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Versificação

Ensino Médio
MINHA DESGRAÇA
Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco...
E, meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...

Não é andar de cotovelos rotos,


Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,


O que faz que meu peito assim blasfema,
É ter por escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.

(Álvares de Azevedo)
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
Noções Básicas

 Verso: cada uma das linhas do poema, que pode ter


sentido completo ou não.

 Estrofe ou Estância: conjunto de versos; as estrofes


encontram-se separadas por um espaço em branco.

 Estrutura Estrófica: as estrofes podem ser classificadas


consoante o número de versos que a constituem.
Estrutura Estrófica
Número de de versos Classificação das estrofes
1 Monóstico
2 Dístico
3 Terceto
4 Quadra
5 Quintilha
6 Sextilha
7 Sétima
8 Oitava
9 Nona
10 Décima
Mais de 10 Irregular
 MÉTRICA é a medida ou quantidade de sílabas
métricas que um verso possui.

 ESCANSÃO é a divisão e a contagem das sílabas


métricas de um verso, que não é feita da mesma forma
que a divisão e contagem de sílabas normais, pois,
segundo a Versificação:

•Separam-se e contam-se as sílabas de um verso até


a última sílaba tônica desse verso.

Ex: Es| tou | dei| ta| do | so| bre| mi| nha| ma| la
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
 Sílabas gramaticais
"Ah!/ Quem/ há/ de/ ex/ pri/ mir/, al/ ma/ im/ po /nen /te/ e/ es/
cra/ va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.

 Sílabas poéticas
"Ah!/ Quem/ há/ de ex/ pri/ mir/,al/ ma im/ po/ nen /te e es/ cra/
va" (Olavo Bilac) - 12 sílabas poéticas.

 Na contagem de sílabas poéticas, as palavras estão ligadas


umas às outras mais intimamente. É isso que confere ao texto
o ritmo e a melodia próprios dos versos.

• O encontro entre duas vogais iguais é chamado de crase.


crase
• O encontro entre duas vogais diferentes é chamado de elisão.
elisão
• As sílabas são contadas até a última sílaba tônica do verso.
Como se faz essa contagem?

 Conta-se até à última sílaba tónica da última palavra do


verso.
ex.: Pa la vras não e ram di(tas)
O ca va lei ro a che gar

 No interior do verso, a sílaba terminada em vogal une-


se à sílaba seguinte, se esta também começar por
vogal.
ex.: Um/ cor/ po a/ ber/ to/ co/ mo os/ a /ni/ mais/
Estrutura Métrica
Número de sílabas Classificação dos versos
1 Monossílabo
2 Dissílabo
3 Trissílabo
4 Pentassílabo
5 Pentassílabo ou redondilha menor
6 Hexassílabo
7 Heptassílabo ou Redondilha maior
8 Octossílabo
9 Eneassílabo
10 Decassílabo
11 Hendecassílabo
12 Dodecassílab Ou Alexandrino
 RITMO é o resultado da regular sucessão de sílabas
tônicas e átonas de um verso. Para os gregos, ele é um
elemento melódico tão essencial para o poema quanto
para a Música.

 VERSOS LIVRES são versos que não seguem as


normas da Versificação quando à métrica e/ou ao ritmo.

 SOM ou RIMA também é para os antigos um elemento


essencial para que um poema seja uma POESIA. A rima é
a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a
palavra final de um verso com a palavra final de outro
verso na estrofe.
•Foneticamente, uma rima pode ser:
 PERFEITA - se houver identidade entre as terminações
das palavras que rimam (neve/leve).

 IMPERFEITA - se houver apenas semelhança


(estrela/vela).

•Morfologicamente, a rima é:
 POBRE - quando as palavras que rimam pertencem à
mesma classe gramatical (coração/oração).

 RICA - quando as palavras que rimam pertencem a


classes gramaticais diferentes (arde/covarde).

 Obs: A classificação é assim mesmo. Pobres – mesma


classe gram. E Ricas, classe gram, diferentes.
Quanto à posição na estrofe, as rimas podem
ser classificadas como:
• emparelhadas ou paralelas (aabb)

“Vagueio campos noturnos A


Muros soturnos A
Paredes de solidão B
Sufocam minha canção.” B

(Ferreira Gullar)

“Aos que me dão lugar no bonde A


e que conheço não sei de onde, A
aos que me dizem terno adeus B
sem que lhes saiba os nomes seus” B

(Carlos Drummond de Andrade)


b) cruzadas ou alternadas (abab)

“Se o casamento durasse A


Semanas, meses fatais B
Talvez eu me balançasse A
Mas toda a vida... é demais!” B

( Afonso Celso)

“Minha desgraça não é ser poeta, A


Nem na terra de amor não ter um eco, B
É meu anjo de Deus, o meu planeta A
Tratar-me como trata-se um boneco B
(Álvares de Azevedo)
c) opostas, intercaladas ou interpoladas (abba)

“Não sei quem seja o autor A


Desta sentença de peso B
O beijo é um fósforo aceso B
Na palha seca do amor!” A
(B. Tigre)

“Eu, filho do carbono e do amoníaco, A


Monstro de escuridão e rutilância, B
Sofro, desde a epigênese da infância, B
A influência má dos signos do zodíaco” A

Augusto dos Anjos)


d) Encadeada ou internas:

Quando rimam palavras que estão no fim do verso e no interior do verso


seguinte:
“ Salve Bandeira do Brasil querida
Toda tecida de esperança e luz
Pálio sagrado sobre o qual palpita
A alma bendita do país da Cruz”

e) Externas

Quando a rima aparece ao final do verso. É o tipo mais comum de rima.


“ Lembranças, que lembrais meu bem passado
Para que sinta mais o mal presente
Deixai-me se quereis viver contente
Não me deixeis morrer neste estado”

(Thiago Cardoso da Silva))


f) continuadas:
Consiste na mesma rima por todo o poema.

g) misturadas:
São as rimas que não seguem esquematização regular, não tem
ordem determinada entre as rimas.

“ A chuva chove mansamente... como um sono


Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine...
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
...Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paço de imensos corredores espectrais,
Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólios, cancioneiros e missais”
h) Versos brancos
São versos que não apresentam rimas.

“Fabrico um elefante branco


de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira podre
tirado a velhos móveis
talvez lhe dê apoio.
E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar toda
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
é a parte mais feliz
de sua arquitetura. (...)”
(C. D. de Andrade)
 POEMAS DE FORMA FIXA
Alguns poemas apresentam forma fixa, o que já indica a
preocupação formal do poeta em relação à sua obra e,
assim, que ele segue à risca as normas da Versificação no
momento da sua elaboração. São eles:

. Soneto: poema formado por dois quartetos e dois


tercetos, normalmente composto por versos decassílabos e
de conteúdo lírico;

. Balada: poema formado por três oitavas e uma quadra;

. Rondel: poema formado por duas quadras e uma


quintilha;

. Rondó: poema com estrofação uniforme de quadras;


FIGURAS DE EFEITO SONORO
ALITERAÇÃO
 É a repetição de uma consoante ao longo de um verso
ou ao longo do poema.

 Consiste na repetição do mesmo fonema consonântico,


de forma a obter um efeito expressivo.

Vozes veladas, veludosas vozes,


Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
(Violões que choram... - Cruz e Sousa)

Auriverde pendão de minha terra


que a brisa do Brasil beija e balança
(Castro Alves)
ALITERAÇÃO – NOMES MARCANTES

A aliteração permite construir frases marcantes e é


freqüentemente utilizada em títulos, nomes de
empresas, publicidade etc.:
 Coca-Cola

 Mickey Mouse

 Marilyn Manson

 Jack Johnson
(Wikipédia)
ASSONÂNCIA

 É a repetição de vogais iguais ao longo de um verso


ou de um poema.

"Sou Ana, da cama


da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam”
(Chico Buarque)

"Sou um mulato nato no sentido lato


mulato democrático do litoral.”
(Caetano Veloso)
Veloso
REPETIÇÃO DE PALAVRAS

 “Nunca repita palavras no seu texto”. Quem, durante


sua vida estudantil, nunca ouviu essa recomendação
para escrever um bom texto?

 Mas será que a repetição de palavras é um recurso


sempre condenável?

 No poema, a repetição da palavra produz um efeito de


sentido e contribui para a interpretação.
EXEMPLO

Quando não tinha nada, eu quis.


Quando tudo era ausência, esperei.
Quando tive frio, tremi.
Quando tive coragem, liguei.
Quando chegou carta, abri.
Quando ouvi Prince, dancei.
Quando olho brilhou, entendi.
Quando criei asas, voei.
Quando me chamou, eu vim.
Quando dei por mim, tava aqui.
Quando lhe achei, me perdi.
Quando vi você, me apaixonei.

((À primeira vista – Chico César)


EXEMPLO

Quando não tinha nada, eu quis.


Quando tudo era ausência, esperei.
Quando tive frio, tremi.
Quando tive coragem, liguei.
Quando chegou carta, abri.
Quando ouvi Prince, dancei.
Quando olho brilhou, entendi.
Quando criei asas, voei.
Quando me chamou, eu vim.
Quando dei por mim, tava aqui.
Quando lhe achei, me perdi.
Quando vi você, me apaixonei.
(À primeira vista – Chico César)

.
PARANOMÁSIA

 Quando numa mesma sentença temos o emprego


de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons
parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia,
figura de linguagem que consiste no emprego de
palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando
uma espécie de trocadilho.

Ex.: Houve aquele tempo...


(E agora, que a chuva chora, ouve aquele tempo!)

(Ribeiro Couto)
PARALELISMO
Relação de equivalência, por semelhança ou por contraste,
entre dois ou mais elementos. Em poesia, paralelismo é o
termo que designa, habitualmente, a correspondência rítmica,
sintáctica e semântica entre as estruturas.

 Há uma repetição da estrutura da frase com as mesmas


palavras como outras diferentes. O paralelismo aparece
associado muitas vezes à anáfora e à antítese.

«Se não fosse o rei! é a desculpa invariável


dos ministros que não governam,
dos oradores que não falam,
dos jornalistas que não escrevem,
dos intrigantes que não alcançam.»
(Eça de Queirós)

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