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MANUAL DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

MANUAL
BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS
ÍNDICE

Objetivos Gerais:

 Identificar as medidas preventivas face ao branqueamento de


capitais
 Identificar hipotéticas situações e/ou tentativas de branqueamento
de capitais
 Saber o tipo de atuação que deverão ter mediante determinada
operação que lhes seja solicitada e que possa estar abrangida no
âmbito de previsão da Lei do Branqueamento de Capitais

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MANUAL DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

ÍNDICE

Objetivos Gerais: ........................................................................................................................... 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3

1 – BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS ............................................................................................. 4

1.1 – Conceito de Branqueamento de Capitais......................................................................... 4

1.2 – Financiamento de Terrorismo .......................................................................................... 5

1.3 – Autoconhecimento do risco ............................................................................................. 5

1.4 – Deveres e Procedimentos a Adotar.................................................................................. 8

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MANUAL DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

INTRODUÇÃO

O fenómeno do branqueamento de capitais suscita de imediato a ideia de um conjunto


de atividades ilícitas, cujos bens e fundos que geram carecem de adquirir uma
“roupagem legal”, de forma a iludir a sua origem criminosa. Assim procura-se
dissimular não só os crimes que lhe estão na origem, como também dissimular e
transformar os dinheiros oriundos da prática desses crimes utilizando-os como se
tratasse de rendimentos obtidos legitimamente.

As instituições financeiras constituem pois um dos instrumentos que, dado o tipo de


operações a que se dedicam, permitem aos agentes criminosos introduzir no circuito
financeiro avultadas somas de dinheiro, que após a sua entrada em circulação,
adquirem justificação legal justamente através dessas operações, diluindo-se a sua
origem criminosa.

O branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (doravante BC/FT)


acarretam efeitos económicos negativos, prejudicando gravemente a integridade e a
estabilidade das instituições e sistemas financeiros e não financeiros, desestimulando
o investimento em sectores produtivos e distorcendo fluxos internacionais de capital.

A Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto, estabelece medidas de natureza preventiva e


repressiva de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do
terrorismo (BC/FT), tendo vindo, em relação ao previsto na Lei n.º 25/2008, de 5 de
junho, a alargar o tipo de entidades obrigadas ao seu cumprimento, bem como o
catálogo de deveres e obrigações a estas aplicáveis. São dez os deveres gerais
aplicáveis às entidades obrigadas e, pese embora sejam de fácil enunciação, a sua
aplicabilidade e cumprimento podem-se revelar de difícil execução.

Como complemento à Lei mencionada, importa resalvar a Lei nº89/2017 de 21 de


agosto, que estabelece o regime jurídico de registo central de beneficiário efetivo. A
presente lei refere-se à prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de
branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo, e aprova o Regime
Jurídico do Registo Central do Beneficiário Efetivo (RCBE), previsto no artigo 34.º da Lei
n.º 83/2017, de 18 de agosto.

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1 – BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

1.1 – Conceito de Branqueamento de Capitais

O branqueamento de capitais é a transformação, por via de atividades criminosas que


visam a dissimulação da origem ou do proprietário real dos fundos, dos proventos
resultantes de atividades ilícitas, em capitais reutilizáveis nos termos da lei, dando-lhes
uma aparência de legalidade.

O processo de branqueamento engloba três fases distintas e sucessivas:

a) Colocação: os bens e rendimentos são colocados nos circuitos financeiros e não


financeiros;
b) Circulação: os bens e rendimentos são objeto de múltiplas e repetidas
operações, com o propósito de os distanciar da sua origem criminosa,
apagando (branqueando) os vestígios da sua proveniência e propriedade;
c) Integração: os bens e rendimentos, depois de reciclados, são reintroduzidos
nos circuitos económicos legítimos (por exemplo, através da sua utilização na
aquisição de bens e serviços)

O branqueamento de capitais pode assumir diversas formas:

 A troca de numerário por bens de elevado valor que podem ser facilmente
transferidos ou vendidos, mesmo com perda de valor, como por exemplo jóias,
automóveis, entre outros produtos;
 A troca de numerário por grandes quantidades de bens de menor valor, mas de
fácil comercialização como por exemplo bebidas alcoólicas;
 A compra de um bem proveniente de um crime, por troca de dinheiro ou outro
ativo, dando ao criminoso uma fonte de recursos aparentemente legítima;
 A evasão fiscal é um crime subjacente ao branqueamento de capitais. Por
exemplo, venda ou compra de bens de alto valor em numerário pode ser sub-
reportada para evitar o pagamento de impostos;
 Existem vários subsetores de comércio de bens elevado valor que envolvem
diferentes tipos de bens que podem ser adquiridos para branqueamento de
capitais;
 Os criminosos poderão apresentar-se atrás de estruturas complexas de
organização societária para disfarçar o propósito real de uma transação e
ocultar o beneficiário efetivo;

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 A venda de bens com reduzida margem de lucro e elevada liquidez, pagos em


numerário, adquiridos sob anonimato ou com dados de identificação do
adquirente e descrição do produto de forma imprecisa ou incompleta, em
documento de venda (fatura) que legitime a posse/propriedade, podendo
transformar valores obtidos de forma ilícita em ativo com aparência legal.

1.2 – Financiamento de Terrorismo

A prevenção e o combate ao financiamento do terrorismo constituem um enorme


desafio. Mas, ao contrário do que sucede no branqueamento de capitais, em que o
objetivo fundamental do branqueador é o de ocultar a origem dos fundos, no
financiamento do terrorismo um dos principais propósitos do financiador é ocultar a
finalidade a que os fundos se destinam, sendo que frequentemente, os montantes
envolvidos são relativamente baixos ou mesmo de origem lícita, tornando mais difícil a
deteção das situações em causa.

Na sua definição legal, o Financiamento de Terrorismo refere-se a:

Quem, por quaisquer meios, direta ou indiretamente, fornecer, recolher ou detiver


fundos ou bens de qualquer tipo, bem como produtos ou direitos suscetíveis de ser
transformados em fundos, com a intenção de serem utilizados ou sabendo que podem
ser utilizados, total ou parcialmente, no planeamento, na preparação ou para a prática
dos ações terroristas e no apoio direto ou indireto de grupos, organizações ou
associações terrorista (ver artigos 5.ºA, 2.º e 3.º da Lei n.º 52/2003, de 22 de agosto, e
sua alterações). Para que um ato constitua FT, não é necessário que os fundos
provenham de terceiros, nem que tenham sido entregues a quem se destinam, ou que
tenham sido efetivamente utilizados para cometer os factos nele previstos.

1.3 – Autoconhecimento do risco

As entidades obrigadas deverão, de forma introspetiva, analisar a atividade


profissional que exercem e identificar os riscos e vulnerabilidades associados à mesma,
no que concerne ao BC/FT. Se por um lado, um pequeno operador económico pode
aparentemente não representar um risco elevado, pode por outro passar a ser um alvo
apetecível, exatamente por não fazer uma avaliação de riscos e, deste modo, não
aplicar políticas e procedimentos para mitigar esses riscos.

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De acordo com o Guia de Orientação para a Prevenção e Combate ao Branqueamento


de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo da ASAE, deverão ser analisadas as
seguintes informações dos clientes:

Volume de negócios – Uma entidade obrigada com um volume de negócios elevado,


principalmente se esse volume derivar de elevado número de transações de montante
igual ou superior a € 15.000,00, estará potencialmente mais exposta ao risco de BC/FT
do que aquela entidade que apenas ocasionalmente lida com este tipo de transações.
A multiplicidade de transações de valor elevado leva a um risco acrescido de BC/FT,
por introduzir este tipo de transação num padrão de “normalidade”, que poderá
condicionar a autoavaliação do risco.

Número de empregados – Um número elevado de empregados a cargo da entidade


obrigada poderá influenciar o risco associado à atividade, porquanto os procedimentos
e políticas a adotar para mitigar os riscos de BC/FT deverão ser do conhecimento
destes ou, pelo menos, daqueles que se insiram em áreas como atendimento ao
público e promoção de negócios, angariadores ou comerciais. A necessidade de
controlo e difusão do conhecimento da temática será maior de acordo com a
dimensão da estrutura da entidade obrigada. Um maior número de empregados
poderá igualmente levar à necessidade de designação, pela entidade obrigada, de um
responsável pelo cumprimento normativo (Artigo 16.º da Lei n.º 83/2017), a quem
poderão/deverão recorrer os empregados, para esclarecer dúvidas sobre
procedimentos a aplicar.

Zonas geográficas em que opera – Se a entidade obrigada desenvolve a sua atividade


em/com países previamente identificados como contemplando maior risco de BC/FT
(ver n.º 3 do Anexo III da Lei n.º 83/2017), o risco de BC/FT que a sua atividade
comporta será necessariamente elevado.

Meios de pagamento e procedência dos mesmos – Uma entidade obrigada que lide
frequentemente com grandes quantias de numerário ou, por outro lado, com clientes
que utilizem meios de pagamento cuja rastreabilidade seja dificilmente garantida (Ex.:
Moedas virtuais, cartões de entidades bancárias situadas em centros offshore)
encontra-se mais exposta ao risco de BC/FT.

Nacionalidades dos clientes – Se a entidade obrigada lidar com clientes provenientes


de locais conhecidos pela produção/tráfico de estupefacientes, detentores de elevados
índices de corrupção, plataformas de branqueamento de capitais, promotores ou
apoiantes do terrorismo e promotores ou apoiantes da proliferação de armas de
destruição massiva, o risco de BC/FT é potencialmente elevado, podendo todas as
transações ser consideradas potencialmente suspeitas. Igual entendimento é aplicável
às relações de negócio ou transações ocasionais com clientes provenientes de países
terceiros de risco elevado ou sujeitos a sanções, embargos ou outras medidas

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restritivas ou contramedidas adicionais impostas, designadamente, pelas Nações


Unidas e pela União Europeia.

Realização de negócio através de agentes de representação – As relações de negócio


e as transações ocasionais realizadas sem a presença física do cliente, ou seja, feitas
através de agente de representação poderão potencialmente comportar um risco
maior de BC/FT do que aquelas em que o cliente é a pessoa com quem a entidade
obrigada se relaciona presencialmente. A utilização de intermediários nos negócios
poderá estar relacionada com o objetivo de ocultar a identidade do beneficiário
efetivo e, como tal, a proveniência e ilicitude do dinheiro envolvido.

Visando ajudar as entidades obrigadas, são abaixo indicados alguns fatores que podem
indiciar situações de risco, divididos entre fatores indiciadores de risco elevado ou de
baixo risco e fatores que podem contribuir para o aumento ou diminuição do risco de
BC/FT.

Exemplos de fatores que poderão indiciar um risco elevado quanto ao cliente:

- Transações com clientes estrangeiros;

- Transações de clientes que têm ligações com países de alto risco de corrupção ou de

organizações criminosas;

- Pagamentos de transações através de terceiros ou intervenientes no processo;

- Transações com altos cargos públicos;

- O cliente tenta baixar o valor da transação para um valor específico;

- O cliente parece nervoso quando sujeito às medidas de identificação para celebração


do contrato;

- O cliente parece hesitante e/ou recusa colocar os seus dados pessoais em qualquer
documento que o associe com a propriedade de bens;

- O cliente tenta ocultar a identidade do beneficiário efetivo ou solicita que a transação


seja estruturada para ocultar a identidade do verdadeiro cliente.

Exemplos de setores de atividade que poderão indiciar uma maior exposição ao risco:

- Artigos de arte e pintura;

- Vestuário de alta costura;

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- Joalharia, metais preciosos e relojoaria, comércio de pedras e metais preciosos e


importação e exportação de diamantes em bruto;

- Álcool e tabaco;

- Carros;

- Barcos;

- Aeronaves;

- Equipamentos eletrónicos de elevada procura.

1.4 – Deveres e Procedimentos a Adotar

A base essencial do mecanismo de prevenção do branqueamento de capitais traduz-se


num conjunto de deveres e procedimentos a adoptar pelas empresas de seguros
“vida” e sociedades gestoras de fundos de pensões que gravitam em torno,
designadamente dos seguintes segmentos:

 Dever de Controlo
 Dever de Identificação e Diligência
 Dever de Comunicação
 Dever de Abstenção
 Dever de Recusa
 Dever de Conservação
 Dever de Exame
 Dever de Colaboração
 Dever de Não Divulgação
 Dever de Formação

DEVER DE CONTROLO

Dever de as entidades obrigadas definirem e aplicarem, de forma eficaz e em


permanência, as políticas, procedimentos e controlos que se mostrem adequados
para:

- gerir os riscos de BC/FT a que entidade obrigada esteja ou venha a estar exposta;

- dar cumprimento às normas legais e regulamentares em matéria de prevenção do


BC/FT;

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- assegurar o cumprimento das medidas restritivas de congelamento de bens e


recursos económicos, adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou
pela União Europeia e relacionadas com o terrorismo, com a proliferação de armas de
destruição em massa e com o respetivo financiamento.

Tais políticas, procedimentos e controlos devem ser:

- proporcionais à natureza, dimensão e complexidade da entidade obrigada e da


atividade por esta prosseguida;

- no caso de entidades obrigadas que façam parte de um grupo, aplicadas


transversalmente ao nível do grupo, com partilha, no seio do mesmo, de toda a
informação relevante para a prevenção e combate ao BC/FT.

DEVER DE IDENTIFICAÇÃO E DILIGÊNCIA

Dever de as entidades obrigadas observarem procedimentos de identificação e


diligência – relativamente aos clientes, aos respetivos representantes e aos
beneficiários efetivos – quando:

a) Estabeleçam relações de negócio;

b) Efetuem transações ocasionais:

- de montante igual ou superior a 15 000 euros (independentemente de a transação


ser realizada através de uma única operação ou de várias operações aparentemente
relacionadas entre si);

- que constituam uma transferência de fundos de montante superior a 1 000 euros;

- de montante igual ou superior a 2 000 euros (independentemente de a transação ser


realizada através de uma única operação ou de várias operações aparentemente
relacionadas entre si), no caso específico dos (i) concessionários de exploração de jogo
em casinos, (ii) concessionários de exploração de salas de jogo do bingo, (iii) entidades
pagadoras de prémios de apostas e lotarias e (iv) entidades abrangidas pelo Regime
Jurídico dos Jogos e Apostas Online, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 66/2015, de 29 de
abril;

c) Se suspeite que as operações, independentemente do seu valor e de qualquer


exceção ou limiar, possam estar relacionadas com o branqueamento de capitais ou
com o financiamento do terrorismo;

d) Existam dúvidas sobre a veracidade ou a adequação dos dados de identificação dos


clientes previamente obtidos.

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Em complemento dos procedimentos de identificação, as entidades obrigadas devem


ainda:

- obter informação sobre a finalidade e a natureza pretendida da relação de negócio;

- obter informação sobre a origem e o destino dos fundos movimentados no âmbito de


uma relação de negócio ou na realização de uma transação ocasional, quando o perfil
de risco do cliente ou as características da operação o justifiquem;

- manter um acompanhamento contínuo da relação de negócio, a fim de assegurar que


as operações realizadas no decurso dessa relação são consentâneas com o
conhecimento que a entidade tem das atividades e do perfil de risco do cliente e,
sempre que necessário, da origem e do destino dos fundos movimentados.

DEVER DE COMUNICAÇÃO

Dever de as entidades obrigadas, por sua própria iniciativa, informarem de imediato a


Unidade de Informação Financeira (UIF) e o Departamento Central de Investigação e
Ação Penal (DCIAP) sempre que saibam, suspeitem ou tenham razões suficientes para
suspeitar que certos fundos ou outros bens, independentemente do montante ou
valor envolvido, provêm de atividades criminosas ou estão relacionados com o
financiamento do terrorismo, comunicando, para o efeito, todas as operações
propostas, tentadas, em curso ou executadas (comunicação de operações suspeitas);

Em sentido mais lato, o dever de comunicação consagrado na Lei n.º 83/2017, de 18


de agosto, abrange ainda a comunicação, numa base regular:

- à UIF e ao DCIAP, das tipologias de operações definidas em portaria do ministro


responsável pela área da justiça (comunicação sistemática de operações);

- ao Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção (IMPIC), de


informação sobre a atividade das entidades obrigadas relacionada com (i) mediação
imobiliária, (ii) compra, venda, compra para revenda ou permuta de imóveis, (iii)
arrendamento e (iv) promoção imobiliária (comunicação de atividades imobiliárias).

DEVER DE ABSTENÇÃO

Dever de as entidades obrigadas se absterem de executar qualquer operação ou


conjunto de operações, presentes ou futuras, que saibam ou que suspeitem poder
estar associadas a fundos ou outros bens provenientes ou relacionados com a prática
de atividades criminosas ou com o financiamento do terrorismo.

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DEVER DE RECUSA

Dever de as entidades obrigadas recusarem iniciar relações de negócio, realizar


transações ocasionais ou efetuar outras operações, quando não obtenham:

- os elementos identificativos e os respetivos meios comprovativos previstos para a


identificação e verificação da identidade do cliente, do seu representante e do
beneficiário efetivo, incluindo a informação para a aferição da qualidade de
beneficiário efetivo e da estrutura de propriedade e de controlo do cliente; ou a
informação prevista no artigo 27.º da Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto, sobre a
natureza, o objeto e a finalidade da relação de negócio.

DEVER DE CONSERVAÇÃO

Dever de as entidades obrigadas conservarem:

a) Por um período de sete anos após o momento em que a identificação do cliente se


processou ou, no caso das relações de negócio, após o termo das mesmas:

- as cópias, registos ou dados eletrónicos extraídos de todos os documentos que


obtenham ou lhes sejam disponibilizados pelos seus clientes ou quaisquer outras
pessoas, no âmbito dos procedimentos de identificação e diligência previstos na Lei n.º
83/2017, de 18 de agosto;

- a documentação integrante dos processos ou ficheiros relativos aos clientes e às suas


contas, incluindo a correspondência comercial enviada;

- quaisquer documentos, registos e análises, de foro interno ou externo, que


formalizem o cumprimento do disposto na Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto;

b) Por um período de sete anos a contar da execução das operações e de modo a


permitir a reconstituição das mesmas, os originais, cópias, referências ou quaisquer
outros suportes duradouros, com idêntica força probatória, dos documentos
comprovativos e dos registos das operações.

DEVER DE EXAME

Dever de as entidades obrigadas analisarem com especial cuidado e atenção –


intensificando o grau e a natureza do seu acompanhamento – quaisquer condutas,
atividades ou operações cujos elementos caracterizadores as tornem suscetíveis de

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poderem estar relacionadas com fundos ou outros bens que provenham de atividades
criminosas ou que estejam relacionados com o financiamento do terrorismo.

DEVER DE COLABORAÇÃO

Dever de as entidades obrigadas prestarem, de forma pronta e cabal, toda a


colaboração que lhes for requerida pelo Departamento Central de Investigação e Ação
Penal , pela Unidade de Informação Financeira, pelas demais autoridades judiciárias e
policiais, pelas autoridades setoriais ou pela Autoridade Tributária e Aduaneira.

DEVER DE NÃO DIVULGAÇÃO

Dever de as entidades obrigadas - bem como os membros dos respetivos órgãos


sociais, os que nelas exerçam funções de direção, de gerência ou de chefia, os seus
empregados, os mandatários e outras pessoas que lhes prestem serviço a título
permanente, temporário ou ocasional - não revelarem ao cliente ou a terceiros:

- que foram, estão a ser ou irão ser efetuadas comunicações ao abrigo dos artigos 43.º,
45.º, 47.º e 53.º da Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto;

- quaisquer informações relacionadas com aquelas comunicações;

- que se encontra em curso, ou pode vir a encontrar-se, uma investigação ou inquérito


criminal, bem como quaisquer outras investigações, inquéritos, averiguações, análises
ou procedimentos legais a conduzir pelas autoridades judiciárias, policiais ou setoriais;

- quaisquer outras informações ou análises, de foro ou interno ou externo, que possam


pôr em causa (i) o exercício das funções legalmente conferidas às entidades obrigadas
e às autoridades judiciárias, policiais e setoriais ou (ii) a preservação de quaisquer
investigações, inquéritos, averiguações, análises ou procedimentos legais e a
prevenção, investigação e deteção do BC/FT, em geral.

DEVER DE FORMAÇÃO

Dever de as entidades obrigadas proporcionarem aos seus dirigentes, trabalhadores e


demais colaboradores cujas funções sejam relevantes para efeitos da prevenção do
BC/FT um conhecimento adequado das obrigações decorrentes da Lei n.º 83/2017, de
18 de agosto, e da respetiva regulamentação, através da realização de ações
específicas e regulares de formação, adequadas a cada sector de atividade, que
habilitem os mesmos, a todo o momento, a reconhecer operações que possam estar
relacionadas com o BC/FT e a atuar de acordo com o quadro normativo vigente.

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