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Sumário
Apresentação 3
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2- 5
*Alunos
Amir Nadur J. Ítalo de Oliveira Ferreira Bianchi
Brenda Marjorie Silva Lopes Luiz Eduardo Xavier Patrícia C. dos Santos Oliveira
Carla Alves Azeredo Pereira
3 Paula Abreu Figueiredo
Eliane Vieira Sanguinete Marina Martins Vidal Rosana Márcia Sant’Ana Neves
1- COMO SURGIU O SUS?
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma
grande conquista brasileira. Até a
promulgação da Constituição Federal de
1988 o sistema público de saúde prestava
assistência apenas aos trabalhadores
vinculados à Previdência Social. Na
ocasião este público era de
aproximadamente 30 milhões de pessoas
com acesso aos serviços hospitalares,
cabendo o atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas, como por exemplo,
as Santas Casas de Misericórdia. Dois anos após a promulgação da nova constituição
começa a vigorar um sistema de saúde público que contemplasse toda a população
brasileira. Em 19 de setembro de 1990 foi promulgada a Lei Orgânica da Saúde de nº
8.080. O primeiro passo para a regulamentação se deu a partir de inúmeras manifestações
e lutas populares, por meio da Constituição Cidadã. Um marco para a criação do SUS foi a
8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, onde legitimaram o conceito de saúde pública
e foram estabelecidas as bases para tal sistema. Em 1988, a Constituição Federal passa a
reconhecer a saúde como direito de todos e dever do Estado.
O SUS foi criado pela lei 8.080, em 1990, regulando as ações e serviços de saúde em todo
território nacional e, atribuindo como dever do Estado a garantia de saúde bem como a
redução de riscos e doenças, propondo então ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação (BRASIL, 1990). Tal lei, assegura, alguns princípios que contribuem para um
atendimento igualitário e uniforme em todo território nacional, que são: universalidade de
acesso; igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie; utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades; participação da
comunidade; descentralização político-administrativa, dentre outros.
Tal lei, assegura, ainda, alguns princípios que contribuem para um atendimento igualitário e
uniforme em todo território nacional, que são: universalidade de acesso; igualdade da
assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; utilização da
epidemiologia para o estabelecimento de prioridades; participação da
comunidade; descentralização político-administrativa, dentre outros.
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Outra lei importante, a Lei 8.142/90, foi aprovada e garante a participação popular na
gestão do SUS. A referida lei exerce o princípio do Controle Social que é um processo no
qual a população participa, por meio de representantes, da definição, execução e
acompanhamento das políticas públicas de Estado e das políticas de governo. O exercício
efetivo do controle social na saúde acontece por meio dos Conselhos e pelas conferências
de saúde. Os conselhos são compostos por representantes do governo, prestadores de
serviços, profissionais de saúde e usuários. Estas pessoas atuam na elaboração de
estratégias e no controle da execução das políticas de saúde do município. Assim, a partir
da Constituição Brasileira de 1988 e tais leis que regulamentam o SUS começou-se um
processo de reestruturação e organização da saúde brasileira através da descentralização
dos serviços e ações de promoção de saúde e vigilância em saúde.
Direito de
Universalidade
todos
Tratamento
Equidade diferente para
igualar
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2.2- Princípios organizativos
Regionalização e Hierarquização
Participação Popular
Durante muitos anos no Brasil tratou-se as pessoas com transtornos mentais como sujeitos
incapazes e totalmente dependentes. Desse modo coube a essa população o
enclausuramento total em instituições como hospitais psiquiátricos e manicômios. A tratativa
com os usuários de álcool e outras drogas foi, e ainda é em muitos casos, bastante
semelhante. A relação do sujeito com a substância não deve ser vista apenas como uma
relação química em que a abstinência ou o impedimento do contato sejam capazes de
solucionar. A reforma psiquiátrica apresenta a necessidade de socialização das pessoas e a
possibilidade de que a loucura tenha seu lugar social não marginalizado. Assim a RAPS
subverte a ideia da institucionalização das pessoas com transtornos mentais e da
internação compulsória de usuários de álcool e outras drogas.
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CAPS
(Infantil) SAMU
UPA
4- NÍVEIS DE ATENÇÃO EM SAÚDE
NÍVEIS DE ATENÇÃO
Primário Secundário Terciário
É a “porta de entrada” dos Serviços especializados É o conjunto de terapias
usuários no SUS. Seu em nível ambulatorial e e procedimentos de
objetivo é orientar sobre a hospitalar, com elevada especialização.
prevenção de doenças,
densidade tecnológica Organiza também
solucionar os possíveis
intermediária entre a procedimentos que
casos de agravo e direcionar
os mais graves para níveis atenção primária e a envolvem alta tecnologia
de atendimento superiores terciária, historicamente e/ou alto custo.
em complexidade. interpretada como
procedimentos de média
complexidade.
Equipe de Saúde
da Família
Hospital geral
Hospitais Oncologia
Agentes Ambulatóri Cardiologia
comunitários de
Saúde os Oftalmologia
Transplantes
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Diálise
Cirurgias
Núcleo de Apoio
à Saúde da
Família
4.1- Linhas de cuidado
As linhas de cuidado são uma forma lógica de organizar a distribuição dos serviços de
saúde ofertados em um fluxo capaz de conduzir os processos de trabalho de forma eficaz e
eficiente. As linhas de cuidado também definem qual equipe terá a responsabilidade sobre
aquele cuidado, bem como quem deva ser o responsável por aquela linha. Todos os pontos
de atenção à saúde são importantes para que os objetivos da rede de atenção à saúde
sejam cumpridos e para que a prestação dos serviços seja eficaz os pontos de atenção
diferenciam-se pelas distintas densidades tecnológicas.
NASF
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5- AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde foi instituído a partir da estruturação da
rede de atenção básica, em 1991. O objetivo da criação do programa era buscar
alternativas para melhorar as condições de prevenção e promoção de saúde nas
comunidades. As atribuições dos agentes estão descritas na Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB).
O Guia de Saúde Mental é uma ferramenta de trabalho e tem como um dos objetivos
apoiar os ACS no desenvolvimento de ações de cuidado em saúde mental às pessoas,
famílias e comunidade que fazem parte do território de atuação desses profissionais. Com
essa cartilha é esperado que sejam minimizadas as angústias que os profissionais sentem
ao se depararem com pessoas e famílias que têm, ou que convivem com problemas de
saúde mental, em especial com aqueles decorrentes do uso prejudicial de álcool, crack e
outras drogas. A seguir, apresentaremos algumas orientações relacionados ao atendimento
e intervenção com usuários de álcool e outras drogas.
É importante que a intervenção com os usuários de álcool e outras drogas aconteça sem
afastá-los da família e da comunidade. Para tanto, é fundamental tratar e apoiar todos
envolvidos, priorizando famílias que demonstram maior dificuldade com a situação. Nesse
sentido, um Projeto Terapêutico deve ser desenvolvido para cada grupo familiar a partir do
conhecimento, aceitação e respeito das pessoas, considerando que cada lugar apresenta
suas particularidades e seus desafios.
O ACS não precisa ter todas as respostas diante dos questionamentos embaraçosos que
possam surgir no acolhimento, podendo e devendo buscar ajuda da equipe para conversar
e esclarecer ao usuário no próximo encontro. A maneira como se estabelecem as relações
entre a equipe faz toda diferença no trabalho. As equipes devem se complementar. 12
A Redução de Danos (RD) é uma estratégia muito útil para aumentar a qualidade de vida
das pessoas, pois visa a diminuição de malefícios à saúde construindo conjuntamente um
modo de viver mais saudável. Para usar as estratégias de RD com os usuários, é
importante pergunta-lo se solicita ajuda, quais os malefícios o consumo de drogas está lhe
causando e como o profissional poderá ajudá-lo a diminuir e eliminar alguns desses efeitos.
Entre as ferramentas para desenvolver as estratégias de redução de danos, estão a escuta,
o acolhimento, o vínculo e o acompanhamento ao longo do tempo, sempre pensando o
usuário de uma maneira integral.
Historicamente, a questão do uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas tem
sido abordada por uma ótica predominantemente psiquiátrica ou médica. As implicações
sociais, psicológicas, econômicas e políticas são evidentes, e devem ser consideradas na
compreensão ampla do problema. É importante destacar que o consumo de drogas ilícitas é
constantemente relacionado à criminalidade e práticas antissociais. Essa percepção
distorcida do uso de álcool e outras drogas promove a cultura do combate à substância e
posiciona o indivíduo e seu meio social em um plano menos importante.
QUAIS DEVEM SER AS AÇÕES PRIORITÁRIAS DOS ACS COM FAMÍLIA E USUÁRIO
DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS?
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Avaliar a situação
Criação do vínculo com
analisando o contexto
todas as pessoas
social e econômico dos
envolvidas no problema.
envolvidos
Estabelecer um diálogo
Atuar de forma diretiva no
com os envolvidos para
sentido de sugerir algumas
que ampliem a percepção
ações no cotidiano das
e análise da situação às
pessoas:
quais estão envolvidos.
Tentar sempre que
Alternar o consumo de
possível, reduzir a
bebida alcóolica com
quantidade e o uso de
alimentos.
drogas.
A assistência em saúde mental da comunidade tem sido realizada pelas unidades básicas
de saúde por uma equipe multiprofissional composta por agentes comunitários de saúde,
médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos. Os ACS são os membros da equipe que
melhor compreendem o contexto social dos usuários, pois além de prestar atendimento a
partir da demanda individual esses profissionais são capazes de identificar potenciais
questões sociais que tenham algum impacto na condição de saúde das pessoas.
Os transtornos mentais e o uso abusivo de substâncias como álcool e outras drogas não
devem se confundir. Trata-se de situações bastante distintas, mas convergem na percepção
social que causam e na dificuldade que esses dois públicos têm em estabelecer vínculos
com os serviços de saúde. É fundamental estabelecer uma concepção positiva sobre a
entrada dessa população nas unidades de saúde, vislumbrando benefícios resultantes dos
vínculos estabelecidos com o serviço. Este manual e a capacitação do ACS teve como foco
contribuir na inserção desses sujeitos. Para que isso se efetuasse procuramos abordar
neste material como o Sistema Único de Saúde (SUS) se materializa na forma dos
equipamentos que compõem a Rede de Atenção Psicossocial e, além disso, levantar
questionamentos sobre a atuação dos agentes comunitários de saúde (ACS), de modo a
contribuir nas dificuldades, promoção e prevenção da saúde do público em questão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Lei Nº. 8080/90, de 19 de setembro de 1990. Brasília: DF. 1990. Disponível em
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm Acesso em: 23 abr. 2018.
______. Lei Nº. 8142/90, de 28 de dezembro de 1990. Brasília: DF. 1990. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm Acesso em: 23 abr. 2018.
______. Ministério da Saúde. Atenção básica: saúde da família. [2016]b. Disponível em:
<www.saude.gov.br>.
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