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Secretaria de Estado de Segurança Pública

Instituto de Ensino de Segurança do Pará


Coordenadoria de Ensino Superior
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais de Polícia e Bombeiros Militar/CAO2017
Especialização em Gestão Estratégica e Defesa Social

Detectores de fumaça:
Análise da funcionalidade em residências verticais em São Luís –MA

Marituba/Pará
2017
Detectores de fumaça: Análise da funcionalidade em residências verticais em
São Luís –MA
RESUMO

Este trabalho analisou a utilização de detectores de fumaça nos cômodos das edificações
residenciais verticais. Utilizando o método indutivo buscou -se, por meio de informações
técnicas, dados estatísticos, pesquisa bibliográfica, estimulações computacionais utilizando os
softwares pathfinder e pyrosim, como este influencia no do tempo de alarde do incêndio e no
tempo de saída segura dos ocupantes da edificação.

Palavras-chave: Pathfinder alarde de incêndio, estimulações de incêndio, saída segura.

Smoke detectors: Analysis in vertical residences in the city of São Luís –MA
ABSTRACT

This work analyzes the use of smoke detectors in the rooms of vertical residential buildings.
Using the inductive method, statistical information, bibliographic research, computational
stimuli, software, pathfinder and pyrosim were used as technical information, as this influence
in the time of boasting of the fire and in the time of safe exit of the occupants of the building.

Keywords: Pathfinder, time of boasting, computacional stimuli, safe exit


2

1 INTRODUÇÃO

A cidade de São Luís, capital maranhense, tem experimentado um grande crescimento


na construção de edificações verticais, sejam elas para utilização residencial ou comercial
(ARAÚJO; RANGEL, 2012). O aumento dessas edificações alterou consideravelmente a
dinâmica das ocorrências de incêndios atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão
(CBMMA), pois as edificações verticais se situam geralmente em áreas urbanas com vias de
acesso com trânsito lento, são ocupadas por um grande número de pessoas fixas e flutuantes, e
principalmente por utilizarem em sua mobília materiais de rápida ignição. Tais condições
associadas a instalações fora de conformidade, como as elétricas, as de gás, principalmente as
medidas de proteção passivas e ativas contra incêndio criam um cenário complexo para o
CBMMA.

Muitas vezes em incêndios ocorridos em edificações verticais os bombeiros se limitam


a fazer o rescaldo e proteção defensiva para proteger as demais áreas da edificação, assim como
uma posterior perícia para identificar as causas do mesmo. Isso resulta anualmente em grandes
danos humanos e materiais decorrentes de incêndio nesse tipo de edificação, que poderiam ser
minimizados por medidas adequadas de segurança contra incêndios, como a formação e
treinamento adequado de brigada de incêndio, elaboração de planos de emergência, sinalização
de rotas de fuga bem definidas e principalmente um bom sistema de alarme e detecção contra
incêndio com detectores de fumaça instalados em locais apropriados e por empresas
especializadas.

Os incêndios costumam causar grandes prejuízos humanos e materiais, isso se deve em


parte a falta de medidas de segurança contra incêndio e pânico claras e padronizadas. É
importante lembrar que a Constituição Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), a
proteção à vida e ao patrimônio são direitos e garantias fundamentais, o que obriga os órgãos
de segurança pública a buscarem soluções que minimizem as consequências causadas pelos
incêndios.

No Brasil, a constituição garante o principal órgão responsável pela prevenção e


combate a incêndio é o Corpo de Bombeiros Militar, cabe a este além de combater o incêndio,
fiscalizar e normatizar as medidas de prevenção contra incêndio e pânico nas edificações. Uma
característica importante observada na legislação sobre segurança contra incêndio no Brasil é
que cada estado adota uma legislação específica, podendo prejudicar os projetos de segurança
3

contra incêndios, não garantindo um sistema de prevenção e combate a incêndio eficiente às


edificações.

Essa lacuna vaga na legislação contra incêndio, especificamente no estado do Maranhão,


deixa as edificações da cidade de São Luís e seus ocupantes em elevado grau de vulnerabilidade
frente a potenciais incêndios que por ventura venham a ocorrer. Ressaltando que o Brasil
encontra-se em 3º lugar no ranking de incêndios em edificações estruturais, com perdas
significativas de vidas humanas e prejuízos financeiros. Silva Neto (1995, p.13) apontava na
década de 90 que o Brasil era o país em segundo lugar quanto ao número de vítimas de
incêndios.
Segundo Carlo Ualfrido (2008, p.14).

Temos de avançar na legislação que deve ser continuamente revisada e


atualizada em função das necessidades da sociedade e da evolução tecnológica.
Dizem que a legislação está sempre atrasada em relação à necessidade da
sociedade, isso nem sempre é verdade, pois em muitos casos ela é capaz de
atuar de maneira a provocar mudanças nos procedimentos errados arraigados
na sociedade. No Brasil muitos deixam para Deus a total responsabilidade
pelas tragédias por eles deflagradas, o que é uma pratica nefasta, pois seria
possível minimizar as tragédias por meio de uma legislação adequada.

Dentre as medidas de proteção contra incêndio podemos destacar os detectores de


fumaça, que são dispositivos que detectam o incêndio na sua fase inicial permitindo um menor
tempo resposta dos sistemas de proteção contra incêndio, uma evacuação mais rápida e com
melhores condições de segurança dos ocupantes da edificação.

Bokowski et al. (1999, p. 2) apontam que: "O objetivo de um detector de incêndio é


fornecer o mais breve aviso de um incêndio indesejado de modo que ações apropriadas para
mitigar as consequências do incêndio possam ser tomadas." Os tipos de detectores de incêndio
são variados, há no mercado a disponibilidade em forma de disco, com ampla variedade de
modelos e tamanhos. Existem detectores de fumaça que usam de processos ópticos, outros
físicos, para ambos o sinal elétrico pode emitir o alarme através de um aviso por som ou por
visual.

A partir da hipótese que a utilização de detectores de fumaça em edificações residenciais


verticais proporcionará um aumento no tempo para saída com segurança da edificação (TSS).
O presente estudo tem como problema de pesquisa: os detectores de fumaça são primordiais no
aumento do TSS? Com isso, o objetivo geral deste artigo é analisar a utilização de detectores
de fumaça nos cômodos das edificações residenciais verticais. Apresentando como objetivos
4

específicos: apresentar o sistema de prevenção de incêndio legalmente exigido no estado do


Maranhão e descrever as simulações de evacuação dos ocupantes da edificação para situações
com e sem detectores de fumaça.

O presente estudo analisará como os aspectos físicos e químicos de cada fase do


incêndio influência no TSS da edificação através de um software. Esse tipo de análise é bastante
utilizada. A simulação de ambientes...

A justificativa da pesquisa se baseia na análise do detector de fumaça como prevenção


de incêndios e cuidado a vida. Os números de incêndios como apontado anteriormente ratificam
a importância de investigação de meios preventivos.

O software PARTHFINDER desenvolvido pela empresa americana Thunderhead


Engineering. Kuligowski et al. (2010, p.08) apontam que:

Os cálculos de evacuação estão se tornando cada vez mais parte das análises
baseadas em desempenho para avaliar o nível de segurança de vida fornecido
em edifícios. Em alguns casos, os engenheiros estão usando calculos back-
ofthe-envelope (mão) para avaliar a segurança de vida, e em outros, evacuação
computacional.

O presente artigo está dividido além dessa Introdução em x partes. Os dados foram
analisados para duas situações: edificação com detectores de fumaça instalados apenas nas áreas
comuns e edificação com detectores de fumaça instalados também cômodos do apartamento.
Assim foi possível verificar os fatores que influenciam no TSS da edificação e verificar a
funcionalidade dos detectores de fumaça.

2 MATERIAL E METODOS

A pesquisa foi desenvolvida a partir do método indutivo. Segundo Marconi e Lakatos


(2003, p. 85): "Indução é um processo mental partindo por intermédio do qual, partindo de
dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas.".

A pesquisa será qualitativa através de pesquisa bibliográfica e quantitativa a partir de


simulações computacionais utilizando o software PATHFINDER, este último para a verificação
5

da utilização de detectores de fumaça dentro dos cômodos de edificações residências


multifamiliares verticais reduz o tempo de evacuação dos ocupantes de uma edificação.

O local de estudo foi o condomínio Brisas Life, torre primavera, localizado na cidade
de São Luis, Maranhão, bairro Altos do Calhau, bairro central, onde existe uma grande
concentração de edificações residenciais verticais, que utilizamos como edificação modelo para
as simulações de incêndio no Software PATHFINDER.

O condomínio Brisa Life é formado por 04 torres, cada uma com 15 andares e cada
andar com 10 apartamento. A área dos apartamentos varia entre 56 e 72 m² e cada torre
apresenta uma altura de 44,64 m². O condomínio possui escada de emergência pressurizadas
com porta corta fogo P -90 de dimensões 2,10 m x 0,90 m, sprinklers e acionadores de alarme
de incêndio nas áreas comuns, escadas de incêndio, além de sinalização de saída de emergência
fotoluminescente.

O Pathfinder é um simulador de movimento humano. Ele fornece uma interface gráfica


do usuário para projeto e execução de simulação, bem como ferramentas de visualização em
2D e 3D para análise de resultados (Manual do usuário Pathfinder, 2017). As simulações serão
estudadas a partir da presença e ausência de detectores de fumaça nos cômodos das edificações,
adotando como parâmetros o tempo de acionamento do sistema de alarme e tempo de evacuação
das pessoas. As simulações computacionais foram realizadas em São Luís, no departamento de
atividades técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão utilizando o PATHFINDER.

Dados experimentais obtidos pelo National Institute of Standards and Technology


(NIST 2009) sobre o comportamento de incêndios em edificações residenciais, também foram
coletados e analisados sobre o aspecto físico e químico, a fim de analisar e comparar com as
condições criadas em condições artificiais com o objetivo de testar nossa hipótese.
6

3 SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS NO MARANHÃO

O Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Maranhão (COSCIP), segundo a


Lei nº 6.546 de 29 de dezembro de 1995 (MARANHÃO, 1995), que regula as exigências
necessárias para a prevenção contra incêndio e pânico no Maranhão. Essa lei, associada a
algumas normas técnicas baixadas pelo comando geral, constituem o arcabouço legal de
exigências estabelecidas pelo CBMMA, não obstante quando a situação exigir o COSCIP
garante exigências especiais.

Quanto à classificação das edificações, o COSCIP define as edificações residenciais em


privativas, coletivas, transitórias, mas não especifica a questão da projeção da dimensão da
edificação, se vertical ou horizontal. As exigências foram com relação a sistemas de prevenção
e combate a incêndio e pânico para edificações residenciais privativas unifamiliares e
multifamiliares. Segundo o COSCIP, para edificações que excedam 12 metros do nível do
logradouro público serão exigidos rede de chuveiros automáticos do tipo sprinklers e sistemas
elétricos ou eletrônico de emergência.

Portanto, não existe a exigência explicita de sistemas de alarmes e detecção contra


incêndio e pânico nessas edificações verticais acima de 12m, apenas a exigência de sistemas
elétricos ou eletrônicos de iluminação de emergência previstos no Art. 21 (COSCIP 1995, p.
29). Essa lacuna vaga na legislação deixa essas edificações e seus ocupantes em elevado grau
de vulnerabilidade frente a potenciais incêndios que por ventura venham a ocorrer.

3.1 Fases do Incêndio

Um incêndio produz três componentes básicos; fumaça, luz e calor. Geralmente a


análise da evolução de um incêndio é feita sob o aspecto da elevação da temperatura. “As fases
de um incêndio geralmente são discutidas em termos do aumento da temperatura no ambiente”
(KARSON; QUINTIRE, p.30, 1999, tradução nossa).

Sob este aspecto o incêndio se divide em cinco fases; ignição, crescimento, flash over,
desenvolvimento total, fase final. A fase de ignição corresponde a uma reação exotérmica entre
o combustível e o comburente, que pode ser originada por uma fonte interna (curto circuito,
7

acumulo de calor no combustível) ou por uma fonte externa de calor ao ambiente (transmissão
de calor por uma fonte externa).

Conforme, os experimentos realizados pelo Underwriters Laboratory (UL, 2009) foram


possíveis observar três aspectos no ambiente: fogo restrito ao foco do incêndio sem a presença
de chama; aumento gradual na temperatura do ambiente devido ao calor gerado pela ignição; e
atmosfera homogênea sem a presença de fumaça. A ignição dura entre em 50s a 1min, e termina
no momento em que o fogo começa a gerar as primeiras quantidades relativa de fumaça, que
por ser mais densa que o ar sobe em direção ao teto do ambiente e começa forma uma cortina
horizontal de fumaça.

Em seguida o incêndio entra na fase de crescimento, nessa fase também foi observado
três aspectos: fogo restrito ao foco com a presença de chamas; atmosfera heterogênea formada
por duas camadas, uma cortina de fumaça horizontal crescente em espessura localizada no teto,
mais quente e pobre em oxigênio, e uma camada inferior mais fria com a presença de oxigênio;
e, elevado aumento de temperatura no ambiente causado pela irradiação de calor pela cortina
de fumaça.

A fase de crescimento termina quando a temperatura do ambiente atinge entre 500 e 600
°C, temperaturas onde os materiais do ambiente do ambiente entram num processo onde as
moléculas dos materiais do ambiente são quebradas pela ação do calor (pirolise). O processo
de pirolise inicia a fase de generalização do incêndio conhecida como Flash over, momento em
que todos os materiais do ambiente em ignição.

A fase de flash over se caracteriza pela abrupta elevação de temperatura no ambiente e


dura poucos segundos dando início a fase de desenvolvimento total do incêndio onde podemos
destacar alguns aspectos: atmosfera homogênea, rica em fumaça e gases tóxicos; e, diminuição
gradual na temperatura do ambiente. Nessa fase todo combustível é consumido rapidamente e
o incêndio entra na fase decrescente, em que o ambiente volta a ficar com uma atmosfera
heterogênea, porém rica em gases tóxicos.

A Figura 1 representa essas fases.


8

Figura 1. FASES DO INCÊDIO: ....

Fonte: Robert Worcersted (2004).

Sistemas de detecção existentes devem atuar na primeira fase a fim de


extinguirem o incêndio mais facilmente, pois, após a ignição a temperatura do
ambiente atinge cerca de 600°C e gases e vapores (produzidos na pirólise de
combustíveis sólidos) tomam conta do local. Caso o ambiente possua líquidos
combustíveis, juntamente com os vapores, ocorrerá o flash over (inflamação
generalizada), propiciando que o local seja tomado por grandes labaredas.
Logo, quando o incêndio é controlado antes desta evolução há grandes chances
de sucesso na sua extinção (SEITO, 2008, p. 44).

3.2 Detectores de fumaça

Os detectores de fumaça são dispositivos constituídos de câmaras de plástico de


dimensões variáveis e podem detectar a fumaça por ionização ou opticamente, sendo chamados
respectivamente de detectores de fumaça iônico e fotoelétrico. Esses dispositivos são utilizados
para detectar um incêndio na fase de ignição proporcionando o acionamento do sistema de
alarme e proteção contra incêndio permitindo um melhor TSS da edificação. Segundo Ahrens
(2015, p. 02, tradução nossa):

Detectores de fumaça fornecem um aviso prévio crítico de incêndio,


permitindo mais tempo para escapar. Estimativas nacionais de incêndios
ocorridos, derivados do Sistema Nacional de Notificação de Incidentes de
Incêndio (NFIRS) e da Associação Nacional de Proteção contra Incêndio
(NFPA) mostram que entre 2009 e 2013 que incêndios em casas sem detectores
de fumaça causaram uma média de 940 mortes por ano (38% das mortes por
incêndio em casa).
9

Os detectores de fumaça permitem o acionamento do alarme de incêndio em um menor


tempo, facilitando a evacuação da população da edificação, o seu combate e as operações de
busca e salvamento, já que a medida que o incêndio evolui a quantidade de calor e fumaça se
torna um fator crítico para a sobrevivência dos ocupantes e as equipes de emergências.

Detectores de fumaça são considerados muito eficientes na detecção de fumaça. “As


avaliações de desempenho dos detectores de fumaça se concentraram em estimar se os
ocupantes terão tempo suficiente para sair de uma residência quando inicialmente alertados por
um alarme de incêndio” (CLEARE, p.2, 2008, tradução nossa).

3.3 Tempo para saída com segurança de edificação (TSS)

Um dos fatores mais importantes nos projetos de prevenção contra a incêndio e pânico
é o tempo de saída da com segurança dos ocupantes da edificação (TSS).

Para CLEARE (2008, p.2, tradução nossa).

O tempo de saída com seguraça (TSS) é definido como o incremento de tempo


a partir do momento em que um ocupante é alertado para um incêndio
(geralmente tomado como o tempo de ativação do alarme) ao tempo que o
ocupante foi exposto a uma dose incapacitante (gás tóxico ou calor) ou um
obscurecimento de fumo limitante. O aumento de tempo que leva para a saída
de uma determinada residência a partir do momento em que um ocupante é
alertado para um incêndio até o momento em que o ocupante sai da residência
é definido como o tempo de saída com segurança requerido (TSSR). (ISO
13571 [7] define TSS e TSSR como a partir do momento da ignição do fogo).
Assim, se o TSS for maior ou igual ao TSSR, entende-se que os ocupantes
teriam tempo suficiente para sair. Uma "margem de segurança" foi proposta
como uma métrica de desempenho e definida como a diferença entre TSS e
TSSR que têm valores positivos [6]. Portanto, a margem de segurança é uma
função de um cenário de incêndio específico, níveis de incapacidade e limite
de fumo escolhidos, caminho de saída e pressupostos sobre o comportamento
dos ocupantes e o desempenho real de um determinado alarme de fumaça. Uma
vez que as avaliações de desempenho envolvem uma infinidade de cenários de
incêndio e de saída, não está claro como agregar cada margem de segurança
individual ou como contabilizar cenários em que o TSS seja menor do que o
TSSR.

Um dos principais produtos do incêndio que influenciam no TSS da edificação é a


fumaça, pois diminui a visibilidade, transporta calor e gases tóxicos, diminuindo a velocidade
ou impedindo o deslocamento da população da edificação.
10

Conforme Worcester (2004, p.35, tradução nossa):

A fumaça e uma grande variedade de gases tóxicos no ar são produtos naturais


da combustão. O fornecimento de energia produz uma enorme quantidade
desses produtos. Eles são empurrados para fora do prédio, dentro do prédio, ou
ambos. Um problema inicial com a fumaça é a redução da visibilidade. As
preocupações posteriores surgem devido à debilidade física para os seres
humanos que podem resultar dos outros produtos tóxicos. Neste fogo, grandes
quantidades de fumaça são liberadas fora do prédio através das janelas abertas.
Esta fumaça, que é em grande parte de ar, é substituída por um ar mais fresco
que permitirá que mais combustão ocorra e produza mais fumaça e calor. A
porta aberta para o corredor irá descarregar grandes quantidades de fumaça
densa e calor no corredor. Se o vento soprar na sala, a condição irá piorar. As
rotas de escape tornam-se intransitáveis quando a visibilidade se deteriora
substancialmente ou o calor está presente demais. Esta condição insustentável
pode ocorrer rapidamente. O atraso na operação do link fusível permitirá que
o fumo se mova para as saídas. Esta contaminação por fumaça tornará os
corredores de nível superior e as escadas impassíveis para os ocupantes. Aqui,
os espaços de destino ao longo dos caminhos de saída permanecem
permanentes por apenas um breve período de tempo.

Outro problema gerado pela fumaça é a mudança de comportamento nas pessoas no


incêndio, geralmente o pânico é comportamento mais observado, ele faz com que os ocupante
tomem atitudes inesperadas como permanecer imóvel, se deslocar em direção oposta as saídas
de emergência, podendo até mesmo se atirar das janelas da edificação. Para Worcester (2004,
p. 2004, tradução nossa)
Os comportamentos associados aos ocupantes dos edifícios e do fogo são
complexos. Eles envolvem interações espaciais e ambientais e impactos
transversais que ocorrem nos domínios psicológico, sociológico e fisiológico
identificados por Bryan [13] há algum tempo. No documento IS0, e em
contraste com BS DD240, o comportamento humano em toda a sua
complexidade é, pelo menos, introduzido e desenvolvido para informar o leitor
do estado da arte; existe um desafio para os escritores de código de fogo
baseados em desempenho: "garantir que o conteúdo dos códigos em relação ao
comportamento humano seja baseado no trabalho de alguma substância".

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram realizadas simulações utilizando um software de simulação de evacuação de


edificações, o PARTHFINDER, e outro software para a simulação de incêndio, o PYROSIM.
Os dois software foram utilizados na versão atualizada 2017, e foram obtidos no site da
TUNDERHEAD ENGINEERING.
11

Duas situações foram consideradas para a edificação em estudo, uma com a


edificação dispondo de detectores de fumaça nos cômodos dos apartamentos e outra com a
edificação dispondo de detectores apenas nas áreas comuns (hall). As duas simulações foram
num apartamento de 63 m², onde foco foi colocado num quarto de 18 m² desse apartamento.

Fig 01- Planta pavimento torre primavera

Fonte: Simulador Pathfinder.

Na tabela 1, estão os parâmetros utilizados nos softwares para realizar as


simulações;

Tabela 1 – Parâmetros
Velocidade dos ocupantes da edificação 1,6 m/s
Nº de ocupantes da edificação 450
Superfície do foco do incêndio Burner
Taxa de liberação de calor por área 500,0 kw / m²
Fonte: Simulador Pathfinder e Pyrosim.

Foram verificados para comparação de resultados o tempo de evacuação dos


ocupantes da edificação nas duas situações.
Foi feito um comparativo entre os tempos de evacuação obtidos nas duas
experiências e as fases de incêndio, considerando seus aspectos limitadores de mobilidade.

4.1 Simulações com detectores nos cômodos da edificação.

No primeiro experimento os detectores foram colocados no quarto do apartamento


e o incêndio foi detectado na fase da ignição. 43 segundos após o seu início e a fumaça atingiu
12

o hall onde fica localizada o elevador e escada de incêndio em 58s. Falar sobre a Figura antes
dela aparecer

Figura 3. Simulação de incêndio, crescimento do incêndio.

Fonte: Simulador pyrosim, ano 2017.

Figura 3. Simulação de incêndio, flash over.

Fonte: Simulador pyrosim.


13

A evacuação dos 450 ocupantes da edificação foi realizada em 11min 7s, como pode ser
observada na Figura 4

Figura 4. – gráfico tempo versus número de ocupantes foram da edificação

Fonte: Simulador pathfinder.

Foi observado que nos primeiro 60s, após a detecção do incêndio pelos detectores
de fumaça e o acionamento do alarme de incêndio, apenas 26 pessoas haviam saído da
edificação.
Considerando que a fumaça atingiu o hall em 1min 41s e que o incêndio foi
detectado 43s após início chegamos os seguintes resultados:
1 – No momento que a fumaça atingiu o hall, em 1min 41s (58s mais 43 s), o
incêndio já se encontrava na fase crescente;
2 – Os ocupantes do andar onde se iniciou o incêndio tiveram um menor TSS da
edificação devido a fumaça presente no hall.

Comparando os resultados obtidos como os experimentos realizados pela NIST, onde o


tempo para a ocorrência do flash over foi de 3min 40s, verificou-se na simulação que nesse
intervalo de tempo apenas 123 ocupantes haviam saído da edificação. Então 327 ocupantes
sairiam da edificação com o incêndio já generalizado, essa situação reduz o TSS da edificação
14

na medida em que a fumaça e gases tóxico se propagam rapidamente pela edificação,


principalmente para os ocupantes do pavimento onde iniciou o incêndio.

4.2 Simulação sem detectores nos cômodos da edificação

No segundo experimento os detectores foram colocados apenas no hall e o incêndio


foi detectado na fase da crescente, em 1min 41s.

Figura 5. Simulação de incêndio com detectores no hall.

Fonte: simulador pyrosim.

Conforme foi verificado nos experimentos, em 1min 41s o incêndio encontra-se na fase
crescimento gerando muita fumaça e calor. Essa fumaça ao atingir o hall altera o
comportamento dos ocupantes do referido pavimento, a medida em que a fumaça diminui a
visibilidade e aquece o pavimento.

Para verificar como esses fatores alteram o tempo de evacuação com mais precisão
adotamos a escala de densidade óptica versus velocidade de deslocamento dos ocupantes de Jin
e Yamada (fig.06), que segundo (CLEAN, 2008, p.06, tradução nossa).

A fim de avaliar adequadamente alguns dos efeitos que uma distribuição dos
tempos tem no TSSR, a evacuação deve ser afetada pela mudança das
condições ambientais. Uma escolha óbvia é o efeito da diminuição da
velocidade de viagem através do fumo que foi investigado por Jin e Yamada
[8]. Eles mediram as velocidades de andar do sujeito por um corredor cheio de
fumaça usando uma fumaça altamente irritante de berços de madeira ardente e
um fumo muito menos irritante do queimando querosene. A diminuição da
velocidade de caminhada para uma densidade óptica de fumaça fixa foi maior
para a fumaça de madeira irritante.
15

Figura 6. Densidade ópticas x velocidade de evacuação

Fonte: Clean 2008

Na simulação para a fase do incêndio uma densidade óptica de 0,1 m-¹, que corresponde
na escala de Jin e Yamada a uma velocidade de deslocamento de 0,9. Esse valor de velocidade
foi atribuído aos ocupantes do 3º andar da edificação com a finalidade de verificar o
comportamento da evacuação dos ocupantes da edificação.
Com essas considerações o tempo de evacuação obtido foi de 11min 13s. Essa diferença
de 6 segundos apesar de ser muito pequena não deve ser desprezada. Observando o gráfico da
simulação verificou - se que em 3min 40s, tempo correspondente ao momento em que ocorre o
Flash over, 132 ocupantes abandonaram a edificação, esse número é superior ao primeiro
experimento e pode ser explicado pela redução na densidade populacional na escada de
emergência que aumenta o fluxo em direção a saída de emergência.
Considerando o tempo de 11min 7s obtido no primeiro experimento, verifica-se no
gráfico (fig.07) do segundo experimento que nesse intervalo de tempo 4 ocupantes da edificação
ainda não teriam abandonado a edificação.
16

Figura 7. Gráfico tempo versus número de ocupantes foram da edificação.

Fonte: Simulador pathfinder.

Diversos são os fatores que iniciam um incêndio em uma edificação, basta combinar os
três elementos essenciais do fogo; combustível, comburente e fonte de ignição. Numa
edificação residencial grande parte desse combustível é constituído pela mobília, nos últimos
anos devido aos avanços tecnológicos. Isso tem influenciado bastante na dinâmica dos
incêndios nesses ambientes, essencialmente nos aspectos da composição da fumaça,
inflamabilidade e velocidade de ocorrência do flash over. Conforme Carlo (2008, p. 11):

A produção e importação de materiais modernos de construção que são usados nas


edificações levam à necessidade de conhecermos seus comportamentos em situação de
incêndio. Os riscos podem variar muito com o uso de novos materiais sem controle de sua
reação e resistência ao fogo; dessa maneira, torna-se necessário ensaiar todos os materiais e
sistemas construtivos do mercado, o que nem sempre tem sido feito.

Em experimentos feitos pelo instituto americano de padrões e tecnologias (NIST,


2012), o tempo calculado para que um cômodo residencial de dimensões 3,7 m x 2,4 m,
mobiliado nos padrões modernos seja completamente destruído por um incêndio foi de 3 min
40 s, cerca de 10 vezes menor que o tempo calculado, 33min, num experimento feito com um
cômodo igual mas mobiliado nos padrões antigo. Essa informação pressupõe a necessidade de
utilizar nos cômodos das edificações detectores de fumaça, tais dispositivos podem detectar o
17

incêndio já no momento da pirolise, que é o momento em que o material se decompõe em gases


altamente inflamáveis. Ono (2008, p.131) explica:

A propagação da fumaça no interior dos edifícios altos pode gerar dificuldade na


localização do foco de incêndio, atrasando o seu combate, caso a origem do incêndio não seja
detectada no seu início. Portanto é necessário um sistema de detecção e alarme automáticos de
incêndio adequado às características espaciais e de uso do edifício, assim como uma brigada de
incêndio treinada para agir rapidamente na confirmação do sinistro e no seu controle precoce.
Um dos aliados nessa situação é o sistema de chuveiros automáticos, que pode detectar e
combater um princípio de incêndio sem intervenção humana.

Ainda segundo Ono (2008, p. 132):

Em edifícios altos, garantir a segurança dos ocupantes em situações de emergência é um


grande desafio de projeto. As medidas de proteção contra incêndio costumam ser mais rigorosas
nesse tipo de edificação devido às dificuldades que os seus ocupantes podem enfrentar no
abandono, associadas essencialmente ao fator tempo. Essas dificuldades incluem a necessidade
de percorrer um trajeto maior até atingir um local seguro fora da edificação e a possibilidade de
exposição aos efeitos do incêndio durante este percurso. A situação torna-se mais severa ao se
considerar que a população normalmente não apresenta perfil uniforme, podendo existir
pessoas com limitações de locomoção, de cognição espacial, capacidade mental ou de
resistência física e que, portanto, necessitam de assistência para realizar o abandono seguro do
edifício.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa demostrou a importância da utilização de detectores de fumaça nos cômodos


das edificações residenciais verticais em São Luís, na medida que ficou comprovado que a
detecção do incêndio ainda na fase de ignição proporciona um alarde de incêndio mais precoce.
Aumentando o tempo de saída com segurança dos ocupantes das edificações a medida que os
elementos do incêndio como fumaça e calor ainda não ocuparam as áreas comuns da edificação.
18

Outro fator que deve ser levado em conta são as ações de combate ao incêndio e a redução nos
danos humanos e materiais decorrentes do incêndio num apartamento especifico.

A detecção do incêndio na fase de ignição, situação caraterizada pela pouca presença de


calor e fumaça no ambiente permite que o ocupante do apartamento saia em condições seguras
e sem sofrer os efeitos nocivos do incêndio. Paralelamente a brigada de incêndio poderá atuar
no incêndio incipiente com grande probabilidade de extingui-lo caso disponha dos meios
adequados e exigidos pelas normas.
Esta pesquisa leva a uma nova discussão acerca da prevenção contra incêndio e pânico no
Maranhão, pois detectou numa avaliação de desempenho feita por simulação computacional
que o condomínio Brisas Life apesar de atender a legislação e as normas de segurança contra
incêndio e pânico vigentes no Estado do Maranhão, não oferece condições de segurança para
seus ocupantes. Isso sugere que além das normas, regulamentos e leis, os projetos de segurança
contra incêndio e pânico precisam adotar o método de análise de desempenho largamente
utilizados em outros países como os Estados Unidos. “As avaliações de desempenho são
estruturadas por um quadro analítico que examina o desempenho de defesas de fogo e recursos
de construção” (FITZGERALD 2004, p.04, tradução nossa).
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REFERÊNCIAS

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