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– Leitura do Evangelho.
Toda a Escritura anterior a Cristo adquire o seu sentido exato à luz da figura
e da pregação do Senhor. Santo Agostinho, com uma expressão vigorosa,
escreve que “a Lei estava prenhe de Cristo” 3. E afirma em outro lugar: “Lede os
livros proféticos sem ver Cristo neles: não há nada mais insípido, mais insosso.
Mas descobri Cristo neles, e isso que ledes torna-se não só saboroso, mas
embriagador”4. É Cristo quem descobre o profundo sentido que se contém em
toda a revelação anterior: Então abriu-lhes o entendimento para que
compreendessem as Escrituras5.
São João Crisóstomo comenta assim esse episódio narrado pelos Actos dos
Apóstolos: “Considerai como é importante não desleixar-se em ler a Escritura
até mesmo numa viagem [...]. Pensem nisto aqueles que nem sequer em casa
a lêem; porque estão com a mulher, ou porque militam no exército ou estão
preocupados com os familiares e ocupados em outros assuntos, julgam que
não lhes convém fazer esse esforço por ler as divinas Escrituras [...]. Este
bárbaro etíope é um exemplo para nós: para os que têm uma vida privada,
para os membros do exército, para as autoridades e também para as mulheres
– com maior razão se estão sempre em casa – e para os que escolheram a
vida monástica. Aprendam todos que nenhuma circunstância é impedimento
para a leitura divina, que é possível realizá-la não só em casa, mas na praça,
em viagem, em companhia de outras pessoas ou no meio de uma ocupação.
Não descuremos, rogo-vos, a leitura das Escrituras”9.
III. QUÃO DOCES SÃO as tuas palavras para o meu paladar! São-no mais
que o mel para a minha boca24.
(1) Lc 21, 33; (2) Hebr 1, 1; (3) Santo Agostinho, Sermão 196, 1; (4) Santo
Agostinho, Comentário ao Evangelho de São João, 9, 3; (5) Lc 24, 45; (6) 2 Cor 3, 14; (7)
Concílio Vaticano II, Constituição Verbum Dei, 15 e segs.; (8) cfr. At 8, 27-35; (9) São João
Crisóstomo, Homilias sobre o Génesis, 35; (10) cfr. Lc 22, 37; (11) cfr. Lc 10, 24; (12) cfr. Jo 1,
41-45; (13) cfr. At 26, 2; (14) Jo 5, 46; (15) Jo 8, 56; (16) Jo 2, 19; (17) cfr. Jo 6, 32; (18) cfr. Jo
7, 8; (19) cfr. Jo 3, 14; (20) Jo 5, 39; (21) São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo, II, 22;
(22) Hebr 4, 12; (23) Concílio Vaticano II, Constituição Dei Verbum, 2; (24) Sl 118, 103; (25)
Ronald A. Knox, Ejercicios para seglares, 2ª ed., Rialp, Madrid, 1962, pág. 177; (26) cfr. São
Cipriano, Tratado sobre a oração; (27) Santo Agostinho, Comentários sobre os Salmos, 128;
(28) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 754; (29) Sl 118, 105.