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Trabalho realizado por…

César Flores
Mª Isabel Fernandes
Teresa Santos

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IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS

 As dificuldades de linguagem são problemas ou distúrbios na


compreensão ou na produção da fala.

 “Um distúrbio de linguagem é caracterizado pela aquisição,


compreensão ou expressão anormais da língua falada ou escrita. O
distúrbio pode envolver todos ou alguns componentes fonológicos,
morfológicos, semânticos, sintácticos ou pragmáticos do sistema
linguístico. Os indivíduos com distúrbios de linguagem frequentemente
apresentam problemas no processamento de frases ou na abstracção
de informações significativas para armazenagem ou recuperação na
memória de curto ou de longo prazo” (ASHA, 1980, pp. 317-318).

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IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS

 As dificuldades de linguagem podem ocorrer por várias razões:

 Existência de uma causa orgânica que dispara o problema

• perda auditiva que afecta a compreensão linguística

• deficit de controlo neuro-motor do tracto vocal, que afecta a produção


linguística oral

A criança foi precocemente estimulada de maneira errada, o que


impede o desenvolvimento normal da aquisição da linguagem.

 Graves problemas de aprendizagem e de funcionamento cognitivo.

 Há ainda um grupo grande de crianças que apresentam dificuldades


linguísticas na ausência de qualquer uma dessas causas.

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IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS

A identificação das dificuldades é problemática

As dificuldades linguísticas caracterizam-se por uma diferença do


desenvolvimento linguístico normal

A identificação precoce das mesmas depende da sensibilidade que os


responsáveis pela criança têm para reconhecer que ela está no limite
extremo da distribuição normal das passagens pelas etapas do
desenvolvimento da linguagem

No entanto não há um ponto exacto que estabeleça a separação entre um


desenvolvimento normal e um desenvolvimento que se possa considerar
problemático.

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ATRASO

 Um atraso no desenvolvimento da linguagem é o primeiro indicador de


uma dificuldade linguística.

 Ingram (1972) – ausência de fala aos 18 meses;

 Stackhouse e Campbell (1983) – fala ininteligível na idade escolar;

 Linguagem receptiva ou expressiva classificada um ou dois desvios


padrão abaixo do QI não-verbal.

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Distúrbio

Atraso linguístico ≠ Distúrbio linguístico


Stark e colaboradores (1983)
Bishop e Rosenbloom (1987)

No distúrbio da linguagem a aquisição linguística das crianças parece seguir um


padrão diferente do normal.

 Quando a criança apresenta dificuldades em determinada estrutura sintáctica ou quando


produz a fala de maneira disfluente.

Para se estabelecer a existência de um distúrbio e não de um atraso no


desenvolvimento linguístico da criança deve-se compará-la com crianças de idade
linguística equivalente.

 Uma criança de 6 anos de idade apresenta um atraso 3 anos. O seu papel de competências e
de habilidades deve ser comparado com outras crianças de idade linguística equivalente.

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FREQUÊNCIA

 Estabelecer a prevalência das dificuldades de aprendizagem é uma


tarefa complexa.

 Dados confiáveis sobre prevalência dependem de critérios claros para


identificar as dificuldades.

 Não há consenso geral sobre os critérios que definem a dificuldade de


linguagem e, assim , as estimativas variam consoante o critério usado.

 Uma das maiores dificuldades na interpretação dos dados sobre a


prevalência das dificuldades de linguagem é saber até que ponto os
dados reflectem problemas subjacentes no processamento de
linguagem e até que ponto eles reflectem atrasos na aquisição do
sistema linguístico.

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FREQUÊNCIA

 A identificação inicial de uma dificuldade linguística normalmente ocorre


como resultado do fracasso na aquisição ou combinação das palavras.

 É difícil saber até que ponto os atrasos representam problemas e até


onde representam a variabilidade natural na aquisição linguística.

Algumas crianças conseguem superar um atraso inicial na aquisição


linguística. Bishop e Edmundson (1987) encontraram dados mostrando
que 40% das crianças que apresentavam problemas linguísticos aos 4
anos já tinham resolvido estes problemas na metade dos 5 anos.
Entretanto aquelas que não conseguiam superar continuavam a
manifestar as dificuldades até mais tarde.

Vários estudos longitudinais de crianças com dificuldades de linguagem


relatavam uma alta percentagem de comprometimentos linguísticos,
educacionais e sociais que persistiam muitos anos após a dificuldade
linguística ter sido diagnosticada.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS:

Etiológica
Quando a etiologia é conhecida, podemos obter
informações sobre as características da criança e seu
provável desempenho linguístico.
Funcional
Quando a causa fisiológica é evidente, os sistemas de
classificação por etiologia são bastante refinados.

No entanto tendem a ser indiferenciados para a grande classe de


dificuldades linguísticas que não resultam de uma causa fisiológica
identificável.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DIFICULDADES LINGUÍSTICAS:

 Algumas crianças apresentam um desenvolvimento linguístico lento ou


alterado na ausência de critérios etiológicos claros, acarretando um problema
especial para o sistema de classificações etiológicas porque não há
evidências de factores como surdez, deficiência motora ou distúrbios socio-
emocionais que expliquem a dificuldade linguística. EX.

Ex. Poucas crianças com dificuldades linguísticas específicas mostram evidências claras de lesão
cerebral ou de antecedentes neurológicos, e há poucos indícios que provem a existência de alta
frequência de problemas perinatais entre esta população (BISHOP, 1987)

Usadas para nomear as crianças com


 Disfasias de desenvolvimento problemas linguísticos na ausência de
factores explicativos. No entanto, o
 Distúrbio específico de desenvolvimento problema com estas características é que
da linguagem elas não levam directamente a uma
compreensão dos aspectos do
 Comprometimento específico da comportamento linguístico que devem ser
linguagem modificados.

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BASE DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

Pré-requisitos básicos para estruturar uma abordagem de problemas linguísticos:

Uma compreensão do padrão de Uma descrição detalhada de como o


desenvolvimento linguístico normal sistema linguístico representa e processa
informação linguística

Este pré-requisito fornece perspectivas sobre o Este pré-requisito concentra-se na natureza do


desenvolvimento na aquisição da linguagem e processamento que ocorre com as partes
chama a atenção para mudanças que podem componentes do sistema linguístico. Fornece a
ocorrer. Também fornece informações sobre os base explicativa dos componentes linguísticos e
estágios de desenvolvimento e um conjunto de os padrões de mudança que ocorrem durante o
padrões que podem ser usados na análise da desenvolvimento.
adequação dos objectivos terapêuticos.

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BASE DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

 Uma análise das dificuldades linguísticas nestes termos pode


descrever a linguagem da criança tendo como referência o
desenvolvimento normal e, ao mesmo tempo, classificar a
dificuldade levando em conta os mecanismos de
processamento envolvidos.

 Para além de descrever o comportamento linguístico da


criança, também tenta identificar as bases linguísticas e
cognitivas para este comportamento.

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BASE DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

 Importa estabelecer uma diferença entre a compreensão e a produção


da linguagem. As crianças com desenvolvimento normal
compreendem as formas de expressão antes de as produzirem.

 Compreendendo uma determinada palavra ou uma forma de


expressão, as crianças geralmente, ficam munidas de uma grande
quantidade de sujeitos que guiam e estimulam as influências que
farão sobre o significado das expressões linguísticas.

 Ao contrário, na produção, quando exigida a produzir uma palavra ou


expressão linguística, a criança deve confiar no sistema linguístico –
deve aceder à palavra apropriada ou à construção gramatical e
transformar isto num resultado (output) linguístico aceitável.

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BASE DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

 A produção coloca mais exigências sobre o


sistema linguístico do que a compreensão.

 As dificuldades na compreensão usualmente


conduzem também a dificuldades na
produção. No entanto as dificuldades de
produção podem ocorrer na ausência de
uma dificuldade de compreensão.

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O SISTEMA LINGUÍSTICO

Consiste numa série de componentes que incluem o Léxico, o Fonológico e o


Semântico:

Estrutura linguística

Léxico Sintáctico Fonológico

As palavras podem ser combinadas As palavras também contam com


Arquivo de palavras
para formar frases – nível sintáctico uma estrutura sonora interna –
que uma pessoa possui
de análise nível fonológico de análise.

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O SISTEMA LINGUÍSTICO

Também devemos considerar em que situações as palavras e as frases


têm significado. Geralmente este nível é analisado sob os tópicos:

Situações em que as palavras


e as frases têm significado

SEMÂNTICOS PRAGMÁTICOS

O significado de uma palavra é adquirido


aprendendo a fazer a correspondência de
um determinado padrão sonoro com um Modo como o ouvinte interpreta
particular conceito – quanto ao significado as intenções do falante. Este
de uma sentença, a relação entre o significado processo
é determinada pela forma como a estrutura exige que o
sintáctica de uma frase leva a uma ouvinte faça inferências.
interpretação semântica.

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O SISTEMA LINGUÍSTICO

Pragmátic Sintaxe Fonológico


a Semântica
Léxico

Interagem no processo global de


compreensão e produção de fala.

Ao considerarmos os problemas linguísticos, o primeiro passo é


identificar em que componentes específicos do sistema linguístico
a criança apresenta dificuldades. Ou seja, é necessário avaliar a
competência da criança em cada um dos componentes.

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PRINCIPAIS COMPONENTES ENVOLVIDOS NA
COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DA FALA

Entrada (input) da fala

Sistema de
percepção auditiva Sistema conceptual (o qual cria representações
semânticas e pragmáticas de significado

Sistema léxico Sistema gramatical

Sistema fonológico de Componentes envolvidos


emissão (output) na compressão da fala

Sistema articulatório Componentes envolvidos


de emissão (output) na produção da fala

18 Emissão (output) da fala


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DIFICULDADES DA LINGUAGEM E SUAS EXPLICAÇÕES

 Algumas crianças parecem ter dificuldades restritas a um


componente particular.

 Outras crianças apresentam dificuldades mais gerais em torno


de diferentes componentes.

logo

 Ao discutir as explicações das dificuldades linguísticas, é


necessário precisar o tipo de dificuldade ao qual a
explicação se refere.
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DIFICULDADES DA LINGUAGEM E SUAS EXPLICAÇÕES

Processos que causam dificuldades de linguagem

Processos estruturais Processos cognitivos dos


do sistema linguístico quais o sistema linguístico depende

Até recentemente o paradigma de pesquisa dominante era aquele no qual


as dificuldades de linguagem eram investigadas, fazendo correlação entre
uma medida de linguagem e uma medida de algum factor cognitivo não-
linguístico colocado como hipótese de causa das dificuldades de
linguagem. Era o caso do processamento perceptual auditivo;
processamento temporal e sequencial e processos de memória activa.

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DIFICULDADES DA LINGUAGEM E SUAS EXPLICAÇÕES

 As pesquisas mais recentes são influenciadas por argumentos


de que o sistema de linguagem possa ser um domínio
cognitivo autónomo, pouco dependente da cognição geral para
a análise da fonologia e da sintaxe da entrada (input).

 Além da relação entre linguagem e outros aspectos da


cognição, parece sensato discutir primeiro os aspectos
linguísticos que podem estar envolvidos em casos de
dificuldades de linguagem e, então, perguntar que recursos
cognitivos gerais podem estar implicados nessas dificuldades.

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PROBLEMAS COM O SISTEMA DE LINGUAGEM

 As crianças podem ter dificuldades isoladas


numa componente, apesar de ser mais
comum a presença de dificuldades numa
série de componentes, variando o grau de
gravidade tanto na compreensão quanto na
produção. (Haynes & Naidoo, 1991).

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ESTRUTURA FONOLÓGICA DAS PALAVRAS

Palavras (estrutura interna)

Estrutura fonológica
Padrão de tonicidade Estrutura silábica

 Os fonemas são as unidades sonoras individuais que compõem uma


palavra e que distinguem uma palavra da outra. São compostos por um
grupo de características fonéticas, submetidas às regras da pronúncia.

 Há um repertório limitado de características, todas elas inatas aos seres


humanos. As crianças descobrem quais são as características relevantes
para elas pelo input linguístico que recebem. A identificação e a
organização dessas mesmas é um pré-requisito para aquisição de outros
aspectos da linguagem.

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ESTRUTURA FONOLÓGICA DAS PALAVRAS

Fonemas

combinados formam dividem-se em

Sílabas Consoantes Vogais

 Em geral as sílabas seguem um padrão CV (consoante, vogal) ou CVC.

 Na aquisição da linguagem, as primeiras palavras são monossílabas com um padrão


CV ou a duplicação deste padrão em CVCV (Ex. mama e dada).

 Geralmente, a compreensão precede a produção durante toda a aquisição fonológica


(Ingram, 1989). No entanto, a organização fonológica começa após a aquisição das
primeiras palavras. Ocorre um grande desenvolvimento e refinamento do sistema
fonológico durante os anos pré-escolares.

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PROBLEMAS FONOLÓGICOS

As crianças com alterações do desenvolvimento fonológico podem


apresentar um conjunto de processos permanentes semelhantes àqueles
observados no desenvolvimento normal:

• Frequentemente continuam a usar os processos de simplificação até


muito depois das crianças com desenvolvimento normal os terem
abandonado (coexistem processos muito anteriores com processos
mais avançados).

• Desequilíbrio cronológico

• Processos incomuns / idiossincráticos

• Uso variado de processos

• Preferência sistemática de sons


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PROBLEMAS FONOLÓGICOS

Adições

Ingram (1989)
(descreveu)

Alterações
Fonológicas

Omissões Substituições

O objectivo da análise é identificar as regras que estão


por trás das alterações fonológicas.
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PROBLEMAS FONOLÓGICOS

É possível identificar pelo menos dois tipos de alterações articulatórias


funcionais, ou seja, casos em que não há razão orgânica visível para a
alteração da fala da criança.

Alterações Articulatórias Funcionais

localizado na produção – planeamento e sistema fonológico


execução dos movimentos articulatórios alterado ou inadequado

Dificuldades Fonéticas Dificuldades Fonémicas

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PROBLEMAS FONOLÓGICOS

 Se a dificuldade da criança é restrita à emissão (ou seja, na


tradução lógico-motora) não há implicações sintácticas directas.

 Entretanto podem ocorrer problemas com a articulação de sons


específicos que têm implicações para a sintaxe (por exemplo,
ausência de inflexão), ou as palavras podem ser combinadas de
uma forma pouco convencional.

 Na maioria dos casos existe uma coexistência entre as


dificuldades fonológicas e sintácticas.

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LÉXICO E SEMÂNTICO

 As palavras são as unidades básicas da língua. Elas conferem


o significado em si e podem ser combinadas para criar frases.

 O arquivo de palavras que a criança adquire forma o seu


vocabulário ou léxico.

 Durante a infância (entre o final do 1º ano de vida e os 5 ou 6


anos de idade) a criança adquire em média cerca de dez
palavras novas por dia.

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ASPECTOS NA AQUISIÇÃO LEXICAL

Aspectos na aquisição lexical

Aquisição do significado da palavra A forma como a estrutura interna de uma palavra pode ser
(relação entre a palavra e o mundo) modificada, que é a aquisição da morfologia

A morfologia é a estrutura interna das palavras.


Alguns aspectos da morfologia são controlados pelas
Exige que a criança perceba a que objecto do mundo considerações sintácticas – morfologia flexional.
a nova palavra se refere e desenvolva a representação As crianças têm que dominar a morfologia flexional
da forma pela qual as várias palavras estão ligadas para comunicarem. As primeiras palavras das crianças
ou se distinguem dentro do sistema linguístico. não têm morfemas flexionais dando uma aparência
Esta tarefa é apoiada pela experiência e pelo telegráfica às palavras justapostas
conhecimento das crianças – A quantidade As flexões como o morfema de plural e o
de experiências da criança influência morfema de passado são adquiridas durante os
o tamanho do seu léxico. anos pré-escolares. Uma vez aprendidas, as flexões
tornam-se a base da aprendizagem da categoria
sintáctica de uma nova palavra.

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PROBLEMAS LÉXICOS E SEMÂNTICOS

Uma das marcas das dificuldades linguísticas é a emergência tardia das palavras. As
crianças com dificuldades de linguagem são mais lentas para aprender novas palavras
que as crianças da mesma faixa etária. (Rice et al, 1990)

Alguns especialistas apresentam como causa para estas dificuldades, o facto das
palavras novas não serem mantidas por tempo suficiente na memória activa.

Byers Brown e Edwards (1989) relataram que as crianças manifestam problemas “em
encontrar as palavras” de duas formas diferentes:
–algumas crianças com dificuldade em evocar itens lexicais parecem quietas e pouco
comunicativas devido à restrição da sua fala, enquanto

–outras que apresentam a mesma dificuldade de localizar as palavras parecem até tagarelar
porque recorrem a uma variedade de partículas comunicativas enquanto evocam a palavra.

As dificuldades de evocação de palavras são geralmente medidas através de tarefas


estruturais de nomeação.

Em geral as crianças com dificuldades de evocação de palavras


apresentam boa compreensão.

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PROBLEMAS LÉXICOS E SEMÂNTICOS

PROBLEMAS DE PROCESSAMENTO RESPONSÁVEIS PELAS DIFICULDADES


DE EVOCAÇÃO

A explicação mais comum diz que essas crianças apresentam dificuldades


para aceder à palavra na memória. Uma vez que elas conseguem realizar
tarefas de reconhecimento correctamente, a palavra deve estar armazenada na
memória.

Kail e Leonard (1986) sugeriram que as crianças com dificuldades de evocação


de palavras apresentam representações menos elaboradas da palavra, o que
dificulta para a criança a selecção de uma palavra relevante para um dado
conceito.

Este facto tem implicações directas em relação à intervenção, pois em vez de


exigir treino ou estratégias de evocação, os autores sugerem que elas passem
por um treino mais detalhado de representação do significado de uma palavra.

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ESTRUTURA SINTÁCTICA

Sintaxe: conjunto de princípios que determina como as palavras podem


ser combinadas de forma gramatical.

A tarefa principal para a criança que está a adquirir a gramática é


aprender a tratar as palavras como membros de uma categoria gramatical
e aprender as formas legítimas de combinar essas categorias.

As crianças começam a combinar as palavras no final do segundo ano de


vida (McShane, 1980). A criança começa a construir relações entre as
palavras.

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ESTRUTURA SINTÁCTICA

 As flexões gramaticais (ex: dois patos) começam entre os dois e os


três anos . Este é o marco do início real de aquisição da sintaxe.

 O tamanho médio da frase aumenta durante os anos pré-escolares,


de uma palavra aos dois anos para quatro palavras aos três anos e
meio e oito palavras aos seis anos.

 No entanto, mais importante que o comprimento da frase, o que conta


é o domínio gradual da estrutura sintáctica. (EX: Uso de artigos antes
dos substantivos; o uso de preposições para indicar direcção e
localização; o uso de verbos em diferentes tempos, etc).

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PROBLEMA SINTÁCTICOS

Características
linguísticas das crianças
com problemas gramaticais

Ausência de palavras conectivas Ausência de flexões verbais

Alguns investigadores associam os problemas gramaticais a dificuldades no


processamento dos sons (auditivo). Talal e Piercy (1978) sustentam que a
percepção dos sons da fala, como as consoantes e as vogais, são
percebidos de forma pior pelas crianças com dificuldade de linguagem.

No entanto, nem todos os problemas sintácticos têm origem nas estratégias


iniciais de processamento. Algumas crianças parecem conhecer muito mal
as estruturas sintácticas. Van der Lely (1990) refere que as crianças com
dificuldades de linguagem apresentam uma dificuldade específica no uso da
informação sintáctica como um guia para o significado.
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PRAGMÁTICA

Pragmática

ponto de vista da… dificuldades

Compreensão - a pragmática diz


Dificuldades com Dificuldades no
Produção - a pragmática respeito às nossas habilidades
o sistema linguístico sistema cognitivo
diz respeito às nossas para inferir a intenção do falante
habilidades para conferir ao produzir a sua expressão oral.
intenções através da fala. As dificuldades pragmáticas
podem surgir por várias razões.

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PRAGMÁTICA

O desenvolvimento das habilidades pragmáticas começa antes do uso da linguagem


propriamente dita.

Aos 2 anos de idade, a capacidade da criança para participar numa conversa


prolongada é limitada.

O desenvolvimento das habilidades pragmáticas pode ser visto sob duas


perspectivas:

Podemos estudar o desenvolvimento da


Linguística Geral habilidade de compreender como os
outros “funcionam” e levar isto em conta
na comunicação.

Do ponto de vista da perspectiva


Linguística Específica linguística, podemos estudar o
desenvolvimento das estratégias verbais
específicas para a comunicação das
intenções.
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PROBLEMAS DA PRAGMÁTICA

Algumas crianças com dificuldades de aprendizagem são descritas como portadoras de


um distúrbio semântico-pragmático ou de um distúrbio de conversação.

São crianças que dominam bem os aspectos formais da língua, mas a conversação não
ocorre normalmente.

Habilidades
referenciais

Participação Mudança
em de
conversas Fey e Leonard código
(1987)
cinco áreas da
pragmática
importantes para as
crianças com
Actos dificuldades Regras
e de linguagem do
fala discurso

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PROBLEMAS DA PRAGMÁTICA

Fey e Leonard (1987) Identificaram 3


conjuntos de problemas nessas crianças:

 Não dão respostas;

 Apoiam-se longamente em respostas automáticas;

 A sua comunicação pode estar comprometida porque elas não


apresentam mecanismos específicos de discurso, tal como as formas
interrogativas.

Bishop e Adams referiram que o estilo discursivo das crianças não era
apenas imaturo para a sua idade, mas também incluía algumas
características discursivas que não eram normais em nenhuma idade.

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PROBLEMAS EXTERNOS AO SISTEMA LINGUÍSTICO

O sistema linguístico não existe isolado do resto do sistema


cognitivo. É possível que algumas dificuldades linguísticas sejam
causadas por problemas que surgem de processos não-
linguísticos em que se baseia o sistema linguístico.

Fontes possíveis das dificuldades não linguísticas:

 Processamento auditivo
 Memória activa
 Processos cognitivos gerais

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PROCESSAMENTO AUDITIVO

 Vários autores já referiram que as dificuldades linguísticas


específicas são causadas por problemas no processamento do
input auditivo. Tallal e seus colaboradores concluiram que
crianças com dificuldades linguísticas têm um pior
desempenho ao processar estímulos auditivos rápidos ou
breves, como tons ou sons da fala.

 Também Frumkin e Rapin (1980) mostraram que as crianças


com dificuldades fonológicas apresentavam uma
descriminação auditiva medíocre quando os estímulos eram
apresentados rapidamente.

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MEMÓRIA ACTIVA

 Alguns autores sugerem que uma habilidade reduzida ou


diminuída para armazenar informações na memória activa
pode ser um factor agravante da dificuldade linguística.

 Gathercole e Baddeley (1990) concluíram, em estudos


efectuados, que as crianças com dificuldades de linguagem
conseguiam reter menos material no repertório fonológico da
sua memória activa e sugeriram que isto poderia afectar a
formação de uma representação estável de uma nova
sequência sonora na memória de longo prazo.

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PROCESSOS COGNITIVOS

 Uma hipótese muito comum sobre as dificuldades linguísticas é que


elas reflectem as deficiências em processos cognitivos mais gerais.

 Cromer (1978) observou que muitos comportamentos ordenados por


sequência, inclusive a linguagem, apresentavam uma estrutura
hierárquica. Isto significa que há relações estruturais importantes entre
itens não-adjacentes, como por exemplo, na sintaxe da linguagem.
Em estudos realizados o mesmo autor concluiu que as crianças com
dificuldades linguísticas tinham menos probabilidade de usar um
planeamento hierárquico.

 Outros estudos conduzidos dentro da estrutura piagetiana, em que a


linguagem é vista como um tipo de actividade simbólica, cujo
desenvolvimento depende do desenvolvimento de uma capacidade
simbólica geral, propuseram que as dificuldades de linguagem, são
causadas por dificuldades gerais no processamento de símbolos de
qualquer tipo.

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IMPLICAÇÕES DE UM MODELO DE PROCESSAMENTO DE
DIFICULDADES DE LINGUAGEM

 Um modelo de processamento das dificuldades da linguagem


requer que o sistema linguístico seja tratado como uma série
de componentes. Como tal estes podem ser prejudicados em
maior ou menor extensão, uma vez que são considerados um
sistema único.

 Este tipo de análise permite dissociar o desenvolvimento de


diferentes componentes e possui implicações directas para os
procedimentos de classificação e para a compreensão do
desenvolvimento.

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CLASSIFICAÇÃO

Bishop e Edmundson (1987) estabeleceram uma


tabela de classificação dos tipos de dificuldade:

• Distúrbio fonológico puro


• Distúrbio restrito à fonologia, à sintaxe e à morfologia
• Distúrbio de todas as funções expressivas
• Distúrbio receptivo-expressivo
• Outros

No entanto, ainda permanece a dificuldade de distinguir entre as crianças


que apresentam problemas persistentes, daquelas cujas alterações são
provavelmente transitórias.

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ATRASO VERSUS DISTÚRBIO

 Um modelo de processamento de linguagem destaca a


dificuldade de se tentar fazer um distinção simples entre atraso
e distúrbio. Um atraso num componente pode fazer com que
toda a linguagem pareça alterada devido à interacção entre
componentes.

 Levando-se em conta a variabilidade que existe no processo


normal de aquisição de linguagem, a conceitualização das
dificuldades de linguagem através da dicotomia atraso-
distúrbio é extremamente simplista.

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AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO

Princípios centrais que guiam a abordagem da avaliação e


intervenção de linguagem:

• Não há um modelo completo e satisfatório de


processamento linguístico;
• Não há um deficit único e principal que responde pelos
problemas apresentados por todas as crianças com
distúrbios linguísticos

A avaliação deve ser determinada pelo conhecimento da criança e pelo


conhecimento do sistema linguístico.
É importante considerar o papel do ambiente na modificação do
processo de aquisição.
47 55
AVALIAÇÃO

Tarefas do avaliador:
1º Estabelecer se o problema existe e identificar a dificuldade
presente (testes; check-lists…)

2º Descrever as habilidades linguísticas da criança (descrição de


figuras; conversas sobre brinquedos; respostas a perguntas…)

A avaliação é parte integral da intervenção, uma vez que ela está


continuamente a reavaliar os dados iniciais da avaliação
e os impactos das várias intervenções possíveis.

48 55
INTERVENÇÃO

 A ênfase deve ser dada à linguagem e às


habilidades relacionadas com a linguagem. As
estratégias que as crianças aprendem devem ser
aplicáveis para o processamento linguístico em
contextos normais.
 Se, por exemplo, o foco da intervenção for
discriminação auditiva, a ênfase não deve ser dada
à discriminação de sons simples, mas sim à
discriminação do tipo de conteúdo que ocorre na
linguagem.

49 55
CONCLUSÕES

 Uma análise das dificuldades de linguagem deve centrar-se na


linguagem.

 O sistema linguístico deve ser considerado como uma série de


componentes interactivos.

 A dificuldade de uma criança pode ser mais grave num


componente que em outro, mas devido à interacção dos
componentes é provável que a maioria das crianças
apresentem um padrão de dificuldades em vários
componentes.

 Os perfis das dificuldades linguísticas podem ser mais úteis


que as classificações em categorias.
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Dicas…

…para a sala de aula

51 55
INTERVENÇÃO ATRAVÉS DO ENSINO DIRECTO

Sequência típica de ensino directo apresentada por McCormick, Loeb e Schiefelbusch


(1997):

 Seleccionar três a quatro actividades (3 a 13 minutos de duração) no contexto de


prática;

Implementara análise de tarefas para cada uma das actividades e ensinar as


componentes ou subtarefas à criança com PL;

Ensinar aos pares sem PL (antes do início de cada actividade) a esperar que seja o
seu par com PL a iniciar a interacção;

Utilizaro reforço e a ajuda de forma a encorajar a iniciativa no jogo/brincadeira (caso


a criança com PL não se aproximar do contexto do jogo e não iniciar interacções com
os seus pares);

Permitirque a criança brinque sozinha durante 2 a 6 minutos depois da sequência


estar completa.

52 55
INTERVENÇÃO ATRAVÉS DO ENSINO DIRECTO

Sugestões facilitadoras de interacções sócio-comunicativas entre as


crianças, apresentadas por Bailey e Wolery (1992) e Kuder (1997):

Incluir as crianças sem PL como tutores e não como principais


intervenientes. Não deverá ser esperado que elas ensinem objectivos
específicos de linguagem ou de comunicação.
Ensinar estratégias sócio-comunicativas a todas as crianças, durante as
interacções.
Começar as actividades com as crianças que têm maiores possibilidades de
sucesso (as crianças com PL podem comunicar frequentemente através de
gestos, palavras ou sinais).
Focar o ensino individualizado nas competências apropriadas espontâneas
de iniciativa e resposta.

53 55
INTERVENÇÃO ATRAVÉS DO ENSINO DIRECTO

 Ensinar as estratégias de conversação, no sentido de facilitar as


interacções sócio-comunicativas (conseguir a atenção, contacto visual,
comentar, responder, pedir informação, tomar a vez, etc.).

 Utilizar o ensino directo e implementar o ensino de competências


específicas de interacções entre pares (demonstrações, ajudas, role -
playing e feedback).

 Programar a manutenção e generalização, nomeadamente ao permitir


mais tempo para aprender novas competências; tornar as interacções
entre pares uma componente regular das rotinas da sala de aula; fornecer
sistematicamente reforço e ajudas e ensinar as competências sócio-
comunicativas que aparentam ser as mais funcionais para a criança.

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BIBLIOGRAFIA

Dockrel, J.; MCShane, J. (1993).Crianças com Dificuldades de


Aprendizagem. Uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artemed

Correia, L. M. (1997). Alunos Com Necessidades Educativas


Especiais nas Classes Regulares. Porto: Porto Editora

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