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#VazaJato.

“Procuradores reclamavam de violações éticas de Sérgio Moro”

I) UM POUCO DE HISTÓRIA

Corrupção, quem gosta? Os cofres públicos são abastecidos pelas arrecadações de tributos —
imposto é espécie do gênero tributo —, estes advindo do povo ao comprar produtos, contratar
serviços. A finalidade dos tributos é atender a necessidades públicas: pagamento dos subsídios e
vencimentos básicos dos agentes públicos, mais vantagens; construções, manutenções de
estabelecimentos de Educação, de Saúde etc.

Depreende-se, para atender a necessidades públicas, o Estado não pode abrir mão de fonte de
recursos para atender a necessidades públicas. O dinheiro usado para saúde, educação,
assistência social, entre outros, são provenientes dos tributos. É a política econômico-financeira
de cada governo que deverá ser sucinta aos princípios e objetivos constitucionais.

“Roubou, mas fez!”; era assim, não muito distante. Coronelismo, um mal, infelizmente, ainda
existente no Brasil. Diante das dificuldades impostas pela burocracia estatal, mesmo perante a EC
nº 19/1988, a Reforma Administrativa, a eficiência administrativa é mais uma lei de papel.
Formalmente é linda a palavra “eficiência”, materialmente deixa a desejar muito. Melhorou, não
é de se refutar tal premissa, contudo ainda não é célere, como deve ser; as comunicações entre
os órgãos públicos são deficitárias para o povo. Os canais de comunicações entre cidadãos e
Estado são confusos, como são confusos os canais de atendimento entre consumidores e
fornecedores, os chamados Serviços de Atendimento ao Consumidor. Perdesse mais tempo na
ligação do que no atendimento. E acha paciência para ouvir as “musiquinhas de espera”. Pior,
muito pior fica quando a ligação cai, algo que me faz pensar no tempo da telefonia em seus
primórdios.

Pelas burocracias, algumas mirabolantemente arquitetadas, favorecem aos mais variados


quadros, sofisticados, de corrupções. Se alguma “papelada” está “presa” em algum cartório,
dependências do DETRAN, Tribunais, o que for, abrem-se brechas para todo tipo de corrupção.
Surge, assim, o “toma lá da cá” entre agente e não agente. Tudo, claro, para “favorecer” ao
prejudicado pela burocracia administrativa. Outro “toma lá dá cá”, também comum, é dar alguma
contribuição ao agente fiscalizador de trânsito terrestre. Licenciamento Anual atrasado, alguma
blitz policial, e “favores”. Infelizmente, tais ações continuam, e não param de ser “manchetes de
jornais”, debates dentro de salas de aulas para os futuros operadores de Direito etc.
O uso político-partidário da estrutura administrativa pública, principalmente em campanha
eleitoral, não é recente; é ato contumaz no Brasil. O site Metrópoles publicou belíssima matéria A
HISTÓRIA DAS POSSES DOS PRESIDENTES EM BRASÍLIA. Outro ótimo trabalho sobre eleições é da
UFRGS: LINHA DO TEMPO NA HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA. Neste último, transcrevo:

“Surgem neste período os primeiros partidos: Partido Conservador e Partido Liberal. Não
divergiam ideologicamente. A ideia de democracia e participação popular não faziam parte do
projeto dos dois partidos. Ambos não se colocavam contra a escravidão.”

Quando se houve em “liberal”, logo se pensa em defesa da autonomia da vontade e


autopossessão, isto é, o utilitarismo não pode ser sobrepor ao direito natural à liberdade
individual. Depende do tipo de “liberal”. Se for “liberal da Alcova”, o empreendedor deve se
adequar ao meio, as estruturas políticas e sociais para se manter no mercado. Já mencionei
alguns trechos do livro Capitalismo e Liberdade. Milton Friedman considera que o empreendedor
não pode colocar suas próprias convicções acima do próprio empreendimento. Milton considera
que o Estado não teve intervir nas relações privadas. Por exemplo, segundo Milton, caso algum
bairro não aceite empregado negro, o Estado não pode impor contratação forçada, pois a
comunidade, racista, tem uma ideologia. O empreendedor que for contratar o cidadão negro
correrá perigo de falência. Ou seja, sem Estado, sem imposição ao empreendedor-patrão de
contratar negro. Por sua vez, Milton considera que qualquer ideologia é péssima, por prejudicar
os próprios negócios. Ou seja, se o empreendedor-patrão é racista, seja em relação aos negros ,
LGBT+ etc. e o mercado não tem qualquer ideologia racista, o próprio
empreendedor-patrão-racista há de se prejudicar. Em síntese, na Filosofia Liberal da Alcova,
jogue conforme o momento; o negócio é lucrar.

“A ideia de democracia e participação popular não faziam parte do projeto dos dois partidos.
Ambos não se colocavam contra a escravidão”, ótimos exemplos, liberal e conservador, de Alcova.

2) ALGO MUDOU NO BRASIL

Talvez a corrupção, no âmbito geral da sociedade contemporânea, se é possível dizer isso, no


sentido de que não existiam corrupções na totalidade da sociedade brasileira antes de 1988,
acompanhou o desenvolvimento econômico e os direitos humanos no Brasil. A partir da
promulgação da CRFB de 1988, pretéritas pseudociências caíram por terra. Antes, qualquer crime
contra a administração pública era relativizado pelo poder econômico do não agente, a sua
influência política, a proteção de alguma pseudociência (darwinismo social, eugenia, criminologia
positiva, teoria do branqueamento etc.). Aos párias, as forças policiais a serviço da sociedade
considerada “perfeita”. Entre uma dama da sociedade, que cometera seu primeiro furto, e uma
“puta da esquina”, que cometerá seu primeiro furto, provavelmente, a puta tinha em seu
desfavor o “atavismo” em sua constituição, ou seja, uma “criminosa nata”.

Um branco, com nome e sobrenome reconhecidos na sociedade (elite), alguns crimes de


colarinho branco. Um negro, por si só, já considerado “criminoso nato”, sob suspeita de roubo.
Qual desses seres humanos recairiam os “machados da Justiça”? Acertadamente, o pária negro.

A CRFB de 1988, com fulcro nos direitos humanos (art. 5º, §§ 2º e 3º), findou as pseudociências.
Entre um morador de comunidade carente e morador de gueto de luxo, todos são iguais perante
a Justiça. Os trâmites comuns tantos nos processos civis e penais, o respeito a dignidade (arts. 1º,
III, e 5º, § 1º) seja de alguma dama da sociedade ou de puta da esquina. Avanços consideráveis.
Claro, não foi de um dia para outro dia, com a promulgação da CRFB de 1988 que tudo mudou.
Ainda restavam antigos conceitos doutrinários do passado, assim como crenças. A puta da
esquina, caso estuprada por algum cliente, tinha em seu desfavor o fato de ela ser uma
“criminosa nata”, quem acreditaria nela? À dama de família, caso estuprada por seu marido,
tinha em seu desfavor o “crédito marital”; ela estava regida por uma conceito obrigacional de
saciar a libido de seu marido. A Justiça e a sociedade até poderiam acreditar na dama, no entanto,
não havia justificativa para não “pagar” ao seu credor-marido o “débito da Alcova conjugal”. Não,
não era Kama Sutra (prazer), mas Cama Suja da Agonia.

Se todos têm dignidade, não são todos que têm a eficiência da segurança pública, dos serviços
públicos, como conserto de redes elétricas em caso de apagões. O acesso à Justiça é um
privilégio, ainda e infelizmente, para a maioria dos cidadãos. Apesar dos esforços do Ministério
Público e da Defensoria Pública em garantir a dignidade dos consulentes, a maioria dos cidadãos
com poucas condições econômicas, essas instituições têm dificuldades de agirem com eficiência.
Se os subsídios são altos — digo, os salários percebidos quando comparados com o piso salarial
nacional para a iniciativa privada —, as condições de trabalho são precárias. Mesmo com os
contumazes problemas nas conexões, pelos péssimos serviços prestados pelas concessionárias de
telecomunicação, outros aborrecimentos se somam, como a falta de entrosamento —parcerias,
convênios — entre os órgãos da Administração Pública. Isso desacredita os cidadãos quanto ao
interesse do Estado quanto à defesa e manutenção da dignidade dos próprios cidadãos. Por sua
vez, os agentes púbicos, em geral, também ficam desacreditados. Como explicar a ineficiência na
administração pública aos necessitados e pagadores de tributos, os quais esperam atendimentos
a altura da carga tributária que pagam?

Abaixo, interessante pesquisa sobre a percepção dos defensores públicos:


Gráfico 9. Percepção dos Defensores Públicos Estaduais sobre características que influenciam
negativamente a atuação do Poder Judiciário

Ausência de integração das Inst do Sist de Justiça - 88,1%

Excesso de formalismo - 82,1%

Ensino jurídico de má qualidade - 75,6%

Atuação dos Magistrados - 70,3%

Precariedade na informação do sistema de justiça - 65,3%

Estrutura do Poder Judiciário - 64,3%

Ensino Jurídico tecnicista - 63,5%

Ineficiência dos Órgãos de Contr. Ext. nas Inst - 63,0%

Legislação ultrapassada - 60,4%

Autuação dos membros do MP - 57,1%

Baixos salários dos Defensores Públicos - 56,9%

Atuação dos Advogados - 53,4%

Atuação dos Delegados de Polícia - 52%

Atuação dos Defensores Públicos - 23,6%

Fonte: Defensores Públicos Estaduais | IV Diagnóstico da Defensoria Pública no Brasil (2015).


População (N) = 5.512. Disponível em:

https://www.anadep.org.br/wtksite/downloads/iv-diagnostico-da-defensoria-publica-no-brasil.p
df

Isso tudo, repito, causa desconfiança por parte de quem necessita de defesa e manutenção de
seus direitos constitucionais. Direitos Humanos. Serão eles os causadores de máximas corrupções
no solo pátrio? Depende. E o caso é delicado, principalmente num país de pífias políticas aos
direitos humanos. Práticas sociais podem causar manipulação do saber, ou distorções dos fatos.
Transcrevo, para enriquecer:

I CONFERÊNCIA (pp. 9, 11 e 12)


Meu objetivo será mostrar-lhes como as práticas sociais podem chegar a engendrar domínios de
saber que não somente fazem aparecer novos objetos, novos conceitos, novas técnicas, mas
também fazem nascer formas totalmente novas de sujeitos e de sujeitos de conhecimento. O
próprio sujeito de conhecimento tem uma história, a relação do sujeito com o objeto, ou, mais
claramente, a própria verdade tem uma história.

Assim, gostaria particularmente de mostrar como se pôde formar, no século XIX, um certo saber
do homem, da individualidade, do indivíduo normal ou anormal, dentro ou fora da regra, saber
este que, na verdade, nasceu das práticas sociais, das práticas sociais do controle e da vigilância.
E como, de certa maneira, esse saber não se impôs a um sujeito de conhecimento, não se propôs
a ele, nem se imprimiu nele, mas fez nascer um tipo absolutamente novo de sujeito de
conhecimento. Podemos dizer que a história dos domínios do saber em relação com as práticas
sociais, excluída a preeminência de um sujeito de conhecimento dado definitivamente, é um dos

primeiros eixos de pesquisa que agora lhes proponho.

(...)

As práticas judiciárias — a maneira pela qual, entre os homens, se arbitram os danos e as


responsabilidades, o modo pelo qual, na história do Ocidente, se concebeu e se definiu a

maneira como os homens podiam ser julgados em função dos erros que haviam cometido, a
maneira como se impôs a determinados indivíduos a reparação de algumas de suas ações

e a punição de outras, todas essas regras ou, se quiserem, todas essas práticas regulares, é claro,
mas também modificadas sem cessar através da história — me parecem uma das formas pelas

quais nossa sociedade definiu tipos de subjetividade, formas de saber e, por conseguinte,
relações entre o homem e a verdade que merecem ser estudadas.

(...)

Da mesma forma, no século XIX também se inventaram, a partir de problemas jurídicos,


judiciários, penais, formas de análise bem curiosas que chamaria de exame (examen) e não

mais de inquérito. Tais formas de análise deram origem à Sociologia, à Psicologia, à


Psicopatologia, à Criminologia, à Psicanálise. Tentarei mostrar-lhes como, ao procurarmos a
origem destas formas, vemos que elas nasceram em ligação direta com a formação de um certo
número de controles políticos e sociais no momento da formação da sociedade capitalista, no
final do século XIX. (FOUCAULT, Michel, 1926-1984. A verdade e as formas jurídicas / Michel
Foucault, (tradução Roberto Cabral de Melo Machado c Eduardo Jardim Morais, supervisão final
do texto Léa Porto de Abreu Novaes... et al. J. — Rio de Janeiro : NAU Editora, 2002. 160p.
Tradução de: La vérité et les formes juridiques Conferências de Michel Foucault na PUC-Rio de 2 a
25 de maio de 1973)

Quais são as práticas sociais, melhor dizendo, de certas comunidades em relação aos direitos
humanos? Se há distorções quanto aos direitos humanos no Brasil, isto se deve aos atos dos
próprios agentes públicos e de não agentes. No caso das gestões dos administradores públicos,
os intermináveis crimes contra a administração pública. Os princípios que norteiam a
administração pública:

• Supremacia do interesse público;


• Indisponibilidade do interesse público;
• Constitucionais
• Legalidade;
• Impessoalidade;
• Moralidade;
• Publicidade;
• Eficiência.
• Razoabilidade;
• Proporcionalidade;
• Motivação.

Como em qualquer lei de papel, os princípios não são cumpridos, pois, como mitos, despendem
da boa-vontade de seus criadores, a ética dos seres humanos.

Assim, temos crimes, por ação ou omissão — LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992: “Art. 5°
Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”. —, as improbidades administrativas
cometidas por agentes e particulares. Exemplo:

“[...] No que tange à presença dos elementos subjetivos exigidos para a configuração da conduta
enquanto ato de improbidade administrativa, verifica-se que o Tribunal a quo, a partir dos
elementos fáticos e probatórios constantes dos autos, constatou que os recorrentes agiram com
dolo, requisito exigido para a subsunção da conduta ao comando normativo descrito no art. 9º,
inciso I, da Lei 8429/92. 3. Em síntese, na espécie, a instância ordinária esclareceu que os
recorrentes depositavam valores em prol de oficiais de justiça (chamados com um tanto de
eufemismo como ‘gratificações’) com o objetivo de obter maior celeridade no cumprimento dos
mandados judiciais em processos patrocinados pelo escritório, daí porque não há que se falar na
inexistência do elemento subjetivo.” (In: STJ; Processo: AGRES 1305243-RS; Relator: Ministro
MAURO CAMPBELL MARQUES; Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA; Julgamento: 16/05/2013;
Publicação: DJE, 22/05/2013)

Leciona Di Pietro:

“Para outros, a responsabilidade, no caso de omissão, é subjetiva, aplicando-se a teoria


da culpa do serviço público ou da culpa anônima do serviço público (porque é indiferente
saber quem é o agente público responsável). Segundo essa teoria, o Estado responde desde
que o serviço público (a) não funcione, quando deveria funcionar; (b) funcione atrasado; ou
(c) funcione mal. Nas duas primeiras hipóteses, tem-se a omissão danosa.”

Como ficam os direitos humanos no Brasil? Ficam prejudicados na aplicação material, isto é, na
vida cotidiana dos cidadãos brasileiros, refugiados, asilados etc.. Ou melhor, sucessões de
violações aos direitos humanos no Brasil, desde desvio de finalidade, abusos de poder, de
autoridade, excesso de poder, mancomunações nas Parcerias Público-Privadas. Os direitos
humanos podem ser usados para fins nada éticos. Por exemplo, ladrão mata, estupra. Sabendo
das proteções dos direitos humanos, ainda debocha dos policiais. O senador que lesou os cofres
públicos e, num imperativo de ter direitos, pede aos advogados algumas informações sobre
direitos humanos, como “posso permanecer calado”?

No parágrafo acima pode parecer que os direitos humanos “defendem bandidos”. O axioma
“defender bandido” é vazio de sentido. Se há uma máxima nisso, podemos dizer que o vidro faz
mal porque corta, o a radiação é má por matar etc. O vidro possui várias utilidades, assim como a
radiação. Os usos podem ser desastrosos conforme intenções e motivos. Direitos humanos
defendem a pessoa humana, sujeito de direitos. E quem são esses sujeitos? O Direito não é
estático, assim como os próprios seres humanos. Três concepções sobre Constituição, a
sociológica, a política, e a jurídica, para delinear as principais características constitucionais. Eu,
particularmente, pendo par a sociológica. Ou seja, qualquer Constituição é uma amálgama dos
valores inferidos da sociedade. Em cada época, uma cosmovisão de vida boa, isto é, como viver
bem. E viver bem depende, como sempre, para quem; alguns detentores de direitos e deveres,
outros somente de deveres, ou nada.

Já pensaram, caríssimos (as) leitores (as), homens e mulheres nus numa sala de ginástica
treinando? Isso causaria plerplexidez; possivelmente, alguém entraria em contato com a Central
de Polícia para reclamar do Ato Obsceno (Art. 233, do CP). Questão de lugar, época e costumes.
Neonatal abandonado ao relento sem ninguém socorrê-lo (Art. 135, do CP), mãe que mata seu
filho recém-nascido (Art. 123, do CP) por acreditar nos valores supremos da eugenia. Pode
parecer os impensáveis, pois a vida de um sr frágil e indefeso, como o neonatal, não pode ser
objeto de qualquer ideologia. Transcrevo para enriquecer o debate:

“A posição das mulheres, em Esparta, era peculiar. Não eram recluídas, como as mulheres
respeitáveis no resto da Grécia. As moças recebiam a mesma educação física ministrada aos
rapazes. O que é ainda mais notável, rapazes e moças faziam ginástica juntos, completamente
nus. Desejava-se (cito o Licurgo, de Plutarco, na tradução de North) “que as donzelas
enrijecessem o corpo com exercícios de corridas, lutas, lançamento de dardo, a fim de que o
fruto que pudessem conceber se alimentasse de um corpo forte e vigoroso, tivesse bom
desenvolvimento e melhorasse a raça, e para que o fortalecimento conseguido mediante tais
exercícios fizesse com que suportasse melhor as dores do parto …
E embora as jovens se mostrassem assim, completamente nuas, não se via nisso nada de
indecoroso; não havia propostas desonestas, mas, ao contrário, todos os divertimentos e
desportos se verificavam sem que houvesse qualquer licenciosidade.

(...)

As mulheres não podiam manifestar qualquer emoção que não fosse proveitosa para o Estado.
Podiam demonstrar desprezo por um covarde, sendo elogiadas se tratasse de seu próprio filho;
mas não podiam demonstrar sofrimento se o filho recém-nascido era condenado à morte
devido à sua debilidade, ou se seus filhos fossem mortos em combate. Eram consideradas, pelos
outros gregos, como mulheres excepcionalmente castas; ao mesmo tempo, uma mulher casada
sem filhos não fazia nenhuma objeção se o Estado lhe ordenasse que procurasse algum outro
homem que fosse mais bem-sucedido que o marido em gerar-lhe filhos. A legislação encorajava
a procriação de filhos Segundo Aristóteles, o pai de três filhos ficava isento de serviço militar, e o
pai de quatro de todos os deveres para com o Estado. (RUSSEL,Bertrand. História do Pensamento
Ocidental - Companhia Editora Nacional)
Quando se fala em “sujeito de direito”, a corrente positivista considera que o Estado confere
força jurídica, enquanto a corrente jusnaturalista considera que o Estado não pode violar os
direitos naturais, ou direitos inatos aos seres humanos. Quanto ao “sujeito de direito”, não
necessariamente se está falando em seres humanos, pois as pessoas jurídicas são “sujeitas de
direito. Assim, são “sujeitos de direito” as pessoas naturais, homens e mulheres, e as pessoas
jurídicas, como cooperativas, fundações, sociedades etc. No caso em tela, os “sujeitos de direito”
são os seres humanos. Conduto, como feito acima, “sujeito de direitos” é uma criação social,
conforme a cosmovisão. Em Esparta não era infanticídio matar recém-nascido com “defeito”
físico, pois os espartanos, sempre em conflitos armados, não consideravam seres humanos
“defeituosos” como “capacitados”. Sim eugenia espartana. Podemos considerar a eugenia, no
início do século XX, nos EUA, como uma imposição do Estado e, assim, alguns seres humanos são
sujeitos de direitos.

Personalidade civil (Art. 2º, do CC), direitos e obrigações. Vamos imaginar, hipoteticamente, que
os espartanos tivesse condições de verificar se o feto teria ou não, geneticamente, problemas
físicos ao nascer. Positivo, o aborto imputado pelo Estado. No ordenamento jurídico brasileiro, a
"a personalidade civil começa do nascimento com vida". Há três três correntes doutrinárias sobre
direito à vida

Ainda há quem diga que houve Golpe para impedir de Lula concorrer às eleições de 2018. A
trama se iniciou com o impeachment de Dilma Rousseff. As querelas dos apoiadores de Lula e
Dilma são: o impeachment de Dilma fora uma armação visivelmente antiética e oportunista por
parte dos parlamentares que votaram a favor do impeachment; Sérgio Moro agiu com
parcialidade ao divulgar conversações, em 2016, entre a Presidenta da República Dilma Rousseff
e Lula. Os opositores do PT, partidos políticos, empresários, religiosos etc., logo se mobilizaram
para terminar com a ERA PT na Presidência da República. Manifestações ocorreram, em todo o
país. Carros de sons, mulheres com seios de fora bradando “Fora Dilma”, enfim, cada qual
protestando como pôde. O interessante, numa relação “conservadores contra comunismo”, as
manifestações antiPT não mediram esforços para acabar com o “mal do PT”, isto é,
“corrompendo”, através das decisões do STF, a “família tradicional heteronormativa” e outras
mudanças causadas pelo STF.

Feministas, nomenclatura que causa ojeriza aos “conservadores”, também protestavam como
“Eva no Paraíso”, somente com proteção nas partes pudendas. E foram repudiadas pelos
péssimos comportamentos à luz da sociedade.
Guerras ideológicas, o Brasil se afundou nisso. Em outros artigos fiz menções sobre utilitarismo,
liberal, no sentido de filosofia libertária. Autonomia da vontade e autopossessão versus vida boa,
determinada por grupos ideológicos se opondo contra as mudanças ocorridas no Brasil, desde a
promulgação da CRFB de 1988. Mudanças profundas contrariando interesses particulares dos,
assim chamados, conservadores. Desde a Lei do Divórcio, os conservadores se sentiram
ameaçados, pois como viver diante de tantas mudanças? Com a CRFB de 1988, mais
transformações, como casamento gay, adoção de crianças por gays, aborto de anencéfalo etc.

Movimentos sociais, reivindicado autopossessão e autonomia da vontade, cresceram,


exponencialmente, sem dar “tempo” para aceitar tais mudanças. Parada Gay, Marcha das Vadias,
Marcha da Maconha, enfim, a “normalidade” do utilitarismo, com os conceitos comportamentais
anteriores à 1988, fora “ameaçada”. Isso não ocorreu somente no Brasil. A Era dos Direitos
Humanos causaram inúmeras conversões nos papéis sociais, nas Constituições, por exemplo, o
Caso Olmedo Bustos e otros vs. Chile sobre liberdade de expressão [1]. No Brasil, por tradição
judaico-cristã, todavia com defesa somente do Catolicismo, os conservadores, sejam balconistas
de padaria ao agente público, jamais aceitaram qualquer metamorfismo nos costumes.

Está para ser lançado o filme Nada a Perde 2. No primeiro filme, os evangélicos lutavam por seus
espaços na sociedade brasileira. “Espaços”, de professarem livremente. A trama no filme 1
mostrou conspirações entre Estado e a Igreja Católica para impedirem o desenvolvimento dos
evangelhos no Brasil. A intolerância religiosa era tão evidente que no O Maior Debate Religioso
da História da Televisão Brasileira! [2] é possível constatar que havia uma “seita” surgindo no
Brasil.

Com o apogeu do PT 2003 a 2014, Igreja Católica e Igrejas Evangélicas, uniram-se para conter
uma possível Segunda Era PT (2019, e sabe-se lá até quando). No YouTube, não é custoso
encontrar vídeos de padres e bispos em visível ataque ao PT, ao comunismo . Ou seja, tudo de
“ruim” (feministas, LGBT+ etc.) é reportado ao comunismo.

Nas redes sociais e mídias sociais, “trincheiras” foram cavadas para um guerra; sem armas bélicas,
as “bombas de efeito moral”, no sentido de defender os “bons costumes”, foram lançadas:

“Não há necessidade de mostrar os seios em protesto. Feministas querem apenas tumultuar”;

“Os próprios gays são contra a Parada Gay. Não há necessidade de tais comportamentos em
público”;

“Haddadi distribuiu ‘Mamadeiras eróticas’ nas instituições de ensino” [3]

#Verificamos: É falso que OAB pediu o fim da Operação Lava Jato [4]

As notícias falsa (fake news) não foram somente usadas pelos, assim considerados,
“conservadores”. Nas eleições de 2018 a situação estava tão séria que o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) firmou “acordo de colaboração com os Partidos Políticos para a manutenção de
um ambiente eleitoral imune de disseminação de noticias falsas (fake news) nas Eleições 2018
[4].

Inegável que qualquer produção e disseminação de notícias falsas comprometem os


fundamentos e princípios democráticos, o bem de todos os cidadãos. A democracia grega (a.C.),
para ser mais exato, a democracia ateniense proporcionou um novo modelo democrático, de
debates, mesmo contrários, para garantir dignidade aos cidadãos e, principalmente, aos
excluídos de cidadania. A liberdade de expressão, sem ser por meio de mentira (s), deve ser
exercida pelos temas propostos e suas análises para se alcançar conclusões.

3) ESTADO DE DIREITO

3.1) DIREITO INTERNO

3.1.2) CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 - marco jurídico do regime democrático pós-ditadura


militar (1964 a 1985)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;


Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

V - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando


necessário ao exercício profissional;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do


regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de
2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018)

Artigo 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

(...)

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e


indireta, regulando especialmente:

II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo

§2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e


as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

(...)

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e


as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. (Vide Lei nº 12.527,
de 2011)

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer


forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta
Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art.
5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

3.2.2) LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LAI) - LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de


acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e
transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;

(...)

III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em


razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;

Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de
obter:

(...)

§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é
assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
parte sob sigilo.

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso,


poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
ciência.

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a
decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o
requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
dias se:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa


não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
pedido de acesso ou desclassificação;

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem
sido observados; e

IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei.

3.2) DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS - direitos da pessoa humana

3.2.1) MECANISMO CONTRA CORRUPÇÃO - DECRETO Nº 5.687, DE 31 DE JANEIRO DE 2006.


Promulga a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, adotada pela Assembleia-Geral
das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003 e assinada pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003.

Artigo 13

Participação da sociedade

1. Cada Estado Parte adotará medidas adequadas, no limite de suas possibilidades e de


conformidade com os princípios fundamentais de sua legislação interna, para fomentar a
participação ativa de pessoas e grupos que não pertençam ao setor público, como a sociedade
civil, as organizações não-governamentais e as organizações com base na comunidade, na
prevenção e na luta contra a corrupção, e para sensibilizar a opinião pública a respeito à
existência, às causas e à gravidade da corrupção, assim como a ameaça que esta representa. Essa
participação deveria esforçar-se com medidas como as seguintes:

a) Aumentar a transparência e promover a contribuição da cidadania aos processos de


adoção de decisões;

b) Garantir o acesso eficaz do público à informação;

c) Realizar atividade de informação pública para fomentar a intransigência à corrupção,


assim como programas de educação pública, incluídos programas escolares e universitários;

d) Respeitar, promover e proteger a liberdade de buscar, receber, publicar e difundir


informação relativa à corrupção. Essa liberdade poderá estar sujeita a certas restrições, que
deverão estar expressamente qualificadas pela lei e ser necessárias para: i) Garantir o respeito
dos direitos ou da reputação de terceiros; ii) Salvaguardar a segurança nacional, a ordem pública,
ou a saúde ou a moral públicas.

2. Cada Estado Parte adotará medidas apropriadas para garantir que o público tenha
conhecimento dos órgão pertinentes de luta contra a corrupção mencionados na presente
Convenção, e facilitará o acesso a tais órgãos, quando proceder, para a denúncia, inclusive
anônima, de quaisquer incidentes que possam ser considerados constitutivos de um delito
qualificado de acordo com a presente Convenção.
3.2.3) DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS SOBRE LIBERDADE DE EXPRESSÃO

(Aprovado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos em seu 108º período ordinário de
sessões, celebrado de 16 a 27 de outubro de 2000)

(...)

11. Os funcionários públicos estão sujeitos a maior escrutínio da sociedade. As leis que punem a
expressão ofensiva contra funcionários públicos, geralmente conhecidas como “leis de desacato”,
atentam contra a liberdade de expressão e o direito à informação.

12. Os monopólios ou oligopólios na propriedade e controle dos meios de comunicação devem


estar sujeitos a leis anti-monopólio, uma vez que conspiram contra a democracia ao restringirem
a pluralidade e a diversidade que asseguram o pleno exercício do direito dos cidadãos à
informação. Em nenhum caso essas leis devem ser exclusivas para os meios de comunicação. As
concessões de rádio e televisão devem considerar critérios democráticos que garantam uma
igualdade de oportunidades de acesso a todos os indivíduos.

13. A utilização do poder do Estado e dos recursos da fazenda pública; a concessão de vantagens
alfandegárias; a distribuição arbitrária e discriminatória de publicidade e créditos oficiais; a
outorga de frequência de radio e televisão, entre outras, com o objetivo de pressionar, castigar,
premiar ou privilegiar os comunicadores sociais e os meios de comunicação em função de suas
linhas de informação, atentam contra a liberdade de expressão e devem estar expressamente
proibidas por lei. Os meios de comunicação social têm o direito de realizar seu trabalho de forma
independente. Pressões diretas ou indiretas para silenciar a atividade informativa dos
comunicadores sociais são incompatíveis com a liberdade de expressão.

3.2.4) CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS - DECRETO Nº 678, DE 6 DE


NOVEMBRO DE 1992

(...)

ARTIGO 8
Garantias Judiciais

1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de
qualquer outra natureza.

ARTIGO 13

Liberdade de Pensamento e de Expressão

1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito


compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e idéias de toda natureza,
sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística,
ou por qualquer outro processo de sua escolha.

O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito à censura prévia,
mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser
necessária para assegurar:

a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou

b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral pública.

3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o
abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou
de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios
destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.

4. A lei pode submeter os espetáculos públicos à censura prévia, com o objetivo exclusivo de
regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do
disposto no inciso 2º.

5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio
nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à
violência.

ARTIGO 24

Igualdade Perante a Lei

Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação, a
igual proteção da lei.

4) IMPRENSA E IDEOLOGIA

Dizer que há neutralidade da Imprensa, em geral, é desconsiderar a fonte de tudo que o ser
humano criou, sua própria intenção e motivo. Sem delongas, o belíssimo trabalho de pesquisa
sobre liberdade de expressão:

“O objetivo principal dessa pesquisa consistia em determinar qual dos regimes, monárquico ou
republicano, permitiu maior liberdade de expressão em 1889.

A resposta obtida é a de que, ao menos no período analisado, houve considerável liberdade para
contestar o governo em ambos os regimes. Mesmo nos primeiros meses do governo provisório, a
imprensa continuava a censurar os atos da nova administração republicana, que parecia tolerar a
contestação pública das gazetas curitibanas, ainda que vivesse momento de incerteza e
vulnerabilidade aos juízos da opinião pública.

Diferente do que predomina no senso comum dos juristas, a monarquia constitucional não se
assemelhava a um regime autoritário, em que o Imperador exercia arbitrariamente seu poder
moderador – aliás, constitucional. Pelo contrário, tratou-se de regime caracterizado por elevados
índices de contestação pública, especialmente em fins do Império (...). [6]
NOTAS:

[1] — Corte-IDH. Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos / Secretaria


Nacional de Justiça, Comissão de Anistia, Corte Interamericana de Direitos Humanos. Tradução da
Corte Interamericana de Direitos Humanos. Brasília : Ministério da Justiça, 2014. Disponível em:
http://www.corteidh.or.cr/sitios/libros/todos/docs/por4.pdf

[2] — YouTube. O Maior Debate Religioso da História da Televisão Brasileira! Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=JKqOyPZMw-A

[3] — E-Farsa. É verdade que o PT de Haddad distribui mamadeira erótica nas escolas? Disponível
em:
http://www.e-farsas.com/e-verdade-que-o-pt-de-haddad-distribui-mamadeira-erotica-nas-escola
s.html

[4] — Agência Lupa. #Verificamos: É falso que OAB pediu o fim da Operação Lava Jato. Disponível
em: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/06/12/verificamos-oab-fim-lava-jato/

[5] — Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em:

http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Junho/eleicoes-2018-tse-e-partidos-firmam-a
cordo-de-nao-proliferacao-de-noticias-falsas

[6] — LOBO, Judá Leão; SOUZA, Otávio Oliveira de. A Liberdade de Expressão entre Monarquia e
República - uma história de igualdade e hierarquia na Curitiba de 1898. Disponível em:
http://reedpesquisa.org/revista/index.php/reed/article/view/285/pdf

Corte-IDH. CASO GOMES LUND E OUTROS (“GUERRILHA DO ARAGUAIA”) VS. BRASI. Disponível
em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/votos/vsc_figueiredo_219_por.doc

REFERÊNCIAS:

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Presidente do STF determina que gravações entre Lula
e autoridades sejam mantidas em Curitiba. Disponível em:

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=321123&caixaBusca=N
_____. Ministério Público Federal (MPF). Por onde começou (Lava Jato). Disponível em:

http://www.mpf.mp.br/grandes-casos/caso-lava-jato/atuacao-na-1a-instancia/investigacao/histo
rico

____. MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE – MTFC. Convenção das


Nações Unidas contra a Corrupção. 2016. Disponível em:

https://www.cgu.gov.br/assuntos/articulacao-internacional/convencao-da-onu/arquivos/cartilha-
onu-2016.pdf

_____. Superior tribunal de Justiça. Ex-agente acusado de receber propina para não fiscalizar
menores em eventos continua preso. Disponível em:

http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%A
Dcias/Ex%E2%80%93agente-acusado-de-receber-propina-para-n%C3%A3o-fiscalizar-menores-e
m-eventos-continua-preso

_____. Senado Federal. DAS EVIDÊNCIAS DOS CRIME DE LAVAGEM. Disponível em:

http://www.google.com.br/url?
esrc=s&q=&rct=j&sa=U&url=http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento%3Ft%3D159015
&ved=2ahUKEwjsmf-lmpTjAhVSIbkGHcocA3gQFjALegQIBBA
B&usg=AOvVaw0viEyV-Bec53_DCnfZ7crD

Campo Maior em Foco. Mulher usa apenas adesivos nos seios em protesto contra corrupção.
Disponível em:

https://campomaioremfoco.com.br/mulher-usa-apenas-adesivos-nos-seios-em-protesto-contra-c
orrupcao-do-pt.html

CONJUR. Queima de processos antigos pode ser ameaça à história. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2007-nov-02/queima_processos_antigos_ameaca_historia

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella.


Direito administrativo / Maria Sylvia Zanella Di Pietro. – 30.ed. Rev., atual. e ampl. – Rio de Janeir
o: Forense, 2017. 1088p.

Notícias R7. Feministas protestam com seio nu e "castram" boneco de Bolsonaro. Disponível em:
https://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/feministas-protestam-com-seio-nu-e-castram-boneco-de-b
olsonaro-em-copacabana-19122014

Metrópoles. TESOURO PRESERVADO: ARQUIVOS INÉDITOS RECONTAM A HISTÓRIA DAS POSSES


DOS PRESIDENTES EM BRASÍLIA. Disponível em:

https://www.metropoles.com/materias-especiais/posses-dos-presidentes-em-brasilia-historia-e
m-fotos-audios-e-videos

Transparência Brasil. Projeto Meritíssimo. Disponível em:

http://www.meritissimos.org.br/stf/index.php

UFRGS. LINHA DO TEMPO NA HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA. Disponível em:

http://www.ufrgs.br/laviecs/edu02022/portifolios_educacionais/t_20062_m/Paulo_Brizolla/Linh
adoTempo.doc

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