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ENTREVISTA>REDES SOCIAIS/MIDIAS DIGITAIS E COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL

De que forma você acha que as mídias digitais têm ampliado as


possibilidades da comunicação governamental?

Claudio Manoel - Creio que essas mídas trouxeram, tecnicamente, três


enormes possibilidades. A primeira diz repeito à autonomia de produção de
conteúdos, advinda de uma das leis da cibercultra que é a liberação do polo de
emisão. A comunicação governamental, assim como outras comunicações
institucionais ou não, não precisam mais passar pelo crivo da mídia tradicional.
A segunda possibilidade é a real condição de interlocução com o público,
através dos recursos de interatividade. Esse é um elemento fundamental e que
sua subutilização ou não uso implica estar fazendo comunicação errada na web
e nas redes digitais em geral. Só usam integralmente esses suportes se esse
recurso – interatividade – ganha corpo no processo de comunicação. A terceira
possibilidade que destaco é a atualizaçao contínua das informações. Um
recurso de extrema importância que essas ferramentas trazem para colocar a
sua audiência efetivamente atualizada. Não usar a atualização – pelo contrário
– coloca essa mídia/suporte no descrédito como canal de informação, ao ponto
de perder audiência, inclusive com dificuldade de ser recuperada.

Como você acha que serão as eleições esse ano, primeiro pleito de
nível nacional com as mídias digitais a pleno vapor, especialmente o
twitter?

Realmente fica difícil de prever o uso e a repercusão essas mídias, mas com
certeza a circulação da informação será mais ágil e, por consequência, os
processos de mobilização e mudança/consolidação de opiniões.

De que forma você enxerga o futuro da comunicação governamental


nas mídias digitais? As atuais ferramentas existentes tendem a se
modernizar ainda mais ou devem surgir novas ferramentas, com ainda
mais possibilidades?

É preciso entender que qualquer nova ferramenta de comunicação que surja –


dentro ou fora das redes digitais – são instrumentos de complementariedade
da comunicação e podem funcionar ou não, a depender da circunstância, tema
ou target de público. A saída não é necessariamente somente essas mídias
digitais. O trabalho com as chamadas mídias tradicionais devem permanecer
igualmente como complementariedade. Quantos mais canais eficazes de
comunicação melhor. Sim, as ferramentas digitais são alteráveis,
permanentemente, e é por isso que teremos que conviver com suas novas
versões (1.0, 1.2, 1.3 etc) trazendo novos recursos, fruto de um movimento
interno e silencioso do desejo coletivo nessas redes, que motivam os
programadores. A sobrevivencia da eficácia dessas ferramentas tem a ver
diretamente com suas novas versões: ferramentas digitais só envelhecem
quando elas são abatidas por novas ferramentas que apontam saídas
melhores.

Como foi a experiência de criação do Núcleo de Cultura Digital da


Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secom-SE)?

Sem dúvida foi uma das experiências mais bacanas em minha vida
profissional. Por uma série de motivos: Maira Ezequial tinha sido minha aluna
em Alagoas e nos reencontramos trabalhando juntos, profissionalmente, num
mesmo projeto, anos depois. É para sentir orgulho, não? Até porque já sabia e
conhecia o seu olhari nteligente e sensível para as coisas do mundo e ese
projeto, desafiador, era uma oportunidade de verdade. Depois, e por conta
disso, esse é um projeto pioneiro no país, nessa área governamental, com
criação de núcleo específico e aberto totalmente à experimentação. E isso não
é pouco: ter um olhar de que essa atividade deva existir e dar o tempo a ela
necessário para ser experimentada é entender que é possivel sim aprender
fazendo para apontar caminho de melhora das coisas que às vezes nos parece
distante. Uma outra coisa que me chamou a atenção foi a importancia e
cordialidade que recebemos por parte de Cauê, que convocou toda a equipe de
comunicaçao para ouvir sobre o projeto e deu, ao mesmo tempo, liberdade de
produção do primeiro exemplo. Lembro que elaboramos, eu e Maira, na
mesma tarde um projeto simples mas que dava conta das idéias de uso dessas
mídias pós-massivas sem grande alarde e entendendo que estávamos
complementando o trabalho já existente do governo na area de comunicação
tradicional.

O que o NCD tem de peculiar e porque é importante a existência de um


núcleo como esse dentro de uma estrutura de comunicação
governamental?

A comunicação é integrada já há muito tempo. Não tem sentido pensar apenas


a assessorial de imprensa. A comunicação está também nas relações públicas,
em ações de marketing, de publicidade e propaganda, além do jornalismo.
Igualmente vale para suportes: impressos em geral, televisão, rádio e mídias
digitais. Por outro lado, é preciso entender que os suportes digitais tem muitas
especificidades e é preciso uma equipe focada nisso, desde jornalista e
publictários a programadores de plataformas. É um complexo multiplataforma
e, além do trabaho de produção de conteúdos, exige outros níveis de
conhecimento. É preciso equipe especializada. Senão o trabalho fica, digamos,
amador no sentido de inacabado e impreciso, já que seria feito sem um olhar
efetivamente dedicado.

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