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Péter Szijjártó vê Brasil como aliado importante contra a imigração ilegal, elogia Eduardo

Bolsonaro e diz que houve ‘histeria’ sobre Amazônia


Natalia Portinari
09/10/2019 - 04:30 / Atualizado em 09/10/2019 - 08:56

BRASÍLIA — O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio Exterior da Hungria, Péter


Szijjártó, vê o Brasil como um aliado importante nas políticas contra a imigração ilegal e na
proteção de cristãos perseguidos pela sua religião pelo mundo. Para o chanceler do governo do
premier Viktor Orbán, a discussão em torno da Amazônia foi tomada por “histeria” de
ambientalistas e o filho do presidente brasileiro, Eduardo Bolsonaro, é “muito qualificado” para
se tornar embaixador nos EUA.
Szijjártó visitou o Brasil nesta semana e anunciou acordos de cooperação com os ministérios
da Educação, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Regional. A Hungria acaba de abrir
uma linha de crédito para trabalhar com empresas brasileiras e espera fortalecer as relações com
o país em prol de um bloco de países de direita nacionalistas.

 O que o senhor acha da política do Bolsonaro em relação à Amazônia? Os governos


alemão e francês criticaram publicamente o presidente...
Esse debate político na Europa não foi puramente sobre a Amazônia. Há um debate amplo sobre
mudanças climáticas e uma possível resposta da Europa (às mudanças). Tem uma abordagem
histérica e outra pragmática a esse problema. Outro problema que motivou esse debate é uma
diferença ideológica entre o mainstream liberal europeu e a abordagem que representa o seu
presidente. As reações ríspidas de alguns líderes europeus foram baseadas em questões
ideológicas e no debate que está se desenrolando agora na Europa.

 O presidente do Brasil disse que os incêndios possivelmente foram causados por ONGs.
O que o senhor acha dessa interpretação?
Para começar, estamos de saco cheio daqueles que pensam que é a lição de casa de um país
interferir em problemas domésticos dos outros, comentar declarações e julgar uns aos outros.
Então eu respeito a abordagem do presidente Bolsonaro, porque ele tem informação que eu não
tenho. Não quero criticá-lo.

 Um dos objetivos de fortalecer laços entre Hungria e Brasil é a proteção de cristãos que
sofrem perseguição. Que ações específicas os países devem tomar neste sentido?
Por algum motivo, não é politicamente correto falar de perseguição contra a comunidade cristã.
Mas temos que admitir que os cristãos são os mais perseguidos no mundo todo. São 11 cristãos
mortos todos os dias. Quatro de cada cinco pessoas que morrem por fé religiosa são cristãs. E
isso deveria ser respeitado. Nós começamos um programa que se chama “Hungria Ajuda”, cujo
objetivo é que os cristãos possam morar com segurança em suas casas. Em vez de irem embora,
estamos encorajando eles a ficarem. Já gastamos US$ 35 milhões nesse programa. Ajudamos
50 mil cristãos a terem moradia em Síria, Iraque, Líbano e Jordânia.

 E no Brasil, o que poderia ser feito?


Que eu saiba, não há perseguição a cristãos aqui, mas em algumas regiões, como Índia,
Paquistão, Oriente Médio e alguns países da África, cristãos são realmente perseguidos. Então
acho que devemos dar assistência a eles. Nosso programa é bem-sucedido porque damos
dinheiro diretamente, sem passar por organizações internacionais. Falamos com bispos, eles
explicam onde estão os problemas e nós damos dinheiro.

 Como os países da nova direita, como Hungria e Brasil, podem se aliar em questões
estratégicas?
Essas fórmulas de cooperação já começaram. É só ver a nossa posição no Pacto Global pela
Migração. Formamos um grupo de seis países, EUA, Israel, Brasil, República Tcheca, Polônia
e Hungria, que votaram contra. As instituições da ONU e alguns governos pró-migração tentam
ainda inserir medidas escondidas do pacto global em cada capítulo de resoluções internacionais.
Então desenvolvemos um sistema que, se identificamos uma tentativa dessas, avisamos os
demais países e formamos um bloco contra a medida, um mecanismo de “aviso prévio”. Esses
governos conservadores são considerados anti mainstream, o que é uma expressão idiota,
porque o que é o mainstream? E se tem cada vez mais de nós contra o mainstream, nós é que
nos tornamos mainstream. Então estamos pressionados pelas elites liberais, na política, no
jornalismo, e isso cria uma simpatia e solidariedade entre nós, sem dúvidas.

 O presidente Bolsonaro quer que seu filho, Eduardo, seja embaixador do Brasil nos
EUA. Baseado no seu contato com ele, seria um bom embaixador?
Ele é um cara muito qualificado. Eu não sou brasileiro, então não importa o que eu penso, mas
como pessoa, e não como chanceler da Hungria que não quer interferir em assuntos domésticos,
ficaria feliz se ele fosse um embaixador meu, por exemplo. Se ele fosse húngaro, com certeza
poderia ser embaixador. Ele é muito inteligente, entende muito de política externa.

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