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É tudo novidade
Jaciara de Sá
Até ir para a creche, a criança tem um relacionamento social restrito à sua casa, com os
seus pais ou responsáveis, e a alguns familiares. Ao freqüentar um novo ambiente, ela precisa de
um período para se adaptar ao espaço, às pessoas e às novas relações que vão surgir. O sucesso
desse processo depende do acolhimento que a instituição oferece. Na escola, a mediação do
educador é determinante, pois a ele compete introduzir o novato no grupo. O ideal é manter os
cuidados específicos e individuais que a criança está acostumada a ter em casa. Por isso, é
importante que um dos pais ou um responsável acompanhe os primeiros dias na creche: além de
mostrar ao educador aspectos relevantes da rotina familiar, ele vai transmitir à criança segurança
até que ela consiga ficar sozinha. Para a adaptação ser completa, é fundamental também o
educador compartilhar com a família as experiências inéditas que os pequenos vivenciam na
escola.
Escolha uma música na qual você possa incluir o nome das crianças. Alguns exemplos: “Se Eu
Fosse um Peixinho”, “A Canoa Virou”, “Ciranda, Cirandinha” e “Fui no Itororó”. Reúna a turma em
um local agradável e cante. Os bebês também podem participar, já que a intenção é fazer com
que se familiarizem com os nomes. Aos que já andam, sugira uma roda, que vai se formando com
aqueles que ouvem o próprio nome.
2. Hora da colheita
Uma criança por vez lança o dado, retira da árvore a fruta da mesma cor indicada pelo dado e
coloca-a na cestinha, também da mesma tonalidade. Se o dado cair com a face que traz o
passarinho, é ele quem fica com a fruta. O objetivo é colher todas antes que o passarinho as
coma.
3. Teatro de bonecos
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Idade - A partir de 1 ano e meio.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades, pátio ou biblioteca.
Material - Fantoches ou dedoches.
Objetivo - Conhecer a rotina da escola enquanto conversa com os personagens.
Sente-se com as crianças no chão e faça os bonecos “conversarem” com cada uma. Você pode
fazer perguntas como:
- Quem trouxe você para a escola hoje?
- Você tem amigos? Quem são?
- Você já brincou no parque?
- Você já tomou lanche?
Interação
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Agir e conhecer
Jaciara de Sá
Entregue uma lanterna pequena e acesa para cada criança. Depois, leve-as a um espaço com
luminosidade reduzida e sem móveis, para que não se machuquem. Ao chegar ao local, deixe que
andem livremente pela sala, incentivando-as a explorar o ambiente. Uma idéia é procurar os
colegas. Elas podem também iluminar partes do corpo do outro e tentar descobrir quem é.
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Idade - A partir de 9 meses.
Tempo - De 10 a 15 minutos por dia.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Tapete ou colchão, almofadas ou sofá em miniatura, bonecos de pano e
fantoches de personagens familiares às crianças e vários livros.
Objetivos - Interessar-se por histórias e explorar os livros.
Espalhe a mistura no chão da sala onde as crianças vão brincar. Deixe-as andar, engatinhar e rolar
sobre o mingau, interagindo com o espaço. Atenção para que todos se divirtam e ninguém se
machuque. Incentive as várias possibilidades de movimento.
Identidade
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Quem sou eu
Jaciara de Sá
Peça aos pequenos que sentem em roda e coloquem a foto no meio do círculo. Aconchegue
os bebês no grupo e converse com todos. Comente uma foto por vez. Mostre a imagem e diga:
“Olha a Aninha!”, “Onde você estava?”, “Na praia, não é?”, “O seu biquíni era azul?”, “Quem já foi
à praia?” Chame as crianças pelo nome, pois é muito comum na Educação Infantil o uso de
apelidos. Depois dos comentários, cole as fotos nos vagões e deixe elas apreciarem. Inclua uma
foto sua também. O trenzinho fica na classe até as férias. Você vai perceber que, sempre que
possível, as crianças vão chamar as pessoas que se aproximam da sala para ver as fotos.
Leve as crianças para uma sala que tenha um ou vários espelhos grandes para que todas
consigam se ver ao mesmo tempo. Deixe as fantasias e os tecidos à disposição delas. Comece a
atividade avisando que vai haver um grande baile e, por isso, elas precisam colocar uma roupa
especial e se maquiar. Faça você a pintura no rosto das crianças ou peça ajuda a outro educador.
Quando a turma estiver pronta, coloque músicas animadas e comece o baile. Depois que as
crianças dançarem livremente, conduza a atividade sugerindo que façam caretas em frente do
espelho, dobrem os joelhos, levantem os braços, expressem tristeza, balancem a cabeça e
movimentem os tecidos que seguram. Sugestão: maquie-se e fantasie-se você também para
curtir junto.
11. Cadê minha foto?
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Idade - A partir de 1 ano e meio.
Tempo - Uma hora.
Espaço - Todos os espaços da escola e o tanque de areia.
Material - Fotos das crianças, cola e plástico adesivo.
Objetivo - Reconhecer a própria imagem e a dos colegas.
Preparação - Encape as fotos com o plástico adesivo para que não estraguem. Elas devem
ser as que estavam no trenzinho, descrito na atividade Todo Mundo na Janelinha (na pág.
ao lado). Esconda-as no tanque de areia.
Quando as crianças entrarem na sala, comente: “Onde estão as fotos do painel? Sumiram!
Alguém viu? Não? Vamos procurar? Devem estar em algum lugar na escola...” Indique alguns
espaços para elas procurarem as imagens, deixando o tanque de areia por último. Se a foto
encontrada não for a da própria criança, peça que ela a entregue ao dono. Quando todos
estiverem com as próprias fotos, podem voltar para a sala e colá-las novamente no painel.
Idade - 3 anos.
Tempo - Uma hora.
Espaço - Sala de atividades ou pátio.
Material - Papel Kraft, tesoura, canetas hidrocor e fita adesiva.
Objetivos - Construir a imagem do próprio corpo e trabalhar a auto-estima.
Cada criança deita sobre uma folha de papel para que você possa desenhar a silhueta dela.
Recorte o contorno, escreva o nome da criança e entregue a ela para completar o desenho com
olhos, mãos, joelhos etc. Nesse momento, incentive a criança a observar o próprio corpo. Não
espere nada figurativo. Quando todos concluírem o trabalho, cole as silhuetas lado a lado na
parede e estimule a observação: “Olha! A Iara é mais alta que o Pedro”. Converse bastante sobre
as particularidades de cada uma. Esse diálogo contribui para a construção da auto-imagem e da
auto-estima, pois a criança interioriza o afeto que você e os colegas têm por ela, expresso na
conversa.
Reúna as crianças em círculo e entregue a cada uma sua caixa. Primeiro, peça a elas que apenas
segurem. Comente as diferenças entre elas. Fale das cores, dos desenhos, se têm brilho... E avise:
“Sempre que vocês abrirem a caixa encontrarão uma surpresa”. A primeira “surpresa” será a
criança se ver dentro da caixa, refletida no espelho. Mantenha o espelho na caixa e, a partir da
segunda vez, cada uma deve ter algo diferente, como maquiagem, escova de cabelo, sachês ou
outros objetos que façam parte do acervo da creche.
Movimento
Meu corpo
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Suzel Tunes
Para a criança pequena, mover-se é muito mais do que mexer o corpo ou se deslocar. É
uma forma de se comunicar. A aquisição de novas habilidades permite que ela atue de forma
cada vez mais independente no mundo. Essa autonomia só é conseguida com a confiança em si
mesma e no ambiente. Por isso, é fundamental que a escola ofereça possibilidades de
autoconhecimento e um espaço seguro e estimulante.
Proponha às crianças diferentes movimentos: ajude-as a rolar com braços e pernas esticados,
para a frente e para trás; sugira que engatinhem por baixo da mesa ou de uma corda amarrada a
uma altura baixa, dentro de um túnel, em uma rampa, em diferentes direções e em ziguezague;
dê uma força também para elas andarem de frente e de costas em cima de um banco ou sobre
materiais diversos, devagar e rápido, com passos de formiguinha e de gigante; incentive-as a
trabalhar o impulso com pulos, saltos para a frente e para trás, livres ou sobre obstáculos.
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Idade - De 7 meses a 3 anos.
Tempo- De 15 minutos a uma hora.
Espaço - Sala ampla, pátio com solo liso ou gramado.
Material - Várias caixas de papelão resistente de diferentes tamanhos, jornais, revistas,
cola, tesoura, fita adesiva larga, fita crepe e plástico adesivo.
Objetivos - Desenvolver a autonomia; pesquisar habilidades corporais; relacionar o corpo
com o peso e o volume dos objetos; e desenvolver aspectos sociais, afetivos e cognitivos.
Preparação - Deixe algumas caixas vazias e encha outras com jornais. Feche todas muito
bem e decore-as com recortes de revistas ou fotos de bichos, brinquedos, objetos, meios
de transporte, famílias, pessoas, situações de brincadeiras, de convívio social etc. A
decoração deve ser feita de forma livre por você. Em alguns momentos, as imagens vão
enriquecer suas aulas, quando o tema for bichos ou transportes, por exemplo. Encape as
caixas com plástico adesivo para o material durar mais e para facilitar a limpeza.
Espalhe as caixas vazias e estimule as crianças a realizar diferentes atividades com elas, como
carregar, empurrar, virar, rolar, empilhar etc. Com as mais pesadas, elas vão explorar outros
movimentos: debruçar, subir, pular, equilibrar, saltar e virar.
Idade - De 1 a 3 anos.
Tempo - De 15 a 30 minutos.
Espaço - Tanque ou chão de areia.
Material - Roupas confortáveis, fôrmas de vários tamanhos e desenhos, baldinhos, pás,
colheres, água e um aparelho de som.
Objetivos - Estimular a coordenação motora e o equilíbrio; oferecer estímulos sensoriais;
e desenvolver a autonomia e a socialização.
Permita que as crianças mexam com a areia livremente, apenas evitando que levem as mãos
sujas à boca ou joguem areia nos olhos dos colegas. Ao mesmo tempo, estimule-as a perceber a
textura da areia e as diferenças de toque quando ela está molhada ou seca. Isso possibilita novas
experiências sensoriais. Questione se é mais fácil moldar quando ela está molhada ou seca. As
crianças fazem desenhos e modelam a areia usando fôrmas e baldinhos, individualmente ou com
a ajuda do colega. Elas podem também caminhar sobre a areia, experimentando como fica o
equilíbrio numa superfície fofa. Outra opção é imprimir o formato das mãos ou dos pés,
reconhecendo o próprio corpo (observando formas e tamanhos) na marca deixada. Depois, elas
comparam as pegadas com os próprios pés. Enquanto a criançada anda no tanque, experimente
colocar para tocar algumas músicas que falem sobre os pés.
Agressividade
Liberar as energias
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Suzel Tunes
Mordidas, tapas, puxões de cabelo... Até os 3 anos de idade, é comum a criança expressar
seus desejos e frustrações com atitudes que não são lá muito delicadas. Cabe ao adulto mostrar
que há outras formas de se relacionar com o mundo. Oferecer às crianças um ambiente tranqüilo
e acolhedor é o primeiro passo para diminuir a agressividade natural nessa fase: quanto maior o
bem-estar, menor a necessidade de se expressar agressivamente.
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Idade - De 2 a 3 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Cartolina, pincéis atômicos ou tinta.
Objetivos - Nomear os sentimentos e conversar sobre suas possíveis causas.
Preparação - Desenhe na cartolina várias carinhas com expressões faciais que
demonstrem sentimentos de tristeza, alegria, raiva, medo, susto etc. Deixe algumas em
branco para nomear um sentimento que apareça no decorrer da brincadeira.
Convide a criança a apontar a que mais revela a maneira como ela se sente naquele momento
e a explicar os motivos daquela sensação. Ela pode, por exemplo, estar com raiva do colega
porque tirou um brinquedo da sua mão.
Esta proposta pode ser aplicada sempre que as crianças tiverem de andar juntas, como da
sala para o pátio. Quem quiser correr tem de se controlar. Quem for mais lento precisa se
apressar. Se houver alguém com dificuldade de locomoção, o grupo todo terá de esperá-lo.
Artes Visuais
Grandes talentos
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Suzel Tunes
Nos primeiros anos de vida, as crianças estão imersas no universo das imagens. Começam
a perceber que podem agir sobre papéis ou telas provocando mudanças e produzindo algo para
ser visto – experiência que já é estética. Oferecer diferentes materiais aos pequenos é uma
maneira de ampliar a capacidade de expressão deles e o conhecimento que têm do mundo. A
vivência artística da criança será mais rica se ela tiver acesso a tintas, pincéis, lápis e canetas.
Idade - De 1 a 2 anos.
Tempo - De 10 a 15 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Um vidro grosso (janela, porta de vidro ou outra superfície transparente, desde
que bem fixa, para garantir segurança), tinta guache, rolinho, pincel, esponja ou as mãos.
Objetivos - Explorar e reconhecer o corpo como produtor de marcas; perceber e
reconhecer as características do vidro (transparência, dureza e frieza); e observar e
perceber as transformações, movimentos, formas e cores por meio da luz que atravessa o
vidro.
Idade - De 1 a 2 anos.
Tempo - De 5 a 10 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Cartolina ou outro tipo de papel e sagu no sabor morango ou uva.
Objetivos - Explorar os materiais (sagu e papel); perceber a marca pessoal; construir a
auto-imagem; ordenar formas; e relacionar sensações corporais e registro gráfico.
Pinte com o sagu a palma das mãos das crianças para que elas a imprimam sobre o papel.
Você pode pintar a sua e fazer a demonstração. Não faça o trabalho por elas. Dê liberdade de
movimentos aos pequenos, mesmo que não façam carimbos, mas pinturas livres (foto na pág. ao
lado). Uma variação possível desta atividade é a pintura da sola dos pés, que pode ser feita com
as crianças que já andam. Elas podem imprimir os pés enquanto caminham sobre um papel
comprido. Chame a atenção para o fato de as marcas ficarem bem visíveis no início e irem
desaparecendo à medida que a tinta é gasta.
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Tempo - De 10 a 20 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Papel Kraft grande, cola de farinha, revistas e papéis variados (forminha de
brigadeiro, embalagem de bala de coco, figurinhas etc.).
Objetivo - Perceber diferentes formas, cores e estruturas tridimensionais.
Preparação - Faça a cola: misture em uma panela 1 litro de água, 3 colheres de sopa de
farinha de trigo e 1 colher de vinagre. Mexa até engrossar e deixe esfriar. Dê às crianças
diversas revistas para recortarem sem tesoura.
Coloque sobre a mesa uma folha de papel Kraft já pincelada com cola de farinha em toda a
área. Deixe à disposição das crianças os vários tipos de papel e recortes de revistas para que elas
colem no papel Kraft. Vale sobrepor imagens. Ao final, pode-se fazer um painel coletivo e expor o
trabalho.
Idade - De 2 a 3 anos.
Tempo - De 15 a 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Lápis de cor, giz de cera grande ou pincel grosso e vários tipos de suporte, como
papel espelho, cartolina, papel cartão de cores diferentes, papel enrugado, papéis com
recortes inusitados (com um furo no meio, por exemplo) ou, ainda, madeira, argila etc.
Objetivos - Experimentar diferentes suportes gráficos; explorar várias possibilidades de
registro gráfico; perceber diversas formas de expressão; e desenvolver habilidades
motoras (dependendo do material, o ato de desenhar exige mais ou menos força,
delicadeza para não rasgar etc.).
Com um mesmo pincel, lápis de cor ou giz de cera, as crianças desenham sobre papéis de
diferentes cores, formas, tamanhos e texturas (e até sobre outros tipos de materiais, como a
madeira). Elas vão perceber diferentes efeitos ou tonalidades de um lápis, por exemplo, quando
usado sobre superfícies diversas.
Música
Descobrir sons
Helena Fruet
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A criança consegue perceber sons e se expressar por meio deles desde os primeiros
meses de vida. Por desenvolver outras capacidades, como sensibilidade, intuição, reflexão,
criatividade, coordenação motora, dicção e ritmo, é importante começar a educação musical
desde o berçário. Você pode incentivar os pequenos a cantar, além de educá-los musicalmente ao
brincar com a voz, explorando possibilidades diversas como imitar ruídos e os sons de animais, de
trovão etc. É essencial ter em mente que você atua como modelo e deve incentivar bons hábitos,
como respirar tranqüilamente e manter-se relaxado e com boa postura, além de não gritar ou
forçar a voz.
Idade - De 2 a 3 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades, pátio ou jardim.
Material - Desenhos, recortes ou vídeos mostrando animais e cenas da natureza.
Objetivos - Brincar com a voz e trabalhar as possibilidades de sons que podemos emitir;
estimular a criatividade e a imaginação; e aumentar o repertório.
Com base nas imagens, faça perguntas como: “Que som faz esse animal?”, “Como é o barulho do
trovão?” ou “Como esse pássaro canta?” e deixe as crianças brincarem livremente.
O bebê é estimulado a descobrir os sons que um objeto emite. Espalhe diversos brinquedos
por perto da criança e estimule-a a descobrir cada som movimentando o objeto: tocando,
apertando, chocando-o com outro (foto na pág. ao lado). É importante estimular a pesquisa de
possibilidades para produzir sons em vez de ensinar um único modo de tocar um instrumento,
por exemplo.
Parlendas são brincadeiras com rima e sem música. Brincos são geralmente cantados e
envolvem movimentos corporais, como cavalinho ou balanço.
Exemplo de brinco
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Serra, serra, serrador
Serra o papo do vovô
O vovô está cansado
Deixa a serra descansar
Exemplo de parlenda
Lá em Cima do Piano
(Pode ser usado para escolher quem
vai começar uma brincadeira.)
Lá em cima do piano
Tem um copo de veneno
Quem bebeu morreu
O azar foi seu
A música deixa de ser trilha sonora ou pano de fundo de outras atividades e passa a ser o
foco. Além de estimular o ouvir, mostre à criança como acompanhar o som – batendo palmas,
por exemplo, ou até mesmo cantando. É importante que ela tenha contato com um repertório
musical variado – de música clássica a ritmos regionais brasileiros. Se você souber, toque um
instrumento musical e cante, estimulando a criança a prestar atenção aos sons.
Cuidados e Segurança
Carinho e atenção
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aprendizagem oferecidas pelo mundo que as cerca. O momento do banho ou da alimentação
pode ser tão rico quanto o de uma atividade de artes plásticas. Tudo depende de como é
organizado.
Fralda sequinha
O tom de voz da pessoa que cuida regularmente do bebê e seu jeito de tocá-lo informam
a ele sobre as relações humanas. Antes de levar a criança para o trocador, é bom dizer que vai
trocar sua fralda para ajudá-la a ficar limpa, seca e confortável. Primeiro, coloque-a num bebê-
conforto, com cinto de segurança, próximo a você, enquanto organiza o material necessário e
lava as mãos. Forre o trocador com a toalha da criança e cubra-a com papel-toalha na região
onde apoiará as nádegas, para evitar o contato com algum resíduo que possa contaminá-la.
Sempre olhe em seus olhos e converse com ela durante a troca. Remova as roupas sujas e a
fralda com cuidado para evitar que fezes e demais secreções respinguem e contaminem você e o
ambiente. Dobre a fralda suja sobre si mesma e jogue-a no lixo, que deve ter tampa acionada por
pedal e estar perto. Se o bebê estiver com resíduo de fezes, limpe sua pele com água morna
corrente e sabonete líquido neutro. Se for apenas de urina, use chumaços de algodão embebido
em água morna. Deposite o algodão usado no lixo, assim como as luvas – caso esteja usando.
Lave as mãos da criança com sabonete e água corrente. Seque bem as dobras da pele e coloque a
fralda limpa verificando se ficou confortável. Acomode a criança no bebê-conforto enquanto
organiza o ambiente e a sacola da criança. Lave as mãos e retorne com ela para a sala.
Longe do perigo
Hora de papar
A alimentação na creche deve ser integrada à rotina de casa. Um local para as mães
amamentarem é essencial. Como algumas trazem o leite materno para alimentar os bebês na sua
ausência, é necessário saber armazená-lo, degelá-lo, aquecê-lo e oferecê-lo. Também é preciso
conhecer o cardápio adequado para bebês que estão em aleitamento misto (leite materno e não
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materno) e saber preparar e servir papa de frutas ou de legumes ao bebê em processo de
desmame. Seguir cuidados de higiene e segurança no preparo e na oferta dos alimentos evita
graves riscos à saúde, como intoxicação alimentar. Tenha sempre em mente a necessidade de
prevenir engasgos, aspiração de líquidos regurgitados e, caso esses acidentes ocorram, saber
como socorrer as crianças. Alimentar os bebês requer atenção individualizada e segurança. Após
os 6 meses, aqueles que ainda não se sentam sem apoio das mãos devem receber as papas em
cadeirinhas tipo bebê-conforto. Os demais ficam em cadeirões colocados em semicírculos. Assim,
você atende dois ou três ao mesmo tempo. Por volta dos 8 meses, as crianças podem receber
uma colher para ir aprendendo a pegar o alimento e levá-lo à boca – tudo bem se elas quiserem
tocar a comida ou levá-la à boca com as mãos. Os pratos devem ser fundos, inquebráveis e
lavados com água quente e detergente neutro. Crianças que já andam podem se sentar em
cadeiras adequadas à sua altura e, pouco a pouco, aprender a servir-se, com a sua ajuda. Faz
parte da aprendizagem lavar as mãos antes das refeições e usar babador ou guardanapo.
Educação Infantil
Rumo à maturidade
Integradas à Educação Básica há apenas dez anos, as creches e pré-escolas trabalham para
ganhar qualidade, aliando o cuidado com a criança a atividades educativas
Suzel Tunes
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Houve um tempo em que não existiam crianças no mundo. Apenas adultos em miniatura.
Foi só no século 17 que surgiu a idéia de infância: a sociedade começou a perceber que aqueles
pequeninos seres tinham um jeito de pensar, ver e sentir característicos. Com a descoberta da
infância nasceu, também, a preocupação com a Educação Infantil.
A criação de escolas para esse nível de ensino começou no século 18, com a Revolução
Industrial. Na Europa, essas primeiras instituições tinham o propósito de cuidar dos filhos das
operárias, e no Brasil não foi diferente. A inserção da mulher no mercado de trabalho fez surgir os
primeiros estabelecimentos de Educação Infantil no país, no final do século 19. Eles eram
filantrópicos até a década de 1920, quando se iniciou um movimento pela democratização do
ensino.
Aos poucos, o poder público começou a assumir a responsabilidade por essa escola – que
se consolidou com a Constituição de 1988: “O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de (...) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos
de idade”. Assim, os pequenos passaram a ser reconhecidos como cidadãos e ganharam o direito
de ser atendidos em suas necessidades específicas para se desenvolverem.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, a
educação até os 6 anos ficou definida como a primeira etapa da Educação Básica. A Educação
Infantil passou então a ser dividida assim: creche – para crianças até 3 anos – e pré-escola – de 4
a 6 anos. Essa divisão só foi alterada em maio do ano passado, com a sanção presidencial à Lei
Federal n.º 11.114, que define que as crianças com 6 anos completos devem ser matriculadas no
1º ano do Ensino Fundamental. Dessa forma, a Educação Infantil passou a atender crianças até 5
anos de idade.
A escola toda é um espaço educativo
Nos últimos dez anos, a idéia de que a creche era um local em que as crianças ficavam
apenas para serem cuidadas deu lugar a uma nova concepção. Hoje, mesmo os pais que têm
tempo e condições financeiras de manter a criança em casa optam por enviá-la à escola desde
cedo, por acreditar que é um espaço privilegiado de desenvolvimento e socialização. Uma
decisão acertada, na opinião de Lino de Macedo, professor da Universidade de São Paulo (USP),
em São Paulo. Ele ressalta que a Educação Infantil inicia o processo de escolarização de modo
lúdico, estimula a autonomia e promove o desenvolvimento dentro de um contexto integral, no
qual o cuidar está inserido entre os objetivos pedagógicos. “O cotidiano é uma oportunidade de
aprendizagem”, exemplifica Lino. “Até o banheiro é uma sala de aula, onde se podem aprender
conceitos de higiene e cuidados pessoais.”
Todos os ambientes da escola, portanto, devem ser pensados para permitir o uso
pedagógico e a livre circulação dos alunos. “A criança precisa de lugares amplos e pequenos,
fechados e abertos, onde possa fazer suas explorações”, afirma Lino. Afinal, na Educação Infantil,
os conteúdos pedagógicos devem ser desenvolvidos com base na vivência da criança – suas
relações afetivas, experiências de interação com o mundo, movimentos e, naturalmente, as
brincadeiras, que abarcam todos os outros aspectos.
A brincadeira é valorizada como uma das principais atividades da creche e da pré-escola.
“Mas não adianta brincar de casinha todo dia do mesmo jeito”, alerta Zilma de Oliveira,
professora da USP. Para estimular a criança e promover seu desenvolvimento, é preciso propor
novos temas, oferecer brinquedos, cenários e materiais variados. É necessário ainda interagir,
enriquecendo o universo cultural da criança, como ensinava o russo Lev Vygotsky (leia quadro na
próxima página).
Escolas que têm um programa fechado demais, composto apenas de atividades
pedagógicas, acabam deixando pouco tempo para o ócio e a liberdade de criação. Para Lino de
Macedo, um erro comum cometido pelas pré-escolas é tentar antecipar o currículo do Ensino
Fundamental. Trabalhar a leitura com alunos de 4 anos não pode ser uma forma de antecipação,
mas apenas uma estratégia para colocar as crianças em contato com histórias. Ele diz que a
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escola de Educação Infantil tem funções próprias. Mas muitas vezes afasta-se de seus objetivos,
seja para atender a expectativas equivocadas da família, seja por ignorância acerca das
necessidades do aluno em cada faixa etária.
Existem no país documentos de boa qualidade, como o Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil, que podem ajudar os professores nessa tarefa. Esta edição especial de
NOVA ESCOLA também tem essa função. Em dois grandes capítulos, dedicados à creche e à pré-
escola, estão reunidas 91 sugestões de atividades – além de orientações quanto aos cuidados
com higiene, alimentação e segurança dos pequenos.
A busca pela qualidade do atendimento na Educação Infantil, de acordo com Sílvia Pereira de
Carvalho, coordenadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, envolve questões complexas ligadas a
políticas públicas, orçamento, implantação de planos de carreira e formação profissional. Os dados do
último Censo Escolar, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) no ano
de 2005, revelam que a Educação Infantil está em expansão. Houve um acréscimo de 4,35% nas matrículas
em relação a 2004. “Mas a demanda reprimida ainda é enorme, especialmente na faixa até 3 anos”,
afirma Maria Malta, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, em São Paulo.
De acordo com ela, não são as crianças mais carentes que estão sendo atendidas primeiro. As
famílias menos favorecidas moram em locais que estão entre os mais mal atendidos pela escola pública:
na zona rural, em bairros periféricos das grandes cidades ou mesmo em bairros clandestinos ou terrenos
de invasões, nos quais o poder público custa a chegar. “Pesquisas realizadas em vários países atestam que
as crianças que cursam a pré-escola têm melhor desempenho escolar no futuro”, diz. E, naturalmente, é
entre as mais necessitadas que esse ganho se torna evidente, pois as da classe média têm acesso a outros
estímulos para se desenvolver.
Diferentemente do que acontece na Europa, onde já existem movimentos organizados de pais
fiscalizando o atendimento e cobrando qualidade, no Brasil a participação da família na Educação Infantil
ainda é uma questão delicada. Falta conhecimento sobre o que esperar da escola e sobram preconceitos e
desconfianças de lado a lado. “É preciso reconhecer que há ciúme mútuo”, alerta Zilma. De um lado, é
necessário superar a crença antiga de que a educadora está substituindo a mãe; de outro, entender que a
mãe que deixa o filho pela primeira vez na escola está insegura.
Também colaboraria para melhorar esse relacionamento a realização das reuniões de pais em
horários alternativos ou aos sábados. Hoje, esses encontros costumam ser marcados em horário comercial
e, quando os pais não comparecem, são vistos como displicentes. Algumas escolas mantêm regras muito
rígidas, como não permitir que os familiares entrem na unidade. “Se a mãe pode levar o filho à creche
mais tarde, por que obrigá-la a chegar às 6 da manhã? Por que ela tem de ficar sentada na calçada,
esperando a hora da saída?”, aponta Maria Malta.
Uma parceria afinada entre educadores e familiares é o primeiro passo para a construção de uma escola
de Educação Infantil consciente de seu papel. Para Zilma, tão ou mais importante do que estudar os
grandes teóricos da educação é estar disposto a escutar o que os pais têm a dizer e sempre refletir sobre a
prática pedagógica. Ela sugere que os educadores gravem a si próprios durante uma roda de conversa com
os alunos para observar como eles reagem em cada situação. “Se reconhecendo como aprendiz, o
educador cresce com seu aluno.” E, com ele, se aprimora a Educação Infantil, para ocupar com
competência um lugar de destaque dentro do sistema educacional brasileiro.
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• Henri Wallon (1878-1962): a valorizar os espaços da sala de aula e a liberdade de movimento.
Segundo o francês, é por meio das emoções que a criança se relaciona com o mundo e se
desenvolve. E o aspecto emocional está intimamente ligado ao orgânico: altera os batimentos
cardíacos, a respiração, a tensão muscular. Assim, a criança precisa de espaço para movimentar-
se, expressar suas emoções e relacionar-se afetivamente com o mundo.
• Lev Vygotsky (1896-1934): a interagir com os alunos. O russo defendeu uma teoria sociocultural
do desenvolvimento: para ele, é nas relações pessoais que o ser humano se constrói; é por meio
delas que o indivíduo internaliza os elementos da cultura. A aprendizagem impulsiona o
desenvolvimento e, portanto, o professor tem o papel de interferir, propondo desafios,
desencadeando avanços e estimulando a interação entre as crianças.
Adaptação
Um novo ambiente
Jaciara de Sá
Adaptação é o esforço que a criança realiza para ficar bem no espaço coletivo, onde
relações, regras e limites são diferentes daqueles que ela conhece em casa. No contexto escolar,
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não basta a iniciativa dela para se ajustar à nova situação. Acolher, aconchegar e procurar o bem-
estar e o conforto físico e emocional são responsabilidades dos educadores. Para turmas a partir
dos 4 anos, é importante explicar como será o dia, deixando que se adaptem, no seu ritmo, à
rotina. Outra boa estratégia é incluir os pais na programação dos primeiros dias de aula e
estabelecer uma parceria com eles.
Após as crianças lavarem as mãos, reúna todas em torno de uma mesa grande. Entregue a
cada uma um pratinho e uma faquinha para que possam picar as frutas que trouxeram de casa –
e que você já descascou. Os pedaços de frutas devem ser despejados em uma vasilha grande
deixada no centro da mesa e misturados. A salada de frutas será servida às crianças logo após o
preparo, na hora do lanche. A atividade, se realizada com freqüência, contribui para que os
pequenos desenvolvam a continuidade temporal e, assim, saibam que, depois do preparo, vem o
lanche e que logo se aproxima o momento em que alguém da família vai buscá-los, transmitindo-
lhe mais tranqüilidade.
Leve os peixes e os outros materiais à escola e monte o aquário junto com as crianças para
que elas se sintam responsáveis por ele. Os peixes pertencem a todas as crianças, sem distinção.
Elas devem ajudar você a cuidar do aquário, limpando-o e dando de comer aos peixinhos. Se
algum deles morrer, você deve lidar com a situação de maneira realista, explicando que o peixe
morreu e que a turma deve enterrá-lo num jardim ou em um vaso de planta após se despedirem
dele. Se todos os peixes morrerem, a turma decide se terá um novo aquário.
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As crianças sentam-se em mesas coletivas (com até quatro lugares) e fazem desenhos
individuais e livres com os materiais à disposição. Observe não apenas o que o desenho expressa
mas também se há alguém que não esteja acostumado a realizar esse tipo de atividade e auxilie-
o a utilizar os novos materiais.
Quando a criança está indo à escola pela primeira vez, tenha uma conversa com ela e com o
responsável que a acompanha. Lembre-se de que essa é uma situação nova para ambos e, por
isso, é preciso acolhê-los. Primeiro se apresente. Depois, conte a eles o que vai acontecer, qual é
a proposta da escola e a programação do dia (foto na pág. ao lado). Assim, a criança fica sabendo
após qual atividade é hora de reencontrar a família.
Cantos
Para todos os gostos
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promovida no início da aula – para integrar a turma – ou no final do dia, com foco maior na
descontração. Todas as sugestões a seguir podem ser realizadas simultaneamente.
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Pintura: pincel, tinta e papel. Escultura: massa de modelar e argila. Você pode criar, ainda,
uma caixa só com modelos, como imagens de obras de arte e fotos de animais ou de
flores, por exemplo, para servir de referência.
Objetivos - Despertar a criatividade; incentivar a expressão de idéias de forma plástica;
ampliar os conhecimentos sobre as próprias crianças e o mundo; e proporcionar
experiências em diferentes linguagens e com materiais diversos.
Apresente os materiais, separando aqueles que a turma já conhece dos demais, que são
novidade. É recomendável explicar os cuidados necessários ao utilizar, por exemplo, as canetas
hidrocor (não forçar a ponta e tampá-las após o uso), os lápis (precisam ser apontados), a cola
(deve ser tampada após o uso) etc. Definido o tema, cada criança inicia seu trabalho. Terminada a
atividade, exponha as obras em diferentes espaços da escola, valorizando a produção de cada um
e permitindo a apreciação coletiva. Outra opção é oferecer uma pasta ou uma caixa de papelão
para as crianças guardarem seus trabalhos em classe.
Para apresentar o jogo à classe toda, há vários caminhos, como começar pelo objetivo e as
formas possíveis de atingi-lo; perguntar às crianças como imaginam que ele é, pela observação
das peças; ou jogar uma partida com um convidado para que todos assistam. Se optar pela
explicação em pequenos grupos, convide um adulto ou uma criança mais velha para ensinar as
regras aos novos participantes. Feita a apresentação, dê tempo à turma para jogar e aprender a
estratégia. Quando uma criança passa a jogar bem, pode ser convidada a compartilhar suas
habilidades com todos (foto na pág. ao lado).
Interação
Eu e o mundo
Jaciara de Sá
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anos, há um salto qualitativo no nível de interação, porque a linguagem oral está mais
desenvolvida e, assim, os pequenos expressam melhor seus desejos, sentimentos e idéias. Os
conflitos também fazem parte da interação e são importantes para o desenvolvimento.
Idade - 5 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Garrafa PET ou lata de leite em pó, areia, grãos de arroz, miçangas, parafusos,
pedrinhas, clipes etc.
Objetivo - Explorar as possibilidades sonoras dos objetos.
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Preparação - Escolha um recipiente em que caibam diferentes objetos pequenos. A
garrafa PET é uma opção. Encape 12 delas de modo que fiquem idênticas. Em cada par
coloque a mesma quantidade de um único objeto, como parafusos, e feche bem.
Reúna as crianças em roda e coloque no centro as 12 garrafas idênticas para que elas
encontrem os pares com base no som. Assim, a primeira escolhe uma das garrafas e balança.
Pega outra e faz o mesmo. Se as duas tiverem o mesmo som, ela tenta adivinhar o que há dentro
dela. Depois, a criança abre as garrafas para conferir, mostra o conteúdo aos colegas e fica com o
par até o fim da brincadeira. Se as garrafas escolhidas tiverem sons diferentes, a criança as
recoloca no centro da roda e passa a vez para outro colega. A brincadeira termina quando todos
os pares de garrafas tiverem sido encontrados.
Leve as crianças até o pátio e leia as pistas. A primeira pode ser: “Vá até a árvore mais alta
deste lugar”. Ao chegar lá, deve haver outra dica, como: “Sua próxima pista está no lugar
preferido pelos goleiros de futebol”, e assim por diante. As pistas proporcionam à criança a
chance de interagir com o espaço já conhecido de uma nova maneira. Assim que for encontrado,
o tesouro deve ser compartilhado. Se for o livro de histórias, a atividade termina com a leitura
dele.
Artes Visuais
Que talento
Suzel Tunes
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materiais e a reflexão acerca dos conteúdos artísticos de autoria de cada um, assim como os
produzidos pelos colegas ou artistas consagrados.
Convide as crianças a desenhar sobre uma parede de azulejos (foto acima). A atividade é
coletiva, mas cada um é livre para fazer seu desenho, desde que respeite o espaço e a produção
do outro. Deixe em exposição por um período, após o qual pode ser limpo para dar lugar a uma
nova criação.
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades, pátio, museus e galerias de arte.
Material - Folhas de papel branco, tinta guache, giz de cera, lápis de cor, canetas hidrocor,
tela para pintura, tintas diversas, carvão, giz pastel, tecidos e tábuas.
Objetivos - Ampliar o repertório artístico e cultural com a observação e identificação de
diversas obras de arte; e estimular a expressão artística por meio de diversas técnicas,
estilos e materiais.
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Escolha um tema de interesse das crianças, que já esteja sendo estudado, para ser
desenvolvido também de forma artística. Eleja dois dias da semana para trabalhar este projeto.
Se a turma está aprendendo sobre astronomia, por exemplo, monte um Sistema Solar na forma
de móbile, com bolas de isopor pintadas. Antes, porém, leve um globo terrestre para a sala de
aula e apresente à garotada. Aproveite para mostrar as posições em que ficam a Lua, o Sol e os
outros planetas do Sistema Solar. Conte às crianças sobre a viagem do homem à Lua. Para isso,
leve vídeos, fotos e ilustrações sobre o assunto. É possível também programar uma visita com os
alunos ao planetário de sua cidade. Uma outra opção é aproveitar as aulas sobre o meio
ambiente para a garotada construir uma maquete.
Linguagem Oral
Hora do bate-papo
Cristiane Marangoni
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sala de aula. O grupo pode discutir sobre uma reportagem, um fato recente ou até sobre um
texto científico. Trazer outras pessoas para bater papo também ajuda. Uma advertência: quando
planejar, avalie se a situação reproduz o que acontece na sociedade. Fazer um rodízio para que
todos falem em uma roda de conversa, por exemplo, é uma coisa que não existe no mundo
adulto.
As crianças vão falar de suas experiências pessoais, como os passeios de férias, os encontros
com familiares, as brincadeiras com animais de estimação e acontecimentos marcantes. Organize
a turma sentada em roda e explique como será a atividade. Deixe à disposição dos pequenos
materiais que ajudem a organizar as lembranças e tragam mais detalhes das experiências. Defina
com a turma quantos dias da semana serão utilizados para o trabalho. Providencie um caderno
ou um gravador para que as crianças possam rever seus relatos, fazer acréscimos ou reorganizá-
los.
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Livros, filmes, informativos, TV, filmadora, fita de vídeo, cartolina, canetas ou
lápis, lápis de cor ou canetas hidrocor.
Objetivos - Interação entre apresentadores e platéia; aprender procedimentos de
pesquisa, como seleção de informações e síntese; elaborar roteiros; e organizar uma
apresentação oral para informar o novo conhecimento para outras turmas.
Escolha um assunto de interesse da turma ou apresente vários para que a garotada eleja um.
Separe materiais como livros, filmes e artigos de imprensa e reserve alguns dias para os alunos
pesquisarem. Mostre o texto para aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente, leia para
eles ou peça aos que já são leitores que façam esse papel. Fotos e ilustrações também são de
grande ajuda. Depois, prepare uma situação na qual os pequenos conversem com pessoas mais
experientes. Os adultos não precisam ter uma relação direta com o assunto que está sendo
estudado, pois o foco, nesse momento, é apenas desenvolver a comunicação. Reúna todos em
uma roda e converse sobre a experiência vivida. Planeje com as crianças a apresentação oral do
que foi estudado e elabore um cronograma de trabalho – que inclui a preparação de roteiros e
ilustrações para apoiar essa comunicação verbal. Enquanto uns expõem, os demais pensam em
perguntas para fazer. Organize momentos de avaliação com a sala toda. Essa estratégia é útil para
identificar o que está faltando e novas pesquisas podem ser necessárias. Dê mais um tempo para
isso e prepare novas rodadas de apresentação, dessa vez gravadas em vídeo. Reúna a classe e
pergunte se alguém percebeu algum problema nas filmagens e o que se pode fazer para
melhorar. Na hora do desfecho, pergunte à turma: “Onde será a apresentação?”, “Como será a
disposição dos apresentadores para que todos possam vê-los e ouvi-los?”, “Onde ficarão os
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ouvintes?”, “Haverá textos e ilustrações de apoio?” Por fim, elabore coletivamente os cartazes e
convites para o evento e marque a data. Este projeto dura até quatro meses.
Organize as crianças sentadas em roda e comece contando uma história que elas conheçam
bem. Pode ser um conto ou uma fábula. Repentinamente, pare e peça a elas que continuem,
sendo fiéis ao texto ou inventando. Deixe-as contar até um determinado trecho e retome lendo a
história original. É possível também inverter a ordem pedindo que os pequenos contem ou criem
o início. Deixe fantoches e fantasias à disposição para a atividade ficar mais interessante.
Idade - 5 anos.
Tempo - De 30 a 40 minutos.
Espaço - Sala de atividades e pátio.
Material - Fantasias, maquiagem e adereços.
Objetivos - Desenvolver a expressão corporal; desinibir; e interagir com os colegas.
Para esta atividade, as crianças precisam já ter ouvido muitas histórias e saber de cor as falas
dos personagens. Escolha algumas bem conhecidas e oriente a turma para se dividir em grupos,
de acordo com as histórias que cada uma deseja encenar. As próprias crianças se encarregam de
dividir os papéis, pois, com essa idade, já têm autonomia para isso. Durante um tempo, você vai
enfatizar a fala e a entonação de cada personagem e outros aspectos importantes em um teatro,
como a expressão corporal e a desinibição. Com essa parte resolvida, já é possível pensar no
vestuário, nos adereços e no cenário. As crianças ensaiam um pouco a cada dia para se
apresentarem no pátio da escola para as outras turmas.
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uma por vez, para contar à família as aventuras do dia-a-dia na escola. Esta atividade pode se
estender pelo ano todo.
Cristiane Marangoni
As crianças pequenas não vão mais à escola apenas para receber cuidados e brincar. Hoje
se sabe que na Educação Infantil é possível pesquisar, fazer contas e trabalhar com livros. Os
especialistas afirmam que quanto antes elas conhecerem a linguagem escrita mais possibilidades
de inclusão terão numa sociedade letrada. O objetivo nesta fase não é, necessariamente, ensinar
a ler e escrever, mas proporcionar a interação com a língua escrita. Para isso, é fundamental
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selecionar bons livros e evitar os textos simplificados e infantilizados. Não há necessidade de
escolher um livro para ensinar algo além da linguagem, como uma moral, ou associá-lo a um
questionário ou a um desenho. A leitura tem valor em si.
Idade - 5 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Pedaços de papel cartão com 20 por 12 centímetros, caneta hidrocor, régua,
tesoura, saco plástico e botões.
Objetivo - Ler e escrever usando os nomes próprios por meio de jogos.
Quadricule os pedaços de papel cartão. Os espaços devem ter 5 por 2 centímetros. Escreva os
nomes das crianças aleatoriamente nas cartelas e distribua. Lembre-se de que elas devem ser
diferentes umas das outras para que todas as crianças não ganhem juntas. Escreva o nome de
cada uma em pedacinhos de papel e coloque-os dentro do saco. Sempre utilize letra bastão
maiúscula. Sobre as mesas, coloque punhados de botões que serão usados como marcadores.
Comece o jogo sorteando um nome. Dê um tempo para que todos procurem nas cartelas. Se
você tiver crianças não-leitoras, escreva o nome sorteado no quadro para que elas possam
procurar. Ganha quem conseguir preencher a cartela primeiro.
Entregue a cada criança o cartão com o nome dela, etiquetas e lápis ou canetas hidrocor.
Cada uma escreve o próprio nome com base no modelo fornecido por você e, depois, etiqueta o
material. Ensine à turma onde e como colar. Caso utilize tiras de papel, oriente a turma a fixá-las
com a fita adesiva.
Idade - 5 anos.
Tempo - De 15 a 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Retroprojetor, folhas de transparência, canetas de duas cores para
retroprojetor, lápis e papel.
Objetivos - Criar uma nova versão para um enredo conhecido; produzir textos orais com
destino escrito; revisar; e apropriar-se da linguagem escrita.
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Peça às crianças que elejam uma história de que gostem e que seja conhecida de todas.
Quando chegarem a um consenso, elas a recontam e depois ditam o texto para você escrevê-lo
no quadro-negro. Após essa etapa, você passa essa história para a folha de transparência
exatamente com os termos que elas usaram. No dia seguinte, coloque o texto no retroprojetor e
leia. As crianças apontam quais revisões devem ser feitas. Marque as alterações com caneta de
outra cor. A pontuação ainda não é corrigida por elas, pois é um conteúdo de que ainda não têm
domínio. É possível que a turma não perceba alguns erros. Nesse caso, chame a atenção do
grupo perguntando se há algo para ser modificado. No último dia, coloque de novo o texto já
corrigido no retroprojetor. É importante voltar ao trabalho inicial (o texto que elas ditaram para
você) para que a turma compare com o produto final e perceba a importância da revisão e que
aspectos do texto foram modificados. Repita esse procedimento com mais três ou quatro contos.
Depois, você pode montar um livro para ser doado à biblioteca ou ser dado de presente para os
pais.
Idade - 5 anos.
Tempo - De 40 a 50 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Figuras do mesmo campo semântico (não misture objetos com animais, por
exemplo) e letras bastão maiúsculas móveis. Providencie uma quantidade maior de
alfabetos do que os grupos da sala.
Objetivo - Escrever com a ajuda de letras móveis.
Divida a turma em grupos de quatro. Se não for possível, trabalhe em duplas. Cuide para que
as crianças do mesmo grupo tenham níveis de aprendizagem parecidos (assim, evita-se que uma
faça toda a tarefa). Entregue algumas ilustrações para cada grupo e peça às crianças que
escrevam o nome da figura. Seu papel, enquanto elas escrevem, é fazer pequenas intervenções
quando necessário e anotar como elas estão escrevendo para saber o quanto cada uma ainda
pode avançar. A lista de nomes, os cartazes e os textos que ficam na sala de aula servem de apoio
nessa hora. Se puder, mantenha as letras organizadas em uma caixa para as crianças as
visualizarem melhor.
Um requisito importante é ter um bom acervo de livros, com histórias interessantes do ponto
de vista da linguagem. Veja a diferença entre duas versões de Branca de Neve. A primeira: “Certo
dia, em um reino distante, nasceu uma linda princesinha, com os cabelos negros como ébano, a
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pele branca como a neve e os lábios vermelhos como sangue”. A segunda: “Nasceu Branca de
Neve, uma menininha muito bonita...” Na primeira, você encontra uma história cheia de
detalhes. Na outra, a linguagem é pobre. Escolha uma história e leia. É importante conhecer o
texto previamente para saber que ritmo será empregado na hora da leitura. Prepare o melhor
clima para o momento da atividade. Isso inclui uma sala com boa acústica e uma apresentação
envolvente. Você deve mostrar às crianças o que está lendo. Eventualmente, faça esta atividade
fora da sala, mas lembre-se de que, se houver muita poluição sonora a atenção das crianças
tende a se dispersar.
Idade - 5 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Papel, grampeador e canetas ou lápis.
Objetivos - Ler e escrever usando os nomes próprios; fazer cópia; usar uma agenda;
familiarizar-se com a escrita e obter informações sobre os colegas.
Liste em um papel o lugar onde vai ficar cada informação da agenda: nomes, números de
telefone ou endereços e datas de aniversário. Risque todos os outros papéis da mesma forma ou
tire cópias. É importante que os espaços já estejam delimitados para facilitar a organização na
hora que as crianças forem completar. Peça à turma que traga anotado o próprio número de
telefone e o dia do nascimento. Se precisar, envie um bilhete aos pais pedindo essas informações.
Se houver crianças que não tenham telefone, elabore uma agenda com os endereços. Mostre às
crianças o lugar de cada informação escrevendo os dados de uma delas no quadro. Cada uma
deve copiar essas informações no seu papel. No início, você deve determinar a ordem na qual os
nomes vão aparecer, mas, à medida que o trabalho avançar, é possível convidar a turma a pensar
quem será o próximo da seqüência. Para começar, será apenas um nome a cada dia, mas esse
ritmo deve aumentar conforme a atividade se tornar familiar. Por fim, organize as folhas de cada
um em ordem alfabética e grampeie. Agora cada um tem sua agenda.
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Logo no início do dia, reúna a turma sentada em um semicírculo próximo aos cartazes.
Proponha que um voluntário vá até a parede para ler o nome de cada um em voz alta e verificar a
presença ou a ausência dos colegas. Os demais acompanham a leitura, pois o escolhido pode não
saber algum nome ou se confundir. É comum isso acontecer quando os nomes têm a mesma
inicial. É importante combinar com as crianças a forma de marcar as faltas e as presenças. Ícones,
como estrelinhas ou bolinhas, podem ser usados. No final, converse sobre quem faltou e faça
com a turma a contagem de quantos foram. Você pode variar a atividade fazendo sozinha a
chamada ou pedindo que cada um marque o próprio nome.
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Um mural, lápis, papéis e um acervo de bons livros.
Objetivos - Desenvolver o comportamento leitor; fazer um intercâmbio cultural; e criar
uma comunidade de leitores.
Peça às crianças que pensem num livro de que gostem muito e que desejem recomendar aos
colegas de outra classe. Elas farão isso por meio de recados que serão colocados num mural, que
deve estar num local comum às turmas de toda a escola. Se a garotada ainda não souber
escrever, todos ditam o texto e você escreve. Funciona assim: o Jardim A, por exemplo, indica um
livro para o Pré B. Este, por sua vez, pode dizer se gostou ou não e também recomendar outro
livro. A atividade deve ser feita com grupos que já tenham certa familiaridade em ouvir histórias.
Reserve um dia na semana, durante um semestre, para este trabalho.
Matemática
Mais do que contas
Cristiana Felippe
As medidas e os números estão presentes desde muito cedo em nossa vida, nos jogos, nas
brincadeiras e principalmente nos desafios. Se um garoto ganha duas balas e o outro apenas
uma, eles têm a noção de que um está ganhando menos, mesmo que ainda não conheçam os
números. As crianças devem ter contato desde muito pequenas com a Matemática, por meio de
jogos e brincadeiras para desenvolver o raciocínio e a lógica e incentivar a resolução de
problemas da própria vida. Resolver desafios matemáticos torna os pequenos mais confiantes e
eles passam a valorizar o próprio esforço, além de perceberem a importância do trabalho em
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equipe. No entanto, não basta apenas brincar para saber Matemática. O planejamento da
atividade e a sua orientação são fundamentais para o sucesso do aprendizado.
Idade - 5 anos.
Tempo - 45 minutos por dia.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Livro de recordes, lápis ou caneta, papel e fita métrica.
Objetivos - Escrever um livro dos recordes da classe; refletir sobre a organização do
sistema de numeração; e comparar medidas.
Faça uma pesquisa com as crianças sobre recordes em reportagens ou livros, como o
Guinness. Vocês podem pesquisar sobre o maior edifício do mundo, a menor bicicleta etc. No dia
seguinte, proponha que elas coletem informações desse tipo na própria escola: qual a classe com
maior número de alunos, o maior número de sapato, a criança que tem mais irmãos, quem tem
mais cachorros ou gatos em casa etc. Cada uma dessas informações pode compor uma página do
livro dos recordes. Outra sugestão é verificar quem é o mais alto da sala e pedir para as crianças
anotarem as medidas. Elas usam a fita métrica para aprender como diferenciar medidas
próximas, como 130 e 132 centímetros. É importante que elas conheçam esses números. Vale
ressaltar que nesta atividade você deve tomar cuidado para não incentivar situações que possam
estimular o preconceito. Exemplo: o mais narigudo, o mais orelhudo, o mais baixinho etc. Numa
segunda fase da atividade, pode ser sugerida uma pesquisa como tarefa de casa, na qual as
crianças devem descobrir quem é o mais alto da família e quanto mede e depois comparar com
as medidas da classe. Em sala, todas as alturas serão representadas em tiras de cartolina
colocadas no meio de uma roda para que as crianças possam verificar qual é a maior.
Idade - 5 anos.
Tempo - De uma a duas horas.
Espaço - Pátio ou quadra de esportes.
Material - Dois copos de tamanhos diferentes, xícara de chá, embalagens de leite e
garrafas plásticas vazias para cada grupo de quatro crianças.
Objetivos - Explorar estimativas e comparar a capacidade de diferentes recipientes.
Com a classe dividida em grupos, proponha problemas que utilizem os diversos recipientes.
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1) Quantos copos cabem em 1 litro de leite? Pegue um dos copos e a embalagem de leite
vazia. Encha o copo de vidro com água e despeje na embalagem. Veja quantas vezes o
procedimento é repetido até que a embalagem esteja cheia. Se você mudar de copo, o que
acontece?
2) Onde cabe mais leite: em uma xícara de chá ou em um copo?
3) Com 1 litro de leite, podemos encher mais xícaras ou mais copos?
4) Se na sua casa há oito pessoas para o almoço e apenas uma garrafa de refrigerante, todas
elas poderão beber um copo cheio dessa bebida? Peça às crianças que façam estimativas e
determinem qual a resposta correta, discutindo e registrando os resultados de cada um dos
problemas. Outra sugestão é explorar receitas com a turma e planejar uma “tarde dos sucos”. As
crianças escolhem os sucos que desejam fazer, planejam quem convidarão para saboreá-los,
calculam o número de pessoas e a quantidade de suco que farão, bem como os ingredientes
necessários para que todos os convidados se sirvam.
Preparação - Pesquise uma receita que inclua diferentes unidades de medida, para que seja
possível compará-las, e tire cópias em número suficiente para todas as crianças. Providencie os
ingredientes e utensílios necessários.
Distribua as receitas para as crianças e peça para todas ajudarem a levar os ingredientes e
utensílios para a cozinha. As crianças lêem a receita e seguem os passos descritos. Nesse
momento, cada uma tem uma função. Enquanto uma mede, a outra coloca dentro da tigela e
outra mistura. Depois, comparam se uma xícara de farinha cabe num copo e verificam quanto
significam 500 gramas, por exemplo. Além disso, você pode mostrar que, se o número de pessoas
a ser servidas for maior, a quantidade de ingredientes deve ser aumentada – um modo de
introduzir conceitos de multiplicação e divisão. Somente você ou outro adulto deve mexer no
fogo. No final, a turma ajuda a limpar o local e a lavar os utensílios utilizados.
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Organize as crianças em grupos de quatro e dê a cada uma um pratinho. Uma por vez, elas
jogam o dado e pegam da bandeja a quantidade de tampinhas correspondente ao número tirado,
colocando em seu prato. Isso é repetido até que as tampinhas da bandeja acabem. Ganha quem
tiver o maior número de tampinhas. A cada vez que você trabalhar o jogo com seus alunos, um
novo aprendizado será explorado. Proponha que as crianças discutam o que compreenderam do
jogo e como fizeram para saber quem ganhou a partida em cada grupo. Em outra vez, você pode
pedir um desenho. Outras alternativas são elaborar com eles um texto coletivo a respeito das
regras do jogo ou explicando o que aprenderam enquanto jogavam. Uma opção na regra é dar a
cada jogador o mesmo número de tampinhas, que vão sendo devolvidas à bandeja conforme o
número que sai no dado. Ganha quem primeiro esvaziar o prato. Pode-se também usar dois
dados e somar os pontos antes de retirar as tampinhas.
65. Na mosca!
Ao seu comando, uma criança de cada vez atira a bola de meia em direção a uma figura
geométrica indicada no painel. Se ela acertar, tem o direito de continuar, seguindo um novo
comando seu para acertar outra figura. A criança continua até errar.
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Dê às crianças um mapa de quatro quarteirões dos arredores da escola, com a indicação de
onde eles estão localizados. Depois, leve a turma para um passeio com o objetivo de explorar a
região. Em grupos de quatro, os alunos devem representar os lugares mais significativos do
percurso realizado (por exemplo: um clube, um supermercado, uma livraria, um rio). Em classe,
eles comparam as posições dos lugares marcados pelos outros grupos. Se quiser, fotografe
pontos de referência do caminho realizado com as crianças e peça que organizem as fotos na
seqüência em que foram feitas. Elas devem contar quarteirões, observar quantas ruas precisaram
atravessar para chegar ao destino e também prestar atenção no que está à direita e à esquerda.
Numa segunda fase do trabalho, os alunos podem explicar com desenhos, para os colegas, outros
trajetos, como o de sua casa até a escola. Este trabalho pode durar duas semanas.
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades ou pátio.
Material - Um álbum de figurinhas para cada grupo de quatro crianças e um para a sala
toda, e uma versão ampliada da tabela de controle de figurinhas que aparece no final do
álbum para afixar na sala.
Objetivos - Coletar, organizar e classificar dados em tabelas; ler e comparar números;
adquirir noções de adição e subtração; contar; e resolver problemas.
Combine um dia da semana para trabalhar com os álbuns. Nesse dia, cada um traz um ou dois
pacotes de figurinhas que serão usadas para completar os álbuns dos grupos. As repetidas vão
para o álbum da sala. Aproveite esse momento para apresentar questões e desafios aos alunos.
Converse sobre quantas figurinhas foram colocadas em cada álbum ou quem conseguiu
completar mais ou menos lacunas e quantas foram. Pergunte se uma determinada figurinha foi
colada em algum álbum, identificando-a pelo número, ou qual é o número da última figurinha do
álbum. Lance problemas. 1) Sabendo que cada envelope tem três cromos e que no grupo A foram
abertos oito envelopes, quantas figurinhas eles viram? 2) Quando o grupo abriu os envelopes,
percebeu que em um deles havia dois cromos repetidos e em três envelopes todos eram
repetidos. Dos cromos vistos pelo grupo, quantos eles puderam colar no álbum? É importante
estimular a criança a confrontar os erros, considerando-os como uma oportunidade de corrigir
tentativas frustradas e não como algo ruim. Não é bom induzir a criança à resposta correta,
porque ela precisa aprender a utilizar diversas estratégias para resolver um problema.
Consultoria: Kátia Cristina Stocco Smole, do Mathema Formação e Pesquisa, em São Paulo; e
Priscila Monteiro, do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária, em São Paulo
Movimento
Corpo em ação
Suzel Tunes
Nesta fase, os gestos começam a se submeter ao controle voluntário, e a coordenação e o
equilíbrio melhoram. Além de aperfeiçoar as habilidades e oferecer novos desafios, as atividades
propostas podem integrar o aprendizado sensório-motor com o desenvolvimento simbólico e
cognitivo da criança e sua socialização.
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68. Chute, arremesso e toque
Idade - A partir de 4 anos.
Tempo - De 15 a 30 minutos.
Espaço - Pátio.
Material - Bola macia, peteca, raquete e disco ou vara.
Objetivo - Desenvolver habilidades motoras básicas: deslocamento, equilíbrio,
coordenação, noções de espaço, lateralidade e ritmo.
Inicie este projeto propondo às crianças uma pesquisa sobre danças ou manifestações
folclóricas brasileiras, como maracatu, bumba-meu-boi, coco, samba, capoeira, festa junina etc.
Depois, você ensina essas danças à turma. Compartilhe o produto final da pesquisa de várias
maneiras: apresentações de dança, exposição de fotos e desenhos das crianças sobre
manifestações culturais de regiões diferentes.
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Objetivos - Observar e reproduzir a forma de locomoção de diferentes animais; fazer
comparações com o movimento humano; e ampliar a compreensão de si mesmo e do
mundo.
Ofereça às crianças sugestões de bichos cujos movimentos elas possam reproduzir. Isso deve
ser feito com a exibição de vídeos ou levando-as a um local onde observem de perto, como no
zoológico ou num parque. Organize sessões de criação e demonstração de movimentos. Por
exemplo: “Como se move um animal pesado – um elefante ou hipopótamo?” “E um passarinho
bem pequeno – um beija- flor?” Quando a criança compreende e tenta reproduzir os
movimentos de outros seres, conhece as próprias potencialidades expressivas e valoriza a
representação por meio de gestos. A turma pode usar retalhos de tecido e outros materiais para
ajudar na composição do personagem, ampliando as possibilidades expressivas. Coloque uma
música instrumental como fundo. Uma variação possível desta atividade é uma brincadeira de
mímica: uma criança imita um animal para os colegas e o professor descobrirem qual é.
Autonomia
Seguros de si
40
e do processo de socialização. Não há uma atividade específica que promova a autonomia, mas
todas as ações e relações na comunidade escolar precisam ser permeadas de um princípio de
confiança.
Idade - 4 anos.
Tempo - Uma hora.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Canetas hidrocor, etiquetas e caixas de organização de materiais.
Objetivo - Compartilhar a responsabilidade pela organização dos materiais da sala, com
autonomia para usá-los e guardá-los.
Esta proposta pode durar um mês. Sente em roda com a turma e proponha a todos organizar
os materiais, conversando sobre o modo como eles se encontram agora. Fale sobre a necessidade
de um critério para dispor os objetos de uso cotidiano e deixe as crianças falarem livremente.
Registre as sugestões. Em outro momento, retome os critérios anotados e peça às crianças que
escolham os que vão utilizar para a atividade. Faça uma lista dos nomes usados para cada tipo de
material a ser organizado. Por exemplo: casinha (para os objetos usados nesse tipo de
brincadeira); leitura (para os livros que ficam na sala); pintura (para tintas e pincéis). Você pode
também promover oficinas para preparar as caixas onde vão ficar os materiais. As crianças
pintam, fazem uma colagem, encapam com jornal e colam para que fiquem mais resistentes.
Prontas as caixas e agrupados os materiais, organize a turma em pequenos grupos para guardar
os objetos e escolher o lugar em que ficará cada caixa (foto na pág. ao lado). Em uma nova etapa,
sugira à garotada que escreva nas etiquetas os nomes dos materiais e cole na caixa e/ou no
espaço onde ela ficará. Reforce a idéia de que, assim, todos vão pegar e guardar os materiais sem
necessitar tanto de sua ajuda. Lembre que é importante manter a ordem dos materiais. Dessa
forma, as crianças constroem valores como cooperação, responsabilidade coletiva e confiança em
si mesmas e nos outros.
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades e demais espaços.
Material - Livros, revistas e outras fontes de informação sobre os animais do zoológico,
isopor, cola, papelão, barbante, pedaços de madeira, bichos (podem ser de plástico, de
massinha ou de papel machê), fita adesiva colorida, pedaços de madeira, arame, jornal,
diferentes tipos de papéis e canetas hidrocor.
Objetivo - Exercer a possibilidade de escolha e de tomar decisões.
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Pergunte à turma quem já foi ao zoológico (se não houver um em sua cidade, você pode
substituí-lo por outro local, como um sítio, onde são plantadas as frutas vendidas na feira).
Converse com as crianças sobre o que se pode ver e aprender num lugar como esse, com o apoio
de livros, revistas, fotos etc. Proponha uma visita ao zoológico (ou a outro espaço escolhido). Faça
com a turma um roteiro de coisas interessantes para ser observadas. Durante a visita, permita
que todos fiquem livres para comentar e desenhar tudo o que despertar interesse. Voltando da
visita, converse sobre o que foi visto, o que chamou a atenção, aquilo de que mais gostaram e
não gostaram. Sugira a montagem de uma maquete. Pergunte aos pequenos como eles acham
que poderiam fazê-la. Deixe que se organizem em pequenos grupos para colocar em prática suas
idéias. Ajude-os a tornar possíveis suas propostas e sugestões. Organize o tempo para que as
equipes se encontrem periodicamente, realizem suas tarefas e pensem sobre novas
possibilidades. Ofereça os materiais necessários e auxilie a turma a buscar os que não estão
acessíveis. Promova rodas de conversas entre todos para que troquem experiências,
compartilhem idéias e pensem no produto coletivo comum, que é a maquete. Por fim, pense com
sua turma quem deve ser convidado para conhecer o trabalho e como será feito esse convite.
Este trabalho pode durar até três meses.
Diversidade
Viva a diferença
Helena Fruet
Aceitar o outro como ele é precisa ser um tema constante no cotidiano infantil,
principalmente por ocorrer numa fase de construção da identidade. Na escola, isso se reflete em
atividades que abordam as diferenças de habilidade, conhecimento, gênero, etnia, credo religioso
e tipo físico. É fundamental que as práticas dos professores sejam adequadas em relação à
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aceitação da diversidade. Situações mal resolvidas podem causar baixa de auto-estima,
internalização de preconceitos e rejeição da própria identidade, entre outros problemas.
Diga aos alunos que eles vão se retratar e, por isso, devem escolher as cores dos tecidos de
algodão (preto, marrom e branco) de acordo com sua cor de pele. Para a realização dessa
atividade, é necessária a ajuda dos adultos. Além da escola, envolva os pais e a comunidade. As
crianças levam para casa os pedaços de pano para ser recortados e costurados (pelos adultos) em
forma de bonecas, deixando uma abertura. Para facilitar o trabalho, envie junto com o material
um molde de papel. Em sala de aula, as crianças enchem as bonecas com manta acrílica. Depois,
elas desenham os rostos com caneta para tecido, além de vesti-las e de enfeitá-las como
quiserem. Tufos de lã podem virar cabelos e retalhos de tecido se transformam em roupas.
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Comece a atividade pedindo que as crianças perguntem aos pais de onde eles e os avós
vieram e qual a nacionalidade dos antepassados. Na aula seguinte, proponha uma conversa sobre
o assunto, com cada um contando como são seus pais e avós. Caso as crianças não conheçam
algum de seus familiares, não há problema. Elas devem falar sobre aqueles com quem têm
contato. É importante que você se certifique dos casos mais delicados, pois pode ser que alguma
família não queira tocar no assunto. Consulte os responsáveis antes para saber como abordar o
tema. Depois, peça às crianças para trazer fotos dos avós, dos pais e de si mesmas. Com sua
ajuda, elas colam as fotografias em uma cartolina na forma de uma árvore genealógica. Para
quem não tem foto, proponha um desenho representando essas pessoas. Depois, os trabalhos
vão para uma exposição.
Gênero
Sem essa de "não pode"
Helena Fruet
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76. Futebol misto
Na idade pré-escolar, ainda não há uma diferença muito grande de aptidões físicas entre
meninos e meninas. Ambos podem realizar as mesmas atividades esportivas sem muita
desigualdade no rendimento. Um jogo de futebol com times mistos, montados pelo professor, é
uma forma de integrá-los e fazê-los ver que todos podem jogar juntos. Divida a turma em
equipes heterogêneas e inicie o jogo.
Os meninos geralmente são educados para não temerem nada. Durante esta atividade, você
pode derrubar o estereótipo. Converse com a turma sobre medo. Uma historinha infantil na qual
o tema esteja presente, como Os Três Porquinhos, pode ser o gancho para o início do debate.
Divida as crianças em grupos só de meninos e só de meninas e peça que discutam o assunto.
Depois, abra uma roda para que as crianças falem sobre as coisas que as fazem sentir medo. Se
os meninos não se mostrarem à vontade para falar do assunto, diga que é natural ou comum
sentir medo de certas coisas e que não há mal nisso. Exemplifique com imagens de um cachorro
bravo, de ratos, do escuro e de ladrão.
Idade - 5 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Imagens de jornais, revistas e livros de pessoas de outras culturas.
Objetivo - Perceber que em outras culturas os costumes são diferentes, inclusive nos
hábitos de vestir.
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Essa é uma boa oportunidade para fazer as crianças pensarem nos estereótipos físicos de
cada sexo. Estimule o debate sobre a vaidade masculina tendo como base imagens de homens
usando saia, como os escoceses, ou brincos e colares, como os índios brasileiros.
Idade - 5 anos.
Tempo - De 45 minutos a uma hora.
Espaço - Sala de atividades.
Material - Roupas de adulto masculinas e femininas.
Objetivo - Identificar as funções sociais de homens e mulheres.
Comece um bate-papo com as crianças sobre o que os pais fazem (profissão, lazer, trabalhos
domésticos etc.). Proponha, então, uma brincadeira de faz-de-conta deixando que as crianças
escolham seus papéis e se caracterizem com roupas de adulto. Observe como elas exploram os
papéis masculinos e femininos. Depois, converse com elas fazendo perguntas como: “Quem na
sua casa trabalha mais?”, “De quem é a obrigação do trabalho de casa e o de ganhar dinheiro?”,
“O que eu posso fazer em casa para ajudar?”, “Menino pode fazer as mesmas coisas que
menina?” Nessa proposta, o importante não é ensinar ou mudar o brincar das crianças em
relação às questões de gênero, mas conversar sobre o assunto ampliando o olhar delas sobre o
tema.
Sexualidade
Como eu nasci
Helena Fruet
A partir dos 3 anos de idade a criança tem uma noção de gênero e sexualidade. Já sabe se
é menino ou menina, descobre os genitais e as sensações de tocá-los. A educação sexual nessa
fase deve limitar-se a satisfazer as curiosidades dos pequenos e a resposta não deve ir além do
que foi perguntado. Algumas das questões normais da idade são: “Por que eu tenho pipi e ela
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não?”, “Como o bebê foi parar dentro da minha mãe?”, “Como o bebê vai sair de lá?” É possível e
desejável trabalhar essas questões de forma natural. Não é sempre necessário dar aulas
específicas de educação sexual, mas pode-se trabalhar questões relacionadas à sexualidade nas
atividades sobre corpo humano.
Uma criança ou um adulto lidera a brincadeira. Alguém da turma é escolhido para ter os
olhos vendados com um pano. O líder aponta os demais colegas, um por um, e vai perguntando
àquele que não está vendo: “É este?” Quando ele responder que sim, o líder faz a pergunta
seguinte: “O que você quer dele? Beijo, abraço ou aperto de mão?” Escolhida uma das opções, os
dois trocam o cumprimento e a venda passa para as outras crianças, uma por vez. Se acontecer
de dois alunos dizerem que são namorados e quiserem dar o beijo na boca, explique que apenas
os mais velhos é que podem fazer isso.
Idade - 5 anos.
Tempo - De 20 a 30 minutos.
Espaço - Sala de atividades ou corredor.
Material - Mural, papéis e canetas.
Objetivo - Tratar de assuntos ligados à sexualidade de forma natural e satisfazer
curiosidades.
Preparação - Reúna as crianças sentadas em roda e comece uma conversa sobre o corpo
humano. Anote as descobertas que a garotada faz em um papel.
Comece a montar um painel sobre o corpo humano junto com as crianças. Coloque os
registros feitos anteriormente por você e pergunte a elas o que acham que merece ser
estampado no mural. Uma sugestão é dar o título de “Você sabia que...”, seguido das
descobertas: “...os meninos têm pênis e as meninas têm vagina?”, “...nem todos, só alguns,
espermatozóides conseguem chegar até o óvulo?” e “...os meninos fazem xixi em pé?”
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Com as crianças sentadas em círculo, conte a história O Joelho Juvenal, que fala sobre as
aventuras do joelho de um garoto levado. Em seguida, peça para cada criança identificar seus
joelhos e outras partes do corpo. Junto com elas, destaque diferenças entre os joelhos e demais
partes do corpo (mãos, cabelos, altura etc.). Feito isso, inicie a criação do Boneco Juvenal,
enchendo as duas meias sociais com jornal amassado e costurando a “boca” de uma na da outra;
monte a cabeça com o material disponível (bola de isopor ou de jornal). Depois, ele pode ser
vestido com roupas velhas e enfeitado com acessórios. O Boneco Juvenal fará, então, parte da
turma.
Natureza e Sociedade
Pesquisa de campo
Por volta dos 4 anos, as crianças começam com os mais variados tipos de questionamento
sobre o mundo à sua volta. A escola precisa responder a essas inquietações colaborando para
que a curiosidade se torne ainda mais aguçada. O estudo de temas sobre natureza e sociedade
na Educação Infantil deve enfatizar a aproximação da turma com a investigação, como
formulação de perguntas e explicações sobre o assunto estudado; utilização de diferentes fontes
para buscar informação; visita a locais como bibliotecas e museus; leitura e interpretação de
registros visuais (desenhos, fotografias) etc.
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83. Livro gigante
Leia para a turma O Livro do Papel, que conta a história do papel. Deixe todos observarem
livremente as ilustrações do livro verificando como foram feitas e com que materiais. Proponha a
confecção de uma reprodução da obra, em tamanho gigante e com material em alto-relevo.
Convide os alunos para um passeio, em que possam recolher galhos, folhas, pedrinhas etc. Na
hora de montar a edição, pode-se optar por papel cartão ou papelão com cerca de 1 metro de
altura por 50 centímetros de largura, que serão as folhas do livro. Faça o papel reciclado (ver
instruções abaixo) com os alunos, recorte algumas folhas no tamanho A3 e cole-as em cada
página. Essas folhas vão ser a base de sustentação dos outros elementos que farão parte da
história. Sobre o papel reciclado, as crianças devem reproduzir as ilustrações do original, porém
apenas com os materiais que coletaram na escola. O resultado será um livro gigante só com
objetos reaproveitados e em alto-relevo, que deverá ser guardado na biblioteca ou em alguma
sala, de modo a preservar ao máximo sua vida útil. Este trabalho, se realizado um pouco todos os
dias, dura uma semana.
Rasgue jornais, revistas e outros papéis em pedaços não muito grandes e coloque em um
balde. Derrame água quente sobre eles e deixe amolecer por uma noite. No dia seguinte, retire o
excesso de água do papel e bata no liquidificador com três colheres de sopa de cola branca e
algumas gotas de anilina de qualquer cor. Aperte a massa com as mãos e passe na peneira para
retirar toda a água. Coloque a massa para secar ao sol, esticando-a com as mãos até obter o
tamanho, formato e espessura desejados. Depois de seca, recorte as folhas.
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Proponha a confecção de uma maquete que mostre o que acontece no trânsito. Nela haverá
ruas, calçadas, placas de sinalização, semáforos, faixas de pedestre, postos de gasolina etc. Cada
criança transita com seu carrinho de brinquedo e uma delas (ou você) será o guarda, para
orientar os demais. A garotada deve imitar cenas da vida adulta, como circular apenas em vias
permitidas, parar no sinal vermelho, esperar o pedestre atravessar na faixa etc. Não é um jogo de
estratégia, com foco na vitória, mas uma atividade lúdica. Se houver espaço na escola, a atividade
pode ser realizada com carrinhos em que a garotada transite de verdade (foto na pág. ao lado).
Idade - 5 anos.
Tempo - Variável.
Espaço - Sala de atividades e outros espaços.
Material - Painel, fotos antigas das crianças e de seus antepassados, imagens retratando a
moda no Brasil, cabides, prateleiras, sapatos, chapéus e fichários ou pastas para guardar
imagens.
Objetivo - Compreender a idéia de transformação do vestuário ao longo do tempo.
Peça às crianças que tragam fotos delas e de seus antepassados, além de roupas e acessórios
antigos e atuais. Proponha que as crianças conversem com pessoas mais velhas sobre como eram
as roupas na época delas, quem as confeccionava e onde eram compradas. Reserve um espaço
na sala para receber esse material, com cabides para expor as roupas. Conforme o estudo avança,
o painel pode ser ampliado com imagens da moda.
Limites
Meus espaços
Na fase pré-escolar, a palavra “limite” tem vários significados, que vão das potencialidades
físicas da criança e sua atuação no grupo até a tolerância em relação à frustração e a aceitação
das regras coletivas. É importante destacar que a noção de limite só é alcançada por meio do
autoconhecimento e não pelos parâmetros alheios. O papel do adulto é dar condições para que a
criança adote uma disciplina própria. O objetivo de um trabalho envolvendo o tema, portanto, é
abrir caminho para que os pequenos se sintam seguros, observando e respeitando o campo de
ação do outro. Em qualquer situação lúdica, podem ser trabalhados o conceito de limite. Cabe a
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você mediar as relações e as atitudes das crianças durante as brincadeiras. Quanto mais vivências
você apresentar, mais elas se fortalecem diante dos próprios medos e frustrações. Por isso, ao fim
de cada jogo, é interessante fazer uma avaliação em conjunto com a turma a respeito dos
conflitos surgidos e dos resultados obtidos e planejar futuras adaptações.
Idade - 5 anos.
Tempo - 30 minutos.
Espaço - Pátio ou sala de atividades.
Material - Cartolina, lápis de cor ou giz de cera, tesoura e TNT verde e vermelho (para
tabuleiro de mesa). Giz colorido, fita adesiva e camisetas verdes e vermelhas (para
tabuleiro no chão).
Objetivo - Desenvolver o senso de estratégia de acordo com as limitações do espaço
físico, do tempo para agir, das regras do jogo e da capacidade alheia.
Preparação - Primeiro, confeccione o tabuleiro. Desenhe na cartolina ou no chão do pátio
sete círculos concêntricos, cortados por oito linhas que só não atravessam o círculo
central (foto na pág. ao lado). Pinte o diagrama. Para as peças, recorte quatro círculos de
TNT vermelho e sete de verde. Se o jogo for no chão, vista as crianças com camisetas
dessas mesmas cores.
O nome deste jogo é Ringo. Nele, jogam duas crianças ou dois grupos, cada um
representando um time. As peças verdes são as atacantes e o objetivo delas é tomar a casa
central do tabuleiro, chamada de Fortaleza. As vermelhas são as defensoras, que devem impedir
a meta das verdes. Ao todo, são 49 casas, sendo que as únicas três pintadas de amarelo são zona
neutra, ou seja, nenhuma peça pode ser tomada pelo adversário nessas casas. Cada casa só pode
ser ocupada por uma única peça. Disponha as sete atacantes nos espaços perto da borda do
tabuleiro. O único espaço vago será a casa da zona amarela. Coloque as quatro defensoras nas
casas ao redor do círculo central. As peças atacantes devem sempre se mover de fora para dentro
do círculo, enquanto as defensoras podem andar tanto para a frente quanto para trás. Todas
podem se movimentar lateralmente, desde que no mesmo círculo em que se encontram.
Nenhum jogador pode passar a vez, ou seja, o movimento é obrigatório sempre. Para tomar uma
peça, deve-se saltar sobre a mesma e cair na casa imediatamente posterior (vazia), como no jogo
de damas. Mais de uma peça pode ser tomada na mesma jogada, também como na dama. As
defensoras podem tomar peças em qualquer sentido do tabuleiro. Se o atacante conseguir
chegar à Fortaleza com apenas uma peça, ela ainda pode ser tomada pelas defensoras, que
devem agir da mesma maneira: saltando sobre ela e caindo na próxima casa vazia. Ou seja, as
atacantes só vencem o jogo quando conseguem colocar duas peças no círculo central. Já as
defensoras vencem quando tomam seis peças das atacantes ou impossibilitam por completo o
movimento delas.
88. Para falar de emoções
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Objetivos - Desenvolver a capacidade de auto-regulação de conhecimento das
potencialidades corporais e de uso do corpo na expressão de emoções; e aprimorar a
percepção de si como parte de um todo (família, escola etc.).
Informe às crianças que será apresentado o vídeo Por Que Precisamos Uns dos Outros. Esse
filme mostra um grupo de animais que não quer se juntar a outro porque eles falam e têm
aparência diferente da deles. Porém, os “diferentes” são salvos de uma enchente graças a essas
outras características. Após a sessão, proponha a comparação do enredo com a situação escolar,
apontando como os integrantes da turma podem auxiliar uns aos outros. Exemplo: aquele que
sabe pintar melhor ajuda o amigo que sabe recortar bem, que vai ajudar o primeiro.
Música
Viagem pelos sons
Helena Fruet
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89. Como está fica
Você fica no controle do aparelho de som. Enquanto a música toca, as crianças devem
caminhar ou dançar – pode ser ou não no ritmo. Quando a música pára, elas também param
imediatamente do jeito que estão e ficam sem se mexer até a música recomeçar.
A aula de artes se mistura à de música nesta atividade. A idéia é trabalhar à vontade com
sucata. Estimule a criança a criar um instrumento ou a fazer uma nova versão de um que já
existe, utilizando o material disponível. Uma latinha cheia de grãos vira um chocalho; tampas de
plástico e embalagens de ovos, quando tocadas com uma varinha, produzem o som de uma
bateria; um cesto de lixo de ponta-cabeça vira um tambor; um pedaço de papelão ondulado se
transforma em um reco-reco... Outra opção é o tambor de bexiga, feito com uma lata vazia.
Cubra a boca da lata com um pedaço de bexiga e prenda-a com um elástico. Latas de diferentes
formas e tamanhos produzem sons diferentes.
91 No ar a rádio novela
Transformar o texto de um livro em uma história narrada pelo rádio, como uma radio novela,
é uma proposta interessante para fazer a turma pesquisar e reproduzir sons. Numa primeira
atividade, conte uma história e proponha que ela seja dramatizada por meio de sons. Planeje
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com a garotada quais ruídos serão reproduzidos e como isso será feito. Alguns exemplos de sons
que os pequenos podem ser estimulados a criar: toque do telefone, tique-taque do relógio, galo
ou pássaros cantando, barulho do mar. Com objetos, eles vão imitar sons como o trote de cavalos
(batendo cascas de coco), crepitar do fogo (amassando papel celofane), abrir garrafa com rolha
(fazendo o som com o dedo na boca) etc. Numa segunda atividade, é hora de recontar a história
com sons. A atividade pode ser feita ao vivo ou registrada com um gravador.
Nessa idade, é mais importante estimular a pesquisa sobre a produção de sons do que
ensinar a tocar um instrumento. Providencie alguns instrumentos musicais ou peça à turma que
traga de casa. Distribua-os entre as crianças e deixe-as livres para explorar todas as
potencialidades sonoras.
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