Tórax
a. Flexão na prancha em supino: 2 s/ries de 8 a 12 repetiçSes
Um dos exercícios fundamentais nas se
qüências gerais de musculação e fortalecimen
to de Brucc Lee era a flexão na prancha em
supino. Essa flexão pode ser feita no chão, mas
é melhor na prancha, para dar amplitude to
tal aos braços e não restringir o movimento.
Para realizar corretamente o exercício, deitar-
se em uma prancha reta para que os ombros
fiquem bem firmes sobre ela. Trazer a barra
até o comprimento dos braços, usando uma
Bruct Lee
5. A SEQÜÊNCIA DE 20 MINUTOS PARA
AUMENTAR A FORÇA E APRIMORAR A
FORMA
Acima detudo.Jamais trapacearnosexerdeios;usar opesoquefor tapaz de agüentarsemesforço
- Brucc Lee
62 Bruce Lee
3. Barbell PuUover: 2 séria de 8 repetições
Embora não exista registro escrito indicativo de que Bnicc Lee agrupava series
de agachamcnto com haltere e barbei!pulloier sem intervalos, há vastas provas circuns
tanciais c testemunhas oculares nesse sentido. Em primeiro lugar, os artigos de revistas
que ele lia na época indicam esse agrupamento de exercícios com muita freqüência
e, cm segundo lugar, era desejo de Lee aproveitar ao máximo quaisquer sessões de
treinamento, fazendo dois exercícios completos no tempo que qualquer pessoa levaria
para fazer apenas um. Os agachamentos eram considerados grandes fortalecedores
dc músculos (c ainda são), ao passo que os pullovers eram considerados “dilatadores da
caixa torácica” ou exercício de respiração. Em conseqüência disso, a prática cm fins s
da década dc 1960 e início da década dc 1970 era acrescentar os pullovers como um
“encerramento” da sessão dc agachamentos. Para realizar corretamente este exercício,
dcvc-sc deitar cm uma prancha reta, pegar o haltere com as mãos à distância dos om
bros e flexionar os braços até esticá-los acima do tórax. Dessa posição, baixar o haltere
por trás da cabeça - dobrando um pouco os cotovelos para não forçar os tendões - até
que a barra toque o chão com suavidade c proporcione um alongamento confortável
do latissimo do dorso. Dessa posição totalmente estendida, inverter lentamente o movi
mento, contraindo o latissimo do dorso, os peitorais e a longa cabeça do tríceps. Fazer
8 repetições c, depois de um descanso rápido, uma segunda série.
64
A Arle de Expressar o Corpo Humano 65
O treino de força c forma de 20 minutos e os exercícios adicionais de musculação
que ele acrescentou aos treinamentos de artes marciais faziam crescer ainda mais a
musculatura de Lee. Porém, nunca satisfeito a ponto de se acomodar, queria melho
rar ainda mais seu condicionamento. Resolveu criar uma seqüência de exercícios que
agregasse as vantagens do treinamento de força e, ao mesmo tempo, aprimorasse o seu
já excelente aparelho circulatório.
66 Bmce Lee
6. TREINAMENTO SEQÜENCIAL (EM
CIRCUITO) PARA CONDICIONAMENTO
TOTAL
Uma das revistas de musculação e haltcrofilismo favoritas de Lee era a Ironman, que
pertencia a Pcary c Mabel Rader na época do auge de Lee. Os Rader sempre apresen
tavam as mais recentes novidades e fugiam do sensacionalismo comercial que prevale
cia entre as publicações concorrentes. As revistas da época propagavam muitos princí
pios de treinamento interessantíssimos, como Super Séries, Flushing c Descanso/Pausa.
Contudo, Lee se interessara cada vez mais pela pesquisa dos resultados de um sistema
novíssimo de treinamento sobre o qual lera na Ironman-. Ação Periférica do Coração.
Sc o leitor realizou por exemplo duas ou mais sêrics dc roscas sucessivas, trabalhou
no sistema pumping ouflushing. No sistema seqücnciado, faria uma série dc roscas,
depois taKc/ passasse a uma série dc levantamentos dc panturrilha, ou abdominais,
ou trabalharia a coluna. Em outras palavras, não exercitar o mesmo músculo duas
vezes seguidas. Nem usar o que chamam dc agrupamento de séries, que é alternar
entre séries dc bíceps c triceps. Isso provocará a congestão do braço inteiro. Dcvc-sc
passar a alguma outra parte do corpo c depois para outra. O objetivo do sistema
PHA é espalhar os exercidos por todo o corpo.
68 Bruce Lee
{
I Dc pé, com as pernas creias c juntas, inclinar o corpo
| { 4 . Polichinelo (1 min)
[ Para começar, ficar de pé, bem ereto, com os pés juntos e os braços retos ao lado
P docorpo, com as mãos tocando os quadris. Em um movimento, pular suavemente, dei
xando as pernas se abrirem (joelhos um pouquinho dobrados para ajudar a absorver
0impacto com segurança) até ficarem 15 cm além da largura dos ombros; simultanea
mente, levantar os braços (que devem permanecer eretos) até as mãos se encontrarem
no alto. Assim que as mãos sc tocarem, o movimento deve inverter-se para que as mãos
e os pés voltem à posição inicial. Fazer quantas repetições for possível completar cm
1min. Passar imediatamente ao próximo exercício.
5. Agachanunto (1 min)
O agachamcnto com as mãos livres ou usando o peso do corpo é o segundo exer
cício que Lee aproveitou dos métodos dc treinamento do lutador indiano Gama. Na
índia, chama-se bailhak c c uma simples flexão profunda do joelho - com as mãos nos
quadris, dobrar as pernas, agachar-se, levantar o corpo, agachar-sc, levantar, aga-
char-sc c assim por diante. Repetir a seqüência por 1 min. Passar imediatamente ao
próximo exercício.
70 Bruce Lee
I 3. Cadeira romana (I min)
A cadeira romana c uma modalidade de
abdominal que permite ao tronco alongar-se
bem abaixo do nível dos quadris. E preciso usar
um aparelho especial chamado cadeira romana
(que Bruce Lee tinha), mas também é possível
lázer o exercício numa prancha reta com algo
embaixo dela (um haltcre, por exemplo) onde se
possa prender os pés. Com os pés presos à barra
de um haltcre ou à barra da cadeira romana,
pôr as mãos no peito ou atrás da cabeça. Sentar
ereto, baixar o tronco até que a cabeça toque o
chão c então voltar à posição inicial. Fazer quantas repetições conseguir em I min. Pas-
;iar imediatamente ao próximo exercício.
4. Flexão dojoelho (1 min)
Podc-sc realizar este exercício deitado de costas no chão ou cm uma unidade es
pecial para flexão de joelho/perna. Sc estiver deitado de costas no chão, pôr as mãos,
com as palmas para baixo, embaixo das nádegas. Agora, com as pernas perfeitamente
retas, erguer os pés de 7 a 10 cm do chão. Em um movimento suave, dobrar os joelhos
e encostar as coxas no abdômen c, em seguida, voltar a esticar as pernas, ainda com
os pés a 7 ou 10 cm do chão. Fazer quantas repetições for possível completar em 1 min
Passar imediatamente ao próximo exercício.
I 5. Flexão lateral (I min)
Dc pé, com os pés afastados à largura dos ombros e as mãos soltas ao lado do cor
po, segurar um haltcre leve na mão direita ou esquerda. Mantendo ambos os joelhos
travados, inclinar o tronco para o lado que segura o haltcre até o peso se alinhar com
o joelho. Voltar à posição creta ou inicial, inclinando ligeiramente o tronco. Durante o
movimento, o cotovelo do braço que sobe e os joelhos devem mantcr-sc eretos. Fazer
quantas repetições puder em 30 s. Em seguida, passar o haltere para a outra mão c
fazer quantas repetições forem possíveis no mesmo período dc tempo. Passar imedia
tamente ao próximo exercício.
6. Rosca comaspalmas para baixo (I min)
Sentado na mesma prancha na qual foi lèita a rosca com as palmas para cima,
pegar um haltere leve com as palmas para baixo. Pôr o dorso dos pulsos sobre os joe
lhos e descansar as mãos dc modo que os nós dos dedos liquem voltados para o chão.
Contrair os músculos do alto dos antebraços até que o dorso das duas mãos tenham
subido o máximo possível sem nunca permitir que o topo dos antebraços saia dc
cima das coxas. Voltar à posição inicial e fazer quantas repetições conseguir completar
72 Bruce Lee
► 6. Alongamento drpen (A. B) (2 min)
k Para este movimen o, utiliza-se uma
cadeira ou barra horizontal de alonga
mento. Pôr o calcanhar do pé direito no
encosto da cadeira ou barra dc alon-
gamemo. A altura deve er suficiente para
que o pé fique bem acin a da cintura.) (A)
Ficar dc frente para a barra ou a cadeira,
coma perna direita reta os dedos dos pés
para cima. Manter-se t essa posição por
30s. (B) Girar o pé dircit até a posição de
diutc lateral para que a parte interna do
mmozclo direito repous sobre o encosto
Idacadeira ou da barra de alongamento, e girar os quadris para a esquerda. Manter-se
nessaposição por 30 s. Trocar as pernas e repetir as exercidos. Passar imediatamente
HOpróximo exercício.
1
Seqüência 2b (terça, quinta t sábado)
1. Levantamento deperna (1 min)
Deitado em uma prancha reta ou de costas no chão, pôr as mãos nas barras de
suporte vertical da prancha ou sob as nádegas no chão. Com os joelhos esticados e
•, erguer os tornozelos de 7 a 10 cm do chão. Com os joelhos travados e os
:ocando, levantar as pernas até formar um ângulo de 90° com o tronco
j edepois baixá-las até a posição inicial de 7 a 10 cm do chão. Fazer quantas repetições
I (brpossível completar em 60 s. Passar imediatamente ao próximo exercício.
-a invertida (I min)
Segurar um haltcre comum ou uma barra E-Z de rosca com pegada descendente,
é,com as palmas viradas para o chão. Em pé, ereto, com os pés afastados à largura
dos ombros e os cotovelos encostados nas laterais do corpo, contrair os músculos do
braçoe erguer o haltere da posição inicial à altura das coxas até os ombros. Fazer uma
breve pausa na posição totalmente contraída e baixar o haltere até a posição inicial,
fazer quantas repetições for possível completar em 1 min. Passar imediatamente ao
74 Bruce La
maneira estivei. Usar um peso leve o bastante para permitir enrolar a corda 4 vezes,
repetindo o processo 2 vezes em qualquer direção cm 1 min.
Qualquer fã dc Bruce Lee sabe que o físico do ator estava mais definido que nunca
durante as gravações do filme Operação Dragão. Não que os músculos estivessem maio
res ou mais harmoniosos, mas o nível de definição que tinham alcançado quando Lee
trabalhou nesse filme era sensacional.
Até o magnata do fisiculturismojoe Wcider, o homcni que levou Arnold Schwar-
zcneggcr para os Estados Unidos c que “já viu tudo” no que diz respeito ao desen
volvimento muscular, mc disse recentemente que jamais vira “um nível dc definição
muscular que se igualasse ao dc Bruce Lee nas fotografias de Operação Dragão". Não
estou insinuando que Lee tivesse um físico mirrado antes desse filme - mas havia uma
diferença inquestionável na definição muscular. Ele aumentara sua musculatura - mas
qual teria sido o fator que contribuiu para isso? É certo que esteve muito ativo duran
te esse período, coreografando tomada após tomada das cenas de luta, correndo até
3 km por dia, aperfeiçoando as técnicas dc artes marciais e praticando as seqüências
dc musculação descritas nos capítulos anteriores. Todas essas atividades contribuíram
para criar o físico que Lee exibiu nos filmes 0 Dragão Chinfs, A Fúria <loDragão e 0 Vio
do Dragão. Mas por que seu corpo parecia mais esbelto e definido, com cada músculo
se destacando em alto relevo, em seu último filme, Operação Dragão? O único fator rele
vante (não devemos esquecer que a dieta de Lee, bem como seus níveis de atividades e
exercícios acróbicos, não tinha mudado) foi a compra c a subseqüente integração nos
I
jíèsdiários, cm dezembro de 1972, de uma máquina múltipla de musculação cha-
la Marcy Circuit Trainer.
Essa unidade, com número de série 2175, foi fabricada em Glcndalc, Califórnia,
:liada para Lee no cargueiro Lexa Macrsk; chegando ao porto Victoria cm
long Kong em 25 de dezembro de 1972. Chegou num engradado com plataforma e
(■liberada pela alfândega para transporte até a casa dele em 6 de janeiro de 1973.
Lee gostou do que viu no aparelho da Marcy e deu uma entrada dc USS 500
sem se arrepender. Afinal, a máquina tinha todos os recursos que ele sabia necessi
tar e atendia a seus rigorosos padrões. As estações (havia nove delas) foram criadas
não por (isiculturistas - ou seja, não por gente dc olho no desenvolvimento muscular
apenas para fins cosméticos - mas por cincsiologistas e fisiologistas, com a finalidade
expressa de treinar cada grupo muscular para fins funcionais. Sim, a máquina, por ser
um dispositivo dc resistência progressiva, desenvolveu os músculos dc Lee e, o que era
mais importante, usando suas próprias palavras, permitiu-lhe “expressar” seu poten
cial para o condicionamento total até os limites supremos.
78 Bruct Lee
I A Marcy Circuit Trainer oferecia nove estações, ou circuitos, diferentes:
H • Prancha rela
I »PuUey
I • Duas polias altas
■ * Duas polias baixas
E m qu e consiste o circjito?
O circuito contém de 8 a 12 estações. Cada uma representa um exercício. Em cada
estação se faz determinado exercício, com uma c uantidade específica de peso e um
número definido de repetições que se deve fazer cm um período de 30 a (no máxi-
mo) 60 s. Sem descanso entre as estações, passa-s de exercício a exercício (estação a
estação) até completar todo o circuito.
souber qual peso usar deve seguir esta regra arbitrária: escolher cerca de metade do
peso que normalmente levantaria em uma única tentativa. Por exemplo, quem con
segue fazer uma única flexão na prancha em supino com 180 kg deve usar 90 kg nas
repetições do treinamento cm circuito, de 30 a 60 s. Para que a serie fique cada vez
mais difícil, também é possível:
Bruce Lee
K l - Aumentar a resistência usada.
^ t-2 . Aumentar a duração total da série.
■ 3. Aumentar a velocidade das repetições (para fazer mais repetições).
K Contudo, não se deve sacrificar a saúde cm beneficio da velocidade. Não exceder
BjÒrepetições de cada exercício. O objetivo do treinamento em circuito é aumentar a
tieistencia por meio de respiração aeróbica em vez de simplesmente aumentar a força.
HJoentanto, é possível adaptá-lo para isso diminuindo o número de repetições, porem
lem rilmo continuamente acelerado.
ponto máximo. Quem precisa ficar cm forma rapidamente pode fazer mais circuitos I
em cada sessão, e os quejá estâo cm boa forma devem limitar os treinos a cerca de 20 min. I
Contudo, essas normas sugeridas não incluem o tempo de duração para a corrida pós* 1
2. Não descansar entre as estações (exerefeios). Passar de uma para outra rapida
mente, sempre executando cada exercício da maneira perfeita.
3. Concentrar-se na aceleração do circuito —em outras palavras, acelerar as repe
tições. Não parar sem necessidade. Fazer um esforço para concluir cada circuito
mais rapidamente que o anterior.
BruerLu
B ♦. Respirar pela boca c o máximo possível. Teniar inspirar o quanlo puder du-
84 Bruce Let
I 13. Roscapunho empé
[ Segurar a barra da rosca punho com um peso preso à poma, deixando o aparelho
[na horizontal cm relação aos ombros. Enrole uma vez, levando não mais que 1 min
para fazê-lo em cada lado. Passar imediatamente ao próximo exercício.
■ 14. Flexão/extensãodo pescoço
L Prender na cabeça um suporte tipo arreio com um pequeno peso. Com os quadris
encaixados e |oelho flexionado, dobrar o pcscoço c depois voltar a estendê-lo. Girar
0 pescoço no sentido horário, depois no anti-horário. Fazer 8 a 12 repetições em cada
posição dc extensão, flexão e rotação em 1 min.
Embora essa fosse apenas uma das seqüências de treino dc Brucc Lee, figura entre as
mais eficazes criadas para condicionamento c definição muscular, e também para um
condicionamento equilibrado que sirva a finalidades do “mundo real".
■ esse músculo?" E ele respondeu: “É para o chute invertido - é esse o músculo que
j se destaca ali". Contou-mc que fizera um treinamento especial de musculação para
I A j4s costas
K 1. Remadas com kcttlcbell (25, 50, 75 e 100 lb - ou 11,35, 22,7, 34,05 e 45,4 kg)
K, KeUUbcll e uma cspccic de peso com alça (mais ou menos como uma alça de mala).
10 k/ltlérll permite realizar os exercícios sem tensão
88
aie que o tronco cslçja acima de uma linha imaginária paralela ao chão. Vollar lenta
mente ao ponto inicial e fazer de 8 a 12 repetições. A propósito, quem não tem pran
cha de hiperextensão também pode realizar este movimento com o auxilio de um
parceiro de treino. Repousar as pernas ao longo de uma prancha alta ou de uma mesa
forte. O parceiro pode prender as pernas do praticante empurrando os tornozelos para
baixo para possibilitar o exercício. Para aumentar a resistência, segurar um ou dois
pesos soltos por trás da cabeça e da nuca ao fazer o movimento.
B. A s coxas
1. Standing lcg-thrust machine
O exercício nesse aparelho fortalece e auxilia o esforço de alongamento dos qua
dris realizado pelo grupo dos tendões e do glúteo máximo. Põe em ação o trabalho de
fixação do iliocostal do lombo c do quadrado do lombo. Com o peso do corpo pai a a
frente, a flexão do joelho para trás resulta da ação combinada de tensão sobre ajunta
exercida pelos tendões e pelo gastroenêmio. Reparar que a posição inicial deve ser à
frente da linha vertical do tronco e dos quadris. De pé ao lado da estação de agacha-
mento, pôr um pé no estribo de um dos dois trilhos da estação. Depois de se instalar
e de estar perfeitamente equilibrado, segurar uma das duas barras verticais na parte
da frente da estação e lançar a perna para irás (simulando o movimento de chute para
trás) com força. Fazer de 12 a 20 repetições e trocar de perna.
2. Alongamentos deperna
Estes exercícios podem ser feitos cm uma máquina apropriada para alongamento
de perna, ou então amarrando uma correia de couro a uma ou ambas as polias da
base, enfiando os pés nas liras c então se sentando em uma prancha reta e esticando as
pernas. Em qualquer caso, não deixar de manter a parte superior do corpo na vertical
- não permitir que ocorra movimento do tronco para a frente nem para trás. Esticar
completamente a parte inferior das pernas e baixar a resistência de volta à posição ini
cial sob total controle muscular. Fazer o máximo de 3 a 4 séries de 12 a 15 repetições.
C. A s panturrilhas
1. Levantamentos depanturrilha
O levantamento de panturrilha é um dos melhores exercícios para desenvolver a
potência dos músculos da panturrilha e de outros extensores das pernas. Também for
talece os tendões ao redor da importantíssima junta do tornozelo. O levantamento de
panturrilha é feito de pé, com os dedos dos pés afastados alguns centímetros, apoian-
do-sc sobre um bloco que madeira (ou dois livros grossos, ou dois tijolos - qualquer
coisa que sirva para elevar os dedos dos pés de 7 a 10 cm de maneira firme). Os cal
canhares devem ficar rebaixados para que os pés fiquem bem flexionados para cima.
Deve haver um haltere sobre os ombros, atrás da nuca, ou o praticante deve segurar
nas alças da prancha da estação Marcy Bench Press. Levantar c baixar os calcanhares
em ritmo constante, subindo o máximo possível sobre os dedos para que haja extensão
total dc movimento dos tornozelos. No primeiro mês, usar só o peso do corpo; fazer 3
séries dc 8 repetições, depois aumentar gradualmente para 3 séries de 10 repetições.
Depois dc um mês, aumentar a resistência do exercício.
D. C ro ss ove r (Mão)
l. Rosca invertida
Fazer roscas invertidas com um cabo e polia de chão exerce uma pressão cons
tante sobre o grupo de músculos em treinamento (neste caso, o músculo braquial do
braço). Na verdade, a pegada com as palmas para baixo deixa o bíceps em desvanta
gem mecânica. Todas as variações das roscas invertidas dão maior ênfase aos músculos
anteriores e posteriores do antebraço c aos músculos braquiais c ênfase secundária aos
flexores do antebraço, auxiliados pelo pronador redondo e pelo pronador quadrado.
Para realizar este movimento, segurar as duas alças presas às polias de chão da Marcy
Circuit Trainer, uma em cada mão. Afastar os pés à distância confortável de 13 a 20 cm
para trás da polia, e ficar de pé, ereto, com os braços retos cm direção à polia. Pressio
nar os braços contra as laterais do tronco nessa posição e mantê-los imóveis durante
toda a série, mantendo também os punhos firmes. Sem deixar o tronco mover-sc para
a frente nem para trás, elevar lentamente a alça da polia da mão direita para cima,
cm semicírculo, do ponto inicial até uma posição imediatamente abaixo do queixo.
Pressionar os músculos do braço c do antebraço o máximo possível nessa posição por
um instante; depois, quando começar a retornar a alça descrevendo o mesmo arco até
a posição inicial, começar também a elevar a alça esquerda até o queixo. Continuar de
maneira alternada até completar de 8 a 12 repetições. Repetir dc 3 a 4 séries.
Bruce Lu
E. C ross ove r (Perna)
1. Elevar o joelho e esticá-lo com força num chule para a frente.
2. Elevar o joelho e esticá-lo com força num chute gancho.
3. Elevar o joelho c esticá-lo com força num chute lateral.
riores que dão força rotacional à escápula. Para executar corretamente o movimento,
pôr um banquinho entre as alças da estação de desenvolvimento de ombro da máquina
Marcy Circuit Trainer. Sentar-se no banquinho de frente para a pilha de pesos, tra
vando as pernas ao redor das pernas do banquinho para manter o corpo na posição
(como alternativa, também se pode ficar de frente para o lado oposto ao da pilha de
Bruce Lee
mctodo como definitivo; não admitir nenhuma limitação”. Recusava-se, portanto, a
limitar-se a apenas uma seqüência ou um modo de exercitar-se. Pelo contrário, em
pregava seqüências e exercícios diversos, que atendiam com eficácia a suas metas de
treinamento e musculação, e evitavam que o corpo ficasse acostumado com uma pro
longada tensão de treinamento. Além de afastar a possibilidade de falta de motivação,
a constante variedade que infundiu às sessões de treinamento também fazia com que
os músculos se adaptassem a estímulos constantemente novos c cm transformação.
2. Elevações deperna
Lee gostava do resultado deste exercício nos músculos abdominais inferiores.
Deitar-se numa prancha reta c segurar-se nas barras verticais (as barras usadas para
sustentar o haltere). Levantar as pernas cerca de 50 cm acima da posição paralela ao
chão e depois baixá-las, sob controle, à posição inicial. (Na prancha reta, as pernas de
Lee ficavam desde o início elevadas bem acima do chão c, por isso, sempre que as bai
xava, ele obtinha uma amplitude maior com o movimento.) Fazer quantas repetições
do exercício forem possíveis. Lee também fazia esse movimento pendurado em uma
barra fixa, deixando as pernas esticadas e então elevando-as até formarem ângulo de
90° com o tronco para, em seguida, baixá-las para a posição inicial. Além disso, às
vezes Lee segurava as pernas na posição elevada na última repetição e as cruzava e
descruzava diversas vezes.
4. Pernadas de ti
Este é o mesmo exercício descrito no Capítulo 2. Dizia-sc que a pernada de rã
tora inventada pelo dr. John Zicglcr, que trabalhou no York Barbcll Club cm York,
Pensilvãnia, na década dc 1960, e disse que “as pernadas de rã alongam e dão forma à
cintura, ao mesmo tempo ajudando a eliminar o excesso dc centimctros depositado no
baixo abdômen”. A realização é simples: basta pcndurar-sc cm uma barra e levantar
os joelhos até tocarem o tórax. Fazer entre 15 e 20 repetições. É fácil, mas eficaz, e
dizem que faz maravilhas para problemas de coluna.
96 Btuce Lee
5. Flexões laterais
Assim como o giro em pé, a flexão lateral visa os músculos oblíquos. Ficar em pé,
com os pés bem afastados, as mãos ao lado do corpo e um hallcrc cm uma das mãos.
Com os joelhos eretos, inclinar o tronco diretamente para o lado que está segurando
o halterc, até que o peso cheguc á altura do joelho. Voltar devagar à posição ereta,
inclinando o tronco um pouquinho além da perpendicular do outro lado. Durante
Não tenho feito o restante dos exercícios, mas continuo fazendo abdominais.
A maneira correta de fazer abdominais não e levantar e baixar, mas sc enrolar para
cima; enrolar a coluna para cima, como se fosse um rolo de papel.
Bruce Lee
Seqüências abdom inais d e Bruce Lee
Exercícios para a barriga
1. Giro de cintura - 4 séries de 70
2. Giro abdominal - 4 séries de 20
3. Elevações de perna - 4 séries de 20
4. Giro com inclinação - 4 séries de 50
5. Pernadas de rà - 4 séries de quantas repetições suportar
1. Abdominal - 4 séries de 20
2. Elevações de perna - 4 séries de 20
3. Flexões laterais - 4 séries de 15 a 20
Brucc Lee era adepto convicto do treinamento do antebraço para aumentar a potência
da pegada e dos socos. “Ele era Fanático pelo antebraço”, recorda Linda Lee Cadwell,
rindo. "Sempre que alguém criava um novo exercício dc antebraço, Bruce ia logo
Lee até contratou um velho amigo dc San Francisco, Georgc Lee (sem paren-
tesco), para criar alguns aparelhos de treinamento dc antebraço aos quais pudesse
acrescentar pesos para aumentar a resistênci:i. “Ele me enviava um monte de projetos
dc equipamentos”, diz Gcorge Lee, “c eu os:montava segundo as especificações dele”.
Bob Wall recorda que a devoção de Lee a<3 trabalho dc antebraço rendia grandes
bcncficios em potência e musculatura. “Brucc linha o maior antebraço proporcional-
mente ao corpo dc qualquer pessoa que já vi” diz Wall. “É sério, os antebraços dele
eram imensos! Tinha pulsos e dedos potentíssiimos os braços dele eram simplesmente
extraordinários.”
Lee conseguia vcncer qualquer adversá:rio em uma queda de braço. Além dc se
exercitar nesse tipo dc disputa, segundo Heirbjackson, amigo da (amília e mais um
que montava equipamentos, “ele queria ser o campeão mundial disso”.
“Quem pegara no antebraço de Brucc sabia que era como segurar um taco dc
beisebol”, conta Taky Kimura, um de seus amigos mais íntimos, que continuou o le
gado dojeel kune do dando aulas particulares cm Scattlc, Washington. Lee era tão ob
cecado pelo fortalecimento dos antebraços que costumava treiná-los diariamente. “Ele
dizia que o músculo do antebraço era muitíssimo denso, portanto era preciso forçá-lo
todos os dias para fortalecê-lo”, recorda Dan Inosanto.
Assim como o resto de seu corpo, os antebraços dc Lee tinham uma potência con
siderável, que resultava cm técnicas dc soco devastadoras. (Na foto abaixo, repare no
desenvolvimento do extensor dos dedos do antebraço direito!) Este capítulo explica os
exercícios dc antebraço prediletos de Lee c as instruções dele para praticá-los.
da cm cima de uma caixa ou cadeira alta c deixar os braços soltos à frente do corpo.
Segurar a barra conforme descrito acima e fazer o exercício da mesma maneira. Este
método não cansará os braços tão rapidamente como quando mantemos os braços
diretamente à nossa frente (os músculos são afetados de maneira um pouco diferente).
É menos difícil de fazer, porém ainda eficaz. Deve-se fazer o exercício normalmente
c, cm seguida, usar esse método. Também é possível alternar durante vários períodos
de exercícios. A rosca punho é ura exercício excelente para os antebraços e os pulsos,
e deve ser agregado ao programa de treinamento. É usado há anos por muitos halte-
rofilistas famosos.
Rosca invertida
A rosca invertida fortalece os músculos extensores da
parte posterior dos antebraços. Segurando um hal-
tere com as palmas viradas para baixo, ficar de pé.
102
creio, dc modo que o haltcrc repouse diante das coxas, à altura do comprimento dos
braços. Manter os braços imóveis, dobrar os cotovelos c levantar o haltere até que os
antebraços estejam paralelos ao chão. Fazer uma pausa dc 2 s c continuar o movimen
to até que a barra toque no tórax. Baixar o haltere na mesma velocidade da elevação,
observando a pausa quando os antebraços estiverem paralelos ao chão. Inspirar ao
elevar o peso; expirar quando baixar.
Rasca £ottman
Segundo Linda, Bruce praticava constantemente as roscas Zottman, em geral
quando estava no escritório lendo um livro. Ele tinha um haltere no escritório e, sempre
que lhe dava vontade, pegava-o e fazia roscas Zottman para fortalecer os antebraços.
Para executar o cxcrcício dc maneira apropriada, ficar de pé com os pés afasiadus à
largura dos ombros, segurando em cada mão um haltere na posição “supina” (também
se pode fazer este exercício com um só haltere e altcmá-lo a cada série). Leve o halte-
rc da mão esquerda ao ombro esquerdo, mantendo o braço imóvel, mas permitindo
que o haltere passe na direção do lado direito do corpo durante o movimento. Quando
o cotovelo estiver totalmente dobrado, girar a mão para que a palma fique virada
para baixo; depois baixar o haltere até a posição inicial, ao mesmo tempo afastando-o
do corpo o mais para a esquerda possível (sem alterar a posição do braço esquerdo).
Quando a mão esquerda tiver girado e o peso estiver baixando, o haltere da mão direi
ta deve ser levado (cruzando o corpo) até o ombro direito. O haltere da mão esquerda
começará de novo no movimento para cima quando a mão direita girar e o haltere
(direito) baixar. Cada haltere iàz um
movimento circular, que deve ser su-
104
res. Reparar na espessura da barriga dos músculos flexores de Lee, (ais como o flexor
ulnar do carpo, o palmar longo, o flexor radial do carpo, o flexor superficial dos dedos
e o flexor profundo dos dedos.
Para iniciar o exercício, pegar um haltere com a palma das mãos para a frente
e as mãos afastadas à largura dos ombros. Sentar-se numa cadeira ou banquinho e
repousar os antebraços nas coxas, de modo que as mãos se projetem entre 5 e 8 cm
adiante dosjoelhos. Mantendo essa posição dos antebraços, estender os pulsos, baixan
do o haltere o máximo possível, depois dobrá-los, elevando o haltere só com a força do
antebraço. Voltar à posição original e repetir. Deve-se agarrar o haltere com força e só
as mãos devem mover-se durante o exercício.
Barra de apoio
Qualquer coisa serve dc bar
ra de apoio. Basta pegar uma
barra sem pesos para ter uma.
Pressão isomitrica
O melhor deste exercício é que só é preciso ter algo para segurar (um par dc hand
grips ou uma bola dc tênis) c um pouco dc determinação. Tentar sustentar o aperto de
10 a 15 s. A única desvantagem deste exercício é não ser muito interessante, já que não
é possível avaliar o progresso. Só é possível alguma medição se o praticante tiver um
dinamõmctro. Embora também seja possível usar uma balança de banheiro, o dinamô-
metro é superior porque o ponteiro pára na marca mais alta durante o aperto.
Bruce Lee
• Não permitir que o peso role
pelos dedos - sempre manter
os dedos tèchados c uma boa
pegada na barra.
pletas do pulso e
benéfico para a força, o tamanho
Programa depotência
Este programa começa com qualquer peso que se possa agüentar durante 5 séries de
15 repetições. Tentar toda semana acrescentar 2,2 kg c continuar fazendo 15 repetições.
Programa de musculatura
O programa de musculatura
usa mais repetições do que acrésci
mo de peso, e pode ser usado para
diversificar o programa de potên
cia. Começar com 6 séries de 20 re
petições e acrescentar 5 repetições
por semana. Em um mês, chega-se
a 40 repetições por série.
Programa de incremento de
A necessidade de diversidade
É aconselhável trocar de exercícios (isto é, rosca punho, máquina para pegada,
rosca de pulso etc.) no decorrer dos programas. A variedade trabalha os grupos mus
culares cm ângulos diversos e produz um melhor desenvolvimento geral.
Bruce Lee
Seqüências d e Bruce L ee para treino d o antebraço e da pegada
Exercíciospara o Antebraço
1. Rosca de pulso ascendente - 4 séries de 17
2. Rosca dc pulso dcsccndcntc - 4 séries dc 12
3. Rosca com barra dc apoio (A) - 4 séries de 15
4. Rosca com barra de apoio (B) - 4 séries de 15
5. Rosca invertida - 4 séries dc 6
6. Rosca punho - 4 enroladas completas
7. Giro da barra dc apoio - 3 séries de 10
Treino dopunho
1. Rotação dc haltcrc - 5 séries dc 5
2. Barra de apoio - 3 séries de 10
3. Barra de apoio estendida - 3 séries dc 5
Treino do antebraço
1. Rosca invertida - 3 séries dc 10
2. Rosca dc pulso com a palma para cima - 3 séries de 12
3. Rosca dc pulso com a palma para baixo - 3 séries de 12
4. Rosca punho - enrolar para cima c para baixo uma vez
(Obs.: Ter sempre consigo uma esponja (ou luva) e usá-la diariamente ■
possível.)
2. Remada lerlical
A remada vertical visa principalmente os músculos trapézio e deltóide clavicular,
mas também é benéfica para os músculos espinais associados e para os braços. Com a
palma das duas mãos viradas para o corpo, pegar um haltcrc. Deixando pouco espa
ço entre as mãos, esticar totalmente os braços para que o haltcre repouse diante das
coxas. Com os cotovelos mais altos que o haltcre durante lodo o movimento, puxá-lo
para o tórax até a garganta ou o queixo. As pernas c o corpo devem permanecer retos
no decorrer do exercício. Toda a ação se resume a puxar da posição "solta” cm frente
às coxas até a garganta . Fazer dc 8 a 12 repetições.
3. Desenvolvimento
empi com laltere (militar)
Com as mãos afas
tadas à largura dos om
bros, pegar um haltc-
ombros. Em seguida,
4. Levantamento olímpico
Para realizar dc maneira apropriada o levantamento olímpico, os pés devem estar
afastados mais ou menos â largura dos ombros, já que nessa posição obtemos um bom
impulso das pernas para levantar o peso até o tórax. O peito do pé deve estar embai
xo da barra e as pernas, dobradas, mas não a ponto dc deixar as coxas paralelas ao
chão. A coluna deve estar creta. Isso não significa vertical nem horizontal, c sim cm
linha reta, não curvada. As mãos devem segurar a barra a uma distância entre si um
pouco maior que a dos ombros, e os braços devem estar perfeitamente retos, porque o
primeiro impulso é produzido pela perna c pelos músculos das costas. Quando erguer
a barra do chão, o peso deve estar igualmente equilibrado cm ambos os pés, não muito
para a frente nem para trás. O movimento deve ser vigoroso, com as pernas e a coluna
sc esticando rapidamente. Puxar com força c depois dobrar um pouquinho os joelhos
para receber a barra no tórax. Ao parar na posição de flexão no alto do tórax, as per
nas devem csticar-sc imediatamente. Tudo isso acontccc cm um movimento rápido,
continuo. Ao endireitar as pernas, relaxar as coxas para a frente e projetar o tórax bem
alto, puxando os ombros para trás c para baixo. Com a barra sobre a base das mãos c
os braços cm posição vertical, já sc está preparado
para o desenvolvimento (ver item 3). Fazer dc 8 a
12 repetições.
Bruce Lee
6. Desenvolvimento de ombrosentado (Many Circuit Trainer)
Assim como o desenvolvimento em pi com halterc, o desenvolvimento do ombro
sentado afeta os deltóides espinal e acromial, o tríceps e os músculos da parte superior
das costas, que dão força de rotação à escápula. Para executar este movimento cor
retamente, pôr um banquinho entre as alças da estação de desenvolvimento de ombro
da Marcy Circuit Trainer. Sentar-se no banquinho de frente para a pilha de pesos,
travando as pernas nas do banquinho para manter o corpo na posição. (Como al
ternativa, pode-se ficar de frente para o lado oposto ao da pilha de pesos ao fazer o
movimento.) Segurar com força as alças presas ao cabo da alavanca da estação de
desenvolvimento. Estender os braços devagar para empurrar as alças até que atinjam
a altura dos braços esticados acima da cabcça. Fazer uma breve pausa e então retornar
as mãos lentamente ao ponto inicial c completar de 8 a 12 repetições.
fírucc La
para alcançar o visual com deltóides altos, largos e flamejantes que Bruce Lee osten-
($a. É necessária uma prancha especial com inclinação ascendente c com suportes
laia sustentar o peso. Deitar-se na prancha c segurar o halterc com as mãos afastadas
fiargura dos ombros. Esticar totalmente os braços, levantando, assim, o halterc dos
es. Fazer uma breve pausa nessa posição estendida para garantir o equilíbrio
"nado. Assim que alcançar o equilíbrio, baixar o halterc vagarosa c dcliberada-
foente até a parte superior do tórax. Fazer outra breve pausa nessa posição c depois
retornar o haltere à posição inicial. Fazer de 8 a 12 repetições.
1 6. Flexão comhaltere
Outra variação da flexão na prancha com
halterc c a flexão com haltere com as duas mãos.
Este exercício proporciona alongamento bem maior
quando realizado com os halteres inteiriços, cm vez
do haltere com barra e pesos. Os cotovelos descem
mais, o que aumenta a amplitude de movimentos
por meio dos quais se pode contrair o músculo. Fa
zer de 8 a 12 repetições.
9. Fly
Este é o principal movimento de isola
mento do tórax. Deitar-se cm uma prancha
rela, segurando um par de halteres com os
braços esticados sobre o tórax. Dobrar
os joelhos para aproximar os pés das ná
degas. Mantendo os cotovelos levemente
dobrados, baixar os halteres devagar ate
sentir um suave alongamento dos peitorais.
Dessa posição, levantar os pesos de volta à
posição inicial, movendo-os cm arco amplo
até o alto (o movimento simula que o pra
ticante esteja abraçando uma árvore larga), usando só a força da contração peitoral
- não transformá-lo cm exercício de desenvolvimento. Fazer dc 8 a 12 repetições.
120
13. OS 11 PRINCIPAIS EXERCÍCIOS DE
BRUCE LEE PARA AS COSTAS
Brucc Lee costumara fazer diversos treinos de socos segurando haltercs leves.
Segundo Lee, além de gerar vigor para seus socos, essa técnica exercitava com eficá
cia os músculos latíssimos do dorso. Ficar de pé com a coluna ereta c levar um par de
haltcres ao tórax. Pôr o pé direito à frente, ao mesmo tempo cm que ataca com o braço
esquerdo. Repetir com o pé esquerdo para a frente e atacar com o braço direito. Esse
é, naturalmente, um modo simples de fazer o exercício; também se pode dar socos re
petidos, chegando a 100 repetições em qualquer postura adotada. (Ver os comentários
de Dan Inosanto na página 64.)
6. Barrafixa (Descendente)
Um dos exercícios para o dorso prediletos de Lee, que não exigia nenhuma polia
especial nem outros aparelhos para treinamento com pesos era o de barra fixa. Lee
passou anos praticando este exercício e alternava entre uma posição cm que a barra
tocava-lhe a base da nuca c a frontal, na qual o queixo subia acima da barra. Segundo
Gcorge Lee, velho amigo c parceiro de trabalho cm Oakland, Bruce Lee sabia fazer
I É óbvio que essas manobras requerem força excepcional, mas, como acontece
Mn todos os atletas, Lee chegou a esse nível dc torça gradualmente, no decorrer de
pitos anos. O exercício convencional na barra, porém, era o que ele praticava com
jp s constância. Normalmente fazia este movimento com as mãos voltadas para a
freme, segurando a barra com muita força, os nós tios dedos para cima e as mãos
piladas um pouco mais que a largura dos ombros. Mantendo os calcanhares bem
para irás, sem movimentos para a frente c sem dobrar osjoelhos, ele subia até o tórax
locar a barra c então baixava à posição inicial. Quem consegue fazer 3 séries dc 8 ou
ipTcpctiçòcs deste exercício está se saindo muito bem. Pode-se aumentar a resistência
|o movimento se tornar fácil) simplesmente acrescentando pesos ao redor da cintura
|i na reentrância atrás dos joelhos dobrados.
7. Barrafixa aU a nuca
A variação do exercício na barra que Lee também praticava cra elevar-se até a
1 É um movimento ligeiramente mais avançado que a barra convencional. Em
vezdc puxar ale o lórax, puxar até que a nunca toque na barra. Ambas as versões são
maravilhosos para todo o dorso, principalmente para os músculos latíssimos.
ÍFazer dc 8 a 12 repetições.
Fazer "bom-dia" com peso foi burrice minha. A gente só precisa mesmo e
9. Hiperextensão
A hipcrexlcnsão aplica tensão direta nos tendões, glúteos e erctores da espinha,
além de tensão secundária mínima nos outros músculos da coluna. Deitar-se numa
prancha de hiperextensão de modo que os quadris fiquem contra a almofada gran
de. Curvar-se para a frente, permi
tindo que os calcanhares repousem
sob as almofadas menores atrás de si.
Manter as pernas retas durante toda
10. Laanlammlo-Urra
Este é um dos melhores movimentos para aumentar a massa muscular do dorso c
a potência do corpo em geral. Aplica tensão direta sobre os músculos eretores da espi
nha, as nádegas, os quadriceps, os flexores do antebraço e os trapézios. Aplica tensão
secundária sobre praticamente todos os outros grupos musculares do corpo, mas cm
especial sobre os músculos restantesdo dorso e os tendões. Para realizar o movimento,
pôr carga num haltere e deixá-lo no chão. Afastar os pés à largura dos ombros, com
os dedos dos pés apontando para a frente c as canelas tocando na barra. Inclinar-se
c pegar na barra com força, mãos afastadas à largura dos ombros. Manter os braços
retos durante todo o movimento. Endireitar a coluna e baixar os quadris para assumir
a posição correta de puxar - os ombros devem estar acima do nível dos quadris, c os
quadris, acima do nível dosjoelhos. Erguer devagar o haltere do chão até uma posição
de repouso transversal às coxas, primeiro esticando as pernas e depois o dorso, para
ficar cm pé, ereto, com os braços pendentes ao lado do corpo e a barra pendente trans
versalmente à parte frontal das coxas. Inverter o movimento para retornar o haltere
devagar, percorrendo o mesmo arco até o chão. Fazer de 8 a 12 repetições.
128
14. OS 11 PRINCIPAIS EXERCÍCIOS DE BRUCE
LEE PARA OS BRAÇOS
3. Rosca concentrada
Muita gente acha que é possível alcan- ^ —
çar uma contração mais intensa dos bíceps quando usa halteres, e é isso mesmo que
acontece quando se pratica a rosca concentrada com halterc. Lee costumava fazer este
movimento em casa - geralmente no escritório - onde tinha à mão um halterc de 16 kg.
Sempre que se lembrava, fazia várias séries de repetições para sobrecarregar o bíceps
c forçá-lo a crescer cm tamanho c força. Para executar o movimento, inclinar-sc para
a frente da cintura para cima até o tronco estar quase paralelo ao chão e pegar um
halterc. Mantendo o corpo na posição inclinada para a frente, levantar o halterc da
maneira normal, fazendo questão de torcer a palma das mãos na direção dos ombros
no final do movimento. Manter a contração contando até dois, depois baixar o halterc
devagar até a posição inicial. Este exercício é dificílimo, mas vale a pena - alguns bra
ços admiráveis são creditados a esse movimento.
5. Círculo comhalteres
Além dos bíccps, os círculos com haltcres traba
lham os antebraços c também os punhos, os tríccps e
os braquiais. Os haltcres são girados, alternadamente,
descrevendo círculos completos em frente ao corpo,
com os pulsos voltados para cima na parte inferior do
arco externo e para baixo no arco interno. Não há ne
cessidade dc muito peso para observar os resultados
impressionantes deste exercício. Sc, no final da sessão,
a intenção for forçar para valer os braços, fazer 3 séries
de quantas repetições forem possís'eis.
6. Remadas verticais
Este movimento há muito é considerado um dos
melhores exercícios para deltóides e braquiais. Porém
também é um exercício eficaz para os bíceps. Usar uma
pegada dc 15 ou 20 cm entre as mãos, ficar dc pé, cre-
8. Flexão de braço
A velha flexão de braço, além de ser excelente para desenvolver o tórax, é também
um exercício de primeira para os tríceps. É possível fazer muitas variações, dependendo
do nível dc desenvolvimento e força. A flexão pode ser feita com os pés no chão, com
os pés elevados sobre o assento dc uma cadeira, dc cabeça para baixo ou cm parada dc
mãos com os calcanhares contra uma parede para cquilibrar-sc. Não deixar dc tocar
o chão com o tórax ao início dc cada repetição c travar os braços completamente ao
comptctar cada uma delas.
9. Flexãofrancesa
Um haltcrc basta para este exercício, que foca nos tríceps cm separado. Pode-se
ficar dc pé ou sentado, o que for mais confortável. Pôr as mãos no eixo de um haltcrc,
afastadas â distância dc dois palmos. Erguer a barra acima da cabeça, depois baixá-la
até a nuca. Manter sempre os braços próximos às laterais da cabcça. Só os cotovelos se
flexionam. Da posição baixa, erguer o peso acima da cabeça movendo os antebraços
até que os cotovelos fiquem travados. Fazer de 6 a 8 repetições. Lee também fazia o
movimento na Marcy Circuit Traincr, usando a polia de base da máquina.
132
10. Levantamento do tríceps (chutedo hallere para Irás)
Dc pé, com um haltcre atrás dc si tocando a parte traseira das coxas, manter os
braços rígidos e levantar o haltcre, ao mesmo tempo inclinando o tronco para a frente,
até chegar à posição paralela ao chão. Erguer a barra o mais rapidamente possível c
depois fazer um levantamento extra no final, para contrair totalmente a cabeça inter
na dos tríceps. Fazer de 6 a 8 repetições.
Sc o abdômen era a parle maisimpressionante do corpo de Bruce Lee, com certeza as per
nas eram a mais funcional. Lee levava a serio o condicionamcnio das pernas c as exer
citava diariamente de uma forma ou de outra. As pernas, segundo Lee, eram o “sis
tema de entrega” e uma das mais importantes bases para extrair a potência usada cm
combate. Nos socos, por exemplo, o impulso inicial para a geração da força máxima dc
impacto provem do calcanhar elevado da perna que fica atrás. Nos chutes, só se obtem
potência total com o alinhamento correto das pernas, dos quadris e do tronco. A perna
que aterrissa c a que chuta precisam atingir os destinos pretendidos (o chão c o alvo,
respectivamente) ao mesmo tempo, a fim dc alcançar o máximo em força c impacto.
Lee percebeu que o ponto fraco na maioria dos praticantes de artes marciais eram
as extremidades inferiores:
Em combate, osjoelhos e as canelas são as partes mais fracas, que carecem de pro
teção adequada. Quando ferido, o praticante de artes marciais não consegue lutar.
Portanto é importante enfatizar o treinamento dosjoelhos e evitar qualquer ataque
2. Agachamento compulo
De vez em quando Lee variava, fa
zendo um agachamento com pulo. Em
bora seja um movimento balístico, e portanto tenha o potencial de provocar lesões, é
ainda assim uma variação bem eficaz. Pôr um halterc sobre os ombros c agachar-se
completamente, como no movimento normal. Nesse ponto, porém, é preciso levantar-
se bem depressa e dar um leve pulo. Lee considerava esse exercício bastante útil para
dar mais explosão aos músculos de chute.
somente os joelhos devem se dobrar; qualquer inclinação do tronco para a frente anu
lará o valor do exercício. Isso deve ser realizado de maneira ritmada e com razoável
5. Extensão daperna
Lee fazia este exercício (que requer uma má
quina especial de extensão da perna) sempre que
Bruce Lee
7. Extensão depemas na posiçãosentada (Marçy Circuit Trainer)
Essas extensões das pernas na posição sentada estabilizam o movimento dos qua
dris e dão mais ênfase ao quadríceps c ao grupo do vasto (lateral, intermédio e mediai).
A parte superior do corpo deve ficar na vertical e ligeiramente inclinada para a frente.
Pôr uma prancha pequena na leg-thrust machinc c sentar com os pés nos pedais. Posi-
cionar-se com o tronco ereto c segurar-se nas laterais do assento, ao lado dos quadris,
para conseguir manter a posição sentada ao fazer o exercício. Esticar as pernas para
empurrar-se o mais longe possível dos pedais. Voltar controladamentc à posição inicial,
verificando se as pilhas de pesos tocam uma na outra. Fazer de 12 a 20 repetições.
1. Levantamento de calcanhar
O objetivo do levantamento dc calcanhar é ter um salto mais elástico. A mecânica
da seqüência “calcanhar, sola do pé, dedos” no trampolim depende principalmente do
movimento dc extensão do pé, que deve partir de uma posição bem flexionada. Quan
to mais fortes estiverem os músculos envolvidos nesse processo, mais eficaz a ação. Este
exercício é um dos melhores para desenvolver a potência dos músculos da panturrilha
e de outros extensores da perna. Também fortalece os tendões que circundam a im
portantíssima junta do tornozelo. O levantamento dc calcanhar é feito cm pé, com os
dedos dos pés a alguns centímetros dc distância, apoiado sobre um bloco dc madeira,
dois livros grossos, ou dois tijolos (qualquer coisa que ofereça firmeza para erguer os
dedos dos pés dc 7 a 10 cm). Baixar os calcanhares dc forma que o peito do pé fique
flexionado. Deve-se apoiar um haltcrc nos ombros, por trás da nuca. Levantar c baixar
os calcanhares cm ritmo constante, elevando-se o máximo possível nas pontas dos pés,
para que os tornozelos tenham amplitude total dc movimenta Para começar, usar a
barra de haltcrc sem pesos e, no primeiro mês, fazer 3 séries de 8 repetições. Depois,
aumentar gradualmente para 3 séries de 10 repetições. Então deve-se acrescentar 4,5 kg
à barra c comcçar de novo a partir do inicio.
1A exprcssáo "tesouras alternadas" náo tem relação com alongamento. Pelo contrário, as tesouras
alternadas a que Bruce Lee se referia consistiamcmalternaras pernas cmum movimento de vai-c-vcm
executadodc pé. Mantcndoosjoclhosqua.se perfeitamente retos, pôr o pé direito à frente e o esquerdo
atrás. Lee agregouos braços ao movimento, sincronizando o braço direitocom o pé esquerdo, c o braço
: O tipo de ciclismo que Lee praticava mais era com bicicleta crgométrica. Contudo, pode-se usar
As únicas seqüências que ele fazia sempre eram as de alongamento, que praticava an
tes de lutar ou trcinar. Um desses exercícios, que eu nunca vi ninguém mais fazer, era
aquele cm que a gente senta no chão com um parceiro, um de costas para o outro, c o
outro empurra seus ombros com os dele para que, na posição final, sua cabeça quase
encostasse no chão. Assim a gente fica com as pernas mais flexíveis. Nos revezávamos
para ver até onde conseguíamos chegar. Era um alongamento de tendões.
Mesmo quando Lee eslava ocupado com a dublagem
de algum filme, não era incomum vê-lo com um pê apoiado :
no encosto dc uma cadeira do estúdio, inclinando-sc para a
frente a fim de manter os tendões flexíveis. No estúdio de casa
ele tinha uma barra de alongamento especial, que podia ser
ajustada na altura desejada, bastando para isso elevar a barra i
c então inserir dois pinos para estabilizá-la. Isso permitia que 1
Lee fizesse alongamento até enquanto via televisão ou lia um
livro. Dc fato a flexibilidade estava em pé dc igualdade com a
acróbica do programa dc treinamento dc Brucc Lee.
Pode parecer tolice precisar defender os benefícios da
flexibilidade, especialmente para lutadores. Afinal, a percep
ção que o público tem dos praticantes dc artes marciais é, cm
geral, dc atletas superflexíveis que dão saltos enormes c chu
tes aéreos espetaculares para se livrar dos adversários. No
entanto, fora ojeel kune do, o caratê, o savatc c certos estilos dc
kung fu, na maioria dos currículos de artes marciais o treina
mento dc flexibilidade não ocupa um lugar dc destaque.
144
i
1. É bom para a saúde c o condicionamento. Quando combinado com os métodos
apropriados de treino de força e sessões de ginástica acróbica cardiovascular
como a corrida, o alongamento é a terceira parte do tripé do condicionamento
Para a maioria de nós, a hora ideal para esse exercício é à noite, uma ou duas
horas antes de ir para a cama (talvez assistindo à TV, como Bruce fazia). Isso ajuda a
aliviar um pouco da tensão acumulada durante o dia. Também pode provocar uma
sensação que alguns denominam embriaguez do alongamento, que c algo semelhante
à liberação de endorfinas associada ao conhecido êxtase do corredor. Seja como for,
depois de uma sessão eficaz de flexibilidade, a sensação é de relaxamento, propiciando
um sono tranqüilo.
Progressão n o alongamento
Quando adotamos um programa de alongamento - seja qual for a nossa condição
fisica atual - devemos tentar começar bem devagar, já que sempre existe o risco de
lesionar os músculos e provocar dores caso a sessão seja puxada demais.
Exercidos d e flexibilidade
É fato comprovado que os conhecimentos dc
Lee sobre a ciência da educação física esta
vam em constante expansão. Isso ficava ain
da mais evidente na prática dos exercícios de
flexibilidade. Todo ano (alguns dizem em to
das as sessões) Lee acrescentava mais de dez
novos exercícios de alongamento para au
mentar a flexibilidade do corpo em ângulos
148
Posição inicial: Com ambas as pernas cretas, apoiando-sc cm um dos pés, estender
i outro para que o parceiro o segure, ou apoiá-lo sobre uma mesa ou qualquer superfi-
ic razoavelmente alta. HcrbJackson criou um suporte para alongamento no qual Lee
punha o pé c fazia o exercício - até quando lia um livro. Neste exercício, o tronco deve
ar relativamente ereto e os braços esticados para a frente.
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Posição alongada: Continuar puxando a perna para cima, para a frente ou para o
lado, usando os braços para puxar a corda sua
vemente, quando necessário, para ampliar o
Alongamento comestocada
Ênfase: Músculos dos quadris, das nádegas e
da frente das coxas.
Posiçãoinicial: De pé, ereto, com as mãos nos
quadris.
Posição alongada: Dar um passo à frente com
qualquer uma das pernas c dobrá-la totalmente,
mantendo a outra esticada. Segurar essa posição
durante o período de tempo necessário c depois
repetir o exercício com a outra perna.
Variação: Também é possível fazer esse exer
cício dando um passo para o lado, cm vez de um
passo à frente, o que alonga de maneira muito
mais direta os músculos internos da coxa.
Posição alongada: Puxar o tornozelo suavemente para cima para trabalhar os mús
culos da coxa.
Variação: Também se pode fazer este movimento ajoelhado, inclinando-se para
trás e abraçando a parte superior do tronco com os braços. Nesta variação, pode-se
aumentar a intensidade do exercício simplesmente dobrando um pouco os braços, mas
tomando cuidado para não exagerar.
Alongamento lateral
Ênfase: Trabalha os músculos laterais.
Posição inicial- Ficar em pé com a cabeça erguida, joelhos retos, pésjuntos e braços
ao lado do corpo.
Flexãopara trás
Ênfase: A espinha e os músculos anteriores da
Essa frase de Brucc Lee foi ouvida por milhões de americanos duranic o verão de 1971.
Ele a disse no primeiro episódio de /jmgslreel, seriado de televisão que apresentava um
detetive particular cego, interpretado porjames Franciscus. O seriado - c a caracteri
zação que Lee fez de Li tsung, instrutor dejeet kune do de Longstreet - fez tanto sucesso
que, como aconteceu com o Besouro Verdecinco anos antes, cm pouco tempo ele já rece
bia mais cartas de fãs do que o astro principal.
Não é por nostalgia que menciono isso, mas para ilustrar a ênfase que Lee dava
aos exercícios de resistência ou, como são mais conhecidos hoje cm dia, exercícios aeró-
bicos. Embora o roteiro de Longstreet seja de autoria de Stirling Silliphant, as anotações
dc Lee, escritas dc próprio punho nas margens de sua cópia do texto, revelam que ele
fez inúmeras modificações que mais tarde foram agregadas ao episódio definitivo, in
clusive a frase acima, que salienta a necessidade de ser flexível durante longos períodos
Recordo que uma vez o filho de Bruce e Linda, Brandon, me disse que o pai con
siderava os exercícios aeróbicos ou cardiovasculares a “potência no mundo real",já que
o condicionamento cardiovascular é muito mais útil nos nossos confrontos cotidianos
do que levantar objetos pesados (ou seja, musculação). Conforme Brandon explicou,
“se você tentar fazer um assalto de três minutos de boxe tailandês, não importa qual
seja o tamanho dos seus músculos: se não tiver um aparelho circulatório excelente, vai
estar morto cm 45 segundos, e cu continuarei de pé”.
Que grande verdade! Ainda me lembro de que, depois de conversar com Bran
don, tentei fazer um assalto de três minutos. Ao final da experiência, parecia que cu ia
tossir e expelir fluidos corpóreos vitais. O motivo? Eu não tinha resistência.
Ironicamente, embora as vantagens do treino de resistência sejam sempre expli
cadas aos alunos de artes marciais, pouquíssimos instrutores incluem exercícios car
diovasculares no currículo. Há exceções, é claro, mas em grande parte os exercícios de
resistência passaram para segundo plano, perdendo espaço para a prática de kala e o
aprendizado de técnicas letais. Isso é péssimo, já que a técnica é inútil quando nos falta
a resistência necessária para colocá-la em prática. Não c nenhum segredo que correr
era o exercício dc resistência preferido de Bruce Lee. Ele corria sempre que podia, com
chuva ou sol, para manter a vantagem nas lutas. (O físico excelente c a boa saúde eram
produtos de seus compromisso cardiovascular.) Lee acreditava que as ferramentas (ou
armas) naturais disponíveis para o praticante dc artes marciais eram universais - isto
156 Bruce La
I
c, duas mãos c dois pés. Porém cra a sintonia fina da “máquina” que concedia a opor
tunidade de empregar essas armas de maneira eficaz. Citando o próprio Lee:
A não scr que existam seres humanos com três braços c quatro pernas; a não ser
que haja outro grupo de seres no planeta estruturalmente diferentes de nós, não
pode existir outro estilo de luta. Por quê? Porque temos duas mãos e duas pernas.
O importante é: como podemos usá-las ao máximo? No que diz respeito às traje
tórias [ou seja, o posicionamento dos membros que atacam], podem scr usadas cm
linha reta, linha curva, para cima, para baixo, em circulo. Podem scr lentas, mas,
de acordo com as circunstâncias, às vezes podem não scr lentas. E, com relação
às pernas, podemos chutar para cima, reto - c a mesma coisa, certo? Em termos
físicos, portanto, c preciso perguntar a si mesmo: "Como poderei me tomar tão
coordenado?” Ora, é preciso ser um atleta que pratica a corrida c todos os outros
ingredientes elementares, certo?
Com toda certeza! E como Brucc Lee cra - e continua sendo - o modelo a ser
seguido cm termos de praticantes de artes marciais, seu condicionamento c suas idéias
continuam sendo fundamentais.
Lee defendia que todas as atividades relacionadas à resistência (c ele praticava
muitas delas, de correr a andar de bicicleta, socar c chutar o saco de pancada) deviam
scr realizadas de maneira progressiva. Assim como se espera aumentar o peso no hal-
tere quando a força muscular atinge determinado nível, também sc deve exigir mais
do corpo quando sc atinge determinados níveis cardiovasculares. Segundo Lee:
Para alcançar esse objetivo, temos duas maneiras: uma c corrcr, mas é preciso au
mentar a distância todos os dias, até estar satisfeito com cia. A segunda coisa a obser
var é a progressão: começar devagar c então ir aumentando gradualmente a veloci
dade conforme o condicionamento sc aprimora. Todos esses treinos levarão a um
experimentará uma sensação insuportável, mas não há nada a temer. Esse ponto é
o limite máximo da energia física dc um homem. Sc ele não sofre de doenças car
díacas, depois dc um descanso estará recuperado. Só por meio desse treinamento
duro c indispensável é possível expandir continuamcntc o nível dc energia física.
Os métodos acima são apenas métodos comuns. Quem quiser chegar a um nível
mais elevado, terá dc passar por um supertreinamento físico, ou seja, escalar um
Dicas d e treinamento
Embora seja verdade que obtemos os melhores resultados - não só no condicionamento
físico como no trabalho c na ética cotidiana (ver página 30), conforme Lee demonstrou
para Stirling Silliphant - quando nos recusamos a aceitar limites e procuramos apri-
morar a resistência a cada sessão, tambér Ié verdade que precisamos ter algum parâ-
metro inicial. Em outras palavras, não se
pode simplesmente pular da cama, ir até
a rua c correr até cair, porque assim po
demos exceder nossos limites fisiológicos
c acabar no pronto-socorro em estado de
158
estiver temporariamente "sem fôlego”. Qualquer atividade que resulte em respiração
e pulsação aceleradas aprimora resistência se for sustentada por um período de tempo
suficiente.
Corrida
Se fosse possível dizer que um
160
nhãs, quando posso ficar sozinho com meus pensamentos.” Voltou a se referir
a isso mais uma vez naquele ano ao escrever para um amigo: "Espero que
você continue praticando a corrida, que atualmente é a minha única forma de
C om o correr
Lee achava que o modo de correr não era tão importante quanto o fato de correr. O
desempenho é mais importante que a técnica. Contudo, certas técnicas podem ter in
fluência na performance de corrida.
ficar de pf c ereto. Experiências com corredores provam que, tanto na caminhada
como na corrida, manter uma boa postura é importante, já que permite o máximo
Acabo de comprar uma casa de 2 mil m' cm Bei Air, no alto de um morro com
bastante ar fresco. É como morar no interior, mas é duro para as panturrilhas cor-
Bruce Lee
quando.QuandocueslavatreinandocomBruce,nãoscfalavamuitonoquehoje
E o que ele costumava fazer era correr um pouco, fazer uma corrida veloz, c voltar
a correr devagar; depois ele corria para trás c então voltava à corrida normal; fazia
ate exercícios alternados, passando a perna esquerda sobre a direita - e então volta
va a correr; fazia círculos para exercitar os pés e então corria. Corria para trás para
exercitar os pés c a coordenação, porque descobriu que lutar não c apenas igual a
correr; às vezes c preciso virar-se depressa ou correr para trás. Era assim que ele
aplicava o método e assim que corria. Correr não tem graça! Puxa, cu gosto de
fazer coisas que me dêem prazer. Cara, aquilo é que era treinamento!
Na opinião de Brucc Lee, existia uma diferença essencial enlre força e potência - uma
diferença que não era apenas semântica. Ele definia força como “a capacidade do cor
po de exercer grande força física”.
A potência, por outro lado, ele definia como "capacidade de liberar uma força
explosiva para produzir um movimento súbito, rápido, para mover o corpo com esfor
ço máximo”. Ele também dizia que “potência envolve a velocidade cm que a força se
Eu estava m<irando em To»er Road. Era uma casa cm estilo espanhol, que tinha
um pátio, c <:u treinava coni Bruce ali. Enlim, Bruce apapeceu com um saco de
pancada cnoirmc c pesado.... do tipo que os jogadores de fuitebol americano usam
muito. Pcndu nossos chutes laterais.
Eu dei algun?íeluucs rápidos c Bruic disse: “Está muito volúvcl! Tem dc 3Cenvolver
com a tccnicít!" Quando dei socos, ele disse, “o dedinho semjire vai na frente - pôu!
- ele vai lá!” No fim de tudo, ele disse: “Tudo bem, c assini que se faz” c chutou
o saco, que d<evia pesar entre:45 c 70 kg. Na verdade, ele fez iim buraco no meio do
saco! A correme que o susteintava arrebentou c a coisa saiu >zoando pelo gramado.
Lembro que <estava cheio de trapos, que se espalharam por toda a grama. Acho que
passei meses c:atando trapos:naquele gramado. Foi mesmo unna coisa impressionan-
te de se ver.
durar um saco dc pancada pesado no porão c usar a pernas como usaria as mãos".
Embora Lee advertisse contra o uso excessivo do saco dc pancada, o considerava
componente essencial de seu regime de treinamento de potência. Aos iniciantes no
treino, Lee oferecia o seguinte conselho: "Começar com 3 séries de 50 repetições dc
Bruce Lee
cada tipo dc soco, c então reuni-las cm combinações. Depois trabalhar os chutes indi
vidualmente e, a seguir, em combinação. Por fim, trabalhar com as mãos c os pés em
combinação”. Lee também aconselhava o praticante a treinar com luvas de boxe ou
enfaixar as mãos e os pulsos para evitar lesões.
Embora um treinamento repleto dc improvisações seja a melhor forma de tirar
proveito do saco de pancada, talvez seja útil dar uma olhada cm alguns dos programas
que Bruce Lee rascunhou. Também incluímos a transcrição de uma sessão com saco
de pancada gravada cm videoteipe no quintal de Lee em Bei Air, cm 1968.
2. Um-dois e gancho
3. De direita no corpo - mandibula direita - mandíbula esquerda
4. Um gancho cruzado
5. Direto alto/baixo
Uma das seqüências de socos no saco depancada (treinamento no quintal, Bei Air, 1968)
Ênfase-. Frontal longo com a direita, cruzado dc esquerda, ganchos dc direita c
30. Na volta do saco, Bruce usa o trabalho dc pés para recuar e não ser atingido.
Assume rapidamente a posição de guarda, com grande percepção das ondula
ções do saco, e dispara um frontal de direita (alto).
31. Cruzado dc esquerda (alto)
32. Frontal dc direita (alto)
Como pudemos ver, Lee usava o saco dc pancada para aperfeiçoar diversas téc
nicas dc artes marciais (e controlar seus resultados), bem como para avaliar quais
pontos de apoio e princípios cincsiológicos tinham mais probabilidade dc resultar cm
aumento dc potcncia. Segundo seu antigo sócio, Raymond Chow, do Golden Harvest
Siudios dc Hong Kong, Lee “estudava as artes. Ele as trabalhava I
de verdade para descobrir como se formava cada golpe c como
seria possível torná-lo mais potente”.
Lee achava que o saco de pancada era valioso não só para
desenvolver a potência como também para aprimorar a coorde-
Ele também observava nos alunos (e cm si mesmo) que treinos cm excesso com
saco de pancada resultavam cm descuido na percepção de combate: como o saco não
Quando usar a perna, c muito melhor que seja para chutar uma almofada dc espu-
[chutc sem alvo], porque é ruim para a articulação dojoelho... Sc chutar demais
“Por que fez isso?" Ele respondeu: “Isso é jeel kune do - é preciso ler envolvimento
Brucc Lee dizia que, a não ser que aprenda a juntar chutes e socos em combinações e
a ter resistência, é melhor que o lutador contrate um guarda-costas ou leve uma vida
menos agressiva. Mas qual seria o treino que Lee recomendava para cultivar mais re
sistência nos socos c nos chutes? A resposta é o treinamento intervalado.
Por treinamento intervalado, Lee definia não só a corrida, mas os socos, os chutcs
e o trabalho de pés necessários para o combate. Ele criou um programa que apri
morava as habilidades c o condicionamento essenciais aos lutadores que procuravam
aumentar suas chances em situações de combate. Tendo em mente que o treinamento
intervalado consiste cm surtos de exercícios intensos intercalados com breves períodos
de descanso nos quais o praticante passa de estação cm estação, ou de circuito em
circuito, para manter o sangue circulando c a pulsação elevada, não é de admirar
que, fora o aprimoramento em combate que esse programa cultiva, são imensos os
benefícios para a saúde e o condicionamento. Quem seguir este programa ao menos
por quatro semanas vai ter melhor coordenação, agilidade, resistência, potência, velo
cidade, ritmo, íiming, precisão e tônus muscular, bem como reduzir os níveis de gordura
corporal! Nada mau para um treino de 40 min!
O próprio Lee praticou esta seqüência durante algum tempo e a recomendou ao
aluno Larry Hartsell, que estava se preparando para entrar no que seria o primeiro
torneio de kickboxc (na época, Jull-contacl) realizado nos EUA. Segundo Hartsell, os
resultados obtidos foram espetaculares:
Era uma seqüência que Brucc preparou para mim quando eu estava treinando para
a primeira competição de kickboxc realizada neste pais, em 1968. Foi em San Fran
cisco, no San Francisco Civic Auditorium. Brucc me disse: “Larry, quero que você
faça isso todos os dias, e lute com um sparring ou um saco de pancada o máximo
possível. Prolongue os rounds. Faça mais. Principalmente no começo da seqüência".
Passei três meses treinando com afinco nesjc programa para o torneio. Fiquei em
segundo lugar. Brucc me treinou para isso. Reclamei muito de ter ficado cm segun
do porque nocautcei aquele cara! Fui dcsdassiíicado no segundo assalto porque
bati nele e bum, bum! Chutei o sujeito quando ele estava de quatro. Estávamos
com luvas de boxe, c podíamos usar sapatilhas dc boxe, e tudo o mais, só não valia
golpe baixo c jabs nos olhos. O cara com quem lutei era o favorito do promotor do
evento, um chinês. No terceiro assalto eu o joguei para fora do ringue e ele mal se
agüentava cm pé. Na verdade, ele chcgou perto dc mim c disse: “Você venceu”. Era
praticante dc boxe tailandes c estudou na marinha. Estava morando na Tailândia.
Ainda assim eu o derrubei.
io do programa dc
Treino de habilidade/coordenação
Cinco circuitos de 3 min, um circuito de 5 min, um circuito de 2 min, 5 •/» min
Bntce Lee
Programa particular d e Lee
Na versão do programa que Lee preparou para si mesmo, não há menção à corrida.
No entanto, embora cie não tenha escrito, é seguro deduzir da observação dc seus
esquemas dc treinamento desse período que ele a incluía cm algum momento durante
o dia. Lee normalmente corria dc manhã ccdo e fazia o treino dc artes marciais perto
do meio-dia ou à tarde. Eis a versão de Lee:
1. Kickboxe sombra - 3 min (descanso completo de I min); descontrair, traba
lhar de forma eficiente e econômica
2. Kickboxe sombra - 2 min (descanso completo dc 1 min); trabalhar com mais
afinco (velocidade e mais velocidade)
3. Kickboxe sombra - 2 min (descanso completo dc 1 min); dar o máximo de si
(maior velocidade possível, mas de forma econômica)
4. Pular corda - 5 min; tentar aplicar toda a extensão dc trabalho dc pes
5. Saco de pancada - 3 min (1 min dc descanso); todos os chutes (lateral, gancho,
giro, direto)
6. Saco dc pancada - 3 min (1 min dc descanso); todos os socos (ganchos, diretos,
golpe com a parte posterior do punho)
7. Saco de pancada leve - 3 min (1 min de descanso)
8. Kickboxe sombra - 3 min (1 min dc descanso); descontrair
c. Descontrair
2. Boxe sombra
a. Descontrair
b. Rápido
c. Rapidíssimo
a. Descontrair
b. Rapidíssimo
c. Relaxar a tensão
4. Chute lateral
a. Saco de pancada
b. Luva
c. Escudo
5. Chute gancho
a. Escudo
c. Saco de pancada
Segundo as recordações dc Linda, a família de Lee não fazia das refeições o foco
principal da vida; os alimentos eram simplesmente considerados o “combustível” que
os mantinha cm atividade. Mas Linda lia muitos livros de nutrição, principalmente os
dc Adele Davis, que recomendavam o uso de gêneros alimentícios como cereais inte
grais e evitar totalmente alimentos refinados (ou processados) c açúcares simples.
Como conseqüência da pesquisa de Linda, Lee colhia os frutos dc uma dieta
equilibrada e bastante nutritiva sem ter de comprometer o tempo que dedicava ao trei
namento. Não estou insinuando que Lee não prestava atenção ao que comia. Mais ou
menos como o motorista que quer ter um carro dc alto desempenho só o abasteceria
com gasolina de alta octanagem, Lee percebeu que aqueles que querem um corpo de
alto desempenho não podem abastecê-lo com uma dieta constante dc cerveja c pizza
c esperar que opere no máximo da eficácia. Sem o "combustível" certo, o motor do
corpo ficará lento, na melhor das hipóteses.
Isso não quer dizer que Lee achava necessário morar numa caverna e só comer
nozes c frutinhas silvestres para ter saúde, mas ele percebia que precisamos consumir
alimentos dc maior teor nutritivo do que aquele contido cm refrigerante c cachorros-
quentes. Linda recorda:
cisamcntc uma dieta equilibrada (além do fato de o objetivo deste livro não ser apre
sentar uma avaliação das opiniões predominantes sobre nutrição), vou me concentrar
no padrão de dieta equilibrada de Bruce Lee, que consistia simplesmente na escolha
dos alimentos que tivessem altos teores de proteínas, carboidratos e gorduras.
Carboidratos
Os amidos e os açúcares pertencem à classe dos carboidratos. O nome se refere
à composição química, já que esses alimentos contêm carbono, hidrogênio e oxigênio.
Como a digestão converte os amidos cm açúcares, todos os carboidratos acabam che
gando ao sangue nessa forma.
Dentro do corpo, esse açúcar é queimado lentamente, ou combinado com oxigê
nio (que entra no corpo pelos pulmões). Essa oxidação produz a energia dc que o corpo
precisa para seu processamento interno c para as atividades musculares. Os alimentos
matinais, pão, bolo e macarrão. Feijão, ervilha e batata também são boas fontes. Os
Gorduras
Assim como os carboidratos, as gorduras também fornecem energia ao corpo.
Na verdade são os mais concentrados de todos os alimentos energéticos. Consideran
do que a sensação de fome é provocada pelas contrações do estômago vazio e que as
gorduras demoram para sair do estômago, uma quantidade moderada de gordura na
dieta é valida para evitar fome antes da próxima refeição. Por outro lado, gordura cm
excesso provoca distúrbios digestivos.
A gordura faz parte de iodas as células do corpo. Há camadas finas de gordura
que protegem os nervos; os órgãos internos são parcialmente mantidos em seus lugares
pela gordura; e uma fina camada de gordura sob a pele arredonda os contornos do
corpo e funciona como isolante para evitar a perda de calor corporal cm clima frio.
Certos ácidos graxos são essenciais para a vida e podem ser encontrados em: azeite de
oliva, óleo de milho, óleo de amendoim, óleo de algodão, óleo de ligado de bacalhau,
pasta de amendoim c gemas de ovos. As fontes mais valiosas dc gordura são as que
também contêm importantes sais minerais c hormônios alimentícios. Esses alimentos
são manteiga, queijo, creme, gema dc ovo, fígado dc bacalhau, abacale, amêndoas, no
zes brancas, nozes-pccã, castanhas-do-pará, amendoim, creme dc amendoim e peixes
gordurosos (salmão, cavalinha, sável, arenque, sardinha e atum).
O conteúdo da bebida dc alto teor proteico dc Lee variava, mas podia consistir
em alguns destes ingredientes:
• Leite cm pó nào instantâneo
• Agua ou suco
• Cubos dc gelo
• Lecitina (granulada)
Linda afirma que nunca teve uma receita predeterminada para preparar a bebida
acima, e não sabe recordar infalivelmente as medidas exatas de mais de 25 anos atrás.
Contudo, dependendo da modalidade dc treinamento cm que estava envolvido, ou
de seu peso, Linda recorda que Lee fazia questão dc tomar sua bebida protéica pelo
menos uma vez - geralmente duas vezes - por dia. Bruce Lee escreveu suas próprias
instruções para maximizar a possibilidade de aumento dc peso pela bebida de alto teor
protéico: “Acrescentar amendoim, ovos (com casca) e banana, e bater no liquidificador.
Quem quiser resultados realmente rápidos deve usar ‘Half & H alf [mistura de leite
com creme comercializada nos EUA] cm vez dc leite comum”.
Há dc sc ressaltar que Lee estava recomendando essa dieta para “engordar”. ‘Half
& H alf tem muito mais calorias do que leite normal. Para falar a verdade, o próprio
Lee nunca usou ‘Half& Half.
Além dessas bebidas protéicas, ele tomava um suplemento equilibrado dc vitami
nas c sais minerais. Brucc e Linda freqüentaram a loja Lindbcrg Nutrition, em Santa
Monica, onde compravam pacotes dc vitaminas c sais minerais (que, em geral, con
tinham sete tabletes que juntos formavam uma combinação equilibrada das diversas
vitaminas c sais minerais). Em 1971, quando estava trabalhando cm seu primeiro filme
Lee, que fazia questão de consumir uma cota diária de vitaminas c sais minerais,
atribuía maior importância à vitamina C, a qual consumia quantidades maiores de
de cansaço ou estresse.
Bruce Lee
de salsa, que é riquíssima cm nutrientes - mas não é preciso pôr muita salsa, porque
Lee também tomava sucos extraídos de folhas verdes e outras frutas, que combi
nava com o suco de cenoura para adoçar o sabor. O suco dc frutas c verduras frescas é
a mais rica fome alimentícia dc vitaminas, sais minerais c enzimas. No decorrer de um
dia típico, em geral não conseguimos comer frutas e verduras cruas suficientes para
nutrir bem o corpo. Embora isso sempre tenha sido verdade, hoje em dia precisamos
mais do que nunca de nutrientes extras para ajudar o corpo a se desintoxicar das toxi
nas ambientais. É provável que na maioria dos dias não tenhamos tempo para comer
mais de 2 kg de cenoura. Mas certamente temos tempo para tomar seu equivalente
nutricional cm um delicioso copo de suco rico em nutrientes.
Essa forma tão conveniente dc supernutrição não se perdeu com a morte de Lee.
O uso do processador elétrico de frutas voltou à moda - exatamente pelos mesmos
motivos de Lee quando ligou o dele há mais dc 20 anos, como vemos neste trecho do
livro dc Chcric Calbom c Maurccn Kcanc, Juicingfor Life (Garden City Park, N.Y.:
Avcry, 1992):
O suco faz com que o corpo assimile rapidamente os inúmeros nutrientes valiosos
contidos nos alimentos. As enzimas são catalisadores orgânicos que aumentam o
ritmo de decomposição c absorção dos alimentos. Presentes cm alimentos vegetais
como as frutas e as verduras, as enzimas são destruídas quando esses alimentos são
cozidos. É por isso que as hortaliças e as frutas frescas e cruas devem constituir pelo
menos metade da nossa dieta. A digestão rápida c fácil desses alimentos viabilizada
pelas enzimas proporcionam mais energia e saúde.
Meleginseng
Outra bebida dc carboidratos (em
bora em uma quantidade tão pequena
que mal possa scr qualificada como be
bida) que ajudava a sustentar a energia
dc Lee era a geléia real - uma mistura
supostamente feita com o alimento das
abelhas rainhas. (Vem numa ampola dc
vidro, cuja parte de cima é preciso cortar
com um pequeno cortador que acompa
nha o produto.) Karccm Abdul-Jabbar
recordava que Lee freqüentemente abria
0 amorpelo chá
Embora nunca tomasse café, principalmente
porque não gostava do sabor, Bruce Lee sempre
foi adepto do chá. Linda recorda que Bruce gos
tava muito dc chá com mel. Sempre que estava
trabalhando, especialmente quando filmara em
Hong Kong, Linda preparava para ele uma gran
de garrafa térmica de chá para bebericar entre as
cenas. “Eu fazia um chá bem forte para ele com
um saquinho de chá Lipton. E adoçava com uma
colher de sopa dc mel. Bruce gostava do sabor c
queria beber o dia inteiro."
Outro tipo de chá que Lee apreciava sc chamava li-cha [pronuncia-se lai-lchà)
- que, cm tradução literal, significa “chá leite”. É uma bebida que Lee e Linda costu-
Kong, em 1971. Linda recorda com um sorriso que Wu Ngan, velho amigo de Bruce
e quase sempre seu dublê no cinema, que morava com os Lee cm Hong Kong, cos
tumava preparar li-cha para ela e Bruce todas as manhãs. Um dia ela lhe perguntou
quais eram os ingredientes daquilo que ele sempre considerou um tipo cspccial de chá
chinês. Wu Ngan olhou para ela surpreso e respondeu: “Ah, é chá Lipton, claro!" O li-
cha na verdade é um chá preto quase vermelho - que é deixado em infusão até ficar
bem forte. Depois é acrescido dc leite e açúcar, o que lhe dá um sabor que não difere
muito do chá inglês.
Lee, porém, não se restringia a chá com mel ou li-cha. Linda recorda que “havia
centenas de tipos dc chás chineses - e Bruce gostava da maioria deles". Quando Lee esta
va filmando, os amigos c colegas de trabalho sempre lhe ofereciam diversos chás. Um dc
seus favoritos era o de crisântemo. Além do sabor agradável, Lee sabia que se atribuem
aos chás muitos benefícios à saúde, o que os tomava não só saborosos, porém úteis.
Depois de falar um pouco do que constituía a dieta equilibrada de Lee, vamos ver
como ela se dividia ao longo do dia.
Lanche
Suco ou bebidaprotéica: Proteína em pó, lei
te cm pó não instantâneo com água ou suco,
ovos (às vezes com casca), germe dc trigo, ba
nana ou outra fruta e até pasta dc amendoim.
Também cra comum acrescentar levedo de
Lanche
Suco ou bebida protéica: ver ingredientes
da bebida protéica do lanche matinal.
Lee achava que devíamos ter consciência dos nutrientes que consumimos dia
riamente. Nas páginas do roteiro de Operaçüo DragSo, ele fez as seguintes anotações a
respeito de só consumir as calorias dc que o corpo precisa mesmo, em vez dc simples
mente entregar-se aos prazeres da culinária: “O praticante de artes marciais é doido;
é capaz de chegar a extremos para evoluir nas artes marciais. E um modo de faz£-lo é só
comer o que o corpo precisa e não se empolgar com pratos que não ofereçam benefí
cios ao lutador”.
Em resumo, Lee acreditava que deveria sc manter distante dos alimentos sem
valor calórico e com pouco valor nutritivo, e achava cspccialmente útil evitar açúcares
refinados, gorduras cm excesso, frituras c álcool.
5. Treino de forma - sil lum tao, técnicas de mão c punho Wing Chun
6. Treino dc técnica individual
7. Treino de chi sao
8. Treino dc estilo livre
192 Bruce Lu
Por volta d e 1965
Tabda de treinos de Bruce Lee
Treino de técnicas
Técnicas clássicas
1.Paksao
2. Lop sao
3. Golpe com a parte posterior do punho
4. Ataque baixo e golpe com a parte posterior do punho (esquerda e direita)
5. Pak sao e golpe com a parte posterior do punho
6. Duplo lop sao c golpe com a parte posterior do punho
7. Soco baixo e golpe com a parte posterior do punho, lop sao e golpe com a parte
posterior do punho
8. Jut sao (baixar a guarda do adversário c atacar)
9. Ataque baixo, golpe com a parte posterior do punho c chute
10. Ataque dentro do raio de ação do oponente
11. Entrada no raio de ação do oponente e golpe baixo com a parte posterior do
punho
12. Chute interno e ataque direto
2. O soco de direita
a. Postura
b. Arremessar-se livremente
c. Aprender ritmo quebrado
3. Uso da mão esquerda partindo dc postura
Técnicas de combinação
1. Chute com a canela com pak sao e soco direto
2.Jab com os dedos, ataque baixo na virilha c soco direto
3. Chute com a perna traseira e jab com os dedos
4. Chute simulado, jab com os dedos c ataque direto
Treino nolurno
1. Rosca com a palma da mão para cima
2. Rosca com a palma da mão para baixo
3. Relaxar
4. Rosca invertida
5. Meio agachamento - 5 series de 5
6. Levantamento da panturrilha - 5 séries de 5 (ou 3 séries de 8)
Punho
1. Gancho
2. Cruzado de esquerda
3.Jab com os dedos
Resistência
1. Corrida
Técnicas
1.Chisao
2. Treinos com parceiro
3. Mão
4. Sparring
5. Barriga
Chute lateral
1. Baixo - direita/esquerda
2. AUo - dircita/csqucrda
Chute direto
1. Baixo - direita/esquerda
2. Meio - direita/esquerda
1. Direto/lateral
2. Direto/traseiro
3. Baixo lateral/alto lateral
196
4. Direita-csqucrda
5. Esqucrda-dircila
b. Meio
c. Perio do fim
Chutes no makiwara
b. Médio
c. Alto
2. Chute lateral
a. Baixo
b. Médio
c. Alio
3. Chute giralório
Socos no makiwara
1.Jab
b. Dedos
2. Gancho
5. Palma
6. Cotovelo
1. Soco direto
b. Normal
2. Golpe com a parte posterior do punho
3.Jab com os dedos
Exercícios de socos
1. Soco direto com peso - 3 séries
2. Soco direto com luva - 2 séries
Bruce Lee
1. Parede acolchoada
2. Saco dc pancada
b. Alongamento lateral
c. Alongamento do saltador de obstáculos
d. Alongamento sentado
e. Alongamento com deslizamento
r. Alongamento com polia frontal
g. Alongamento com polia lateral
3. Levantamento dc peso (terças, quintas e sábados)
a. Levantamento olímpico - 2 séries de 8
b. Agachamcnto - 2 séries de 12
c. Pullover - 2 séries de 8
d. Flexão na prancha em supino - 2 séries dc 6
e. Bom-dia - 2 séries de 8
f. Rosca - 2 séries de 8
200
Speed bag alto e baixo
1.Jab de direita
2. Cruzado de esquerda
3. Gancho de direita
4. Soco de esquerda de cima para baixo
5. Combinação
6. Speed bag em platalorma
5. Bom-dia
1. Peso- 3 séries
2. Saco dc pancada leve - 20 min
3. Saco dc pancada - 3 séries
(ênfase no cruzado de esquerda)
17hl5 - 17h45
Abdominais - 5 séries
Aquecimento
llhl5 - 12h20
Socos (esquerda) - 500
Socos (direita) - 500
12h53 - 13h07
Corrida
15h05 - 15h25
Socos, peso, papel
Corda
22h05 - 22h53
Abdominais
Elevações de perna - 4
Flexões laterais
Antebraço/punho (c
(direita) - 500
(esquerda) - 500
IlhOO
Chuck Norrís
(treino de chi sao)
16hl0 - 17h00
Alongamento das pernas
Polia & em pé (quadris)
Direto e lateral
Chute lateral esquerdo
20h30
Abdominais- 5 séries
Elevações de perna - 5 séries
Flexões laterais - 5 séries
Antebraço/punho (isométrico)
I0h40
Socos - 500
(nó do dedo médio sangrando)
Jabs com os dedos - 500
Ted [Wong] veio
Corrida no centro da cidade
Jantar cm Chinatown com os pais de Chcrec [c
Bruce Lee
15h55
Corrida (com pesos}
22h00
Corda - 3 séries
Socos
1. Peso
2. Saco de pancada leve
3. Saco de pancada
(ênfase no soco de esquerda & descendente de esquerda)
Abdominais - 5 séries
Elevações de perna - 5 séries
Flexões laterais 5 séries
c. Joelho
d. Polia (lateral)
c. Polia (direto)
IlhOO- I2h00
Barriga
Elevações de perna - 6 séries
Abdominais - 6 séries
Flexões laterais - 6 séries
12hl5
Antebraço/punho (isométrico x 2)
I4h20
Jabs com os dedos - 450
Socos - 500
15h20
Corrida (com peso)
20h00
Agachamentos com uma perna - 2 séries
210
Agachamcmo/poslura (exercícios isomctricos)
Socos (complementares) - 300
Socos - 500
Jabs com os dedos - 100
Corda - 4 series
Saco de pancada leve (direita e esquerda ênfase na esquerda)
Treino de gungfii
(nó do dedo sangrando)
Ted, Sam [namorada], Linda e eu fomos ao show
22hOO
Ted [Wong] - chi sao
Agachamento/postura (isométrico)
Socos (complementares) - 500 (total - 1.000)
Antebraço/punho (isométrico)
b. Lateral
Polia
b. Direto
12H15
Barriga
a. Elevações de perna - 5 series
b. Flexões laterais - 5 séries
c. Abdominais- 5 séries
13h45
Socos - 400
(nó do dedo médio ferido)
Antebraço/punho (isométrico)
Poslura/agachamento (isométrico)
14h40
Agachamcnto com uma perna - 2 séries
15h30
19h30
Chute crescente defora para dentro
Quinta-feira, 18 dejaneiro de 1968
IlhOO- 12h40
1. Abdominais - 5 séries
2. Flexões laterais - 5 séries
3. Elevações de perna - 5 séries
Pular corda - 5 séries
Saco de pancada leve (um-dois) - 3 séries
Saco de pancada (descendente) - 3 séries
15h20
Agachamento com uma perna - 2 séries
Antebraço/punho (isométrico)
Postura/agachamcnto (isométrico)
15h45
Corrida
(um dia de descanso para os nós dos dedos)
I7h30
Jantar - The Gee
Treino de gungfu
1. Abdominais - 5 séries
2. Flexões laterais - 5 séries
3. Elevações de perna - 5 séries
Antebraço/punho (isométrico)
Postura/agachamento (isométrico)
Agachamcnto com uma perna - 2 séries
Alongamento das pernas (quadris)
Polia
a. Chute lateral
b. Chute direto
(3 séries cada)
Flexões com dedos - 3 séries
Socos - 350
214
Domingo, 21 dejaneiro de 1968
lOhOO
Corrida
Tcd [Wong] - chi sao
Saco dc pancada leve - 3 séries
(cruzado de esquerda)
Saco de pancada - 3 séries (esquerda descendente)
13H30
Prova final na escola
Socos - 350
1. Abdominais - 5 séries
2. Flexões laterais - 5 séries
3. Elevações dc perna - 3 séries
Socos (complementares) - 650
Total (socos) = 1.000
Antebraço/punho (isométrico)
Agachamento com uma perna - 2 séries
Postura/agachamcnto (isométrico)
Corda - 4 séries
Elevações de perna - 6 séries
15h26
Antebraço/punho (isométrico)
15h35
Saco de pancada leve
1. Cruzado de esquerda
2. Um-dois
I5h48
Corrida/corrida veloz
(calo no pé direito)
Barriga
Abdominais - 3 séries
Postura/agachamento (isométrico)
16h00
Mike Stone - chi sao
216
Uh30
Alongamento das pernas (em pé)
1. Direto
2. Lateral
3. Alongamento dos joelhos
Alongamento das pernas (polia)
b. Direto
Saco de pancada leve
1. Um-dois
2. Cruzado dc esquerda
HhOO
Dr. Wong
Mito, Ted, Herb, Arnold Wong, George, Gee, Linda
Trcino dc gnngjii
Chisao
a. Direto
b. Lateral
e. Joelho
Polia
a. Direto
b. Lateral
1. Abdominais - 6 séries
2. Elevações de perna - 6 séries
3. Flexões laterais - 6 séries
I4h00
Antebraço/punho (isométrico)
Postura/agachamcnto (isométrico)
I5h05
Corrida/corrida veloz (4,5 km)
18h00 - 18h50
Vôo n? 645 (Oakland)
Festa surpresa dcJames Lee
a. Abdominais - 6 séries
b. Elevações de perna - 8 séries
c. Flexões laterais - 6 séries
15h00
17h30
Agachamento com uma perna - 2 séries
Punho/antebraço (isométrico)
220
17hOO
Barriga
1. Elevações de perna - 6 séries
2. Flexões laterais - 6 séries
3. Abdominais - 6 séries
Socos (complementares) - 300
Agachamentos com uma perna - 2 séries
Black Bell escolheu o livro
a. Abdominais - 6 séries
b. Elevações de perna - 6 séries
c. Flexões laterais - 6 séries
222 Bruce 1m
Domingo, 25 defevereirode 1968
Socos - 500 (direita)
200 (esquerda)
(cancelada)
• 11 chutes gancho
flexionadas)
8 chutes diretos invertidos
I jab frontal com os dedos da mão direita
golpes frontais com a mão direita
6 ganchos dc direita
• 5 cruzados de esquerda
• 4 golpes com a parle posterior do punho direito
• 4 golpes laterais de um quarto
• 2 uppemds
• 3 ataques ao ponto de apoio
• 13 golpes de cotovelo
• 4 joelhadas
• 4 cabeçadas
• 2 ganchos de arremesso (um com imobilização de braço, outro sem imobilização
de braço)
• 2 rasteiras com o pé esquerdo (uma executada em postura direita, a outra em
postura esquerda)
• 2 rasteiras com o pé direito (uma cm postura direita, a outra cm postura esquerda)
• 2 chutcs para trás (um da postura direita, o outro da postura esquerda)
• 2 agarramentos e torções de pernas (um em pé, o outro deitado)
• 1 agarramento duplo dc pernas (para imobilização das duas pernas e da coluna)
• 2 imobilizações exteriores da axila (da postura direita e da esquerda)
• 2 imobilizações de punho (uma imobilização de punho cruzado, e a outra dc
cotovelo e punho)
• I chavc dc braço (depois do gancho dc arremesso)
• 1 imobilização de punho invertida (para imobilização dos dois braços)
• 3 estrangulamentos
• I puxão de cabelo (para controle da luta corpo-a-corpo)
• 1 pisão no pé (para machucar na luta corpo-a-corpo)
• 1 beliscão (para machucar)
• I puxão dc orelha (para controle)
• 1 apertão na região da virilha
Essas técnicas representam o que Lee pesquisou e praticou durante o ano dc 1970;
algumas foram descartadas mais tarde, outras mantidas, c outras ainda viriam a ser
avaliadas no decorrer dos três anos seguintes. Basta agora imaginar como seria possí
vel tomar-sc proficiente em todas essas técnicas sem treinar o suficiente.
Como vimos, Lee passou milhares - se não centenas dc milhares - dc horas pes
quisando e experimentando novas seqüências dc exercícios, teorias, sistemas c méto
dos. Os pilares de suas convicções quanto ao treinamento eram a experimentação e a
recusa de se tornar escravo de qualquer método. Lee acreditava que, no momento cm
que alguém se apega a um modo dc fazer qualquer coisa, isso bloqueia o potencial dc
verdadeiro aprendizado, crescimento c desenvolvimento. Sendo assim, ele empregou e
experimentou muitos métodos dc treinamento ao longo da vida. Felizmente, também
Fundamentos e flexibilidade
Fundamentos dos exercícios
1. Dependem da necessidade
2. Os elementos básicos são flexibilidade e agilidade
3. Não precisamos fragmentar o treinamento!
4. Corrida
5. Luta com adversário imaginário
Seqüência deflexibilidade 1
1. Chute alto e alongamento da perna de trás
2. Elevação lateral da perna
3. Flexão para a frente
4. Toque no cotovelo
5. Giro da cintura
6. Tesouras alternadas na cadeira
7. Alongamento das pernas (frontal, laicral)
8. Flexões na posição sentada
9. Alongamento da região lombar
Seqüência deflexibilidade 2
1. Alongamento das pernas (direto e laleral)
2. Flexão para a frente
3. Flexão dorsal (cadeira romana)
4. Alongamento da virilha
Seqüências d e vigor/agilidade
Treino de vigor/agilidade
1. Tesouras alternadas - 3 séries de 20
2. Agachamento com pulo - 3 séries de 10
3.3 séries de 1 min cada
Agilidade/resistência
1. Agachamento com pulo
2. Tesouras alternadas
3. Corda c trabalho dc pés
4. Combinação de socos e chutes (técnicas, velocidade c potência)
5. Treino de abdômen
a. Abdominal com perna dobrada
b. Elevações de perna
c. Giro lateral
d. Pernadas de rã
Seqüências d e calistenia
Calistenia Matinal
1. Alongamento direto das pernas
2. Abdominal
3. Alongamento lateral
4. Elevações de perna
5. Flexão lateral
6. Alongamento do saltador de obstáculos
I.Flag
8. Alongamento na posição sentada
9. Giro
10. Alongamento dos tendões
II. Flexão dorsal
Condicionamentogeral
1. Barriga e cintura - abdominais, elevações de perna, giro
2. Resistência (mais agilidade) - correr, pular, saltar
3. Pegada e antebraço - máquina de pegada, rosca invertida, rosca de pulso,
rosca descendente de pulso
Seqüfncia I
1. Condicionamento básico
Programa de condicionamento
1. Tesouras alternadas (agilidade, pernas,
resistência)
2. Giro da cintura (oblíquos externos)
3. Corrida sem sair do lugar (agilidade,
2. Flexões
a. Braços abertos (batendo palma 1, 2)
3. Agachamcntos de ‘/«
a. '/j agachamcntos
4. Meio sugado
a. Contando até 2
b. Contando até 4 (inclusive em pé)
c. Contando até 4 c pular, deitar
5. Dorso
a. Levantamento dorsal (uma perna; alternando braços e pés [laterais, acima
da cabeça]) balançando o corpo
b. Lateral
c. Traseiro
d. Alongamento da virilha
1. Com joelhos flexionados
2. Com as pernas esticadas
e. Elevando o joelho
1. Nivelando o joelho
2. Chutes realmente lemos
9. Alongamento para flexibilidade
a. Pernas
10. Subir degraus
Oportunidades cotidianas
1. Escada
2. Ficar sobre um pc só (ao calçar o sapato)
3. Caminhada
4. Percepção silenciosa
B. Cintura
1. Giro da cintura
a. Com barra
Exercícios Preparatórios
1. Tesouras alternadas
2. Circulo dos ombros
1. Abdominal
2. Respiração mais superficial
1. Chute alto
2. Elevações de perna
condicionamento físico
1. Barriga
a. Abdominal
b. Elevações de perna
c. Giro da cintura
2. Ombros
b. Balançar
3. Pernas
a. Chute alto (flexibilidade)
b. Balançar as pernas
Seqüências d e potência/velocidade
a. Socos no saco - pesado, leve, papel (c máscara para jab com os dedos)
b. Treino isométrico - pressão para fora
c. Musculação
1. Agachamento
2. Flexão na prancha em supino
Seqüência isométrica
Os oitos exercícios isomitricosfundamentais
1. Desenvolvimento de ombro isométrico (fase inicial)
2. Desenvolvimento de ombro isométrico (fase final)
3. Levantar-se na ponta dos pés
4. Flexão
5. Agachamento paralelo
6. Contração dos ombros
7. Lcvantamcnto-terra
8. Meio agachamento
Ombros
a. Compressão atrás da cabeça
b. Compressão acima da cabeça
c. Compressão lateral de ambos os lados
Musculação
• Agachamcnto
• Levantamento da panturrilha
b. Pegada
• Antebraço
• Pegada
c. Condicionamento físico geral
• Agachamcnto
• Lcvantamcnto-terra
• Flexão na prancha em supino
1. Panturrilha
2. Flexão
3. Exercícios isométricos
Exercido Técnica
1 Jab simples ou jab duplo
2 Jab de direita (baixo) e gancho dc direita ou jab de direita
3 Jab dc direita (dentro) c gancho de direita (fora)
4-a Jab dc direita e golpe com o dorso da mão direita
4-b Jab dc direita (por íòra),jab dc direita (por dentro) c gancho dc
esquerda (baixo)
5-a Jab dc direita (alto) c jab dc direita ou gancho
5-b Jab dc direita (alto),jab de direita (baixo) c gancho de direita
(por fora)
6 Jab de direita (alto) c cruzado dc esquerda (alto) ou gancho de
1. Giro da cintura
2. Rosca com a palma da mão para cima
3. Cadeira romana
4. Flexão de joelho
5. Flexão lateral
6. Rosca com a palma da mão para baixo
Desenvolvimentogeral
1. Braço
238
a. Levantamento olímpico
b. Rosca
2. Ombros
a. Desenvolvimento atrás da
b. Remada vertical
3. Pernas
a. Remada
5. Tórax
a. Flexão na prancha em su
Trdno de pegada
I. Qualquer oportunidade diariamente
Treino d e chutes
Aquecimento
a. Alongamento com polia lateral
b. Alongamento com polia frontal
1. Aquecimento
a. A saída da água
b.Joelho
2.0 chicote
3. A chicotada lateral
Série freelance 2
Consiste em:
Jik tek (chute direto)
O’ou tek (chute gancho)
Juk tek (chute lateral)
Hou tek (chute traseiro)
Juen tek (chute giratório)
Qua tek (chute gancho invertido)
242
Chute lateral
1. Baixo - direita/esquerda
2. Alto - direita/esquerda
1. Baixo - direita/esquerda
2. Médio - direita/esquerda
1. Direto/lateral
2. Direto/traseiro
3. Lateral baixo/lateral alto
4. Direita - esquerda
Chutes no makiwara
1. Chute gancho
a. Baixo
b. Médio
c. Alto
2. Chute lateral
a. Baixo
b. Médio
c. Alto
3. Chute giratório
4. Chute invertido
5. Chute para a frente
Exercícios de soco
1. Soco direto com peso - 3 séries
2. Soco direto com luva - 2 séries
3. Entrada com soco direto - 2 séries
b. Longo c curlo
1. Acolchoado de parede
2. Saco dc pancada
Treino d e técnica
B.
1. Pak sao
2. Lop sao
3. Golpe com a parte posterior do punho
4. Soco direto e golpe com a parte posterior do punho (esquerda c direita)
5. Pak sao c golpe com a parte posterior do punho
6. Duplo top sao
7. Golpe baixo c golpe com a parte posterior do punho
8. Golpe baixo c golpe com a parte posterior do punho para chute
9. Soco dentro do raio dc ação do oponente
10. Golpe direto dentro do raio dc ação do oponente
11. Golpe baixo para golpe com a parte posterior do punho
Técnicas de defesapessoal 2
1. Segurar pelo colarinho (mão esquerda c direita)
(empurrar - mão direita ou esquerda)
2. Empurrão (duas mãos - ou depois de ser empurrado - chute)
3. Direto de direita
a. Balanço de direita
b. Uppercut de direita
4.Jab de esquerda
a. Gancho de esquerda
b. Uppercut de esquerda
c. Swing de esquerda
d. Curva para a esquerda
Percepção defensiva
1. Golpe defensivo - chute c billjee
2. Esquiva e ataque
Técnicas clássicas
1.Paksao
2. Lopsao
3. Golpe com a parte posterior do punho
4. Ataque baixo e golpe com a parte posterior do punho (esquerda c direita)
5. Pak sao e golpe com a parte posterior do punho
6. Duplo lop sao c golpe com a parte posterior do punho
7. Soco baixo e golpe com a parte posterior do punho, lop sao e golpe com a
parte posterior do punho
8.Jut sao (baixar a guarda do adversário e atacar)
Técnicas adicionais
a. Alto/baixo (esquerda e direita)
b. Um-dois
Técnicas de combinação
1. Chute com a canela com pak sao c soco direto
2. Jab com os dedos, ataque baixo na virilha e soco direto
3. Chute com a perna traseira c jab com os dedos
4. Chute simulado,jab com os dedos c golpe direto
Aula particular
1. Chute defensivo com canela/joelho
2. Golpe com a mão direita para todos os fins (curta distância)
3. Mudança súbita de direção c de nível e contra-ataque
4. Chute traseiro
1. Duro e suave
2. O julgar na seleção
Treino Diário
Todo dia
A. Alongamento c extensão de pernas
B. Força da pegada
Toda noite
1. Rosca com a palma da mão para cima
2. Rosca com a palma da mão para baixo
3. Relaxar
4. Rosca invertida
5. Meio agachamento - 5 séries de 5
6. Levantamento da panturrilha - 5 séries dc 5 (ou 3 series de 8)
Punho
1. Gancho
2. Cruzado dc esquerda
3. Jab com os dedos
Resistência
1. Corrida
2. Chute giratório
Técnicas
1. Chisao
2. Treino com parceiro
Mio
Treino d e g u n g fu
1. Socos - direto, gancho, cruzado, com
o dorso da mão
2. Chutes - lateral, direto, gancho,
e. Giro
f. Flexão para trás
2. Flexibilidade (lodo dia)
olímpico - 4 séries de 6
b. Agachamento - 4 séries de 6
c. Bom-dia - 4 séries de 6
d. Flexão na prancha em supino - 4 séries de 5
e. Rosca - 4 séries de 6
4. Chutes (terça, quinta e sábado)
a. Chute lateral - direita c esquerda
b. Chute gancho direita e esquerda
c. Chute giratório - direita e esquerda
d. Golpe frontal com a perna de trás - direita c esquerda
c. Chute com o calcanhar - direita c esquerda
5. Socos (segunda, quarta e sexta)
a. Jab - speedbag, superfície acolchoada, saco alto c baixo
b. Cruzado - acolchoado de espuma, saco de pancada, saco alto e baixo
c. Gancho - saco de pancada, superfície acolchoada, saco alto e baixo
d. Cruzado de cima para baixo - superfície acolchoada, saco de pancada
e. Combinações - saco de pancada, speed bag alto e baixo
f. Sessão com speedbag cm plataforma
g. Saco alto e baixo
6. Resistência (bicicleta ergométrica)
a. Corrida (segunda, quarta e sexta)
b. Solto
c. Para cima
5. Golpe dc esquerda de cima para baixo
252
Terça, quinta e sábado (Técnicas depemas)
1. Alongamento com polia do lado direito
2. Chute lateral direito
3. Alongamento com polia do lado direito
4. Chute lateral esquerdo
5. Alongamento com polia do lado esquerdo
6. Chute gancho frontal de direita
7. Chute gancho invertido de esquerda
8. Chute com o calcanhar direito
9. Chute para trás com giro para a esquerda
10. Chute frontal invertido para a esquerda
Durante os anos cm que Bruce Lee elaborou programas para os alunos, acreditava-se
que ele criava treinamentos únicos c distintos para cada um deles. Isso não só consu
miria muito tempo (o que seria inviável cm razão de sua agenda lotada) como também
seria desnecessário, já que a pesquisa que Lee fez da fisiologia humana revelou que
temos a mesma fisiologia e, conseqüentemente, reações semelhantes ao estímulo das
256
1. Chute alto e alongamento
2. Elevação lateral da perna
3. Flexão para a frente
4. Toque no cotovelo
3. Giro da cintura
6. Tesouras alternadas na cadeira
7. Alongamento das pernas (frontal, lateral)
8. Flexões na posição sentada
9. Alongamento da região lombar
8. Meio agachamcnto
1. Exercícios isométricos
a. Desenvolvimento de ombro isométrico (fase final)
b. Desenvolvimento de ombro isométrico (fase inicial)
c. Levantar-se na ponta dos pés
d. Flexão
c. Agachamcnto paralelo
f. Contração dos ombros
g. Lcvantamento-terra
h. Meio agachamcnto
2. Agachamcnto pesado
Respirar bem fundo três vezes - todo o ar que conseguir manter nos pulmões.
Prender o lõlcgo na terceira vez c agachar-se. Levantar-se o mais rápido possível. Ex
pirar quando estiver quase ereto. Usar carga pesada - fazer de 12 a 20 repetições.
Socos
1. Soco direto - as três escalas
2. Soco com o braço flexionado - as três escalas
Treino d e antebraço/pegada
Fazer os exercícios a seguir com extensão e contração completas, mantendo sempre
uma boa pegada na barra. Para obter melhores resultados, engrossar a barra enrolan
do algo ao redor e, acima de tudo, jamais trapacear cm nenhum exercício - usar o peso
que conseguir agüentar sem tensão desnecessária.
1. Rosca invertida - 3 séries de 10
2. Rosca com força na pegada - 3 séries de 10
3. Rosca sem força na pegada - 3 séries de 10
4. Rolo de punho - 3 séries de uma subida e uma descida
5. Giro da barra de apoio - 3 séries de 10
1. Rosca invertida
3. Rosca e
4. Rolo de punho
5. Giro da barra de
I
2. Rosca com força na pegada - 3 séries de 10
3. Rosca sem força na pegada - 3 séries de 10
4. Rolo de punho - 3 séries de uma subida e
uma descida
5. Giro da barra de apoio - 3 séries de 8
Sequência "Despertar"
Diariamente, antes dc sair da cama:
1. Alongamento do corpo inteiro - 5 vezes,
mantendo o alongamento por 3 s, 2 s
dc descanso
2. Arco para trás - 5 vezes
3. Tensão de perna - 12 vezes, 3 s de tensão,
2 s dc descanso
4. Tensão abdominal - 10 vezes, 3 s de tensão, 2 s de descanso
5. Abdominal, tocar dedos dos pés - 5 vezes
6. Elevações de perna Hexionada - 5 vezes
2. Flexão média
3. Flexão alta
4. Flexão na barra até a altura do queixo
5. Flexão na barra até a altura do peito
6. Rosca
7. Rosca invertida
8. Peitorais
9. Abdominais
10. Agachamento médio
1. De frente - 4 séries de 20
2. Postura direita - 3 séries de 20
3. Entrada com soco de direita - 3 séries de 20
4. Socos no saco dc pancada - 3 séries dc 20
5. Socos de direita e esquerda 2 séries dc 20
(postura direita e esquerda)
Terça, quinta e sábado
Exercidas abdominais
1. Giro da cintura - 4 séries de 100
2. Giro abdominal - 4 séries de 15
3. Elevações dc perna - 4 séries de 15
Altura: 1,71 m
Peso: 62 kg (Obs.: Quando filmou Operação Dragão, o peso de Lee havia baixado para
56,7 kg.)
Medidas*
Parles do corpo
Tórax (início): relaxado 99 cm; expandido 105 cm
Tórax (depois): relaxado 109 cm; expandido 112 cm
Pescoço (início): 38 cm
Pescoço (depois): 39 cm
Bíceps esquerdo (início): 33 cm
Bíceps esquerdo (depois): 35 cm
Bíceps direito (inicio): 34 cm
Biccps direito (depois): 36 cm
Antebraço esquerdo (inicio): 28 cm
Antebraço esquerdo (depois): 30 cm
Antebraço direito (inicio): 30 cm
Antebraço direito (depois): 32 cm
Punho esquerdo (inicio): 16 cm
Punho esquerdo (depois): 17 cm
Punho direito (início): 16,5 cm
Punho direito (depois): 17 cm
Coxa esquerda (início): 53 cm
Coxa esquerda (depois): 57 cm
Coxa direita (início): 54 cm
Coxa direita (depois): 57 cm
Panturrilha esquerda (inicio): 31 cm
Panturrilha esquerda (depois): 32 cm
Panturrilha direita (início): 32 cm
Panturrilha direita (depois): 33 cm
Na época de OperaçãoDmgâo, Bruce Lee tinha perdido uma quantidade considerável
de gordura corporal: a medida do tórax tinha baixado para 85 cm (normal) e 96,5 cm
(expandido), ele estava pesando 56,75 kg c sua cintura media apenas 66 cm.
Brucc Lee usou a Marcy Circuit Trainer até o dia dc sua morte, cm 20 de julho de 1973.
Depois que morreu. Linda Lee Cadvvell, percebendo que seria desnecessário, difícil c
caro transportar a máquina de Hong Kong para a Califórnia, doou-a à escola em que
Brucc fez o curso secundário, La Salle College, cm Kowloon, onde ficou até 1995.
Quando fazia a pesquisa para este livro, entrei cm contato com a instituição, na
esperança de que Linda também tivesse doado um dos programas dc treinamento dc
Bruce para a máquina. Eu esperara que, pelo menos, pudessem tirar uma foto do apa-
A última frase do irmão Patrick parecia pedir um acompanhamento por fax. Aliás,
pensar em um objeto tão importante desmontado em um depósito durante anos não
era uma idéia agradável para mim. Escrevi novamente, informando que sentia muito
por saber que a máquina de exercícios dc Bruce fora desmontada. “Se pretende mon
tá-la em breve”, escrevi, “seria possível bater uma fotografia dela? Ou, se quiser criar
mais espaço no seu depósito e for vendê-la, por favor não se esqueça dc mim, porque
tenho interesse em comprá-la”.
Recebi, então, o maior choque da minha vida. Certa noite cheguei tarde em casa
e encontrei um fax com a resposta do irmão Patrick: “Apesar do meu grande empenho,
não consegui desenterrar nenhuma foto ou gráfico que diga respeito a Bruce... Quan
to à máquina que foi desmontada, o senhor tem toda liberdade de levá-la, e não há
necessidade de pagamento nenhum. De fato, dá pena vê-la enferrujar-se no depósito.
Avise-me se houver mais alguma coisa em que eu possa ajudar”.
A resposta dele me deixou chocado e felicíssimo! Liguei imediatamente para Lin
da Lee Cadwcll para avisar que, após um período de 22 anos, a máquina dc exercícios
de Bruce ia voltar para casa! Eu sabia que Linda ficaria tão empolgada quanto eu com
a notícia. Também me senti na obrigação dc comunicar que, embora o La Salle Colle-
ge tivesse dado a mim a máquina, eu reconhecia que o verdadeiro dono fora o marido
dela e que, embora Linda a tivesse doado em 1973, se a quisesse de volta, eu me sentiria
na obrigação de devolvê-la.
Linda interessou-se muito pela notícia e me fez apenas uma pergunta: “Pretende
vendê-la, John?” “Não”, respondi com sinceridade, "quero restaurá-la, treinar com ela
c, algum dia, passá-la aos meus filhos”. Acho que a minha resposta a agradou. “Bom,
nesse caso, fique com ela”, disse Linda. Fiquei extasiado.
A essa altura, eu não fazia idéia do estado de deterioração da máquina (nem ao
menos se estava de fato deteriorada), nem quanto trabalho daria a restauração. E havia
o problema, nada pequeno, de dar um jeito de pagar o frete da máquina “gratuita”.
Como a maioria dos escritores pode confirmar, a não ser que seu nome seja John
Grisham, o pouco dinheiro que o autor ganha com um livro geralmente acaba rápido,
c eu não unha mesmo nada sobrando.
normal. “John, lamento pelo ocorrido com o seu pai", começou. “Sei que com mais
uma criança a caminho [nosso terceiro filho, Brandon] c tudo o mais que está fazendo,
a sua situação financeira não deve estar lá muito boa." Concordei, acrescentando que a
coisa estava feia para todo mundo e que, embora agradecesse a preocupação dele, não
havia necessidade de so preocupar. “Mas eu gostaria de fazer uma visita”, disse ele, “se
não for incômodo”.
Eu estava ansioso para ver Ted e, tendo acabado de sair do melancólico enterro
do meu pai, aceitei de bom grado a oportunidade de espairecer um pouco. Para sur
presa minha, porém, a visita daquela noite tinha uma finalidade especifica. Ele me
ofereceu um cheque e fez questão de que eu o aceitasse. “Acho que Bruce ia querer que
vocc ficasse com essa máquina”, disse ele, com toda a sinceridade. “Houve tempos du
rante a minha amizade com o Bruce em que ele passou por dificuldades financeiras e
eu gostaria de tê-lo ajudado, mas não tinha essa possibilidade”, explicou. “Agora tenho
como fazer algo por você e pelo Bruce. Acho que ele gostaria que essa máquina losse
restaurada e protegida. E não precisa devolver o dinheiro. Eu quero fazer isso. Estou
contente por ver a Marcy Machine do Bruce voltar para casa.”
Eu não sabia o que dizer. Ainda não sei. Nunca tinha sido agraciado com tama
nha bondade ou generosidade. Passei a conhecer Ted Wong muito melhor naquela
noite - e também o calibre dos amigos de Bruce Lee. Aceitei o presente porque queria
aquela máquina mais do que qualquer coisa no mundo - porém também por respeito
a ele; eu sabia que o aspecto emocional de Ted pesava bastante naquela decisão.
à minha casa na noite de 13 de setembro. Tratei'logo de ligar para Ted. Ele, por sua
Bruce Lee
vez, avisou HcrbJackson (a mesma dupla que estivera com Bruce Lee cm Hong Kong
quando a máquina fez sua primeira travessia do Pacífico). Às 10 horas da noite de
13 de setembro, estavam os dois na entrada da minha garagem esperando a volta da
máquina.
Quando o imenso caminhão da transportadora estacionou c abriu a porta de carga,
nos prontificamos a ajudar a descarregar. Estávamos tomados pela curiosidade: Qual se
ria a aparência dela? Será que ainda funcionava? Estaria muito enferrujada? Hcrb c Tcd
começaram a martelar o enorme engradado dc pinho c compensado. Herb - 72 anos de
idade - trabalhou mais que todos nós naquela noite, arrancando os pregos do engradado
c rasgando o plástico protetor.
Quando finalmente abrimos, vimos as
peças que, coletivamente, um dia foram res
ponsáveis pela construção do físico mais im
pressionante do século XX. Sim, havia muita
ferrugem c até tinta sobre o cromado original
da máquina. Ainda assim aquela era, sem so
bra de dúvida, a Marcy Circuit Traincr dc
Bruce Lee. Conferi as peças que conseguia
identificar pelos vislumbres rápidos da má
quina que apareceram no vídeo Bruce Lee: a
Lenda c cm um especial para a TV japonesa
que apresentava o aparelho (cedido pelo La Salle Collcgc) para comemorar o lança
mento do último filme de Lee, OJogo da Morte, cm 1978.
Ali estavam as alças das polias que Bob Wall me
contou que Bruce usara fervorosamente nos treinos
para Operação Dragão-, a estação destacável de exercícios
para os joelhos, parte da qual estava visível cm Bruce
La: a lenda, c também a unidade dc flexão do latíssi-
mo do dorso que Bruce empregara no cultivo dc sua
tremenda musculatura naquela área, o que resultou
em seu inigualável formato dc “V”. O mais importan
te: a unidade dc flexão do latíssimo do dorso tinha um
adesivo da fábrica onde estava escrito “Marcy Circuit
Trainer, Model CT-9-M” e o número de série “2175”
- confirmando que era mesmo a máquina que perten
cera a Bruce Lee. A Marcy Circuit Traincr, “máquina
de músculos” de Bruce Lee, finalmente soltara para
casa - após um período de pelo menos 22 anos.
Ao escrever este livro, tive a sorte de poder conversar sobre o mctodo de condiciona
mento Tísico de Bruce Lee com muita gente que trabalhou junto com ele. Além disso,
Linda Lee Cadwcll me deu acesso á extensa biblioteca de Lee sobre cultura Tísica, de
senvolvimento e nutrição, bem como aos materiais manuscritos dos Arquivos de Bruce
Lee. Prestando atenção especial às notas nas margens e aos trechos que ele sublinhou
e destacou, aprendi mais sobre suas convicções, filosofia e metodologia para atingir a
trabalho. Aos leitores que quiserem pesquisar o assunto de maneira mais aprofundada,
recomendo procurar os materiais publicados.
Entrevistas
Fontes im pressas
Escritos inéditos de Bruce Lee*
• A não ser quando identificados de outra maneira, todo o material inédito está
nos Arquivos de Bruce Lee c na Biblioteca de Bruce Lee.
Barrs,John. Bodybuilding: The Official Training Textbook ofthe British Amateur Weight-Lifters
Association. London: Vigour Press, (s.d.).
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Bruce LeeJeet kune do Club. Reminiscence ofBruce Lee. Hong Kong: Bruce LeeJeet kune
do Club, 1978.
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______. The Makingof Enter the Dragpn. Burbank: Unique Publications, 1987.
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Inosanto, Dan. A Guide toMartialArts Trainingwith Equipment. Burbank: Know Now, 1980.
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