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E MICROBIOLOGICO
1. INTRODUÇÃO:
Controle de
qualidade
Objetivos
Eficácia Segurança
2. PADRONIZAÇÃO BIOLÓGICA:
Os ensaios biológicos são realizados comparando amostras com padrão. Tais padrões
são padrões internacionais, produzidos em tempo e quantidade determinados. FDA e USP
produzem padrões internacionais, e no Brasil, o INCQS também os produz. Quando não se
possui autonomia para produção dos padrões internacionais, os mesmo são adquiridos em
centros de coleções oficiais. O uso de padrões é importante, pois em qualquer lugar, por
qualquer pesquisador os dados poderão ser comparados.
Os padrões internacionais são usados em CQ, bem como na validação de métodos e
qualificação de equipamentos.
Há as substâncias químicas de referância (SQR) que apesar de não serem obtidas de
meio biológico são importante na aplicação de ensaios biológicos, como no caso dos ensaios
com antimicrobianos.
O teor, nos ensaios biológicos, é obtido observando as respostas biológicas obtidas
com a amostra em comparação com as obtidas com os padrões internacionais. Como as
substâncias biológicas não apresentam alta pureza, em função de serem obtidas por diversos
meios de extração, é fundamental a comparação com os padrões internacionais. As
substâncias biológicas podem apresentar variação de eficácia em função de não apresentarem
sistema de unidade comum, já que as variabilidade tanto de origem biológica, quanto de meio
biológicos são grandes, surgindo a necessidade da utilização de padrões, uniformizando o
controle de qualidade.
Os padrões são as mesmas entidades químicas presentes nas amostras, porém
purificados. Os padrões também validam ensaios como, por exemplo, o uso da Indometacina
como padrão em ensaios de anti-inflamatórios, como a Morfina nos ensaios de analgésicos. Ou
seja, pode-se escolher os padrões quanto a: analogia estrutural, mecanismo de ação, além de
ser a mesma entidade química.
As SQR são usadas na comparação em testes e ensaios oficiais, em programas de
segurança e qualidade. Pode-se economizar padrões internacionais, realizando ensaios físico –
químicos, biológicos e microbiológicos em comparação com tais padrões, construindo um
padrão de trabalho que pode ser utilizado em ensaios não oficiais. Em suma, as SQR podem ser
empregadas na pesquisa com a finalidade de identificação de moléculas , bem como na
validação de métodos e qualificação de equipamentos.
Quais são os critérios para que uma substância seja classificada como padrão
internacional:
Pesquisada em ensaios colaborativo a fim de determinar as propriedades da
substância candidata a padrão.
Esses ensaios são realizados em pelo menos 3 laboratórios de referência,
devendo chegar aos mesmos resultados.
Matéria prima de elevada pureza.
Os laboratórios envolvidos devem apresentar equipamentos e métodos de
mesmo nível tecnológico.
Devem ser realizados diferentes métodos analíticos.
Padrão deve estar disponível por um maior período de tempo, ser
homogêneo e estável.
Nos padrões biológicos os ensaios colaborativos são mais complexos, mais caros e o
laudo será maior. São mais complexos em função da produção dos produtos biológicos
apresentar variações em termos de título, devendo ser realizados ensaios comparando
potência da amostra com a do padrão.
Os padrões de origem biológica não apresentam pureza máxima, mas com a utilização
de RMN e de espectrometria de massa é possível caracterizar a estrutura. Os padrões
biológicos não podem ser empregados como medicamenros, sendo apenas utilizados para CQ
e na determinação de atividade biológica.
Tipos de padrões
i. Padrão internacional:
São substâncias idênticas, estáveis e com potência em UI/mg. A produção é igual as
das SQRs, onde no estudo colaborativo se estuda a substância candidata a padrão, avalia a
potência, reprodutibilidade, estabilidade, variabilidade e define a quantidade UI. Não
necessariamente, são substâncias únicas, nem a mesma substância, mas pode ser um padrão
para uma classe ou determinado mecanismo de ação. A definição de UI está relacionada a
potência, sendo uma quantidade pré – fixada de dada susbtância, que promove dada resposta
biológica em dado sistema biológico.
ii. Preparação internacional de referência:
São substâncias que não se conseguiu determinar UI, ou os estudos colaborativos
foram incompletos. Contudo, é de boa qualidade, podendo ser empregado no preparo de
padrões de trabalho.
iii. Reagente internacional de referância:
Segue o mesmo princípio das preparações internacionais de referência, porém com
mais incompatibilidades, podendo ser usado para fins qualitativos, em ensaios diagnósticos,
dentre outros, pois não apresenta a especificação da quantidade de UI.
3. BIOTERISMO:
Diagnóstico/prevenção;
Detecção de riscos ambientais;
Pesquisa científica;
Teste de substâncias.
Padronização;
Reprodutibilidade;
Sensibilidade de resposta.
3Rs administração,
exigindo ética e
cientificidade.
Refinament: Reduce: Replace: Dessa lei surge
o CONCEA
•modificar protocolos, •é consenquência do •utilização de métodos
utilização de anestesia, refinament e do alternativos ao uso de (Conselho
procedimentos menos melhor delineamento animais, como cultura Nacional de
invasivos, melhoria das estatístico dos de células, ensaios in Experimentaçã
condições e menos protocolos, reduzindo silico.
sofrimento. o número de animais o Animal). O
empregados.
CONCEA cria normas para uso de animais, instalações e funcionamento de biotérios e
laboratórios de experimentação animal.
Pessoal treinado;
Busca por técnicas alternativas;
Uso de espécies cuidadosamente selecionadas e adequadas ao experimento –
evita uso desnecessário e excessivo;
Mínimo número de animais;
Procedimentos que minimizem desconforto, estresse e dor;
Condições micro e macro ambientais adequadas;
Acompanhamento veterinário;
Comissão de ética no uso de animais, atuando na revisão e aprovação dos
protocolos.
Microbiota sem
Microbiota indefinida Microbiota associada definida
patógenos
Monoxênico - contaminado
com apenas 1 microorganismos
para compor a microbiota
Linhagens -Acasalamento
Monogâmico Poligâmico
Co - sanguíneo = INBREAD Ao acaso = OUTBREAD
Peso
Recebe os animais da
produção
Experimentação
Utiliza em experimentos
Biotério
Instalações: Condições
•Criação sanitárias:
•Experimentação •Controle dos fatores de
•Almoxarifado risco químicos, físicos e
ambientais
Nutrição
•Depósito de água e
comida •Controle de ventilação,
•Limpeza e esterilização umidade luz e barulho
•RH
O biotério deve apresentar áreas limpas e áreas sujas. As áreas limpas são as áreas de
criação, devendo apresentar barreiras químicas (hipoclorito, coloreto de benzalcônio e álcool
70%), físicas (autoclaves, filtros de ar e de líquidos) e outras como higiene pessoal, EPI, além de
monitoramento da saúde dos manipuladores. Periodicamente uma amostra de cada colônia
ou linhagem deve ser submetida a exames parasitológicos, bacteriológicos e virológicos, a fim
de determinar o status sanitário.
A manipulação de animais apresenta riscos para quem maneja, mesmo que o animal
não esteja infectado, para isso que a biossegurança atua garantindo:
Os riscos envolem:
4. RESPOSTAS BIOLÓGICAS:
Os produtos biológicos são derivados de organismos vivos e apresentam moléculas
complexas, requerendo procedimentos especiais para controle de qualidade em função de sua
origem. Como exemplos de produtos biológicos temos: insulina, heparina, imunobiológicos,
hemoderivados (fatores de coagulação, plasma, soros). São ensaios mens precisos e mais
complexos que os ensaios físico químicos. Para controlar a variabilidade são utilizados padrões
internacionais e delineamento estatístico.
quantitativa
Gradual
intensidade de efeito
aumenta com
aumento da dose
Respostas biológicas
qualitativa
Quantal
quantificação da
respostas tudo ou
ferequência do
nada
efeito
a. GRADUAL:
Avalia potência e eficácia, onde a potência encontrada in vitro deve ser extrapolada
para a in vivo. Observa os efeitos biológicos nos reagentes biológicos como animais inteiros,
órgãos isolados, células, fluidos e microorganismos.
As bases da resposta gradual estão na farmacodinâmica, estudando o efeito que os
fármacos exercem no organismo ou no reagente biológico. Em geral, nos ensaios
farmacopeicos não se utiliza o animal todo.
A ligação de um ligante ao alvo produz a resposta biológica, sendo tal ligante
endógeno ou exógeno (fármaco). Os fármacos modulam/mimetizam/impedem a ação dos
ligantes endógenos.
Há uma série de proteínas que são alvos para fármacos, como: enzimas, receptores
nucleares, receptores acoplados a tirosina cinase, GPCRs e canais iônicos.
Na resposta gradual se avalia a curva dose resposta, ou concentração efeito.
Considerando a contração do
músculo reto abdominal e a inibição da
contração no ventrículo como respostas à
ação da acetilcolina em diferentes doses. É
observado o aumento da resposta conforme
se aumenta a dose (no caso, o Log da dose a
fim de obter linearidade na curva).
Com a linearidade promovida pelo Log é
possível identificar a CE50, a qual é a concentração
efetiva em que há 50% do efeito máximo, sendo
empregada para determinar a potência – CE50 em
menor dose = maior potência. Mesmo com potências
diferentes, diferentes fármacos poem apresentae a
mesma eficácia, desde que ambos cheguem ao efeito
máximo.
A potência é a mesma, independente do
sistema biológico empregado, por isso que se testa a
potência in vitro com tecidos não humanos, com a
possibilidade de extrapolação dos dados para
humanos. Isso é a base da resposta gradual. A intensidade do efeito é proporcional ao número
de receptores ocupados.
CE CI
Concentração efetiva Concentração inibitória
CE ou CI são termos utilizados para ensaios in vitro, enquanto que DE ou DI são para
ensaios in vivo
b. QUANTAL:
Avalia o produto quanto a inocuidade e toxicidade em função da presença do
contaminante. É um tipo de resposta qualitativa, pois observa a presença ou a ausência de
efeito, avaliando a frequência de efeito.
Na resposta quantal quanto maior a dose administrada maior o número de indivíduos
que apresentarão resposta. A morte é a principal resposta quantal, assim como a convulsão,
enquanto que hipertrofia, frequência cardíaca dentre outras são respostas graduais.
São respostas de tudo ou nada e o principal parâmetro é a DL 50/CL50, a qual é um
parâmetro de toxicidade e segurança. A DL50/CL50 não é 50% de resposta e sim 50% dos
indivíduos que apresentam determinada resposta. Também pode ser útil para potência.
A sigmóide corresponde a
relação frequência acumulada x log da
dose. Somando-se as frequências há a
frequência cumulativa a qual segue
uma distribuição normal, com valores
em torno da dose efetiva média.
É possível converter uma
resposta gradual em quantal, quando
se estabelece um valor de aumento
limite, e quando há aumento acima de
tal limite se avalia a frequência de
aumento ou redução.
Na curva sigmóide no gráfico de frequência acumulada há uma relação de linearidade,
que permite o cálculo da DL50 ou na DE50/CE50.
Cada porcentagem da frequência acumulada equivale a uma determinada quantidade
de probitos, e tais valores de probitos são plotados no gráfico probito x log da dose,
permitindo, de fato, o cálculo da DL50, isso porque a conversão para probitos promove a
conversão da curva sigmóide em uma reta.
Há duas curvas para os fármacos: curva de efeito terapêutico, na qual se avalia eficácia
e potência através da DE/CE máx e da DE50 /CE50, e a curva do efeito tóxico em que se avalia
a DL (dose letal). Com estas duas curvas é possível determinar as margens de segurança e,
portanto, o índice terapêutico (IT). O índice terapêutico é obtido pela seguinte equação: 𝐼𝑇 =
𝐷𝐸50
, quanto maior esta relação, mais seguro será o fármaco.
𝐷𝐿50
Muitas vezes a DL50 não é suficiente para dar informação de segurança, pois apesar de
2 fármacos diferentes apresentarem mesma DL50, podem apresentar margem de segurança
diferente, dependendo da inclinação da reta, por isso que é importante converter a
porcentagem de frequência em probitos.
5. ENSAIOS TOXICOLÓGICOS:
São ensaios que visam garantir a segurança. Toxicidade é a capacidade ou habilidade
da substância ou produto causar dano aos seres vivos. Para avaliação da toxicidade se avalia o
potencial de dano, através de avaliação indireta in vivo ou in vitro. No CQ os ensaios in vivo
vem sendo menos utilizados.Quando se pensa nos ensaios toxicológicos no desenvolvimento
do medicamento, ai sim que os ensaios são in vivo.
Os testes de toxicidade são realizados na matéria prima, nas formulações em
desenvolvimento, no produto acabado, seja ele medicamento, cosmético ou correlatos. Os
animais mais empregados são: Mus musculos, Rattus novergicus e Oryctalogus cimiculios.
É importante a aplicação dos 3Rs, reduzindo o número de animais utilizados,
reduzindo o sofrimento e aumentando o bem estar, além de aprimorar o método a fim de
susbtituir o modelo animal ou reduzir sua utilização ao máximo. Órgãos isolados, culturas de
células, modelos físicos e matemáticos e simulaçãoes podem substituir o modelo animal em
ensaios toxicológicos, desde que estejam validados. Nem todo método alternativo é in vitro,
podendo ser in vivo com um número menor ou com menos sofrimento.
Tipos de ensaios:
Diferem na
duração e grau de
avaliação dos efeitos
Ensaios tóxicos.
Os ensaios
agudos estimam o
potencial de dano ao
Agudo Subcrônico Crônico usuário (DL50 e
CL50), estabelecendo
o mecanismo de
Curto prazo Médio prazo Longa duração toxicidade. Ensaios
lote-a -lote
1-14 dias 21-90 dias até 1 ano
Subcrônicos
e crônicos não são
utilizados no CQ, apenas no desenvolvimento. Apresentam ensaios que aprimoram o
mecanismo de toxicidade a nível celular, investigando doses nas quais alteram a fisiologia,
além de predizer efeitos adversos com o uso intermitente com exposição repetida e crônica.
Nos ensaios subcrônicos há a administração de doses repetidas e se avalia a alteração
histológica de diversos órgãos, além de avaliação bioquímica. A partir dos ensaios subcrônicos
é possível planejar os crônicos. Testam a toxicidade por diferentes vias de administração,
podendo avaliar diferentes idades, vias e doses.
Nos ensaios crônicos se avalia a teratogenicidade e os efeitos no feto, além da
carcinogenicidade. São planejados para durar a maior parte da vida do animal.
A complexidade dos ensaios crônicos impede a susbtituição por sistemas de testes não
animais, mas é possível a redução do número de animais (reduce) e do tempo de
experimento(refinament).
Voltando aos ensaios agudos, há basicamente 2 tipos de ensaios:
A. Ensaios locais:
A amostra é aplicada no tecido alvo. São empregados para formulações tópicas,
cosméticos, aplicação ocular,subcutânea, intranasal, intra vaginal e de uso bucal.
a. IRRITABILIDADE CUTÂNEA:
O método convencional utiliza coelhos, nos quais se aplica o produto ( em patches)
para que entre em contato com a pele do animal por até 3 dias, com inspeções a fim de avaliar
o surgimento de irritações. Não apresenta capacidade de avaliação de sensibilização, ou seja,
não avalia alergia. Em até 3 dias aparecem lesões que recebem algumas pontuações, as quais
permitem boa extrapolação para humanos em irritantes fortes, mas os irritantes fracos não
apresentam boa
extrapolação.
Somando
essas pontuações
dos parâmetros
de formação de
eritema e escara
e da formação de
edema há o
índice de
irritação.
No
método
alternativo se utiliza cultura
de queratinócitos humanos,
os quais entram em contato
com o produto, sem possível
avaliar algumas alterações. A
análise histológica in vitro é muito semelhante in vivo, no entanto não é possível avaliar edema
e eritema, já que há ausência de resposta inflamatória, mas a análise histológica permite boa
comparação. É um método que funciona bem para cosméticos.
b. SENSIBILIDADE CUTÂNEA:
Irritabilidade é diferente de sensibilidade, onde a primeira já acontece no primeiro
contato, enquanto que a segunda só irá se manifestar no segundo contato, já que depende do
desenvolvimento de resposta imume.
O método tradicional se utiliza cobaias, as quais são expostas a produto a cada 2 dias
por 18 dias, esperando-se um período de tempo para a produção de anticorpos, após o qual,
no 35º dia há uma reexposição a fim de avaliar o aparecimento da reação alérgica.
Se não houve reação alérgica positiva, se utiliza outra metodologia com o ACF,
o qual é adjuvante, a fim de mimetizar a população mais susceptível a alergia,
avaliando se ainda assim o produto não apresenta capacidade sensibilizante.
A metodologia alternativa também utiliza animais, porém em menor
quantidade. É o ensaio do linfonodo local. O produto é aplicado na orelha do animal e
se espera um período de tempo, após o qual há coleta dos linfonodos e análise por
citometria de fluxo, a qual irá permitir a avaliação da proliferação dos linfócitos,
através de marcação com timidina tritiada. Esse método é um método de redução, se
houvesse redução do tempo de protocolo (o tradicional leva 20 dias) seria
refinamento.
c. IRRITABILIDADE OCULAR:
É uma variação do ensaio de irritabilidade cutânea, com aplicação no globo ocular a
fim de avaliar a irritação na conjuntiva, íris e córnea.
O produto é aplicado na quantidade de 0,1 mL ou 100 mg, no saco conjuntival, fecha-
se a pálpebra e depois a mesma é liberada a fim de observar as alterações. Se avalia após 1h,
24 h até 3 dias. Para cada lesão há escore que varia de 0-4 conforme a gravidade da lesão. O
teste será dado como positivo quando mais de 4 animais apresentarem a irritação ocular e
negativo quando apenas 1 apresentar. Se 2 ou 3 animais apresentarem irritação, o teste deve
ser repetido com mais 6 animais.
O método alternativo é um conjunto de refinamento e redução. Se utiliza 1 animal,
caso o resultado seja positivo o mesmo é confirmado com o ensaio em mais 1 animal. Se o
resultado for negativo, repete-se o ensaio com mais 2 animais. Em todo o procedimento há
utilização de analgésicos opióides e anestésicos locais (refinamento).
Outro método alternativo é in vitro com a utilização da córnea de boi, obtida de
bovinos abatidos para alimentação. Os compostos são aplicados na córnea, a qual está fixada
com um aparato. O objetivo do ensaio é avalair a opacidade da córnea e a permeação do
composto, a qual é avaliada com o uso de fluoroceína a fim de observar se a mesma permeia
as camadas da córnea.
Mais um método alternativo é o uso da membrana córion – alantóide de ovos de
galinha. Tal membrana apresenta estrutura similar a da conjuntiva, sendo utilizada para a
avaliação da irritabilidade, observando hiperemia, hemorragia, ruptura de vasos e coagulação.
É realizada em ovos embrionados no 10º dia. Também apresenta escore, e dependendo do
mesmo há avaliação da severidade da irritação.
d. FOTOTOXICIDADE:
Se assemelha ao ensaio de irritabilidade cutânea. O produto é aplicado na pele e,
quando se expõe à luz acontece a reação. Há também a fotoalergia, que só acontece se há
contato prévio com o produto e a luz, não sendo avaliado in vitro.
O método convencional utiliza o dorso do animal dividido em 4 quadrantes, em 2
quadrantes se aplica o fármaco e 1 deles será exposto à luz, e nos outros 2 quadrantes se
utiliza o controle positivo (8-metoxipsoraleno) e 1 deles será exposto à luz. Se utiliza luz Uva
por 116 minutos. Após esse período de exposição há a avaliação de edema e eritema.
Se o produto causar irritação, irá apresentar esta resposta em ambos os quadrantes,
exposto ou não à luz, mas se o produto é fototóxico a irritação aparecerá apena no quadrante
exposto à luz.
O método alternativo utiliza cultura de fibroblastos de cdg que são expostos à luz UV, a
fim de avaliar a citotoxicidade. Se na presença de luz há morte, confirma-se a
fotocitotoxicidade com a utilização do corante vermelho neutro, o qual cora apenas células
vivas.
B. Ensaios sistêmicos:
Há a distribuição do produto pelo sistema circulatório a fim de avaliar a toxicidade do
produto em diferentes órgãos.
Para os ensaios sistêmicos podem ser utilizados ratos ou cdg, os quais recebem 1
tratamento por via sistêmica (oral, percutânea, inalação e injeção sistêmica). Os objetivos
desse ensaio é a determinação da dose letal mínima, da dose máxima sem efeito tóxico, da
DL50 e da observação dos efeitos tóxicos.
Como parâmetros que são avaliados após a injeção do produto por via oral temos:
morte (principal parâmetro), peso, consumo de água e comida e alterações comportamentais.
Como método alternativo (refinamento), o teste é iniciado com 3 animais, aos quais é
administrada dose de 300 mg/Kg do produto. Se nenhum dos animais morrerem, o composto
tem perfil seguro. Então se repete o ensaio com mais 3 animais e se continuar com este perfil a
dose é aumentada para 2000 mg/Kg. Com a dose aumentada se nenhum ou apenas 1 animal
morrer, o ensaio é encerrado e a DL50 é determinada como maior que 2000 mg/Kg. Se há 2 ou
3 mortes a dose é reduzida. Neste caso há redução do número de animais (reduce) além de
ter a alteração do protocolo (refinament).
E. Quadrado latino:
São utilizados em experimentos que precisam controlar duas fontes de variação ou
dois tipos de blocos. Os blocos podem ser organizados em linhas ou colunas, mas cada uma
delas correspondendo a um bloco completo. É importante para a pesquisa de duas ou mais
fontes de variação e o número de tratamentos deve ser igual ao número de repetições.
i. ENSAIOS DIRETOS:
A medida é realizada
diretamente no sistema biológico,
com correlação entre dose e efeito,
em caso de respostas graduais; ou
com ensaios contendo limite da
ocorrência ou não do efeito, em
caso de respostas quantais.
As soluções de amostra e
padrão devem estar nas mesmas
doses/concentrações. As repostas
biológicas obtidas devem ter seus
valores convertidos em Log e
devem ser calculados os valores
médios dos Log das doses eficazes
de padrão (ẌP) e de amostra (ẌA). A
estimativa da potência (M’) será a diferença dos valores médios de padrão e de amostra: 𝑀′ =
ẌP − ẌA
Para ajustar a potência (M) soma-se a estimativa da potência (M’) com o log da potência
declarada (Pa): 𝑀 = 𝑀′ + 𝐿𝑜𝑔𝑃𝑎. Para achar o valor, na ordem de grandeza correta, da
potência ajustada ou da estimativa da potência, utiliza-se o antilog, obtendo, respectivamente
R e R’ , os quais devem ser somados aos valores de desvio padrão, a fim de avaliar se estão
dentro dos limites da farmacopéia.
A variância dentro do mesmo grupo não depende da dose ou da resposta produzida.
Dentro de um mesmo grupo não se espera variabilidade, pois os animais são similares e estão
respondendo a uma mesma coisa. A variabilidade estará relacionada com interferências
externas, como problemas de seleção.
O cálculo de I fornece a
diferença entre o Log das doses. A
razão entre E e I fornece o coeficiente
angular da reta, o qual, através de sua
variância, mostra o quanto que as
retas são paralelas.
Utilizando os valores de
coeficiente angular (b) e da diferença
entre amostra e padrão (F), temos a
razão F/b que fornece o dado da estimativa da potência (M). Utilizando o antilog de M, temos
a potência na ordem de grandeza adequada (R) , a qual deve ser somado os valores de desvio
padrão, a fim de verificar se há enquadramento nos limites da farmacopeia. A potência relativa
será dada pelo produto de R com a potencia declarada.