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Cadernos PDE
CAMPO MOURÃO
2013
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA
Relação Interdisciplinar
Sociologia, História
Caderno Pedagógico
Resumo O presente projeto tem por objetivo, analisar
os conteúdos dos cadernos temáticos que
abordam o ensino de Cultura Afro-brasileira
e Africana, enviadas para as escolas
pelo governo do Estado, que se tornam
obrigatórios no currículo escolar através da
Lei nº. 11.645 de 10/03/2008. Verificar os
Cadernos temáticos que abordam as
Relações Étnico-Raciais, História, Cultura
Africana e Afro-brasileira. Analisar o
contexto histórico em que a Lei 11.645/2008
foi promulgada. Propor aos futuros discentes
do curso de Formação Docentes, que inclua
na sua metodologia práticas que eliminem o
preconceito racial dentro do contexto.
Algumas questões se fazem presentes
nesse processo de pesquisa. Por que é
importante trabalhar na escola com a
diversidade dentro da Cultura Afro-brasileira
e Africana? Por que alguns livros que fazem
parte do currículo escolar ainda omitem
informações sobre a presença e
participação dos negros na história do
Brasil? O método de abordagem teórica
dar-se-á pela linha dos estudos culturais. O
método de procedimento será por meio da
pesquisa interventiva relacionada ao Curso
de Formação de Docentes. A
implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica com base em conhecimentos
adquiridos através de pesquisas
bibliográficas relacionadas ao tema. Alguns
autores servirão de base para a pesquisa.
Bhabha (1980), Hall (2003), Costa (2002),
Valente (2005), entre outros.
Esse tema sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da
escravidão negra africana. No presente texto, pretendemos esboçar uma reflexão
acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino
da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e
particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história
e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em
sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade
brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-
se, portanto, o pensamento e as idéias de importantes intelectuais negros
brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência
Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro
Zumbi dos Palmares. O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o
preconceito racial no Brasil.
Essa Lei altera a Lei nº 9.9394, de 20 de Dezembro de 1996, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede
de Ensino a obrigatoriedade da temática, “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá
outras providências.
Essa lei foi sancionada pelo então atual Presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva, em Brasília em 09 de Janeiro de 2003.
Depois de algum tempo em março de 2008 a obrigatoriedade do ensino de História e
Cultura Afro-brasileira, foi modificada posteriormente pela lei 11.645/08 que
acrescenta à temática também a cultura dos povos indígenas. Entretanto nesta
pesquisa, o enfoque será dado somente ao ensino de História e Cultura Afro-
brasileira e Africana.
Assim o papel destinado à educação está no debate sobre tudo que sempre
foi transmitido pela escola sobre a centralidade de uma cultura em detrimento das
demais, de um povo sobre o outro, sobre os processos de exclusão provocados pelo
preconceito e pela exploração, sobre as relações de poder, históricas, que manteve
sempre uma linha divisória entre o rico e o pobre, o negro e o branco, a cidade e o
bairro, o centro e a periferia. Ao assumir e propor essa nova dinâmica de percepção
e reflexiva permitirá a ampliação dos espaços e permitirá que:
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=U10M6bxZjQw
[...] a identificação racial não é mera conseqüência da cor dos nossos pais.
É uma construção social para a qual contribui o lugar que as pessoas
ocupam na sociedade e, também, como as próprias pessoas se vêem.
Nada garante que esse modo de construir sua própria identidade seja
constante ao longo do tempo. Para os indivíduos, pode depender de
mudanças nas suas visões de mundo, ideologia ou até refletir experiências
particulares que os afetaram. Do ponto de vista da, pode refletir mudanças
em como cada identidade racial é construída.
[...] Pode-se dizer que o que está ocorrendo não é que o Brasil esteja
tornando se uma nação de negros, mas, sim, que está se assumindo como
tal. (2008, p. 107)
Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=1iYUSo89d0o
http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
http://www.youtube.com/watch?v=5E41USKzJCI
http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST1/Nogueira-Felipe-Teruya_01.pdf
Dividir a sala em grupos para que façam uma pesquisa e releitura do texto completo
e analisem de forma clara e objetiva sobre algumas temáticas propostas para ser
debatidas:
Um sorriso negro
Um abraço negro
Traz felicidade...
Paródia
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2.3 Breve histórico da cultura brasileira
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Vamos ler o livro: “Menina Bonita do laço de fita”, que segundo a autora Maria
Clara Machado, escreveu porque tinha seus filhos dois casamentos e com etnias
diferentes, mulatos e brancos, e procurou mostrar a seus filhos em forma de uma
leitura divertida que as pessoas também possuem características diferentes entre si.
Assim, não somente com o objetivo de apresentar aos alunos a riqueza da
diversidade étnico-cultural brasileira, mas contribuindo para que futuramente ao
trabalhar com os menores possam fazer essa distinção para que se apropriem de
valores com o respeito a si próprio e ao outro, mas também como o objetivo de
elevar a auto-estima do aluno negro.
Um caminho para isso é a reflexão conjunta, procurando respostas a
indagações como: Sou preconceituoso? Já vivi situações de discriminação ou
preconceito? E, tratando-se da etnia negra: O que sei sobre o continente africano? O
que sei sobre as condições dos africanos escravizados no Brasil? O que sei sobre
suas lutas de resistência, seus heróis, suas histórias? Conheço a história de Zumbi?
A influência que os africanos escravizados tiveram na formação da identidade
brasileira, nas religiões, festas, cantigas, danças, culinária e, principalmente,
histórias que contribuem para ampliar o repertório e povoar o imaginário das
crianças com representações positivas do negro?
Fonte:
http://www.atividadesparacolorir.com.br/2011/09/menina-bonita-do-laco-de-fita.html
O Brasil é um País rico no que diz respeito às várias etnias que aqui
chegaram, e que fazem parte desse povo. Assim, os autores que falam da cultura
brasileira concordam que a característica marcante de nossa cultura é a riqueza de
sua diversidade, resultado de nosso processo histórico-social e das dimensões
continentais de nossa territorialidade.
A composição étnica dos brasileiros é um conteúdo muito importante,passível
de uma atenção especial por parte do educador ao aplicá-lo em sala de aula.
Mostrar aos alunos a diversidade étnica da população nacional e como esse fator
contribuiu para a nossa identidade cultural; demonstrar aspectos culturais presentes
nas vidas dos brasileiros, originários dos indígenas, portugueses, africanos, além
dos outros imigrantes europeus, árabes e asiáticos.
A cultura é histórica, pensar em cultura é pensar em conhecimento,
significado e formas de interpretar o mundo e nosso cotidiano. A construção de uma
cultura é baseada no que fomos agregando ao longo da história para transformar e
transmitir nosso pensamento, nossas formas de ser e sentir. Conhecer, aprender, ver
as diferenças, como somos e como nos relacionamos é se apropriar do
conhecimento.
Para entender o conhecimento, temos que refletir os inúmeros fatores pelos
quais somos influenciados, como: o que assistimos na TV, o que temos como hábito
de leitura, de saberes adquiridos, de técnicas corporais incorporadas, entre outros.
Ávila (2000, p.2) ao tratar da cultura nos indica que não podemos
compreendê-la como algo homogêneo, alertando para o fato de que ela possui
diferentes formas de coexistir na esfera social, refletindo formas desiguais de
apropriação do capital cultural: as culturas populares, as culturas hegemônicas e a
cultura de massa. Para ela há um entendimento corrente de que a cultura popular é
algo primitivo, que necessita evoluir.
A cultura é essencial ao desenvolvimento do ser humano. De todas as
manifestações culturais, a dança é uma das mais representativas, pois reflete os
aspectos relativos a uma determinada sociedade e desenvolve, a partir da
expressão corporal, movimentos e ritmos diversos. Segundo Boyer (1983), a arte é
essencial na experiência humana, não é uma frivolidade, ele recomenda que a arte
seja estudada para descobrir como seres humanos usam símbolos não verbais e se
comunicam não apenas com palavras, mas através da música, teatro, dança e na
construção do conhecimento. Em seu aspecto folclórico expressa as origens
nacionais, divulgam e perpetuam a cultura de um povo, além de estabelecer bom
relacionamento social e laços de solidariedade, como a democracia, a união, entre
outros. (Vargas, 2007:58). Segundo Nanni (1995 p.29), ”criar é dar forma a um
fenômeno de modo novo e compreendido em termos novos” e a dança permite isso,
pelo processo educacional, a utilização do processo criativo, e por meio deste criar
novas formas e fenômenos do movimento.
Ainda para Nanni (2002, p.100), “a escola deverá estar sensível ao mundo
daqueles que são a maioria, as classes populares e se valer da vontade de fazer
chegar a elas conteúdos significativos que tenham relação com sua vida e que
permitam a compreensão em si, das coisas que a cercam, e da relação entre
ambos”.
Através das atividades de história e de dança, pretendemos que a criança
evolua quanto ao domínio de seu corpo, respeitando as diferenças, desenvolvendo e
aprimorando suas possibilidades de movimento e de entendimento sobre a
diversidade cultural. A escola, enquanto meio educacional deve oportunizar didáticas
e metodologias que facilitem a compreensão sobre a cultura afro-brasileira. A
atuação do professor principalmente nas séries iniciais deverá ser planejada e
coerente. Conforme Gallahue e Ozmun (2001) a escola, muitas vezes, é o espaço
onde, pela primeira vez, as crianças vivem situações de grupo e não são mais os
centros das atenções, sendo que as experiências vividas nesta fase darão para um
desenvolvimento saudável durante o resto de sua vida.
Assim utilizar a dança como um instrumento metodológico, para repassar ao
curso de Formação de Docentes será uma forma de conscientizar que
especificamente o reggae, é mais uma herança cultural trazida pelos africanos. O
Reggae é um gênero musical que tem suas origens na Jamaica, o auge desse
gênero musical ocorreu em 1970. È uma mistura de vários estilos musicais: música
folclórica da Jamaica, ritmos africanos, ska e calipso. Apresenta um ritmo dançante e
suave, porém com uma batida bem característica. A guitarra, o contrabaixo e a
bateria são os instrumentos musicais mais utilizados.
As letras das músicas de reggae falam de questões sociais, principalmente
dos jamaicanos, além de destacar assuntos religiosos e problemas típicos de países
pobres.
O reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento
rastafari, que defende a idéia de que os afrodescendentes devem ascender e
superar sua situação através do engajamento político e espiritual.
Essa modalidade de dança será explorada como sugestão de atividade nesse
primeiro módulo.
Na segunda unidade ouviremos a música Mama África, que é do autor Chico César
e que possui a intencionalidade de mostrar além dos diferentes gêneros musicais
originários da África, também poderá ser feito uma segunda análise sobre os tipos
de família existentes no Brasil, como elas se diferem, cujo texto será encontrado
especificamente no Caderno Orientações e Ações para a Educação das Relações
Étnico Racial, capítulo 20. p. 44.
http://www.youtube.com/watch?v=hOKCKvYmiig
Após assistirem ao vídeo será feito uma proposta de dança ritmo reggae, o qual
todos poderão se embalar ao ritmo da música, criar novos passos, induzir que todos
se pronunciem a respeito, se já sabiam da origem desse gênero musical ou se para
alguns é novidade.
Leitura do texto: “A família brasileira hoje”, fazer uma roda de conversa, para saber o
que mudou nos modelos de família brasileira. Induzir os docentes para que eles
citem exemplos reais que fazem parte do seu cotidiano.
3.2 A Educação quilombola e as mudanças curriculares do estado do Paraná
Fonte
http://8a-frica.blogspot.com.br/2012/07/um-grito-de-liberdade-nos-anos-1970-na.html
Após assistirem aos recortes do filme, farão uma simulação de entrevista que será
executada junto a seus familiares, cujo tema da pesquisa será sobre preconceitos
que foram vivenciados ou presenciados por eles. Em um segundo momento, eles
lerão em alta voz para todos, os relatos trazidos, o filme, servirão para respaldar o
debate que acontecerá em sala.
Entrevista
Nem sempre o diferente nos encanta. Muitas vezes ele nos assusta, nos
desafia, nos faz olhar para nossa própria história, nos leva a pensar em
revistas as nossas ações, opções políticas e individuais e os nossos
valores. Reconhecer as diferenças implica romper com preconceitos,
superar as velhas opiniões formadas sem reflexão, sem o menor grau de
contato com a realidade.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=C8j2CqP8Lu0
Sugiro nessa abordagem, que poderá ser feita pesquisa em revistas e jornais
com pessoas de diferentes características físicas e etnias construindo um mural de
fotos.
Interessante, depois fazer um questionamento do motivo das escolhas da
foto. Servirá também como uma reflexão sobre a forma de cada indivíduo, ou futuro
profissional da educação lida com a Diversidade cultural e de raça.
ABRAMOWICZ. Anete. Trabalhando a diferença na educação infantil. São Paulo:
Moderna, 2006.
Boyer, M. C. (1983). Dreaming the rational city: the myth of American city
planning. Cambridge, Mass.: MIT Press. Castells, M. (1976). Movimientos sociales.
HTTP://WWW.YOUTUBE.com/watch?v=U10M6bxZjQw
LIBÂNEO, José Carlos, ALVES, Nilda (org.) Temas de Pedagogia diálogos entre
didática e currículos, São Paulo: Ed. Cortez; 1ª edição, 2012.
VALENTE, Ana Lúcia. Ação afirmativa, relações raciais e educação básica. Ação
afirmativa. Revista Brasileira de Educação. 2005.
http//biblioteca.planejamento.gov.br.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Brasil: colonização e escravidão. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2000.