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Direcção do Projecto
AIP – CE
Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial
Gestão do Projecto
Norma Rodrigues, AIP – CE
Coordenação do Projecto
Mário Teixeira, AIP – CE
Assessoria Técnico-Pedagógico
José Lagarto, Especialista em Sistemas e Modelos de Formação
Produção de Conteúdos
Sofia Santiago, Global Score-Consultores, Lda.
Com a colaboração de:
Daniel Nunes, Global Score-Consultores, Lda.
Concepção Gráfica
5W – Comunicação e Marketing Estratégico, Lda.
Ano de Edição
2007
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO AO MANUAL
1. APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
2. FINALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6
3. DESTINATÁRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6
4. ÍNDICE DAS MATÉRIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
5. INFORMAÇÕES ÚTEIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
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UNIDADE LECTIVA C – INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
1. Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113
2. Componente Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113
3. Componente Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .189
4. Síntese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .197
5. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .199
6. Avaliação da Unidade Lectiva C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .199
ANEXOS
– Folha de Resposta das Avaliações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .281
– Soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .282
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
1. APRESENTAÇÃO
Foram deste modo produzidos, com o apoio da Medida Recursos Didácticos do POEFDS, um conjunto de
manuais, em versão impressa e CD-ROM, destinados a apoiar os quadros das empresas e outros inte-
ressados nas problemáticas, hoje em dia cada vez mais exigentes, da gestão, da organização e da com-
petitividade.
Elaborados de acordo com uma metodologia que permita a sua utilização em sala de formação ou em
ambiente de formação à distância, o projecto Recursos Didácticos da AIP visa basicamente criar con-
teúdos referenciados por objectivos de aprendizagem, organizados modularmente, de modo a que as
unidades lectivas possam ser agrupadas sob múltiplos percursos formativos.
Pretende assim a AIP, com este contributo, auxiliar as pequenas empresas na melhoria da sua perfor-
mance por via da melhoria das competências técnicas dos seus agentes com reflexos positivos ao nível
do desempenho.
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2. FINALIDADE
Pretende-se, com este manual, proporcionar um conjunto de informação que permita consolidar co-
nhecimentos sobre Gestão Integrada de Sistemas, compreender a sua importância e utilidade, bem
como elaborar e implementar um Sistema de Gestão Integrado da Qualidade, Ambiente e Saúde e
Segurança no Trabalho e gerir um Programa de Auditorias. A estrutura das Unidades Lectivas apresen-
tadas, compostas por uma componente teórica, em que são desenvolvidos conceitos, interpretados
requisitos das Normas, apresentadas metodologias e explorados alguns exemplos, e por uma compo-
nente prática, em que o formando tem a oportunidade de adaptar os exercícios à realidade da sua activi-
dade ou Organização, permitirá aos destinatários adquirir ou actualizar as competências técnicas fun-
damentais para dar resposta às exigências actuais da gestão das Organizações, face ao mercado em
que se inserem.
Manual de Formação
3. DESTINATÁRIOS
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
4. ÍNDICE DAS MATÉRIAS
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3. Compatibilidade dos Referenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92
3.1. Correspondência da NP EN ISO 9001:2000 com os referenciais
NP EN ISO 14001:2004 e NP 4397:2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
4.5. Controlo operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
4.5.1. Clientes e Partes Interessadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165
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3. Actividades da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .220
3.1. Início da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .221
3.1.1. Nomeação do coordenador da equipa auditora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .221
3.1.2. Definição dos objectivos, âmbito e critérios da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . .221
3.1.3. Determinação da exequibilidade da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .222
3.1.4. Selecção da equipa auditora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .223
3.1.5. Estabelecimento do contacto inicial com o auditado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .224
3.2. Condução da revisão de documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .225
3.3. Preparação para as actividades de auditoria no local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .226
3.3.1. Preparação do plano da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .227
3.3.2. Atribuição de tarefas à equipa auditora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .230
3.3.3. Preparação dos documentos de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .230
3.4. Execução da auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .233
3.4.1. Condução da reunião de abertura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .234
3.4.2. Comunicação durante a auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .237
Manual de Formação
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
5. INFORMAÇÕES ÚTEIS
• Participação Individual
• Participação Colectiva
A AIP pode disponibilizar um serviço de apoio técnico e formativo para grupos de colaboradores da
empresa, a solicitação dos interessados.
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5.2. CONTACTO
AIP – CE
Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial
Dr. Mário Teixeira
Tel. +351 21 3601234
Email: mario.teixeira@aip.pt
Manual de Formação
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
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UNIDADE LECTIVA C – INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO
INTEGRADO
• Interpretar os requisitos das Normas NP EN ISO 9001:2000, NP EN ISO 14001:2004 e NP 4397:2001.
• Conhecer as metodologias, processos de integração e estrutura documental de um Sistema de
Gestão Integrado.
• Aplicar na sua Organização as metodologias de identificação e avaliação de impactes ambientais
e riscos para a saúde e segurança no trabalho.
• Planear e implementar um Sistema de Gestão Integrado.
2. AVALIAÇÃO INICIAL
Esta Avaliação Inicial funciona como teste de diagnóstico, permitindo identificar o nível de conhecimentos
do formando relativamente às matérias a leccionar neste curso de formação, antes de o frequentar
(Auto-diagnóstico).
No final do curso, através da comparação dos resultados antes e depois de o ter frequentado, será possível
determinar a utilidade de ter participado (Razão de Ganho).
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5. Na abordagem por processos, é importante:
A) Determinar a sequência e interligação dos processos
B) Definir o gestor do processo
C) Definir a documentação dos processos
D) Todas as opções anteriores
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AVALIAÇÃO INICIAL
5. Podemos afirmar que as normas ISO 9001:2000, ISO 14001:2004 e NP 4397:2001 têm um princípio
comum, que é:
A) O cumprimento da legislação ambiental
B) A Melhoria Contínua
C) O cumprimento da legislação laboral
D) A satisfação do cliente
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AVALIAÇÃO INICIAL
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UNIDADE LECTIVA C – INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA
DE GESTÃO INTEGRADO
ou serviço
C) Qualquer mudança, desde que seja positiva, sobre o ambiente, resultante de uma actividade, produto
ou serviço
D) Elemento de uma actividade, produto ou serviço, que pode interactuar com o ambiente
4. Após a implementação de um Sistema de Gestão Integrado SGI QAS, a Organização deve controlar obri-
gatoriamente:
A) Os aspectos ambientais pouco significativos
B) Todos os aspectos ambientais
C) Os aspectos ambientais considerados significativos
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D) Apenas os aspectos ambientais identificados pelos clientes
AVALIAÇÃO INICIAL
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AVALIAÇÃO INICIAL
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8. O Plano da Auditoria deve:
A) Ser preparado pelo responsável do SGI, devendo ser sujeito a aprovação por parte do auditor coor-
denador
B) Ser preparado pelo responsável máximo da entidade auditada, devendo ser sujeito a aprovação
por parte do auditor coordenador
C) Ser preparado pelo auditor coordenador, devendo ser sujeito a aprovação por parte do cliente da auditoria
D) Ser elaborado e aprovado por todos os intervenientes na auditoria
10. Os objectivos de uma reunião de abertura, numa auditoria efectuada por uma entidade externa são:
A) Analisar as não conformidades resultantes de auditorias anteriores e analisar o grau de satis-
fação dos clientes
B) Agradecer ao cliente da auditoria e analisar o Plano de metas e objectivos
C) Confirmar o Plano de Auditoria; apresentar sucintamente a metodologia utilizada na realização da
auditoria; confirmar os canais de comunicação; proporcionar uma oportunidade para o auditado
colocar questões
D) Entregar o relatório de auditoria e entregar a documentação que irá ser utilizada no decorrer da
auditoria
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
RESULTADO DA AVALIAÇÃO INICIAL
3. UNIDADES LECTIVAS
A matéria considerada neste manual está associada a um tema que tem tanto de complexo como de
indispensável: a gestão das Organizações.
O mercado em que operam as Organizações actualmente está em constante mudança, cada vez mais
exigente, e com ele, as necessidades dos Clientes, dos accionistas, dos trabalhadores, do ambiente e da
sociedade em geral.
A importância da Qualidade nas Organizações é um facto inquestionável. Mas existem agora outras
necessidades adicionais: a das Organizações se certificarem em normas para além da ISO 9001:2000
ou, pelo menos, de implementarem sistemas de gestão que lhes permitam ter outros aspectos,
nomeadamente poluição e riscos de acidentes no trabalho, sob o seu controlo. Esta preocupação tem
levado à concepção de várias soluções para a integração de vários requisitos, sendo cada vez mais
raros os casos em que as Organizações adoptam Sistemas de Gestão Ambiental e de Segurança inde-
pendentes do seu Sistema de Qualidade.
O aparecimento de normas internacionais com requisitos nestas áreas tem tido um papel determinante
na evolução da gestão das Organizações.
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Qual a necessidade da integração de sistemas? Quais as vantagens? Que referenciais utilizar para
orientação? Como fazê-lo? Estas são algumas das questões que se pretende abordar neste manual,
não apenas no necessário enquadramento teórico, mas também através da prática com que se propõe
envolver os formandos.
Face a esta situação, os autores deste manual pretendem, além de familiarizar as Organizações para os
conceitos mais determinantes, apresentar algumas ferramentas de trabalho verdadeiramente úteis e
necessárias no auxílio de quem pretenda implementar, e posteriormente monitorizar, um Sistema de
Manual de Formação
O objectivo final deste manual é a satisfação dos Clientes das Organizações, pelo que é fundamental que
estes sejam auscultados, no sentido de identificar os seus requisitos em todo o processo de gestão, per-
mitindo a melhoria contínua do desempenho da Organização, através da melhoria de produto, controlo dos
aspectos ambientais e prevenção dos riscos associados à saúde e segurança dos trabalhadores.
As unidades lectivas que a seguir se apresentam não têm como objectivo estabelecer os critérios
específicos para a melhoria do desempenho, mas antes abordar a temática de modo a criar linhas de
orientação para o desenvolvimento e implementação de um SGI QAS.
Os exemplos, exercícios e soluções propostos surgem da experiência e vivência dos autores com esta
temática, que alertam para o facto de cada Organização ser um caso individualizado, devendo cada uma, de
forma criativa, encontrar as soluções que mais se adeqúem à sua realidade, tendo em conta a sua estratégia
organizacional, o âmbito de aplicação do SGI e o objectivo pretendido com a implementação do SGI.
Este manual pode ser utilizado por todas as Organizações independentemente da sua dimensão,
natureza ou sector em que operam.
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INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
2. COMPONENTE TEÓRICA
1. O CONTEXTO DA NORMALIZAÇÃO
Qualquer Sistema de Gestão que funcione eficazmente deve ser reconhecido no mercado através da cer-
tificação. Para além das vantagens comerciais e de marketing, a certificação de um Sistema de Gestão
aumenta a confiança dos consumidores e a satisfação das Partes Interessadas (Clientes, accionistas,
colaboradores e sociedade em geral).
A certificação de uma Organização consiste na garantia de que a mesma opera em conformidade com
requisitos pré-estabelecidos por Organizações de normalização reconhecidas internacionalmente.
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Esses requisitos baseiam-se nas práticas comuns de quase todas as actividades intelectuais, científicas,
tecnológicas e económicas e são codificados e publicados como normas nacionais ou internacionais.
NORMA TÍTULO
NP EN ISO 9001:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade
Manual de Formação
Estes referenciais definem requisitos para Sistemas de Gestão, visando qualquer Organização que pre-
tenda demonstrar a sua capacidade ao nível da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho.
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UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Para além disso, são uma base de trabalho para todos os colaboradores, sendo estruturadas de modo
a possibilitar a melhoria do desempenho da Organização. Uma das principais vantagens neste âmbito
é a facilidade em controlar a legislação e demonstrar claramente a conformidade com os requisitos
legais aplicáveis. A estrutura que apresentam possibilita, igualmente, assegurar a conformidade com os
requisitos acordados com os Clientes.
O conceito de qualidade é diferente para cada pessoa e tradicionalmente está associado a conceitos
intangíveis, tais como beleza, excelência e verdade. É difícil de explicar, mas “nós sabemos quando a vemos”
e, habitualmente, esperamos pagar mais por ela. Até os dicionários dão vários significados diferentes; isto
resulta na falta de compreensão da qualidade e torna-a extremamente difícil de quantificar e gerir.
Como exemplo de um mal entendido comum no que diz respeito à qualidade, temos o conceito de Rolls
Royce “contra” o de Mini. Qual deles é o carro com “melhor” qualidade? Ambos foram desenhados para
satisfazer uma necessidade particular, no entanto, as especificações para o Rolls Royce são mais ele-
vadas do que para o Mini. O que nós estamos a fazer é comparar artigos que têm a mesma finalidade
básica, isto é, o transporte, mas que foram desenhados para ir ao encontro de necessidades diferentes.
Existe uma diferença na classificação. O Rolls Royce tem uma classificação mais elevada que o Mini, não
uma maior qualidade.
Outro exemplo da mesma definição aparece-nos na indústria hoteleira em que um hotel de 5 estrelas
tem classificação mais elevada do que um hotel de 3 estrelas.
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A classe está inerente ao produto, dependendo a qualidade da forma como o produto satisfaz uma
necessidade particular.
Esta definição inclui uma variedade de conceitos, tais como o ajustamento à sua finalidade, confiança,
valor monetário, conformidade com os requisitos e satisfação do consumidor. Não é que estes conceitos
sejam novos, eles têm sido aplicados ao longo de várias épocas e dentro de culturas muito diferentes.
Estes conceitos não são só exigidos, mas também as evidências exigiram que eles fossem incorporados
nos produtos e serviços.
Manual de Formação
Os Imperadores Chineses exigiam uma marca dos artífices nos produtos, para que o artífice pudesse
ser identificado e encontrado. Se o produto não se mostrasse satisfatório era-lhe aplicado um castigo,
habitualmente a morte. Uma lição salutar de que a “Prevenção é melhor que a cura”.
É importante lembrar que estes exemplos só ilustram que um produto único ou específico, ou uma ca-
racterística única de um produto, cumpre com os requisitos de qualidade. Isto não quer dizer que o próximo
artigo produzido, ou que todos os artigos produzidos, venham a ter a mesma qualidade.
Se deseja inspirar confiança nos seus Clientes, ou em potenciais Clientes, é necessário provar-lhes que
tem feito, está a fazer e continuará a fazer as coisas certas. Assim, todo o produto ou serviço que
fornece terá a qualidade exigida.
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UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Os EUA foram os primeiros a ver os seus efeitos e, numa tentativa de normalizar a qualidade, os militares
introduziram as seguintes referenciais:
• MIL-Q-9858 – Sistema de Especificação da Qualidade
• MIL-I-45208 – Requisitos do Sistema de Inspecção
Ambos ainda se encontram em vigor e são usados nos contratos de Defesa Americanos e em qualquer
outra parte.
Estas normas são também utilizadas como base para uma série de normas dentro da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (NATO) e são conhecidos como Allied Quality Assurance Publications (AQAP).
Inicialmente o Reino Unido não aceitou os AQAP’s, dando preferência a três Normas de Defesa
(DEF.STAN.) Séries 05 (05-21, 05-24, 05-29) que eram equivalentes aos AQAP’s. Qualquer Organização
comprometida com contratos de defesa ou subcontratada por estas, está submetida a estas normas.
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Fora da Indústria de Defesa havia uma necessidade definitiva de Normas da Qualidade. Assim,
foram introduzidas a BS4891 e a BS5179, mas estas assemelhavam-se mais a códigos de práticas e
não podiam ser aplicadas como requisitos contratuais. Os AQAP’s foram alinhados aos requisitos militares,
como tal, não eram por si só adequados.
A resposta ao problema foi encontrada em 1979 quando foi lançada a BS5750 em três partes: 1, 2, e 3,
que foram também suportadas por partes adicionais (4, 5 e 6 que contém informação para a interpre-
tação das normas).
A BS5750 foi também utilizada contratualmente por Clientes e fornecedores, mas adicionalmente o
British Standard Institution (BSI) introduziu o conceito da terceira parte, no esquema de registo. Isto per-
mitiu ao BSI registar as Organizações que estão em conformidade com os requisitos aplicáveis à norma
em questão. O registo pode agir como uma garantia da qualidade a favor de todos os Clientes, tanto no
presente como no futuro.
Manual de Formação
Em 1994 as normas ISO 9001, 2 & 3 foram emendadas e reeditadas. A nova edição clarificou e aper-
feiçoou os requisitos, e fez uma interligação das normas mais fácil de seguir. Sem dúvida, que no futuro
vão ter lugar mais aperfeiçoamentos.
ISO 9000 – Normas para a Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade – Linhas de Orientação para a
sua Selecção e Utilização.
ISO 9001 – Sistemas da Qualidade – Modelo de Garantia da Qualidade no Concepção / Desenvolvimento,
Produção, Instalação e Assistência Após-Venda.
ISO 9002 – Sistemas da Qualidade – Modelo de Garantia da Qualidade na Produção, Instalação e
Assistência Após-Venda.
ISO 9003 – Sistemas da Qualidade – Modelo de Garantia da Qualidade na Inspecção e Ensaios Finais.
ISO 9004 – Elementos da Gestão da Qualidade e do Sistema da Qualidade – Linhas de Orientação.
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UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Desde a publicação inicial em 1987, a série de normas ISO 9000 conseguiu encontrar o seu caminho
através das Organizações em todo o mundo.
Em 1999, cerca de 350.000 Organizações em 150 países estavam certificadas de acordo com a ISO
9000. Isto quer dizer que a revisão da norma traria implicações para milhões de pessoas ligadas a di-
versas actividades industriais e sócio-económicas em todo o mundo.
Foram conduzidos numerosos inquéritos com o objectivo de conhecer a opinião das Organizações certi-
ficadas em conformidade com a ISO 9000 de variados sectores e localizações geográfica. Estes inquéritos
revelaram que 83% das Organizações certificadas registaram um melhor controlo de gestão e uma maior
satisfação dos Clientes. 60% identificaram uma melhor oportunidade para assegurar empregos. Mas, é
claro que também foram ouvidas numerosas reclamações em relação à ISO 9000, entre elas, de que era
demasiadamente focalizada nos procedimentos documentados e não o suficientemente nos resultados,
que encorajava um estilo de gestão burocrática que requeria serviços administrativos a todo o tempo;
que resultava em consistência em vez de qualidade, que incluía muito poucos princípios de gestão da
qualidade total tais como melhoria contínua e focalização no Cliente.
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Os inquéritos mostraram os seguintes pedidos de melhoramento:
• Aplicação geral a Organizações de todos os tamanhos e de todos sectores da indústria
• Melhor alinhamento com os processos e negócio
• Permitir a adaptação da ISO 9001 para a ajustar à Organização
• Demonstração de uma melhoria contínua
• Maior abordagem da eficácia e efectividade do Sistema de gestão da qualidade
• Introdução da norma ISO 9004 para abordar a eficácia e eficiência da Organização
• Mais consciencialização dos accionistas numa Organização
• Melhorar a compatibilidade com a série de normas ISO 14000
• Facilitar a auto-avaliação
A versão de 2000 da norma teve em conta estas preocupações, e representa um significativo avanço no
modo como os requisitos dos sistemas de gestão da qualidade são formulados.
Manual de Formação
Isto resultou num alinhamento do sistema de gestão da qualidade com as necessidades da gestão
diária da Organização.
Em termos de estrutura, a nova norma ISO 9001:2000 assume o modelo genérico representado na figura 1.
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UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
As novas normas são baseadas em oito “Princípios da Gestão da Qualidade” que foram sujeitos a um
longo processo de consenso entre os membros da ISO, com muitos dos conceitos da Gestão da
Qualidade Total a serem integrados.
A ênfase dada anteriormente à documentação foi significantemente reduzida nesta nova norma. Ela
permite às Organizações mais flexibilidade no modo como escolhe documentar o seu sistema de
gestão da qualidade. Isto permite que cada Organização desenvolva uma quantidade mínima de docu-
mentação necessária para demonstrar o efectivo planeamento, operação e controlo dos seus proces-
sos, implementação e a melhoria continua do sistema de gestão da qualidade. No entanto, as
Organizações continuam a ter que manter um sistema de gestão da qualidade documentado para
estarem em conformidade com a ISO 9001, que inclua os documentos especificamente mencionados
na norma.
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Actualmente, a série de normas ISO 9000:2000 é constituída por um conjunto coerente de três normas:
ISO 9000:2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulário (Descreve os funda-
mentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica a terminologia que lhes é
aplicável);
ISO 9001:2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos (Especifica os requisitos de um sistema
de gestão da qualidade a utilizar sempre que uma Organização tem necessidade de
demonstrar a sua capacidade para fornecer produtos que satisfaçam tanto os requisitos
dos seus Clientes como dos regulamentos aplicáveis e tenha em vista o aumento da
satisfação de Clientes);
ISO 9004:2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Linhas de Orientação para Melhoria de Desempenho
(Fornece linhas de orientação que consideram tanto a eficiência como a eficácia de um
sistema de gestão da qualidade. O objectivo desta norma é a melhoria do desempenho da
Organização e a satisfação dos seus Clientes e das outras Partes Interessadas);
Manual de Formação
Pararelamente, todas as normas existentes relativas às auditorias convergiram, em 2003, numa norma
única de auditorias:
ISO 19011:2003 – Linhas de Orientação para Auditar Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiente
(Dá orientações para a execução de auditorias a sistemas de gestão da qualidade e a
sistemas de gestão ambiental).
As normas ISO 9001:2000 e 9004:2000 foram desenvolvidas como um par consistente de normas de
sistemas de gestão da qualidade, tendo sido concebidas para se complementarem uma à outra, podendo
ser utilizadas de forma independente, conforme os objectivos da Organização. É, no entanto, de salientar
que a ISO 9004:2000 não é um guia para a implementação da ISO 9001:2000, nem as suas recomen-
dações são de forma alguma obrigatórias.
Embora estas duas normas tenham campos de aplicação diferentes, têm estruturas semelhantes de
forma a ajudar a sua aplicação como par consistente.
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UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
A ISO 9004 dá orientações quanto a uma gama mais alargada de objectivos de um sistema de gestão da
qualidade, particularmente para a melhoria contínua da performance e, portanto, para a satisfação de
todas as Partes Interessadas, e não apenas do Cliente (isto é, considera a Organização, os seus Clientes
e toda a envolvente da mesma – figura 2). A ISO 9004 é recomendada como um guia para as
Organizações cuja gestão de topo pretenda, na busca da melhoria contínua do desempenho e eficiência
globais, ir além dos requisitos da ISO 9001. Contudo, não é destinada para propósitos contratuais ou
para a certificação, não sendo suposto que os seus requisitos sejam objecto de auditorias de terceira
parte, a não ser que exista um acordo contratual específico entre o Cliente e o organismo certificador.
Esta norma fornece ainda uma orientação geral para a Gestão Total da Qualidade (TQM), dando uma maior
relevância à melhoria contínua e abrindo a articulação com outros referências (ISO 14001 e OHSAS 18001).
Constituem, por isso, um Par consistente na resposta a todos os requisitos, considerando todas as
Partes Interessadas e incluindo os oito princípios da Gestão da Qualidade. Isto significa que começam por
ter uma estrutura alinhada, com uma correspondência exacta entre os diferentes pontos de cada uma. De
tal forma que a ISO 9004 integra mesmo todo o texto da ISO 9001, de acordo com as mesmas cláusulas:
1.ª Cláusula – Campo de Aplicação
2.ª Cláusula – Referência Normativa
3.ª Cláusula – Termos e Definições
4.ª Cláusula – Sistema de Gestão da Qualidade
5.ª Cláusula – Responsabilidade da Gestão
6.ª Cláusula – Gestão de Recursos
7.ª Cláusula – Realização do Produto
8.ª Cláusula – Medição, Análise e Melhoria
A cada ponto da ISO 9001 a ISO 9004 acrescenta algumas coisas, nem mais nem menos que a tradução
das formas de aplicação de todos os Oito Princípios da Gestão da Qualidade, ou seja, as regras base para
a Gestão da Qualidade Total.
41
Figura 2 – Alvos da Gestão da Qualidade Total
Manual de Formação
Ao articular a ISO 9001:2000 com a ISO 9004:2000 a Organização pretende uma melhoria contínua do
seu processo de Gestão da Qualidade, aproximando-a dos modelos de excelência, e conduzindo-a ao êxito
do negócio. Naturalmente não é esperado que todas as Organizações evoluam repentinamente para uma
Gestão da Qualidade Total. Cada uma fará o percurso mais conveniente atendendo aos seus recursos.
O que fica expresso é que não dar relevância ao papel da ISO 9004 é, com certeza, assumir um risco.
A família de normas ISO 9000:2000 faz a distinção entre requisitos dos sistemas de gestão da qualidade, que
estão especificados na ISO 9001:2000, e os requisitos dos produtos que não são estabelecidos na norma.
Os requisitos dos sistemas de gestão da qualidade são genéricos e aplicáveis a Organizações de qual-
quer ramo industrial ou sector económico, independentemente da categoria de produtos oferecidos.
Os requisitos dos produtos podem ser especificados pelos Clientes, pelas próprias Organizações, ou
ainda por regulamentação (especificações técnicas, contratos, requisitos regulamentares, normas dos
produtos e processos).
Assim, o âmbito de aplicação de um Sistema de Gestão da Qualidade deve ser estabelecido por cada
Organização, considerando todas as actividades da sua responsabilidade para proporcionar um produto
que vá ao encontro dos requisitos do Cliente e regulamentares aplicáveis.
43
2.4. Princípios da Gestão da Qualidade
Um Princípio de Gestão da Qualidade é uma regra fundamental para liderar e operar uma Organização, tendo
como objectivo a melhoria contínua da performance pela focalização no Cliente, enquanto se têm em conta
as necessidades de todas as outras Partes Interessadas.
Foram identificados oito Princípios de Gestão da Qualidade para facilitar o alcance dos objectivos da quali-
dade nas Organizações:
1.º Princípio – Enfoque no Cliente
“As Organizações dependem dos seus Clientes, portanto, devem entender as suas necessidades correntes
e futuras, ir ao encontro dos seus requisitos e lutar constantemente para exceder as suas expectativas”.
2.º Princípio – Liderança
“Os líderes criam a visão e missão da Organização e, portanto, o seu caminho. Devem criar e manter um
ambiente interno que proporcione envolvimento total no atingir dos objectivos da Organização”.
Manual de Formação
44
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
As Normas para Sistemas de Gestão da Qualidade são baseadas nestes princípios. Eles descrevem a
forma como trabalhamos e estão presentes em tudo o que fazemos. São princípios extraordinariamente
simples, mas, simultaneamente, extraordinariamente eficazes, quando bem aplicados, no “atingir dos
objectivos da Organização”. A sua aplicação permite conseguir benefícios para a Organização e con-
tribuir para a melhoria da gestão, dos custos e dos riscos. Por isso, permitem aumentar a satisfação da
Organização, dos Clientes e de todas as outras Partes Interessadas.
É também evidente que, sendo os oitos princípios expressos pensando em todas as Partes Interessadas
e sendo a ISO 9001:2000 apenas focalizada no Cliente, é muitas vezes necessário referir a ISO
9004:2000 para encontrar a totalidade das formas de aplicação, sob a forma de requisitos das Normas.
Para além dos benefícios directos, a aplicação dos oito Princípios da Gestão da Qualidade dão um con-
tributo importante para a gestão de custos e riscos que são importantes tanto para a Organização,
como para os seus Clientes e para as outras Partes Interessadas. Estas considerações sobre o desem-
penho global da Organização podem ter impacto sobre:
• A fidelidade do Cliente;
• Repetição e recomendação do negócio;
• Resultados operacionais (rendimento, quotas de mercado);
• Respostas rápidas e flexíveis às oportunidades de mercado;
45
• Custos e tempos de ciclo através da utilização eficaz e eficiente dos recursos;
• Alinhamento dos processos que melhor permitam atingir os resultados desejados;
• Vantagem competitiva através de capacidades organizacionais melhoradas;
• Entendimento e motivação das pessoas quanto aos objectivos da Organização, bem como à
participação na melhoria contínua;
• Confiança das Partes Interessadas na eficácia e eficiência da Organização (benefícios sociais e
financeiros resultantes da Organização, ciclo de vida do produto e reputação);
• Aptidão para criar valor tanto para Organização como para os seus fornecedores através da
optimização de custos e recursos, e de respostas conjuntas para os mercados em mutação.
Nota: Encontrará informação adicional sobre os Oito Princípios da Gestão da Qualidade, as suas
formas de aplicação, bem como os benefícios conseguidos, num documento da ISO
(o ISO/TC176/SG2/WG15/N125+N130+N351), disponível no site da ISO (www.iso.ch) ou do Comité
Técnico 176 (www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2).
Manual de Formação
A ISO 9001:2000 aponta e encoraja a adopção da Abordagem por Processos quando se desenvolve,
implementa e melhora a eficácia de um sistema de gestão da qualidade, para aumentar a satisfação do
Cliente indo ao encontro dos seus requisitos.
46
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Para o funcionamento eficaz das Organizações, estas têm que identificar e gerir numerosos processos
interligados e que interagem entre si. Na maior parte dos casos, o output de um processo constitui o
input do processo seguinte. Por exemplo, o processo de concepção e desenvolvimento de um novo pro-
duto/serviço precede o respectivo processo de execução.
É, por isso, importante para uma apreciação completa da abordagem por processos ter a noção das sub-
divisões que podem ser identificadas para cada processo. A divisão ou repartição de um processo pode
ser representada conforme a seguinte ordem:
1. Processo
2. Sub-Processo
3. Actividade
4. Tarefa 47
Neste modelo é ainda reconhecido o Ciclo de Melhoria Contínua que vai monitorizar e potenciar as
evoluções. A metodologia conhecida como “Plan-Do-Check-Act” (PDCA), aplicável a todos os processos,
pode ser resumida de acordo com a seguinte figura:
Manual de Formação
A Gestão sistemática dos processos requer um modelo comum que suporte todas as actividades e
operações relativas ao produto/serviço. Assim, a Norma ISO 9004:2000 sugere as seguintes etapas
para uma eficaz abordagem da gestão por processos:
48
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
1.2 DEFINIR AS POLÍTICAS E OBJEC- Baseado na análise dos requisitos, – A gestão de topo deve decidir quais
TIVOS DA ORGANIZAÇÃO necessidades e expectativas, esta- os mercados a que a Organização
belecer as políticas e objectivos da se deve dirigir e desenvolver políti-
Organização. cas relevantes. Baseada nelas, a
gestão deve estabelecer os objec-
tivos para os outputs pretendidos
(ex: produtos, performance am-
biental, na Segurança e Saúde).
49
1. Identificação dos processos da Organização: (Continuação)
ETAPAS NA ABORDAGEM O QUE FAZER? LINHAS DE ORIENTAÇÃO
POR PROCESSOS
1.3 DETERMINAR OS PROCESSOS DA Identificar todos os processos que – Determinar os processos neces-
ORGANIZAÇÃO são necessários para produzir os sários para alcançar os outputs pre-
outputs pretendidos. tendidos. Estes processos incluem
Gestão, Recursos, Produção/Rea-
lização e Medição & Melhoria.
– Identificar todos os inputs e out-
puts do processo, junto com os
fornecedores, Clientes e outras
Partes Interessadas (que podem
ser internas ou externas).
50
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
1.6 DEFINIR A DOCUMENTAÇÃO DOS Determinar quais os processos que – A Organização deve determinar quais
PROCESSOS devem ser documentados e como. os processos que devem ser docu-
mentados, tendo como base:
– a dimensão da Organização e os
seus tipos de actividade
– a complexidade dos seus proces-
sos a as suas interacções,
– a importância os processos,
– a disponibilidade de pessoal com-
petente.
– Para documentar os processos
podem ser utilizados diferentes
métodos tais como: representações
gráficas, instruções escritas, check-
lists, fluxogramas, métodos audiovi-
suais ou electrónicos.
51
O trabalho de identificação dos processos determinantes para o sucesso dos objectivos previamente
estabelecidos é um trabalho analítico que requer passos cuidados no sentido da identificação e
selecção dos Processos Chave, devendo ter em consideração a estrutura da Organização.
2.2 DEFINIR A MONITORIZAÇÃO E Determinar onde e como a medição – Identificar os critérios de medição
MEDIÇÃO DOS REQUISITOS e monitorização deve ser aplicada. e monitorização para o controlo do
Isto deverá ser feito tanto para con- processo e performance do proces-
trolo e melhoria dos processos, so, para determinar a eficácia e efi-
como para os outputs pretendidos ciência do processo, tendo em con-
do processo. sideração factores como:
– Conformidade com os requisitos,
Determinar a necessidade de regis- – Satisfação dos Clientes/reclamações
tar os resultados. – Performance dos fornecedores
– Prazos de distribuição/entrega
– Tempos de ciclo
– Taxas de falha/insucesso
– Desperdícios
– Custos do processo
– Frequência de incidentes
53
2. Planeamento do processo: (Continuação)
ETAPAS NA ABORDAGEM O QUE FAZER? LINHAS DE ORIENTAÇÃO
POR PROCESSOS
2.3 DEFINIR OS RECURSOS Determinar os recursos necessários – Os recursos podem incluir:
NECESSÁRIOS para a operação eficaz de cada – Recursos humanos,
processo. – Infra estruturas,
– Ambiente de trabalho,
– Informação,
– Recursos naturais,
– Materiais/técnicos,
– Recursos financeiros.
54
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Gestor
Macro
Gerir adequada-
Responsável da QAS
mente os recursos
Política da QAS, Identificação e Ficha do Processo
naturais utilizados Quantidade de resí-
Objectivos e metas, avaliação dos (P-DQAS-01)
e prevenir a duos valorizados /
riscos
Listas de Clientes,
Director Comercial
conta corrente, Clientes para garan- por tipo Cliente N.º Ficha do Processo
mendas, Pedidos tir a sua fidelização assistências técni- (P-DCOM-01)
Satisfação do
de apoio técnico e
Cliente, Fidelização e Assegurar a fac- co comerciais Ín-
Planos de assistên- turação a Clientes e dice de Satisfação
de Clientes
cia ao mercado respectivo recebi- Índice de Fide-
mento lização
Optimizar a utiliza-
Requisitos do ção de recursos
N.º novos produtos
Planeamento e realização
55
Processo
Documentos
Gestor
Macro
Responsável da QAS
Controlo dos
Demonstrar a con-
impactes ambien- N.º de não con-
Especificações do formidade do produ- Ficha do Processo
tais significativos formidades relati-
SST)
A Organização pode desenvolver um projecto para implementação do processo que inclua, embora não
limitado:
• Comunicação;
• Sensibilização e consciencialização;
• Formação e treino;
• Alterações na gestão;
• Envolvimento da Gestão;
• Revisão das actividades quando aplicável.
56
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
A metodologia PDCA pode ser uma ferramenta útil para definir, implementar e controlar as acções cor-
rectivas e melhorias. Esta metodologia é igualmente aplicável a processos estratégicos de alto nível e a
simples actividades operacionais.
PLAN – Estabelecer os objectivos e processos necessários para obter resultados de acordo com os
requisitos dos Clientes e com as políticas da Organização.
DO – Implementar os processos.
CHECK – Monitorizar e medir os processos e produto em relação às políticas, objectivos e requisitos
para o produto e reportar os resultados.
ACT – Agir de modo a melhorar continuamente a performance do processo.
O sucesso da Gestão por Processos requer uma atitude de todos os Colaboradores directamente
envolvidos. Assim, um comportamento orientado para os Processos significa também, uma orientação
para o Cliente, para os colaboradores, inovação e aprendizagem, trabalho de equipa e cooperação.
57
Uma vantagem da abordagem por processos é o controlo passo-a-passo que proporciona sobre a interli-
gação entre os processos individuais dentro do sistema de processos, bem como sobre a sua com-
binação e interacção.
Quando utilizada dentro de um sistema de gestão da qualidade, esta abordagem dá ênfase à importância:
• De entender e ir ao encontro dos requisitos;
• Da necessidade de considerar processos em termos de valor acrescentado;
• De obter resultados do desempenho e da eficácia do processo;
• Da melhoria contínua dos processos baseada na medição dos objectivos.
Nota: Poderá encontrar informação mais detalhada sobre Gestão por Processos no Manual de Formação
“Gestão por Processos” – AIP (2003).
Há alguns anos atrás o ambiente era visto como um “fardo” para as Organizações, sempre aliado a inves-
timentos não produtivos, pelo que nunca era visto como compatível com a economia organizacional.
Actualmente a experiência industrial revela que o ambiente é aliado da economia organizacional, con-
seguindo inúmeras vantagens, desde a diminuição dos custos de tratamento da poluição a aumentos
de produtividade, conduzindo assim a Organizações mais competitivas.
A componente ambiental surge, assim, como uma peça fundamental na gestão global das Organizações,
aliando-se à Qualidade e à Higiene e Segurança no Trabalho.
Cada vez mais é notório a integração destas três componentes no Sistema de Gestão Global das
Organizações, que elaboram uma única Política que estabelece directrizes de conduta e melhoria con-
tínua de actuação nestas três áreas.
58
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Muitas Organizações levaram a cabo revisões ou “auditorias” ambientais para avaliar o seu desempenho
ambiental, só que estas não são por si só suficientes para dar às Organizações a garantia de que o seu
desempenho ambiental cumpre, e continuará a cumprir, os requisitos legais e a sua política. Torna-se,
assim, necessária a existência de um sistema de gestão estruturado e integrado na actividade global de
gestão para que estas sejam eficazes.
A gestão ambiental abrange uma vasta gama de questões, algumas com implicações estratégicas e
competitivas.
Quando se pretende implementar um Sistema de Gestão Ambiental é comum utilizar-se a Norma ISO
14001 ou o EMAS (Sistema Europeu de Ecogestão e Auditoria), com origem no Regulamento (CE)
n.º 761/2001, que refere, entre outros requisitos, a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental
de acordo com a ISO 14001.
59
considerada uma base de trabalho para todos os colaboradores de uma Organização e uma forma clara
de demonstrar compromisso.
Este referencial não deve ser encarado como uma lei, uma vez que é uma norma voluntária, nem deve
ser entendida como uma norma que estabelece níveis absolutos de desempenho ou uma tentativa de
eliminação de todos os impactes ambientais.
A NP EN ISO 14001:2004 especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental. Ela foi redigida
de modo a ser aplicável a Organizações de todos os tipos e dimensões e a adaptar-se a diversas
condições geográficas, culturais e sociais.
O sucesso do sistema depende do compromisso de todos os níveis e funções, em especial da gestão de topo.
Um sistema deste tipo permite a uma Organização estabelecer procedimentos para definir e implementar
uma política e objectivos ambientais, avaliar a respectiva eficácia, atingir a conformidade com os mesmos
Manual de Formação
Ao contrário das normas de Gestão da Qualidade, que visam a satisfação dos Clientes da Organização,
esta norma está direccionada para responder às necessidades de todas as Partes Interessadas, que se
definem como indivíduos ou grupos que manifestem interesse ou que sejam afectados pelo desem-
penho ambiental da Organização.
A identificação das Partes Interessadas deve ser efectuada pela Organização, no contexto das suas
operações, sendo vulgarmente identificados: a Sociedade como um todo, representada pela legislação
nacional, regional e comunitária (no caso português); Investidores; Vizinhos; Autarquias; Fornecedores;
Clientes; Colaboradores; Organizações não governamentais, etc.
De notar que não se trata de uma forma para satisfação das necessidades de todas as Partes
Interessadas, até porque podem existir conflitos de interesse nas necessidades explícitas desses
actores e nem todos apresentam a mesma relevância para a Organização. Se o cumprimento da legis-
lação e regulamentação relativa ao desempenho ambiental é um aspecto crítico para a Organização, a cri-
ticidade da relação com os vizinhos varia muito com o local onde são exercidas as actividades, podendo ser
60
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Figura 6 – Modelo de Sistema de Gestão Ambiental de acordo com os requisitos da ISO 14001:2004
Deve ter-se em atenção que esta norma não estabelece requisitos absolutos de desempenho ambiental
para além do compromisso estabelecido na política, de conformidade legal e de melhoria contínua.
Assim, duas Organizações com actividades semelhantes, mas que tenham desempenhos ambientais
diferentes podem ambas cumprir os requisitos da norma.
61
A adopção desta norma por si só não garantirá resultados ambientais óptimos, pois contem e especifica
apenas os requisitos que podem ser objectivamente auditados para fins de certificação/registo/auto-
declaração. Para se alcançarem os objectivos ambientais, um sistema de gestão ambiental deve incen-
tivar a implementação sistemática de um conjunto de técnicas de gestão ambiental e a da melhor
tecnologia disponível, sempre que seja adequado e economicamente viável, tendo em conta a relação
custo-eficácia dessa tecnologia. As orientações relativas às técnicas de apoio à gestão ambiental cons-
tarão de outras normas. As Organizações que necessitem de orientações mais gerais sobre uma ampla
gama de questões relacionadas com sistemas de gestão ambiental devem consultar a ISO 14004:2004.
A NP EN ISO 14001:2004 partilha princípios comuns de sistemas de gestão com as normas da série ISO
9000:2000 sobre sistemas de qualidade. Isto permite que as Organizações possam optar por utilizar
um sistema de gestão já existente que esteja em conformidade com as normas da série 9000:2000,
como base para o sistema de gestão ambiental, embora tenha que se fazer certas adaptações nos ele-
mentos do sistema. É de referir que a aplicação dos diversos elementos de um sistema de gestão
podem ser diferentes, em função de diferentes objectivos e diferentes Partes Interessadas. Enquanto
Manual de Formação
Uma Organização tem liberdade e flexibilidade para definir os seus próprios limites e pode optar por
implementar a NP EN ISO 14001:2004 em toda a Organização ou apenas em algumas das suas unidades
operacionais ou actividades específicas.
O nível de pormenor e de complexidade do sistema de gestão ambiental, bem como a extensão da docu-
mentação e dos recursos que lhe forem afectados dependerão da dimensão da Organização e da
natureza das suas actividades.
62
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Interessa, antes de mais, definir o que se entende por Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Segundo a
NP 4397:2001, SST são as circunstâncias e factores que afectam o bem-estar dos trabalhadores, incluindo
os temporários, dos prestadores de serviços contratados, visitantes e de qualquer outra pessoa que se
encontre no local de trabalho.
63
O conceito de gestão da segurança começou a manifestar-se numa altura em que as preocupações das
Organizações com as questões da segurança entraram em fase de crescimento, o que coincidiu com o
aparecimento de legislação cada vez mais abrangente e exigente. Para além disso, as Organizações
começaram a preocupar-se cada vez mais com a gestão dos seus recursos humanos em paralelo com o
desenvolvimento das políticas económicas, apostando numa perspectiva de desenvolvimento sustentável.
Para que a gestão da segurança numa Organização seja eficaz é fundamental que exista, a priori, uma
cultura da segurança bem consistente que lhe sirva de base. No entanto, essa cultura da segurança não
pode existir de forma isolada. Ela depende de uma abordagem integrada da actividade, onde todos os
aspectos da saúde e segurança ocupacional estão inseridos nas operações do dia a dia dos trabalhadores.
Uma vez que as consequências de um acidente com um trabalhador podem ser demasiado graves,
é recomendável que a Organização faça uma gestão pró-activa, ou seja, deve identificar os perigos e
analisar os riscos antes que algo aconteça, deve monitorizar os planos de implementação para verificar
o cumprimento dos objectivos e avaliar o efectivo desempenho nesta área, pois a ausência de acidentes
Manual de Formação
pode ser consequência de uma boa gestão, mas também por uma questão de “sorte”.
Uma vez mais, surgiu a necessidade de se desenvolver uma norma reconhecida para os sistemas de
gestão da saúde e segurança do trabalho que respondesse à urgente carência sentida pelos interessados
para avaliar e certificar os seus sistemas de gestão.
Em 1999 foi lançada, pelo British Standard Institute (BSI), uma especificação internacional para estas
matérias. Nasceu, assim, a OHSAS 18001:1999 (Occupational Health and Safety Management Systems
Specification) e, em paralelo, a OHSAS 18002, que fornece linhas de orientação para implementar a
OHSAS 18001. A norma define os requisitos de um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho
(SST) que permitem que uma Organização possa controlar os riscos relacionados com a segurança e
saúde e melhorar o seu desempenho.
64
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
A norma foi desenvolvida para ser compatível com a ISO 9001 (Qualidade) e a ISO 14001 (Ambiente), a
fim de facilitar a integração dos três sistemas de gestão nas Organizações que o pretendam fazer.
Foi também em 2001 que o Instituto Português da Qualidade desenvolveu a Norma Portuguesa com as
especificações para sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho – NP 4397:2001 – adaptada
da OHSAS 18001:1999 da BSI.
Ainda não foi considerado oportuno pela ISO a criação de um referencial próprio para a Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho. Contudo, esta instituição não desencoraja a integração destes
sistemas nos Sistemas de Gestão da Qualidade e/ou Ambiental.
65
Manual de Formação
O grau de aplicação desta Norma a uma Organização depende de diversos factores, tais como a sua
política da SST, a natureza das suas actividades, dos riscos e da complexidade das suas operações. Não
são excluídos os aspectos de segurança de serviços e produtos.
66
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
3. COMPONENTE PRÁTICA
Apesar do carácter teórico desta Unidade Lectiva, apresentam-se, de seguida, algumas actividades refe-
rentes à Abordagem por Processos, que poderão ser de aplicação directa à Organização.
Relativamente aos restantes temas apresentados, os mesmos serão intrinsecamente abordados nas
Unidades seguintes.
A execução destes exercícios é fundamental para a uma compreensão eficaz da matéria teórica e será
mais interessante e útil se tentar adaptar os exercícios à realidade da sua Organização ou actividade
profissional.
67
Em caso de dificuldades durante a execução dos exercícios, poderá contactar o Formador que directa-
mente o apoia.
Bom trabalho!
Para exercitar os conceitos e metodologias exploradas ao longo desta Unidade Lectiva, o formando
deverá tentar resolver os seguintes exercícios, podendo utilizar, para isso, os guias para aplicação prática
que se apresentam.
2. Determine a sequência dos processos, desenhando a rede de processos chave (Guia 1), com base
Manual de Formação
nos processos identificados, e crie as ligações entre cada caixa, de modo a estabelecer as interacções
entre processos e revelando as ligações com Clientes e Fornecedores.
3. Planeie um ou mais processos (Guia 2), definindo o seu gestor e objectivo e identificando os inputs e
outputs, bem como os critérios de monitorização e medição (indicadores) para controlar o processo.
4. Escolha um dos processos identificados, preferencialmente aquele no qual a sua actividade se insere, e
decomponha-o em 3 a 6 actividades, necessárias para alcançar os outputs pretendidos pelo processo.
Apresentam-se, de seguida, os guias que poderão ser utilizados para a aplicação prática dos conteúdos
desta Unidade Lectiva.
68
Processos Processos Processos
de Suporte de Negócio de Gestão
Rede de Processos chave
Guia 1 – Rede de processos chave
Clientes
Fornecedores / Parceiros
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
UNIDADE LECTIVA A
69
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE,
AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Guia 2 – Mapa de processos
Documentos
Gestor
Processo Input Output Objectivo do Indicadores de referência
Processo principais
Manual de Formação
70
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
71
5. BIBLIOGRAFIA
• Páginas na Internet
– www.iso.ch
– www.bsi.org.uk/iso-tc176-sc2
• Legislação/Normas
do desempenho
– NP EN ISO 19011:2003 – Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da quali-
dade e/ou de gestão ambiental
– NP EN ISO 14001:2004 – Sistemas de Gestão Ambiental. Requisitos e linhas de orientação para
a sua utilização
– ISO 14004:2004 – Environmental management systems. General guidelines on principles,
systems and supporting techniques
– NP 4397: 2001 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Especificações
– OHSAS 18001: 1999 – Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho. Especificações
– OHSAS 18002: 1999 – Guidelines for the implementation of OHSAS 18001
– ILO/OHS: 2001 – Guidelines on occupational and health management systems
– Regulamento (CE) n.º 761/2001
72
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
Através das suas respostas poderá determinar o que aprendeu e quais as noções e conceitos que
precisam de revisão.
Só deverá passar à Unidade Lectiva seguinte após um resultado satisfatório nesta avaliação (Soluções
em Anexo).
2. As normas ISO 9001:2000 e 9004:2000 são conhecidas como “par consistente” porque:
A) Não é possível uma Organização certificar-se pela Norma ISO 9001:2000, sem estar certificada
pela Norma ISO 9004:2000
B) Não é possível uma Organização certificar-se pela Norma ISO 9004:2000, sem estar certificada
pela Norma ISO 9001:2000
C) Foram concebidas para se complementarem uma à outra, podendo ser utilizadas de forma inde-
pendente, conforme os objectivos da Organização
D) Foram concebidas para se complementarem uma à outra, devendo ser obrigatoriamente utilizadas
simultaneamente
73
3.Os princípios de Gestão da Qualidade são:
A) Enfoque no Cliente; Liderança; Envolvimento dos Colaboradores; Abordagem Sistemática da
Gestão; Melhoria Contínua; Abordagem Factual para Tomada de Decisões; Relação de Mútuo
Benefício com Fornecedores
B) Enfoque no Cliente; Liderança; Envolvimento dos Colaboradores; Abordagem por Processos;
Abordagem Sistemática da Gestão; Melhoria Contínua; Abordagem Factual para Tomada de
Decisões; Relação de Mútuo Benefício com Fornecedores
C) Enfoque no Cliente; Liderança; Envolvimento dos Accionistas; Abordagem por Processos;
Abordagem Sistemática da Gestão; Melhoria Contínua; Abordagem Factual para Tomada de
Decisões; Benefício do Estado
D) Enfoque na Organização; Liderança; Envolvimento dos Accionistas; Abordagem por Processos;
Abordagem Sistemática da Gestão; Melhoria Contínua; Abordagem Factual para Tomada de
Decisões; Benefício do Estado
5. De acordo com os requisitos da ISO 14001:2004, um Sistema de Gestão Ambiental deverá assentar:
A) No Ciclo de Melhoria Pontual: “Plan-Do-Check-Act” (PDCA)
B) No Ciclo de Melhoria Contínua de Deming: “Plan-Do-Check-Act” (PDCA)
C) No Ciclo Contínuo “Act-Plan-Check-Do” (APCD)
D) No Ciclo de Melhoria de Deming: “Plan-Check-Do-Act” (PCDA)
74
UNIDADE LECTIVA A
OS REFERENCIAIS NORMATIVOS
75
9. A Norma NP 4397:2001 permite a uma Organização:
A) Controlar os seus riscos para a segurança e saúde no trabalho e melhorar o seu desempenho
B) Controlar lucros da Organização e efectuar cálculos de produtividade
C) Controlar os seus riscos para a segurança e saúde no trabalho e manter ou diminuir o seu desem-
penho
D) Controlar os riscos ambientais e definir aspectos ambientais significativos
76
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
2. COMPONENTE TEÓRICA
1. INTRODUÇÃO
Ficou claro, na unidade lectiva anterior, que as normas ISO têm sido desenvolvidas com o mesmo modelo de
gestão, no sentido de serem compatíveis entre si. Desta maneira, encoraja-se a integração dos dife-
rentes sistemas, não se impondo, no entanto, que as Organizações tenham obrigatoriamente de o fazer.
A generalidade das Organizações sente já, de uma forma muito efectiva, a pressão para implementar e
gerir outros subsistemas que não apenas o da Qualidade.
Isso tem surgido por exigências dos Clientes ou por consideração dos interesses das Partes Interessadas
das Organizações.
79
Assim, as Organizações estão já hoje confrontadas com a necessidade de gerir três eixos fundamentais
nos seus processos:
– A Qualidade (ISO 9000);
– O Ambiente (ISO 14000);
– A Segurança (OHSAS 18000/NP 4397)
Não há, portanto, alternativa à necessidade de contemplar, na gestão global, a gestão destes subsis-
temas. Se assim é, torna-se óbvio que é imperioso fazer esta gestão de forma integrada.
Porquê a Integração?
Porque favorece a existência de um Sistema de Gestão global da actividade, orientado para a melhoria e
para os processos, para além de dar uma resposta mais eficiente aos requisitos das Partes
Interessadas. Um Sistema de Gestão Integrado permite a transferência de responsabilidades, obriga à
demonstração do cumprimento de legislação aplicável e facilita a demonstração perante terceiros.
Manual de Formação
A Gestão Integrada tem como principais benefícios a redução de custos, associada quer à minimização
do tempo de implementação quer à redução de multas, impostos e indemnizações, para além de
aumentar a produtividade, através da melhoria da eficiência e resultados, em muito devida à motivação
e envolvimento dos colaboradores. São também claras as vantagens de marketing e concorrenciais,
principalmente após certificação por terceiras Entidades independentes e acreditadas.
Tendo percebido isto, e tendo já tentado fazer esta gestão integrada, as Organizações depararam rapi-
damente com sérias dificuldades e os resultados foram, na grande maioria dos casos, a obtenção de sis-
temas “colados” em vez de sistemas “integrados”.
Como é fácil de perceber, esta “colagem” é factor de aumento de custos e desperdícios, não aproveita
sinergias e gera incongruências. Não é, seguramente, o que deseja a Gestão Global de qualquer
Organização. A não consideração de oportunidades de reduzir custos é, certamente, uma forma de por
em risco a permanência de cada Organização no mercado.
80
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
Tanto a ISO 14000 como as OHSAS 18000 foram construídas com uma lógica baseada em metodologias
de gestão testadas e aceites universalmente, idênticas em ambas as normas, pelo que, quando se ten-
tava a integração com as ISO 9000, que não o eram, rapidamente se encontravam dificuldades.
Atento a isto, o Comité Técnico TC176 da ISO teve em consideração as sugestões dos utilizadores que já
tinham sentido esta dificuldade, bem como os resultados do inquérito a utilizadores que foi realizado e
que em muito personalizou esta revisão, e adoptou, para a nova norma, uma sequência estrutural,
baseada em pressupostos do mesmo modelo de gestão das ISO 14000 e OHSAS 18000.
A versão actual da ISO 9001:2000 adopta o modelo de abordagem por processos em vez da aproximação
por procedimentos, e incorpora o Plan-Do-Check-Act (PDCA): Ciclo de Melhoria Contínua. Isto aumenta
muito a compatibilidade do novo referencial da qualidade com os do ambiente e da segurança, que usam
exactamente a mesma metodologia.
Realmente, são os processos (ou a rede de processos de cada Organização) que, transformando os
inputs em outputs, gerem os resultados pretendidos pelas Organizações. Portanto, nada mais natural
que adoptar uma aproximação para a implementação do sistema de gestão, focalizado nos processos
em vez de ser nos procedimentos.
A transformação desejada, isto é, a que gera os “produtos” desejados, é feita no eixo horizontal de
entradas e saídas dos processos. Infelizmente, não é possível ter processos só com este fluxo. Existe, em
todos os processos, um eixo vertical, perpendicular ao desejado, que gera os “produtos” não desejados, o
consumo de recursos naturais, as emissões gasosas, os efluentes, o ruído, os acidentes, etc.
81
Se para isto não existe alternativa, então só resta a capacidade de gerir estes processos integradamente,
considerando os inputs e outputs desejados, mas também os indesejados, e fazê-lo à luz do Ciclo de
Gestão PDCA.
Resumindo, a tendência indica que a implementação dos sistemas se faça focalizando primeiro os
processos da Organização e a sua eficiência (determinante para manter uma posição competitiva). A
gestão destes deve considerar tanto os outputs desejados como os indesejados, que existem como
consequência inevitável da obtenção dos primeiros e, naturalmente, por questões de performance, de
forma integrada. E, só depois, a documentação, que garante a conformidade de operação.
Um último aspecto desta questão, revelador da importância que agora lhe é atribuída (reconhecendo a
não existência de alternativa), é o facto de ter aparecido a Norma ISO 19011 como uma norma comum
para a realização de auditorias da qualidade e ambiente e que poderá ser também utilizada como orien-
tação para auditorias noutras áreas, como a segurança no trabalho ou a segurança alimentar.
Manual de Formação
2. A COMPONENTE DE GESTÃO
A experiência mostra que nove em cada dez Organizações falham na execução da estratégia. Vários
estudos têm sido feitos com o objectivo de pesquisar quais as barreiras que estarão na origem de tal
dificuldade. Foram identificadas quatro barreiras comuns à implementação da estratégia: as barreiras da
visão, gestão, recursos e pessoas (figura 8).
82
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
No entanto, é possível vencer estas barreiras. Por exemplo, traduzindo a estratégia em medições e
análise dos dados recolhidos, garantindo o feedback da gestão e a aprendizagem estratégica contínua,
planeando afectação de recursos através da Estratégia, comunicando e garantindo a interligação e ali-
nhamento das pessoas.
A implementação de um sistema de pilotagem estratégica, como o BSC, implica que esteja clara e ade-
quadamente definida toda a estratégia corporativa e de negócio, suportada pela sua missão, visão e valores.
83
A concepção deste sistema fornece uma estrutura que suporta os elementos básicos da Estratégia:
• Perspectivas: as componentes nas quais a Estratégia é decomposta, normalmente:
– Financeira – a sobrevivência da Organização depende do sucesso alcançado nesta perspectiva;
– Clientes e Partes Interessadas – o sucesso alcançado nesta perspectiva vai ajudar a alcançar os
objectivos financeiros propostos na perspectiva anterior;
– Processos internos – é necessário que os processos internos sejam eficientes e permitam responder
com eficácia aos Clientes e gerar valor para os accionistas;
– Aprendizagem e desenvolvimento – esta perspectiva suporta as duas anteriores e é aquela que
permite a evolução e transformação da Organização através da inovação em todos os níveis;
– Objectivos: apresentação das intenções estratégicas alinhadas com uma perspectiva;
– Indicadores: índices de desempenho que ligam explicitamente objectivos e alvos;
– Alvos: objectivos quantificáveis e mensuráveis para cada indicador;
– Iniciativas: programas de acção, investimentos ou projectos que conduzem à performance
estratégica;
Manual de Formação
– Ligações Causa-Efeito: representação das relações causa e efeito entre os objectivos estratégicos
nos BSC e os respectivos processos chave.
As relações de causa e efeito entre os indicadores devem ser identificadas de modo a criar uma cadeia
de valor entre as quatro perspectivas de análise que caracterizam a Estratégia da Organização. O BSC
deve traduzir a Missão e Estratégia da Organização, funcionando como um Sistema de Gestão
Estratégico, em que é reforçada a importância da componente de gestão.
O esquema que se segue (figura 9) representa um Sistema de Gestão Estratégico baseado na metodologia
do Balanced Scorecard.
84
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
O desempenho crescente de uma Organização influencia nitidamente a satisfação das suas Partes
Interessadas. É, por isso, fundamental que seja feita, à partida, uma avaliação dos requisitos aplicáveis
à actividade, necessidades e expectativas das Partes Interessadas. Esse levantamento deve ser sem-
pre considerado no planeamento e execução da actividade da Organização, devendo ser identificadas as
características chave e processos críticos significativos para satisfazer esses requisitos. Serão esses
os factores-alvo da avaliação de desempenho, para os quais é fundamental a escolha acertada de indi-
cadores, reais e úteis à tomada de decisões. Esta avaliação permitirá às Organizações classificar o seu
desempenho como insuficiente, adequado ou elevado, face às expectativas das Partes Interessadas e
permite analisar discrepâncias em comparação com a concorrência. Esta avaliação facilita a tomada de
medidas de controlo e orientação na descoberta da satisfação.
85
O primeiro passo para se fazer a transição da estratégia de uma Organização em termos operacionais é
a definição de objectivos estratégicos e a construção de um Mapa da Estratégia, baseado no Balanced
Scorecard, o qual poderá obedecer a uma arquitectura conforme a figura 10.
Manual de Formação
86
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
87
Para saber se a Organização está a conseguir alcançar a estratégia definida, há que estabelecer indi-
cadores e metas estratégicas para os objectivos (tabela 5), a partir do Mapa da Estratégia. O passo
seguinte será a programação das iniciativas estratégicas e respectivos responsáveis (tabela 6), de
modo a conduzir a Organização à performance estratégica.
Indicadores
Manual de Formação
Reduzir os custos de
Reduzir os custos produção através da
4
Optimizar as Operações
Garantir a conformidade
total do produto, para Índice de percepção da Nível 4, na
melhorar a opinião do conformidade próxima avaliação
Clientes
88
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
Conseguir a melhoria
Processos
contínua através da
Conseguir a melhoria introdução de melhorias N.º de melhorias signi- >6, até final de
17
contínua significativas nos ficativas introduzidas Agosto de 2006
processos da
Organização
89
Perspectiva N.º Iniciativas Responsáveis Recursos
Investim. Outros
Desenvolvimento de modelo integrado de
controlo da Gestão
Director Financeiro 10.000 € –
Financeira 4
Revisão da contabilidade analítica TOC – –
O ciclo de gestão envolvido no Sistema de Gestão Integrado de uma Organização comprometida com a
melhoria contínua deve ser idêntico ao de um Sistema de Gestão da Qualidade (figura 1). Assim sendo,
a definição dos objectivos da Organização é uma etapa basilar para o sucesso de um Sistema de Gestão
e uma ferramenta essencial para:
• Documentar e operacionalizar a estratégia da Organização;
• Suportar a tomada de decisões com base em elementos concretos e, simultaneamente, alinhado
com a estratégia global;
• Proporcionar instrumentos de monitorização da performance direccionados aos drivers de negócio
baseados em elementos financeiros e não financeiros;
• Fornecer um instrumento de diálogo e colaboração entre os responsáveis, facilitando a gestão
da mudança organizacional.
A Gestão Integrada deve ser entendida como um dos instrumentos de concretização e focalização da
Organização na estratégia definida.
91
• Programa de comunicação interna e informação;
• Programa de Formação e sensibilização;
• Motivação e envolvimento geral da Organização;
• Sinergias através do trabalho em equipa.
Um dos objectivos que assistiu à revisão da norma ISO 9001:2000 foi o de a alinhar com a norma de
Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001:1996, já igualmente revista em 2004, tornando-as com-
patíveis e facilitando a sua utilização integrada.
Também as normas de Sistema de Saúde e Segurança no Trabalho, como sejam a OHSAS 18001:1999 e
a Norma Portuguesa NP 4397:2001, têm uma correspondência muito estreita com a abordagem e estrutura
da ISO 14001, o que as torna totalmente compatíveis.
Manual de Formação
A tabela 7 mostra as três principais características que tornam as normas das vertentes Qualidade,
Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho absolutamente compatíveis entre si.
92
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
Nesta perspectiva, a existência de normas que adoptem modelos de gestão semelhantes é um aspecto
determinante (crítico) para uma integração bem sucedida da Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e
Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho.
94
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
Finalidade Satisfação do Cliente e Apoiar a protecção ambiental e Controlo dos riscos e melhoria
melhoria contínua prevenção da poluição do desempenho
Têm surgido, por vezes, algumas dúvidas na definição da fronteira entre o campo de aplicação dos sis-
temas de gestão ambiental e SST.
De acordo com a ISO 14001, o ambiente define-se como a envolvente da Organização, incluindo ar, água,
solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e as suas inter-relações.
Este ambiente estende-se do interior da Organização para o sistema global. Esta definição cria uma
coincidência entre aspectos ambientais em situação de emergência, ou seja, situações de risco ambiental
e situações de risco para as pessoas.
95
Atendendo a que a definição de ambiente também inclui os seres humanos, não é difícil concluir que
parte dos perigos geridos pela Organização, na perspectiva da gestão da segurança em situações de
emergência, coincide com os perigos geridos pelo sistema de gestão ambiental.
A delimitação da fronteira entre a segurança e saúde no trabalho e o ambiente é uma matéria que tem
gerado opiniões muito contraditórias.
Importa reflectir que a perspectiva ambiental, em relação às situações de emergência, é mais vasta que
a da segurança, não só atendendo à protecção das pessoas e do ambiente interno, mas também às pos-
síveis consequências para o ambiente externo à Organização. Deste modo, é criada, normalmente, uma
fronteira entre as questões estritamente relacionadas com a segurança das pessoas e o impacte ambi-
ental, quando ocorre um acidente.
A grande sobreposição que existe entre as duas normas, em relação às situações de emergência, torna
a gestão destas duas vertentes indissociáveis em Organizações que se caracterizam pela existência de
Manual de Formação
aspectos ambientais com impactos significativos em situações de emergência, uma vez que nesta situação
existirão forçosamente situações de perigo para a segurança e saúde no trabalho. São exemplos clássicos
deste tipo de indústrias as refinarias. Para as Organizações que se encontram nesta situação, a gestão
integrada dos dois sistemas faz todo o sentido.
Em relação a outro tipo de Organizações, em que não existem tantas situações de perigo, ou em que as
situações de acidente têm uma baixa probabilidade e poucos perigos associados, a gestão integrada
dos dois sistemas não deixa de fazer sentido.
Todas as Organizações que queiram melhorar o seu desempenho ambiental, assim como o seu desem-
penho ao nível da segurança e saúde no trabalho, terão toda a vantagem em integrar os seus sistemas.
Essa vantagem decorre da abordagem semelhante entre os dois sistemas de gestão e da afinidade das
matérias.
A gestão dos aspectos ambientais e de segurança corresponde, em boa medida, à gestão das responsa-
bilidades da Organização. Não se pretende com isto afirmar que a gestão ambiental não deva procurar ganhos
96
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
Como se sabe, a diminuição de riscos percebida pelos investidores quando as Organizações montam e
certificam o seu sistema de gestão ambiental é uma das principais razões para a utilização deste refe-
rencial. Mas esta razão não é mais do que o reflexo, ao nível dos mercados de capitais, da importância
crescente das questões associadas à responsabilidade pelo ambiente, que se traduzem numa descida
do valor das cotações em bolsa quando ocorrem acidentes ambientais.
Também ao nível dos sistemas de gestão da segurança, uma Organização que previna e minimize os
riscos associados às suas actividades e se certifique (de acordo com um referencial reconhecido) vai
oferecer uma maior confiança e uma melhoria de imagem, quer para os seus investidores, quer para os
seus Clientes.
Ou seja, os sistemas de saúde e segurança e gestão ambiental, para além de responderem a necessi-
dades internas das Organizações, são hoje em dia necessidades explícitas ou implícitas de Partes
Interessadas relevantes.
Mais uma vez, a necessidade de optimizar encargos associados à gestão do sistema aconselha à
integração.
97
3.1. Correspondência da NP EN ISO 9001:2000 com os referenciais
NP EN ISO 14001:2004 e NP 4397:2001
0 Introdução
0.1 Generalidades
0.2 Abordagem por Processos
0.3 Relacionamento com a ISO 9004 Introdução Preâmbulo
1 Campo de Aplicação
1.1 Generalidades 1 Objecto e campo de aplicação 1 Objecto e campo de aplicação
1.2 Aplicação
Manual de Formação
Recursos, atribuições,
6.1 Provisão de Recursos 4.4.1 4.4.1 Estrutura e Responsabilidade
responsabilidades e autoridade
Recursos, atribuições
6.3 Infraestrutura 4.4.1 responsabilidades e autoridade
4.4.1 Estrutura e Responsabilidade
6.4 Ambiente de Trabalho
7 Realização do Produto 4.4 Implementação e Operação 4.4 Implementação e funcionamento
Processos Relacionados
7.2 com o Cliente
Controlo da Produção e
7.5.1 Fornecimento do Serviço
4.4.6 Controlo Operacional 4.4.6 Controlo Operacional
Validação dos Processos
7.5.2 de Produção e de Fornecimento
do Serviço
7.5.3 Identificação e Rastreabilidade
7.5.4 Propriedade do Cliente
7.5.5 Preservação do Produto
3. COMPONENTE PRÁTICA
Apresentam-se, de seguida, algumas actividades referentes à Estratégia segundo o Balanced Scorecard,
Manual de Formação
4. Planeie a Estratégia (Guia 4) por si definida, estabelecendo indicadores, metas, iniciativas estratégi-
cas e respectivos recursos associados.
Apresentam-se, de seguida, os guias que poderão ser utilizados para a aplicação prática dos conteúdos
desta Unidade Lectiva.
103
Guia 4 – Planeamento estratégico (para cada alinhamento estratégico)
Objectivo Respon- Recursos
Perspectiva Estratégico Descrição Indicadores Metas Iniciativas Invest. Outros
sáveis
Financeira
Clientes
“Alinhamento Estratégico”
Processos
Manual de Formação
Aprendizagem e Crescimento
104
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
5. BIBLIOGRAFIA
• Legislação/Normas
105
– NP EN ISO 19011:2003 – Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da quali-
dade e/ou de gestão ambiental
– NP EN ISO 14001:2004 – Sistemas de Gestão Ambiental. Requisitos e linhas de orientação para
a sua utilização
– ISO 14004:2004 – Environmental management systems. General guidelines on principles,
systems and supporting techniques
– NP 4397: 2001 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Especificações
– OHSAS 18001: 1999 – Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho. Especificações
– OHSAS 18002: 1999 – Guidelines for the implementation of OHSAS 18001
• Referências bibliográficas
– Kaplan, R. e D. Norton (1996), “Using the Balanced as a Strategic Management System”,
Harvard Business, Review, (Janeiro – Fevereiro), 75-85
Manual de Formação
Segue-se um teste de 10 questões de resposta múltipla, com 4 alternativas de resposta, que pretedem
testar os seus conhecimentos sobre a Unidade Lectiva B.
Através das suas respostas poderá determinar o que aprendeu e quais as noções e conceitos que
precisam de revisão.
Só deverá passar à Unidade Lectiva seguinte após um resultado satisfatório nesta avaliação (Soluções
em Anexo).
106
UNIDADE LECTIVA B
ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
107
6. A metodologia mais comum para a definição e implementação efectiva da Estratégia é:
A) O Balanced Scorecard (BSC)
B) A elaboração de Balanços Contabilísticos
C) A realização de questionários
D) A definição de Metas e Objectivos
109
Manual de Formação
110
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
2. COMPONENTE TEÓRICA
1. SISTEMA DE GESTÃO
Apesar das diferenças no objectivo e campo de aplicação dos três referenciais normativos aplicáveis, a
semelhança entre a estrutura e os princípios comuns facilitam a integração, quer seja concebida por
completo ou integrando um ou mais sistemas num outro, pré-implementado na Organização.
O SGI deve ser suportado pelos princípios da Organização, que a orientam e catalizam o atingir dos objec-
tivos planeados, tendo sempre presentes os oito princípios da Qualidade (ver 2.4 da Unidade Lectiva A),
com a única diferença de que o 5º princípio se refere, agora, à abordagem da gestão integrada. São con-
siderados todos os processos como um sistema integrado que visa atingir um único objectivo – con-
tribuir para a melhor eficácia e eficiência da Organização.
Os temas que a seguir se expõem são apresentados na forma de requisitos de um Sistema de Gestão
Integrado, de modo a permitir que uma Organização formule uma política e objectivos integrados, tendo
113
em conta os requisitos normativos e legais aplicáveis no âmbito dos três domínios. A Organização deve
estabelecer, manter e melhorar continuamente o seu SGI, de acordo com os requisitos apresentados,
devendo, para isso, desenvolver e implementar procedimentos que, perante a dimensão e complexidade
da Organização, permitam a interacção das três áreas.
Tal como verificámos anteriormente, o sucesso da integração das vertentes da Qualidade, Ambiente e
Saúde e Segurança no Trabalho, ou qualquer outra vertente, num sistema de gestão, requer, sempre, o
envolvimento de uma forte componente de gestão, em que esteja subjacente o “Ciclo PDCA”.
114
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
2. POLÍTICA
A Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho deve ser consistente com
outras políticas da Organização, pelo que deve ser definida e aprovada pela gestão ao mais alto nível.
115
De um modo geral, a Política de uma Organização deve:
• Ser apropriada à natureza, dimensão, impactes ambientais e riscos para a saúde e segurança
da sua actividade, produto e/ou serviço;
• Reconhecer que a Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança são indissociáveis e parte inte-
grante da sua actividade e que a melhoria contínua das três vertentes conduz à melhor eficiência
da Organização;
• Corresponder às suas necessidades e às do Cliente;
• Fazer referência a um claro compromisso com os requisitos do Cliente, legislação e outros regu-
lamentos relevantes, Normas e outros requisitos que a Organização subscreva;
• Incluir o comprometimento com a melhoria contínua em geral, de recorrer às melhores técnicas
disponíveis para a melhoria dos processos, prevenir a poluição e os riscos e doenças profis-
sionais associados à actividade;
• Proporcionar o enquadramento para a definição dos objectivos e metas da Qualidade, Ambiente
Manual de Formação
Exemplo prático
Na figura 14 encontra-se um exemplo de Política Integrada da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança
no Trabalho. Atenção! Não copie esta Política para a sua Organização! Cada caso é um caso, que deverá
ser consistente com as características e as filosofias de cada Organização. Daí que deva ser definida e
aprovada pela Gestão de Topo.
116
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
117
3. PLANEAMENTO
Segue-se uma descrição de todos os aspectos a serem planeados, no âmbito do SGI, bem como exemplos
de ferramentas para o fazer.
Manual de Formação
118
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A gestão ambiental nas Organizações implica, por vezes, uma interferência directa em matérias de
gestão da qualidade. São disso exemplo, os aspectos ambientais associados ao produto, que podem
levar a uma alteração das suas especificações e a uma inclusão de critérios de carácter ambiental em
processos associados à realização do produto.
Uma dessas situações ocorre nas Organizações que têm Concepção e Desenvolvimento (cláusula 7.3 da
NP EN ISO 9001:2000) aplicável aos seus produtos, as quais devem fazer reflectir nas especificações
dos produtos as considerações relativas a aspectos com impacte ambiental, como sejam, entre outros:
• O tipo de matérias-primas utilizadas no produto;
• Os consumos energéticos de um determinado equipamento;
• A reutilização ou reciclagem de uma embalagem;
• O isolamento térmico na construção de um edifício.
Também no processo de Compras (cláusula 7.4 da NP EN ISO 9001:2000) pode verificar-se essa inter-
ferência. É o caso das Organizações que, no âmbito da identificação dos aspectos ambientais e no seu
limite de influência expectável, identificam aspectos ambientais relativos aos seus fornecedores,
incluindo no seu programa a definição de critérios ambientais no estabelecimento das relações con-
tratuais com os mesmos, e consequente avaliação.
119
A integração nestas situações é inevitável, sendo necessária para garantir a coerência entre as políti-
cas ambiental e da qualidade e para permitir uma identificação atempada de situações conflituantes.
Quando nos afastamos dos sectores industriais e entramos nos sectores de serviços, em particular de
serviços não associados a componentes tangíveis, é relativamente comum pensar que a gestão ambiental
nada tem a ver com a actividade da Organização.
Numa primeira aproximação, há uma tendência para considerar como únicos aspectos ambientais os
relativos às actividades de suporte à Organização: consumos de papel, consumos de água, resíduos de
escritório, ar condicionado, veículos automóveis, etc.
Neste sentido, há a tendência para considerar que não existe qualquer sobreposição entre as matérias
geridas pelos sistemas de gestão da qualidade e ambiental. Os aspectos referidos não são, no entanto,
os únicos com impacte significativo no ambiente, sobre os quais a Organização tem influência.
Manual de Formação
Considere-se, por exemplo, a situação das Organizações que desenvolvem actividades de concepção,
incluindo-se aqui as Organizações que têm actividade de projecto, tais como: projectos de construção
civil, concepção e desenvolvimento de equipamentos para a Indústria, projectos de urbanismo e
jardinagem, etc.
Também ao nível das especificações do serviço e dos processos de realização do serviço podem ser
identificados aspectos ambientais com impacte significativo.
Face ao exposto, a sobreposição dos dois sistemas traz uma vantagem significativa.
A primeira questão a ser colocada aquando da identificação dos aspectos ambientais é “Como é que
interactuamos com o Ambiente?”, tendo em conta os inputs ambientais, como o consumo de matérias-
-primas e energia, e os outputs ambientais, como as emissões atmosféricas (gases e fumos) libertadas
das chaminés, resíduos e efluentes.
120
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Segundo a NP EN ISO 14001:2004 (cláusula 4.3.1), a Organização deve estabelecer e manter um pro-
cedimento para identificar todos os aspectos e determinar a sua significância. As actividades, produtos
e/ou serviços existentes e planeados devem ser incluídos, para serem controlados ou influenciados.
Toda essa informação sobre os aspectos deve ser mantida actualizada.
Esse procedimento deve indicar como é que os aspectos ambientais são sistematicamente identificados e
como é que a informação relativa ao aspecto deve ser mantida actualizada. A actualização deve ser feita por
revisão, sempre que haja alterações nas actividades ou nos processos ou na revisão anual pela Direcção.
Depois de feita a primeira versão da listagem de aspectos ambientais, a Organização poderá proceder do
seguinte modo, com o objectivo de abordar todos os níveis e funções relevantes:
• Rever os aspectos listados e compará-los com os de outras instalações ou Organizações
(Benchmarking);
• Salientar os aspectos listados aos representantes das respectivas áreas da equipa multidisci-
plinar, por área ou departamento;
122
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
123
Temporalidade
Documento de
Incidência
referência
Situação
Actividade / Aspecto Quantidades Impacte Prática
Processo identificado (unid./tempo) existente
CONSUMOS
Energia Eléctrica total anual 700,5 kWh N R.Naturais D A EDP
Água 1650 m3/ano N R.Naturais D A SMAS
Gás 190 kg/ano R.Naturais D A Compra a fornecedor
N
RESÍDUOS
Lâmpadas 20 unid. Recolha e Armazena-
Geral Solo D A
fluorescentes 1.º semestre 2004 mento na Organização
valorização Mod. A
EFLUENT. DOM.
Armazenamento em
Descargas 350 m3/ano N Solo/Água D A fossa séptica – reco-
lha municipal
CONSUMOS
Papel N R.Naturais D A Compra a fornecedor
Toner's 0,5 ton/ano N R.Naturais Compra a fornecedor Factura
Tinteiros 10 unid./ano N R.Naturais D A Compra a fornecedor
RESÍDUOS
Material informático nd N Solo D A RSU
Administrativa
Lâmpadas Recolha e
nd N Solo D A Armazenamento na
fluorescentes Organização
Pilhas, baterias nd N Solo D A Separação interna e
recolha por Orga- Guia
Toner's nd N Solo D A
nização licenciada Mod. A
Tinteiros nd N Solo D A
124
Tabela 10 – Identificação e caracterização de aspectos ambientais de uma Organização
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Documento de
Incidência
referência
Situação
Actividade / Aspecto Quantidades Prática
CONSUMOS N D
CONSUMOS
Detergente 805 l/ano N R.Naturais D A Compra a fornecedor
Desinfectante 450 l/ano N R.Naturais D A Compra a fornecedor Factura
Limpa-vidros 4 l/ano N R.Naturais D A Compra a fornecedor
Ceras 35 l/ano R.Naturais A Compra a fornecedor
Limpeza
RESÍDUOS
Armazenamento em
Águas de lavagem nd N Água e solo D A fossa séptica – reco-
lha municipal
Embalagens de Colocado em con-
nd N Solo D A tentor RSU para reco-
detergentes
lha municipal
Produção ... ... ... ... ... ... ...
Outra maneira de apresentar a listagem de aspectos ambientais será fazendo a correspondência dos
outputs ambientais aos respectivos inputs, dentro de cada actividade ou processo.
A avaliação da significância dos aspectos ambientais deve ser feita de acordo com a actuação de filtros de
significância, determinados pela Organização. Os filtros de significância mais prováveis costumam ser:
• Requisitos legais e outros, certificados, licenças, etc;
• Importância, devendo esse critério ser definido pela Organização;
• Requisitos das Partes Interessadas;
Manual de Formação
A figura 16 representa um diagrama de fluxo que poderá ser utilizado na avaliação da significância dos
aspectos ambientais identificados.
2.º Avaliar a gravidade da situação para o ambiente, ou seja, a previsão, em termos de danos possíveis,
no caso da situação se verificar:
• Muito Baixa (1) – Danos desprezáveis;
• Baixa (2) – Danos leves, pontuais e reversíveis;
• Média (3) – Danos consideráveis, dificilmente reversíveis;
• Alta (4) – Danos muito graves e irreversíveis.
PROBABILIDADE
4 3 2 1
Manual de Formação
4 MS MS S ModS
GRAVIDADE 3 MS S S ModS
PARA O
AMBIENTE 2 S ModS ModS PS
1 ModS ModS PS PS
4.º Verificar se existem requisitos legais ou outros requisitos aplicáveis ao aspecto em estudo.
5.º Verificar se existem queixas ou recomendações de Partes Interessadas relativas ao aspecto ambi-
ental em estudo.
128
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Consegue-se, desta forma, determinar os aspectos ambientais significativos, com impacte(s) signi-
ficativo(s) sobre o ambiente, os quais devem ser considerados no estabelecimento, implementação e
manutenção do Sistema de Gestão e ser alvo de propostas de melhoria.
129
OU Frequência
Aspecto signi-
Probabilidade
Interessadas
Requisitos
Gravidade
Contínua
ficativo?
Melhoria
Impacte
(risco)
Partes
legais
Actividade
Actividade// Aspecto
Aspecto Proposta de
Processo
Processo identificado
identificado Melhoria
CONSUMOS
Energia Eléctrica 4 1 ModS Sim Não Não SIM Controlar consumo
anual
EFLUENT. DOM.
CONSUMOS
Papel 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Administrativa
Toner's 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Tinteiros 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Tabela 12 – Avaliação dos aspectos ambientais
130
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Aspecto signi-
Probabilidade
Interessadas
Requisitos
Gravidade
Contínua
ficativo?
Melhoria
Impacte
Partes
legais
Actividade
Actividade// Aspecto
Aspecto Proposta de
Processo
Processo identificado
identificado Melhoria
RESÍDUOS
Material informático 2 2 ModS Não Não Não NÃO
CONSUMOS
Detergente 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Desinfectante 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Limpa-vidros 4 1 ModS Não Não Não NÃO
Produção ... ... ... ... ... ... ... ... ...
131
3.2. Planeamento para identificação dos perigos e para a avaliação e controlo dos riscos
Antes de mais, é conveniente esclarecer alguns conceitos relacionados com esta temática. Assim,
Perigo – fonte ou situação com um potencial para o dano, em termos de lesões ou feri-
mentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património,
para o ambiente do local de trabalho ou uma combinação destes;
Risco – combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da ocorrência de um
determinado acontecimento perigoso;
Identificação do perigo – processo de reconhecer a existência de um perigo e de definir as suas carac-
terísticas;
Avaliação do risco – processo global de estimativa da grandeza do risco e de decisão sobre a sua
aceitabilidade;
Risco aceitável – risco que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela Organização,
tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria Política da SST;
Manual de Formação
A Norma NP 4397:2001 diz que a Organização deve, de forma sistemática, estabelecer e manter pro-
cedimentos para a identificação dos perigos, a avaliação dos riscos e a implementação das medidas de
controlo necessárias. Nesses procedimentos devem ser consideradas:
• As actividades de rotina e as ocasionais;
• As actividades de todo o pessoal que tenha acesso ao local de trabalho (incluindo prestadores
de serviços e visitantes);
• As instalações no local de trabalho e áreas de apoio, quer sejam disponibilizadas pela
Organização ou por terceiros.
132
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A metodologia para identificação dos perigos e avaliação dos riscos deve ser definida tendo em conta a
natureza da Organização e o campo de aplicação e calendarização da própria metodologia, de modo a
garantir que esta seja mais proactiva que reactiva. Deve ser consistente com a experiência operativa da
Organização e com as potencialidades das medidas utilizadas para o controlo dos riscos.
Os perigos são considerados causas de riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores. Podem ter
origem em aspectos físicos (ruído, vibração, calor, odor, geração de partículas), químicos (utilização de
substâncias tóxicas, oxidantes, redutoras, explosivas, inflamáveis e corrosivas), naturais (clima, calor,
frio, água) e aspectos de operação (libertações, emissões, derrames).
A identificação de perigos deve ser realizada para todas as funções da Organização e em todas as eta-
pas de um processo.
133
Quanto à incidência os perigos devem ser considerados:
• Directos (D) – perigos que a Organização consegue gerir;
• Indirectos (I) – perigos que a Organização apenas pode influenciar.
A identificação dos perigos por actividade, em contíguo com a identificação dos aspectos ambientais,
constitui a primeira acção a realizar na implementação da gestão da SST, devendo proceder-se, para tal,
ao preenchimento de uma tabela de identificação, conforme o exemplo prático que se segue (tabela 13).
Ocorrência
Incidência
Actividade /
Actividade/ Aspecto Consequências
Manual de Formação
Ausência de protecções / N D
Projecção de partículas Lesões na vista
Não utilização de EPI`s
134
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Incidência
135
Ocorrência
Incidência
Actividade / /
Actividade Aspecto
Perigo identificado Consequências Causas possíveis
Processo
Processo identificado possíveis
A segunda fase do planeamento relativo aos perigos e riscos associados à operacionalidade de uma
Organização consiste na avaliação dos riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores, ou seja,
indicar quais são inaceitáveis, causando danos graves, devendo ser eliminados ou controlados pelas
medidas definidas nos objectivos, metas e programas. A figura 17 representa um fluxograma com as
várias etapas da avaliação dos riscos.
136
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A metodologia estabelecida pela Organização para dar resposta à cláusula 4.3.1 da NP 4397:2001 deve
fornecer dados para a determinação dos requisitos das instalações e identificação das necessidades de
formação e/ou para o desenvolvimento de controlos operacionais, bem como estipular a monitorização
das acções requeridas para assegurar que a implementação seja eficaz e atempada.
137
Sugestão de uma metodologia para avaliação e controlo dos riscos:
Sugere-se uma metodologia diferente da utilizada na avaliação dos impactes ambientais. Pretende-se,
aqui, atribuir pontuações (1-3) às variáveis em causa, de forma a caracterizar o risco, utilizando uma fór-
mula matemática para determinar a necessidade de actuação. Assim,
1.º Caracterizar as condições de execução do trabalho, ou seja, avaliar as condições de trabalho em que
se desenvolve a tarefa, em termos de limpeza, arrumação, espaço de trabalho, iluminação e existência
de Equipamentos de Protecção Individual (EPI’s), e que podem representar factor de risco para o
trabalhador. Pontuar as condições de acordo com:
• Deficientes (3);
• Aceitáveis (2);
• Muito boas, ou não aplicável (1).
2.º Avaliar as competências, isto é, verificar se os trabalhadores afectos às tarefas em análise possuem
Manual de Formação
a formação e a experiência necessária para executá-la e para controlar os riscos que lhe estão asso-
ciados, de acordo com a seguinte pontuação:
• Sem formação adequada (3);
• Com necessidade de formação em Saúde e Segurança no Trabalho (2);
• Com formação adequada, ou não aplicável (1).
3.º Verificar se os equipamentos utilizados são adequados para as tarefas a desenvolver e se o seu estado
de manutenção é controlado, pontuando-os do seguinte modo:
• Inadequados (3);
• Adequados sem manutenção (2);
• Adequados com manutenção, ou não aplicável (1).
138
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
6.º Avaliação final do risco associado às actividades perigosas identificadas, de acordo com as pontua-
ções dadas e a seguinte fórmula:
Ou seja,
139
Pontuação TOTAL
Acções a tomar
Frequência
Pontuação
Pontuação
Pontuação
Gravidade
Actividade/ Perigo Condições
Processo identificado de execução Competências Equipamentos Risco
do trabalho
140
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Acções a tomar
Frequência
Pontuação
Pontuação
Pontuação
Gravidade
Condições
141
3.3. Requisitos legais e outros requisitos
Estes requisitos podem incluir legislação, normas, acordos sectoriais e/ou corporativos, protocolos
nacionais internacionais, procedimentos de Grupo, leis locais e regulamentos (cidade, distrito, país),
códigos de boas práticas e outros requisitos que a Organização subscreva.
No que diz respeito à legislação nacional, para além da geral, relativa à actividade da Organização,
devem ser contempladas as leis do ambiente (geral, ar, água, resíduos, substâncias perigosas, ruído,
ocupação do solo, impacte ambiental) e da saúde e segurança no trabalho (obrigações e deveres dos
empregadores e trabalhadores, Organização dos serviços de saúde e segurança no trabalho, acidentes
Manual de Formação
No âmbito do ambiente, a Organização deve ainda determinar como é que esses requisitos se aplicam
aos seus aspectos ambientais, demonstrando, de forma clara, a conformidade legal.
De acordo com os três referenciais normativos aplicáveis ao SGI, a Organização deve estabelecer, imple-
mentar e manter objectivos e metas documentados, a todos os níveis e funções relevantes dentro da
Organização, devendo ser incluídos objectivos da Qualidade, abrangendo os necessários para ir ao
encontro dos requisitos de produto, do Ambiente e da Saúde e Segurança no Trabalho.
142
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Os objectivos e metas são um meio da Organização atingir o compromisso com a melhoria contínua, pelo
que, ao estabelecer e rever os seus objectivos e metas, deve ter em conta os aspectos ambientais signi-
ficativos e os perigos e riscos para a SST, para além dos requisitos legais e outros requisitos que a
Organização subscreva. Devem ser definidos sempre com o objectivo final de melhorar o desempenho
global da Organização.
Os objectivos e metas da QAS devem ser consistentes com a Política da QAS e com o compromisso com
a melhoria contínua, devendo o seu alcance ser mensurável. A concretização dos objectivos deve ter um
impacte positivo sobre a qualidade do produto, prevenção da poluição e dos riscos para a saúde e segu-
rança no trabalho, eficácia operacional, no desempenho financeiro e, consequentemente, sobre a satis-
fação e confiança das Partes Interessadas.
Para que os objectivos cumpram o seu desígnio, eles devem ser SMART, ou seja:
• eSpecíficos;
• Mensuráveis (associados a indicadores de desempenho);
• Ambiciosos;
• Realizáveis (tendo em conta os recursos da Organização);
• Temporais (alcançáveis num determinado prazo).
143
• No estabelecimento dos objectivos e metas, devem ser considerados as opções tecnológicas, requi-
sitos financeiros, operacionais e de negócio, opiniões das Partes Interessadas, legislação e regula-
mentos. Deve existir uma prova (registo) que mostre que estes aspectos foram considerados;
• Deve existir uma correspondência clara entre metas, cronogramas e tabelas de quantificação;
• Os objectivos e metas devem ser colocados a níveis superiores da Organização;
• As funções, áreas ou departamentos afectados devem ser conhecedores dos objectivos e metas;
Em matéria de definição de objectivos e planeamento, e atendendo à divergência no enfoque dos três re-
ferenciais normativos aplicáveis, a integração pode trazer dificuldades e originar alguma confusão no
acompanhamento dos três programas. Contudo, é desejável que não se verifique a existência de incoe-
rências ou de conflitos entre os objectivos traçados para a gestão da qualidade e os objectivos ambientais
e da saúde e segurança no trabalho. A integração num só programa poderá minimizar esse conflito.
1.º Defina objectivos e metas distintos para os aspectos relevantes da Qualidade, aspectos ambien-
tais significativos e riscos significativos para a saúde a segurança no trabalho;
2.º Faça uma lista sumária que integre os objectivos e metas das três vertentes.
144
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Controlar os aspectos ambientais 100% dos aspectos controlados % de não conformidades resolvidas
3 da fábrica e na sede.
4 Reduzir o consumo de água geral Reduzir 10% até final de 2006 % redução mensal relativa ao ano anterior
5 Manter a conformidade com a lei do ar As emissões de partículas devem ser Emissão de partículas (mg/Nm3)
inferiores a 150 mg/Nm3
A gestão de topo de uma Organização deve assegurar a identificação e o planeamento dos procedimentos
necessários para alcançar os objectivos da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho.
Deve igualmente garantir o controlo das alterações planeadas e implementadas, de modo a manter o SGI
íntegro durante essas alterações.
145
Para atingir os seus objectivos e metas, a Organização deve estabelecer, implementar e manter um ou
mais programas, devendo estes incluir:
• Os meios de realização – tarefas;
• A designação das responsabilidades para atingir os objectivos e metas, aos níveis e funções
relevantes da Organização;
• Os prazos para a concretização.
Todas as novas actividades, produtos ou serviços e os novos projectos devem ser analisados em termos
de uma potencial alteração do programa existente.
2.º Designar as responsabilidades para cada tarefa específica em cada nível operacional ou área.
146
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Encaminhar os resíduos
perigosos gerados na Sede
e fábrica para destino final Quantidades Quando se
Controlar os de resíduos Director da QAS
aspectos adequado (lâmpadas fluo- justifique
100% dos aspec- rescentes, encaminhados
3 ambientais embalagens con-
tos controlados
da fábrica e taminadas, pilhas, toners)
na Sede
Contactar Organizações N.º de contratos
de gestão de resíduos com Organizações Julho de 2006 Director da QAS
licenciadas licenciadas
Tabela 16 – Programa de Gestão
147
N.º Acções Indicadores Prazo Responsável
Objectivos Metas das Acções previsto
Controlar os gases dos apa-
relhos de ar condicionado, Registos de Quando se Director da QAS
em futuras intervenções manutenção justifique
Controlar os de manutenção
aspectos 100% dos aspec-
3 ambientais tos controlados Efectuar visitas periódicas
da fábrica e N.º de visitas
para acompanhamento do efectuadas Director da QAS
na Sede / N.º Dezembro 2006
cumprimento das regras de
Gestão Ambiental na fábrica visitas planeadas
Reduzir o Instalação de torneiras de
4 consumo de Reduzir 10% até baixo consumo em todos os % de torneiras Dezembro 2006 Director da QAS
água geral final de 2006 locais da fábrica substituídas
4. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
Nas páginas seguintes serão abordados os temas relativos à implementação do Sistema de Gestão
Integrado, bem como à sua operacionalização, temas que correspondem à fase “DO” (Fazer) do Ciclo
PDCA.
148
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A estrutura da Organização deve ter a flexibilidade necessária para o desenvolvimento das diferentes
tarefas em actuação responsável e pode ser definida através de um Organigrama funcional, que
expresse claramente as funções existentes e as interacções e hierarquização das mesmas.
As responsabilidades de cada função existente devem ser definidas para todos os colaboradores da
Organização. Devem ficar definidas as competências (formação e experiência) requeridas para a execução
das tarefas e devem ser especialmente definidas as funções com responsabilidades específicas no SGI,
nomeadamente, com efeito sobre o ambiente (deposição de resíduos, descarga de águas residuais, acções
de emergência, etc.) e sobre os riscos para a SST nas actividades, instalações e processos da Organização
(manuseamento de materiais, segurança, resposta a emergências, etc.). A Organização deverá ter provas de
que os recursos humanos inerentes ao SGI têm as aptidões especificadas. Poderá ser utilizada uma ficha de
descrição de funções conforme o exemplo prático que se segue (tabela 17).
149
Exemplo prático (Guia 11)
Código: FDF 01
Logótipo da Organização Ficha de Descrição de Funções Revisão: 00
Página 1 de 1
Departamento de Qualidade,
Designação: Responsável da QAS Departamento: Ambiente e Saúde e Segurança
A responsabilidade do representante da gestão pode incluir a ligação com as Partes Interessadas externas
em assuntos relacionados com o SGI.
Por exemplo, para uma Organização do sector industrial, cujas actividades tenham impactes significa-
tivos no ambiente, é provável que haja necessidade de recrutar elementos com competências específicas
na área ambiental. A necessidade de ter responsáveis diferentes pelos três sistemas depende da
complexidade associada aos mesmos e do volume de trabalho envolvido.
Por outro lado, nada impede a criação de uma equipa que reúna as competências necessárias e que
tenha uma coordenação única ao nível da gestão do sistema. Em Organizações mais pequenas, com
menor complexidade nas suas actividades, é possível resolver este problema através da formação e
treino dos elementos responsáveis pela gestão dos sistemas.
Mesmo quando a decisão da Organização é a de ter tês responsáveis de sistemas de gestão diferentes,
pode haver integração dos sistemas ao nível documental e coerência nos processos estabelecidos em
cada um dos sistemas.
151
4.1.3. Envolvimento dos colaboradores
A gestão de topo deve demonstrar o seu compromisso para a melhoria contínua do desempenho do SGI
e, através da liderança e das medidas tomadas, pode criar um ambiente em que as pessoas sejam com-
pletamente envolvidas para que o SGI possa funcionar de forma eficaz. A gestão de topo poderá utilizar
os princípios da gestão da qualidade como guia para o desempenho da sua função.
Os colaboradores devem ser envolvidos desde o primeiro instante e comprometidos com os objec-
tivos em cujo estabelecimento colaboram. A correcta gestão do envolvimento dos colaboradores
passa por:
• Gerir competências e carreiras desde a selecção, formação contínua, trabalho de equipa e
novas oportunidades;
• Gerir o desempenho face aos objectivos da Organização, estabelecendo objectivos colectivos e
individuais e avaliando os resultados;
Manual de Formação
4.1.4. Infraestruturas
152
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
O pessoal que desempenha trabalho que afecta a qualidade do produto, actividades com impacte ambiental
significativo, identificado pela Organização, e/ou com impacto para a saúde e segurança no trabalho deve
ter competências com base em escolaridade, formação, saber fazer e experiência apropriados.
A Norma NP EN ISO 14001:2004 e a NP 4397:2001 referem que a Organização deve estabelecer, imple-
mentar e manter um ou mais procedimentos para as pessoas que trabalham para a Organização ou em
seu nome estarem sensibilizadas para:
• A importância da conformidade com a Política, os procedimentos e os requisitos do sistema;
• Os aspectos ambientais significativos e impactes relacionados, bem como as consequências
para a SST, reais ou potenciais, associados ao seu trabalho, e para os benefícios ambientais e da
SST decorrentes da melhoria do seu desempenho individual;
153
• As suas atribuições e responsabilidades para atingir a conformidade com a Política, os procedi-
mentos e os requisitos do sistema, incluindo os requisitos de preparação e de resposta a situa-
ções de emergência;
• As consequências potenciais de desvios aos procedimentos operacionais especificados.
Apesar de não ser obrigatório pelos referenciais aplicáveis, a Organização poderá estabelecer um procedi-
mento documentado, com definição das regras internas das várias actividades de gestão da formação:
levantamento das necessidades de formação, elaboração e aprovação do plano de formação, realização das
acções planeadas, acompanhamento do plano, criação de registos, avaliação da eficácia da formação, etc.
As necessidades de formação associadas aos requisitos do produto, aos aspectos ambientais e perigos
para a SST devem ser identificadas tendo em conta as várias funções, responsabilidades e potenciais
consequências de desvios às regras especificadas. Deve ser definido o nível de conhecimentos
necessários com base nas responsabilidades:
Manual de Formação
Devem, igualmente, ser definidos os assuntos a abordar nas acções de formação a ministrar (legislação,
procedimentos internos, aspectos ambientais, riscos, plano de acção em emergência, etc.).
154
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
– Gestão de um progra-
Formação de auditores ma de auditorias Membros de Direcção e
Auditorias internas –
internos – Atitudes comporta- responsável da Qualidade
mentais
– Substâncias perigosas
Sensibilização sobre os Higiene e segurança no – Utilização de EPI’s Responsável da
riscos para a SST trabalho Qualidade –
– Utilização de extintores
– Plano de Emergência
– Política da QAS
Sensibilização para os Sensibilização de – Requisitos da QAS Organização de
– Avaliação, reconheci- Fornecedores
requisitos da QAS fornecedores um seminário
mento e recompensa
dos fornecedores
Tabela 18 – Levantamento das necessidades de formação
155
O levantamento das necessidades de formação deverá ser feito, pelo menos, uma vez por ano e dar origem
a um Plano de Formação em que conste, pelo menos, informação sobre as acções de formação propostas,
duração, datas de realização, destinatários, objectivos pretendidos, prazos para avaliação da eficácia, for-
madores (formação interna ou externa) e data e responsável pela aprovação do plano.
A Organização deve estabelecer, implementar e manter processos de comunicação apropriados para garan-
tir que a informação pertinente sobre a eficácia do Sistema da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no
Trabalho seja comunicada de, e para, os colaboradores e outras Partes Interessadas, incluindo Clientes.
Esses procedimentos devem assegurar a disponibilidade e a confidencialidade apropriada da informação.
A comunicação interna deve envolver os vários níveis e funções da Organização. A Organização deve estar
preparada com procedimentos para receber, documentar e responder a comunicações relevantes de Partes
Interessadas externas.
Manual de Formação
A comunicação externa sobre os seus impactes ambientais significativos é uma decisão da Organização que
deve ser documentada. Caso decida comunicá-los, deve estabelecer e implementar métodos para essa
comunicação externa.
A Norma NP 4397:2001 refere que devem ser documentados procedimentos para a consulta e participação
dos trabalhadores, devendo as Partes Interessadas ser informadas. Todos os colaboradores de uma
Organização devem:
• Ser envolvidos no desenvolvimento e na revisão dos procedimentos de gestão de riscos;
• Ser consultados sobre todas as mudanças que possam afectar a SST;
156
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Plano de Comunicação
Documentos
Âmbito/ Conteúdo Meios Emissor Destinatário Periodicidade e registos
Tema (O quê?) (Como?) (de quem?) (para quem?) (Quando?) (Evidências)
Relatório semanal
Clientes Correio Interno Dep. Cobranças Administração Semanal Relatório Semanal
de cobranças
A integração da documentação dos três sistemas é uma tarefa que apresenta pouca complexidade.
De um modo geral, e envolvendo os requisitos da três vertentes (QAS), a documentação de um SGI deve incluir:
• Declarações documentadas quanto à Política, objectivos e metas da QAS;
• Um manual de gestão, que inclua a descrição do âmbito do SGI;
• Procedimentos documentados requeridos pelas três Normas aplicáveis, suas interacções e
referências a documentos relacionados;
• Documentos necessários para a Organização assegurar o planeamento, a operação e o controlo efi-
cazes dos seus processos;
• Registos requeridos pelas três Normas aplicáveis.
158
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Embora a ISO 14001:2004 e a NP4397:2001, ao contrário da ISO 9001:2000, não imponham a existência de
procedimentos documentados para actividades como o controlo documental, auditorias e acções correcti-
vas e preventivas, as metodologias adoptadas e documentadas podem integrar (pensa-se que com van-
tagem) as orientações para o cumprimento destes requisitos ao nível dos três referenciais.
Exemplo
A título de exemplo, segue-se uma lista de procedimentos de um SGI QAS, que poderão servir de orientação.
Encontram-se a negrito os procedimentos documentados obrigatórios no conjunto dos três referenciais:
• Planeamento e controlo de gestão;
• Controlo de documentos e registos;
• Controlo de requisitos legais;
• Descrição de funções e recrutamento;
• Gestão da formação;
• Avaliação e selecção de fornecedores;
• Controlo do produto não conforme;
• Controlo de não conformidades e implementação de acções;
• Comunicação interna e externa;
• Identificação de aspectos ambientais;
• Identificação de perigos e avaliação e controlo dos riscos;
• Preparação e resposta a emergências;
• Controlo operacional;
• Gestão de Equipamentos;
• Infraestruturas e ambiente de trabalho;
• Concepção e desenvolvimento;
• Planeamento da produção;
• Vendas e negociação;
• Gestão de compras e armazém;
159
• Avaliação da satisfação de Cliente;
• Monitorização e análise de dados;
• Auditorias internas;
• Revisão do SGI;
• Objectivos, metas e programas;
Na medida das necessidades identificadas pela Organização para as práticas documentadas ao nível
operacional, quer para a gestão da qualidade, quer para a gestão ambiental e da saúde e segurança no
trabalho, pode ser vantajoso criar documentos únicos que tornem claro (para a pessoas responsáveis
pela execução da tarefa) qual a sequência de actividades a executar, de modo a assegurar o cumpri-
mento dos requisitos dos três referenciais.
A decisão da integração de impressos em papel para efectuar registos relativos ao controlo operacional,
monitorização e medida dos três âmbitos, só se coloca nas actividades em que há exigências das matérias.
É disso exemplo a monitorização de parâmetros críticos de processo associados às três matérias.
Manual de Formação
A opção por um registo comum pode trazer vantagens para o elemento responsável pelo registo.
Contudo, se existe um canal diferente para circulação desse registo e posterior análise, a existência de
um registo único pode constituir uma desvantagem.
Em relação a alguns requisitos dos sistemas, dificilmente se conseguirá uma integração ao nível docu-
mental, independentemente de estarem integrados num processo de gestão documental único.
160
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
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Exemplo
Apresenta-se, de seguida, o índice de um manual de gestão, que poderá servir de orientação para a ela-
boração de um manual de gestão integrado aplicável a qualquer tipo de Organização.
ÍNDICE
1. Introdução
2. Organização
2.1. Denominação e Sede Social
2.2. História
2.3. Declaração de Compromisso
2.4. Política da QAS
2.5. Estrutura organizacional
3. Sistema de Gestão Integrado (QAS)
3.1. Âmbito e Exclusões
3.2. Estrutura Documental
3.3. Lista dos procedimentos de gestão
3.4. Representante da gestão
3. Processos
3.1. Introdução
3.2. Mapa de interacção dos processos
4. Processos de gestão
5. Processos operacionais
161
6. Processos de suporte
7. Processos de medição, análise e melhoria contínua
8. Controlo do manual de gestão integrado
Os documentos e registos requeridos pelo SGI e pelas três Normas devem ser controlados.
• Assegurar que as alterações e o estado actual da revisão dos documentos são identificados;
• Assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão disponíveis nos locais de uti-
lização;
• Assegurar que os documentos se mantêm legíveis e prontamente identificáveis;
• Assegurar que os documentos de origem externa, definidos pela Organização como necessários
ao planeamento e operação do SGI (como as Normas e documentos fornecidos por Clientes e
Fornecedores), são identificados e a sua distribuição controlada;
• Prevenir a utilização indevida de documentos obsoletos, que devem ser prontamente removidos de
todos os pontos de emissão e de utilização, e para identificar de forma apropriada se forem retidos
para qualquer propósito (motivos legais e/ou para preservação de conhecimentos).
Os registos devem ser estabelecidos e mantidos para proporcionar evidências da conformidade com os
requisitos das Normas e da operação eficaz do SGI, devendo incluir resultados de auditorias, análises e
revisões. Os registos devem manter-se legíveis, prontamente identificáveis, referenciáveis à actividade, pro-
duto ou serviço envolvido, viabilizando a rastreabilidade das diferentes fases, e recuperáveis. Deve ser esta-
belecido um procedimento documentado, que poderá ser o mesmo do controlo documental, para definir os
controlos necessários para a identificação, armazenagem, protecção (contra danos, deterioração ou perda),
disponibilização (para facilitar a sua consulta), tempo de conservação e eliminação dos registos.
162
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A Organização deve assegurar que os processos operacionais ocorrem de forma controlada, sendo os
seus outputs coerentes com os requisitos do Cliente e para que contribuam para alcançar os requisitos
do produto. A Organização deve, para isso:
• Estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos documentados com definição
das práticas e métodos adequados para o controlo das situações nas quais a sua inexistência
possa conduzir a desvios à política, objectivos e metas, relativos à QAS;
• Estabelecer os critérios operacionais e as técnicas adequadas de controlo para a garantia de
conformidade do produto com os requisitos do Cliente;
• Verificar que os processos operacionais podem, de facto, viabilizar a conformidade do produto
com os requisitos do Cliente;
• Determinar e implementar as actividades requeridas de verificação, validação, monitorização,
inspecção e ensaio e seguimento e os critérios de aceitação do produto, de forma a garantir a
continuidade do processo na obtenção dos resultados esperados da QAS;
• Assegurar a disponibilidade da informação e dados necessários para a eficaz operação e
monitorização dos processos;
• Registar e manter os resultados dos processos de controlo e de medição, de modo a evidenciar
a eficácia do processo, bem como a sua monitorização;
• Estabelecer, implementar e manter procedimentos relacionados com os aspectos ambientais
significativos e os riscos para a SST identificados dos bens e serviços utilizados pela
Organização, e comunicar os procedimentos e requisitos aplicáveis aos fornecedores, incluindo
subcontratados;
• Definir e manter procedimentos para o projecto de locais de trabalho, processos de fabrico,
instalações, máquinas, procedimentos operativos e de Organização do trabalho, incluindo a sua
adaptação às capacidades humanas, a fim de eliminar ou reduzir riscos para a SST na fonte.
163
Exemplo prático (Guia 14)
A tabela 20 representa um exemplo de planeamento do controlo operacional numa determinada
Organização.
com o estipulado
Identificação, separação, – Procedimento de Gestão de
armazenamento e quantificação – Monitorizar as guias de
acompanhamento dos Resíduos
Gestão de resíduos dos resíduos gerados na – Guias de acompanhamento
Organização e encaminhamento resíduos
dos resíduos (Mod A)
para destino final apropriado
Assegurar a qualidade do – Registo das quantidades de – Tabela de monitorização
efluente descarregado através efluente descarregue e medição
Gestão ambiental
164
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A Organização deve determinar os requisitos especificados pelo Cliente, incluindo os requisitos em ter-
mos de entrega, fornecimento e assistência após entrega, de modo a garantir a satisfação dos requisitos
do produto, de controlo dos impactes ambientais e do risco. Devem ainda ser determinados:
• Os requisitos não declarados pelo Cliente mas necessários para a utilização especificada
ou pretendida, sempre que conhecidas;
• Os requisitos estatuários, regulamentares e normativos relacionados com o produto;
• Quaisquer requisitos adicionais determinados pela Organização.
Antes da Organização assumir o compromisso de fornecer um produto ao Cliente, deve rever os requisitos
relacionados com o produto e com a prevenção de impactes ambientais e riscos, através, por exemplo, de
165
apresentação de propostas, aceitação de contratos ou encomendas, aceitação de alterações a contratos
ou encomendas, devendo assegurar que:
• Os requisitos do produto estão claramente definidos e actualizados;
• As declarações não documentadas de requisitos do Cliente são confirmadas antes da aceitação;
• As alterações solicitadas aos requisitos do contrato ou encomenda são esclarecidos, devendo
os documentos relevantes ser corrigidos e o pessoal relevante tomar consciência dos requisitos
alterados;
• As não conformidades com consequências no ambiente e na saúde e segurança são clarifi-
cadas e resolvidas;
• A Organização tem aptidão para ir ao encontro dos requisitos definidos.
Os registos dos resultados da revisão dos requisitos e das acções que resultem dessa revisão devem
ser mantidos.
Manual de Formação
A Organização deve, ainda, estabelecer e implementar formas eficazes de comunicação com o Cliente
relativas à informação sobre o produto, questionários, contratos ou processamento de encomendas,
incluindo rectificações, e retorno da informação do Cliente, incluindo reclamações.
A Organização deve gerir as interfaces entre os diferentes grupos envolvidos na concepção e no desen-
volvimento para assegurar a comunicação eficaz e clara atribuição de responsabilidades. O output do
planeamento deve ser actualizado, conforme apropriado, à medida que a concepção e o desenvolvimento
evoluírem.
166
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A adequação destes inputs deve ser revista e os requisitos devem ser completos, sem ambiguidades e
sem conflitos entre si.
Os outputs do processo de concepção e/ou desenvolvimento devem ser apresentados de forma a per-
mitir a sua verificação face aos inputs, ser suportados por documentos que carecem aprovação antes
da entrega e devem:
• Satisfazer os requisitos dos inputs da concepção e/ou desenvolvimento;
• Proporcionar informação apropriada para comprar, produzir e para o fornecimento do serviço;
• Conter ou fazer referência aos critérios de aceitação do produto;
• Definir as características do produto em termos de segurança, utilização adequada e correcta
desactivação no fim da sua vida útil.
Devem ser realizadas revisões sistemáticas da concepção e/ou desenvolvimento, nas etapas apropria-
das, de acordo com o planeamento inicial para avaliar a aptidão dos resultados em satisfazer os requi-
sitos da QAS e para identificar quaisquer problemas, se existentes, propondo soluções adequadas.
Devem participar nesta revisão os representantes das funções envolvidas nas etapas de concepção
e/ou desenvolvimento que estão a ser revistas. Todos os resultados das revisões e acções subse-
quentes devem ser registados.
167
Para assegurar que as especificações do produto são satisfeitas, devem ser desenvolvidas actividades
de verificação, de acordo com as disposições planeadas. Os resultados dessa verificação e de quais-
quer acções necessárias devem ser registados. As actividades de verificação poderão incluir:
• Auto-verificação mediante o recurso a listas de verificação de requisitos (checklists) ou de
especificações de inputs;
• Verificação independente por pessoal treinado;
• Métodos comparativos como a avaliação face a produtos similares;
• Testes, simulações ou provas para verificar a conformidade com os requisitos específicos dos inputs.
A validação da concepção e/ou desenvolvimento é importante para a confirmação de que o produto resul-
tante é capaz de satisfazer os requisitos específicos para uma dada utilização, quando conhecida, e deve ser
realizada de acordo com o planeamento inicial. Sempre que praticável, a validação estabelecida deve ser
planeada e executada antes da implementação ou entrega do produto. Sempre que não for viável a validação
total deve ser realizada, na máxima extensão possível, a validação parcial da concepção e/ou desenvolvi-
Manual de Formação
mento. As actividades de validação, os seus resultados e acções subsequentes devem ser registados.
As alterações à concepção e/ou desenvolvimento devem ser identificadas, revistas, verificadas, vali-
dadas, conforme apropriado, aprovadas por pessoal autorizado e registadas antes da sua implemen-
tação. Devem ser determinados os efeitos das alterações nos elementos e componentes do produto
resultante, nos produtos existentes e produtos entregues e na necessidade de reverificar ou reavaliar
parte ou a totalidade dos outputs da concepção e/ou desenvolvimento. Os resultados e acções subse-
quentes da revisão das alterações devem ser registados.
4.5.3. Compras
A Organização deve controlar os seus processos de compra de forma a garantir que os produtos e/ou
serviços adquiridos estão conformes com os requisitos de compra especificados. A tipologia e a extensão
dos métodos de controlo aplicado ao fornecedor e ao produto comprado depende do contributo dos
produtos e/ou serviços adquiridos na subsequente realização do produto final.
168
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Os documentos de compra devem conter informação clara com a descrição do produto e/ou serviço
encomendado, incluindo, quando apropriado, os requisitos para aprovação de produto, de procedimentos,
de processos e de equipamento, para qualificação de pessoal e os requisitos do SGI aplicáveis.
A Organização deve garantir a adequação dos requisitos de compra especificados, antes da sua comu-
nicação ao fornecedor.
169
Responsabilidades Necessidades Critérios Avaliação
Tipos de Aplicável Inspecção Fornece-
Compra A: Identificação Pedido de Aprovação Consultas Inspecção
requisitos encomenda encomenda mercado recepção recepção dores
Peixe, marisco
Produtos da e moluscos
Dir. Produção Dir. Produção Não Sim Sim
pesca frescos e con-
gelados Ver instrução
de trabalho de
Filme, embala- recepção
Materiais de gens, etique-
tas, sacos, Dir. Produção Dir. Produção Sim Sim Sim
embalagem
caixas Resp. de
de cartão compras
Químicos em
Produtos de Técnica de Director da
geral e Sim Sim Não
laboratório Laboratório QAS
acessórios
Fardamentos,
Produtos descartáveis, Respons. da
Sim Não Não
auxiliares detergentes, QAS
etc
Manual de Formação
Equipamentos
de produção e
Equipamentos auxiliares, soft- Dir. Produção Sim Sim Sim
ware e hard-
ware
Análises labo-
ratoriais, audi-
Serviços de Respons. da Director da
torias, for- Sim Não
apoio QAS QAS
mação e con-
sultoria
Administração
Recolha e
Serviços de Director da Não Não
tratam. de Dir. Produção Sim Não
ambiente QAS aplicável aplicável
resíduos
Material de Resp. de
Economato – Sim Não
escritório compras
Colaboradores
Pessoal / Dir. Recur. Dir. Recur.
directos e Sim Não
Mão-de-obra Humanos Humanos
temporários
Tabela 21 – Tabela de tipologia de compras (Continuação)
4.5.4. Produção
A Organização deve planear e levar a cabo a produção e o fornecimento do serviço sob condições con-
troladas, que devem incluir, conforme aplicável:
• A disponibilidade de informação que descreva as características do produto a atingir;
• A disponibilidade de instruções de trabalho, para garantia da conformidade;
171
• A utilização de equipamento apropriado;
• A disponibilidade e utilização de dispositivos de monitorização e de medição;
• A implementação de monitorização e medição;
• Ambiente de trabalho adequado;
• A implementação de actividades de liberação, de entrega e posteriores à entrega.
A Organização deve estabelecer disposições para estes processos que incluem, conforme aplicável:
• Critérios definidos para revisão e aprovação dos processos;
Manual de Formação
Relativamente à propriedade do Cliente, a Organização deve tratar o produto fornecido pelo Cliente
externo da mesma forma que trata os seus produtos, enquanto estiver sob o seu controlo ou a ser uti-
lizado pela Organização, submetendo-o aos processos de identificação, verificação, armazenamento ou
inspecção, salvaguardando a propriedade do Cliente proporcionada para utilização ou incorporação no
produto. A propriedade do Cliente pode incluir propriedade intelectual.
172
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
São exemplo de situações de emergência (risco) os incêndios, águas de extinção, derrames, emissões
acidentais, etc.
Sempre que praticável, a Organização deve testar periodicamente tais procedimentos, por exemplo,
através de simulacros internos ou em colaboração com entidades externas (bombeiros, protecção civil,
serviços de limpeza de derrames, etc.), e analisar os resultados obtidos.
O procedimento de resposta a emergências consiste num conjunto de procedimentos que são acciona-
dos em situações de emergência que o justificam e que contemplam os meios e os recursos
necessários ao combate rápido e eficaz dessas situações, minimizando os seus efeitos e repondo a
situação original.
173
O Plano de Emergência Interno (PEI) é um exemplo de um procedimento de preparação e resposta a
emergências, o qual deve ser adequado às necessidades específicas de cada Organização, devendo
incidir sobre os riscos aceitáveis, ligados, por exemplo, aos seguintes acontecimentos: fuga ou derrame
de produtos perigosos, deslocação de uma nuvem de gás inflamável ou tóxica, incêndio, explosão, sis-
mos, actos de terrorismo, etc.
174
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
A eficácia das medidas implementadas e das acções de melhoria deve ser analisada periodicamente, o
que contribuirá para o processo de revisão pela gestão.
O Sistema de Gestão Integrado da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho deve ser ava-
liado através do estabelecimento dos processos adequados, sendo a avaliação da satisfação do Cliente
e as auditorias internas as ferramentas centrais para avaliar a conformidade contínua do SGI.
A monitorização e medição deve ser feita de um modo regular e incidir sobre as operações que possam
ter impacte ambiental significativo ou risco para os trabalhadores.
A NP EN ISO 14001:2004 refere que a Organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais
procedimentos para avaliar, periodicamente, a conformidade legal, tendo em conta os requisitos legais
aplicáveis, devendo manter os registos dos resultados dessas avaliações periódicas. Deverá, igual-
mente, avaliar o cumprimento de outros requisitos que subscreva, nomeadamente autorizações e
licenças aplicáveis.
175
O procedimento de monitorização e medição deve incluir:
• A informação para acompanhar o desempenho ambiental e em SST, incluindo medidas qualita-
tivas e quantitativas, sempre que possível, apropriadas às necessidades da Organização;
• Os controlos operacionais aplicáveis;
• As medições proactivas do desempenho que monitorizem a conformidade com os objectivos,
metas e programas da Organização, com os critérios operacionais e com os requisitos legais e
regulamentares aplicáveis (indicadores);
• As medições reactivas do desempenho para a monitorização de acidentes, doenças e outras
evidências históricas do desempenho deficiente em ambiente e saúde e SST;
• O registo dos dados e dos resultados da monitorização e da medição suficientes para permi-
tirem as subsequentes análises das acções preventivas e correctivas.
e medição dos aspectos ambientais quantificáveis a controlar. Poderá usar uma folha de cálculo do
Programa Excel para calcular os valores acumulados de cada parâmetro, em função dos valores quan-
tificados no final de cada mês. Esta tabela permite, igualmente, comparar o valor acumulado com a meta
a atingir, facilitando, quando utilizada de modo frequente, a tomada de acções atempadas que impeçam
o não cumprimento dessas metas.
176
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Jun
Ago
Jan
Out
Fev
Mai
Abr
Set
Jul
controlar Acumulado Unidade ou requisito Meta
legal
Consumo geral
Electricidade 0 kW Controlo quantidad.
3
Água 0 m Controlo quantidad.
Gás 0 kg Controlo quantidad.
Papel 0 Resmas Controlo quantidad.
Lâmpadas fluoresc. 0 Unidade Controlo quantidad.
Produção
Óleos 0 Litro Controlo quantidad.
Lubrificantes 0 kg Controlo quantidad.
Fios de solda 0 Metro Controlo quantidad.
Gasóleo – viaturas 0 Litro Controlo quantidad.
Resíduos
Papel, cartão 0 kg Controlo quantidad.
Plástico 0 kg Controlo quantidad.
Lâmpadas fluoresc. 0 Unidade Controlo quantidad.
Pilhas, baterias 0 kg Controlo quantidad.
Panos contaminad. 0 kg Controlo quantidad.
Sucata 0 kg Controlo quantidad.
Descargas
Metais pesados 0 ppm DL n.º 236/98
Poderão ser utilizados outros tipos de impressos para registar os dados e resultados da monitorização
de medidas qualitativas, nomeadamente mapas de controlo da realização de determinadas actividades
(realização de exames médicos, calibração de equipamentos, auditorias, etc).
177
5.1.1.Controlo dos dispositivos de monitorização e de medição (DMM’s)
Para além de determinar a monitorização e medição a serem efectuadas, a Organização deve determinar
os DMM’s necessários para proporcionar evidência da conformidade do produto com determinados re-
quisitos, assegurando o seu controlo.
Sempre que necessário para assegurar resultados válidos, o equipamento de medição deve:
• Ser calibrado ou verificado em intervalos especificados ou antes da utilização, face a padrões de
medição rastreáveis a padrões de medição internacionais ou nacionais; Caso não existam
esses padrões, a base utilizada para calibração ou verificação deve ser registada;
• Ser ajustado ou reajustado quando necessário;
Manual de Formação
Adicionalmente a Organização deverá avaliar e registar a validade dos resultados de medições ante-
riores quando o equipamento é encontrado não conforme com os requisitos e deve acautelar que DMM’s
cuja calibração expirou, não sejam utilizados e sejam encaminhados para calibração.
Nota: A Norma ISO 10012:2003 – Measurement management systems – Requirements for measurement
processes and measuring equipment – poderá ser utilizada como orientação.
178
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Exemplos
São exemplo desses métodos: inquéritos de avaliação da satisfação, apresentação de sugestões e
reclamações do Cliente, reuniões com os Clientes mais relevantes, com entidades técnicas e governa-
mentais ou não governamentais da sociedade, auscultação de comités de SST, etc.
A Organização deve aplicar métodos apropriados para monitorizar e medir os processos do SGI, de modo
a demonstrar a sua aptidão para atingir os resultados planeados. Se esses resultados não forem atingidos,
devem ser empreendidas acções correctivas, conforme apropriado, para assegurar a conformidade do
produto.
Uma das ferramentas fundamentais para a garantia da capacidade dos processos em satisfazer os
requisitos do Cliente e Partes Interessadas é o controlo das não conformidades ao longo do processo,
garantindo, igualmente, a prevenção de eventuais impactes no ambiente e na saúde e segurança dos
trabalhadores.
A Organização deve monitorizar e medir as características do produto para verificar se foi ao encontro
dos requisitos do Cliente e Partes Interessadas, nomeadamente a sociedade. Esta verificação deve ser
feita em etapas apropriadas do processo de realização do produto, conforme planeado.
179
Devem existir evidências (registos) da conformidade com os critérios de aceitação, onde sejam identi-
ficadas as pessoas que autorizam a liberação do produto. A liberação do produto e/ou a prestação do
serviço não devem prosseguir até que as disposições planeadas tenham sido satisfatoriamente com-
pletadas, excepto quando aprovado por uma autoridade relevante e, quando aplicável, pelo Cliente.
Exemplo
Para dar resposta a este requisito, poderá, por exemplo, ser elaborada uma instrução de trabalho de
inspecção e ensaio com impressos para os registos associados.
A Organização deve assegurar que o produto que não está conforme com os requisitos pré-definidos é
Manual de Formação
identificado e controlado, para prevenir a sua utilização ou entrega involuntárias. Devem ser definidos,
num procedimento documentado, os controlos e correspondentes responsabilidades e autoridades para
o tratamento do produto não conforme.
Eis as formas que a Organização deve seguir para cuidar do produto não conforme:
• Empreender acções para eliminar a não conformidade detectada;
• Autorizar a sua utilização, liberação ou aceitação sob permissão de uma autoridade relevante e,
quando aplicável, do Cliente;
• Empreender acções que impeçam a utilização ou aplicação originalmente pretendidas.
A Organização deve manter os registos da natureza das não conformidades e de quaisquer acções sub-
sequentes que sejam empreendidas, incluindo permissões obtidas.
No caso do produto não conforme ser corrigido, deve ser sujeito a reverificação para demonstrar con-
formidade com os requisitos. Caso seja detectado apenas após a entrega ou o início da sua utilização, a
180
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Entende-se por não conformidade a não satisfação de um requisito (definição 3.6.2 da ISO
9000:2000).
A Organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para tratar as não
conformidades (NC) reais e potenciais, incluindo acidentes, e para implementar as acções correctivas,
para eliminar a causa das NC com o fim de evitar repetições, e as acções preventivas, para eliminar as
causas de potenciais NC tendo em vista a sua ocorrência.
O procedimento requerido para o cumprimento deste requisito deve definir requisitos, responsabili-
dades e autoridade para:
• A identificação da não conformidade, incluindo reclamações do Cliente e acidentes, ou da poten-
cial não conformidade e quase acidentes;
• A investigação da NC ou do acidente, a determinação da sua causa, a sua correcção e a imple-
mentação das acções apropriadas para evitar a sua recorrência (acções correctivas) e mini-
mizar os impactes ambientais e/ou as consequências dos acidentes para a SST;
• A avaliação da necessidade de acções para prevenir NC (acções preventivas) e a implemen-
tação das acções apropriadas, destinadas a evitar a sua ocorrência, tendo em conta a magni-
tude e efeitos dos potenciais problemas, impactes ambientais e riscos para a SST identificados;
• O registo dos resultados de acções correctivas e preventivas implementadas;
• A revisão da eficácia de acções correctivas e preventivas implementadas e das acções pro-
postas através do processo de avaliação dos aspectos ambientais e riscos antes da sua imple-
mentação.
A Organização deve assegurar que são efectuadas todas as alterações necessárias à documentação do SGI.
181
5.3. Análise de dados
A análise é a conversão de dados “brutos” em informações úteis, de valor acrescentado. Estas infor-
mações vão ajudar a aperfeiçoar o Sistema de Gestão.
A Organização deve determinar, recolher e analisar os dados apropriados para demonstrar a adequação
e a eficácia do SGI e para avaliar onde pode ser efectuada a sua melhoria contínua. Esta análise deve
incluir os dados gerados como resultado de monitorização e de medição, bem como de outras fontes
relevantes e proporcionar informação relativa a:
• Satisfação do Cliente;
• Conformidade com os requisitos do produto e requisitos legais;
• Características e tendências dos processos e produtos, em termos de QAS, incluindo oportu-
nidades para acções preventivas;
• Performance dos fornecedores.
Manual de Formação
182
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
N.º de NC resolvi-
Não Departamentos Resp. Análise das das vs detec-
QAS Mensal Dir. QAS
Conformidades e Serviços causas tadas e N.º NC /
Depart. ou Serv.
% Cumprimento
Gestão do SGI Dados de Desvios em
Departamentos Resp. Semestral relação ao
de Planos de ADM
desempenho do QAS Acção e desvios
e Serviços definido
SGI às metas
Resp. % Cumprimento
Resultados de Acompanha- ADM e
ADM QAS Após Revisão das acções de
Revisão do SGI mento acções melhoria Direcções
183
Dados a Responsável Periodici- Análise a
Processo Tratar dade efectuar Indicador Distribuição
(Origem) Disponibiliza Trata
Acompa- % de cumprimen-
Gestão de Plano de Chefe dos Resp. nhamento to do Plano de ADM e
Equip. Manutenção Serviços de QAS Mensal do Plano Manut. Dir. Prod.
Preventiva Manutenção Manutenção Preventiva
Índice satisfação
Inquéritos de Tratamento dos Cliente e
Satisfação Responsável da QAS Mínimo Anual resultados N.º Acções de ADM
Clientes melhoria
Melhoria
Contínua
Plano de Necessidade de % Cumprimento ADM e
auditorias Responsável da QAS Quando necessár. alterar Plano do Plano Direcções
internas
5.4. Auditorias
Em termos de realização, não existe nenhum obstáculo à existência de metodologias comuns e de uma
gestão comum dos programas de auditorias referentes à Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no
Trabalho, as quais se podem materializar num mesmo documento.
Deste modo, a decisão sobre a realização de auditorias conjuntas deve ser tomada após avaliação da
complexidade das actividades da Organização, maturidade dos sistemas e competências em auditoria.
184
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Deverá ser estabelecido um procedimento documentado com a definição das responsabilidades, requisitos
para planear e conduzir auditorias e para reportar resultados à Gestão e manter registos.
O programa de auditorias deve, na sua planificação, ter em consideração o estado e a importância dos
processos, operações ambientais, riscos das actividades para a SST e das áreas a serem auditadas, bem
como os resultados de auditorias anteriores. Os critérios, o âmbito, a frequência e os métodos de audi-
toria devem ser definidos.
As auditorias têm de ser planeadas de modo a abrangerem todas as actividades e a serem executadas
duma forma sistemática, o que significa, nomeadamente, verificar sempre os aspectos relevantes duma
actividade (e que devem ser suficientes para avaliar os três aspectos referidos acima: documentação,
seguimento e eficácia).
O planeamento das auditorias internas deve, pois, ser elaborado por actividades (como por exemplo,
inspecção de recepção, compras, expedição, etc.) ou áreas físicas (como por exemplo, linha de mon-
tagem, armazém do produto acabado, etc.). Em qualquer dos casos, em cada local devem, de preferência,
ser verificados todos os procedimentos e práticas aplicáveis, e não apenas alguns. Em particular,
185
devem ser verificados os requisitos das normas a que a Organização está sujeita por efeito da certifi-
cação e que devem estar incluídos no âmbito da auditoria.
Quanto à selecção de auditores e condução das auditorias, deve assegurar-se objectividade e impar-
cialidade ao processo de auditoria, pelo que os auditores não devem auditar o seu próprio trabalho.
Os auditores devem ter a formação adequada, a qual deve estar definida e documentada e da qual deve
constar uma parte teórica e uma parte prática. Convém referir que os auditores internos não necessi-
tam ter formação ao nível similar de um auditor externo, já que o seu âmbito de actuação é mais restrito
e de acordo com orientações mais precisas. Contudo, a Organização deverá, no mínimo, ter alguém
capaz de planear e gerir um programa de auditorias, incluindo a avaliação dos resultados e da eficácia
do sistema e o desencadear das acções correctivas.
• Uma área deve ser auditada por pessoas oriundas de mais do que uma área;
• A equipa auditora deve ser equilibrada, no sentido de que deve possuir as competências
necessárias à realização da auditoria.
A gestão responsável pela área auditada deve assegurar que são empreendidas, sem demora, acções
para eliminar as não conformidade detectadas e as suas causas. As actividades de seguimento devem
incluir a verificação das acções tomadas e o reportar dos resultados de verificação.
É recomendável que as auditorias internas sejam realizadas de acordo com listas de verificação/com-
provação, que evidenciem o seu carácter sistemático, e devem dar origem a relatórios ou registos
indicativos do que foi verificado e resultados obtidos (conformidades e não conformidades). Essas listas
devem ser elaboradas a partir da leitura do manual de gestão e dos procedimentos aplicáveis, e devem
cobrir, no mínimo, os requisitos das normas a que a Organização está sujeita. Não são, normalmente,
consideradas adequadas listas retiradas directamente de outras entidades e usadas sem adaptação.
Esta tendência para simplificar traduz-se, geralmente, em listas sem qualquer utilidade.
A existência das referidas listas facilitará não só a realização das auditorias, mas também a elaboração
do relatório, já que as listas, se apropriadamente elaboradas, constituem a evidência do que deveria ser
186 e o que foi verificado. A realização de auditorias sem as listas dá origem, frequentemente, a relatórios
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Os resultados das auditorias devem ser levados ao conhecimento das áreas auditadas e as acções cor-
rectivas acordadas com estas. Contudo, não é aceitável que sejam as equipas auditoras a definir (aprovar)
as acções correctivas. Aquelas podem e devem propor as acções, porém, tal não pode ser confundido com
uma aprovação. As acções correctivas decorrentes das auditorias, bem como o seu seguimento, também
não devem ser desencadeadas pela equipa auditora, mas sim pela estrutura da Organização. Doutro modo,
correr-se-á o risco de criar estruturas paralelas. Isto não impede, conforme já referido, que a equipa audito-
ra e os responsáveis das áreas auditadas não façam sugestões e propostas de acções correctivas.
As auditorias internas também podem ser subcontratadas, total ou parcialmente. A subcontratação tem,
entre outras, a vantagem de suprir a falta de preparação dos auditores internos, ou a dificuldade da sua
falta de independência (especialmente, no caso de pequenas e médias Organizações). Contudo, tem
também desvantagens, como por exemplo, ao nível da atribuição da função mais relevante do sistema
a auditores externos. Uma solução de compromisso pode ser a de atribuir aos auditores externos a coor-
denação e acompanhamento das auditorias, no sentido de garantir a correcta execução das mesmas e
constituir, simultaneamente, uma forma de aprendizagem, aliás muito adequada a este tipo de funções.
Quando as auditorias são subcontratadas, a Organização deve evidenciar que os auditores possuem
qualificações por si definidas (através, por exemplo, de Curriculum vitae) e que cumprem os procedi-
mentos para auditorias internas da Organização (por exemplo, usam as listas de comprovação da
Organização e os relatórios que estão previstos nos respectivos procedimentos). Frequentemente, os
auditores externos usam os seus próprios impressos e não os previstos nos procedimentos internos.
Nota: Na próxima unidade lectiva encontrará orientações mais pormenorizadas para gerir um programa
de auditorias, baseadas na Norma NP EN ISO 19011:2003 – Linhas de orientação para auditorias a
sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental, cuja extensão das orientações pode
ser adaptada na aplicação a outros tipos de auditoria, incluindo auditorias a outros sistemas de
gestão, nomeadamente Sistemas de Gestão Integrados ou SG da Saúde e Segurança no Trabalho.
187
6. REVISÃO PELA GESTÃO
A Gestão de topo deve, em intervalos planeados, rever o SGI da Organização para assegurar que se man-
tém apropriado, adequado e eficaz. Esta revisão deve incluir a avaliação de oportunidades de melhoria
e as necessidades de alterações ao SGI, incluindo a política e os objectivos. O resultado das revisões
deve ser registado, por exemplo, em actas de reunião.
É conveniente que a revisão pela gestão se realize nas seguintes situações: após as auditorias internas,
antes da certificação ou quando definido pela Organização, devendo fazer-se, pelo menos, uma vez por ano.
Quanto aos outputs, os resultados da revisão devem incluir quaisquer decisões e acções relativas a:
• Melhoria da eficácia do SGI e dos seus processos;
• Melhoria do produto, relacionada com requisitos do Cliente;
• Necessidades de recursos.
188
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Em caso de dificuldades durante a execução dos exercícios, poderá contactar o Formador que directa-
mente o apoia.
Bom trabalho!
1. Identifique, pelo menos, os aspectos ambientais que se podem verificar na sua actividade ou proces-
so dentro da Organização. Caracterize os aspectos ambientais identificados (Guia 5), seguindo a
metodologia sugerida nesta Unidade Lectiva. Avalie os aspectos ambientais, determinando a sua
significância (Guia 6), de acordo com a metodologia sugerida ou outra que ache apropriada. Proponha
acções de melhoria para os aspectos ambientais significativos. (Sugerimos que utilize uma folha de
cálculo do programa Excel, criando uma tabela única a partir dos guias 5 e 6).
2. Identifique os perigos para a SST que se podem verificar no seu posto de trabalho e num outro refe-
rente a uma outra actividade ou processo dentro da Organização. Caracterize os perigos identificados
(Guia 7), seguindo a metodologia sugerida nesta Unidade Lectiva. Avalie os riscos associados aos peri-
gos identificados (Guia 8), de acordo com a metodologia sugerida ou outra que ache apropriada.
Proponha acções de melhoria a tomar para eliminar ou reduzir os riscos identificados. (Sugerimos que
utilize uma folha de cálculo do programa Excel, criando uma tabela única a partir dos guias 7 e 8).
189
3. Planeie os objectivos (SMART) e metas da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho asso-
ciados à sua actividade ou processo dentro da Organização, estabelecendo os indicadores que tornam
os objectivos mensuráveis (Guia 9).
4. Identifique as tarefas específicas, incluindo prazos, para a concretização dos objectivos e metas
planeados anteriormente, designando as responsabilidades associadas (Guia 10). Execute na sua
Organização, se possível, as tarefas que ficaram definidas como sendo da sua responsabilidade, ten-
tando concretizar efectivamente o programa definido.
5. Elabore a Ficha de Descrição de Funções correspondente à sua função (Guia 11) dentro da
Organização.
7. Elabore um plano de comunicação interna e/ou externa (Guia 13), incluindo informação relevante
referente à Qualidade, Ambiente e Higiene e Segurança no Trabalho, que envolva a sua função, depar-
tamento ou área dentro da Organização.
8. Planeie o controlo operacional (Guia 14) da actividade ou processo da Organização no qual está
envolvido, de modo a garantir o cumprimento dos requisitos do produto ou serviço e o controlo dos
aspectos ambientais e perigos para a SST das actividades associadas à realização do produto ou
serviço, tendo em conta os objectivos e metas definidos no exercício 3.
9. Defina numa tabela a tipologia de compras (Guia 15) com a informação específica das compras asso-
ciadas aos produtos e/ou serviços necessários à normal execução da sua actividade ou processo
dentro da Organização.
190
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
11. Crie um mapa de análise dos dados (Guia 17) associados à sua actividade ou processo dentro da
Organização, sistematizando a informação e o modo como esta deve ser controlada. Inclua os dados
resultantes da monitorização e medição gerados a partir da tabela definida no exercício 10.
Apresentam-se, de seguida, os guias que poderão ser utilizados para a aplicação prática dos conteúdos
desta Unidade Lectiva.
191
Guia 5 – Identificação e caracterização de aspectos ambientais
de referência
Temporalidade
Documento
Incidência
Situação
Actividade/ Aspecto Quantidades Impacte Prática
Processo identificado (unid./tempo) existente
CONSUMOS
RESÍDUOS
EFLUENT. DOM.
CONSUMOS
RESÍDUOS
...
Manual de Formação
Aspecto signi-
OU Frequência
Probabilidade
Interessadas
Requisitos
Gravidade
Contínua
ficativo?
Melhoria
Impacte
(risco)
Partes
legais
Actividade/ Aspecto Proposta
Processo identificado de Melhoria
CONSUMOS
RESÍDUOS
EFLUENT. DOM.
CONSUMOS
RESÍDUOS
...
192
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Guia 7 – Identificação dos perigos
Ocorrência
Incidência
Acções a tomar
Frequência
Pontuação
Pontuação
Pontuação
Pontuação
Gravidade
Condições
TOTAL
Risco
Actividade/ Perigo de exe- Competên- Equipa-
Processo identificado cução do cias mentos
trabalho
193
Guia 10 – Programa de Gestão
N.º Objectivos Metas Acções Indicadores Prazo Responsável
das Acções previsto
Designação: Departamento:
Manual de Formação
I. Referencial de Emprego
Funções desempenhadas:
III. Competências
195
Guia 15 – Tabela de tipologia de compras
Responsabilidades Necessidades Critérios Avaliação
Tipos de Aplicável Inspecção Fornece-
Compra A: Identificação Pedido de Aprovação Consultas Inspecção
requisitos encomenda encomenda mercado recepção recepção dores
Objectivo
Aspecto a estabelecido
Nov
Dez
Mar
Jun
Ago
Jan
Out
Fev
Mai
Abr
Set
Jul
PRODUÇÃO
EFLUENT. DOM.
RESÍDUOS
DESCARGAS
196
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
4. SÍNTESE
• Verificámos também que é indispensável que uma Organização tenha capacidade de prevenção
e resposta a emergências, de modo a prevenir e minimizar os impactes ambientais adversos e
as possíveis doenças e lesões dos trabalhadores.
• Relativamente à fase de verificação do SGI, foi dado ênfase ao papel da Organização na monito-
rização, medição, análise e melhoria necessários para demonstrar a conformidade do produto,
o controlo dos impactes ambientais significativos e dos riscos para a saúde e segurança no tra-
balho, assegurando a conformidade do SGI e melhorando continuamente a sua eficácia.
• Foi relevada a importância da Organização proceder à revisão do SGI, em intervalos planeados,
para assegurar que se mantém apropriado, adequado e eficaz.
198
UNIDADE LECTIVA C
INTERPRETAÇÃO, PLANEAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO
Através das suas respostas poderá determinar o que aprendeu e quais as noções e conceitos que
precisam de revisão.
Só deverá passar à Unidade Lectiva seguinte após um resultado satisfatório nesta avaliação (Soluções
em Anexo). 199
1. A Política de uma Organização deve:
A) Ser idêntica à das restantes Organizações que trabalham na mesma área e que já estão certificadas
B) Apresentar obrigatoriamente, os objectivos e as metas a que a Organização se propõe, devendo
estes ser apresentados de forma quantitativa
C) Estar disponível para os colaboradores, o Cliente, outras Partes Interessadas e público em geral
D) Nenhuma das opções anteriores
2. Os aspectos ambientais significativos são os aspectos que são:
A) Determinados pela Norma
B) Determinados pelo governo
C) Determinados pelos consultores
D) Determinados pela Organização e não pela Norma
3. Segundo a Norma NP 4397:2001 Risco é:
A) Acontecimento que origina um acidente ou que tem o potencial de conduzir a um acidente
B) Acontecimento não planeado no qual a acção ou a reacção de um objecto, substância, indivíduo ou
Manual de Formação
10. A análise de dados, num SGI é muito importante, uma vez que nos proporciona informações relativas a:
A) Satisfação do Cliente; Características e tendências dos processos e produtos, em termos de
Qualidade, Ambiente e Segurança, incluindo oportunidades para acções preventivas
B) Conformidade com os requisitos do produto e requisitos legais; Performance dos fornecedores
C) Apenas a opção A está correcta
D) Ambas as opções (A e B) estão correctas
Manual de Formação
202
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
2. COMPONENTE TEÓRICA
1. INTRODUÇÃO
Tal como foi já referido na unidade lectiva A, existiam, no passado, várias normas de auditoria específicas,
algumas com linhas de orientação para planear, realizar e documentar auditorias em áreas diferentes,
Qualidade (NP EN ISO 30011-1) e Ambiente (NP EN ISO 14011), outras com princípios gerais de auditoria
(NP EN ISO 14010) e qualificação dos auditores (NP EN ISO 30011-2 e NP EN ISO 14012), etc.
205
Esta situação sujeitava as Organizações que tinham vários sistemas de gestão implementados a
realizar auditorias múltiplas, em processos separados e, consequentemente, revisões de sistema indi-
vidualizadas, sendo variados e bastante claros os constrangimentos associados.
Constatando que estas normas continham muitos elementos comuns, e atendendo à evolução pre-
visível da implementação de sistemas integrados, os Comités Técnicos da ISO responsáveis pelas áreas
da Qualidade e Ambiente (TC 176 e TC207) resolveram criar um grupo de trabalho conjunto (ISO TC
176/SC3 e ISO TC 207/SC2, Joint Working Group) que levaria à criação duma única norma, a ISO
19011:2002, que substituiria as normas anteriormente mencionadas.
Nasceu, assim, a ISO 19011, à qual foi, entretanto, atribuído o estatuto nacional, pela publicação da NP
EN ISO 19011:2003 – Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou de
gestão ambiental. Apesar de estar orientada apenas para a Qualidade e Ambiente, a sua estrutura per-
mite que a extensão das orientações possa ser adaptada na aplicação a outros tipos de auditoria,
incluindo auditorias a outros sistemas de gestão, nomeadamente Sistemas de Gestão Integrados ou SG
Manual de Formação
Actualmente existe, portanto, um modelo de norma ideal para auditorias a sistemas de gestão integrados
que apresenta, entre outras, as seguintes vantagens em relação à situação passada:
• Concentração de seis normas numa única, abrangendo dois sistemas de gestão (SGQ e SGA);
• Melhor ordenação e Organização do texto, de carácter geral, o que possibilita a fácil aplicação a
vários tipos de auditoria (internas, externas, técnicas específicas ou de sistema) em diversas
âmbitos (segurança, finanças, processo, produto, responsabilidade social, etc.);
• Adopção do Ciclo PDCA à gestão do programa de auditorias e uso da aproximação por processos,
ideal para auditar eficazmente o SGI da QAS;
• Definições mais claras e precisas;
• Introdução de figuras e diagramas explicativos;
• Ajudas práticas à implementação.
206
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Esta Norma Internacional estabelece orientações sobre a gestão de Programas de Auditorias, a con-
dução das etapas fundamentais das auditorias internas ou externas aos SGQ e SGA, assim como sobre
as qualificações de auditores de Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambientais e sua avaliação.
É aplicável a uma larga gama de potenciais utilizadores, incluindo auditores, Organizações com SGQ
e/ou SGA em implementação, ou que necessitem conduzir auditorias a SGQ e/ou SGA por razões con-
tratuais, ou que estejam envolvidas na certificação ou formação de auditores, certificação de sistemas
de gestão, acreditação ou normalização na área de avaliação de conformidade.
207
As orientações fornecidas são flexíveis, podendo diferir de acordo com a dimensão, natureza e complexi-
dade das Organizações a serem auditadas, assim como com os objectivos e âmbitos das auditorias a
serem conduzidas. Como orientações, os utilizadores da Norma podem aplicá-la para desenvolver os seus
próprios requisitos de auditoria, assim como qualquer indivíduo ou Organização com interesse em moni-
torizar a conformidade com os requisitos (especificações do produto, legislação e regulamentação).
A acção de auditar caracteriza-se pelo respeito por um conjunto de princípios estabelecidos no capítulo
4 da NP EN ISO 19011:2003. São estes princípios que fazem da auditoria uma ferramenta eficaz e fiável
de apoio a políticas e acções de controlo da gestão, proporcionando informação sobre a qual uma
Organização pode agir para melhorar o seu desempenho. A adesão e respeito por estes princípios é um
pré-requisito para proporcionar conclusões de auditorias que sejam relevantes e suficientes para per-
mitir que auditores, trabalhando independentemente uns dos outros, cheguem a conclusões similares
Manual de Formação
em circunstâncias semelhantes.
São estes os princípios de auditoria e o seu significado, sendo que os primeiros três dizem respeito a
auditores e os dois seguintes a auditorias:
• Conduta ética: pilar do profissionalismo.
Confiança, integridade, confidencialidade e descrição são essenciais para auditar.
• Apresentação imparcial: obrigação de relatar com verdade e rigor.
Constatações, conclusões justas e relatórios de auditoria reflectem, com verdade e rigor, as
actividades das auditorias. Devem ser relatados os obstáculos significativos encontrados
durante a auditoria, assim como opiniões divergentes, não resolvidas, entre a equipa auditora e
o auditado.
• Devido cuidado profissional: aplicação de diligência e de discernimento na auditoria.
Os auditores devem estar preparados profissionalmente para actuar com o cuidado adequado à
importância da tarefa que executam e à confiança neles depositada pelo Cliente da auditoria e
outras Partes Interessadas. Ter a competência necessária é um factor importante.
208
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
As orientações para realização de auditorias que, a seguir, se desenvolvem, são baseadas nestes princípios,
que podem auxiliar o utilizador a apreciar a natureza essencial da auditoria.
Antes de mais, torna-se apropriado esclarecer alguns conceitos que serão devidamente abordados
ao longo desta unidade lectiva. Assim, de acordo com as definições da NP EN ISO 19011:2003:
• Auditoria: processo sistemático, independente e documentado para obter evidências de audi-
toria e respectiva avaliação objectiva com vista a determinar em que medida os critérios da
auditora são satisfeitos.
• Critérios da auditoria: conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos. São utilizados como
referência em relação à qual as evidências de auditoria são comparadas.
• Evidências de auditoria: registos, afirmações factuais ou outra informação, que sejam veri-
ficáveis e relevantes para os critérios da auditoria. Podem ser qualitativas ou quantitativas.
209
• Cliente da auditoria: pessoa ou Organização que requer uma auditoria. O Cliente da auditoria
pode ser o auditado ou qualquer outra Organização que tenha direito regulamentar ou contratual
de requerer uma auditoria.
• Auditado: Organização a ser auditada.
• Auditor: pessoa com competência para realizar uma auditoria.
• Equipa auditora: um ou mais auditores que realizam uma auditoria, apoiados, se necessário,
por peritos técnicos. Um dos auditores é nomeado coordenador da equipa. A equipa pode ncluir
auditores em formação.
• Peritos técnicos: pessoa que possui conhecimento específico ou experiência qualificada
(Organização, processo ou actividade a auditar, língua ou orientação cultural) para a equipa
auditora. Não actua como auditor no âmbito da equipa auditora.
Os auditores devem manter-se dentro do âmbito da auditoria e exercer a sua actividade com objectivi-
dades e imparcialidade. É sua obrigação recolher e analisar evidências relevantes e suficientes que irão
permitir o desenho de conclusões relativas ao Sistema de Gestão auditado. Os auditores devem ficar
atentos a quaisquer actividades que possam afectar o bom decurso da mesma e actuar de forma ética
durante todo o tempo.
210
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
– Diplomático – Conflituoso
– Profissional – Pouco profissional
– Comunicativo – Inexpressivo
– Honesto – Pouco judicioso
– Sem preconceitos – Pouco comunicativo
– Questionador – Desonesto
– Observador – Preconceituoso
– Compreensivo – Crédulo
– Aplicado – Pouco observador
– Imparcial – Intolerante
– Lento
– Parcial
– Susceptível
As auditorias são uma forma mais abrangente de verificação e não podem ser confundidas com quais-
quer actividades de inspecção e/ou rotina. Têm de ser planeadas, de modo a abrangerem todas as activi-
dades e a serem executadas duma forma sistemática.
A execução de uma auditoria pode, de um modo geral, caracterizar-se pela busca da melhoria contínua
da Qualidade, Ambiente e Segurança.
211
• Determinar a eficácia do Sistema de Gestão implementado;
• Detectar oportunidades de melhoria;
• Certificação;
• Ajudar uns sectores a conhecer melhor os outros sectores.
Os benefícios da realização de auditorias são claros: dar confiança à gestão e ao Cliente, reduzindo
reclamações, assegurar a conformidade com as políticas internas da Organização e optimizar as
relações internas, observar os problemas operacionais, fornecer oportunidades de melhoria e fornecer
respostas para as acções correctivas e preventivas.
É recomendável realizar auditorias sempre que seja necessário avaliar a adaptação do SGI aos requisi-
tos legais, regulamentares e outros, a evoluções tecnológicas, mudanças estruturais da Organização,
novas relações comerciais, compromisso com a melhoria contínua e prevenção da poluição e de riscos
para a SST, levantar informações para preparar um Programa de Auditorias ao SGI.
Manual de Formação
Além destes, são ainda motivos para a condução de auditorias internas os novos fornecedores ou
revisão periódica de fornecedores, requisitos contratuais, alterações no Sistema, Organização ou
Processos, aumento da actividade, problemas e melhorias contínuas.
Considera-se que as auditorias internas, por vezes denominadas auditorias de primeira parte, são rea-
lizadas pela própria Organização ou em nome desta, para efeitos da revisão pela gestão e outras razões
internas, podendo constituir o suporte para auto-declaração de conformidade.
As auditorias internas não têm que ter a mesma forma de realização que as auditorias externas, poden-
do e devendo ser efectuadas a áreas ou actividades isoladas, sem necessidade de avaliar todo o SGI,
212
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Adequação
(Verificação do cumprimento Completa, Parcial ou de Acompanhamento
Auditoria de Sistema de dos requisitos especificados –
Gestão análise prévia documental) Interna
ou
Avaliação dos Sistemas de Conformidade Externa Orientada de acordo
Gestão ou SGI’s (Verificação da implementação Completa, Parcial ou com a:
efectiva do SGI nas práticas de de Acompanhamento – Área a ser auditada
trabalho) – Função
É de referir que os conceitos de conformidade legal e conformidade com os requisitos de uma Norma
são distintos.
Relativamente ao modo de auditar, considera-se que uma auditoria vertical é feita de acordo com os re-
quisitos de uma Norma e uma auditoria horizontal consiste em auditar um sistema por processos.
213
Gestão Ambiental sejam auditados conjuntamente. Cabe ao utilizador desta Norma determinar se as audi-
torias são conduzidas separada ou conjuntamente, devendo ter especial atenção à competência da equipa
auditora. As auditorias conjuntas ocorrem sempre que duas ou mais entidades auditoras cooperam para
realizar uma auditoria a um único auditado. Neste caso, convém ter especial atenção à divisão de respon-
sabilidades, à provisão de quaisquer recursos adicionais, à competência da equipa auditora e aos procedi-
mentos apropriados. Convém obter acordo sobre estas questões antes do início das auditorias.
Chama-se Programa de Auditorias ao conjunto de uma ou mais auditorias planeadas de uma forma sis-
temática, num determinado horizonte temporal e inclui todas as actividades necessárias para planear,
organizar os tipos e número de auditorias e providenciar recursos para a sua condução eficaz e efi-
ciente, dentro de um enquadramento temporal especificado.
Manual de Formação
As auditorias são dispendiosas, pelo que devem ser bem geridas. Um Programa de Auditorias deve ser
gerido de acordo com o fluxo do Ciclo PDCA que lhe está implícito, ou seja, caracterizar-se de acordo com
as quatro fases “Plan-Do-Check-Act”, conforme mostra a figura 19.
214
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Um Programa de Auditorias pode incluir uma ou mais auditorias, em função da dimensão, natureza e
complexidade da Organização a ser auditada. Essas auditorias podem ter vários objectivos e podem tam-
bém incluir auditorias conjuntas ou combinadas.
Cada Organização pode estabelecer mais do que um Programa de Auditorias. Convém que a gestão de
topo da Organização atribua a autoridade pela gestão do Programa de Auditorias. Esses indigitados
215
devem estabelecer, implementar, monitorizar, rever e melhorar o Programa de Auditorias, assim como
identificar os recursos necessários e assegurar a sua provisão.
Uma auditoria não é um acto de fiscalização, pelo que, para se obter os melhores resultados, as audito-
rias não devem ser efectuadas “de surpresa”. Devem ser comunicadas sempre atempadamente e acor-
dadas datas de realização mutuamente convenientes.
A extensão de um Programa de Auditorias pode variar e será influenciada pela dimensão, natureza e
complexidade da Organização a ser auditada, assim como pelo seguinte:
• Âmbito, objectivo e duração de cada auditoria a ser conduzida;
• Frequência das auditorias;
• Número, importância, complexidade, semelhança e localização das actividades a serem auditadas;
• Requisitos normativos, estatuários, regulamentares, contratuais e outros critérios de auditoria;
• Necessidades de acreditação ou registo/certificação;
• Conclusões das auditorias anteriores ou resultados de revisão de um Programa de Auditorias anterior;
• Quaisquer questões linguísticas, culturais e sociais;
• Preocupações das Partes Interessadas;
• Alterações significativas de uma Organização ou das suas operações.
216
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
217
• A condução das auditorias;
• A condução do seguimento da auditoria, se aplicável;
• A manutenção de registos do Programa de Auditorias;
• A monitorização do desempenho e da eficácia do Programa de Auditorias;
• O relato dos resultados globais do Programa de Auditorias à gestão de topo.
Devem ser mantidos registos para demonstrar a implementação do Programa de Auditorias, os quais
devem incluir:
• Registos relacionados com as auditorias individuais (planos de auditoria, relatórios das audito-
rias, das não conformidades e das acções correctivas e preventivas, relatórios de seguimento
das auditorias);
218
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Deverão ser usados indicadores de desempenho para a monitorização de características, tais como a
capacidade das equipas auditoras para implementar o plano de auditoria, a conformidade com os pro-
gramas e os calendários das auditorias e o retorno da informação dos Clientes da auditoria, dos audita-
dos e dos auditores.
Os resultados das revisões do Programa de Auditorias podem conduzir a acções correctivas e preventi-
vas e à melhoria do Programa de Auditorias.
219
3. ACTIVIDADES DA AUDITORIA
De acordo com a NP EN ISO 19011:2003, o planeamento e condução das actividades de auditoria é parte inte-
grante do Programa de Auditorias. A figura 20 proporciona uma visão geral das actividades típicas de auditoria.
Manual de Formação
Figura 20 – Visão geral das actividades típicas de auditoria. A actividade de seguimento encontra-se
a tracejado por não se considerar como fazendo parte da auditoria.
220
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Para iniciar o processo de auditoria é necessário preparar e/ou levar a cabo uma série de actividades e
práticas, das quais depende o sucesso da auditoria.
Os responsáveis pelo Programa de Auditorias devem nomear o coordenador da equipa auditora para a
auditoria específica, que tem, entre outras, as seguintes responsabilidades:
• Condução geral da equipa auditora;
• Tomar as decisões finais;
• Selecção da sua equipa;
• Preparação da equipa e do plano de auditoria;
• Ligação com o Cliente e/ou auditado;
• Apresentação do relatório final da auditoria.
No caso das auditorias conjuntas, é importante obter o acordo das entidades auditoras sobre as respon-
sabilidades específicas de cada uma, antes de se iniciar a auditoria, particularmente no que respeita à
autoridade do coordenador da equipa nomeado para a auditoria.
No contexto dos objectivos gerais de um Programa de Auditorias, convém que cada uma das auditorias
seja baseada em objectivos, âmbito e critérios documentados.
221
Os objectivos da auditoria definem o que se pretende obter com a auditoria e podem incluir o seguinte:
• Determinação da extensão da conformidade do sistema de gestão do auditado, ou de partes
dele, com os critérios da auditoria;
• Avaliação da capacidade do sistema de gestão para assegurar a conformidade com requisitos
legais, regulamentares e contratuais;
• Avaliação da eficácia do sistema de gestão para ir ao encontro dos seus objectivos específicos;
• Identificação das áreas de potencial melhoria do sistema de gestão.
O âmbito da auditoria descreve a extensão da auditoria, tais como locais, unidades organizacionais,
actividades e processos a serem auditados, bem como os limites da auditoria, como o periodo de tempo
de duração da auditoria.
Os critérios da auditoria são utilizados como referência para a determinação de conformidade e é per-
Manual de Formação
mitido que incluam políticas, procedimentos, normas, leis e regulamentos, requisitos do sistema de
gestão, requisitos contratuais ou códigos de conduta do sector industria ou de negócio aplicáveis.
O âmbito e os critérios da auditoria devem ser definidos entre o Cliente da auditoria e o coordenador da
equipa auditora, de acordo com os procedimentos do Programa de Auditorias. Quaisquer alterações aos
objectivos, âmbito e critérios da auditoria devem ser acordados pelas mesmas partes.
No caso das auditorias combinadas, é importante que o coordenador da equipa auditora assegure que
os objectivos, o âmbito e os critérios da auditoria sejam apropriados à natureza da auditoria combinada.
A exequibilidade da auditoria deve ser determinada, tendo em consideração factores como a disponibili-
dade de:
• Informação suficiente e apropriada para planear a auditoria;
• Cooperação adequada por parte do auditado;
• Tempo e recursos adequados.
222
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Quando a auditoria não for exequível, convém que seja proposta uma alternativa ao Cliente da auditoria,
consultando o auditado.
Quando a auditoria no local for considerada exequível, deve-se seleccionar uma equipa auditora que
garanta as competências técnicas e qualificações para que os objectivos da auditoria sejam atingidos.
Se existir apenas um auditor é conveniente que este assuma todas as obrigações aplicáveis de um auditor
coordenador.
Ao tomar a decisão sobre a dimensão e a composição da equipa auditora, deve-se considerar o seguinte:
• Objectivos, âmbito, critérios e duração estimada da auditoria;
• Se se trata de uma auditoria combinada ou conjunta;
• Competência global da equipa auditora necessária para atingir os objectivos da auditoria;
• Requisitos legais, regulamentares, contratuais e de acreditação/certificação, conforme aplicável;
• Independência da equipa auditora em relação às actividades a auditar e evitar o conflito de interesses;
• Aptidão dos membros da equipa auditora para interagir eficazmente com o auditado e para
trabalhar em equipa;
• Idioma da auditoria e a compreensão das características sociais e culturais específicas do audi-
tado. Estas questões podem ser resolvidas através das competências do auditor ou através do
apoio de um perito técnico.
O processo para garantir a competência global da equipa auditora deve incluir a identificação dos conhe-
cimentos e das competências necessários para atingir os objectivos da auditoria e a selecção dos mem-
bros da equipa auditora de modo a que todos os conhecimentos e competências necessários estejam
presentes na equipa auditora.
223
Se os auditores da equipa não possuírem esses conhecimentos e competências, os mesmos devem ser
cobertos através da inclusão de peritos técnicos. Os peritos devem operar sob a direcção de um audi-
tor. Os auditores em formação podem ser incluídos na equipa auditora, mas não convém que auditem
sem direcção ou orientação.
Tanto o Cliente da auditoria como o auditado podem requerer a substituição de membros específicos da
equipa auditora, de acordo com motivos razoáveis baseados nos princípios de auditoria. São motivos
razoáveis, por exemplo, o conflito de interesses (tais como um membro da equipa auditora ter sido ante-
riormente empregado do auditado ou ter prestado serviços de consultoria ao mesmo) e comportamento
anterior não ético. Esses motivos, caso existam, devem ser comunicados ao auditor coordenador e aos
responsáveis pela gestão do Programa de Auditoria, os quais devem resolver a questão com o Cliente da
auditoria e com o auditado antes de tomar quaisquer decisões quanto a substituir membros da equipa
auditora.
Nota: Poderá encontrar informações mais específicas sobre competência e avaliação de auditores na
Manual de Formação
O contacto com o auditado pode ser feito de uma forma informal ou mais formal, sendo conduzido pela
gestão do Programa de Auditoria ou pelo auditor coordenador da equipa. O propósito desse contacto inicial é:
• Estabelecer canais de comunicação com o representante do auditado;
• Confirmar a autoridade para conduzir a auditoria;
• Proporcionar informação sobre a duração proposta e a composição da equipa auditora;
• Solicitar acesso a documentos relevantes, incluindo registos;
• Determinar regras de segurança aplicáveis ao local;
• Efectuar preparativos para a auditoria;
• Acordar quanto à participação de observadores e à necessidade de guias para a equipa auditora.
224
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Algumas destas condições, tais como organigrama, turnos e horários, auxiliam a equipa auditora no
planeamento da logística da auditoria, tal como a programação do dia, auditorias em diferentes turnos
ou locais diferentes, ajudando o auditor a compreender melhor a função do auditado. Outros aspectos,
como reclamações de Clientes, rotatividade de empregados, desempenho de anteriores auditorias,
podem ser indicativos de aspectos específicos que necessitem de um exame mais aprofundado.
No caso da documentação ser considerada inadequada, o auditor coordenador deve informar o Cliente
da auditoria, os responsáveis pela gestão do Programa de Auditorias e o auditado. Deve ser decidida a
continuidade ou a suspensão da auditoria até estarem resolvidas as questões relacionadas com a docu-
mentação.
225
É da responsabilidade da equipa auditora garantir que as informações e os documentos considerados como
confidenciais ou propriedade reservada da Organização sejam protegidos e garantida a sua confidencialidade.
Em algumas situações, é permitido que a revisão seja adiada até ao início das actividades no local,
desde que tal não prejudique a eficácia da condução da auditoria.
Noutras situações, pode realizar-se uma visita prévia ao local para obter uma perspectiva geral apropriada
da informação disponível. As vantagens ou propósitos dessa pré-auditoria são:
• Conhecer o pessoal chave;
• Entender o processo da actividade;
• Conhecer as instalações;
• Estabelecer o âmbito da auditoria;
• Determinar as competências específicas exigidas;
• Identificar a dimensão da equipa;
• Identificar os requisitos logísticos;
Manual de Formação
Tanto a análise documental (auditoria de sistema ou de mesa) como a auditoria prévia deverão ser
documentadas, através de um relatório, distribuído ao Cliente da auditoria ou auditado antes da auditoria,
para que eventuais problemas sejam resolvidos antes da auditoria de conformidade no local.
O planeamento é meio caminho para o sucesso de uma actividade. Apenas uma boa preparação garante
que um auditor possa conduzir uma avaliação minuciosa de um processo ou actividade.
226
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
O grau de detalhe do Plano de Auditoria deve reflectir o âmbito e a sua complexidade e pode diferir em
função de se tratar da primeira auditoria ou auditorias seguintes ou auditoria interna ou externa. O plano
deve ser suficientemente flexível para permitir alterações que se tornem necessárias à medida que as
actividades da auditoria no local progridam, tais como mudanças no âmbito.
227
O plano deve ser revisto e aceite pelo Cliente da auditoria e apresentado ao auditado antes das activi-
dades de auditoria no local, considerando igualmente que:
• Quaisquer objecções por parte do auditado sejam resolvidas entre o coordenador da equipa
auditora, o auditado e o Cliente da auditoria.
• Qualquer revisão do Plano da Auditoria seja acordada entre as Partes Interessadas antes da con-
tinuação da auditoria.
228
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
PLANO DE AUDITORIA
Cliente: XPTO
Morada: Lisboa
Data prevista para distribuição do Relatório Será entregue um relatório provisório manuscrito durante a reunião de
da auditoria: encerramento no último dia da auditoria. Relatório final detalhado é
enviado a 27 de Janeiro de 2006.
DECLARAÇÃO DE CONFIDENCIALIDADE
Todas as informações recolhidas durante a auditoria serão tratadas por toda a equipa auditora como estritamente confidenciais.
QAS; RC; RF; DC; DP Processos de negócio / realização do produto (compras, fac-
16h00 SG; AS
turação, comercial, planeamento ambiente e SST)
Terça-feira, dia 24 de Janeiro de 2006
O auditor coordenador, consultando a equipa auditora, atribui a cada membro da equipa responsabilidades
para auditar processos, funções, locais, áreas ou actividades específicas, tendo em consideração:
• Necessidade de independência;
• Competências dos auditores;
• Uso eficaz dos recursos;
• Diferentes papeis e responsabilidades (auditores, auditores em formação, observadores ou peritos
técnicos).
As alterações às atribuições de tarefas podem ser efectuadas à medida que a auditoria progride, de
modo a assegurar que os objectivos da auditoria são atingidos.
Manual de Formação
Os membros da equipa auditora devem rever a informação relevante para as suas atribuições na audi-
toria e devem preparar os documentos de trabalho necessários para referência e registo durante a audi-
toria. Tais documentos podem incluir:
• Listas de verificação e planos de amostragem da auditoria;
• Impressos para registo de informação, tal como evidências de suporte, constatações da audi-
toria e registos de reuniões.
Os documentos de trabalho, incluindo registos decorrentes da sua utilização, devem ser retidos, pelo
menos até à conclusão da auditoria. A retenção de documentos após conclusão da auditoria deverá ser
acordada com as partes participantes e de acordo com os procedimentos do Programa de Auditorias e
legislação, regulamentos ou condições contratuais. Os documentos que envolvam informação confi-
dencial ou da propriedade da Organização devem ser tratados com confidencialidade e devem ser devi-
damente salvaguardados.
230
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Uma lista de verificação serve de instrumento organizacional, pois pode ajudar a organizar a auditoria no
âmbito específico de áreas a examinar e relaciona as mesmas com o referencial normativo aplicável.
Actuando com uma ajuda de memória, a lista de verificação também permite ao auditor ocupar o seu tempo
com a avaliação da área auditada em vez de perder tempo a tomar notas de quase tudo. As anotações
necessárias ao auditor limitam-se à verificação da conformidade. As evidências utilizadas para determinar a
conformidade (registos, documentos, observações, etc.) ficam documentadas na lista de verificação.
A lista de verificação desenvolvida poderá ser fornecida ao auditado, durante a reunião de abertura, para
o auxiliar a reunir as informações necessárias. Também poderá auxiliar o auditado, após a auditoria, a
desenvolver objectivos e metas para melhorar o seu desempenho em auditorias seguintes.
231
Torna-se conveniente alertar os formandos para não permitirem que uma lista de verificação se torne na
sua “muleta”. Ao auditar, observe as práticas em toda a operação, incluindo aquelas que possam não
estar indicadas na lista, mas que observe que possam ser importantes. Lembre-se: a lista de verificação
é o servente, não o mestre!
As notas tiradas nas listas de verificação poderão ser utilizadas por auditores nas próximas auditorias e
ser utilizadas como registo das evidências objectivas para:
• Determinação de conformidade;
• Identificação de documentos;
• Compilação de informação importante;
• Identificação das áreas.
É difícil reconstituir todos os detalhes após um dia inteiro de auditoria, por isso: Escreva para não se
esquecer!
Manual de Formação
232
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Após as etapas prévias à auditoria no local, que culminaram com o envio do Plano da Auditoria ao Cliente
da auditoria ou auditado, segue-se a condução das actividades de auditoria no local.
233
3.4.1. Condução da reunião de abertura
A reunião de abertura é o primeiro passo na execução de uma auditoria. A equipa auditora assiste a esta
reunião que se realiza sob a coordenação do auditor coordenador, na presença de todos os represen-
tantes pertinentes do auditado. No mínimo, a reunião deve ser realizada com a gestão de topo ou, quando
aplicável, com os responsáveis pelas funções ou processos a auditar.
Em muitos casos, por exemplo no caso de auditorias internas numa pequena Organização, a reunião de
Manual de Formação
abertura pode simplesmente consistir em comunicar que vai ser realizada uma auditoria e em explicar
a sua natureza.
Noutras situações, convém que a reunião seja formal, devendo ser mantido o registo das presenças.
Esta reunião deve ser dirigida pelo auditor coordenador, tendo em conta os seguintes pontos, quando
apropriado:
• Apresentação dos participantes, incluindo uma breve descrição dos respectivos papeis;
• Confirmação dos objectivos, critérios e âmbito da auditoria;
• Confirmação do horário da auditoria e de outras disposições relevantes, tais como a data e a
hora para a reunião de encerramento e outras eventuais reuniões, bem como eventuais altera-
ções de última hora;
• Métodos e procedimentos a serem utilizados na realização da auditoria, incluindo informar o
auditado que as evidências de auditoria serão apenas baseadas numa amostra de informação
disponível e que, consequentemente, existe um elemento de incerteza quando se audita;
• Confirmação dos canais de comunicação formais entre a equipa auditora e o auditado;
234
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Relativamente à amostragem de informação, deve ficar claro, durante a reunião de abertura, que a audi-
toria não é “estatisticamente válida”, ou seja, nem todos os registos criados pela Organização e outros
documentos relacionados vão ser auditados. Trata-se, na verdade, do exame a uma amostragem do
Sistema de Gestão para verificar a sua conformidade, com o benefício de economizar tempo. À medida
que forem ganhando experiência, os auditores obterão resultados credíveis retirando apenas amostras
ao acaso e examinando-as, mesmo que todos os requisitos das Normas sejam auditados.
É importante que seja o auditor a escolher as amostras a examinar, não permitindo a influência do audi-
tado e evitando que este escolha documentos ou registos especiais.
A desvantagem da verificação da conformidade por amostragem é que nem todos os problemas serão
expostos e sujeitos a acções correctivas. Algumas falhas do Sistema de Gestão podem não ser detec-
tadas.
Esta questão não invalida que o auditado realize auditorias internas mais abrangentes e focando situa-
ções e registos que ficaram de fora da amostragem, colocando sob a Organização a responsabilidade e
autoridade para manter, implementar e melhorar o seu Sistema de Gestão sempre que possível.
235
Exemplo prático (Guia 20)
A tabela 28 indica os pontos que devem ser apresentados da reunião de abertura correspondente à audi-
toria planeada na tabela 26.
REUNIÃO DE ABERTURA
1 Apresentação dos participantes: SG – Auditor coordenador; AS – Auditor; PD – Perito técnico
Pré-auditoria interna de preparação para a certificação por organismo acreditado
Confirmar objectivo, âmbito e
2 Todos os departamentos da Sede e Fábrica de Lisboa, no âmbito da produção de equipamen-
critérios da auditoria:
tos para gráficas
Auditoria com duração de 3 dias, a realizar nos dias 23, 24 e 25 Janeiro 2006
No horário das 9h00-13h00 e 14h30-18h00
Confirmar duração, data,
No final de cada dia será feita uma reunião com o responsável da QAS para resumir o dia de
3 horário, hora da reunião de auditoria
encerramento, etc:
Reunião de encerramento a realizar no último dia (25) às 17h00, devendo estar presentes,
Manual de Formação
Apresentação do Plano de
4 Apresentação e eventuais alterações nos horários e ordem dos processos
Auditoria:
A auditoria foi preparada com base na documentação enviada pela XPTO
A equipa auditora seguirá uma lista de verificação, fará observações no local e entrevistas
aos intervenientes nos processos
Apresentação dos métodos e O objectivo é verificar a conformidade dos processos relativamente aos requisitos das 3
5 Normas (QAS). As não conformidades constatadas serão comunicadas aos intervenientes e
procedimentos de auditoria: registadas para posterior discussão na reunião de encerramento
As evidências de auditoria serão baseadas numa amostra de informação, existindo um ele-
mento de incerteza na auditoria, pelo que se sugere que a Organização, numa perspectiva de
melhoria contínua, realize várias auditorias internas de modo a detectar e resolver outras
não conformidades
Confirmação de canais de comu- Definição dos interlocutores que acompanharão a equipa auditora em cada departamento,
6
nicação formais: bem como de guias
236
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Metodologia de elaboração do No relatório serão identificadas conformidades (C), não conformidades (NC), maiores (M) e
10
Relatório da auditoria: menores (m) e observações ou potenciais não conformidades (OB)
Se durante a auditoria for identificada alguma situação muito grave, será feita uma reunião
de urgência com o representante da Gestão para avaliar a continuidade da auditoria, dando-
11 Outras observações se a oportunidade de correcção imediata
Assinar a lista de presenças
Os guias e observadores podem acompanhar a equipa auditora, mas não fazem parte dela, pelo que não
podem influenciar ou interferir coma condução da auditoria.
Os guias devem ser seleccionados pela gestão de topo do auditado para servir de anfitriães aos mem-
bros da equipa auditora, actuando a pedido do auditor coordenador, sem responder às suas questões.
Um guia deve ser cordial, educado e conhecer bem a Organização (por exemplo, uma pessoa da gestão
de topo ou dos departamentos administrativos) e as suas responsabilidades podem incluir:
• Estabelecer contactos e horários para entrevistas;
• Combinar visitas a partes específicas do local ou da Organização;
• Assegurar que as regras relativas à segurança do local e aos procedimentos de segurança são
conhecidas e respeitadas pelos membros da equipa auditora;
• Testemunhar a auditoria em nome do auditado;
Manual de Formação
Nesta fase do processo de auditoria, o auditor deve estar absolutamente preparado para conduzir uma
auditoria completa e objectiva.
Durante a auditoria, deve ser recolhida e verificada, através da amostragem apropriada, a informação
relevante para atingir os objectivos da auditoria, tendo em conta o seu âmbito. Apenas a informação veri-
ficável pode constituir evidência de auditoria, devendo ficar registada. O processo de recolha e verifi-
cação de informação está bem representado na figura 21.
238
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
As fontes de informação ou métodos para obter evidências objectivas de auditoria podem incluir:
• Entrevistas com os trabalhadores e outras pessoas;
• Visita aos departamentos e instalações;
• Verificação de documentos (política, objectivos, planos, procedimentos, instruções, licenças e
autorizações, especificações, desenhos, contratos, encomendas, etc.);
• Produtos;
• Observação das actividades, bem como do ambiente e das condições de trabalho;
• Registos (inspecções, relatórios de auditorias, actas de reunião, registos de monitorização e
medição, resultados de medições, etc.);
• Resumos de dados, análises e indicadores do desempenho;
• Relatórios de outras fontes (retorno da informação de Cliente, informação relevante de enti-
dades externas, avaliações de fornecedores, etc.);
• Bases de dados informáticas e páginas da Internet. 239
A condução de entrevistas é, como vimos, uma das principais fontes de informação para a auditoria,
pelo que devem ser realizadas tendo em conta a situação em causa e as pessoas entrevistadas. Além
disso, o auditor coordenador deve considerar o seguinte:
• As entrevistas devem ser realizadas a pessoas de níveis e funções apropriados, que desempenhem
actividades ou tarefas dentro do âmbito da auditoria;
• As entrevistas devem ser conduzidas durante as horas normais de funcionamento e, sempre
que aplicável, no local normal de trabalho da pessoa a ser entrevistada;
• Tentar colocar a pessoa a ser entrevistada totalmente à vontade antes e durante a entrevista;
• Explicar as razões da entrevista e de quaisquer anotações tomadas;
• Iniciar as entrevistas pedindo às pessoas que descrevam o seu trabalho;
• Evitar perguntas que limitem as respostas (questões fechadas de resposta “sim ou não”);
• Resumir os resultados da entrevista e rever com a pessoa entrevistada;
• Agradecer às pessoas entrevistadas a sua participação e cooperação.
Manual de Formação
Relativamente ao auditado, ele pode incluir qualquer membro de um dos departamentos ou funções da
Organização a auditar, que participe nos processos do SGI da Organização e cuja operacionalidade afecte
directamente a Qualidade do produto e/ou serviço, o ambiente e a saúde e a segurança no trabalho, e é
240
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
O auditado pode distrair, frequentemente, a atenção do auditor, algumas vezes intencionalmente, outras
involuntariamente, pelo que o auditor deve estar atento e preparado para essa eventualidade. Muitas
vezes, essa distracção consiste em desculpar algumas situações ou interromper o auditor diversas
vezes, quer seja durante a auditoria que seja na reunião de encerramento. Estes comportamentos
podem ser justificados por várias razões, nomeadamente pelo medo do desconhecido, pouca capaci-
dade de gestão ou por saber que não estão ainda prontos para uma certificação.
Segue-se uma listagem de algumas “artimanhas” que o auditado utiliza frequentemente para distrair o
auditor (tabela 29).
Artimanhas do auditado:
– Discurso compulsivo; – A interrupção; – Papéis marcados;
– Encenação; – A limpeza da sala; – O caso especial;
– Longos períodos para o almoço; – A falta de preparação; – A prova de força;
– Atrasos; – A noite anterior; – Apiedar-se;
– Empatar; – Dar uma volta pelas instalações; – A pessoa ausente indispensável;
– O documento esquecido; – A provocação; – A barreira da linguagem;
– Suborno.
241
Quanto ao operador, qualquer funcionário da Organização que desempenhe uma tarefa em particular, ele
é, normalmente, o informador ideal durante o processo de auditoria. É a ele que o auditor deve dirigir a
maioria das suas perguntas. O operador deve estar apto a dar informações pertinentes, tais como sobre
o funcionamento de uma máquina ou o desenvolvimento da sua actividade.
As evidências de uma auditoria devem ser avaliadas face aos critérios de auditoria, de forma a gerar as
constatações. As constatações da auditoria podem indicar a conformidade ou a não conformidade com
os critérios de auditoria, assim como identificar observações (consideradas potencias não conformi-
dades) ou ainda oportunidades de melhoria.
A equipa auditora deve reunir em momentos apropriados durante a auditoria, conforme seja necessário,
para rever as constatações da auditoria.
Manual de Formação
Uma evidência objectiva inclui a informação de natureza factual, como registos e constatações de factos
sobre o SGI (baseadas em observações, medições, testes, etc.) que possam ser comprovadas, ou seja,
dados que suportam a existência ou a veracidade de algo.
A conformidade com os critérios de auditoria deve ser resumida, de modo a indicar os locais, funções ou
processos que foram auditados. As constatações de conformidade da auditoria e as suas evidências de
suporte devem ser registadas.
Quanto às não conformidades, devem também ser registadas, incluindo as evidências de auditoria que
as suportam.
A constatação de não conformidades causa, geralmente, desconforto, embora tal não devesse acontecer,
uma vez que as não conformidades não são, necessariamente, más. Elas identificam fraquezas que
podem, e devem, ser transformadas em reforço e esforço para a melhoria contínua.
242
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
As causas e a gravidade das não conformidades pode variar, pelo que devem ser classificadas. É comum
utilizar-se a seguinte classificação:
Não conformidade menor – falha simples ou momentânea observada num processo, mas de fácil reso-
lução. Um número elevado de não conformidades menores atribuídas a um mesmo requisito pode
representar uma não conformidade maior. Estas situações não afectam directamente a qualidade e
segurança do produto, o ambiente e/ou a saúde e segurança dos trabalhadores, representando apenas
pequenas falhas em práticas ou procedimentos, as quais são de fácil correcção.
243
Observação – fraqueza nas condições existentes, que, na opinião do auditor, necessita de esclareci-
mento ou investigação, de forma a melhorar o seu estado ou a eficiência global do SGI. Se nada se fizer
relativamente a uma observação, esta poderá originar uma não conformidade.
As não conformidades e respectivas evidências devem ser revistas com o auditado para obtenção da
compreensão das não conformidades, sua aceitação e o seu reconhecimento para iniciar as respectivas
correcções e acções de seguimento. É conveniente fazer todas as tentativas de resolução de opiniões
divergentes sobre evidências e/ou constatações da auditoria, registando os pontos de desacordo.
Uma das actividades do processo de auditorias é a reunião da equipa auditora, que antecede à reunião
de encerramento, na qual os auditores preparam as conclusões da auditoria e o relatório final onde dá
a conhecer as constatações encontradas e as conclusões da auditoria. Poderá ser preparado um
relatório preliminar, sendo o relatório final, mais completo, enviado posteriormente, não devendo diferir
Manual de Formação
244
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
As não conformidades detectadas devem ser registadas no relatório de auditoria ou numa ficha de não
conformidade, como anexo ao referido relatório, fazendo parte integrante do mesmo e nele referenciada.
A identificação das não conformidades deve:
• Conter numeração sequencial;
• Ser 100% precisos, reflectindo apenas dados factuais e observações exactas, definindo: Quem?
O quê? Quando? Onde? Porquê?
• Identificar as evidências;
• Ser entregue ao auditado no final da auditoria;
• Identificar a auditoria e referir a data;
• Identificar a área ou processo sujeito a revisão;
• Identificar a norma e a clausula a que diz respeito;
• Identificar o auditor responsável e o representante do auditado.
A reunião de encerramento, dirigida pelo auditor coordenador, é, normalmente, realizada no final da audi-
toria para encerrá-la de forma conclusiva e profissional. Os participantes da reunião de encerramento
devem incluir, pelo menos, os mesmos elementos que participaram na reunião de abertura (auditado
e/ou Cliente da auditoria e outras partes internas interessadas).
245
Em muitas situações, como no caso de auditorias internas em pequenas Organizações, a reunião de
encerramento pode limitar-se à comunicação das constatações e conclusões da auditoria. Noutras situ-
ações, convém que a reunião seja formal e se elaborem actas de reunião que incluam o registo de pre-
senças, tarefa que cabe ao auditor coordenador ou a um membro da equipa auditora instruído para o
efeito.
No caso de ser detectada uma não conformidade maior muito grave durante a auditoria, a reunião de
encerramento poderá começar imediatamente após a constatação. Esta deve ser uma decisão do auditor
coordenador em conjunto com o representante da gestão do auditado.
O auditor coordenador deve agradecer aos representantes da Organização (guias) pela sua ajuda e coope-
ração durante a auditoria e ainda:
• Distribuir a folha de presenças para registo;
• Apresentar de novo o âmbito da auditoria e as Normas em relação às quais a auditoria foi realizada;
Manual de Formação
• Solicitar que todas as questões sejam adiadas até ao final da apresentação das conclusões;
• Declarar a realização da auditoria por amostragem, não tendo o SGI sido avaliado a 100%, pelo
que podem não ter sido identificadas todas as deficiências presentes no Sistema de Gestão;
• Alertar para a necessidade de avaliação contínua do Sistema de Gestão através do processo de
auditoria interna;
• Apresentação das constatações, solicitando que cada elemento da equipa auditora apresente as
constatações relativas à área por ele auditada;
• Apresentar um resumo global, no qual devem ser incluídas as observações positivas e reve-
ladas as conclusões;
• Convidar os representantes da Organização a discutir os pontos especificados;
• Acordar prazos para quaisquer acções correctivas necessárias;
• Explicar o processo de acção correctiva: a classificação da não conformidade determina o tipo
e extensão da acção correctiva e o auditado é o responsável por determinar e iniciar essa acção;
• Explicar as actividades de acompanhamento e o processo de auditoria de manutenção, caso se
trate de uma auditoria de terceira parte;
• Confirmar a lista para a distribuição do relatório final da auditoria;
246
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Após a conclusão da auditoria, o auditor coordenador é responsável pela preparação do relatório da audi-
toria, bem como por todos os seus conteúdos. O propósito deste relatório é resumir os resultados da
auditoria, de modo a facilitar a compreensão, pela gestão de topo, dos resultados e do seu impacto.
O relatório da auditoria deve proporcionar um registo completo, exacto, conciso e claro da auditoria,
devendo ainda incluir:
• Objectivos da auditoria;
• Âmbito da auditoria, em particular a identificação das unidades organizacionais e funcionais ou
processos auditados e o periodo de tempo abrangido;
• Identificação do Cliente da auditoria;
• Identificação do auditor coordenador e dos membros da equipa auditora;
• Datas e locais onde decorreram as actividades de auditoria a instalações;
• Critérios da auditoria;
• Constatações da auditoria;
• Conclusões da auditoria.
247
• Confirmação de que os objectivos da auditoria foram alcançados no âmbito da auditoria, de
acordo com o plano da auditoria;
• Áreas não cobertas, apesar de abrangidas pelo âmbito da auditoria;
• Opiniões divergentes e não resolvidas entre a equipa auditora e o auditado;
• Recomendações para melhoria, se especificado nos objectivos de auditoria;
• Planos de acção de seguimento acordados, caso existam;
• Declaração sobre a natureza confidencial dos conteúdos;
• Lista de distribuição do relatório da auditoria.
248
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
RELATÓRIO DA AUDITORIA
Auditoria n.º: 1/2006 Data da auditoria: 23, 24 e 25 de Janeiro de 2006
Âmbito da auditoria: Todos os departamentos da Sede e Fábrica de Lisboa, no âmbito da produção de equipamentos para gráficas
Reconhecimento: A equipa auditora agradece à Organização toda a receptividade e assistência prestada durante a auditoria.
Confidencialidade: As informações recolhidas durante esta auditoria não serão reveladas a qualquer outra entidade externam excepto quando a Organização o
consentir, se requerido por lei, estatutos ou regulamentos de entidades de acreditação
Pelo auditado (tomei conhecimento):
Nome: Eng.º SPG
Rubricas da equipa auditora:
Função: Director Geral
Rubrica:
250
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Depois de aprovado, o relatório da auditoria deve ser distribuído aos destinatários designados pelo
Cliente da auditoria. No caso das auditorias internas, o relatório deve ser distribuído, pelo menos, à
gestão de topo. Nas auditorias de segunda e terceira parte, o auditado deve ser consultado antes que
quaisquer cópias adicionais do relatório sejam distribuídas.
O relatório da auditoria, bem como os seus conteúdos, são propriedade do Cliente da auditoria, pelo que
os membros da equipa auditora e todos os destinatários do relatório devem respeitar e manter a confi-
dencialidade do mesmo.
Os requisitos de retenção dos registos de auditorias internas devem ser decididos pela gestão de topo
da Organização.
Uma vez distribuído e aceite o relatório da auditoria, o processo de auditoria é considerado completo.
A auditoria está concluída quando tiverem sido realizadas todas as actividades descritas no plano de
auditoria e quando o relatório da auditoria aprovado tiver sido distribuído.
251
Os documentos relacionados com a auditoria deverão ser conservados ou destruídos por acordo entre
as partes participantes e de acordo com os procedimentos do Programa de Auditorias e requisitos
legais, regulamentares e contratuais aplicáveis. Se, por motivos legais, for requerida a revelação dos
conteúdos dos documentos de auditoria ou outra informação obtida durante a auditoria, a mesma deve
ser realizada com a aprovação explícita do Cliente da auditoria e, quando aplicável, a aprovação do audi-
tado ou estes devem ser informados logo que possível.
Após recepção dos resultados da auditoria, a equipa da gestão de topo da Organização auditada deve
analisar as constatações identificadas e procurar formas de melhorar o Sistema de Gestão Integrado.
Durante este processo de análise a Organização deve rever:
• Resultados da auditoria baseados nos elementos específicos do SGI. Todos os requisitos foram
cumpridos? Em caso negativo, o que fazer para satisfazer esses requisitos?
Manual de Formação
• O grau de realização da Política e dos objectivos. A gestão de topo está satisfeita com a realização
das actividades actuais? Os objectivos foram atingidos?
• Formas possíveis de actualização do SGI, que incluam novos conceitos, troca de tecnologia,
desenvolvimentos sociais, projectos de mercado e outras melhorias.
Todas as análises e decisões efectuadas através da revisão do SGI devem ser registadas, de modo a
facilitar quaisquer recomendações de acções correctivas, preventivas e de melhoria, conforme aplicável.
Cabe ao auditado implementar as acções correctivas a partir das não conformidades detectadas na
auditoria, dentro de um prazo acordado. O auditado deve manter o Cliente da auditoria informado sobre
o estado destas acções.
Entende-se por acção correctiva qualquer acção que vise eliminar as causas de uma não conformidade,
defeito ou outra situação indesejável existente, a fim de prevenir a sua recorrência.
Convém que seja verificada a conclusão e a eficácia das acções correctivas. Esta verificação pode fazer
parte de uma auditoria subsequente. O Programa de Auditorias pode especificar o seguimento por mem-
252
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
3. COMPONENTE PRÁTICA
A execução destes exercícios é fundamental para a uma compreensão eficaz da matéria teórica e será
mais interessante e útil se tentar adaptar os exercícios à realidade da sua Organização ou actividade
profissional.
Em caso de dificuldades durante a execução dos exercícios, poderá contactar o Formador que directa-
mente o apoia.
Bom trabalho!
Para exercitar os conceitos e metodologias exploradas ao longo desta Unidade Lectiva, o formando deverá
tentar resolver os seguintes exercícios, podendo utilizar, para isso, os guias para aplicação prática que
se apresentam.
1. Considerando a análise documental como uma actividade de pré-auditoria, que permite avaliar se a
Organização possui os requisitos documentais necessários para uma auditoria no terreno, analise a
253
documentação da sua Organização de acordo com os referenciais NP EN ISO 9001:2000, NP EN ISO
14001:2004 e NP 4397:2001. Elabore o respectivo relatório.
2. Estabeleça um Plano de Auditoria, tendo em conta o seu conhecimento, proporcionado pela análise
documental previamente realizada (Guia 18).
3. Desenvolva uma lista de verificação (Guia 19), começando por descrever o âmbito da auditoria.
Desenvolva, depois, os tópicos que cobrem o referido âmbito e divida-os em secções práticas de tra-
balhar. Quanto mais questões relacionar às respostas do tipo “conforme/não conforme”, mais fácil
será auditar sem perda de tempo.
4. Planeie a reunião de abertura da auditoria que vai realizar (Guia 20), para a qual tem o respectivo
plano. Tenha em conta os aspectos apresentados quanto ao planeamento e realização da reunião de
abertura.
Manual de Formação
6. Tendo em conta o resultado da auditoria no local e as notas tiradas na lista de verificação, prepare o
relatório da auditoria (Guia 21) e as respectivas fichas de não conformidade (Guia 22), para apresentar
as conclusões ao auditado.
254
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
Legenda:
256
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
4 Apresentação do Plano de
Auditoria:
11 Outras observações
257
Guia 21 – Relatório da auditoria
RELATÓRIO DA AUDITORIA
Auditoria n.º: Data da auditoria:
Âmbito da auditoria:
Critérios da auditoria:
Representante do auditado:
Equipa auditora:
Resumo do relatório
N.º de não conformi-
dades detectadas
N.º de observações
Pontos fortes
Pontos a melhorar
Processos Requisitos NC M NC m OB
Reconhecimento:
Confidencialidade:
259
4. SÍNTESE
Segue-se um teste de 10 questões de resposta múltipla, com 4 alternativas de resposta, que pretendem
testar os seus conhecimentos sobre a Unidade Lectiva D.
Através das suas respostas poderá determinar o que aprendeu e quais as noções e conceitos que
precisam de revisão. (Soluções em Anexo).
261
1. Temos como princípios de auditoria, aplicáveis às auditorias propriamente ditas:
A) Participação de auditores que tenham estado ligados ao processo de implementação do Sistema
B) Abordagem baseada na opinião dos auditores e na opinião dos auditados
C) Independência e abordagem baseada em evidências
D) Nenhuma das opções anteriores
5. De acordo com a Norma NP EN ISO 19011:2003, um Programa de Auditorias deve ser gerido de acordo com:
A) A disponibilidade financeira da Organização
B) Com o fluxo do Ciclo PDCA
C) A capacidade dos auditores
262 D) A capacidade de resposta dos auditados
UNIDADE LECTIVA D
GESTÃO DE UM PROGRAMA DE AUDITORIAS
263
9. Os objectivos de uma lista de verificação, a ser utilizada durante uma auditoria são:
A) Identificar e comunicar o âmbito da auditoria; Preparar o relatório final e documentação de evidên-
cias objectivas da auditoria; Identificar procedimentos utilizados para obtenção de evidências
objectivas
B) Fornecer uma lista estruturada de pontos para a avaliação do processo; Restringir actividades
adicionais do âmbito da auditoria; Auxiliar a condução da auditoria; Auxiliar o controlo do ritmo da
auditoria
C) Apenas a opção A está correcta
D) A opção A e B estão ambas correctas
10. Uma falha simples, ou momentânea, observada num processo, mas de fácil resolução, pode ser
definida como:
A) Não conformidade maior
B) Não conformidade menor
C) Observação
Manual de Formação
D) Oportunidade de melhoria
264
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
Os resultados deste teste serão comparados com os resultados do teste inicial, permitindo determinar
as vantagens que obteve com a participação no curso: Razão de Ganho (cálculo na Folha de Respostas
em Anexo).
267
3. Os primeiros sistemas da qualidade e normas reconhecidos surgiram:
A) No final do Século XX
B) Depois da Primeira Guerra Mundial
C) Após a Revolução Industrial
D) Depois da Segunda Guerra Mundial
269
UNIDADE LECTIVA B – ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO
1. Para integrar Sistemas de Gestão distintos, será necessário:
A) Implementar cada sistema de forma autónoma, efectuando no final uma auditoria comum
B) Implementar obrigatoriamente os sistemas em causa, ao mesmo tempo, efectuando posterior-
mente auditorias independentes
C) Analisar a documentação existente em cada um dos Sistemas, identificando os documentos com-
patíveis e elaborando novos documentos que ainda não existam e que sejam necessários à inte-
gração e ao cumprimento dos requisitos dos referenciais em causa
D) Implementar inicialmente um Sistema de Gestão da Qualidade e só após a sua certificação, é que
será possível implementar outro Sistema de Gestão
C) Favorece a existência de um Sistema de Gestão global da actividade, orientado para a melhoria e para
os processos, para além de dar uma resposta mais eficiente aos requisitos das Partes Interessadas
D) Favorece a existência de um Sistema de Gestão de algumas actividades da empresa, orientado
para a melhoria e para os processos, para além de dar uma resposta mais eficiente aos requisitos
das Partes Interessadas
6. As principais diferenças entre a ISO 9001:2000 a ISO 14001:2004 e a OHSAS 18001:1999 prendem-se com:
A) A finalidade, as metas, a abrangência e o custo associado à implementação de cada um dos sis-
temas
B) O número e o tipo de documentos, o tipo de auditorias e o custo associado à implementação de
cada um dos sistemas
C) A finalidade, o enfoque, o campo de aplicação e o âmbito de actividades abrangidas por cada um
dos sistemas
D) Nenhuma das opções anteriores
272
AVALIAÇÃO FINAL
4. Após a implementação de um Sistema de Gestão Integrado SGI QAS, a Organização deve controlar obri-
gatoriamente:
A) Os aspectos ambientais pouco significativos
B) Todos os aspectos ambientais
C) Os aspectos ambientais considerados significativos
D) Apenas os aspectos ambientais identificados pelos clientes
5. Fonte ou situação com um potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para o corpo
humano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local de trabalho ou uma
combinação destes, corresponde à definição de:
A) Risco
B) Perigo
C) Segurança
D) Acidente
273
7. A identificação dos requisitos legais:
A) Apenas deve ser efectuada na fase de implementação de um Sistema de Gestão Integrado da QAS
B) Apenas deve ser efectuada na fase de manutenção de um Sistema de Gestão Integrado da QAS
C) Deve ser efectuada na fase de implementação e de manutenção de um Sistema de Gestão
Integrado da QAS
D) Apenas deverá ser efectuada se a Organização assim o entender
274
AVALIAÇÃO FINAL
276
AVALIAÇÃO FINAL
277
Manual de Formação
278
ANEXOS
FOLHA DE RESPOSTAS
AVALIAÇÃO INICIAL/AVALIAÇÃO UNIDADES/AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO INICIAL AVALIAÇÃO UNIDADES AVALIAÇÃO FINAL
UNIDADE A UNIDADE A UNIDADE A
Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas
1 A B C D 1 A B C D 1 A B C D
281
SOLUÇÕES DA AVALIAÇÃO INICIAL, UNIDADES E FINAL 282
AVALIAÇÃO INICIAL AVALIAÇÃO UNIDADES AVALIAÇÃO FINAL
UNIDADE A UNIDADE A UNIDADE A
Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas
1 A B C D 1 A B C D 1 A B C D
2 A B C D 2 A B C D 2 A B C D
3 A B C D 3 A B C D 3 A B C D
4 A B C D 4 A B C D 4 A B C D
5 A B C D 5 A B C D 5 A B C D
6 A B C D 6 A B C D 6 A B C D
7 A B C D 7 A B C D 7 A B C D
8 A B C D 8 A B C D 8 A B C D
9 A B C D 9 A B C D 9 A B C D
10 A B C D 10 A B C D 10 A B C D
UNIDADE B UNIDADE B UNIDADE B
Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas
1 A B C D 1 A B C D 1 A B C D
2 A B C D 2 A B C D 2 A B C D
3 A B C D 3 A B C D 3 A B C D
4 A B C D 4 A B C D 4 A B C D
5 A B C D 5 A B C D 5 A B C D
6 A B C D 6 A B C D 6 A B C D
7 A B C D 7 A B C D 7 A B C D
8 A B C D 8 A B C D 8 A B C D
9 A B C D 9 A B C D 9 A B C D
10 A B C D 10 A B C D 10 A B C D
UNIDADE C UNIDADE C UNIDADE C
Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas
Manual de Formação
1 A B C D 1 A B C D 1 A B C D
2 A B C D 2 A B C D 2 A B C D
3 A B C D 3 A B C D 3 A B C D
4 A B C D 4 A B C D 4 A B C D
5 A B C D 5 A B C D 5 A B C D
6 A B C D 6 A B C D 6 A B C D
7 A B C D 7 A B C D 7 A B C D
8 A B C D 8 A B C D 8 A B C D
9 A B C D 9 A B C D 9 A B C D
10 A B C D 10 A B C D 10 A B C D
UNIDADE D UNIDADE D UNIDADE D
Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas Questão n.º Alternativas
1 A B C D 1 A B C D 1 A B C D
2 A B C D 2 A B C D 2 A B C D
3 A B C D 3 A B C D 3 A B C D
4 A B C D 4 A B C D 4 A B C D
5 A B C D 5 A B C D 5 A B C D
6 A B C D 6 A B C D 6 A B C D
7 A B C D 7 A B C D 7 A B C D
8 A B C D 8 A B C D 8 A B C D
9 A B C D 9 A B C D 9 A B C D
10 A B C D 10 A B C D 10 A B C D
INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS
DE GESTÃO DA QUALIDADE, AMBIENTE,
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
PROMOTOR
Associação Industrial Portuguesa — Confederação Empresarial
Co-financiado pelo:
Estado Português e União Europeia