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"Vasco da Gama na Ilha dos Amores" (Vasco da Gama on the Island of Love) by Vieira Portuense [1765-1805]

“CAMÕES” SOB A PERSPECTIVA DE JOSÉ


SARAMAGO
DESENVOLVIMENTO

Não há como refutar a presença de Camões no ideário português, fundindo-se como elemento
inexpurgável da cultura desse povo. A obra do poeta e a sua biografia, bem como a mitologia que
as envolvem, transformaram-no em uma dos maiores e mais conhecidos símbolos de Portugal o
que o coloca, muitas vezes ao longo da história, na condição de paradigma.

E quando se ler Saramago percebemos um Camões humano que luta para conseguir publicar uma
obra, e Saramago usa de umTeatro ao mesmo tempo político e existencial, de idéias e de
emoções, mostrando que a dramaturgia de José Saramago, moldada em diálogos afiados e ritmo
musical, confirma sua maestria na criação de situações reveladoras das contradições éticas e
sociais. O que Farei com este livro? Conta a historia do momento que Luís de Camões retorna
das índias tem que negociar com a obtusa Inquisição e com a medíocre corte de Lisboa a
permissão para publicar a obra maior da língua portuguesa.

A peça de teatro "Que farei com este livro?", longe de mostra um Camões endeusado , Saramago
constrói um Camões indeciso e o coloca em plano de destaque na peça, aproximando e fundindo-
o ao leitor. Não é desprovida de intenção a sua última fala: "Que farei com este livro? (...) Que
fareis com este livro?" (p. 92). Nesse paralelismo sintático, fundem-se personagem e leitor no
mesmo dilema, de que forma devem ser lidos os versos de "Os Lusiadas" e, ainda mais longe,
qual leitura Saramago propõe para "Os Lusíadas" e para a sua peça? As vítimas do sistema, ou
heróis saramaguianos na peça, indicam cada qual a uma opção de leitura. Ana de Sá, mãe do
poeta, ouve nos versos do filho a voz do povo português, questionando as ambições de D.
Sebastião. ANA DE SÁ:

Então quando vós dizeis que a Índia será uma doença de Portugal, estás declarando doutro modo
aquilo que meu filho disse nas oitavas que me leu. (Que farei com este livro? p. 29)

Diogo do Couto, entusiasta dos versos camonianos pela sua beleza e erudição, sugere que, apesar
de grandioso, o poema não encerra em si toda a verdade e beleza do mundo. DIOGO DO
COUTO: "O mundo ai tem mais para ver e admirar". (Que farei com este livro? p. 28)

Damião de Góis vê os Lusíadas sob um prisma histórico multifacetado. DAMIAO DE GÓIS:

O que trouxestes da Índia, Luís Vaz, foi a história do antigo Portugal, mais a grande navegação.
Tudo isso que acrescentastes são casos dos nossos dias de agora, deste tempo em que não
sabemos para onde Portugal vai. (Que farei com este livro? p. 54)

Em seus escritos, José Saramago dessacraliza os elementos mitológicos constituídos ao longo de


quatro séculos de recepção dos versos camonianos. A ele interessa a representação do sujeito
nacional português e reavaliação da identidade nacional. Com a manipulação irônica dos fatos
históricos, ou recriação histórica, opera-se a interrogação explícita sobre o presente e o diálogo
transformador com o modelo de Camões. Nesta oscilação do discurso e da história.

Somando-se esses pontos de vista e possibilidades de recepção, Saramago propõe uma leitura na
qual, aproximando o contexto histórico da produção camoniana do contemporâneo. E faz isso
mostrando o perigo de uma leitura inocente ou conduzida por ideologias manipuladoras que
transformaram, ao longo dos anos, Camões e a sua obra em mitos de Portugal. É exatamente essa
condição de mito que Saramago vem dessacraliza quando nos dá um Camões fraco, hesitante e
confuso, mas não um mártir. Um Camões humano que, como qualquer um de nós, aprende com
os exemplos de outras pessoas, sofre transformações na busca pelos seus ideais e quando
consegue atingir os seus objetivos se questiona: E agora, que farei?

REFERÊNCIA

SARAMAGO, José. Que Farei com este Livro. São Paulo: Companhia das letras,1998.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/20898/1/CAMOES-SOB-A-PERSPECTIVA-DE-
JOSE-SARAMAGO-/pagina1.html#ixzz0rQpcHLUh

Roseli Gonçalves

Meu amigo, meu espanto, meu convívio,


Quem pudera dizer-te estas grandezas,
Que eu não falo do mar, e o céu é nada
Se nos olhos me cabe.
A terra basta onde o caminho pára,
Na figura do corpo está a escala do mundo.
Olho cansado as mãos, o meu trabalho,
E sei, se tanto um homem sabe,
As veredas mais fundas da palavra
E do espaço maior que, por trás dela,
São as terras da alma.
E também sei da luz e da memória,
Das correntes do sangue o desafio
Por cima da fronteira e da diferença.
E a ardência das pedras, a dura combustão
Dos corpos percutidos como sílex,
E as grutas do pavor, onde as sombras
De peixes irreais entram as portas
Da última razão, que se esconde
Sob a névoa confusa do discurso.
E depois o silêncio, e a gravidade
Das estátuas jazentes, repousando,
Não mortas, não geladas, devolvidas
À vida inesperada, descoberta,
E depois, verticais, as labaredas
Ateadas nas frontes como espadas,
E os corpos levantados, as mãos presas,
E o instante dos olhos que se fundem
Na lágrima comum. Assim o caos
Devagar se ordenou entre as estrelas.

Eram estas as grandezas que dizia


Ou diria o meu espanto, se dizê-las
Já não fosse este canto.

José Saramago
Publicada por Clube de Leitura "Ler por Prazer" em Sexta-feira, Junho 12, 2009
Etiquetas: José Saramago, Literatura Portuguesa, Poesia, Tributo, Vida

http://vomundodaspalavras.blogspot.com/2009/06/poema-para-luis-
de-camoes-jose-saramago.html

em 20/06/2010

www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/.../EL_V37N3_39.pdf

PROJETO DE LEITURA

Vera do Val
O imaginário da floresta: lendas e histórias da Amazônia

Autores: Kenedi,Regina e Monique

Vera do Val

O imaginário da floresta: lendas e histórias da Amazônia

Um pouco sobre a autora

Vera Maria do Val, natural da Guarda, é Educadora de Infância e licenciou-se em


Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra. Trabalhou em vários jardins de infância do Ministério da
Educação; integrou durante três anos o Projecto de Intervenção Precoce, apoiando
crianças com necessidades educativas especiais. Durante dois anos trabalhou no
Instituto de Apoio à Criança. É docente na Escola Superior de Educação de Coimbra,
do Curso de Educação de Infância.

Resenha

A obra de Vera do Val reúne lendas amazônicas contadas por tribos da região,
segundo a autora a obra tem narração de habitantes das comunidades indígenas.
Algumas das lendas aqui estão resumidamente colocadas.

 Lenda da mãe d'água (origem desconhecida):


 Lenda do guaraná (lenda do povo sateré-mawé, habitante do rio amazonas -
população em 2000: 7.000 pessoas.): uma jovem bonita com poderes
mágicos,chamada Onhiamuçabé, toma conta do Noçokem, jardim sagrado da
floresta. Numa de suas idas ao Noçokem a moça adormece e uma cobra se
apaixonou por ela, engravidando-a. com isso a tribo não a aceitou e ela foi
expulsa do lugar. Quando o menino nasceu seus tios tentaram matá-lo. Tupã
pediu para a mãe tirar o olho dele e enterrar, dali nasceria uma planta muito
poderosa. Assim fez a mãe e passou muito tempo regando a planta com suas
lágrimas.

 Lenda do uirapuru (origem desconhecida): Um jovem índio apaixonou-se pela


esposa do cacique. Por se tratar de um amor proibido não poderia se aproximar
dela. Sendo assim pediu ao deus Tupã para transformá-lo em um pássaro. Ele
foi transformado em um pássaro lindo e vermelho, com um belo canto. O
cacique quando ouviu seu canto tentou prendê-lo para que ele cantasse sempre
perto de si, mas perdeu-se na mata nessa procura. Até hoje o pássaro canta
para que sua amada o descubra.

 Lenda do pirarucu (do povo uaiá, habitante do sudoeste do amazonas. os


Uaiás, irmãos dos manaós estão desaparecidos): Pirarucu era um índio que
pertencia a tribo dos Uaiás que habitava as planícies de Lábrea no Sudoeste da
Amazônia. Ele era um bravo guerreiro mas tinha um coração perverso, mesmo
sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo.

Comentários sobre a obra

A obra O imaginário da floresta: lendas e histórias da Amazônia resgata as


conhecidas lendas da região Amazônica. A autora reveste de uma linguagem acessível
aos jovens e faz esses leitores viajarem na região de ponta aponta através das estórias
contadas pelos povos indígenas. Quem se aventurar no deleite da leitura deste livro
encontrará um mundo repleto de heróis e acontecimentos que o farão imergir em um
imaginário até então indígena. Vera Do Val em suas estadas na floresta colheu várias
lendas contadas pelos povos da mata; povos que foram extintos e povos que ainda
resistem à pressão da sociedade que tenta de varias formas destruir o que resta dessa
cultura. Uma das lendas que fora repaginada pela autora é A lenda da Mãe-d’água que
segundo a autora é de origem desconhecida. A lenda conta a aventura de Dinahi.
Mulher guerreira que vence todas as batalhas que participa causando invejas a outros
guerreiros que tentam matá-la, para isso, pedem ajuda a seus irmãos. Na tentativa
Dinahi mata os irmãos. Com medo do velho Kaúna foge até ser agarrada e jogada no
rio, transformando-se em Mãe-d’água a grande protetora dos rios.

Quadro síntese

Gênero: Contos e Lendas

Palavra-chave: 1. Amazônia – Literatura infanto-juvenil 2. Lendas 3. Imaginário.

Área envolvida: Literatura; leitura.

Público alvo: Juvenis do 6º ano do Ensino Fundamental.


Antes da Leitura:

Contextualizar a obra com a autora, observar se alguém já conhece o trabalho


da professora Vera e identificar como os alunos recepcionam a literatura amazonense,
sabendo-se que é parte da cultura deles. Para tanto, deve-se iniciar a aula com uma
breve explanação sobre as lendas amazônicas fazendo relação com o conhecimento
prévio do aluno, o conhecimento científico do mesmo e o tão conhecido festival de
Parintins. Ao tomar o festival como ponto de partida, relaciona-se as canções
produzidas para a festa com as lendas amazônicas, também é um bom caminho
trabalhar trechos de músicas e fazer a relação destas com a obra que iremos abordar.
Só então, depois de amadurecido o caminho pelo qual vamos “andar” fazer um breve
comentário sobre a importância dos contos regionais.

Durante a leitura:

Os contos de Vera do Val não são grandes, logo sua leitura pode ser feita com a
divisão da turma em grupos de 5 alunos, cada grupo escolhe uma lenda, lê e discute
em grupo quantas outras formas se pode contar uma história como aquela. Depois
desta leitura os grupos apresentam a lenda que trabalhou, recontando para turma o
que foi lido. Como um jogral, em que será montada novamente a obra, só que desta
vez a ordem é feita pelos grupos de alunos. Dessa forma todos conheceram o livro e
poderão ouvir as histórias contadas do jeito deles.

Depois da leitura:

Após a leitura, discuta com os alunos o que são lendas agora que eles já conheceram
algumas da obra, pode-se solicitar uma pesquisa sobre as lendas amazônicas. Como
elas surgiram? Quem conta ainda hoje? Em quais municípios a lenda é mais verdade
do que lenda? Quantas crianças do sexto ano conhecem estas lendas na escola e
quem as transmitiu? Podem também ser criados painéis onde ao contrário de textos
escritos são produzidos desenhos ou gravuras de revistas e jornais para recontar essas
histórias. Outra forma de avaliação é solicitar a pesquisa sobre autores amazonenses e
obras para uma exposição em sala de aula da literatura na região amazônica.
Dicas de Leitura:

Histórias do Rio Negro – Ed. Martins Fontes


A Criação do Mundo: e outras Lendas da Amazônia - Vera do Val; Geraldo
Valerio - Martins Fontes

Dicas de filmes:

Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (titulo original: Big Fish)

Lançamento: 2003 (EUA) / Direção: Tim Burton / Atores: Albert Finney , Ewan
McGregor , Billy Crudup , Alison Lohman , Helena Bonham Carter / Duração: 125 min /
Gênero: Comédia / Status: arquivado.

Sinopse: Ed Bloom (Albert Finney) é um grande contador de histórias. Quando jovem


Ed saiu de sua pequena cidade-natal, no Alabama, para realizar uma volta ao mundo. A
diversão predileta de Ed, já velho, é contar sobre as aventuras que viveu neste período,
mesclando realidade com fantasia. As histórias fascinam todos que as ouvem, com
exceção de Will (Billy Crudup), filho de Ed. Até que Sandra (Jessica Lange), mãe de
Will, tenta aproximar pai e filho, o que faz com que Ed enfim tenha que separar a ficção
da realidade de suas histórias.

Proposta: observar como um contador de histórias apresenta-se e até que ponto a


verdade se confunde com o imaginário.

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