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MANUAL DE PIBS

MANUAL CONFORMAÇÃO

PRODUTOS DE INVESTIMENTO
COM BASE EM SEGUROS (PIBS)

Objetivos Gerais:

 Distinguir as tipologias de produtos de investimento;


 Identificar as vantagens e desvantagens das aplicações em PIBS;
 Enumerar os riscos financeiros assumidos pelos Tomadores de
seguros;
 Compreender o funcionamento dos mercados de produtos de
poupança.

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MANUAL DE PIBS

Índice

1. Produtos de Investimento ...........................................................................................................................3


1.1 Termos e Condições dos Produtos de Investimento ..........................................................................3
2. Capitais e Rentabilidades garantidas vs Riscos Financeiros assumidos pelos Tomadores de seguros .. 10
2.1 Conceito de Prémio Líquido.............................................................................................................. 10
2.2 Benefícios garantidos e não garantidos dos Produtos de Investimento com Base em Seguros –
PIBS 12
2.3 Vantagens e desvantagens das aplicações em PIBS para os tomadores de seguros ..................... 13
2.4 Riscos Financeiros assumidos pelos tomadores de seguros/ investidores..................................... 14
2.5 Apólices associadas ao Ramo Vida e outros Produtos de Poupança .............................................. 15
2.6 Mercados de Produtos de Poupança ............................................................................................... 17
A. Breve caraterização dos produtos de poupança ............................................................................. 17
B. A Evolução dos mercados de poupança e o seu peso no PIB .......................................................... 17
C. A poupança como alavanca do crescimento económico................................................................. 19
D. A poupança como instrumento de sustentabilidade das gerações futuras ................................... 20
E. A poupança associada à rentabilidade financeira ........................................................................... 22
F. A poupança e os retornos financeiros para benefícios garantidos e não garantidos .................... 23

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1. Produtos de Investimento

1.1 Termos e Condições dos Produtos de Investimento

Conceito de Produtos de Investimento

O conceito de Produto de Investimento confunde se por vezes com Investimento, o que em termos
económicos se traduz no capital que se aplica durante um determinado prazo para obter um
rendimento.

Este conceito aplicado a Produtos Financeiros, é tratado no âmbito do modulo de “Mercados de


Seguros e Mercados Financeiros Relevantes” quando se abordam os diversos tipos de mercados
financeiros e os diversos produtos financeiros neles transacionados (ações, obrigações, moeda
estrangeira, divida pública, commodities, etc.) que ocorrem como investimento.

O conceito de Produtos de Investimento com base em Seguros

Um produto de investimento com base em seguros é assim um contrato de seguro (portanto uma
apólice de seguro) que oferece um prazo de investimento ou um valor de resgate, sempre que esse
prazo de investimento ou esse valor de resgate se encontrem total ou parcialmente expostos, de
forma direta ou indireta, a flutuações de mercado.

Convém assim diferenciarmos os produtos de investimento com base em seguros, vistos como uma
poupança de médio prazo para os seus tomadores, face a alternativas referenciadas normalmente
como sem risco aparente (o que tecnicamente não é assim, face aos diversos riscos intrínsecos a
cada negócio) como os investimentos em depósitos a prazo, ou certificados de depósito.

Definição de Produtos de Investimento com base em Seguros:

Deste modo definimos “Produtos de Investimento com base em Seguros” como sendo produtos de
seguros que oferecem um prazo de vencimento, ou um valor de resgate, sempre que esse prazo de
vencimento ou valor de resgate se encontre total ou parcialmente exposto de forma direta ou
indireta a flutuações de mercado.

Tendo presente os ensinamentos apreendidos na sequência da crise financeira de 2008, a União


Europeia desenvolveu regulação especifica sobre o tema – Regulamento (EU) nº 1268/2014 do
Parlamento e do Conselho de 26 de Novembro, designado de PRIIPs e que entrou em vigor em 01
de janeiro de 2018.

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Mas o que significa PRIIPs?

São os pacotes de produtos de investimento de retalho e de investimento com base em seguros


cujo acrónico PRIIPs resulta do inglês “Packaged Retail and Insurance-based Investment Products”.

Esta regulamentação relativa aos PRIIPs pretende harmonizar a informação pré-contratual prestada
aos investidores não profissionais na comercialização e venda com ou sem aconselhamento. O
principal objetivo é de aumentar a proteção, transparência e comparabilidade de produtos para os
tomadores de seguros, na sua qualidade de investidores não profissionais

Que tipo de PRIIPs existem?

Sendo os PRIIPs produtos de investimento de retalho (portanto destinados a investidores não


profissionais) que independentemente da sua forma jurídica, refletem o facto de os montantes a
reembolsar estarem sujeitos à exposição a valores de mercado de um ou mais ativos adquiridos.

Especificamente quando estamos perante produtos de investimento baseados em seguros, os


valores de vencimento e/ou resgates estão expostos direta ou indiretamente às flutuações de
mercado.

São classificados como PRIIPs por exemplo:

- Seguros ligados a fundos de investimento (unit-linked);

- Operações de Capitalização, cujo valor de vencimento ou resgate está ditado por flutuações
de mercado

- Operações de capitalização com participação em resultados

- Operações de seguros financeiros que tenha resultados total ou parcialmente ligados a


flutuações de mercado.

- Produtos estruturados

- Depósitos estruturados

- Produtos Derivados

São excluídos dos PRIIPs um conjunto de produtos transacionados nos mercados financeiros tais
como:

- Fundos de Pensões fechados ou abertos (de adesão individual ou coletivas) por estarem
destinados a atribuírem rendimentos na reforma independentemente de serem de
contribuição definida ou de rendimento definido

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- Seguros não-Vida

-Seguros de Vida que cubram exclusivamente o risco de morte, incapacidade causada por
acidente, doença ou invalidez

- Seguros de Vida grupo que a lei nacional, reconheça como financiando planos de pensões
profissionais

- “Produtos de pensões” de caracter individual, relativamente aos quais se exige uma


contribuição do empregador e o empregado não pode escolher nem produto nem prestador
(exemplo - PPR Empresa)

- Ações, obrigações

- Depósitos a prazo estruturados, ou seja, cuja remuneração está associada a um indexante

Condições de Funcionamento dos PIBS

Como vimos acima o regime regulatório aplicado aos PIBS, entrou em vigor em 01 de janeiro de
2018.

Ora o PRIIPs aplica-se basicamente para aquisições/subscrições efetuadas pelos tomadores de


seguros/investidores no mercado secundário.

O que é o DIF (documento de informação fundamental)?

O DIF é a peça fundamental a disponibilizar ao investidor. Esta peça documental autónoma, é


prévia á aquisição/subscrição pelo investidor/tomador de seguro.

O DIF é elaborado pelos produtores de PRIIPs (sejam eles Fundos de Investimento ou Empresas de
Seguros do Ramo Vida) e destina-se aos clientes não profissionais, de modo a estes
compreenderem os principais riscos e dos PRIIPS, bem como a sua comparabilidade.

Assim as pessoas que vendem ou prestam consultoria sobre PRIIPs, como os mediadores de
seguros (neste caso agentes ou corretores) devem fornecer o DIF previamente aos clientes.

Estes devem ficar vinculados, via DIF, aos contratos enquadráveis nos PRIIPs.

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Quem deve fornecer o DIF?

O DIF é de fornecimento gratuito e pode sê-lo em três tipos de suporte:

- Em papel A4

- Noutro suporte duradouro diferente de papel

- Através de um sítio na web

No caso de o cliente optar por suporte em sítio web (isto é, se o mesmo for adequado à transação)
recebe a notificação via o endereço eletrónico fornecido, explicando como o documento fica
disponível.

Importa esclarecer aqui o conceito de “suporte duradouro. Trata se, de qualquer instrumento que
permita ao cliente armazenar informações que lhe sejam fornecidas, de modo a que possam ser
consultadas posteriormente durante um período adequado aos fins a que se destinam, e que
permita a reprodução exata das informações armazenadas.

São exemplo de “suporte duradouro” o disco rígido do computador, as pen USB, os cartões de
memória, o CD-ROM, o DVD.

Elementos fundamentais do DIF

O DIF é composto por 6 secções:

1. “Em que consiste este produto?”, onde se enuncia a natureza e principais características do
PRIIP;

2. “Quais são os riscos e qual poderá ser o meu retorno?”, onde se expõe de forma breve o
nível de risco do PRIIP (designadamente através de um indicador sumário de risco com uma
escala numérica de 1 a 7, correspondendo 7 ao risco maior), a perda máxima potencial do
capital investido, quatro cenários possíveis de desempenho do produto e respetivos
pressupostos, as condições de retorno, se aplicáveis, e a indicação de que a legislação fiscal
do Estado membro de origem do investidor não profissional pode ter impacto no retorno
efetivo;

3. “O que sucede se [nome do produtor do PRIIP] não puder pagar?”, onde se menciona a
eventual existência de um sistema de indemnização ou de garantia dos investidores não
profissionais, e, se existir, quais as condições de cobertura e exclusões;

4. “Quais são os custos?”, onde se referem os custos totais associados ao PRIIP e o impacto
desses custos no retorno anual do PRIIP;

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5. “Por quanto tempo devo manter o PRIIP? E posso fazer mobilizações antecipadas de
capital?”, onde se menciona se existe período de reflexão ou anulação, se existe período de
detenção recomendado ou mínimo exigido e quais as consequências de um resgate do
produto antes do vencimento ou do período de detenção recomendado, indicando as
comissões e penalizações aplicáveis neste caso;

6. “Como posso apresentar queixa?”, onde se indica como se pode apresentar reclamação,
seja do PRIIP, seja da conduta do seu produtor, comercializador ou pessoa que sobre o
mesmo prestou um serviço de consultoria.

Em certos casos, existe ainda a obrigação de, no DIF, após as secções iniciais, constar a seguinte
advertência ao investidor não profissional: “Está prestes a adquirir um produto que não é simples e
cuja compreensão poderá ser difícil”.

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MODELO PARA O DIF “DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO FUNDAMENTAL”

(PT Jornal Oficial da União Europeia 12.4.2017)

Os produtores de PRIIP devem respeitar a ordem e os títulos das secções estabelecidos no modelo,
para o qual não se fixam, todavia, parâmetros relativamente à extensão de cada secção nem à
localização das mudanças de página, e que, quando impresso, deve ter, no máximo, um total de
três páginas em formato A4.

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Quando pode a DIF ser alterada?

A DIF pode ser alterada pelos produtores (sejam eles Fundos de Investimento ou Empresas de
Seguros Vida) pelo menos uma vez por ano, no quadro de um reexame, quando se verificar:

 se as informações do DIF permanecem conformes com os requisitos em matéria de forma e


de conteúdo previstos na legislação europeia sobre PRIIPs;
 se existem alterações no nível de risco do PRIIP;
 se o retorno correspondente ao cenário de desempenho moderado do PRIIP variou em mais
de 5%.

Quando a DIF for alterada pelo produtor deve comunicar aos subscritores/tomadores de seguros,
deve identificar e especificar as alterações em causa, referir o local e modo de consulta do DIF
revisto e referir, se aplicável, a informação relativa aos direitos que assistem aos clientes nos
termos legais e contratuais, em consequência das alterações que motivaram a revisão do DIF. Mas
não implica, necessariamente, o envio ao cliente do DIF revisto.

2. Capitais e Rentabilidades garantidas vs Riscos Financeiros assumidos pelos


Tomadores de seguros

SEGUROS LIGADOS A FUNDOS DE INVESTIMENTO

Quando falamos em Seguros ligados a Fundos de Investimentos naturalmente que convém


clarificarmos alguns conceitos associados aos seguros.

2.1 Conceito de Prémio Líquido

O prémio líquido do seguro é um conceito diferente para o tomador do seguro e para as empresas
de seguros.

- Para o Tomador de seguro, assim como para o Investidor não profissional, este conceito é
normalmente associado ao do preço total pago pelo investimento efetuado, designado de Prémio
Total.

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O Prémio Total pode ser decomposto em:

Prémio Despesas de Prémio de Despesas de Prémio


Puro ou de Gestão Inventário Aquisição Comercial
Risco ou Cobrança ...

Custos de Prémio Taxas e


Emissão/ Prémio Total
Bruto Impostos
... Alteração

- Para a Empresa de seguros o Prémio Líquido é o valor que efetivamente retém para fazer face ao
compromisso de pagamento no vencimento aos beneficiários, portanto deduzido das despesas de
gestão e administrativas bem como de impostos.

Para melhor análise pode ser consultado o seguinte documento do regulador do setor:
https://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/ED73E9DA-5393-4967-9FDE-
77FAF1DC85FE/0/VidaePPoun%C3%A7a.pdf

Nos seguros ligados a Fundos de Investimentos também classificados de instrumentos de captação


de aforro estruturados (ICAE) na medida em que assumam a forma jurídica de contrato de seguro
existem características específicas tais como, o mínimo de 12 fundos na sua constituição de modo a
dispersar o risco para os tomadores dos seguros.

Assim deste modo o subscritor ou tomador do seguro adquire unidades de participação


representativas do capital investido, as quais se traduzem em valores líquidos à data da sua
aquisição (prémio líquido).

Esta forma de investimento sob a alçada de seguros permitem flexibilidade na subscrição e no


resgate a todo o tempo, observando porém as regras definidas na apólice.

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2.2 Benefícios garantidos e não garantidos dos Produtos de Investimento com Base em
Seguros – PIBS

Como referimos anteriormente, os PIBS podem enquadram-se nos seguros de vida financeiros.

Estes podem assumir perante o tomador de seguros/ investidor duas características diferentes, de
garantia ou não, para o capital ou para a rentabilidade.

Assim poderemos ter:

- Capital garantido;

- Rentabilidade garantida;

- Capital não garantido;

- Rentabilidade não garantido;

- Ou um Mix de capital garantido e rentabilidade não garantida;

- Ou um Mix de garantia temporária para o capital (um, dois ou três anos) com rentabilidade
garantida ou não.

Deste modo, quando referimos acima o papel das unidades de participação dos fundos de
investimento (associados a seguros ou não), estamos a falar da “quota parte” de um investimento
efetuado por um tomador de seguros a qual inclui capital e rentabilidade e traduz o seu valor no
mercado numa determinada data. Deste modo falamos da volatilidade dos mercados associada a
este tipo de investimento, que se enquadra no que acima referimos de capital e/ou rentabilidade
não garantidas.

Um dos aspetos mais importantes a salientar nestes produtos é que os rendimentos estão
incorporados no valor das unidades de participação, passando deste modo o risco de investimento
a ser assumido pelo segurado.

Este tipo de seguros permite uma grande flexibilidade quer quanto ao pagamento dos prémios,
quer quanto aos montantes, quer quanto à periodicidade, e possibilitam a transferência entre
fundos com diferentes perfis de risco (Match ou Switch).

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Exemplo de PIBS com capital garantido temporário:

https://www.sgf.pt/wp-content/uploads/2019/09/Documento-Informativo-PPR-SGF-Poupan%C3%A7a-
Garantida.pdf

Exemplo de PIBS sem garantia de capital:

https://www.sgf.pt/wp-content/uploads/2019/09/Documento-Informativo-PPR-SGF-Poupan%C3%A7a-
Din%C3%A2mica.pdf

2.3 Vantagens e desvantagens das aplicações em PIBS para os tomadores de seguros

Vantagens

As principais vantagems associadas a este tipo de investimento são:

1 – O facto de terem uma equipa de gestão ativa, permite que o fundo possa comprar e vender
ativos financeiros ajustados com o momento do mercado financeiro e, dessa forma, tentar obter
melhor rentabilidade.

2 – Permitem aos investidores adquirir instrumentos financeiros de forma mais barata do que se
fossem adquiridos diretamente no mercado financeiro.

3 – Permitem maior grau de diversificação (uma das boas práticas para o investimento).

4 – Antes da subscrição, o investidor conhece os custos de subscrição (tradicionalmente


denominada comissão de subscrição), de resgate (comissão de resgate), os rácios e tipologia de
ativos que irão constituir a carteira do fundo ao longo do tempo.

5 – De acordo com o risco e rentabilidade que o investidor pretende assumir, existem centenas de
opções que se pode escolher, entre fundos geridos em Portugal e fundos estrangeiros.

6 – Em muitos casos, especialmente nos fundos geridos e comercializados pelas seguradoras


(normalmente denominados unit linked) e nos fundos imobiliários, pode obter um regime fiscal
mais favorável.

7 – Os pequenos investidores podem aceder a mercados e produtos financeiros que de uma forma
direta não conseguiriam, atendendo aos montantes elevados que são necessários para investir
diretamente.

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Desvantagens

As principais desvantagems associadas a este tipo de investimento são:

1 – Os custos de subscrição e resgate;

2 – As volatilidades dos mercados associados a estes fundos.

Volatilidade: significa pura e simplesmente movimento. Esta expressão é normalmente usada para
denominar um indicador do grau de variação das cotações (frequentemente o desvio-padrão das respetivas
taxas de rentabilidade) de um determinado ativo em determinado período. É, pois, uma variável que mede a
intensidade das oscilações nas cotações de um ativo financeiro, seja uma ação, unidade de participação num
fundo de investimento ou um índice, considerado um determinado período de tempo. Trata-se de uma
variável utilizada para mensurar o risco de um determinado ativo.

2.4 Riscos Financeiros assumidos pelos tomadores de seguros/ investidores

Os Riscos Financeiros assumidos pelos tomadores de seguros/ investidores são os riscos intrínsecos
ao tipo de produto subscrito.

Estes riscos estão refletidos essencialmente no indicador de volatilidade do respetivo ativo


financeiro (fundo de investimento ou fundo de investimento ligado a seguros) e dividem-se
basicamente em risco único e risco de mercado.

Sendo os fundos de investimento ligados a seguros (também designados de fundos Unit-Linked),


compostos por vários tipos de ativos, o referido risco único é um agregador dos riscos de cada um
dos ativos que compôem o fundo.

O risco de mercado (designado de Beta) é um risco que correlaciona a volatilidade dos restantes
ativos não incorporados no fundo, com o próprio fundo.

Os principais riscos podem ser identificados como:

 Riscos de Capital: Risco de o montante a receber pelo investidor vir a ser inferior ao capital
investido.
Por capital investido entenda-se todos os desembolsos suportados pelo investidor, seja a
título de preço, margens, custos ou outro tipo de encargos.
 Riscos de Rendimento: Nível de incerteza quanto à taxa de rentabilidade que um dado
investimento ou aplicação financeira irá proporcionar.
 Risco de Liquidez: Risco de ter de esperar muito tempo ou incorrer em custos elevados
(designadamente por ter de vender a um preço inferior ao valor económico real) para
transformar em moeda um dado instrumento financeiro.

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 Riscos de Match associados à composição: É um risco associado à troca de ativos de uma


carteira de uma entidade gestora para outra, do mesmo perfil de risco. Esse risco está
associado à diferença da composição das carteiras para o mesmo tipo de perfil. Está sempre
associado a pedidos de transferência pelo investidor/ tomador de seguro.
 Risco de Switch, associado à mudança de perfil pelo investidor: É o risco associado à troca de
perfil pelo investidor/ tomador de seguro na mesma entidade gestora. Este risco é
normalmente incorrido por iniciativa do investidor/ tomador de seguro, destinado a
capturar mais ou menos rentabilidade face ao perfil subscrito.

2.5 Apólices associadas ao Ramo Vida e outros Produtos de Poupança

Vejamos esquematicamente como funcionam os seguros associados ao ramo vida com poupança:

Tomador de
Seguro

Prémio para
Prémio de Capitalização riscos e despesas

Rendimento Non Unit-Linked Fund Custos de Gestão


Unit-Linked Fund

Morte Morte
Resgate
Vencimento
Tomador de
Seguro

As apólices de seguro do ramo vida financeiro, são pela sua natureza produtos de poupança em que
os tomadores subscrevem um determinado risco de recebimento de capital contra o pagamento de
um prémio único ou continuado, findo um determinado prazo. Os tomadores de seguro podem
assumir aqui o papel de pessoas seguras e/ou de beneficiários, no caso de se tratar de subscrições
individuais. Os produtos de vida assim configurados, podem ver acrescidas coberturas
complementares à de poupança, como danos físicos pré-determinados.

Estes seguros garantem uma poupança que é valorizada em função da tipologia de garantias de
rendimento, ou de participação de resultados.

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Conceito de Unit-Linked

Os seguros unit linked (ou seguros ligados a fundos de investimento) são seguros de vida de capital
variável em que o valor a receber pelo beneficiário depende, no todo ou em parte, de um “valor de
referência” constituído por uma ou mais “unidades de participação” (UP). Significa que as UP estão
ligadas (ou são parte de) um determinado fundo ou carteira de investimento específicos,
permitindo a escolha de um tipo de aplicações que se identifique com o perfil e a estratégia do
investidor. O valor do investimento pode sofrer flutuações, dado que a cotação das UP pode subir
ou descer livremente. No entanto, como se trata de produtos de médio e longo prazo, esse risco
tende a diminuir com o tempo e normalmente as rendibilidades no médio prazo são superiores aos
tradicionais produtos de poupança.

Cuidados a ter na subscrição de produtos de investimento com base em seguros

A. Adequação do produto ao perfil do tomador:

- O distribuidor deve assegurar que o produto aconselhado é o mais adequado ao perfil do cliente
ou ao potencial cliente, nomeadamente:

 às suas preferências;
 aos seus objetivos;
 ao seu nível de tolerância ao risco;
 à sua capacidade para suportar perdas.

Deste modo, importa essencialmente avaliar o perfil do tomador (DIF) e produzir ou não o
respetivo aconselhamento.

B. Adequação com aconselhamento:

- Avaliar corretamente o produto apresentado ao cliente, solicitando-lhe:

 informações sobre os seus conhecimentos e matérias de investimentos relevantes para o


tipo específico de produto em questão;
 informação sobre a sua estrutura financeira, nomeadamente a sua capacidade para suportar
perdas;
 objetivos do seu investimento, designadamente a sua tolerância ao risco.

C. Adequação sem aconselhamento:

- Sempre que o tomador do seguro não queria fornecer as informações necessárias à avaliação do
seu perfil de risco, para ajustar à complexidade do produto, o mediador de seguros deve:

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 advertir o cliente para o não ajustamento do produto ao perfil que desconhece;


 advertir o cliente de que a informação prestada é insuficiente e portanto não se encontram
em posição adequada de avaliar o caráter apropriado do produto.

2.6 Mercados de Produtos de Poupança

A. Breve caraterização dos produtos de poupança

Os produtos de poupança comercializados nos mercados de seguros são produtos de médio e longo
prazo, que visam contribuir para um complemento de reforma (segundo pilar do sistema de
segurança social – quando desenvolvidos a partir da iniciativa de entidades empregadoras, sendo
decorrentes de imposições da contratação colectiva ou voluntária; ou terceiro pilar do sistema de
segurança social – quando gerados por iniciativa individual).

No que concerne ao segundo pilar destacam-se os Fundos de Pensões Fechados, Fundos de


Pensões Abertos, os PPR’s associados a um fundo de poupança reforma (com ou sem participação
contribuitiva).

No que concerne ao terceiro pilar destacam-se os Planos Poupança Reforma (PPR’s), os Planos
Poupança Educação (PPE), os Planos Poupança Reforma/ Educação (PPR/E).

B. A Evolução dos mercados de poupança e o seu peso no PIB

É de salientar que o consumo é um ato económico e social que permite a satisfação de uma
necessidade e que, por vezes, implica a destruição dos bens utilizados e, noutras, os bens vão
satisfazer necessidades durante um certo período. O aumento do consumo tem consequências
socioeconómicas, políticas e ambientais. O consumo está pendente de fatores económicos e
extraeconómicos.
Quanto à Poupança, ela corresponde à parte do rendimento disponível das famílias que não é gasta
em bens de consumo, e tem utilização futura. A poupança é uma condição necessária, mas não
suficiente, para que haja crescimento económico, porque sem poupança não há investimento, mas
se não for investida não vai contribuir nem para o crescimento económico nem para o
desenvolvimento económico.
Em Portugal, o comportamento destas variáveis não tem sido muito satisfatório, pois os
portugueses estão a poupar cada vez menos. Acredita-se que esta tendência de queda começou
com a entrada no euro e só foi interrompida nos anos de crise.

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A evolução da poupança das famílias depende de vários fatores, como a idade, o rendimento, a
riqueza e o acesso aos mercados de seguros e crédito. Outras variáveis importantes prendem-se
com o aumento da esperança de vida e o envelhecimento demográfico.
Após o início da crise financeira (2008), a taxa de poupança dos portugueses registou uma subida.
Esta evolução prendeu-se, fundamentalmente, com o adiamento das decisões de consumo e a
preocupação das famílias em aforrar devido a um ambiente de maior incerteza, dada a maior
precariedade do emprego e a expectativa de reformas mais reduzidas no futuro.

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Podemos observar o crescimento da poupança das famílias ao longo dos últimos 20 anos, de onde
se conclui que o saldo acumulado de poupança bruta tem crescido. E reflete o ciclo das crises
vividas.

Fonte: Estatística ASF

No que concerne à poupança de médio prazo sob a forma de seguros de vida, atingiu em 2018
6.346 milhões de euros, onde se destaca o peso acentuado dos seguros ligados aos fundos de
investimento (PIBS) – 1.767 milhões de euros.

C. A poupança como alavanca do crescimento económico

Numa economia todo o rendimento gerado, tem como destino o consumo ou a poupança. Ou seja
podemos assim definir poupança como consumo diferido.

A propensão para poupar é normalmente traduzida pela taxa de poupança.

Em Portugal a taxa de poupança tem vindo a reduzir-se como vimos nos gráficos acima.

A poupança traduz-se numa equação de investimento (S = I).

Deste modo, para que uma economia possa crescer, terá necessariamente de investir. Esse
investimento terá que ser financiado com um produto de poupança interna ou externa
(empréstimos do exterior).

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MANUAL DE PIBS

Aqui se depreende a necessidade de se captar a poupança das famílias. E dos instrumentos para
esse efeito destamos os Seguros de Vida Financeiros (de que temos vindo a falar).

D. A poupança como instrumento de sustentabilidade das gerações futuras

Se a poupança é como acabamos de referir, consumo futuro, naturalmente a mesma irá traduzir-se
num instrumento de sustentabilidade da Economia.

Num artigo do Jornal Económico sobre a Poupança, data 30 Outubro 2018, é demonstrado o
seguinte:

“Na sociedade portuguesa atual, a frágil situação demográfica tem consequências importantes na
poupança das famílias. O sistema das reformas e das pensões parece estar sobrecarregado com o
envelhecimento da população que, com o aumento da esperança de vida e acompanhado por uma
taxa baixa do rejuvenescimento geracional, os portugueses deveriam equacionar vários
instrumentos de poupança para terem capital disponível para depois da vida ativa.

“Vivemos mais tempo, a esperança de vida cresce”, disse Pita Barros, da Universidade Nova. “As
mulheres vivem mais 22 anos e os homens mais 18 anos, por comparação com 2001”. Quer isto
dizer que “o aumento do tempo na idade da reforma, significa que há menos tempo relativo de
acumulação de riqueza e uma maior relevância do planeamento a longo prazo para as pessoas se
protegerem contra a falta de rendimento, despesas inesperadas com a saúde”, alertou.

O problema agrava-se quando se olha para a taxa de poupança das famílias portuguesas. Segundo
os dados avançados pelo Eurostat em julho passado, relativos ao primeiro trimestre de 2018, a taxa
de poupança das famílias portuguesas foi de apenas 4%. Ou seja, apenas 4% do rendimento dos
portugueses foi canalizado para a poupança. Um valor abaixo da média dos países que integram a
zona euro (12%) e a União Europeia (10%).

“A poupança das famílias portuguesas é a mais baixa da UE”, disse Fernando Alexandre. Uma
explicação possível para a baixa taxa de poupança das famílias portuguesas reside nas garantias do
Estado social que não incentivam à poupança, explicou. “Quando olhamos para o Estado social em
Portugal, vemos um Estado que garantiu o acesso ao Serviço Nacional de Saúde; o mesmo
acontecendo na educação, cujo acesso se massificou e é quase inteiramente grátis e há um sistema
das pensões de reformas extremamente generoso, só sendo ultrapassado pelo ‘suspeito do
costume’, a Grécia”, disse.

Contrariamente aos povos do norte e do centro da Europa, onde se incluem a Suécia, a Dinamarca
e a Suíça, as famílias portuguesas não encaram os mercados de capitais como um instrumento
válido para a poupança. Para os dois professores, a “compra de casa própria é um grande ativo”
para a poupança. “Em Portugal, só 2% das pessoas vêem nas ações e nas obrigações um
instrumento de poupança”, disse Pita Barros.

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MANUAL DE PIBS

“Em Portugal, existe uma aversão ao risco”, disse Pita Barros. Outra explicação para o afastamento
dos portugueses ao mercado de capitais reside numa razão de índole “cultural”, afirmou Emilia
Vieira. Esta gestora de ativos considerou ainda que em Portugal, “as pessoas confundem risco com
volatilidade”. E explicou que “o risco é a probabilidade da perda permanente do capital”, deixando
o conselho que “a margem de segurança [ao investir-se em ações] é a diferença entre quanto vale o
ativo e quanto é que se paga por ele”.

Certo é que “a maior aplicação que os portugueses fazem com as suas poupanças é no imobiliário”,
afirmou Fernando Alexandre, o que corresponde a outro “incentivo dado pelo Estado português,
através do crédito bonificado que perdurou até aos anos 2000. “A cada três euros de empréstimo à
habitação, dois euros eram bonificados”, explicou. No entanto, alertou que “se olharmos para as
gerações mais novas, o crédito à habitação para pessoas com menos de 30 anos não existe”.

Atualmente, e em linha com Pita Barros, Fernando Alexandre revelou que em Portugal, “mais de
60% da riqueza financeira está em depósitos a prazo, no valor de quase 140 mil milhões de euros, o
que se aproxima do PIB português”.

O investidor Pires Silva, em linha com Emília Vieira, argumentou que o investimento em ações das
empresas pode constituir um instrumento válido para a poupança dos portugueses. Ao analisar a
performance do mercado norte-americano, o antigo trader revelou que este mercado “cresceu
durante 75% do tempo, desde 1950”. “E, no mesmo período, a economia norte-americana cresceu
77%”.

Assim, defendeu que o objetivo não é comprar hoje para vender amanhã, mas sim “estar presente
no mercado porque o grande risco para a vida financeira das pessoas é sistematicamente estarem
sub-investidos ou completamente ausentes do mercado durante o tempo em que este sobe”.

Neste sentido, Emília Vieira sustentou que “é importante ter um horizonte de longo prazo quando
se investem em ações”. A paciência parece recompensar e trazer retornos porque “nos últimos 120
anos, as ações ganharam em média 9,5% [por ano], portanto, seis pontos percentuais acima da
inflação”, disse.”

PEPP (Pan-European Personal Pension Product)

A União Europeia vai introduzir, pela primeira vez, no mercado dos planos de poupança individual
um novo produto, intitulado de PEPP (Pan-European Personal Pension Product). Regulamento (UE)
2019/1238 do Parlamento Europeu e do Conselho de 20 de junho de 2019, o qual entrará em vigor
na mesma data de 2020.

Link do regulamento:

https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32019R1238&from=EN

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MANUAL DE PIBS

O PEPP passará a ser fornecido por um largo espetro de operadores financeiros, o que o tornará
mais competitivo. Os subscritores do produto terão seis possíveis opções de investimento à escolha
e poderão alterar o perfil da sua aplicação cada cinco anos sem quaisquer encargos adicionais. Será
também portável, pois os investidores poderão mudar de residência dentro da União Europeia,
mantendo a sua contribuição e sem quaisquer sobrecargas. Haverá um PEPP básico, uma opção
mais simples de poupança, com custos controlados.

As autoridades europeias consideram que o lançamento do novo produto de poupança representa


umas das medidas chave no projeto da Comissão de unificar o mercado de capitais na Europa. É
ainda visto como um importante instrumento de poupança, estimulando o aforro e possibilitando
canalizar capital para as empresas.

O novo produto vem reforçar a necessidade de complementar as pensões atribuídas pelo Estado,
uma vez que o modelo de repartição em que assentam apresenta dificuldades de satisfazer os
níveis de remuneração na reforma desejada pelos contribuintes. As mudanças demográficas e,
sobretudo, o menor ritmo de crescimento das economias, face ao que registavam quanto foi
implantado o esquema previdencial que existe, e, em consequência, a sua menor capacidade para
gerar receita para a segurança social introduzem maior incerteza no esquema público. A dúvida de
que a segurança social pública garanta as pensões de reforma pretendidas leva os cidadãos a
procurar soluções complementares para as suas reformas.

Em Portugal, é crónica a dificuldade de contribuir para outro sistema de pensões além do público,
dado o nível de rendimento médio e a opção pela satisfação de outras necessidades. No entanto, os
benefícios fiscais de um “PPR comunitário” podem tornar motivadora a sua subscrição.

E. A poupança associada à rentabilidade financeira

Rentabilidade dos PPR

Os Seguros Vida - PPR são os adequados para os investidores menos propensos ao risco e podem
ou não garantir capital e rendimento mínimo.

Avaliação da poupança – Rendibilidade dos Planos Poupança-Reforma face aos instrumentos


tradicionais

Os valores investidos em Unit-Linked evoluem em função da cotação das respetivas unidades de


participação.

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MANUAL DE PIBS

Fundos PPR

Uma vez que os fundos PPR se encontram divididos em unidades de participação é possível
acompanhar a evolução do investimento, sendo o valor publicado pelo menos uma vez por mês,
por parte dos produtores dos produtos (podem ser seguradoras vida ou fundos de investimento).

Na altura do reembolso e após dedução dos custos suportados pelo fundo (ex: compra e venda de
títulos) e eventuais comissões, são recebidos os montantes aplicados e a totalidade dos
rendimentos líquidos gerados pelos PPR’s.

F. A poupança e os retornos financeiros para benefícios garantidos e não garantidos

Análise da rendibilidade dos PPR’s face aos instrumentos tradicionais.

O principal objetivo é encontrar a melhor performance dos instrumentos financeiros sendo que,
aqueles que geram maior rendibilidade serão também, previsivelmente, aqueles que apresentam
maior risco.

De acordo com Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões “ o risco deve ser
interpretado como a incerteza (ou volatilidade) relativamente ao retorno esperado, pelo que
investimentos em ativos financeiros que apresentam um elevado risco podem traduzir-se,
especialmente em horizontes temporais curtos, em rendibilidades negativas (ou seja, perda de
valor) ”.

É relevante analisar a performance anual dos PPR’s (instrumentos financeiros) no âmbito de um


horizonte temporal alargado dado que estes produtos são investimentos de longo prazo.

São múltiplos os produtos financeiros disponíveis para aplicar a poupança.

As instituições de crédito comercializam uma ampla gama de produtos de poupança, tais como
depósitos simples, contas de poupança, depósitos indexados e duais, com diferentes rendibilidades
e riscos.

São produtos bancários sujeitos à supervisão do Banco de Portugal onde o aforrador estabelece
uma relação contratual com a instituição de crédito.

A poupança pode ser igualmente aplicada em instrumentos financeiros com base em seguros PIBS,
tais como, Fundos de Investimento. Estes produtos podem ser adquiridos junto de instituições de

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MANUAL DE PIBS

crédito, de empresas seguros e seus distribuidores. Neste caso a supervisão é da compentência da


ASF.

Podem também adquirir-se planos de poupança, tais como os Planos de Poupança Reforma ou PPR,
comercializados através das instituições de crédito ou de seguradoras. Estes produtos podem estar
associados a seguros ou a fundos de investimento.

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