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ELETROTÉCNICA
( P.J. MENDES CAVALCANTI

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Fundamentos de
Eletrotécnica

PARA TÉCNICOS EM
ELETRÔNICA

17.a Edição

(Revista e melhorada)

LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A.


Rua 7 de Setembro, 127/129 - 2().050 - Rio de Janeiro - RJ
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fNDICE

CAPíTULO I - CONSTITUIÇAO DA MATMIA


Matérla e substância - Moléculas e átomps -
Prótons e eléctrons · ...... •'• ........... .
CAPÍTULO II - PRODUÇAO DE CARGAS EU:TRICAS
Eletrização - Eléctrons livres - Condutores e
isolantes .............................. , ..... . 1:
CAPÍTULO III - CORRENTE EL:d:TRICA. LEI OE OHM. SENTIDO
DA CORRENTE ELli:TRICA
Quantidade de eletricldaQe - Inten·sidade de
uma corrente elétrica - Diferença de potencial
- Resistência elétrica - Lei de Ohm - Sen-
tido da corrente elétrica - Tipos de correntes
elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . 1'
CAPÍTULO IV - TRABALHO ELln'RICO. ENERGIA ELJ!:TRICA.
POT:d:NCIA ELJ!:TRICA. LEI OE JOULE
Trabalho elétrico - Energia elétrica - Queda
de tensão - Potência elétrica - Dissipação de
calor num resistor - Rendimento - Lei de
Joule .............................. . 2
CAPÍTULO V - CIRCUITOS DE e.e. EM SlmIE, EM PARALELO
E MISTOS. PONTE DE WHEA'rsTONE .
Fatores de que depende a resistência de um
corpo; resistividade - Resistores - Associação
de resistores em série, em paralelo e mista -
Condutividade - Condutividade percentual -
Circuitos de e. C. em série, em paralelo e mistos
- Resistência interna de uma fonte - Ponte
de Wheatstone ......... .
CAPíTULO VI - NOÇÕES ELEMENTARES DE PILHAS PRIMA-
'
RIAS E SE"CUNDARIAS. ASSOCIACAO DE
PILHAS
Pilhas primârias e .secunáárias - Constantes
de uma pilha - Polarização - Pilha primârla
de zinco-carvão - Pilha secundâria de chum-
bO-âcido - Associação de pilhas 5
CAPÍTULO VII - ELETRIZAÇÃO POR FRICÇÃO, POR CONTATO
E POR INDUÇÃO
Carga por fricção, por contato e por indução -
Eletroscópios - Máquinas eletrostáticas .. 5
6
CAP_tTULO VIII - DISTRIBUIÇAO DAS CARGAS ELl!:TRICAS.
CONCEITO ELEMENTAR DE CAMPO ELt'l'RICO.
FLUXO ELÉTRICO E DENSIDADE DE FLUXO
ELl!:TRICO
Distribuição das cargas elétricas - Densidade
elétrica superficial - Campo elétrico e fluxo
elétrico - Densidade de fluxo elétrico - Leis
de Ou Fay e de Coulomb . 60
CAPÍTULO IX - CAPACITANCIA. CAPACITORES. ASSOCIAÇÃO
DE CAPACITORES. RIGIDEZ DIELJ!:TRICA
Capacitar e capacitância de um capacitar -
Associação de capacitares - Rigidez dielétrica
e tensão de ruptura ........ . 63

CAPfTULO X - TEORIA DOS DOMfNIOS MAGNÉTICOS. GRAN-


DEZAS MAGNÉTICAS FUNDAMENTAIS
ímãs naturais, artificiais, permanentes e tem-
porários - Teoria dos imãs molecularés (teoria
de Weber-Ewing) - Teoria dos dominios mag-
néticos - Campo magnético - Magnetismo ter-
restre - Grandezas magnéticas fundamentais:
força magnetomotriz, força magnetizante, fluxo
magnético, densidade de fluxo magnético, per-
meabilidade, permeância e relutância - "Lei
de Ohm" para magnetismo 72

CAPÍTULO XI - FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA. LEI DE


LENZ
Indução eletromagnética - Lei de Lenz - Re-
gra da mão esquerda para determinar o sentido
de uma f. e. m. Induzida - Regra de Fleming -
Cálculo da f.e.m. induzida 81
CAP!TULO XII - AUTO-INDUTANCIA E INDUTANCIA MOTUA
Indutância: auto-indutância e indutância mú-
tua - Força contra-eletromotriz - Coetlciente
de auto-indutância - Fatores que determinam
a auto-indutância de uma bobina - Coeficiente
de indutância mútua - Fatores que determi-
nam a indutância mútua entre duas bobinas
- Coeficiente de acoplamento - Associação de
indutâncias 85
CAPfTULO XIII - PRODUÇÃO DE UMA CORRENTE ALTERNADA
SENOIDAL
Produção de uma C.A. senoidal; valores ins-
tantâneos - Freqüência de uma e.A. - Grau
elétrico de tempo - Valores médio, eficaz e
pico a pico de uma f. e. m. ou corrente senoidal 93

CAPt'l'ULO XIV - REATANCIAS INDUTIVA E CAPACITIVA. RE-


SISTI!:NCIA EFETIVA. IMPEDANCIA. POTtNCIA
EM C.A. FATÓR DE POTtNCIA
Reatância Indutiva - Reatâncla capacitiva -
Resistência efetiva - Impedância - Potências
real, aparente e reativa - Fator de potência 100

CAPÍTULO XV - VARIAÇÃO DA RESISTtNCIA ELÉTRICA COM A


TEMPERATURA
Resistência zero inferida - Coeficiente de tem-
peratura da resistência - Supercondutividade 105
C&P1TULO XVI - TERMOELETRICIDADE
'
Efeito Seebeck - Termocuplo - Efeito Pelller
- Efeito Thomson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
C&PtTUL0 XVII - ESTRUTURAS DE CORRENTE CONTtNUA
Leis de Kirchhoff - Teorema da superposição
- Método da<; correntes cicllcas de Maxwell
- Teorema de Thévenin ·- Transformações
triângulo-estrela e estrela-triângulo . . . . . . . . . 113
CAPtTULO XVIII - INTENSIDADE DE CAMPO ELtTRICO. LEI DE
COULOMB. CAPACITANCIA
Teorema de Gauss - Intensidade de campo
elétrico - Permissividade - Lei de Coulomb
- Gradiente de potencial elétrico - Cálculo de
capacitares de placas planas e paralelas 128
CAP:t'tULO XIX - CIRCUITOS MAGN1:TICOS
Conceito de circuito magnético - Relutâncias
em série e em paralelo - Leis de Kirchhoff
para circuitos magnéticos - Curvas de magne-
tização - Cálculo dos circuitos magnéticos -
Força magnética entre duas superfícies que li-
mitam um entreferro - Materiais diamagné-
tlcos. paramagnéticos e ferromagnéticos - His-
terese; equação de Steinmetz - Correntes de
Foucault - ímãs permanentes 135
CAPfTULO XX - CARGAS ELETRICAS EM MOVIMENTO NUM
CAMPO MAGNJ!:TICO
Força sobre uma carga elétrica em movimento
num campo magnético - Força que age sobre
um condutor que conduz corrente num campo
magnético - Regra da mão direita - Regra de
Fleming para motores - Força entre conduto-
res paralelos que conduzem correntes 144
CAPfTULO XXI - TRANSIENTES EM CORRENTE CONTlNUA
Circuito R-C - Constante de tempo de um cir-
cuito R-C - Circuito R-L - constante de
tempo de um circuito R-L - Resolução gráfica
- Energia armazenada num capacitar - Ener-
gia armazenada num campo magnético 148
CAPfTULO XXII - VETORES E QUANTIDADES COMPLEXAS
Grandezas vetoriais e vetores - Representação
vetorial de ondas senoidais - Vetores em coor-
denadas polares - Vetores em coordenadas re-
tangulares - Conversão de forma polar em re-
tangular e vice-versa - Operações com vetores
na torma polar - Operações ·com vetores na
forma retangular 156
CAP!TULO XXII! - CIRCUITOS MONOFASICOS IDEAIS
Circuito puramente resistivo - Circuito pura-
mente capacitivo - Circuito puramente indutivo 162
CAP!TULO XXIV - C1RCUITOS MONOFASICOS DE C.A. (CIRCUI-·
TOS EM Sli:RIE, TIPOS R-C, R-L E R-L-C)
Associação de impedâncias - Circuito em série
tipo R-C - Circuito em série tipo R-L - Cir-
cuito em série tipo R-L-C - Ressonância em
circuitos em série 166
8
CAPITULO XXV - CIRCUITOS MONOFASICOS DE C.A. rCIRCUI-
TOS EM PARALELO E MISTOS)
Associação de lmpedànclas - Admitàncla, con-
dutância e susceptãncla - Ressonância em cir-
cuitos em paralelo - Correção do fator de po-
tência ........ . 176

CAPITULO XXVI TRANSFORMADORES MONOFASICOS


O transformador ideal - Perdas no cobre e
perdas no ferro - Impedância refletida - Ca- -
sarnento de impedâncias - Circuito equivalente
de um transformador - Eficiência e regulação
de um transformador - Testes em circuito
aberto e em curto-circuito - Autotransfor-
mador .............. . 187

CAPITULO XXVII -- NOÇõES DE MAQUINAS DE CORRENTE CON-


TINUA
Partes constituintes e princípio de funciona-
mento - Tipos de acordo com a excitação -
Reação da armadura - O coletor I 97

CAPtTULO XXVIII - NOÇOES DE MAQUINAS DE CORRENTE ALTER-


NADA !ALTERNADORES)
Exc!tatriz - Geradores síncronos e de indu-
ção - Geradores monofásicos e polifásicos -
Sistemas trifásicos: equilibrados ........ 200
CAPÍTULO XXIX - NOÇOES DE MAQUINAS DE CORRENTE ALTER-
NADA CMOTORESl
Campo rotativo - Motores trifásicos síncronos
e de indução - Velocidade síncrona - Desliza-
mento ("slip") - Motores monófáslcos de In-
dução, de repulsão e universais 204

APli:NDICE 1 - Medidores Elétricos 209

APJ!:NDICE 2 - Bitola AWO cAmerican Wire QageJ 212

AP!NOICE 3 - Limite de condução de corrente de condutores isolados 214

AP:S:NDICE 4 - Constantes dielétricas 215

APli:NDICE 5 - Rigidez dielétrica de algumas substâncias 216

APÊNDICE ts - Coeficiente de Temperatura da Resistência de Metais


e Ligas 217

APltNDICE 7 - Resistividade, a 20º C, d~Algumas Substâncias 219

AP:S:NDICE 8 - Relações Trigonométricas 220

APit:NDICE 9 - Condutividades percentuais 221

AP.!NDICE 10 - Curvas de Magnetização 222

AP2NDJCE 11 - Curvas Exponenciais Universl.lls 223


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PREFACIO DA 1.ª EDIÇÃO

O ensino de Eletrônica em nível médio está dando os seus primeiros passos


em ,nosso país. A falta de obras com a finalidade específica de atender à pre-
paração dos nossos jovens, nesse campo tão atraente e promissor, tem sido um
dos problemas enfrentados e vencidos com galhardia e muito sacrifício pelos
nossos mestres ·e estudantes. Como solução temporária recorre-se a livros es-
cntos para atender a outros cursos, mesmo de nível superior, os quais, pela dis-
tribuição e tratamento dos diversos assuntos, tomam mais árduas as tarefas dos
alunos e dos professores.
Mas, outras dificuldades se oferecem ao professor do 2.0 ciclo do ensino
industrial, e, entre elas, a falta quase total de conhecimento científico dos alu-
nos egressos do 1. 0 ciclo do ensino médio, ben1 como a sua natural insuficiente
base matemática para a perfeita compreensão de certos fenómenos estudados
nas disciplinas "Eletrotécnica" e "Eletrônica" dos cursos técnicos de eletrônica.
Acresce ainda um fator de ordem psicológica que não pennite que se deixe
a iniciação em Eletrônica para a 2.ª série dos cursos em apreço. Quando in-
gressa em um estabelecimento para formação de técnicos em Eletrônica, o
jovem sente-se frustrado quando é obrigado a passar pelo menos um ano sem
aulas sobre circuitos eletrônicos com válvulas e transistores, no nível que se
espera de uma escola técnica, embora recebendo os ensinamentos de eletrici-
dade indispensáveis àqueles estudos. Não queremos com estas observações
afirmar que o ensino deva ser orientado ao gosto do estudante, mas achamos
que deva atender aos seus anseios, desde que isto não afete a sua qualidade.
Tendo em vista todos esses problemas, escrevi este livro de Eletrotécnica,
que não tem a pretensão de ser uma solução definitiva, mas que se caracteriza
por uma seqüencia realmente nova na programação dos assuntos a serem estu-
dados, permitindo que o estudante progrida nesta matéria à medida que reforça
seus conhecimentos em outras disciplinas, e possibilitando a iniciação simul-
tânea em Eletrônica.
Os leitores observarão que nos quatorze primeiros capítulos o estudante já
adquiriu uma noção geral de todos os assuntos básicos de eletricidade, e que
O'> capítulos finais visam o reforço desses conhecimentos e a apresentação de
novos temas que, pelo seu nível, deixaram de ser considerados na parte inicial.
O tratamento sucinto dispensado a certos assuntos, tais como tipos de com-
ponentes de acordo com seus aspectbs físicos e materiais constituintes, máqui-
nas elétricas e medidores elétricos, poderá parecer estranho a alguns leitores,
10

mas lembramos que o livro tem um objetivo bem definido, e que a fonnação
bâsica de um técnico em Eletrônica não exige conhecimentos profundos de
determinados assuntos que, para um Eletrotécnico, seriam indispensáveis. Além
disso, o estudo dos componentes e dos instrumentos de medição é feito nor-
malmente nas disciplinas de "Tecnologia" e de " Medidas Elétricas'', em fases
diversas do curso, com a riqueza de detalhes que fogem ao escopo desta obra.
Apesar de ser dirigido aos estudantes de Eletrónica, acredito que os alunos
dos cursos de Eletrotécnica do mesmo níveL e mesmo todas as pessoas inte·
ressadas no esfudo da eletricidade, encontrarão neste trabalho a base indis-
pensável aos seus estudos posteriores.
Adotei neste traball10 o sistema MKS racionalizado (Giorgi) de unidades.
Julgo não ser necessária uma justificativa para esta medida, dada a utilização
praticamente universal do sistema em questão, principahnente no estudo das
grandezas elétricas. .
Quero agradecer a todos os amigos, colegas e alunos sem cujo incentivo e
apoio nio teria realizado este trabalho.
Desejo que este livro atinja o objetivo visado, abrindo aos jovens o caminho
para a reaüzação dos seus ideais no campo desta maravilha que é a Eletr6nica.

Paulo João Mendes Cavalcanti

PREFÁCIO DA 2.ª EDIÇÃO


Esta 2.ª edição de "Fundamentos de Eletrotécnica para Técnicos em Ele-
trônica" apresenta a mesma seqüência da anterior, na programação dos diversos
assuntos a serem estudados, mantendo assim a orientação justificada no prefácio
daquela edição.
O livro, porém, apresenta-se com nova roupagem e livre de alguns senões;
além disto, foi atualizado em conformidade com o Decreto n. o 63.233, de 12
de setembro de 1968, que aprovou o novo Quadro Geral das Unidades de
Medida legais no Brasil
Quero, nesta oportunidade, agradecer aos Srs. Professores e aos estudiosos
de Eletricidade e Eletrônica pela acolhida dispensada a este trabalho que, sem
ser uma solução definitiva, contribui, sem dúvida, para minorar o problema
do livro técnico df' nível médio em nosso país.

O Autor
Aos meus pais, por todo o sac:rifício e co1npreensão, dedico este livro.

•• •
Aos 1neus professores, 1ninha gratidão.
CAPITULO 1

CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

Matéria e Substância lécula de água encontra1nos 3 átomos;


a de ácido sulfúrico é um conjunto
Aquilo que constitui todos os cor- de 7 átomos, etc.
pos e pode ser percebido por qual- Os átomos de uma molécula podem
quer dos nossos sentidos é MATÉRIA. ser iguais ou não. Quando são iguais,
A madeira de que é feito o quadro- a substância é SIMPLES, e cada áto-
negro e o vidro de que se faz o bulbo mo é conhecido com o mesmo nome
de uma lâmpada são exemplos de ma- da substância. Como exemplos de
téria. substâncias silnples podemos citar o
Vemos que o nome MAT.€RIA se ferro, o cobre, o zinco, o alumínio, o
relaciona com uma variedade grande oxigênio, o hidrogênio, etc.
de coisas. Cada tipo particular de ina- Quando os átomos são diferentes, a
téria é uma SUBSTANCIA, e, por- substância é COMPOSTA, e, neste
tanto, existem milhares de substâncias caso, os átomos não são designados
diferentes. do mesmo modo. Exemplos de subs-
tâncias co1npostas: água, ácidos, sais.
Moléculas e Átomos 1·tc.
Atualmente são conhecidos 103 ti-
Qualquer substância é fonnada por pos diferentes de átomos. Cada ti1>0,
partículas muitíssimo pequenas e in- como sabe1nos, recebeu um nome e
visíveis (mesmo com- o, auxílio de mi- tem suas características próprias. São
croscópios) chamadas MOLÉCULAS. esses átomos que, combinados, vari~
A molécula é a 1nenor parte en1 ando ri qllantidade, a qualidade e o
que se pode dividir uma substância, modo de combinação, originam as di-
e que apresenta todas as caracterís- ferentes moléculas das substâncias
ticas da mesma. Por exemplo, uma simples e compostas.
molécula de ácido sulfúrico é a me-
nor quantidade deste ácido que pode Prótons e Eléctrons
existir.
As moléculas são constituídas por O que distingue um átomo de outro?
ÁTOMOS. O número de átomos que Os átomos não são indivisíveis,
compõe1n uma molécula varia de acor- como se poderia concluir pelo signi-
do com a substância. Assim, nun1a mo- ficado da palavra átomo (indivisível).
14
São aglomerados de partículas, cuja ro de eléctrons em cada órbita. O ntí-
disposição é geralmente comparada à cleo é na verdade um conjunto de
de um sistema solar em miniatura partículas de várias espécies, das quais
(ÁTOMO DE BOI-;IR). Este esquema, nos interessam mais as chamadas
embora não seja a concepção mais PRóTONS (o home1n já identificou
moderna do átomo, atende hem aos mais de uma dezena de partículas di-
nossos objetivos, e representa o áto- f erentei;: prótons, neutrons, mésons,
mo como u1n conjunto formado por neutrinos, etc.).
um NúCLEO, em tomo do qual gi- lt o número de prótons existentes no
ram minúsculas partículas chamadas núcleo de um átomo - NúMERO
ELllCTRONS. ATÔMICO - que determina o tipo
Os eléctrons giram em órbitas di- de átomo. Ein um átomo nas condi9'Jes
versas, Uns e1n um sentido e outros normais, o número de eléctrons é
em sentido oposto, variando o nlnne- igual ao nú1nero de prótons.

Hidrogênio
e Hélio

)
Carbono
e Néon

Oxigênio

MODELOS DB ÁTOMOS

FIG. J.1
CAPITULO II

PRODUÇÃO DE CARGAS ELÉTRICAS

Eletrização VA; se seus átomos ficaram com um


número de eléctrons superior ao nor-
Normalmente, como foi dito, um mal, adquiriu CARGA NEGATIVA.
átomo possui eléctrons em quantida- .E: comum dizermos também que
de igual à dos prótons existentes en1 um átomo ou um corpo ficou ELE-
seu núcleo. TRIZADO ou IONIZADO, significan-
€ possível, porém, fazer os átomos do que adquiriu carga elétrica.
de: .um corpo perderem eléctrons ou O ato de fazer com que um corpo
adquirirem um excesso de eléctrons, adquira uma carga elétrica é conhe-
transformando-os em IONS, isto .é, em cido como IONIZAÇÃO ou ELETRI-
ÁTOMOS CARREGADOS DE ELE- ZAÇÃO.
TRICIDADE. Há vários processos para desequi-
Isto ocorre porque os eléctrons são librar eletricamente os átomos de um
partículas (a~ menores) com carga elé- rorpo. Vejamos sucintamente alguns
trica negativa e os prótons· com carga deles, que serão estudados com maio-
elétrica positiva. Numericamente, a res detalhes no decorrer do curso.
carga de um próton é igual à de um O primeiro processo de que se tem
eléctron, porém, como seus efeitos ou notícia é o da ELETRIZAÇÃO POR
ações são opostos, uma é considerada FRICÇÃO. Sabe-se que quando um
positiva e a outra negativa. Em um corpo é friccionado com l'.>Utro, ambos
átomo sem carga elétrica, as cargas de adquirem cargas elétricas, um por
um tipo são anuladas pelas de outro perder eléctrons e o outro por rece-
tipo, e dizemos que o átomo está ELE- bê-los; aquele fica com falta de eléc-
TRICAMENTE NEUTRO ou NOR- trons, que corresponde a uma carga
MAL. Se, porém, o átomo perder ou positiva, e este com carga negativa
receber eléctrons, aquele equilíbrio ou excesso de eléctrons. Qualquer
de cargas deixará de existir e ele se 1naterial pode ser eletrizado deste
transformará em um lON. Se ficar modo, e suas cargas podem ser cons-
com falta de eléctrons, será um 10N tatadas por experiências simples como
POSITI\TO ou CATION; se ficar com a da atração de pequenos corpos le-
excesso de eléctrons, tornar-se-á um ves (bolinhas de sabugueiro, pedaci-
iON NEGATIVO ou ANíON. nhos de pape:!, etc.).
Um corpo cujos átomos perderam Quando a luz incide sobre determi-
eléctrons adquiriu CARGA POSITI- nadas substâncias provoca uma emis-
-------- -
16

são de eléctrons, o que, evidentemen- Como já foi dito, um estudo desen-


te, redunda em uma carga elétrica. A volvido de cada processo citado será
eletricidade produzida deste modo é efetuado na devida época. Como terá
denominada FOTOELETRICIDADE. sido observado, falamos de PRODU-
O calor também é causa de emissão ÇÃO DE ELETRICIDADE sempre
de eléctrons por parte de certos ma- que os corpos adquirem cargas elétri-
teriais. O filamento de uma válvula cas, perdendo eléctrons ou ficando
de rádio, por exemplo, que é seme- com u1n excesso dessas partículas.
lhante ao filamento de uma lâmpada
incandescente comum, emite eléctrons Eléctrons Livres
quando sua temperatura se torna su-
ficientemente alta. Neste caso, fala- J;: importante salientar que os eléc-
mos de TERMOELETRICIDADE. trons que se libertam dos átomos são
Certos cristais, co1no o quartzo, os aquéles que giram mais afastados dos
sais de Rochelle e a turmalina ficam respectivos núcleos. Os eléctrons or-
co1n átomos ioniza<fos, quando são bitais e os prótons do núcleo exercem
submetidos a pressões mecânicas. Tra- atrações mútuas e, graças ao movi-
ta-se do fenô1neno conhecido como 1nento de que estão animados, os eléc-
PIEZOELETRICIDADE, de grande
aplicação. trons se mantêm em suas órbitas.
Em alguns materiais, porém, os eléc-
A maior parte da energia elétrica
que consumimos é obtida fazendo-se trons das últimas órbitas sofrem mui-
passar fios de cobre atrav_és do espa- to pouco a ação do núcleo e normal-
ço entre pólos de ímãs; este o princí- mente se deslocam de átomo para áto-
pio de funcionamento dos geradores mo, numa espécie de rodízio desorde-
nas grandes usinas elétricas, dos dí- nado; são os ELgCTRONS LIVRES.
namos de automóvel, etc. Os eléctrons livres existem em gran-
São muito conhecidos, pelo grande de número nos materiais chamados
uso que deles fazemos em rádios, lan- BONS CONDUTORES de eletricida-
ternas, automóveis, etc., os GERADO- de, e não existem, ou praticamente
H.ES ELETROQUlMICOS ou PI- não existem, nos chamados ISOLAN-
LHAS. Nestes dispositivos consegui- TES.
mos obter cargas elétricas por meio It esta particularidade que permite
de reações químicas entre diferentes a distinção entre essas duas classes de
substâncias. Seu estudó faz parte da materiais. Como exemplos de mate-
ELETROQUIMICA. riais bons condutores, podemos citar
Também pelo choque de partículas a prata, o cobre, o alumínio, o ferro,
co1n átomos (eléctrons com átomos de o 1nercúrio. Como exemplos de ma·
certos gases, en1 algumas válvulas de teriais isolante6 temos: a madeira, o
rádio, por exemplo), ou com certos vidro, a porcelana, a mica, o papel e
materiais, é possível obter cargas elé- a borracha. il: importante salientar,
tricas, em conseqüência da emissão desde já, que não há condutor ou iso-
de eléctrons causada pelo impacto. lante perfeito.
CAPITULO Ili

CORRENTE ELÉTRICA. LEI DE OHM. SENTIDO DA


CORRENTE ELÉTRICA

Quando um áton10 adquire carga rente elétrica, tomou-se necessário es-


elétrica, sua tendência natural é vol- tabelecer urr1 padrão, e, deste modo,
tar às condições normais, isto é, ficar fala-se do maior ou menor número de
eletricamente neutro. Evidentemente, eléctrons que passam por segundo
um corpo eletrizado tende a perder num determinado ponto de um con-
sua carga, libertando-se dos eléctrons dutor, quando se quer dizer que a
em excesso ou procurando receber corrente é mais forte ou mais fraca.
eléctrons para satisfazer suas necessi- Falar em eléctrons que passam por
dades. Assim, é fácil concluir que segundo é, porém, deixar, de ser prá-
basta unir corpos em situações elétri- tico, pois as quantidades envolvidas
cas diferentes, para que se estabeleça, nos problemas correspondem a núme-
de um para o outro, um fluxo de eléc- ros muito grandes. A fim de eliminar
trons - UMA CORRENTE EL:E:- esse inconveniente, faz-se uso de uma
TRICA. unidade de carga - o COULOMB
Este fenómeno pode ocorrer, por- (C) - que corresponde a 6,28 X 1018
tanto, em qualquer uma das possibili- eléctrons.
dades abaixo: Quando se diz que a carga de um
a) entre um corpo com carga posi- corpo é de - 3 e, isto significa que
tiva e outro com carga negativa; ele tem um excesso (indicado pelo si-
nal) de 3 X 6,28 X 1018 eléctrons. Se
b) entre corpos com cargas positi- sua carga fosse indicada pelo valor
vas, desde que as deficiências de eléc- +5,8 e, compreenderíamos que lhe
trons não sejam iguais; faltavam (carga pdSitiva) 5,8 X 6,28 X
e) entre corpos com cargas nega- X 10 18 eléctrons.
tivas, desde que suas cargas não te- Vê-se que é grande a conveniência
nham o mesmo "'alar;
de usar o coulomb como unidade de
d) entre um corpo com carga posi- carga elétrica e de falar do número de
tiva e ·outro neutro; coulombs que passam por segundo,
e) entre um corpo com carga ne- para indicar a INTENSIDADE DA
gativa e outro neutro. CORRENTE ELllTRICA (1).
Para se ter uma idéia exata da gran- Uma intensidade de corrente de 1
deza (INTENSIDADE) de uma cor- COULOMB POR SEGUNDO (1
18
C/s) é o que chamamos de 1 AM- 2 - Pelo filamento de uma válvula
PE.:RE (A). Se, por exemplo, tives- eletrónica passou uma corrente de in-
sem passado 30 coulombs por um cer- tensidade igual a 0,15 A. Sabendo
to ponto, no tempo de 10 segundos, que a válvula esteve funcionando du-
diríamos que a intensidade da cor- rante 2 horas, detenninar a carga que
rente era de 3 amperes (3 coulombs percorreu seu filamento.
por segundo). Naturalmente que, du- SOLUÇÃO: Uma corrente de 0,15 A
rante as considerações que fizemos, significa que em cada segundo passa
foi admitida uma corrente de valor 0,15 e pelo filamento. Logo, em 2 ho-
uniforme. ras - 7.200 segundos passarão 0,15 X
Do exposto, c:oncluímos que a in- X 7.200 = 1.080 coulombs, ou,
tensidade de uma corrente elétrica é
a quantidade de eletricidade (ou car- I-0,15A
ga elétrica) que passa num determi· t=2h=7.200s
nado ponto, na unidade de tempo. Q- I t - 0,15 X 7.200- l.080C
Representando por "Q" a quantidade
de eletricidade, por "t'' o tempo e por 3 - Durante quanto tempo esteve
··1" a intensidade da corrente: ligado um aparelho elétrico, para que
pudesse ter sido percorrido por 50 C?
Q A intensidade da corrente era de 2,5 A.
1-
SOLUÇÃO: Se em cada segundo
t
passavam 2,5 e, os 50 e gastaram
50
donde -- = 20 segundos para percorrer
2,5
Q o aparelho. Ou,
Q - 1t e t-
1 Q 50 e
1 2,5 A
1 - em AMPÉRES (A) Q 50
Q em COULOMBS (C) t- 20 s
t - em SEGUNDOS (s) 1 2,5
Sabemos que é normal a utilização
EXEMPLOS, de circuitos elétricos durante horas,
1 - Pelo filamento de uma lâmpa- e, par isso, utiliza-se uma unidade
da incandescente passaram S C. Sa- prática de quantidade de eletricida-
bendo que ela esteve ligada durante de muito conveniente chamada AM-
10 segundos, determinar a intensida- Pi':RE-HORA (Ah).
de da corrente elétrica. Um ampere-hora é a quantidade de
eletricidade que passa por um ponto
SOLUÇÃO, de um condutor em 1 hora, quando a
intensidade da corrente é de 1 am-
Q- 5 e pere. € fácil concluir que 1 Ah cor-
t - 10 s responde a 3. 600 coulombs:

Q 5 lC lAXls
1- --- - 0,5 A !Ah lAXlh
t 10 1 h 3.600 s
19
EXEMPLO, geralmente pela letra ..E.. e algumas
vezês por "V' ou "U'" .
O elemento aquecedor· •de um ferro
elétrico foi percorrido durante 3 ho-
ras por uma corrente de intensidade
igual a 7,5 A. Qual a quantidade de
eletricidade que circulou por ele? Dar
a resposta em coulombs e em ampe-
res-horas.

SOLUÇÃO•

I 7,5 A
MOVIMENTO DE ELaCTRONS EM UM CON-
DUTOR SOLIDO LIGANDO DOIS PONTOS EM
t 3h 10.800 s SITUAÇôES ELaTRICAS DIFERENTES. OBSBR-
VAR O MOVIMENTO DE EL:tctRONS LIVRES

Q I t 7[> X 10.800 ~ 81.000 C FIG, 111-1


Q 7,5 X 3 ~ 22,5 Ah
Saben1os agora que, se hOuver uma
Diferença de Potencial (d. d. p.) e d.d.p. entre dois pontos e eles. fo-
Resistência Elétrica rem postos em contato 1 haverá a pro-
/ dução de uma corrente elétrica. 11:
,/' Sempre que utn corpo é capaz de evidente que o meio (o material usa-
enviar eléctrons para outro, ou dele do para ligar os dois pontos) irá ofe-
. receber estas partículas, dizemos que . recer uma certa dificuldade ao deslo-
\J"slm POTENCIAL ELtTRICO. Se camento dos eléctrons; esta oposição
um corpo ..A" manda eléctrons para que uin 1naterial oferece à passagem
um outro corpo "B", DIZ-SE QUE "A," de uma corrente elétrica é denomi-
E .NEGATIVO EM RELAÇÃO A "B", nada RESISTENCIA ELETRICA (R).
e, naturalmente, "~",, lt POSITIVO Como conseqüência natural da difi-
E~!\.~L.'.'.5~~-~~ A · ----....., ·. culdade em apreço, podemos citar a
_1/ Dois corpos entre os quais pode se '. produção de calor em qualquer cor-
( estabelecer um fluxo de eléctrons : po percorrido por uma corrente elé-
( apresentam uma DIFERENÇA DE) \Jri~ e podemos tomar como UNI-
\..._I'<JTE!'ÇIAL,,. . . . . - ··-·-- ---' ÕADE DE RESISTENCIA ELl':TRl-
,...--......___yimos, assim, que entre dois cor- CA A RESISTl!:NCIA DE UM COR-
Í p~:r'(ou dois pontos quaisquer de um PO EM QUE t PRODUZIDA UMA
' circuito elétrico que apresentam si- QUANTIDADE DE CALOR DE UM
uaçoes e etricas diferentes há sem- JOULE, QUANDO ELE t ATRA-
P'º a POSSIBILIDADE DE SE ES· VESSADO POR UMA CORRENTE
TABELECER UMA CORRENTE DE UM AMP~RE, DURANTE UM
EL!tTRICA, isto é, existe uma DI- SEGUNDO. Esta unidade é chamada
'r..EERENÇA DE POTENCIAL. OHM e indicada com a letra íl, do
/ Esta grandeza é conhecida também alfabeto grego.
1 como F O R Ç A ELETROMOTRIZ Quando unimos dois pontos por
\ (f.e.m.), TENSÃO, VOLTAGEM e meio de um fio, cuja resistência sabe-
\ PRESSÃO ELtTRICA. t designada mos que é de 1 OHM, e nele se esta-
'
20
belece uma corrente de intensidade NUNCA se deve concluir, porém,
igual a 1 AMP~RE, dizemos que en- ao observar as expressões acima, que
tre os pontos considerados existe urna a resistência é diretamente proporcio-
unidade de diferença de potencial, nal à tensão e inversamente 1>roporcio-
chamada VOLT (V) .. nal à intensidade da corrente; como
veremos adiante, a resistência elétrica
Lei de OHM de um corpo depende apenas de ca-
racterísticas físicas por ele apresen-
George Simon Ohm estudou as re- tadas.
lações entre a tensão (E), a intensi- Quanto à tensão, é bom lembrar
dade de uma corrente elétrica (I) e que é CÃUSA e não EFEITO.
a resistência elétrica (R), e chegou à
_seguinte conc_lusão conhecida como EXEMPLOS,
LEI DE OHM' · ··.
"A INTENSIDADE DA COR-\_ 1 - Que corrente passará pelo fila-
RENTE ELJ;:TRICA NUM CON- . mento de uma lâmpada, se ela for li-
·,. gada aos terminais de um gerador dt
DUTOR i;: DIRETAMENTE PRO- /100 V? Seu filamento tem uma resis-
PORCIONAL À FORÇA ELETRO- . tência de 20 ohms.
M O T R 1 Z E INVERSAMENTE.
PROPORCIONAL A SUA RESIS-
TllNCIA ELllTRICA." SOLUÇÃO'

Em outras palavras: 'se mantivermos NOTA: Antes de resolvermos o pro-


constante a resistência elétrica, a in- blema acima, chamamos a atenção
tensidade da corr.ente aumentará se a para o seguinte fato:
tensão aumentar, e diminuirá se a ten- Denominamos de gerador de eletri-
são diminuir. Se a tensão for manti- cidade a um dispositivo em que exis-
da constante, a intensidade da corren- tem dois pontos (os terminais) corn po-
te decrescerá se a resistência aumen- tenciais elétricos diferentes. Ao ligar-
tar e crescerá se a resistência for re- mos os dois pontos, como neste pro-
' blema, há a produção de uma corren-
cJuzida-
~'E:is a equação que corresponde à te elétrica, com a tendência de igua-
lei de Ohm: lar elétricamente os mesmos; tal obje-
tivo não é conseguido devido aos fe-
E nómenos que ocorrem no interior do
1--- gerador e que· mantem a d. d. p. e a
R corrente.
I intensidade da corrente em
Vejamos o problema:
AMPJ;;RES (A)
E tensão, em VOLTS (V) E 100 V
R = resistência elétrica, em R 20 ohms
OHMS (íl)
E 100
Da expressão acima, podemos de-
1 - 5 A
duzir que:
R 20

R~ Se recordarmos a definição de volt


1 ! que foi dada, poderen1os raciocinar
-::..· ·, .~, .1
21
que a tensão de 100 volts poderia EXEMPLOS,
causar uma corrente de 100 A, se a
resistência fosse de 1 ohm. Esta, sen- 1 - Que condutância apresenta o
do, porém, 20 vezes maior, a corren- filamento de um válvula, cuja resis-
te terá que ser 20 vezes menor que tência é de 20 ohrns?
100 A, isto é, 5 A.
SOLUÇÃO'
2 - Que resistência tem um pedaço
de fio que, ligando dois pontos entre 1 1
os quais há uma d. d . .p. de 1,5 V, é G- - - -= 0,00 s
per-conido por uma corrente de 2 A? R 20

SOLUÇÃO, 2 - Qual a condutância de um apa-


relho elétrico que, ao ser ligado a uma
E 1,5 V fonte de 20 V, pennite a passagem de
1 - 2 A uma corrente de 4 A?
E 1,5
0,75 ohm SOLUÇÃO'
R
I 2 1 4
3 - Que tensão foi aplicada a um G~ ~ 0,2 s
aparelho elétrico de resistência igual E 20
a 5 ohms, se ele foi percorrido por É útil observar que a resistência
uma corrente de 4 amperes? elétrica de um, corpo exprime a ten-
são necessária para produzir uma cor-
SOLUÇÃO, 1ente de 1 AMP}';:RE no mesmo
R=5ohms (OHM - VOLT/AMPERE). A,,im,
1 = 4 amperes um corpÔ com uma resistência de 5
ohms exige que lhe seja aplicada uma
E-IR~4X5~20V tensão de 5 volts para ser percorrido
por uma corrente de 1 ampêre; da
Condutância (G) .. .. ··, mesrna fonna exigiria uma tensão de
30 volts, se a corrente desejada foSse
Condutância é o inverso da resistên'::. de 6 a1npêres.
eia; -refere-se, portanto, à facilidade . A condutância de um corpo, porém,
encontrada pelos eléctrons ao se deslo- exprime a intensidade da corrente
carem em um corpo qualquer. A uni- que se pode produzir num corpo, para
dade de condutância é o SIEMENS {S). cada volt de tensão aplic_ada ao mes-
mo (SlEMENS - AMPllREjVOLT).
De acordo com a definição de con- Se a condutância de um corpo é de
dutância, 2 SIEMENS, isto significa que será
produzida uma corrente de 2 ampêres
1 1 sempre que fo·r aplicada ao mesmo
e· ~ ou G uma tensão de 1 volt.
.R E

G = em SIEMENS (S)
/ ÇJ'~~~Ído, da Corrente Elétri~~
I em AMP~RES (A) 1' No início deste capítulo, chamamos
E em VOLTS (V)
'
1 de corrente elétrica ao movimento dos
/ eléctrons e, portanto, consideraremos
R em OHMS (íl)

22
sempre o sentido do fluxo de eléctrons fosse constituída por cargas positivas
como sendo o sentido da corrente elé- em movimento no condutor.
trica. Os terminais de certos geradores de
Entretanto, este é um assunto que, eletricidade recebem os sinais (-) e
em virtude de uma simples ~uestão de (+) para que se saiba de onde saem
denominação, traz dificuldades ao es- os eléctrons (-) e para onde se diri-
tudante, apesar de nada ter de difí• gem ( +), conforme convenção a que
cil ou complexo. Isto porque, antes nos referimos na seção deste capítulo
de adquirir os conhecimentos atuais que tratou de diferença de potencial
sobre a constituição da matéria, o ho-- e de resistência elétrica.
mem já fazia uso da eletricidade e di- De acordo com o que foi exposto,
zia que "algo" percorria os conduto- indica-se a corrente elétrica saindo do
res; tendo chamado este fenômeno de negativo para o positivo do gerador,
corrente elétrica e arbitrado um sen- quando se trabalha com o SENTIDO
tido para a mesma. Com o conheci- ELETRôNICO; se o senti<J,a. utiliza-
mento dos eléctrons, verificou que do é o CONVENCIONAL, a corren-
eram eles que se movimentavam nos te é indicada saindo do terminal posi-
condutores e produziam os efeitos tivo para o terminal negativo do ge-
atribuídos àquele "algo". Havia, po- rador.
rém, um imprevisto: o sentido do mo- Convém ressaltar, porém, que tudo
vimento dos eléctrons não era o mes- é apenas uma questão de_ denqmina-
mo que havia sido convencionado ção, porque nao ha ~divergência: entre
para a chamada corrente elétrica! os dois grupos no que se refere ao
Teria sido muito simples (em nos- sentido do movimento dos eléctrons.
sa opinião) mudar o sentido da corren- A Fig. 111-2 resume todas as nos-
te até então adotado, e considerar a sas observações.
corrente elétrica e o fluxo de eléctrons
como uma única coisa. Contudo, dois
grupas se constituíram: um deles de
acordo com o ponto de vista que abra-
çamos e o outro considerando corren-
te elétrica e fluxo de eléctrons duas
coisas distintas e de sentidos opostos.
Quando o sentido da corrente elé-
1rica é considerado igual ao dos eléc-
trons, fala-se em SENTIDO ELETRÔ-
NICO; quando se admite que o senti-
do da corrente é oposto ao do movi-
mento dos eléctrons, fala-se em SEN-
TIDO CONVENCIONAL ou CLAS-
SICO.
Mas, em que consiste essa corrente,
de sentido. oposto ao do fluxo de eléc-
FIG. III-2
lrons?
Na realidade, nada está se movi- Tipos de Correntes Elétricas
mentando no condutor ao contrál-io
dos eléctrons; o sentido convencional, Há dois tipos gemis de correntes
hoje em dia, exprime apenas o senti- elétricas: corrente continua (C.C.) e
do que teria uma corrente elétrica, se corrente alternada (C.A.).
Sabemos que uma corrente elétrica ' Miliampere (mA) - O,OOlA
-.mi condutor sólido é u1n fluxo de . Microampere (µ.A) - 0,000.001 A
eléctrons. Quando ligamos um apare- ·_
llo elétrico a uma fonte de eletrici- Tensio (E)
dadr, e os eléctrons que percorren1 o
aparelho SAEM SEMPRE DO MES- Megavolt (MV !.OOO.OOOV
MO TE:Rl\tlINAL do gerador, dizemos Quilovo]t (kV) - l.OOOV
que a CORRENTE € CONTINUA, Volt (V) - lV
isto é, tem sempre o mesmo sentido; Mi1ívolt (mV) - 0,001 V
neste caso, a fonte é um GERADOR Microvolt (µV) - O,OI0.001 V
DE CORRENTE CONTINUA.
O gerador de C.A. é aquele de onde Resistência (R)
os eléctrons saem, ora de um termi-
nal ora do outro. Conseqüentemente, Megohm (MQ) 1.000.ooog
os eléctrons ficam num vai-e-vem no Quilohm (kO) 1.ooog
circuito; durante algum tempo, um Ohm (Q) l ll
dos terminais é negativo em relação Miliohm (m{)) - 0,0011)
ao outro e, logo a seguir, as coisas se . Microhm (µD) ~ 0,000.0011)
invertem. Esta mudança de sentido é
no1mahnente periódica, variando, de Condutância (G)
acordo com o gerador, o número de
vezes por segundo em que há mu- Siemens (S) - 1s
dança no sentido da corrente. Mi1issiemens (mS) - 0,001 s.
A C.A. é, por natureza, de intensi- Microssiemens (µS) ~ 0,000.001 s
dade ·variável. A C.C..pode ter ou
não um valor constante.
Co1no exemplas mais co1nuns de PROBLEMAS
fontes de e.e. podemos citar as pi-
lhas. Os geradores existentes nas gran- QUANTIDADE DE ELETRICl·
des usinas (Paulo Afonso, etc.) são DADE. LEI DE OHM. CON·
fontes de C.A. DUTANCIA

Múltiplos e Submúltiplos Usuais 1 - Detenninar o nú1nero de eléc-


trons que percorreran1 o filamento de
A seguir relacionamos os múltiplos u1na lâmpada, em 10 segundos, saben-
e submúltiplos, geralmente usados, do que u1n amperímetro acusou uma
das unidades já estudadas: corrente de 2 amperes.
R.: 125,6 X 10.u eléctrons
Quantidade de Eletricidade (Q)
2 - Qual o tempo necessário para
Quilocoulomb (kC) - LOOOC que o filamento de uma válvula seja
Coulomb (C) - IC percorrido por uma carga de 0,003 C,
Milicoulomb (mC) ~ 0,001 c se a corrente que ele solicita é de
Microcoulomb (µC) - 0,000.001 c 0,03 A?
R.: 0,1 s
Intensidade de Corrente (I)
3 - Um ferro elétrico esteve ligado
Quiloampf.re (kA) 1.000 A durante meia hora, e u1n medidor co·
Ampere {A) - IA locado no circuito acusou uma cor-
,,/ 24

rente de 5 A. Qual a carga que pas- volts? A resistência do seu filamento


sou pelo ferro? é de 200 ohms.
R., 9.ooo e R,, 0,.562 ..5 A

4 - Se a quantidade de eletricidade 11 - Através de um resistor de 10


que percorreu um circuito foi de 2 e, ohms passa uma quantidade de ele-
no tempo de 10 segundos, qual era a tricidade de 1 Ah no tempo de 360 se- -
intensidade da corrente no mesmo? gundos. Calcular a tensão aplicada.
R,, 0,2 A R,, 100 V
12 - Uma lâmpada ligada a um
5 - U1na bateria de acumuladores
gerador solicita uma corrente de 0,5 A.
com uma "capacidade" de 30 Ah, que Sabendo que esteve ligada durante 10
corrente máxima pode fornecer du- horas e que seu filamento tem uma
1ante 5 horas? resistência de 250 ohms, calcular:
)1,, 6 A
a) a tensão que lhe foi aplicada;
6 - Um resistor de 30 ohms foi li- b) a quantidade de eletricidade que
gado a uma fonte de 150 V. Qual a passou pelo seu filamento;
quantidade de eletricidade que o per- e) a condutância do filamento.
correu em 3 horas?
R., 125 v, 18.000 C; 0,004 S
R., 54.ooo e
13 - Que valor deverá ter_ um re-
7 - Un1a lân1pada ligada a uma sistor, para solicitar uma corrente de
fonte de 110 V solicita uma corrente 0,5 A, ao ser ligado a uma fonte de
de 500 1niliamperes. Qual a resistên- 30 V? Dizer também qual será sua
cia do seu filamento? condutância e que quantidade de ele-
R.: 220 ohms tricidade irá percorrê-lo em meia hora.
R.: 60 oh1ns; O,Ol6S; 9()()(:
8 - Nu1n circuito, um amperímetro
indica uma corrente de 10 A. O apa- 14 - Por un1 resistor não deverá
relho que está ligado tem uma resis- passar uma quantidade._ de eletricida-
tência de 300 ohms. Qual a tensão do de superior a 2,4 C, em 120 segundos,
gerador? quando ele for submetido a uma di-
R,, 3.000 V ferença de potencial. de 30 V. Qual o
valor do resistor a ser usado? Qual a
9 - O fabricante de uma válvula sua condutância? Qual a intensidade
de rádio diz que seu filamento deve da corrente que irá percorrê-lo?
ser percorrido por uma corrente de R.: 1.500 ohn1s; 0,000.6 S; 0,02 A
30 mA, para que funcione nom1almen-
te. Qual a tensão que lhe deve ser 15 - Uma torradeira elétrica é pro-
aplicada, sabendo.se que sua resistên- jetada para solicitar 6 A, quando é
cia é de 200 ohms? Determinar, tam- aplicada uma tensão de 110 V aos seus
bém, a quantidade de eletricidade que terminais. Qual é o valor da corrente
passa pelo filamento em 3 horas. na torradeira, quando lhe .são aplica-
R., 6 V, 324 C dos 120 V? Determinar também a con-
dutância do elemento aquecedor da
10 - Uma lâmpada tem indicada torradeira e a quantidade de eletrici-
no seu bulbo uma tensão de 120 V. dade que o percorreu (corri. os 120 V)
Qual a corrente que ela solicita quan- em dois minutos.
do é ligada a uma fonte de 112,5 R., 6,5 A; 0,05 S; 780 C
r

CAPITULO IV

TRABALHO ELÉTRICO. ENERGIA ELÉTRICA.


POTJ;:NCIA ELÉTRICA. LEI DE JOULE

Trabalho Elétrico O trabalho realizado para transpor-


tar Uf\..f COULOMB de um ponto a
Sabemos que está sendo realizado outro, entre os quais existe uma d.d.p.
um trabalho, toda vez que um corpo de UM VOLT, é o que chamamos de
se movimenta. UM JOULE (J),
Quando unimos com un1 condutor
dois pontos entre os quais existe uma 1 JOULE - I VOLT X 1 COULOMB
d. d. p., e nele se estabelece uma cor- W E Q
rente elétrica, que é constituída por
eléctrons em movimento, estamos evi- São os seguintes os múltiplos e sub-
dentemente realizando um trabalho múltiplos usuais do joule:
que, pela sua natureza, é denomina-
do TRABALHO ELllTRICO. MEGAJOULE (MJ) 1.000.000 J
O trabalho elétrico· produzido de- QUILOJOULE (kj) 1.000 J
pende da carga elétrica conduzida; JOULE ()) 1 J
quanto maior o número de coulombs MILIJOULE (mj) 0,001 J
que percorrem o condutor, em conse- MICROJOULE (µJ) 0,000.001 J
qüência de uma determinada d. d. p.
aplicada aos seus extremos, maior o Da equação vista acima, podemos
trabalho realizado. Também é fácil tirai outras fónnulas úteis no cálculo
concluir que, quanto maior a tensão do trabalho elétrico.
aplicada aos e~tremos do mesmo con-
dutor, maior a· intensidade da cocren- Vimos que
te e, portanto, maior o trabalho elé-
trico. Q It
Uma grandeza que depende direta-
n1ente de duas outras depende tam- Portanto,
bém do produto delas, o que nos per-
mite escrever que - W = Elt
W ~ EQ
w em JOULES CT)
W = trabalho elétrico E em VOLTS (V)
E - tensão 1 em AMPBRES (A)
Q - carga elétrica t em SEGUNDOS (s)
26
Quando estudamos a lei de Ohn1, energia gasta, Convém não esquecer,
aprendemos que porém, que energia é algo que, pela
sua natureza, pode ser comparado à
E inteligência de uma pessoa, o que
1 --- ' E - IR nada tem de material, mas que não va-
R cilamos. em dizei' que a pessoa tem
em maior ou menor escclla, sempre
Assim, que esse indivíduo é capaz de exe-
E cutar determinadas tarefas. A inteli-
t gencia "de uma pessoa é, então, a ca-
R pacidade que ela apresenta de reali."
zar determinadas tarefas, e não algo
material que a pessoa conduz ou pos-
W---- sui em seu corpo!
R Em face do ·exposto, designamos a
energia gasta com as mesmas unida-
e também des de trabalho e utilizamos as mes-
mas equações para calcular o traba-
W Elt - !Rlt lho realizado e a energia consumida.
\V~ l"Rt
Queda de Tensão
Qualquer das equações estudadas
permite a determinação de um traba- A expressão· em apreço é usada· para
lho elétrico, desde que sejam conhe- designar a diferença de potencial en-
cidos os dados necessários à sua uti- tre dois pontos quaisquer num circui-
lização. to, principalmente entre os extren1os
de um elemento do mesmo, tal como
um resistor (peça construída com o
Energia Elétrica
objetivo de oferecer uma determina-
da resistência à passagem de uma cor-
Energia é a capacidade de produzir rente elétrica); chamamos a atenção
trabalho. Quando dizemos que uma
para a confusão normalmente causa-
pilha elétrica tem energia, isto signi-
da pela palavra QUEDA, utilizada
fica que ela é capaz de produzir um
neste caso para exprimir CONSUMO
trabalho elétrico num condutor ligado DE ENERGIA.
aos seus terminais. Se a pilha, depois
de algum tempo de uso, não pode A tensão que se mede entre os ter-
produzir uma corrente no condutor, minais de um elemento constituinte
dizemos que ela não tem mais ener- de um circuito elétrico REPRESEN-
gia, ou seja, não é mais capaz de rea- TA A ENERGIA GASTA PARA
lizar trabalho. TRANSPORTAR A UNIDADE llE
Ora, se o corpo só tem energia en- CARGA ELETilIGA llE UM PARA
quanto pode realizar trabalho, é evi- O OUTRO 'fERMINAL.
dente que o máximo de trabalho que Se medilnos 120 VOLTS entre os
e1e poderá efetuar corresponde ao má- terminais de uma lâmpada, devemos
ximo de energia que possui, isto é, o concluir que estão sendo gastos 120
trabalho que é realizado sempre c.or· JOULES de energia (ou está sendo
respoiide a uma eerta quantidade de realizado um trabalho de 120 JOU-
l.ES) toda vez que l COULOMB per- bulbo da f!les1na (por exemplo, 100 W),
corre o filamento da lâmpada. significa a energia elétrica que é gas-
ta na lâmpada em cada unidade de
tetnpo. A lâmpada não. fornece ener-
Potbtcía Elétrica gia elétrica como o gerador, e sim atua
como um consumidor de energia elé-
Potência é a rapidez com que se trica. É verdade que podemos fazer
gasta energia, ou a rapidez com que referência à energia luminosa ofere-
se produz trabalho. Podemos dizer cida pela lâmpada, mas no momento
ta1nbérn que é a energia gasta na uni- interessa-nos, apenas, a energia elétri-
dade de te1npo. Sob a forma de equa- ca que está sendo consumida.
ção, a potência é igual a
Outro caso importante é o da po-
tência indicada num resistor, Os resis-
w tores são designados pelos seus valores
p em ohms e também em termos de
t watts. Nu1n resistor, a energia elétri-
ca é transformada em calor (energia
térmica), e isto acontece numa deter-
W energia em JOULES (J) 1ninada rapidez. Calor é energia e,
t tempo em SEGUNDOS (s) con10 tal, é dado também em joules.
Un1 resistor é calculado para fun-
P potência em JOULES/SEGUN-
cionar numa determinada temperatu-
DO G/,) ra e, para que não seja ultrapassada
t>ssa especificação, deve ser capaz de
O joule/segundo é conhecido tam- se libertar (de dissipar) do calor com
hé1n co1no WATT (W) e é a potência a n1esma rapidez con1 que ele é pro-
quando está sendo realizado um tra- duzido, e para isso concorre1n sua for-
balho de 1 JOULE EM CADA SE- ma e din1ensões.
GUNDO. Assim, se uma determinada A escolha adequada de u1n resistor
rnáquina fizesse um trabalho de 30 ilnplica em saber qual a quantida.de
JOULES e1n 10 SEGUNDOS, teria de calor de que ele pode sé libertar
gasto energia na razão de 3 JOULES na unidade de ten1po, para que ele
POR SECUNDO, e, portanto, n po- não seja utilizado de modo incorreto,
tência seria de 3 WATTS. o que pode resultar na destruição da
A potencia elétrica é, evidente1nen- peça.
te, calculada do 111esnH1 modo e 1ne- Em cqnclusão, um resistor de 20 W.
dida na mesma unidade. por exemplo, pode ser usado e1n qual-
Antes de prosseguinnos coin o cál- quer circuito, desde que a quantidade
culo da pott·ncin, considereinos o uso de calor produzida no mesmo (resul-
da palavra poté·ncia e1n alguns casos tante da transfom1ação de u1na quan-
diferentes. tidade igual de energia elétrica) não
Tomen1os iniciahnente o caso de seja superior a 20 joules e1n cada se-
u1n gerador de eletricidade. A poten- gundo, pois assin1 sua teinperatura po-
cia elétrica de u1n gerador é a ener- de·rá permanecer constante e dentro
gia que ele pode fornecer na unidade do li1nite de segurança previsto pelo
de tcmpq, ou o trabalho elétrico que fabricante. (;onvén1 não esquecer, po-
ele pode realizar na unidade de te1npo. rén1, a influência que poderá ser exer-
Já a potencia de uina lfunpada. va- cida por outros fatores, tais co1no a
lor que esta1nos habituados a l1·r no ventilação, etc.
28
Voltando ao cálculo da potência, te- assim, foi feito um trabalho de 60 J
mos que em cada segundo, o que representa
w urri trabalho total (em 3 horas) de
P- 60 X 10.800 - 648.000 J. Ou,
t
Como E-120V
1 0,5 A
W = E It - 1~R t t = 3h = 10.800 s:
R W - Elt -120 X 0,5 X 10.800
w - 648.000 J .
a potCncia elétrica pode ser determi-
nada também com as seguintes ex-. A potência elétrica é o trabalho rea-
pressões: lizado por segundo, ou 60 W:

E' P - EI - 120 X 0,5 - 60W


P-EI P=l 2 R P=
R .A energia é, como vimos, calculada
do mesmo modo que o trabalho, dada
P ~ em WATTS (W) nas mesmas unidades e designada com
E - em VOLTS (V) a mesma letra:
I - em AMPE:RES. (A)
R ~ em OHMS (íl) w- 648.000)
São os seguintes os múltiplos e sub-
2 - Um resistor de 100 ohms será
múltiplos usuais do WATT:
sub1netido a uma d.d.p. de 500 V.
Qual será a quantidade de calor pro-
MEGAWATT (MW) 1.000.000W
duzida no tnesmo por segundo? Sa-
QUILOWATT (kW) LOOOW bendo que o resistor em apreço foi
MILIWATT (mW) 0,00! w
construído para uma dissipação de
MICROWATT (µW) 0,000.001 w
30 W, dizer se o mesmo estará sendo
utilizado de modo acertado.
EXEMPLOS,
1 - Qual o trabalho efetuado numa SOLUÇÃO: No resistor em apreço
làmpada, em 3 horas, se a corrente a potência, isto é, a rapidez com que
que percorreu seu filamento era de estará sendo transformada a energia
0,5 A?. A d.d.p. entre os tenninais da elétrica, será de
lâmpada era de 120 V. Determinar
também a potência da lâmpada e à E" 500'
energia gasta no mesmo tempo. " P = -- - - - ~ 2.5.00W
R 100
SOLUÇÃO: Se a tensão na lâmpada
era de 120 V, estava sendo realizado Isto .quer dizer também que estarão
um trabalho de 120 J toda vez que um sendo produzidos, por segundo, 2.500
col!lon1b passava pelo filamento da joules de calor Como o resistor. foi
lâffipada. construído para dissipar apenas 30
Ora, uma corrente de 0,5 A corr'es- joules de calor por segundo, não su-
ponde a uma carga de 0,5 ç_· passando portará o excesso de calor resultante
pelo filamento em cada segundo, e, da ligação e se inutilizará.
29
3 - Com que rapidez estará sendo ideais, deveria entregar totalmente.
,· . . , lnlbalho elétrico num resistor de Um dínamo, por exemplo, recebe
1f ohms, percorrido por uma corren· energia mecânica e entrega energia
le elétrica de 5 A? Qua1 a energia gas- elétrica; esta última representa ape-
ta no mesmo em 2 h? nas uma parte da primeira. O mesmo
acontece num motor elétrico, que re-
SOLUÇÃO' cebe energia .elétrica e entrega ener-
gia mecânica, esta última inferior nu-
P -·12 R--S 2 X10-250W mericamente à primeira.
W- Pt- 2.50 X 7.200 - 1.800.000 J
A RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA
QUE O APARELHO ENTREGA
(ENERGIA DE SA!DA) E A ENER-
Outras Unidades de Energia, Trabalho
GIA QUE ELE RECEBE (ENERGIA
e Potência Elétricos
DE ENTRADA) l!: O· SEU RENDI-
MENTO (OU EFICil!:NCIA)'
Além das unidades apresentadas nos
parágrafos anteriores, são muito utili-
zadas na prática, pela maior conveni- w.
ência em certos casos, as seguintes:
"- w•
Trabalho e Energia
w. energia de saída
WATT-HORA (Wh) - 3.600 WATTS- w. energi~ de entrada
rendimento
SEGUNDOS - 3.600 JOULES

QUILOWATT-HORA (kWh) - 1.000


"
Como vimos, há sempre perdas, e
portanto o rendimento será sempre
Wh - 3.600.000 JOULES
menor que l; só o aparelho IDEAL
Potência (sem perdas,) apresentaria rendimento
unitário. O rendimento é expresso em
HORSEPOWER (H.P.) - 746 Watts número decimal ou em· percentage1n.
CAVALO-VAPOR (cv) - 736 Watts Podemos obter também o rendimen-
to, trabalhando com potências:
Rendimento ou Eficiência (1))
P.
Sempre que_ um dispositivo qualquer
é usado na transferência de energia, P,
com ou sem transformação de um tipo
em outro, como os geradores de ele- potência de saída
tricidade, os motores elétricos, os potência de entrada
transformadores, etc., uma pa'tte da
referida energia é consumida para fa- EXEMPLO,
zer funcionar o próprio aparelho,
constituindo o que chamamos de Um gerador de eletricidade exige
PERDA DE ENERGIA. uma potência mecânica de 5 H. P.
Assim, a energia entregue pelo apa- (3. 730 W) para seu furicionamento e
relho é sempre menor que a energia· pode fornecer energia elétrica até
que ele recebe e que, em condições 3. 200 W. Qual a sua eficiência?
30
SOLUÇÃO; F:: comum determinar a quantidade
de calor em CALORIAS (cal), o que
P. 3.200 implica em escrever a equação na for-
~--­
- - - -= 0,8 ou 80% ma abaixo:
P, 3.730
Q,, =- 0,24 I" R t
Lei de Joule
0,24 == fator pira transformação dt'
A lei de Joule refere-se ao calor pro- joules em calorias.
duzido por uma corrente elétrica num
condutor, e seu enunciado é o se- O calor produzido por uma cor-
guinte: 1 ente elétrica tem aplicações diversas
(aquecimento de água, fusão de mate-
"A QUANTIDADE DE CALOR riais, emissão de eléctrons numa vál-
PRODUZIDA NUM CONDU- vula de rádio, etc.).
TOR POR UMA CORRENTE A título 4e exercício, relacionemos
ELETRlCA ll DIRETAMENTE a lei de Joule com a equação abaixo,
PROPORCIONAL que nos pennile determinar a quanti-
dade de calor absorvida ou libertada
a) AO QliADRADO DA INTEN- por um corpo, quando sua temperatu-
SIDADE DA CORRENTE ra é variada:
ELETRICA;
b) À RESISTllNCIA ELllTRICA
DO CONDUTOR;
e) AO TEMPO DURANTE O Qc - quantidade de calor, em CA-
QUAL OS ELllCTRONS PER- LORIAS (cal)
CORREM O CONDUTOR. m - massa do corpo em GRA-
MAS (g)
Sob a forma de equação: e - calor específico do material
que constitui o corpo (dado en1
tabelas)
Q, - i' R t fJ - variação de temperatura em
graus da escala de Celsius.
Q quantidade de calor em
0
=
Com esta equação podemos, por
JOULES O)
- exemplo, calcular a quantidade de ca-
1 = intensidade da corrente em
lor necessária para fazer vaiiar a tem-
AMPERES (A)
R = resistência do condutor em peratura de uma certa quantidade de
água e, com - o resultado obtido (Q )
OHMS (ílJ
t = tempo em SEGUNDOS (s)
podemos determinar o tempo necessá-
rio para que uma dada corrente elé-
Evidentemente, QUALQUER UMA trica, percorrendo um aquecedor elé-
DAS EXPRESSOES QUE VIMOS trico, produza a variação desejada.
PARA CALCULO DA ENERGIA
ELllTRICA SERVE PARA DETER- EXEMPLO,
MINAR A Q U ANTIDA D E DE
CALOR PRODUZIDA POR UMA Qual o tempo necessário para que
CORRENTE ELETRICA. uma corrente de 2 A, em um elemen-
31

t-O aquecedor de 30 ob.ms dt• resistc\n- da fonte a que está ligado e c) a con-
eia, faça variar dt• 80º C a te1npera- dutância do fio. ·
tura de 2.000 g de água?
R.; 2.462.400 ); 114 V; 0,017 S
SOLUÇÃO:
4 - Que tensão deYe ser aplicada a
m = 2.000 g e: = 1 (no caso da utn aquecedor de 600 \V, para que so-
água) fJ """' 80° e licite u1na corrente de 12 A? Determi-
nar tan1bê1n sua resistCncia e a ener-
Q, ~ m ,. 8- 2.000 X 80 ~ 160.000
gia que <COnsoinc e1n 3 horas.
mi
2 A R - 30 ohms R.: 50 V; 4,1 ohms; 6.480.000 J
Q,- 160.000 cal
5 - A potencia requerida para fazer
Q, funcionar um rádio. é de 90 W. Se o
t 5.555 s conjunto for utilizado 2 horas por dia,
0,24 X 2' X 30 durante 30 dias, qual será o ·custo de
operação. na base de cz$ 1,20 por
kWh?
Pl\OBLEMAS R.; Cz$ 6,48
TRABALHO ELETRICO. ENERGIA
F.LETRICA. POTENCIA ELETRICA. 6 - Um gerador de corrente con-
RENDIMENTO. LEI DE JOULE tinua, con1 uma potência de 500 W,
está fornecendo uma corrente de 10 A
l - Un1 c:ondutor ligado a uma fon- ao circuito externo. Determinar: a) a
te de 50 V é percorrido por uma cor- t>nergia consumida no circuito exter-
rente de 2 .\. Calcular: a) a quanti- no, em meia hora; b) a tensão do ge-
dade de eletricidade que o percorre rador; c) a resistência do circuito ex-
l"lll 3 'horas; h) a energia consu1nida
terno. Desprezar a resistCncia interna
~10 1nes1no ten1po e c) a sua condutân- do gerador.
cia.
R.; 900.000 J; 50 V; 5 ohms
· R. 21.600 C; 1.080.000 J; 0,04 S.
i - A corrente solicitada por un1
2 - Um fogão elétrico solicita 6 A, 1notor de ·corrente contínua é 75 A. A
<1uando é ligado a uina fonte de l~O V. tensão nos tenninais do motor é 230 \-'.
Qual a despesa com o seu funciona- Qual é a pot('>ncia de entrada do mo-
mento durante 5 horas, se a compa- tor e1n kW?
nhia cobra Cz$ 1,20 por kWh?
R., 17,25 kW
R.; Cz$ 4,32
8 - Um gerador de corrente con-
3 - O fio usado em um aquecedor tínua apresenta os seguintes dados en-
elétrico tem uma resistência de 57 tre suas características: 150 kW e 275
ohn1s. Calcular: a) a energia que con- \'. Qual é sua corrente nominal?
so1ne em 3 horas, sabendo que solici-
ta uma corrente de 2 A; b) a tensão R.; 545,4 A
32
9 - Um dispositivo elétrico que tra- a) sua resistência
balha com 250 V tem 8 ohms de re- b) a potência do aparelho;
sistência. Qual é a sua potência no- e) a energia, em joiiles e em kWh,
minal? consumida pelo aparelho depois
de 3 horas de furicionamento;
ª·' 7.812,5 w d) o trabalho elétrico realizado no
aparelho após 2 horas de fun-
10 - Qual deve ser a dissipação mí- cionamento contínuo.
nima de um resistor de 20. 000 ohms,
para que possa ser ligado a uma fon- R.: 00 ohms; 500 W; 5.400.000 J;
te de 500 V? 1.5 kWh; 1 kWh

a., 12,5 w
• 16 - Qual é a corrente máxima que
11 - Num resistor lê.se o seguinte: se pode obter de um gerador de e. e:
"10 ohms - 5 watts". ~.ser ligado de 50 V, acionado a motor, quando
a uma fonte de 20 V? Justifique a res- este está desenvolvendo uma potên'-
posta. cia de 5 H. P., se o gerador tem uma
eficiência de 85%? •
R.: NÃO, porque seria produzida
uma quantidade de calor por segun-
do maior do que a que ele pode dis- a., 6.l,4 A
sipar.
17 - Um motor de corrente con-
12 - Qual é a corrente na ru1tena, tínua foi projetado para solicitar 30,4
quando um transmissor está entregan- amperes de uma fonte de 230 V. Sa-
do à mesma uma potência de 1 kW? bendo que sua eficiência é de BO"lo, de-
A resistência da antena é de 20 ohms. terminar sua potência de saída.

R., 7 A ª·' 5.593,6 w


13 - Qual a corrente máxin1a que 18 - Um motor de corrente con-
pode passar por um resistor que apre- tínua ligado a uma rede de 120 V for-
senta as seguintes características: "5.000 nece a potência de 5 H. P. e seu ren-
ohms - 200 watts"? dimento é de 85%. Determinar: a) a
intensidade da corrente de alimenta-
R., 0.2 A ção; b) as energias absorvida e forne-
cida pelo motor em 8 horas de funcio-
14 - Numa lâmpada estão gravados namento.
os seguintes dizeres: 60 W - 120 V.
Determinar a resistência (a quente) do
filamento da lâmpada, a intensidade R., 36,5 A; 35.105,6 Wh; 29.840 Wh
da corrente que a percorre e a ener-
gia gasta na lâmpada em duas hor~s. 19 - Determinar a quantidade de
calor necessária para aumentar de
R., 240 ohm•; 0.5 A; 432.000 J 50° e a temperatura de 3,5 kg de
água.
15 - Um aparelho elétrico solicita
5 A de uma fonte de 100 V. Calcular: R.: 175.000 cal
33
20 - Uma lâmpada acesa é co1nple- gado durante 2 minutos., calcular a
ta1nente mergulhada ein um vaso con- n1assa de gelo que não se fundirá.
tendo 6 .000 g de água, e, após 5 nli- Sabe-se que para fundir 1 g de gelo
nutos, a temperatura da água aumen- a 0° C são necessárias 80 calorias.
ta de 3º e. Qual a potencia na lân1-
pada? R., 568 g

R., 250 W 24 - Se uma chaleira elétrica soli-


cita 3,8 A, quando é ligada a uma fon-
21 - Que resistencia deve ter um te de 230 volts, determinar o tempo.
resistor destinado a libertar 72 calorias necessárici para que 1,7 kg de água
por segundo, ao ser ligado a uma fon- atinjatn o ponto de ebulição, admitin-
te de 100 V? do que a temperatura inicial da água
era de 12º e, e que a eficiência da
R.: 33,3 ohms chaleira é de 70%.

22 - Qual é a resistencia de uma R.: 1.018 s


bobina, se a diferença de potencial en-
tre seus terminais é de 40 V e o calor 25 - Um aquecedor elétrico deve
que desenvolve por segundo é de 800 ~er usado para aquecer 5 litros de
calorias? água. O dispositivo solicita 2 ampe-
res quando é submetido a uma fonte
R.: 0,4 ohm de 110 V. Desprezando o calor dissi-
pado pelo tanque, determinar o tem-
23 - Um resistor de 12 ohms é liga- po necessário para elevar a tenipera-
do a uma fonte de 120 volts e intro- tura da água de 15º para 80° e.
duzido em um bloco de· gelo de 1 kg
a Oº C. Se o resistor permanecer li- R.: 6.155 s
CAPITULO V

CIRCUITOS DE c. C. EM SÉRIE, EM PARALELO E


MISTOS. PONTE DE WHEATSTONE

Resistores Por último, poderíamos medir a re-


sistência de vários condutores, todos
Todos os corpos apresentam resis- com o mesmo comprimento, a mesma
tência elétrica, ou seja, oferecem opo- seção transversal e na me!">111a tempe-
sição à passagem de uma corrente elé- ratura, porém feitos de materiais di-
trica. ferentes. Verificariamos que, apesar
de serem iguais os fatores já conside-:
i
A resistência de um corpo é deter- '
minada pelas suas dimensões e pelo rados, haveria diferenças nas medi-
çõe!> efetuadas. Isto faz-nos concluir
'
!
material que o constitui, e pode va-
riar conforme a sua temperatura. que O MATERIAL QUE CONSTI- i
TUI O CORPO, isto é, a sua estmtu-
Se medirmos a resistência de vários
corpos condutores, todos com a mes-
rn, INFLUI NA RESISTJlNC!A QUE
OFERECE.
1
ma seção transversal, feitos do mesmo
n1aterial e na mesma temperatu1a, ve- Para podermos avaliar a influência
rificaremos que apresentará maior re- que os materiais de que são constituí-
sisténcía aquele que tiver o maior com- dos os corpos exercem sobre as suas
primento, o que nos permite concluir resistências elétricas, tomamos a1nos-
que A RESISTJlNCIA ELllTRICA ll tras dos mesmos com dimensões (com-
DIRETAMENTE PROPORCIONAL primento e seção transversal) escolhi-
AO COMPRIMENTO DO CORPO. das, todas na mesma temperatura, e
Do mesmo modo, se tomarmos vá- medimos suas resistências. Os valores
rios condutores de comprimentos encontrados são resistências correspon-
íguais, todos feitos com o mesmo ma- dentes a comprimentos e seções co-
terial e na mesma temperatura, obser- nhecidos, e como sabemos que a re-
varemos que apresentará maior resis- sistencia é diretamente proporcional
tência o que tiver menor seção trans- ao comprimento e inversamente pro-
versal, e poderemos concluir que A porcional à seção transversal será fá-
RESIST:RNCIA EL:€TRICA l!: IN- c-j} deter1ninar a resistência de um cor-
VEHSAMENTE PROPOHC!ONAL À po feito de um determinado material
SEÇÃO TRANSVERSAL DO e co1n seção transversal e eomprimen-
CORPO. to conhecidos.
35
Os valores a que nos referimos no l =- comprimento do corpo
item anterior são organizados em ta-
belas, nas quais são esclarecidas as S - área da seção flans\l'ersal do
Hnidades de comprimento e seção uti- coqx>
lizadas. Esses valores são conhecídos p, - resistividade do IWllaW de que
como RESISTf:NCIAS ESPECl1''1-
CAS ou RESISTIVIDADES dos n1a- é feito o corpo, na meaaa tem-
teriais a que- se referem. peratura "t" em que .: .....
Não é difícil concluir que a resis- determinar a resistência.
tência de um corpo é direta1nente pro-
porcional à sua resistividade, que de- Deduz-se que
signamos com a letra grega p (rhô).
Do exposto nos parágrafos anterio-
res, podemos escrever que R, S
p, - ---
p, l l
R, - ---
s A resistividade pode ser dada em
várias unidades, conforme as unidades
R, resistCncia do corpo nun1a de- escolhidas para "R", "S" e "l", o que
tenninada temperatura "t". pode ser observado na tabela abaiio:

l\esisténcia ohm ohn1 ohm ohm


Seção mm' m' cm 2 CM
Co1nprünento m m cm pé
Resistividade ohn1.mn1 2 /m ohm.m 2 /1n ohm.c1n•/c1n oh1n CM/pé
ou ou
ohm.m oh1n. cn1

N O TA : CM é a abreviatura de ben1 c:oino para dissipações variadas


CIRCULAR MIL, uma unidade inglesa (ver o capítulo anterior).
de área circular. t definida como a Co1no é Ób\'io, não é possível fabri-
área de um círculo com um diiime- car ess;\S peças em todos os valores
tro igual a um MILJ!:SIMO DE PO- que possan1 ser desejados pelos que
LEGADA (um MIL). · Corresponde a projetan1 equipamentos _elétricos ou
1/1973 do milímetro quadrado. t"letrônicos, de 1nodo que é necessário
C'Ombiná-los para obter os valores que
De acordo com o que já foi estu- 5ão requeridos.
dado, é perfeitan1ente possível fazer
u1n corpo com uma detem1inada re-
sistência, con1 o fim específico de, por Associação de Resistores
exemplo, limitar a corrente nun1a de-
te_nninada ligação ou produzir uma Essa c:oinbinação ou associação de
certa queda de tensão. Esses ele1nen- resistOres pode ser efetuada de três
tos, éncontrados em praticamente to- modos:
dos os aparelhos elétricos e eletrôni- em Sf:l~IE
cos, são os llESISTORES, que são fa- em PARA.LELO
hricados c111 for1nas e valores diverso.~, MISTA
36

A associação em série resulta num Cma ligação de resistores em série é


aumento de resistência, pois as resis- repre~entada e~qucn)aticarncnte como
tCncias dos di\'ersos re~istorcs se so- se segue:
mam:

R, = R, + R2 + R, + R

A 0---.1\,(\
H, resistêricia total ou equivalente
R,, R,, R,, etc. = resistências dos di-
versos resistores.
OBS.: Se todos os resistores tiverem R

o mesn10 valor, bastará multiplicar


-C'sse valor pelo número de peças usa-
R
das, para obter R,.
Para ligar resistores em série é ne-
cessário unir um dos tern1inais de um
deles a um dos terminais do outro. A TRl!:S RESISTORES EM StRJE
resistência total é a que existe entre
os terminais livres. "A .. E "B" =o EXTREMOS DA LIGAÇÃO
Se fossem três ou mais resistores em
série, ligaríamos todos eles de modo FIC. V-2
a constituírem um único caminho para
qualquer coisa que tivesse de se des- Associar resistores em paralelo é li-
locar de um extremo ao outro da li- gá-los de tal modo que os extremos de
gação. Cada um fiquem ligados diretamente
A resistência elétrica de um resistor aos extre1nos correspondentes dos ou-
ou de wn corpo qualquer é simboli- tros, e os dois pontos que resultam
zada da seguinte 1naneita: das uniões são os extremos da ligação:

OIJ )I
l
R

RESISTORES

A R
S!MBOLO DE
RESIST:tNCIA
TRE':S RESISTORES EM PARALELO

"A" E "B" =e EXTREMOS DA LIGAÇÃO

FIG. V-1 FIG. V-3


37
/\ resistência total neste caso é sen1- tahelecido, e por Csse nüvo caminho
pre 1nenor do que o menor valor uti· passariam outros eléctrons; o nú1nero
lizado na ligação e é determinada do total de eléctrons que poderia1n pas-
seguinte modo: sar por segundo de um tenninal para
ootro seria 1naior do que antes, pois
l l l l seria a soma das intensidades nos dois

R,
+ R,
+ + caminhos. Ora, embora a ligação de
outro resistor não modificasse a situa-
çiio no primeiro resistor, PARA TO-
Quando trabalhamos com apenas DOS OS EFEITOS A DlFICllLDA-
dois resistores, pode1nos usar a expres- DE TOTAL SERIA i\fENOR, porque
são abaixo, derivada da anterior: o nún1ero total de eléctron.~ que se
deslocariam por segundo de uin ter-
lllÍna] para o outro aun1entaria, embo-
ra a tensão entre os tern1i~1ais do ge-
rador nân tivt•sse 1nudado (rever a lei
R, + R~ de Ohtn).
A ligas:ão de outros resistores au-
R, e R~ = valores dos resistores n1entaria o nún1ero de caminhos e, em
conseqüência, 1naior seria a intensi-
Quando todos os resistorcs tem va- dade total da corrente; como a tensão
lores iguais, basta dividir o valor de entre os dois pontos cons~derados se-
uni deles pelo número de peças uti- ria sempre a mesma, concluiríamos
lizadas na associação: que a dificuldade total oferecida pelo
conjunto de resistores seria menor do
R que quando tínhamos apenas um re-
R, - sistor.
n O que foi afirmado nos parágrafos
anteriores se aplica també1n à associa-
R valor de um dos resistores ção de quaisquer outros elementos que
iguais apresentein resistência elétrica e que
sejam associados nas formas estudadas.
n quantidade de elementos A associação mista é simples1nente
usados na associação a combinação das· formas anteriores,
e apresenta simultaneamente a~ carac-
Mas, con10 poderia ser explicada a terísticas mencionadas.
diminuição de resistência resultante
da associação en1 paralelo?
Tentaremos responder a esta per- Condutividade (K)
gunta. Se os te1minais de um resistor
f0Ssen1 ligados aos terminais de um Condutividade de u1n nlaterial é o
gerador, os eléctrons que saíssem de inverso da sua resistividade e, portan-
um terminal do gerador para o outro to, refere-se à condutância de uma
DISPORIAM APENAS DE UM CA- a1nostra do mesmo, co1n dimensões de·
MINHO, com uma determinada resis- terminadas:
tência, e a intensidade da corrente se-
ria limitada a um certo valor. Se em l !
seguida· ligássemos outro resistor do K
1nesmo modo, outro ca1ninho seria es- p .R S
38

Damos a seguir as unidades usuais no circuito, este pode ser classificado


de condutividade: en1 um dos três tipos abaixo:

l/ohm. metro __, siemeris/metro S~RIE


PARALELO
l/ohm. centímetro
MISTO
. m/ohm. mmi
pé/ohm. CM Características de circuitos
em série
Condutividade Percentual (K %)
Nun1 circuito em série, todos os ele-
Um tipo de cobre que apresenta mentos ligados à fonte estão em sé-
uma resistência de 0,153 9.8 ohm por rie, e os e léctrons dispõem de um uni-
grama de peso e por metro de com- co caminho unindo os terminais da
prin1ento, na temperatura de 20º e, é' lante.
considerado como o PADRÃO INTER-
NACIONAL DO COBRE.
A condutividade de qualquer tipo
comercial de cobre é, então, compa-
rada à do cobre padrão, e expressa
em termos de percentagem. A condu-
tividade dos tipos de cobre normal-
mente usados e1n Eletrotécnica é me-
nor do que a do padrão. Também é
comum exprimir a condutividade de
qualquer outro material condutor em
.
CIRCUITO EM St.RIE
relação ao cobre padrão.
-1 SIMBOLO DE PILHA
Circuitos de C.C.

Para que tenha1nos um circuito bas-


ta que liguemos um dispositivo elé-
1
FIG. V-4
trico qualquer a um gerador (ou qual-
quer coisa que nos proporcione uma
diferença de potencial). O dispüsitivo Neste tipo de circuito, a dificuldade
que recebe a energia elétrica fome· total oferecida à passagem dos eléc-
cida pelo gerador é chamado CARGA trons é dada pela equação já estudada
ou CONSUMIDOR. A ligação da car- para a associação de resistores em
ga ao gerador é feita quase sen1pre série:
por .meio de fios de material condu-
tor de eletricidade.
Vários . aparelhos ou peças podem
ser ligados ao mesmo gerador (à mes·
ma fonte de eletricidade), constituindo R, = resistencia total ou equiva-
circuitos mais complexos. · lente
De acordo cc1n o modo como es- R,, R,, Ra. etc. = resistências dos
tão ligados todos os elementos que diversos elementos ligados
atuam como consumidores de energia à fonte.
39
A intensidade da corrente é a mes- E, = E, +E +2 E, + ...
ma em qua.lquer parte do circuito,
isto é, em qualquer seção do circuito E, ~ d.d.p. entre os terminais
estará passando o mesmo número de do gerador (fonte), com o
eléctrons por segundo. circuito em funcionamento;
Vejamos um fato com certa seme- tensão aplicada aos ele-
lhança, para compreendermos este fe- mentos alimentados pela
nômeno. Se numa rua estivesse sendo fonte.
realizada uma parada militar, e todos E,, E,,-E 3 , etc. - d.d.p. entre
os soldados marchassem com a mes- os terminais, respectiva-
ma cadência, várias pessoas colocadas mente, de Ri, R2 , R 3 , etc.
em pontos diferentes da rua veriam
passar o mesrno número de soldados '
na unidade de tempo. Assim acontece Esta afirmação está de acordo com
com os eléctrons em .movimento no o que estudamos a respeito. de tensão
circuito em série. É conveniente fri- e queda de tensão; a eÍ1.ergia gasta
sar que não são os mesmos eléctrons para transportar um coulomb de um
que passam na unidade de tempo en1 t.erminal a outro do gerador (tensão
total) deve ser igual à soma das ener-
todos os pontos do circuito, e que o gias gastas para fazer o mesmo cou-
importante é a quantidade de elé~ lomb. atravessar todos os componentes
trons que passam na unidade de tem~
do circuito {tensões parciais ou que-
po em qualquer ponto do circuito
das de tensão).
pois disto é que dependem os efeito~
da corrente elétrica.
Do exposto,
Características de Circuitos
em Paralelo

Nun1 circuito em paralelo, todos os


I, corrente total, ou seja, nú- elen1entos ligados à fonte estão em pa-
mero de eléctrons que dei- ralelo e, assim, os eléctrons dispõem
xam por segundo o termi- de vários caminhos ligando· os termi-
nal negativo da fonte (ou nais da fonte.
que chegam por segundo A resist€ncia total é calculada con10
ao terminal positivo da foi estudado na associação de resisto-
fonte). tes em paralelo:
I,, 12, 13, etc. = designações da-
das à corrente ao passar 1 1 1 1
pelos elementos cujas resis-
tências são, respectivamen- R,
+ + +
te, Ri. R", Rh etc.

A diferença de potencial entre os R, = resistê.ncia total dos diver-


terminais da fonte é igual à soma das sos componentes associados
diferenças de potencial entre os ex- e1n paralelo e ligados ao
tremos de cada un1 dos elementos as- gerador (fonte).
~iados e1n série, e que constituem a R,, R,, R0 , etc. = resístencias dos
carga do circuito: componentes.
40
Características dos Circuitos 1\-listos

Estes circuitos apresentan1, sünul-


tàneamente, as características dos cir-
c·uitos em série e e1n paralelo, pois
!--ÜO combinações dos dois tipos.

_CIRCUITO EM PARALELO

--1- CONJUNTO ))E PILHAS

(BATERIA) R R,
R

T FIG. V-5
+ R
o

A intensidade total da corrente (nú-


1ncro total de eléctrons que abando-
nan1 o terminal negativo da fonte em
cada segundo, ou que chegam ao ter- CIRCUITO MISTO
n1inal positivo em cada segundo) é a
soma das intensidades medidas nos di-
versos braços (diversaS derivações) do
circuito: FIG. V-6

I, = I, + I, + I., +
Observações
A explicação dada para justificar a
diminuição da resistência na associa- Todos os geradores ou fontes de ali-
ção de resistores em paralelo se apli- mentação apresentam resistCncia 'pró-
ca a esta equação. pria, que é conhecida como RESIS-
Como neste tipo de circuito os ter- TJ!NCIA INTERNA. Esse valor deve
minais de cada componente devem, ~er co1nputado como se fosse um dos
ser ligados aos terminais da fonte, cada componentes do circuito, EM SJ;:RIE
un1 deles está sendo submetido à di- com o conjunto dos outros compo-
ferença de potencial que existe entre nentes.
os terminais da fonte. Quando consideran1os a resistCncia
Portanto, interna da fonte, o valor de E, (e1n
qualquer circuito) corresponde à dife-
E, - E, -= E2 = E;, ....... rença de potencial entre os terminais
da fonte, sem qualquer coisa ligada
E, = d.d.p. entre os tenninais aos mesmos (fonte en1 circuito aber-
da fonte, com o circuito to). i;: necessário lembrar·que a ener-
em funcionamento. gia gasta para levar un1 coulo1nb de
Ei, Ez, E~, etc. = d.d.p. entre u1n terrninal ao outro da fonte inclui
os tenninais, respectiva- a parcela gasta internamente na pró-
mente, de Ri. R 2 , R;;, etc. pria fonte.
Assim, é comum limitar o uso da E, = 1, Rs = 3 X 50 - 150V
expressão FORÇA ELETROMOTRIZ
para designar a d. d. p. entre os ter- = E, 1, t = 270 X 3 X 3 ~
1ninais da fonte quando nada está li- - 2.430Wh
gado aos mesmos; a força eletromo-
triz de uma fonte é, portanto, sempre P, = E. I. = 150 X 3 = 450 W
1naior do que a d.d.p. entre seus ter-
minais, quando ela está alimentando 3 - Quatro resistores de, respecti-
um circuito qualquer. vamente, 2, 4, 12 e 60 ohms foram
associados e1n paralelo. O conjunto
foi ligado a un1a fonte de tensão des-
EXEMPLOS•
conhecida. Determinar a tensão da
fonte e a intensidade da corrente que
1 - Deten11inar a resistCncia a 20°C
ela fornece, sabendo que a: tensão me-
de um condutor de alun1ínio de 100
dida entre os terminais do resistor de
pés de comprimento e de 133.000 C!-.1
de seção t;ansversal. A resistividade 12 oh1ns foi de 2:-iO V. Determinar ain-
da a resistência total.
do alun1ínio, a 20º C, é 17 ohms.CM/
pé.
SOLUÇÃO•

SOLUÇÃO• E, = E, = E, ~ E~ = E. = 240 V

p.,,l 17 X 100 E, 240


R, 0 =- - - -=
s 133.000
- 0,01 ohm 1, - ---
R,
--- 120A
2

2 - Três resistores (10, 30 e 50 ohms) E, 240


fora1n ligados em série. Em seguida
foi aplicada ao conjunto uma tensão
1,
R, 4
- 60A

de 270V. Determinar: a) R,; b) 11, 1,,


le e !;,; e) E,, E 2 e E,; d) energia total E, 240
gasta no circuito em 3 horas; e) po-
tência em R".
l. ----
R,i 12
20A

SOLUÇÃO•
E, 240
1, - R, 60
4A
R ~ R, + R,, + R, .- 10 + 30 +
'+so 90 ohms
1, I, + I, + I, + I. 204A
E, 270
1, --- 3A E, 240
R, 90 R, = 1,17 oh1n
1, 204
1, 1, - e- l, - 3A
Ponte de Wheatstone
E, 1, R, 3 X 10 - 30V
Se observarmos a ''flig. V-7, podere-
E, 1: R2 3X30-90V 1nos c::onc::luir que não existe c.orrente
1 42
em "'R" quando não há diferença de Esta expressão permite-nos concluir
potencial entre "B" e "D". que é possível determinar o valor de
qualquer dos resistores, desde que se-
jam conhecidos os valores dos outros.
Quando existe a condição estudada
B (IR == O), dizemos que o circuito está
EM EQUILIBRIO.
O circuito em apreço é conhecido
......e
IT 12
~ R como PONTE DE WHEATSTONE,
principalmente na forma da Fig. V-8,
. !3.. !~- onde um galvanômetro (instrumento
R3 D R4 aue indica a existência de uma cor-
rênte elétrica) substitui o resistor ''R" .
• 1
- • 1 +

FIG. V-7

Para que "B" e. "D" tenham o mes-


mo potencial é necessário que
EAB
~
E.IP ou R, !, ~ R, t,
e •
EJIC
~
E,n ou R, !, - R,

Podemos escrever também que
R, FIG. V-8

Quando não passar corrente no gal-


vanômetro, a PONTE ESTARÁ EM
EQUILIBRIO e haverá a igualdade

1.. R, R,
Mas, se não passa corrente por "R", R, R,
I, 12
Este circuito é muito útil e de gran-
Ia ~ lf
de precisão para a medição de resis-
tências. Utilizando um resistor variá-
Tendo em vista as igualdades acima, vel em um dos braços, podemos de-
podemos escrever: terminar o valor de um resistor qual-
Ra R4 quer colocado em outro braço, man-
tendo fixos os valores dos outros dois.
(Fig. V-9).
43

em um número qualquer de partes


iguais (geralmente 100), divisões estas
marcadas sobre a base de madeira.
Para determinarmos a resistência de
um condutor qualquer usamos ainda
resistores conhecidos (geralmente uma
caixa de resistores) e efetuamos as li-
gações já conhecidas (Fig. V-10).

+
R=RESISTfNCIA
R" = Resistor Variável e seu símbolo CONHfClóA

B
FIG. V-9 11111111111111111111111111111111111111111111111

O valor do resistor desconhecido •


(X) é dado pela equação

FIG. V-10
X
R,
Fazendo deslizar o cursor "C", con-
As pontes de 'V\lheatstone comerciais seguimos fazer com que não passe
.apresentam-se sob diversos aspectos, corrente através do galvanômetro (G),
porém seu princípio de funcionamen- ficando a ponte em equilíbrio,. situa-
to é o exposto nos parágrafos ante- ~·ão que permite aplicar a proporção
riores. que existe entre as diversas resistên-
cias;
Ainda para experiencias e demons-
trações em laboratório temos a ponte
de \Vheatstone de fio: sobre uma tá-
hua de comprimento aproximadamen-
te igual a um metro temos dois bor-
nes, entre os quais há um fio estira-
do. Este fio é de diâmetro uniforme e No nosso caso temos:
e-ada pedaço do mesmo tem a me~ma
resistência que _qualquer outro peda- X R.
ço de comprimento igual. Ainda sobre
a tábua, e paralelamento ao fio acima AC BC
referido, há uma lâmina de bronze só- donde
t,re a qu.il desliza um cursor, ao mes-
mo tempo que faz contato com o fio. AC. R
O espaço entre "A" e "B", isto é, o X
comprimento total do fio, é dividido BC
44
Sabemos que as resistências de "AC' 2 - "I2" indica corrente zero, na Fig.
e de "BC" são proporcionais aos seus V-12. Qual é o valor de "R", o de "1 1 "
comprimento~, e, portanto, basta apli- e o de "Ir.''?
car seus valores na última expressão,
detenninando assim o valor da resis-
tência desconhecida. Exemplo: supo-
11hamos que o comprimento "AC" seja
igual a 30, o comprimento "BC" seja
igual a 20 e a resistência "R" seja de
60 ohms. A resistência "X" é

30 X 60
X ..... 90 ohn1s
20
30V

EXEMPLOS,

1 - O ramo superior do circuito


(Fig. V-11) é uma barra condutora de FIG. V-12
100 centímetros. Não passa corrente
pelo medidor, quando ele está ligado
ao ponto onde se lê "20 cm". Qual é SOLUÇÃO,
o valor de Rx?
20 X 5
R 10 ohms
10

10 + 5 15 ohms
20 + 10 30 ohms
30
H 1, - 2A
15
Rx
25V
'ºº 30
], - IA
30

PROBLEMAS

FIG. V-li CIHCUITOS DE CORRENTE CON-


TINUA EM SJ':RIE, EM PARALELO
E MISTOS.

PONTE DE WHEATSTONE,
50 X 80
H, 200 ohms l - Un1 aquecedor elétrico consiste
20 de duas bobinas, cada uma com 40
45
ohms de resistência. As bobinas po· 7 - Três resistores de 4, 3 e 2 ohms,
dem ser ligadas em série ou e1n pa- respectivamente, são ligados em para-
ralelo. Calcular o calor produzido em lelo. Sabendo que a corrente que per-
cada caso, em 5 minutos. A tensão da corre o primeiro é de 3 A, calcular as
fonte é de 120 V. correntes nos outros dois, a tensão
R.; 12.960 cal; 51.840 cal aplicada ao conjunto e a corrente to-
tal solicitada.
2 - Quantos resistores de 40 ohms R.; 4 A; 6 A; 12 V; 13 A
devem ser ligados em paralelo a uma
fonte de 120 volts, para fornecer ca- 8 - Havendo disponíveis apenas
lor numa razão de 864 calorias por resistores de 1. 000 ohms para 0,1 A,
segundo? e sendo necessário um de 200 ohms
R.: 10 resistores para utilização num dado circuito, in-
dicar a maneira de associá-los e a cor-
rente total máxim{l permissível no cir-
3 - Três condutores de, respectiva- (·uito. ·
mente, 2, 4 e 6 ohms podem ser asso-
ciados de oito maneiras diferentes. R.: 5 resistores em paralelo; 0,5 A
Calcular a resistência equivalente em
cada caso. 9 - Num circuito retangular, as re·
sistências dos lados AB, BC, CD e DA
R.: 12 ohms; 4,4 ohms; 5,5 ohms; . são, respectivamente, 5 ohms, 2 ohms,
7,33 ohms; 1,66 ohms; 2,67 6 ohms e 1 ohm. Os vértices D e B
ohms; 3 ohms; 1,09 ohm. estão ligados por wn resiStor de 8
ohms. Calcular as correntes através
4 - Dois resistores, um deles de dos diversos resistores, quando uma
60 ohms, são ligados em série a uma d.d.p. de 25 V é aplicada aos pontos
bateria de resistência desprezível. A AeB
corrente no circnito é de 1,2 A. Quan- R.: 1... B - IDA = 5A
do um outro resistor de 100 ohms é IB(' - ICD ..... IBD - 2,5 A
adicioÍlado em série, a corrente cai a
0,6 A. Calcular: a) f. e. m. da bateria; 10 - Uma turbina hidráulica aciona
b) o valor 40 resistor desconhecido. um gerador de corrente contínua de
R.: 120 V; 40 ohms 75 H.P. Sendo necessária a utilização
de energia a 1.500 metros de distância,
5 - 20 lâmpadas incandescentes, de determinar o número do condutor de
100 W, funcionam em paralelo sob a cobre pa:drão para efetuar o seu trans--
tensão de 120 V. Determinar: a) a in- porte, com uma perda admissível de
tensidade da corrente solicitada pelo 8%, sabendo que a tensão na estação
conjunto; b) a resistência (a quente) do geradora (considerada constante) é de
600 V. (Determinada a seção do con-
filamento de cada lâmpada.
dutor, o número pode ser obtido numa
R.: 16 A; 150 ohms tabela de fios).
6 - Um gerador de corrente con-
tínua de 120 V tem 4 ohms de resis-
tência interna. Sendo de 10.A a cor- 11 - Numa instalação residencial
•ente fornecida, calcular a resistência existem 5 lâmpadas iguais em para·
do circuito externo. leio. Sabendo que a energia total COO·
R.: 8 ohms sumida pelo conjunto, depois de 3 ho-
46
l'as, é de 0,9 kWh, calcular a corrente a) o valor de "R";
que cada lâmpada solicita e a resis- b) a resistência total;
tf.ncia total do conjunto. A tensão e) o valor de "E".
aplicada ao conjunto é de 100 V.
R.: 0,6 J\.; · 33,á ohms

12 - Calcular os itens abaixo, refe- 60W


rentes ao circuito da Fig. V-13, sa-
bendo que a potência dissipada no re-

sistor R, é de 0,156 W:.
_a) resistência equivalente; 10n -SA 2on
b) intensidade total da corrente;
e) queda de tensão no resistor R,. -BA
[

FIG. V-14

R.: 26,6 ohms; 22,5 ohms; 180 V

15 - Dado o circuito d~ Fig. V-15,


determinar 1,, 12 , 16 , 18 , R,, P, e P 3 •

R1=6n R2:7n ~.12n


FIG. V-13 .~ . ·- - .

R.: 33.333 ohms; 0,003 A; 42 V lls·12n


13 - Um conjunto de dois recepto- Rs•70n
res em paralelo, de 8 e 12 ohn1s res- : Jl.J•6n "s~ZA
pectivamente, está ligado a um gera- 100 V
dor por dois condutores de 0,6 ohm +
(cada) de resistência. Calcular a cor-
rente em cada receptor e a fornecida
pelo gerador, quando um voltímetro
ligado aos terminais deste marca-=50 V.
FIG. V-15
R., 6 A; 4 A; 10 A
14 - No circuito da Fig. V-14, de- R., 10 A; 5 A; 5 A; 10 A; 10 ohms;
terminar: 1.000 W; 37,5 W
47
16 ..:.. No circuito da Fig. V-16, o 18 - Dado o circú.ito (Fig. V-18),
amperímetro permite medidas de O a calcular:
1 A e o voltímetro tensões de O a 200 V. a) a resistência total;
Sendo-de 2 ohms a resistencia interna b) perdas por efeito de Joule, en1
do amperímetro e de 100 ohms a do 10 segundos;
voltímetro, determinar o valor do e) potência total.
"shunt" S e do resistor R para que,
com a tensão de 200 V aplicada ao
conjunto, as agulhas dos instrumentos
fiquem na metade de suas respectivas "
0,5Jl

escalas. 4,5fl 0,250


'"
!ov 0.25fl

12
'"
1

FIG. V-18

l~.: 9,59 ohms; 15.015 J; :,~:.Jl W


FIG. V-16
19 - Determinar:
R.: S 2 ohms; R = 99 ohms - E,
-R
17 - Determinar, no circuito abai- - Trabalho realizado en1 "-R",
xo (Fig. V-17), a resistCncia equiva- em 2 horas
lente e as correntes "!", "I/' e "I~"· - R,

5n
?,~n ..
R
,/< '°
" ,, '" 30 V
•oo• '° rn
''° 00
70n
'º 'º m Et -
6A

FIG. \t'-17 FIG. V-19

R.: 1 = 10 A; I1 = 2,5 A; R.: 30 V; 4 ohms; 93.312 J;


I,~0,3A Rt 10 ohms = · 5 ohms
48

20 - Determinar: 22 - Dado o circuito da figura V-22,


- tensão total determinar as correntes que atraves·
- resistencia total sam os diversos resistores, e dizer se
- potência total as làmpadas (6V e 3W cada) funcio-
- quantidade de calor, em ca- na1n nas condições normais. A resis-
lorias, produzida no resistor tência de cada lâmpada é considerada
de 45 ohms, em 3 horas constante.

FIG. V-20
FIG. V-22
R.: 120 V; 40 ohms; 360 W;
262.440 cal
R.: ll -= 20 A; l 2 - 10 A;
21 - Dada a estrutura (Fig. V-21), 13 =- 10 A; 14 - 5 A;
detern1inar a resistência equivalente e I.-.=5A;Ir.-2,5A
a corrente que passa no braço BC. As lâmpadas não funcionam
normalmente, porque lhes é
aplicada uma tensão de ape-
nas 5 V.

23 - Dada a estrutura (Fig. V-23).


A on determinar:
a) uma expressão para R., de tal
modo que a intensidade da cor-
rente no galvanômetro (G) seja
nula;
E b) as correntes nos diversos braços,
quando R1 = 12 ohms, R2 - 8
ohms, RJ "'"" 3 ohms e Rt = 2
ohms;
e) a quantidade de eletricidade for-
FIG. V-21 --necida pela font.e em 20 minutos;
d) a quantidade de calor produzida
R.: 5 ohms; 1,215 A em R~ (8 ohms) em 10 horas,
49

• R~ 50W
• SA

2n 72V
- +

FIG. V-23
,FlG. V-25
R.; 8,4 A; 285,6 W; 17.280 J
11 ..... 12 =-0,4A;13 -1, - 26 - Determinar:
= l,6A; 11 = 2A ... E,
2.400 e - p
46.080 J - '
Energia consumida em R 3 ,
24 - Detenninar: t"m 2 segundos

~.
Energia consumida no resis-
tor R, em 5 minutos

"" ~:200
~,.60rt
R2

Sn - 11:+
R7 Rs 2n
Bn 32W
R3
Jn FIG. V-26
R.; 180 V; 900 W; 750 )

FIG. V-24 Z'l - Utilizando a Fig. V-26, porém


com os valores abaixo, determinar Ec,
R.; 6,1 A; 131,15 W; 1.200 ) P, e a energia consumida em Rs, em
2 segundos:
2.S - Determinar: R, = 10 ohms R. """' 20 oh1ns
R~ - 20 ohms 1, = 3 amperes
~e
Energia gasta no resistor Rl
&,, - 30 ohms P. - 18 watts-
R. = 5 ohms
em 2 minutos R.; 6 3 V; 189 W; 14,4 )
CAPtTlTLQ \'l

NOÇÕES ELEMENTARES DE PILHAS PRIMÁRIAS E


SECUNDÁRIAS. ASSOCIAÇÃO DE PILHAS

As pilhas são dispositivos que trans- Ct:NDARIAS. Na pilha primária, um


formam energia química em energia dos elétrodos é consum-ido gradual-
elétrica. A denominação de pilha tem n1ente durante o funcionamento da
sua origem no aspecto do pri1neiro mesma, sem have~ a possibilidade de
dispositivo desta espécie, constniído recuperação do material, pois as rea-
por Alexandre \T olta. A pilha de Vol- ções químicas que se processam no in-
ta apresentava-se como uma coluna terior da pilha são irreversíveis. Nas
(pilha) de discos de metais diferentes, pilhas secundárias, as reações quími-
dispostos alternadamente e separados cas produzem transformações nos eléc-
por rodelas de feltro embebida!> em trodos, mas esses fenômenos químicos
solução química. Hoje as pilhas não são reversíveis, e os materiais podem
têm esse aspecto e são mais elabo- ser recuperados com a passagem de
-radas. uma corrente elétrica pela pilha, em
Os prinCipais elementos constituin- sentido contrário ao da corrente de
tes de uma pilha são os seus EL:i<:C- descarga da mesma (corrente forneci-
TRODOS e o seu ELETRÓLITO. Os da pela pilha, quando está sendo uti-
eléctrodos são dois materiais diferen- lizada).
tes (o cobre e o zinco, por exemplo)
que, ao serem imersos numa solução Constantes de uma pilha
química (o ELETRÓLITO) adquirem
cargas elétricas e assim se estabelece São as seguintes as constantes (1ne-
uma força eletromotriz entre eles. lhor seria chamá-las de características,
Quando o eletrólito de uma pilha pois não são realmente valores cons-
se apresenta na forma líquida, dize- tantes):
mos que a pilha é úMIDA; quando o
eletrólito é aplicado na forma de un1a ·a) FORÇA ELETROMOTRIZ;
pasta, dizemos que se tÍ'ata de uma b) RESIST~NCIA INTERNA;
PILHA SECA. e) POT~NCIA;
As pilhas costumam ser classifica- d) REGIME ou DÉBITO NOR~
das ainda em dois tipos gerais. PI- MAL;
LHAS PRIMARIAS e PILHAS SE- e) CAPACIDADE.
- -
- -- -
51

A força eletromotriz de uma pilha Er =Eª - EI


é a diferença de potencial entre os
seus terminais, EM C I R C U I T O A potência total de uma pilha, ou
ABERTO.. !!: independente das di- seja, a energia total que produz por
1nensões da pilha e só depende da na- segundo, é o produto da sua força ele-
tureza dos materiais empregados na tromotriz pela corrente que fornece:
sua construção.
P ~E 1
Quando tratamos da resistência in-
terna de uma pilha temos que consi-
' '
derar o eletrólito. Os fatores que de- A potência útil (energia fornecida
terminam a resistência de um condu- por segundo ao circuito externo) é o
tor sólido também influem na resis- produto da tensão em circuito fecha-
tência do eletrólito. Numa pilha, o do pela corrente fornecida:
comprimento do eletrólito é a distân-
(.ja entre os eléctrodos, e a área da se-
ção transversal é a área média das su-
perfícies imersas dos mesmos. A re- O rendimento da pilha é a relação
sistência interna da pilha depende di-
retamente da distância entre os eléc- E, 1 E,
trodos e inversamente da área da par-
te imersa dos mesmos. P, E. I E.
Mas, a resistência interna depende
-ainda da natureza do eletrólito e de O máximo de trabalho de ui.:na pi-
sua deterioração com o envelhecimen- lha é obtido com "I" máximo, quando
to da pilha; a resistência interna au-
menta com a deterioração do eletró- E.
lito. E,
2
A resistência interna deve ser a me-
nor possível, pois ·a d.d.p. entre os isto é, quando o rendimento é de 50%;
terminais da pilha cai quando ela está nestas condições, a resistência exter-
fornecendo corrente, devido à sua re- na é igual à resistência interna.
sistência interna, Quando nada está li-
gado à pilha (CIRCUITO ABERTO), O débito normal de uma pilha é a
e, portanto, não há corrente elétrica, corrente máxima que pode fornecer
a d.d.p. entre seus terminais é a sua sem possibilidade de POLARIZAÇÃO
força eletromotriz. Em CIRCUITO (ver adiante), fenômeno este que re.
FECHADO, isto é, quando a pilha duz a força eletromotriz. Esta carac·
fornece corrente a um circuito exter- l erística depende das dimensões e do
no, a corrente também existe interna- tipo de pilha.
mente na pilha, havendo uma queda A capacidade de uma pilha é a
de tensão no seu interior; a d. d. p. quantidade de eletricidade que ela
entre os terminais da pilha é, então, pode fornecer; depende principalmen-
menor do que a força eletromotriz ge- te da quantidade e do tipo de mate-
rada. A tensão entre os terminais da rial ativo, bem como da densidade do
pilha (Er) é igual á força eletromo- eletrólito. Varia de acordo com o pe-
triz (E ) menos a queda de tensão in- ríodo em que se processa a descarga
terna (E,)• da pilha, e com a temperatura.
52
Polarização Na placa positiva, os íons de amô-
nia cedem suas cargas ao carvão, mas
Quando uma pilha está fornecendo não se combinam com ele; cada íon
corrente, parte do hidrogi!nio liberta- se decompõe de acordo com a reação
do nas reações químicas deixa a pilha,
escapando para a atmosfera, porém o 2 NH, --+ 2 NH, + H,
1 estante fica em torno do eléctrodo
positivo, não permitindo que tiste fa- No despolarizante', o bióxido de
ça bom contato com o eletrólito. Este inanganês combina-se com o hidrogê-
fenômeno in1plica não só na redução nio, reduziildo a polarização da pilha:
da tensão entre os terminais da pilha,
como foi citado em parágrafo anterior,
como também no aumento da resistên-
cia interna. Para diminuir o efeito da 2) Eletrólito de cloreto de manganês
polarização, são usadas substâncias
que se combinam com o hidrogênio,
ou que evitam sua formação, chama- O eletrólito consiste de íons de man-
das DESPOI.ARIZANTES. ganês carregados positivamente (Mn+)
e íons de cloro carregados negativa-
mente (CI-). No eléctrodo negativo,
os íons de cloro cedem suas cargas ao
Pilha Primária de Zinco-Carvão zinco e reagem com o mesmo, forman-
do cloreto de zinco, substância que
Este tipo de pilha, principalmente fica fazendo parte da solução na
em forma de PILHA SECA, tem gran- pilha:
de aplicação em rádios, telefones, lan-
ternas, etc. São as seguintes as suas Zn + 2 Cl ~ ZnCl 2
çaracterísticas principais:
No eléctrodo positivo, os ions de
.ELETRÓLITO: Cloreto de amônio manganês dão suas cargas ao carvão e
(NH.Cl) O'J cloreto de manganês reagem com o despolarizante (bióxido
(MnCI,). de manganês):
EL~CTRODOS: Zinco (-) e Car-
vão(+).
DESPOLARIZANTE: Bióxido de man-
ganês (Mn02). FORÇA ELETROMOTRIZ: cerca
REAÇÕES: 1) Eletrólito de cloreto de de 1,5 V, quando nova. Decresce du-
amônio rante a vida da pilha, até um limite
útil de 1 V.
O eletrólito é constituído de íons
RESISTítNCIA INTERNA: aproxi-
de amónio carregados positivamente
madamente 0,5 ohmi 'aumenta com o
{NH+) e íons de cloro carregados ne-
gativamente (Cl-). envelhecimento da pilha.
Na placa negativa os íons de cloro
cedem suas cargas ao zinco, e se com- Pilha Secundária de Chumbo-Acido
binam qulDlicamente, formando clore-
to de zinco (ZnCI), que passa a fazer Este tipo de pilha tem também gran-
parte da solução: de aplicação (automóveis, aviões, etc.),
O fato de ser recarregável representa,
Zn + 2 Cl - + ZnCI 2 sem dúvida, uma grande vantagem, e
53
uma análise atenta de suas caracterís- gue a pilha se descarrega, os íons po-
ticas p1incipais justifica sua grande uti- sitivos de hidrogênio do ácido sulfú-
lização. rico dirigem-se ·para o terminal posi-
ELETRóLITO: Acido sulfúrico di- tivo, onde perdem suas cargas e rea-
luído (H,SO,) em água destilada. O gem, reduzindo o peróxido de chumbo
peso específico do eletrólito deve se a monóxido de chumbo (PbO) que en-
situar entre os valores de 1,100 e 1,300. tão se combina com o ácido sulfúrico
O peso específico, determinado com para fo1mar sulfato de c h u m b o
nm ·dispositivo chamado DENSlME- (PbSO,).
TRO, dá-nos uma boa informação so- Os íons negativos (SO~) d.irigem-se à
bre o estado de carga da pilha, pois o placa negativa, onde se combinam,
peso específico do eletrólito diminui à formando também sulfato de chumbo.
n1edida que a pilha se descarrega. CARGA: Quando a pilha está sendo
ELl!:TRODOS: Chumbo esponjoso recarregada, os íons de hidrogênio mo-
(-)e Peróxido de Chumbo(+). ve1n-se para' a placa negativa e os íons
REAÇÕES: DESCARGA - Quando SO. para a placa positiva. As rea-
a pilha está carregada, o material ati- ções são o oposto das que foram cita-
vo da placa positiva é o peróxido de das na descarga. Tanto a carga total
chumbo (PbO,) e o da placa negativa como a descarga total estão sintetiza-
é o chumbo esponjoso (Pb). A medida das na equação abaixo:

Pb02

Termi-
+ 2H.so.
Eletró-
+ -
Pb ~ PbSO~

Termi- Termi-
+ 2H20

Eletró-
+ PbS0 4

Termi-
nal po- lito nal ne- nal po- Hto nal ne-
sitivo gativo sitivo gativo

FORÇA ELETROMOTRIZ, cerna eletromotriz máxima que se p~de obter


de 2,2V. Em plena carga pode chegar de uma pilha é pouco mais d~ 2 volts,
a 2,6 ou mais volts. A tensão cai com e, a não ser que a pilha tenha dimen-
a descarga e não se deve permitir que sões muito grandes, sua capacidade é
seja inferior a 1,8 volts. reduzida. Contudo, é possível obter
RESIST.E:NCIA INTERNA: !!: nor- tensões bem mais altas, ãlíadas a maio-
malmente muito baixa, o que constitui res capacidades, agrupando as pilhas
uma das importantes vantagens sobre de três modos diferentes:
as pilhas primárias. Esta característi-
ca dá a esta pilha uma diferença de :';;) ASSOCIAÇÃO EM SERIE
potencial praticamente constante en- i b) ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
tre os seus terminais. Como exemplo, ', e) ASSOCIAÇÃO MISTA
uma pilha de 300 A~ de capacidad~
tem uma resistência interna de aproxi- Esses conjuntos de pilhas são cha-
madamente 0,001 ohm. ,"mados BATERIAS.
Na associação em série, unin1os os
Associação de Pilhas terminais diferentes de pilhas adjacen-
tes. O terminal livre de cada pilha
Uma pilha tem força eletromotriz ~ situado numa das extremidades da li-
capacidade muito pequenas. A forçl\ gação é um dos terminais da bateria.
54

"'
o
1 J+:i ~ 1+. o < < <

~ -!?~---~
e+ e+ +
G _I l •l 1 I+ o <E E= ne

PILHAS EM S:&RlE R

FIG. VI - 1 FIG. VI - 3

Na ligação em paralelo, todos os ,/Se a bateria é formada por "n" ele-


eléctrodos positivos são unidos, o mes- fnentos ID:eNTICOS te1nos:
mo acontecendo com os negativos.
Deste modo, todos os eléctrodos de E= n e
polaridades iguais ficam no mesmo
potencial e, assim, a força eletromo- A resistencia da bateria é igual à
triz da bateria é a mesll1a de uma úni- ~orna das resistências internas das pi-
. ca pilha. lhas. Se a bateria é formada por "n"
:elementos IGUAIS de resistencia in-
'\. _, terna "r", e se "R" é a resistc'-ficia ex-
\\ terna, a resistência total é
'\
0----+1..--;i..--+.J_
.. f?1 :nc+R
~, de acordo com a lei de Ohm, pode-
º.____._-r_-_._I__,-J mos escrever:

n e

PILHAS EM PARALELO nr + R

Este tipo de ligação oé vantajoso, so-


bretudo quando _as resistências exter-
nas são grandes.
FIG. VI - 2

Características da Ligação em Série Características da Ligação ein Paralelo

1
,

i
A força eletromotriz "E" da bateria,
á igual à 'soma das forças eletromotri-
zes das diversas pilhas associadas.
Este tipo de ligação, ta1nbém cha-
mado·de associação em dei;ivação, en1
quantidade ou em superfície, apresen-
55

\ ta maior vantagem as q~ando ~ên-


Car:actuísticas da Associaçio Mista
, cias externas são pequenas. :-
\ ' Supondo que todos os elementos ·, A ligação mista é uma com~
. ·\são IDE;NTICOS, temos que: ~,.dos dois tipos já estudados, e, assim,
' · , "' '~presenta simultaneamente as caracte-
J ijística mencionadas nos parágrafos an-
n, ~ feirores.

'
-r
• , ( Pilhas em Oposição
'1
• , 1
Quando ligamos pilhas em sene, e
qualquer uma delas é invertida, a for-
+ , ça eletromotriz total sofre uma redu •
• j
ção, porém a re'si:stência interna total
+
\ c0ntinua a mesma, ·
A força eletromotriz total é a soma.
( •/• > das forças eletromotrizes do grupo
< E= e
> maior de pilhas, agindo num sentido,
menos a força eletromotriz total do
grupo menor agindo em sentido opos·
\ '
FIG. \rl - 4 to, ou, em outras palavras, a força ele·
tromotriz total é a soma algébrica das
- a força ,eletromotriz da bateria é diversas fOrças eletromotrizes.
a mesma que a de uma única pilha:
\ PROBLEMAS

\ \
E~e

- a resistencia da bateria é igual à


de um elemento dividida pelo número
PILHAS; ASSOCIAÇÃO

1 - Uma pilha cuja resistência in·


1de dispositivos utilizados:
terna é de 0,5 ohm tem os seus tenni·
nais ligados a um resistor de 40 ohms,
Sabendo que a f.e.m. da pilha é de
1 r 1,4 V, determinar a intensidade da
corrente no resistor.

R, 0,034 A
A intensidade da corrente fornecida 2 - Um resistor é ligado primeiro
será, então, de acordo com a lei de em série e depois em paralelo com um
Ohm, e considerando a r~sistência ex~ medidor de 12 ohms de resistência.
tema do circuito, ,. . Quando uma bateria de 3 ohms de re-
J e
' -
e
-
ne
'· sistência interna é aplicada ao con-
junto, a leitura no dispositivo é a mes-
ma nos dois casos. Determinar o va-
l ~ ---
lor do resistor.
r+Rn
'
-+R
n n R.: 6 oh1ns
58
3 - Um resistor de 10 ohms é liga- de 18 ohms. Sabendo que cada pilha
do a uma bateria formada por seis tem uma força eletromotriz de f,5 V
pilhas ligadas em série. Cada pilha e uma resistência interna de 0,5 ohm,
tem uma f.•e.m. de 1,5 V e uma re- calcular a corrente no circuito. Deter-
sistência interna de 0.2 ohm. Qual a minar, tamb~, a corrente que passa-
corrente que passa no resistor? ria no resistor se quatro das pilhas fos·
sem ligadas em oposição com as ou-
R,, 0,8 A tras.
4 - Seis pilhas primárias são dis-
postas em três fileiras, cada fileira R,, 0,75 A; 0,25 A
com duas pilhas, e o conjunto é liga-
do a um dispositivo cuja resistência é 6 - Se um resistor de condutância
de 10 ohms. Determinar a corrente igual a 5 S fosse ligado a uma fonte
·constituída por 6 pilhas associadas em
fornecida pela bateria, sabendo que
série,· qual seria a quantid0de de i)alor
cada pilha tem as· seguintes caracterís-
produzida no mesmo em 2 minutos ?
ticas: f. e. m. de 1,5 V e resistência in-
Qual deveria ser sua dissipação :i;ní-
terna de 1 ohm. Numa fileira as pi-
nima?
lhas estão em série, e as fileiras estão Constantes de cada pilha:
em paralelo. força eletromotriz 1,5 volt
resistência interna = 0,8 ohm
R., 0,28 A

5 - Doze pilhas são ligadas em sé- R,, 77,76 J


rie e o conjunto ligado a um resistor 0,648 w
CAPITULO VII

ELETRIZAÇÃO POR FRICÇÃO, POR CONTATO


E POR INDUÇÃO

Neste capítulo iniciamos o estudo que o contato é estabelecido, há o des-


de alguns assuntos que fazem parte locamento de eléctrons de um para o
da ELETROSTATICA, isto é, da PAR- outro. Se o corpo carregado tiver ex-
TE DA ELETRICIDADE QUE ES- cesso de eléctrons, o fluxo eletrônico
TUDA AS CARGAS ELÉTRICAS EM será estabelecido no sentido do corpo
REPOUSO, BEM COMO AS COR- neutro, e, se o corpo carregado tiver
REl\1TES DE CARGA E DESCARGA falta de eléctrons, o fluxo será dirigido
lNSTANTANEAS. O ESTUDO DA do neutro para ele. Neste processo de ·
CORRENTE ELÉTRICA (CARGAS carga por contato, os dois corpos ter-
ELE TR 1 CASEM MOVIMENTO) minan1 com cargas de valores iguais
CORRESPONDE A PARTE DA ELE- e de mesmo sinal.
Tlll(~IDADE CHA11ADA ELETRO- Verifica-se experimentalmente que
DINAMICA. um corpo eletricamente neutro tam-
No início do nosso curso vimos que bém pode adquirir carga elétrica pela
os corpos adquirem cargas elétricas SIMPLES APROXIMAÇÃO de um
quando seus átomos perdem eléctrons corpo eletrizado, método ·este chama-
ou quando apresentam eléctrons em do de CARGA POR INDUÇÃO.- Nes-
excesso; no primeiro caso a carga é te caso, o corpo adquire carga sem
positiva, e no segundo caso é nega- que haja perda ou recebimento de
tiva. Foi esti.1dado também que um eléctrons. Na realidade, a carga ad-
dos métodos para produção de cargas quirida é temporária e só existe en-
elétricas é friccionar um corpo com quanto o corpo provocador do fenô-
outro e, em conseqüencia dessa ope- meno (chamado INDUTOR) está pró-
ração, os dois corpos adquirem cargas ximo daquele que está sendo carrega-
de valbres iguais, porém de sinais do (INDDZIDO), pois se trata apenas
opostos. O fenômeno é explicado pela de uma distribuição irregular dos eléc-
passagem de e.léctrons de um para o trons livres do corpo. Quando um
outro corpo; o que recebe os electrons corpo "A", eletrizado negativamente,
adquire carga negativa, e o que perde é aproximado de um corpo neutro
passa a apresentar carga positiva. "B", os eléctrons livres deste se des-
Um processo mais simples para ele- locam para a parte do corpo mais dis-
trizar um corpo neutro é pô-lo em tante de "A". Como resultado, o cor-
contato com outro carregado. Assim po "B" passa a apresentar duas regiões
58
Pm situações elétricas diferentes, uma gado, pois uma das características dos
com excesso de eléctrons (a mais dis- corpos eletrizados é a de atraírem pe-
tante de "A") e a outra com falta de quenos objetos leves.
eléct~ons (a mais próxima de "A"). Os Outro eletroscópio muito conhecido
eléctr9ns livres do corpo "B" voltam é o DE FOLHAS DE OURO, consti~
a se distribuir normalmente, assim que tuído por uma haste metálica em -que,
o corpo indutor é afastado. numa das extremidades, são presas
A distribuição das cargas no indu- duas lâminas de ouro (ou outro ma-
zido é apostá, quando um corpo com terial: estanho, alumínio, etc.). Quan-
carga positiva é colocada diante de do um corpo eletrizado é aproximado
um corpo neutro. da extremidade livre do eletroscópio,
geralmente com a forma de esfera ou
Eletroscópio de disco, este se carrega por indução
e as lâminas ficam com cargas iguais,
O eletroscópio é um dispositivo que repelindo-se mutuamente. A repulsão
serve para verificar a existência de de uma lâmina pela outra é a indica-
cargas elétricas, podendo ser usado ção da existência de carga.
também para determinar a espécie de
carga (positiva ou negativa) apresen-
ESFERA - - - - -
tada por um corpo.
Há vários tipos de eletroscópios, dos RECIPIENTE
quais o mais simples é o P:E:NDULO DE VIDRO
ELÉTRICO ou ELETROSCóPIO DE
BOLINHA DE SABUGUEIRO. E'te
dispositivo consiste simplesmente de
uma bolinha de sabugueiro (pode ser HASTE
METÁLICA·-----11
também de qualquer material leve, tal
como a cortiça, a balsa, etc.) presa a
um fio de material isolante (seda, por
exemplo). Quando um corpo é apro-
ximado da bola e ela é atraída, temos
uma indicação de que ele está carre-
LAMINAS

FIG. VII-2

Com um eletroscópio já carregado é


possível verificar a espécie de carga
PtNDULO apresentada por um corpo. Se um
objeto eletrizado é aproximado de um
ELÉTRICO p~ndulo elétrico carregado e o atrai,
sua carga é de sinal oposto à do pên-
dulo, No caso contrário, é de sinal
igual.
Se um corpo eletrizado é aproxilna-
do (ou entra em contato) de um ele-
troscópio de folhas de ouro já eletri-
zado, e provoca um aumento no afas-
tamento entre as lâminas, conclui-se
FIG. VII-! que sua carga é de mesmo tipo que a
59
do eletroscópio. Se o afastamento en- MAQUINAS ELETROSTATIGAS, em
tre as l~minas é diminuído, a carga que as cargas são produzidas por fric.
do corpo é de tipo diferente da do ção e por indução.
eletroscópio. As máquinas de Wimshurst e de
Ramsden são exemplos mais antiquados
Máquinas Eletrostáticas de MAQUINAS ELETROSTATICAS,
de aplicação praticamente limitada a
As cargas produzidas manualmente demonstrações de fenômenos eletros-
são pequenas e insuficientes para de- táticos.
terminadas experiências. Entretanto, o gerador de Van de
E: possível, porém, produzir cargas Graaff é um exemplo modemo e mui-
bastante elevadas com o auxílio de to utilizado para fins experimentais.

CARGA DE UM ELETROSCóPIO POR MAQUINA ELETROSTATICA E EQUIPAMENTO


INDUÇÃO PARA DEMONSTRAÇÃO DE FENôMENOS
ELETROSTÁTICOS

FIG. VII-3 FIG. VII-4


CAPITULO VIII

DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS ELÉTRICAS. CONCEITO.


ELEMENTAR DE CAMPO ELÉTRICO, FLUXO ELÉTRICO
E DENSIDADE DE FLUXO ELÉTRICO

Distribuição das Cargas Elétricas tidas a qualquer un1 dos processos de


eletrização estudados no capítulo an-
Faraday observou que as cargas elé- terior. É por 'este motivo que as ex-
tricas só se distribuem pela superfície periências referentes ao fenômeno da
externa dos corpos. Este fato é de- carga por fricção são feitas quase que
monstrado facilmente por várias expe- unicamente com isolantes (bastões de
riências simples, tal como a da GAIO- vidro ou ebonite); já as experiências
LA DE FARADAY. Quando esta expe- sobre cargas por indução são feitas
riência foi feita pela primeira vez, pelo com corpos bons condutores, possui-
físico que lhe deu o nome, a gaiola dores de muitos eléctrons livres.
tinha grandes dimensões, capazes de Outro fenômeno importantíssimo é
permitir a presença de uma pessoa em o da DISTRIBUIÇÃO IRREGULAR
seu interior. das cargas elétricas pela supedície do
Faraday entrou na gaiola e provi- corpo. Observa-se que há sempre
denciou para que recebesse carga elé- maior acúmulo de cargas nas pontas
trica. Pôde verificar então que só ex- do corpo, nas arestas, nos vértices e
ternamente podiam ser observados os nas regiões de maior curvâtura. Nas
efeitos da carga elétrica. partes planas a carga é sempre muito
Experiências mais simples podem reduzida em relação às partes citadas.
ser efetuadas com tubos de material Esta distribuição irregular das cargas
bom condutor, esferas oCas metálicas, é conseqüência das ações mútuas en-
etc., e eletroscópios, demonstrando fa- tre elas, e é fãcilmente compreendida
cilmente êste conhecimento. quando as forças são analisadas veto-
Além do exposto, cabe observar que rialmente. Tal fenômeno é conhecido
as cargas adquiridas por corpos bons como PODER D.-\.S PONTAS. Uma
condutores não .fü.cam limitadas às re- conseqüência desse fato é o chamado
giões friccionadas ou postas em con- VENTO ELE:TRICO: devido à gran-
tato com corpos carregados. Na reali- de concentração de cargas nas pontas,
dade distribuem-se por tóda a super- as partículas de ar em contato com o
fície externa dos corpos. corpo se eletrizam e são repelidas ein
Nos materiais isolantes, porém, as seguida, produzindo o fenômeno em
cargas ficam restritas às á~eas subn1e- apreçO. Esse desloca1nento de ar pode
81
ser observado por meio de várias ex- DE FORÇA. O número de liohas é,
periências simples, entre as quais a do por convenção, igual ao número de
torniquete elétrico. cargas apresentadas pelo corpo. Cada
linha de força é um segmento de reta
Densidade Elétrica Superficial perpendicular à superfície do corpo,
no ponto a partir do qual é traçada,
J<; o número de cargas elétricas por indicando deste modo a trajetória que
unidade de área. O valor desta gran- seria seguida por uma carga elétrica
deza, a não ser no caso de uma esfe· se fosse atraída ou repelida pelo cor-
ra, É SEMPRE MtDIO. po eletrizado. Além disso, as linhas
A densidade elétrica superficial mé- podem indicar a forma do campo, que
dia é calculada com a expressão depende da distribuição das cargas.

Q
D~
s
D- densidade elétrica em COU·
LOMBS POR METRO QUA-
DRADO (C/m')
Q carga do corpo em COU- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CAMPOS
ELÉTRICOS
LOMBS (C)
s área da superfície externa do
FIG. VIII-1
corpo, em METROS QUA·
DRADOS (m 2) O número total de linhas usadas pa-
ra representar graficamente um cam-
Da expressão acima conclui-se que po elétrico é chamado FLUXO ELE-
TRICO ('}/). Como sabemos, a quan-
Q tidade de linhas é igual à de cargas
Q- DS e S-- elétricas, de modo que o fluxo elétri-
D co (ou eletrostático) é expresso pelo
mesmo valor e, por conveniência, na
Campo Elétrico mesma unid~de: COULOMB.
Em muitos casos é extremamente
Campo elétrico ou campo eletrostá-
útil considerar o número de linhas de
tico é o espaço em torno de um corpo
fotça por unidade de área. Esta re-
eletrizado, no qual se pode observar .
lação é conhecida como DENSIDA-
as ações que o corpo carregado é .ca-
DE DE FLUXO ELÉTRICO, cal-
paz de exercer sobre outros corpos
culada com a expressão
carregados ou não. Teoricamente, a
ação de um corpo com carga elétrica
se estenderia ao infinito, porém na
prática o campo é limitado pela pos- D-
sibilidade de observação de qualquer s
ação.
Para visualizar um campo elétrico, donde concluímos que
dando idéia de sua grandeza e de sua >['
forma, Faraday foi o primeiro a utili- >['-DS e S--
zar linhas, que denominou de LINHAS D
62
D =- densidade de fluxo elétrico, O estudo da equação referente a
em C/m2 esta lei e a sua aplicação serão feitos
S - á•ea "atrave,,ada" peJ., linhas em outro capítulo deste livro.
de força, em m2
"' - fluxo elétrico em e.
EXEMPLOS,
A ação de um campo elétrico se faz
sentir num determinado sentido. .Por 1 .... Um corpo tem tuna superfície
esta razão convencionou-se um senti- de 0,02 m 2 e recebeu uma carga de
do para as linhas de força, baseado - 0,005 C. Determinar a sua densidade
na ação que sofreria uma carga de elétrica superficial média.
prova positiva, se fosse aproximada
de um corpo eletrizado positivamen- SOLUÇAO,
te. Assim, as linhas de força em um
corpo com carga positiva recebem se- Q 0,005
tas, indicando que elas "saem" do cor- D ~ ~ ~ ~ 0,25 C/m'
po. O contrário acontece com um cor- s 0,02
po carregado. negativamente. 2 - Um condutor adquiriu uma car-
ga de -5 C. Sabendo que sua densi-
Lei de Du Fay e Lei de Coulomb
dade elétrica é de 0,2.5 C/m2 , determi-
nar sua superfície externa.
A lei de Du Fay diz que "CARGAS
DE SINAIS IGUAIS SE REPELEM,
E CARGAS DE SINAIS OPOSTOS SOLUÇÃO,
SE ATRAEM".
As intensidades das forças de atra- Q 5
ção ou de repulsão podem ser deter- S=-=---==20m2
minadas com auxílio da LEI DE COU- D 0,25
LOMB, cujo enunciado é o seguinte:
3 - Que carga deve adquirir um
"A FORÇA DE ATRAÇÃO OU corpo com 0,005 m 2 de superfície ex-
DE REPULSÃO ENTRE COR- terna, para que sua densidade elétri-
POS ELETRIZADOS J;; DIRETA- ca seja de 0,02 C/m 2 ? Qual será sua
MENTE PROPORCIONAL AO densidade de fluxo elétrico?
PRODUTO DE SUAS CARGAS,
J;; INVERSAMENTE PROPOR- SOLUÇAO,
CIONAL AO QUADRADO DA
DISTANCIA ENTRE ELES E Q ~ D S ~ 0,02 X 0,005 - 0,0001 C
DEPENDE TAMBJ;;M DO MEIO
EM QUE OS CORPOS SE EN- Densidade de fluxo - densidade de
CONTRAM." carga -= 0,02 C/m2
CAPITULO IX

CAPACITANCIA. CAPACITORES. ASSOCIAÇÃO DE


CAPACITORES. RIGIDEZ DIELJ;:TRICA

Capacitor e Capacitância Um capacitar é utilizado para ar-


~ _91azenar cargas elétricas. Quando
/ / Capacitor é qualquer conjunto for- suas placas são ligadas aos terminais
mado por dois condutores separados de uma fonte, a que é ligada ao ne-
por um isolante. Os condutores são gativo recebe eléctrons do inesmo, e
as PLACAS ou ARMADURAS do ca- da outra placa saem eléctrons para o
pacitar, e o isolante é o seu DIELJ;:- terminal positivo da fonte.
\, TRJCO. , . . 1
C" Durante quanto tempo há desloca-
' '-. -Sunboltcamente, o capacitar e re- ,. menta de eléctrons?
\-....P!'e.~!!tag9__ç_o!J:l:O mostra a Fig.. IX-1. Apenas durante o tempo necessário
Os traços horizontais representam as para que se estabeleça o equilíbrio
placas, o espaço entre eles é o dielé- elétrico entre os terminais da fonte e
trico e os traços que saem dos segmen- ·as placaS dõ-·capacttb:f. Quando isto
tos que representam as placas são con- acontece, a diferença de potencial en-
dutores para ligação. tre as placas é igual à diferença de
potencial entre os terminais da fonte.
E: importante frisar que a tensão en-
tre as placas do capacitar é resultan-

•~APAC<TORE''#
TIPOS DIVERSOS
DE
te das cargas adquiridas pelas mesmas.
A intensidade da corrente de carga
é 1náxima no instante em que as pla-
cas são ligadas, e cai a zero quando
elas adquirem potenciais iguais aos dos
tegninais da fonte.
!- --Se pusermos em contato as placas
de um capacitar carregado, haverá
_L ' uma corrente d€ descarga, pois os eléc-
SIMBOLO trons em excesso numa das placas irão
T se deslocar para a outra, onde há fal-
ta de eléctrons. Essa corrente durará
o tempo necessário para que sejam
FIG. IX-1 neutralizadas as cargas das placas; será
64
máxima no inicio da operação e será .1/. A capacitância de um capacitar de-
nula quando o capacitar estiver total- pende inversamente da distância en-
mente descarregado. , tre suas placas (espessura do dielé-
A CARGA DE UM CAPACITOR J!: trico), diretamente da área útil de um
A CARGA DE UMA DE SUAS PLA- dos lados de uma de suas placas e do
CAS; elas apresentam, evidentemente, ~'.die~étrico. Variações de temperatura e
cargas de vãlores iguais embora de si- umidade podem alterar a capacitância
nais opostos. Quanto maior a carga de e sã~ fatoies que não devem ser es-
um capacitar, maior a diferença de quec1dos quando se faz uso de capa-
f'9..t..enc1al entre suas placas. · . citares.
Dá-se o nome de CAPACITÃNCIA Conhecendo o que foi exposto, o
(C) DE UM CAPACITOR à carga que homem produz capacitares com os va-
o mesmo deve receber, para que en- lores desejados, que permitem o ar-
tre suas placas se estabeleça uma dife- mazenamento de cargas diversas para
rença de potencial unitária. A unidade uso nos momentos adequados.
de capacitância é o COULOMB POR
VOLT (C/V) ou FARAD (F). Associação de Capacitores
Í_ O FARAD exprime a capacitância /
· de um capacitar que precisa receber \ 1t evidente que não são fabricados
1

uma carga de UM COULOMB para capacitares com todos os valores ima-

1
' \/ que entre suas placas se estabeleça gináv.eis~ Entretanto, há o recurso da
uma diferença áe /otencial de U~1 assoc1~çao dessas peças, o que pade
VOLT. Do exposto fácil concluir que ser feito de três modos:
Q
- EM SERIE
- EM PARALELO
C ~ - EM ASSOCIAÇÃO MISTA
E
Características da Ligação em Série
donde r
' . Quando as p~as são ligadas em sé-
ne, como na Fig. IX-2, a capacitância
Q do conjunto é ménor do que qualquer
Q ~CE e E um dos valores usados na lígação e
e ,pode ser calculada com a equação

C capacitância em F ARADS (F) '1 1 l 1


Q - carga adquirida pelo capaci-
tar, em COULOMBS (C)
+-----+-+-+
e
~ , C1 C2 C
...
3
E = tensão entre as placas do ca-
pacitar, em VOLTS (V) : e, = capacitância total ou equiva-
i lente
O farad é uma unidade muito gran- \ C,, Cz, C::3•. etc. ~ capacitâncias par-
de, e, por este motivo são usados nor- 1 c1a1s
malmente os seguintes submúltiplos:
Se todos os capacitares forem iguais,
Microfarad (µF) ~ 0,000.001 Farad bastará dividir o valor de um deles
Nanofarad (nF) -= 0,000.000.001 Farad pelo número de peças usadas:
Picofarad (pF) =
=- 0,000.000.000.001 Farad e
e, -
n
65
e, = capacitância total ou equiva" é tanto maior quanto menor é a sua
lente capacitância, porque todos apresen-
C valor de um dos capacitares ta1n a mesma carga. A tensão entre os
iguais tenninai.~ do conjunto é igual à soma
n nú1ncro de capacitores usa- das tensões parciais:
dos na associação
E, = E, + E2 + E" +
Trabalhando conl dois capacitares
de cada vez, basta multiplicar seus va- E, = diferença de potencial entre
lores e dividir o resultado pela soma os terminais do conjunto
dos mesmos: E,, E,, E:i, etc. = tensões entre os
terminais dos diversos capa-
e, e, citores
e,
e,+ e, Características da Ligação em Paralelo

Quando os capacitares são ligados


€01 parlllelo, como se ve na Fig. IX-3,
a capaçitância total é a soma das ca-
pacitàncias parciais·.

CAPACITORES EM Sll:RIE 111


FlC. IX-2
TTT
Quando um conjunto de capacitores CAPACITORES EM PARALELO
cm série é ligado a uma fonte de cor-
rente contínua, todos os capacitares
apresentam cargas iguais (de acordo
con1 o processo de carga por indução),
) FIG. IX-3

sejam quais forein suas capacitâncias: e. = e, + Ci + e, +


1
'1 e, capacitância total ou equiva-
=
lente
Q, = carga do conjunto de capa- ,.,- C,, Ci, C,,, etc. ~ capacitàncias par-
citares ou carga total forne- ciais
cida pela fonte
Q,, Q,, Q,, etc. = cargas dos di- I\' este caso, a tensão entre os termi-
versos capacitares i
1
nais do conjunto é a mesma que existe
\entre os ter1ninais de cada capacitar:
De acordo com a definição de ca-
'
pacitância, a tensão em cada capac1tor \".~, ~ E, ~ E, ~ E, ~ ...
66
E, = tensão entre os terminais do
conjunto

,i
Essas atraçõe.~ não são no1malmen-
le suficientes para libertar eléctrons
E,, E~, E,, etc. = tensões parciai.~ , dos átomos, mas quando as cargas das
Da definição de capacitância con- placas atingern determinados valores

l
c.:lui-se que cada capacitar adquire pode acontecer o fenôn1eno em ques-
uma carga diferente (a não ser que tão, e se estabelecer u1na corrente elé-
todos tenham a 1nes1na capacitância), trica através do material até então iso-
diretamente proporcional à sua -capa- lante.
citância, e que a carga total é a soma A tensão que existe entre as placas
das cargas parçiais: do capacitar quando isto ocorre é cha-
1nada TENSAO DE RUPTURA. Os
Q, ~ Q, + Q, + Q, + c:apacitores trazem indicada geralmen-
te em seu invólucro a tensão máxima
Q, = carga adquirida pelo con- ou a tensão normal de trabalho que
junto po?e existir entre suas placas, sem que
Q,, Q,, Q 1, etc. = cargas dos di- baia ruptura, com a conseqüente inu-
Versos capacitares tilização da peça.
Entre as características de um iso-
Características da Ligação Mista lante cumpre destacar a sua RIGIDEZ
DIELÉTRICA, que é a tensão neces-
Nas associações mistas, os resulta- sária para <:ausar a ruptura de uma
dos são combinações dos obtidos com amostra do material com uma espes-
as ligações estudadas. sura unitária.
Em geral a tensão é expressa em
quilovolts e a espessura em milíme-
tros ou centímetros.
Conclui-se do exposto que

E,.
Rigidez dielétrica ~
e

E, tensão de ruptura
e espessura do isolante

EXEMPLOS,
ASSOCIAÇ.lO MISTA 1 - Quantos eléctrons devem ser
re1novidos de uma placa de urr1 ca-
pacitar de 270 picofarads e adicionados
FIG. IX-4 à outra, para que haja uma tensão de
420 volts entre elas ?
Rigidez Dielétrica
SOLUÇÃO,
Os átomos do isolante colocado en-

Í tre as placas de um capacitar fican1


submetidos ao campo elétrico entre
.J e las. O:<! cléea-ims---mbitais--se-·'58lltem
Q
Q
CE
270 X l0- 1 ~ X 42 X 10 ~
·, \ atraídes --pela-- .placa.- com ..-cal:gii posi-
0 = 1134 X 10- 1 ° C
tiva - e--~1c1eos são .atraídos pela
plaea:negativa. 1 C = 6,28 X 10 18 eléctrons
(
67
Número de eléctrons = 1.134 X b) Q - CE - 5 X 10--• X 5 X
X l0- 10 X G,28 X 10"" = X 102 = 25 X 10-" C
= 7.121,52 X 10' eléctrons (em paralelo).
2 - Vinte capacitores de 8 fLF fo-
Q - CE - 8 X 10-- 0 X 5 X
X 10" = 4 X 10 _,, C
ratn ligados en1 série. Determinar a (e1n série)
capacitância total e a carga acu1riula-
da e1n cada capacitar, sabendo que o
conjunto foi ligado a uma fonte <le c) Q, = C, E, = 10-" X 5 X
200 volts. X 10' = 5 X lü-" C
Q~-= C, E~ = 4 X 10-0 X
X 5 X 10" = 2 X 10-·-' C
SOLUÇAO,
(em paralelo)
c 8
e, -- = 0,4fLF Q, Q, - 4 X Hr'C
n 20 (en1 _série)

Q - CE - 4 X 10-' X 2 X d) E, E 500 V (em paralelo)


X 10" = 8 X 10-' C
Q 4 X 10--"
3 - Um capacitar co1n uma capaci- E, '
tància de 80 µ,F é ligado a uma fonte e, 10- 8
de 500 V. Calcular sua carga. 400 V (em série)

SOLUÇÃO, Q, 4 X 10-'
-C2- -4 - -
X IO-·'
Q - CE - 8 X Hr" X 5 X 10' -
= 4 X 10-- 2 C = 100 V (em série)
4 - Um capacitar de O,OlgF e u1n
de 0,04µF são ligados prin1eiro em 5 - Determinar:
paralelo e, cm seguida, en1 série, a
uma fonte de 500 V.

a) Qual a capacitância total em cada


caso?
b) Qual a carga total em cada caso?
c) Qual a carga de cada capacitar,
nas duas ligações?
d) Qual a diferença de potencial
entre as placas de cada capacitar,
nos dois casos?

SOLUÇAO, L----<J 700 V o--...J


a) e, + e, - 0,01 +
0,04
= 0,05µ,1<" (em paralelo) FIG, IX-5
e, e, 0,01 X 0,04 - Q,
= 0,008µF (em - e,
0,01 + 0,04 - Tensão entre as placas do
série) capacitar de 15µF
68
SOLUÇÃO• SOLUÇÃO•

.5 + 15 = 20µF 12 + 18 = 30,ul<~

10 30
= 5µF e, -- - 15µ.F
2 2

5 X 20 Q, C, E, ·- 15 X 1()-' X 45 X
e, = 4µF X 10 = 675 X 10-" C
5 + 20 Carga do capacitar de 30µF
C, E, = 4 X 10- " X 10• = - Q, - 675 X 1()-'C
- 4 X Hr'C
A tensão no conjunto for1nado pelos PROBLEMAS
dois cnpacitores de 10µ,F en1 série é:
CAPACIT ÃNCIA. ASSOCIAÇÃO DE
Q 4Xl0- 1 CAPACITORES.
E - - - - - - - 80V
C 5 X 10--" 1 - Se 2 X 10 10 eléctrons forem re-
n1ovidos de uma placa e adicionados
A tensão no conjunto formado pelos a outra paralela, qual será o fluxo elé-
capacitares de 5 1J,F e 15µF em para- trico total entre as placas condutoras?
lelo é, portanto: Dizer também qual a capacitância do
conjunto, sabendo que a diferença de
100 - 80 - 20V potencial entre as placas é de 180 V.

Esta é a tensão entre as placas do


capacitar de 15µF.
2 - Llm capacitar de 10 microfarads
6 - Determinar; e un1 de 40 microfarads são ligados
Carga total em paralelo, e o conjunto é ligado a
Carga adquirida pelo capacitar u1na fonte de 400 V. Determinar a
de 30µF capacitància total e a carga acumulada
l'm cada capacitar.
12,.F R., 50µF; 4 X 10-" C, 16 X
X 10- 3 C

3-
e, 10 microfarads
e, 5 microfarads
e, 20 microfarads
Q, 0,002 coulon1b

Determinar:

L-----0450 V 0-__J Q, E, e,
Q,, E
Q, E.,
FIG, IX-6 E,
69
5 - Determinar a carga adquirida
pelo capacitar de 30µ.F.

FIG. IX-7

R.: 0,002 C - 200 V' - 28 X 10- 1 F


0,002 C - 400 V FIG. IX-9
0,002C - lOOV
7QQ\T
R.• 9 X lü--' C
4 - e, = 2 microfarads
C2 = 5 microfarads 6 - Determinar: C,
C,i = 3 microfarads Q,
E, ~ 100 V E,
Q,

FIG. IX-8

Determinar:
FIG. IX-10
Q, - Q, - Q.• - Q, - e,
R., 2 X 10" C; 5 X 10" C; R.: 2,4µ,F; 24 X IQ-> C;
3 X 10" C; 10-• C; IOµF 30 \': 24 X 10-5 e
70

7 - Determinar: C, 40µF sido desligado da fonte, é ligado ime-


Q, 60µF diatamente aos terminais de u1n capa-
60µF citar (se1n carga) de 5 microfarads.
60µ1'~ Calcular: a) a d. d. p. entre os termi-
40µf' nais dos dois capacitares em paralelo;
40µ.F b) a carga de cada capacitar.
R.: 48\'; 96 X 10-' C; 24 X
X 10-• C

10 - Determinar:
- E,
- Q,
-C
- T~nsão entre as placas do
capacitar de 5µF

~-----oEt=JOOOVO---~

:FIG. IX-11

R.: 20µ,F; 2 X 10-2 C

8 - No circuito abaixo, determinar


a carga total e a capacitància total.

FIG. IX-13

R.: 1.370 V; 192 x 10-" C;


1,4µ.F; 128 V

FIG. IX-12

R.; 5 X lo-< C; 5µ.F

9 - Um capacitar de 20 microfa-
rads é carregado com um.a fonte de
60 V, de corrente contínua. Após ter FIG. "IX-14
71

11 - Determinar: (Fig. IX-14) \'alor n1édio da corrente durante a


-E descarga?
- Q', R.; 200 A
-C
- c'.1rga no capacitor de 5µ}~
ll.: 400 \'; 36 X 10---' C; 9 X
X 10-'' F; lfi X io-• e

12 - r\o circuito da l<~ig. IX-15, de-


tenninar a tensão total, a carga total,
a capa{;itància total e a carga no ca-
pacitar ele 3 1nicrofarads.
R.; 500 V; 0,002 8 C; 5,6 /LF;
o.ooo 3 e
13 - ll1n capacitor de 1.000 niicro-
farads é carrcµ:aclo até que entre suas
placas se estabclcC'c nn1a d. d. p. de
200 \'. Se o capacitor for descarrega-
do ein 111.000 SC'gundo. qual ~crl1 o FIG. IX-15
CAPITULO X

TEORIA DOS DOMÍNIOS MAGNÉTICOS. GRANDEZAS


MAGNÉTICAS FUNDAMENTAIS

Magnetismo MAGNÉTICOS, esta última mais mo-


derna e mais completa.
O magnetismo é uma fo1ma de ener- A teoria dos ímãs moleculares diz
gia apresentada apenas por alguns que as moléculas das substâncias mag-
materiais, tais como ferro, aço, com- néticas (as que podem apresentar pro-
postos de ferro, ligas especiais, níquel priedades rnagnéticas) são pequenos
e cobalto. 1mãs, cujos efeitos não podem ser
Entre outras propriedades, os cor- l
apreciados arque estão dispostos no
pos com magnetismo apresentam a de corpo de ta forma que suas ações se
atrair outros corpos. Nota-se, entre- anulam mutuamente. A in1antação de
tanto, que s6 os corpos feitos com os um corpo consiste em "arrumar" os
materiais citados no parágrafo ante- Íinãs moleculares de 1nodo que suas
rior podem ser atraídos. ações se somem. Esta teoria, com o
Os corpos que possuem magnetismo conhecimento atual da constitlli~~ão da
são denominados Í~ÃS. Os ímãs são matéria, cedeu lugar a novas idéias.
normalmente produzidos pelo homem A teoria dos domínios magi1éticos
(!MAS ARTIFICIAIS); há, pocém, o baseia-se no fato de que os fenôme-
!MÃ NATlJRAL, um composto de nos magnéticos resultam do movimen-
ferro conhecido pelo norae de MAG- to de cargas elétricas. É fato compro-
NETITA, encontrado com relativa fa- vado e de grande aplicação que uma
cilidade na natureza. Quando se faz carga elétrica em movimento apresen-
um corpo adquirir propriedades mag- ta não só wn campo elétrico como
néticas, ele pode perdê-las em pouco também, e principahnente, proprieda-
tempo ou conservá-las por toda a sua des magnéticas; convém ressaltar que
existência. No primeiro caso temos um as propriedades magnéticas só são
IMÃ TEMPOR.i\RIO e no segundo observadas quando a carga está em
caso um 1MÃ PERMANENTE. Um movimento, ao passo que o campo elé-
ímã natural é permanente. trico existe também quando ela está
Várias teorias têm sido apresenta- em repouso.
das para explicar o magnetismo, en- Conhecendo -o fato- acima e saben-
tre as quais destacamos a de \VEBER- do que os eléctrons dos átomos de
EWING (TEORIA DOS !'.IAS MO- um corpo estão sempre em movimen-
LECULARES) e a dos DOM1NIOS to ("spin" e movimento em suas órbi-
73

ta.~), o homem concluiu que todos os F'azer u1n corpo apresentar proprie-
eléctrons de um corpo tCm proprie- dades 1nagnéticas, ou I11ANT.4.-LO
dades magnéticas (são ímãs pequenís- (ou ainda !\.fAG:\ETJZA-1.0), é, por-
simos). tanto, orientar os seus domínios de
J\fas, esta conclusão não contraria o modo que so1ncn1 suas ações magné-
que foi afirmado no primeiro parágra- ticas.
fo? Se todos os corpos apresenta1n eléc-
trons em movimento, todos têm pro- Campo ~fagnético
priedades magnéticas?
A resposta é NÃO para as duas per- Qualquer região ou matéria em que
guntas. Sabe-se que quando duas car- são observados efeitos 1nagnéticos é
gas elétricas iguais movimentam-se em um campo magnético.
sentidos opostos os seus efeitos mag- Pode-se ton1ar conhecimento de um
néticos se anulam. Sabe-se também carnpo inagnético com auxilio de uma
que os eléctrons dos átomos consti- bússola (agulha magnética) ou de u1n
tuem .dois grupos que giram em sen- fio conduzindo corrente elétrica. Quan-
tidos opostos. Quando esses dois gru- do o cainpo existe, age uma fôrça só-
pos são iguais (cm número de eléc- hre a :tgulha magnética, forçando-a a
trons), as propriedades magnétü:as rnudar de posição. No caso do fio, o
dos átomos são nulas, fato que ocorre campo magnético atua sobre as cargas
com a maioria das substâncias. Quan- e1n movimento no mesmo, obrigan-
do os grupÓs são quantidades d<-· eléc- do-as' a mudar de direção, o que, por
trons diferentes, há o predo1nínio de sua vez, provoca o deslocamento do
um deles, e os átomos são minúsculos fio.
ímãs; isto é o que ocorre com os ma- Para representar graficarnente um
teriais a que nos referimos no início campo magnético, dando uma idéia
do capítulo e que são charr1ados MA- de sua grandeza em diferentes pon-
TERIAIS MAGNÉTICOS. tos, bem como da sua forma (que de-
Os átomos co1n propriedades mag- penderá da forma do corpo magneti-
néticas reunem-se em grupos de apro- zado), usamos linhas que são chama-
ximadamente 10'"' unidades, constitu- das LINHAS DE FORÇA. Estas li-
indo DOMfNIOS MAGNJ!TICOS. Um nhas são traçadas de tal modo que in-
pedaço de ferro, por exemplo, é for- rlicam as ações do campo sobre cor-
mado por domínios. Observa-se, en- pos 1nagnéticos nele colocados.
tretanto, que os efeitos dos domínios
não se somam, como acontece com os Magnetismo Terrestre
efeitos dos átomos que os constituem,
e, em verdade, praticatnente se anu- A Terra é um gigantesco (porérn
lam. E: por este motivo que normal- relativamente muito fraco) ímã. A ação
mente um corpo de material magné- do seu campo magnético sobre peque-
tico não é um ímã. Este fato é conse- nas agulhas imantadas 9ue giram li-
qüência da má disposição dos domí- vremente sobre eixos (as bússolas)
nios, cujas ações estão em oposição, permite µm traçado da sua forma e
fazendo com que o corpo, como um o conhecimento da sua direção e do
todo, não apresente qualidades mag- seu sentido.
néticas. Quando o campo rr1agnético da
t possivel, porém, dar nova dispo- Terra age sobre urna bússola, os ex-
sição aos domínios, que resulte numa tremos desta ficam apont2dos apro- _
ajuda mútua por parte desses grupos ximadamente para os polos norte e sul
de átomos, produzindo-se então um geográficos, e por este motivo são cha-
imã. mados respectivamente de pólo norte
des desses imas ~e, por seme1nança ue J'J V .l .11.l.t... \l , lU. 111. J i1 LC<lU"<l UV <1.pa1 c:;-

efeitos, a outros de formas diferentes), Cil1leflt0 de um campo magnético. No


onde o seu magnetismo torna-se 1nais condutor percorrido pela corrente elé-
aparente. trica, ?- força magnetomotriz é a pró-
A ação do campo magpético terres- pria corrente,
tre sobre a bússola não se faz sentir
apenas no plano horizontal, fazendo-a F - 1
deslocar-se para estacionar na direção
norte-sul da Terra. Verifica-se tam- e sua unidade é também o A11PERE.
bém que a bússola apresenta urna in- Obsf'rva-se, porém, riue quando o
clinação em relação à horizontal do condutor é enrolado en1 forma de bo-
lugar em que está situada, dando-se bina (ou SOLENólDE), isto é, en1
ao ângulo em apreço a denon1inação forma helicoidal ou sc1nelhante, os
de INCLINAÇAO MAGNBTICA. efeitos do campo n1agnético toma1n-se
A direção norte-sul verdadeira não "N" vezes mais fortes, conforn1e o nú-
corresponde perfeitamente à indicada 1nero de \'OLTAS ou ESPII\AS des-
por uma bússola .. O ângulo formado critas pelo mesmo, o que nos permite
pelas duas direções é a DECI.INA- dizer que a força magnetomotriz é
ÇAO MAGNBTICA. então

Atração e Repulsão Entre lmãs F ..- NI


Quando lidamos co1n ímãs, notamos
que quando seus campos magnético~ N n{unero de e.~pira~
~ão colocados em oposição se repelem,
e quando os campos se somam há atra-
ção entre os ímãs; em outras palavras, Neste caso, a unidade de força mag-
pólos de nomes iguais se repelem e netomotriz pode ser d e n o m i n a d a
pólos de nomes diferentes se atraem. AMPERE-ESPIRA, porém usa-se o
símbolo (A).
Grandezas Magnéticas Fundamentais
Força Magnetizante (H) ou Intensi-
Força Magnetomotriz (F) dade de Campo ~lagnético

OERSTED foi o primeiro homem a A _força magnetizante em um ponto


observar que uma corrente . elétrica qualquer próximo do condutor que
pode dar origen1 ao magnetismo, mos- <'onduz corrente depende diretamente
trando que há estreita ligação entre da intensidade da corrente que pro-
magnetismo e eletricidade. Sua expe- duz o campo 1nagnético e é inversa-
riência foi simples: fazendo passar mente proporcional ao comprimento
uma corrente por um condutor, pôde do "caminho" magnético que está sen-
notar que isto provocava o desloca- do considerado (caminho representado
1nenfo de uma bússola próxima do por uma linha de força):
1nesmo, e que o sentido e a intensida-
de do movimento da bússola estavam 1
relacionados com o sentido e a inten- H
sidade da corrente elétrica. l
75

I intensidade da corrente, em aparecin1ento de un1a d. d. p. de 1


AMPERES (A) \'OLT entre o;; terminais do condu-
l comprimento, em METROS tor, dize1nos que o fluxo máxin10 é de
(m) 1 \\'EBER. (Ver Capítulo XI)
No caso de uma bobina, como é
evidente, Densidade de Fluxo Magnético ou In-
NI dução Magnética ({3)
H
l Trata-se do núrpero de linhas de
força que "atravessam" uma seção do
Conclui-se, das relações acima, que campo de área unitária:

F
H~
l
13 -
"'s
A unidade de densidade de fluxo
A unidade de força magnetizante 1nagnético é o TESLA (T).
ou intensidade de campo magnético é Outro conceito será \'isto posterior-
o AMPÉRE/METRO (A/m). mente, relativo à ação que um campo
exerce sobre unia carga em movimen-
O campo magnético em tomo de to no mesmo.
um condutor de seção circular é tam-
bém circular e pode ser representado Permeabilidade (µ.)
por linhas de força circulares. O com-
primento a que se referem as expres- A penneabilidade exprime a facili-
s:ões acima é então o con1pri1nento de dade que um detenninado meio, com
uma circunferência, ou dimensões (comprimento e área de se-
ção transversal) unitárias, oferece ao
l = 2-n-r estabelecimento de um campo magné-
donde tico. Esta grandeza é expressa pela re-
lação
I
H 13
ou H
N-1
H que é constante em meios não-magné-
2,rc ticos, porém apresenta variações em
meios magnéticos.
(<'luxo Magnético (c/J) Quando um campo magnético é es-
tabelecido no vácuo, a relação em
1<: o número de linhas usadas na re- apreço é igual a
presentação de um campo magTJético.
A. unidade de fluxo é o WEBER (Wb). 4w . io---1
Quando um condutor é submetido a
u1n can1po magnético e este é feito valor que é conhecido con10 PER-
variar do valor 1náximo a zero, no ~1EABILIDADE DO VACUO, sendo
tempo de uin segundo, provocando o designada como µ 0 •
76
As pern1cabilidades dos outros meios da pelo meio ao estabelecimento de
~ão scrnpre con1paradas com a do vá- um campo magnético:
cuo, e os núrncros resultantes dessas
comparações são as PER1'fEABlLl- 1 l
DADES l~ELATIVAS (µ.,) dos mes- R
tnos. p
Do Pxposto conclui-se que " s
"Lei de Ohm" para Magnetismo

µ,, e µ, A permeabilidade de um material


magnético não é constante. A dos ma-
teriais não-magnéticos é considerada
permeabilidade de un1 mate- constante, e assim é possível determi-
" rial qualquer
permeabilidade do v. á e u o
nar o fluxo que será estabelecido nos
n1csmos por uma determinada. força
(4,,- X 10-') 1nagnctomotriz, de~de que se Conheça
µ,, pe11nabilidade relativa do ~ua relutância. Nestes materiais veri-
tnaterial fica-se que

A penneabilidade de urn 1naterial "O FLUXO MAGNETICO PRO-


qualr1uer (µ) e a penneahilidade do DUZIDO É DIRETAMENTE
vácuo são dadas en1 u1na unidade ,'o- PR()PORCIONAL .:\ FORCA
nhecida corno HENRY/ ~t E T ll O ~IAGNET01tOTRIZ E IN\'ER-
(fl/111); a pern1eabilida<le r('lati\'a de SA1tENTE PROPORCIONAL A
um 1natcrial qualquer é qpenas um RELUTÂNCIA."
nlnncro que expri1ne a relação entre
as duas priinciras, não sendo acotnpa- F
nhado de unidade.
R
Permeância (P) e Relutância (R)
.Este enunciado é conhecido corno
Permeãncia é a facilidade que um "lei de Ohm" para magnetismo, dada
meio qualquer oferece ao estabeleci- ~ua se1nelhança co1n a lei de Ohm já
n1enco de un1 ca1npo magnético. estudada.
Esta grandez•l depende Co1no nos materiais magnéticos a
a) diretamente da permeabilidade relutância não é constante ,e depende
do meio em que está sendo criado o da força .n1agnetomotriz, esta relação
campo magnético; não pode ser usada para prever o flu-
b) dirctan1ente da área da seção xo que será produzido por uma deter-
transversal do corpo em que está sen- minada f. m. n1., ficando sua aplicação
do criado o campo; restrita à detenninação do fluxo pro-
c) inversa1nente · do comprimento vocado por uma certa força magneto-
do corpo (ou região) em que está sen- 1notriz quando é conhecida a relutân-
do criado o can1po cia correspondente.
µ, s llnidades de Relutância
p e de Permeância
l
Da relação que ex;iste entre a força
Relutância é o in\·<'rso da permeân- n1agneto1notriz, o fluxo magnético e a
t•ia; correspond<' à dificuldade ofereci- relutância, concluímos que esta últüna
77
grandeza pode ser expressa em AM- µ = /J.o/J.r -4w X 10-7 X l-=
Pll:RES-ESPIRAS/WEBER (AjWb). - 4w X 10-7 H/m
e
A unidade de permeância é, então,
por definição, o WEBER/AMP:E:RE- 10-1
ESPIRA (Wb/ A). R
12,56 X I0--1 X 314 X 1()-6
Métodos para Imantação 2 X 10" A/Wb
Para que os domínio magnéticos de
u1n corpo sejam orientados, é necessá-
rio submetê-los a um campo magnéti- 2 -- Numa bobina com relutância
co suficientemente forte para provo- de 20 A!Wb deseja-se obter uma den-
car o deslocamento dos mesmos. sidade de fluxo de l tesla. Sabendo
Para tanto pode ser usado o campo que ela é constituída por 500 espiras,
magnético de um corpo imantado ou qual a força magnetomotriz que deverá
o campo produzido numa bobina {ou existir e qual á corrente magnetizante?
mesmo num condutor) pela passagem A seção da bobina é de 20 cm 2 ,
de uma corrente elétrica.
O grau de imantação adquirida pelo SOLUÇÃO•
corpo depende do número de domí-
nios orientados e, evidentemente, será 20 cm' 0,002 m~
conseguido o máximo de imantação
quando todos os domínios estiverem </>
orientados. Esta última condição cor- (3 - : . </> - (3 s - 0,002 Wb
responde à SATURAÇÃO MAGN:E:TI- s
CA do material.
F </J R - 0,002 X 20 - 0,04 A
EXEMPLOS, F
F-NI.".I
1 - O núcleo de um solenóide é um
cilindro de bronze com 10 centímetros
N
de comprimento e 2 centímetros de
diâmetro. Qual é sua relutância? 4 X 10-2
1 ------BXIO'A
5 X 102
SOLUÇÃO•
3 - Quantas espiras de fio consti-
l=IOcm=O,lm tuem um solenóide, se a corrente que
d 2cm=0,02m r==O,Olm o percorre produz um fluxo total de
S ~ w r" - 3,14 X 0,01 2 = 314 X 80 quilolinhas em um circuito magné-
X l~ m2 tico cuja relutância é de 0,005 ampe-
re-espira por linha? A corrente é de
l 2A.
R
µ.S SOLUÇÃO•

Corr10 o núcleo é feito de material </; = 80 quilolinhas = 80.000 li·


não-magnético, e a permeabilidade re- nhas - 0,0008 Wb {UM WE-
lativa dos materiais não-magnéticos é BER CORRESPONDE A 108
considerada igual a l, LINHAS)
78
R 0,005 A/linha - 500.000 A(Wb

F q, R - 8 X IO-' X 5 X 10° -
400 A

F NI

F 400
N= = 200 espiras
1 2
Sentido do Campo em Torno de
um Condutor que Conduz Corrente

A direção e o sentido de um campo CAMPO MAGNJ!:TJCO DE UMA ESPIRA

magnético qualquer são, por conven-


ção, a direção e o sentido indicados, FIG. X-2
respectivamente, pelo eixo longitudi-
nal e pela extremidade "NORTE" da No caso de-um condutor percorrido
agulha imantada de uma bússola colo- por uma corrente elétrica, as próprias
cada no mesmo. É possível, portan- mãos servem para tal fim. Basta que
to, fazer o desenho de um campo, com se suponha estar segurando o condu-
auxílio de linhas de força, indicando tor com uma das mãos, de tal modo
ao mesmo tempo o modo como o únã que o dedo polegar indique o sentido
atua sobre outros corpos colocados em da corrente no mesmo; os outros de-
suas proximidades. dos indicam o sentido do campo en1
torno do condutor.
(~~;&~ Na aplicação desta regra prática é
\llf!ij/~~~
~~~
necessário apenas observar que a mão
esquerda deve ser usada quando se
trabalha com o sentido eletrônico da
corrente, e a mão direita quando se
considera o sentido convencional.

Sentido do Campo Produzido


por uma Bobina Helicoidal
CAMPO MAGN.E:TICO EM ToRNO DE UM
CONDUTOR DE SEÇÃO CIRCULAR PERCOR- Verifica-se experimentalmente que o
1tlDO POR UMA CORRENTE EL.E:TRICA. A
FLECHA NO INTERIOR DO CONDUTOR lN·
campo magnético produzido por uma
DICA O SENTIDO DO MOVIMENTO DOS C'Orrenle elétrica, numa bobina deste
ELt.CTRONS tipo, é semelhante ao de um ímã em
FIG. X-1 barra. Observa-se também que nas ex-
tremidades da bobina os efeitos do
Entretanto, nem sempre se dispõe C'ampo são mais aparentes, como ocor-
de bússolas ou quaisquer dispositivos re nos extremos do ímã em barra, dan-
que possam ser utilizados para deter- do a mesma idéia de pólos. Realmen-
minar o sentido de um campo. Por te, a bobina age sobre um ímã colo-
este motivo, o homem procurou mo- cado perto dela, do mesmo modo que
dos práticos que permitissem atingir agiria uni ímã em barra, e podem ser
esse objetivo. observadas as mesmas ações entre pó-
79

los; isto permite que fl.S extremidades lar, sob a forma de linhas, originando
da bobina possa1n ser designadas como figuras que variam de conformidade
"NORTE" e "SUL". com o ímã utilizado na experiência.
Tainbé1n neste caso é possível de- A explicação para este fato é sim
terminar o sentido do campo com aju- pies. Cada pedacinho de ferro é trans-
da das mãos. Basta que se suponha formado num pequeno ímã ao ser sub-
estar segurando a bobiua com uma das metido ao can1po magnético, e natu-
1nãos, de 1nodo que os dedos (co1n ralmente ocorrem ações (atração e re-
exceção do polegar} indiquem o sen- pulsão) entre os pequenos ímãs e o
tido da corrente nas espiras; o dedo imã cujo ~spectro está sendo obtido.
polegar indica, então, a extremidade .-\contece com os pedacinhos de ferro
"NORTE" da bobina. Deverá ser usa- o mesmo que ocorreria com as agu-
da a mão esquerda quando se traba- lhas de bússolas que fossem colocadas
lhar com o sentido eletrônico da cor- perto do ímã, as quais se orientariam
rente e a mão direita com o sentido de tal modo 'jue, se seus extremos fos-
convencional. sem unido~, armariam linhas de um
pólo ao outro da bobina. Foram essas
linhas que deram a Faraday a idéia de
representar graficamente um campo
1nagnético com linhas d1t força .

··> . •

REGRA DA MÃO ESQUERDA PARA DETER·


MINAR o SENTIDO DO CAMPO MAGNtTICO
DE UMA BOBINA
. .•··
• •
·_,,· .

FIG. X-3
ESPECTROS MAGN~TICOS

Espectros Magnéticos

Os espectros magnéticos são figuras FIG. X-4


que dão uma idéia do campo magné-
tico de um ímã ou de um conjunto de
ímãs. São obtidos geralmente com au- PROBLEMAS
xílio de limalhas de ferro. GRANDEZAS MAGN!':TICAS
Para se conseguir um espectro mag-
FUNDAMENTAIS
nético, basta colocar sobre um í1nâ
uma folha de papel ou uma lâmina de 1 - Qual é a relutância de um cir-
vidro (não há isolante para o magne- cuito magnético e1n que um fluxo to-
tismo} e espalhar a limalha uniforme- tal de 2 webers é criado por uma cor-
n1ente sobre o p&pel ou o vidro. As rente de 5 amperes que flui em um
aparas de ferro, ao caírem sobre o ma- ~olenóide co1n 200 espiras?
terial que cobre o ímã, se movimen-
tam e se distribuem de modo irregu- R·' 500 A/Wb
80
2 - Que corrente deve passar por 5 - Utna bobina de fio, con1 8 c111
un1 solen6ide de 500 espiras para pro- de coniprimento, é enrolada em uiua
duzir um fluxo total de 1,2 \vebcrs em peça de rnadeira com 0,5 cm de diâ-
um circuito magnético cuja relutància n1etro. Se a bobina tem 500 espira~,
é de 200 amperes-espiras por webcr? que corrente deve percorrê-la para es-
tabelecer no centro da bobina um flu-
R.: 480 mA xo de 0,5 micro\veber?

3 - Calcular a força magnetomotriz


necessária para produzir um fluxo de R" 3,2.5 A
0,015 Wb em um entreferro de ...
0,002 54 m tle comprimento, com uma 6 - Uma bobina de 200 espiras é
seção efetiva de 0,019 35 m~. enrolada uniformen1ente sobre u1n anl'I
de madeira con1 unia circunfert:'ncia
u1édia de 60 c1n e uma seção trans-
versal uniforn1e de 5 cn1". Sabendo
4 - Uma força magnetizante de que a corrente que pass<t pela bobina
2.000 A/m produz uma densidade de é de 4 A, calcular: a) a força n1agne-
fluxo de 1 tesla em um certo tipo de tizante, b) a densidade de fluxo e e) o
ferro. Qual é sua permeabilidade com fluxo total.
esta densidade de fluxo?
R., L333 A/m; L675 µ, T;
R., 0,000 5 H/m 0,837 µ,Wb
CAPITULO XI

FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA. LEI DE LENZ

Se um condutor fosse submetido a teria} condutor os eléctrons livres exis-


um campo magnético variável (onde tem em grande quantidade e estão
todos os pontos apresentam intensida- normalmente en1 movimento desorde-
de de campo variável), entre seus ex- nado. Quando o condutor é subme-
tremos poderia aparecer uma diferen- tido ao campo magnético, nas condi-
ça de potencial que, no caso, é conhe- ções citadas nos primeiros parágrafos,
cida como FORÇA ELETROMOTRIZ o campo atua sobre os eléctrons (não
INDUZIDA; o fenômeno em questão esquecer que são ímãs) obrigando-os
{: chamado de INDUÇÃO ELETRO- a se deslocarem para uma das extre-
~IAGNllTICA. midades do condutor, estabelecendo-se
Também poderia ser produzida uma deste modo uma d. d. p.
força eletromotriz induzida num con-
dutor, se o mesmo fosse aproximado Lei de Lenz
ou afastado de um ímã (introduzido
ou retirado do campo magnético do Faraday foi o primeiro homem a
ímã). Teríamos ainda o mesmo efeito, produzir uma força eletromotriz indu-
se o condutor fosse mantido em repou- zida e a determinar seu valor, ,Porém
so e o ímã dele se aproximasse ou se a determinação do seu sentido e devi-
afastasse. da a Lenz. Após estudar o fenômeno,
As tres situações a que nos referi- Lenz apresentou a conclusão que se
mos apresentara uma coisa em comum: segue, conhecida como LEI DE LENZ:
PARA O CONDUTOR, ESTA SEM-
PRE HAVENDO UMA VARIAÇÃO "O SENTIDO DE UMA FORÇA
DE FLUXO. Realmente esta é a con- ELETROMOTRIZ INDUZIDA .E:
dição para que se produza uma força TAL QUE ELA SE OPOE, PE-
eletromotriz induzida, isto é, .E: NE- LOS SEUS EFEITOS. À CAUSA
CESSARIO QUE EXISTA MOVI- QUE A PRODUZIU.""
MENTO RELATIVO ENTRE O
CONDUTOR E O CAMPO MAGNJC- Conclui-se que é geralmente neces-
TICO. , sário conhecer a direção e o sentido
Mas, que acontece no condutor, pro- do campo, que, por convenção, cor-
duzindo a d. d. p.? respondem à direção e ao sentido in-
Sabemos que eléctrons em movi- dicados respectivamente pelo eixo lon-
mento são minúsculos ímãs. Num ma- gitudinal e pela extremidade "NOR-
82

TE" da agulha imantada de uma bús- tido a um campo magnético variável,


sola colocada no mesmo. é proporcional à rapidez com que o
Para tomar mais prática a detC'nni- fluxo varia (razão de variação do flu-
nação do sentido de uma força eletro- xo magnético); esta é a LEI DE F"A-'
motriz induzida, existem as regras da RADAY, expressa pela relação
1não esquerda e da mão direita., resnl-
tantes da observação repetida do fe-
nômeno em estudo. E
A regra da mão esquerda consiste
na utilização dos dedos indicador, po-
legar e médio da mão esquerda. como
1'~ f o r ç a eletromotriz induzida
se fossem as arestas de um cubo que
(valor médio), em VOLTS ('')
saem do mesmo vértice. Se o indica-
dor apontar o sentido do campo e o
polegar indicar o sentidp do movi- !J,.q, = variação de fluxo magnético,
em WEBERS (Wb)
1nento do condutor (movimento rela-
tivo)", o dedo médio 1nostrará o sentido ó_ t = tempo decorrido durante a va-
do deslocamento dos eléctrons livres riação de fluxo, em SEGUN--
no condutor, ou seja, indicará qual a DOS (,)
extremidade do condutor que ficará
com excesso de eléctrons (terminal ne-
gativo). = razão de variação de fluxo
S..ntido do Camp<> i\. t

S•ntido Observação: O sinal (-) indica que


do Movimento
do Condutor a f. e. m. induzida se opõe, pelos seus
efeitos, à causa que a produziu.
Sentló) do Quando se trata de uma bobina sub-
Movimento
dos E!@ctrono metida a um campo magnético variá-
vel, a tensão média induzida na mes-
ma é obtida com a equação

REGRA DA MÃO ESQUERDA i\. </>


E--N--
FIG. Xl-1 i\. t
A regra da mão direita, também co-
N = número de espiras da bobina.
nhecida como REGRA DE FLEMING,
é anterior à da mão esquerda. E:, em :E: importante ressaltar que a f. e. n1.
princípio, a mesma regra; distingue-se induzida depende na realidade da ra-
pelos fatos de que utiliza a mão di- pidez com que o fluxo magnético va-
1 eita e refere-se ao sentido convencio- ria (ô.cp/6,t) e não propriamente do
nal. O dedo médio, portanto, aponta fluxo, pois um condutor em repouso
a extremidade do condutor onde há submetido a um campo magnético
falta de eléctrons (terminal positivo). constante não apresenta f. e. m. indu-
zida.
Cálculo da Força Quando um condutor se movimenta
Eletromotriz Induzida num campo magnético, ou quando o
ímã produtor do campo é aproximado
O valor médio da força eletromotriz ou afastado do conêlutor em repouso
induzida, quando o condutor é subme- (ou ainda quando o ímã e o condutor
83
se nlovü11enta1n com velocidades dife. evidentemente, proporcional à razão
rentes), a f. e. 1n. induzida depende di- de variação da corrente elétrica.
reta1nente da grandeza do campo, da
velocidade com que o condutor se mo- EXEMPLO:
vimenta em relação ao campo e do
comprirr1ento da parte do condutor Uma corrente de 8 A, em uma bo·
submetida ao campo: bina de 3. 000 espiras, produz um flu-
xo de 0,004 Wb. Reduzindo essa cor-
e=f3lvsena rente para 2 A, em 0,1 segundo, cal-
cular a força eletromotriz média in-
e = valor instantâneo da f. e. m. in· duzida na bobina, considerando o flu·
<luzida no condutor, em VOLTS xo proporcional à corrente. Calcular
(V). também a relutância da bobina.
'SQ_LUÇÃO,
f3 = densidade de fluxo magnético,
em TESLAS (T). 8I-6A(8A-2A)

Se "I" din1inui 4 vezes, "q," também


comprimento da parte do condu- diminui 4 vezes.
tor submetida ao campo magné-
tico, em METROS (m) 8 q, - 0,003 Wb (0,004 Wb ---->
O,OO!Wb)
v valor da velocidade constante
com que o condutor atravessa o ~t=O,ls
campo magnético, em METROS
POR SEGUNDO (m/') 8q,
E--N--
sen a ~ seno do àngulo formado pela 8t
direção do movimento do
condutor com a direção do 3 X 103 X 3 X 10---'
campo magnético. E - - - - - - - - - 90V
!()-'
NOTA: "v sena" é, portanto, a com-
ponente da velocidade do condutor F N 1
perpendicular à direção do campo. R

A equação acima mostra que a for·


ça eletromotriz induzida é máxima 3 X 103 X 8
quando o condutor "corta" o campo R---- = 6 X 106
perpendicularmente (sena ~ 1). Con- 4 X 10- 3

clui-se também que não há tensão in- A/Wb


duzida quando o condutor se movi-
menta paralelamente à direção ào PROBLEMAS
c:ampo (sen a = O).
FORÇA ELETROMOTRIZ
Quando o campo é produzido pela INDUZIDA
passagem da corrente elétrica num
condutor ou nu1na bobina, ele é varia- 1 - Uma bobina de 1. 200 esI?iras
do quando a intensidade da corrente está submetida a um fluxo magnetico
é variada. Assim, a f. e. m. induzida de 400 1nicrowebers. Calcular o valor
produzida pela ação desse campo é, médio da força eletromotriz induzida
84
na bobina, quando o sentido do cam- move com µma velocidade de 17,9 m/s,
po é invertido em 0,1 segundo. sabendo que o comprimento do eixo
é de 1,524 metros e que a componente
R., 9,6 V vertical do campo magnético da Terra
é de 40 microteslas.
2 - Calcular a força eletromotriz
induzida no eixo de um carro que se R.: 1.090 microvolts
CAPITULO Xll

AUTO-INDUTÂNCIA E INDUTÂNCIA MÚTUA

Indutância zida num deles, quando a c.:orrente que


passa pelo outro é variada. Este é o
Indutância é a propriedade que te1n princípio de funcionamento de um
um corpo condutor de fazer aparecer dispositivo chamado TRANSFOR11A-
em si mesmo ou noutro condutor urna DOR, de grande aplicação em circui-
força eletromotriz induzida. tos elétricos e eletrônicos, e que, na
Para que seja criada uma força ele- sua forma mais simples, é constituído
tromotriz indu:i'ida uum condutor, é por duas bobinas isoladas eletricamen-
necessário, como já foi estudado, que te, porém ligadas indutiva1nente, isto
o mesmo esteja submetido a um cam- é, uma fica submetida ao can1po n1ag-
po 1nagnético variável. Portanto, a in- uético da outra.
dutância de um corpo é uma proprie- A indutância é uma propriedade dC'
dade que só se manifesta quando a·. todos os condutores, podendo ser útil
corrente que passa pelo corpo varia de·. ou prejudicial; no segundo caso é
valor, o que produz um campo magné- · necessário elin1inar (ou pelo menos re-
tico variavel, ao qual está subn1ctido ,~ duzir) os seus efeitos. Tal é ·o caso
o próprio corpo ou um outro condutor/ dos rcsistores de fio, cuja função é li-
~ -·Quando o- corpo induz em si mesmo mitar a corrente no circuito pela ação
uma força eletromotriz, chamamos o SOME!\'TE de sua resistência, nlas
fenômeno de AUTO-INDUÇÃO e di- que, quando é percorrido por corren-
zemos que o corpo apresenta AUTO- tes variáveis, limita ainda 1nais a cur-
JNDUTANCIA. A força eletromotriz tente, em conseqüCncia de sua indu-
induzida neste caso é conhecida tarn- tância [auto-indutância). Co1no não é
bém como F'ORÇA ELETR01.10TRIZ possível evitar a variação da corrente,
DE AUT0-!1'DUÇAO ou FORÇA procura-se anular o campo magnético
CONTRA - E LTR 011 OT R IZ produzido por ela, utilizando-se um
(f.c.e.m.). fio dobrado ao meio para fazer o re-
O outro caso de indutância é conhe- sistor, de modo que o sentido da cor-
cido como INDUTANCIA MúTUA, e rente numa das metades é oposto ao
o fenômeno é conhecido como INDU- sentido da corrente na outra, para que
Ç.{0 11úTUA. Sempre que dois con- !>eus efeitos magnéticos se anulem.
dutores são colocados un1 próximo do V m resistor deste tipo é conhecido
outro, mas sem ligação entre eles, há como RESIS'l'OR NÃO-INDUTIVO.
o aparecimento de uma tensão indu- (F;g. XII-1).
86
induzir em si mesmo uma força ele-
tro1notriz é o COEFICIENTE DE
AUTO-INDUTANCIA desse corpo. A
mes1na variação de corrente em vários
corpos condutores poderá produzir
tensões induzidas de valores diferen-
tes nos mesmos, confo1me o coeficien-
te de auto-indutância de cada um.
E: fácil concluir que o valor médio
da força eletromotriz induzida po.r
auto-indução é
O SENTIDO DA CORRENTE' NUMA
DAS METADES :e OPOSTO AO SEN-
TIDO DA CORRENTE NA OUTRA E~-L-- ~·
~t
FIG. XII-!
E = valor médio da força eletromo-
triz induzida, em VOLTS {V)

Um corpo pode apresentar pequena L coeficiente de auto-indutância,


ou grande indutância, conforme suas em HENRYS {H)
características físicas. Como unidade
de indutância foi escolhido o HEN- ~i variação da corrente no condu-
RY (H). tor, em AMPERES (A)
Um corpo condutor tem uma auto- At = tempo decorrido durante a
indutància de 1 HENRY, quando é ca- variação da corrente, em SE-
paz de produzir em si mesmo uma GUNDOS (s)
força eletromotriz i n d u z i d a de 1
VOLT, sempre que é percorrido por ~i
uma corrente que varia na razão de - - = razão de variação da corrente
I AMPJ':RE POR SEGUNDO. ti t (rapidez com que a corrente
varia, em .i\MPERES/SEGUN-
Dois condutores apresentam uma DO (A/s)
indutância mútua de 1 HENRY, quan-
do uma força eletromotriz de 1 VOLT Da expressão acima podemos con-
é indu2ida err1 um deles, em conse- cluir que
qüência ·da variação de corrente no
outro, na razão de 1 AMP:€RE POR E
SEGUNDO. L
Dois submúltiplos do henry são
usados Comumente:
Mas
MILIHE NRY (mH) ~ 0,001 H
MICROllENRY (µ H) ~ 0,000.001 H

Cálculo tio Coeficiente logo


de Auto-IndutAncia
O número que exprime a possibili· L
dade que um corpo condutor tem de
87
donde 1' 1
-.-
"' R t
L {num condutor.
donde

L N {numa bobina "' "'


---~

R
"'i com "N" espiras) "' t
Substituindo na l.ª equação,

N'
Fatores Que Determinam a Auto-In-
dutância de uma Bobina
E-
R

Quando u1na bobina é utilizada


con10 co1nponente de um circuito,
quase seinpre está se fazendo uso de
sua indutància; é por este motivo que E L"'-
i
é chamada co1nun1ente de INDUTOR I'. t
ou mesn10 INDUTÂNCIA.
donde
O coeficiente de auto-indutância de
tnna bobina depende do riuadrado do
número de espiras e da relutância do E
1neio em que é criado o campo mag- L----
nético da rnes1na. Isto pode ser veri-
ficado pelas eonclusões abaixo.
"'i/"' t
Substituindo "E" pelo seu Yalor
na antepenúltima equação,
Sabemos que

L-
(N' IR)(!'. i/!'. t)
E~N

"' i/"' t
R

e que temos a confirmação do qut> foi


afirmado acima.
F
Substituindo a relutincia pelo seu
valor li µS, temo~
R

ou µ,N 2 S
L
NJ l

R L - coeficiente de auto-ind~tân­
cia, em HENRYS (H)
Dividindo os dois 1ne1nbros da N - númem de º'Pi<a> da bo-
equação por "t", bina
88
µ. = per1ncabilidade do n1eio E valor médio da força eletro-
em que é criado o campo motriz induzida por indução
1nagnético, em HENRYS/ 1nútua, etn VOLTS (V)
METRO (H/m) coeficiente de indutância niú-
OBSERVAÇÃO: o exan1e tua, em HENR YS (H)
da última equação expli- = variação de corrente no con-
ca porque a permeabili- "' i dutor que produz o campo
dade é dada em HEN- tempo decorrido durante a
RYS/METRO (H/m). "' t variação de corrente, em SE-
S seção transversal do circui- GUNDOS (s)
to magnético (assunto que
será desenvolvido em outro Ai
capítulo) em METROS - - = razão de variação da corren-
QUADRADOS (m') ~ t te, em AMPERES POR SE-
l comprimento do circuito GUNDO (A/,)
magnético da bobina, em
METROS (m)
Cálculo da Indutância Mútua Entre
A equação acima é razoaveln1ente Duas Bobinas
precisa para bobina.~ com núcleos de
ferro e toróides, em que a perda de Suponhamos qne uma corrente "r'
fluxo é muito pequena, isto é, quando esteja produzindo um fluxo "q/' na bo-
admitimos que TODO o fluxo está bina "·"-" (Fig. XIl-2), e que essa cor-
sendO aproveitado por TODAS as es- rente seja variada do seu valor tná-
piras. Para bobinas longas com nú- xirno (1) a zero. Isso fará com que o
cleos de ar foram elaboradas fórmulas fluxo 1nagnético também varie do seu
empíricas, encontradas em manuais de valor máximo (cfJ) a zero, produzindo
consulta. uma força eletron1otriz induzida na
hobina "B", cujo valor será

Coeficiente de Indutância Mútua


E, N,
O número que expri1ne a possibili- t
dade riue um condutor ten1 de induzir
en1 oulro uma força eletro1notriz é o
coeficiente de indutância tnútua do
par de condutores.
Virnos que existe tuna indut[ut<·ia
n1útua de 1 IIENRY entr<' doí~ con-
dutores, quando é induzida unia for~·a
eletromotriz de 1 VOLT etn 11n1 dt;les,
.~l·111pre que a corrente no outro varia
na razão de 1 AMPERE POR SEGL1N-
A B
D<l Isto pennite·-nos escrever que o
valor médio da força eletromotriz in-
duzida por indução mútua é
"'' N. 0 DE ESPIRAS DA BOBINA "A""

N. 0 DE ESPIRAS DA BOBINA ··e··


E -M '"
FIG. XII-2
89
t = tempo decorrido durante a n1agnético (produzido por unia delas)
variação da corrente. que é aproveitada pela outra.
Chan1amos de COE1'~1CIENTE DE
Sabe1nos que ACOPLAl\-tENl'O (I<) à percentagem
do fluxo produzido por uma -O.as bo-
NI binas que é aproveitada pela outra,
H isto é, que vai influir na produção de
z uma força eletromotriz induzida na
e que outra.
NI O <lC'üplamento n1agnético (ligação
f3 µ--- entre dois circuitos por meio de un1
z campo 1nagnético) depende da distân-
cia entre as duas bobinas e da posi-
µNSI ção de u1na em relação à outra. O
coeficiente de acoplamento é se1npre
<1>-f3S---- menor que 1 (lOOo/o) e pode ser nulo
z (se uma bobina não estiver submetida
Portanto, podemos escrever que ao campo magnético da outra ou se o
enrolamento estiver colocado em ân-
gulo reto com a direção do campo na
bobina indutora a que produz o
campo).
z Se f"levar1nos ao quadrado a ex-
e pressão

E,
z t M

Esta expressão 1nostra que a força


eletromotriz induzida cni "B" depen- teremos
de da rapidez co1n que a corrente \"H-
ria em "A" e do termo

z
M'
11ue corresponde ao coeficientt' de in- z z
dutância mútua (l\1) entre as duas bo-
binas: ~1~=LALH

l\f=~
M
z Esta ültima expreS!>àO permite o cál-
culo da indutância 1nútua entre as bo-
Coeficiente de Acoplamento binas, com acopla1nento ideal, isto é,
lOOo/a.
A indutância mútua entre dua.~ bo- Para casos normais, a expressão
binas (ou dois circuitos) depende da toma a seguinte forma:
auto-indutância de cada bobina, corno
veremos a seguir, e da fração do fluxo
90
Associação de Indutâncias ou
1
A associação de indutores deve ser
considerada sob dois aspectos; SEM L
INDUTANCIA MúTUA E COM IN- '
(ti!, + ti!, + ... )/tit
DUTÂNCIA MúTUA. ~

Em qualquer dos dois casos, pode- E


mos associar as indutâncias EM SÉ-
RIE ou EM PARALELO. ti !, ~l,
Na associação e1n série sem indu-
tância n1útua, as bobinas deverão es- E
+ E
+
tar dispostas de tal modo que o campo
magnético de uma não possa induzir 1 I 1
uma força eletromotriz nas outras.
Como estarão em série, a mesma cor- L,
-L,+ L,
+
rente fluirá em todas, e elas estarão
sujeitas à mesma variação de corren- Na associação co1n indutância mú-
te. A força contra-eletro1notriz total no tua, temos as seguintes expressões
circuito série é para cálculo da indutância total ou
equivalente:

Em série
De acordo com o que já foi estu-
dado, L,=L,+L2±2M

O sinal ( +) é usado quando as


forças eletromotrizes induzidas
L, = ---~
mutuamente se somam às de auto-
indução. O sinal (-) é usado
quando as forças eletromotrizes
induzidas mutuamente se opõem
--+ + .. às de auto-indução.
ti i/ti t
Em paralelo

L,L2-M~
Na associação em paralelo sem in- L,
dutância mútua não haverá acopla-
mento magnético entre elas e a força
contra-eletromotriz induzida será a O sinal (-) é usado no deno-
mesma em todos os indutores. Cada minador quando os indutores se
braço do circuito apresentará u1na ra- ajudam mutuamente; o sinal (+)
zão de \u;l.f![!.ção de corrente diferente é usado quando estão em oposi-
(a não ser que· todos. os braços apre- ção.
sentem a mesma auto-indutância).
Do exposto, EXEMPLOS•
E 1 - E1n um anel de aço laminado
L, são enroladas 200 espiras. Quando a
(ti !, + ti !, + ... )/ti t corrente que percorre a bobina é re-
91

duzida de 7 A para 5 A, o fluxo cai de PROBLEMAS


800 µ. Wb para 760 µ. Wb. Calcular a
indutància da bobina nesta faixa de AUTO-lNDUTÃNCIA
valores da corrente. E INDUTÀNCIA MOTUA

l - Se Uma força eletromotriz de


SOLUÇÃO: 5 V é induzida numa bobina, quando
a corrente em uma bobina adjacente
1'.i-7-5-2A varia na razão de 80 Ais, qual a indu-
tância niútua das duas bobinas?
L'.<J> - 800-760 ~ 40 l'Wb ~
R.; 0,062 5 H
=4X10-·'Wb
2 - Duas bobinas de 250 e 100 mi-
L'.<J> 2 X 10' X 4 X 10-"
crohcnrys, respectivamente, são liga-
L N das de 1nodo que sua indutância mú-
2 tua seja de 50 microhenrys. Qual a in-
"' i
L=4Xl0-"H dutância total:
a) quando estão em série (nos dois
2 - Qual o valor da tensão induzida casos possíveis)?
h) quando estão cm paralelo (nos
em um circuito de indutância igual a
dois casos possíveis)r
700 µH, se a corrente varia na razão
de 5.000 A/s? R,, a) 450 l'H; 250 l'H
b) 90 ,,H, 50 l'H
SOLUÇÃO;
3 - Um bastão de ferro de 2 cm de
diàmetro e 20 cm de comprimento é
E - - L"'
-i - curvado para formar um anel, no qual
1'. t são enroladas 3. 000 espiras de fio.
Verifica.se que quando passa uma
E = í X 10-• X 5 X 103 = 3,5 V corrente de 0,5 A pela bobina a den-
sidade de fluxo no ferro é de 0,5 tesla.
3 - Duas bobinas têm 0,3 H de in- Admitindo que não há perdas de flu-
dutância inútua. Se a corrente e1u uma xo, determinar a permeabilidade rela-
bobina é variada de 5 A para 2 A em tiva do ferro e a indutância da bobina.
0,4 segundo, calcular a força eletro- R.; 53; 0,94 H
motriz média induzida na outra bo-
bina. 4 - Em um núcleo de aço toroidal,
com seção transversal de 1 cn1 2 e com-
SOLUÇÃO; primento inédio de 10 cm, são enrola-
das 2.000 es,Piras de fio. A permeabi-
~i = 5 -- 2 = 3A lidade do nucleo é 1,25 X 10--ª H/m.
Qual a indutância do conjunto?
R,; 5
E -1'1 "' i
5 - Um indutor de 2 H tem 1.200
"' t espiras. Quantas espiras devem ser adi-
0,3 X 3 cionadas ao mesmo, para que sua in-
E - 2,25V dutância fique igual a 3 H?
0,4 R.: 270 espiras
92
6 - Se considerarmos nulas as per- da corrente é Ín\'ertido e1n 0,2
das de fluxo, qual a indutância apro- segundo.
ximada de uma bobina com núcleo de R.: 32 X 10-' H; 1,6 \'
ar,. com 20 espiras, diâmetro interno
de 2 cm e comprimento de 2 crr1? 8 - Calcular a f.e.m. média indu-
R.: 7,8 microhenrys zida numa bobina de 0,5 H, quando
a corrente que a percorre é reduzida
de 5A para 2A em 0.05 s.
7 - Uma bobina de 800 espiras, en- R., 30V
rolada em uma forma de madeira, é
percorrida por uma corrente de 5 A 9 - Num anel de ferro estão enro-
que produz un1 fluxo de 200 micro- ladas 300 espiras. Quando a corrente
webers, Calcular: é alimentada de 2 a 2,8 ampCres, o
fluxo aumenta de 200 a 224 n1icrO\Ve-
a) a indtitància da bobina; bers. Calcular a indutància da bobina
b) o valor médio da tensão induzi- nesta faixa de valores.
da na bobina,_ quando o sentido R., 0,009 H
CAPITULO XIII

PRODUÇÃO DE UMA CORRENTE ALTERNADA


SENOIDAL

No capítulo XI vimos que a força na posição "E'', onde apenas o senti-


eletron1otriz induzida num condutor do do movimento do condutor é dife-
que se movirnenta num campo mag- rente.
nético é dada pela expressão

e-f3Zvsena

e que o valor máximo dessa f. e m. é ---


---
-
Isto significa que a força eletromo-
triz induzida é máxima quando a di-
reção do movimento do condutor é
perpendicular à direção do campo.
Quando a direção do movimento do
condutor P paralela à direção do cam-
po, não há força eletromotriz indu- ---
-
zida.
Observemos a Fig. XIII-1, em que
um condutor (do qual se vê apenas um
dos extremos) se movirnenta num cam- FIG. XIII-l
po magnético unifonne, com movimen-
to circular uniforme. Na posição "B", a a.ireção do mo-
Na figura, o condutor é apresenta- vimento do condutor é dada pelo ve-
do em várias posições, para que pos- tor "v", e forrna o ângulo "a" com &
.~amos analisar a f. e. m. induzida em direção do campo. O valor da f. e. m .
cada situação. induzida pode ser calculado com a
Na posição "A"', a direção do movi- equação acima citada:
1nento do condutor é paralela à dire-
ção do campo magnético (indicada pe- e={3lvsena.
las linhas interromp"idas, da esquerda
para a direita) e, portanto, não há Vê-se que a força eletromotriz pro-
f. e. m. induzida. O mesmo acontece duzida é a mesma que seria produ-
94
zida por um condutor que se mo\'i· Em face do exposto, a equação re-
mentasse de acordo co1n a direção in- ferente à f. e. m. induzida te1n a for-
dicada pelo vetor "v sen a". Ora, ma abaixo:
"v sen a" nada mais é que o valor da
componente do vetor "v" (em qual- e [Jlvsenwt
quer posição) que é perpendicular à
direção do campo. ou
Na posição "C", a f.e.m. induzida
é máxima, pois o vetor "v" se confunde e = Enmx sen w t
com a sua co1nponente y_ue é perpen-
dicular ao ca1npo magnético, ou, e1n e = valor instantàJ.1eo da força
outras palavras, o seno do ângulo "a" eletromotriz induzida, em
é igual a 1. O mesmo ocorre na posi- VOLTS (V)
r,·ão "G", observado apenas o sentido
oposto do movimento. O valor instantâneo da intensidade
Nas posições "D'', "f~' e "H" a si- da corrente produzida por uma tensão
tuação é semelhante à da posição "B". como essa é, evidentemente, dado pela
expressão
Nas posições "B'', "C", "D", "F'',
''C" e "H" foram colocados sinais in-
dicando a situação elétrica do extre-
1110 do condutor que está st>ndo obser-
vado. Com auxílio da regra da niàu \lerifica-se, do {jUe foi estudado, que
esquerda (ou co1n a da 1não direita) é o valor da força eletromotriz induzida
fácil verificar a exatidão do que foi (ou da corrente por ela provocada) va-
representado na gravura. TRATA- ria de acordo SOt\.IEr\'TE com a varia-
SE, CO~'lü SE VE, DE "L'~A FC)R- ção do seno do ângulo, pois o valor da
ÇA ELETROMOTRIZ ALTERNADA. densidade de fluxo 1nagnético, o com-
PORQlTE OS EXTRE~10S DO CO'.':- priinent() do condutor e a velocidade
DUTOR t>.flTDARÃO DE POL.'\RI- dé~te não variain.
DADE CADA VEZ QUE MUDAR O Como poderia ser representada gra-
SENTIDO DO MOVIMENTO DO ficamente uma tensão ou corrente al-
CONDUTOR (CADA VEZ QUE ternada produzida da maneira estu-
COMPLETAR A METADE DA TRA- dada?
JETóRIA CIRCULAR). Em face do exposto, nada n1elhor
para isto do que uma SENOIDE, isto
O exa1ne atento da figura mostra- é, a representação gráfica da variação
nos que o ângulo formado pela dire- do seno de um ângulo. (Fig. XIII-2).
ção do movimento do condutor com lima tensão alternada que pode ser
a direção do campo é igual ao àngulo repre~entada por utna serióide, co1no
descrito pelo condutor em seu moví-
no caso c1ue estarnos estudando, é de-
mento da posição "A" para a posição
nominada TENSÃO ALTERNADA.
considerada. É muito n1ais convenien- SENOIDAL.
te considerar este novo àngulo, prin- A corrente produzida por uma ten-
cipalmente porque ele corresponde ao
são senoidal é uma CORRENTE AL-
arco descrito pelo condutor. O valor TERNA.DA SENOIDAL.
desse arco ou desse àngulo é facil-
O método em estudo não é o único
inente determinado, sendo conhecida a
para produção de tensões ou corren-
velocidade angular do condutor (0)), tes senoidais, mas a sua apresentação
e é igual a é oportuna e continuaremos fazendo
a= wt referência à figuia inicial.
95
l'ixo de referCncia é POSITIVA e a
outra é NEGA 1"1VA.
Se o condutor continuar girando no

.ir--
<·ampo magnético corii velocidade uni-
.... forme, outros ciclos serão produzidos .
1

f V .. O NúMEHO DE CICLOS PRODU-
ZIDOS :'\A UNIDAlJE DE TE11PO
~ O QUE CHAMAMOS DE FRE-
Qü~:\CIA (f) DA CORRENTE AL-
TEfiNADA. Esta grandeza é expressa
cm uma unidade cha1nada HERTZ
(Hz).
Um hertz corresponde a UM CICLO
POR SEGUNDO (c/s). São usados
normalmente os seguintes múltiplos do
FIG. XIII-2 hertz:
LT n1a senóide representa não só os ~1egahertz (r..1Hz) 1.000.000 Hz
diferentes valores por que passa a f. Quilohertz (kllz) 1.000 Hz
e. nl. induzida, como também indica
a n1udança de polaridade nos extre- PEfiíODO (T) de unia tensão ou·
1nos do condutor. Uma das rnctades
.:Orrcnte alternada é o tempo neces-
da scnóide representa a variação do _,{trio para completar un1 ciclo. E: fácil
valor da tensa.o, de zero (A) a u1n concluir que esta grandeza é o inverso
valor máxiino (C) e depois a zero (E) da freqüência:
(tudo quando o condutor corta o ca.111-
po num sentido - subindo, na figura)
e a outra metade representa'. a mesma
seqüência de valores (pontos E, F, G
T-
e H) quando o condutor se movin1en-
f
ta no campo em sentido oposto (des-
cendo, na figura). T em SEGUNDOS (')
f em HERTZ (Hz)
Freqüência de uma Corrente Alternada
Grau Elétrico de Tempo
Chamamos de CICLO à seqüência
de valores representados pela senói- Quando unia tensão senoidal é re-
de. Corresponde a todos os valores presentada graficamente, sua grande-
produzirias pelu movimento do con- za é indicada ao longo do eixo ver-
dutor nos dois sentidos. tical, e no eixo horizontal podem ser
Qualquer das nletades da senóide indicados os valores dos ângulos ou
que representa o ciclo é chan1ada de arcos descritos pelo condutor. No caso
ALTERNAÇÃO, e corresponde ape- da figura que mostra a produção de
nas aos valores produzidos pelo 1novi- uma corrente alternada senoidal, un1
1nento do condutor num dos sentidos. ciclo de-tensão seria completado quan-
Utn ciclo recchc tan1bén1 o non1e do o condütor descrevesse uma Yolta
de ONDA ou O:\DA CO~IPI~E1"A. completa (360º). Assün, os valores 1ní-
lltna alternação l, conheeida tan1- nin1os e n1áximos da tensào produzida
hém por 11El0 C~TCI ,(), ~1EIA OND.t\ (pontos":\", "C", "E'·, "(;" e "A") se-
ou ALTEl~NÂNCl1\. :\fate1naticamen- ria1n referidos, rcspcetiYaint'ntt', <l 0°,
te dize1nos que a alternância sobre o 90°, 180°, 270° e 360°
96
A indicação dos valores dos ângulos Quando é produzido um ciclo de
(ou arcos) no eixo horizontal não é prá- tensão ou corrente alternada, o con-
tica, pois quando são usados mais de dutor passa por 360 graus elétricos de
dois pólos para produzir o campo mag- tempo, e o tempo necessário para
nético, vários ciclos podem ser produ- completar o ciclo é igual a l/f segun-
zidos com uma única volta do condu- do. Se convertern1os graus elétricos de
, tor. Isto significa, por exemplo, que tempo em radianos elétricos de te1n-
numa máquina de 4 pólos o condutor po, concluiremos que a velocidade an-
teria de completar apenas meia volta gular elétrica do condutor será:
(180º) para realizar um ciclo; numa
1náquina de 8 pólos, teria de comple- 2.,,- radianos por
tar um quarto de volta (90º), etc. w segundo
Outro sistema seria o de graduar o
eixo horizontal corn unidades de ten1-
I/f (<d/s)
po, mas é fácil avaliar a desvantagem
da medida, pois a duração de um ci- E1n conseqüência, as EQUAÇÕES
clo (o seu período) varia com a fre- PA.llA A DETERMINAÇÃO DOS
qüência. V A Lo R E S INSTANTANEOS DE
Para sair deste impasse, foi adotado UMA TENSÃO OU CORRENTE AL-
o que se convencionou chamar de TERi'JADA TO:MA:tvl AS FORMAS
GRAU ELÉTRICO DE TEMPO. ABAIXO'
O grau elétrico de tempo correspon-
de sempre a 1/360 do período, seja e=E,,, ...-sen2wft
qual for a freqüência. Deste modo,
um ciclo sempre será realizado em 360 I,,'""' sen 2 7r f t
graus elétricos, e os valores da tensão
ou da corrente alternada serão refe-
ridos a graus elétricos. Por exe1nplo, Relação entre Número de Pólos,
uma tensão alternada se1npre é nula Rotações por ~tinuto e Freqüência
nos pontos do eixo horizontal 1narca- de um Alternador
dos O, 180 e 360 graus elétricos, e é
n1áxima nos pontos marcados 90 e 270 .i\.LTERNA.DOR é o no1ne dado n
graus elétricos. O tempo expresso por uma máquina geradora de corrente
11111 grau elétrico de tempo depende, alternada.
evidentemente, da freqüência da ten- .!\. freqüência da tensão ou corren-
"âo ou corrente repres{'ntada. te alternada produzida por um alter-
nador depende do nú1nero de rotaçfJes
do mesmo, pois, con10 dissemos em
un1 dos parágrafos anteriores, quan-
to 1naior o número de voltas que o
condutor completar, inaior o núrnero
de ciclos produzidos.
Tan1bén1 o número de p6los da
• '" •• '" n1áquina influi na freqüência. Con-
forme o número de pólos, poderão
~er completados vários ciclos e1n cada
rotação da máquina. fiá a seguinte
relação entre o número de pólos da
máquina e o nú1nero de ciclos pro-
duzidos para cada volta completa do
FIG. XIII-3 condutor:
97

2 pólos - l ciclo
4 pólos - 2 ciclos valor n1é-
6 pólos - 3 ciclos
etc. dio da corrente
As observações acima permitem es- Seja qual for o método usado para
crever a equação que se segue, com determinar a área correspondente à
a qual é possível determinar a fre- alternação, o que pode ser feito in-
qüência de um alternador: clusive com um planúnetro ou até
com auxílio de papel milimetrado, o
n p \'alar encontrado para o valor médio
f= corresponderá a aproximadamente
60 63'7o do valor máximo:
f freqüência, em HERTZ (Hz)
n número de rotações por mi-
nuto (rpm) da 1náquina
p quantidade de pares de pólos e

Valores Médio, Eficaz e Pico a


Pico de uma Força Eletromotriz
ou Corrente Senoidãl De significativa importância é o que
chamamos de VALOR EFICAZ ou
O valor médio (ou ordenada média) VALOR RMS de uma tensão ou cor-
de uma tensão ou corrente senoidal é rente alternada.
a média aritmética dos valores instan- O valor eficaz de uma corrente al-
tâneos de uma alternação. Conside- ternada é o valor que ela deveria ter,
ra-se apenas uma alternação porque o se fosse constante (como uma e. e.
Yalor médio da onda completa é zero, constante), para produzir uma certa
visto que os valores de uma alterna- quantidade de calor num determina-
çã6 se repetem na outra. Evidente- do tempo. Quando dizemos que uma
1nente, quanto maior o número de or- corrente alternada tem, por exemplo,
denadas consideradas na determina- um valor eficaz de 1 ampere, isto
ção do valor médio, maior a precisão quer dizer que ela é capaz de produ-
do cálculo. zir tanto calor por segundo quanto
O valor médio pode ser determina- uma corrente contínua constante de
do também dividindo-se a superfície 1 ampere. Convém não esquecer que
limitada por uma alternação, pelo com- para apresentar esse valor eficaz ela
primento da alternação considerado estará variando entre zero e um valor
no eixo dos te1npos. Demonstra-se maior que 1 a1npCre.
matematicamente que a área c1n ques- ~fatematicamente, o yalor eficaz é
tão é igual ao dobro do valor máximo A R A 1 Z QlTADRAD.-\ DA MJL.
da senóide, Como o comprimento a DIA DOS.QUADRADOS DOS
que nos referimos é igual a ..,,. radia- VALORES INSTANTÂNEOS DA
nos, podemos escrever que CORRENTE. A designação de VA-
LOR RMS corresponde às letras ini-
ciais das palavras acima sublinhadas,
E"' = valor mé- quando a frase é escrita em inglês
(ROOT - MEAN - SQUARE).
O resultado do cálculo em questão
dio da tensão mostra que o valor eficaz está relacio-
98
nado com o valor máximo da seguir1te O ~rlodo (tempo correspondente a
maneira: um ciclo) é:

I.r - 0,707 I"'•~ 1


-=0,02s
1~ 1 - valor eficaz da corrente 50

O tempo correspondente a um grau:


Naturalmente, o valor eficaz da ten-
são que produz um certo valor eficaz
de corrente também está relacionado 0,02
do mesmo modo com o valor máximo: - - ~ 0,000 05 s
360
E,, - 0,707 Emu Tempo correspondente a 30°, ou o
tempo necessário para que a f, e. m.
E
.' - valor eficaz da tensão atinja a metade do seu valor máximo:

Geralmente, quando se fala de uma 0,000 05 X 30 ~ 0,001 5 '


corrente alternada faz-se referência ao
seu valai eficaz, e os medidores indi- 2 - Uma onda senoidal de força
cam comumente valores eficazes; eletromotriz tem uma freqüência de
assim, salvo se for feita qualquer re- 60 Hz e um valor máximo de 220 V.
ferência, sempre que dermos um va- Determinar fl valor instantâneo da
lor de tensão ou de corrente em um tensão~ quando w t é igual a 5()0, e a
problema ei.1:aremos utilizando valo- velocidade angular da onda.
res eficazes.
O valor pico a pico de uma tensão SOLUÇÃO,
ou corrente senoidal é igual a duas
vezes o seu valor máximo, Trata-se e = Emax sen w t
de um valor importante e que merece e = 220 sen 50º
atenção especial no uso de certos com- e ~220 X 0,76604
ponentes eletrônicos.
e = 168,5 V
(» 21Tf
EXEMPLOS, w ~ 6,28 X 60 - 376,8 rd/,
1 - Qual o tempo necessário µara PROBLEMAS
que uma força eletromotriz senoidal,
cu1· a freqüência é de 50 Hz, passe do PRODUÇÃO DE UMA C. A. SENOI-
va or zero à metade do seu valor má- DAL. VALORES DE UMA C. A.
ximo? SENOIDAL

1 - A quantos graus elétricos cor-


SOLUÇÃO, tesponde um grau de ângulo em um
alternador de 6 pólos? E de 4 pólos?
e - "E ••• sen wt
e R,, 3, 2
w t - angulo cujo seno é - - -
2 - O período de uma onda senoi-
Eme.• dal é 0,04 segundo: Determinar:
wt ângulo cujo seno é 0,5
wt 30" a) a freqüência;
99

b) o tempo necessário para, que a 6 - Qual é a freqüência de uma


onda passe de zero a um valor onda senoidal cuja velocidade angu-
máximo positivo; lar é de 314 radianos por segundo?
e) o tempo correspondente a cada
grau elétrico. R.: 50 Hz
R.: 2.5 Hz; 0,01 s; 0,000111 s 7 - Calcular o valor médio de uma
3 - Uma onda senoidal tem uma corrente senoidal cujo valor máximo
freqüência de "f" hertz. Expressar em é 10 A.
termos de "f' o tempo correspondente
a uma alternação e o tempo corres- R., 6,36 A
pondente a um grau elétrico.
8 - Sabendo que o valor médio de
R.: 1/2f Sj l/360f s uma força eletromotriz senoidal é
4 - Um alten1ador funciona a 600 200 V, determinar o seu valor máxi-
r. p. m .. Sabendo que possui 10 p6los, mo e o seu valor instantâneo a 100.
determinar sua freqüência.
R.; 314 V; 54,~l V
R.: 50Hz
9 - Sabendo que uma conente al-
5 - A quantas r. p. m. deve funcio- ternada senoidal tem um valor eficaz
nar um alternador de 6 pólos, para de 80 A. calcular seus valores médio
que a freqüência da tensão que pro- e máximo.
duz seja de 25 Hz?
R.: 500 r.p.m. R., 72A; 113A
CAPITULO XIV

REATANCIAS INDUTIVA E CAPACITIVA. RESISTf:NCIA


EFETIVA. IMPEDANCIA. POTf:NCIA EM C. A .. FATOR
DE POTf:NCIA

Reatància Indutiva O valor eficaz da força contra-ele-


tromotriz é igual ao valor máximo mul-
Quando uma corrente alternada flui tiplicado por O, 707:
em um circuito, varia do valor zero
ao valor máximo em um quarto do E~! ~ - 6,28 f L Irna1 X 0,707
periodo. Como o período é o inverso
da freqüência, o fenômeno ocorre em E..r = - 6,28 f L 101
T l/f 1 l}ma parte da tensão aplicada ao
-- ~ ~ - - segundo
4 4 4f circuito é destinada a vencer esta ten-
são induzida e seu valor deve ser, por-
Durante a variação em apreço, há tanto,
o aparecimento de uma tensão indu- E 01 = 2 w f L 1 er
zidã no circuito, devido à sua auto-
indutância, cujo valor médio é A oposição que a força eletromotriz
de auto-indução oferece à variação da
li i corrente é denominada REATÃNCIA
-L-- INDUTIVA (XL), e é medida em
ll t OHMS. Esta grandeza pode ser cal-
culada dividindo-se a tensão necessá-
ria para vencê-la pela intensidade da
corrente no circuito:
Para determinar o valor máximo da 2 w f L I.r
tensão de auto-indução, basta dividir XL= - - - - -
n expressão acima por 0,636:

E
E '"
"" 0,636 0,636 ou
X, ~wL
101

XL == reatância indutiva em OHMS (íl) 0,707 X 6,28 f C Elllª"


f ~ freqüência, em HERTZ (Hz) 6,28 f C E.r
L -= coeficiente de auto-indutância 2 '1Tf C Eet
do circuito, en1 HENRYS (H)
A diferença de potencial que apare-
Reatância Capacitiva ce entre as placas do capacitar se opõe
à tensão principal (aplicada ao capa-
Se um capacitar fosse utilizado num citar). Esta oposição é chamada REA-
circuito de corrente alternada senoi- T ANC IA CAPACITIVA (X e é me- 0
),

dal, sua carga máxima seria dida em OHMS. Para determinar a


reatància capacitiva, basta dividir a
tensão aplicada ao capacitar pela cor-
rente de carga:
A carga em apreço seria conseguida E
em um quarto do período (l/4f) e de-
terminada pelo valor médio da cor- 1
rente de carga:

Substituindo Qm•• pelo seu valor na


1. ª equação: l

C E._, ~ Im X l/4f 2.,,.rc


ou

1/4 f l

wC
Mas o valor médio da corrente tam- X~ reatância capacitiva, em
bém é igual a OHMS (íl)
f freqüência, em HERTZ (Hz)
C = capacitância, em F ARADS (F)
donde se conclui que
Resistência Efetiva
Chamamos de resistência efetiva de
um circuito de corrente alternada ao
conjunto de fatores que determinam. a
conversão de energia elétrica em ca-
0,636 lor.
Em corrente contínua, a resist&ncia
do condutor é a única causa da trans-
formação da energia elétrica em calor.
Conhecendo o valor máximo, pode- Em corrente alte1nada. porém, outros
mos determinar o valor eficaz da cor- fenômenos que serão estudados pos-
rente de carga: teriormente e que são conhecidos
102

como HISTERESE e CORRENTES Z = impedância, em OHMS (Q)


DE FOUCAULT também determi- E = tensão, em VOLTS (V)
nam a transformação em apreço. 1 = intensidade da correi1te, em
A quantidade de WATIS medida AMPERES (A)
num circuito de corrente alternada,
correspondente ao total de JOULES
de energia elétrica transformados em OBSERVAÇÕES,
calor em cada segundo, é detenniiia-
d.a, portanto, pela resistência efetiva 1 - As equações para o cálculo das
do circuito. - Esta grandeza, como é reatàncias indutiva e capacitiva só são
natural, é expressa em OHMS. válidas para correntes alternadas se-
Na maioria dos circuitos, a histere- noidais.
se e as correntes de Foucault são pra- 2 - É nonnal o uso da palavra
ticamente nulas ou mesmo não exis- REATANCIA, simbolizada por ''X",
tem, de modo que a iesistencia efe- para designar o conjunto das reatân-
tiva corresponde apenas à resistt!ncia cías. A reatânica do circuito é a soma
dos condutores, como em corrente con- vetorial das reatâncias indutiva e ca-
tínua. pacitiva.
3 - A impedância não deve ser con-
Impedância fundida com a resistência efetiva do
circuito.
Esta grandeza é o conjunto de to-
dos os fatores que devem ser venci-
dos pela força eletromotriz aplicada Potência em C. A.
ao circuito de corrente alternada, para
que se possa estabelecer uma corrente A energia aplicada por segundo a
elétrica. Compreende, portanto, a re- um circuito de corrente alternada (po-
sistência efetiva do circuito e as rea- tência do circuito) é destinada a ven-
tâncias indutiva e capacitiva. Em ou- cer as três dificuldades normalmente
tros termos, a impedância é a soma presentes no n1esmo: a resistência efe-
vetorial das reatàncias com a resis- tiva, a reatància indutiva e a reatàn-
tência efetiva do circuito. cia capacitiva.
Em conseqüência do exposto, é fá- A parte destinada a vencer a resis-
cil concluir que a lei de Ohm, quando tencia efetiva do circuito é denomi-
é aplicada a circuitos de C. A., passa nada POTENCIA REAL (P) ou PO-
a ter o seguinte enunciado: TtNCIA ATIVA do circuito. ~ ex-
pressa em WAITS. Esta potência cor-
"A INTENSIDADE DE UMA responde à energia elétrica que está
CORRENTE ELETRICA E DI- ~endo transformada em calor, em cada
RETAMENTE PROPORCIONAL segundo, e costuma ser chamada tam-
À FORÇA ELETROMOTRIZ E bém de POTtNCIA EFETIVA.
INVERSAMENTE PROPORCIO- A parcela gasta para sobrepujar a
NAL À IMPEDÃNCIA" reatància do circuito é denominada
POTtl:NCIA REATIVA {Q), sendo ex-
E pressa em VOLTS-AMP:ii:RES REA-
I~ TIVOS (V Ac>).
z A soma vetorial das potências real
donde e reativa é igual ao produt9 da ten-
E são aplicada ao circuito pela- intensi-
E - I Z e z~- dade da corrente no mesmo. Este pro-
1 duto é conhecido como POTtNCIA
APARENTE (S) do circuito, e corres- SOLUÇÃO:
r.onde, como dissemos no início deste 1
item, à energia aplicada por segundo x
ao circuito. A potência aparente é 0
" fC
dada em VOLTS-AMPtRES (VA). 2

1
Fator de Potência X,
6,28 X 10.000 X 0,000.025
Como vimos, a potência em WA ITS
(POTtNCIA REAL) é apenas uma X0 = 0,637 ohm
percentagem da POTE:NCIA APA-
RENTE. 3 - Calcular a impedância e a re-
A relação entre a potência real e a sistência efetiva de um circuito que
potência aparente é denominada FA- solicita uma corrente de 12 A e con-
TOR DE POT€NCIA do circuito: some energia na razão de 600 joules
por segundo, quando é ligado a um
Potência real alternador de 120 V.
Fator de potência - - - - - - - -
Potência aparente
donde SOLUÇÃO>

Potência Real = Potência Aparente x E 120


X Fator de Potência z 10 !l
1 12
O fator de potência do circuito é
igual a 1 quando a única dificuldade 600 J/, - 600 w
no circuito é a resistência efetiva.
Quando há" reatância de qualquer es- p 600
pécie, é um ·número decimal. J!: mui- R - 4,1 !l
to comum exprimir o fator ele potên- I" 12"
cia de um circuito em forma de per-
centagem.
PROBLEMAS

REATÃNCIAS INDUTIVA E
EXEMPLOS, CAPACITIVA
1 - Qual a reatância indutiva ofe-
recida por uma bobina de 20 mH li- 1 - Determinar o valor médio da
gada a uma fonte de lOOV, 60 Hz? lensão de auto-indução produzida
num circuito constituído por uma bo-
bina de 0,2 H ligada a uma fonte de
SOLUÇÃO> C.A., quando a corrente que o per-
corre 1-'assa do valor zero ao seu valor
XL=2'7TfL instantâneo a 10°. A corrente tem SA
de valor eficaz e urna freqüência de
Xi. = 6,28 X 60 X 0,02 = 7,536 ohms 25Hz.
R.> 221,4 V
2 - Um capacitar de 25 µ F é liga-
do a uma fonte cuja freqüência é 10 2 - llma bobina de 0,5 H é ligada
kHz. Que reatância oferece? a uma funte cuja freqüência é de
104

60 Hz, sendo percorrida por uma cor- 4 - Depois de um período de car-


rente de 10 A. Qual a componente da ga de 1/120 segundo, um capacitar já
tensão aplicada que se destina a ven- adquiriu uma carga de 9.640 1nicro-
cer a tensão de auto-indução? coulombs. Qual a razão média com
R.: 1.884 V que flui a corrente no circuito?
R.: 1,156 A
3 - Quando um capacitar de 15 µ :F
é ligado a uma fonte de 220 V, 60 Hz, 5 - Sabendo que a. corrente é de
flui uma corrente de carga de 1,245 A. 1,56 A quando um capacitar é ligado
Qual a carga máxima do capacitorr' a uma fonte de 220 V, 60 Hz, deter-
R., 0,004 67 e n1inar a sua capacitància.
It: 18,8 microtarad~
CAPITULO XV

VARIAÇÃO DA RESIST:t!:NCIA ELÉTRICA COM


A TEMPERATURA

Algumas substâncias apresentam va- observado até um ponto da curva que


riação de resistência tão pequena que, corresponde à temperatura de apro-
dentro de limites, têm resistencias pra- ximadamente -100° e. ~oportuno sa-
ticamente constantes, sendo usadas na lientar que entre -500 e +
200º e a
fabricação de resistores. resistência de ~uase todos os conduto-
Em geral a resistência elétrica dos res metálicos e praticamente propor-
materiais aumenta quando há eleva- cional à temperatura.
ção de temperatura. O carvão, o vi-
·dro, o quartzo, a grafita e a porcelana '
IOllHSJ
são exceções; suas resistências dimi-
nuem quando a temperatura aumen-
ta, e vice-versa. O conhecimento da
variação da resistência com a tempe-
ratura é absolutamente necessário, e
como o cobre é das substâncias n1ais
usadas em eletrotécnica, estudemos -234,5ª -100º Oº TEMPERATURA
primeiro o seu comportamento. "'~-~--_J" " lºCI

Os dados obtidos da observação da


variação da resistência do cobre com
a temperatura permitem construir uma
curva, marcando-se no eixo das abscis-
sas os valores de ten1peratura e no
eixo das ordenadas os valores de re- FIG. XV-1
sistência.
· De acordo com o gráfico, à tempe- Em temperaturas muito baixas, o
ratura te corresponde uma resistência conhecimento exato da razão de va-
R 2 c à temperatura t 1 corresponde riação da resistência com a tempera-
uma resistência R,, e verifica-se que tura não é estritamente necessário, e
a Variação de resistência entre esses podemos supor que a resistência do
dois limites de temperatura é repre- cobre continua diminuindo de modo
~entada, praticamente, por uma linha uniforme, à medida que a tempera-
reta, isto é, a resistência diminui uni- tura diminui. Tal suposição é repre-
for1nen1ente, fato este que pode ser ~entada no gráfico pela linha ponti-
106

lhada, que encontra o eixo das abscis- condutor, até ser atingido o valor de
sas num ponto correspondente à tem- -234,5º e.
peratura de -234,5° C. Assim, consi- Considerando uniforme essa varia-
deramos nula a resistência do cobre ção de resistência, como temos feito
no ponto (p) onde se admite que a até o momento, podemos dizer que o
curva encontra o eixo das abscissas. decréscimo de resistência por grau
Este ponto é chamado de RESISTít.N- Celsius será de
CIA ZERO INFERIDA do cobre.
A semelhança de triângulos permi- 1
te-nos estabelecer a seguinte expr.es- 0,00427 ohm aprox.
234,5
são:

R, R, A resistência do condutor se anula-


ria qualquer que fosse o seu valor a
0°C, e podemos generalizar o expos-
p + t,
p +" to, dizendo que o decréscimo de re-
p = valor absoluto da resistên- sistência por grau Celsius seria de
cia zero inferida (234,5).
1
com que podemos determinar a resis- R0 X - = 0,00427R0 íl
tência do cobre em qualquer tempe- 234,5
1atura sendo conheciao o seu valor
em uma dada temperatura, bem como Assirr1, concluímos que o coeficiente
calcular a temperatura a que foi sub- de temperatura do cobre é sempre
metido um condutor de cobre, sendo igual a 0,004 27 ohm, por ohm, por
conhecida sua resistência na mesma e grau Celsius, para uma dada resistên-
numa temperatura dada. cia a 00 C, isto é, 0,004 27 ·é o coefi-
A expressão em apr('ço pode ser usa- ciente de temperatura do cobre para
da também em problemas referentes uma resistência inicial de um oh1n a
a outros metais ou ligas, desde que 0° C.
seja conhecido o valor de "p" (tempe- O coeficiente de temperatura da re-
ratura em que a resistência é conside- sistência é representado geralmente
rada nula) e que a variação de suas pela letra a (alfa) do alfabeto grego.
iesistências seja praticamente unifor- O exposto permite-nos escrever a
1ne. expressão abaixo, com que podemo~
determinar o valor do COEFICIEN-
TE DE TE11PEH.ATURA DA RE-
Coeficiente de Temperatura da Resis- S!STENC!A DE QUALQUER SUBS-
tência TÂNCIA cuja resistência varie, pra-
ticamente, de nlodo unifor1ue, ao ser
O coeficiente de temperatura da re- ya1;ada a sua ·temperatura;
sist€neia é, a razão com que a resis-
tência de u1na substância varia por 1
ohm e por grau de ten1peratura.
Para melhor compreensão da defi- ª" p
nição aciina, suponhamos que a resis-
tência de um condutor de cobre a 0° C a0 coeficiente de temperatu-
i:: de 1 ohm. De acordo con1 o que ra da resistência a 0° C.
vimos, essa resistência se anulará se Em oh1n, por ohm, por
formos diminuindo a temperatura do grau Celsius
107

p "'"" temperatura em que a re- PERATURA DA RESISTilNCIA, A


sistência da substância é 20" C, DO COBRE PADRÃO
considerada nula.
K%
Raciocinamos, anteriormente, consi-
derando a temperatura inicial do con- 100
dutor igual a Oº C. Consideremo-la,
agora, igual a um valor qualquer "t", '
aw coeficiente de temperatura de
acima de 0° C. um cobre qualquer, a 200 e.
Para anular a resistência do condu- = coeficiente de temperatura, a
tor seria necessário diminuir sua tem- 20º C, do cobre K 100%.
peratura de 234,5 + t graus. Esta con- K% condutividade percentual do
clusão permite-nos escrever a expres- cobre de a:.' 20·
são
100 condutividade do cobre K
1
a,----- lOOo/o.
234,5 +t
ou, generalizando, para qualquer Outras Conclusões
.substância,
A variação da resistência com a tem-
1
peratura pode ser determinada, tam-
a, bém, com o auxílio de outras fórmu-
p+t las, de acordo com o seguinte racio-
cínio:
Com o auxílio da expressão acima Sabemos que cada ohm de resistên-
podemos determinar o coeficiente de cia a 00 C varia au ohm por grau Cel-
temperatura da resistência de qual- sius; logo, podemos escrever:
quer substância, sendo conhecida a
temperatura em que sua resistência se
R, = R0 +
R0 ao t
anula. , R0 resistência a 0° C
O coeficiente de temperatura da re-
sistência de um material pode ser po- R1 resi>tência a "t" graus Celsius
sitivo ou negativo. :E: positivo quando
a resistência do material aumenta com ou
o aumento da temperatura; é negativo
no caso contrário. R, R 0 (1 + ~ t)
O TERMISTOR é uma aplicação,
em Eletrônica, de materiais de coefi- Esta expressão pode ser generaliza-
cientes de temperatura negativos. Tra- da de modo que possamos calcular a
ta-se de um resistor cuja resistência resistência de um condutor numa tem-
diminui à medida que sua tempera- peratura " t' " qualquer sendo conhe-
tura aumenta. cida sua resistência noutra tempera-
tura "t":
CAl,CULO DO COEFICIENTE DE
TEMPERATURA DA RESISTilNCIA R,, ~ R, (1 + a, 8)
DE UM TIPO DE COBRE QUAL-
QUER (K %) À TEMPERATURA DE R1 , resistência a " t' " graus
20º C, SENDO CONHECIDO O VA-
LOR DO COEFICIENTE DE TEM- R, resistência a "t" graus
108
ll't coeficiente de temperatura da percondutores, porém muitas ligas e
resistência a "t'' graus compostos também apresentam esta
(J = variação de temperatura importante propriedade, com algumas
características interessantes, entre as
Equações Para a Resistividade quais destacamos:

Evidentemente, a resistividade de a) suas temperaturas de transição


um material tambén1 varia com a tem- são mais altas do que ·as das
peratura. substâncias simples;
Todas as equações já estudadas b) em geral, uma liga supercondu-
para a determinação de resistências tora é formada por elementos su-
numa te1nperatura qualquer poden1 percondutores ou com a partici-
ser utilizadas, com a necessária subs- pação de pelo menos um elemen-
tituição dos símbolos, para calcular a to supercondutor em grande
resistividade de um material em qual- quantidade;
quer temperatura, observadas as mes-
c) certos compostos são supercon-
n1as limitações consideradas no cál-
dutores, embora na sua constitui-
culo com resistência:
ção não entrem elementos super-
condutores.
P•
p + ti p + t, A supercondutividade de um mate-
rial pode ser destruída por um cam-
p,. ~ p, (! + a, 0) po magnético. Quanto mais baixa for
a temperatura de transição de um ma- ·
terial, maior a intensidade do campo
Supercondutividade inagnético necessário para eliminar
.'iua supercondutividade.
A supercondutividade é uni fenô- Este é um fato que limita, dentro
meno observado desde 1911, mas ain- dos conhecimentos atuais do homem,
da pouco conhecido. Muitas pesquisas uma das prováveis aplicações da su-
teóricas e experimentais estão sendo percondutividarle. Co1n efeito, se a re-
feitas atualmente sobre este fenôme- ~istencia de um supercondutor é re-
no, que promete uma verdadeira re- almente zero, abaixo da sua tempera-
volução nos campos da Eletrotécnica tura de transição, é possível (e já foi
e da Eletrônica. conseguido experimentalmente) man-
Trata-se da propriedade apresenta- ter uma corrente no mesn10 sen1 con-
da por um limitado número de mate- ~umo de energia. Infeliz1nente, a in-
riais, que consiste na perda total de tensidade dessa corrente é limitada a
resistência elétrica em temperaturas utn certo valor, pois o can1po criado
bem próximas do zero absoluto por ela pode destruir a superconduti-
(-273' C), vidade do material, assim que é atin-
A TEMPERATURA DE TRANSI- gido um valor de intensidade de cam-
ÇÃO, isto é, a temperatura em que o po que depende da substància sub1ne-
material passa a ser supercondutor, tida à experiência.
depende da estrutura íntima do mes- Muitas são as possibilidades de uti-
mo e da sua pureza, e pode variar de lização dos supercondutores e magní-
alguns décimos de grau até mais de ficos resultados já têm sido obtidos
uma dezena de graus absolutos. São nas pesquisas efetuadas, 1nas são gran-
conhecidos cerca de 22 elementos su- des ainda as dificuldades tecnológicas
109

a serem vencidas. l
"'" - - 0,003 93!)/íl/ºC
EXEMPLOS, 234,5 + 20
1 - Admite-se que a resistência do R,, - R, (!+a, B)
tungstênio se anula a -180° C. Deter-
minar o seu coeficiente de tempera"
tura a 0° C.

SOLUÇÃO>
ll,,. - 30 (! + 0,003 93 X 30)

n. ,. - 33,537 íl
1

p PROBLEMAS
1
0,005 íliíli° c. VARIAÇÃO DA RESISTll:NCIA
180 ELETRICA COM A TEMPERATURA

l - Uma linha de transmissão de


2 - Calcular a resistência de um
80 km de comprimento é constituída
condutor de cobre a 200º C, sabendo
por condutores de alumínio n. 0 OOB
que sua resistência a 30° C é de 5
& S. Determinar a resistência elétrica,
ohnis. A resistência zero inferida do
a 20ºC, de um dos condutores, saben-
cobre é -234,5º e.
do que a resistividade do al umínío a
20ºC é igual a 17,10 ohm. CM/pé e
SOLUÇÃO, qtte o fio em apreço tem 133.100 CM
de seção.
R,
1-\.; 34,2 ohms
p -t t, p + t,
2 - Utilizando os dados do proble-
5 R, 1na anterior, determinar a resistência
a 50ºC, sabendo que o coeficiente de
2.14,5 + 30 234,5 + 200 tc1np(•raf11rn da rc·sisti'ncia do alumí-
nio a 209C é igual a 0,0039
5 X 434,5
R, 8,2 íl R.: 38,2 ohms
264,5
3 - Determinar o comprimento de
3 - A resistência de um condutor um fio n9 20 de cobre, com K = 100%,
de cobre, a 20º C, é 30 oh1ns. Calcular de modo a se obter uma resistência de
sua resistência a 50º C. A resistência 23 ohms a BO°C. Sabe-se que
zero inferida do cobre é -234,5° C.
p·o - 10,68 íl. CM/pé
SOLUÇÃO>
0,003 93 íl/íl/ºC

a,=--- S I.02.2 CM
p+t R.: 534 1n
110

4 - A resistência de um fio de co- 0,5 A quando ligadas a uma fonte de


bre de condutividade 100%, a lOºC, 240 V. A temperatura das bobinas é
é 100 ohms, sendo seu coeficiente de de 23° e. Qual é a temperatura das
temperatura, a 20º e, igual a 0,003 93 bobinas, quando solicitam 0,44 A da
Q/Q/ºC. Qual a sua resistência a mesma fonte?
60ºC? R.: 58ºC
R.: 120 ohms

5 A resistência das bobinas de 7 - A resistência de uma bobina de


campo de um motor de corrente con- um transformador (feita de fio de co-
tínua é 480 ohn1s, a 25º e. Qual é a bre) é de 1,6 ohms, quando a tempe-
resistencia das bobinas a 65º C? As ratura ambiente é de 20º C. Após vá-
bobinas são de fio de cobre. rias horas de funcionamento, a resis-
R.: 554 ohms tência é medida novamente e acha-se
1,9 ohms, Qual o aumento de tempe-
6 - As bobinas de can1po de um ratura?
motor de corrente contínua solicitam R,: 47,72° C
CAPtTLTJ,0 X\'l

TERMOELETRICIDADE

Efeito Seebeck CHROMEJ_, (liga de níquel e cro-


n10)/CONSTANTAN
Quando dois condutores rnetálicos PLATINA/PLATINA-RóDIO
são unidos por seus extremos, forman- BISMUTO/ANTIMôNIO
do um circuito fechado, e essas jun- BIS:MUTO/PRATA
ções são mantidas em ten1peraturas BISMUTO/CADM!O
diferentes, observa-se u1na corrente CHR01fEL/ALUMEL (liga de ní-
elétrica nos mesn1os. quel, ferro e manganês)
Este fenô1neno foi notado pela pri- Embora as forças eletromotrizes ob-
rneird vez e1n 1822, pelo físico alemão tidas sejam muito pequenas, o.~ pares
Thomas Johann Seebeck, e é conhe- tennoelétricos podem ser associados
cido co1no EFEITO SEEBECK. e1n série, formando PILHAS TER-
A força eletromotriz que produz a t-..10ELE:TRICAS ou TERMOPILiiAS.
corrente em apreço é denominada Para que tenhamos uma idéia da
FORÇA TERMOELETROMOTRIZ. grandeza das tensões obtidas com ter-
Seu valor depende dos materiais usa- 1nocuplos, apresentamos dois exem-
dos, da diferença entre as tempera- plos:
turas nas duas junções termoelétrica~
e da qualidade do contato entre os um par constituído por cobre e
inetais; é independente, porém, do constantan produz uma f. e. m.
eomprimento e da área da seção trans- de cerca de 40 microvolts par
versal dos C<?ndutores metálicos utili- grau Celsius de diferença de
zados, bem có1no da área e da forma temperatura;
das junções. uma combinação platina/platina-
O conjunto formado pelos dois con- ródio proporciona apenas 5 micro-
dutores é cha1nado PAR TERMOE- volts por grau Celsius de dife-
LÊTRICO ou TERt-.IOCUPLO. A se- rença de temperatura.
guir relacionamos algumas das con1bi-
nações metálicas usadas: Embora uina torça termoeletron10-
FERRO/COBRE triz seja muito pequena, é muito útil.
COBRE/NlQUEL Un1 par ten11oclétrico é usado princi-
COBRE/CONSTA~TAN (liga de palmente corno indicador de tempera-
níquel e cobre) tura, porque desde que seja conhe-
112

cida a tensão produzida no mesmo e passar por u1na junção de dois metais
a tcn1peratura numa das junções é diferentes, no n1esmo sentido da for-
possível deternlinar a temperatura na ça termoeletro1notriz, provocava um
outra junção. Os termômetros para rcsfria1nento na rncsroa.
altas temperaturas (pirômetros) são Este fenômeno recebeu o no1ne de
um exemplo dessa apBcação. EFEITO PELTIER e de1nonstra que
Com base na teoria eletrônica, o o efeito termoelétrico é reversível.
aparecitncnto de urna força tcrmoelc-
tromotriz é explicado como o resulta- Efeito Thomson
do da difusão de eléctrons livres
("gás" elétrico) de um metal para o 1'homson, físico inglês, também de-
outro. dicou-se ao estudo dos fenômenos ter-
moelétricas. E1n meados do século
passado, chegou à conclusão de que o
Efeito Peltier aquecimento de unia parte de u1n con-
dutor provoca o aparecünento de uma
Alguns anos após a descoberta de f. e. m. no mes1no, con10 resultado da
Seebeck, o físico francês Peltier veri- distribuição irregular dos seus eléc-
ficou que u1na corrente elétrica ao trons livres.
CAPITULO XVII

ESTRUTURAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Até este capítulo, os circuitos de BRAÇO é uma porção de circuito


'e. e. estudados têm sido simples, que liga dois nós consecutivos, e onde
com elementos ligados em série, em todos os elementos que nele figuram
paralelo ou constituindo associação estão em série:
mista. O circuito mais complexo ana-
lisado foi a ponte de Wheatstone, e,
assim mesmo, apenas em equilíbrio.
Neste capitulo trataremos de diver-
sos métodos empregados· para a re-
solução de circuitos que, pela sua
complexidade, não podem ser calcula-
dos com os conhecimentos já adqui-
ridos.

Leis de Kirchhoff

Estas leis, cujos enunciados damos


a seguir, não são totalmente novas
para nós, que fá as aplicamos nos cir-
cuitos em série e em paralelo, embo- FIG. XVII-!
ra sem fazer referência a Kirchhoff.
Com mais algumas convenções e es-
clarecimentos ficaremos capacitados a AeBsãonós.
aplicá·las no cálculo de quaisquer cir·
cuitos. AaB é um braço (só elementos em
Antes, porém, vejamos o que sig~ série)
nificam três expressões que serão mui·
to utilizadas no decorrer deste capí· AbB é outro braço (só elementos em
tulo: série)
Nó DE INTENSIDADE ou Nó
(ou ainda NODO) é o ponto de con· AcB é outro braço (só elementos em
corrência ·de três ou mais braços. série)
114

Portanto, quando vários condutores


se encontram em um ponto,· a corren-
te total que flui em direção a esse
ponto é igual à corrente total que dele
se afasta:
A

F E

FIG. XVII-2

Neste circuito temos 3 nós (B, G e


D) e 5 braços (BAG, BG, GFED, CD
e DCB).
Quando partimos de um· nó, reali-
zamos um certo percurso, e voltamos FIG. XVIl-3
ao mesmo nó, o caminho percorrido
é denominado CIRCUITO FECHA-
DO; no circuito fechado todos os éle-
mentos estão em série. ou
Na estrutura acima temos os seguin-
tes circuitos fechados:
11 - 12 - 13 + 14 - 15 = o
BGAB 2. ª Lei de Kirchhoff
BCDGB
DEFGD "A SOMA ALGEBRICA DAS FOR-
BCDEFGAB ÇAS ELETROMOTRIZES NOS DI-
BCDEFGB FERENTES BRAÇOS DE UM CIR-
BCDGAB CUITO FECHADO É IGUAL A SO-
MA ALGÉBRICA DAS QUEDAS DE
l.ª Lei de Kirchhoff TENSAO NOS MESMos··,

"A SOMA DAS CORRENTES QUE


CHEGAM EM UM Nó E IGUAL A
SOM A DAS CORRENTES QUE Como exemplo, na FIG. XVIl-4,
DELE SE AFASTAM ou "A SOMA
A LG E B RICA DAS CORRENTES E= 1 R 1 + 1R 2
QUE SE APROXIMAM E SE AFAS-
TAM DE UM Nó t IGUAL A Na resolução de problemas com au-
ZERO"", xílio destas leis, temos de estabelecer
sistemas de equações para as diveisas
correntes e tensões.
115

Exemplo:

R7
.,
E__.
+
zl (\
SENTIDO

"PERCURSO
ADOTADO Ii 1
'2

,,0. •2 .,,
-

,,.
R2 ~ -

FIG. XVII-4

Chamando de 'b" o número de bra- FIG. XVII-5


ços e "n" o número de nós, temos tan-
tas equações da primeira lei quru1tos Temos, neste circuito, uma equação
são os nós menos um: da l.ª lei:

Equações da l.ª lei = n - 1

Temos, também, tantas equações da Precisamos de di.ias equações da 2.ª


2.ª lei quantos são os braços rnenos lei, que podem ser escolhidas entre
os nós, mais um: as que vemos abaixo:
!.ª) Considerando o circuito fecha-
Equações da 2.ª lei ..... b - n +1 do formado por Rl' El' E 2 e R 2 :
Para a obtenção das equações refe-
rentes à 2.ª lei (relativa às tensões),
há necessidade de seguir as normas
2.ª) Considerando o circuito fecha-
abaixo: do formado por Rl' E 1 , R 3 , E 3 e R 4 :
1 - arbitrar um sentido para a cor-
rei:tte em cada braço; - E1 + E. 1 -= 12 R 1 +1 1 R3 +1
1 R~
2 - adotar um SENTIDO DE PER-
CURSO PARA CADA CIRCUI- 3.ª) Considerando o circuito fecha-
TO FECHADO ou, de preferên- do formado por R 2 , E 2 , R 3 , E 3 e R 4 :
cia, UM SENTIDO CO~iUM
PARA TODOS OS CIRCUITOS
FECHADOS;
3 - dar sinal negativo a toda f. e. m. Observação: Quando aplicamos as
que se opuser ao sentido de per- leis de Kirchhoff e encontramos um
curso adotado; resultado negativo para uma corren-
4 - dar sinal negativo a todo produ- te, entendemos que o sentido arbitra-
to "IR" em que o sentido da cor- do para dar início à resolução do pro-
rente estiver em oposição ao sen- blema não era o verdadeiro. O valor
tido de percurso adotado. encontrado, porém, é o real.
116

EXEMPLO'
Na estrutura da Fig. XVII-6 temos
E

- ''
R1 - 1 ohm, R = 1 ohm, R ~ 0,6 D
ohm, R4 ~ 3 obs e R5 = ~ ohms.
A
~

Considerar constante e igual a 115 '•

__·"'"'"'---•'
volts a tensão nos terminais de cada
gerador. Determinar a corrente em ~

cada resistor, aplicando o método das ,..._


leis de Kirchhoff.
SENTIDOS CONVENCIONADOS
PARA AS CORRENTES

FIG. XVII-8

E7 R4 Equações:
R3
+ II 12 + 13
11 +3 11 + 0,6 13 = - 115
E2 Rs (Circuito ABCDA)
R2 - 0,6 13 + 5 12 + I~ = - 115
(Circuito ADEFA)
FIG. XVII-6
11 = 12 13 +
SOLUÇÃO, 4 11 + 0,6 I, 115
- 0,6 I, +
6 1, 115
Equações da l.ª lei:

n - l
2 - 1- 1 Resolvendo o sistema encontramos:

II - 27,6 A

(\ 12
I~
19,93 A
- 7,67 A

' Os resultados e1n questão mostrrun


' SENTIDO DE PERCURSO que os sentidos reais das correntes são
ADOTADO
opostos aos que foram arbitrados. Os
valores absolutos das correntes são,
FIG. XVII-7
porém, os procurados.

Método da Superpasição

Equações da 2.ª lei: Este método é baseado no teorema


da superposição: "EM UMA ESTRU-
b - n + 1 TURA COM MAIS DE UMA FON-
3-2+1~2 TE DE FORÇA ELETROMOTRIZ,
1:
117
A CORRENTE RESULTANTE EM
QUALQUER RA~!O (BRAÇO) É
lGLTAL À SOMA ALGf:BRICA DAS
CORHENTES QUE SERIAM PRO,
DlTZIDAS PEL.<\.S DIVERSAS FClN-
TES, SE CADA UMA ATUASSE
JSOLADA~fE;\TE E AS OUTRAS
.FOSSE~f SUBSTITlJíDAS PELAS
RESPECTIVAS RES!STE1'CIAS JN,
TERNAS." CIRCUITOS OUTJDOS APóS A
Ern outras palavras, para resolver
llECOMPOSl{,:AO
unia estrutura ativa por ·este método,
transformaremos a estrutura em tan-
tos circuitos quantos forem os gera-
dores; cm cada circuito será conside- FIG, XVII-10
rado apenas um dos geradores, e dos
outros só serão ton1adas as resisti-n- l~esolvería1nos, então, estes circui-
cias internas. En1 seguida, cada cir- tos mistos e, em seguida, efetuaríamos
cuito será resolvido pela aplicação do a soma algébrica dos valores encon-
que foi aprendido no estudo dos cir- trados para as correntes; os sentidos
cuitos em série, c1n paralelo e rnistos, reais das diversas correntes seriam de-
(' serão achados valores diversos para terminados pelos maiores valores ab-
as· correntes em u1n dado resistor. A solutos:
son1a algébrica desses \'alorcs será o
valor real da corrente que passa no
resistor considerado.
Exc1nplo:
Se desejásscn1os detem1inar as cor-
rentes no circuito EXEMPLO,

Determinar 11' 12 e I~, aplicando o


método da superposição.

2n 2n

18 V 6V
+ 2n +

FIG. NVIl-11
l'lG. X\TII-9 5()1 ,lTÇ.:\0:

transforn1aríamos o n1esmo nos círcui- Decon1pondo o circuito e resolven-


tos abaixo: do as novas estruturas:
118

- - - .,
)3

-A- FJG. XVII-12 -8-


2 2
1 º 2 1 º
l +· 2 = 3 Q = R1

6
6A = i, -- = 2A = i~'
3 3

6X2=12V

18 - 12 ~ 6 V 6 - 4 = 2V

6 2
L=i,=--=3A i,' = i-,' = - - = lA
2 2
12 = 3 - 2 = 1 A.
11 = 6 - l = 5 A
L 1 ~3+ =4A
A e e
-
)
+

l G i--r11v\.I\....- H
-
+
SENTIDOS REAIS
DAS CORRENTES F E D
1•'IG. XVII-14
·FIG. XVII-13
Neste circuito temos três n1alhas:
Método das Malhas ou das Correntes
Cíclicas de Maxwell ABHGA
BCDEHB
Vejamos, inicialmente, o que se en- GHEFG
tende por MALI-IA, observando a es- Concluímos que uma 1nalha é um
t1utura abaixo: circuito fechado, com a particularida-
119

de de que duas malhas Só PODEM E.,= soma algébrica das for-


TER Ul.1 BRAÇO -COMUM, e um - ças eletromotrizes da
braço não pode pertencer a mais de malha 2
duas malhas. E 3 = soma algébrica das for-
1fax\\'ell ín1aginou uma modalidade ças eletromotrizes da
de corrente, CORRENTE CíCLIC.-\ malha 3
uu DE 11ALHA, de modo que, quan-
do se considera uma malha, em lugar Na resolução de uma estrutura, te-
de se apreciar a corrente que circula mos tantas equações quantas são as
em cada braço aprecia-se a corrente malhas, obedecendo ao seguinte:
que circula na malha.
A corrente que percorre o braço
que limita duas malhas vizinhas é a
soma ou a diferença das correntes des-
sas malhas, dependendo de serem
iguais ou não os sentidos arbitrados OBSERVAÇÕES,
para as correntes das duas 1nalhas.
;\'ormalmente, considera-se o senti- 1 - Nestas equações, todos os ter-
do das correntes cíclicas co1no o que 111os que correspondem às resistências·
realiza1n os ponteiros de um relógio, totais das rnalhas são positivos.
t', assün, para esse sentido, a corren- 2 - Os tennos que se referem à.~
te que passa no braço que liinita duas resistências dos braços que separa1n
n1alhas vizinhas é a diferença entre as rnalhas são positivos quando as cor-
duas correntes de 1nalha. rentes de malha que os percorrem tem
Por convenção, adota-se o scguin'te o 1nesn10 sentido; no caso contrário,
!considerando u1na estrutura 1..:0111 três são negativos.
1nalhas): 3 - U1na f.e.m. é positiva quan-
do sua polaridade não se opõe ao sen-
ll 1 _1 resistência total da n1alha l tido arbitrado para a corrente de ma-
R 2 _2 resistência total da 1nalha 2 lha; quand"ó a polaridade da f.e.m.
R~-;i = resistCncia total da 1nalha .3 se opõe ao sPntido da corrente de ma-
lha, recebe um sinal negativo.

t>.10TA: a resistência total de u1na Exen1plo:


n1alha é a soma de todas as suas re-
sistências.

H,_, = R2 • 1 = valor da resistencia do


braço que limita as ma-
lhas l e 2 R5
3n
R 1 .:1 = R3 _1 =valor da resistencia do
braço que limita as ma-
lhas l e 3
H~-3 = ll 3·~ = valor da resistência do
- braço entre as malha~
2 i'· 3
E = sonia ;tlgébrica das for-
' .
ças elei:ro1notr1zes da
malha 1 FIG. XVII-15
120

X-este caso, :\"o circuito ABEFA:

I = 11 +12 6 11 +41 + 1 =1 3
- 2 +6
1 = corrente no braço que limita 10 J1 + Ia = 4
as malhas ou
10 1 -1·· 1 + I~
1 1 = 4
Podemos escrever: 11 11 + 12 = 4

E, Pode-se observar que 11 11 corres-


E, ponde ao termo R 1 • 1 11 do método de
r-.1axwell, e que 12 corresponde ao ter-
mo R 1 _2 12 do mesmo processo.
No circuito BCDEB:
11 II + I~ = 6 - 2
11 + 6 I~ = 6- 2 - 2 I~ - 3 I~ - I:{ = - 6 +2
- 5 I~ - l:i = - 4
11 11 + I~ = 4
ou
11 + 6 I~ = 4

A resolução deste sisterna, combina-


do cotn a equação

Aqui também se observa que 11 cor-


responde ao termo R 2 _; 11 do n1étodo
dá as correntes que passam nos diver- de MaX\vell, e 6 I~ corresponde ao ter-
sos resistores. mo R 2 _2 12 do mesmo processo.
Quando se encontra u1n valor nega- Vê-se, portanto, que o método de
tivo para u1na corrente, entende-se ~faxwell é apenas unia simplificação
que o sentido arbitrado para a n1esma do método que aplica as leis de
nào é o verdadeiro. l(irchhoff.
O sentido da corrente nun1 braço
que limita duas malhas é igual ao EXE11PLO:
sentido verdadeiro da maior corrente
de malha que o percorre.
Calcular, na estruturã abaixo, a cor-
As equações práticas dadas aci1na
rente através do resistor de 600 ohms,
podem ser justificadas com a solução
aplicando o método das correntes cí-
do mesmo problema pelas leis de
clicas de Max\vell.
Kirchhoff:
~
SENTIDO 0[
PERCURSO
'º 8 2n e 800n 400n
600
I2 1 30
- 7V + 5V n
+
FIG. XVIl-16

FIG. XVII-17
12I
SOL LIÇÃO: EM SERIE. ESTA FORÇA ELE-
TRO~JOTRIZ úNICA, DESIGNADA
Precisamos de duas equações: POR "E 0 ", É IGUAL À DIFERENÇA
DE POTENCIAL ENTRE OS TER-
~JINAIS DA ESTRUTURA QUAN-
DO O RESISTOR "R" É RETIRA-
DO·' O RESISTOR "R o" É IGUAL A
RESIST:f:NCIA EQVI\7ALENTE DA
ESTRUTURA SEM O RESISTOR
'R", ISTO É, A RESISTÉNCIA DA
ESTRlTTURA VISTA DOS TERMI-
NAIS DE ONDE FOI RETIRADO O
RESISTOR "R" .
.!\.ssirn, se desejássen1os calcular a
intensidade da corrente no resistor de
4 oluns da ·figura abaixo,

:'>ENTIDOS ARBITRADOS PARA AS CORREN.


5n

30VCEJ4n
TES DAS MALHAS
2n
FIG. XVII-IS

1.200 11 - 400 12 = 1 + 5
-40011+1.00012 =-5
Resolvendo o sisten1a encontrainos: 20V
12 = - 0,003 A

O .sinal (-) indica que a corrente FIG. XV!I-I9


no resistor de 600 ohms te1n o sentido
de baixo para cima, e não co1no foi
arbitrado. consideraríamos a figura abaixo:

Teorema de Thévenin
CIRCUITO EQtJIV ALENTE
E.~tc teorc1na,tainbém conhecido DE THt:VENIN
con10 teorema de llclmholtz-TI1évenin,
é unia aplicação do teorema da super-
posição.
Afirma esta proposição que "PARA
DETERl\fINAR A CORRENTE EM R=4n
LTM RESISTOll "R" LIGADO A DOIS
TER:.\.11NAIS DE UMA ESTRUTU-
RA QUE CONTÉM FONTES DE
FORÇA ELETROMOTRIZ E RESIS.
TORES, A ESTRUTURA PODE SER
SUBSTITUÍDA POR UMA ÚNICA
FONTE COl\1 UM RESISTOR "R0 " FIG, XVU-20
122

e a intensidade da corrente no resis- 0,4+ 0,5 + 0,8 = 1,7 íl


tor em apreço seria
1 + 0,8 + 1,2 ~ 3 íl

1 =---- 3 X 1,7
= 1 íl aprox.
3 + 1,7
EXEMPLO:
Cálculo de "E0 "
Aplicando o teorema de Thévenin,
detenninar a corrente no resistor de
4 ohms.
o 0,4n A 'º e
• •
º·' 10 2,9 V+
~
• 4,3V

+ 4,3 V
• E,
'º _=o,8n
O,Sn O,Sn
O,Bn 1,2n
• • •
O,Bn 8 1,2n

FIG. XVIl-21
FIG. XVII-23

OBSERVAÇÕES: Para melhor com-


É conveniente dividir a solu·ção do preensão, as resistências internas fo-
problema em duas partes: cálculo de ram simbolizadas ao lado dos símbo-
'R 0 " e cálculo de "E 0 ". los das fontes.
- També1n com o n1esmo objetivo
Cálculo de "R,," foram indicados os potenciais relati-
vos nos extremos dos resistores; obser-
var que as fontes estão em oposição.

Tensão total = 4,3 - 2,9 = 1,4 V


0,4n in
Resistência total = 0,8 -1,2 + +
+ 0,8 +
0,5 0,4 +
1 - 4,7 íl +
1.4
Corrente no circuito -
4,7
- 0,29 A

Tensões nos resistores:

0,8 X 0,29 - 0,232 V


1.2 X 0,29 ~ 0,348 V
FIG. XVII-22 0,8 X 0,29 - 0,232 V
123
0,5 X 0,29 - 0,145 V O outro tipo é chamado ligação
0,4 X 0,29 ~ 0,116 V TRIANGULO, e recebe também as
1 X 0,29 - 0,29 V denominações de ligação /). (delta) ou
'Ir (pi)'
O valor de "'E 0 " é dado pela soma
das tensões no braço "ACB" ou no
braço "ADB". Portanto:

E 0 -== - 0,29 + 4,3 - 0,232 - 0,348 ....


- 3,43 V
A corrente no resistor de 4 ohms;

E0 3,43
I---- ----0,68A.
R0 R+
Circuitos Equivalentes de Três Fios
rT
Há combinações especiais de três
resistores ou condutores que não po-
dem ser simplificadas como os circui- FIG. XVII-25
tos em série, em paralelo e mistos. 2
verdade que podemos resolvê-las apli- ~ possível converter um tipo de li-
cando os novos métodos já apresen- gação em outro, e, para tanto, deve-
tados neste capítulo, mas, em face de mos raciocinar do seguinte modo:
serem encontradas côm· tanta freqüên-
cia, fazemos uso de regras especiais Transformação Trilngulo-Estrela
para sua solução.
Uma dessas ligações, a liga_ção ES-
TRELA, poderá ser encontrada numa A

R>J~lC
das formas abaixo:

y ~

FIG. XVII-24 FIG. XVII-26

Este tipo de ligação é conhecidõ Para que haja equivalência entre as


também como ligação ..Y" ou-..,.... ligações acima,
124

R.\H deverá ser igual à R,\.'H'

11) deverá igual à RB'C'


Rll('
"'
ll.\C deverá ser igual à RA'<''

Podemos verificar que

R_, (R" + H. ,) R,R< + R,R.,


'1 Porque "R," e "Re" estão e1n sé-
R,H = ( riC', 1:, º,, conjunto e1n paralelo
R,+R,.+R-, l\,+ll,+R-1 j con1 l\.,_

R1R~ + Il,R"
(2) RAC
R,+R"+R, POH MOTIVOS
SE11ELIIANTES .'\{)
R,RJ + R,R_, CITA.DO ACI11A
R,1r
R,+R,+R-1
Se agora subtrainnos, membro a
n1e1nbro, "d" de "a", '''d" de "b" e
;, + "d" de "e", teremos:
RA'B'
"
(3) RR'<'' r. + ;,
r,. = - - - - - ( e )
,, +
RA'C'
" Fórn1ulas para
l{, R-: a Transforma-
r" = (C ção Triânp;nlo-
Tendo em vista a chave (1), teremos:
R, +R:i+lt, Estrela

R1R:1 + ReR., R, R.,


r" + ;, (a) r, = - - - - - (g)
R,+R,+R,
R,R" + R,R.,
(4) ,, + ,, (b)
R,+R;+ R"
,, + R,R~ + R,R" Transformação Estrela-Triângulo
r,,_ (e)
R,+R.+H, Para obter as fórrnulas que penni-
tirão transfor1nar unia ligação estrela
err1 unia na forn1a de triângulo, bas-
Se son1armos membro a 1nembro tará 1nu\tiplicar, 1ne1nbro a n1en1bro,
"a", "b" e "e", encontraremos (depois a expressão (g) pela expressão (f), e
de dividir ambos os membros por 2): en1 seguida a expressão (g) pela ex-
pressão (e), e depois (f) por (e).
Somanda esses resultados mernbro
a n1e1nbro, e dividindo respectivan1cn-
te por "r:/', "r;' e "r,", encontraremos:
125

r, ri+r, r3+r. r 3
R,-

"
Fórmulas para
r 1 r2+r1 r3+r2 r3 a Transforma-
R,- ção Estrela·
r Triângulo

r1 r2+r, r 3 +r2 r 3
R,-
r,

O dispositivo prático abaixo, obser- FIG. XVII-28


vadas as posições relativas do triân-
gulo e da estrela, toma mais fácil a SOLUÇÃO:
aplicação deste método para simplifi-
cação de estruturas. Ao lado do mes- Faremos a seguinte transformação:
mo damos um exemplo de transfor-
mação estrela-triângulo:
•,
'

CONJUNTO CONJUNTO

-= DADO A SER OBTIDO

'"íl • .=~:'"íl·~=uo FIG. XVIl-29


uo '"
e -,-= e Fórmulas:
= 22g
FIG. XV!I-27
" - ------
R, + R, + R,
EXEMPLO,
r, - - - - - - -
Dado o circuito abaixo, transfor-
má-lo em outro equivalente, aplican-
do o método da transformação triân-
gulo-estrela, e achar sua resistência r, - ------
equivalente.
126

6 X 4 24 2 - Determinar a corrente ern cada


-- = l,6Q seção do circuito, pelo priucípio de
s+o-+-4 15 superposição. Detcrn1inar t<11nbé1n as
tensões ern R" e ]{,.
5 X 4
1,33 íl
15

5 X 6
---~ 2íl
15 +.E1=48V R7"'1on + _E2=~2V
-- R1 =0,5n --r:i2 =0,6n
t\ resist€ncia equivalente do cir-
cuito:

,3 + 1,6 ~ 4,6íl

2+2~4íl

FIG. XVIl-31
n, 1,33 + - - - - ~ 3,06 íl
4,6 +·4 H.: 11 = 6,4 A; l~ = 2,52 A
1., = 6,4 A; 14 = 1,4 A
1,; = 2,52 A; 111 = 5,04 A
PROBLEMAS 17 = 3,95 A; En = 40,32 V
E,~ 39,5V
ESTRUTURAS DE e.e.
3 - Detenninar os valores das cor-
l - Determinar a corrente em cada rentes nos resistores de 100 ohrns e
seção do circuito, pelo princípio de 85 ohms, aplicando o inétodo das cor-
superposição. 1entes cíclicas de 11axwell.

+_ E2=76V RJ
-::-R2 =1,8!l 20n

+
5V
FIG. XVII-30
FIG. XVII-32
Fl.: 11 1,02 A; l, = 1,67 A
!, ~ 0,65A - H,; 0,000 4 A', 0,01 A
127

4 - Determinar o sentido e a in- 6 - Calcular a intensidade da cor-


tensidade da corrente através do re- rente no braço onde está o resistor de
sistor de 25 ohn1s. APlicar o 1nétodo ,5 ohms.
da.~ correntes cíclicas dC' Maxwell.

1
2V
+ - >
+ 1,5 V + 1,42 V :sn
100 >
250 - o,12n - 03n
'
1
1000
.FIG. X\TJI-36
rrc;. X\'11.:3:3 H.: 0,28 A

7 - ~-a estrutura, determinar a cor-


rente através do resistor de 8 ohn1s.
50
. . .
100V
+

+ o,2n J_n -
90V
..
A A + .• - O,Sn
A A

50 85V
FIG. · X\'II-34
. ..
•••
80
H.: 0.0..J: A FIG. XV'Il-37
.s :\"o circuito, dl'tenninar a in- H.. : 9 A.
tensidade da corrente no resistor de
-! ohn1~. 8 - Detcr1ninar a {"orrcntc nu resis-
tor de 8 ohrns.
40 20
8n 7n 5n

- - 30V

-i,____,- • ~
2n 1n 2n

._____.60

6V 6V
30
5n - .
"45 V
FJC;. :\:\'fl-.3.S

lt: 0 ..3 A H.: 2 .A.


CAPITULO XVIII

INTENSIDADE DE CAMPO ELÉTRICO. LEI DE


COULOMB. CAPACITANCIA

Em um dos capítulos anteriores. ini- Embora a afirmação em apreço não


ciamos o estudo da Eletrostática possa ser provada, nada há que con-
e, naquela oportunidade, definimos trarie os resultados obtidos com base
CAMPO ELÉTRICO ou CAMPO na mesma, justificando assim a sua
ELETROSTÁTICO como a região em designação como teorema.
torno de um corpo eletrizado, na qual
podem ser observadas as ações que o
corpo carregado é capaz de exercer Intensidade de Campos Elétrico (E)
,,obre outros corpos com carga ou não.
Voltando ao estudo da Eletrostática é
oportuno esclarecer que certos auto- Um dos efeitos bem característicos
res fazem distinção entre CAftf PO de um campo elétrico é a força me-
cânica que atua sobr~ qualquer carga
ELJ':TRICO e CAMPO ELETROS-
TATICO, ou melhor, consideram o elétrica colocada no mesmo. O valor
ca1npo eletrostático como uma moda- dessa força varia normalmente de pon-
lidade do campo elétrico.· Assim, di- to para ponto do campo, diminuindo
à rnedida que os pontos considerados
zem existir um campo elét1ico numa
região, quando uma carga elétrica co- ficam mais afastados da carga que
locada na 1nesma experimenta uma originou o campo.
Designa-se por INTENSIDADE DE
força mecânica; o campo eletrostático
é um campo elétrico associado com UM CAMPO ELÉTRICO EM UM
CERTO PONTO a força que age so-
cargas elétricas em repouso, com re-
lação ao observador. bre a unidade de carga elétrica colo-
cada nesse ponto:

F
Teorema de Gauss E~
Q
O teorema de Gauss afirma que o
fluxo elétrico total que atravessa qual- E = intensidade do campo elétrico
quer superfície fechada é numerica- EM NEWTONS/COULOMB
mente igual à carga no interior dessa (N/C)
superfície. F ~ força, em NEWTONS (N)
129

Q carga elétrica, em COULO~fBS fo = 8,85 X J0- 1" F/m


(C)
fo sínibolo especial escolhido pa-
A intensidade de campo elétrico é ra a permissividade do vácuo
uma grandeza vetorial, apenas nu1nc-
ricamente igual à força exercida so- A relação entre a permissividade
bre a carga unitária colocada no cam- absoluta de um material qualquer e
po; sua direção e seu sentido .'>Üo os n permissividade do vácuo é chamada
mesmos da força. PER~1ISSl\.'IDADE RELATIVA DO
:\.fATERIA.L
Permissividade (e)
Permissividade é a relação entre a f,
densidade de fluxo elétrico (D) e a
intensidade de campo elétrico (E)
A per1nissividade relativa de unl
D niaterial, também conhecida como
f CONSTANTE DIELE:TRICA do n1a-
E terial, depende da sua composição, da
.~ua pureza, da temperatura, etc., e é
Esta grandeza exprin1e a influência apenas um número abstrato, encon-
que o meio exerce na criação de um trado em tabelas organizadas experi-
campo elétrico. mentalmente.
Se fizermos um 1nesn10 capacito!'
adquirir várias cargas diferentes, ten-
do o cuidado de anotar os valores da Lei de Coulomb
densidade de fluxo elétrico e da in-
tensidade de campo referentes a cada Para que possamos entender a ex-
carga, observaretnos que o quociente pressão riuc permite o cálculo da for-
D!E não se altera. Entretanto, se tro- ça entre cargas que ~e atraetn e se
carmos o dielétrico do capacitor e repelem, vejamos como se pode de-
efetuarmos a mesma série de cargas, terminar a intensidade do campo elé-
observaremos que o resultado da di- trico produzido por uma carga "Q",
visão em apreço continuará sendo ~em a utilização de unia carga de pro-
constante, porém diferente do valor va, corno foi analisado no início deste
determinado com o outro dielétrico. capítulo.
Como as placas não sofrertlm alte- Suponha1nos que desejamos deter-
ração e as cargas nas duas experiên- minar a intensidade do campo elé-
cias foram as mesmas, é evidente que trico produzido por uma carga "Q",
as densidades de fluxo nos dois casos t'm um ponto situado a uma distância
foram ~ambém iguais, tendo havido "r" da mesma. Admitindo a exist€ncia
mudança, portanto, nos valores das de uma superfície esférica fechada de
intensidades do campo entre as pla- raio '·r", no centro da qual estaria co-
cas do capacitor. locada a carga em questão, podemos
A permissividade de um material, escrever que a densidade de fluxo na
ou sua PERMISSIVIDADE ABSO- superfície dessa esfera é
LUTA, é dada em l<'ARADS/ME1'RO
(F/m). Q
Como permissividade padrão foi es- D~
colhida a do vácuo, cujo valor é 4 7r r 2
130

Vimos nos parágrafos anteriores que mindo, concluímos que a força de


atração ou de repulsão entre duas car-
D gas elétricas é
E- a) diretamente proporcional ao pro-
e duto de suas cargas;
b) inversamente proporcional ao
e, portanto, quadrado da distância entre elas;
e) inversamente proporcional à per-
Q/4 '7T r" missividade do meio que separa
E as cargas.
e
Coulomb chegou a esta conclusão
Q experimentalmente, utilizando um dis-
E positivo chamado balança de torção,
não fazendo referência, porém, à in-
fluência exercida pelo meio.
Uma equação para determinar a
força de atração ou de repulsão entre Gradiente de Potencial Elétrico
duas cargas elétricas (Q 1 e Q,) pode Quando ligamos duas placas con-
ser obtida a partir do seguinte racio- dutoras planas e paralelas separadas
cínio: J?Or um isolante a uma fonte de C.C.
No ponto onde está a carga Q 2 , a (Fig. XVIIl-1), elas adquirem cargas
intensidade do campo produzido por
Q, é
Q,
E ---+
4ir r" e
<' a força que atua Sobre Q 2 é

F _,._,E+_ _.
...__-....-1-·
Evidentemente, "Q 2 " age sobre "Q 1 "
com uma força igual e oposta, e a
expressão

FIG. XVIII-1
F
e estabelece-se entre as mesmas uma
d. d. p. igual à existente entre os ter-
'"Q," e "Q" -- em COULOMBS (C)
' ,_ minais da fonte. O campo elétrico en-
em METROS (m) tre as placas, não muito perto das ex-
F em NEWTONS (N) tremidades das mesmas, é uniforme.
e - em FARADS/ME- Isto quer dizer que a intensidade do
TRO (F/m) campo é sempre a mesma, seja qual
for a parte do campo considerada. Re-
corresponde à lei de Coulomb Ja almente, qualquer carga de prova -co-
enunciada em capítulo anterior. Resu- locada entre as placas fica sujeita a
131

uma força de valor constante, resul- donde


tante da soma das forças de atração e EQ
de repulsão, exercidas pelas placas. À E-
medida que a carga se aproxüna de Qd
uma das placas, a força de atração
torna-se maior, mas a de repulsão di- e
minui na mesma razão.
A intensidade do campo elétrico E
neste caso pode ser calculada com E
qualquer das expressões estudadas e d
também com uma nova equação
Se aplicássemos u1na das pontas de
prova de um voltímetro eletrostático a
E uma das placas e fossemos movendo
E
a outra ponta de prova, segundo uma
d das linhas de força, no espaço entre
as placas, observaríamos que o voltí-
d.d.p. entre
E
VOLTS (V) "' placas, em metro acusaria valores diversos, indi-
cando o máximo quando cada ponta
d distância entre as placas, em de prova estivesse em contato com
METROS (m) uma das placas.
E intensidade do campo elétri- Tudo ocorreria como se a linha de
em
co entre
VOLTS/METRO"' placas,
(V/m) (o
força fosse um divisor de tensão, com
a tensão máxima entre seus extremo~
n1esmo que N/C). (as placas).
Por este motivo falamos de GRA-
A expressão acima é justificada pelo DIENTE DE POTENCIAL, que
seguinte raciocínio: neste caso se confunde numericamen-
Havendo uma d. d. p. (E) entre as te com a intensidade do can1po elé-
placas, o trabalho para transportar trico.
uma carga positiva (Q), por exemplo, Esta característica do campo elétri-
da placa negativa para a positiva é co é de particular interesse ~m Ele-
igual a trônica, como nos campos elétricos
entre os elementos de uma válvula.
W ~ EQ

De acordo com o que já foi estu- Capacitor de Placas Planas e Paralelas


dado, a força que atua sobre a carga
é A permissividade do meio entre as
F - EQ placas de um capacitar é a relação

Ora, designando a distância entre D


as placas pela letra d, o trabalho efe-
tuado no transporte da carga é igual ' E
também a
W ~ EQd Sabemos que

Do exposto, podemos concluir que Q E


D --e E~
EQ - EQd s d
132

donde

Q/S Q d
E X
E/d s E

Q d
X
E s
Ma.
Q
e ARRANJO PARA MELHOR
E APROVEITAMENTO DO
ESPAÇO DISPONIVEL
logo
Cd
e
s FIG. XVIII-2

Da equação acima concluímos que pre igual ao nümero de plaquinhas


menos 1.
eS Quando todas as capacitâncias par-
e ciais são iguais, a capacitància total é
d dada pela expressão

e(n-1) S
e capacitância de um capacitar de
e
placas planas e paralelas, em
d
FARADS (F)
t:: = permissividade do dielétrico do n = número de plaquinhas
capacitar, em FARADS/ME-
TRO (Fim) EXEMPLOS,
S área útil de urna .das placas
(parte relacionada com o cam- 1 - Um corpo com uma carga de
po entre as placas), em ME- - 0,05 C foi colocado no campo elé-
TROS QUADRADOS (m') trico existente entre duas placas con-
d .... distância entre as placas do ca- dutoras paralelas. Sabendo que ele foi
pacitar, em METROS (m). Este submetido a uma força de 0,4 N,
fator confunde-se com a espes- quando estava a 2 centímetros da pla-
sura do dielétrico. ca positiva, dizer o valor da força que
suportou quando estava a 5 centíme-
Para melhor aproveitamento do es- tros da mesma placa. Determinar,
paço, as placas do capacitar podem também, a intensidade do campo nos
ser construídas como mostra a Fig. dois pontos considerados.
XVlll-2.
Duas plaquinhas formam um pe-
queno capacitar e a capacitância do
conjunto é a soma das capacitâncias Num campo entre placas condutoras
parciais. É fácil concluir que o nú- planas e paralelas a intensidade é
mero de pequenos capacitares é sem- constante, logo a força que age sobre
133
o mesmo corpo colocado em diversos ralelas separadas por folhas de mica
pontos também é constante. Assim, de 0,2 n1m de espessura. A área de
um lado de cada placa é 12 cm~ e a
F - 0,4 N constante dielétrica da mica é igual a 5.

A intensidade do campo é
SOLUÇÃOo
F
e(n-l)S
Q C- n-1-9-1-8
d
0,4
E - 8 N/C
0,05

2 - A distância entre duas placas 8,85Xl0· 1 ~xsxBXl2XlC>-4


condutoras planas e paralelas é de e = ------------
0,003 m. Determinar a diferença de 2 X !O-•
potencial entre elas, sabendo que a
intensidade de campo é de 5.000 V /m. C 2124 X I0- 12 F

SOLUÇÃO,
PROBLEMAS
E - Ed - 5.000 X 0,003 - 15V
INTENSIDADE DE CAMPO ELE·
3 - Duas cargas.positivas iguais es- TRICO. LEI DE COULOMB. CA
tão no ar, separadas por uma distân- PACITÃNCIA
cia de 5 centímetros, e a força de re-
pulsão entre elas é de 0,16 N. Qual é 1 - Determinar a carga de um cor-
o valor de cada carga? po sabendo que ele sofreu a ação de
uma força de 10 N, ao ser colocado
SOLUÇÃOo em um ponto de um campo elétrico,
onde a intensidade era de 2 N/C.
Q, Qi R.o 5C
Q
2 - Um corpo com uma carga de
- s e foi colocado em um ponto de
Q' um campo elétrico cuja intensidade
F- era de 2 N/C. Determinar ·a força que
4wr2 e atuou sobre o corpo.
R.o 10 N
Q=-J4wr2 eF
3 - Duas placas condutoras para-
Q = -J'12S6.10- 2 .2s.10-•.sss.10·1" lelas, separadas por uma distância de
um centímetro, estão ligadas a uma
Q- 2,1 X 10-• C fonte de 500 V. Qual a força que será
exercida sobre um eléctron livre en-
4 - (:alcular a capacitâncía de um tre elas?
c-apacitor formado por nove placas pa- R.: 8.015 X 10-18 N


134

4 - Calcular a densidade de fluxo possui um eléctron e o núcleo tem


elétrico e a intensidade de campo a uma carga igual, porém de sinal opos-
uma distância de um centímetro de to à do eléctron. A carga do eléctron
uma carga pontual positiva e de valor é de 1,603 X 10-'" C.
igual a 10-9 C. A carga está imersa R.: 8,29 X 10-" N
em um líquido que tem u1na constan-
te dielétrica igual a 40.
R.: 7,96 X 10-' C/111"; 2,25 \l/n1 6 - Qual o valor de un1 capacitar
feito de duas placas n1etálicas sepa-
5 - Determinar a força de atração radas por un1a distância de 0,1 mn1,
entre o eléctron e o nücleo do átomo cujo dielétrico é o ar? Cada placa
de hidrogênio, que estão separados te1n as seguintes dimensões: 12 cm de
por uma distância de 5,28 X 10-" comprünento e 10 cm de largura.
centímetro. O átomo de hidrogênio só R., 1.062 pF
CAPITULO XIX

CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Generalidades meabilidade relativa dos materiais não


magnéticos em geral é considerada
Voltando ao estudo do eletromag- igual a 1, ou seja, têm permeabilida-
netismo, trataremos neste capítulo dos des iguais à do vácuo,
circuitos magnéticos e fenômenos re- Chamamos de CIRCl)ITO MAG-
lacionados com os mesmos. NtTICO a uma região em que existe
Sabemos que para produzir um fluxo magnético. Pelo exposto no pa-
campo magnético é necessário uma rágrafo anterior, o circuito magnético
força magnetomotriz, e esta é obtida pode ser melhor observado e dimen-
fazendo-se passar uma corrente elé- sionado, quando se trabalha com ma-
trica por um condutor, de preferência teriais magnéticos. O cálculo da re-
uma bobina, porque quanto maior o lutância é, então, facilitado quanto às
produto "NI" mais forte o campo pro- dimensões, mas a grandeza em ques-
duzido. tão depende da permeabilidade e,
Também é necessário lembrar que como sabemos, um mesmo 1naterial
o campo magnético produzido depen- magnético apresenta permeabilidades
de da relutância. Esta grandeza, como diferentes, de acordo com a imanta-
vimos, varia de acordo com o compri- ção adquirida.
mento, a seção transversal e a per- Por este motivo, os cálculos de
1neabilidade, e sua determinação nem circuitos magnéticos não são feitos
sempre é possível, pela dificuldade de geralmente a partir da relutância.
estabélecer os limites do campo 1nag- Mesmo em partes de n1aterial não-
nético. rnagnético que costumam existir em
Quando uma bobina está enrolada c:ircuitos magnéticos de 1náquinas elé'-
em um núcleo magnético (uma peça tricas, in1>trumentos, etc., chamadas
feita de material magnético), o campo ENTREFERROS, não é con1um con-
magnético produzido por uma corren- !<>iderar a relutância.
te fica praticamente limitado ao nú- A referência que estamos fazendo a
cleo, dada a· grande diferença entre esta grandeza é útil para a compre-
as permeabilidades do núcleo e do ar ensão de outros fatores concernentes
que o cerca; a permeabilidade de um aos circuitos 1nagnéticos.
material magnético pode ser centenas Desde que a imantação das partes
de vezes inaior que a do ar. A per- de um circuito magnético seja n1an-
136
tida constante, pode1nos afirmar o se- magnetomotriz. Se for mantida cons-
guinte: tante a seção do núcleo e variado o seu
a) a relutància total de várias par- comprimento, verificar-se-á que será
tes em série é a soma das relu- menor a força magnetomotriz neces-
tâncias parciais: sária para produzir o mes1no fluxo, à
medida que o con1primento for dimi"
R, = R1 + R, + R.i + nuindo.
A força 1nagnetomotriz necessária
Dizemos que as partes do circui- para produzir o referido fluxo nun1
to estão em série quando formam circuito magnético de comprimento
u1n único caminho, sem deriva- unitário (no nosso caso, Utvf METRO),
ções; é cha1nada FORÇA MAGNETIZAN-
TE (H). É evidente que a força mag-
b) quando as partes estão em pa- netizante num circuito magnético de-
ralelo, temos que o inverso da pende da natureza do material que o
relutância total é a soma dos in- constitui e da sua seção.
versos das relutâncias parciais:
Quase sempre um circuito magnético
1 1 1 1 é constituído por materiais diferentes,
+ + R, + .. sendo necessário o conhecimento do
valor de '·H" para cada parte do cir-
cuito. Conhecida esta grandeza, é fácil
calcular a força magnetoi;notriz neces-
Consideremos o circuito magnético ~ária para vencer a relutância de cada
representado na Fig. XIX-1, constituí- parte e produzir o fluxo desejado.
do por um núcleo retangular, de se- Isto se consegue com a expressão Hl,
ção uniforme e feito de um único tipo correspondente ao produto da força
de material magnético. magnetizante {H) pelo comprimento (Z)
da parte considerada, cujo resultado é

,---, dado em AMPERES.


Os produtos HZ, em um circuito
1nagnético, são comparáveis aos pro-

- - 1

''
1'
dutos IR num circuito elétrico.

• : 41 Os circuitos magnéticos podem ser


de dois tipos:
CIRCUITOS EM SllRIE

l--~
- CIRCUITOS MISTOS
+ Nos circuitos em série, isto é, na-
queles em que as diversas partes for-
mam um Único caminho, o fluxo mag-
nético tem o mesmo valor em qual-
quer parte considerada.
FIG. XIX-!
Quando há várias partes em paralelo,
Nele está enrolada uma bobina per- a diferença de potencial magnético (Hl)
corrida por uma corrente elétrica, pro- entre seus extremos é a mesma, e o
dutora do fluxo magnético no núcleo. fluxo em cada parte é inversamente
Para produzir fluxo neste circuito proporcional à sua relutância. O fluxo
magnético é necessária uma força total é a soma dos fb1xos parciais.
137
Leis de Kirchhoff Para Circuitos do desnecessárias determinadas ope-
Magnéticos rações.
Como sabemos, a imantação do ma-
l.ª lei: "Em um nó de um circuito terial magnético é o resultado da ori-
magnético, a soma algébrica dos flu- entação dos seus domínios magnéticos.
xos magnéticos que se dirigem para :\ão é fácil, porém, observar na curva
o mesmo e dos que dele se afastam é de magnetização de um material o
igual a zero". ponto exato correspondente à orien-
tação total dos seus do1nínios, o que
seria a SATURAÇÃO MAGNÉTICA
TEÓRICA do 1nesmo. Entretanto, des-
O conceito de nó é, aqui, seme- de que não seja possível a observa-
lhante ao que foi visto para os ção de qualquer aumento na imanta-
circuitos elétricos. ção de um material magnético, dize-
mos que foi atingida sua SATURA-
2.ª lei: "Em um circuito magnético ÇÃO PRATICA. A parte de uma cur-
formado por partes em série, a soma va {3-H mais ou menos paralela ao
algébrica dos produtos Hl é igual à eixo correspondente à força magneti-
força 1nagnetomotriz total", zante, exprime a s~turação magnética
da substância considerada.

Cálculo dos Circuitos Magneticos


Curvas de Magnetização
Geralmente, o cálculo de um circui-
Estas curvas, também conhecidas to magnético tem sua origem no de-
como curvas {3-H, mostram de que sejo de ser obtido um determinado
modo varia a densidade de fluxo num fluxo. As dimensões do circuito, bem
material magnético, à medida que va- como os materiais que o constituem,
ria a força magnetizante aplicada ao são, de ordinário, conhecidos.
mesmo. Estas curvas, evidentemente, Há, porém, casos em que são feitas
exprin1em também a variação do flu- \'árias tentativas para a obtenção dos
xo magnético em funçao da força resultados almejados.
1nagnetomotriz. Além disso é conveniente lembrar
A seguir são apresentadas algu1nas que a perda de fluxo é um fato, por-
curvas de materiais magnéticos co- que apesar da permeabilidade muito
mumente utilizados: maior do núcleo sempre há fluxo no
ar (ou qualquer material em tomo do
núcleo). Em certas máquinas, essas
perdas podem· variar de 10% a 20%.
Para facilidade de cálculo, sempre
1.:om uma visão ampla do problema.
adota-se o quadro abaixo:

CURVAS DE MAGNETIZAÇÃO ,,i! !! .t., .••, ••


p

''"""' '
'"'
,.,"' .•.'
FIG. XIX-2

Estas curvas facilitam n1Q.ito o cál-


culo dos circuitos magnéticos, toman- FIG. XIX-3
138

. Todo o trabalho consiste em com- Força Magnética Entre Duas Super-


pletar o quadro e1n apreço, aplicando f1cies · Que Limitam um Entreferro
o conhecimento adquirido.
Conhecida a densidade de fluxo As superfícies que limitam um en-
nu1n material magnético, basta con- trefcrro exercem atrações 1nútuas. A
sultar sua curva de magnetização para força entre as duas partes, que se
determinar a força magnetizante, e exerce no sentido de fechar o entre-
vice-versa. Se o material não for 1nag- ferro, é calculada com a expressão
nético (ENTREI<~ERRO), uma dessas
grandezas pode ser detern1inada a (3" s
partir da outra, com auxílio da expres- F
são

força entre as superfícies, em


NEWTONS (N)
seção transversal efetiva do en-
em que a pern1eabilidade é igual a treferro, em METROS QUA-
4 w X 10-' H/m. DRADOS (m')
L'm detalhe in1portante no cálculo (3- densidade de fluxo magnético,
referente aos entreferros é o da sua em TESLAS (T)
seção transversal. Aparentemente esta
grandeza deveria ser a mesma da par- /J. ~ penne_,abilidade
do entreferro,
te magnética do circuito, pois o en- em HENRYS/METRO (H/m)
treferro fica situado entre duas partes
de material 1nagnético, 1nas tal não
~fateriais Diamagnéticos, Paramagné-
ocorre, e o ca1npo no entreferro ten-
de a se dispersar, o que diininui a ticos e Ferromagnéticos
densidade de fluxo no mesmo. Quan- Esta classificação é feita en1 fun-
to maior o comprimento do entreferro ção da penneabilidade dos diversos
inaior a dispersão e menor a densida- 1nateriais.
de de fluxo. Dá-se a denominação de DIAMAC-
Por este n1otivo, a seção transversal NE:TICA a qualquer substància que
efetiva de um entreferro é normal- apresente un1a permeabilidade ligeira-
1nente calculada adicionando-se às di- 1nente 1nenor que a do vácuo. Cobre,
1nensões da seção da parte tnagnética prata, hidrogCnio, antünônio, vidro,
uma quantidade igual ao comprimen- 1nercúrio, bisn1uto, churnbo e água são·
to do entreferro. substàncias diamagnétil'..:as que, colo-
Por exemplo, se a seçào transversal cadas ein um ca1npo n1agnético, pare-
de um núcleo de ferro fosse un1 re- cen1 experimentar uma ditninuta força
tàngulo de 3 X 3,5 cm, e no n1es1no da repulsão.
houvesse u1n entreferro de 5 mm, fa- Alguns materiais, chan1ados PARA-
ría1nos o seguinte cálculo para deter- MAGN!<:TICOS, aprcsentan1 permea-
1ninar a seção efetiva do entrefe1To: bilidades pouco inaiores que a do vá-
cuo, senda ligeira1nente magnéticos.
3 + 0,5 3,5 Clll Deste grupo fazem parte o ar, o oxi-
g€nio, a platina e o alu1nínio.
3,5 + 0,5 4 Clll Os nlateriais FERR0~1ACNÉTl­
COS são os que apresentam, verda-
S = 3,5 X 4 = 14 c1n' deiramente, propriedades magnéticas.
139
Suas penneabilidades são cf'ntenas e o valor da densidade de fluxo. Entre-
até centenas de milhares de vezes tanto, isto não ocorre, e o material
n1aiores que a do vácuo. Esta.~ são as pern1anece con1 algun1a in1antação
substâncias que temos chan1ado de (OB, na figura); este resíduo é cha-
MAGNl!:TICAS desde que inician1os o 111ado DENSIDADE DE FLL'XO RE-
nosso estudo do 1nagnetismo. ;\.fA:\'E:\"'fE (RE:\,L-\.:\'ESCE!'\TE ou
Para fins práticos, os materiais pa- RESIDl:A.L). O 1naior valor da den-
ran1agnéticos e diamagnéticos são con- ~idade de fluxo residual, que é con-
siderados como tendo penneabilida- seguido co1n a iinantação da an1ostra
des iguais à do vácuo, e são deno1ni- até a s<tturação, é conhecido con10
nados ~fATERIAIS NÃ()-~1AGNF'.­ RE1fANE:\CI.-\. do material.
TICOS. Para faz{"r desaparecer o 1nagnetis-
1no residual é necessário imantar o
Histerese rnaterial en1 .~entido contrário. A for-
ça 1nagnetizante necessária para anu-
As relaçües entre a densidade de lar a densidade de fluxo remanente é
fluxo 1nagnético e a força 1nagneti- charnada F()RÇA COERCI\'A, e o
zante para certos materiais, expressas 1naior valor desta força, justa1nente o
pelas suas curvas de n1agnetização, correspondente ao 1naior valor da den-
dependen1 não só da força magneto- sidade de fluxo remanente, é chama-
1notriz utilizada como ta1nhén1 do his- do C~OERCl\'IDADE do n1aterial.
tórico magnético desses 1nateriais. Isto () aun1ento progressivo da força
significa que essas substâncias não magnetizante, !.na redução posterior, e
volta1n a sua situação 1nagnética pri- novo aumento no sentido inicial da
n1itiva, após serem subn1etidas a u1n experiência provocam a variação da
processo de magnetização. densidade de fluxo do niodo observa-
Se unia amostra de un1 niaterial do na figura (traçado CDEFA).
ferro1nagnético sem qualquer iinanta- O retardamento observado na va-
ç·âo inicial fosse sub1nctida a u1na for- riação da densidade de fluxo justifica
ç·a magnetizante crescente, sua enr\·a o no1ne dt> IJTSTERE'iE adotado para
de magnetização seria scinelhante à designar o fenàn1eno eui apreço, pois
da figura abaixo (de "()" para '"A"): esta palavra significa atraso, retarda-
1nento.
li .-\. curva con1pleta (..\.BCDEFA) ob-
tida é deno1ninada CICLO ou CUR-
\7A DE. IIISTERESE. É tainbém co-
nhecida con10 LAÇO DE HISTE-
RESE.
O fluxo reniancnte é causa de per-
da de energia, quando um material é
submetido a unia força 1nagnetizantp
alternada. Naturalmente, esta perda é
n1aior quando o 1naterial te1n grande
reinanência.
CICLO DE HISTERESE O cálculo das perdas de histerese
FIG. XIX-4 é feito c·o1n a fónnula e1npírica de
STEINl\.1ETZ:
A redução da força nlagnetizante a
7.ero deveria fazer cair ta1nbém a. zero
140

P potência perdida por histere- p ~ potência perdida por corren-


''" em WATIS (W) tes de Foucault, em WATTS
V volume da massa rq.agnetiza- (W)
da em METROS CÚBICOS f freqüência, em HERTZ (Hz)
(m") V volume da massa magnética,
f freqüência, em HERTZ (Hz) em METROS CÚBICOS (m")
f3 ... densidade de fluxo máxima,
em TESLAS (T)
densidade de fluxo máxima,
em TESLAS (T)
k coeficiente de histerese, que e espessura das lâminas, em
depende da composição quí- METROS (m)
mica do material, do seu tra- k coeficiente que depende da
tamento térmico e mecânico resistividade do material
e; até certo ponto, da densi-
dade de fluxo magnético. Ílnãs Permanentes
x expoente qu€_! , depende do En1bora os campos inagnéticos 1nais
material e da densidade de intensos scjan1 obtidos con1 auxílio da
fluxo. Nonnalmente é consi- corrente elétrica_ os ímãs permanen-
derado .igual a 1,6, mas seu tes têm seu lugar de destaque no
valor pode ser maior. campo da tecnologia elétrica ou ele-
trônica. O fato de não necessitare1n
de uma corrente magnetizante é, em
Correntes de Foucault alguns_ casos, un1a vantage1n impor-
tantíssiina.
Os núcleos de transformadores e Mas, para que un1 1naterial possa
outras máquinas ficam sujeitos a cam- ser utilizado na produção de Ílnã~
pos magnéticos variáveis e, portanto, pcrn1anentes é indispensável que pre-
aparecem neles correntes induzidas. encha vários requisitos; alta remanen-
Essas correntes parasitas são chama- cia, grande coercividade e facilidade
das CORRENTES DE FOUCAULT para ser trabalhado são algumas das
e, como é evidente, representa1n um características desejadas, sem esque-
consumo de energia desnecessário. cer sua capacidade de conservar o
Para diminuir o efeito das corren- magnetisn10 quando sujeito a vibra-
tes em questão, os núcleos de trans- ções e temperaturas relativa1nente ele-
formadores e de outros dispositivos vadas, bem como o ctL-;to e o peso.
que trabalham com campos magnéti- Os hnãs pern1anentes são utilizados
c:os variáveis são feitos geralmente de - em instrumentos, alto-falantes, fones,·
1nateriais ferromagnéticos de grande etc.
resistividade e constituídos por lâmi-
nas ou fios. A laminação é feita no EXEMPLO'
~entido do fluxo, porque as correntes
produzidas são perpendiculares ao U1n eletroín1ã ten1 uni circuito 1nag.
fluxo. As lâminas ou os fios são iso- nético que pode ser considerado ClUno
lados uns dos outros com verniz -iso- formado por tres partes etn série, con1
lante. as seguintes dirnensôes:
As perdas e1n conseqüência das cor-
rentes parasitas são determinadas com Parte. a: co1nprüncnto = 8 cn1
equação seção transversal = 0,5 cn11
Parte b: comprimento = 6 cm
p = k V f2 132""'' e2 seção t'ransvefsal = 0,9 c1n"
Hl
Parte e: entreferro de 0,5 mm de com- Detenninar a ea••~
primento e 1,5 cm 2 de seção trans- sar por uma bobina, ·
versal. enrcilada na parte b, pànl"º .
As partes a e b são de 1naterial cujas densidade de fluxo de
características são dadas na tabela se- entreferro. Desprezar a perda 'de .......
guinte: magnético.

H (A/m) 100 210 340 500 800 1.500


f3 (T) 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 SOLLTÇÃO:

Façamos o quadro a que nos referi mos:

PA5fES
c1ttu110
11/TEllJ/1 ? s /3 H t Hf F
l'I A T.
a MAt;.
6110-S sxio-ª

8- MAT-
MAG
'IXIO....s 61/0" 2

éNTNE-
e FE!lNO
15110..s 3X10-.t 5KIO-"

Complete1nos o quadro: O valor de H para o entreferro é


calculado com a expressão
"'
'!-'e -(3 o Se - 3 X 10-• X 15 X 10-' - f3
= 45 X 10.., "\Vb

c/J 0 = c/Ja = c/Jb (porque as partes µ0 = 4 'lf" X 10-1


estão em série)

</>. 45 X 10-"'
3 X !0- 1
(3.--- = 0,9 tesla
H, - ---- = 24 X.10' A/m
s• 5X 10-~
4 w X !0- 1

<f>, 45 X 10-s
E interessante observar o grande va-
(3,---- = 0,5 tesla lor de H para esta parte, em virtude
s. 9 x 10-' da sua grande relutância.
Os-produtos HZ são iguais a:

Os valores de H para as partes a e lll - 65 X 10 X 8 X 10-' - 52 am-


b são obtidos da tabela dada, admitin- •
peres-espiras
do uma variação linear entre os valo-
res oferecidos: Hl = 275 x 6 X io- 2 = 16,5 ampe-
" res-espiras
650 A/m Hl 0 = 24 X !Oi X 5 X 10-4 = 120
275 A/m amperes-espiras
lG
A força magnetomotriz necessária é:
F - Hl. +
Hl, +
Hl, - 52 +
+ 16,5 +
120 = 188,5 am-
peres-espiras
A corrente inagnetizante é

F 188,5
'
1--- -0,04A b
N 4000

PROBLEMAS

CIRCUITOS MAGNllTICOS

1 - Um circuito magnético é cons-


tituído de lâminas de aço de 4 cn1 de
largura. O núcleo tem 5 cm de espes-
sura, dos quais 8% correspondem a FIG. XIX-6
material isolante entre as lâminas. O
e,ntreferro é de 2 mm e sua seção efe-
tiva é de 2.5 cm 2 • A bobina tem 800
espiras. Desprez\l.Ildo as perdas de flu-
xo, calcular a corrente magnetizante
necessária para produzir um fluxo de
,,
~tS •. 1
1Pl; /WIJJ
/m~J
$
6l
H
'
AA-n ''m' "'(A) F

(A)
0,002 5 Wb no entreferro.
ade aço
; º"
ac
·~ 1 """

..._ _____ _.,,,, OU ADRO

3 - Um circuito magnético é de aço


laminado. Na haste central, cuja se-
ção transversal é de 8 cm", estão en-
roladas 500 espiras. Cada um dos ou-
FIG. XIX-5 tros dois ramos do circuito tem seção
transversal igual a 5 cm 2 • O entrefer-
10 tem um milímetro de comprimen-
R,, 2,5 A to. Calcular a corrente necessária pa-
2 - Completar o quadro referente 1a estabelecer um fluxo de 1,3 m Wb
ao circuito magnético da Fig. XIX-6. ria haste central, desprezando qual-
(Desprezar as perdas de fluxo). quer perda de fluxo (Ver Fig. XIX-7).
143
a

r---
citação necessária para produzir um
fluxo de 1 . 000 microwebers no entre-
---1 ferro. Desprezar quaisquer perdas de
' fluxo.
1
d 1
h "1
cm 1
1 1.,'"l'I'
l'~'m
..

1
'----~
1 1
L ___ _)1
"'r;:---v----,<m
' '
>O

• 1 1
1
'''º"'
1
r~1c. XIX-í

R: 3,2 A
;J' -1 - - :.,..A.,..::
éC~m
__ _)
:
4 ~ U1n núcleo 1nagnético de Stal-
!oy tetn a!> <litn<'nsõcs indicadas na
Fig. XIX-8 Há u1n entreferro Jc.
0,12 cm em um do~ ran1os laterais e
un1<1 h_obina de 400 espiras na ha~te
central; a seção transversal desta é de FIG. XIX-8
!G cn1", e a de cada ra1no lateral é de
10 c1n'. Determinar a corrente de ex- lt: .5,6.5 A.
CA.PiTUL() XX

CARGAS ELÉTRICAS EM MOVIMENTO NUM


CAMPO MAGNÉTICO

Qualquer carga elétrica em rnovi- quando a direção do 1novin1cnto é pa-


1nento possui un1 can1po elétrico e uni ralela à do ca1npo.
canipo n1agnético, t•ste últirno consi- J\ partir da equaçào em apreço po-
deravelniente 1naior. Assini, é fácil dt>-se dizer que ·-un1 ca1npo 1nagnético
compreender que urna carga (um cléc- tern u1na densidade de fluxo de u111
tron, por exemplo) movendo-se num \veber/metro quadrado quando uma
campo magnético sofre a ação de unia carga dC' uni coulonib, movendo-se
força direta1ncnte proporcional à den- c:on1 urna componente de velocid~lCl.e
sidade de fluxo magnético, ao valor da perpendicular à direçào do mesmo
carga e à velocid,1de corn que a rnes- (v scn a), sofre a ação de u1na força
n1a se move: de uin ne,vton"':
F
F=Qv(:]scu(t
Q v sen a
F = força em NEWTONS (N)
Q ~ e ar g a elétrica, e1n COLL ()bserva-se experiinentalmente que
LOMBS (C) a direção do movin1ento da carga, a
{3 = densidade de fluxo 1nagnéti- direção do ca1npo e. a direção da for-
co, em TESLAS (T) ç·a forman1 ângulo.~ retos entre si,
v = velocidade, em METROS/SE- assiin co1no as trCs arestas que saem
GUNDO (rn/s) de u1n dos vértices de um cubo. Para
a ãngulo formado pela direção lembrar esta condição e tomar 1nais
do movimento com a direção ;,iJnples a detenninação da direção e
do campo 1nagnético. cio sentido da força que atua sobre a
carga há a llEGRA DA MÃO ES-
QL1EllDA (quando se raciocina com
_,\ t'quação n1ostra que o valor da cargas positivas) e a REGRA DA 1-tÃO
lorr;a (ação entre os canipos 1nagnl'- DIREITA (para cargas negativas).
tic(I~) depende da direção seguida pe- (~0111 qualquer das regras são utiliza-
la (':trga ein movimento, e que é m:Í- dos os dedos INDICA.DOR, r-.tÉDIO
xi111aquando a direção do movimento e POLEGAR, dispostos de modo a for-
t' perpendicular à direção do ca1npo. n1are1n ângulos retos, como mostra a
(:onclui-se tarnbém que a força é nula figura abaixo:
145
' primento da parte deste submetida ao
' campo. € lógico que só a parte no in-
' terior do campo deve ser considera-
da, porque só os eléctrons que nela
circulam são afetados. A equação que
' permite o cálculo da força é

' F=f3Ilsena
SENTIDO DA SENTIDO DO
FoRÇA -CAMPO

F ~ força, em NEWfONS (N)


SENTIDO DO
1 intensidade da corrente, em AM-
MOVIMENTO PJ!RES (A)
DA I ~ comprimento da parte do con-
CARGA
• dutor submetida ao campo, em
REGRA DA MÃO ESQUERDA METROS (m)
FIG. XX-1 8 densidade de fluxo magnético,
cm TESLAS (T)
O dedo indicador é usado para mos-
trar o sentido do campo magnético, o a ângulo formado pela direção do
dedo médio indica o sentido do mo- movimento dos eléctrons no
vimento da carga e o polegar aponta condutor com a direção do
a direção e o sentido da força en1 campo.
questão. A direção e o sentido da força po-
Quando a direção do movimento da dem ser determinados praticamente
carga é perpendicular ao campo, ela com as mesmas regras da mão esquer-
é obrigada a descrever uma trajetória da e da mão direita estudadas no iní-
circular. Se o ângulo a é menor que cio deste capítulo. A regra da mão es-
90° e maior que zero, a carga de.'>cre- guerda é, neste caso, conhecida como
ve uma trajetória helicoidal. REGRA DE FLEMING PARA MO-
TORES.
Força Que Age Sobre um Condutor Esta denominação mostra a impor-
Que Conduz Corrente num Cam- tância do assunto que estamos estu-
, po Magnético dando. O funcionamento dos motores·
elétricos é baseado na ação exercida
A corrente elétrica nu1n condutor sobre condutores colocados num cam-
sólido é constituída por eléctrons em po magnético, quando os mesmos são
1novimento. percorridos por correntes elétricas.
Quando um condutor percorrido Também o funcionamento dos instnt-
por uma corrente é subn1etido a um mentos de medida (de bobina móvel)
campo magnético, cada eléctron em e dos alto-falantes é explicado a par-
movimento suporta uma força igual à tir deste princípio.
que acabamos de estudar, e, logica- Se uma es-pira retangular colocada
mente, o condutor tende ·a ser des- num campo magnético fosse percor-
locado sob a ação do campo magné- rida por uma corrente elétrica, e fosse
tico. suportada por um eixo de modo que
A força sobre o condutor depende pudesse girar em tomo dele, dois dos
da grandeza do campo, expressa pela seus lados seriam submetidos a forças
sua densidade de fluxo, da intensida- que formariam um binário, imprimin-
de da corrente no condutor e do com- do um movimento de rotação à espi-
146

ra. Os outros dois lados também so- A densidade de fluxo deste campo é
freriam a ação do campo, mas como
as forças seriam iguais e opostas não µI.
causariam qualquer efeito. fJ - µH ~
O torque na espira seria dado pela
filuação
A força que age sobre o outro con-
TORQUE - fJ 1 S sen a dutor, colocado no campo em ques-
tão é
Numa bobina com N espiras, o tor-
que seria Mas,

TORQUE - N /J 1 S ""'a
N - número de espiras donde

{3 - densidade de fluxo magnético, F

Entretanto, como o meio entre os


1 =- int'ensidade da corrente elétrica condutores tem permissividade igual
na espira, ou na bobina, em a 4 'll X 10-7 (e para l = 1 m),
AMPJ!:RES (A)

S ""' área da superfície limitada por


uma espira, em METROS QUA- F
DRADOS (m')

a· ~ ângulo formado pela normal ao F == força de atração ou de repulsão


plano de uma espira com a di- entre os condutores, em NEW-
reção do campo. No caso de uma TONS (N). E A FORÇA EXER-
bobina, corresponde ao ângulo CIDA SOBRE CADA METRO
formado pelo eixo da mesma DO CONDUTOR.
com a direção do campo.
Esta relação é conhecida como LEI
DE AMPERE.
Força Entre Condutores Paralelos Que A força é de atração quando as cor-
Conduzem Correntes rentes nos condutores tem sentidos
iguais; é de repulsão quando os sen-
Consideremos dois condutores de tidos são opostos.
seção circular, percorridos por corren- A definição do AMP.E:RE é dada a
tes de intensidades 11 e 1., respecti- partir desta equação:
vamente. Designando por r a cfistàn- "O AMP~RE é a corrente constan-
cia entre eles, podemos dizer que a te que, passando por dois condutores
intensidade do campo produzido em retilíneos paralelos, infinitamente lon-
tómo do primeiro condutor é gos, separados por uma distância de
um metro e colocados no vácuo, pro-
J, duz uma força de atração ou de re-
H- pulsão entre eles igual a 2 X 10-'
newton por metro de comprimento",
147

PROBLEMAS 3 - O plano de uma espira retangu-


lar de fio, de 5 cm X 8 cm, é paralelo
AÇÃO SOBRE CONDUTORES CON. a um campo magnético cuja densidade
DUZINDO CORRENTES NU!\.f de fluxo é 0,15 tesla. Se a espira con-
CAMPO MAGNJl:TICO duz uma corrente de 10 A, qual e tor-
que desenvolvido?
l - U1n condutor de 30cm de com-
primento é percorrido por 60 A. Sa- R.: 6 X Iü-8 m N
bendo que forma ângulo reto com o
campo magnético, determinar a den- 4 - A bobina m6vel de wn miliam-
sidade de fluxo deste. Sobre o condu- perímetro tem 2 cm de comprimento
tor atua uma força de 2 N. efetivo, 1,5 cm de largura média e é
ll.: 0,1 tesla formada por 60 espiras. A densidade
de fluxo no entreferro é de 0,07 tesla.
2 - Um condutor percorrido poi:- Determinar o torque, quando ela é
uma corrente de 800 A é colocado em percorrida por uma corrente de 15 mA
ângulo reto com um campo magnético e seu eixo forma um ângulo de 30°
de densidade igual a 0,5 tesla. Calcular com a direção do campo.
a força que age sobre cada metro do
condutor. R.: 945 X IO·T m N
R,, 400 N
CAP!TU LO XXI

TRANSIENTES EM CORRENTE CONTÍNUA

O tern10 TRANSIENTES refere-se Asshn que se co1npleta a ligação.


às quantidades cujos valores variam há o deslocamento de eléctrons no
devido a alterações registradas no cir- eircuito, co1n a finalidade de igualar
cuito elétrico. os potenciais das placas do capacitar
Estudarccnos agora o que ocorre aos dos terminais da fonte; utna das
nun1 circuito de C.C. e1n que há re- placas ficará na mesma situação do
sistência e capacitància ou resistencia negativo da fonte, e a outra na rnes-
e auto-indutância, e1n condições tran- ma situação do positivo da fonte. Ha-
sitórias, i~to {:>, ao ligar e desligar o verá corrente no circuito apenas du-
circuito. rcinte o tempo necessário para que
esta igualdade seja estabelecida, e
Circuito R-C (;SSa corrente será rnáxima no instan-
te eni que o capacitar for ligado à
Consideren1os u1n capacítor de die- fonte, caindo a zero após o capacitor
létrico perfeito associado em série con1 ficar completamente carregado, quan-
utn resistor, e analisemos o que ocor- do a d. d. p. entre suas placas será
re quando o eonjunto é ligado a un1a iglial à existente entre os tcn11inais da
fonte de tensão constante. fonte.
Ern teoria, o capacitor só ficaria
completan1ente carregado após u1n
te1npo infinitan1cnte grande. Na prá-
tica, poré1n, este tempo é relativa1nen-
R te curto, co1no veremos adiante.
Observa-se que a variação das gran-
dezas em questão não é unifor1ne.
Durante o processo de carga do ca-
pacitar, a tensão aplicada ao circuito
será constituída por duas co1nponen-
tes:

E j l\ +
.FIG. XXI-1 e
149

V ARIAÇAO DA CORRENTE DURANTE O


PROCESSO DE CARGA DO CAPACITOR

CRESCIMENTO DA CARGA E DA TENSÃO


NO CAPACITOR, DURANTE O PROCESSO DE
CARGA

FIG. XXI-2

As letras n1inúsculas sü11bolizan1 va-


lores instantâneos de corrente e de
carga adquirida pelo capacitar. O pro- g = Q (1- e CR )
duto "iR" é a queda de tensão no re-
~istor e o termo "q/C" corresponde à
1
CR!og(-)
tensão entre as placas cio capacitar.
No início do Jenôn1eno, a carga do
t
capacitar ainda é zero, e, portanto

iR = E valor instantàneo da corrente de


carga, en1 AMPERES(A)
Verifica-se ciue o valor inicial ela
corrente de carga é limitado pela re- q valor instantâneo da carga ad-
~istt'ncia do circuito. quirida pelo capacitar, em COLT-
No fim da carga, a quantidade dt-' LOMBS (C)
eletricidade armazenada no capacitor
já atingiu o seu valor final (Q), nüu t tempo necessário para que a cor-
há n1ais corrente no circuito e rente de carga caia a qualquer
valor instantâneo, em SEGUN-
DOS (s)
Q
E valor inicial da corrente de car-
e ga (I ~ E/ll), e1n AMPE-
RES (A)
Com as expressões que se seguein Q = valor final da carga do capacitor
é possível determinar os valores ins- (Q = CE); en1 COULOMBS
tantâneos da carga adquirida pelo ca-
(C)
pacitar e da corrente de carga, ben1
con10 o tempo necessário para que a R resistt'ncia do circuito, •m
corrente caia a um detenninado va- OHMS (íl)
lor, antes de se anular:
e capacitância do circuito, em
FARADS (F)
e base do logaritmo neperiano
l e CR
(e = 2,718 28)
150
Quando um capacitar c:arregado é
+ ligado em série com um resistor, e os
ternünais li\Tes são postos em contato,
como na figura XXI-3, estabelece-se
uma corrente no circuito (corrente de
R descarga)_ da placa carregada negati-
vamente para a placa carregada posi-_
tivamente. Esta corrente é máxima no
início do fenômeno, caindo a zero
num ten1po relativamente curto. Tco-
1icamente, esta corrente .~ó se anula-
ria após u1n tempo t = .:;o .
FlG. XXI-3
E
tempo
VARIAÇÃO DA CARGA
Q
E DA TENSÃO NO
CAPACITOR DURANTE

A DESCARGA

VARIAÇÃO DA CORRENTE DURANTE A


DESCARGA DO CAPACITOR
tempo

FIG. XXI-4
Con1 as expressões que se seguen1 é Constante -de Tempo de um Circuito
possível determinar os valores instan- R-C
tâneos da corrente e da carga, bem
como o tempo necessário para c1ue Constante de ten1po de u1n circuito
caiam a um determinado valor: R-C é o ten1po que seria necessário
para a corrente atingir o valor zerq,
t se continuasse decrescendo con1 a
mesma rapidez (razão) observada no
CR início dos fenô1nenos de carga ou de
1e descarga. 1\. razão de variação da cor-
t
rente dilninui a cada instante, o que
CR retarda a sua queda, tomando nlai~
q Qe demorada a carga ou a descarga do
capacitar. Por este motivo, no te1npo
O sinal ( - ) indica que cor~espondente a uma constante de
a· corrente tem sentido tempo a corrente perde apenas 63,2'%
oposto à de carga. do seu valor inicial; isto significa que
a' constante de tempo é ta1nbé1n o
I tempo necessário para que a carga do
CR!og{-) capacitar e a tensão entre suas placas
a.tinjam 63,2'i'o do seu valor final.
t~ Para que o capacitar fique con1ple-
log e tamente carregado é necessário uni
151

tempo bem maior, aproximadamente O valor final da corrente é deter-


5 vezes a constante de tempo. minado pela lei de Ohm (1 = E/R).
A constante de tempo de um cir- Durante o crescimento da corrente,
cuito R-C, representada pela letra a tensão aplicada ao circuito é a soma
"T', é dada pela expressão das componentes

T - CR
E iR + L
e capacitância, em FARADS (F)
R resistência, em OHMS (0)
T constante de tempo do circuito, iR = valor instantâneo da tensão no
em SEGUNDOS (s) resistor "R" (ou na resistf>.ncia
do circuito)
O tempo aproximado para comple-
tar a carga do capacitar é igual a 5 T Li i
segundos. L - - - parcela de tensão· destina-
ii t da a vencer a força ele-
Circuito R-L tromotriz de auto-indução

Em um circuito como o da figura Li i


XXI-5, constituído por indutância pura (-L-)
e resistência, o crescimento da corren- Li t
te é retardado pela força contra-ele-
tromotriz resultante da própria varia- Ao ser ligado o circuito, a compo-
ção da corrente. nente "iR" é nula e a força contra-
eletromotriz é máxima, pois a razão
de variação da corrente é máxima.
Depois de um certo tempo, que de-
R pende da relação entre "L" e "R", a
corrente pára de cre!i(;:er por t~r atin-
gido o va1or final {I = E/R); em con-
l seqüencia, a força eletromotriz de
auto-indução toma-se nula.
O va1or instantdneo d corrente no
circuito e o tempa necessário para que
a corrente atinja um determinado va-
lor podem ser calculados com as e><-
pressões que se seguem, e que ct•r-
FIG. XXl-5 respondem à curva da Fig. XXl-6:
R<
I i=I(l-e L )

EQUAÇÃO DE HELMHOLTZ
CRESCIMENTO DA CORRENTE NUM
CIRCUITO INDUTIVO
I
log ( - )

tempo
FIG. XXI-6
t
L

R [ 1-i

log e ]
152

valor instantâneo da corrente, (1 seu valor final (1, durante o cresci-


em AMPERES (A) mento, e zero, na sua queda), se a ra-
t tempo necessário para que a cor- zão de variação inicial fosse mantida
rente atinja wn determiriado va- C"Onstante.
lor, em SEGUNDOS (s) Entretanto, numa constante de te1n-
L coeficiente de auto-indutância po a corrente só atinge 63,2o/o do seu
do circuito, em HENR YS (H) valor normal (durante o crescimento)
R resistência do circuito, em ou perde apenas 63,2% do seu valor
OHMS(íl) inicial (durante a queda).
e base do logaritmo neperiano A constante de tempo de um cir-
(e ~ 2,718 28) {'Uito indutivo, representada pela le-
tra "T", é determinada com a ex-
Quando o circuito em apreço é des- pressão
ligado, ocorre outra vez vma variação L
de corrente que próvoca o apareci- T
mento de uma força eletrorr1otriz in- R
duzida. Esta, de acordo com a lei de
lenz, tende a milnter a corrente no T = con~tante de tempo, em SEGUN·
circuito, retardando o seu desapareci- DOS (•)
mento. Este fenômeno é acompanha- L auto-indutância do circuito, em
do normalmente de centelhas entre HENHYS (H)
os contatos que foram afastados, e fa- R resistência do circuito, e1n
la-se, comumente, de uma EXTRA- OHMS (íl)
CORRENTE DE RUPTURA. A va-
riação da corrente é exponencial como Resolução Gráfica
inostra a figura abaixo, e seu valor
instantâneo pode ser determinado com As curvas exponenciais universais
a expressão abaixo permitem a determinação mais
simples dos valores instantâneos das
grandezas a que nos referimos nos
parágrafos anteriores, nos circuitos R-C
e R-L. Ver apêndice 11.
O eixo das abscissas corresponde ao
número de constantes de tempo e o eixo
l "" 1 e L
das ordenadas. dá, em percentagem, o
valor da grandeza considerada.

tempo

--
~

'
"'lri': -
-- - '"'t ' --+,
-1-- ;_ 1:.'._.
~

.~
-

FIG. XXI-7 -- -t. -· ___ •


-:-: ; 1 _,i -
.
Constante de Tempo de um Circuito
R-L
-- - i frfi ' -
.
,
- lc

A constante de tempo de um cir- CURVAS EXPONENCIAIS UNIVERSAIS


cuito indutivo é o tempo que seria ne-
cessário para que a corrente atingisse FIG. XX!-8
Energia Armazenada num Capacitor EXEMPLOS,

Como sabemos, energia é a capaci- 1 - Um capacitar de 0,1 /L Fé liga-


dade de produzir trabalho. Um capa- do em série com um resistor de 1 MO.
citar carregado pode produzir uma ~ o conjunto ligado aos terminais de
corrente elétrica e, portanto, realizar uma fonte de 200 V de resistência in-
um trabalho elétrico. Assim, dizemos terna desprezível. Calcular o valor da
que há energia armazenada num ca- corrente que flui no instante em que
pacitor e seu valor é calculado com a ligação é feita, a constante tle tem-
a expressão po do. circuito e o tempo necessário
(aproximado) para o capacitar adqui-
CE' rir sua carga total.
w
2

W = energia armazenada no capa-


2 X 102
citor, em JOULES (J) 1
c capacitância do capacitar, em R 10'
FARADS (F)
E tensão entre as placas do capa- T CR = I0- 1 X 106 - 0,1 s
citor, em VOLTS (V)
sxT-sxo,1-0,s,
Energia Armazenada no Campo Mag- 2 - Determinar a constante de tem-
nético po do circuito abaixo:

O magnetismo é uma forma de ener-


gia e, assim, a existência de ·um cam- =
po znagnético implica em disponibili-
dade de energia. SH
Realmente, se se fizer um campo
magnético desaparecer, a sua variação
2on
poderá provocar uma corrente elétri-
ca e, deste modo, realizar trabalho.
A energia de um campo magnético
é determinada com a equação

Li' FIG. XXI-9


W-
2 SOLUÇÃO,

L
W energia, em JOULES (J)
T
I intensidade da corrente, quan- R
do o campo está estacionário,
em AMPERES (A) 5
L auto-indutância do circuito, em T- - 0,2.5 s
HENRYS (H) 20
154
3 - Qual o valor normal da corren- PROBLEMAS
te no circuito? Qual o tempo neces-
sário para que a corrente atinja esse TRANSIENTES
valor, depois de fechado o circuito?
1 - Um capacitar de 0,1 microfarad
e um resistor de 1 megohm são ligados
f'Ol série a uma bateria de 200 V com
7fl resistCncia interna desprezível. Cal-
cular o valor da corrente, 0,1 segundo
após a ligação.
R.: 0,074mA
- 10V 2H
2 - U1n capacitar de 20 microfarads
e um resistor de 2.000 ohms são ligados
cin série a uma fonte de 600 V, de
corrente contínua. Determinar o tempo
necessário para que a corrente ae
carga caia a 10% do seu valor inicial,
FIG. XXI-10 a carga no instante em que a corrente
de carga cai a lOo/o do seu valor inicial
t' a constante de tempo do circuito.

SOLUÇAO•
R.: 0,0922 s
o,01os e
E 10 0,04 s
I - !OA
R 1 3 - Un1a bobina com uma resisten-
cia de 4 ohms e uma indutância cons-
L 2 tante de 2 H é ligada a uma fonte de
T ~ 2' 20 V, d~ corrente contínua. Calcular
R 1 a constante de ten1po, o valor final da
corrente e o valor da corrente 1 se-
5XT=5X2-10s gundo ap6s o fechamentÓ do circuito.
R.: 0,5 s
4 - Um capacitar é carregado até
gue a diferença de potencial entre suas 5 A
4,32 A
placas é de 1.000 \ 7• Sabendo que sua
capacitância é de 2 µ :F, determinar a 4 - U1na bobina de 1.000 espiras,
energia armazenada no mesmo. co1n núcleo de ar, tem uma resistên-
cia de 2 oh1ns. A corrente de 3 A que
a percorre produz um fluxo de 500
SOLUÇÃO• 1nicrowebers. Calcular a força 1nagne-
ton1otriz, a constante de ten1po do cir-
CE' cuito, a indutância da bobina e a f.e.1n.
w de auto-indução (média) quando o
2 fluxo é invertido em 0,3 segundo.
!L 3.000 A
2 X IO--' X 10'' 0,08 s
w - lj 0,16 H
2 3,2 V
155

5 - Uma bobina com 200 ohms de E


••
resistência e 2 H de indutância cons- R,, i~--(1-e L)
tante é ligada a uma fonte de 50 V. R
Detenninar o valor da corrente após t ..... 0,001 s
um período correspondente à cons-
tante de tempo do circuito. 8 - Um relé tem 400 ohms de resis-
R,, 0,!58A tt'ncia e uma corrente de operação de
15 mA. A bobina do relé tem 14..000
6 - Um relé com 1.000 ohms de re- espiras e a relutância do circuito pode
sistência e 10 H de indutância opera ser considerada constante e igual a
quando a corrente atinge o valor de 1,175 X 10 1 A/Wb. Calcular a indu-
Z5 mA. Que tempo decorrerá antes tância do relé e o tempo necessário
do relé entrar em funcionamento, se para que a corrente atinja o valor de
uma tensão de 50 V for aplicada aos operação, quando o relé é ligado em
seus tenninais? <>érie com um resistor de 400 ohms e
uma tensão de 50 V é aplicada ao
R.: 6,9 ms conjunto.
7 - Dar a forma modificada da lei R., 17,59 H
de Ohm, aplicável aos cãlculos de va- 6 milissegundos
lores instautâneos de corrente num
circuito de C. C. com indutância. Cal- 9 - Que energia é armazenada pelo
i.:uiar o tempo necessano para que a campo magnético de um indutor de
corrente num relé com 750 mH de in- 5 H e de 2 ohms de resistência, quan-
dutância e 500 ohms de resistência, do é ligado a uma fonte de 24 V?
ligado a uma fonte de 50 V, atinja o-
valar de 50 mA. R., 360 J
CAPITUO XXII

VETORES E QUANTIDADES COMPLEXAS

Quando se fala do comprimento de para que se tenha unia -noção exata


u1n corpo, de sua massa ou ainda do do que está sendo representado, é ne-
seu volume, nada mais é necessário cessário fazer o desenho obedecendo a
do que o valor numérico de cada uma u1na determinada escala. A seta numa
dessas grandezas, aco1npanhado da das extrenüdades rypresenta o sentido,
respectiva unidade, para que se tenha e o próprio segmento de reta indica a
uma idéia exata do que se deseja in- direção. E interessante ter em mente
formar. Grandezas deste tipo são cha- a distinção entre direção e sentido,
1nadas ESCALARES. lembrando que cada direção (horizon-
Outras grandezas, chamadas VE- tal, vertical e inclinada) admite dois
TORIAIS, só são perfeitamente en- sentidos.
tendidas quando delas conhecemos
não só o valor numérico, como ta1n-
bém outras informações, tais como di-
reção, sentido e ponto de aplicação.
Por exemplo, só é possível saber o que
acontece com um corpo submetido a ---+e
uma força quando se conhece o valor
dessa força, a direção cm que atua e VETORES
o sentido de sua ação. Da n1esma for-
ma, não podemos dizer que dois car-
ros têm a mesma vclocj_dade sornente
porque as leituras dos seus velocíme- FIG. XXII-!
tros são iguais. Isto, porque seus mo-
vimentos poden1 ter direções e senti- Os vetores são normahnente referi-
dos diferentes. dos a um eixo de referência, isto é,
As grandezas vetoriais são represen- ~ua posição é determinada em relação
tadas graficamente com o auxílio de a um eixo de referência.
seg1nento~ de reta orientados, chama- Para designar un1 vetor c:on1 uma
dos VETORES (esta a razão da ex- letra, utiliza-se um ponto sob a mes-
pressão GRANDEZAS VETORIAIS). 1na. Assim, E lê-se "vetor E". Outras
0

O comprimento do pedaço de reta notações são tambén1 usadas, tal como


é usado para representar o valor (~1ó­ uma pequena flecha colocada sobre a
DLTL0) da grandeza. Evidentemente, letra correspondente ao vetor:
157
.... Construindo o paralelogramo, e tra-
I - vetor 1 çando a diagonal

Tendo em vista o objetivo do nosso


estudo, limitaremos nossas observa-
ções aos vetores que representam gran-
dezas de direções iguais (sentidos
iguais ou opostos) e grandezas cujas
direções formam ângulos.
Para tornar mais compreensível o
assunto em questão, raciocinemos com
forças, que são grandezas vetoriais de
fácil aceitação. FIG. XXll-3
Se várias forças agem sobre um
mesmo corpo, todas na mesma direção obteJJH)\ u \ l to1 \ 1 _.,._ \ , que repre-
e no mesmo sentido, seus valores se senta a soOJa dos vctoreS considera-
soman1. O vetor que representa essa dos.
soma deve ter cotnprimento igual à A soma de três ou mais vetores an-
soma dos co1nprimentos dos vetores gulares é obtida compondo-se dois ve-
que representam as forças parciais, tores quaisquer, em seguida somando
bem como direção e sentido iguais. o prinieiro resultado obtido com um
Quando as forças têm direções terceiro vetor e assim sucessivamente:
iguais, mas seus sentidos são opostos,
a força total que age sobre o corpo é
a diferença entre a soma das forças
com um dos sentidos e a soma das
forças com o outro sentido. O vetor
que rep'resenta essa · resultante tein
comprimento igual à diferença entre
os comprimentos dos vetores que re-
presentam as somas parciais.
Quando as direções dos vetores for-
mam ângulos, co1no no caso de várias
forças atuand"o sobre o 1nesmo corpo,
aplicadas ao mesmo ponto, o vetor re-
sultante pü~e, ser obtido construindo- FIG. XXII-4
se um paralelogramo coni as direções
das forças e traçando-se uma diagonal Rçpresentação Vetorial
a partir do ponto comum aos vetores. de Ondas Senoidais
Consideremos os vetores \', e V 2
Não é muito conveniente a combi-
nação de ondas senoidais para a reso-
lução gráfica de circuitos de C. A.
É muito mais prático o emprego de
\'etores para a representação das gran-
dezas senoidais que variam com o
tempo.
Uma senóide pode ser considerada
como o desenvolvimento em coorde-
FIG. XXll-2 nadas retangulares de um vetor de
158

grandeza invariável, que gira em sen- valor numer1co. A outra parte da re-
tido contrário ao dos ponteiros de um presentação do vetor é o seu ARGU-
relógio, com velocidade angular cons- MENTO, o ângulo que faz com o eixo
tante. de referência.
A simbologia em questão não repre-
!>enta o produto do módulo pelo ar-
gumento; apenas dá as coordenadas
------r-- polares do vetor.
Os ângulos que os vetores fom1am
º' "'· com o eixo fte referência são conside-
rados do mesmo modo que e1n trigo-
nometria: positivos, no sentido contrá-
'--'-"'-------- --------- rio ao do movimento dos ponteiros de
um relógio, e negativos no caso con-
trário. O plano de coordenâdas cor-
responde, por convenção, a 360 graus
FIG. XXll-5 elétricos, de modo que uma rotaçáo
completa do vetor, a partir do eixo ho-
Apesar da grande vantagem da so- rizontal direito, siinboliza a seqüen-
lução gráfica que os vetores podem cia de valores fºr que passa u1na
proporcionar, aliada à aplicação de re- grandeza senoida en1 un1 ciclo.
lações trigonométricas, é ainda muito Quando o argu1nento do vetor é ne-
rnais prático o uso de vetores em coor- gativo, esta condição pode ser expres-
denadas polares e em coordenadas re- ~a e1n uma das for1nas abaixo:
tangulares.

Vetores em Coordenadas Polares

Um vetor pode ser expresso pela


sua grandeza e pelo ângulo que for-
ma com um eixo de referencia. Defi- I
nido deste modo, dizemos que está na
FORMA POLAR ou em COORDE-
NADAS POLARES.
Na figura ao ! Ih._
lado temos o ve- ou
tor E, que fonna
um ângulo rp
1
com o eixo hori- •
zontal positivo,
FIG. XXII-6 normahnente to- FIG. XXII-7
mado como eixo
de referência. Sua representação na
forma polar é a seguinte: Vetores em Coordenadas
Retangulares

U nl vetor ta1nbém pode ser repre-


~entado pelas suas projeções {compo-
A letra E sem o ponto corresponde nentes horizontal e vertical) nu1n sis-
ao MODULO DO VEl'OR, isto é, seu tema de coordenadas retangulares:
159
"j" experimenta uma rotação de 90°,
E no sentido positivo convencionado.
De acordo com as expressões abai-
xo, um vetor situado sobre os eixos
vertical (positivo e negativo) e hori-
zontal (positivo e negativo) será desig-
nado de conformidade com a figura
XXII-10.

FIG. XXII-&

Mas, como indicar o vetor, sem fa- j E


zer o desenho? -E E
Isto se consegue com o auxílio de
uma auantidade chamada "OPERA-
DOR i''. - j E
Consideremos a figura FIG. XXII-10

Vê-se que o operador "j.., sob um


1 ponto de vista não matemático, é um
( )1 símbolo que, acompanhando um vetor,
serve para indicar sua posição num
sistema de eixos retangulares. Se a le-
tra (ou valor) correspondente ao vetor
FIG. XXII-9 está acompanhada de + j, sabemos
que o vetor está no eixo vertical, para
onde temos o vetor 1 sobre o eixo de cima; se está prf'cedida de -j, está no
referência, à direita do eixo vertical.eixo vertical, para baixo. Sem o "j", o
O· mesmo vetor colocado no eixo ho- vetor está no eixo horizontal, à direi-
rizontal à esquerda do eixo vertical é ta ou à esquerda, conforme o sinal.
designado por -1; isto significa que A representação do vetor na forma
para fazer um vetor girar 1800 no sen-retangular, também chamada BINô-
tido considerado positivo basta mui- MIA ou COMPLEXA, é feibl confor-
tiplicá-lo por -1. me mostram os exemplos abaixo:
E se desejássemos que o vetor se ~E
deslocasse apenas 90°? -----
Sabemos 9!!!l -1 é o mesmo que Ev~ ~ = EH + j Ey
v=f X v=I e, portanto, ~emos __
dizer que um vetor multiplicado por EH
-r=r e em seguida novamente por IH
V-:::Í gira ISO°; se o mesmo vetor fos- ---lo~'"T".'."_...,.,__
se multiplicado apenas uma vez por
..r=i., ele seria deslocado apenas 90°. I-1.-ji,
A exfressâo v=i', simbolizada pela
letra "j , é conhecida como um ope- r,,_____ 1
rador; qualquer vetor multiplicado por
FIG. XXII- li
160
Sabemos que 1

30 + j 50 - J30• + 50'
EH-Ecoscp /are tg 50/30 = 58,3 ~
Ev=Esen<p

logo, podemos escrever que A transformação da forma polar em


retangular é simples aplicação das re-
E Ecosq:i+jEsencp lações trigonométricas num triângulo
• retângulo:
1 1coscp-j1 sencp
• ~ _;_E~=Ecosa+jEsena

! = 220 / 121Y' = 220 cos 120º +


Conversão de Forma Polar
em Retangular e vice-versa + j 220 sen 120º = - 110 + j 190,5
As componentes do vetor, num sis-
tema de eixos retangulares, formam Operações com Vetores
com o próprio vetor um triàngulo re- na Forma Polar
tângulo, o que nos permite escrever as
expressões abaixo, relativas aos MÓ- Não é possível somar ou subtrair
DULOS dos vetores utilizados nos quantidades vetoriais na forma polar.
exemplos que acabamos de dar: Prhneiramente devem ser convertidas
na forma retangular ou binô1nia e, em
seguida, efetuadas as operações.
A multiplicação e a divisão de ve-
tores na forma polar são, porém, ope-
1 ,/1; + 1:
= rações bem simples.
Os argumentos dos vetores em ques- Para multiplicar, basta multiplicar
tão podem ser determinados a partir os módulos e somar os argu1nentos,
da tangente, o que se faz do seguinte Exemplo: determinar o produto dos
modo: vetores~ = 3 /10º, ~ = 2 /-20° e

Ç-4b:
1' X~ X Ç ~ 3ÍJ!!_X 2/-20° X
are tg = lê-se "arco ou ângulo cuja X 4/..Z. - 24/-5°
tangente é ... "
Para dividir; basta efetuar a divisão
Assim, a transformação de um ve- indicada com os módulos; o argumento
tor da forma binômia para a forma do quociente é igual ao argumento do
polar é procedida conforme mostram dividendo menos o do divisor.
os dois exemplos abaixo: y
Exemplo: dividir = ~00 / 30º por

1 - 20 /1201º
• V 00 30"
brt.
• 5 /-90°
1 20 I I'lfJ'

161
Operações com Vetores 3) 11ultiplicar 2 + j 4 por 3 - j 5.
na Forma Retangular
+ j 4) (3 - j 5) ~ 6 -
(2 j 10 +
A son1a, a subtração e a rnultiplica- + j 12 - i' 20 ~ 26 + j 2
çiio de vetores nesta forma obedecem
às regras de Álgebra. A divisão de dois vetores é deter-
Exe1nplos: minada pela aplicação do pri'ncípio de
1) So111ar o;, vetores 1,5 + j 20, racionalização, isto é, multiplicando os
-2 + j4 e -3 - j 2. . termos da divisão pelo conjugado do
divisor:
15+j20 Exemplo: Dividir 36 +
j 12 por
-2 + j 4 8 - j 4.
-3 - í 2 36 + jl2 36+jl2 8+j 4
----x---
1D+j22 8-j 4 8-j 4 s+ i4
2) Do vetor 5 - j 4 subtrair o ve- 288+j144 + j96 + j'48
tor 3 - j 2.
64 - i' 16
5 - j 4
-3 + j 2 240 + j 240
3 +j3
2 - j 2 80
CAPITULO XXII!

CIRCUITOS MONOF ÁSICOS IDEAIS

Um circuito monofásico é aquele a ser vencida pela ~nsão aplicada é


alimentado por uma única tensão al- a resistência efetiva, e, portanto,
ternada.
O estudo dos circuitos de C. A. de- I
ve ser precedido pela análise de três
circuitos ideais, isto é, pelo estudo do
que ocorreria se pudéssemos ter cir-
cuitos com resistência pura, com indu-
'
tância pura e com capacitància pura.
Compreendida a atuação de cada
um desses paràmetros, torna-se mais
fácil assimilar o que ocorre num cir-
cuito real, onde atuam simultanea-
mente.
De acordo com o que já foi estuda-
do, qualquer circuito de corrente al-
ternada apresenta resistência, reatân- FIG. XXIII-1
cia indutiva e reatância capacitiva. Z~R
Na maioria dos casos, porém, um ou
Convém esclarecer que "R" não é
dois d.estes três elementos têm tão pou-
apenas a resistência de um resistor, e
ca influência no circuito que podem
,;m A RESISTeNCIA EQUIVALEN-
ser desprezados.
TE DE TODOS OS ELEMENTOS
Após o estudo dos circuitos ideais
QUE CONSTITUEM O CIRCUITO.
vere1nos os circuitos monofásicos EM
A intensidade da corrente fornecida
SÉRIE, EM PARALELO e MISTOS.
Por sua vez, os circuitos em série se- pela fonte é
rão divididos em três grupos: circui-
tos R-C, circuitos R-L e circuitos E E
R-L-C. l-
z R
Circuito Puramente Resistivo donde
E
Trata-se de um circuito (Figura E~ IZ e z~-
XXIIl-1) em que a única dificuldade l
163
A teyisão Eii e a intensidade da cor- O cálculo da potência em C. A. é
rente atingem valores corresponden- feito com as mesmas equações estuda-
tes ao mesmo tempo: das em c. C., observados apenas os
seguintes fatos:

a potência aparente refere-se à


energia gasta por segundo para
vencer a dificuldade total do cir-
cuito; para calculá-la devemos
considerar a impedância (Z) e a
tensão total· aplicada ao circui-
to (E),
FIG. XXIII-2 E'
S =E 1~1 2 Z =-VOLTS-
Quando isto ocorre com duas gran- z
dezas, dizemos que estão EM FASE. AMPÉRES (VA)
Em outras palavras, a tensão Eii e a potência real é apenas a energia
intensidade da corrente no circuito gasta por segundo para vencer
atingem seus valores máximos, míni- a resistência efetiva. No seu cál-
mos ou quaisquer valores no mesmo culo é considerada simplesmen-
instante. Isto é evidente, pois te a resistência efetiva (R) e a
tensão ER:

E•'
p E, I PR
e R é constante. R
Neste circuito temos a igualdade
WA'ITS (W)
a potência reativa é a energia gas-
ta Unicamente para vencer a rea-
Como as duas grandezas E e I são tância do circuito. Para calcu.
senoidais e estão em fase, podemos re- lá-la, consideramos a reatância
p_resentá-las vetorialmente conforme a (X) e a parcela da tensão desti-
figura nada a vencê-la (Ex):
E'
X
Q-EI~l'X~

• •
X
X
E, VOLTS-AMPÉRES REATIVOS
1 I
(VArs)
Como vimos, o circuito que está
FIG. XXIII-3 sendo considerado não apresenta rea-
tància, e a potência reativa é nula:
Toda a energia aplicada a este cir-
cuito é usada para vencer apenas sua O fator de potência do circuito é
resistência. Assim, podemos concluir igual a 1 ou 100%; isto porque toda a
energia aplicada ao circuito está sen-
que
do gasta para vencer sua resistência.
Potêi:acia reativa = O Também pela expressão abaixo chega-
Potencia real ~ Potência aparente mos à mesma conclusão:
164

p
Fator de potência - -- - 1
s
Circuito Puramente Capacitivo

FIG. XXIll-5

E ""'
l I

E,
1 e
Dizemos que Ec 6 1 estão DEFASA-
DAS de 90 graus elétricos; como
os valores de l se antecipam aos va-
lores de E , afirmamos que 1 está
adiantada 9Õ graus elétricos em rela-
ção a E

t

0
Como estas duas grandezas são se-
noidais e estão defasadas 90 graus elé-
1 tricos, podemos representá-las veto-
rialmente de acordo com a figura

I
FIG. XXIII-4

Neste caso, o único obstáculo ao es- <p


tabelecimento de uma corrente no cir-
cuito é a reatância capacitiva. Assim,
podemos escrever que
q:i - ângulo de defasagem
Z-X,-1/2.,,.fC
FIG. XX!ll-6
X simboliza a reatância capacitiva
total do circuito, isto é, a reatância Toda a energia aplicada a este cir-
oferecida pela capacitân<jia equivalen- cuito é usada para vencer sua reatàn-
te do circuito. cia capacitiva. Concluímos que
A intensidade da corrente no cir-
cuito é Potência real - O
Potência reativa - Potência aparente
E
1 - E/Z - E/X, - - - - - As potências aparente e reativa po-
1/2.,,. 1 e dem ser calculadas com qualquer das
expressões:
donde Q ~ S - E I - E I - i' Z
- 12 X - ElJZ - e E l/X
=
E - IZ e Z - E/1 ' ' '
O fator de potência do circuito é
Sabemos que a d.d.p. entre as pla- zero, pois não há gasto de energia para
·cas de um capacitar é zero quando a vencer resistência, ou, como .mostra a
corrente de carga é máxima, e vice- expressão abaixo:
versa. Neste circuito, E e 1 não atin- p o
gem valores correspond~ntes ao mes- Fator de potência = - -= - =- O
mo tempo s s
165
Circuito Puramente Indutivo Neste caso, dizemos que 1 está atra-
sada 90 graus elétricos em relação à
O circuito apre- grandeza EL.
senta uma única
dificuldade a o Vetorialmente, podemos representar
estabelecimento estas duas grandezas - do seguinte
de uma corren- modo:
te elétrica: a sua
reatancia induti-
va. Desta fonna EL <p = ângulo de defasagem
podemos escre-
ver que

FIG. XXIIl-7

I
Z =X,.~ 2 w f L
X simboliza a reatância indutiva to-
tal Jo circuito; é a reatância oferecida
pela auto-indutância equivalente do FIG. XXIll-9
circuito.
A intensidade da corrente no cir- A energia aplicada ao circuito tem
cuito é a exclusiva finalidade de vencer a rea-
tância indutiva, donde concluímos
I ~ E/Z = E/X,. - E/2 'li' f L que:

donde Potência reativa = Potência aparente

E - I Z e Z =E/! Potência real o


Estudamos que a indutância no cir- As potências aparente e reativa po-
cuito retarda o crescimento e a queda dem ser calculadas con1 qualquer aas
da corrente, e vimos que a força ele- expressões abaixo:
tromotriz de auto-indução é máxima
quando 1 é igual a zero, e vice-versa.
Portanto, E,, e 1 estão sempre defasa- Q- S ~E!~ E,I - l'Z -
das 90 graus elétricos, o que pode ser
representado como mostra a figura: = 1 xL -
2
E /Z ....
2
EL~;xL

E,
O fator de potência do circuito é
zero, porque não está rendo gasta
energia para vencer resistência. Che-
ga-se à mesma conclusão pela expres-
são

FATOR p o
DE -O
FIG. XXIII-8 POTENCIA s s
CAPITULO XXIV

CIRCUITOS MONOFASICOS DE C. A. (CIRCUITOS EM


SÉRIE, TIPOS R-C, R-L E R-L-C)

Os circuitos de corrente alternada No decorrer deste capítulo serão


em série apresentam as mesmas ca- apresentados exemplos que tor-
racterísticas gerais dos circuitos de narão mais claro o que foi ex-
corrf'ntc contínua: posto.
a intensidade da corrente é a
mesma em qualquer parte do cir-
cuito; Circuito em Série Tipo R-C
a tensão aplicada ·ao circuito é
igual à soma das tensões parciais
nos diversos elementos do mes- r
mo. Entretanto, em corrente al-
ternada a soma em apreço é ve-
torial, com? será discutido a se-
guir;
a impedância total ou equivalen-
te é a soma das impedâncias par-
ciais. Na determinação da impe-
dância total, associa1nos prirr1eiro
T
as resistencias, indutâncias e ca-
FIG. XXIV-1
pacitâncias, e, então, representa-
mos a impedância na forma polar
R e C simbolizam, respectivamente,
ou binômia. Às vezes, não são co-
a resistência equivalente e a capaci-
nhecidos os valores das resistên-
tância equivalente do circuito.
cias,_ indutâncias e capacitâncias
A dificuldade encontrada pela fon-
parciais, mas são oferecidcis os
te para estabelecer uma corrente no
valores das impedâncias dos di-
circuito é determinada pela son1a ve-
versos elementos do circuito, o
torial de R e X0 :
que facilita ainda mais o cálculo
da impedância total, resumindo-
se numa soma da8 quantidades Z = soma vetorial de R e X,.
conhecidas:
A intensidade da corrente elétrica
obedece à lei de Ohm:
167
E O vetor E e suas componentes for-
1 1nam um triângulo retângulo
z
donde

E=IZ e Z--E/I

Neste circuito, a tensão E é a soma


vetorial das componentes ER e E 0 • Po-
demos representar vetorialmente as TRIANGULO
tensões no circuito, tomando como re- DAS TENSõES
ferência a corrente. É conlum, aliás, FIG. XXIV-3
considerar o vetor corrente no eixo de
referência nos circuitos em série, ten- permitindo-nos escrever a expressão
do em vista que a intensidade da cor- abaixo, que nos dá o m6dulo da ten·
rente é a mesma em qualquer parte são E:
do circuito. E" ER• + Ec2
E ./Er/ + Ec 2
Volts

ou, na forma polar,

<p = r\ngulo de Defasagem :€ inoperante o uso do sinal ( - ) na


determinação do m6dulo do vetor;
contudo, seu uso é indispensável na
FIG. XXIV-2 determinação da posição do vetor em
relação ao eixo de referência.
Sabemos que
Observa-se que o ingulo de defasa-
gem entre a tensão aplicada ao cir- E ~ IZ
cuito e a corrente no circuito é menor ER =IR
do que 900, e seu valor depende da
razão entre os valores de R e de X0 . Ec = IXc
O vetor E (tensão aplicada ao cir- e se dividimos todos os termos por 1
cuito) pode ser representado nas for- temos o triângulo retàngulo abaixo:
mas polar e binômia:
R
~ - El!!._ Vólts
E Volts

ou TRIANGULO
E E cos q:i - j E sen CJl DAS IMPEDANCIAS
• FIG. XXIV-4
168
A partir deste triângulo podemos
achar o valor da impedância:

Ohms ou

A impedância não é uma grandeza Z = Zcosq.i-jZsenq.iíl


vetorial, mas é normal a sua :represen- •
tação como um vetor, dada a conveni- Observa-se que o ângulo utilizado
ência desta medida. Ássim, podemos na representação do vetor impedA.ncia
dar a impedância nas fonm\S polar e é o rnesmo que o vetor E forma com
binômia: o eixo de referência (I), fato que ocor-
re em qualquer circuito de corrente
Z-Z alternada.

.
Z - ,/R' +X'
'
~fultiplicando os lados do triilngulo
das tensões por 1, obtemos o TRIAN-
GULO DAS POTJ!:NClAS,

ou

FIG. XXIV-5

P = ER 1 = potência real E/
Q = 12 Xc ~ - - VArs
potência reativa x,
s E I potência aparente Outras relações poderiam ser escri-
tas, e, para tanto, sugerimos uma nova
Do triângulo em apreço podemos leitura do que foi visto com referência
concluir que aos circuitos ideais.
Neste circuito, o fator de potência
P = S cos IJl = E 1 cos rp Watts é sempre maior que zero e menor que
l, pois sempre há gasto de energia
Q- Ssencp = EI sen <p VArs
para vencer re5istência, sem que toda
S - jp, + Q' VA
a energia aplicada ao circuito tenha -
essa finalidade:
E, fazendo substituições de termos, Fator P Elcosq.i
de acordo com a lei de Ohm: de
E."
Potência s E!
Watts Observa-se que o fator de potência
R do circuito corresponde ao co-seno do
169

ângulo de defasagem entre a tensão _,\ intensidade da corrente é


aplicada ao circuito e a corrente no
circuito. E: NORMAL USAR A EX- E
PRESSÃO 1
cos q;, z
donde
PARA DESIGNAR O FATOR DE E~IZ e Z~E/I
POT:t;:NCIA.
A tensão aplicada ao circuito (E) é
Os triângulos das tensões e das irn- a soma vetorial das componentes ER
pedàncias, bem como a equação de e Er.:
definição do fator de potência, propor-
cionam outras expressões para o cál-
culo do fator em questão:

cos 'f.!
z E
ER
Como a corrente está adiantada em
ielação à tensão, é usual dizer que o FIG. XXIV-7
circuito apresenta FATOR DE PO-
T~NCIA ADIANTADO. O valor de 'f.! depende da razão en-
No estudo dos outros circuitos evi- tre os valores de R e XL.
taremos repetir todas as razões que Representando o vetor E nas for-
levaram a determinadas conclusões e, mas polar e binômia:
assim, aconselhamos um estudo atento
do circuito R-C, para melhor compre- ~=E Í3:._ Volts
ensão dos parágrafos seguintes.
li: = ER + j EL =Ecos cp +
Circuito em Série Tipo R-L • + jEsen<P Volts

O triângulo das tensões te'!)1 o se-


[ guinte aspecto:

,./1, ou
k_JL 2U T7/1IX
L
IR

FIG. XXIV-6 FIG. XXIV-8

R e L simbolizam, respectivamente, o que permite- a determinação do mó-


D. resistencia equivalente e a auto-in- dulo da tensão E, de acordo com o
dutância equivalente do circuito. A teorema de Pitágoras:
impedância do circuito é a soma ve-
torial de R e XL. E~ JER 2 + E1." Volts
170

ou, na forma polar: P - S cos q:; - Elcoscp -


E'
- I2R -

- - Watb
R

Dividindo os termos corresponden-


tes aos lados do biângulo das tensões
por 1, obtemos o triângulo das impe-
dâncias:
FIG. XXIV·9 S- ,/P' + Q' VA
O fator de potência do circuito é
sempre maior d"o que zero e menor do
que 1, e, como a corrente está atra-
sada em relação à tensão, dizemos que
o circuito apresenta FATOR DE FO-
TllNCIA EM ATRASO,
R
Fator p R
Representando vetorialmente a im- de coscp------
pedânO.a: Potência S Z E

:. ~ z !..:E.. ".'" Circuito em Série Tipo R-1.rC

- ../R• + X,' /aw tg XJR íl R


[

E"- EL l
Do mesmo modo que no circuito

~e~
R-C, podemos obter o triângulo das
potências;

e
FIG. XXIV-11

R == resistência equivalente do cir-


cuito
L - auto-indutància equivalente do
circuito
e == capacitância equivalente do cir-
FIG. XXIV-10 cuito.
Z .... soma vetorial de R, XL e X 0 •
P - Ea 1 - potência real
E
Q - Er. 1 ..... potência reativa 1---
z
S - E1 - potência aparente donde E - IZ e Z - E/I
171

Neste tipo de circuito, três situações podem ocorrer:

,,
E,
'• I
,,
[L-fc ------ [
"'"
L- fR=f ·1
~
'e
'e
'• I
'e
f

FIG. XXIV-12

E - E Ú!_-
E,,-Ec
- ,_k R
'+(E J. - E)'
C
arctg

Volts
No primeiro caso, o circuito com-
porta-se como~ um circuito indutivo ~ - E0 + j (E,. - E,) Ecoscp+
(R-L), no segundo caso toma-se capa-
citivo e no último caso apresenta pra- -f- j E sen IV Volts
ticamente as características de um cir-
cuito pura1ncnte resistivo.
TRIÂh.1GUI,0 DAS I:\tlPEDANCIAS
:É: interessante observar que EL - Ec
representa a SOMA de + Ei. com
-E,.:

Veja1nos a.~ características do circui- X


to em ca<la uma das situações que po-
dem existir:

R
TRIÂNGULO DAS TENSÕES FIG. XXIV-14

z z[g_-
~'1-'c = jR + x~
2 L are tg X/ll Q

'• Z =R+jX=Zcosrp+jZsenwQ

FIG. XXIV-13
172
TRIANGULO DAS POTENCIAS TRIÃNGULO DAS IMPEDÃNCIAS
R

s Q

p
FIG. XXIV-I5 FIG. XXIV-17
P -
E'
Scosqi - Elcoscp-I1 R - ~-zt.:!_-
- -•- Watts -X
R = .jR~ + x~ :rctg
}
R íl
Q-Ssencp-Elsen1p -
(E, - E.,)' Z- R -jX - Zcosqi-jZsencpíl
VArs •
X
TRIÃNGULO DAS POTENCIAS
p

Fator d€ P R ER
Potência = c o s c p - - - - - -
(atrasado) S Z E

TRIÃNGULO DAS TENSÕES P == Scoscp = Elcoscp = l'R -


E, -E11.'

Q..,. Ssencp - Elsenq> .... l 2 X -


(E, - E.,)'
FIG. XXIV-16 X

~-E /-'P- s - ..fp• + Q•


- ,fÊ,• + (E, - E.,)' Fator de P R Ea
E Potência -= cos q:i - - - - - -
Volts (adiantado) S Z E
E~ E,+ j(E, - E.,) -

- E cos qi - j E sen q> Volts
1'13

R 10
b) z - -- - - -13,30
E = E,, cos q; 0.75
Z-R c) q; = 41°24'
Q-0
P = S = EI sen qi = 0,661
cos 'f! = l
X1 , = Z sen cp = 13,3 X 0,661

EXEMPLOS, XL=8,8Q

1 - Um amperímetro, um voltíme- 3 - Uma impedância de 4- j 3 ohms


tro e um wattímetro são ligados no foi ligada a uma fonte de 100 V. De-
circuito de um motor de indução mo- terminar os seguintes elementos do
nofásico e índicam, respectiv,amente, circuito:
10 A, 220 V e 1.900 W. a) a resistência efetiva;
Determinar: b) a reatância;
a) o fator de potência do motor; e) a intensidade da corrente;
b) a impedância do circuito; d) o fator de potência;
c) a resistência efetiva. e) a potCncia aparente;
f) a potênda coa!,
SOLUÇÃO, g) a pott'ncia reativa.
E 220 SOLUÇÃO'
z- - - - 22íl
1 10 a) t a componente real -. 4 Q
b) É a componente imaginária =
s EI- 220 X 10- 2.200VA
3 íl
1900 E 100 100
cos cp 0,86
2200 e) I = - - ----
z ../4'+3' 5
R = Z coscp = 22X0,86=18,92Q - 20A

R 4
2 - 75% da energia aplicada por
d) cos qJ = -- - - - = 0,8
segundo a um circuito de C.A. são
transformados em calor. O circuito, z 5
que é indutivo, apresenta uma resis-
e) S -- E 1 = 100 X 20 ~ 2000 VA
tência de 10 Q. Determinar:
a) o fator de potência do circuito; f) P = Elcoscp = 2000 X 0,8 =
b) a impedância do circuito; 1600W
c) A reatância indutiva do circuito.
g) Q = S sen i:p cp = 36°52'
1

sen 36º52' = 0,6

a) cos q:i = 0,75 (~ ~ 2000 X 0,6 = 1200 VArs


174

Ressonância em Circuitos em Série A freqüência em que um circuito


em série entra em ressonância pode
Quando é estabelecida a igualdade ser determinada com a expressão
entre a reatância indutiva e a reatân-
1
cia capacitiva, o que determina a
igualdade entre as tensões Ec e EL,
dizemos que o circuito está em RES-
SONÃNCIA. freqüência de ressonância, em
Esta condição é desejável em vários f,
HERTZ (Hz)
circuitos usados em Eletrônica, mas
pode trazer conseqüências desagradá- L auto-indutància do circuito, em
veis, com danos para os elementos de HENRYS (H)
um circuito, quando não é prevista. e capacitância do circuito, em
Sabemos que a reatância indutiva é FARADS (F)
diretamente proporcional à freqüência
e que a reatância capacitiva depende Com efeito, se
inversamente da mesma. Assim, quan-
do alimentamos um circuito com uma Xr. = Xc
fonte de C.A. e fazemos a freqüência
variar desde um valor praticamente 1
nulo a um valor alto, podemos obser- 2 7T f L
var o crescimento da reatància indu- 2.-7rfC
tiva e a queda da reatància capacitiva.
Numa determinada freqüência, as 4'1T"f".LC,,,,.. 1
duas grandezas tomam-se iguais e o
circuito apresenta características espe-
ciais que correspondem à condição de- f
nominada ressonância. )4,,'.LC
Estas características, de que fala-
mos sucintamente em parágrafo an- 1
terior, são as seguintes: f
a) a impedância do circuito toma-se
mínima, ficando reduzida ao va-
lor da resistência; Um exame da equação em apreço
b) a intensidade da corrente é má- faz-nos concluir que a resistência do
xima, como conseqüência do ex- circuito não influi na sua freqüência
posto no ítem anterior, e limitada de ressonância e que esta só depende
apenas pelo valor da resistência; do PRODUTO LC. Isto significa que
c) o circuito toma-se resistivo; circuitos com valores diferentes para
d) toda a energia aplicada ao cir- L e para C podem entrar em resso-
cuito é gasta para vencer sua nância na mesma freqüência, desde
resistência: que os produtos L C sejam iguais.
Convém esclarecer, porém, que a
resistência do circuito influi no que é
conhecido como FATOR Q do circuito
ressonante, isto é, a Telação entre a
potência reativa referente à indutân-
COS<p=l
cia (ou à capacitância) e a potê_ncia
Q~O real do circuito:
175
do constante o valor de "R", observa-
Fator "Q" = --- remos que as formas das curvas va-
riarão se forem variados os valores de
"L" e "C"; O CRESCIMENTO DA
Normalmente, a resistência do cir- INDUTÂNCIA E A REDUÇÃO DA
cuito é constituída principalmente pela CAPACITANCIA AGUÇAM A CUR-
resistência de uma bobina, de modo VA.
que é comum fazer referência à re- A variação da resistência, com "L"
sistência da bobina e à sua reatância e "C" constantes, afeta a ordenada
indutiva, máxima e também aguça a curva de
A variação de corrente num circui- ressonância.
to, quando a freqüência da fonte é va-
riada, pode ser representada grafica-
mente, constituindo o que cha1namos EXEMPLO;
uma CURVA DE RESSONANCIA.
Nwn circuito de C.A. em série te-
I mos 0,06 H de indutância, 2,4 µ. F de
capacitância e 350 Q de resistência
não-indutiva, Qual a· freqüência de
ressonância do circuito?

SOLUÇÃO;

1
FREQOJ!:NCTA
2,,'1LC
FIG. XXIV-19
1
Se traçarmos curvas de ressonância f - ::-::-::-;,:~=~oo:::~ 420Hz
de um circuito série R-L-C, manten- " - 6,28V0,06 X 0,000 0024
CAPÍTULO XX\'

CIRCUITOS MONOFÃSICOS DE CORRENTE ALTER-


NADA (CIRCUITO EM PARALELO E MISTOS)

Tamhéffi nos circuito~· em paralelo XXV-1 e XXV-2 resumem estas nos-


vigoram as características gerais estu- sa,,; observações:
dadas nos circuitos de C.C.:
- a tensão aplicada ao circuito é
igual à tensão entre os tcmlinais
de cada braço do circuito;
- a intensidade da corrente que "-•
sai da fonte é a so1na (no caso,
vetorial) das correntes nos diver-
~·os braços em paralelo;
- o inverso da impedância total é
a soma vetorial dos inversos das
impedâncias parciais: FIG. X.XV-1

1 1 1 1 Z,, Z 2 e Z, = impedâncias dos bra-


-- - -- + -- + - - + ...
Z, Z1 Z" Z3 ços 1, 2 e 3.
• •
ou, se trabalhamos com duas impe-
dâncias de cada vez:
{3
z•'
Z,

+ z~

FIG. XXV-2
Cada braço do circuito é um circui-
to em série, e, portanto, Z,, Z2, etc., z •
1 2 impedância do braço 1
representam as impedâncias desses •
braços. Entretanto, nada impede que z, impedância do braço 2
sejam designadas por Z,, Z 2 , etc., as •
impedâncias dos elementos que cons- Z 4_c;_ 6 impedância do braço 3
tituem um único braço. As figuras ~
177
AclmitAncia (Y), CondutAncia (G) e R X
Suscep!Ancia (B) y ----j---

Foi dado o nome de admitância ao


inverso da impedância: A componente real (componente no
1 eixo hori:lontal) do vetor Y é o inver-
J
Y--- so da componente real do vetor Z, e
• z R+ jX
portanto é a condutância:

A admitância exprime, portanto, a R
facilidade que o circuito ou elemento G----
Ri+ x2
do circuito oferece ao estabelecimento
de uma corrente elétrica. :É: medida
em SIEMENS (S). A componente imaginária (compo-
nente no eixo vertical) do vetor Y é o
Como sabemos, SIEMENS é o mes- inverso da componente imaginária do
mo que AMPF.:RE/VOLT, logo a ad- vetor Z, e portanto é a susceptância:
mitância de um circuito corresponde
à corrente que pode ser produzida no
X
mesmo para cada volt aplicado aos B~---
~eus terminais.
_.\.~sim como a impedância é a so -
inada resistência com a reatancia. Resumindo, representamos a seguir
Z - R + jX a impedância e a admitància na for-
• ma binômia:
adn1itúncia tan1hr''m é- a sorna do~
inv~rsos da resistência e da reatância. Z=R+jXohms
() inverso <la rcsistl:ncia é a (~üi\DU­ •
TÂNCIA, nossa conhecida desde os Y = G - jB siemens
primeiros capítulos. O inverso da rea- •
t-ância é denominado SUSCEPTt\NCIA.
A condutância e a susceptância são, Na resolução dos circuitos em para-
evidentemente, medidas em SIEMENS lelo, é conveniente trabalhar com a
e a detenninação dos seus valores não admitància. Ao fazermos representa-
é um simples cálculo aritmético. ções gráficas é conveniente tomar a
Como vimos, tensáo como referência, visto que esta
grandeza apresenta o mesmo valor en-
1 tre os terminais de todos os ramos do
Y- circuito. Na resolução dos circuitos
• z mistos devem sei: aplicados, onde cou-
berem, os conhecimentos referentes

aos circuitos em série e em paralelo.
logo
1 1 R-jX
y
• - - - ---- X ----
R-jX
EXEMPLOS,
R+jX R+jX
R-j X 1 - Uma impedância de 3 +
j4
ohms foi ügada a uma fonte de 100 V.
R2+x2 Determinar
178

a) a condutância do circuito;
b) a susceptância do circuito;
e) a adroitância do circuito.
~= J30 2 + 40 2
/are tg 40/30-=
- ffJ / 58° 10' íl
SOLUÇAO,
Fator de potência do ramo com
l reatância indutiva:
Y- cos 53°10' = 0,6 aprox. (atrasado)
• z
• Impedância do ramo com reatân-
cia capacitiva:
1 1 3-j4
y -----
3+j 4 3+i 4
X ----
3-j4
~ - ffJ-j80íl

3-j4 3+i 4 ~ = j 50 2
+ 8()2 /are tg -80/50
- 0,12-j 0,16 s
9+16 25 ~ 94,3 /-58° íl
G-0,125 - Fator de potência do ramo com
B-0,165 reatància capacitiva:
cos - 58º = 0,5 aprox. (adiantado)
2 - Um circuito de C.A. em para-
lelo é ligado a uma fonte de 220 V - - Admitância do ramo indutivo:
60 Hz. Sabendo que um dos ramos do
circuito contém 30 íl de resistência e 1 30-j 40
40 íl de reatància indtitiva, e que o Y1 = X
outro ramo apresenta 50Q de- resistên- • 30+j 40 30-j 40
cia e 80 íl de reatância capacitiva, de-
tern1inar: 30-j 40
a) a impedância do circuito; 0,012 - j 0,016 s
b) a coriente solicitada da fonte; 2500
e) o fator de potência do circuito;
d) a impedância· de cada ramo do - Admitância do ramo capacitivo:
circuito;
e) o fator de potência de cada ramo 1 ffJ+j 80.
do circuito; Y,----X
f) a admitância do circuito; • ffJ-j80 ffJ+j80
g) a susceptância do circuito;
h) a condutância do circuito; ffJ+j 80
i ) a potência real do circuito; ~ 0,005 + i 0,008 s
j ) a potência aparente do circuito. 8900

- .i\dmitância total:
SOLUÇÃO>
Y = Y1 + Y2 = 0,017 - j0,008 S
- Impedância do ramo com reatân- • • •
cia indutiva: - Condutância do circuito:
Z~30 + j40íl
• G - 0,017 S
179
Susceptância do circuito: - Potência aparente do circuito:
B - 0,008 S S - E! - 220 X 4,1·- 902VA
Impedância do circuito:
Ressonância em Círcuitos em Paralelo
1 1
Vimos que um circuito em série está
z X em ressonância quando as componen-
• y 0,017 - j 0,008
tes verticais (EL e Ec) da tensão apli-

eada ao circuito sãa iguais.
0,017 + j 0,008 0,017 + j 0,008 Dizemos que um circuito em para-
X lelo entra em ressonância, QUANDO
0,017 + j 0,008 0,000 353
A SOMA DAS COMPONENTES
VERTICAIS DAS CORRENTES NOS
- 48 + j22,6 íl DIVERSOS RAMOS É IGUAL A
ZERO.
'f.- j 48' + 22.6' A'° •s 22,6/48 -
Consideremos o circuito

= 53 L:::!._ a aprox.
Fator de potência do circuito:

R 48
cos cp = -- - --= 0,9 I7
z 53

- A corrente solicitada da fonte:

E 220
1---- 4,1 A
z 53 FIG, XXV-3

Potência real do circuito: No ramo 1 a corrente está atrasa.da


f{h graus em relação à tensão, e no
P = E 1 cos.cp = 220 X 4,1 X 0,9 = ramo 2 está adiantada qi2 graus em
- 811,BW relação à tensão:

RAHO 2

RAHO 1

FIG. XXV-4
180

Os vetores 11 e I~ poden1 ser consi- w"Ri"LC•-w•L•C -Ri•C-L


derados iguais à son1a de duas com-
ponentes: uma componente horizontal
(componente ATIVA, responsável pela w=-2?Tf=
transformação da energia elétrica cm R, 2 Lc•-t.•c
calor) e outra vertical (REATIVA), e
poden1 Sf'r expressas da seguinte ma- 1
llC'ira: 1. ~ - - - - -
2'1f {LC R2 2 C-L

temos a Equação Geral para o Cálculo


I,

= I, cos <p " + j I, sen q.,o da Freqiiência de Ressonància no
Circuito em Paralelo.
A condição de ressonància é Se o circuito tivesse o aspecto abai-
xo (ramos indutivo e capacitivo com
1, .~en q:, 1 = I., ;.en q_,, resistência desprezível),

c:onio

I,,enq, EB,
I sen cp, E B.~

poden1os escrever_ (\UC

B, = B,
ou

X,

R.2 + X," l\ + X'

:\las
X,=úil, FIG. XXV-5

a equaçào para o cálculo da freqüf.n-


cia df' ressonância ficaria resumida <l
1
1

então

wL llw e porque os tennos R, e Re, que se re-


fere1n aos braços indutivo e capaciti-
1 \'o, seriam nulos. A corrente total err1
p,,' + (<J) L)" H/ + (-)' ressonância seria apenas a corrente so-
wC licitada pelo braço c:om a resistência
ll. A irnp<'<lància do circuito seria 1ná-
Elin1inan<lo os dcnoinlnadores e <li· xüna, e igual à do braço cotn resistl·n-
vidin<lo todos os ter1nos por w : cia R.
181

Se tivéssemos o circuito abaixo, com exatamente o oposto ocorreria se


indutância pura num dos braços e ca-
pacitância pura no outro,

isto é, O CIRCUITO ENTRA-


RIA EM RESSONANCIA EM
QUALQUER FREQül':NCIA.

l e Podemos resun1ir nossas observa-


c;:ões dizendo que um. circuito em pa-
ralelo oferece o máximo de impedân-
cia quando está em ressonância, soli-
citando então o mínimo de corrente
da fonte, ao contrário do circuito em
FIG. XXV·6 série, que oferece o mínimo de impe-
dància ao entrar em ressonância.
a freqüência de ressonância seria cal-
culada também com a equação sim- EXEMPLO,
plificada
1
1,,

pelo mesmo motivo aciina. A corren-


l
100V • R L
te total neste circuito, quando em res- 10 Hz sn
sonància, seria nula, embora houvesse
corrente nos dois ramos. O circuito es-
taria oferecendo, portanto, urna impe-
dância infinita. Tal circuito não tein
existência real, mas é possível redu- fo'IG. XXV-7
zir as resistências dos braços do cir-
cuito a valores muito pequenos (pra-
ticamente desprezíveis), obtendo-se re- a) Se o circuito estivess.e em resso-
sultados bem próximos do que foi dito, nância, qual a corrente solicita-
com vasta aplicação no campo da Ele- da da fonte?
trônica. b) Qual o valor de "XL" para que o
Duas condições ainda poderiam ser circuito entre em ressonância?
observact,s num circuito cm paralelo: e) Se não existisse "R", qual seria
a corrente total, quando o circui-
Se R, 2 C>L e H.."C<L, ou to estivesse em ressonância?
R,"C < L e R 2 2 C > L, a quan- d) Qual seria a admitâneia do cir·
tidade cuito, se. ele estivesse em resso-
nância? (Nas condições do 1t:em
o).
R," C L
SOLLTÇÃO:
seria negativa e sua raiz quadra-
da seria imaginária; sob estas E 100
condições, o circuito nunca pode- a) 1 20A
ria entrar em ressonância; R 5
182
1;>) "XL" deverá ser igual a "Xc" para ~ào ligados capacitares en1 paralelo
que o circuito entre em resso· com o elemento (ou elementos) cau-
nância: sador(es) da dificuldade.
Certos motores de C.A., chamados
1 1 1notores síncronos, são também utili-
zados para o mesmo fim.
2wfC 6,28 X 100 X !()-'
PROBLE~1AS
XL = 100 Q aprox.

e) I o CIRCUITOS MONOFASICOS
d) y o
l - Unia bobina é ligada em série
com um 1notor monofásico para re-
Correção do Fator de Potência duzir a tensão aplicada aos terrninais
do n1otor. A tensão aplicada ao con-
O fator de potencia de um circuito junto é de 130 / 45° V e a tensão so-
deve ser mantido aproximadamente mente no inotor é de 90 /30º V.
igual a 1. Isto, porque um fator de Calcular a d. d. p. entre os terminais
potencia muito baixo implica no en- da bobina.
carecimento da instalação e em maio-
R.: 48,9/73º29' V
res perdas no cobre, pois são neces-
sárias maior corrente e 1naior potên- 2 - Uma resistencia efetiva de 30
cia aparente para a obtenção de uma ohms é ligada em série com 50 ohms
determinada potência real, o que se de reatância indutiva a uma fonte de
pode concluir observando a expressão C.A. de 230 V. Determinar a impe-
abaixo: dâ'ncia do circuito, a intensidade da
p corrente, a tensão RI e a tensão XL1.
I R,, z• 58,3 /59º íl
Ecos q;
I 2,03 - j 3,38 A

A tensão aplicada aos circuitos nas RI 118,5 V
residências, fábricas, etc., é constante XCI 197,5 V
e, portanto, a corrente fornecida aos
mesmos pode ser demasiado elevada, 3 - Uma bobina com núcleo de ar,
se o fator de potência for muito baixo. de resistência igual a 40 ohms e in-
O grande número de aparelhos in- dutância igual a 0,318 henry, é ligada
dutivos (motores, equipamento auxiliar em série com um resistor não-indu-
para lâmpadas fluorescentes, máqui- tivo a uma fonte de 240 V, 25 Hz.
nas de so1dar, etc.) normahnente uti- Que valor tem o resistor, se a corren-
lizados nas instalações residenciais, te no circuito é de 3 A?
comerciais e industriais, resulta em
um fator de potência baixo e em R.: 22,.4 ohms
atraso.
Para corrigir o fator de potência, 4 - Uma bobina com núcleo de ar
reduzindo suas conseqüências e ao apresenta uma impedância de 50 LJ!X:__
mesmo tempo cu1nprindo exigências ohms, quando ligada a uma fonte cuja
constantes da legislação em vigor, no freqüência é de 50 Hz. Qual é sua
que se refere às instalações elétricas, impedância a 80 Hz?
183

R.: 57 / 37° ohms eia do circuito é 0,8. Detaminar a


tensão no resistor.
5 - Uma lâmpada fluorescente de
15 W trabalha em série com um rea-
tor. A tensão entre os terminais da
làn1pada é de 56 V r.m.s., e a ten- 10 - Um resistor e um capacitor
são do reator é de 100 V r.m.s., quan- são ligados em série a uma fonte de
do a tensão total aplicada é de 120 V, 120 V, 25 Hz, e solicitam 0,54 A. A di-
60 Hz. Quais são a resistência e a ferença de potencial entre os termi-
indutância do reator? (A lâmpada re- nais do resistor é de 96 V. Determi-
presenta resistência pura). nar a diferença de potencial entre os
terminais do capacitar, a impedância
R.: 42 ohms; 1 henry do circuito na forma polar e a capa-
citância do capacitar.
6 - Um "choke" solicita uma cor-
rente de 0,25 A quando é ligado a R.; 72 /-90° V; 222 /36° íl; 47 I' F
uma bateria de 12 V. O mesmo ele-
1nento solicita uma corrente de 1 A 11 - Que capacitar deve ser ligado
quando é ligado a uma fonte de 120 V, em série com um resistor de 560 ohms,
60 Hz. Determinar a resistência e a para limitar sua dissipação a 5 W,
indutância do "choke". quando ligados a uma fonte de 120 V,
60 Hz?
R.: 48 ohms; 0,292 henry
R.; 2,32 I' F
7 - Para se obter uma impedâ.ncia
de 600 /30° ohms com uma freqüên- 12 - Um circuito de C. A. em série
cia de 1. 000 Hz, quais os valores de contém 36 ohms de resistência não-
indutância e resistência que podem indutiva e 16 microfarads de capaci-
ser ligados em série? tância. Qual a corrente que este cir-
cuito solicita quando é ligado a uma
R.: 480 ohms; 0,04 henry fonte de 110 V, 50 Hz?

8 - Um solen6ide com indutância R.: 0,5 A


de 0,5 H e resistência de 24 ohms é
ligado a uma fonte de 120 V, 60 Hz. 13 -· R
a) Qual a potência aparente no so-
lenóide?
b) Qual a potência real no sole-
nóide?
L
e) Qual o fator de potência no so-
lenóide?

R.: 76 VA; 9,6 W; 12,6o/o (em atraso)

9 - Uma bobina, cujo fator de po-


LI----' e
tência em atraso é igual a 0,5, é liga- FIG. XXV-8
da em série com um resistor a uma
fonte de C. A. de 110 V. A tensão na R 100 ohms
bobina é de 76 V e o fator de potên- L 0,1 henry
184

e 5 microfarads a impedância, a resistência efetiva e


E 30 V a capacitância em microfarads.
•••
w ~ 500 rd/s R.: 169 \ 56º 30' ohn1s; 93,2 ohms
22,5 I' F
Determinar os valores eficazes da
corrente, da tensão em "R" e da tensão 18 - Determinar a tensão necessá-
f'ffi 'L"_. ria para produzir uma corrente de
3,5 A em wn circuito de C. A. em sé-
R.: 58,3 mA; 5,83 V; 2,91 V rie, constituído por 18 ohms de resis-
tência, 9 ohms de reatância indutiva
14 - Um motor de indução mono- e 22 ohms de reatância capacitiva.
fásico solicita 760 W, com fator de po-
tência de 80% em atraso, quando é li- R.: 78 / -35° V
gado a uma fonte de 110 V, 60 Hz.
Para que o motor possa trabalhar com 19 - ~ necessário que passe uma
uma fonte de 150 V, 60 Hz, deverá corrente de 100 mA pela bobina de
ser ligada em série com ele uma bo- um relé, para que se fechem seus con-
bina com fator de potência em atraso tatos. Para fazê-lo funcionar com uma
igual a 30'1'o. Determinar a resistên- fonte de C. C. são necessários 24 V.
cia e a reatância da bobina. Com uma fonte de C. A. de 60 Hz são
necessários 160 V. Qual a capacitân-
R.: 1,6 ohms; 5,1 ohms cia, em série com o relé, que permi-
tirá seu funcionamento com uma fon-
15 - Num circuito monofásico es- te de 120 V, 60 Hz?
tão ligados um amperímetro, um voltí-
metro e um wattímetro que indicam,
R., 6,5 I' F
respectivamente, 12 A, 120 V e 600 W.
Dete1minar o fator de potência, o ân-
gulo de defasagem, a impedância e a 20 - Um circuito em série de C. A.
resistência efetiva. contém um resistor não-indutivo, um
capacitor e uma bobina que apresen-
R.: 0,4; 65º; 10 ohms; 4 ohms ta tanto resistência como indutância.
Sabendo que a tensão no resistor é de
16 - Um circuito de C. A. em série 40 V, no capacitar é de 80 V e na bo-
tem uma resistência de 10 ohms, uma bina é de 60 V, determinar a tensão
reatância indutiva de 40 ohms e uma aplicada ao circuito e o ângulo de de-
reatância capacitiva de 60 ohms, quan~ fasagem entre a corrente e a tensão
do ligado a wna fonte de 220 V, 60 Hz. f>plicada. Sabe-se ainda que a corren-
Determinar a impedância do circuito te está atrasada de 45° em relação à
expressa em coordenadas polares e a tensão entre os terminais da bobina.
intensidade da corrente.
Il.: 90,7 \T; 24º 30'
R.: 22,37 f63° 26' ohms; 9,85 A
21 - Determinar a indutância a ser
17 - Um resistor e um capacitor ligada em s{Tic com uma capacitância
são ligados em série a uma fonte de dt> 350 picofara<ls, para que haja res-
440 V, 50 Hz. A potência solicitada ;,onància a· 600 kHz.
pClo circuito é de 630 W e a gran-
deza da corrente é 2,6 A. Determinar lt: 0.2 mH
185
22 - No circuito da Fig. XXV-9, de um resistor de 2.200 ohms em pa-
que cst:t em ressonância, dctenninar ralelo co1n um capacitar de 0,2 mi-
a intensidade da corrente, o fator de crofarad. Na freqüência de 1.000 IIz,
pctência, a in1pedància e as tensões a) Qual é a ad1nitància do circui-
RI, Xr.I e Xcl. to de cátodo, na fonna polar?
b) Qual é a impedância equivalen·
te do circuito de cátodo em
R=5n ('OOrdcnadas retangulares?

256 - j 703 íl
720V x,=80n 26 - Nun1 circuito de C. A. e1n pa-
"' ' ralelo a corrente da linha é ...... , .
~e,___~ 24.2 /- 17° 14' amperes e a corrente
num dos ramos é 14,7\54° 26' arnpê-
1es. Determinar a corrente no ouiro
FIG. XX\ 7-9 ra1no, dando a resposta na forma polar.

R.: 24 A; cos cp ~ l; 5 ohms; 120 V R.; 15,4 /18° .30' A


1. 920 V; 1. 920 V
27 - Um circuito de C. A. em pa-
23 - A bobina do circuito de sinto- ralelo contém resistência pura no 1. 0
nia de 11m receptor de rádio te1n uina braço, indutância pura no 2. 0 hraço e
in<lutància de 300 microhenrys e 15 c-apacitància pura no terceiro. Saben-
ohms de resi;,tência. Qua.l o valor do do_ que as correntes nos braços são
capacitar a ser lig,1do en1 série com a iguais, respectivamente,, a 30 A, 25 A
bobina, para que o circuito entre em e 15 A, detcnninar a corrente solicita-
ressonância co1n uma freqüência de da da fonte e o ângulo de defasagem
840 kHz? entre ela e a tensão aplicada ao cir-
cuito.
R.; 120 pF
l~.: 31,6 A.; 18º 26'
24 - O capacitar variável usado na
sintonia de um receptor tem u1na ca- 28 - Um circuito de corrente alter-
pacitància máxima de 365 picofarads nada em paralelo contém 0,0001 ohm
e u1na capacitância 1nínima de 30 pi- de resistência e 2 mH de indutància
t:ofarads. em um dos ramos, e 500 picofarads
a) Que indutância é necessária pa- de capacitância no outro ramo. Qual
ra que a freqúência 1nais baixa a freqüência de ressonância deste cir-
a ser siutonizada seja de 540 cuito?
kIIz?
b) Qual a frcqüt'-ncia mais alta que R.: 159.000 Hz
pode ser sintonizada com este
circuito'? 29 - Lln1 niotor n1onofásico solicita
200 \\T com uin fator de poté-ncia igual
R.: 239 µ. H; 1,89 11Hz a 0,8 (e1n atraso), quando é ligado a
u1na fonte de 220 V, 60 IIz. U1n ca-
25 - O circuito de autopolarização pacitar estático é ligado em paralelo
de utn an1plificador de áudio consiste cotn o motor, para tomar unitário o
186
fator de potência do circuito. Deter- 33 - Determinar a impedância do
1ninar a capacitància requerida_ circuito (Fig. XX\'-11) e o fator de
potencia do mesmo.
lt: 82,2 µ .F
80n 60n
30 - Um motor de indução solicita 30n 50n
6 A, con1 um fator de potência (eni
atraso) de 0,8, quando é ligado a uma 60n 90n

fonte de 208 V, 60 Hz.


a) Que valor de capacitància deve-
rá ser ligado em paralelo coin
o motor para tornar unitário o
fator de potencia do circuito? FIG. XXV-11
b) Qual será, então, a intensidade
da corrente fornecida pela fonte? R.' 70 \ 56° 58° íl; 0,5

R.: 46 µ, F; 4,8 A 34 - O fator de potência do circui-


to (Fig. XXV-12) é unitário. Que co1-
31 - () fator de potência de urua rente existe no braço com o capacitar?
carga ligada a urna fonte de 120 \',
60 Hz, é elevado de 0,707 (erri atraso)
para 0,866 (cnt atraso), ligando-se 1un
capacitar de .5.'3 microfarads e1n para-
lelo con1 a mesn1a. Qual é a poténcia
real na carga?

R,, 682 w
f :i 1=2-;BA

32 - Uma bobina (co1n 10 ohms de F'IG. XXV-12


resistência e 12 ohms de reatância in-
dutiva) é ligada em série com um cir- R., + j 8 A
c:uito paralelo de dois ramos (Figu-
ra XXV-10). O ra1no um contém 20 35 - Se a capacitância no circuito
ohm.~ de resistência e 40 ohms de rea- (Fig. XXV-13) for de 200 picofarads,
tància capacitiva, e o ramo dois con- determinar as indutâncias de L 1 e L~
tém 15 o&ms de resistência e 20 ohms para que o circuito rejeite um sinal de
de reatância indutiva. Determinar a 456 kHz e aceite u1n sinal de ..... .
impedància do circuito série-paralelo. 1.200 kHz.
12!1
..
10!1

1sn e
: 200
ENTRADA
' .
SAIDA RL
•on 2on

FlG. XXV-10 FIG. XXV-13

R., 41,9 /30° 31' íl R.: 103 mH; 612 µH


CAPfTL1 LO XXVI

TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS

Generalidades eletromotriz induzida na outra bobi-


na ou enrolamento secundário.
Transformadores são máquinas elé-
tricas murtíssimo importantes, que po-
de1n ser usadas para transformar va-
lores de tensões ou correntes variáveis, -- ----------
para casar impedâncias e para isolar
partes de um circuito elétrico.
Em Eletrotécnica os transformado-
-
~
J,Prrm:Jrro
•H- tt
e:. Ser:unaór
res são projetados para operar con1 --- -
tensões e correntes senoidais relativa-
nientc grandes; em Eletrônica, os TRANSFORMADOR
transformadores lida1n com formas de BÁSICO
onda complexas de freqüencias diver-
sas, geralmente em potencias baixas.
Os transformadores são máquinas de :FIG. XXVl-1
grande eficiência, e os de grandes po-
tências apresentan1 comumente 99'7a O Transformador Ideal
<lc rendilnento.
Seu funciona1nento é baseado no fe- De acordo coto o que já estudamos,
nômeno da indução 1nútua. Um trans- u1n transformador apresenta perdas
forn1ador é constituído no mínimo por l('Sultantes da resistência oferecida
duas bobinas, dispostas de tal modo pelo.~ condutores de cobre (PERDAS
que uma delas ficà sub1netida a qual- KO COBRE ou PERDAS POR EFEI-
quer campo magnético produzido na TO JOULE) e também em virtude das
outra. Estas bobinas geralmente estão correntes de Foucault e da histerese
enroladas em um mesn10 núcleo de (PE~DAS NO Nú(:l.EO ou PERDAS
ferro, que é o NOCLEO DO TRANS- NO FERRO).
FOR~IADOR. As duas bobinas cons- Alérn disto, deve ser considerado
tituem os enrolamentos PRIMÁRIO e nu1n transforn1ador o fato de que nen1
SECUNDAH.10 do transformador; o todo o fluxo produzido no priinário
enrola1nento primário é aquele no qual é aproveitado pelo secundário.
é produzido um ca1npo magnético va- Entretanto, para facilitar a con1-
riável, para que apareça uma força prcensão do funcionamento e do cál•
188

culo de um transformador, considera- O valor eficaz da tensão é:


remos inicialmente um TRANSFOR-
MADOR IDEAL, ou seja, um trans- n.. max
E P (eficaz) = 0,707 X 6,28 N p 'f'
formador sem perdas e com coeficien-
te de acoplamento lOOo/~. En (eficaz) = 4,44 f NP </>max
A tensão média de auto-indução
no primário de um transformador é Esta equação é conhecida como a
igual a EQUAÇÃO DE UM TRANSFORMA-
DOR ou a EQUAÇÃO FUNDAMEN-
-N TAL DE UM TRANSFORMADOR.
' ~t
EP = valor eficaz da tensão apli-
Ora, num transformador ideal não cada ao primário do transfor-
haveria no primário outra dificuldade dor, em VOLTS (V)
além da sua reatância indutiva, e, por- f freqüência da tensão aplica-
tanto, esta mesma equação exprime, da ao primário do transfor-
nun1ericamente, o valor da tensão apli- mador, em HERTZ (Hz)
cada ao primário (EP). No transforma- N número de espiras do primá-
dor real, há, evidentemente, outros pa- " rio do transformador.
râmetros a serem cousiderados, mas = fluxo máximo produzido no
tudo se faz para que a tensão aplica- primário do transformador,
da ao primário seja praticamente igual em WEBERS (Wb).
à força contra-eletromotriz no mesmo.
Um transformador pode funcionar Da equação acima conclui-se que
ligado a uma fonte de e. e. desde 9."e
a intensidade da corrente no primaria E,
seja variável. Como exemplo, pode-se
citar a bobina de ignição do sistema 4,44 f </Jma•
elétrico de um automóvel.
Geralmente, porém, UID transforma- O valor de E 0 , como já sabemos, é
dor é calculaáo para trabalhar com o valor da tensão da rede na qual ire-
C. A. Assim, podemos dizer que, para mos ligar o transformador. Quanto ao
um quarto de ciclo da tensão senoi- valor de </:Jmax' só depende da qualida-
dal aplicada ao primário, o valor mé- de magnética do material usado para
dio da tensão de auto-indução no pri- constituir o núcleo do transformador.
mário é Os fabricantes de chapas para núcleo~
de transformadores prestam informa-
ções sobre o máximo de densidade de
E -N flu.'{O magnético que pode ser obtido
' ' corn o rnaterial que produzem. ora,
quem conhece o valor da densidade
-N de fluxo conhece o fluxo inagnético.
' 1/41 Mas, qual a seção do núcleo? Este é
O valor máximo da tensão é: um elemento de cálculo que depende
ela potência para a qual o transforma-
4 f NP </>max dor é projetado, e seu valor obedece
Er (máxhna) ~ - - - - - a recomendações de ordem prática,
0,636 fruto da experiência adquirida pelo ho-
- 6,28 f N~ ,,
'f'ma~
n1em. Outros caminhos poderiam ser
189
sugeridos para o cálculo de um trans- Concluúnos então que
formador, pois se trata de um circui-
to magnético, mas esta é uma orienta-
ção adotada na prática.
Como estamos raciocinando com E, N 1,
um transformador ideal, é fácil con- •
cluir que o valor eficaz da tensão in- Estas razões são chamadas RELA-
duzida no secundário é ÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO e são
designadas comumente pela letra a.
E. (eficaz) = 4,44 f N. <fama•
o fluxo produzido no primá- Impedância Refletida
rio, em WEBERS (Wb)
Qualquer variação na impedância li-
N, número de espiras do secun- gada ao secundário de um transfor·
dário do transformador. mador implica na variação da corren-
f freqüência da tensão aplica- te no seu enrolamento primário. Se a
da ao primário, em HERTZ impedância do secundário aumenta,
(Hz) diminui a corrente que ele fornece, e
é menor a energia solicitada do secun-
E, valor eficaz da tensão indu- dário em cada segundo. Mas, o se-
zida no secundário do trans- cundário não cria energia, e toda ener-
formador, em VOLTS (V). gia que ele fornece é transferida do
primário. Como a tensão no primário
A expressão em questão mostra-nos é constante, a corrente no primário cai
que é possível fazer TRANSFORMA- na mesma razão que a do secundário,
DORES REDUTORES e ELEVADO- como se deduz da equação
RES DE TENSÃO; tudo depende da
relação entre o número de espiras do s• ~ s•
primário e o número de espiras do
secundário. Com efeito, dividindo Se fosse diminuída a impedância li-
EP por E, temos; gada ao secundário, a corrente neste
enrolamento seria maior, o que impli-
caria em maior corrente no primário.
4,44 f N, "'"'" Vê-se, portanto, que qualquer alte-
E, 4,44 f Ns </Jma> N, ração na impedância do secundário
afeta a do primário, e, em face disto,
Como o nosso transformador é ideal, fala-se de IMPEDANCIA REFLETI-
a potência do secundário é igual à do DA. Para estabelecermos uma rela-
primário: ção entre as impedâncias em apreço,
s• - s• sigamos o seguinte raciocínio:
Sabemos que
E,
z,
donde 1,
e que

a E,
190

Mas, PELA FONTE QUE ALIMENTA O


N 1 1 PRIMÁRIO DO TRANSFORMADOR.
1 • • ~-

Com um transformador, unia impe-
' N a dância de um certo valor ligada ao
donde ' ~ecundário pode ser "VISTA., pela
fonte que alimenta o primário com
E, qualquer valor desejado (considerados
apenas os termos da expressão).
1, Graças a este conhecimento é pos-
sível fazer o que se chama de CASA-
ou MENTO DE 11-tPEDANCIAS, recur-
so n1uito usado em Eletrônica, como
por exemplo no transformador de
saída de um receptor de rádio, em que
Em um bom transformador a impe- um alto-falante de 4 ohms de impe-
dància do secundário pode ser consi- dância ligado ao secundário pode ser
derada igual à da carga ligada aos "visto" pela válvula de saída ligada
seus terminais. Da mesma forma, po- ao primário (a válvula funciona como
de-se considerar, na prática, que só há fonte ligada ao primário) como uma
corrente no primário quando há no se- impedância de 5. 000 olnnsl
cundário (a corrente no primário, com
o secundário sem carga, é aproxima- Formas do Núcleo
damente 5o/o da corrente que existe
quando o secundário está com carga 1-Iá dois tipos gerais de núcleos para
total), e assim zr, seria a impedância transformadores: NOCLEO ENVOL-
do secundário, COMO 11: '7ISTA" VENTE e NúCLEO ENVOLVIDO'

[llJ []
NÚCLEO NÚCLEO
ENVOLVENTE ENVOLVIDO

FIG. XXVI-2
Os nt\cleos são constituídos por Ia-
secundário de um transformador pode
minas sobrepostas, isoladas umas das proporcionar tensão maior (TRANS-
outras, com o objetivo de reduzir as F'ORMADOR ELEVADOR) ou menor
perdas causadas pelas correntes de (TRANSFORMADOR ABAIXADOR)
Foucault. As lâminas de "ferro para que a do primário. Pode também
transformador" são vendidas geral- apresentar a mesma tensão do primá-
1nente em tamanhos e formas padro- rio, transferindo apenas energia de u1n
nizadas. circuito para outro, sem ligação elé-
trica entre eles.
5.ecundários de um Transformador O mesmo transformador pode apre-
sentar enrolamentos secundários abai-
Um transformador pode ter um ou xadores e elevadores, como, por exem-
vários secundários. Como foi visto, o plo, os transformadores utilizados na
191

fonte de alimentação de receptores de ções são estabelecidas com base na


rádio. elevação de temperatura interna, re-
sultante das perdas no cobre e no
Especificações dos Transformadores núcleo, e não devem ser excedidas em
funcionamento contínuo.
Os transformadores são especifica-
dos geralmente em tennos de tensões Circuito Equivalente de um
do primário e do secundário, freqüên- Transformador
cia e potência aparente do secundá-
rio. Faz-se também referência à po- _ Um transformador com núcleo de
tência aparente e à corrente solicita- ferro pode ser representado pelo cir-
da do primário. Essas especifica- cuito equivalente abaixo:

X7
--+
!7 llre a:f tl2..
Ee Rm Xm
Es
T)
1

FIG. XXVI-3

'· corrente de excitação que de-


pende da tensão aplicada e da
freqüência. J;; relativamente in-
rcatància de perda do secun·
dário.
X 1 c X~ representam as perdas
dependente da corrente de car- de fluxo nos dois enrolamentos.
ga e, com carga total, represen- Estas perdas não constituem
ta uma pequena fração de 11 • um consumo de energia, mas
reduzem a tensão de saída do
Ti - representa um transformador transformador, e essa redução
ideal, com relação de espiras é proporcional à corrente no
transformador.
N, X ~ reatància de magnetização do
a '" transformador; o fluxo é cria-
N, do pela componente de corren ..
te através de xrn.
simboliza as perdils no ferro
(correntes de Foucault e his- Como os parâmetros em apreço tem
terese) valores que dependem de circunstân·
R, representa a perda no cobre cias diversas, é geralmente possível
do enrolamento primário representar o circuito equivalente de
modo mais simples, com pequena mar-
R, perda no cobre do enrolamen- gem de erro, com a vantagem de per-
to secundário. n1itir a análise independente ·das per-
reatànc~a de perda do primário. das no ferro e no cobre;
192
Req Xeq

- 1 riJ a :1
11
__.
I2
Es Ri
Ee Rm

I 1
,

Circuito Equivalente Simplificado

FIG. XXVI-4

resistência equivalente (perdas Regulação de um Transformador


no cobre)
É dada pela relação
reatância de p e r d a equiva-
lente. E, (se1n carga) ~ E" (com carga total)

Partindo da relação Zp = a2 Z' , E, (com carga total)

R = R +a" R._. E, = tensão no secundário.


" ' ~a 1nedição das tensões em apreço,
X =X.+ a" X.,
eq ' - a tensão do primário deve ser man-
tida constante. A regulação é expres-
sa em percentagem, e quanto menor
o seu valor melhor a regulação de ten-
Eficiência de um Transformador ~ão do transformador.

É a relação entre a potência de saí- Testes em Circuito Aberto e em Cur-


da e a potência de entrada. A eficiên- to-Circuito
cia (ou rendimento) de um transfor-
mador é normalmente determinada Com estes testes ficamos habilita-
com carga total e fator de potência dos a determinar a eficiência e a regu-
unitário, e dada e1n percentagem. lação de tensão de um transformador,
com grande precisão.
P, p e - p perda• No teste com circuito aberto (secun-
dário aberto), o prin1ário do transfor-
P, mador é ligado a uma fonte com a
tensão e a freqüência noniinais do
transformador. A razão
corresponde às perdas no
ferro e no cobre. As perdas E,
no ferro são constantes, pa-
ra tensão de entrada e fre- E,
qüência constantes; as per-
das no cobre variam de obtida com as indicações de dois vol-
ac0rdo com a carga. tímetros ligados respectivamente aos
193.
terminais do primário e do secund{t- característica principal, no que diz res-
rio, dá a razão entre o número de es- peito à sua construção, é ser consti-
piras do prirnário e do secundário. tuído por um único enrolainento.
Um amperímetro ligado no prilná-
rio indica a corrente sem carga, dan-
do ao mesmo tempo uma idéia da
qualidade magnética do núcleo. Esta
corrente representa comun1entc me-
nos de So/o da corrente com carga to-
tal, de modo que a perda I" R se1n
carga é menor do que 1/400 da perda
I" R no prirn{trio com carga total, e é
desprezível, comparada co1n a perda
no núcleo. En1 facC' do C'Xposto, 11111
wattímetro colocado no primário indi-
ca a pt·rda 110 !ll'lclco do tra11..,íunHad()r.
No outro teste, o secundário é pos-
to em curto por incio de um amperí-
metro adequado. Uma fonte de ten- .FIG. XX\ll-5
~ão ajustável é aplicada ao prin1ário e
seu valor, dentro das possibilidades,
deve fazer circular nos enrolamentos Também pode ser usado par;1 ele-
prin1ário e secundário correntes de va- var ou reduzir a tensão. Sua desvan-
lores correspondentes às que existe1n tage1n principal é, paradoxahnentc, o
com carga completa. A tensão em fato de ser constituído por um único
apreço deve ser de valor BAIXO. enrolamento, pois este fator não per-
Neste teste, a perda do cobre dos en- mite diferenças 1nuito grandes entre as
rolamentos é a mesma do easo ante- tensões do pritnário e do secundário e
rior, porém a perda no núcleo é rnlli- e-xige que o· isolamento da parte de
tíssimo menor, praticarnentt>\ desprezí- baixa tensão seja igual ao da parte
vel, pois a tensão aplicada é aproxi- · de alta tensão, porque estão ligadas
1nadamente 25 vezes menor do que a eletricamente. Dissemos paradoxal-
tensão nominal. Um wattímetro liga- 1nente porque com um enrolamento
do no primário indicará a potência apenas gasta-se menos cobre e a parte
perdida no cobre dos enrolamentos comum do enrolamento pode ser de
primário e secundário. fio be1n mais fino, pois a corrente
A sorna das potências determinadas nessa parte co1num é, praticamente, a
nos testes em questão é a PERDA diferença entre a corrente do primário
TOTAL, com carga total aplicada ao e a do secundário.
transformador. Conhecido este valor é Quando o transforn1ador é redutor
fácil determinar o rendimento, utili- de tensão, os extremos do enrolan1en-
zando-se a equação estudada em um to são ligados à fonte, correspondendo
dos parágrafos anteriores. ao primário; o secundário é parte do
enrolamento. Quando o transforn1ador
é elevador de tensão, dá-se exatamen-
Autotransformador te o contrário.
As relações de transformação estu-
O autotransformador é um transfor- dadas para os transformadores são
mador cujo funcionamento depende também aplicáveis aos autotransfor-
ào fenômeno da auto-indução e sua rnadores.
194
EXEMPLOS, formador de 440/6 volts, qual será a
corrente no primário?
1 -
SOLUÇÃO,

~
_-----i º'º"º lp:1mA
Is= 5mA .
Ns = 24 espiras
a

z,
440

a'Z
6


440
(-)'X 3 -
6
FIG. XXVl-6 = 16 .133,3 íl aprox.

Determinar o número de espiras do E, 440


primário. IP ----~ ü,02A
z, 16.133,3
SOLUÇÃO,
ou, simplesmente,
N, 1 N. I •
---
. N I

N
• 1, 1

6
2A
' 3
24 X 5
1 E 1
N
• 1
~ 120 espiras E,

E

1,
.. 1,
• •
E,

2 - No transformador abaixo, de-
terminar a impedância do circuito 6X2
primário. 1 - - - - 0,02A
• 440

li~
4 - Um autotransfonnador é usado
sov 150
para elevar a tensão de 13.200 para
120H1 fS{J1 ~s.ooon 23.000 volts. Sabendo que a potência
entregue é de 46 kVA, determinar a
corrente no primário, no secundário e
na parte comum do enrolamento.
FIG. XXVI-7
SOLUÇÃO,

46.000
z, a' Z I, - 3,48A
• 13.200
I50
( - ) ' X 5.000 - 1.250 íl 46.000
300 1 - - 2A
' 23.000
3 - Se uma impedância de 3 ohms Na parte comum :.__ 3,48 - 2 ~
for ligada ao secundário de um trans- - I.48A
I95

PROBLEMAS Determinar as potencias real, reativa


e aparente fon1ecidas pelo gerador.
TRANSFORMADORES
R.: 50 \\-'; 50 \T.i\rs; 70,7 VA
1 - Um transformador de áudio tem
um primário com l . 200 espiras. Quan- 4 - Escolher a razão :'\1 ,/N 2 e a rea-
tas espiras deverá ter seu secundário tância XL de modo que a potência for-
para que um alto-falante de 4 oh1ns necida pelo gerador seja de 500 \V,
seja "visto" como uma carga de 5.000 co1n fator de potencia unitário.
ohms, por u1na válvula amplificadora
ligada ao primário?
R.: 34 espiras

2 - O transforn1ador de saída da
Fig. XXVl-8 proporciona a irnpedàn-
cia de carga correta a uma válvula
amplificadora, quando uma carga de
8 ohms é ligada aos tenninais "A" e
"B" ou uma carga de 16 ohms é liga-
da aos terminais "A" e "C". Qual a
carga que pode ser aplicada aos ter-
minais "B" e "C'', para apresentar a FIG. XXVI-10
mesma impedância refletida?
R.: a = 10; X"= 0,3 ohm

5 - Um transfonnador de 2. 400/
240 \', 500 kVA, é ligado a uma linha
de 2. 400 V. Considerando que o
transfonnador é ideal, qual a grandeza
da impedância de carga que farâ o
transformador operar em plena carga?

FIG. XXVI-8 R.: 1,153 ohm

R.: 1,38 ohms 6 - Testes efetuados em um trans-


formador de 880/220 \', 5 kVA, de-
ra1n os resultados seguintes:

,~LJ.
'l'este com circuito aberto (ins-
trumentos no lado de baixa ten-
são}:
P - lOOW
E= 220V
I - IA
N2 = 7000 P•;p1r~
N1 = 10000 espiras - Teste em curto-circuito (instru-
XL = 7n mentos no lado de alta tensão):
f = 700 LfL V p ~ 90 w
R = 1n E 24 V
FIG. XXVI-9 I - 5,68A
196

A fim de obter 220 V aplicados E 220V


à carga, sob condições nominais, 1 IA
é necessário ajustar o gerador de P IOOW
modo que a tensão no secundário Teste em curto-circuito (instru-
sem carga seja de 240 V. mentos no lado de alta tensão):
a) Calcular a resistência magneti- E 12 V
zante ( rm ), referida ao lado de 1 11,35 A
maior tensão. p 90 w
b) Calcular a resist€nciá total do
enrolamento ( r, ) referida ao lado Desenhar o circuito equivalente
de m3.ior tensão. do transformador, com todas as
e) Sob condições normais, fator de quantidades referidas ao lado de
potência unitário, determinar: alta tensão.
1 - Eficiência. R,,
2 - Regulação de tensão.

..,
d) Qual o valor da corrente de
excitação fornecida pelo gerador 1,6<1 0,789<1

"[
(gerador no lado de tensão maior)?
R.: 7. 750 ohms - 2,79 ohms -
96,4 % - 9,093 - 0,25 A
1

R,.•1,W6 x,..=988n
"'
7 - Um transformador de 5 kVA, 1
440/220 V, é testado com os seguintes
resultados:
Teste em circuito aberto (instru-
mentos no lado de baixa tensão): FIG, XXV!-11
CAPITULO XXVII

NOÇÕES DE MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA

Generalidades torque é desenvolvido quando os con-


dutores são percorridos por uma cor-
Os geradores e os motores de cor-
rente elétrica, pois o conjunto fica
rente contínua apresentam, basicamen-
submetido a wn campo magnético (re-
te, a .mesma constituição, diferindover FORÇA QUE ATUA SOBRE UM
apenas no que diz respeito à aplica-CONDUTOR QUE CONDUZ COR-
ção, porque o gerador converte ener-RENTE NUM CAMPO MAGNll-
gia mecânica em elétrica, e, com o TICO).
motor, obtém-se energia mecânica a
partir da energia elétrica Construção
Como um gerador elétrico envolve
a conversão de energia mecânica em Para fins de descrição, os motores
elétrica, conclui-se que se deve impri- e os geradores de corrente contínua
mir movimento mecânico a alguma ; podem ser divididos em duas partes,
parte da máquina, que, então, se des- úma estacionária e a outra girante. A
lbca em relação a uma outra. No ge- parte fixa é conhecida como ESTA-
rador é comum a colocação de um ., TOR, e a parte móvel é chamada
grande número de condutores de co- '11.QTQR,______ _
bre, ligados de modo adequado, so- O estator tem como função primOr-
bre um núcleo cilíndrico de aço, o dial a de proporcionar o campo mag-
qual é feito girar entre os pólos de nético, no qual giram os condutores
'::J eletroímãs ou ímãs permanentes de da armadura. Nesta parte, além dos
.$ ... forma es~al; o núcleo em apr~L pólos propriamente ditos encontramos
) laminado para di111tfiUir o efeito das geralmente os conjuntos das escovas.
',c:?rrentes de Foucault. Dá-se à parte O rotor é constituído por um nú-
giiãi:ile o -nome de ARMADURA. O cleo de aço laminado, no qual existem
conjunto de ímãs constitui o CAMPO ranhuras destinadas a receber o enro-
da máquina. A movimentação dos con- lamento (os condutores) de que fala-
dutOres de cobre resulta no apareci- mos nos parágrafos anteriores. No
mentp de tensões induzidas nos mes- mesmo eixo desta peça, que já conhe-
'-.,_ mo~rever FORÇA ELETROMOTRIZ cemos com o nome de armadura, há
ffiDÜZIDA - LEI DE LENZ). um conjunto de segmentos de cobre,
No motor também são dispostos co- o COMUTADOR ou COLETOR. so-
dutores de cobre sobre a armadura. O bre o qual deslizam as ESCOVAS,
198

que St'rve1n de condutores intermediá- Interpolas e Enrolamentos Compensa-


rios entre o onrola1nento da am1adura dores
e o c:ircuito externo.
As correntes que fluern no enrola-
Enrolamentos do Campo ·mento da armadura criam forças mag-
11eton1otrizes cujos fluxos magnéticos,
A.s 1náquinas que utilizam in1âs per- pela lei de I ..enz, tendem a se opor à
manentes são usadas apenas en1 casos açào do campo principal, alterando-o,
especiais. t' produzindo centelhas nas escovas.
No tipo comum, com eletroírnâs, as Para evitar essa ação indesejável da
bobinas utilizadas para produzir o arrnadura (conhecida co1no REAÇÃO
carnpo mag11étiço tê1n aspectos diver- DA AR11ADL1 RA), são utilizados IN-
sos, de acordo com o tipo de excita- 'fEl{POl,OS ou PÓLOS COMUTA-
ção empregado, que per1nite a divisão ü()RES, que são bobinas de poucas
das máquinas de corrente contínua ern espiras de fio grosso, enroladas em
três categorias: núcleos laniinados estreitos, dispostos
SERIE entre os pólos principais da máquina.
"SHUNT" (PARALELO) Nas ináquinas grandes há normal-
"COMPOUND" (série-paralelo niente tantos intcrpolos quantos são
ou composta) os pólos principais. Nas máquinas pe-
Na 1náquina série, as bobinas de quenas, porém, o total de interpolas
can1po (as que constituem -0s eletroí- corre.~ponde quase sempre à metade
mãs) ficam em série com o enrolamen- do número de pólos principais. Os en-
to da armadura, e constam de poucas rolamentos desses interpolas ficam per-
espiras de fio grosso. manentemente ligados em série com
Na máquina "shunt", o conjunto das o enrolamento da armadura, porque
bobinas de campo fica e1n paralelo eles devem produzir fluxos proporcio-
com o enrolamento da armadura, e nais à corrente na armadura.
elas são feitas com um grande número _Um detalhe importante é o que se
de espiras de fio fino. refere às polaridades dos interpolas.
O gerador "compound" é unia com- E1n um gerador, AS POLARIDADES
binação dos dois tipos citados. DOS INTERPOLOS SÃO AS MES-
Além dos motores e gerador.es ci- MAS DOS PÓLOS PRINCIPAIS QUE
tados há o de EXCITAÇÃO INDE- SE SEGUEM, NO SENTIDO DE
DENDENTE cujas bobinas de campo ROTAÇÃO. Em u1n motor, AS PO-
apresentam características seinelhantes LARIDADES D OS INTERPOLOS
às do gerador "shunt" e sào alimen- SÃO AS MESMAS DOS PÓLOS
tadas por uma fonte de e.e. indepen- PRI1'CIPAIS QUE OS PRECEDEM,

d::~:T ~ ( [
NO SENTIDO DE ROTAÇÃO.
~ Eu1 ge1ado1es e motõres -cujas cor-
rentes de armadura são extremamen-
te altas, o (;a1npo n1agnéi"ico que se
f@ Sl':RIE produz nesta parte da máquina pode
produzir efeitos indesejáveis (distor-

r~
"COMeouND" '
FONTE~ A
lc[ '
ção no campo principal, produzindo
centelhas nas escovas) em zonas que
~ A '-(~·' ficam fora da influência dos interPo-
li':'.:', · EXCITAÇÃO los. Para evitar o fenômeno em apre-
& INDEPENDENTE ço, são usados ENROLAME!\TOS
FIG. XX\'11-1 COMPENSADORES. Estes enrola-
199

mentas são dispostos em ranhuras ou .ç;;;.OLAMENTO


aberturas nas faces dos pólos princi- DO ROTOR
pais, e sua instalação é ntuito dispf"n-
diosa; felizmente não são necessarios
nas máquinas de capacidades menores.

Conjt1ntos de Escovas

O conjunto das escovas faz parte do


mecanismo de con1utação, sendo cons-
FIG. XXVII-2 tituído por um grupo de suportes para
escovas. Comumente há tantos grupos
de suportes para escovas quantos são
Comutador ou Coletor os pólos da máquina. Cada suporte
possui, como é natural, uma escova,
Trata-se de um dispositivo engenho- qu~ faz bom contato con1 o coletor,
so, resistente e eficaz, cuja função graças à ação de uma mola. Os su-
numa máquina de corrente contínua portes são ligados entre si e aos ter-
é extremamente importante. minais da máquina por meio de con-
Em um gerador ele converte a cor- dutores.
rente alternada gerada internamente
em corrente contínua para uso no cir-
cuito externo.
Em um motor, sua ação é exatamen-
te oposta, transformando uma corren-
te contínua aplicada externamente em
uma corrente alternada no enrolamen-
to da armadura.
É constituído por segmentos de co-
hre de fonnato característico, "monta-
dos sobre um cilindro de aço; os seg- CONJUNTO DE ESCOVAS
mentos são isolados entre si e do ci-
lindro de aço. FIG. XXVII-4
CAPITULO XXVIII

NOÇÕES DE MÁQUINAS DE CORRENTE ALTERNADA


(ALTERNADORES)

Os geradores de C.A. (ou alternado- rolamento do estator; com a ligação


res), cujo princípiÓ de funcionamento por meio de anéis e escovas sempre
foi estudado nos capítulos sobre pro- há o perigo de curto-circuito, arcos
dução de força eletromotriz induzida voltaicos, etc. Os anéis servem então
e de corrente alternada senoidal, são para a alimentação, por e.e., das bo-
constituídos também por um ROTOR binas de campo. Este tipo de cons-
,e um ESTATOR. Nos alternadores de trução também é mais conveniente de-
pequenas capacidades, a construção é vido à velocidade com que gira o ro-
semelhante à de um dínamo (nome tor da máquina; a força centrífuga po-
dado às máquinas de CC), com as bo- deria provocar a saída dos condutores
binas de campo no estator e o apare- das ranhuras do rotor.
cimento da tensão induzida no rotor. EXeI1'ATRIZ é o nome dado a um
Como sabemos, mesmo nos geradores gerador de e.e. utilizado para forne-
de CC a tensão que aparece no enro- cer a corrente necessária à criação do
lamento da armadura é alternada, sen- campo rnagnético, em um alternador.
do retificada, para uso externo, pelo Há dois tipos básicos de alterna-
comutador. Os geradores de C.A., dores:
como é evidente, não precisam de co-
mutador; em seu lugar são dispostos geradores .SlNCRONOS
i\.NÉIS COLETORES, um para cada geradores de INDUÇÃO
extremo do enrolamento em que apa-
rece a tensão induzida. Os anéis cole- O alternador Sll\CRONO é o mais
tores fazem contato permanente com comum, e seu funcionamento e sua
as escovas, e, por meio destas, são li- constituição correspondem ao que foi
gados ao circuito externo. dito nos parágrafos anteriores.
Quando as máquinas produzem ten- Os geradores de INDUÇÃO são de
sões altas, é mais co1num dispor as construção especial e de aplicação
bobinas de campo no rotor. A tensão praticamente restrita à alimentação de
produzida no gerador aparece no en- dispositivos que trabalham com fre-
rolamento distribuído pelo estator. qüências não comuns (90, 100, 175 ou
Este sistema é mais conveniente, por- 180 Hz). As freqüências usuais dos ge-
que a ligação do circuito externo é radores de usinas fornecedoras de
feita diretan1ente aos terminais do en- energia elétrica são 60 ou 50 Hz.
201

Os geradores de C.A. tarnbém são Num gerador trifásico são feitos dois
classificados como tipos de ligação:
- MOI"\OF ASICOS e
- POLIE<"ÁSICOS en1 ESTRELA (Y)
No gerador monofásico é produzida e1n TRIANGL1LO (~)
uma única tensão, pois há um Único
enrolamento submetido ao campo
magnético. Sistemas Trifásicos
Nas máquinas polifásicas há mais de
um enrolamento submetido ao campo Os enrolamentos em que aparecem
rnagnético, nos quais aparecem tensões as tensões induzidas são as FASES do
independentes, porétn iguais. O gera- gerador.
dor com três enrolamentos indepen- Num gerador trifásico as FASES es-
dentes (TRIFASICO) é ornais cornum. tão distribuídas de tal modo no indu-
Interna1nente ou externamente são zido (parte da máquina em que apa-
efetuadas ligações entre os terminais recem as f.e.m. induzidas) que as
dos enrolamentos onde aparecem as três tensões obtidas estão defasadas,
tensões induzidas, das quais resultarn uma das outras, dé 120 graus elétricos.
combinações de tensões e característi- Na ligação em estrela, representada
cas especiais. de acordo com a figura abaixo,

r----.-------.--~~-----o A

os enrolan1entos são ligados entre si pio, 120 V e -J3 X 120 = 207 ,8 V


por meio de um de seus extremos, aproximadamente.
dando origem a um ponto comum, de A intensidade da corrente em um
onde sai, na figura, o fio designado fio fase é igual à intensidade da cor-
com a letra N (FIO NEUTRO). Dos rente em cada enrolamento do indu-
outros extremos saem os condutores zido da máquina. A intensidade da
corrente no fio neutro é a soma veto-
(FIOS FASES) designados com as le-
rial das correntes de linha, como são
tras A, B e C. chamadas as correntes nos fios fases-
Como mostra a figura em questão, Para facilidade de expressão, desig-
podem ser obtidos dois valores de ten- namos as grandezas em apreço do se-
são: uma tensão menor, entre qual- guinte modo:
quer fio fase e o neutro (tensão esta IJ. corrente de linha
igual à induzida num dos enrolamen- IF corrente de fase
tos), e uma tensão maior, entre dois EL tensão entre dois fios fases
fios fases quaisquer; no nosso exem- quaisquer (tensão de linha)
202

E .- tensão induzida em cada


' enrolamento.

No caso em estudo, logo

IL = IF,
EL
EL = "3 EF P (do sistema) = 3 X - - X IL X

Esta última relação é determinada



pelo fato de que corresponde à soma X cos cp ou
vetorial de duas tensões iguais defasa-
das de 120 graus elétricos, porém uma
delas "invertida'', o que se consegue
P (do sistema) = -J3 EL IL cos q:i
com a escolha correta dos terminais
dos enrolamentos.
A potência total num sistema trifá- OBSERVAÇÃO; O nosso estudo foi
sico alimentado por um gerador des- limitado a um sistema equilibra-
te tipo é a soma das potências das três do, em que as cargas são distri-
fases: buídas igualmente pelas tres fases.
P (de uma fase) = EF IF cos cp NESTE CASO PARTICULAR, A
CORRENTE NO FIO NEUTRO
P (do sistema) = 3 EF IF cos cp É NULA.

EL
Na lígação em TRIANGULO (ou
DELTA), os enrolamentos são ligados
e conio mostra a figura:

100V 1 ov

FIG. XXVIIl-2

Três fios saem do gerador (A, B e


C), e a t(rns·ão entre cada par de fios
(Ei.) corresponde à tensão indtizida
ein cada enrolamento (EF). A corren-
te em cada fio (IL) que sai do gerador A potência por fase é determinada
é a so1na vetorial das correntes de com a expressão
duas fases: p -- EF 11" cos r:p
203

A potência total do sistema é igual 2 - Em um sistema trifásico estrela


a 3 vezes a de uma fase: equilibrado, a tensão de fase é 120 V.
P = 3EF1Fcosrp Determinar a tensão de linha.

~1as SOLUÇÃO,

EL = -/3 EF = 1,732 X 120 -


e
= 208 V aprox.

3 - No sistema da Fig. XXVIIl-3,


determinar !,, 12, Ei, E,, Z1, Z 2 e Z3.
Trata-se de um circuito equilibrado.
2DA
logo A

P (do sistema) = 3 X EL X "ê 1117V

IL ~~~---t--------,,.._
X - - - X cos rp
{3
"
~

~~-&,,)-''~'~'---......--~
ou
A 12
P (do sistema)
FIG. XXVIII-3
EXEMPLOS• SOLUÇÃO,
1 - A corrente de fase ern um sis- I, = 12 = 20A
tema triângulo equilibrado é de 10 A.
Qual o valor da corrente de linha? E, E, ~ ,f3 X 117 ~ 1,732 X
SOLUÇÃO, X 117 ~ 202,6 V

IL ~ V3 IF = 1,732 X 117
Z, = Z2...,, Z3 = --= 5,85ohms
X !O ~ 17,32A 20
CAPITULO XXIX

NOÇÕES DE MAQUINAS DE CORRENTE


ALTERNADA (MOTORES)

Os motores de corrente alternada Como sabemos, as correntes que cir-


podem ser construídos para trabalhar cularão pelos três enrolamentos esta-
com uma tensão monofásica (MOTO- rão defasadas uma da outra de 120
RES MONOFASICOS) ou com fontes graus elétricos, e, desta forma, criarão
polifàsicas (MOTORES POLIFASI- campos magnéticos variáveis e defasa-
COS). dos. A variação dos campos se pro-
Estudaremos primeiro o tipo mais cessará, porém, de tal n1odo que dará
usado de motor polifásico, o MOTOR a idéia exata de u1n campo n1agné-
TRIFASICO, mas antes será necessá- tico com movhnento circular, conhe-
rio ter uma idéia do que é CAMPO cido como CAMPO ROTATIVO.
ROTATIVO, in<!ispensável ao funcio- Os motores trifásicos podem ser
namento desses motores. classificados em dois grupos:
Observemos o desenho abaixo, que
simbohza três enrolamentos iguais e St!\.1CRONOS
independentes, dispostos no estator de DE INDUÇÃO
uma máquina e alimentados por uma
fonte trifásica (cada enrolamento liga- Os motores síncronos trifásicos são
do entre fase e neutro de uma fonte se1nelhantes aos geradores síncronos.
trifásica, por exemplo). Como se trata de um motor, os trCs
enrola1nentos do estator não se desti-

·. · rrx nam à obtenção de forças eletromotri-


CAMPO
ROTATIVO .:i'.Y zes e sim à criação de um campo ro-
tativo. O rotor é alimentado por uma
fonte de c. e., como nos alterna-
dores.
Em conseqüência das ações entre
campos magnéticos, o rotor gira, acom-
panhando o movimento do ca1npo ro-
tativo. A velocidade do rotor depen-
de da velocidade do campo rotativo;
esta é denominada VELOCIDADE
SÍNCRONA e depende da freqüencia
FIG. XXIX·l da C. A. trifásica que produz o campo
205
rotativo. Seu valor é calculado a par- O rotor gaiola de esquilo é geral-
tir da equação mente constituído por barras de cobre
np dispostas em ranhuras feitas em nú-
1- cleos de ferro laminado. As extremi-
60 dades das barras de cobre são postas
em curto-circuito por anéis de cobre,
donde de modo que o conjunto toma o as-
pecto de uma gaiola cilíndrica, cujo
60 1 formato justifica o nome dado ao tipo
n- de rotor em questão.
p O rotor com bobinado não é liga-
do a qualquer fonte externa, apesar
Esta expressão foi estudada no ca- de possuir anéis e conjuntos de esco-
pítulo sobre produção de uma C. A. vas; estes elementos servem para li-
senoidal. gar entre si os extremos das bobinas
Os motores de indução trifásicos são do rotor e permitir, por meio de resis-
os mais usados. Seu funcionamento tores, que seja variada a resistência
depende também do campo rotativo dos enrolamentos, com a finalidade de
que é produzido no seu estator, do controlar o deslizamento do rotor.
n1esmo modo que nos motores síncro- Os motores com rotor de g.liola ·são
nos. A grande diferença entre os dois mais baratos e de mais fácil manuten-
tipos de máquinas está no rotor, que, ção, e este tipo de rotor é usado tam-
neste caso, não é alimentado por qual- bém em motores monofásicos.
quer fonte externa. O nome deste ti- Os motores monofásicos podem ser
po de motor é justificado pelo fato de agrupado em três tipos principais:
que aparecem correntes induzidas no
rotor desta máquina, as quais produ- MOTORES DE INDUÇÃO
zem um campo magnético que tende MOTORES UNIVERSAIS
a acompanhar o campo rotativo, EM- MOTORES DE REPULSÃO
BORA NUNCA POSSA ATINGIR A
VELOCIDADE SlNCRONA. Aliás,
isto é evidente, pois para que haja o Os motores de indução são consti-
aparecimento de tensões induzidas no tuídos por um estator alimentado por
rotor é necessário que haja movimen- corrente monofásica e um rol:Or do
to .relativo entre este e o campo ro- tipo gaiola de esquilo.
tativo. Como não é possível produzir um
A diferença entre a velocidade sín- campo rotativo com uma corrente 1no-
crona e a velocidade do rotor é cha- nofásica, são utilizados vários méto-
mada DESLIZAMENTO ("SLIP"). O dos para obtenção do torque da má-
deslizamento é influenciado pela car- quina, e são esses diversos sistemas
ga aplicada ao motor. de partida que determinam a grande
· Oss mOtores trifásicos de indução variedade de motores monofásicos de
podem ser classificados em dois gru- · indução: motores de põlo fendido (pro-
cesso de retardamento polar), moto-
pos, de acordo com a constituição do
seu rotor: res de fase dividida, motores com ca-
pacitar e motores de indução-repulsão.
MOTOR COM ROTOR TIPO A corrente monofásica no estator
GAIOLA DE ESQUILO produz campo magnético variável, que
MOTOR COM ROTOR BOBI-· induz correntes no rotor de gaiola. O
NADO campo criado no rotor provoca o seu
206

alinhamento com o C'ampo do estator, dispositivo que põe em curto os seg-


mas não há torque. mentos do coletor, a que estão liga-
Nos motores com capacitar e de dos os extre1nos das bobinas do rotor.
fase dividida são utilizados enrolamen- O funcionamento dos motores de
tos de partida. As correntes nos dois repulsão já foi explicado sucintamente
enrolamentos ficam defasadas pela no parágrafo anterior, ao tratarmos dos
ação dos capacitares ou pela diferen- motores de repulsão-indução.
ça entre as reatâncias indutivas dos
C'nrolamentos, criando um campo ro- O motor universal recebeu esta de-
tativo que permite o funcionamento nominação porque trabalha em e. e.
das máquínas. ou C. A. E:, realmente, um motor sé-
Nos motores de repulsão-indução a rie de e. e., cujos enrolamentos e cir-
posição do campo criado no rotor é cuito magnético foram projetadOs pa-
alterada por meio de escovas, o que ra trabalhar com eficiência também
cria um torque, em conseqüência da em C. A.
ação entre os campos. Assim que o Os motores monofásicos são geral-
rotor é posto em movimento e atinge mente motores fracionários, isto é, de
uma determinada velocidade, o motor potência inferior a 1 HP. São muito
passa a funcionar como um de indu- empregados e1n aparelhos eletrodo-
r,.·ão, pois o seu rotor, que é bobinado mésticos: refrigeradores, máquinas de
e possui coletor, é transformado em costura, ventiladores, liquidificadores,
um rotor tipo gaiola, pela ação de um aparelhos de ar condicionado, etc.

ROTOR TIPO GAIOLA


DE ESQUILO

MOTOR COM MOTOR DE MOTOR


CAPACITOR PóLO FENDIDO UNIVERSAL

FIG. XXIX - 2
APENDICES
APENDICE 1

MEDIDORES ELfi:TRICOS

V n1 medidor elétrico tem a finali- Amperímetro


dade de determinar os valores de gran-
dezas elétricas, tais como a tensão, a Destina-se a medir a intensidade de
corrente e a potencia. uma corrente elétrica. Deve ser liga-
:'.\íestes poucos parágrafos não pode- do, portanto, em série com o elemen-
re1nos, evidentemente, ter uma perfei- to do circuito no qual se deseja saber
ta idéia do funcionamento e da cons- qual a corrente que está fluindo.
trução dos medidores, mas apenas sa- Para que o circuito não sofra alte-
ber a finalidade dos instrumentos a ração apreciável, o amperímetro deve
que nos referimos nos capítulos deste ter a menor resistência interna possí-
livro e fazer algumas observações fun- vel.
damentais. O amperímetro é um galvanômetro
De um modo geral, os medidores PREPARADO para MEDIR corren-
funcionam em conseqüência de fenô- tes. Como vimos, o galvanômetro ape-
n1enos eletrostáticos ou de ações de nas acusa a existência de uma corren-
ca1npos magnéticos sobre condutores te, não possuindo mostrador gradua-
l}Ue conduzem correntes ou sobre pe- do em unidades de intensidade de cor-
ç·as de material magnético. rente elétrica, porque não_ há o obje-
tivo de medir. Outro detalhe impor-
tantíssimo é o de que a agulha indi-
Galvanômetro cadora (ponteiro) do instrumento so-
fre uma deflexão total (percorre toda
J!': um dispositivo que tem a finali- a extensão do mostrador), quando o
dade de acusar a existência de uma galvanômetro é percorrido por uma
corrente elétrica e, quase sempre, o corrente pequeníssima.
seu sentido. Não é propriamente um Para que o galvanômetro possa
instrumento de MEDIÇÃO, embora acusar correntes maiores e medi-las, é
seja a base de um grande número de ligado em paralelo com um resistor de
1nedidores. O tipo mais conhecido é o valor muito menor que a sua resistên-
galvanômetro de D'Arsonval, c
princípio básico de funcionamento oi
"/.o cia interna, e se usa um mostrador
graduado. Este resistor (chamado
estudado no capítulo XX. ~SHUNT") desvia o excesso de corren-
210

te, protegendo o instrumento e per- os seus terminais marcados ( +) e (-)


mitindo a medição de correntes gran- (ou outra indicação qualquer), escla-
des. Se o instrumento é preparado recendo qual o terminal que deve ser
para medir AMPERES, é chamado ligado ao ponto de onde vêm os eléc-
AMPERIMETRO. Se é feito para me- trons (-) e o que deve ser ligado ao
dir MILIAMPERES ou MICROAM- ponto para onde se dirigem os eléc-
PERES, é um MILIAMPER1METRO trons ( +). Os instrumentos para C. A.
ou um MICROAMPERlMETRO. não apresentam problema de polari-
O cálculo do "shunt" é uma simples dade.
aplicação da lei de Ohm. Ao se efetuar uma medição é ne-
cessário verificar se o maior valor na
\'altímetro escala do medidor é superior ao pro-
vável valor da grandeza a ser medida.
O voltímetro mede tensão. .E: um
galvanômetro ligado em série com um Wattímetro
resistor (RESIST:ENCIA MULTIPLI-
CADORA), de modo que a corrente Trata-se de um 1nedidor de potên-
máxima que produz a deflexão do cia. É, prat~camente, um conjunto for-
ponteiro do galvanôn1etro não é ul- mado por um amperímetro e um vol-
trapassada, quando o conjunto é utili- tímetro. Em C. A., como estudamos,
zado para efetuar uma medição de indica apenas a potência real.
tensão.
Os terminais do instrumento são Ohmímetro
aplicados aos pontos entre oS quais se
deseja medir a d. d. p., isto é, o vol- t um circuito constituído basica-
tímetro é ligado em paralelo com o mente por um medidor de corrente
elemento ou parte do circuito entre em série com um resistor e uma fon-
cujos extremos se deseja conhecer a te de e. e. (uma bateria). o circuito
diferença de potencial. :€ evidente está normalmente aberto, e seus ter-
que este instrumento deve ter uma re- minais livres são as f.ontas de prova
sistência interna (galvanômetro + re- do ohmímetro. O va or do resistor é
sistência multiplicadora) muito gran- tal que, quando as pontas de prova
de, para não afetar sensivelmente as se tocam, fechando o circuito, o pon-
características do circuito. teiro do medidor sofre uma deflexão
total.
Observações Comuns aos Voltímetros Se o circuito do ohmímetro for fe-
e aos Amperímetros chado por intermédio de uma peça co-
locada entre as pontas de prova, a re-
Estes instrumentos podem ser cons- sistência do circuito será maior do
truídos para uso em C. C., em C. A. ou que antes e a deflexão do ponteiro do
em ambas as correntes. instrumento não será total.
Um instrumento feito para medi- O medidor pode ser graduado em
ções em circuitos de C. C. NÃO DEVE ohms, correspondendo a deflexão to·
SER USADO EM C. A.; da mesma tal (pontas de prova em c'urto) à re-
forma, ,um instrumento feito para uso sistência zero e a posição de repouso
apenas em C. A. NÃO DEVE SER da agulha do instrumento (circuito
USADO EM C. C. aberto) à resistência infinita.
Outro ponto importante no uso dos Com o tempo, a bateria se descar-
instrumentos é a questão da polari- rega e, por isso, é normal o uso de um
dade. Os instrumentos de C. C. têm resistor variável em lugar do resistor
211

fixo, para permitir a deflexão total Multímetro


com as pontas de prova em curto; a
este ajuste chamamos de AJUSTE DO Multí1netros são aparelhos c}ue po-
ZERO. detn funcionar como medidores de
A resistencia elétrica dos corpos é tensão, de corrente e de resistência, e,
medida também por outros processos, às vezes, para medir ainda outras
entre os quais a ponte de \i\iheatsto- grandezas. Isto se consegue com uma
ne, já estudada. chave seletorá que liga ao galvanôme-
UM OHM!METRO NUNCA DE- tro um 'SHUNT', uma RESISTI!:N-
VE SER APLICADO A UM CIR- CIA r-.1ULTIPLICAD0RA ou o con-
CUITO QUANDO ESTE ESTA EM junto que caracteriza o ohmúnetro,
FUNCIONAMENTO; O CIRCUITO permitindo o funcionamento do apa-
DEVE ESTAR DESLIGADO. relho na função desejada.

AMPERIMETRO E VOLTIMETRO (SIEMENS)

MEDIDORES ELÉTRICOS

MULTIMETRO (TRIFLETI')
AP.E:NDICE 2

BITOLA A W G (AMERICAN WIRE GAGE)

Os condutores usados nas ligações tros ou seções de fios são designados


entre os diversos elemelltos de um cir- por números.
C'Uito, ou mesmo na formação desses
componentes, são geralmente de seção A bitola padrão no Brasil é a norte-
transversal circular e produzidos pelos americana A1fERICAN WIRE CACE
fabricantes em medidas padronizadas,
constituindo tabelas. (A W C), conhecida também pela de-
Sào várias as tabelas (ou bitolas) nominaçào antiga de BRowr-..· &
existentes, e nelas os diversos diâme- SHARPE (B & S)•

TABELA DIÂMETRO SEÇÃO DIÃMETRO SEÇÃO


AWG EM mm EM 1nm2 EMPOLE- EM CM
GADAS

0000 ll,68 !07,2 0,4600 21!.600


000 10,40 85,01 0,4096 167.800
00 9,266 67,43 0,3648 133.100
o 8,255 53,52 0,3249 !05.500
1 7,348 42,41 0,2893 83.690
2 6,543 33,62 0,2576 66.370
3 5,827 26,67 0,2294 52.640
4 5,189 2l,!5 0,2043 41.740
5 4,620 16,77 0,1819 33.100
6 4,115 13,30 0,1620 26.250
7 3,665 I0,55 0,1443 20.820
8 3,264 8,367 0,1285 16.510
9 2,906 6,631 O,II44 13.090
!O 2,588 5,261 0,1019 I0.380
Il 2,304 4,168 0,09074 8.234
12 2,052 3,308 0,08081 6.530
13 1,829 2,627 0,07196 5.178
14 1,628 2,082 0,06408 "4.107
15 1,450 1,652 0,05707 .1.2S7
213

TABELA DIAMETRO SEÇÃO DIAMETRO SEÇAO


AWG EM mm·- EM llllÍl2 ·EMPOLE- EM CM
GADAS

16 1,290 1,308 0,05082 2.583


17 1,151 1,0398 0,04526 2.048
18 1,024 0,8229 0,04030 1.624
19 0,9119 0,6530 0,03589 1.288
20 0,8128 0,5189 0,03196 1.022
21 0,7232 0,4116 0,02846 810,1
22 0,6426 0,3243 0,02535 '642,4
23 0,5740 0,2588 0,02257 509,5
24 0,5105 0,2047 0,02010 404,0
25 0,4547 0,1624 0,01790 320,4
26 0,4039 0,1281 0,01594 254,I
27 0,3607 0,1022 0,01420 201,5
28 0,3200 0,0804 0,01264 159,8
29 0,2870 0,0647 0,01126 126,7
30 0,2540 0,0507 0,01003 100,5
31 Q,2268 0,04040 0,008928 79,70
32 0,2019 0,03202 0,007950 63,21
33 0,1798 0,02540 0,007080 50,13
34 0,1600 0,02011 0,006305 39,75
35 0,1425 0,01594 0,005615 31,52
36 0,1270 0,01266 0,005000 25,00
37 0,1130 0,01003 0,004453 19,83
38 0,1006 0,00794 0,003965 15,72
39 0,08966 0,00631 0,003531 12,47
40 0,07976 0,00499 0,003145 9,888

Observa-se que o número do con- - um aumento de seis números (por


dutor se toma maior à medida que o exemplo, de 8 a 2) dobra o diâ-
seu diàmetro (ou seção) diminui. A metro;
tabela ljue está sendo apreciada pode - um aumento de três números do-
ser pro ongada nos dois sentidos; os bra a seção e o peso, e, em con-
diâmetros dos condutores em 11ILS seqüência, reduz a resistência à
obedecem a uma progressão geomé- metade;
trica crescente (do n. 0 40 ao n. 0 0000) - um aumento de 10 números mul-
cuja razão é aproximadamente 1,123. tiplica a seção e o peso por 10,
Assün, é fácil determinar o diâmetro e divide a resistência por 10;
correspondente a um número qual- - um fio n. 0 10 · tem um diâmetro
quer, sendo conhecido o diâmetro re- de cerca de 0,1 polegada, uma se-
f crente a outro nú1nero. ção de aproximadamente 10.000
Há algumas regras que, com apro- CM e sua resistência é de apro-
xin1ação, são úteis na determinação de ximadamente 1 ohm por l. 000
caral:tcrísticas de condutores: pés,
AP:í<;NDICE 3

LIMITE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE DE CONDUTORES ISOLADOS

Isolamento Borracha ou Terrnoplástico .l. Prova de Ten1po

l-2ou3
Insta]ação Aberta Condutores no Ao Ar Livre
Eletroduto

Temperatura Máxima
00° c 60º c so c
0

do Condutor

Bitola do Condutor Corrente Máxima Admissível


AWG ou CM (ampere-s por condutor)

14 20 C)
15 30
12 25 20 40
10 40 30 55
8 55 40 70
6 80 55 100
4 105 70 130
2 140 95 175
o 195 125 325
00 225 145 275
000 260 165 320
0000 300 195 370
250.000 340 215 410
300.000 375 240 460
400.000 455 280 555
500.000 515 320 630
600.000 575 355 710
700.000 630 385 780
800.000 680 410 845
1.000.000 780 455 965
1.500.000 980 520 1.215
2.000.000 1.155 560 1.405
Nota: Esta Tabela baseia-se na temperatura-ambiente de 300 e.
APF,NDICE 4

CONSTANTES DIELt:TRICAS
(A 20° C)

ACETONA .......................... . 21,3

TETRACLORETO DE CARBONO .... 2,2

EHONITE . . . 2,7 - 2,8

VIDRO .............. . 5 - 10

LUCITF. 3,4

MICA ......... . 2,5 - 8,0

PAPEL ..... 2,0 - 2,6

PAPEL (KRAFT) ............... . 3,5


POLIETILENO ......... . 2,2

POLYSTYRENE 2,6

PORCELANA 5,7 - 6,8

QUARTZO .......... . 5
BORRACHA. 2,3 - 5,0

SHELLAC ........ . 2,7 - 3,7

STEATITE ..................... 5,0 - 6,3

AGUA ...... . 80,3

MADEIRA .... .. 2,5 - 7.7


APtNDICE 5

RIGIDEZ DIELÉTRICA DE ALGUMAS SVBSTÂNCIAS


(Em kV/cm)

AR 30

VIDllO .. _ 75 - 300

EBONITE 270 - 400

MICA 600 - 750

BORRACHA PURA .. . ........ 330

CERA (PARAFINA) ........... 600

CERA (DE ABELHA) . ' ...... r. roo


AP:E:NDICE 6

COEFICIENTE DE TE~fPERATURA DA RESISTii:NCIA


DE METAIS E LIGAS
(A 20" C)

ALUM!NIO .. 0,003 9

ANTl~1ôNIO .... 0,003 6

BISMUTO . 0,004

COBRE 0,003 93

OllRO ..... 0,003 4

CHUMBO ..... 0,003 87

MERCÚRIO .. 0,000 72

N!QUEL ... 0,006 2

PLATINA 0,003

PRATA ... 0.003 s


AÇO DOCE 0,001 6

TUNGSTENIO ... 0,005

ZINCO .... 0,003 7

BRONZE .. 0,002

CONST.!\.NTAN (Cu 60, Ni 40) .. 0,000 005

PRA.TA ALEMÃ (Ni 18) 0,000 4


218

!AIA 0,000 005

IDEAL ......... . 0,000 003

MANGANII\A (Cu 84, 11n 12, Ni 4) 0,000 006

METAL J\10'.'i"EL (;-.li - C:u) 0,001 9

NICRO~IE (Fe, Ni, Cr) 0,000 1lJ


APENDICE 7

RESISTIVIDADE, A 20º C, DE ALGU~:IAS SUBSTANCIAS

Ohn1-metro Ohm. CM/pé

COBRE .. 1,77 X 10-' 10,68

ALUM!NIO ........ . 2,83 X 1()-• 17,10

BISMUTO .. 119 X 1()-' 717,00

PRATA. 1,63 X !()-' 9,65

NIQUEL ................ . 7,77 X !()-' 47,00

NICROME ................. . 99,5 X 1()-' 601,00


APl':NDICE 8

RELAÇÕES TRIGONOM!lTIIICAS

CO-TAN·
GRAUS RADIANOS eEN O jTANGENTE GENTE CO-SENO

o 0,0000 0,0000 0,0000 ~ 1,0000 1,5708 90


1 0,0175 0,0175 0,0175 57,29 0,9998 1,5533 89
2 0,0349 0,0349 0,0349 28,64 0,9994 1,5359 88
3 0,0524 0,0523 0,0524 19,08 0,9986 1,5184 87
0,0698 0,0698 0,0699 14,30 0,9976 1,5010 86

''
0,0873 0,0872 0,0875 11,43 0,9962 1,4835 85
6 0,1047 0,1045 0,1051 9,514 0,9945 1,4661 84
7 0,1222 0,1219 0,1228 8,144 0,9925 1,4486 83
8 0,1396 0,1392 0,1405 7,115 0,9903 1,4312 82
9
10
0,1571
0,1745 8·""
,1736
0,1584
0,1763
6,314
5,671
0,9877
0,9848
1,4137
1,3963
81
80
11 0,1920 0,1908 0,1944 5,145 0,9816 1,3788 79
12 0,2094 0,2079 0,2126 4,705 0,9781 1,3614 78
13 0,2269 0,2250 0,2309 4,331 0,9744 1,3439 77
14 0,2443 0,2419 0,2493 4,011 0,9703 1,3265 76
15 0,2618 0,2588 0,2679 3,732 0,9659 1,30W 75

16 0,2793 0,2756 0,2867 3.487 0,9613 1,2915 74


17 0,2967 0,2924 0,3057 3,271 0,9563 1,2741 73
18 0,3142 0,3090 0,3249 3,078 0,9511 1,2566 72
19 0,3316 0,3256 0,3443 2,904 0,9455 1,2392 71
20 0,3491 0,3420 0,3640 2,747 0,9397 1,2217 70
21 0,3665 0,3584 0,3839 2,605 0,9336 1,2043 69
22 0,3840 0,3746 0,4040 2,475 0,9272 1,1868 68
0,4014 0,3907 0,4245 2,356 0'9205, 1,1694 67

""" 0,4189 0,4067 0,4452 2,246 0,9135' 1,1519 66

26
27
0,4363
0,4538
0,4712
0,4226
0,4384
0,4540
0,4663
0,4877
0,5095
2,145
2,050
1,963
0,9063
0,8988
0,8910
1,1345
1,1170
1,0996
"••
63
28 0,4887 0,4695 0,5317 1,881 0,8829 1,0821 62
29 0,5061 0,4849 0,5543 1,804 0,8746 1,0647 61
30 0,5236 0,5000 0,5774 1,732 0,8660 1,0472 60
31
32
33
0,5411
0,5585
0,5760
0,5150
0,5299
0,5446
0,6009
0,6249
0,6494
0,6745
1,664
1,600
1,540
0,8572
0,8480
0,8387
0,8290
1,0297
1,0123
0,9948
0,9774 -
"
58
57
34 0,5934 0,5592 1,483 56
0,9599
3S
36
0,6109
0,6283
0,5736
0,5878
0.7002
0,7265
1,428
1,376
0,8192
0,8090 0,9425
0,9250
"
54
37 0,6458 0,6018 0,7536 1,327 0,7986 S3
36 0,6632 0,6157 0,7813 1,280 0,7880 0,9076 52
39 0,6807 0,6293 0,8098 1,235 0,7771 0,8901 51
40 0,6981 0,6428 0,8391 1,192 o, 76ti0 0,8727 50
41 0,7156 0,6561 0,8693 1,150 0,7547 0,8552 49
42 0,7330 0,6691 0,9004 1,111 0,7431 0,8378 48
43 0,7505 0,6820 0,9325 1,072 0,7314 0,8203 47
0,6947 0,9657 1,03fi 0,7193 0,8029 46
"
45
0,7679
0,7854 0,7071 1,0000 1,000 0,7071 0,78J4 45

CO·TAN- RADIANOS. GRAUS


CO·SENO TANGENTE SENO
GENTE
APENDICE 9

CONDUTIVIDADES PERCENTUAIS

COBRE (PADRÃO) ............ . 100,00

ALU:\llNIO .. -. .............. . 65,00

A~TIMONIO ................. ............................ 4,II

CAD~no ....................................................... 22,70

COBALTO 27,40
CONSTANTAN ................................................ . 4,01

CROMO ....................................................... . 12,20

OURO 73,40

FERRO 17,75

~1AI\GANINA 3,62

:\1ERCúRIO .......... . 1,80

I'\'ICROME 1,72

RODIO 36,40

PRATA ...................................................... -· · 106,40

TUNGSTENIO 31,40

ZINCO . 29.].0
APENDICE 10

CURVAS DE MAGNETIZAÇÃO

1,8

1,6
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1,4
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H, QUILOAMPil:RES-ESPIRAS/METRO (kA/m)
APllNDICE II

CURVAS EXPONENCIAIS UNIVERSAIS

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Núl\!ERO DE CONSTANTES DE TEMPO

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