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[Análise] Especial Distopias: Parte II – A Trilogia Distópica | No Me... https://nomeumundo.com/2013/07/23/analise-especial-distopias-parte-i...

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yuricosta2013 / 23 de Julho de 2013

Antes de “Jogos Vorazes” e “Divergente”, houve obras precursoras que foram


consideradas verdadeiros divisores de águas, não só na ficção científica e na distopia,
como na literatura em geral. Algumas delas foram tão longe ao ponto de serem
consideradas as “melhores obras do século XX”, ou chegaram perto disso. Estamos
falando da “trilogia distópica”, que, apesar de não ser uma trilogia propriamente dita e seus
três livros terem sido escritos por autores diferentes sem nenhuma conexão, é
considerada uma trilogia pela crítica devido ao fato de serem três obras distópicas que
marcaram o mundo, e continuam a marcá-lo até hoje. Todos os três livros exercem grande
influência no mundo moderno, e também acabaram se mostrando extremamente
proféticos – tanto no lado bom quanto no lado ruim. Vamos conhecê-las:

1984

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“Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na


engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde
tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do
Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao
infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em
Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien,
hierarca do Partido, é quem explica a Winston que ‘só nos interessa o poder em si. Nem
riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade – só o poder pelo poder, poder puro.’”

Esta é provavelmente a mais substancial e mais venerada distopia de todos os tempos.


Talvez devido ao seu conteúdo político sufocante, ou às suas críticas sublimes que
envolvem não só a questão política e social, mas a própria natureza humana, ou ao
vastíssimo conteúdo literário, não sei. Quando li este livro pela primeira vez, soube que
nunca mais leria qualquer história da mesma maneira. Eu sempre pensaria: “por que este
livro não pode ser que nem 1984?”.

1984 carrega, consigo, uma dura crítica que por muitos foi interpretada como uma alegoria
contra a ditadura socialista de Stálin na URSS; para outros, foi um golpe contra a
alienação nacionalista e capitalista norte-americana, que demonizava a figura do
comunista. Mas, acima de tudo, 1984 é uma crítica contra a maleabilidade humana.
Contra nossa natureza contraditória, nossos impulsos egoístas que se sobrepõem ao
amor, à amizade e todas as outras relações que poderíamos nutrir. Nós somos dominados
por que somos mentalmente fracos. Somos dominados por que desistimos de nossos
princípios para salvar a própria pele. Não existe identidade própria quando não existe
moral e princípios, por isso o Estado nos unifica, e acabamos tendo personalidades iguais:
lutamos pela pátria, trabalhamos pela pátria, amamos a pátria. Não há espaço para mais
nada.

Tudo isso, combinado a uma linguagem emocional, que nos identifica a cada situação, nos
sufoca e, no fim de tudo, nos destrói ao nos mostrar que não somos diferentes nem
especiais – somos tão submissos quanto todos os outros – transforma 1984 numa obra
atemporal, um prato cheio para análise literária e filosófica. Afinal, o livro nos mostra como
a raça humana sempre será quebrável e corrupta; está em nossa natureza.

Admirável Mundo Novo

“Ano 634 df (depois de Ford). O


Estado científico totalitário zela
por todos. Nascidos de proveta,
os seres humanos
(precondicionados) têm
comportamentos
(preestabelecidos) e ocupam
lugares (predeterminados) na
sociedade: os alfa no topo da
pirâmide, os ípsilons na base. A
droga soma é universalmente
distribuída em doses
convenientes para os usuários.
Família, monogamia, privacidade
e pensamento criativo constituem

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crime.

Os conceitos de “pai” e “mãe”


são meramente históricos.
Relacionamentos emocionais
intensos ou prolongados são
proibidos e considerados
anormais. A promiscuidade é
moralmente obrigatória e a
higiene, um valor supremo. Não
existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando
um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da
promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos
remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser
um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, “Admirável Mundo Novo” é um
dos livros mais influentes do século 20.”

Publicado mais de uma década antes de 1984, Admirável Mundo Novo é, ao seu lado,
considerado uma das maiores distopias de todos os tempos. Enquanto 1984 investe numa
linguagem extremamente emocional, feita para envolver e encantar o leitor, Admirável
Mundo Novo é uma clara sátira dos costumes da sociedade moderna. Publicado em 1932,
o livro explora uma sociedade onde todos são, desde o momento da concepção,
condicionados a pensarem de determinada maneira – afinal, se um fato é repetido muitas
vezes, ele se torna uma verdade. Desse modo, a sociedade é dividida em castas – e os
membros das mesmas amam isso. Mesmo a casta mais baixa está feliz com sua posição,
pois, desde o berço, entende que é necessária para a manutenção da sociedade. Assim,
todos estão felizes. Não deve se esquecer, também, que todos – até mesmo crianças –
são criados para viverem vidas extremamente sexuais, mas sem firmar um
relacionamento. Ou seja: o individuo pode dormir com quem quiser, mas não se apaixona.
Pelo contrário: todos têm horror ao amor.

A história é contada, principalmente, por um dos chamados Selvagens – isto é, uma


pessoa que vive numa reserva fora da sociedade, onde as pessoas ainda se amam, ainda
constroem famílias, enfim, ainda vivem da maneira que vivemos hoje. O Selvagem é, na
verdade, uma representação de nós mesmos: como nós, com a mentalidade que temos
hoje, veríamos essa sociedade horrorosa, onde o sexo é algo banal e cada um é feliz em
sua própria individualidade? Não pensem que estou tentando ser moralista, por favor. É
preciso ler o livro do início ao fim para ter uma ideia do quão terrível e fria esse mundo é,
em que tudo o que amamos e tudo que damos valor hoje perde o significado. Tudo se
torna uma cópia feia e promíscua do que fazemos hoje. Mas, ao mesmo tempo, Admirável
Mundo Novo é um reflexo do caminho que a sociedade atual vem trilhando: cada vez
mais, esquecemos de conceitos como família, amigos, amor etc. Vivemos num mundo
individualista. Se o próprio autor admitiu que este mundo distópico se tornou realidade em
1963, pouco mais de 30 anos depois de publicar a obra, onde nós fomos parar agora que
estamos em 2013?

O livro nos coloca frente a situações absurdas e improváveis, desde provas de loucura
coletiva até orgias que começam a acontecer sem nenhuma explicação logica. Admirável
Mundo Novo é um livro assumidamente exagerado, para mostrar num nível extremo o que
é que estamos nos tornando como seres humanos.

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Fahrenheit 451

“O caminho da paz passa por dois


elementos fundamentais: um, material, o outro, espiritual. Materialmente, trata-se de suprir
as necessidades básicas dos cidadãos. Nessa sociedade afluente, moderna e organizada,
todos vivem em casas confortáveis, vestem-se e se alimentam satisfatoriamente, têm
empregos e contam, para se entreter, com úbiquas telas de TV, por onde participam
interminavelmente de programas interativos (o livro foi escrito nos anos 40, o que o torna
terrivelmente premonitório). Porém a satisfação material não garante a paz social se
houver insatisfação espiritual. Isto é, se existirem a imaginação, a fantasia, os
questionamentos, as alternativas, as dúvidas. Tudo aquilo de que os livros são
depositários. A história, a literatura, a filosofia, a poesia, a religião, a política, as biografias,
tornam-se uma ameaça à uniformidade passiva e satisfeita. Os livros são, portanto, todos
proibidos.

Porém proibir os livros, por si só, não elimina os livros já publicados. Para isso há os
bombeiros, agentes especializados em localizar livros escondidos e em queimá-los in loco
(não há necessidade de agentes para combater incêndios, pois as casas, ao contrário das
mentes, são então à prova de fogo). Felizmente, como demonstra o surpreendente final,
bombeiros com lança-chamas não podem queimar a memória.”

Este livro é o maior terror dos leitores vorazes: conta a história de um mundo onde os
livros são proibidos, acabando brutalmente queimados. Imagine! Um mundo sem livros!
Um mundo em que a cultura é sufocada! Um mundo onde os assassinatos e a guerra são
comuns!

Eu lembro de me encantar com essa história desde a primeira página. Fahrenheit 451 é
um livro lírico, cheio de poesia e reflexões. Não só tem uma bela linguagem – apesar de
difícil e até mesmo inacessível para aqueles que não estão acostumados com linguajar
erudito – como tem mensagens fortíssimas sobre alienação e o papel da cultura em nossa
sociedade. A alienação não vai mudar a verdade: não é por que você é rico e passa o dia
inteiro assistindo novelas na televisão (sim, essa é a realidade no livro) que a pobreza vai
deixar de existir, ou a guerra, ou a alta taxa de assassinatos. Fahrenheit 451 é apenas
uma short novel – tem meros três capítulos que juntos mal chegam às 200 páginas de um
pocket book – mas, com transcrições rápidas e grandes filosofias, nos deixa a maior
questão: a memória não pode ser alterada; não podemos ignorar a verdade, pois isso trará
apenas nossa destruição.

E aí? Estão gostando do especial? Comentem a vontade, e amanhã tem mais com “As
distopias no cinema”. Até lá!

Continuação:

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

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23 de Julho de 2013 in Analisando Livros. Etiquetas:1984, Admirável Mundo Novo, aldous huxley,
Distopia, Fahrenheit 451, George Orwell, Ray Bradbury

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2 pensamentos sobre “[Análise] Especial Distopias: Parte II


– A Trilogia Distópica”

Military Pay Advance 16 de Novembro de 2013 às 01:16

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