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Bruno Monteiro Portela

Caio Márcio Melo Barbosa


Leopoldo Gomes Muraro
Rafael Dubeux

Marco Legal
de CIÊNCIA,
TECNOLOGIA e
INOVAÇÃO no Brasil

2020

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INTRODUÇÃO

Quadro 1 –
Alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015

Antes da EC nº 85, de 2015. Alterações da EC nº 85, de 2015.


Art. 23. É competência comum da Art. 23. É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios: e dos Municípios:
(...) (...)
V – proporcionar os meios de acesso à V – proporcionar os meios de acesso
cultura, à educação e à ciência; à cultura, à educação, à ciência, à
tecnologia, à pesquisa e à inovação;

Art. 24. Compete à União, aos Estados Art. 24. Compete à União, aos Estados
e ao Distrito Federal legislar concor- e ao Distrito Federal legislar concor-
rentemente sobre: rentemente sobre:
(...) (...)
IX – educação, cultura, ensino e des- IX – educação, cultura, ensino, des-
porto; porto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação;

Art. 167. São vedados: Art. 167. São vedados:


(...) (...)
VI – a transposição, o remanejamento VI – a transposição, o remanejamento
ou a transferência de recursos de uma ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra categoria de programação para outra
ou de um órgão para outro, sem prévia ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa; autorização legislativa;
(...) (...)
Não havia § 5º. § 5º A transposição, o remanejamento
ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra
poderão ser admitidos, no âmbito das
atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar
os resultados de projetos restritos a
essas funções, mediante ato do Poder
Executivo, sem necessidade da prévia
autorização legislativa prevista no
inciso VI deste artigo.

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MARCO LEGAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO BRASIL

A partir da modificação do Texto Constitucional, o tema


Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) recebeu um forte impulso
político, principalmente no Poder Legislativo, e o resultado disso foi
a conclusão do Marco Legal de CT&I já no ano seguinte, em 2016,
avançando na alteração das seguintes Leis:
1. Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, (Inovação);
2. Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estrangeiro);
3. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (Licitações);
4. Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 (Regime Diferenciado
de Contratação);
5. Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993 (Contrato Tem-
porário);
6. Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994 (Fundação de
Apoio);
7. Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990 (Importação);
8. Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990 (Imposto de Impor-
tação); e
9. Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012 (Carreira de
Magistério).
Com efeito, fica evidente a importância da EC nº 85/15, visto que
proporcionou uma mudança de cultura do próprio Poder Legislativo,
com a intenção clara de mudar a atuação da Administração Pública
e da sociedade brasileira. Nestes termos, a Emenda Constitucional
permitiu que o marco legal avançasse em temas polêmicos dentro
da Administração Pública, em especial compras públicas e regime
jurídico de servidores. Destarte, cabe citar as mudanças paradigmá-
ticas implementadas pelo Marco Legal de CT&I:
1. Dispensa da obrigatoriedade de licitação para compra ou
contratação de produtos para fins de pesquisa e desenvol-
vimento;
2. Regras simplificadas e redução de impostos para importação
de material de pesquisa;
3. Permite que professores das universidades públicas em
regime de dedicação exclusiva exerçam atividade de pes-
quisa também no setor privado, com remuneração;
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Bruno Monteiro Portela e Rafael Dubeux

Figura 1 – Sumário do GII, seus subíndice, pilares e indicadores

Fonte: GII (2018)

Já na Figura 2, ilustrativa do ranking do Brasil no GII (2011-


2018), podemos observar o desempenho do Brasil nos índices e nos
subíndices do GII no período de 2011 a 2018. Segundo o estudo, o
desempenho geral do Brasil no GII teve pequena melhora no último
ano: subiu da 69ª posição em 2016 para a 64ª em 2018. Porém, ainda
está aquém em 17 posições quando comparado com o desempenho
nos anos 2011 e 2018. Em 2012, o Brasil ocupava a 58ª posição; em
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Leopoldo Gomes Muraro

o autor, a Constituição Federal emana os comandos que formam o


Estado e deve ser observada por todo o ordenamento jurídico, ou
seja, todas as demais normas se fundamentam nela. Neste sentido, as
Leis estabelecem regras gerais e abstratas para que todos cumpram as
obrigações e previsões contidas em seus enunciados. Já os Decretos
são atos dos Poderes, Executivo e Legislativo, para regulamentar em
seu âmbito as regras dispostas nas Leis. Por fim, cada órgão e insti-
tuição irá formular atos administrativos que deverão ser aplicados
internamente para assegurar o cumprimento da Constituição, das
Leis e dos Decretos.
De forma a ilustrar a hierarquia discutida no parágrafo anterior,
a Figura 3 ilustra a Pirâmide Jurídica formulada por Hans Kelsen,
com adaptações para relacioná-la ao Marco Legal de CT&I:

Figura 3 – Pirâmide Jurídica e o Marco Legal de CT&I

Fonte: elaboração do autor

Conforme já descrito nesta obra (Capítulos 1 e 2), o Marco Legal


de CT&I promoveu um novo arranjo no ordenamento jurídico pátrio
para estimular atividades de pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico e inovação – PD&I no país. Para tanto, emendou-se o
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Leopoldo Gomes Muraro

14.6. QUADRO SINÓPTICO


Quadro 1 – Diferenças entre as Leis nº 8.010/90 e 8.032/90

Lei nº 8.010/90 Lei nº 8.032/90


1) Imposto de Importação – II; 1) Imposto de Importação – II;
2) Imposto sobre Produtos 2) Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI Industrializados – IPI
Isenção de
3) Adicional ao frete para
renovação da marinha
mercante
1) CNPq 1) Cientistas e Pesquisadores*
Beneficiário 2) Cientistas e Pesquisado- 2) ICTS*
da Lei – res* 3) Empresas*
importador 3) ICTS*
de bens para 4) Pessoas Jurídicas de Direi-
pesquisa to Privado SEM fins lucra-
tivos *
- Lei especifica para ativida- - Lei de caráter geral em
des de pesquisa científica importações: prevê, dentre
Natureza
e tecnológica: fomento, outras possibilidades, a
da Lei
coordenação ou execução importação de bens para
de atividades de PD&I atividades de PD&I

* Devem estar credenciadas no CNPq para usufruir os benefícios das Leis

Fonte: elaboração do autor

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Capítulo 15

TRANSFERÊNCIA E DIFUSÃO
DE TECNOLOGIA

Leopoldo Gomes Muraro

15.1.  CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROPRIEDADE INTE-


LECTUAL
O conhecimento gerado com as pesquisas científicas deve ser
transferido para promover o desenvolvimento cientifico, tecnológico,
social e econômico da sociedade. Assim, para viabilizar este escopo,
o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação – CT&I criou e
regulamentou formas pelas quais as ICTs públicas podem transferir
as tecnologias geradas, disciplinado contratos ligados a esta transfe-
rência de tecnologia, tais como Contrato de Cessão de PI, Contrato
de Licenciamento de PI e Contrato de Transferência de Tecnologia,
com nuances específicas em cada um destes tipos.
Sobre este tema, vale relembrar o já citado artigo 3º da Lei
de Inovação (Lei nº 10.973/04), que incluiu de forma expressa a
transferência e a difusão de tecnologia como objetivos das parcerias
a serem firmadas por entes públicos (de todas esferas do poder) e
privados (com ou sem fins lucrativos), visando a constituição pelo
Estado Brasileiro de alianças estratégicas em atividades de pesquisa,
desenvolvimento e inovação – PD&I:
Art. 3º. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e as respectivas agências de fomento poderão estimular e apoiar
a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de
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Leopoldo Gomes Muraro

projetos de cooperação envolvendo empresas, ICTs e entidades


privadas sem fins lucrativos voltados para atividades de pesqui-
sa e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos,
processos e serviços inovadores e a transferência e a difusão de
tecnologia. (Grifo do autor)

Ante a redação do artigo 3º supracitado, portanto, pode-se


considerar a transferência e a difusão de tecnológica como um dos
principais objetivos do Marco Legal de CT&I, o que revela a impor-
tância do Capítulo que ora se inicia.
Primeiramente, cumpre responder à indagação inicial que surge
ao analisar o tema: o Marco Legal de CT&I regula a transferência e
a difusão de tecnologia, mas que tipo de bem está sendo tutelado?
A resposta é: a propriedade intelectual. Mas aí surge a segunda
pergunta: o que é propriedade intelectual?
Neste ponto, o Marco Legal de CT&I não apresentou uma
definição expressa do termo, cabendo ao intérprete do direito bus-
car outras fontes para suprir esta lacuna. A propriedade intelectual,
como o nome sugere, trata de criações materiais e imateriais que o
ser humano produz mediante o exercício de sua inteligência, de sua
criatividade e capacidade de criar coisas novas. Mas qual é o conceito
e conteúdo do termo propriedade intelectual?
No Direito Comparado, a Convenção que institui a Organização
Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI (1967)59 apresenta algo
próximo a um conceito, contudo, não há uma definição expressa e
direta do termo propriedade intelectual, pois os Estados signatários
da convecção optaram por descrever bens (materiais e imateriais)
que podem ser considerados como tal (o Brasil é signatário desta
Convenção). Senão vejamos:
Convenção que Institui a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual, assinada em Estocolmo, em 14 de julho de 1967
Artigo 2.°

59. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL (OMPI) . Convenção que Institui


a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, assinada em Estocolmo, em 14 de julho
de 1967. Artigo 2, inciso “viii”. Disponível em : https://www.wipo.int/edocs/pubdocs/pt/
wipo_pub_250.pdf. Acesso em 1 de maio de 2019.

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Cap. 15  •  TRANSFERÊNCIA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA

Definições
Para os fins da presente Convenção, entende-se por:
(...)
viii-propriedade intelectual , os direitos relativos:
- às obras literárias, artísticas e científicas;
- às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos ar-
tistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão;
- às invenções em todos os domínios da atividade humana;
- as descobertas científicas;
- os desenhos e modelos industriais;
- às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às
firmas comerciais e denominações comerciais;
- à proteção contra a concorrência desleal
e “todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual
nos domínios industrial, científico, literário e artístico”. (Grifo
do autor)

Observa-se que no trecho da convenção internacional transcrito


acima, o rol apresentado é elucidativo e não taxativo, deixando aberto
o conceito de propriedade intelectual. Este fato se dá à natureza deste
elemento, que é dinâmica e evolui no decorrer dos tempos de acordo
com a capacidade humana de criar. Por tal razão, após descrever tipos
de propriedade intelectual, a convenção abre o conceito do termo
justamente para possibilitar a inclusão de “todos os outros direitos
inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico,
literário e artístico”.
Trata-se, pois, de um conceito jurídico aberto, ou seja, a pro-
priedade intelectual é um direito sobre criações humanas nas mais
diversas áreas do conhecimento e de atividades laborais, incluindo
autoria de livro (direito do autor), protótipo, patente, composição de
música, know-how, marca, desenho industrial, indicação geográfica,
variedade de planta, sequenciamento genético e topografia de circuito
integrado. Em síntese, trata-se de bens materiais e imateriais criados
pela inteligência humana.
O Marco Legal de CT&I, de acordo com o artigo 3º da Lei
de Inovação, lança um desafio à sociedade brasileira no sentido de
estimular e apoiar alianças estratégicas entre governo, universidades
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Leopoldo Gomes Muraro

e empresas para gerar produtos, processos e serviços inovadores e


a transferência e a difusão de tecnologia. Assim, os bens gerados
nestas atividades de PD&I (as inovações) serão propriedade inte-
lectual daqueles que participaram da sua produção (descobriram e
desenvolveram o bem).
Neste Capítulo serão abordadas as formas e procedimentos pelos
quais essas propriedades intelectuais das ICTs públicas podem ser
transferidas (por contratos) para empresas e difundidas na socieda-
de, visando incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico
brasileiro e gerar riqueza econômica e social para o país.

15.2. TRANSFERÊNCIA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA NO


MARCO LEGAL DE CT&I
Antes de adentrar na análise do regime jurídico conferido à
transferência e difusão de tecnologia no Marco Legal de CT&I, deve-se
traçar duas considerações a priori.
A primeira consideração a priori relaciona-se com a diferen-
ciação entre os termos transferência de tecnologia e difusão de tec-
nologia. Na Emenda Constitucional nº 85/18, na Lei nº 13.243/16
e no Decreto nº 9.283/18, não foi descrita nenhuma diferença nem
houve a definição dos termos. Contudo, diante de uma interpretação
sistêmica destas normas, pode-se concluir que transferência possui
uma aplicação mais estrita e específica, enquanto a difusão é mais
ampla e geral. Conforme a seguir será demonstrado, quando se tra-
tar de atos envolvendo o licenciamento ou a cessão da propriedade
intelectual, utiliza-se o termo transferência. Por seu turno, quando
se trata da promoção de ambiente inovadores e desenvolvimento da
sociedade mediante resultados das atividades de PD&I, utiliza-se o
termo difusão.
Dito isso, a transferência de tecnologia relaciona-se com a entrega
do conhecimento (da propriedade intelectual) de uma pessoa para
outra (em geral, de uma ICT pública para uma empresa), enquanto
a difusão de tecnologia trata da ampliação destes conhecimentos na
sociedade (em especial, no mercado).
A segunda consideração a priori, relaciona-se com o destinatário
da norma, ou seja, a que pessoa física ou jurídica foi conferido o po-
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Cap. 15  •  TRANSFERÊNCIA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIA

der-dever de agir. Poder no sentido de ter competência administrativa


para atuar, passando a lei a permitir e legitimar a produção de atos,
a assinatura de instrumentos jurídicos e a cessão e licenciamento
da propriedade intelectual (da tecnologia). Dever, pois cabe a estas
pessoas cumprir os objetivos da legislação e promover o desenvol-
vimento de atividades de PD&I no Brasil.
Neste sentido, no que tange à transferência e difusão de tecnologia,
o Marco Legal de CT&I tem como destinatário da norma as ICTs
públicas. Conforme já descrito no subcapítulo 4.2 deste livro, estas
pessoas jurídicas atuam sob o regime jurídico de direito público,
havendo necessidade de a Lei estabelecer atribuições para que possam
agir com legitimidade e segurança jurídica.
As ICTs públicas como destinatárias da norma de transferência
de tecnologia, enquadra-se no modelo da Tríplice Hélice da Inova-
ção, no qual a universidade (ICT) é considerada como o princípio
gerador das sociedades fundadas no conhecimento (ETZKOWITZ,
2013)60, possuindo papel central no projeto de transformação da
economia nacional, especialmente na formação de recursos huma-
nos qualificados e na geração de novos conhecimentos científico e
tecnológico (ARBIX; CONSONI, 2011)61. Aqui, cuida-se da forma
pela qual esses conhecimentos serão transferidos para as empresas
e difundidos na sociedade.
Por tais razões, os dispositivos constitucionais, legais e infralegais
do Marco Legal de CT&I são direcionados para as ICTs públicas,
conferindo-lhes atribuições e competências para gerir e transferir sua
propriedade intelectual e difundir este conhecimento na sociedade e
no mercado.
Feitas estas considerações a priori, apresenta-se a norma-matriz
que fundamenta a atuação das ICTs púbicas nos processos de trans-
ferência de tecnologia. Tal previsão encontra-se no artigo 6º da Lei
de Inovação, inserido justamente no capítulo que trata do estímulo
à participação das ICTs (públicas) no processo de inovação:

60. ETZKOWITZ, Henry. Hélice Tríplice: universidade-indústria-governo: inovação em movimento.


Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013, p. 7.
61. ARBIX, Glauco; CONSONI, Flávia. Inovar para transformar a Universidade brasileira. Revista
Brasileira de Ciências Sociais, v. 26, nº 77, p. 205-251, out. 2011.

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