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A plani cação, programação, e periodização do

treino em futebol. Um olhar sobre a especi cidade


do jogo de futebol
www.efdeportes.com

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Introdução
    O futebol é um desporto com caracteristicas muitos especi cas e especais, que o
transformam num desporto cujo treino deve ser cuidadosamente programado e
analisado. Existem uma série de etapas que um treinador deve percorrer para preparar a
sua equipa para a competição da melhor forma possivel.

    Ao longo deste artigo procurarei descrever essas etapas, e evidenciar alguns aspectos
que me parecem pertinentes no contexto actual do treino desportivo e muito
especi camente do treino em futebol.

    O respeito pela especi cidade do jogo de futebol é um aspecto que considero como
fundamental em qualquer programação de treino em futebol, sendo que todo o texto que
de seguida apresentarei se apoiará neste facto.

As etapas da plani cação de treino

    A plani cação ou planeamento desportivo é um processo que analisa, de ne e


sistematiza as diferentes operações inerentes á construção e desenvolvimento dos
praticantes ou das equipas. Por outro lado, organiza essas operações em função das
nalidades, objectivos e previsões (a curta, média ou longa distância), escolhendo-se as
decisões que visem o máximo de e ciência e funcionalidade das mesmas.

    O planeamento deve "respeitar" algumas etapas e procedimentos tais como:

1. Análise da situação

Diagnóstico

Prognóstico

2. Organização do processo de treino


Programação

3. Execução do programa

4. Avaliação e controlo do plano

Análise da situação

    A primeira etapa do planeamento, é consequentemente, uma das mais importantes,


pois só através de um correcto e e ciente diagnóstico é que é possivel avançar de forma
segura para os próximos passos. Assim para um correcto diagnóstico o treinador deve
avaliar os seguintes aspectos:

1. Caracteristicas dos jogadores

Quem são?

Como são?

Como estão?

Quantos são?

2. Caracteristicas do nivel competitivo

Caracteristicas da modalidade

Caracteristicas do quadro competitivo

Caracteristicas dos adversários

Outras caracterizações

3. Caracterização das condições de trabalho

Recursos materiais

Recursos humanos

Apoio logistico

Recursos económicos

Tempo de preparação
    A etapa seguinte passa pelo prognóstico
prognóstico, realizado de acordo com o que antes havia
sido diagnosticado, e passa por duas etapas:

1. Defenição de objectivos

Grandes metas

Objectivos intermédios

Hierarquização dos objectivos

2. De nição dos principios orientadores do trabalho

Fundamentos teóricos ( aspectos técnico-tácticos, de formação, biológicos,


psicológicos, etc.)

Organização do processo de treino

    A programação do processo de treino poderá sub-dividir-se em 7 fases:

Fonte: Brito (2003)

Execução do programa

    O treino envolve as seguintes fases e etapas:


Fonte: Brito (2003) Avaliação e controlo do plano

    Como em qualquer outro tipo de actividade, também no processo de treino se exige


uma avaliação dos resultados obtidos, no intuito de uma melhoria da performance
pessoal e colectiva.

Fonte: Brito (2003)


A programação do treino em Futebol

    Como acima foi possivel vere car uma correcta programação involve uma grande
número de tarefas que deverão ser desempenhadas pelo treinador e/ou equipa técnica.
A programação poderá ser di nida como um processo de adequação e adaptabilidade
de um processo de gestão e acção à realidade em que nos encrontramos (Briro, 2003).

    Segundo Mourinho (2001) "Programar é de nir e determinar um conjunto de


conteúdos e estratégias de acção acção que perspectivem e estruturem todo um
processo de trabalho, que vise o treino nas suas diversas dimensões dimensões e a
competição competição" .

    Das tarefas anteriormente inúmeradas vamos centralizar a nossa atenção na


periodização do treino.

Periodização em Futebol

    A periodização é entendida como um aspecto particular da programação, que está


relacionado com:

O permanente desenvolvimento das capacidades técnico-tácticas individuais e


colectivas.

Com a lógica evolutiva da dinâmica das cargas (treino e jogo) e das subsequentes
adaptações do organismo do individuo.

Das subseqquentes adaptações do jogador e da equipa a nível técnico-táctico,


físico e psicológico.

    Signi ca também dividir em periodos mais ou menos alargados, de nidos cronológica


e estrategicamente, com objectivos especi cos para facilitar a construção de todo um
processo evolutivo de elaboração do treino e consequentemente rentabilidade
competitiva.

    Mourinho (2001) de ne a periodização como "Aspecto particular da programação, que


se relaciona com uma distribuição no tempo, de forma regular, dos comportamentos
tácticos de jogo, individuais e colectivos, assim como, a subjacente e progressiva
adaptaçao do jogador e da equipa a nível técnico, físico, cognitivo e psicológico".

    Assim e de acordo com aquilo que já foi escrito, todo e qualquer processo de
periorização deve ser efectuado tendo por base o principio da especi cidade. Este facto
leva-nos até uma necessária re exão.

    O principio da especi cidade diz-nos que: As maiores mudanças funcionais e


morfológicas acontecem somente nor orgãos, células e estruturas intracelulares que
sejam su cientemente activadas pela carga funcional, surgindo a respectiva adaptação.

    A especi cidade também é determinada numa metodologia de treino em que as


situações criadas/exercicios são o mais próximas da realidade de jogo. Assim, o treino
ou os exercicios, só são verdadeiramente especi cos quando houver uma permanente e
constante correlação entre as componentes técnico-tácticas individuais e colectivas,
psico-cognitivas, sicas e coordenativas e o modelo de jogo adoptado e respectivos
principios que lhe dão corpo., ou seja, os principios só são verdadeiramente especi cos
quando obedecem às exigências reais da competição.

    A operacionalidade do principio da especi cidade deve assumir várias dimensões:

1. Dimensão colectiva

2. Dimensão sectorial

3. Dimensão individual

José Guilherme Oliveira (2003)

    Todo o processo de periodização, de acordo com as minhas convicções deve ser


orientado de forma a corresponder e auxiliar ao desenvolvimento do modelo de jogo
implantado. José Guilherme Oliveira (2003) de ne modelo de jogo como "uma ideia /
conjectura de jogo constituída por princípios, sub-princípios, sub-princípios dos sub-
princípios..., representativos dos diferentes momentos / fases do jogo, que se articulam
entre si, manifestando uma organização funcional própria, ou seja, uma identidade. Esse
Modelo, como Modelo que é, assume-se sempre como uma conjectura e está
permanentemente aberto aos acrescentos individuais e colectivos, por isso, em contínua
construção, nunca é, nem será, um dado adquirido. O Modelo nal é sempre inatingível,
porque está sempre em reconstrução, em constante evolução". Assim sendo exige-se
uma análise dos modelos clássicos de periodização:

Periodização Convencional

Exacerba a componente física relativamente a todas as outras dimensões..

Divide (em períodos, fases, factores, etapas, etc.) uma realidade complexa (futebol)
na tentativa de controlar e quanti car esses "compartimentos".

Divide a época em 3 grandes periodos, um preparatório, o competitivo e outro de


transição.

Proclama a necessidade de atingir objectivos relacionados com qualidades ou


capacidades "físicas" abstractas (resistência, força, velocidade, etc.), nos diversos
períodos e fases, de forma a poder passar ás seguintes.

Periodo de preparação longo .

Requisita como imprescindível o Período Preparatório (fundamental) como base


sólida para toda a época desportiva do futebol.

Preparação dividida em duas grandes fases: a geral e a especi ca, sendo que a
primeira serve de alicerce da segunda.

O periodo competitivo está dividido em 3 periodos: um primeiro de


desenvolvimento e conservação da "forma", um segundo de reconstrução da forma
e por m, um terceiro de conservação da forma.

Sobrevaloriza a componente volume (entendido como quantidade de...)


relativamente à intensidade numa grande parte do Período Preparatório.

As componentes volume e intensidade, aparecem aqui numa dimensão Universal,


abstracta.

A intensidade das cargas inicia-se com valores muito baixos, aumentando


gradualmente, enquanto que o volume numa primeira fase vai aumentando até um
valor máximo descendo depois até valores intermédios numa segunda fase.
Transporta a noção de que não é possível manter a "forma" durante toda a época
competitiva. Originando a procura de "picos de forma", com base nos efeitos
retardados das cargas. Todos os estudos por nós consultados, relativos à
fadiga/recuperação, parecem procurar responder as questões levantadas por esta
forma de periodizar.

Numa primeira fase existe uma elevada incidencia na preparação/treino geral em


detrimento do especi co, acontecendo o opsto numa segunda fase.

Conclusões
    Através da análise das caracteristicas evidenciadas acerca da periodização
convencional facilmente se constacta que esta não se encontra, minimamente,
enquadrada com as necessidades e a realidade do futebol. Não se encontra também de
acordo com tudo aquilo que referi e defendi anteriormente no artigo.

    Segundo J. Mourinho (2001) "a essência estrutural e evolutiva do jogo de futebol


revelam a inadequação dos conceitos convencionais de periodização do treino.

    Assim a existência de:

Um periodo preparatório muito reduzido e com exigências competitivas elevadas;

Um período competitivo muito grande;

Quadros competitivos longos;

Competições em simultâneo;

Elevado número de jogos;

Necessidade de alto rendimento durante toda a época,

    Indicam que as componentes Táctica - técnica e cognitiva sejam as que direccionam


todo o processo de treino e um projecto de jogo".

    Aliás logo desde o inicio é possivel constactar a inadequação deste tipo de


periodização ao futebol de alto nivel na actualidade, pois esta aponta para uma fase
inicial exclusivamente dedicada á preparação geral e obtenção de "indices sicos
favoráveis". Assim coloco a questão será que uma equipa europeia, por exemplo, poderá
dar-se ao luxo de não entrar na época desde logo com grandes niveis de e ciencia
técnico-táctica ? A verdade é que desde logo, no inicio da época colocam-se metas
fundamentais para os clubes como, por exemplo, as pré-eliminatórias da Champions
League e todos sabemos como é fundamental para qualquer equipa a presença neste
tipo de competição, ou seja, é necessário obter resultados logo no primeiro impacto com
a competição... Aliás pode mesmo dizer-se que para certas equipas este acaba mesmo
por ser o jogo mais importante e que vai de nir o rumo de toda a sua época desportiva,
mas mesmo não se tratando de um jogo com este carácter decisivo poderemos dizer
que o M. United, R. Madrid ou Milan, por exemplo, quando se deslocam á Asia ou aos
E.U.A. nas suas digressões de pré-época são "forçados" a também obterem bons
resultados pois trata-se da imagem do clube e de muitos milhões em jogo. O que
pretendo a rmar com estes exemplos é que no contexto actual do futebol mundial, cada
existe menor espaço para o erro, nenhum jogo é a "brincar" ou por pura diversão, as
exigencias são cada vez mais elevadas a todos os níveis e não é aceitável "perda" de
tempo com aspectos não essenciais.

    Não pretendo desta forma colocar em causa a importância de uma boa preparação
" sica", o que também considero bastante importante, quero apenas levar os leitores a
considerar a hipotese de este não ser o aspecto fundamental que determina a evolução
da equipa e dos jogadores, é apenas um entre vários, que eventualmente até assumem
um carácter mais decisivo.

    Como opção a este tipo de periodização convencional surgiu, principalmente, na


última década um tipo de periodização que considero mais pertinente e mais adaptada
aos reais problemas e necessidades do futebol, esta é apelidada de "periodização
táctica" e segundo Carvalhal (2003) a mesma destaca-se por:

Dar primado é a contextualização.

A componente táctica surge como o núcleo central de preparação.

O Modelo de Jogo Adoptado impõe uma coordenatividade muito própria, estando


subjugada à dimensão táctica as restantes dimensões, técnica ,física e psicológica.

O princípio da Especi cidade é quem dirige a Periodização Táctica.

O meio de operacionalizar o Modelo de Jogo são os exercícios Especí cos.


Exercícios desenvolvidos com Intensidade em concentração, de acordo com o
Modelo de Jogo Adoptado, estes, serão o meio mais e caz para adquirir uma forte
relação entre mente e hábito.

A operacionalizaçãodo do treino reclama a utilização de exercícios Especí cos


desde o primeiro dia.

Impõe-se uma inversão no binómio Volume-Intensidade, a Intensidade é quem


"comanda", e o Volume, é o somatório de fracções de máxima intensidade (Volume
da qualidade) de acordo com o Modelo de Jogo Adoptado.

Esta periodização reclama o Princípio da Estabilização, de forma a permitir os


Patamares de Rendibilidade

A Estabilização da Forma Desportiva consegue-se com base na estruturação de um


determinado microciclo, onde o grau de desgaste semanal seja similar de semana
para semana.

A estrutura básica do microciclo deve manter-se (os momentos de treino, a


duração, etc), o que leva a uma estabilização de rendimento.

Faz sentido falar em forma desportiva colectiva. Esta, está ligada ao jogar (bem) de
acordo com o Modelo de Jogo Adoptado, a referência que serve como indicador é
"jogar melhor".

    São várias as diferenças que separam a periodização convencional da periodização


táctica, como poderemos con rmar através dos grá cos seguintes:

Graf. 1 - Fonte: Mourinho (2001)


    Tal como nos demonstra o grá co 1 nos mostra o trabalho de pré-época deve ser
iniciado com cargas de intensidade e volume desde logo, relativamente elevadas
aumentando progressivamente durante o periodo preparatório até um nivel máximo que
deve ser mantido durante toda a época. A intensidade do exercicio deve corresponder á
intensidade de jogo de modo a respeitar o principio da especi cidade, enquanto que o
volume é aqui entendido como o número de repetições do exercicio e não como o tempo
de duração do exercicio como é normalmente considerado. Evidentemente que nem
todas as sessões de treino serão realizadas com intensidades a niveis máximos por
imposição dos treinos agendados para a recuperação sica dos jogadores da
competição, mas este é um indice que demonstra como devem ser o treinos numa
perspectiva global. Deve sempre existir uma constante relação do volume das
intensidades com a densidade e a quantidade competitiva (mourinho, 2001).

    Mais uma vez ca provado o contraste com os conceitos clássicos de periodização,


que se aplicam ás modalidades individuais, essencialmente. Este "novo" tipo de
periodização re ecte-se no per l de rendimento de uma equipa (graf. 2 ).

Graf. 2 - Fonte: Mourinho (2001)


    Desde o primeiro dia o objectivo é o desenvolvimento/ evolução da forma relacionada
com o modelo de jogo adoptado. Segundo Mourinho (2001) "estar em forma é jogar
bem" logo a forma desportiva deve "ser entendida sobre o ponto de vista colectivo" aliás
o autor reforça ideia a rmando que "estar em forma individualmente è ser capaz de ao
nível táctico individual, técnico, físico, cognitivo e psicológico, cumprir as exigencias do
modelo de jogo adoptado e seus respectivos principios (táctica colectiva). Os niveis de
forma não estão dependentes da preparação de pré-época mas sim do trabalho
realizado diariamente.

    De destacar que na periodição convencional o per l de rendimento é analisado de


forma quantitativa ( %) enquanto que na periodização táctica é analisado sobre o prisma
qualitativo ( min. e max.).

Graf. 3 - Fonte: Mourinho (2001)

    Tudo aquilo que até agora tem sido defendido, até este momento encontra-se
expresso no graf. 3, que demonstra que o treino especi co é a base fundamental sobre a
qual devem ser fundados os alicerces do treino desportivo de uma qualquer equipa de
futebol. Aqui a componente táctica (entendida como linguagem comum a todos os
jogadores), é a linha coordenadora de todo processo evolutivo da periodização (táctica,
técnica, física, cognitiva e psicológica). A principal preocupação é a evolução constante
do Modelo de jogo adoptado.

    De forma muito sintética e para nalizar considero que ter a convicção convicção que
o resultado desportivo pode nascer do improviso é ignorar os objectivos e conhecer o
insucesso pois independentemente das metas a que se propõe cada equipa no início de
uma época desportiva, terá sempre que existir um trabalho programado, que oriente o
processo de treino desde seu começo até ao nal. O futuro da plani cação desportiva
tem um nome "Especi cidade" e no futebol este futuro é a "periodização táctica", um
futuro que se encontra bem presente entre nós amantes do futebol, personi cado na
imagem do treinador J. Mourinho e os resultados estão á vista de todos, será
coincidência...

Bibliogra a

Mourinho, J. (2001), "Programação e periodização do treino em futebol" in palestra


realizada na ESEL, no âmbito da disciplina de POAEF.

Brito, J. (2003) " Metodologia e didáctica especí ca I, o jogo de futebol", documento


de apoio à disciplina de Opção I - Futebol, série didáctica UTAD, Vila Real.

Castelo, J. et al. (2000) "Metodologia do Treino Desportivo", Edições FMH, 3ª


edição

Oliveira, J. G. (2003) "Organização do jogo de uma equipa de Futebol. Aspectos


metodológicos na abordagem da sua organização estrutural e funcional."
Documento de apoio das II Jornadas técnicas de futebol da U.T.A.D.

Carvalhal, C. (2003), "Periodização táctica. A coerência entre o exercicio de treino e


o modelo de jogo adoptado" Documento de apoio das II Jornadas técnicas de
futebol da U.T.A.D.

Oliveira, R. e Wilmore, P. "O exercício no processo de treino de futebol proposta


metodológica" in www.efdeportes.com - revista digital, Buenos Aires

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