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Lógica Proposicional Clássica

Filosofia 10º ano

Professor Domingos Faria


Colégio Pedro Arrupe

Ano Lectivo 2017/18

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 1/122
Sumário
1 Conceito de Lógica Formal
2 Formalização em linguagem lógica proposicional

3 Âmbito das Conetivas

4 Exercícios de Formalização

5 Funções de Verdade

6 Tabelas de Verdade

7 Avaliação de fórmulas proposicionais

8 Inspetores de Circunstâncias

9 Derivações Lógicas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 2/122
Figura 1: Bons argumentos

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 3/122
Avaliar argumentos filosóficos

Para avaliar argumentos filosóficos precisamos de fazer três


questões:
1 As premissas suportam/justificam efetivamente a
conclusão? Ou seja, será que o argumento é válido?
2 As premissas são verdadeiras? Ou seja, será que o
argumento é sólido?
3 As premissas são mais plausíveis/aceitáveis que a
conclusão? Ou seja, será que o argumento é cogente?

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Lógica Proposicional Clássica 4/122
Exercícios
Avalie os seguintes argumentos quanto à validade, solidez, e
cogência:
• “A Terra tem três luas e Marte é uma estrela. Logo, a Terra tem
três luas”.
• Resposta: argumento válido, mas não sólido (a premissa é
falsa).
• “Se os objetos mais pesados não caíssem mais depressa do que
os mais leves, um quilo de chumbo não cairia mais depressa do
que um quilo de algodão. Mas um quilo de chumbo cai mais
depressa do que um quilo de algodão. Logo, os objetos mais
pesados caem mais depressa do que os mais leves”.
• Resposta: argumento válido, com aparência de sólido e
cogência. Mas, de acordo com Galileu Galilei e a lei dos
corpos em queda, a segunda premissa é falsa (numa
situação em vácuo).
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Exercícios
• “A Terra tem uma lua e Marte é um planeta. Logo, a Terra tem
uma lua”.
• Resposta: válido e sólido, mas não cogente.

• “A relva é verde ou o universo não existe. Logo, a água é H2 O”.


• Resposta: não é válido.

• Todos os seres humanos suspeitos de crimes devem ser


tratados de acordo com as regras de um Estado de Direito. Os
prisioneiros de Guantanamo são seres humanos suspeitos de
crimes. Daqui se segue que os prisioneiros de Guantanamo
devem ser tratados de acordo com as regras de um Estado de
Direito.
• Resposta: argumento cogente.

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Conceito de Lógica Formal

Conceito de Lógica Formal

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 7/122
Conceito de Lógica Formal

• Para se conseguir determinar com rigor se um argumento é


dedutivamente válido ou inválido é importante estudar lógica
proposicional clássica.
• Esta lógica chama-se proposicional porque dá atenção às
proposições simples e às compostas que constituem os
argumentos.
• Uma proposição simples é uma proposição sem conetivas
ou operadores proposicionais.
• As proposições compostas resultam da ligação de
proposições simples.
• Os elementos que ligam as proposições simples para formar
proposições compostas são os operadores ou conectivas
(como “se. . . então”, “se e somente se”, “ou”, “e”, “não”).
• Este tipo de lógica remonta aos estoicos, mas desenvolveu-se
muito a partir do século XX com os trabalhos dos filósofos
Gottlob Frege e Bertrand Russell.
• É designada por “clássica” para se distinguir das restantes lógicas
contemporâneas.
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Conceito de Lógica Formal

Exercícios
Destaque a proposição complexa, as proposições simples, e os
operadores/conectivas:
1 “A filosofia é uma atividade crítica e a priori”.
2 “Se Deus existe, então não há mal no mundo”.
3 “O realismo moral não consegue explicar a diversidade
moral no mundo”.
4 “Se temos uma ideia simples de Deus, então temos
experiência direta de Deus e, além disso, não podemos
duvidar da sua existência”.
5 “Não é o caso que se a crença em Deus fosse uma questão
puramente intelectual, então todas as pessoas inteligentes
seriam crentes ou todas as pessoas inteligentes não seriam
crentes”.

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Conceito de Lógica Formal

Forma Lógica
Uma lógica formal começa pela tomada de consciência de que a
validade de alguns argumentos depende de certos aspetos da
sua estrutura. Isso é visível nos dois exemplos seguintes:

Argumento 1:
1 Se o conhecimento é sensação, então os porcos têm
conhecimento.
2 Mas os porcos não têm conhecimento.
3 Logo, o conhecimento não é sensação.
Argumento 2:
1 Se a vida tem sentido, então Deus existe.
2 Mas Deus não existe.
3 Logo, a vida não tem sentido.

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Conceito de Lógica Formal

Forma Lógica

Apesar de os dois argumentos serem diferentes, é evidente que


têm uma estrutura comum. Essa estrutura capta-se bem do
seguinte modo:
1 Se p, então q.
2 Não-q.
3 Logo, não-p.
É a esta estrutura partilhada por diferentes argumentos que se
chama forma lógica.

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Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização em linguagem lógica


proposicional

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Lógica Proposicional Clássica 12/122
Formalização em linguagem lógica proposicional

Linguagem da LP
Os símbolos que constituem esta linguagem são:
• Um número infinito de variáveis proposicionais1 : p, q, r, . . .
• As conectivas ou operadores verofuncionais2 :
• Negação: ¬
• Conjunção: ∧
• Disjunção inclusiva: ∨
• Disjunção exclusiva: Y
• Condicional: →
• Bicondicional: ↔
• Parêntesis: (, )
• Símbolo de conclusão: ∴
1
Representam proposições simples (i.e. sem qualquer conectiva).
2
O valor de verdade da proposição mais complexa é determinado apenas
pelos valores de verdade das proposições que a compõem.
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Lógica Proposicional Clássica 13/122
Formalização em linguagem lógica proposicional

Linguagem da LP

As fórmulas (ou fbfs: ‘fórmulas bem formadas’) da linguagem LP


são geradas, recursivamente, a partir das variáveis
proposicionais, pelas seguintes regras:
1 Qualquer variável proposicional é uma fbf.
2 O resultado de prefixar qualquer fbf com “¬” é uma fbf.
3 O resultado de juntar quaisquer duas fbfs por “∧” ou “∨” ou
“→” ou “↔” e delimitar o resultado com parêntesis é uma
fbf.
Convenção: os parêntesis exteriores de uma fórmula podem ser
omitidos. Mas devem ser restaurados quando uma das regras
anteriores lhe é aplicada.

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Lógica Proposicional Clássica 14/122
Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Negação

• Formalização da negação:
• ¬p

• Expressão canónica:
• “O conhecimento não é sensação”.

• Expressões alternativas:
• “Não é verdade que o conhecimento seja sensação”.
• “É falso que o conhecimento seja sensação”.

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Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Conjunção

• Formalização da conjunção:
• (p ∧ q)

• Expressão canónica:
• “A vida tem sentido e Deus existe”.

• Expressões alternativas:
• “A vida tem sentido, mas Deus também existe”.
• “Tanto a vida tem sentido como Deus existe”.
• “Embora a vida tenha sentido, Deus existe”.

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Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Disjunção Inclusiva

• Formalização da disjunção inclusiva:


• (p ∨ q)

• Expressão canónica:
• “O José ganhou o Euromilhões ou a Vera ganhou o
Euromilhões”.
• Expressões alternativas:
• “O José ou a Vera ganharam o Euromilhões”.
• “O José ganhou o Euromilhões a não ser que a Vera o tenha
ganho”.
• “O José ganhou o Euromilhões a menos que a Vera o tenha
ganho”.

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Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Disjunção Exclusiva

• Formalização da disjunção exclusiva:


• (p Y q)
• Alternativa: ((p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q))

• Expressão canónica:
• “Ou Sócrates nasceu em Atenas ou nasceu em Roma”.

• Expressões alternativas:
• “Sócrates nasceu ou em Atenas ou em Roma”.
• “Sócrates nasceu em Atenas ou em Roma, mas não em
ambos”.

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Lógica Proposicional Clássica 18/122
Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Condicional / Implicação


• Formalização condicional / implicação:
• (p → q)

• Expressão canónica:
• “Se o conhecimento é sensação, então os porcos têm
conhecimento”.
• Expressões alternativas:
• “Os porcos têm conhecimento se o conhecimento é
sensação”.
• “Os porcos têm conhecimento desde que o conhecimento
seja sensação”.
• “O conhecimento é sensação só se os porcos tiverem
conhecimento”.
• “Sempre que o conhecimento é sensação, os porcos têm
conhecimento”.

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Lógica Proposicional Clássica 19/122
Formalização em linguagem lógica proposicional

Formalização: Bicondicional / Equivalência

• Formalização da bicondicional / equivalência:


• (p ↔ q)

• Expressão canónica:
• “Uma coisa é ouro se, e só se, tem número atómico 79”

• Expressões alternativas:
• “Uma coisa é ouro se, e somente se, tem número atómico
79”.
• “Se uma coisa é ouro, então tem o número atómico 79 e
vice-versa”.
• “Uma condição necessária e suficiente para alguma coisa
ser ouro é ter o número atómico 79”.

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Lógica Proposicional Clássica 20/122
Âmbito das Conetivas

Âmbito das Conetivas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 21/122
Âmbito das Conetivas

Âmbito das conectivas

• O âmbito de uma conectiva numa determinada fórmula


lógica é a parte sobre a qual ela opera.
• Por exemplo, na fórmula (p ∧ ¬q) a negação aplica-se
apenas à variável proposicional “q”, enquanto a conjunção
se aplica a toda a fórmula. Por isso, a conjunção é a
conectiva com maior âmbito.
• A conectiva principal ou com maior âmbito é a que se aplica
a toda a proposição.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 22/122
Âmbito das Conetivas

Âmbito das conectivas


• As seguintes proposições são diferentes:
1 Se não é verdade que a vida tem sentido, então Deus existe.
2 Não é verdade que se a vida tem sentido, então Deus existe.
• Na proposição (1) a negação só afeta a antecedente da
condicional, operando a conectiva da condicional sobre
toda a proposição. Por isso, neste caso, a condicional é a
conectiva de maior âmbito. A formulação de (1) é a seguinte:
• (¬p → q)

• Já na proposição (2), a conectiva da negação não opera


apenas sobre a antecedente mas sobre toda a condicional,
tendo a seguinte formulação lógica:
• ¬(p → q)

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Lógica Proposicional Clássica 23/122
Âmbito das Conetivas

Âmbito das conectivas

• É também diferente afirmar:


3 Deus existe, e se a vida tem sentido, então há entrega ativa a
projetos de valor.
4 Se Deus existe e a vida tem sentido, então há entrega ativa a
projetos de valor.
• Em (3) a conectiva com maior âmbito é a conjunção. A
formulação lógica é:
• (p ∧ (q → r))

• Mas em (4) a conectiva com maior âmbito é a condicional. A


formulação lógica é:
• ((p ∧ q) → r)

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Lógica Proposicional Clássica 24/122
Âmbito das Conetivas

Normas para a formalização

Algumas normas para a formalização:


1 Representar canonicamente a proposição ou o argumento
em análise.
2 Construir um dicionário que torne claro quais são as
variáveis proposicionais que abreviam as proposições
simples ou elementares3 .
3 Uma vez feito o dicionário, formalizar em linguagem lógica
(i.e. com as conectivas e as variáveis proposicionais) a
proposição ou argumento.

3
As proposições simples ou elementares são aquelas proposições que não
têm qualquer conectiva proposicional
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Lógica Proposicional Clássica 25/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de Formalização

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Lógica Proposicional Clássica 26/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: proposições

• "Raimundo é estudioso e não gosta de Florbela".

Dicionário:
• p = “Raimundo é estudioso”.
• q = “Raimundo gosta de Florbela”.

Formalização:
• (p ∧ ¬q)

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Lógica Proposicional Clássica 27/122
Exercícios de Formalização

1 “Florbela não gosta de Raimundo nem é estudiosa”.


2 “Não é verdade que Raimundo seja trabalhador e divertido”.
3 “Raimundo não é trabalhador mas é divertido”.
4 “Raimundo não é honesto ou ele gosta tanto de Flor como
de Beatriz”.
5 “Raimundo gosta de Florbela ou de Beatriz, mas não de
ambas em simultaneo”.
6 “Raimundo vai convidar Florbela, a não ser que tenha de
trabalhar”.
7 “Se Florbela admira Platão ou Aristóteles, então não admira
Descartes”.
8 “Raimundo admira Platão se, e apenas se, não admira
Aristóteles nem Hume”.
9 “Platão e Aristóteles são ambos filósofos, mas Aristófanes não é”.
10 “A inflação vai subir, a menos que o desemprego se mantenha acima do
10%”.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 28/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: proposições


1 “Florbela não gosta de Raimundo nem é estudiosa”.
• Dicionário:
• p = “Florbela gosta de Raimundo”.
• q = “Florbela é estudiosa”.
• Formalização:
• (¬p ∧ ¬q)

2 “Não é verdade que Raimundo seja trabalhador e divertido”.


• Dicionário:
• p = “Raimundo é trabalhador”.
• q = “Raimundo é divertido”.
• Formalização:
• ¬(p ∧ q)

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 29/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: proposições


3 “Raimundo não é trabalhador mas é divertido”.
• Dicionário:
• p = “Raimundo é trabalhador”.
• q = “Raimundo é divertido”.
• Formalização:
• (¬p ∧ q)
4 “Raimundo não é honesto ou ele gosta tanto de Flor como
de Beatriz”.
• Dicionário:
• p = “Raimundo é honesto”.
• q = “Raimundo gosta de Flor”.
• r = “Raimundo gosta de Beatriz”.
• Formalização:
• (¬p ∨ (q ∧ r))

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 30/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: proposições


5 “Raimundo gosta de Florbela ou de Beatriz, mas não de
ambas em simultaneo”.
• Dicionário:
• p = “Raimundo gosta de Florbela”.
• q = “Raimundo gosta de Beatriz”.
• Formalização:
• (p Y q)
• Alternativa: ((p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q))
6 “Raimundo vai convidar Florbela, a não ser que tenha de
trabalhar”.
• Dicionário:
• p = “Raimundo vai convidar Florbela”.
• q = “Raimundo tem de trabalhar”.
• Formalização:
• (¬q → p)

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Lógica Proposicional Clássica 31/122
Exercícios de Formalização

7 “Se Florbela admira Platão ou Aristóteles, então não admira


Descartes”.
• Dicionário:
• p = “Florbela admira Platão”.
• q = “Florbela admira Aristóteles”.
• r = “Florbela admira Descartes”.
• Formalização:
• ((p ∨ q) → ¬r)
8 “Raimundo admira Platão se, e apenas se, não admira
Aristóteles nem Hume”.
• Dicionário:
• p = “Raimundo admira Platão”.
• q = “Raimundo admira Aristóteles”.
• r = “Raimundo admira Hume”.
• Formalização:
• (p ↔ (¬q ∧ ¬r))

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Lógica Proposicional Clássica 32/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: proposições

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Lógica Proposicional Clássica 33/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: argumentos


Se somos determinados, não somos livres. Mas somos livres. Logo,
não somos determinados.
• Representação canónica:
1 Se somos determinados, não somos livres. [Premissa]
2 Somos livres. [Premissa]
3 Logo, não somos determinados. [Conclusão]
• Dicionário:
• p = “somos determinados”.
• q = “somos livres”.

• Formalização:
1 (p → ¬q)
2 q
3 ∴ ¬p

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 34/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: argumentos

Temos conhecimento moral. Isto porque se nós temos conhecimento


moral, então os princípios morais básicos são demonstráveis ou
autoevidentes. Ora, eles são tanto demonstráveis como
autoevidentes.
• Representação canónica:

1 Se nós temos conhecimento moral, então os princípios


morais básicos são demonstráveis ou autoevidentes.
2 Os princípios morais básicos são demonstráveis e
autoevidentes.
3 Logo, temos conhecimento moral.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 35/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: argumentos

• Dicionário:
• p = “Temos conhecimento moral”.
• q = “Os princípios morais básicos são demonstráveis”.
• r = “Os princípios morais básicos são autoevidentes”

• Formalização:

1 (p → (q ∨ r))
2 (q ∧ r)
3 ∴p

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 36/122
Exercícios de Formalização

Exercícios de formalização: argumentos

• A minha morte será um sono perpétuo ou a minha morte será


a entrada para uma vida melhor. Se a minha morte for um
sono perpétuo, então eu não devo ter medo da morte. Se a
minha morte for uma entrada para uma vida melhor, então eu
não devo ter medo da morte. Logo, de qualquer forma, eu não
devo temer a morte.
• Deus existe no pensamento. Ora, se Deus existe no pensamento
e não na realidade, então um ser mais perfeito do que Deus é
concebível. Mas, não é concebível um ser mais perfeito do que
Deus. Deste modo, Deus existe na realidade.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 37/122
Exercícios de Formalização

Se Cícero é um orador persuasivo, então utiliza um discurso sedutor


e cativa o auditório. Cícero é um orador persuasivo. Logo, Cícero
cativa o auditório.
• Representação canónica:
1 Se Cícero é um orador persuasivo, então utiliza um discurso
sedutor e cativa o auditório.
2 Cícero é um orador persuasivo.
3 Logo, Cícero cativa o auditório.

• Dicionário:
• p = “Cícero é um orador persuasivo”.
• q = “Cícero utiliza um discurso sedutor”.
• r = “Cícero cativa o auditório”.
• Formalização:
1 (p → (q ∧ r))
2 p
3 ∴r

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 38/122
Exercícios de Formalização

Mas será o argumento anterior válido?

Para isso, temos primeiro de ver as funções de verdade, ou seja,


as circunstâncias que fazem uma proposição ser verdadeira ou
falsa, expressas por cada conectiva proposicional.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 39/122
Funções de Verdade

Funções de Verdade

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 40/122
Funções de Verdade

LPC é uma lógica bivalente - cada proposição pode ser ou


verdadeira (V) ou falsa (F).
Para cada conetiva ou operador proposicional temos as
seguintes funções de verdade:
• Negação: Inverte o valor de verdade.
• Conjunção: Só é verdadeira se as proposições elementares
que a compõem forem ambas verdadeiras.
• Disjunção inclusiva: Só é falsa se as proposições
elementares que a compõem forem ambas falsas.
• Disjunção exclusiva: Só é verdadeira quando uma
proposição elementar for verdadeira e a outra falsa e
vice-versa.
• Condicional / implicação: Só é falsa se a antecedente for
verdadeira e a consequente falsa.
• Bicondicional / equivalência: Só é verdadeira se os seus dois
lados tiverem o mesmo valor de verdade.
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 41/122
Tabelas de Verdade

Tabelas de Verdade

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 42/122
Tabelas de Verdade

Tabelas de Verdade

• Com base nas funções de verdade da LPC podem-se


construir tabelas de verdade.
• Estas tabelas são diagramas lógicos que listam todas as
possíveis combinações de valores de verdade para cada
variável proposicional presente numa determinada fórmula
proposicional
• e que nos mostram, além disso, se essas fórmulas
proposicionais são verdadeiras ou falsas em cada uma das
possíveis combinações de valores de verdade.
• As linhas das tabelas de verdade variam consoante o
número de variáveis proposicionais, de acordo com a
fórmula 2n (em que n representa o número de variáveis).

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 43/122
Tabelas de Verdade

Negação

p ¬ p
V F V
F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 44/122
Tabelas de Verdade

Conjunção

p q (p ∧ q)
V V V V V
V F V F F
F V F F V
F F F F F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 45/122
Tabelas de Verdade

Disjunção Inclusiva

p q (p ∨ q)
V V V V V
V F V V F
F V F V V
F F F F F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 46/122
Tabelas de Verdade

Disjunção Exclusiva

p q (p Y q)
V V V F V
V F V V F
F V F V V
F F F F F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 47/122
Tabelas de Verdade

Condicional / Implicação

p q (p → q)
V V V V V
V F V F F
F V F V V
F F F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 48/122
Tabelas de Verdade

Bicondicional / Equivalência

p q (p ↔ q)
V V V V V
V F V F F
F V F F V
F F F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 49/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Avaliação de fórmulas proposicionais

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 50/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Tautologia, Contradição, e Contingência

• As fórmulas proposicionais podem ser classificadas como


tautológicas, contraditórias, ou contingentes.
• Tautologia (ou verdade lógica): quando a fórmula
proposicional tem o valor “V” em todas as possíveis
combinações de valores de verdade.
• contradição (falsidade lógica): quando a fórmula
proposicional tem o valor “F” em todas as possíveis
combinações de valores de verdade.
• Contingência: Caso a fórmula proposicional tenha o valor
“V” nalgumas circunstâncias e o valor “F” nas outras
circunstâncias.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 51/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Exemplos:

• ¬(p ∨ ¬ q)

p q ¬(p ∨ ¬ q)
V V F V V F V
V F F V V V F
F V V F F F V
F F F F V V F
• Contingência.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 52/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Exemplos:

• (p ∨ ¬ p)

p (p ∨ ¬ p)
V V V F V
F F V V F
• Tautologia

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 53/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Exemplos:

• (p ∧ ¬ p)

p (p ∧ ¬ p)
V V F F V
F F F V F
• Contradição.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 54/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Exemplos:

• ((¬q ∧ (p → q)) → ¬p)

p q (( ¬ q ∧ ( p → q )) → ¬ p )
V V F V F V V V V F V
V F V F F V F F V F V
F V F V F F V V V V F
F F V F V F V F V V F
• Tautologia

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 55/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Exemplos:

• ¬((p → q) ∨ (p → r))

p q r ¬ (( p → q ) ∨ ( p → r ))
V V V F V V V V V V V
V V F F V V V V V F F
V F V F V F F V V V V
V F F V V F F F V F F
F V V F F V V V F V V
F V F F F V V V F V F
F F V F F V F V F V V
F F F F F V F V F V F
• Contingência.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 56/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Avaliar equivalências lógicas


Duas fórmulas proposicionais com os mesmos valores de
verdade em quaisquer circunstâncias são fórmulas equivalentes.
• Avalie se as seguintes formulas lógicas são equivalentes:
1 (p → q)
2 (¬q → ¬p)
p q (p → q) (¬ q → ¬ p)
V V V V V F V V F V
V F V F F V F F F V
F V F V V F V V V F
F F F V F V F V V F
• As fórmulas (1) e (2) são fórmulas lógicas equivalentes.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 57/122
Avaliação de fórmulas proposicionais

Avaliar equivalências lógicas

• Avalie se as seguintes formulas lógicas são equivalentes:


3 ¬(p → q)
4 (p ∧ ¬q)
p q ¬(p → q) (p ∧ ¬ q)
V V F V V V V F F V
V F V V F F V V V F
F V F F V V F F F V
F F F F V F F F V F
• As fórmulas (3) e (4) são fórmulas lógicas equivalentes.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 58/122
Inspetores de Circunstâncias

Inspetores de Circunstâncias

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 59/122
Inspetores de Circunstâncias

Avaliação da validade de argumentos

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 60/122
Inspetores de Circunstâncias

Avaliação da validade de argumentos

• Um argumento é válido se a conclusão for uma


consequência lógica das premissas.
• Um argumento é válido quando é impossível ter as
premissas todas verdadeiras e a conclusão falsa.
• Ou, por outras palavras, se um argumento é válido, então
não existe qualquer possibilidade ou circunstância (linha)
em que todas as premissas sejam verdadeiras e a conclusão
falsa.
• Avaliamos a validade dos argumentos com recurso ao
inspetor de circunstâncias ou tabelas de validade.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 61/122
Inspetores de Circunstâncias

Inspetor de circunstâncias (ou tabelas de validade)

• Inspetor de circunstâncias:
• consiste num dispositivo gráfico com uma sequência de
tabelas de verdade que mostra o valor de verdade de cada
premissa e da conclusão em todas as circunstâncias
possíveis (ou, por outras palavras, em todas as possíveis
combinações de valores de verdade).
• Se existir pelo menos uma circunstância em que todas as
premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, então o
argumento é inválido. Caso contrário, o argumento é válido.
• Exemplo da avalição da validade de um argumento:
• Se Deus existe, não há mal no mundo. Mas há mal no mundo.
Logo, Deus não existe.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 62/122
Inspetores de Circunstâncias

Inspetor de circunstâncias (ou tabelas de validade)

• Representação canónica:

1 Se Deus existe, então não há mal no mundo


2 Há mal no mundo.
3 Logo, Deus não existe.

• Dicionário:
• p = “Deus existe”.
• q = “Há mal no mundo”.

• Formalização:

1 (p → ¬q)
2 q
3 ∴ ¬p

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 63/122
Inspetores de Circunstâncias

Inspetor de circunstâncias (ou tabelas de validade)

(p → ¬q), q ∴ ¬p

p q (p → ¬ q) q ∴¬ p
V V V F F V V F V
V F V V V F F F V
F V F V F V V V F
F F F V V F F V F
• Argumento válido: não há qualquer circunstância em que as
premissas sejam todas verdadeiras e a conclusão falsa.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 64/122
Inspetores de Circunstâncias

Um outro exemplo
Deus existe no pensamento. Ora, se Deus existe no pensamento e
não na realidade, então um ser mais perfeito do que Deus é
concebível. Mas, não é concebível um ser mais perfeito do que Deus.
Deste modo, Deus existe na realidade.

Dicionário:
• p = “Deus existe no pensamento”.
• q = “Deus existe na realidade”.
• r = “Um ser mais perfeito do que Deus é concebível”.
Formalização:
1 p
2 ((p ∧ ¬q) → r)
3 ¬r
4 ∴q
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 65/122
Inspetores de Circunstâncias

Um outro exemplo
p, ((p ∧ ¬q) → r), ¬r ∴ q

Inspetor de circunstâncias:

p q r p (( p ∧ ¬ q)→ r ) ¬ r ∴q
V V V V V F F V V V F V V
V V F V V F F V V F V F V
V F V V V V V F V V F V F
V F F V V V V F F F V F F
F V V F F F F V V V F V V
F V F F F F F V V F V F V
F F V F F F V F V V F V F
F F F F F F V F V F V F F
• Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 66/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
1 O realismo moral não consegue explicar a diversidade
moral no mundo. Mas se o realismo moral é verdadeiro,
então ele consegue explicar a diversidade moral no mundo.
Deste modo, o realismo moral não é verdadeiro.
Dicionário:
• p = “O realismo moral consegue explicar a diversidade
moral no mundo.”
• q = “O realismo moral é verdadeiro”.

Formalização:
1 ¬p
2 (q → p)
3 ∴ ¬q

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 67/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios

Inspetor de circunstâncias:

p q ¬ p (q → p) ∴¬ q
V V F V V V V F V
V F F V F V V V F
F V V F V F F F V
F F V F F V F V F
• Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 68/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
2 Se a ética depende da vontade de Deus, então algo só é
bom porque é desejado por Deus. Mas não é verdade que
algo só é bom porque é desejado por Deus. Assim, a ética
não depende da vontade de Deus.
Dicionário:
• p = “A ética depende da vontade de Deus”.
• q = “Algo só é bom porque é desejado por Deus”.

Formalização:
1 (p → q)
2 ¬q
3 ∴ ¬p

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 69/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios

Inspetor de circunstâncias:

p q (p → q) ¬ q ∴¬ p
V V V V V F V F V
V F V F F V F F V
F V F V V F V V F
F F F V F V F V F
• Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 70/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
3 Se os animais não-humanos sentem dor ou prazer, então
eles são dignos de ter estatuto moral. Ora, os animais
não-humanos são dignos de ter estatuto moral. Logo, os
animais não-humanos sentem dor ou prazer.
Dicionário:
• p = “os animais não-humanos sentem dor”.
• q = “os animais não-humanos sentem prazer”.
• r = “os animais não-humanos são dignos de ter estatuto
moral”.
Formalização:
1 ((p ∨ q) → r)
2 r
3 ∴ (p ∨ q)

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 71/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
Inspetor de circunstâncias:

p q r (( p ∨ q)→ r ) r ∴(p ∨ q)
V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F F V V V
V F V V V F V V V V V F
V F F V V F F F F V V F
F V V F V V V V V F V V
F V F F V V F F F F V V
F F V F F F V V V F F F
F F F F F F V F F F F F
• Argumento inválido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 72/122
Inspetores de Circunstâncias

4 Se há conhecimento, então algumas coisas são conhecidas sem provas


ou nós podemos provar cada premissa por argumentos prévios
infinitamente. Ora, há conhecimento. Porém, nós não podemos provar
todas as premissas por argumentos prévios infinitamente. Portanto,
algumas coisas são conhecidas sem provas.
Dicionário:
• p = “há conhecimento”.
• q = “algumas coisas são conhecidas sem provas”.
• r = “nós podemos provar cada premissa por argumentos
prévios infinitamente”.
Formalização:
1 (p → (q ∨ r))
2 p
3 ¬r
4 ∴q
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 73/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
Inspetor de circunstâncias:

p q r (p → ( q ∨ r )) p ¬ r ∴q
V V V V V V V V V F V V
V V F V V V V F V V F V
V F V V V F V V V F V F
V F F V F F F F V V F F
F V V F V V V V F F V V
F V F F V V V F F V F V
F F V F V F V V F F V F
F F F F V F F F F V F F
• Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 74/122
Inspetores de Circunstâncias

5 A justificação de qualquer crença é inferida de outras crenças. Se


a justificação de qualquer crença é inferida de outras crenças,
então dá-se uma regressão infinita. Se há uma regressão infinita,
as nossas crenças não estão justificadas. Logo, as nossas crenças
não estão justificadas.
Dicionário:
• p = “a justificação de qualquer crença é inferida de outras
crenças”.
• q = “há regressão infinita (na justificação)”.
• r = “as nossas crenças estão justificadas”.
Formalização:
1 p
2 (p → q)
3 (q → ¬r)
4 ∴ ¬r
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 75/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios
Inspetor de circunstâncias:

p q r p (p → q) (q → ¬ r ) ∴¬ r
V V V V V V V V F F V F V
V V F V V V V V V V F V F
V F V V V F F F V F V F V
V F F V V F F F V V F V F
F V V F F V V V F F V F V
F V F F F V V V V V F V F
F F V F F V F F V F V F V
F F F F F V F F V V F V F
• Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 76/122
Inspetores de Circunstâncias

Exercícios

6 Os nossos sentidos enganam-nos algumas vezes. Se os


nossos sentidos nos enganam algumas vezes, então não
podemos saber se nos estão a enganar neste momento. Se
não podemos saber se os nossos sentidos nos estão a
enganar neste momento, então não podemos confiar nas
informações adquiridas através deles. Logo, não podemos
confiar nas informações adquiridas através dos sentidos.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 77/122
Derivações Lógicas

Derivações Lógicas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 78/122
Derivações Lógicas

Um argumento a favor do incompatibilismo

Se o determinismo é verdadeiro, então as nossas


ações são a consequência das leis da natureza e de
eventos que ocorreram num passado remoto. Mas
não somos capazes de alterar as leis da natureza nem
os eventos que ocorreram num passado remoto. Ora,
se as nossas ações são a consequência das leis da
natureza e de eventos que ocorreram num passado
remoto, e se não somos capazes de alterar as leis da
natureza nem os eventos que ocorreram num passado
remoto, então não temos possibilidades alternativas.
Mas, se não temos possibilidades alternativas, então
não somos livres. Por isso, se o determinismo é
verdadeira, então não somos livres.
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 79/122
Derivações Lógicas

Avaliação do argumento
Representação canónica:
1 Se o determinismo é verdadeiro, então as nossas ações são
a consequência das leis da natureza e de eventos que
ocorreram num passado remoto
2 Não somos capazes de alterar as leis da natureza nem os
eventos que ocorreram num passado remoto.
3 Se as nossas ações são a consequência das leis da natureza
e de eventos que ocorreram num passado remoto, e se não
somos capazes de alterar as leis da natureza nem os
eventos que ocorreram num passado remoto, então não
temos possibilidades alternativas.
4 Se não temos possibilidades alternativas, então não somos
livres.
5 Logo, se o determinismo é verdadeiro, então não somos
livres.
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 80/122
Derivações Lógicas

Avaliação do argumento

Construir um dicionário:
• p = o determinismo é verdadeiro.
• q = as nossas ações são a consequência das leis da
natureza.
• r = as nossas ações são a consequência de eventos que
ocorreram num passado remoto.
• s = sermos capazes de alterar as leis da natureza.
• t = sermos capazes de alterar os eventos que ocorreram
num passado remoto.
• u = termos possibilidades alternativas.
• v = sermos livres.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 81/122
Derivações Lógicas

Avaliação do argumento

Formalizar o argumento:
1 (p → (q ∧ r))
2 (¬s ∧ ¬t)
3 (((q ∧ r) ∧ (¬s ∧ ¬t)) → ¬u)
4 (¬u → ¬v)
5 ∴ (p → ¬v)

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 82/122
Derivações Lógicas

Avaliação do argumento
• Qual é o próximo passo para avaliar a validade do
argumento?
• Uma possibilidade é construir um inspetor de
circunstâncias.
• Mas dado que temos 7 variáveis proposicionais, precisamos
de um inspetor de circunstâncias com 128 linhas (uma vez
que 27 = 128).
• Mas construir um inspetor com 128 linhas é complicado e
pouco legível.
• Haverá um método de teste de validade que seja mais
simples? SIM. . .
• . . . as derivações ou provas formais, que, além de serem um
bom método para se testar a validade dos argumentos,
também ajudam a desenvolver as nossas competências de
raciocínio.
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 83/122
Derivações Lógicas

Derivações Lógicas

• As derivações são um procedimento por redução ao absurdo


que divide um argumento complexo numa série de
pequenos passos inferenciais.
• Uma vez que esses passos são baseados nas principais
formas de inferência válidas, convém destacá-las.
• Vamos examinar 6 inferências válidas, 2 equivalências
lógicas, e 6 simplificações. Essas serão as regras para
fazermos as derivações.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 84/122
Derivações Lógicas

6 Inferências válidas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 85/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [MP]

Modus Ponens [MP]


1 (A → B)
2 A
3 ∴ B [de 1 e 2]

Instância de MP
1 (¬p → (q → r))
2 ¬p
3 ∴ (q → r) [de 1 e 2]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 86/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [MP]

Inspetor para MP

A B (A → B) A ∴B
V V V V V V V
V F V F F V F
F V F V V F V
F F F V F F F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 87/122
Derivações Lógicas

ATENÇÃO!!!
Não confundir o MP com a falácia da afirmação da consequente:
1 (A → B)
2 B
3 ∴ A [de 1 e 2]

A B (A → B) B ∴A
V V V V V V V
V F V F F F V
F V F V V V F
F F F V F F F
• Esta é uma forma lógica inválida.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 88/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [MT]

Modus Tollens [MT]


1 (A → B)
2 ¬B
3 ∴ ¬A [de 1 e 2]

Instância de MT
1 (¬p → (q → r))
2 ¬(q → r)
3 ∴ ¬¬p [de 1 e 2]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 89/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [MT]

Inspetor para MT

A B (A → B) ¬ B ∴¬ A
V V V V V F V F V
V F V F F V F F V
F V F V V F V V F
F F F V F V F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 90/122
Derivações Lógicas

ATENÇÃO!!!
Não confundir o MT com a falácia da negação do antecedente:
1 (A → B)
2 ¬A
3 ∴ ¬B [de 1 e 2]

A B (A → B) ¬ A ∴¬ B
V V V V V F V F V
V F V F F F V V F
F V F V V V F F V
F F F V F V F V F
• Esta é uma forma lógica inválida.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 91/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SH]

Silogismo Hipotético [SH]


1 (A → B)
2 (B → C)
3 ∴ (A → C) [de 1 e 2]

Instância de SH
1 (¬(p ∧ q) → (r ∨ ¬s))
2 ((r ∨ ¬s) → (t → ¬u))
3 ∴ (¬(p ∧ q) → (t → ¬u)) [de 1 e 2]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 92/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SH]

Inspetor para SH

A B C (A → B) (B → C) ∴(A → C)
V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V F F V F F
V F V V F F F V V V V V
V F F V F F F V F V F F
F V V F V V V V V F V V
F V F F V V V F F F V F
F F V F V F F V V F V V
F F F F V F F V F F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 93/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SD]

Silogismo Disjuntivo [SD] Silogismo Disjuntivo [SD]

1. (A ∨ B) 1. (A ∨ B)
2. ¬A 2. ¬B
3. ∴ B [de 1 e 2] 3. ∴ A [de 1 e 2]

Instância de SD
1 (¬(p ∧ q) ∨ (r ∧ s))
2 (p ∧ q)
3 ∴ (r ∧ s) [de 1 e 2]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 94/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SD]

Inspetor para SD

A B (A ∨ B) ¬ A ∴B
V V V V V F V V
V F V V F F V F
F V F V V V F V
F F F F F V F F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 95/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SC]

Silogismo Conjuntivo [SC] Silogismo Conjuntivo [SC]

1. ¬(A ∧ B) 1. ¬(A ∧ B)
2. A 2. B
3. ∴ ¬B [de 1 e 2] 3. ∴ ¬A [de 1 e 2]

Instância de SC
1 ¬((p → q) ∧ ¬(r → s))
2 ¬(r → s)
3 ∴ ¬(p → q) [de 1 e 2]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 96/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [SC]

Inspetor para SC

A B ¬(A ∧ B) A ∴¬ B
V V F V V V V F V
V F V V F F V V F
F V V F F V F F V
F F V F F F F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 97/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [RA]


Redução ao Absurdo [RA]

Uma forma argumentativa válida por redução ao absurdo parte


do oposto do que se quer provar e mostra que, se partirmos
dessa suposição, gera-se um absurdo ou, por outras palavras,
uma contradição (como B e ¬B). Ora, como uma suposição que
leva a uma contradição tem de ser falsa, então na conclusão
rejeita-se a suposição inicial. Portanto, a ideia fundamental é
que uma suposição é falsa se conduz a uma contradição.

1 Suposição inicial: A
2 A suposição leva a: B
3 A suposição leva a: ¬B
4 ∴ A suposição inicial é falsa: ∴ ¬A

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 98/122
Derivações Lógicas

Inferências Válidas [RA]

Inspetor para RA

A B A B ¬ B ∴¬ A
V V V V F V F V
V F V F V F F V
F V F V F V V F
F F F F V F V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 99/122
Derivações Lógicas

2 Equivalências Lógicas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 100/122
Derivações Lógicas

Equivalências Lógicas

Duas fórmulas proposicionais com os mesmos valores de


verdade em quaisquer circunstâncias são fórmulas equivalentes.
Ora, se tivermos fórmulas equivalentes, então de uma dada
fórmula equivalente podemos inferir a outra mantendo os
mesmos valores de verdade. Assim, quando temos
equivalências podemos também fazer inferências válidas.

Duas equivalências lógicas:


• Leis de De Morgan
• Contraposição

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 101/122
Derivações Lógicas

Equivalências Lógicas [LM]


O matemático Augustus De Morgan formulou equivalências
importantes a partir destes dois princípios:
• A negação da disjunção “A ou B” é igual à conjunção “Não-A
e Não-B”.
• A negação da conjunção “A e B” é igual à disjunção “Não-A
ou Não-B”.

1. ¬(A ∨ B) 1. ¬(A ∧ B)
2. ∴ (¬A ∧ ¬B) [de 1] 2. ∴ (¬A ∨ ¬B) [de 1]

1. (¬A ∧ ¬B) 1. (¬A ∨ ¬B)


2. ∴ ¬(A ∨ B) [de 1] 2. ∴ ¬(A ∧ B) [de 1]

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 102/122
Derivações Lógicas

Equivalências Lógicas [LM]


A B ¬(A ∨ B) (¬ A ∧ ¬ B)
V V F V V V F V F F V
V F F V V F F V F V F
F V F F V V V F F F V
F F V F F F V F V V F

A B ¬(A ∧ B) (¬ A ∨ ¬ B)
V V F V V V F V F F V
V F V V F F F V V V F
F V V F F V V F V F V
F F V F F F V F V V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 103/122
Derivações Lógicas

Equivalências Lógicas [CP]

Uma outra equivalência lógica a partir da qual podemos fazer


inferências é a contraposição:

1. (A → B) 1. (¬B → ¬A)
2. ∴ (¬B → ¬A) [de 1] 2. ∴ (A → B) [de 1]

A B (A → B) (¬ B → ¬ A)
V V V V V F V V F V
V F V F F V F F F V
F V F V V F V V V F
F F F V F V F V V F

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 104/122
Derivações Lógicas

6 Simplificações Lógicas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 105/122
Derivações Lógicas

Existem algumas formas de inferência válidas que nos ajudam a


simplificar proposições complexas sem cometermos qualquer
erro de raciocínio lógico. Poderá ser útil conhecermos as
seguintes inferências:

Simplificação da Dupla Negação [SDN]


1. ¬¬A De uma fórmula com dupla
2. ∴ A [de 1] negação podemos inferir a sua
afirmação.

Simplificação da Negação da Condicional [SNC]


1. ¬(A → B) Se tivermos uma negação de uma
2. ∴ A [de 1] condicional, podemos concluir a
2. ∴ ¬B [de 1] afirmação da antecedente, bem
como a negação do consequente.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 106/122
Derivações Lógicas

Simplificações Lógicas

Simplificação da Negação da Disjunção [SND]


1. ¬(A ∨ B) Se tivermos uma negação de
2. ∴ ¬A [de 1] uma disjunção, podemos
2. ∴ ¬B [de 1] concluir a negação de qualquer
uma das disjuntas.

Simplificação da Conjunção [SDC]


1. (A ∧ B) Se tivermos uma afirmação da
2. ∴ A [de 1] conjunção, podemos concluir a
2. ∴ B [de 1] afirmação de qualquer uma das
conjuntas.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 107/122
Derivações Lógicas

Simplificações Lógicas
Simplificação da Bicondicional [SDB]
Se tivermos uma afirmação da
1. (A ↔ B) bicondicional, podemos concluir
2. ∴ (A → B) [de 1] duas condicionais: uma com a
2. ∴ (B → A) [de 1] antecedente a implicar a
consequente e outra com o
inverso.

Simplificação da Negação da Bicondicional [SNB]


Se tivermos uma negação da
1. ¬(A ↔ B) bicondicional, podemos concluir uma
2. ∴ (A ∨ B) [de 1] disjunção e uma negação da conjunção.
2. ∴ ¬(A ∧ B) [de 1] Dizer ¬(A ↔ B) é dizer que A e B têm
diferentes valores de verdade (assim, A
ou B é verdadeiro, mas não ambos).

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 108/122
Derivações Lógicas

Síntese das principais formas de inferência


válidas

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 109/122
Derivações Lógicas

6 inferências válidas
• Modus Ponens [MP] (A → B), A ∴ B
• Modus Tollens [MT] (A → B), ¬B ∴ ¬A
• Silogismo Hipotético [SH] (A → B), (B → C) ∴ (A → C)
• Silogismo Disjuntivo [SD] (A ∨ B), ¬A ∴ B
• Silogismo Conjuntivo [SC] ¬(A ∧ B), A ∴ ¬B
• Redução ao Absurdo [RA] A, B, ¬B ∴ ¬A
2 equivalências lógicas
• Leis de De Morgan [LM] ¬(A ∨ B) ≡ (¬A ∧ ¬B)
• ¬(A ∧ B) ≡ (¬A ∨ ¬B)
• Contraposição [CP] (A → B) ≡ (¬B → ¬A)
6 simplificações lógicas
• da Dupla Negação [SDN] ¬¬A ∴ A
• da Negação da Condicional [SNC] ¬(A → B) ∴ A, ¬B
• da Negação da Disjunção [SND] ¬(A ∨ B) ∴ ¬A, ¬B
• da Conjunção [SDC] (A ∧ B) ∴ A, B
• da Bicondicional [SDB] (A ↔ B) ∴ (A → B), (B → A)
• da Negação da Bicondicional [SNB] ¬(A ↔ B) ∴ (A ∨ B), ¬(A ∧ B)

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 110/122
Derivações Lógicas

Fazer derivações

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 111/122
Derivações Lógicas

Derivações
Com as 14 formas de inferência válidas conseguimos fazer
qualquer derivação. Para isso, iremos usar uma estratégia
indireta de prova, onde primeiro supomos o oposto do que
queremos provar. Ou seja, vamos fazer derivações utilizando a
estratégia de redução ao absurdo. Para isso, basta negar a
conclusão da forma argumentativa e ajustá-la às premissas de
modo a encontrar-se uma contradição. A conclusão negada
designa-se por “suposição”.

Quando, ao longo da derivação, se chega à contradição, nega-se


a “suposição” e deriva-se assim a conclusão final. Caso a
suposição nos conduza a uma contradição, o argumento é
válido, mas se não levar a uma contradição, o argumento é
inválido (pois as premissas podem ser verdadeiras e a
conclusão falsa).
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 112/122
Derivações Lógicas

Um exemplo. . .

Por exemplo, depois de Descartes argumentar a favor da


existência de Deus, apresenta um argumento no qual conclui
que os objetos materiais existem:

Se nós temos sensações de alegados objetos materiais


e os objetos materiais não existem, então Deus é um
enganador. Ora, temos sensações de alegados objetos
materiais. Mas, Deus não é um enganador. Logo, os
objetos materiais existem.

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 113/122
Derivações Lógicas

Um exemplo. . .

Em linguagem lógica proposicional, podemos fazer o seguinte


dicionário:
• p = “Ter sensações de alegados objetos materiais”
• q = “Objetos materiais existem”
• r = “Deus é um enganador”

Professor Domingos Faria:


Lógica Proposicional Clássica 114/122
Derivações Lógicas

Com base no dicionário, podemos formalizar o argumento do


seguinte modo:
1 ((p ∧ ¬q) → r)
2 p
3 ¬r
4 ∴q
Para construir facilmente uma derivação desta forma
argumentativa, recorremos a uma estratégia com três etapas:
1 Na formalização do argumento bloqueamos a conclusão (com "| “) e
acrescentamos uma linha com”Sup:"(de “suposição”), onde escrevemos o
oposto da conclusão.
2 Utilizamos as “formas de inferência válidas”, de modo a derivar novas
linhas até se encontrar uma contradição.
3 Ao encontrar-se uma contradição utilizamos a regra da redução ao
absurdo para derivarmos a conclusão original. Caso não se consiga
derivar uma contradição, então é possível termos premissas verdadeiras
e conclusão falsa e, por isso, o argumento será inválido.
Professor Domingos Faria:
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Derivações Lógicas

Um exemplo. . .

1. ((p ∧ ¬q) → r)
2. p
3. ¬r
|∴q
4. ¬q [Sup]

5. ∴ ¬(p ∧ ¬q) [MT, de 1 e 3]


6. ∴ ¬p [SC, de 4 e 5]

7. ∴ q [RA 4, de 2 e 6]

Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


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Exercício 1

1 (p → (q → r))
2 (p ∧ q)
• |∴r

3 ¬r [Sup]
4 ∴p [SDC, de 2]
5 ∴q [SDC, de 2]
6 ∴ (q → r) [MP, de 1 e 4]
7 ∴ ¬q [MT, de 3 e 6]
8 ∴r [RA 3, de 5 e 7]
Argumento válido.

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Exercício 2

1 (p ∨ q)
2 (p → ¬r)
3 (q → ¬r)
• | ∴ ¬r

4 r [Sup]
5 ∴ ¬p [MT, de 2 e 4]
6 ∴ ¬q [MT, de 3 e 4]
7 ∴p [SD, de 1 e 6]
8 ∴ ¬r [RA 4, de 5 e 7]
Argumento válido.

Professor Domingos Faria:


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Exercício 3

1 (p ∨ q)
2 ¬(q ∧ r)
• |∴p

3 ¬p [Sup]
4 q [SD, de 1 e 3]
5 ¬r [SC, de 2 e 4]
...

Argumento inválido.

Professor Domingos Faria:


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Voltando ao argumento incompatibilistista


1 (p → (q ∧ r))
2 (¬s ∧ ¬t)
3 (((q ∧ r) ∧ (¬s ∧ ¬t)) → ¬u)
4 (¬u → ¬v)
5 | ∴ (p → ¬v)
6 ¬(p → ¬v) [Sup]
7 ∴p [de 6, SNC]
8 ∴v [de 6, SNC]
9 ∴u [de 4 e 8, MT]
10 ∴ ¬((q ∧ r) ∧ (¬s ∧ ¬t)) [de 3 e 9, MT]
11 ∴ ¬(q ∧ r) [de 2 e 10, SC]
12 ∴ ¬p [de 1 e 11, MT]
13 ∴ (p → ¬v) [de 6, 7 e 12, RA]
Este argumento é válido.
Professor Domingos Faria:
Lógica Proposicional Clássica 120/122
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Um outro exemplo

1 (¬p ∨ ¬q)
2 ¬(r ∧ q)
• | ∴ (¬p → ¬r)

3 ¬(¬p → ¬r) [Sup]


4 ∴ ¬p [SNC, de 3]
5 ∴r [SNC, de 3]
6 ∴ ¬q [SC, de 2 e 5]
Este argumento é inválido

Professor Domingos Faria:


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Dúvidas

• domingos.faria@colegiopedroarrupe.pt

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