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MARCOS TULER

MÉTODOS E PRÁTICAS DE ENSINO

E-book – Distribuição gratuita


Construindo um “fazer pedagógico” consciente 9

DEDICATÓRIA

Aos educadores cristãos de todo o Brasil e aos meus


alunos, responsáveis por minha constante necessidade de
aprimoramento.

Não existe um só método que tenha dado o mesmo


resultado com todos os alunos. O ensino torna-se mais
eficaz quando o professor conhece a natureza das
diferenças entre seus alunos.
(Wilbert J. McKeachie)
10

SUMÁRIO

Parte 1: A Comunicação como Tecnologia de Ensino, (12)

- A raiz do problema, (12)


- Identifique o foco de interesse da aula, (14)
- Ajuste a mensagem às condições dos alunos, (14)
- Avalie o potencial de sua classe, (15)
- Organize a mensagem equilibrando conhecimentos
novos com antigos, (15)
- Recapitule, (15)
- Seja conciso em sua exposição, (16)
- Utilize a linguagem didática, (16)
- Domine a arte de ouvir, (18)

Parte 2: Pedagogia de Projetos: Uma nova Proposta de


Aprendizagem para a Escola Dominical, (21)

- O que é Pedagogia de Projetos, (22)


- Considerações importantes, (23)
- Objetivos, (23)
- Principais características, (24)
- Planejamento, (24)
- Etapas de um projeto, (25)

Parte 3: A Atualidade dos Métodos de Jesus, (29)

- O ensino de Jesus era centrado no aluno, (29)


- Jesus ensinava através de métodos variados, (30)
- O ensino de Jesus era reflexivo, (30)
- Jesus estabelecia um relacionamento com seus alunos,
(32)
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 11

- Jesus estimulava e mantinha o interesse de seus


ouvintes, (32)
- Jesus ensinava através de seu próprio exemplo, (33)
- Jesus ensinava pessoas e não lições, (33)
- Jesus enfatizava mais o caráter do que o conteúdo, (34)
- Jesus trabalhava com grupos de diferentes tamanhos,
(35)
- Jesus reconhecia o valor de seus alunos, (36)
- Jesus valorizava mais a qualidade do esforço do que a
quantidade de alunos, (37)
- Jesus enfatizava mais a ação do que o conhecimento, (3)
- Jesus enfocava mais a estrutura do que os detalhes, (38)
12

Parte 1 - A Comunicação como Tecnologia de Ensino

Há professores que, por falta de conhecimento ou


sensibilidade docente, não percebem que são maus
comunicadores. A impressão que temos é que se
preocupam com a medíocre exposição de sua matéria em
detrimento da educação propriamente dita. O professor
acha que sua função consiste em transmitir
conhecimentos e que é obrigação do aluno ouvir e
compreender. Alguns educadores costumam chamar esta
tendência ao monólogo de “salivação”, ou seja, o
professor fala o tempo todo e os alunos, em atitude de
extrema passividade, apenas ouvem.
A comunicação entre alunos e professores deve ser
bilateral ou multilateral e nunca unilateral. Em outras
palavras, os alunos devem expressar livremente suas
opiniões, ideias e sentimentos. Portanto, é aconselhável
que o mestre promova entre eles debates, discussões,
trabalhos em grupos, dinâmicas, incentivando a troca de
experiências e informações.

A raiz do problema

Alguns, têm suas ideias tão mal, ou tão perfeitamente


organizadas, que não há neles lugar para a imaginação
criativa dos alunos. Quando as ideias do professor estão
desorganizadas, sua mensagem é confusa e insegura. Os
tais preferem o monólogo, isto é, a criticada “salivação”.
Outros costumam ensinar partindo da seguinte premissa:
“Se os alunos mais inteligentes dos primeiros assentos
entendem o que eu falo, todos os demais também
entenderão”. Ora, isso é simplesmente um absurdo!
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 13

Em relação à linguagem, muitos são os que costumam


utilizar conceitos ou termos que ainda não existem na
experiência dos estudantes. Ao contrário destes, há os
que assumem uma postura bem mais nociva: não se
preocupam em enriquecer o vocabulário dos alunos.
A maneira de expor a matéria é outro problema que
dificulta a boa comunicação entre educadores e
educandos. Muitos mestres colocam tantas ideias em
cada exposição que somente algumas delas são
compreendidas e retidas na mente do aluno. Falar rápido
demais, articular mal as palavras, usar voz baixa e em tom
monótono são comportamentos igualmente perniciosos.
Se existem professores que não utilizam meios visuais
para comunicar conceitos, ou relações que exigem
apresentação gráfica, há também os que utilizam
recursos visuais de forma inadequada: por exemplo,
empregam o quadro-negro sem planejamento algum,
escrevendo e desenhando ora aqui, ora ali, com muita
confusão e desordem. Aqui está um breve resumo dos
principais problemas que atrapalham a comunicação
entre docentes e discentes em qualquer nível do processo
ensino-aprendizagem.
A eficiência da comunicação resulta fundamentalmente
do seguinte: clareza, precisão, simplicidade, criatividade e
objetividade da mensagem.
14

Identifique o foco de interesse da aula

Seus alunos têm interesse no conteúdo da aula? Em que


tipo de matéria eles têm interesse? Você costuma variar
seus métodos?
Os objetivos e os conteúdos merecem atenção especial.
Refletem eles a necessidade e o interesse do aluno? É a
partir desse foco que será realizado o contexto, ou
situação estímulo, para que se processe a aprendizagem.
Muitas vezes, a comunicação não se efetiva devido à
ausência de um foco de interesse. O professor fala, e os
alunos fazem ou pensam outra coisa.

Ajuste a mensagem às condições dos alunos

Você conhece seus alunos? Certamente sua turma é


heterogênea. Você conhece seus alunos individualmente?
Qual o nível intelectual, escolar, sociocultural e espiritual
da sua classe?
E quanto ao nível vocabular? E quanto a experiência
cristã?
Você sabe como seus alunos se relacionam com a
comunidade onde vivem? Conhece seus interesses, suas
dificuldades e dúvidas? Sabe algo sobre seu desempenho
nos estudos seculares ou no trabalho? Mantém boas
relações com suas famílias? Conhece algum problema em
particular em suas vidas? O que poderia dizer sobre seus
testemunhos? Há alguma coisa especial de que
necessitam? Você está disposto a passar mais tempo com
eles para guiá-los, instruí-los, consolá-los e desfrutar de
sua amizade? Tem você orado com e por eles?
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 15

Avalie o potencial de sua classe

Faça um pré-teste no início de cada lição ou trimestre. A


avaliação prévia ou diagnóstica tem por objetivo verificar
o que a classe não sabe ou até que ponto conhece a
matéria.
Tarefas muito difíceis, confusas, ou muito fáceis não
despertam o aluno para a ação. O aluno possui
possibilidades de vocabulário que necessitam ser
consideradas pelo professor. Só existe aprendizagem se o
aluno modifica seu comportamento. Entretanto, ele não
modificará seu comportamento se não possuir a base
necessária para tal. As experiências dos alunos permitem
ou facilitam a nova aprendizagem? Possuem eles
capacidade para entender o que o professor está
informando ou pretende informar?

Organize a mensagem equilibrando conhecimentos


novos com antigos

Se tudo que se pretende transmitir já é conhecido do


aluno, não há razão para a comunicação. Bem como, se a
mensagem for totalmente estruturada com elementos
novos o aluno não terá capacidade de apreendê-la.

Recapitule

Recapitular envolve três tempos: Explica o que vai ser


estudado; reforça o que está sendo ensinado e revisa o
que foi ensinado.
16

Quando recapitular? No início da aula, após cada ponto


importante, ao final da lição ou no término de uma série
de lições sobre um mesmo tempo.
Estabeleça uma sequência permitindo que o aluno avance
progressivamente até à assimilação da informação. Para
chegar ao domínio de conceitos complexos, é necessário
partir do exame de conceitos ordinários, sejam estes
dominados ou não pelos alunos.

Seja conciso em sua exposição

Expor as ideias em poucas palavras é uma virtude


extremamente necessária à práxis docente. Nos
desligamos facilmente quando ouvimos pessoas prolixas.
Aquelas que dizem muita coisa, porém, inútil e
irrelevante.
Desenvolva uma linguagem natural. Isto é, que seu
comportamento verbal seja claro, consistente e coerente,
expressando ideias bem conectadas.

Utilize a linguagem didática

O que é linguagem no ensino? O que é linguagem


didática?
A linguagem é o principal recurso de comunicação de que
o professor se utiliza para ministrar informações, prestar
esclarecimentos aos alunos e orientar-lhes todo o
processo de aprendizagem.
A linguagem didática se distingue tanto do linguajar
vulgar, indisciplinado e quase sempre incorreto, como do
estilo solene e formalizado. A linguagem didática situa-se
a meio termo entre estes dois extremos.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 17

Características: Instrutivas e educativas

Instrutivas: Em relação ao estilo e elocução.

Quanto ao estilo, a linguagem deve ser:

1) Simples, natural e fluente (vacilante, tortuosa,


rebuscada).
2) Sóbria, direta e incisiva (sem rodeios).
3) Clara e acessível (sem termos difíceis, pouco usados e
incompreensíveis; neologismos, excesso de termos
técnicos).
4) Exata e precisa (sem ambiguidades, indecisões ou
equívocos).
5) Gramaticalmente correta.

Quanto à elocução, a linguagem dever ser:

1) Bem articulada e com boa dicção.


2) Enunciada com voz clara e firme.
3) Animada, expressiva e enfática.
4) Evitar maus hábitos, tais como: “hã”, “entendeu”,
“muito bem”, interpolados com intervalos frequentes.

Obs: O uso de tais enchimentos é, em geral, uma reação


nervosa e reflete uma tentativa oral de tomar tempo para
os processos mentais do professor.

Educativas:
18

1) Educar o ouvido dos alunos à boa linguagem, correta e


expressiva.
2) Desenvolver nos alunos a apreciação e o bom gosto
pela linguagem correta e apurada.
3) Formar nos alunos o hábito de falar com desenvoltura,
clareza e correção.

Domine a arte de ouvir

O professor necessita ouvir com interesse e atenção. A


audição inteligente é ainda facilitada quando atentamos
para a fisionomia e para a gesticulação de quem fala.
Concernente a esta séria questão, gostaria de contar aos
meus leitores um episódio que me ocorreu quando
lecionava em determinado seminário do Rio de Janeiro:
Certa noite, entusiasmado com minhas observações
sobre “saber ouvir”, decidi fazer uma experiência com
meus alunos do curso teológico. No transcurso de uma
interessante aula, interrompi abruptamente minha
preleção e disse: “Por hoje é o bastante! Imediatamente
depois, fiz duas perguntas: – No que é que vocês estavam
pensando quando interrompi a aula? – O que é que eu
estava falando? Não sendo possível detalhar o resultado
da minha decepcionante pesquisa, contento-me em
apenas informar aos leitores minha infeliz pasmaceira:
apenas 28% dos meus alunos, de fato, me ouviam. Os
outros, como diriam meus filhos, estavam em “off”,
completamente desligados.
Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de
massa como a interpessoal, é como o receptor capta uma
mensagem. Raríssimas são as pessoas que procuram
ouvir exatamente o que a outra está dizendo.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 19

Ouvir depende de concentração. Ouvir é perceber através


do sentido da audição. Escutar significa dirigir a atenção
para ouvir.
Enquanto uma pessoa normal fala, em média 120 a 150
palavras por minuto, nosso pensamento funciona três ou
quatro vezes mais depressa. Consequentemente surge
um mal hábito na audição. Muitas pessoas estão de tal
forma ansiosas em provar sua rapidez de apreensão, que
antecipam os pensamentos antes de ouvi-los dos lábios
do interlocutor. Isso ocorre quando ouvimos a famigerada
exclamação: “Já sei o que você vai dizer!”
Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a
mente de todos os ruídos e interferências do próprio
pensamento durante a fala alheia. Ouvir, implica uma
atenção irrestrita ao outro. Daí a dificuldade de as
pessoas com raciocínio rápido efetivamente ouvirem. Sua
inteligência em funcionamento, seu hábito de pensar,
avaliar, julgar e analisar tudo, interferem como um ruído,
na plena recepção daquilo que lhe está sendo falado.
Às vezes, imaginamos ter tanta coisa “interessante” para
dizer, nossas ideias são tão originais e atrativas que é um
castigo ouvir. Queremos falar. Falando aparecemos.
Ouvindo nos omitimos. Só ouvir, acreditamos, dá aos
outros uma impressão desfavorável de nossa inteligência.
Por isso falamos, mesmo nada tendo a dizer. Porém não é
esse o conselho bíblico. É melhor ouvir que falar. “...mas
todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar...”
(Tg 1.19).
É através dos sentidos que a alma humana se comunica
com o mundo. No ato de ouvir, percebemos e
identificamos os sons pelo sentido da audição. Ouvindo
20

atentamente interpretamos e assimilamos o sentido do


que percebemos.
Não é de hoje a dificuldade que as pessoas têm de ouvir
atentamente o que os outros falam. O próprio Senhor
Jesus discorreu sobre o tema quando explicava a seus
discípulos a razão de falar-lhes por parábolas. Naquela
ocasião, o Mestre usou a seguinte expressão: “Quem tem
ouvidos para ouvir, ouça...” (Mt 13.9). Segundo
Champlim essa expressão, inclusive usada por Jesus
outras vezes, sob diferentes circunstâncias (Mt 11.15; Mc
4.9,23; Ap 2.7,11,17,29; e Ap 3.6,13,22), era um ditado
comum entre os judeus, empregado especialmente pelos
rabinos.
“O adágio era usado para chamar a atenção sobre a
importância do ensino apresentado, o sentido oculto do
ensino e a total compreensão do que fica subentendido
no ensino. Jesus queria dizer que seus ensinos deveriam
ser ouvidos com atenção e diligência, e que por ausência
disso, muitos não poderiam compreendê-lo”.
Naturalmente que os ouvidos foram feitos para ouvir.
Jesus usou o pleonasmo para realçar seus verdadeiros
propósitos. Não era suficiente apenas ouvir no sentido de
identificar os sons das palavras, era necessário interpretar
o sentido delas para praticá-las. Significa: ter ouvidos com
capacidade para ouvir e entender os mistérios de Deus.
Jesus estava dizendo que, falando por parábolas, nem
todos teriam capacidade de ouvir e compreender o pleno
sentido de suas palavras. “Ouvindo, não ouvem, nem
compreendem” (Mt 13.13). Ouviram com os seus ouvidos
os seus ensinamentos, mas permaneceram surdos para as
suas implicações. Isto porque a eficiência do aprendizado
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 21

através da audição depende da predisposição da pessoa.


Ou seja, a atitude mental de quem ouve é imprescindível.
Deus outorgou ao homem meios para conhecer a
personalidade divina, mas o uso desses meios não é
obrigatório. Os indivíduos, por sua própria vontade,
podem “fechar” seus ouvidos.
Infelizmente, em nossas igrejas, muitos ouvem a
pregação da Palavra de Deus apenas para cumprir um
protocolo eclesiástico. Conforme o dito popular, as
palavras “entram por um ouvido e saem por outro” sem
sequer serem compreendidas racionalmente. Que dirá
refletidas e interiorizadas pela alma e espírito.

CONCLUSÃO

A emissão, transmissão e recepção do conteúdo didático


são componentes da rede de comunicação entre
professores e alunos. É necessário enfatizar que da
excelente comunicação dependem não só a
aprendizagem, mas também a admiração mútua, a
cooperação e a criatividade em sala de aula. O professor,
que também pretende ser bom comunicador, precisa
desenvolver empatia, ou seja, colocar-se no lugar do
aluno e, com ele, procurar as melhores respostas para
que, ao mesmo tempo que aprende novos conteúdos,
desenvolve sua habilidade de pensar.
22

Parte 2: Pedagogia de Projetos: Uma nova Proposta de


Aprendizagem para a Escola Dominical

A Pedagogia de Projetos surgiu no início do século


passado com o americano John Dewey. Este renomado
educador, baseou-se na concepção de que a “educação é
um processo de vida e não uma preparação para a vida
futura”. Em outras palavras, a escola deve representar a
vida prática, presente, do cotidiano.
No âmbito da educação cristã, os ensinamentos bíblicos
ministrados na Escola Dominical têm de sair do campo
teórico para o prático, ou seja, os conteúdos de ensino
devem despertar nos alunos motivação para mudança de
comportamento. O professor precisa estar ciente de que
todo o ensinamento bíblico ministrado na escola
dominical está, naturalmente, carregado de realidade e
senso prático: “Ponham em prática o que vocês
receberam e aprenderam de mim, tanto as minhas
palavras como as minhas ações...” (Fp 4.9 ARA).

O que é Pedagogia de Projetos

A Pedagogia de Projetos pode ser definida como um


método no qual a classe se ocupa em atividades
proveitosas e com propósitos definidos. Em outras
palavras, é o ensino através da experiência. Este método
coloca o aluno em contato com algum projeto concreto
em que esteja interessado e em que planeje o
empreendimento, colha as informações, e finalmente,
leve a efeito os seus planos.
É necessário que o projeto vise um propósito real, e
tenha valor prático para o ensino. Na Escola Dominical, o
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 23

método de projetos assume um aspecto extracurricular,


isto é, não é feito totalmente dentro do período de aula.
Muitos trabalhos são iniciados em casa e concluídos na
sala de aula.

Considerações importantes

No trabalho com projetos o próprio aluno constrói o


conhecimento. O professor apenas propõe situações de
ensino baseadas nas descobertas espontâneas e
significativas dos alunos.
Com o trabalho de projetos, aprender deixa de ser um
simples ato de memorização e ensinar não significa mais
repassar conteúdos prontos. Aprende-se participando,
vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos
fatos, escolhendo procedimentos para atingir
determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas
dadas, mas principalmente pelas experiências
proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação
desencadeada.

Objetivos

Em virtude de as atividades educativas serem elaboradas


por alunos e professores, um dos principais objetivos da
Pedagogia de Projetos é promover a integração e a
cooperação entre docentes e discentes em sala de aula.
Os projetos devem visar também a resolução de algum
problema ou algum empreendimento que esteja em
harmonia com os interesses dos alunos, e relacionados às
suas próprias experiências.
24

Principais características

Uma das principais características de um trabalho


educativo realizado por projetos é a intencionalidade.
Todo projeto deve ser orientado por objetivos claros e
bem definidos. O que pretendo com a realização deste
trabalho? Quais resultados posso esperar? Em que
sentido meus alunos serão modificados?
A flexibilidade é outra característica importante. O
planejamento de trabalho deve ser flexível, de modo que
o tempo e as condições para o desenvolver sejam sempre
reavaliados em função dos objetivos inicialmente
propostos, dos recursos à disposição do grupo e das
circunstâncias que envolvem o projeto.
A originalidade do projeto demonstra que cada grupo é
único, isto é, possui características próprias. Seus
participantes têm ritmos e estilos diferentes. Portanto, o
trabalho de um grupo não deve ser comparado com o de
outro ou contestado. A resolução do problema proposto
pelo projeto de trabalho, se dará em função das
experiências e expectativas dos componentes de cada
grupo. O projeto de trabalho deve se desenvolver
apoiado na realidade de cada grupo.

Planejamento

Quais atividades serão propostas? De quais materiais e


ferramentas irão precisar? Quanto vai custar? Quais
disciplinas serão envolvidas? Como conduzirá o projeto?
Quantas aulas disporá para executá-lo? Quais estratégias
usará para manter seus alunos interessados?
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 25

Os participantes deverão conhecer antecipadamente


todas as etapas do trabalho. Deve-se considerar a
quantidade de pessoas envolvidas, os recursos
disponíveis, a metodologia utilizada, as fases e o prazo de
execução (cronograma), os critérios de avaliação etc.
É imprescindível que a elaboração do planejamento seja
realizada coletivamente pelos participantes.

Etapas de um projeto

A escolha do tema.

O tema poderá ser escolhido pelo professor, por um


aluno ou em comum acordo com a classe. O importante é
que ele seja de interesse de todos os que nele estarão
trabalhando. Exemplos de temas: Vocação, drogas,
sexualidade, temas bíblicos, teológicos, comportamento
social etc.
Pode-se trabalhar com um único tema para todos os
grupos, ou com um único tema onde cada equipe
trabalha com uma particularidade, ou ainda com diversos
temas.
É necessário que alguns questionamentos sejam feitos na
escolha do tema: Até que ponto ele vai despertar e
manter a atenção dos seus alunos? Quanto contribuirá
para ampliar o conhecimento deles? Quais as vantagens e
desvantagens de escolher este ou aquele tema?

Os objetivos.

O que você pretende alcançar com este projeto? O que


gostaria que seus alunos aprendessem com ele?
26

Problematização.

Nesse momento os alunos irão expressar suas ideias,


conhecimentos e questões sobre o tema escolhido. Neste
momento, suas experiências, saberes e história de vida
deverão ser bastante valorizados.

Pesquisa e produção.

Nesta fase é fundamental a atuação do professor no


acompanhamento da execução do trabalho. Suas
intervenções devem levar os alunos a confrontarem suas
ideias, informações e conhecimentos com outras visões
de mundo, ou seja, outras maneiras de ver e analisar o
problema que deu origem ao projeto. A diversidade de
visões traz maior riqueza às discussões e o seu confronto
favorece o exercício da autonomia e da responsabilidade
do aluno sobre sua própria aprendizagem.
O professor poderá contribuir com o trabalho, trazendo
para a sala de aula diferentes fontes de informações tais
como: jornais, revistas, livros, documentos, textos
colhidos na Internet, organogramas, mapas etc., tudo de
acordo com a proposta do trabalho.
O trabalho deverá integrar-se com ações pedagógicas tais
como: visita a bibliotecas, entrevistas com pessoas da
comunidade, vinda de pessoas de outros lugares para
trocar ideias e experiências sobre o tema em questão.

Avaliação.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 27

A avaliação da ação pedagógica deve contar com a


participação de todos os envolvidos, tendo sempre um
olhar direcionado aos objetivos propostos e aos papéis
desempenhados.
O professor, ao acompanhar o desenvolvimento do
Projeto, pode não só avaliar sua atuação, como também
ser avaliado pelos alunos.
A avaliação do aluno deverá ocorrer durante todo o
processo e servir como parâmetro para o replanejamento
das atividades em novos projetos. O próprio aluno pode
se avaliar considerando sua atuação e desenvolvimento
no processo educativo.

Conclusão.

Apesar de definidas as etapas de desenvolvimento de um


Projeto de Trabalho, elas têm de ser consideradas como
parte de um processo contínuo, sujeito a mudanças e
contextualizações de acordo com as necessidades que
surgem no grupo durante a sua execução: jamais poderão
ser reduzidas a uma lista de objetivos e etapas estanques
a serem seguidas passo a passo. O planejamento deve ser
suficientemente flexível para incorporar as modificações
que se façam necessárias no decorrer de seu
desenvolvimento.
28

Em sua prática docente, o professor de Escola Dominical


cônscio de suas responsabilidades, deve preocupar-se
não apenas em ampliar o cabedal teórico de seus alunos,
mas em orientá-los quanto à necessidade de traduzirem
seus conhecimentos em ação dinâmica e eficaz. A
pedagogia de projetos é uma excelente aliada do
professor no cumprimento desse propósito.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 29

Parte 3: A Atualidade dos Métodos de Jesus

Jesus foi o maior pedagogo de todos os tempos. O Mestre


amado valeu-se de todas as técnicas de ensino
conhecidas atualmente. Em termos de prática de ensino,
a diferença está tão somente na tecnologia. Suas técnicas
eram variadas e flexíveis. Ele sempre adaptava suas aulas
às situações específicas. Sua metodologia era
determinada pelo modo como trabalhava o conteúdo, as
características e conhecimentos de seus discípulos, e pela
sua própria personalidade. Ninguém ensinou como o
Jesus.
Suas pregações e ensinamentos não eram unilaterais. Ele
ensinava a partir de uma circunstância específica; uma
conversa, uma pergunta, uma necessidade ou ainda, a
partir da resistência de seus ouvintes.
Grande parte das parábolas de Jesus foi proferida como
resposta a uma pergunta. Jesus sempre aplicava seu
ensino às experiências de seus discípulos. Mas... Como o
Mestre dos mestres ensinava?

O ensino de Jesus era centrado no aluno

Jesus sempre levou em consideração os conhecimentos,


questionamentos, dúvidas, expectativas e necessidades
de seus discípulos. A seleção, organização e apresentação
do conteúdo de seu ensino correspondiam perfeitamente
à maneira de pensar de seus ouvintes.
Jesus utilizava-se de uma linguagem prática e ilustrada e
não abstrata e acadêmica. Sua prédica era de fácil
30

entendimento, acessível às pessoas simples do seu


tempo.

Jesus ensinava através de métodos variados

Diferente da metodologia dos rabinos, Jesus não ensinava


por meio de simples memorização, nem pedia para as
pessoas decorar “chavões” ou “frases feitas”, mas
tornava seu ensino extraordinário por meio de palavras
penetrantes e exemplos inesquecíveis.
O Mestre dos mestres costumava variar seus métodos.
Utilizava-se das parábolas, símbolos, figuras, hipérboles,
trocadilhos, comparações, metáforas, provérbios,
enigmas, paradoxos, ironias etc.
Com o objetivo de fazer o povo compreender sua
mensagem, Jesus costumava complementar suas aulas
expositivas com diversos meios de comunicação, como
auxílios visuais e dramatização. Ele utilizava qualquer
coisa ou objeto que pudesse lhe servir de exemplo: aves,
sementes, campos, figueiras, moedas, peixes etc. As
ilustrações mais notáveis de seu ensinamento foram os
seus milagres. Eles não foram somente sinais de sua
autoridade, mas também um poderoso meio de ensino.

O ensino de Jesus era reflexivo

O ensino de Jesus despertava a curiosidade, o interesse e,


acima de tudo, a reflexão de seus ouvintes. Muitas vezes,
ele respondia às perguntas com um novo
questionamento ou com uma parábola, o que levava os
seus ouvintes à formulação de suas próprias conclusões.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 31

A intenção de Jesus não era confundir seus ouvintes, mas


desafiá-los a descobrirem o significado das palavras que
ele proferia. As parábolas são exemplos disso.
A pedagogia moderna diz que o professor deve propor
situações de ensino baseadas nas descobertas
espontâneas dos alunos. Jesus desafiava seus alunos a
aprender a partir do próprio esforço. A aprendizagem
realmente acontece quando o aluno realiza alguma coisa
por meio de sua conduta ativa.

A maior parte dos ensinamentos de Jesus era contra a


hipocrisia dos fariseus, sacerdotes, levitas e judeus
religiosos. Ele não poderia falar de tudo abertamente,
mas os que estavam realmente interessados nas coisas do
Reino de Deus, entendiam perfeitamente o que Jesus
queria dizer por meio das parábolas.
(A parábola do semeador) “Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça!” Jesus não conhecia Gramática? Por que foi
redundante? Por que usou o pleonasmo?
As parábolas revelavam as verdades aos espirituais e, ao
mesmo tempo, as ocultavam aos incrédulos: “A vós é
dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles
não lhes é dado” (Mt 13.11).
Jesus usava o método indutivo. A fim de explicar as coisas
celestiais (desconhecidas), Jesus falava das coisas
terrenas (conhecidas).
Ensinava verdades profundas a partir das coisas comuns
do dia-a-dia dos seus ouvintes. (Método Indutivo: do
particular para o geral).
“O Reino de Deus (geral- desconhecido) é semelhante a
uma rede (particular- conhecido) que, lançada ao mar,
recolhe peixes de toda a espécie” (Mt 13.47).
32

Jesus estabelecia um relacionamento com seus alunos

Se o objetivo principal for apenas “transferir


conhecimentos” não existe qualquer necessidade de
estabelecer um relacionamento entre o mestre e o aluno.
Mas, se o objetivo final for transformar o aluno para que
seja semelhante a Cristo, um relacionamento positivo e
afetuoso será essencial. Jesus “nomeou doze para que
estivessem com ele” (Mc 3.14).

Jesus estimulava e mantinha o interesse de seus


ouvintes

a) Com ilustrações dramáticas e enfáticas. Suas histórias


conquistavam o coração de seus ouvintes porque vinham
diretamente de encontro às suas próprias frustrações e
desapontamentos. Falou de um servo impiedoso (Mt
18.23), de salários iguais por trabalhos desiguais (Mt
20:1ss), do assassinato dos lavradores (Mt 21.33ss), dos
convidados indignos do casamento (Mt 22.1ss), das
virgens despreparadas (Mt 25.1ss), dos investidores
sábios e tolos (Mt 25.14ss), construtores sábios e tolos (Lc
6:46ss), um bom samaritano (Lc 10.30ss), um tolo homem
rico (Lc 12.16ss), uma ovelha perdida, uma dracma e um
filho (Lc 15.3ss) etc.
b) Empregando grande ênfase em seus ensinos. Se tua
mão ou pé te fizer pecar, “corta-os” (Mc 9.43, 45). Se teu
olho te fizer pecar, “lança-o fora” (Mc 9.47). A única
forma de ser discípulo de Jesus era “aborrecer a seu pai, e
mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda
também a sua própria vida” (Lc 14.26).
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 33

Ele fazia perguntas, enfocava o seu ensino na perspectiva


dos seus alunos, e usava parábolas com as massas, mas
esperava até estar sozinho com seus os discípulos para
explicá-las (Mt 13.10-18; Mc 5.33-34). Aqueles que
verdadeiramente tivessem fome de justiça obedeceriam,
aprenderiam e cresceriam. Aqueles que fossem
meramente curiosos ficariam abandonados à margem do
caminho.

Jesus ensinava através de seu próprio exemplo

A vida de Jesus era compatível com aquilo que ensinava.


Ele inspirava seus discípulos a imitá-lo. Orem como eu
oro. Amem como eu vos amo. Sirvam como eu sirvo.
Carreguem sua cruz como carrego a minha. Cuidem das
ovelhas assim como eu o faço. Terminem a sua carreira
assim como terminei a minha. Os melhores mestres são
exemplos vivos do conteúdo de seu ensino.

Jesus ensinava pessoas e não lições

Em nenhuma ocasião nas Escrituras vemos Jesus se


sentar para ensinar, dizendo: “Hoje nossa lição será
Levítico, pergaminho 3”. Seus ensinamentos fluíam das
necessidades das pessoas a quem ensinava, de situações
e problemas que apresentavam, das verdadeiras crises da
vida.
Isso não quer dizer que será desnecessário um currículo
organizado. Os organizadores de currículos proporcionam
um enorme auxílio aos mestres em nossas igrejas. Os
materiais, quando bem projetados, abrangem uma
grande variedade de questões relevantes ao crescimento
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no Senhor. Mas, a ênfase de nossas aulas deve estar


concentrada nas pessoas que delas estão participando, e
não nas linhas da lição. A Palavra de Deus é a Verdade.
Mas ela se tornará a “verdade-que-me-interessa” à
medida que se relacionar à minha vida.
Jesus compreendeu o equilíbrio entre as Escrituras e a as
necessidades da vida. Muitos mestres em nossas igrejas,
tanto voluntários como ministros, não entendem esse
equilíbrio. O objetivo dominante em muitas classes é “Dar
toda a lição” e, em seu nome, as perguntas são ignoradas,
os comentários reduzidos, e as experiências pessoais
restringidas. O mestre que diz: “caro aluno, gostaria de
gastar mais tempo considerando sua pergunta, porém
tenho mais quatro versículos para ler”, poderá concluir
sua lição, mas não terá ensinado seu aluno. Planeje sua
aula de forma que haja espaço para interrupções e
perguntas. Estimule as discussões e a liberdade durante a
aula. Ensine pessoas, não lições.

Jesus enfatizava mais o caráter do que o conteúdo

Os fariseus conheciam o conteúdo. Haviam decorado os


cinco livros de Moisés. Dominavam uma miríade de
detalhes sobre a forma mais correta de orar, de dar
esmolas e de jejuar. Sua religião era uma demonstração
superficial e técnica de exibições exteriores de atos
rotineiros e regras decoradas, um enfadonho livro de
regulamentos que os transformava em “críticos
santarrões”.
Jesus descrevia a ética do reino como um “rio de vida,
com a claridade de seu manancial; uma moralidade de
coração”. O caráter tem como enfoque o coração:
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 35

pensamentos, emoções e conduta. O enfoque no


pensamento pergunta: “Como você compreende isso?”.
O enfoque emocional pergunta: “Como você considera ou
valoriza isso?”, e o enfoque na conduta pergunta: “O que
você fará com isso?”. Estas perguntas formam a trilogia
do ensino sobre a construção do caráter.
Para que os alunos possam desenvolver seu caráter
precisam ter liberdade de pensamento e decidir por si
mesmos. Jesus levava isso em consideração. Seus
discípulos livremente decidiram segui-lo, enquanto o rico
e jovem administrador decidiu o contrário. Judas decidiu
trair Jesus, Tomé decidiu duvidar, e Pedro decidiu negar o
Senhor. Os discípulos decidiram fugir quando Jesus foi
preso. Os fariseus odiavam essa liberdade, pois estavam
mais preocupados em controlar as pessoas.

Jesus trabalhava com grupos de diferentes tamanhos

Ao longo de seu ministério, Jesus ensinava as multidões.


Dessa multidão, Jesus escolheu dois grupos específicos de
obreiros. Primeiro, escolheu doze para serem treinados
como apóstolos e levar adiante a sua obra depois que
partisse. Mais tarde, designou setenta e mandou-os, de
dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia
de ir. Os doze foram escolhidos para estar com Ele, já os
setenta para irem adiante dele.
Dentre os doze, Jesus escolheu três que receberiam uma
atenção especial: Pedro, Tiago e João. Esses três homens
tiveram certas experiências com Jesus que os outros nove
não presenciaram.
De acordo com Paulo, os apóstolos Pedro, Tiago e João
tornaram-se as colunas da igreja primitiva como resultado
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de seu treinamento avançado e da atenção pessoal que


receberam (Gl 2.9).
Desses três, Jesus deu maior atenção a Simão, a quem
deu o novo nome de Pedro.
Howard Hendricks disse recentemente que estava
cansado de construir grandes igrejas. Ele queria dedicar o
resto de sua vida a construir grandes pessoas. A pergunta
que se deve fazer é: “À vida de quem você está causando
um impacto?”. Essa abordagem do ministério está,
certamente, em linha com a de Jesus, que se dedicava a
grupos de diferentes tamanhos.

Jesus reconhecia o valor de seus alunos

Devido ao grande número de atividades no ministério da


igreja, é mais fácil concentrar a atenção em “fazer o que
tem que ser feito” do que nas próprias pessoas que estão
executando as tarefas. Nesse tipo de atmosfera
corporativa, os alunos não representam nada mais que
instrumentos pelos quais exercemos nosso ministério. É
uma visão apenas utilitária das pessoas. “Você tem valor
enquanto pode produzir. Se deixar de corresponder aos
padrões da organização nós o substituiremos por alguém
mais dedicado a ela”. O resultado de tudo isso é que, em
muitas igrejas, o povo de Deus está sendo usado
indevidamente sob a perspectiva de se alcançar outros
participantes.
Os discípulos não representavam apenas um instrumento
para o ministério de Jesus. Eram a sua verdadeira
finalidade. Jesus não usou seus discípulos (isto é, não
abusou deles) para alcançar as multidões. Na verdade,
Jesus muitas vezes se afastou das multidões a fim de
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 37

ensiná-los. Eles não eram instrumentos nas mãos de um


inteligente homem de relações públicas, mas seus filhos
amados. Jesus derramava seu próprio coração sobre eles
e, após sua partida, os discípulos deram continuidade à
sua obra.

Jesus valorizava mais a qualidade do esforço que a


quantidade de alunos

O debate sobre “qualidade versus quantidade” tem, há


muito tempo, assolado os círculos de várias igrejas.
Aqueles que enfatizam a “qualidade do estudo da Bíblia”
na escola dominical podem criar classes autossuficientes,
satisfeitas e indiferentes em relação aos outros. Aqueles
que enfatizam a “quantidade”, através de esforços de
expansão podem criar classes superficiais,
espiritualmente estagnadas, cujos membros são
mutuamente indiferentes. A Grande Comissão exige
tanto a expansão (evangelização) quanto o ensino
(discipulado).
Jesus não se vangloriava ou exagerava a respeito das
multidões que se reuniam ao seu redor para serem
curadas, alimentadas ou instruídas. Os níveis de
comparecimento não eram a sua preocupação; mas as
pessoas sim.
Uma história serve para ilustrar essa questão da
quantidade/qualidade. Havia muitas caixas no templo
onde os fiéis depositavam ofertas e dízimos. As moedas
eram depositadas em cones de metal, confeccionados no
formato de trombetas. Quando uma pessoa depositava
várias moedas dentro de sua abertura, elas tilintavam e
retiniam ao se precipitar pelo cone. Isso tinha o nome de
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“soar as trombetas”. Os fariseus gostavam muito de


depositar uma bolsa de moedas dentro das caixas para
que as pessoas pudessem ouvir o ruído e saber que
tinham feito uma grande oferta. Então, um dia... “estando
Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a
maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do
tesouro; e muitos ricos depositavam muito. Vindo,
porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas
moedas, que valiam cinco réis. E, chamando os seus
discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta
pobre viúva depositou mais do que todos os que
depositaram na arca do tesouro; porque todos ali
depositaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua
pobreza, depositou tudo o que tinha, todo o seu
sustento” (Mc 12.41-44). Foi a qualidade da oferta, e não
a quantia, que chamou a atenção de Jesus.

Jesus enfatizava mais a ação do que o conhecimento

Jesus definia os termos “sábio” e “tolo” não de acordo


com o que uma pessoa sabia, mas com o que fazia com as
suas palavras (Mt 7.24,26). Quando seus alunos deixam
sua aula, será que você os ajudou a praticar o que
acabaram de aprender sobre a Palavra de Deus? Eles
ouviram as palavras, mas será que irão praticá-las? Caso
não venham a praticá-las, Jesus diz que os despedimos
como tolos. Quando sua congregação deixa o santuário
após o culto, as pessoas ouviram as palavras, mas será
que irão praticá-las? Se a resposta for sim, então Jesus diz
que partiram como sábios.
O ato de estimular os alunos a praticarem o que
aprenderam através do estudo da Palavra de Deus
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 39

merece nossa maior atenção. Isso poderá ser alcançado


através: de atribuições distribuídas durante a semana; do
estudo de casos durante as aulas; do compartilhamento
de experiências pessoais relacionadas ao assunto da aula,
e projetos voltados a missões. Colocar a Palavra em
prática será essencial para o desenvolvimento do
conhecimento bíblico de nossos alunos.

Jesus enfocava mais a estrutura do que os detalhes

Como Mestre do Antigo Testamento, Jesus ensinava os


temas chave. Ele era especialista na verdade; os fariseus,
nas trivialidades. Jesus era especialista no amor; os
fariseus, no legalismo. Jesus era especialista na justiça; os
fariseus, nos julgamentos.
Ao contar a história do Bom Samaritano, você se
interessa mais em examinar cada verso da história, ou em
ajudar seus alunos a se tornarem também bons
samaritanos? Será que restringe as perguntas de seus
alunos a fim de concluir sua dissertação? No caso de
existirem cinco importantes verdades em determinada
lição, você examinaria as cinco ou se dedicaria àquela que
melhor se relacionasse às necessidades de seus alunos?
É fácil nos perdermos nos detalhes de um estudo em
particular, negligenciando a verdade central que Deus
está transmitindo.

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