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U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
MATERIAL DIDÁTICO
FUNDAMENTOS DE BIOFÍSICA
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
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INTRODUÇÃO
Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das
ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se
tratando, portanto, de uma redação original.
Apontamentos de Roque (2014) dizem que o termo “biofísica” foi usado pela
primeira vez na literatura científica pelo matemático e estatístico inglês Karl Pearson
em seu livro ‘The Grammar of Science’, publicado em 1892.
diversas áreas do conhecimento gerando resultados que podem ser úteis em uma
grande variedade de situações. A Biologia, constantemente, faz uso de conceitos e
técnicas de outras áreas, incluindo a física, mesmo possuindo seus próprios
métodos de pesquisa e coleta de dados. Esta conexão entre áreas ocorre também,
por meio do intenso uso de aparelhos para exames de diagnóstico, na sua maioria
baseados em princípios físicos (GUIMARÃES, 2010, p. 15).
A verdade é que, como diz Corso (2009) tornou-se já senso comum afirmar
que o século XX foi da física e o XXI será da biologia. Palavras com o prefixo bio são
criadas a todo o momento: biotecnologia, bioinformática, biorremediaçaão,
biomecânica, bioindicador, bioestatística. Envolta em manto de mistérios a partícula
semântica bio fascina e encanta.
É isso que esperamos de você, educador, que comprometido com sua práxis
se empenhe para que esses alunos possam atingir o esperado. Aprofundar os
conteúdos, promover seminários, grupos de estudos, aulas em laboratório, utilizar
outros recursos como a resolução de problemas, trabalhar por projetos,
contextualizar/relacionar situações cotidianas são apenas algumas sugestões de
métodos que podem fazer uso para motivá-los e instigá-los.
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Tanto Corso (2009) quanto Angotti (1993) citados por Guimarães (2010),
destacam a importância dos conceitos como “construtos dialéticos por excelência”1 e
exemplificam o que, no trabalho do professor, chama-se de interdisciplinaridade: um
convite a ações comuns, articulação entre os conteúdos da Física e da Biologia.
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A construção dialética do conhecimento implica uma relação também dialética entre o professor e o
aluno, a percepção do aluno dentro do processo de ensino e aprendizagem como um sujeito
autônomo, alguém que seja capaz de construir uma relação significativa no processo de elaboração
do conhecimento com o professor (GUIMARÃES, 2010, p. 24)
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ressaltar quais tópicos da Física podem ser usados com enfoque em algumas áreas
da Biologia.
Uma vez que estamos tratando dos fundamentos da Biofísica, eles não
poderiam ficar à margem dessa apostila, mas atentamos para o seguinte: são
noções básicas, certo?
a) Medidas
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampère A
Temperatura termodinâmica Kelvin K
Intensidade luminosa Candela cd
Quantidade de substância Mole mol
b) Padrões
Durán (2003) explica que os inconvenientes deste padrão unitário eram ter
de se fazer muitas réplicas do objeto, para disponibilizá-las a outros países, e de ser
necessário comparar periodicamente estas réplicas com o padrão internacional.
Assim, em 14 de outubro de 1969, a Conferência Geral alterou a definição deste
padrão internacional, utilizando uma unidade natural de comprimento baseada na
radiação atômica. É aceito agora, como padrão de medida de comprimento, o
comprimento de onda da luz vermelho-alaranjada emitida pelos átomos excitados do
isótopo criptônio 86. Foi definido que exatamente 1 650 763,73 comprimentos desta
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onda constituem 1 metro. Este padrão pode ser reproduzido em muitos laboratórios
do mundo inteiro, evitando assim a necessidade de deslocamento, para fazer
comparações com um padrão.
Observem:
Para medir uma grandeza, podemos fazer apenas uma ou várias medidas
repetidas, dependendo das condições experimentais particulares ou ainda da
postura adotada frente ao experimento.
Teremos uma precisão maior quanto menor for o desvio absoluto. Sempre é
desejável obter a maior precisão possível. Se, ao fazer a medida de uma grandeza,
encontrarmos um desvio absoluto muito grande e o diminuirmos arbitrariamente,
então essa redução arbitrária da faixa de desvio lança dúvidas sobre a certeza de
que o valor da medida feita estará dentro da nova faixa de valores, pois esta se
tornou mais estreita. Portanto, precisão e certeza estão relacionadas, e não
podemos modificar arbitrariamente uma delas sem que a outra seja modificada.
Vejamos, com um exemplo, como esta relação aparece quando lidamos com várias
medidas de uma mesma grandeza:
- Como para conciliar certeza e precisão não adianta ter uma certeza muito
grande e uma precisão pequena, ou vice-versa, então podemos expressar este
potencial de Nernst de duas maneiras: (54,20 ±0,03) mV ou (54,20 ±0,04) mV. No
primeiro caso, a precisão é boa, e a certeza é de 50% (cinco em dez medidas); no
segundo, a certeza aumenta para 70%, mas a precisão diminui.
c) Escala
Na Figura acima temos dois cubos, um com lado I, e outro com lado l' = 2I; e
duas esferas, uma com raio r, e outra com raio r' = 3r. Neste caso, um cubo tem o
lado duas vezes maior que o outro; este fator 2, ou L, em geral é denominado fator
de escala. Ao comparar o tamanho de seus raios, o fator de escala L para as esferas
será 3. Se compararmos as áreas das superfícies externas e os volumes destas
figuras de formas semelhantes, veremos que:
d) Gráficos
Assim:
um gráfico pode evidenciar uma relação entre grandezas, que seria difícil de
estabelecer só inspecionando uma tabela.
eixos. As folhas para gráficos mais utilizadas apresentam dois tipos de escalas: a
milimetrada e a logarítmica. A combinação dessas escalas dá origem a três tipos de
folha para gráficos:
quando o valor das grandezas já tem seu desvio absoluto definido, o gráfico
deve trazer esta informação. Por exemplo, se a grandeza representada no
eixo y tem desvio ± Δy e a representada no eixo x tem desvio ± Δx, então a
representação desses desvios na folha para gráfico será:
G’ = b + mG
STHAL (1962 apud DURÁN, 2003) diz que os cientistas às vezes podem ser
classificados como os que ajuntam ou separam fatos que ocorrem na natureza. Os
que ajuntam, geralmente os físicos, descrevem leis que ligam fenômenos
aparentemente diversos entre si. Os que separam, geralmente os das ciências da
vida, relatam mais a diversidade. Mas há exceções, como é o caso do problema da
escala biológica, em que ambas as tendências reunidas permitem melhorar a
compreensão de fatos conhecidos.
UNIDADE 4 – BIOMÊCANICA
Com dizem Amadio e Serrão (2011), ainda que esse seja um objetivo
comum a muitas áreas que compõem o corpo de conhecimento da Educação Física
e do Esporte, a Biomecânica procede sua análise a partir de um prisma particular: o
das leis da Física.
UNIDADE 5 – BIOELETRICIDADE
e = 1,6 x 10-19 C,
temos que:
UNIDADE 6 – BIOACÚSTICA
ondas na água;
Se um pulso viaja uma distância Δx, em um tempo Δt, sua velocidade média
de propagação será v = Δx/Δt. Em geral, a velocidade de um pulso depende das
propriedades físicas do meio em que ele se propaga, e não da velocidade da fonte
que gera o pulso em relação ao meio.
Grande parte das informações que o ser humano recebe é transmitida por
ondas sonoras. Elas, normalmente, provêm do ambiente que nos cerca e são
originadas em diversas fontes sonoras. O sistema auditivo dos animais permite a
captação dessas ondas e o reconhecimento do conteúdo de informação que
possuem. Além de participar da audição, o aparelho auditivo humano também está
relacionado com o equilíbrio do corpo (GARCIA, 2002).
Para Heneine (2005), alguns animais são até capazes de mover o pavilhão
auditivo, e dessa forma, direcionar a captação, semelhante a uma antena de radar.
Uma das aplicabilidades dos estudos que reúne a Física e a Biologia, nós
encontramos no uso das ondas ultrassônicas, que são ondas mecânicas
longitudinais, cujas frequências estão fora do campo de audibilidade dos humanos.
Muitos animais têm um campo de audição que inclui essas ondas acústicas,
como, por exemplo:
os golfinhos podem ouvir frequências entre 10 kHz e 240 kHz; entre outros.
alta, como é o caso das ondas utilizadas em terapia médica ou para limpeza
por cavitação. Essas ondas muito intensas caracterizam-se por produzir
alterações no meio em que são aplicadas, como, por exemplo, a ruptura das
células biológicas.
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A visão dos espécimes vivos acontece por meio dos olhos que funciona
respondendo à ação da luz visível nesse órgão.
A luz propaga energia sem propagar massa, sendo importante para todo tipo
de vida existente na Terra. Ela proporciona aos espécimes informações sobre seu
meio ambiente vitais para a sua sobrevivência. A luz também é muito utilizada em
aplicações médicas, científicas, tecnológicas, entre outras. Sua natureza pode ser:
ΔE = h . v = hc/λ.
Como c ≥ v para qualquer meio óptico, então sempre teremos n≥1. Para o
caso do ar ou vácuo, temos n = 1. Valores de n para outros meios, encontramos na
tabela abaixo.
SUBSTÂNCIA n
Ar (CNPT) 1,000
Água a 20ºC 1,333
Etanol a 20ºC 1,360
Cristal de quartzo 1,553
Flint glass 1,650
Cloreto de sódio 1,544
Lente do olho 1,424
Quanto ao sentido da visão, este é muito elaborado, pois, mais do que ver, o
homem é capaz de observar!
dos anos 40, e, mais recentemente, a introdução da lógica dos fractais em biologia,
têm fornecido ferramentas importantes para o estudo dos complexos fenômenos que
estão associados à visão (GARCIA, 2002).
Emissão alfa
Emissões Beta
Emissão gama
d) Não tentar operar qualquer aparelho sem estar familiarizado com os seus
princípios de funcionamento.
Evidentemente que após uma aula prática você pedirá um relatório, correto?
Sugere-se que trabalhe com os alunos em grupos de três ou quatro dependendo do
tamanho da turma.
A medida e a transferência de
volumes exatos ou aproximados são
realizadas por meio de aparelhos
volumétricos como as pipetas.
Algumas definições:
c =A/ ab
π = RTCi
T = Temperatura absoluta, K;
REFERÊNCIAS
ROQUE, Antônio C. Biofísica I – aula 2 – O que é biofísica. São Paulo: USP, 2014.
SANTOS, A Bruno Ricardo Pinto dos et al. Biofísica da visão: uma abordagem
multidisciplinar para o Ensino de Óptica (2006). Disponível em:
http://www.cienciamao.usp.br/dados/snef/_biofisicadavisaoumaabord.trabalho.pdf
SOUZA, Daniel Martins de. Biofísica do sistema nervoso (2012). Disponível em:
minhateca.com.br/...Gutierres/Biof*c3*adsica/Bioeletricidade,19399391