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Células tumorais expostas à 'Quinta Sinfonia', de

Beethoven, perderam tamanho ou morreram


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tamanho-ou-morreram-2804700
29 de março de
2011

RIO — Mesmo quem não costuma escutar música clássica já ouviu,


numerosas vezes, o primeiro movimento da "Quinta Sinfonia" de
Ludwig van Beethoven. O "pam-pam-pam-pam" que abre uma das
mais famosas composições da História, descobriu-se agora, seria
capaz de matar células tumorais — em testes de laboratório.

LEIA AINDA: ‘Controlar o câncer vale mais que a cura’, afirma o


imuno-oncologista Daniel Tabak

Uma pesquisa do Programa de Oncobiologia da UFRJ expôs uma


cultura de células MCF-7, ligadas ao câncer de mama , à meia hora da
obra. Um em cada cinco delas morreu, numa experiência que abre
um nova frente contra a doença, por meio de timbres e frequências.

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A estratégia, que parece estranha à primeira vista, busca encontrar
formas mais eficientes e menos tóxicas de combater o câncer: em vez
de radioterapia, um dia seria possível pensar no uso de frequências
sonoras. O estudo inovou ao usar a musicoterapia fora do tratamento
de distúrbios emocionais.

— Esta terapia costuma ser adotada em doenças ligadas a problemas


psicológicos, situações que envolvam um componente emocional.
Mostramos que, além disso, a música produz um efeito direto sobre
as células do nosso organismo - ressalta Márcia Capella, do Instituto
de Biofísica Carlos Chagas Filho, coordenadora do estudo.

Clique aqui para ouvir a Quinta Sinfonia

Como as MCF-7 duplicam-se a cada 30 horas, Márcia esperou dois


dias entre a sessão musical e o teste dos seus efeitos. Neste prazo,
20% da amostragem morreu. Entre as células sobreviventes, muitas
perderam tamanho e granulosidade.

O resultado da pesquisa é enigmático até mesmo para Márcia. A


composição "Atmosphères", do húngaro György Ligeti, provocou
efeitos semelhantes àqueles registrados com Beethoven. Mas a
"Sonata para 2 pianos em ré maior", de Wolfgang Amadeus Mozart,
uma das mais populares em musicoterapia, não teve efeito.

— Foi estranho, porque esta sonata provoca algo conhecido como o


"efeito Mozart", um aumento temporário do raciocínio espaço-
temporal - pondera a pesquisadora. — Mas ficamos felizes com o
resultado. Acreditávamos que as sinfonias provocariam apenas
alterações metabólicas, não a morte de células cancerígenas.

"Atmosphères", diferentemente da "Quinta Sinfonia", é uma


composição contemporânea, caracterizada pela ausência de uma
linha melódica. Por que, então, duas músicas tão diferentes
provocaram o mesmo efeito?

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Aliada a uma equipe que inclui um professor da Escola de Música
Villa-Lobos, Márcia, agora, procura esta resposta dividindo as músicas
em partes. Pode ser que o efeito tenha vindo não do conjunto da
obra, mas especificamente de um ritmo, um timbre ou intensidade.
Em abril, exposição a samba e funk

Saiba mais
Quando conseguir identificar o que matou as células, o passo
seguinte será a construção de uma sequência sonora especial para o
tratamento de tumores. O caminho até esta melodia passará por
outros gêneros musicais. A partir do mês que vem, os pesquisadores
testarão o efeito do samba e do funk sobre as células tumorais.

— Ainda não sabemos que música e qual compositor vamos usar. A


quantidade de combinações sonoras que podemos estudar é imensa
- diz a pesquisadora.

Outra via de pesquisa é investigar se as sinfonias provocaram outro


tipo de efeito no organismo. Por enquanto, apenas células renais e
tumorais foram expostas à música. Só no segundo grupo foi
registrada alguma alteração.

A pesquisa também possibilitou uma conclusão alheia às culturas de


células. Como ficou provado que o efeito das músicas extrapola o
componente emocional, é possível que haja uma diferença entre
ouví-la com som ambiente ou fone de ouvido.

— Os resultados parciais sugerem que, com o fone de ouvido,


estamos nos beneficiando dos efeitos emocionais e desprezando as
consequências diretas, como estas observadas com o experimento —
revela Márcia.

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