Vous êtes sur la page 1sur 9

FACULDADE DE DIREITO DE CAMPOS

PROJETO DE PESQUISA SUBMETIDO AO INGRESSO NO GRUPO DE


INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS

AUTOR(A): TALISSA CAMARA TINOCO DE SIQUEIRA


PAOLA BOECHAT DE ALMEIDA TEIXEIRA
GRUPO DE DIREITO DE FAMÍLIA

Orientador(a): Drª Danuza da Silva Crespo Bastos


Drª Vanessa Ribeiro Correa Sampaio de Souza

Campos dos Goytacazes – RJ


2007
2

FACULDADE DE DIREITO DE CAMPOS

PROJETO DE PESQUISA

Tema: DIREITO DE FAMÍLIA

Delimitação: ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS (Brasil; 1988 – 2007).

1. Objetivos:

1.1- Identificar os princípios constitucionais aplicados ao Direito de Família.


1.2- Estabelecer o paralelo quanto à aplicabilidade dos princípios constitucionais
e como estão, estes, sendo aplicados aos casos concretos do Direito de
Família.
1.3- Apresentar a possibilidade jurídica do reconhecimento da união
homoafetiva como entidade familiar, bem como a homoparentalidade.
1.4- Compreender os requisitos legais da adoção
1.5- Analisar as decisões jurisprudenciais acerca do referido tema.
3

2. Justificativa:

É sabido que a união de pessoas homossexuais não tem sua situação


regulamentada ou prevista pela legislação infraconstitucional. Com isso, o instituto
jurídico que é a adoção não fica expressamente permitida em relação a eles.
Contudo, baseando-se nos princípios e direitos arrolados na Constituição
Federal de 1988, não será encontrada nenhuma vedação ao ato de adoção por
casais homoafetivos. E aquilo que o legislador não proíbe, não há por que o
intérprete inovar.
Dentre os princípios arrolados na Constituição Federal de1988, aqueles que
mais se destacam são o Princípio da Isonomia das Normas, Princípio da
Legalidade, Princípio da Dignidade Humana, por ultimo e mais importante, o
Princípio do melhor interesse da Criança; este, sendo o mais importante para o
instituto da adoção, dever ser o mais bem analisado no momento da legalização
ou deferimento daquele ato por qualquer pessoa, homossexual ou não.
A proibição da adoção somente deixa claro o que há muito se observa na
sociedade: o pré-conceito. Fala-se em a criança ter problemas futuros e sendo
influenciada pela convivência, tornar-se também um homossexual. Mas se
esquecem de que pessoas homossexuais nasceram e cresceram em um ambiente
heterossexual, além de que não se pode tratar a homossexualidade como uma
doença ou distúrbio de caráter de uma pessoa. Motivo pelo qual o Conselho
Federal de Psicologia proíbe expressamente que os psicólogos brasileiros tratem
a homossexualidade como doença, pois já é comprovado cientificamente que não
o é. Cumpre ainda destacar que, segundo a Classificação Internacional das
Doenças (CID) divulgado periodicamente pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) foi concluído pelos revisores da CID-10, em 1995, não existirem mais
sinais que justifiquem considerar a orientação sexual doença ou sintoma, tratando-
se tão somente de uma manifestação do ser humano. Assim, o sufixo –ismo
(grego), que também significa doença foi substituído pelo sufixo –dade (latim), que
significa modo de ser. 1
Felizmente, alguns tribunais, conscientizados da importância da adoção
para essas crianças, têm proferido procedente quanto aos pedidos. Fica claro que
é preferível dar uma oportunidade ao adotado de crescer em um ambiente familiar
onde terá carinho, educação, saúde e respeito a deixá-lo numa instituição, onde
haverá menos oportunidades para sua formação social.
Como é sabido, o direito nasceu para os fatos e deve acompanhá-los; o
novo assusta, mas é com ele que se aprende e são superadas as novas
realidades, deixando claro que se deve regulamentar o mais rápido possível a
situação dos homossexuais como entidade familiar, superando assim o pré-
conceito da sociedade.

1
VILELA, Renata Dantas. A adoção por casal formado por pessoas do mesmo sexo sob a perspectiva civil-
constitucional. RTDC, vol. 27, jul/set 2006. P.173. Nota nº30.
4

3) Problemática:

1) A união entre pessoas do mesmo sexo constitui uma entidade familiar e


preenche os requisitos para a adoção?
2) Está a sociedade preparada para aceitar a regulamentação da adoção por
casais homoafetivos, permitindo assim uma atuação por parte do legislador?

3.1) Hipóteses:

1)A Constituição Federal, em seu artigo 226, §3º faz menção do que vem a ser
entidade familiar, ou seja, esta reconhecida como união estável entre homem e
mulher.

Se for considerado este um artigo taxativo, restringindo assim a formação da união


estável apenas por pessoas de sexo diferentes, pode-se dizer que a união entre
pessoas de sexo diferentes não constitui modalidade de entidade familiar.

Interpretando-se o §3º do referido artigo da Constituição Federal como


exemplificativo, tendo em vista a mentalidade social e a do legislador na época de
sua elaboração, entende-se a união homoafetiva constituidora de entidade
familiar, tal como a família monoparental, formada pelos ascendentes e
descendentes; e a família formada por apenas os irmãos.

Devido ao fato de todos os tipos de convivência acima relatados preencherem os


requisitos do artigo 2º, da lei 9278/96; podem estes serem plenamente
considerados como união estável.

Requisitos para adoção são encontrados no caput do artigo 42 do Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA). A orientação sexual de uma pessoa não interfere
em nenhum desses requisitos, estando apenas alencados que os adotantes
devem ser maiores de 21 anos de idade, não importando seu estado civil.

Fica assim observado que uma pessoa solteira, independente de sua opção
sexual, poderá adotar uma criança, sendo que, num ambiente familiar, essa
criança irá conviver com o parceiro do adotante, se for esse o caso; logo,
vedando-se a adoção por esses casais somente faz ocorrer, em relação ao
adotado, a não disposição dos direitos sucessórios a ele pertencente, violando-se,
assim, o Princípio do Melhor Interesse da criança. Uma norma viria apenas para
regulamentar uma situação pré-existente.

2) Numa primeira vertente não, pois desde o surgimento da Igreja Católica o


casamento nasceu com a função de perpetuação da espécie. Em função disso
grupos religiosos ligados à Igreja Católica e os formadores de opinião
conservadores se opõem ferreamente à essa união, fazendo uso de argumentos
5

sem base científica, sustentados pela tese de que a homossexualidade é um


desvio de conduta ou mesmo uma prática danosa e antinatural.

Outros argumentos também utilizados por essas pessoas são fundamentados no


receio social acerca de a sexualidade da criança poder sofrer influência por parte
da opção sexual de seus adotantes. Além disso, há a visão de serem esses casais
emocionalmente desequilibrados e não terem condições de educarem os
adotados, haja vista o pensamento de estarem esses casais enfrentando essa
briga apenas como um pretexto para afirmação de um direito político a ser
conquistado.

Fala-se também em a criança ficar desprovida de qualquer referência materna ou


paterna no ambiente familiar, podendo tornar-se uma criança confusa e
desajustada, sendo de suma importância atentar para o possível preconceito que
a criança sofreria no âmbito social.

Numa segunda vertente sim. Primeiramente faz mister analisar a real função do
instituto jurídico que é o casamento. Contemporaneamente, esta é observada
mais voltada para a realização pessoal em detrimento da tão somente procriação.
Não o sendo assim, dever-se-ia condenar o planejamento familiar, o casamento
entre pessoas incapazes ou até mesmo aquelas não intencionadas a gerarem
filhos.

Estudos científicos comprovam que crianças nada sofrem de influência em relação


à orientação sexual de seus pais, pois o caráter não é ambientalmente enraizado.

É um mito histórico a vinculação entre orientação sexual e desequilíbrio, afinal,


diariamente são relatados casos de maus tratos, espancamento e abusos sexuais
de crianças provenientes de famílias héteros. Há indícios de que para a formação
do papel de gênero não é necessária a presença física de uma pessoa do sexo
masculino ou feminino. A criança irá se identificar com pessoas do sexo similar ao
seu que convivem com ela, mas não habitam o mesmo lar.
6

4) Marco Teórico:
Norteando o trabalho de pesquisa a ser realizado, deve-se enaltecer o
pensamento de Marcos Rolim:

Temos, no Brasil, cerca de 200 mil crianças em abrigos


e orfanatos. A esmagadora maioria delas permanecerá
nesses espaços de mortificação e desamor até
completarem 18 anos porque estão fora da fixa de
adoção provável. Tudo o que essas crianças esperam e
sonham é o direito de terem uma família no interior das
quais sejam amadas e respeitadas. Graças ao
preconceito e a tudo aquilo que ele oferece de violência
e intolerância, entretanto, essas crianças não poderão,
em regra, ser adotadas por casais homossexuais.
Alguém poderia dizer por quê? Será possível que a
estupidez histórica construída escrupulosamente por
séculos de moral lusitana seja forte o suficiente para
dizer: -- “Sim, é preferível que essas crianças não
tenham qualquer família a serem adotadas por casais
homossexuais?2

5) Metodologia:

O tema escolhido é, atualmente, um assunto muito controvertido,


principalmente pela inexistência de legislação expressa para tanto.
Sendo assim, as análises de julgados dos tribunais tornam-se grande base
para a estruturação deste trabalho, não excluindo, todavia, as necessárias e
imprescindíveis lições da doutrina cível.
Os recursos metodológicos a serem utilizados para exposição do tema
escolhido serão: pesquisas bibliográficas (nacional e estrangeira); pesquisa
jurisprudencial a ser realizada em repositórios autorizados de jurisprudência e
também através de rede mundial de computadores (internete).

2
ROLIM, Marcos. Casais homossexuais e adoção. Crônica a respeito da decisão judicial
da guarda do filho de Cássia Eller. Disponível em: www.rolim.com.br/cronic162.htm.
Acesso em: 30 abr 07)
7

7) Proposta de sumário:

RESUMO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E SUA RELAÇAO COM O


DIREITO DE FAMILIA
1.1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
1.2 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA
1.3 PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA
1.4 PRINCÍPIO DA IGUALDADE

CAPÍTULO 2 – A POSSIBILIDADE JURÍDICA DO ATO DE ADOÇAO POR


CASAIS HOMOAFETIVOS

CAPÍTULO 3 – O OLHAR CRÍTICO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DIANTE DA


PUBLICAÇAO DE NORMA REGULAMENTADORA DE TAIS DIREITOS

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
8

8) Cronograma

Etapas Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Fichamento
Encontros com
o orientador
Projeto
Redação dos
Capítulos
Correção
parcial
Correção final
Redação final

9) Referências:

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. Celso Bastos Editor,


2002.

FACHIN, Luiz Edson. Repensando fundamentos do Direito Civil Contemporâneo.


RJ. Renovar, 1998.

FARIAS, Cristiano Chaves de. A família da pós-modernidade: em busca da


dignidade perdida da pessoa humana. RTDC – Vol. 12, Outubro/Dezembro 2002.

GOMES, Reinaldo M. Adoções homoafetivas na sombra da lei. Informativo TJMG.


BH – Outubro – 2006. Ano 12. Nº 110. Páginas 6 e 7.

MORAES, Maria Celina Bodin de. A caminho de um Direito Civil Contitucional.


Direito, Estado e Sociedade – Revista do Departamento de Ciências Jurídicas da
PUC –Rio. Nº 1, julho/dezembro de 1991, 2ª edição.

ROLIM, Marcos. Casais homossexuais e adoção. Crônica a respeito da decisão


judicial da guarda do filho de Cássia Eller. Disponível em:
www.rolim.com.br/cronic162.htm . Acesso em 30 abr 07.

TEPEDINO, Gustavo. Premissas Metodológicas para a constitucionalização do


Direito Civil. Revista da Faculdade de Direito. Vol. 1 – 1994 – RJ: UERJ, nº 5 –
1997 – v. anual.
9

THOMAZ, Thiago Hauptmann Borelli. União Homossexual, reflexões jurídicas. RT


– 807 – RJ de 2003 – 92º ano. Doutrina Civil – Segunda Seção.

VILELA, Renata Dantas. Adoção por casal formado por pessoas do mesmo sexo
sob a perspectiva civil-constitucional. RTDC. Vol. 27. Julho/Setembro 2006.

Vous aimerez peut-être aussi