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Transtorno multifatorial e heterogêneo

O TDAH se caracteriza por ser um transtorno multifatorial e heterogêneo, o que já nos dá uma
pista da complexidade etiológica do transtorno e que possivelmente ele se apresenta
relacionado à diversas características que também podem estar relacionadas a outros
diagnósticos. Diagnósticos de saúde mental em crianças sempre apresenta o complicador de a
criança ser um sujeito em formação, com uma evolução dinâmica de sua subjetividade e
capacidades cognitivas. É importante realizar essa observação para que não se esqueça que o
diagnóstico de TDAH não é uma sentença e muito menos, necessariamente, uma característica
estanque na personalidade da criança. Enquadrar-se inicialmente em um diagnóstico de TDAH
não quer dizer que, havendo um acompanhamento clínico e pedagógico, somado ao
comprometimento e atuação da família aos manejos necessários para as interações com a
criança, esse diagnóstico não possa se alterar ou mesmo que a manifestação clínicas dos
elementos que caracterizam o transtorno se alterem afastando o comportamento da criança
das diretrizes diagnósticas postas para o TDAH. Isso quer dizer que, na medida em que
estamos falando de crianças, é fundamental compreender que a criança apresenta uma
subjetividade em formação e que a mudança em seus padrões é sempre possível na maioria
dos casos. Por isso que o TDAH não pode ser entendido, nem pela família, nem pelos
profissionais de saúde e educação, como uma sentença, uma marca que se carregará para
toda a vida, logo que a demanda surge e é realizada uma primeira avaliação.

O artigo apresenta em suas conclusões que o TDAH e consequentemente “os comportamentos


inadequados de crianças com distúrbios externalizantes manifesta-se e é mantida pelos
déficits em habilidades sociais apresentados pelos próprios pais”. A argumentação do artigo
vai no sentido de ampliar o espectro de ação necessários nas intervenções – terapêutica,
pedagógicas e afetivas – junto à criança com o transtorno, ressaltando que não há tratamento
possível se toda a família também não for objeto de uma intervenção terapêutica, pedagógica
e afetiva. O comportamento excessivo, impulsivo, desordenado, desobediente e emotivo da
criança provoca, tanto na família como nos adultos e crianças de outros espaços de interação –
escola, UBS, o supermercado etc. – condutas negativas, muito estressoras e disfuncionais. O
comportamento da criança, desorganiza e provoca uma atitude reativa, menos racional e
organizada. E é justamente essa dificuldade de lidar com as atitudes extremas e desfocadas da
criança com TDAH, que resulta em comportamentos disfuncionais e intervenções iatrogênicas,
aumento do stress, a submersão de afetos violentos e intempestivos e desmedidas entre ação
e reação, castigos desproporcionais às faltas e o afastamento, em relação a criança, como uma
forma de manter a saúde mental, a tranquilidade e evitar situações estressoras que podem
levar os indivíduos ao limite.

Neste sentido o artigo argumenta que os impactos causados pelo TDAH no ambiente familiar
exigem que a intervenção clínica a pedagógica se direcione também para o núcleo familiar e
de cuidadores da criança para orienta-los, fortalece-los e acolhe-los em suas demandas ao
lidar com o TDAH, pois sem a intervenção bem orientada dos cuidadores, as possibilidades de
avanços no tratamento e no desenvolvimento da criança, sejam muito limitados.

A forma como lidamos com essa questão é muito importante é se reflete diretamente no
comportamento das crianças. Em uma situação que vivenciei profissionalmente ao trabalhar
em um Projeto de Educação Musical, podemos observar como que a maneira como o cuidador
lida com o diagnóstico de TDAH influí diretamente no comportamento da criança. Ao acolher
os pais para matricula de crianças de 6 a 9 anos em curso de iniciação musical, era muito
comum, quando havia algum diagnóstico psiquiátrico para a criança, que os pais já
informavam e ressaltavam a etiqueta clínica dos filhos. Em uma situação em particular a mãe
chegou com garotinho de 8 anos e antes mesmo de sentar na cadeira já disse em alto e bom
tom: “quero matricular ele, mas ele tem TDAH e não para quieto, e acho que não vai dar certo,
ele num consegue parar pra essas coisas, num sei se ele aprende”. Obviamente a criança
ouvindo esse discurso da mãe foi se agitando, certamente ela estava interessada no curso, nos
instrumentos variados que tínhamos, em brincar de música com as outras crianças. Na hora
olhei para a mãe disse: “Será que ele é tão agitado assim: ” ela repetiu: “ele tem TDAH”. Para
conseguir distensionar a situação emendei: “Então ele está no lugar certo, eu tenho certeza
que ele vai conseguir participar da aula e vai se interessar em aprender”
Chamei o garoto para a parte da sala onde haviam alguns xilofones guardados, dispus 2, lhe
entreguei as baquetas e enquanto a mãe preenchia a ficha de matrícula, tocamos xilofone
como se não houvesse amanhã. A alegria e a satisfação do garoto eram nítidas, estendi a
brincadeira por uns 30 minutos, ao fim desse tempo o garoto já começava a querer imitar a
forma mais organizada com que me via tocar, ele já estava passando do momento de apenas
“dar porrada” no instrumento, para o momento de pensar, “como bater nisso pra ficar mais
legal o som?” Ao assistir a cena a mãe foi relaxando e percebendo que havia levado o filho
para o lugar certo. Depois, sem que a criança ouvisse, conversei com a mãe e orientei que
evitasse taxar o filho de TDAH, que se esforçasse para que ele não se sentisse sentenciado ao
mal comportamento, e que essa não era a melhor carta de apresentação para seu filho. A
partir daí iniciou-se um trabalho de acompanhamento envolvendo a equipe de professores,
pedagogos, assistente social e colegas par acolher o garoto. Afinal ele também não era o único
com o comportamento possível de ser enquadrado no TDAH. Ele possuía o diagnóstico, mas
muitos outros alunos apresentavam comportamento impulsivo, desordenado e desobediente
e não possuíam qualquer tipo de diagnóstico. Nossa proposta de trabalho era olhar para a
criança e sua família, isso era sempre mais importante que um papel do serviço de saúde. É
claro que diagnósticos médicos eram úteis e importantes de serem considerados, mas o
ambiente que buscávamos criar era o mais permeado por otimismo e acolhimento possível,
tentávamos deixar as hostilidades das relações dos alunos de fora das aulas, e por isso mesmo
atendíamos os pais com muita frequência e mantínhamos constante o fluxo de feedbacks com
a família.

O DSM-5 descreve o TDAH como um conjunto de sintomas de desatenção, hiperatividade e


impulsividade que se manifestam por meio de um padrão persistente e frequente ao longo do
tempo.

Esse estudo ressalta que tanto a criança portadora desse transtorno quanto os seus pais
possuem a percepção sobre o impacto e as consequências negativas do TDAH para a qualidade
de vida, bem como a limitação funcional que esse quadro clínico proporciona18.

Crianças com TDAH com outros adultos e com crianças fora da família, como professores e
colegas, demonstram que quando a criança com TDAH é colocada em uma classe, tanto os
professores quanto as mães aumentam, provavelmente, suas ordens, repressão e a disciplina
da criança

os pais de crianças com TDAH apresentam práticas parentais mais negativas, como o uso de
disciplinas severas e coercitivas, mais do que positivas, como a disciplina consistente e
positiva.
Por meio de estudo longitudinal, estudiosos comprovaram a contribuição de características
parentais, como a hostilidade e o desempenho inadequado dos papéis de pais para o
desenvolvimento de comportamentos característicos do TDAH

e grande parte dos problemas nas interações familiares parece partir dos efeitos do
comportamento excessivo, impulsivo, desordenado, desobediente e emotivo da criança sobre
os pais, e não do comportamento dos pais sobre a criança

s habilidades pessoais que os pais deveriam adquirir para melhor lidar com seus filhos, cita-se
as de comunicação, as de civilidade e as assertivas30

componentes não-verbais

esclarecimento da diferença entre desobediência e incompetência, pois a maior parte dos


comportamentos de crianças com TDAH é decorrente da dificuldade, incompetência e
inabilidade, mais do que por teimosia. Sabendo distinguir essa importante diferença, os pais
podem reduzir as punições inadequadas e promover comportamentos mais desejáveis

Há uma tendência destes em agir punitivamente depois que os filhos cometem erros, e a
proposta aqui é criar ações antecipadas e preventivas

Boa parte dos comportamentos inadequados de crianças com distúrbios externalizantes


manifesta-se e é mantida pelos déficits em habilidades sociais apresentados pelos próprios
pais e no monitoramento do comportamento dos filhos, tornando imprescindível o
treinamento dessas habilidades3

Os problemas causados pelo TDAH parecem ser uma combinação de três categorias que estão
interrelacionadas, sendo elas: a baixa inibição de respostas, o baixo autocontrole e problemas
com as funções executivas.

Assim, saber se as crianças apresentam TDAH é de limitada importância para predizer seu
futuro ou para elaborar tratamentos.

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