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1 - INTRODUÇÃO .....................................................................................................02
4 - Argumentos ateístas.............................................................................................06
4.1 - Corrente evolucionista.............................................................................07
4.2 - Religiões comparadas.............................................................................07
4.3 – Naturalismo.............................................................................................07
4.4 - Negação da existência de Moisés...........................................................07
6 - Conclusão.............................................................................................................11
7 - Glossário...............................................................................................................12
8 - Bibliografia.............................................................................................................12
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1- Introdução
O objetivo desse trabalho não é dar uma conclusão ou fechar de forma
definitiva a questão da autoria mosaica do Pentateuco. A questão é muito ampla,
logo, arrogar ser o possuidor do definitivo esclarecimento sobre o assunto seria
apenas pretensão, porém, acreditamos poder contribuir para o fortalecimento da fé e
da manutenção da firmeza ortodoxa que tem sido deixada de lado pela igreja cristã
em nossa época.
Ter uma opinião firmada sobre determinado assunto é claramente uma boa
forma para abordar qualquer tema e pode dar partida a uma discussão produtiva
onde os pontos de vista sejam respeitados.
Partindo desse pressuposto, tentaremos mostrar a viabilidade da autoria
mosaica para os livros do Pentateuco contrapondo as opiniões da crítica literária, da
teologia bíblica liberal e mesmo do pensamento ateu acerca do assunto.
Muitos têm exposto suas opiniões, que invariavelmente circulam por dois
extremos, a autoria completa dos “cinco quintos da lei” por Moisés ou então a
totalidade de sua autoria por sacerdotes e profetas do período anterior até o retorno
do exílio babilônico/persa da nação de Israel.
Vejamos, pois, como são colocadas essas teorias e como cada uma se
encaixa ou diverge do texto bíblico. No fim fica a cada um o cargo de definir-se por
um lado, visto que não é bem quista biblicamente a tática de pender entre dois
lados.
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Thomas Hobbes em sua obra Leviathan (1651) afirmou que o Pentateuco
havia sido editado por Esdras a partir de fontes antigas.
Benedicto Spinoza declarou em Tractatus Theologico-Politicus (1670) que
Esdras havia editado o Pentateuco com interpolação de Deuteronômio,
questionando a autoria mosaica.
O alemão Julius Wellhausen deu expressão a esta teoria quando propôs que
o Pentateuco foi uma compilação de quatro documentos escrito por autores
diferentes e independentes durante um período de cerca de 400 anos sendo
finalmente redigido em sua forma básica por volta do quinto século a.C, ou seja,
cerca de mil anos depois dos acontecimentos descritos. Wellhausen, considerava as
histórias bíblicas como tradições populares que funcionavam como um espelho para
transmitir eventos históricos posteriores. Por exemplo, a luta entre Jacó e Esaú nada
mais era do que um reflexo da inimizade entre as nações de Israel e Edom, assim
como as histórias de Sodoma e Gomorra, o Êxodo e até mesmo o rei Davi.
Críticos eruditos modernos, acompanhando Julius Wellhausen (século XIX),
afirmam que os cinco primeiros livros do AT foram escritos por pessoas de correntes
de pensamento e épocas diferentes, identificadas como J (Javista), E (Eloista), S
(sacerdotal) e D (deuteronomista), dependendo de quais seções refletem a
característica peculiar de tais supostos autores.
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2.3 - Características dos documentos JEDP
Segue abaixo um resumo sobre as características principais dos supostos
documentos que compõe o Pentateuco, segundo os adeptos da teoria documentaria:
b) Documento E (Elohista)
Data: 850 ou 750 a.C.
Autoria: um sacerdote desconhecido de Betel (Reino do Norte), ou um
profeta, sob a influência de Elias.
Local escrita: Efraim
Conteúdo: começa com Abraão e termina com Josué
Natureza: Usa-se a história na forma épica. Este documento possui uma
variedade de detalhes, grande interesse no ritual e uma teologia mais abstrata, que
evita antropomorfismo e usa visões e anjos como meios de revelação. É a narrativa
da tradição de Israel (reino do Norte) em paralelo com documento J. Prefere Elohim
como nome de Deus até a revelação de seu nome Yahweh a Moisés (Êx 3), depois
disso passa a empregar ambos os nomes de Deus.
c) Documento D (Deuteronomista)
Data: 650 a.C.
Autoria: atribuída a um sacerdote desconhecido.
Local escrita: Jerusalém
Conteúdo: é o material núcleo do livro de Deuteronômio
Natureza: tem interesse teológico pelo Templo de Jerusalém, e forte
oposição contra a idolatria. O estilo literário é prosaico, prolixo, paranético (repleto
de exortações ou conselhos). Seria o tal livro descoberto no reinado do rei Josias no
ano 621 a.C.
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Baseados nos estudos documentais foi possível criar uma gama de sofismas
que os fundamentam e ao mesmo tempo desarticulam a forma tradicional de pensar
sobre a autoria do Pentateuco por Moisés. Seguem abaixo alguns desses:
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É freqüente imaginar-se, também, duas versões diferentes da narração
relativa à ida de José para o Egito. Segundo uma, José foi vendido pelos irmãos a
uma caravana de ismaelitas; segundo outra, eram midianitas os que o levaram para
o Egito, mas é apenas uma questão de interpretação do texto bíblico.
No que respeita à história das dez pragas do Egito, os partidários da "teoria
documentária" também não deixam de encontrar vestígios de descrições em
duplicado bem vincadas por uma série de diferenças sistemáticas, mas que, na
realidade, não passam de ligeiras variantes de linguagem, se atendermos,
sobretudo, aos traços característicos que se encontram tão intimamente ligados.
No caso da rebelião de Coré, duas novas versões se apresentam: uma,
referente à oposição dos leigos contra a autoridade civil de Moisés, chefiada por
Datã e Abirão; a outra, aludindo à discórdia que surgiu entre a tribo de Levi e as
outras tribos, sob o comando de Coré. Trata-se, todavia, duma suposição totalmente
contrária ao texto, pois não só encontramos os três conspiradores atuando em
conjunto em Nm 16.1-3, onde se diz que se opuseram à autoridade de Moisés e de
Arão, mas também os vemos juntos nos versículos Nm 16.24,27.
4 - Argumentos ateístas
Além dos argumentos documentais da crítica literária, que são aceitos por
muitos que professam uma fé cristã, temos ainda argumentos ateístas, que não só
negam a autoria mosaica, como todo e qualquer fundamento de fé do pentateuco e
seus relatos, em especial sobre a criação.
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Para agravar o fato, muitos teólogos de linha liberal tentam agregar os
conceitos de ordem secular às narrativas bíblicas, gerando ainda mais dúvida. Na
realidade, esses têm dado mais munição aos ateus, que não raramente fazem uso
da teoria documentaria para afirmar suas posições contrarias à revelação divina das
escrituras.
4.3 - Naturalismo
O naturalismo do período iluminista acreditava na uniformidade das leis
físicas. Isto significava para eles que as leis que governam a natureza são universais
e, portanto, é impossível que o extraordinário intervenha nestas leis.
Segundo este conceito, não é possível admitir o conceito de milagres, sendo
assim, impossível crer nos relatos de gênesis, como a abertura do mar vermelho ou
as pragas no Egito.
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de como ele foi colocado num cesto ao sabor da corrente, no rio Eufrates, foi inscrita
numa Estela (ou coluna) Acádica :
‘’Sargão, o grande rei de Acádia, sou eu. Do meu pai, só sei o nome... De
resto, nada sei acerca dele. O irmão do meu pai viveu nas montanhas. A minha mãe
foi uma sacerdotisa que nenhum homem devia conhecer. Ela trouxe-me ao mundo
secretamente... Ela tomou um cesto de canas, colocou-me dentro dele, cobriu-o com
alcatrão e colocou-me no rio Eufrates. E o rio, sem o qual a terra não pode viver,
levou-me através de parte do meu futuro reino. O rio não se levantou sobre mim, mas
levou-me para Akki, que produzia água para irrigar os campos. Akki fez de mim um
jardineiro. No jardim em que eu cultivava, Inanna (a grande deusa) viu-me. Ela levou-
me para Kish para a corte do Rei Urzabala. Ali eu chamei a mim próprio Sargão, isto
é, o rei justo’’.
Além do relato de Sargão, esta história da criança abandonada que se tornou
num grande líder aparece por todo o lado na mitologia. Estas coincidências, tal como
as discrepâncias acima mencionadas, abalariam a credulidade histórica de Moisés.
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i) Conhecimento de palavras e nomes egípcios. O autor possuí uma noção
estrangeira da Palestina. Os termos usados para as estações, tempo, fauna, flora
são egípcios, não palestinos. O autor estava familiarizado com a geografia egípcia e
sinaítica. Menciona quase nada sobre a geografia palestina, o que evidencia seu
pouco conhecimento da região.
5.1.3 - Evidências do NT
a) Cristo menciona passagens do Pentateuco como sendo de Moisés. Mt 19:8;
Mc 10:4-5.
b) O texto sobre a circuncisão (Gn 17:12) mencionado no NT (Jo 7:23) como
fazendo parte da Lei de Moisés.
c) Restante do NT em harmonia com Cristo. At 3:22-23, 13:38-39, 15:5,21,
26:22; 28:23, Rm 10:5,19, 1 Co 9:9, 2 Co 3:15, Ap 15:3.
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eram tão desenvolvidas. Incluindo a arte da escrita, que há muito tempo era usada,
de comum uso dos egípcios, inclusive entre os próprios escravos.
Como historiador, soube coletar as informações da rica tradição oral de seu
povo. Mas além da tradição oral, Moisés dispôs, enquanto esteve no palácio real
egípcio, do seu acervo literário.
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5.3.2 - Unidade temática
a) Em Gn vemos a origem do universo e a aliança com Israel.
b) Em Êx vemos a escravidão e libertação de Israel.
c) Em Lv vemos a santificação de Israel.
d) Em Nm vemos a recontagem do povo de Israel.
e) Em Dt vemos a renovação da aliança com a nova geração de Israel
6 - Conclusão
Reconhecidamente a análise e a crítica literária são fundamentais para a boa
compreensão da Bíblia. Aceitamos qualquer crítica e as vemos como fator para
crescimento e maior necessidade de entendimento e compreenção, porém, o que se
pode observar ao estudarmos a questão da autoria mosaica é que essa é uma
questão chave e deve ser compreendida do âmbito central da fé cristã: Que “toda
escritura é inspirada por Deus...”
A Bíblia é a única regra de fé e prática do cristão. Pôr dúvida sobre a
autenticidade de qualquer de seus escritos ou sobre a inspiração de qualquer um é
por em dúvida todo o conjunto. Assim, acreditamos que a autoria mosaica é um fato
e, com exceção de pequenas adições explicativas e detalhes escritos por seus
escribas ou amanuenses, deve ser entendida como totalmente mosaica.
Para explanar nossa posição pressupomos que Autoria Mosaica compreenda
os seguintes fatores:
a) Não significa que Moisés tenha pessoalmente escrito originalmente cada
palavra do Pentateuco. Certamente ele lançou mão da “tradição oral”;
b) É possível que ele tenha empregado porções de documentos previamente
existentes;
c)Talvez, tenha usado escribas ou amanuenses para escrever;
d) Moisés foi o autor fundamental ou real do Pentateuco;
e) Sob a orientação divina, talvez, tenha havido pequenas adições
secundárias posteriores, ou mesmo revisões (Dt 34);
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f) Substancial e essencialmente o Pentateuco é obra de Moisés. Moisés foi
seu autor real, ainda que talvez tenha sido revisado e editado por redatores
posteriores, adições essas tão inspiradas e tão verazes como o restante.
7 -Glossário:
1 - Alta Crítica - Método literário de interpretação das Sagradas Escrituras, que tem
por objetivo determinar a autoria, data e circunstância em que foram compostos os
santos livros. A teoria documentaria e a expressão mais radical desse método.
2 - Deísmo: crê em Deus, mas não aceita religião, certos dogmas e a revelação.
Rousseau era um deísta. O deísta é “primo” do agnóstico, que aceita Deus, mas
considerando-O um ser inacessível para nós.
3 - Racionalismo: Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível,
mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do Universo. É a
corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e
propor caminhos para alcançar determinados fins.
8 - Bibliografia:
Bíblia de Estudo de Genebra, 1ª edição, São Paulo, SP, Cultura Cristã e Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999.
Enciclopédia eletrônica Ilúmina, versão 2.5p, São Paulo, SP, Visual books prodution
e Sociedade Bíblica do Brasil, 2007.
http://www.ipcb.org.br/arquivosword/altacritica.doc
http://www.monergismo.com/textos/at/pentateuco.htm#_ftn15
http://oprotesto1.blogspot.com/2008/12/julius-wellhausen.html, Atualizado em 10 de
Dezembro de 2008
http://www.fatecc.com.br/biblioteca/LIVROS%20BIBLIOTECA/Pentateuco.doc
Millard, Alan , Descobertas dos Tempos Bíblicos, São Paulo, Ed. Vida, 1999, 354p.
Archer Jr. Gleason L., Merece Confiança o Antigo Testamento? São Paulo, Ed. Vida
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Geisler, Norman e Howe, Thomas, Manual popular de dúvidas, enigmas e
“contradições” da Bíblia, São Paulo, Ed. Mundo Cristão, 1999, 580p.
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