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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
2. BREVE HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO BRASIL .............. 7
3. LEGISLAÇÕES APLICADAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................... 11
4. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) ..................................................... 24
5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................ 28
6. COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERATIVOS ......................................................... 34
6.1. COMPETÊNCIA DA UNIÃO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL .......................................... 35
6.2. COMPETÊNCIA DO ESTADO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................ 36
6.3. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL................................... 37
6.4. COMPETÊNCIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL QUANDO AFETAR ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL (APA) ....................................................................................................................... 38
7. LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO ESTADO DO AMAPÁ ................................. 41
7.1. ORGÃO AMBIENTAL RESPONSÁVEL .................................................................................. 43
7.2. ATIVIDADES PASSÍVEIS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................ 44
7.3. TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS ...................................................................................... 46
7.3.1. Licença Prévia (LP) ....................................................................................................... 47
7.3.2. Licença de Instalação (LI) ............................................................................................. 48
7.3.3. Licença de Operação (LO) ............................................................................................ 49
7.3.4. Licença Ambiental Única (LAU) .................................................................................... 50
7.3.5. Autorização Ambiental (AA) ........................................................................................ 51
7.4. PROCEDIMENTO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ......................................................... 52
7.5. MONITORAMENTO AMBIENTAL ....................................................................................... 55
REFERÊNCIAIS....................................................................................................................... 57

ANEXO 1 - Princípios de Estocolmo (oito primeiros) ........................................................... 59


ANEXO 2 - SISNAMA.............................................................................................................. 60
ANEXO 3 – Atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental ........... 61
ANEXO 4 – Decreto Federal nº 99.274/90 .............................................................................. 65
ANEXO 5 – Anexo do Decreto Estadual nº 3009/98 .............................................................. 68
ANEXO 6 – Metodologias de Avaliação de Impacto Ambiental........................................... 69
ANEXO 7 - GLOSSÁRIO ........................................................................................................ 72
1. INTRODUÇÃO

O meio ambiente é um bem inalienável, pois pertence a todos. Segundo Souza (2006), é
de responsabilidade do Poder Público ordenar e controlar as atividades que possam afetar a
homeostase do meio ambiente, atendendo ao artigo nº 255 da Constituição Federal (1988). Por
isso, se justifica plenamente o interesse do Estado em se utilizar de meios e estratégias para
proteger esse bem, o meio ambiente. E um dos meios para o Estado intervir em atividades que
possam trazer desequilíbrio ao meio ambiente é o Licenciamento Ambiental.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2004) se entende que o
licenciamento ambiental é uma exigência legal que, nas mãos do poder público, é um meio para
se controlar a degradação/impacto ambiental de atividades potencialmente poluidoras e/ou
degradadoras, sendo que as atividades passivas de licenciamento estão listadas na resolução do
Conselho Nacional de Meio Ambiente nº 237 de 1997 (CONAMA, 1997), bem como o conceito
de licenciamento ambiental, a saber:

Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a


localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao
caso.

De forma geral, o licenciamento ambiental é um procedimento na qual o poder público,


por meio de um órgão competente (órgão ambiental), autoriza e monitora a implantação e a
operação de atividades que utilizam os recursos naturais (solo, águas, atmosfera) e/ou que
representem atividades com potencial ou efetivo poluidor e bem como empreendimentos
capazes, sob qualquer forma, de causa degradação ambiental. Antes de implantar qualquer tipo
de atividade que se utiliza dos recursos naturais ou possa gerar poluição é de responsabilidade do
empreendedor buscar, junto ao órgão ambiental competente, o licenciamento ambiental. A partir
do momento que o empreendedor inicia o processo de licenciamento o órgão ambiental monitora
todas as etapas que levam ao pleno funcionamento do empreendimento, desde o planejamento
até o pleno funcionamento.

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Fluxograma 1- Licenciamento Ambiental

Tendo em vista que o licenciamento ambiental demanda de diversos fatores, incluindo


jurídico, administrativo e ambiental, o curso proposto pela LogicAmbiental tem a finalidade de
orientar no direcionamento, de forma clara e efetiva, para todos os procedimentos padrão na qual
o processo para o licenciamento ambiental está envolvido. A perspectiva do curso tem como
objeto de estudo o licenciamento ambiental recorrente no Estado do Amapá e todas as etapas
para o mesmo, visto que o licenciamento ambiental não é um ato administrativo único, mas sim
um conjunto de procedimentos administrativos que somados levam efetivamente à licença
ambiental, sendo diferente do termo licença. Ressalta-se que os procedimentos para o
licenciamento ambiental no Estado do Amapá segue todas as prerrogativas jurídicas,
administrativas e ambientais do restante do Brasil, logo o curso tem abrangência nacional, e
mais, a abertura do processo para o licenciamento pode ser realizado por qualquer pessoa desde
um profissional da área ambiental até o próprio empresário. Abaixo se pode situar sobre a
trajetória do curso.

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Fluxograma 2 – Panorama geral sobre o Curso Online de Licenciamento Ambiental

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2. BREVE HISTÓRICO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO
BRASIL

Pode-se dizer que no Brasil a primeira exigência de alguma espécie de licença para
proteger os recursos ambientais data de 1605, no Regimento do Pau-Brasil, onde se exigia
licença real para o corte do Pau-Brasil. Depois a esse fato se passaram muitos anos até que as
questões ambientais passassem a ser o centro das discussões no mundo e, aos poucos, foram
ocorrendo conferências, reuniões e até mesmo tratados na qual a utilização desenfreada dos
recursos naturais e suas consequências foram o centro das conversas e a partir disto medidas
começaram a ser tomadas, como metas a serem cumpridas para tenta inibir o crescimento
exponencial que a revolução industrial trouxe para a degradação do meio ambiente.

Podemos citar a Reunião do Clube de Roma (1968), que foi um evento que reuniu
profissionais de diversas áreas do conhecimento, entre cientistas, educadores, industriais e
funcionários públicos de diferentes instâncias de governo, com o objetivo de discutir diversos
assuntos sobre temas que eram atuais e futuros da humanidade. Foram discutidos assuntos
relacionados à política internacional, economia, meio ambiente, problemas sociais, ente outros.
Neste evento o termo “meio ambiente” foi utilizado pela primeira vez, assim como o conceito de
desenvolvimento sustentável começou a ser formado, também foi neste evento que começou o
alarde sobre os problemas ambientais, principalmente com a divulgação do relatório chamado Os
limites do crescimento.

No ano de 1972 foi realizada a I Conferência de Meio Ambiente, em Estocolmo, Suécia,


com o objetivo de estabelecer uma visão global e princípios comuns para a preservação e
melhoria da qualidade ambiental. Pode-se dizer que essa conferência foi o marco para o
desenvolvimento das políticas ambientais que vieram posteriormente, sendo uma das mais
importantes a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como instrumento de controle e
monitoramento da qualidade ambiental, sendo este um dos requisitos para o licenciamento
ambiental. O evento teve a participação de representantes de 113 países e, como resultado, a
conferência de 1972 produziu três grandes decisões de ampla repercussão. A primeira delas foi a
Declaração de Estocolmo que enuncia 24 princípios para preservar e melhorar o meio ambiente,
dos quais os oitos primeiros resumem o pensamento predominante no evento e apresentam os
principais elementos que constituirão a futura definição de desenvolvimento sustentável (Quadro
1 – Anexo). A segunda grande decisão da Conferência foi o Plano de Ação de Estocolmo,
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integrado por 109 recomendações internacionais para os governos e as organizações
internacionais, sobre medidas relativas ao enfrentamento da questão ambiental. A terceira
decisão é que, a partir de Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) assume um papel
de direção e coordenação dos esforços de integrar o crescente interesse internacional sobre o
meio ambiente através dos organismos, estados-membros e organizações associadas.

No Brasil, um dos primeiros diplomas nacionais legais a abordar o tema “licenciamento


ambiental” de forma rudimentar, foi o Decreto-Lei nº 1413/75 (regulamentado pelo Decreto-Lei
nº 76389/75) que possibilitou a base legal para o procedimento de licenciamento ambiental e deu
poder aos Estados e Municípios de criar seus próprios sistemas de licenciamento para a
localização e funcionamento de industriais que utilizassem os recursos naturais e gerassem
degradação ambiental, sendo a União responsável pelo licenciamento daquelas atividades
consideradas de interesse para o desenvolvimento e a segurança nacional.

Em 1980 com a publicação da Lei Federal nº 6803, estabeleceu outro marco importante
para o estabelecimento do licenciamento ambiental no Brasil, que foram as diretrizes básicas
para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição. Pois, em seu art. 9º, dispôs que “o
licenciamento para a implantação, operação e ampliação de estabelecimentos industriais, nas
áreas críticas de poluição, dependerá da observância do disposto nesta Lei (...)” e em seu art.
10º parágrafo 3º, tornou obrigatória a apresentação de estudos especiais de alternativas e de
avaliações de impacto para alguns estabelecimentos (VIANA, 2005). Logo, deixando claro que o
licenciamento para essas atividades passíveis de licenciamento estavam condicionadas a sua
localização e não ao seu fator de degradabilidade do meio ambiente.

Posteriormente, segundo Siqueira (2013), em 1981, através da Política Nacional do Meio


Ambiente (PNMA) foi que o licenciamento ambiental passou a ser elucidado nacionalmente,
pela Lei nº 6938/1981 que tornou o licenciamento ambiental obrigatório para atividades efetivas
e/ou potencialmente poluidoras, independente de sua localização. Essa lei buscou homogeneizar
o tratamento jurídico do licenciamento em toda extensão territorial brasileira, tirando dos
Estados e Municípios a decisão se uma atividade poderia ou não se passiva de licenciamento
ambiental. A Lei nº 6938/81 também criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA),
sendo um conjunto de instituições e órgãos responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
ambiental, na qual uma de suas principais ações são o monitoramento e fiscalização as atividades
passíveis de licenciamento. Esta Lei foi regulamentada pelo decreto nº 88.351/1983,
posteriormente revogado através do decreto nº 99.274/90, que instituiu sobre a execução da
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Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), das atribuições, da estrutura, da atuação, do
licenciamento das atividades, vinculou a utilização da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
aos sistemas de licenciamento ambiental de atividades poluidoras ou modificadoras do meio
ambiente e entre outros aspectos (para saber mais sobre o SISNAMA, segue em Anexo 2).

No ano de 1986 com a publicação da Resolução do CONAMA nº 001, que dispõe sobre
alguns aspectos importantes como a definição de impacto ambiental, as responsabilidades, os
critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA). Além de definir quais as atividades estão sujeitas à elaboração de Estudo de
Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), por meio de uma lista das
atividades e empreendimento que estão em anexo desta resolução. E ainda estabelece as
diretrizes gerais a qual os estudos deverão cumprir.

É importante ressaltar que no corpo desta resolução, ainda fixa, que todas as despesas e
custos referentes à realização do EIA/RIMA, serão por contra do requerente. Ainda estabeleceu o
escopo mínimo desses estudos, que devem ser realizados por equipe multidisciplinar habilitada,
que não seja dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto, ou seja, que seja de
uma empresa terceirizada daquela detentora do pedido de licença ambiental.

Em 1997 com a Resolução CONAMA nº 237, que constitui a atual disciplina regente do
licenciamento ambiental, demonstrou os empreendimentos e atividades sujeitos ao
licenciamento, e também as competências a níveis Federal, Estadual, do Distrito Federal e
Municipal. Ampliou a abrangência das atividades passiveis de licenciamento e as diretrizes para
os estudos ambientais a serem considerados para o processo de licenciamento, ainda estabeleceu
prazos para análise e vigência das licenças, porém neste ainda deixou algumas lacunas abertas
em relação às competências dos entes federativos, causando muita sobreposição de competências
e subordinação de entes federativos, sendo esta ultima já solucionada com a publicação da Lei
Complementar Federal nº 140/2011.

No ano de 2011 com a promulgação da Lei Complementar nº 140 as competências dos


órgãos ambientais foram detalhadas para cada ente federativo (União, Estados e Distrito Federal
e os Municípios), respectivamente nos artigos 7º, 8º, 10º e 9º, sendo esta norma ratificando a
resolução nº 237 do CONAMA e se estabelecendo como a principal norma a tratar sobre este
assunto e outros ligados a competência administrativa comum sobre o meio ambiente entre os
entes federativos.

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Imagem 1 – Relação de entre as resoluções 237, 001 do CONAMA e a PNMA

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3. LEGISLAÇÕES APLICADAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental no Brasil antecede a própria Constituição Federal de 1988 -


ele foi instituído pela Lei 6.938/81, que criou a Política Nacional do Meio Ambiente, como visto
anteriormente. Porém, a Constituição Federal recepcionou esta Lei, e estabeleceu a competência
ambiental comum dos entes federativos, e elevou à condição de preceito constitucional a
proteção e defesa do meio ambiente, bem como a necessidade do estudo prévio de impacto
ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente poluidora. O Art. 225 da
Constituição Federal afirma que incumbe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender
e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.

O termo “Poder Público” tem caráter geral fazendo referência aos vários entes da
administração pública, assim, cabe à União, aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios
defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado.

A Constituição dividiu as competências, em relação ao meio ambiente, entre a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios em razão da autonomia de cada ente federado. Em
meio ambiente, as competências constitucionais podem ser de dois tipos, administrativa e
legislativa.

A competência administrativa é comum a estes entes já mencionados. Estabelece o Art.


23 da Constituição Federal:

Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios: (...)
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora. (...)
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União
e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Assim, União, estados, Distrito
Federal e municípios têm o comum dever/poder de proteger o meio ambiente.

A definição do papel de cada ente federativo é de fundamental importância para a


eficácia das normas de proteção ambiental. A ausência de critérios claros na definição das
competências causava bastantes conflitos na aplicação dos instrumentos da gestão ambiental,

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como a sobreposição de ações de entes federados ou mesmo a omissão destes no cumprimento
de seus deveres constitucionais de proteção ao meio ambiente (MMA, 2009).

A Lei 6.938/81 trata sobre os conceitos, princípios gerais e instrumentos da política


nacional do meio ambiente, em destaque o Licenciamento Ambiental.

CONCEITOS
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio
ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.

PRINCÍPIOS
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.

INSTRUMENTOS
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

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XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o
Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro
ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Essa lei federal criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) que é um
conjunto de instituições e órgãos responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental,
sendo uma das principais ações o monitoramento e fiscalização as atividades passíveis de
licenciamento. (para saber mais sobre o SISNAMA, segue em anexo 2)

Ainda, instituiu o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), que é o órgão


consultivo e deliberativo do SISNAMA. O tem o objetivo de estabelecer as normas gerais de
proteção ao meio ambiente, sendo composto por conselheiro oriundos do governo federal,
estadual, municipal, bem como a sociedade civil e o setor empresarial. (Vide anexo 4, sobre a
composição do CONAMA e do plenário)

No Art. 10 dessa lei, destaca sobre o licenciamento ambiental e em seu parágrafo 1º


ressalta que os pedidos de licenças, sua renovação e a respectiva concessão deverão ter efetiva
publicidade, por meio de no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande
circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.

No Art. 12 estabelece que as entidades e órgão de financiamentos e incentivos


governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao
licenciamento, de acordo com o cumprimento das normas, critérios e dos padrões estabelecidos
pelo CONAMA.

Para regulamentar a Lei 6.938/81, foi editado o decreto federal 99.274/90, que demonstra
como uma das principais normas legais a dispor sobre licenciamento ambiental. Em seu art. 17 e
seguintes, tal decreto fixa critérios gerais a serem estabelecidos no processo de licenciamento de
atividades utilizadoras de recursos ambientais e potencialmente poluidoras, sendo que tais
critérios podem ser alterados pelos estados, desde que os padrões estaduais impliquem em maior
proteção ao meio ambiente.

A Resolução CONAMA nº 001/86 foi implementada devido à necessidade de se


estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para
uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). Ainda define o que é impacto

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ambiental e especificou as atividades sujeitas à elaboração de Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

Impacto Ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas


do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.

Um exemplo do processo de impacto ambiental é no decorrer da instalação de uma usina


hidrelétrica, onde toda a descaracterização ambiental provocada pelo processo de construção e
operação da usina pode ser denominada como impacto ambiental, sendo estes impactos positivos
ou negativos.

Podemos exemplificar os impactos positivos como:

 A oferta de emprego para a comunidade local;


 Arrecadação dos impostos pelo governo; e
 Melhoria na infraestrutura para a comunidade local, sendo a empresa responsável
por esta execução.

Sobre os impactos negativos como:

 Construção da barragem, que faz com que ocorra o impedimento migratório de


peixes, alteração das características físicas da água e interromper o tráfico
hidroviário.
 Supressão vegetal;
 Realocação da comunidade nativa.

Essa resolução estabelece as diretrizes gerais a qual os estudos mencionados obedecerão


e ainda esclarece que todas as despesas e custos referentes à realização deste, por exemplo, como
a coleta de dados primários, inspeção em campo, análise de laboratórios, etc., serão por conta do
proponente, ou seja, a empresa requerente da licença ambiental.

Art. 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os


princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente,
obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,
confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
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II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de
implantação e operação da atividade;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a
bacia hidrográfica na qual se localiza;
IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na
área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Parágrafo único. Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental o órgão
estadual competente, ou a SEMA ou, no que couber ao Município, fixará as diretrizes
adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área,
forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.

A Resolução traz, ainda, em seu 2º artigo a lista exemplificativa das atividades sujeitas a
elaboração do EIA/RIMA e que a elaboração destes deverão ser por equipe multidisciplinar
legalmente habilitada, como pode-se observar a seguir.

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;


II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de
18 de setembro de 1966158;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos
sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais
para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques;
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária,
acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos,
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos,
hidróbios);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares
ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante
interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais
competentes estaduais ou municipais1;
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares,
em quantidade superior a dez toneladas por dia; (nova redação dada pela Resolução n°
11/86)
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha. ou menores,
neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental;
(inciso acrescentado pela Resolução n° 11/86)
XVIII - Empreendimentos potencialmente lesivos ao patrimônio espeleológico nacional.
(inciso acrescentado pela Resolução n° 5/87)

A resolução CONAMA nº 237/97 dispões sobre o procedimento e critérios utilizados


para o licenciamento ambiental, assim como define alguns conceitos como exemplo:
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 Licenciamento ambiental
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.

 Licença Ambiental
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental.

 Estudos Ambientais
São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida,
tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório
ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

 Impacto Ambiental Regional


É todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência
direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.

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Assim como no Art. 10º da Lei 6938/81 (PNMA), esta resolução descreve que, a
localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas e efetiva ou potencialmente
poluidoras de recursos, bem como empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causa
degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente,
sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

Nesta resolução informa quais atividades estão sujeitas ao licenciamento, cabendo ao


órgão competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação.

Com por exemplo, na categoria dos empreendimentos de extração e tratamento minerais,


nos temos as atividades a pesquisa mineral, perfuração de poços, produção de petróleo, entre
outros. Na categoria das obras civis, as rodovias, ferrovias, hidrovias, barragens e diques.
(Pode-se observar a lista na íntegra no anexo 3, ao final deste material)

Quando da exigência do EIA/RIMA este dar-se-á publicidade, garantido a realização de


audiência pública, quando couber. Ao órgão ambiental competente, verificando que a atividade
ou empreendimento não é potencialmente causador de SIGNIFICATIVA degradação do meio
ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.
(para melhor esclarecimento, vide imagem 1, pág. 10 deste material)

Esta resolução descriminava as competências para o licenciamento ambiental nas esferas


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, porém estas competências
passaram a ser regulamentado pela Lei Complementar nº 140/11, após a sua promulgação.

Com a definição dessas competências, ficou claro que a atividade ou empreendimento


único nível de competência, ou seja, ao identificar que uma atividade ou empreendimento deva
ser licenciada na esfera da União, este não pode ser licenciado também na esfera Estadual ou
Municipal. Outra característica e que as licenças poderão ser emitidas isolada ou sucessivamente,
de acordo com a natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade, ou seja, no
momento do pedido da licença ambiental o empreendedor pode sugerir que suas licenças sejam
emitidas juntas, assim dando mais celeridade ao processo. Essa situação pode acontecer no caso
de galpão de armazenamento, por exemplo, quando da solicitação da Licença de Instalação (LI),
este poderá sugerir que a Licença de Operação seja emitida sucessivamente, com o objetivo de
que uma vez o galpão já instalado este possa entrar em operação logo em seguida, assim
evitando que se dê entrada no pedido da Licença de Operação após a emissão da L.I.

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17
Por meio deste diploma legal, estabeleceu as licenças básicas expedidas por órgão
ambientais no licenciamento ambiental, tais como:

 Licença Prévia (LP)

Concedida na fase de planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua


localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos
e condicionantes a serem seguidos nas próximas fases.

 Licença de Instalação (LI)

Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações


constantes nos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivos determinantes.

 Licença de Operação (LO)

Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo


cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinadas para a operação.

Ainda sobre esta resolução descreve todo o processo de licenciamento ambiental desde o
requerimento da licença até o deferimento ou não. Define também alguns documentos que
deverão constar no processo de licenciamento, sendo estes:

 Certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo do


empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ou uso e
ocupação do solo, quando for o caso;
 Autorização para supressão de vegetação, quando for o caso;
 Outorga para uso da água, emitidas pelo órgão competente, quando for o caso.

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18
Todos os estudos necessários para o processo de licenciamento ambiental deverão ser
elaborados por profissionais legalmente habilitados, sendo as despesas de responsabilidade do
requerente da licença.

Outra informação importante é que tanto o empreendedor quanto os profissionais que


elaboraram os estudos, serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se as
sanções administrativas, civis e penais.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, no processo de licenciamento ambiental estão


incluídos diversos diplomas normativos (leis, decretos, resoluções, portarias etc.) os quais devem
ser contemplados no juízo de emissão das licenças ambientais. Sendo os diplomas normativos
em matéria ambiental afetos ao licenciamento ambiental, destacam-se os que se referem aos
espaços territoriais especialmente protegidos: Unidades de Conservação (Lei N° 9.985/2000 –
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC), especialmente, no que se
refere à Compensação Ambiental; Área de Preservação Permanente – APP e Reserva Legal (Lei
N° 12.651/2012 – Código Florestal).

A Lei Federal nº 9.605 de 1998, mais conhecida com a Lei de Crimes Ambientais,
determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente.

A lei define a responsabilidade das pessoas físicas e jurídicas, permitindo que desde
grandes empresas a empreendedores individuais, sejam responsabilizadas criminalmente pelos
danos que suas atividades possam causar à natureza.

Além das agressões que ultrapassam os limites estabelecidos por lei, também são
considerados crimes ambientais as condutas que ignoram normas ambientais, mesmo que não
sejam causados danos ao meio ambiente. É o caso dos empreendimentos sem a devida licença
ambiental. Nesta situação, a desobediência a uma exigência da legislação ambiental, o torna
passível de punição, por multa e/ou detenção.

As penas previstas pela Lei de Crimes Ambientais são aplicadas conforme a gravidade da
infração: quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição.

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A Lei Complementar nº 140 de 2011 surgiu com o objetivo de fixar normas nos termos
dos incisos III (meio ambiente cultural), VI (proteção do meio ambiente e combate à poluição
em todas as suas formas) e VII (preservação das florestas, da fauna e da flora) do caput e do
parágrafo único do art. 23 da CF, “visando à cooperação entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis à proteção do meio ambiente, ao
combate da poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da
flora”.

As competências federais estão dispostas no artigo 7º; as estaduais no artigo 8º; as


municipais no artigo 9º. No que se trata do Distrito Federal, entidade pública que não possui
municípios, neste concentra as competências deferidas aos estados e as municípios. Ainda nesta
LC foi estabelecido novos conceitos para o processo de licenciamento ambiental (atuação
supletiva e atuação subsidiária) e lista as formas de cooperação entre os entes federativos.

Atuação Supletiva: significa a substituição de uma entidade política por outra no


exercício de competência ambiental, normalmente pela inexistência de órgão ambiental capaz de
exercê-la.

Por exemplo, quando em um município não existe um órgão ambiental, o órgão


ambiental do Estado que exercerá a sua função, por meio deste princípio, Atuação Supletiva.

Atuação Subsidiária: significa a colaboração de uma esfera de governo a outra, devendo


ser solicitada.

Por exemplo, quando o órgão ambiental não detêm de um corpo técnico adequado para
exercer uma determinada função, o órgão superior hierarquicamente auxiliará na execução desta
atividade.

Quando se trata das legislações no âmbito Estadual podemos citar os


seguintes diplomas legais que norteiam o processo de licenciamento ambiental
no Estado do Amapá, tais quais:

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 Lei Complementar nº 005/1994, Código Ambiental do Amapá

Esta lei instituiu o código de proteção do meio ambiente no Estado do Amapá,


estabelecendo sobre os objetivos, instrumentos, princípios e finalidades que o poder público deve
executar (ações administrativas e técnicas) no uso da qualidade ambiental e assegurando o
desenvolvimento socioeconômico ao Estado.

Um dos instrumentos de maior destaque é o licenciamento ambiental, e define que


somente as atividades ou empreendimentos que causarem de alguma forma degradação
ambiental deverão ser submetidas ao licenciamento ambiental, sendo do setor público ou
privado.

No artigo nº 12 desta lei complementar, aborda sobre o licenciamento ambiental e define


as licenças a serem expedidas para as atividades ou empreendimentos. Sendo estas;

 Licença Prévia (LP)


 Licença de Instalação (LI)
 Licença de Operação (LO)
 Autorização Ambiental (AA)

Neste código ambiental ainda trata diversos outros assuntos relacionados ao meio
ambiente como do monitoramento; do controle e a fiscalização do meio ambiente; a preservação
dos espaços territoriais especialmente protegidos e entre outros.

 Constituição do Estado do Amapá

No título VIII, capítulo IX que trata exclusivamente sobre o Meio Ambiente no Estado do
Amapá, este esclarece vários aspectos relacionados ao meio ambiente que o poder público e
coletividade devem executar para a proteção e melhoria do meio ambiente.

Nesta constituição já estabelece que as atividades que utilizam recursos naturais ou que
causem de alguma forma degradação do meio ambiente dependerão de prévio licenciamento para
seu funcionamento. Deixa claro da necessidade da Avaliação de Impacto Ambiental no
licenciamento dessas atividades, entre outras informações relacionadas ao meio ambiente.

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 Decreto Estadual nº 3009/98, regulamenta o título VII da LC nº 005/94 que trata
sobre a fiscalização

Este decreto versa sobre as infrações e penalidades que são estabelecidas na Lei
Complementar nº 005/94 e regulamenta como os órgãos fiscalizadores atuarão no caso de
violação das leis ambientais.

Aborda também alguns aspectos quanto às situações de aplicação de infrações e


penalidades; da degradação da pena; das circunstâncias atenuantes e agravantes; da advertência;
das multas simples e diárias; da suspensão de exigibilidade das multas; do recolhimento das
multas; da interdição temporária ou definitiva; da apreensão, embargo, demolição e demais
outros dispositivos, e ainda sobre o processo administrativo (Auto de infração, notificação,
formação do processo, Defesa, do julgamento, recurso e disposições finais).

No anexo deste decreto, trata sobre a classificação das atividades passíveis de


licenciamento, sendo sua classificação definidas quanto ao seu potencial de poluição ou
degradação e quanto ao porte da empresa.

A classificação quanto ao potencial poluidor variam de Pequeno, Médio e Alto. Em se


tratando do porte da Empresa este são classificados em Pequeno (P), Médio (M), Grande (G) e
Excepcional (E).

Este anexo melhor detalha aquelas atividades abordadas na resolução nº 237/97 do


CONAMA, como já foi visto anteriormente. (Vide anexo do decreto em Anexo 5 deste
material)

 Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA) nº 001/99

Estabelece as diretrizes para a caracterização de empreendimentos potencialmente


causadores de degradação ambiental, licenciamento ambiental e entre outros aspectos.

Define alguns documentos que são exigidos na fase de planejamento, o conceito e como
quando são aplicadas as diferentes licenças e autorização, além de estabelecer seus prazo, sendo
este ultimo alterada pela Lei Complementar nº 070/12. Versa também sobre algumas condições
que o empreendedor deve está ciente para a solicitação da licença ambiental, como a exigência
de alguns documentos, sendo a Certidão da Prefeitura Municipal, Comprovante de domínio do
terreno e entre outros.

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Especifica quais empreendimentos estão sujeitos a avaliação ambiental, ou seja, que
dependerão de elaboração do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto
Ambiental (EPIA/RIMA) e entre outros aspectos que podem ser conferidos nesta resolução.

Art. 10 – Dependerão de elaboração do EPIA e do RIMA para licenciamento, os


seguintes empreendimentos:
I – Estradas de rodagem, pavimentadas ou não.
II – Ferrovias.
III – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos.
IV – Aeroportos, conforme definido pelo inciso I, art. 48, do Decreto-Lei nº. 32, de
18/11/66.
V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos
sanitários.
VI – Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 KV.
VII – Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para
fins hidrelétricos, de saneamento ou irrigação; abertura de canais para navegação,
drenagem e irrigação; retificação de cursos d’água; abertura de barras e embocaduras;
transposição de bacias e diques.
VIII – Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto e carvão).
IX – Extração de minérios, inclusive os da classe II, definidos no Código de Mineração.
X – Aterros sanitários, usinas de processamento de resíduos sólidos urbanos e destino
final de resíduos tóxicos ou perigosos.
XI – Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária,
acima de 10 MW.
XII – Complexo e unidades industriais, agrícolas e agroindustriais (petroquímicos,
siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos
hidróbios).
XIII – Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI;
XIV – atividades de exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de
100 há ou menores, quando atingirem áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental;
XV – atividades de manejo florestal em áreas acima de 2.000 hectares;
XVI – Projetos urbanístico, acima de 1000 hectares ou em áreas menores consideradas
de relevante interesse ambiental, a critério da SEMA.
XVIII – Atividade agropecuária em áreas acima de quinhentos hectares.

Ainda esclarece que o órgão ambiental expedirá a Autorização Ambiental (AA), para
atividades artesanais ou empreendimento de pequeno porte e com pequeno potencial poluidor, de
acordo com o anexo do decreto nº 3.009/1998.

Os custos do processo de licenciamento são determinados através da metodologia que


consta no anexo nessa resolução.

 Lei Complementar nº 070/12, dá nova redação ao artigo nº 12 da Lei Complementar


nº 005/94 que trata sobre o licenciamento ambiental.

Esta lei renovou o conceito das licenças e autorização ambiental, os prazos de validades,
criou uma nova licença exclusiva para as atividades de agronegócio (Licença Ambiental Única -
LAU) e a criação da taxa anual de renovação de licenciamento.

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4. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)

Introduzida no Brasil por meio da Lei nº 6938/81, a Avaliação de Impacto Ambiental


(AIA) é um dos instrumentos da PNMA para atividades com potencial poluidor/degradador do
meio ambiente. A AIA é um importante instrumento de política ambiental, composto por várias
etapas que pretendem assegurar uma avaliação sistemática dos possíveis impactos ambientais
que uma determinada atividade possa gerar além de permitir ao público conhecer esses impactos
e indique os responsáveis pelo projeto na tomada de decisão. O uso da AIA como instrumento de
gestão ambiental teve início por conta das exigências feitas por instituições financeiras
internacionais (BIRD e BID) que para financiar grandes projetos exigia o estudo. Com a
resolução CONAMA nº 001/86 a AIA foi regulamentada, na qual os órgãos ambientais passaram
por uma fase de adaptação para viabilizar sua aplicação.

A terminologia Avaliação de impacto Ambiental descreve um processo onde são


coletadas informações sobre os efeitos ambientais de um projeto, tanto fornecidas pelo
empreendedor quanto por meio de investigações por parte do órgão ambiental até a utilização de
outras fontes, sendo que esses dados passam a ter respaldo perante as autoridades do
planejamento e possam contribuir para a decisão se um determinado projeto tem ou não
continuidade. A AIA tem o papel de verificar antecipadamente quais impactos ambientais uma
determinada atividade pode causar, sendo composto por dois instrumentos de análise o Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

O EIA é um relatório técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar (engenheiros,


biólogos, geólogos, entre outros.), independente do empregador, profissional e tecnicamente
habilitada para analisar os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos do ambiente, que, além
de atender aos objetivos específicos da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, deve
obedecer a diretrizes gerais e conteúdo mínimo estabelecidos em Resolução nº 001 do
CONAMA.

O RIMA é um relatório-resumo dos estudos do EIA, em linguagem objetiva e acessível


para não técnicos, com conteúdo mínimo estabelecido na Resolução do CONAMA nº 001/86.

Tem como principal finalidade dá acessibilidade qualquer pessoa interessada as


informações nele contido, por meio de uma linguagem acessível, ilustrada por mapas, cartas,

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gráficos, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as
vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua
implementação.

Portanto, o EIA/RIMA é um conjunto de análises que busca verificar todos os possíveis


impactos ambientais que poderão advir da instalação ou ampliação de uma atividade e seu
entorno. É um arcabouço completo da relação do processo produtivo do empreendimento com o
meio ambiente.

A avaliação de impacto ambiental constitui um gênero, que engloba desde o complexo


Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) às modalidades
mais simples, tais como o relatório ambiental, o Plano e Projeto de Controle Ambiental (PCA), o
Relatório de Ambiental Preliminar (RAP), o diagnóstico ambiental, o plano de manejo, o Plano
de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), entre outros estudos ambientais.

Imagem 2 – Relação do processo produtivo do empreendimento com o meio ambiente.

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Para a elaboração do EIA, a Resolução do CONAMA nº 001/86 definiu os conteúdos
mínimo para sua elaboração, que são:

Inventário do meio ambiente anterior


à ação proposta para obter informações que
Diagnóstico ambiental da área de permitam a avaliação eficiente dos efeitos
influência do projeto do projeto.

É realizado um levantamento de todos os aspectos da área anterior a implantação do


projeto, com o objetivo de obter informações adequadas para se fazer uma melhor avaliação
dos efeitos negativos e positivos com a implantação do projeto.

Identificação, valoração e
interpretação dos prováveis impactos
Análise dos impactos ambientais ambientais nas fases de planejamento,
implantação, operação e, se for o caso,
desativação.

Após identificado todos os possíveis impactos ambientais é realizado uma análise


sistemática nas diferentes fases do projeto (planejamento, implantação, operação e até na
desativação), existem diferentes metodologias para a análise desses impactos, como
exemplo a sobreposição de mapas, had doc, matriz de interação, e a escolha desses será a
critério dos responsáveis, levando em consideração aquele que melhor der resultados ao
estudo. (Vide as metodologias citadas em Anexo 6 deste material)

Definição de medidas mitigadoras Explicitar medidas que visem a


minimizar os impactos adversos
identificados e quantificados.

Posteriormente a análise minuciosa dos possíveis impactos ambientais, neta é realizado um


planejamento de como serão minimizados e controlados os impactos negativos e
potencializados os impactos positivos.

Apresentação dos programas de


Programa de acompanhamento e
acompanhamento da evolução dos impactos
monitoramento dos impactos ambientais
ambientais causados pelo empreendimento.

Os programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais deverão


analisar a efetividade e evolução do controle e minimização dos impactos ambientais
negativos e a potencialização dos positivos.

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O detalhamento do EIA vai depender da sensibilidade ambiental local, da dimensão da
atividade ou empreendimento e seus efeitos potenciais, do valor social da prevenção e qualidade
ambiental, da disponibilidade de recursos e especialistas para conduzir os estudos e do tempo
disponível para a avaliação.

O escopo do EIA, por outro lado, é mais detalhado pelo órgão ambiental competente
através de um termo de referência, sendo um roteiro com a delimitação dos temas a serem
contemplados nos estudos e avaliações de impactos de um projeto em particular. A partir do
termo de referência, o estudo é realizado e, posteriormente, submetido à aprovação do órgão
ambiental, seguindo-se as discussões quanto à viabilidade ambiental do projeto (SOBRINHO,
2008).

Imagem 3 – Procedimento Simplificado do EIA/RIMA no licenciamento ambiental

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5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), tem como objetivo a


preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana. Em seu artigo 9º estabelece diversos instrumentos de
proteção ambiental, dentre eles um dos mais importantes é o Licenciamento Ambiental, inciso
IV.

Art. 9 - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:


I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o
Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro
ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

O licenciamento ambiental é um ato administrativo do poder público que visa assegurar


ao empreendimento ou atividade sua quitação quanto às leis ambientais vigentes, assim como
mantendo um controle sobre as atividades lesivas ao meio ambiente, contribuindo para
estabelecer um equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico e a degradação ambiental
(CONAMA, 1997 – resolução nº 237).

O artigo 10 da Lei nº 6.938/81, descreve que a construção, instalação, ampliação e


funcionamento de estabelecimento e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de prévio licenciamento ambiental. (Redação dada pela Lei Complementar nº
140/2011)

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A capacidade de atuação do Estado na área ambiental baseia-se na ideia de
responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além da
relação desses com os diversos setores da sociedade.

A resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 237/97, trata sobre


todo o procedimento do que o licenciamento ambiental percorrerá. E estabelece em seu artigo 3º,
que a licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, dependerá de prévio
estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente
(EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas,
quando couber, de acordo com a regulamentação.

O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é


potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, este definirá os estudos
ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento, como por exemplo, o Plano de
Controle Ambiental (PCA), Relatório de Controle Ambiental (RCA), Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS), entre outros. (para melhor esclarecimento, vide imagem 1, pág. 10
deste material)

Em regra, as licenças ambientais são de três espécies, a saber:

 Licença Prévia (LP)¸ concedida na fase de planejamento, apenas aprovando o projeto,


atestando a sua viabilidade ambiental e os respectivos condicionantes e requisitos básicos
para as próximas fases de sua implementação (prazo de validade até cinco anos);
 Licença de Instalação (LI), autoriza a instalação do empreendimento, impondo
condicionantes que deverão ser observados (prazo de validade até seis anos);
 Licença de Operação (LO), que permite o início das atividades de acordo com o projeto
aprovado, apontando as medidas ambientais de controle e os condicionantes (prazo de
quatro e dez anos).

As licenças mencionadas podem ser concedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo


com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade. As suas renovações
deveram ser requeridas com antecedência mínima de cento e vinte dias da expiração de seu prazo

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de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente renovada até a
manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

De acordo com o CONAMA resolução nº 237/1997, Art. 10, o licenciamento ambiental


segue os seguintes procedimentos:

Imagem 4 – Procedimento do Licenciamento Ambiental

ETAPA 1

Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos


documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento
correspondente à licença a ser requerida;

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ETAPA 2

Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos


e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

Imagem 5 – Um dos modelos de publicação utilizada pelo Órgão Ambiental do Estado do


Amapá

ETAPA 3

Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

ETAPA 4

Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante


do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos
ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso
os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

ETAPA 5

Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

ETAPA 6

Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,


decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação
quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
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ETAPA 7

Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

ETAPA 8

Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

Imagem 6 – Um dos modelos de publicação utilizada pelo Órgão Ambiental do Estado do


Amapá

No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão


da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão
em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a
autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos
competentes.

No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de impacto ambiental - EIA,


se verificada a necessidade de nova complementação em decorrência de esclarecimentos já
prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada
e com a participação do empreendedor, poderá formular novo pedido de complementação.

O artigo 14 da resolução CONAMA 237/97 prevê o prazo máximo de seis meses para o
órgão ambiental analisar as diferentes licenças LP, LI e LO, podendo ser aumentado para 12
meses, quando exigível audiência pública ou EIA-RIMA, sob pena de atuação supletiva do órgão
ambiental competente de outra esfera de governo.

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O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar as
condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença
expedida, quando ocorrer:

 Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.


 Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição
da licença.
 Superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter


implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social
e, ainda, possuir em seus quadros ou a sua disposição profissionais legalmente habilitados.

A Resolução CONAMA nº 237/97, em seu Anexo 1, traz uma listagem, exemplificativa,


de empreendimentos e as atividades sujeitos ao licenciamento ambiental.

No entanto, caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o


detalhamento e a complementação desse anexo, levando em consideração as especificidades, os
riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade.

Alguns dos tipos de empreendimentos e atividades que precisam de licenciamento


ambiental são descritas abaixo. (Pode-se observar a lista na íntegra no anexo 3, ao final deste
material)

Extração e tratamento de minerais Indústria de fumo


Indústria de papel e celulose Obras civis
Indústria de borracha Empreendimentos de geração e transmissão de
Indústria de couros e peles energia
Indústria química Serviços de utilidade
Indústria de produtos de matéria plástica Transporte, terminais e depósitos
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e Empreendimentos e Atividades de Turismo
artefatos de tecidos Atividades agropecuárias
Indústria de produtos alimentares e bebidas Uso de recursos naturais

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6. COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERATIVOS

O licenciamento ambiental até antes da publicação da Lei Complementar n° 140/2011


enfrentava bastante sobreposição em relação das competências dos órgãos responsáveis pelo
licenciamento, uma vez que essa atividade administrativa foi prevista como competência comum
de todos os entes federados, nos termo do art. 23, incisos III, VI e VII, da constituição Federal de
1988.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

Após a publicação da lei supracitada, as competências dos órgãos ambientais foram


detalhadas para cada ente federativo (União, Estados e Distrito Federal e os Municípios),
respectivamente nos artigos 7º, 8º, 10º e 9º.

A Lei Complementar surgiu com o objetivo de fixar normas nos termos dos incisos III
(meio ambiente cultural), VI (proteção do meio ambiente e combate à poluição em todas as suas
formas) e VII (preservação das florestas, da fauna e da flora) do caput e do parágrafo único do
art. 23 da CF, “visando à cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas
à proteção das paisagens naturais notáveis à proteção do meio ambiente, ao combate da poluição
em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora”.

A Lei Complementar nº 140/11 em seu artigo 2º, apresenta os conceitos de licenciamento


ambiental, atuação supletiva e atuação subsidiária.

Art. 2º - Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:


I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental;
II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo
originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei
Complementar;
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho
das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente
federativo originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.

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Já no artigo 3º corrobora com a intenção legislativa do Constituinte de 1988 acerca da
cooperação entre os entes federativos, listando seus objetivos comuns. Somente a título de
exemplo, cite-se proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado,
promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente.

O artigo 4º estabelece formas de cooperação entre os entes, dentre os quais estão os


consórcios públicos, convênios, acordos de cooperação técnicas, delegação de atribuições de um
ente a outro, delegação de execução das ações administrativas, fundos públicos e privados.

Já em seu artigo 6º menciona sobre as ações de cooperação que devem ser implementadas
com o objetivo do desenvolvimento sustentável, através da harmonização das políticas e ações
administrativas para evitar sobreposição de atuação entre os entes federativos. Nos artigos 7º, 8º
e 9º trata das ações administrativas da União, dos Estados e dos Municípios, respectivamente.

No que se trata do Distrito Federal, entidade pública que não possui municípios, neste
concentra as competências deferidas aos estados e as municípios, sendo descrito pelo artigo nº 10
desta lei complementar.

6.1. COMPETÊNCIA DA UNIÃO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

As competências sobre o licenciamento ambiental na esfera Federal estão descritos no art.


7º, XIV, da Lei Complementar nº 140/2011. São ações administrativas da União à promoção do
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:

a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;


b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder
Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme
disposto na Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999;

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g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor
material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de
suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

O órgão ambiental federal responsável pelo licenciamento ambiental federal, hoje em dia
é o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

6.2. COMPETÊNCIA DO ESTADO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

As competências na esfera Estadual estão descritas no artigo 8º, inciso XIV e VX da Lei
Complementar nº 140/11, a saber:

XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos


utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e
9º;
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos
localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado,
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

Desta forma caracterizando as competências dos estados para o licenciamento ambiental


estão estabelecida de maneira remanescente as federais e municipais, ou seja, definido as
competências da esfera Federal e Municipal, a Estadual é aquela que não abrangem a nenhuma
das duas já mencionadas. Por exemplo, quando um empreendimento ou atividade afetar mais de
um município, na qual podemos citar hidrelétricas, ferrovias, extração mineral que estejam entre
dois ou mais municípios.

Este mecanismo tem o objetivo de reduzir a sobreposição de competências sobre o


licenciamento ambiental, atribuindo ao Estado também a questionar o entendimento federal ou
municipal na hipótese de extensão ilegal das suas competências, assim como atuar
supletivamente ou subsidiariamente a estes entes federativos.
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Tendo como base de estudo o órgão ambiental estadual responsável pelo licenciamento
ambiental no Amapá, é o Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá
(IMAP).

6.3. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Na esfera Municipal suas competências estão definidas no artigo 9º, inciso XIV, alínea
“a” e “b” da Lei Complementar nº 140/11, conforme segue:

XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou
empreendimentos:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas
de Proteção Ambiental (APAs);

É importante ressaltar que o licenciamento ambiental nesta esfera, se dará das atividades
passíveis de licenciamento que se enquadrem como impacto ambiental local, assim já previsto no
artigo 6º, da resolução CONAMA 237/97, e recepcionada na LC nº 140/11.

Outra característica importante é que a definição de impacto ambiental local será definida
pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, considerando os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade.

Esta Lei Complementar nº 140/11 ainda estabelece que em casos que ainda não forem
caracterizados o impacto ambiental local, a competência municipal para o licenciamento não será
aplicada, devendo este ser regido pela legislação anterior, ou seja, a competência para licenciar
continua na esfera Estadual.

Tendo como base de estudo o órgão ambiental Municipal responsável pelo licenciamento
ambiental em Macapá, Amapá. O órgão ambiental responsável é a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Macapá (SEMAM).

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6.4. COMPETÊNCIA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL QUANDO AFETAR ÁREA
DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA)

Em se tratando de Áreas de Proteção Ambiental (APA), está previsto no art. 12 da Lei


Complementar nº 140/2011:

Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos


utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e
manejo de vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação
não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licenciamento e
autorização a que se refere o caput, no caso das APAs, seguirá os critérios previstos nas
alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na
alínea “a” do inciso XIV do art. 9º.

Quando se tratar de Área de Proteção Ambiental (APA) o licenciamento será do Órgão


Ambiental Federal (IBAMA) nas seguintes situações.

Quando a atividade ou empreendimento:

 localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;


 localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na
zona econômica exclusiva;
 localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
 de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato
do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999;
 que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

O licenciamento ambiental em Área de Proteção Ambiental (APA) será do Órgão


Ambiental Estadual (IMAP) nas seguintes situações.

 promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos


utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o
disposto nos arts. 7º e 9º.

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O licenciamento ambiental em Área de Proteção Ambiental (APA) será do Órgão
Ambiental Municipal (SEMAM) nas seguintes situações.

 Quando a atividade causar ou puder causar impacto ambiental local, definido pelo
Conselho Estadual de Meio Ambiente, a competência para licenciar será do órgão
Municipal.

Outro regramento relevante se refere ao art. 13, caput e § 1º, da Lei Complementar nº
140/2011, que trata da outorga de licenciamento ou autorização ambiental por um único ente
federativo, sem prejuízo da manifestação de outro ente federativo interessado de maneira não
vinculante:

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados,


ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições
estabelecidas nos termos desta Lei Complementar.
§ 1º Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão
responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os
prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.

Também ficou esclarecido que competirá a cada ente federado exercer o controle e
fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar,
ambientalmente, lhe for cometida, conforme disposto nos arts. 7º, XIII, 8º, XIII, e 9º, XIII,
daquela Lei Complementar:

Art. 7º São ações administrativas da União:


XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição
para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União;
Art. 8º São ações administrativas dos Estados:
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição
para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados;
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios:
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição
para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município;

Por fim, as competências administrativas de caráter supletivo e subsidiário estão


atualmente definidas nos artigos 15 e 16 da Lei Complementar nº 140/2011, que tratam,
respectivamente, de competência para licenciamento/autorização ambiental e de competência
para outras ações administrativas subsidiárias consistentes em apoio técnico, científico,
administrativo ou financeiro.

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:

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I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou
no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou
distritais até a sua criação;
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no
Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua
criação; e
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e
no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em
um daqueles entes federativos.

Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de
apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de
cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente
detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar.

Pela análise dos dispositivos acima mencionados, podemos concluir que, atualmente, a
competência originária da União é aquela prevista art. 7º, XIV, da Lei Complementar nº
140/2011, que engloba, a título exemplificativo, atividades localizadas em unidade de
conservação instituída pela União ou “que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional...”. No mais, a competência
supletiva para o licenciamento ou autorização ambiental deverá ser exercida conforme o art. 15
da Lei Complementar nº 140/2011.

Não há previsão de que um licenciamento ambiental promovido por um ente federado


deva ficar condicionado à anuência prévia ou à homologação de órgão ou entidade de ente
federado diverso. Pelo contrário: o art. 13 da Lei Complementar nº 140/2011 visa justamente
simplificar o processo administrativo de licenciamento ao vinculá-lo unicamente à manifestação
de vontade do ente federativo originariamente ou supletivamente competente para a sua outorga,
sem prejuízo da possibilidade de emissão de manifestação não vinculante de ente federativo
diverso.

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7. LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO ESTADO DO AMAPÁ

O Licenciamento Ambiental no Estado do Amapá é regulamentado pela Lei


Complementar nº 005/1994, que instituiu o Código de Proteção Ambiental do Estado do Amapá.
Assim como a Política Nacional do Meio Ambiente, este especificou diversos instrumentos com
a finalidade de orientar as ações governamentais para a utilização racional dos recursos
ambientais, bem como para a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no Estado, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança e a proteção da dignidade da vida humana.

Nesta mesma lei em seu título III, capítulo I, inciso III, dispõe sobre o licenciamento em
suas diversas formas, e a autorização ambiental. Vale ressaltar que o Artigo nº 12 desta Lei
Complementar foi alterada pela Lei Complementar nº 070 de 2012, a saber:

Art. 8º - Deverão submeter-se a licenciamento ambiental os empreendimentos e


atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente
poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
Art. 9º - A execução de atividades, empreendimentos e exploração de recursos
ambientais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo setor privado,
somente serão admitidos se houver resguardo do equilíbrio do meio ambiente.
Art. 10º - A licença ambiental será expedida pelo órgão ambiental competente, com
observância dos critérios fixados nesta lei e legislação pertinente.
Art. 11º - A licença ambiental para empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais quando potencialmente causadores de degradação do meio
ambiente, será precedida de aprovação do estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório de impacto ambiental.
Art. 12º - O Poder Executivo, no exercício de sua competência, observados os prazos de
validade aqui dispostos, expedirá a Licença ou Autorização Ambiental caracterizada por
fases de implantação das atividades ou empreendimentos, conforme segue:
I - LICENÇA PRÉVIA (LP), é expedida com validade de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, na
fase inicial do planejamento da atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases da sua implantação.
II - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI), é expedida com validade de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, autorizando o início da instalação da atividade ou empreendimento, de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.
III - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO), é expedida com validade de 3 (três) a 6 (seis)
anos, após as verificações necessárias, autorizando o início da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a
operação.
IV – LICENÇA AMBIENTAL ÚNICA (LAU), é expedida com validade de 4 (quatro)
a 6 (seis) anos, exclusivamente para as atividades e empreendimentos do agronegócios
tais como: agricultura, pecuária ,avicultura, suinocultura, aquicultura, extrativismo e
atividades agroindustriais, que poderão ser desenvolvidas em separado ou
conjuntamente, sendo necessário para tanto somente a expedição de uma única licença.

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V – AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL (AA) – é expedida com validade de 3 (três) a 6
(seis) anos para todas as atividades e empreendimentos de baixa impactação, definidas
pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA.
§ 1º - As Licenças serão expedidas nos termos do “Caput” deste artigo, mediante o
pagamento inicial da “Taxa de Licenciamento”, e posteriormente renovada todos os
anos enquanto perdurar a sua validade, sob o título de “Taxa Anual de Renovação de
Licenciamento”.
§ 2º – A renovação das Licenças deve ser requerida pelo empreendedor no período de
120 (cento e vinte) dias de antecedência da expiração do seu prazo de validade fixado
na respectiva Licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação
definitiva do órgão ambiental competente.
§ 3º – O vencimento para o pagamento da “Taxa Anual de Renovação de
Licenciamento”, será sempre no dia 31 de janeiro de cada ano.
§ 4º - Os valores da Taxa de Licenciamento e da Taxa Anual de Renovação de
Licenciamento e outros serviços afins serão estipulados pelo Poder Executivo e deverão
guardar a relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço
prestado pelo órgão ambiental competente.
§ 5º – A falta de pagamento da “Taxa Anual de Renovação de Licenciamento” por parte
do detentor da Licença Ambiental, poderá acarretar em seu cancelamento, pelo órgão
ambiental competente, que será encarregado pela sua fiscalização.
§ 6º - As Licenças poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a
natureza, características e fase da atividade ou empreendimento, conforme critério
técnico definido pelo órgão ambiental competente.
§ 7º - Quando se tratar de pedido de Licença Ambiental Única (LA), para a sua
liberação pelo órgão ambiental competente, fica excluída a necessidade da obtenção
das Licenças previstas nos Incisos I, II, III e V.
§ 8º - O órgão ambiental competente, diante das alterações ambientais ocorridas em
determinada área, deverá exigir dos respectivos responsáveis pelas atividades ou
empreendimentos já licenciados, as adaptações ou correções necessárias para evitar ou
diminuir os impactos negativos sobre o meio ambiente decorrentes da nova situação.
§ 9º - Caso o órgão ambiental constate a existência de impactos ambientais negativos,
ou a possibilidade de sua ocorrência de tal forma que coloquem em perigo a vida
humana ou irreparabilidade da flora, fauna, recursos hídricos e naturais, será
determinada a imediata paralização da atividade ou empreendimento, concedendo aos
responsáveis, prazo para relocação das atividades ou empreendimento causadores dos
impactos.
§ 10 - O eventual indeferimento da solicitação de Licença deverá ser devidamente
instruído com parecer técnico do órgão ambiental competente, pelo qual se dará
conhecimento ao interessado do motivo do indeferimento; sobre tal decisão
caberá recurso do empreendedor, ao próprio órgão, contado para tanto o prazo de 10
(dez) dias úteis da data do recebimento da Notificação.
§ 11 - Iniciada a implantação ou a operação do empreendimento ou atividade, antes da
expedição das respectivas Licenças, previstas neste artigo, conforme apuração do órgão
ambiental competente, o responsável pela outorga das licenças deverá, sob pena de
responsabilidade funcional, comunicar publicamente o fato às entidades financiadoras
desses empreendimentos ou atividades, sem prejuízo da imposição de penalidade,
medidas administrativas, judiciais e outras providências cautelares.
§ 12 - A Licença para exploração e utilização de recursos naturais, que tenha por base
para sua expedição a dimensão da respectiva área, levará em conta as condições
prescritas pelas normas de zoneamento ambiental incidente sobre essa área.
§ 13 - Os pedidos e concessões das Licenças, indicadas nos incisos deste artigo, serão
objeto de publicação resumida no Diário Oficial do Estado, em periódico local e meio
digital oficial, sendo obrigatório a identificação do empreendedor por meio do CNPJ, se
pessoa jurídica, e do CPF, se pessoa física.

Sendo desta forma especificando as diretrizes para o Licenciamento Ambiental em


âmbito Estadual, vale ressaltar que por meio desta LC nº 005/94 se criou a autorização ambiental
para um tipo de atividade diferenciada das que são abrangidas pelas licenças, na qual seu uso
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será para atividades artesanais ou empreendimento de pequeno porte de acordo com critérios
fixados em regulamento.

Esta Lei descreve que em casos que constatem a existência de impactos ambientais
negativos ou a POSSIBILIDADE de sua ocorrência de tal forma que coloquem em perigo a vida
humana ou irreparabilidade da flora, fauna, recursos hídricos e naturais, será determinada a
imediata paralização do empreendimento ou atividade, concedendo aos responsáveis, prazo para
relocação dos empreendimentos ou atividades causadoras dos impactos.

As licenças e autorizações já mencionadas serão objeto de publicação resumida no Diário


Oficial do Estado, em periódico local e meio digital oficial, sendo obrigatório a identificação do
empreendedor por meio do CNPJ, se pessoa jurídica, e do CPF, se pessoa física.

No Estado do Amapá existe a Licença Ambiental Única com o objetivo de simplificar o


processo de licenciamento ambiental para as atividades do agronegócio. Sendo que essa licença
exclui a necessidade de emissão das Licenças Prévia, de Instalação e de Operação.

Todas as licenças já supracitadas serão expedidas mediante o pagamento da Taxa de


Licenciamento, sendo sua renovação deverá ser requerida pelo empreendedor no período de 120
(cento e vinte) dias de antecedência da expiração do seu prazo de validade fixado na respectiva
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental.

7.1. ORGÃO AMBIENTAL RESPONSÁVEL

A Lei Estadual nº 0267/96 cria a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e dá


outras providências, porém sendo revogada pela Lei Estadual nº 0318/96, que foi revogada pela
Lei Estadual nº 338/97 que foi por sua vez alterada pela Lei Estadual nº 0811/04 que por sua vez
alterada pela Lei Estadual nº 1073/04, e sendo definido sua finalidade em formular e coordenar
as políticas de meio ambiente, as fundiárias e as de ordenamento territorial do Estado do Amapá.

A SEMA foi criada em 1996 com várias funções, e no decorrer dos anos foi identificado
a necessidade de descentralização das funções a ela designado até que chegasse as atribuições
que hoje é desempenhado, devido a essa situação houve a necessidade de tantos renovações e
alterações na Lei.
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O decreto nº 1.937, de 26 de abril de 2007, alterado por força do Decreto nº 1.184, de 04
de janeiro de 2008 cria o Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do
Amapá (IMAP), que na verdade mudou o nome do então Instituto de Terras do Amapá
(TERRAP) e passou sua vinculação a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), sendo
assim o IMAP com a finalidade de coordenar e executar as políticas de ordenamento territorial,
fundiárias e executar as de meio ambiente do estado do Amapá; planejar e executar projetos de
ordenamento territorial, regularização fundiária e meio ambiente, promover o assentamento e
colonização rural; promover a sistematização dos assentamentos urbanos em parceria com os
municípios do Estado, executar projetos de transferência de terras do domínio federal para o
domínio do Estado; administrar, guardar e preservar terras de domínio estadual seu uso sócio-
econômico-ambiental e não entregues à responsabilidade de outros entes; bem como licenciar,
monitorar e fiscalizar as áreas de uso sócio-econômico-ambiental no Estado, promover os
procedimentos administrativos relativos à discriminação de terras estaduais, permutas, as
desapropriações e conflitos fundiários; promover a aquisição e alienação de terras de interesse do
Estado; promover a concessão de títulos de domínio - provisórios e definitivos -, e exercer outras
atribuições correlatas na forma a Lei.

O IMAP passou a desempenhar a função do TERRAP e parte das atribuições da SEMA,


sendo ainda firmado um termo de cooperação técnica entre ambos (IMAP-SEMA) para o
desempenho das funções correlatas.

7.2. ATIVIDADES PASSÍVEIS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O Decreto nº 3009/98 regulamenta o Título VII da Lei Complementar nº 005/94 (código


ambiental do Estado do Amapá). Este dispositivo legal versa sobre como as condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Esclarece sobre a atuação do órgão ambiental na fiscalização, nas situações de aplicação


de infrações e penalidades; da degradação da pena; das circunstâncias atenuantes e agravantes;
da advertência; das multas simples e diárias; da suspensão de exigibilidade das multas; do
recolhimento das multas; da interdição temporária ou definitiva; da apreensão, embargo,
demolição e demais outros dispositivos e também sobre o processo administrativo (Auto de

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infração, notificação, formação do processo, Defesa, do julgamento, recurso e disposições
finais).

No anexo deste decreto classifica as atividades quanto ao seu potencial poluidor ou


degradador do meio ambiente e o porte da empresa, sendo o primeiro a classificação
descriminada em Potencial poluidor Pequeno, Médio e Alto. Quanto ao porte da empresa, são
classificados em Pequeno (P), Médio (M), Grande (G) e Excepcional (E), e ainda detalha a
metodologia da classificação do porte.

Os temas principais de cada atividade passível de licenciamento ambiental abordadas


neste decreto são citadas a seguir, sendo o melhor detalhamento das atividades estão no anexo
deste decreto. (Vide anexo do decreto em Anexo 5 deste material)

01 - Extração e Tratamento de Minerais 17 - Indústria do Vestuário, Calçados, Artefatos de


Tecidos e de Couros
02 - Indústria de Minerais não metálicos
18 - Indústria de Produtos Alimentares
03 - Indústria Metalúrgica
19 - Indústria de Bebidas e Álcool Etílico
04 - Indústria Mecânica
20 - Indústria de Fumo
05 - Indústria de Material Elétrico e de
Comunicações 21 - Indústria Editorial e Gráfica

06 - Indústria de Material de Transporte 22 - Atividades Diversas

07 - Indústria Madeireira 23 - Construção Civil

08 - Indústria do Mobiliário 24 - Serviços de Utilidade Pública

09 - Indústria do Papel e Papelão 25 - Comércio Atacadista

10 - Indústria da Borracha 26 - Transportes e Terminais

11 - Indústria de Couro, Peles e Produtos Similares 27 - Serviços Auxiliares

12 - Indústria Química 28 - Serviços Médicos e Veterinários

13 - Indústria de Produtos Farmacêuticos e 29 - Atividades Agropecuárias, Pesca e


Veterinários Aquicultura

14 - Indústria de Perfumaria, Sabões e Velas 30 - Beneficiamento de Resíduos

15 - Indústria de Produtos de Matérias Plásticas 31 - Indústria de Componentes e Aparelhos Eletro-


eletrônicos
16 - Indústria Têxtil
32 - Exploração de Produtos Vegetais

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7.3. TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS

As licenças ambientais que o Estado do Amapá emitia até o ano de 2012 eram aquelas
descritas pela Lei Complementar nº 005/94, art. 12 e seu prazo era estabelecido pela resolução nº
001/99 do COEMA. Porém em 09 de janeiro de 2012 a Lei Complementar nº 070 foi sancionada
e esta alterando a redação dada pelo artigo nº 12 já supramencionado, a saber:

Artigo 12 - O Poder Executivo, no exercício de sua competência, observados os prazos


de validade aqui dispostos, expedirá a Licença ou Autorização Ambiental caracterizada
por fases de implantação das atividades ou empreendimentos, conforme segue”:
I - LICENÇA PRÉVIA (LP), é expedida com validade de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, na
fase inicial do planejamento da atividade aprovando sua localização e concepção,
atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases da sua implantação.
II - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI), é expedida com validade de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, autorizando o início da instalação da atividade ou empreendimento, de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.
III - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO), é expedida com validade de 3 (três) a 6 (seis)
anos, após as verificações necessárias, autorizando o início da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a
operação.
IV – LICENÇA AMBIENTAL ÚNICA (LAU), é expedida com validade de 4 (quatro)
a 6 (seis) anos, exclusivamente para as atividades e empreendimentos do agronegócios
tais como: agricultura, pecuária ,avicultura, suinocultura, aquicultura, extrativismo e
atividades agroindustriais, que poderão ser desenvolvidas em separado ou
conjuntamente, sendo necessário para tanto somente a expedição de uma única licença.
V – AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL (AA) – é expedida com validade de 3 (três) a 6
(seis) anos para todas as atividades e empreendimentos de baixa impactação, definidas
pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente - COEMA.

Portanto além das licenças previstas na resolução nº 237/97 do CONAMA como Licença
Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) o Estado do Amapá emite,
assim como em outros Estados do Brasil, a Licença Ambiental Única (LAU) e a Autorização
Ambiental (AA).

De acordo com SANTOS (2014), a lei complementar nº 070/12 foi importante para o
desempenho da atuação do IMAP para os anos subsequentes, uma vez que diminuiu a demanda
fixa por emissão de licenças todos os anos e aumentou a atuação de monitoramento das
atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras do meio ambiente. Além de aperfeiçoar a
atuação do órgão, uma vez que surgiram termos de referência, padronização de atividades e
efetividade nas emissões das licenças.

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46
As principais modificações por meio desta LC foi o aumento no tempo de validade das
licenças ambientais emitidas e o surgimento de uma nova modalidade de Licença Ambiental,
Licença Ambiental Única (LAU), destinada exclusivamente para as atividades do agronegócio,
assim simplificando somente o processo de licenciamento ambiental para estas atividades. Outra
importante mudança foi na criação da Taxa Anual de Renovação de Licenciamento, que tem o
objetivo de arrecadar recursos das atividades licenciadas, anualmente. Por exemplo, se uma
atividade for licenciada no ano de 2015 sendo esta emitida com validade de 4 anos, durante os
próximos anos ele pagará anualmente esta taxa anual de renovação.

Todas as licenças já supracitadas serão expedidas mediante o pagamento da Taxa de


Licenciamento e sua renovação deverá ser requerida pelo empreendedor no período de 120
(cento e vinte) dias de antecedência da expiração do seu prazo de validade fixado na respectiva
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão
ambiental.

Algumas das principais características estabelecidas na Lei Complementar Estadual nº


070/2012 tais podemos citar que as licenças serão submetidas ao pagamento da Taxa Anual de
Renovação de Licenciamento, sendo o prazo vencido todo dia 31 de janeiro de cada ano; o
pedido e o recebimento das licenças e autorização deverão ser publicadas em diário oficial, em
periódico local e em meio digital; a autorização ambiental é isenta de pagamento da taxa de
licenciamento e vistoria técnica; as licenças poderão ser emitidas sucessivamente ou
isoladamente, outras informações podem ser obtidas na íntegra na LC supracitada.

7.3.1. Licença Prévia (LP)

Essa licença é emitida para as atividades ou empreendimentos que ainda estão na fase de
planejamento, ou seja, em sua fase preliminar. A emissão desta licença pelo órgão ambiental
significa que este aprova a localização e a concepção, além de constar e aprovar a viabilidade
ambiental, ou seja, que o empreendimento ou atividade possa controlar seus impactos
ambientais.

O órgão ambiental especificará os requisitos básicos que o empreendimento deverá


realizar para que possa prosseguir para a próxima fase, como a exigência de estudos prévios de
impacto ambiental e o estabelecimento de condicionantes ambientais.
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47
Esta licença não autoriza o empreendimento ou atividade a começarem a sua instalação,
caso desrespeitem esta premissa estarão sujeitos a todas as penalidades previstas em lei.

Esta licença tem prazo de validade mínima de 2 (dois) anos e máximo de 4 (quatro) anos.

Imagem 7 – Imagem ilustrativa do terreno que obteve a Licença Prévia

7.3.2. Licença de Instalação (LI)

Esta licença é expedida pelo órgão ambiental competente aprovando o início da fase de
construção ou instalação das atividades ou empreendimentos, sendo emitida após a Licença
Prévia desde que respeitado as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo neste as medidas de controle ambiental e as condicionantes anteriores, e
ainda especificando as próximas condicionantes a serem cumpridas.

Esta licença tem o prazo de validade mínima de 2 (dois) anos e máximo de 5 (cinco)
anos.

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48
Imagem 8 – Fase de construção do empreendimento, após a emissão da Licença de
Instalação.

7.3.3. Licença de Operação (LO)

Esta licença é emitida pelo órgão ambiental competente aprovando o início da atividade
ou empreendimento, após o cumprimento de todas as exigências das licenças anteriores, com as
medidas de controle ambiental e as condicionantes determinadas para esta fase.

O prazo de validade para essa licença é no mínimo de 3 (três) anos e no máximo 6 (seis)
anos.

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Imagem 9 – Empreendimento após fase de instalação e pronto para entrar em
funcionamento, emissão da Licença de Operação

7.3.4. Licença Ambiental Única (LAU)

Esta licença ambiental é específica para as atividades voltadas para o agronegócio. Esta
licença veio para simplificar o processo de licenciamento, uma vez que essa licença substitui o
processo da emissão da LP, LI e LO.

Por exemplo, em um terreno onde o empreendedor executará as atividades de agricultura,


pecuária e suinocultura, emitirá para desenvolver todas estas atividades somente a LAU, e caso
não houve essa licença específica para essas atividades o órgão ambiental iria analisar
isoladamente as atividades e executaria para cada uma dessas o procedimento para a emissão das
LP, LI e LO.

O prazo de validade dessa licença varia entre o mínimo de 4 (quatro) anos e no máximo
de 6 (seis) anos.

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Imagem 10 – empreendimento passível de emissão da licença ambiental única

7.3.5. Autorização Ambiental (AA)

Esta autorização é emitida para os empreendimentos ou atividades definidas como baixo


impacto ambiental, de acordo com as especificações estabelecidas pelo Conselho Estadual de
Meio Ambiente (COEMA). Podemos citar como exemplo, a exploração de cipó titica (produto
florestal utilizado na confecção de artesanato local), o manejo de produtos florestais e confecção
de artesanatos.

O prazo de validade dessa licença varia entre o mínimo de 3 (três) anos e o máximo de 6
(seis) anos.

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Imagem 11 – Empreendimento passível de emissão da autorização ambiental

7.4. PROCEDIMENTO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Segundo o Organograma do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do


Estado do Amapá (IMAP) o procedimento de Licenciamento Ambiental é função do Setor de
Núcleo de Registro e Licenciamento (NRL) sendo este subordinado a Coordenadoria de Controle
Ambiental (CCA) e este a Diretoria Técnica de Meio Ambiente (DTMA), observe a imagem a
seguir.

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Imagem 12 – Organograma da Diretoria Técnica de Meio Ambiente

Fonte: IMAP, 2014.

De acordo com SANTOS (2014), o procedimento administrativo do licenciamento no


instituto responsável pela execução das políticas de Meio Ambiente do Estado do Amapá para a
atividade de revenda varejista de combustíveis, segue as seguintes etapas identificadas a seguir.

Imagem 13 – Procedimento administrativo do licenciamento ambiental no Estado do


Amapá para a atividade de revenda varejista de combustíveis

Fonte: SANTOS, 2014.


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Mesmo considerando que este procedimento se refere especificamente ao da atividade de
revenda varejista de combustíveis, pode-se utiliza-lo como padrão para as demais atividades,
salvo aquelas que são consideradas como significativo impacto ambiental.

O procedimento Administrativo do licenciamento ambiental no órgão ambiental do


Estado do Amapá segue as seguintes etapas.

 PROTOCOLO – Neste setor o requerente da licença ambiental, deverá entregar todos os


documentos necessários para a abertura de processo para a emissão da licença ambiental.
Dependendo da atividade, já existem alguns termos de referência especificando quais os
documentos, estudos ambientais e procedimentos que devem ser realizados.
 DIPRE – Neste recebe todos os documentos e realiza uma análise preliminar para
identificar qual a finalidade e posteriormente destina-la para o setor correspondente.
 DTMA – Realiza uma análise um pouco mais detalhada do que o setor anterior, para
posterior designar ao setor responsável. Neste caso encaminha para o setor de NRL.
 NRL – Recebe o processo de licenciamento, analisa do que se trata a licença e
encaminha ao analista ambiental que efetivamente realizará uma análise mais detalhada
do processo de Licenciamento Ambiental.
o Analista Ambiental – Responsável pela análise minuciosa do processo de
licenciamento, averiguando todos os documentos necessários, os projetos e ainda
comprovando in loco das informações que foram descritas por meio dos
documentos e projetos entregues, esta ação é comumente chamada de vistoria
técnica. Esta etapa é considerada a etapa principal, sendo nesta que a licença pode
ou não ser emitida. Nesta etapa que será elaborada a taxa de licenciamento e ainda
as condicionantes que o empreendimento deverá cumprir após o deferimento da
licença ambiental.
 NRL – Após a análise minuciosa do analista ambiental, o processo é encaminhado a este
setor novamente para que o gerente tome ciência da decisão do analista, analisando os
documentos e o parecer técnico emitido, posteriormente encaminhando para o setor
seguinte, caso a decisão seja favorável à emissão da licença ambiental.
Caso não seja favorável, o processo é arquivado e o requerente é informado do motivo do
indeferimento, sendo concedido ao requerente recurso ao próprio órgão, sendo
estabelecido o prazo de 10 (dez) dias úteis da data do recebimento da Notificação,
assim determinado no parágrafo 10º da Lei Complementar nº 070/2012.

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 DTMA – Será realizado mais uma análise do processo, com o objetivo de averiguar se
não há nenhuma inconformidade e posteriormente encaminhando o processo ao setor
seguinte.
 DIPRE – Neste o Diretor-Presidente do instituto fará a ultima análise antes da assinatura
da licença e posteriormente comunicará e encaminhará ao requerente a licença ambiental.

7.5. MONITORAMENTO AMBIENTAL

O monitoramento é responsável pela etapa de verificação do cumprimento das condições


exigidas para a validação da licença ambiental de uma determinada atividade que causa de
alguma forma um dano ambiental.

Nesta etapa o processo de emissão da licença ambiental em si já está concluído, no


entanto para que a licença continue regularizada é necessário que se cumpra todas as exigências
estabelecidas pelo órgão ambiental competente, geralmente cobrada por meio de relatório que
são entregues periodicamente, sendo estes prazos também estabelecidos pelo órgão ambiental.

Essas condições de validação da licença são comumente chamadas de condicionantes de


licenciamento. Estas devem guardar estrita relação com os impactos ambientais negativos dos
empreendimentos, identificados nos estudos ambientais ou nas vistorias técnicas, que instruem o
licenciamento.

O não cumprimento das leis ambientais está sujeitos às penalidades descritas na lei de
crimes ambientais (Lei nº 9605/98) e nas leis estaduais, no Amapá, a Lei Complementar nº
005/94 e Decreto nº 3009/98. No caso de empreendimentos que estão exercendo suas atividades
em desacordo com as condições exigidas nas licenças, estes são caracterizados como crimes
ambientais, de acordo com o art. 60 da Lei 9605/98 e art. 15, inciso V do Decreto nº 3009/98.

De acordo com o Art. 17 da Lei Complementar nº 140/2011, o órgão responsável pelo


licenciamento ou autorização, conforme o caso, é competente para lavrar auto de infração
ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação
ambiental, mas isto não impede o exercício pelos demais entes federativos da atribuição comum
de fiscalização dos empreendimentos ou atividades utilizadores de recursos naturais, efetiva ou
potencialmente poluidores, ou sob qualquer forma de causar degradação ao meio ambiente,

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prevalecendo, ao final, o auto de infração lavrado por órgão do ente federativo que detenha a
atribuição legal de licenciamento ou autorização, dispõe o parágrafo 3º deste artigo.

No Estado do Amapá o monitoramento é função do setor Núcleo de Monitoramento


sendo este subordinado a Coordenadoria de Controle Ambiental (CCA) e este a Diretoria
Técnica de Meio Ambiente (DTMA), como demonstra a figura do organograma do IMAP já
citado (Pág, 54 desta apostila).

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56
REFERÊNCIAIS

AMADO, Frederico A. Trindade. Legislação Comentada para Concursos. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo. 2015.

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado,1998.

______. Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
Brasília, DF, 1981.

______. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Seção III, Artigo 54. Brasília, DF, 1998.

______. Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225 1º, inciso I, II, III e VII da
Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá
outras providências. Brasília, DF, 2000.

______. Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as
Leis 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de dezembro de
2006; revoga as Leis 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Seção III, Artigo 54.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Ministério do Meio Ambiente.


Resolução Conama nº 001/1986. 1986b. Brasília: Livro CONAMA, MMA, 2012. 1126 p.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Ministério do Meio Ambiente.


Resolução Conama nº. 237, de 19 de dezembro de 1997. 1997. Brasília: Livro CONAMA, MMA,
2012. 1126 p.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília, 2009.

_____. Manual de Licenciamento Ambiental: Guia de procedimento passo à passo. Rio de Janeiro:
GMA, 2004.

VIANA, Maurício Borato. Legislação sobre o licenciamento ambiental: Histórico, controvérsias e


Perspectivas. Câmara dos Deputados, Brasília, 2005.

SANTOS, J. R. B. Junior. Diagnóstico do Licenciamento Ambiental dos Postos de Revenda Varejista


de Combustíveis do Município de Macapá. Macapá-AP, 2014.

SIQUEIRA, Gabriela Valente. Licenciamento Ambiental no Amapá: O caso do Aproveitamento


Hidrelétrico de Ferreira Gomes (AHE-FG). Macapá-AP, 2011.

SOBRINHO, Adelino F. Mendonça. Aplicação do Licenciamento e Estudo de Impacto Ambiental em


Gasodutos: estudos de caso. UFBA, Salvador-BA, 2008.

SOUZA, Demétrius Coelho. Breves Considerações sobre o Licenciamento Ambiental. Revista Jurídica
da UniFil, Ano VI, Vol. Nº6.

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57
CREMONEZ, F. E.; CREMONEZ, P. A.; FEROLDI, M.; CAMARGO, M. P.; KLAJN, F. F.; FEIDEN,
A. Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no Brasil. Revista Monografias
Ambientais - REMOA v.13, n.5, dez. 2014, p.3821-3830.

PIMENTEL, G.; PIRES, S.H.. Metodologias de avaliação de impacto ambiental: aplicações e seus
limites. Rev. Adm. púb., Rio de Janeiro, 26 (1): 56-68, jan./mar. 1992

CASTRO, M. B.; VILLELA, L. M. A.; LAUDARES, S. S. A.; MORAIS, L. O. F.; OLIVEIRA, A. L.;
BARROS, D. A.; BARBOSA, A. C. M.; BORGES, Ç. A. C.. Metodologias Para Avaliação de
Impactos Ambientais. XII Congresso Nacional de Meio Ambiente De Poços De Caldas. Maio de 2015,
Minas Gerais.

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58
ANEXO 1 - Princípios de Estocolmo (oito primeiros)
PRINCÍPIOS DE ESTOCOLMO (OITO PRIMEIROS)

1. O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições


de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e
gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as
gerações presentes e futuras.

2. Os recursos naturais da terra incluídos o ar, a água, a terra, a flora e a fauna e


especialmente amostras representativas dos ecossistemas naturais devem ser preservados em
benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou
ordenamento.

3. Deve-se manter, e sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade da terra em


produzir recursos vitais renováveis.

4. O homem tem a responsabilidade especial de preservar e administrar judiciosamente o


patrimônio da flora e da fauna silvestres e seu habitat, que se encontram atualmente, em grave
perigo, devido a uma combinação de fatores adversos. Consequentemente, ao planificar o
desenvolvimento econômico deve-se atribuir importância à conservação da natureza, incluídas a
flora e a fauna silvestres.

5. Os recursos não renováveis da Terra devem empregar-se de forma que se evite o perigo
de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de
sua utilização.

6. Deve-se por fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros materiais que liberam
calor, em quantidades ou concentrações tais que o meio ambiente não possa neutralizá-los, para
que não se causem danos graves e irreparáveis aos ecossistemas. Deve-se apoiar a justa luta dos
povos de todos os países contra a poluição.

7. Os Estados deverão tomar todas as medidas possíveis para impedir a poluição dos mares
por substâncias que possam por em perigo a saúde do homem, os recursos vivos e a vida
marinha, menosprezar as possibilidades de derramamento ou impedir outras utilizações legítimas
do mar.

8. O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um


ambiente de vida e trabalho favorável e para criar na terra as condições necessárias de melhoria
da qualidade de vida.

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59
ANEXO 2 - SISNAMA

A Política Nacional de Meio Ambiente estabeleceu conceitos, princípios, objetivos,


instrumentos, mecanismos de aplicação e de formulação e institui o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (SISNAMA).

SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (SISNAMA)


O SISNAMA surge, nesse contexto, com a finalidade de estabelecer um conjunto articulado
de órgãos, entidades, regras e práticas responsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade
ambiental.
Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios, bem
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, constituem o SISNAMA, estruturado por meio dos seguintes níveis
político-administrativos:
Órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais.
Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Reúne diferentes setores da sociedade e tem o
caráter normativo dos instrumentos da política ambiental. O plenário do CONAMA engloba
todos os setores do governo federal, dos governos estaduais, representantes de governos
municipais e da sociedade, incluindo setor produtivo, empresarial, de trabalhadores e
organizações não governamentais.
Órgão central: ao Ministério do Meio Ambiente cabe a função de formular, planejar,
coordenar, supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o
meio ambiente.
Órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), com a finalidade de executar e fazer executar as políticas e diretrizes
governamentais definidas para o meio ambiente.
Órgãos seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta ou
indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas à
proteção da qualidade ambiental ou as de disciplinamento do uso dos recursos ambientais, bem
como os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo
controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental.
Órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
As principais funções do SISNAMA são:
 Implementar a Política Nacional do Meio Ambiente;
 Estabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas
responsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental; e
 Garantir a descentralização da gestão ambiental, através do compartilhamento
entre os entes federados (União, Estados e Municípios).
O SISNAMA representa o início da descentralização na gestão ambiental. No entanto, não basta
um conjunto de órgãos e de instrumentos, é preciso articulações para gerenciar e compartilhar a
informação, possibilitar a avaliação e o acompanhamento permanente das políticas ambientais do
país.
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60
- metalurgia de metais preciosos
ANEXO 3 – Atividades ou
- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas
empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental - fabricação de estruturas metálicas com ou sem
tratamento de superfície, inclusive
galvanoplastia
ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS
SUJEITAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL - fabricação de artefatos de ferro / aço e de
metais não-ferrosos com ou sem tratamento de
superfície, inclusive galvanoplastia

Extração e tratamento de minerais - têmpera e cementação de aço, recozimento de


arames, tratamento de superfície
- pesquisa mineral com guia de utilização
Indústria mecânica
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com
ou sem beneficiamento - fabricação de máquinas, aparelhos, peças,
utensílios e acessórios com e sem tratamento
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento térmico e/ou de superfície

- lavra garimpeira Indústria de material elétrico, eletrônico e


comunicações
- perfuração de poços e produção de petróleo e
gás natural - fabricação de pilhas, baterias e outros
acumuladores
Indústria de produtos minerais não
metálicos - fabricação de material elétrico, eletrônico e
equipamentos para telecomunicação e
- beneficiamento de minerais não metálicos, não informática
associados à extração
- fabricação de aparelhos elétricos e
- fabricação e elaboração de produtos minerais eletrodomésticos
não metálicos tais como: produção de material
cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre Indústria de material de transporte
outros.
- fabricação e montagem de veículos rodoviários
Indústria metalúrgica e ferroviários, peças e acessórios

- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos - fabricação e montagem de aeronaves

- produção de fundidos de ferro e aço / forjados - fabricação e reparo de embarcações e


/ arames / relaminados com ou sem tratamento estruturas flutuantes
de superfície, inclusive galvanoplastia
Indústria de madeira
- metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas
primárias e secundárias, inclusive ouro - serraria e desdobramento de madeira

- produção de laminados / ligas / artefatos de - preservação de madeira


metais não-ferrosos com ou sem tratamento de
superfície, inclusive galvanoplastia - fabricação de chapas, placas de madeira
aglomerada, prensada e compensada
- relaminação de metais não-ferrosos , inclusive
ligas - fabricação de estruturas de madeira e de
móveis
- produção de soldas e anodos
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61
Indústria de papel e celulose caça-desporto, fósforo de segurança e artigos
pirotécnicos
- fabricação de celulose e pasta mecânica
- recuperação e refino de solventes, óleos
- fabricação de papel e papelão minerais, vegetais e animais

- fabricação de artefatos de papel, papelão, - fabricação de concentrados aromáticos


cartolina, cartão e fibra prensada naturais, artificiais e sintéticos

Indústria de borracha - fabricação de preparados para limpeza e


polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas
e fungicidas
- beneficiamento de borracha natural

- fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes,


- fabricação de câmara de ar e fabricação e
recondicionamento de pneumáticos impermeabilizantes, solventes e secantes

- fabricação de fertilizantes e agroquímicos


- fabricação de laminados e fios de borracha

- fabricação de espuma de borracha e de - fabricação de produtos farmacêuticos e


artefatos de espuma de borracha , inclusive veterinários
látex
- fabricação de sabões, detergentes e velas
Indústria de couros e peles
- fabricação de perfumarias e cosméticos
- secagem e salga de couros e peles
- produção de álcool etílico, metanol e similares
- curtimento e outras preparações de couros e
peles Indústria de produtos de matéria plástica

- fabricação de artefatos diversos de couros e - fabricação de laminados plásticos


peles
- fabricação de artefatos de material plástico
- fabricação de cola animal
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e
Indústria química artefatos de tecidos

- produção de substâncias e fabricação de - beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de


produtos químicos origem animal e sintéticos

- fabricação de produtos derivados do - fabricação e acabamento de fios e tecidos


processamento de petróleo, de rochas
betuminosas e da madeira - tingimento, estamparia e outros acabamentos
em peças do vestuário e artigos diversos de
- fabricação de combustíveis não derivados de tecidos
petróleo
- fabricação de calçados e componentes para
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais- calçados
animais/óleos essenciais vegetais e outros
produtos da destilação da madeira Indústria de produtos alimentares e bebidas

- fabricação de resinas e de fibras e fios - beneficiamento, moagem, torrefação e


artificiais e sintéticos e de borracha e látex fabricação de produtos alimentares
sintéticos
- matadouros, abatedouros, frigoríficos,
- fabricação de charqueadas e derivados de origem animal
pólvora/explosivos/detonantes/munição para
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62
- fabricação de conservas - transposição de bacias hidrográficas

- preparação de pescados e fabricação de - outras obras de arte


conservas de pescados
Serviços de utilidade
- preparação , beneficiamento e industrialização
de leite e derivados - produção de energia termoelétrica

- fabricação e refinação de açúcar -transmissão de energia elétrica

- refino / preparação de óleo e gorduras - estações de tratamento de água


vegetais
- interceptores, emissários, estação elevatória e
- produção de manteiga, cacau, gorduras de tratamento de esgoto sanitário
origem animal para alimentação
- tratamento e destinação de resíduos
- fabricação de fermentos e leveduras industriais (líquidos e sólidos)

- fabricação de rações balanceadas e de - tratamento/disposição de resíduos especiais


alimentos preparados para animais tais como: de agroquímicos e suas embalagens
usadas e de serviço de saúde, entre outros
- fabricação de vinhos e vinagre
- tratamento e destinação de resíduos sólidos
- fabricação de cervejas, chopes e maltes urbanos, inclusive aqueles provenientes de
fossas
- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem
como engarrafamento e gaseificação de águas - dragagem e derrocamentos em corpos d’água
minerais
- recuperação de áreas contaminadas ou
- fabricação de bebidas alcoólicas degradadas

Indústria de fumo Transporte, terminais e depósitos

- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e - transporte de cargas perigosas


outras atividades de beneficiamento do fumo
- transporte por dutos
Indústrias diversas
- marinas, portos e aeroportos
- usinas de produção de concreto
- terminais de minério, petróleo e derivados e
- usinas de asfalto produtos químicos

- serviços de galvanoplastia - depósitos de produtos químicos e produtos


perigosos
Obras civis
Turismo
- rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos
- complexos turísticos e de lazer, inclusive
- barragens e diques parques temáticos e autódromos

- canais para drenagem Atividades diversas

- retificação de curso de água - parcelamento do solo

- abertura de barras, embocaduras e canais - distrito e pólo industrial

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63
Atividades agropecuárias

- projeto agrícola

- criação de animais

- projetos de assentamentos e de colonização

Uso de recursos naturais

- silvicultura

- exploração econômica da madeira ou lenha e


subprodutos florestais

- atividade de manejo de fauna exótica e


criadouro de fauna silvestre

- utilização do patrimônio genético natural

- manejo de recursos aquáticos vivos

- introdução de espécies exóticas e/ou


geneticamente modificadas

- uso da diversidade biológica pela biotecnologia

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64
ANEXO 4 – Decreto Federal nº 99.274/90
DECRETO No 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990.

Art. 4o O CONAMA compõe-se de: (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

I - Plenário; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

II - Câmara Especial Recursal; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

III - Comitê de Integração de Políticas Ambientais; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792,
de 2009)

IV - Câmaras Técnicas; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

V - Grupos de Trabalho; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

VI - Grupos Assessores. (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009)

Art. 5º Integram o Plenário do Conama: (Redação dada pelo Decreto nº 99.355, de 1990)

I - o Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o presidirá; (Redação dada pelo Decreto
nº 3.942, de 2001)

II - o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu Secretário-


Executivo; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

III - um representante do IBAMA e um do Instituto Chico Mendes; (Redação dada pelo


Decreto nº 6.792, de 2009)

IV - um representante da Agência Nacional de Águas-ANA;(Redação dada pelo Decreto


nº 3.942, de 2001)

V - um representante de cada um dos Ministérios, das Secretarias da Presidência da


República e dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, indicados pelos respectivos
titulares; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

VI - um representante de cada um dos Governos Estaduais e do Distrito Federal,


indicados pelos respectivos governadores; (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

VII - oito representantes dos Governos Municipais que possuam órgão ambiental
estruturado e Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo, sendo: (Redação dada pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

a) um representante de cada região geográfica do País; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de


2001)

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65
b) um representante da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente-
ANAMMA; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

c) dois representantes de entidades municipalistas de âmbito nacional; (Incluída pelo


Decreto nº 3.942, de 2001)

VIII - vinte e um representantes de entidades de trabalhadores e da sociedade civil,


sendo: (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

a) dois representantes de entidades ambientalistas de cada uma das Regiões Geográficas do


País; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

b) um representante de entidade ambientalista de âmbito nacional; (Incluída pelo Decreto nº


3.942, de 2001)

c) três representantes de associações legalmente constituídas para a defesa dos recursos


naturais e do combate à poluição, de livre escolha do Presidente da República; (Incluída pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

d) um representante de entidades profissionais, de âmbito nacional, com atuação na área


ambiental e de saneamento, indicado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental-ABES; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

e) um representante de trabalhadores indicado pelas centrais sindicais e confederações de


trabalhadores da área urbana (Central Única dos Trabalhadores-CUT, Força Sindical,
Confederação Geral dos Trabalhadores-CGT, Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Indústria-CNTI e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio-CNTC), escolhido em
processo coordenado pela CNTI e CNTC; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

f) um representante de trabalhadores da área rural, indicado pela Confederação Nacional


dos Trabalhadores na Agricultura-CONTAG; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

g) um representante de populações tradicionais, escolhido em processo coordenado pelo


Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Populações Tradicionais-
CNPT/IBAMA; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

h) um representante da comunidade indígena indicado pelo Conselho de Articulação dos


Povos e Organizações Indígenas do Brasil-CAPOIB; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

i) um representante da comunidade científica, indicado pela Sociedade Brasileira para o


Progresso da Ciência-SBPC; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

j) um representante do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e


Corpos de Bombeiros Militares-CNCG; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

l) um representante da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza-


FBCN; (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

IX - oito representantes de entidades empresariais; e (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de


2001)
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66
X - um membro honorário indicado pelo Plenário. (Incluída pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 1o Integram também o Plenário do CONAMA, na condição de Conselheiros Convidados,


sem direito a voto: (Redação dada pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

I - um representante do Ministério Público Federal; (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de


2001)

II - um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho Nacional


dos Procuradores-Gerais de Justiça; e (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

III - um representante da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias


da Câmara dos Deputados. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 2o Os representantes referidos nos incisos III a X do caput e no § 1o e seus respectivos


suplentes serão designados pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente. (Redação dada pelo
Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 3o Os representantes referidos no inciso III do caput e no § 1o e seus respectivos suplentes


serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades. (Incluído pelo Decreto nº
3.942, de 2001)

§ 4o Incumbirá à ANAMMA coordenar o processo de escolha dos representantes a que se


referem as alíneas "a" e "b" do inciso VII e ao Presidente do CONAMA a indicação das
entidades referidas na alínea "c" desse mesmo inciso. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 5o Os representantes das entidades de trabalhadores e empresariais serão indicados pelas


respectivas Confederações Nacionais. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 6o Os representantes referidos no inciso VIII, alíneas "a" e "b", serão eleitos pelas
entidades inscritas, há pelo menos um ano, no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas-
CNEA, na respectiva região, mediante carta registrada ou protocolizada junto ao
CONAMA. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

§ 7o Terá mandato de dois anos, renovável por igual período, o representante de que trata o
inciso X. (Incluído pelo Decreto nº 3.942, de 2001)

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67
ANEXO 5 – Anexo do Decreto Estadual nº 3009/98
ANEXO DO DECRETO Nº 3009 de 17 de novembro de 1998
CARACTERIZAÇÃO DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

A - CRITÉRIOS GERAIS

I - Os empreendimentos abrangidos pela aplicação das normas e princípios estabelecidos neste


Decreto, quanto ao seu potencial poluidor ou degradador do meio ambiente e quanto ao seu
porte, são classificadas em Pequeno (P), Médio (M), Grande (G) e Excepcional(E).
II - A classificação, quando não for indicada de outra forma, decorre da verificação da Área Útil
(AU) e Número de Empregados (NE) do empreendimento.
III - Considera-se Área Útil (AU), em hectares, o total da área utilizada pelo empreendimento,
incluindo-se a área construída e a utilizada para circulação, estocagem e composição
paisagística.
IV - Considera-se Número de Empregados (NE), a soma dos empregados utilizados na produção
e administração.

B - TABELA DE CÓDIGO DAS ATIVIDADES

C - LEGENDAS
AU = Área Útil em ha (hectare)
NE = Número de empregados
AI = Área inundada em ha (hectare)
NV = Número de veículos, embarcações ou aeronaves
NA = Número de Apartamentos
L = Comprimento em km (quilômetro)
P = Potência em MVA (megavolt ampère).
Nota: O enquadramento dar-se-á sempre pelo maior parâmetro.
01 - Extração e Tratamento de Minerais 17 - Indústria do Vestuário, Calçados, Artefatos de
02 - Indústria de Minerais não metálicos Tecidos e de Couros
03 - Indústria Metalúrgica 18 - Indústria de Produtos Alimentares
04 - Indústria Mecânica 19 - Indústria de Bebidas e Álcool Etílico
05 - Indústria de Material Elétrico e de Comunicações 20 - Indústria de Fumo
06 - Indústria de Material de Transporte 21 - Indústria Editorial e Gráfica
07 - Indústria Madeireira 22 - Atividades Diversas
08 - Indústria do Mobiliário 23 - Construção Civil
09 - Indústria do Papel e Papelão 24 - Serviços de Utilidade Pública
10 - Indústria da Borracha 25 - Comércio Atacadista
11 - Indústria de Couro, Peles e Produtos Similares 26 - Transportes e Terminais
12 - Indústria Química 27 - Serviços Auxiliares
13 - Indústria de Produtos Farmacêuticos e Veterinários 28 - Serviços Médicos e Veterinários
14 - Indústria de Perfumaria, Sabões e Velas 29 - Atividades Agropecuárias, Pesca e Aquicultura
15 - Indústria de Produtos de Matérias Plásticas 30 - Beneficiamento de Resíduos
16 - Indústria Têxtil 31 - Indústria de Componentes e Aparelhos Eletro-
eletrônicos
32 - Exploração de Produtos Vegetais

O DECRETO 3009/1998 E SEU ANEXO VOCE PODE ENCONTRAR NA SEGUNDA


APOSTILA.
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68
ANEXO 6 – Metodologias de Avaliação de Impacto Ambiental
METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

CREMONEZ, F. E.; CREMONEZ, P. A.; FEROLDI, M.; CAMARGO, M. P.; KLAJN, F. F.;
FEIDEN, A. Avaliação de impacto ambiental: metodologias aplicadas no Brasil. Revista
Monografias Ambientais - REMOA v.13, n.5, dez. 2014, p.3821-3830.

PIMENTEL, G.; PIRES, S.H.. Metodologias de avaliação de impacto ambiental: aplicações e


seus limites. Rev. Adm. púb., Rio de Janeiro, 26 (1): 56-68, jan./mar. 1992

CASTRO, M. B.; VILLELA, L. M. A.; LAUDARES, S. S. A.; MORAIS, L. O. F.; OLIVEIRA,


A. L.; BARROS, D. A.; BARBOSA, A. C. M.; BORGES, Ç. A. C.. Metodologias Para
Avaliação de Impactos Ambientais. XII Congresso Nacional de Meio Ambiente De Poços De
Caldas. Maio de 2015, Minas Gerais.

1. Método Espontâneo (AD HOC)

Surgiu pela necessidade da tomada de decisões no que diz respeito à implantação de


projetos, considerando o parecer de especialistas em cada espécie de impacto resultante do
projeto, além dos pontos econômicos e técnicos. Consiste na formação de grupos de trabalho
multidisciplinares com profissionais qualificados em diferentes áreas de atuação, apresentando
suas impressões baseadas na experiência para elaboração de um relatório que irá relacionar o
projeto a ser implantado com seus possíveis impactos causados (STAMM, 2003). Esta
metodologia quando utilizada isoladamente deve desenvolver a AIA (Avaliação de Impacto
Ambiental) de forma simples, de fácil interpretação e de maneira dissertativa.
A referida metodologia é adequada às situações com escassez de dados e quando a
avaliação deve ser disponibilizada em um curto espaço de tempo (CARVALHO e LIMA, 2010).
A vantagem desse método, além de ser realizada em curto espaço de tempo como já mencionado
anteriormente, proporciona menores gastos e é facilmente compreensível pelo público em geral.
Por outro lado, exibe um alto grau de subjetividade, visto que considera a análise qualitativa e
deixa de lado o caráter quantitativo da avaliação, além de ser passível de espacialização via SIG
(Sistema de Informação Geográfica) e utilizar informações que normalmente encontram-se
disponíveis (RANIERI et al., 1998).
As consultas “ad hoc” compõem a maioria dos métodos de AIA, em pelo menos uma de
suas fases (PEREIRA; BORÉM, 2007), porém o método “ad hoc” sozinho não contempla as
exigências da legislação vigente, devendo ser usado como uma etapa dentro do processo de
avaliação e não como método absoluto.

2. Método check-list (listagem)

São instrumentos bastante práticos, fáceis de usar e são utéis em estudos preliminares
para indentificação de impactos relevantes (SÁNCHEZ, 2008; TOMASI, 1993).
Segundo Costa et al (2005), a listagem representa um dos métodos mais utilizados em
AIA em fase inicial. Consiste na identificação e enumeração dos impactos, a partir da diagnose
ambiental realizada por especialistas dos meios físico, biótico e sócio-econômico. Os
especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes das fases de implantação e operação do
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69
empreendimento, categorizados em positivos ou negativos, conforme o tipo da modificação
antrópica que esteja sendo introduzida no sistema analisado.
Esse método tem como principal vantagem reunir os mais prováveis impactos associados
a um projeto (GALLARDO, 2004). Entretanto, tal metodologia não identifica impactos diretos,
não considera características temporais dos impactos, não considera a dinâmica dos sistemas
ambientais e na maioria dos casos não indica a magnitude dos impactos, além de obter resultados
subjetivos (CARVALHO; LIMA, 2010). Stamm (2003), cita cinco tipos básicos de listagem de
controle, que são: simples, descritivas, escalares, questionários e multiatributos.
Essa metodologia de impacto ambiental tem como principais vantagens à forma concisa,
organizada e compreensiva. Adequado para análises preliminares, indicando a priori os impactos
mais relevantes. Instiga a avaliação das consequências. Pode, de forma limitada, incorporar
escalas de valoração e ponderação. Porém tem como principais desvantagens o
compartimentação e fragmentação; não evidencia inter-relações entre os fatores ambientais. A
identificação dos efeitos é qualitativa e subjetiva. Impossibilidade de identificar impactos
secundários e fazer predições. Não capta valores e conflitos.

3. Métodos de Matrizes de Interação

A matriz de interação refere-se a uma listagem de controle bidimensional que relaciona


os fatores com as ações. Tal método é muito eficiente na identificação de impactos diretos
(alteração do ambiente que entra em contato com a ação transformadora), visto que tem por
objetivo relacionar as interações entre os fatores ambientais e os componentes do projeto
(FINUCCI, 2010). Embora possam incorporar parâmetros de avaliação são meramente métodos
de identificação, importantes em atividades que possam causar impactos de maior intensidade e,
portanto, devem ser monitorados com bastante atenção (MOTA e AQUINO, 2002).
A metodologia de matriz de interações teve início a partir da tentativa de suprir as falhas
observadas nas listagens (check-list). A Matriz de Leopold, elaborada em 1971, é uma das mais
conhecidas e utilizadas mundialmente, sendo que a mesma foi projetada com o intuito de avaliar
os impactos associados a quase todos os tipos de implantação de projetos (BECHELLI, 2010). A
referida Matriz é baseada em uma lista de 100 ações com potencial de possíveis provedores de
impacto ambiental e 88 características ambientais (FINUCCI, 2010). Faz-se necessário,
inicialmente, assinalar todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para que
posteriormente se estabeleça a magnitude e a importância de cada impacto em uma escala que
varia de 1 a 10. A partir disto, é possível identificar e avaliar se o impacto em questão se é
positivo ou negativo (OLIVEIRA E MOURA, 2009).
Enquanto o aferimento dos valores da magnitude é relativamente objetivo ou empírico,
referindo-se ao grau de alteração provocado por determinada ação sobre o fator ambiental, a
atribuição da pontuação para a importância de cada impacto é subjetiva ou normativa, visto que
envolve atribuição de peso relativo ao fator afetado no âmbito do projeto. Além disso, por não
estabelecer o princípio da exclusão e tampouco relacionar os fatores segundo seus efeitos finais,
um mesmo impacto pode estar em duplicidade. Também não há distinção dos efeitos a curto e
médio prazos nem se prega atenção em certos pontos críticos do impacto ambiental (TOMMASI,
1994).

4. Superposição de cartas

Referem-se a métodos cartográficos desenvolvidos no âmbito do planejamento territorial.


Procura-se adaptar as técnicas cartográficas para aplicá-las na avaliação de impactos ambientais,
visando à localização e a identificação da extensão dos efeitos sobre o meio através do uso de
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70
fotografias aéreas sobrepostas (FINUCCI, 2010). A metodologia consiste na montagem de uma
série de mapas temáticos, sendo que em cada mapa indica-se uma característica cultural, social e
física que refletem um impacto. Esses mapas quando integrados produzem a síntese da situação
ambiental de uma determinada área geográfica, podendo ser elaborados de acordo com os
conceitos de vulnerabilidade ou potencial dos recursos ambientais (conforme a necessidade de
obtenção de cartas de restrição ou de aptidão do solo). Nestes mapas, a intensificação das cores é
entendida como áreas com impactos ambientais mais intensos. O referido método é de grande
utilidade quando se avaliam questões de dimensionamento espacial, como na comparação entre
as alternativas analisadas em um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sendo este indicado para
complementar outra metodologia de AIA (CARVALHO e LIMA, 2010). Atualmente, com o
auxílio de satélites e computação gráfica, a aplicação deste tem se tornado mais simples e rápida
e com precisão incomparavelmente superior aos métodos anteriores (STAMM, 2003). A
metodologia é vista como uma transcrição mais moderna do método GIS (Geographic
Information System), sendo que a utilização de computadores ampliou sua gama de aplicações e
tornou o método ainda mais exato. Segundo Munn (1979), a aplicação desta permite repartir a
área de um mapa em porções, e cada uma dessas porções armazena uma grande quantidade de
informações.

A superposição de mapas tem como desvantagens a subjetividade dos resultados, a limitação


na quantificação dos impactos e a difícil integração de impactos socioeconômicos, além de não
considerar a dinâmica dos sistemas ambientais e requerer altas quantias para sua aplicação. Em
contrapartida, apresenta visualização espacial e geográfica dos fatores ambientais, tal como da
extensão dos impactos e proporciona fácil comparação de alternativas. Além disso, com o
avanço da informática e o crescimento dos sistemas de Informação Geográfica e
georreferenciamento as operações com mapas tornam-se extremamente ágeis, favorecendo as
possibilidades de utilização deste método (CARVALHO e LIMA, 2010; SUREHMA/GTZ,
1992).

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71
ANEXO 7 - GLOSSÁRIO
Ação Civil Pública – Figura jurídica que dá legitimidade ao Ministério Público, à administração
pública ou associação legalmente constituída para acionar os responsáveis por danos causados ao
meio ambiente, aos consumidores ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico (Lei nº 7347 de 24/07/1985).
Águas jurisdicionais – Águas sobre as quais o Brasil exerce soberania, como a faixa de mar
territorial, por exemplo.
Alvará – Documento passado a favor de alguém por autoridade judiciária ou administrativa, que
contém ordem ou autorização para a prática de determinado ato.
Análise dos impactos – em um estudo ambiental, designa a atividade de identificar, prever a
magnitude e avaliar a importância dos impactos decorrentes da proposta em estudo.
(Sánchez,2006)
Aquicultura – Produção, em cativeiro, de organismos com habitat predominantemente aquático,
em qualquer um de seus estágios de desenvolvimento.
Aquífero – Estrutura de rochas, cascalhos e areias situada acima de uma capa de rochas
impermeáveis, que por sua porosidade e permeabilidade possui a capacidade da armazenar água
que circula em seu interior.
Área de Estudo – Área geográfica na qual são realizados os levantamentos para fins de
diagnóstico ambiental. (Sánchez,2006)
Área de Influência - Área geográfica na qual são detectáveis os impactos de um projeto.
(Sánchez,2006)
Área de Preservação Permanente (APP) – área protegida, coberta ou não por vegetação nativa,
com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.
Assoreamento – Obstrução de rio, canal, estuário ou qualquer corpo d’água por acúmulo de
substâncias minerais (areia, argila) ou orgânicas (lodo), diminuindo sua profundidade e a força
de sua correnteza (Glossário IBAMA, 2003).
Autuação – ato de lavrar um auto contra alguém, processar.
Avaliação de Impacto Ambiental - Estudo realizado para identificar, prever e interpretar, assim
como, prevenir as consequências ou efeitos ambientais que determinadas ações, planos,
programas ou projetos podem causar à saúde, ao bem estar humano e ao entorno.
Avaliação de risco – processo pelo qual os resultados da análise de riscos são utilizados para a
tomada de decisão (Sánchez,2006).
Bacia hidrográfica – Conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e
subafluentes. A ideia de bacia hidrográfica está associada à noção da existência de nascentes,
divisores de águas e características dos cursos de água, principais e secundários, denominados
afluentes e subafluentes. A área física, assim delimitada, constitui-se em importante unidade de
planejamento e de execução de atividades socioeconômicas, ambientais, culturais e educativas.
Bioma – Conjunto de vida (vegetal e animal) definido pelo agrupamento de tipos de vegetação
contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história
compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria. Biomas são as
grandes ‘paisagens vivas’ existentes no planeta, definidas em geral de acordo com o tipo
dominante de vegetação. A Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica são exemplos de biomas.
Biota – é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos,
os protistas (algas unicelulares e protozoários) e as bactérias.
Carcinicultura – Criação de crustáceos, como caranguejos e camarões.

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72
Comissão Tripartite – Instância criada para articular os órgãos federais, estaduais e municipais
de meio ambiente e outras organizações da sociedade para a promoção da gestão ambiental
compartilhada e descentralizada entre os entes federados. É composta por representações
paritárias dos órgãos e entidades ambientais da federação, os quais desenvolvem seus trabalhos
de acordo com uma lógica de consenso, em que as decisões são construídas por unanimidade. A
Comissão Tripartite Nacional foi criada pela Portaria MMA nº. 189 de 25 de maio de 2001. É
composta por representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Associação Brasileira
de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA) e da Associação Nacional de Órgãos
Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA). As Comissões Tripartites Estaduais e a Comissão
Bipartite do Distrito Federal, instituídas pela Portaria MMA nº. 473 de 9 de dezembro de 2003,
têm as mesmas incumbências em âmbito estadual.
Compensação ambiental – Medida destinada a indenizar financeiramente a sociedade por
impactos ambientais adversos, não possíveis de evitar ou para os quais não se encontrou
qualquer medida de mitigação. Exemplo: contribuição para o fundo de meio ambiente ou a
aquisição de área destinada a um parque municipal como forma de compensar o município pela
exploração de minérios.
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do
Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Foi instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. O
CONAMA é composto por Plenário, Comitê de Integração de Políticas Ambientais - CIPAM,
Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo
Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do
MMA.
Consultivo – O caráter de ser consultado e de prestar assessoria sempre que necessário.
Deliberativo – Significa decidir sobre os temas e problemas apresentados.
Conscientização pública – Uma das modalidades da educação ambiental voltada a formar
opinião pública sobre determinados temas relativos ao meio ambiente. Pode ser realizada
mediante ações de sensibilização e mobilização, utilizando, para isso, diferentes meios de
comunicação.
Conservação ambiental – O manejo do uso humano da natureza, compreendendo a
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente
natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações,
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. (Art. 2º, Lei 9985/00).
Corpos d’água – Qualquer coleção de águas interiores. Denominação mais utilizada para águas
doces, abrangendo rios, igarapés, lagos, lagoas, represas, açudes etc. (Glossário MUNIC/IBGE,
2002).
Descentralização da Gestão Ambiental - É o processo gradual de transferência das atividades
da gestão ambiental da União para os Estados e desses para os municípios, bem como desses
todos em direção à sociedade, tendo em vista o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (SISNAMA) e uma gestão ambiental compartilhada;
Degradação ambiental – Alteração imprópria às características do meio ambiente.
Desenvolvimento sustentável – Existem mais de 80 significados diferentes para
desenvolvimento sustentável. Trata-se de um “termo em disputa” pelos mais diversos setores da
sociedade. Nesta capacitação adotamos a definição do ICLEI (International Council for local
Environmental Initiatives – “Governos locais pela Sustentabilidade”), segundo a qual,
desenvolvimento sustentável é “o desenvolvimento que provê a todos os serviços econômicos e
ambientais básicos, sem ameaçar a viabilidade dos sistemas natural, social e construído, dos
quais esses serviços dependem” (Toronto/Canadá, 1996).

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73
Diagnóstico ambiental – Descrição das condições ambientais existentes em determinada área no
momento presente; ou, descrição e análise da situação atual de uma área de estudo feita por meio
de levantamentos de componentes e processos do meio ambiente físico, biótico e antrópico e de
suas interações.
Diretriz - Conjunto de instruções ou indicações para se tratar e levar a termo um plano, uma
ação, um negócio.
Efeitos ambientais - Alterações nas características e na qualidade do meio ambiente produzida
por ação humana (FEEMA, 1997).
Efluente – Qualquer tipo de água ou líquido, que flui de um sistema de coleta, ou de transporte,
como tubulações, canais, reservatórios, e elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou
disposição final, com estações de tratamento e corpos de água receptores. (Dicionário de Meio
Ambiente do IBGE).
EIA/RIMA - Instrumento Legal do Licenciamento Ambiental, é uma exigência constitucional
para a instalação de obra ou atividade potencialmente poluidora de significativa degradação do
meio ambiente.
Emissão – Ação de emitir ou expelir de si.
Empreendimento - Toda e qualquer ação física com objetivos sociais ou econômicos
específicos, seja de cunho público ou privado, que cause intervenções sobre o território,
envolvendo determinadas condições de ocupação e manejo dos recursos naturais e alteração
sobre as peculiaridades ambientais.
Entorno - Área que circunscreve um território.
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) – Modalidade específica de estudo de impacto
ambiental adaptado a empreendimentos e impactos urbanos. (Sánchez,2006).
Estudos Ambientais - são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais
relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou
empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como:
relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise
preliminar de risco. (Resolução CONAMA nº 237/97).
Fiscalização – Procedimentos utilizados por órgão competente para verificar se as normas e leis
estão sendo cumpridas.
Gestão ambiental – Trata-se de um conjunto de políticas, programas e práticas que levam em
conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente. A gestão é realizada por
meio da eliminação ou da minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do
planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de
empreendimentos e atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto.
Gestão Ambiental Compartilhada- É o processo previsto pela Política Nacional de Meio
Ambiente pelo qual, através de uma repartição adequada de responsabilidades e recursos, se
estabelecem cooperação e integração entre os entes da federação, de forma a se assegurar a
qualidade ambiental necessária à manutenção e melhoria da qualidade de vida e a um uso
sustentável dos recursos naturais.
Impacto ambiental - qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas
que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as
atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a
qualidade dos recursos ambientais.
Impacto Ambiental Regional - é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área
de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.
(Resolução CONAMA nº 237/97).

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Impacto ambiental local- É aquele que, uma vez executada a ação, seus efeitos afetam apenas o
próprio local e suas imediações, não ultrapassando os limites de um município.
Indicadores - São índices de medida que nos ajudam a compreender uma determinada situação.
Por exemplo: o número de árvores por habitante de um município indica a sua cobertura vegetal
e é um dos indicadores de sua qualidade ambiental. Este número pode ser comparado ao
recomendável e usado para decidir se é necessário plantar mais árvores. Depois, este mesmo
indicador servirá para medir o sucesso ou fracasso de um programa de reflorestamento.
Infração administrativa ambiental – “Infração administrativa ambiental é toda ação ou
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente”. (Art. 70 da Lei no 9.605/98).
Instituir – Estabelecer, criar, fundar por meio de lei.
Interdição – suspensão de funcionamento.
Lei Orgânica Municipal – Considerada a “constituição” do município, dispõe sobre a estrutura,
o funcionamento e as atribuições dos poderes Executivo e Legislativo municipais.
Lençol freático – Lençol de água subterrâneo que se forma em profundidade relativamente
pequena; lençol superficial, lençol de água. Pode ser considerado como a parte ou camada
superior das águas subterrâneas.
Licença Ambiental - ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo
empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos am bientais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental. (Resolução CONAMA nº 237/97)
Manejo ambiental - Ato de intervir no meio natural com base em conhecimentos científicos e
técnicos, com o propósito de promover e garantir a conservação da natureza.
Medidas mitigadoras – Medidas destinadas a minimizar problemas decorrentes de obras ou
atividades poluidoras ou que causem degradação ambiental.
Meio ambiente - Conjunto dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais
susceptíveis de exercerem um efeito direto ou mesmo indireto, imediato ou a longo prazo, sobre
todos os seres vivos, inclusive o homem. (Dicionário de Meio Ambiente, IBGE)
Metais pesados – Grupo de metais de peso atômico relativamente alto. Alguns, como zinco e
Monitoramento – Trata-se do ato de acompanhar o comportamento de determinado fenômeno
ou situação com o objetivo de detectar riscos e oportunidades.
Normativo – que tem a atribuição de estabelecer normas.
Parâmetros ambientais – Valor de qualquer das variáveis de um componente ambiental que lhe
confira uma situação qualitativa ou quantitativa.
Passivo ambiental – Conjunto de deveres das empresas, decorrente de danos causados ao meio
ambiente.
Passivos – Conjunto de dívidas e obrigações de uma pessoa ou empresa. Num balanço, significa
também o conjunto de contas que registra a origem dos recursos da empresa: capital próprio,
financiamentos, etc.
Patrimônio arqueológico – Conjunto de testemunhos materiais relativos à pré-história da
humanidade.
Perigo – Condição ou situação física com potencial de acarretar consequências indesejáveis.
(Sánchez, 2006).
Plano Diretor – Instrumento básico de planejamento de uma cidade e que dispõe sobre sua
política de desenvolvimento, ordenamento territorial e expansão urbana. (Dicionário Eletrônico
Aurélio Século XXI)
Poluição – É a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem condições
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adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as
condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem materiais ou energia em desacordo
com os padrões internacionais estabelecidos.
Prognóstico ambiental – Projeção da provável situação futura do ambiente potencialmente
afetado, caso a proposta em análise (projeto, plano, programa ou política) seja implementada.
Qualidade ambiental - “expressão das condições e dos requisitos básicos que um ecossistema
detém, de natureza física, química, biológica, social, econômica, tecnológica e política,
resultantes da dinâmica dos mecanismos de adaptação e dos mecanismos de auto-superação dos
ecossistemas”. (Tauk, 1991).
Recuperação ambiental – Ação destinada a reverter processos de degradação ambiental por
meio de práticas e técnicas que visem restaurar o equilíbrio perdido.
Recuperação ambiental – Retorno de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada
a uma condição não-degradada, que pode ser diferente de sua condição original.
Regulamentar – expedir regulamento, prescrever regras de implementação de normas de
superior hierarquia.
Regulamentar - Sujeitar a regulamento, regular, regularizar.
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Documento que reflete as conclusões do Estudo de
Impacto Ambiental, redigido em linguagem acessível, de modo que se possa entender as
vantagens e desvantagens de um projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua
implementação.
Resíduo – Material descartado, individual ou coletivamente, pela ação humana, animal ou por
fenômenos naturais, que pode ser nocivo à saúde e ao meio ambiente quando não reciclado ou
reaproveitado.
Sanção - Medida repressiva infligida por uma autoridade.
Serviços ambientais – Conceito associado a tentativa de valoração dos benefícios ambientais
que a manutenção de áreas naturais pouco alteradas pela ação humana traz para o conjunto da
sociedade. Entre os serviços ambientais mais importantes estão a produção de água de boa
qualidade, a depuração e a descontaminação natural de águas servidas (esgotos) no ambiente, a
produção de oxigênio e a absorção de gases tóxicos pela vegetação, a manutenção de estoques de
predadores de pragas agrícolas, de polinizadores, de exemplares silvestres de organismos
utilizados pelo homem (fonte de gens usados em programas de melhoramento genético), a
proteção do solo contra a erosão, a manutenção dos ciclos biogeoquímicos, etc. Os serviços
ambientais são imprescindíveis a manutenção da vida na Terra.(Dicionário de Meio Ambiente do
IBGE).
Silvicultura – Manejo científico das florestas (nativas ou plantadas) para a produção permanente
de bens e serviços. (Dicionário de Meio Ambiente do IBGE).
Sinergia – Conceito derivado da Química. Indica um fenômeno no qual o efeito obtido pela ação
combinada de duas substâncias diferentes é maior do que a soma dos efeitos individuais dessas
mesmas substâncias. O emprego desse termo indica, portanto, a potencialização dos processos de
cooperação.
Sistemas agroflorestais – Sistemas agroflorestais são formas de uso ou manejo do solo, nos
quais se combinam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou
criação de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal, e que promovem benefícios
econômicos e ecológicos. (Projeto Biodiversidade Brasil).
SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente, constituído pelos órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade
ambiental. Tem como principais funções: (i) implementar a Política Nacional do Meio
Ambiente; (ii) estabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas
responsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental; e (iii) garantir a
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descentralização da gestão ambiental, através do compartilhamento entre os entes federados
(União, Estados e Municípios).
Termo de Referência – Conjunto de critérios exigidos para a realização de determinada
atividade.
Tramitação – Sequência de procedimentos para se alcançar um efeito ou objetivo.
Unidades de conservação – Porções do território nacional com características de relevante valor
ecológico e paisagístico, de domínio público ou privado, legalmente instituídas pelo poder
público com limites definidos sob regimes especiais de administração, aos quais se aplicam
garantias adequadas de proteção. Exemplo: Parque Nacional, Reservas Biológicas, Estações
Ecológicas.
Zona de amortecimento – Área no entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades
humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a Unidade. (Guia de Chefe/IBAMA, 2000).
Zoneamento ambiental – Estudo que envolve várias áreas de conhecimento e define as
possíveis ocupações do solo de acordo com a sua vocação ecológica.

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