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Universidade Federal de São Carlos – UFSCar

Nome: Isabela Louro Lopes RA: 771723


Curso: Pedagogia
Disciplina: Sociologia, Sociedade e Educação.
Profª. Drª. Maria Cristina da Silva Galan Fernandes

FICHAMENTO
DURKHEIM, E. O Suicídio: Estudo de sociologia. SP: Martins Fontes, 2004. (Coleção
tópicos). Livro 3- Do suicídio como fenômeno social em geral – Cap 1: O elemento
social do suicídio. p. 379-419.

O elemento social do suicídio I (p.381-385)


 ”Há, em primeiro lugar, a situação externa que se encontra o agente. Os homens
que se matam ora experimentaram desgostos de família ou frustrações de amor-
próprio, ora sofreram miséria ou doença, ora ainda se condenam por alguma falta
moral” (p. 381)
 “Os mais diversos acontecimentos da vida e até os mais contraditórios podem
servir igualmente de pretexto ao suicídio. Portanto, nenhum deles é sua causa
especifica. Poderemos pelo menos atribuir essa causalidade às características que
são comuns a todos? Mas haverá essas características? No máximo pode-se dizer
que geralmente elas consistem em contrariedades, em mágoas, mas sem que seja
possível determinar que intensidade a dor deve atingir para ter essa consequência
trágica” (p, 382)
 “O suicídio, assim, foi apresentado como produto de um certo temperamento,
como um episódio da neurastenia, submetido à ação dos mesmos fatores que ela.
Mas não descobrimos nenhuma relação imediata entre a neurastenia e a taxa social
de suicídios” (p. 383)
 “As causas sociológicas que assim determinamos até nos explicaram essas
diversas convergências que muitas vezes foram atribuídas à influência de causas
materiais. [...] Se a mulher se mata muito menos que o homem, é porque ela é
muito menos engajada do que ele na vida coletiva, e, portanto, se sente com menos
força de sua ação boa ou má. O mesmo ocorre com velho e criança, embora por
outras razões” (p.384)
 “[...] É a constituição moral da sociedade que estabelece, a cada instante, o
contingente de mortes voluntárias. Existe, portanto, para cada povo uma força
coletiva, de energia determinada, que leva os homens a se matar. Os movimentos
que o paciente realiza e que, à primeira vista, parecem exprimir apenas seu
temperamento pessoal são na verdade a consequência e o prolongamento de um
estado social que eles se manifestam exteriormente” (p. 384)
 “Para explicar seu desprendimento da existência, o indivíduo culpa as
circunstancia que os cercam mais imediatamente; acha a vida triste porque ele ta
triste. Sem dúvida, num certo sentido, a tristeza lhe vem de fora, mas do grupo do
que faz parte, e não de um determinado incidente de sua carreira” (p. 385)
O elemento social do suicídio II (p. 385-393)
 “[...] Concebe-se então que eles penetrem os elementos propriamente individuais
e até lhes sirvam de base. Apenas, para que essa explicação pudesse convir ao
suicídio, seria preciso que a tendência que leva ao homem a se matar dependesse
intimamente da raça; ora, sabemos que os fatos contrariam essa hipótese. Dir-se-
á que a condição geral do meio social, sendo a mesma para a maioria dos
indivíduos” (p. 387)
 “Mas o meio social é constituído essencialmente de ideias, crenças, hábitos e
tendências comuns. Para que elas possam impregnar desse modo os indivíduos é
preciso que existam, de alguma maneira, independentemente deles. [...] Essa
concepção de modo algum pode dar conta da regularidade com que se produz a
taxa geral de suicídios. [...] Ora, o suicídio afeta uma minoria. Nas regiões em
que é mais desenvolvido, contam-se no máximo 300 a 400 casos por um milhão
de habitantes” (p. 388)
 “A teoria de Quételet [...] Considerava como fato estabelecido que a constância
só se observa nas manifestações mais gerais da atividade humana; ora, ela se
verifica, e no mesmo grau, nas manifestações esporádicas que só ocorrem em
pontos isolados e raros do campo social” (p. 388)
 “Os suicidas constituem uma minoria ínfima dispersa pelos quatro cantos do
horizonte. Cada um deles realiza seu ato separadamente, sem saber que os outros
fazem o mesmo por seu lado; no entanto, enquanto a sociedade não muda, o
número de suicidas é o mesmo. Portanto, todas essas manifestações individuais,
por mais que pareçam independentes umas das outras, na verdade devem ser
produto de uma mesma causa ou de um mesmo grupo de causas que dominam os
indivíduos” (p. 391)
 “[...] Isso significa que cada povo tem, coletivamente, uma tendência ao suicídio
que lhe é própria e da qual depende a importância do tributo que ele paga à morte
voluntária.

O elemento social do suicídio III (p. 394-413)


 “O estado de espirito que determina os homens a se matar não é transmitido pura
e simplesmente, mas, o que é muito mais notável, é transmitido a um número
igual de indivíduos que estão todos colocados nas condições necessárias para que
ele passe ao ato” (p. 397)
 “[...] Cada suicida deveria então ter recebido sua tendência de algum de seus
predecessores e cada suicídio seria como que o eco de um suicídio anterior. Mas
não há fatos que nos autorize a admitir esse tipo de filiação pessoal entre cada um
dos acontecimentos morais que a estatística registra este ano, por exemplo, e um
acontecimento similar do ano passado” (p. 387)
 “Por conseguinte, uma vez que atos morais como o suicídio se reproduzem com
uma uniformidade, não apenas igual, mas superior, devemos também admitir que
eles dependem de forças exteriores aos indivíduos. Apenas, como essas forças só
podem ser morais e além do homem individual não há no mundo outro ser moral
que não a sociedade, elas são necessariamente sociais” (p. 398)
 “A criança forma seu gosto entrando em contato com os monumentos do gosto
nacional, legado das gerações anteriores. Às vezes até vemos esses monumentos
caírem no esquecimento durante séculos e depois, um dia, apesar de as nações
que os erigiram terem se extinguido há muito tempo, ressurgirem e recomeçarem
uma nova existência no seio de novas sociedades. Chamamos de renascimentos
o que caracteriza esse fenômeno muito particular” (p. 404)
 “[...] Todavia, é incontestável que nem toda a consciência chega a se exteriorizar
e a se materializar dessa maneira. Nem toda a estética nacional está nas obras que
ela inspira; nem toda a moral se formula em preceitos definidos. Sua maior parte
permanece difusa. Há toda uma vida coletiva que fica em liberdade; todos os tipos
de correntes vão, vêm, circulam em todas as direções [...]” (p. 405)
 “Portanto, de todas as consciências particulares que compõem a grande massa da
nação, não há nenhuma com relação à qual a corrente coletiva não seja quase
totalmente exterior, pois cada uma só contém uma parcela dela” (p. 407)
 “A indignação social é de uma tal energia que muitas vezes ela só se satisfaz com
a expiação suprema. Para nós, se a vítima é um desconhecido ou um indiferente,
se o autor do crime não vive nas proximidades e, portanto, não constitui uma
ameaça pessoal para nós [...] A coisa só muda de aspecto quando a opinião
pública, como se diz, se apropria do assunto. Então nos tornamos mais exigentes
e mais ativos [...] agimos sob a pressão da coletividade, não como indivíduos” (p.
408)
 “ [...] Na medida em que integramos o grupo e vivemos a sua vida, somos abertos
à sua influência” (p. 411)
 “Portanto, foi com certa leviandade que nossa concepção foi tachada da
escolástica e censurada por constituir como fundamento dos fenômenos sociais
não sei que princípio vital de um novo gênero. Se nos recusarmos a admitir que
eles tenham por substrato a consciência do individuo, nós lhes atribuímos um
outro; é aquele formado por todas as consciências individuais, unindo-se e
combinando-se” (p.412)

O elemento social do suicídio IV (p. 413-419)


 “Não há ideal moral que não combine, em proporções variáveis conforme as
sociedades, o egoísmo, o altruísmo e uma certa anomia. [...] Por isso, não há povo
em que não coexistam essas três correntes de opinião que atraem o homem para
três direções divergentes até contraditórias. Quando elas se moderam
mutuamente, o agente moral se encontra num estado de equilíbrio que o protege
contra qualquer ideia de suicídio” (p. 414)
 “[...] É uma determinada condição social, uma determinada profissão, uma
determinada confissão religiosa que a estimula mais especialmente. Assim que se
explica a dupla característica do suicídio. Quando o consideramos em suas
manifestações exteriores, somos tentados a vê-lo apenas como uma série de
acontecimentos independentes uns dos outros, pois ele se produz em pontos
separados, sem relações visíveis entre eles” (p. 415)
 “A hipercivilização que dá origem a tendência anômica e à tendência egoísta
também tem o efeito de refinar os sistemas nervosos, tornando-os excessivamente
delicados; por isso mesmo eles são menos capazes de se ligar com a constância a
um objeto definido, mais intolerante a qualquer disciplina, mais acessíveis tanto
à irritação violenta como à depressão exagerada. Inversamente, a cultura grosseira
e rude, que implica o altruísmo excessivo dos primitivos, desenvolve uma
insensibilidade que facilita a renúncia” (p. 417)
 “Essa tendência cresce ininterruptamente da juventude até a maturidade, e que
frequentemente ela é dez vezes mais intensa no final da vida do que no início”
(p.419)
 “Os suicidas só cumprem seu destino por camadas sucessivas de gerações”
(p.419)

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