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Não há como refutar a presença de Camões no ideário português, fundindo-se como elemento
inexpurgável da cultura desse povo. A obra do poeta e a sua biografia, bem como a mitologia que
as envolvem, transformaram-no em uma dos maiores e mais conhecidos símbolos de Portugal o
que o coloca, muitas vezes ao longo da história, na condição de paradigma.
E quando se ler Saramago percebemos um Camões humano que luta para conseguir publicar uma
obra, e Saramago usa de umTeatro ao mesmo tempo político e existencial, de idéias e de
emoções, mostrando que a dramaturgia de José Saramago, moldada em diálogos afiados e ritmo
musical, confirma sua maestria na criação de situações reveladoras das contradições éticas e
sociais. O que Farei com este livro? Conta a historia do momento que Luís de Camões retorna
das índias tem que negociar com a obtusa Inquisição e com a medíocre corte de Lisboa a
permissão para publicar a obra maior da língua portuguesa.
A peça de teatro "Que farei com este livro?", longe de mostra um Camões endeusado , Saramago
constrói um Camões indeciso e o coloca em plano de destaque na peça, aproximando e fundindo-
o ao leitor. Não é desprovida de intenção a sua última fala: "Que farei com este livro? (...) Que
fareis com este livro?" (p. 92). Nesse paralelismo sintático, fundem-se personagem e leitor no
mesmo dilema, de que forma devem ser lidos os versos de "Os Lusiadas" e, ainda mais longe,
qual leitura Saramago propõe para "Os Lusíadas" e para a sua peça? As vítimas do sistema, ou
heróis saramaguianos na peça, indicam cada qual a uma opção de leitura. Ana de Sá, mãe do
poeta, ouve nos versos do filho a voz do povo português, questionando as ambições de D.
Sebastião. ANA DE SÁ:
Então quando vós dizeis que a Índia será uma doença de Portugal, estás declarando doutro modo
aquilo que meu filho disse nas oitavas que me leu. (Que farei com este livro? p. 29)
Diogo do Couto, entusiasta dos versos camonianos pela sua beleza e erudição, sugere que, apesar
de grandioso, o poema não encerra em si toda a verdade e beleza do mundo. DIOGO DO
COUTO: "O mundo ai tem mais para ver e admirar". (Que farei com este livro? p. 28)
O que trouxestes da Índia, Luís Vaz, foi a história do antigo Portugal, mais a grande navegação.
Tudo isso que acrescentastes são casos dos nossos dias de agora, deste tempo em que não
sabemos para onde Portugal vai. (Que farei com este livro? p. 54)
Somando-se esses pontos de vista e possibilidades de recepção, Saramago propõe uma leitura na
qual, aproximando o contexto histórico da produção camoniana do contemporâneo. E faz isso
mostrando o perigo de uma leitura inocente ou conduzida por ideologias manipuladoras que
transformaram, ao longo dos anos, Camões e a sua obra em mitos de Portugal. É exatamente essa
condição de mito que Saramago vem dessacraliza quando nos dá um Camões fraco, hesitante e
confuso, mas não um mártir. Um Camões humano que, como qualquer um de nós, aprende com
os exemplos de outras pessoas, sofre transformações na busca pelos seus ideais e quando
consegue atingir os seus objetivos se questiona: E agora, que farei?
REFERÊNCIA
SARAMAGO, José. Que Farei com este Livro. São Paulo: Companhia das letras,1998.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/20898/1/CAMOES-SOB-A-PERSPECTIVA-DE-
JOSE-SARAMAGO-/pagina1.html#ixzz0rQpcHLUh
Roseli Gonçalves
José Saramago
Publicada por Clube de Leitura "Ler por Prazer" em Sexta-feira, Junho 12, 2009
Etiquetas: José Saramago, Literatura Portuguesa, Poesia, Tributo, Vida
http://vomundodaspalavras.blogspot.com/2009/06/poema-para-luis-
de-camoes-jose-saramago.html
em 20/06/2010
www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/.../EL_V37N3_39.pdf
PROJETO DE LEITURA
Vera do Val
O imaginário da floresta: lendas e histórias da Amazônia
Vera do Val
Resenha
A obra de Vera do Val reúne lendas amazônicas contadas por tribos da região,
segundo a autora a obra tem narração de habitantes das comunidades indígenas.
Algumas das lendas aqui estão resumidamente colocadas.
Quadro síntese
Durante a leitura:
Os contos de Vera do Val não são grandes, logo sua leitura pode ser feita com a
divisão da turma em grupos de 5 alunos, cada grupo escolhe uma lenda, lê e discute
em grupo quantas outras formas se pode contar uma história como aquela. Depois
desta leitura os grupos apresentam a lenda que trabalhou, recontando para turma o
que foi lido. Como um jogral, em que será montada novamente a obra, só que desta
vez a ordem é feita pelos grupos de alunos. Dessa forma todos conheceram o livro e
poderão ouvir as histórias contadas do jeito deles.
Depois da leitura:
Após a leitura, discuta com os alunos o que são lendas agora que eles já conheceram
algumas da obra, pode-se solicitar uma pesquisa sobre as lendas amazônicas. Como
elas surgiram? Quem conta ainda hoje? Em quais municípios a lenda é mais verdade
do que lenda? Quantas crianças do sexto ano conhecem estas lendas na escola e
quem as transmitiu? Podem também ser criados painéis onde ao contrário de textos
escritos são produzidos desenhos ou gravuras de revistas e jornais para recontar essas
histórias. Outra forma de avaliação é solicitar a pesquisa sobre autores amazonenses e
obras para uma exposição em sala de aula da literatura na região amazônica.
Dicas de Leitura:
Dicas de filmes:
Lançamento: 2003 (EUA) / Direção: Tim Burton / Atores: Albert Finney , Ewan
McGregor , Billy Crudup , Alison Lohman , Helena Bonham Carter / Duração: 125 min /
Gênero: Comédia / Status: arquivado.