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Contato Biologia 2

Manual do Professor

Ensino Médio

Componente curricular

Biologia

Marcela Yaemi Ogo

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina


(UEL-PR).

Especialista em Biologia Aplicada à Saúde pela Universidade Estadual de


Londrina (UEL-PR).

Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela


Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Mestre em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela Universidade


Estadual de Londrina (UEL-PR).

Atuou como professora da rede pública no Ensino Médio no estado do Paraná.

Atua como professora da rede pública no Ensino Fundamental no estado do


Paraná.

Realiza palestras e assessorias para professores em escolas particulares e


públicas.

Autora de livros didáticos para o Ensino Fundamental.

Leandro Pereira de Godoy

Licenciado e bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de


Londrina (UEL-PR).

Mestre em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR).

Atuou como professor na rede particular de Ensino Superior.

Atua como professor no ensino técnico profissionalizante.


Ministrou aulas na rede estadual de ensino do Paraná para o Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico.

Realiza palestras e assessorias para professores em escolas públicas e


particulares.

Autor de livros didáticos para o Ensino Fundamental

1ª . edição

São Paulo

2016

Copyright

© Marcela Yaemi Ogo, Leandro Pereira de Godoy, 2016

Diretor editorial

Lauri Cericato

Gerente editorial

Flávia Renata P. A. Fugita

Editora

Valquiria Baddini Tronolone

Editora assistente

Juliana Bardi

Gerente de produção editorial

Mariana Milani

Coordenador de produção editorial

Marcelo Henrique Ferreira Fontes

Coordenadora de arte

Daniela Máximo

Coordenadora de preparação e revisão

Lilian Semenichin
Supervisora de preparação e revisão

Izabel Rodrigues

Revisão

Carolina Manley

Coordenador de iconografia e licenciamento de textos

Expedito Arantes

Supervisora de licenciamento de textos

Elaine Bueno

Iconografia

Gabriela Araújo, Izilda Canosa

Coordenadora de ilustrações e cartografia

Marcia Berne

Diretor de operações e produção gráfica

Reginaldo Soares Damasceno

Produção editorial

Scriba Projetos Editoriais

Edição

Luciana Cadioli Panchoni

Assistência editorial

Kelly Cristina dos Santos, Ana Carolina N. S. Ferraro,

Felipe Casasanta Mostaço, Priscila Boneventi

Assessoria

Juliana Almeida

Projeto gráfico

Laís Garbelini e Hatadani

Capa
Marcela Pialarissi

Imagem de capa

Kidsada Manchinda/Getty Images

Edição de imagens

Maira Renata Dias Balestri

Edição de ilustrações

Rogério Casagrande

Diagramação

Ana Rosa Cordeiro de Oliveira

Tratamento de imagens

José Vitor Elorza Costa

Ilustrações

A7 Estudio, Angelo Shuman, Camila Ferreira,

Daniel Zeppo, Desenhorama Estúdio, Eber Evangelista,

Eduardo C. S., Guilherme Casagrandi, Luciane Mori,

Mauricio Loyola, N. Akira, Paula Diazzi, Rafael Luís Gaion,

Renan Fonseca, Rogério Casagrande,

Somma Studio, Studio Caparroz

Revisão

Ana Lúcia Alves Vidal

Assistência de produção

Luis Rogério M. Andrade, Daiana Melo e Tamires Azevedo

Autorização de recursos

Erick L. Almeida

Pesquisa iconográfica

Alaíde França
Editoração eletrônica

Luiz Roberto L. Correa (Beto)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ogo, Marcela Yaemi

#Contato biologia, 2º ano / Marcela Yaemi Ogo,

Leandro Pereira de Godoy. - 1ª ed. - São Paulo : Quinteto

Editorial, 2016. - (Coleção #contato biologia)

"Componente curricular: biologia"

ISBN 978-85-8392-077-9 (aluno)

ISBN 978-85-8392-078-6 (professor)

1. Biologia (Ensino médio) I. Godoy, Leandro Pereira de.

II. Título. III. Série.

16-02499

CDD-574.07

Índices para catálogo sistemático:

1. Biologia : Ensino médio 574.07

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro


de 1998.

Todos os direitos reservados à QUINTETO EDITORIAL LTDA.

Rua Rui Barbosa, 156 - Bela Vista - São Paulo-SP

CEP 01326-010 - Tel. (11) 35 98-60 00

Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A.

CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300


Guarulhos-SP - CEP 07220-020

Tel. (11) 35 45-86 00 e Fax (11) 24 12-53 75

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com


fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Para conhecer seu livro

Quantas notícias você ouviu ultimamente que envolvem o ambiente, animais,


plantas, genética, microrganismos, doenças e suas possíveis curas? E quantas
vezes, em seu cotidiano, você se deparou com a necessidade de entender e
até mesmo de opinar sobre estes e outros assuntos relacionados à Biologia?

Nesta coleção você estudará os aspectos biológicos da vida, bem como as


relações que os seres vivos mantêm entre si e como eles evoluem. Com isto,
perceberá o quanto somos responsáveis pelo planeta e descobrirá o que
podemos fazer para conservá-lo. Você também terá oportunidades de analisar
criticamente as pesquisas científicas e como elas impactam cada ser vivo e o
ambiente que nos cerca.

Todo o estudo é proposto utilizando uma linguagem simples, permeado de


imagens e textos autênticos próximos à sua realidade, abordando temas
relevantes em nossa sociedade. Assim, você verá que a Biologia está
relacionada à cultura e à sociedade, além de ter sua importância histórica e
científica.

Veja a seguir como esta coleção é organizada e como ela pode ajudá-lo no
estudo da Biologia.

Os autores.

Abertura de unidade

A unidade é iniciada com base em uma fotografia e em um texto, os quais


permitirão que você conheça o tema geral a ser trabalhado nos capítulos
seguintes.

Abertura de capítulo
O capítulo possui uma abertura para contextualizar o assunto que será
abordado. Com uma imagem, um texto e algumas questões, é possível
que você se familiarize e explore o assunto, verificando o que já sabe
sobre ele.

Na seção Oficina de Biologia você terá a oportunidade de colocar em


prática atividades referentes ao assunto estudado. O roteiro de
procedimentos tem o objetivo de levá-lo a desenvolver as atividades com
autonomia e segurança. No final, as questões o ajudarão a refletir sobre
os resultados encontrados.

Na seção Encontro com... você encontra textos que formam conexões


com outras áreas do saber. Você perceberá como no nosso dia a dia a
Biologia está conectada a outros conhecimentos.

A seção Biologia e... possibilita que você conheça a aplicação da Biologia


na Tecnologia, na Saúde, no Ambiente, na Cultura e na Sociedade. Nela,
são apresentados temas variados, como inovações da ciência, a
importância dos hábitos diários para a saúde, temas ambientais, a
valorização das diferentes culturas e o impacto da Biologia na nossa
sociedade.

Este boxe apresenta o significado das palavras destacadas no texto.

Nesse boxe, você verá informações que complementam o assunto


abordado no capítulo, aprofundando-o com curiosidades e novidades.

Atividades

Essa seção traz atividades diversificadas, com questões contextualizadas


e desafiadoras que o ajudarão a organizar os conceitos estudados e
relacioná-los a outras áreas do conhecimento. Além de trazer também
questões de vestibulares e do Enem, você vai encontrar atividades
enriquecidas com diferentes recursos, como tirinhas, reportagens,
pinturas, manchetes, fotografias e ilustrações, que visam facilitar seu
aprendizado, tornando-o mais prazeroso.
Ao fim de cada capítulo, a seção Refletindo sobre o capítulo apresenta
questões que retomam o conteúdo e o ajudam a perceber como vai seu
aprendizado. Além disso, traz questões para você refletir sobre alguns
assuntos estudados e suas consequências em nossa sociedade.

Trocando ideias

Essa seção aparece no final de alguns capítulos e é composta de textos


que abordam temáticas de relevância científica, social, histórica ou
cultural fundamentais ao exercício da cidadania. Além de textos, você
encontrará diferentes recursos, como cartazes, fotografias e ilustrações,
e questionamentos que oportunizam a argumentação e o olhar crítico
sobre a ciência.

Explorando o tema

Você encontrará essa seção no final de cada unidade, com textos


informativos relacionados a temas atuais, em conjunto com diversos
recursos, como ilustrações, fotografias, infográficos, entre outros. As
questões o ajudarão a interpretar o texto, levantar pontos de discussão e
trocar ideias com seus colegas. Além de ampliar seus conhecimentos
sobre Biologia, você também vai investigar sua presença e influência em
nosso cotidiano e na sociedade.

A seção Ampliando seus conhecimentos, presente no final do livro, traz


sugestões de leitura para que você possa se aprofundar nos assuntos
abordados no volume. Além disso, também são sugeridos filmes que
abordam temáticas de Biologia em diferentes contextos. Tanto a literatura
quanto o cinema podem contribuir para que sua aprendizagem de
Biologia se torne mais prazerosa e dinâmica.

Esse ícone indica que você deve responder à questão oralmente.

Esse ícone indica que você deve responder à questão no caderno.

Esse ícone indica que as cores das hilustrações não correspondem às


reais.
Esse ícone indica que as imagens apresentadas na página não possuem
proporção de tamanho entre si.

Esse ícone indica algumas dicas para facilitar as atividades práticas.

Esse ícone indica os cuidados necessários na realização das atividades


práticas, a fim de evitar acidentes.

Esse ícone indica sugestões de sites nos quais você pode encontrar
diferentes recursos e ampliar os conteúdos abordados no capítulo.

Sumário

Unidade 1

Classificação dos seres vivos e Microbiologia, p. 10

Capítulo 1

Classificação e nomenclatura dos seres vivos, p. 12

Por que classificar os seres vivos?, p. 13

Primeiras classificações dos seres vivos, p. 13

Classificações orientais, p. 14

Lineu e a classificação dos seres vivos, p. 14

Nomenclatura binomial, p. 14

Conceito de espécie, p. 15

Organização dos seres vivos, p. 16

Animais híbridos, p. 18

Sistemática, p. 20

Sistemática filogenética, p. 20

Propostas de classificação dos seres vivos, p. 23

A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos, p. 24

A proposta de classificação dos seres vivos em três domínios, p. 25


A proposta de classificação dos seres vivos em seis reinos e dois domínios, p.
25

Atividades, p. 27

Capítulo 2

Vírus e bactérias, p. 29

Vírus, p. 30

Estrutura dos vírus, p. 30

Replicação viral, p. 31

Os vírus e o ambiente, p. 32

Os vírus e a saúde humana, p. 32

Encontro com... História

· Gripe espanhola, p. 33

Bactérias, p. 38

As bactérias e o ambiente, p. 38

Estrutura das bactérias, p. 38

Metabolismo bacteriano, p. 40

Reprodução bacteriana, p. 41

Encontro com... Matemática

· Multiplicação celular, p. 42

Oficina de Biologia, p. 44

As bactérias e a saúde humana, p. 45

Atividades, p. 47

Capítulo 3

Protozoários, algas e fungos, p. 50

Protoctistas, p. 51

Protozoários, p. 51
Os protozoários e o ser humano, p. 54

Algas, p. 57

Encontro com... Física

· Algas marinhas e luz, p. 59

As algas e o ser humano, p. 60

Fungos, p. 61

Classificação dos fungos, p. 63

Reprodução dos fungos, p. 64

Oficina de Biologia, p. 65

Os fungos e o ser humano, p. 66

Atividades, p. 67

Explorando o tema, p. 70

A descoberta da penicilina e a evolução dos antibióticos atuais

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Unidade 2

Plantas, p. 72

Capítulo 4

Briófitas, pteridófitas e gimnospermas, p. 74

Origem e evolução das plantas, p. 75

Características das plantas, p. 75

Classificação das plantas, p. 76

Briófitas, p. 78

Pteridófitas, p. 80

Gimnospermas, p. 82

Atividades, p. 85
Trocando ideias, p. 88

· A reprodução das gimnospermas e a ameaça de extinção

Capítulo 5

Angiospermas, p. 90

Evolução das angiospermas, p. 91

Características das angiospermas, p. 91

Flor, p. 92

Polinização, p. 95

Tipos de polinização, p. 96

Classificação das angiospermas, p. 97

Morfologia e tecidos vegetais, p. 98

Órgãos vegetativos, p. 101

Raiz, p. 101

Plantas parasitas, p. 104

Plantas epífitas, p. 105

Caule, p. 105

Encontro com... História

· Ciclo da borracha e o extrativismo

vegetal na Amazônia, p. 108

Crescimento secundário, p. 109

Folhas, p. 110

Modificações das plantas, p. 112

Plantas carnívoras, p. 113

Estruturas anexas das plantas, p. 114

Reprodução a partir de raiz, caule e folha, p. 115

Semente, p. 115
Dispersão de sementes, p. 116

Frutos, p. 116

Estrutura dos frutos, p. 116

Tipos de frutos, p. 117

Atividades, p. 118

Trocando ideias, p. 121

· Ameaças aos polinizadores e dispersores de sementes

Capítulo 6

Fisiologia vegetal, p. 122

Absorção e transporte de água nas angiospermas, p. 123

Condução de seiva do floema nas angiospermas, p. 124

Transpiração nas angiospermas, p. 124

Regulação da transpiração pelos estômatos, p. 125

Gutação, p. 125

Nutrição nas angiospermas, p. 126

Fertilização, p. 126

Fotossíntese e respiração, p. 127

Oficina de Biologia, p. 128

Hormônios vegetais, p. 129

Auxina, p. 129

Ácido abscísico, p. 130

Giberelinas, p. 130

Etileno, p. 130

Citocininas, p. 130

Movimentos vegetais, p. 131

Fototropismo, p. 131
Gravitropismo, p. 131

Tigmotropismo, p. 131

Fotoperiodismo e fitocromos, p. 132

Atividades, p. 133

Explorando o tema, p. 136

Desmatamento da Amazônia

CRÉDITO: R-P/Kino.com.br

Unidade 3

Animais, p. 138

Capítulo 7

Poríferos e cnidários, p. 140

Origem dos animais, p. 141

Características gerais dos animais, p. 141

Poríferos, p. 143

Fisiologia dos poríferos, p. 143

Reprodução dos poríferos, p. 144

Cnidários, p. 144

Classificação dos cnidários, p. 145

Fisiologia dos cnidários, p. 145

Reprodução dos cnidários, p. 146

Atividades, p. 147

Capítulo 8

Platelmintos, nematódeos e moluscos, p. 149

Platelmintos, p. 150

Turbelários, p. 150
Trematódeos, p. 151

Cestódeos, p. 152

Nematódeos, p. 154

Ascaridíase, p. 154

Ancilostomose, p. 155

Filariose, p. 156

Oxiurose, p. 156

Moluscos, p. 158

Reprodução dos moluscos, p. 159

Gastrópodes, p. 160

Bivalves, p. 160

Cefalópodes, p. 161

Atividades, p. 163

Capítulo 9

Anelídeos, artrópodes e equinodermos, p. 165

Anelídeos, p. 166

Classificação dos anelídeos, p. 166

Fisiologia dos anelídeos, p. 167

Reprodução dos anelídeos, p. 168

Artrópodes, p. 168

Classificação dos artrópodes, p. 169

Fisiologia dos artrópodes, p. 171

Reprodução dos artrópodes, p. 173

Equinodermos, p. 176

Classificação dos equinodermos, p. 176

Fisiologia dos equinodermos, p. 178


Reprodução dos equinodermos, p. 178

Atividades, p. 179

Trocando ideias, p. 181

· Insetos como indicadores biológicos

Capítulo 10

Cordados: peixes e anfíbios, p. 182

Cordados, p. 183

Urocordados, p. 183

Cefalocordados, p. 184

Craniados ou vertebrados, p. 185

Classificação dos vertebrados, p. 185

Encontro com... Física

· Vesícula gasosa e flutuação dos peixes, p. 192

Origem e evolução dos tetrápodes, p. 195

Anfíbios, p. 196

Fisiologia dos anfíbios, p. 197

Reprodução dos anfíbios, p. 199

Atividades, p. 201

Capítulo 11

Cordados: répteis, aves e mamíferos, p. 204

Répteis, p. 205

Características dos répteis, p. 205

Classificação dos répteis, p. 206

Fisiologia dos répteis, p. 209

Reprodução dos répteis, p. 210

Aves, p. 211
Características gerais das aves, p. 211

Classificação das aves, p. 213

Fisiologia das aves, p. 214

Reprodução das aves, p. 216

Mamíferos, p. 217

Características gerais dos mamíferos, p. 217

Classificação dos mamíferos, p. 218

Fisiologia dos mamíferos, p. 219

Reprodução dos mamíferos, p. 221

Atividades, p. 222

Explorando o tema, p. 224

Tráfico de animais silvestres

CRÉDITO: Scott M Ward/Shutterstock.com

CRÉDITO: Christopher Morris/Corbis/Latinstock

Unidade 4

Corpo humano, p. 226

Capítulo 12

Corpo humano: digestão e respiração, p. 228

Organização estrutural do corpo humano, p. 229

Digestão, p. 230

Sistema digestório, p. 230

Respiração, p. 234

Sistema respiratório, p. 234

Atividades, p. 237

Trocando ideias
· Transtornos alimentares, p. 239

Capítulo 13

Corpo humano: circulação, imunidade e excreção, p. 240

Circulação, p. 241

Sistema circulatório, p. 241

Sistema linfático, p. 244

Imunidade, p. 245

Excreção, p. 247

Sistema urinário, p. 248

Formação e transporte de urina, p. 248

Atividades, p. 250

Trocando ideias, p. 253

· Transplante de órgãos

Capítulo 14

Corpo humano: coordenação e sentidos, p. 254

A coordenação do corpo humano, p. 255

Sistema nervoso, p. 255

Sentidos do corpo humano, p. 260

Audição, p. 260

Visão, p. 261

Tato, p. 264

Olfato, p. 264

Paladar, p. 265

Glândulas endócrinas, p. 266

Atividades, p. 268

Capítulo 15
Corpo humano: revestimento e movimentação, p. 270

Revestimento do corpo humano, p. 271

Movimentação do corpo humano, p. 272

Sistema esquelético, p. 272

Sistema muscular, p. 276

Estruturas responsáveis pela movimentação do corpo humano, p. 277

Atividades, p. 278

Explorando o tema, p. 280

Drogas

Ampliando seus conhecimentos, p. 282

Espaços não formais de ensino-aprendizagem, p. 285

Bibliografia, p. 288

Lista de siglas, p. 288

10

Unidade 1 - Classificação dos seres vivos e Microbiologia

LEGENDA: Indígena pataxó, da Aldeia Velha, no município de Porto


Seguro, Bahia, em 2014.

CRÉDITO: Renato Soares/Pulsar

11

Para os povos indígenas, as doenças são consideradas espíritos maus que


entram no corpo das pessoas. Acreditam que elas devem ser tratadas com
elementos retirados da natureza ou que são próprios da sua cultura, como
óleos, ervas, fumaças, amuletos, cantos e danças.

Por essas e outras razões, os indígenas desenvolveram um grande


conhecimento das espécies animais e vegetais que os cercam. Esses
conhecimentos os auxiliam, por exemplo, a partir da identificação da
enfermidade, a verificar qual planta utilizar em sua cura. Além disso, permitem-
lhes identificar, nomear, descrever e classificar os seres vivos da natureza de
acordo com determinados critérios, como se são venenosos, comestíveis,
medicinais ou alucinógenos, por exemplo.

Nesta unidade, estudaremos a classificação biológica atualmente aceita e os


critérios que são utilizados para agrupar os diferentes seres vivos. Também
veremos a importância dos microrganismos para o ambiente e o ser humano.

12

Capítulo 1 - Classificação e nomenclatura dos seres vivos

LEGENDA: Selos com o tema Criança e cidadania, lançados pelos Correios em


1997, abordando os direitos da criança e do adolescente no Brasil.

CRÉDITO: Correios Brasil

Selos são pequenas estampas adesivas, geralmente feitas de papel, usadas


em correspondências, com o objetivo de comprovar os serviços postais.

A criação do selo foi fundamental para o estabelecimento da comunicação


entre pessoas de todo o mundo, muito tempo antes da criação e popularização
da internet. Até alguns anos atrás, as pessoas comunicavam-se por meio de
cartas, no entanto, essa prática vem diminuindo cada vez mais, graças aos
avanços da comunicação a distância.

Os selos brasileiros são classificados em comemorativos, especiais,


promocionais e personalizados. Eles podem ser vendidos individualmente ou
em lotes, como os que vemos acima.

A. Você já recebeu uma carta com selo? Conte aos colegas. Resposta pessoal.

B. O que você entende por classificar? Resposta pessoal. Atenção professor:


Espera-se que os alunos expliquem que classificar é organizar algo seguindo
determinados critérios. Fim da observação.

C. Que critérios você utilizaria para classificar uma coleção de selos além dos
apresentados acima? Resposta pessoal. Atenção professor: É possível que os
selos também sejam classificados segundo o padrão de cor, o país, o ano de
veiculação, as datas comemorativas, entre outros padrões. Fim da observação.

D. Os critérios de classificação de um conjunto de selos como os citados no


terceiro parágrafo do texto acima são os mesmos que os utilizados para
classificar os seres vivos? Resposta: Não, pois são elementos diferentes e
seguem critérios distintos.

LEGENDA: Primeiro selo do mundo, conhecido como Penny Black, lançado em


1840 na Inglaterra.

CRÉDITO: c. 1840. Selo postal. Coleção particular. Foto: Doctor


Jools/Shutterstock.com

13

Por que classificar os seres vivos?

Classificar significa distribuir determinados objetos ou seres em grupos,


seguindo um critério ou método. Por exemplo, para classificar os seres vivos,
devem ser utilizados critérios diferentes dos usados para agrupar os selos da
página anterior.

Em todo o planeta, há uma grande quantidade de seres vivos com


semelhanças e diferenças entre si. Segundo um estudo* divulgado em 2011
pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep), estima-se que existam
8,7 milhões de organismos eucariontes. Acredita-se, também, que 86% das
espécies terrestres e 91% das espécies oceânicas ainda precisam ser
descobertas, descritas e catalogadas.

Para facilitar o estudo dos seres vivos, eles são agrupados ou separados de
acordo com determinados critérios. Nesse sentido, a taxonomia, que
possivelmente é a área mais antiga da Biologia, é a responsável por descrever,
nomear e classificar todos os animais e plantas.

Essa classificação auxilia a compreender o mundo natural e sua diversidade,


pois possibilita o estabelecimento de relações entre os organismos.

Primeiras classificações dos seres vivos

Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca classificar os elementos


da natureza, visando criar uma ordem. Isso resultou em diferentes sistemas de
classificação que surgiram tanto no Ocidente quanto no Oriente.

Um desses sistemas de classificação foi o desenvolvido pelo filósofo e


naturalista Aristóteles, nascido em 384 a.C., na cidade de Estagira, na Grécia.
Entre outros estudos, ele se dedicou a classificar e a comparar os seres vivos e
os elementos inanimados.

A classificação criada por Aristóteles era conhecida como Escala da natureza e


organizava os seres vivos de acordo com a complexidade de sua "alma". No
nível mais baixo dessa escala, estaria a matéria inanimada, depois viriam os
seres vivos divididos em plantas e animais. As plantas seriam dotadas de
capacidade de nutrição e reprodução, enquanto os animais, além das
capacidades inerentes às plantas, podiam se locomover e apresentavam a
capacidade de responder a estímulos. No nível mais elevado da escala,
encontrava-se o ser humano, que tinha as mesmas características dos outros
animais, além de ser dotado de razão.

Outro sistema de classificação foi desenvolvido pelo filósofo Teofrasto, que


nasceu por volta de 371 a.C., em Ereso, na Grécia. Teofrasto trabalhou com
Aristóteles por mais de vinte anos. Seu sistema consistia, principalmente, em
classificar as plantas em árvores, arbustos, vegetação rasteira e ervas. Ele
também foi responsável por fazer a primeira distinção entre angiospermas e
gimnospermas e entre monocotiledôneas e dicotiledôneas.

LEGENDA: Cão doméstico.

CRÉDITO: arturasker/Shutterstock.com

LEGENDA: Azaleias.

CRÉDITO: Image.Art/Shutterstock.com

LEGENDA: Pinheiro.

CRÉDITO: Wim Verhagen/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Azaleia: pode atingir de 1 m a 2 m de altura.


Cachorro: pode atingir de 18 cm a 86 cm de altura. Pinheiro (Pinus sp.): pode
atingir de 30 m a 50 m de altura.

Fim do complemento.

1. Classifique os seres vivos acima de acordo com a classificação proposta por


Aristóteles.

Resposta: As azaleias (B) e o pinheiro (C) são plantas, pois são capazes de
nutrir-se e reproduzir-se. O cachorro (A) é um animal, pois pode nutrir-se,
reproduzir-se, locomover-se e responder a estímulos.

2. Classifique os seres vivos das fotografias B e C de acordo com a proposta


de Teofrasto.

Resposta: As azaleias formam arbustos, enquanto o pinheiro é uma árvore.


Além disso, o pinheiro pode ser classificado como gimnosperma, e as azaleias
podem ser classificadas como angiospermas, pois têm flores e frutos.

* Veja mais informações sobre esse estudo nas Orientações para o professor.
Fim da observação.

14

Classificações orientais

Desde o século III a.C., os chineses já classificavam as plantas com nomes


científicos compostos por duas palavras, o que os auxiliava na classificação e
no reconhecimento de plantas. O maior de todos os autores botânicos chineses
foi Li Shih-Chen (1518-1593), autor da obra A Grande farmacopeia , na qual
apresenta diversas plantas com seus respectivos nomes científicos.

Os hindus, que viveram aproximadamente no século II a.C., reuniram


considerável coleção de fatos sobre a forma, a estrutura e a disposição interna
das plantas. Eles as organizaram em três grandes grupos: árvores, ervas e
plantas rasteiras. Também atribuíram nomes a mais de 260 mamíferos, aves,
répteis, peixes e insetos e diferenciaram espécies que causavam doenças no
gado das que afetavam o ser humano.

Os povos mesopotâmicos também criaram um sistema de classificação dos


seres vivos, no século II a.C. Nesse sistema, os animais eram separados em
peixes e outros seres vivos aquáticos e também havia uma diferenciação entre
serpentes, aves e animais quadrúpedes. As plantas eram classificadas em
árvores, cereais, ervas, especiarias e drogas.

No século X, os árabes fizeram uma classificação dos animais, dividindo-os em


quatro categorias, com base em sua movimentação. Essa classificação foi
substituída no século XIII, e os animais passaram a ser classificados de acordo
com seus meios de defesa.

Lineu e a classificação dos seres vivos

Como vimos, durante vários séculos, a classificação dos seres vivos foi dividida
em plantas e animais. No entanto, com o crescente aumento da quantidade de
espécies descobertas, descritas e nomeadas, os cientistas começaram a
enfrentar dificuldades para classificá-los em apenas dois grupos. Então,
criaram um sistema mais elaborado de classificação.

Em 1735, o médico e botânico sueco Carl von Linnaeus (1707-1778) publicou


um documento chamado Systema Naturae (Sistema da Natureza), no qual
dividia os elementos da natureza em minerais, plantas e animais. Além dessa
divisão, propôs um sistema hierárquico para classificar o mundo natural.

Nesse novo sistema de classificação, os seres vivos seriam agrupados em


categorias progressivamente mais inclusivas, como espécie, gênero, ordem,
classe e reino, de acordo com as estruturas visíveis (internas e externas)
desses organismos*.

Nomenclatura binomial

Quando os seres vivos começaram a ser classificados, eram nomeados com


termos comuns ou com frases descritivas. No entanto, além de criar nomes
muito extensos, essa forma ocasionava a repetição e a confusão de
nomenclaturas e também dificultava o fluxo de informações ao redor do mundo.

Boxe complementar:

LEGENDA: Jumentos.

CRÉDITO: Ovchinnikova Irina/Shutterstock.com


No Brasil, a espécie Equus asinus é conhecida popularmente por diferentes
nomes, dependendo da região em que se encontra: jegue, asno e jumento.
Como vemos, há certa dificuldade em se estabelecer uma única nomenclatura
para um animal em um mesmo país. Agora, imagine como seria fazer a
padronização da nomenclatura de um determinado elemento nos diversos
lugares e idiomas do planeta.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Jumento (Equus asinus): pode atingir 2,45 m de comprimento.

Fim do complemento.

*Essa é a regra geral, mas nos casos de animais, que possuem outras
categorias de classificação, como sub ou supercategorias, são acrescidos mais
termos. Fim da observação.

15

Em 1753, Lineu produziu uma obra intitulada Species Plantarum, similar ao


Systema Naturae, no entanto, voltada apenas para plantas*. A criação desse
sistema tinha como objetivo facilitar o reconhecimento das espécies e criar uma
ordem, sem demonstrar relações de parentesco e descendência entre elas.**

Esse novo trabalho estabeleceu padrões que, posteriormente, deram origem ao


sistema binomial de nomenclatura, empregado tanto para plantas quanto para
animais.

De acordo com esse sistema, cada espécie recebe um nome único composto
por duas palavras. Esses nomes devem ser escritos em latim e destacados no
texto em itálico (Equus asinus), em negrito (Equus asinus), ou sublinhados
separadamente (Equus asinus). Observe a seguir.

Equus - A 1ª palavra do nome científico (epíteto genérico) refere-se ao gênero


do ser vivo e deve ser escrita com letra inicial maiúscula.

asinus - A 2ª palavra do nome científico (epíteto específico) refere-se à espécie


do ser vivo e deve ser escrita com letra inicial minúscula.
Glossário:

Epíteto: palavra ou frase que qualifica uma pessoa ou um objeto.

Fim do glossário.

LEGENDA: Capa da obra Species Plantarum, de Lineu, lançada em 1753.

CRÉDITO: Editora Impensis Laurentii Salvii

Cada nome científico é único e pode conter informações como o descobridor


da espécie, o local em que ela foi encontrada, as características do ser vivo,
entre outras informações***. Esse tipo de nomenclatura possibilita que os
animais sejam identificados em todo o mundo e permite que o conhecimento
seja compartilhado de maneira exata e eficiente.

Boxe complementar:

Ao ser mencionado pela primeira vez em um texto escrito, o nome científico


deve ser grafado na sua forma completa. Da segunda menção em diante, pode
ser abreviado. Essa abreviação é composta pela primeira letra maiúscula do
epíteto genérico com ponto final, seguido do epíteto específico, o qual não
deve ser abreviado. Exemplo: E. asinus.

Fim do complemento.

Esse sistema hierárquico criado por Lineu no século XVIII é a base da


classificação atual dos seres vivos.

Conceito de espécie

De um modo geral, o conceito biológico de espécie formulado pelo ucraniano


Theodosius Dobzhansky (1900-1975) e pelo alemão Ernst Mayr (1904-2005),
sob influência da teoria evolutiva do inglês Charles Darwin (1809-1882), é o
mais amplamente utilizado. Segundo esse conceito, espécie é um grupo de
organismos semelhantes entre si e capazes de intercruzar em condições
naturais, produzindo descendentes férteis. Assim, as espécies são grupos de
organismos que possuem compatibilidade reprodutiva entre si, mas que são
isolados reprodutivamente de outros grupos.

Embora esse conceito seja amplamente utilizado, ele possui algumas


limitações e não se aplica a fósseis ou espécies de reprodução assexuada.
Nesses casos, a identificação das espécies é feita, principalmente, com base
em análises morfológicas. Estas, no entanto, não devem ser as únicas
consideradas na definição de uma espécie, pois, muitas vezes, indivíduos da
mesma espécie podem apresentar alterações nas suas características visíveis
diante de mudanças nas condições ambientais.

Atenção professor: Veja outros conceitos de espécie nas Orientações para o


professor. Fim da observação.

*As primeiras edições dessa obra apresentaram a nomenclatura binomial


voltada para as plantas. Somente na edição de 1958 é que essas regras de
nomenclatura foram estendidas aos animais. Fim da observação.

**Até aquele momento, ainda não havia sido desenvolvida a ideia de evolução
e, para Lineu, as espécies eram fixas e imutáveis. Fim da observação.

***Veja exemplos de nomes científicos que trazem essas informações nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

16

Organização dos seres vivos

Após a classificação proposta por Lineu, foram criadas outras categorias,


denominadas táxons, para classificar os seres vivos. Atualmente, eles são
classificados em táxons denominados reino, filo, classe, ordem, família, gênero
e espécie. Veja a seguir como ocorre essa classificação.

CRÉDITO: Studio Caparroz

17

Cada táxon (categoria) engloba um grupo de seres vivos, que possuem


características semelhantes entre si. Além dessas divisões básicas, os
cientistas têm expandido esse sistema de classificação, adicionando níveis e
subdividindo outros já existentes para acomodar o conhecimento crescente
sobre os diferentes seres vivos. São exemplos: super-reino e subclasse.

Para agrupar os seres vivos, os biólogos analisam diferentes critérios, co mo a


morfologia, o local e as condições em que cada ser vive, o metabolismo, o
padrão de desenvolvimento, o comportamento e, mais recentemente, as
características genéticas.

3. É possível afirmar que todos os integrantes do reino animal possuem um


ancestral comum?

Resposta: Sim, porque todos são animais que evoluíram a partir de um


ancestral comum e, por isso, compartilham caracteres semelhantes.

4. O tubarão Cetorhinus maximus é classificado na ordem Lamniformes. Ele


pode ser classificado no mesmo gênero que Carcharodon carcharias?

Resposta: Não, pois ele pertence ao gênero Cetorhinus, que é diferente de


Carcharodon.

5. É possível afirmar que todos os tubarões apresentados no esquema


compartilham características comuns?

Resposta: Sim, pois todos pertencem à classe Chondricthyes, que são peixes
cartilaginosos.

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Animais híbridos

Seres vivos de espécies diferentes geralmente não intercruzam na natureza.


Entretanto, há casos de espécies diferentes que intercruzam, pois apresentam
algumas semelhanças taxonômicas entre si. O cruzamento entre indivíduos de
espécies diferentes recebe o nome de hibridação, e a prole resultante é
chamada híbrida.

Na natureza, o cruzamento entre diferentes espécies é evitado por meio de


mecanismos variados, os quais podem atuar antes ou após o cruzamento. Na
maioria das vezes, quando o cruzamento ocorre, os híbridos morrem
precocemente ou nascem estéreis, ou seja, são incapazes de originar
descendentes ou originam poucas gerações também estéreis. Esses
mecanismos dificultam a existência de híbridos na natureza e previnem que o
patrimônio genético de uma espécie, isto é, o conjunto de genes que a define,
seja compartilhado com outra. Assim, as espécies são mantidas e continuam a
evoluir ao longo do tempo.
Um caso de hibridação comum entre os animais é o cruzamento entre o/a
cavalo/égua (Equus caballus) e o/a jumento/jumenta (Equus asinus). O
cruzamento dessas duas espécies resulta no burro (macho) ou na mula
(fêmea).

Tanto o burro quanto a mula, normalmente, são estéreis por causa da falha na
produção de gametas viáveis. Os cromossomos provenientes de E. asinus e de
E. caballus não pareiam corretamente durante a meiose, resultando em
gametas com alterações cromossômicas e tornando inviável a formação de
zigotos e o desenvolvimento de embriões.

LEGENDA: Mula.

CRÉDITO: Awirut Somsanguan/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Burro/mula: pode atingir de 1,2 m a 1,6 m de comprimento.

Fim do complemento.

6. Além da mula e do burro, você conhece outro exemplo de animal híbrido?


Qual?

Resposta pessoal.

Boxe complementar:

Outros casos de hibridação

Além do cruzamento entre as espécies E. asinus e E. caballus, a hibridação


pode ocorrer entre outras espécies aparentadas, como cachorros e lobos,
coelhos e lebres, búfalos e bovinos, galináceos e perus, ovelhas e cabras,
javalis e porcos, tigres e leões, entre outros. Veja uma curiosidade sobre isso,
na manchete a seguir.

Guinness elege "ligre"* de 418 kg e 3 m de comprimento o maior felino no


mundo

LEGENDA: Ligre, nome popular dado ao híbrido resultante do cruzamento


entre um leão e uma tigresa.
CRÉDITO: maska/Shutterstock.com

A hibridação é um processo utilizado no melhoramento genético de plantas.


Nesse processo, são selecionadas plantas não híbridas com alelos favoráveis,
que são intercruzadas com plantas de espécies diferentes. Com isso, as
características de uma espécie complementam as da outra, chegando a um
híbrido de valor comercial. A cana-de-açúcar, por exemplo, é um híbrido
resultante do cruzamento das espécies Saccharum officinarum e Saccharum
spontaneum.

Fim do complemento.

*Diga aos alunos que o cruzamento entre leões e tigres não ocorre
naturalmente, pois as espécies habitam diferentes territórios. O cruzamento
desses animais e o desenvolvimento dos ligres só é possível por meio da ação
humana. Fim da observação.

19

Biologia e Cultura

A influência dos indígenas na nomenclatura popular dos seres vivos

Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram um


território habitado por diversos povos indígenas com cultura e civilização
próprias. Cerca de 50 anos após a colonização, o governador-geral Tomé de
Souza (1503-1579) foi enviado para o Brasil acompanhado de padres jesuítas,
a fim de garantir a posse do território. Com a permanência desse grupo no
Brasil, o tupi, uma das línguas indígenas, foi disseminado e iniciou-se a
catequese desses grupos.

O tupi foi a língua de uso corrente neste território até meados do século XVIII.
Primeiro, ela foi usada como língua de comunicação entre os europeus e os
Tupinambás da costa brasileira. Depois, foi empregada como língua materna
dos descendentes de brancos com índios da Bahia, de Pernambuco, de
Maranhão e de São Paulo. Por isso, inúmeros elementos, como rios,
localidades, utensílios e seres vivos, têm seus nomes originários nesse idioma.

Após determinado período da colonização, com receio de que a língua nativa


predominasse no país, as autoridades portuguesas exigiram o uso exclusivo do
idioma português. Apesar do impedimento do uso do tupi, as nominações
dadas pelos indígenas aos diferentes elementos são usadas até hoje.

LEGENDA: Menino indígena kadiwéu com pintura corporal à base de jenipapo,


na aldeia Alves de Barros, em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul.

CRÉDITO: Luciola Zvarick/Pulsar

O jenipapo é utilizado para produzir um pigmento usado em diversos rituais


indígenas. Ele é chamado pelos indígenas de nhandipab e significa fruta de
esfregar ou que serve para pintar.

Veja alguns nomes de seres vivos de origem indígena. Depois, leia o trecho de
uma reportagem sobre a influência dos povos indígenas na sociedade
brasileira.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Nomenclatura Significado
Nome
indígena indígena

Fruta que
emite
Abacaxi iuaka-ti
cheiro
agradável.

Fruto que
Araçá ya-reçá
tem olho.

Aquele
Baiacu mbaé-açú que é
quente.

Fruto de
Cajá acã-yá caroço
cheio.

Capim cáa-piyn Mato fino.


Comedor
Capivara kapii'üara
de capim.

O come
Curió curí-ú
ligeiro.

O que se
Cutia a-coti
senta.

Frutas em
Jabuticaba iapoticaba
botão.

Cultura indígena influencia sociedade brasileira

[...] A identidade cultural do nosso povo demonstra uma integração notória dos
hábitos miscigenados. Dos índios herdamos alimentos básicos da culinária,
como a mandioca e o milho, e instrumentos musicais, como flautas e
chocalhos. [...]

CULTURA indígena influencia sociedade brasileira. Católica digital, Goiânia, 2


abr. 2008. Disponível em: www.ucg.br/ucg/agencia/home/secao.
asp?id_secao=1344. Acesso em: 24 mar. 2016.

7. Você conhece outra palavra de origem indígena, além das apresentadas no


quadro? Qual(is)?

Resposta pessoal. Possíveis respostas: caiçara, caju, capoeira, cipó, cuia,


cupim, igarapé, jacaré, jararaca, mangaba, manjuba, marimbondo, pitanga,
pitomba, pitu, preá, sabiá, samambaia, siri, surubim, sururu, tatu, traíra, entre
outros.

8.Além da influência da língua, que outros traços culturais indígenas podemos


perceber até os dias de hoje no povo brasileiro? Cite um exemplo.

Resposta: A cultura indígena influenciou a higiene, a culinária, a agricultura, a


medicina, a música e os costumes do povo brasileiro. Possíveis respostas: na
higiene, com o hábito de tomar banho diariamente; no consumo de diversos
alimentos, como a mandioca e o milho; na agricultura, com o plantio de milho,
feijão, mandioca, batata, amendoim, cará, entre outros; no conhecimento das
plantas nativas para a cura de diversas doenças; na música, pela elaboração
de instrumentos musicais como flautas e chocalhos; entre outras heranças
culturais.

Boxe complementar:

Os jesuítas organizaram uma gramática da língua tupi. Isso favoreceu a


aprendizagem dos portugueses que vinham para este território e dos demais
padres que tinham o objetivo de catequizar os indígenas.

Fim do complemento.

20

Sistemática

Assim como parte da taxonomia, a sistemática também é responsável pela


descrição dos organismos vivos. Além disso, ela busca compreender as
relações evolutivas que eles possuem entre si. Dessa maneira, o maior objetivo
da sistemática é reconstruir a relação evolutiva entre todas as espécies,
inclusive as já extintas.

A relação evolutiva, ou a história evolutiva, de um grupo de seres vivos é


chamada filogenia.

Acesse o site a seguir e verifique algumas relações existentes entre a


taxonomia e a sistemática.

· http://tub.im/py8o8w. Acesso em: 19 fev. 2016.

Sistemática filogenética

A sistemática filogenética, ou filogenia, surgiu nos anos 1950, baseada nos


estudos do entomologista alemão Willi Henning (1913-1976). Esses estudos
tinham como objetivo classificar os seres vivos de modo a reconstruir a história
do grupo e como ocorreu a evolução de suas características.

A filogenia está estritamente relacionada à evolução, que, por sua vez, possui
ligação com a diversidade dos seres vivos. Por isso, é importante compreender
alguns processos que geram essa diversidade, como a anagênese e a
cladogênese.
Entende-se por anagênese a alteração ou o surgimento de uma ou mais
características, que ocorrem dentro de uma mesma população, ao longo do
tempo, e que se tornam parte dela.

Boxe complementar:

Exemplo de anagênese

A. borboleta com asa avermelhada

B. borboleta com asa avermelhada e manchas azuis

CRÉDITO: Daniel Zeppo

Determinada população de borboletas apresenta apenas asas de cor


avermelhada A. Com o passar do tempo, alguns indivíduos dessa população
nascem com manchas azuis nas asas. Esse padrão de cor continua a aparecer
nas gerações seguintes, em frequências cada vez maiores, até que, em
determinado momento, todos os indivíduos dessa população passam a
apresentar asas avermelhadas com manchas azuis B.

Fim do complemento.

9. Observe o esquema acima. Durante o processo de anagênese, ocorre a


formação de uma nova espécie?

Resposta esperada: não, pois as borboletas apresentam somente uma


variação da característica cor dentro da mesma população, ou seja, elas ainda
podem se reproduzir e, por isso, são da mesma espécie.

Já a cladogênese é um processo evolutivo de ruptura de uma população e


formação de duas ou mais populações independentes, que não trocam mais
material genético entre si. Dessa forma, duas novas espécies são formadas.

Esse processo está relacionado a algum evento que provoque a separação de


populações, como uma barreira geográfica. Observe o esquema na página a
seguir.

21

Boxe complementar:

Exemplo de cladogênese
A. borboleta com asas avermelhadas

B. borboleta com asas avermelhadas e manchas azuis

C. borboleta com asas avermelhadas e manchas verdes

CRÉDITO: Daniel Zeppo

Determinada população de borboletas A tem seu hábitat dividido pela formação


de um rio muito largo (barreira geográfica), impedindo-a de atravessá-lo.
Com isso, são formadas duas populações - uma em cada lado do rio. Com o
passar do tempo, o isolamento dessas populações e o surgimento de novas
características (anagênese) acabam formando duas novas espécies de
borboletas ( B e C ), diferentes da original A.

Fim do complemento.

10. Se uma borboleta da população B cruzasse com outra da população C,


surgiriam descendentes férteis? Por quê?

Resposta: Não, pois são espécies diferentes.

Na sistemática, as relações entre os seres vivos podem ser apresentadas por


meio de diagramas chamados cladogramas. Um cladograma é construído de
maneira a identificar o parentesco entre as espécies, ou seja, quanto uma
determinada população está geneticamente próxima ou distante de outra.
Dessa forma, o cladograma caracteriza-se como um resumo da história
evolutiva de um ou vários grupos de seres vivos.

Boxe complementar:

Estrutura de um cladograma

CRÉDITO: Acervo da editora

Fim do complemento.

22

Os grupos de seres vivos que apresentam um ancestral comum formam um


clado e são chamados monofiléticos .

Grupos monofiléticos
Observe que, no cladograma 1, os grupos D e E, em destaque, possuem o
mesmo ancestral, portanto são monofiléticos. No cladograma 2, ampliando
essa relação para os grupos B, C, D e E, observa-se que eles também
possuem um mesmo ancestral comum. Também no cladograma 3, ao ampliar
a relação, observa-se o mesmo ancestral comum para os grupos A, B, C, D e
E.

LEGENDA: Cladograma 1.

LEGENDA: Cladograma 2.

LEGENDA: Cladograma 3.

No exemplo acima, os grupos monofiléticos seguem uma hierarquia,


apresentando um grupo monofilético menor no interior de um maior,
sucessivamente. Assim, um clado pode incluir milhares de espécies ou só
algumas. Entretanto, cada grupo possui sua própria história evolutiva, que é
partilhada com outro grupo a partir do seu ancestral em comum.

Por outro lado, alguns grupos não possuem um ancestral em comum e,


portanto, não são considerados monofiléticos. Observe o exemplo abaixo.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Guilherme Casagrandi

Grupo não monofilético

Nesse cladograma os grupos B e D não formam um clado.

Consequentemente, os grupos destacados não são monofiléticos.

Boxe complementar:

Répteis, um grupo não monofilético

Tartarugas, crocodilos, cobras, lagartos e, até mesmo, os extintos dinossauros


são répteis que evoluíram a partir de um ancestral comum e, por isso, seriam
um grupo monofilético. Apesar disso, alguns estudos demonstraram que as
aves possuem parentesco evolutivo com esses animais, especialmente com os
dinossauros e, em virtude disso, estariam no mesmo grupo Reptilia. Apesar
dessas considerações, ainda é comum, no estudo dos répteis, manter as aves
em um grupo separado, o que torna Reptilia um grupo não monofilético.
LEGENDA: Na fotografia A, observa-se um bem-te-vi e, na B, um lagarto.
Apesar de esses animais

CRÉDITO: Andrew M. Allport/Shutterstock.com

LEGENDA: possuírem o mesmo ancestral, eles são estudados em grupos


separados.

CRÉDITO: Ricardo de Paula Ferreira/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus): pode atingir de 20 cm a 20,5 cm de


comprimento.

Lagarto (Tropidurus oreadicus): pode atingir 25 cm de comprimento.

Fim do complemento.

23

Propostas de classificação dos seres vivos

Como você estudou no início deste capítulo, desde a Antiguidade, alguns


estudiosos e cientistas classificavam os seres vivos em dois grandes reinos: o
Animal e o Vegetal. Essa classificação levava em conta características básicas,
como a locomoção e o tipo de nutrição. As plantas não se locomovem e
produzem seu próprio alimento a partir de substâncias inorgânicas - são
autótrofas - e os animais locomovem-se e conseguem seus nutrientes a partir
de substâncias orgânicas - são heterótrofos.

Por meio de novos estudos, os cientistas perceberam que bactérias e fungos


não se enquadravam nessa classificação. Assim, em 1866, o naturalista
alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs uma classificação apresentando um
novo reino, o Protista, que englobava as bactérias, as algas, os fungos e os
protozoários.

A possibilidade dessa nova classificação foi altamente influenciada pelo


desenvolvimento do microscópio. A criação desse instrumento propiciou a
observação de uma enorme quantidade de seres vivos com características
diferentes dos vegetais e dos animais, por exemplo, os fungos, que não se
locomovem e têm nutrição heterotrófica.

Em 1938, e posteriormente em 1956, o biólogo estadunidense Herbert


Copeland (1902-1968) propôs a classificação dos organismos em quatro reinos
- Monera, reino ao qual pertenciam organismos procariontes, como as
bactérias; Protoctista, antigo reino protista, que abrange os protozoários, os
fungos, as algas vermelhas e algas marrons; Vegetal, no qual se encaixavam
os seres vivos que produziam amido e celulose e possuíam clorofila, como as
plantas e as algas verdes*; e o Animal, que englobava seres vivos eucariontes
e que possuem uma fase de blástula durante seu desenvolvimento.

Na década de 1960, com as novas técnicas bioquímicas e o desenvolvimento


da microscopia eletrônica, surgiram novas propostas de classificação sobre os
reinos existentes. As análises revelaram diferenças e semelhanças em níveis
de organelas citoplasmáticas, e os cientistas perceberam que as bactérias
tinham características bem diferentes dos proto zoá rios e fungos. Isso fez
surgir uma nova forma de classificação.

Boxe complementar:

Representação simplificada da classificação dos seres vivos em dois reinos.


Somente os maiores grupos são mostrados nessa representação.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Representação simplificada da classificação dos seres vivos em três reinos,


segundo Ernst Haeckel. Somente os maiores grupos são mostrados nessa
representação.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Representação simplificada da classificação dos seres vivos em quatro reinos,


segundo Herbert Copeland. Somente os maiores grupos são mostrados nessa
representação.
FONTE: Ilustração produzida com base em: HAGEN, J. Robert Whittaker and
the Classification of Kingdoms (Robert Whittaker e a Classificação dos Reinos).
Disponível em: www1.umn.edu/ships/db/whittaker.pdf. Acesso em: 20 maio
2016.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

*As algas marrons e vermelhas também possuem pigmentos fotossintetizantes,


mas foram separadas das algas verdes por causa de um ancestral diferente.
Veja, nas Orientações para o professor, mais informações sobre a história da
classificação dos seres vivos.

24

A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos

No ano de 1957, o biólogo estaduniden se Robert H. Whittaker (1924-1980)


propôs uma nova classificação, baseada em duas principais características: o
tipo de nutrição dos seres vivos, que pode ser por absorção (fungos), digestão
(animais, protozoários e bactérias) e autotrofia (algas e vegetais); e a sua
formação unicelular ou pluricelular.

Whittaker utilizou essas características e baseou-se na classificação em quatro


reinos, proposta por Copeland, para criar o reino dos fungos e renomear o
reino Protoctista para Protista. Assim, criou uma nova classificação, agora com
cinco reinos: Monera, dos protistas, dos fungos, dos vegetais e dos animais .

No entanto, em 1968, a bióloga estadunidense Lynn Margulis (1938-2011)


propôs uma nova organização para os cinco reinos de Whittaker. Nessa
organização, as algas verdes, marrons e vermelhas, que estavam classificadas
em reinos diferentes, foram todas transferidas para os protistas, que teve seu
nome novamente alterado para protoctista, e, somente as bactérias
permaneceram no reino Monera, cujo nome foi alterado para reino das
bactérias.

Em 2001, Margulis e a bióloga estadunidense Karlene V. Schwartz (1936-)


remodelaram essa classificação, utilizando, além das características
anatômicas e fisiológicas, a história evolutiva das espécies. Depois disso,
outras propostas de classificação foram utilizadas para completar esse modelo
de classificação, como a utilização dos termos eubactéria (bactérias
verdadeiras) e arqueobactéria (bactérias antigas), formando, assim, dois sub-
reinos dentro do reino das bactérias.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: HAGEN, J. Robert Whittaker


and the Classification of Kingdoms (Robert Whittaker e a Classificação dos
Reinos). Disponível em: www1.umn.edu/ships/db/whittaker.pdf. Acesso em: 20
maio 2016.

Proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos - Margulis e


Schwartz

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

25

A proposta de classificação dos seres vivos em três domínios

Com o avanço da Biologia Molecular e o estudo das moléculas que formam os


seres vivos, outros pesquisadores começaram a buscar novos métodos de
comparação e classificação dos seres vivos. Um deles, foi o microbiologista
estadunidense Carl Woese (1928-2012), que, em 1990, propôs uma
classificação baseada na análise e na comparação entre moléculas de RNA
que formam os ribossomos. Woese utilizou esse parâmetro baseado nas
características dos ribossomos, organelas presentes em todos os seres vivos e
que possuem sua sequência genética altamente conservada.

Os resultados obtidos por Carl Woese evidenciaram a proximidade existente


entre os seres vivos eucariontes. Além disso, mostraram que os procariontes
poderiam ser divididos em dois grupos principais, as arqueobactérias e as
eubactérias, utilizadas posteriormente por Lynn Margulis. Isso permitiu a ele
estabelecer uma categoria taxonômica superior ao reino - o domínio.

Woese considerou que, pelas características moleculares, os eucariontes


poderiam ser colocados em um único grupo, o qual denominou domínio dos
Eucariotos . Já os procariontes apresentavam muitas diferenças, e, por isso, foi
preciso agrupá-los em dois domínios: o domínio das Arqueobactérias (formado
pelas arqueobactérias) e o domínio das Eubactérias (formado pelas bactérias).
Proposta de classificação dos seres vivos em três domínios - Carl Woese

CRÉDITO: Luciane Mori

A proposta de classificação dos seres vivos em seis reinos e dois domínios

O biólogo inglês Thomas Cavalier-Smith (1942-) propôs a inclusão de um novo


grupo de seres vivos na classificação dos cinco reinos. Esse seria o reino dos
chromistas , seres vivos que apresentam como característica comum a
presença de determinadas moléculas e pigmentos. Desse grupo fazem parte
alguns seres vivos que realizam fotossíntese, como certas algas, e outros que
não a realizam, como determinados protozoários e fungos, classificados em
outros grupos, nas propostas anteriores.

26

Nessa classificação, os seres vivos estão agrupados em dois grandes


domínios: os procariotos, no qual está o reino das bactérias, e os eucariotos,
que abrange todos os outros reinos - protoctistas, fungos, vegetais, chromistas
e animais.

Proposta de classificação dos seres vivos em seis reinos e dois domínios

CRÉDITO: Somma Studio

Ao observar as diferentes propostas de classificação, é possível perceber que


o desenvolvimento de novas técnicas proporciona descobertas que dão suporte
a novos critérios e, consequentemente, a outras propostas de classificação.
Dessa maneira, nenhuma proposta pode ser tomada como verdadeira, pois
elas sempre se complementam.

Em nosso estudo sobre os seres vivos, adotaremos a classificação de cinco


reinos de Lynn Margulis*.

Biologia e Tecnologia

Filogenia molecular

Vimos que a filogenia se baseia na análise da anatomia dos seres vivos, a fim
de descobrir os eventos evolutivos e construir árvores filogenéticas para melhor
ilustrar a relação entre as espécies e sua evolução ao longo do tempo. Outra
importante área de estudo, nesse sentido, é a filogenia molecular, que se
baseia em análises moleculares para reconstruir o processo evolutivo das
espécies.

Em 1904, um estudo realizado pelo biólogo e físico estadunidense George


Henry Falkinir Nuttall (1862-1937) mostrou que era possível usar dados
moleculares para determinar as relações filogenéticas entre várias espécies.
No entanto, em razão da limitação de técnicas moleculares, a filogenia
molecular só passou a ser amplamente utilizada a partir de 1980, quando
análises de DNA, RNA e proteínas tornaram-se possíveis.

Atualmente, as análises filogenéticas são realizadas por meio do


sequenciamento das estruturas macromoleculares (DNA, RNA e proteínas).
Entretanto, os critérios tradicionais da Anatomia, da Morfologia, da Fisiologia e
da Paleontologia continuam sendo importantes para os estudos das relações
filogenéticas entre populações ou espécies.

A filogenia molecular trouxe vantagens que facilitam a compreensão dos


eventos evolutivos e a construção de árvores filogenéticas. Isso foi possível
porque os dados moleculares obtidos a partir do sequenciamento de DNA,
RNA e proteínas podem ser transformados em números, favorecendo a análise
matemática e estatística.

Esses dados moleculares são novamente transformados, organizados e


comparados por meio de computadores algorítmicos sofisticados e de alta
velocidade, os quais são adequadamente programados para realizar essas
funções.

*Veja mais informações sobre esse assunto nos comentários do capítulo 3


deste volume, nas Orientações para o professor.

27

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Qual é a importância de classificar os seres vivos?


2. Explique o que é taxonomia, sistemática e filogenia.

3. Qual é o conceito biológico de espécie?

4. Defina com suas palavras anagênese e cladogênese.

5. Diferencie grupos monofiléticos de grupos não monofiléticos.

6. Em que se baseia a classificação dos seres vivos na proposta dos três


domínios?

7. Carmem Miranda (1909-1955) foi uma cantora e atriz luso-brasileira que


ficou conhecida por seu visual exuberante, que incluía chapéus com diferentes
ornamentos. Um exemplo é o de frutos tropicais. Veja, no quadro abaixo,
alguns exemplos de frutos que apareciam no chapéu dela.

Tabela: equivalente textual a seguir.

LEGENDA: Selo estadunidense em homenagem a Carmem Miranda.

CRÉDITO: 2011. Selo postal. Coleção particular. Foto:


catwalker/Shutterstock.com

a ) Quantas espécies de frutos aparecem no quadro acima?

b ) Quantos gêneros de frutos são listados acima?

c ) A quantidade de gêneros e de espécies é a mesma? Explique.

8. Leia os nomes científicos abaixo. Corrija os incorretos no caderno,


justificando cada correção. Por fim, realize uma pesquisa e identifique os
organismos citados.

a ) saccharomyces cerevisiae

b) Panthera leo

c ) Araucaria Angustifolia

d) Oreochromis Niloticus

e) Escherichia Coli

f ) Drosophila melanogaster

g) pan Troglodytes

h) zea Mays
i) Coffea arabica

i ) amanita muscaria

9. Ao visitar uma praça, João observou que as árvores tinham placas de


identificação, como a representada abaixo. Essa placa segue o modelo de
nomenclatura binomial de Lineu? Explique.

10. Reescreva as frases abaixo no caderno, corrigindo-as se necessário.

a) Felis silvestris e Felis catus pertencem à mesma espécie.

b) Citrus reticulata e Citrullus lanatus pertencem ao mesmo gênero.

c) Espécies que são da mesma ordem obrigatoriamente pertencem à mesma


classe.

d) Espécies que são da mesma família obrigatoriamente pertencem ao mesmo


gênero.

e) Espécie é uma denominação para organismos semelhantes que não se


reproduzem nem geram descendentes férteis.

28

Atenção professor: Oriente os alunos a resolverem as questões de vestibular,


cujas alternativas são numeradas. Os valores das alternativas que respondem
corretamente à questão devem ser somados, e a resposta é o resultado do
somatório. Fim da observação.

11. Observe o cladograma abaixo e, com base em seus conhecimentos,


responda às questões propostas.

FONTE: BRUSCA, Richard C. Invertebrados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2007. p. 36.

CRÉDITO: Rogério Casagrande

a ) O grupo X é grupo-irmão de W? Justifique sua resposta.

b ) O grupo Z é ancestral do grupo Y, X e W? Justifique sua resposta.

12. (UEM) Com base na sistemática e na classificação biológica, é correto


afirmar que:

01 ) o leão (Panthera leo) e o tigre (Panthera tigris) pertencem à mesma ordem.


02 ) na natureza, ocorre cruzamento com produção de descendentes férteis
entre membros de duas populações pertencentes a gêneros diferentes de uma
mesma família.

04 ) o sistema de nomenclatura dos seres vivos, originalmente proposto por


Lineu, é chamado de categoria taxonômica.

08 ) a cladística é uma regra de nomenclatura biológica que tem como foco a


evolução.

16 ) a divisão do seres vivos em grupos, de acordo com suas semelhanças, é


chamada taxonomia.

13. (UFG) Analise o cladograma abaixo.

CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

Pelo cladograma, o:

a ) chimpanzé pertence à família do homem.

b ) gorila evoluiu a partir do orangotango.

c ) gibão convergiu evolutivamente com o gorila.

d ) homem compartilha o mesmo ancestral do gibão.

e ) orangotango é ancestral do chimpanzé.

14. (UFES) O esquema abaixo se refere a dois modelos de especiação ( A e B


).

Considere as afirmações abaixo relacionadas ao esquema.

I ) O modelo A representa um exemplo de especiação filética, que pressupõe a


ocorrência de isolamento geográfico.

II ) O modelo A representa especiação por anagênese, que envolve seleção


natural e adaptação a modificações graduais nas condições ambientais.

III ) O modelo B representa especiação por cladogênese, que envolve


isolamento de populações, adaptações a diferentes ambientes e isolamento
reprodutivo.

Qual(is) está(ão) correta(s)?


a ) Apenas I.

b ) Apenas II .

c ) Apenas III .

d ) Apenas I e III.

e ) Apenas II e III.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. A zebra tem nome científico Equus zebra . É possível afirmar que ela tem
parentesco taxonômico com o jumento e o cavalo (página 18)? Explique.

B. Observe as propostas de classificação dos seres vivos apresentadas nas


páginas 23 a 26 . Elas foram desenvolvidas de maneira isolada, sem
considerar outras propostas de classificação? Justifique sua resposta por meio
de um exemplo.

29

LEGENDA: Charge O malho, de Leônidas, feita em 1904, satirizando a


vacinação obrigatória contra a varíola no Brasil.

CRÉDITO: Fotomontagem formada pelas imagens Xanya69/Shutterstock.com


e Leônidas. Em: O Malho. 29/10/1904. Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de
Janeiro (RJ)

Capítulo 2 - Vírus e bactérias

Em meados de 1900, a cidade do Rio de Janeiro era conhecida mundialmente


como "túmulo de estrangeiros", pois muitos turistas de outros países que
visitavam essa cidade ficavam doentes por causa de diversas doenças que
assolavam o lugar e, muitas delas, morriam.

Para resolver esse problema, em 1903, o médico sanitarista Oswaldo Cruz


(1872- 1917) foi nomeado para tentar acabar com diversas epidemias
instaladas na cidade. Entre essas epidemias estavam a peste bubônica, a febre
amarela, a varíola, o sarampo, a tuberculose, a escarlatina, a difteria, a
coqueluche e o tifo.
Em 1904, o governo brasileiro aprovou uma lei determinando a obrigatoriedade
da vacinação contra a varíola. Essa vacina ainda era desconhecida da
população brasileira, que se mostrou duvidosa em relação à sua eficácia. Em
razão dessa resistência à vacina, as autoridades e os agentes de saúde
passaram a obrigar as pessoas a se vacinarem, inclusive invadindo suas
residências, se fosse necessário.

Esse evento ocasionou uma revolta na população, que saiu às ruas para
protestar. Nesse episódio, que ficou conhecido como "A revolta da vacina",
muitas pessoas foram presas, ficaram feridas ou morreram.

Apesar da oposição, a campanha de vacinação foi levada adiante e conseguiu


erradicar a varíola no Rio de Janeiro. As medidas tomadas por Oswaldo Cruz
foram responsáveis por erradicar a maior parte das epidemias que infestavam
o Rio de Janeiro.

A. Qual é a importância das campanhas de vacinação atuais?

Resposta: As campanhas de vacinação têm o objetivo de informar a população


sobre a importância desse procedimento e convencer a grande maioria das
pessoas a ser vacinada e reduzir a incidência de doenças.

B. Normalmente, as vacinas são produzidas para a proteção contra agentes


infecciosos como alguns vírus e toxinas de bactérias. Quais são as principais
diferenças na reprodução desses organismos?

Resposta: Os vírus não têm metabolismo e se replicam somente no interior de


outras células. Já as bactérias são seres vivos procariontes, dotados de
metabolismo, e podem se reproduzir tanto no interior como no exterior de
outras células e também no ambiente.

C. Você sabe quais das doenças citadas no texto são causadas por bactérias?
E por vírus?

Resposta: Bactérias: tifo, difteria, coqueluche, tuberculose, peste bubônica e


escarlatina. Vírus: febre amarela, sarampo e varíola.

30

Vírus
Os vírus possuem entre 12 e 400 nanômetros e, por isso, não podem ser
observados por microscópios ópticos. Essa condição fez sua visualização ser
possível somente após o desenvolvimento do microscópio eletrônico.

Antes do século XX, várias doenças virais eram conhecidas, mas não se sabia
o que as causava. Por exemplo, em 1886, o químico holandês Adolf Mayer
(1839-1907) detectou que uma doença observada nas folhas do tabaco era
transmitida de uma planta para outra, mas seu agente causador não era
conhecido. Essa doença era chamada de doença do mosaico do tabaco.

No entanto, em 1892, o bacteriologista russo Dmitri Iwanowski (1864-1920)


realizou um experimento na tentativa de isolar o agente causador da doença do
tabaco. Para isso, coletou algumas folhas doentes da planta e amassou-as até
obter um líquido. Em seguida, passou esse líquido por um filtro capaz de reter
até mesmo as bactérias. Iwanowski colocou, então, o líquido filtrado em contato
com plantas de tabaco sadias e observou que essas plantas adoeceram, ou
seja, adquiriram a doença do mosaico.

A partir desses resultados, surgiram algumas teorias, entre elas a do


microbiologista holandês Martinus Beijerinck (1851-1931), indicando que o
agente causador da doença não era um ser vivo, mas um tipo de fluido não
filtrável. Essa teoria deu origem ao termo vírus, do latim veneno, que começou
a ser empregado por volta de 1930. Entretanto, por volta de 1935, o cientista
estadunidense Wendell Meredith Stanley (1904-1971) realizou novos
experimentos e, pela primeira vez, conseguiu isolar o vírus do tabaco.

LEGENDA: Comparação entre um vírus, uma bactéria e uma hemácia humana.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: TRABULSI, L. R; ALTERTHUM,


F. Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 538. Somma Studio

Estrutura dos vírus

A estrutura dos vírus é simples. Eles são formados de um ácido nucleico (DNA
ou RNA)*, que constitui o genoma viral envolvido por uma capa proteica
denominada capsí deo. Alguns vírus possuem um envoltório lipoproteico
conhecido como envelope viral e são chamados de vírus envelopados. Uma
parte desses vírus pode apresentar estruturas denominadas espículas , que
são utilizadas para ancorá-los nas células.
Exemplos de vírus não envelopados

LEGENDA: Estrutura do papilomavírus, causador de tumores em animais.

LEGENDA: Estrutura do bacteriófago T-pares, parasita de bactérias.

Exemplo de vírus envelopado

LEGENDA: Estrutura do herpesvírus, causador da herpes em seres humano.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 383. Ilustrações:
A7 Estudio

*Em 2000, foi descoberto que o citomegalovírus, um herpesvírus com genoma


de DNA que possui também pequenas quantidades de RNA.

31

Replicação viral

Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, eles precisam utilizar


a maquinaria das células para realizar sua replicação. Dessa forma, somente
conseguem se reproduzir quando estão no interior de uma célula viva.

A replicação dos vírus acontece em algumas etapas denominadas aderência,


penetração, síntese, maturação e liberação. Essas etapas ocorrem em um ciclo
denominado ciclo lítico, no qual várias partículas virais são produzidas, e a
célula é destruída.

Dependendo do estímulo recebido do meio, alguns vírus, por exemplo, o


bacteriófago, que parasita bactérias, podem realizar o ciclo lisogênico. Trata-se
de um tipo de replicação no qual o DNA viral é replicado sem que exista a
destruição da célula hospedeira.

Boxe complementar:

Replicação do bacteriófago λ

Ciclo lítico

1. Aderência - o vírus adere à célula hospedeira, nesse caso, uma bactéria.

2. Penetração - o bacteriófago injeta o DNA no interior da célula hospedeira.


3. Síntese - o DNA viral é replicado pela célula hospedeira, que também é
induzida a sintetizar as proteínas virais.

4. Maturação - ocorre a formação dos componentes virais e a formação dos


novos vírus.

5. Liberação - a célula hospedeira rompe-se e morre, liberando os vírus.

Ciclo lisogênico

1. Após a aderência e a penetração, o DNA viral integra-se ao cromossomo


bacteriano.

2. A bactéria reproduz-se normalmente, replicando também o DNA viral.

3. Após diversas divisões celulares, o DNA viral pode ser liberado do


cromossomo bacteriano, entrando novamente no ciclo lítico.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B.


R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 387.
Somma Studio

Fim do complemento.

Biologia e Tecnologia

Terapia gênica

Em termos gerais, a terapia gênica consiste no tratamento de doenças por


meio da inserção de genes sadios em substituição aos genes defeituosos. Uma
das maneiras de transportar e inserir o novo gene é utilizando um vírus
modificado, que não causa a doença.

Há dois métodos de terapia gênica: in vivo (diretamente no tecido-alvo) e ex


vivo (quando são extraídas células do próprio paciente e depois recolocadas).
Observe, a seguir, um esquema que ilustra os mecanismos de ação da terapia
gênica.

32

Boxe complementar:

Terapia gênica*
No método in vivo, os vírus contendo o gene terapêutico em seu material
genético são inoculados diretamente em um tecido-alvo no corpo humano. Os
vírus inserem o gene terapêutico nas células desse tecido onde será expresso
normalmente.

No método ex vivo, é feito um cultivo in vitro com as células do paciente, que


recebem os vírus contendo o gene terapêutico. Nessas células, o novo gene
contido no DNA viral é replicado, expressando as proteínas que não eram
produzidas normalmente pelas células do paciente. Essas células são, então,
reinseridas no corpo do paciente.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Os vírus e o ambiente

Os vírus podem ser encontrados no ambiente, no interior dos seres vivos,


como animais, vegetais e bactérias, e conseguem manter-se por determinado
tempo em soluções aquosas. Estudos atuais afirmam que sua presença nos
oceanos colabora com a reciclagem de elementos químicos presentes na água
do mar, pois, ao destruírem células, principalmente bactérias, realizam um
trabalho de reciclagem de nutrientes.

Eles podem atuar como agentes naturais no controle biológico de organismos,


impedindo que se tornem pragas. Além disso, sua alta capacidade de
replicação, associada à grande capacidade de transportar material genético
entre as células, auxilia no aumento da taxa de mutação entre espécies,
ampliando a diversidade genética.

Os vírus e a saúde humana

Além de sua importância ambiental, os vírus destacam-se pela sua capacidade


de causar doenças, ou seja, por sua virulência. A partir de agora, estudaremos
algumas doenças causadas por vírus nos seres humanos**.

Gripe e resfriado

A gripe é causada pelo vírus Influenza, e os sintomas geralmente são mais


fortes, se comparados aos dos resfriados, tais como febre mais alta, fraqueza,
coriza e dores no corpo. Esses sintomas normalmente se estendem entre três
e sete dias. No entanto, a gripe pode desenvolver problemas pulmonares,
como a pneumonia em crianças, idosos e pessoas com imunidade debilitada.

Os resfriados podem ser provocados pelo rhinovírus, parainfluenza ou vírus


sincicial respiratório (VSR). Eles podem apresentar os mesmos sintomas de
uma gripe, entretanto, com menor intensidade.

A transmissão dos vírus responsáveis pela gripe e pelo resfriado pode ocorrer
por contato com objetos contaminados, pelo ar ou por meio de gotículas de
saliva derivadas de espirros ou tosse de pessoas infectadas. Dessa maneira,
manter os ambientes sempre arejados e lavar as mãos com habitual
frequência, principalmente antes das refeições, são algumas atitudes básicas
para prevenir essas doenças.

*A terapia gênica já vem sendo utilizada em humanos para tratamentos de


deficiências que afetam a imunidade.

**De acordo com alguns estudos, determinados vírus podem viver no interior
dos seres humanos, sem causar prejuízos ao seu organismo.

33

Encontro com... História

Gripe espanhola

Em diferentes períodos, a humanidade sofreu com diversas epidemias.


Entende-se por epidemia a ocorrência de uma grande quantidade de casos de
uma determinada doença, por um curto período de tempo e em lugares
específicos. Quando a epidemia atinge diversos continentes, espalhando-se
pelo mundo, é chamada pandemia. Um exemplo de pandemia foi a gripe
espanhola, que ocorreu no início do século XX.

Existem basicamente três tipos de vírus Influenza: A, B e C. O tipo A é


historicamente o maior causador de epidemias e pandemias. Ele possui alguns
subtipos, como o H1N1, que pode afetar mamíferos e aves. O Influenza é
altamente propenso a mutações, e quando elas ocorrem, esse vírus tende a
causar epidemias.

Hoje em dia, é fácil diagnosticar e estudar as gripes, pois se tem conhecimento


dos vírus e de como combatê-los. Entretanto, no período da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), não havia recursos nem conhecimento sobre esses seres
microscópicos. Em razão disso, a gripe espanhola atingiu proporções mundiais.

Acredita-se que a transmissão do vírus da gripe espanhola à espécie humana


tenha ocorrido por meio de uma mutação do vírus H1N1, presente em criações
de aves e porcos. De acordo com relatos, os primeiros casos da doença
apareceram em soldados do exército estadunidense, em março de 1918.
Depois, ela espalhou-se entre os militares, que a disseminaram pela Europa
durante a guerra e, em seguida, por todos os continentes conforme retornavam
para seus países. Outro fator que contribuiu na dispersão do vírus causador da
gripe espanhola foi o intenso fluxo marítimo comercial da época.

Estima-se que, até metade de 1919, a gripe espanhola tenha causado a morte
de mais de 20 milhões de pessoas no mundo todo, gerando mais mortes do
que a guerra.

LEGENDA: Pessoas acometidas pela gripe espanhola na Califórnia, Estados


Unidos, em 1918. Alguns historiadores acreditam que a gripe espanhola tenha
causado mais de 20 milhões de mortes em todo o mundo.

CRÉDITO: Underwood Archives/Getty Images

A gripe espanhola chegou ao Brasil, em setembro de 1918, por meio de navios


do serviço militar que ancoravam em cidades portuárias. A tripulação infectada
pela doença transmitiu-a rapidamente à população local e a gripe espalhou-se
por diversas regiões do país. Dessa forma, em menos de dois meses, muitos
brasileiros infectados já haviam morrido.

34

Dengue, chikungunya e zika

Algumas doenças virais são transmitidas por meio de vetores, ou seja, os vírus
não são transmitidos diretamente de uma pessoa para outra, mas por meio de
outro animal, como um inseto, por exemplo. Os vírus causadores da dengue,
da chikungunya e da zika são chamados de arbovírus e são transmitidos aos
seres humanos por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti
infectada, ou do Aedes albopictus*.
Os sintomas dessas doenças são semelhantes: febre alta, dor no fundo dos
olhos, vermelhidão na pele, coceira e distúrbios gástricos. Em uma das formas
mais agressivas da dengue, conhecida como dengue hemorrágica, a pessoa
infectada pode ter sangramentos em várias partes do corpo, como gengivas,
nariz e intestino, e, caso não seja tratada, pode ir a óbito.

Pesquisas realizadas pelo Instituto Oswaldo Cruz revelaram indícios de que o


zika vírus possa estar relacionado ao nascimento de bebês com microcefalia.
Essa relação foi estabelecida após detectarem a presença de partes do
material genético do zika no líquido amniótico de mulheres que tiveram contato
com o mosquito e que tiveram bebês com microcefalia, cujo tamanho do
crânio** é menor do que o esperado.

A prevenção dessas doenças tem como alvo principal a eliminação do vetor


Aedes aegypti. Esse mosquito possui hábitos diurnos e se reproduz com
extrema facilidade, colocando seus ovos, que originam larvas em qualquer
local com água parada. Dessa maneira, é muito importante eliminar os
possíveis locais onde ele possa se desenvolver, tais como garrafas, sacos
plásticos e pneus velhos que ficam expostos à chuva. Também é necessário
tampar recipientes que acumulam água, como caixas d'água e piscinas***.

LEGENDA: Aedes aegypti, mosquito vetor de várias doenças virais.

CRÉDITO: CDC/SPL/Latinstock

Febre amarela

Doença causada por um arbovírus e que também tem como vetor o mosquito
Aedes aegypti, em ambientes urbanos. Já em ambientes silvestres, o mosquito
transmissor pertence ao gênero Haemagogus. Alguns dos sintomas da febre
amarela são febre, calafrios, dores de cabeça, náuseas e vômitos. A esses
sintomas se associa a icterícia, condição em que a pele da pessoa se torna
amarelada por causa do mau funcionamento do fígado, o que dá origem ao
nome da doença. Em alguns casos, podem ocorrer sangramentos nas
gengivas, no nariz, no estômago e no intestino. A prevenção da febre amarela
é realizada por meio da vacinação.

Raiva
O vírus causador da raiva é da família Rabdovírus. Essa doença é transmitida
ao ser humano por meio da mordida ou lambedura de algum mamífero
infectado, sendo o cachorro e o morcego os animais com maior índice
registrado de transmissão do rabdovírus.

Esse vírus age na parte central do sistema nervoso, causando encefalomielite


(doença inflamatória que produz lesões no cérebro e na medula espinal) fatal.
Os sintomas no ser humano iniciam-se com febre, dor de cabeça e mal-estar
geral. À medida que a doença progride, surgem sintomas neurológicos, que
incluem insônia, ansiedade, confusão, paralisia, excitação, alucinação,
agitação, salivação excessiva, dificuldade de engolir e medo de água
(hidrofobia). Após o início desses sintomas, a morte ocorre em poucos dias. A
prevenção da raiva é feita por meio da vacinação de animais domésticos.
Atualmente, existe a vacina profilática que é aplicada em seres humanos que
estão em situação de risco.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Mosquito (Aedes aegypti): pode atingir até 1 cm de comprimento.

Fim do complemento.

1. Cite uma medida para evitar a proliferação do mosquito transmissor da


dengue, da chikungunya e do zika vírus?

Resposta: Combater os focos de reprodução do mosquito, eliminando


recipientes que armazenam água parada.

*Explique aos alunos que A. albopictus é um transmissor da dengue na Ásia,


mas no Brasil, até o ano de 2016, não haviam sido relatados casos de dengue
transmitidos por mosquitos desta espécie. Todavia, ele é um potencial
transmissor e é encontrado no país.

**Ainda que pesquisas adicionais sejam necessárias para comprovar a ligação


definitiva entre o vírus zika e a microcefalia, os dados disponíveis indicam um
aparente risco e foram suficientes para a Organização Mundial da Saúde
declarar situação de emergência em algumas regiões do Brasil, em fevereiro
de 2016, a fim de promover o combate à transmissão do vírus.
***Outra forma de prevenir essas doenças seria por meio de vacinas. Existe
uma vacina contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto
Butantan em São Paulo.

35

Biologia e Saúde

Vacinação

Observe o trecho da história em quadrinhos a seguir.

[...]

[...]

FONTE: ZIRALDO. O melhor do Menino Maluquinho em quadrinhos: tá na hora


da escola. São Paulo: Publifolha, 1998. p. 47.

CRÉDITO: Ziraldo

2. Por que o personagem Lúcio afirma que se todos tomarem a vacina, um dia
a doença acaba?

Resposta: Porque a vacinação promove a formação de anticorpos contra os


vírus ou toxinas bacterianas presentes na vacina. Com isso, reduz-se a
probabilidade de transmissão do agente causador da doença. Com o tempo, é
possível erradicar a doença como citado por Lúcio.

3. O que são os anticorpos citados no quarto quadrinho?

Resposta: Os anticorpos são proteínas especiais, capazes de reconhecer


agentes estranhos e sinalizar às defesas do corpo humano que devem
combatê-los.

4. Você tem medo de tomar vacina?

Resposta pessoal.

A vacinação é uma medida que ajuda na prevenção de doenças, a partir da


estimulação das defesas do corpo humano. A vacina é produzida a partir de
toxinas bacterianas ou de vírus atenuados ou mortos, ou seja, que não são
capazes de causar doença, mas induzem o corpo a produzir anticorpos
específicos. Esse processo é denominado imunização.
Quando uma pessoa é imunizada, seu corpo passa a produzir anticorpos para
o agente contra o qual foi vacinada. Ao ser exposta novamente a ele, o
organismo já tem anticorpos capazes de reconhecê-lo, iniciando sua
eliminação. Assim, o corpo humano fica protegido, evitando o desenvolvimento
desta doença.

A primeira vacina foi descoberta em 1796, pelo médico inglês Edward Jenner
(1749-1823). Na ocasião, ele imunizou um menino com um líquido retirado da
ferida de uma pessoa que havia contraído a varíola bovina. Edward observou
que o menino havia desenvolvido a doença de forma leve e, após vários
meses, quando foi colocado em contato com o vírus da varíola humana, o
menino não ficou doente, permanecendo protegido contra a ação do vírus.
Esse é considerado o princípio da vacinação.

No Brasil, em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que


disponibiliza pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais de 300 milhões de
doses de vacina ao ano. Desde então, várias doenças passaram e ser
controladas e até mesmo erradicadas, entre elas a varíola e a poliomielite.

Atualmente, existe uma série de vacinas disponibilizadas gratuitamente pelo


Ministério da Saúde contra doenças virais, como a poliomielite, o sarampo, a
caxumba, a rubéola, a varicela, a hepatite B, o rotavírus humano, o HPV, a
meningite viral e a febre amarela entre outras. Também há vacinas contra
doenças bacterianas, como a tuberculose, a difteria, o tétano, a coqueluche, a
meningite bacteriana e a doença pneumocócica.

Acesse o site a seguir para ver o calendário de vacinação do adolescente.


Aproveite para conferir sua carteira de vacinação e verificar se as suas vacinas
estão em dia.

· http://tub. im/6jhzq5.

Acesso em: 21 jan. 2016.

36

Hepatite viral
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser causada por vírus ou
outros fatores, como o uso contínuo de alguns remédios, a ingestão de álcool e
por doenças genéticas.

A hepatite viral pode ser causada por vários tipos de vírus, mas os tipos A, B e
C são mais comumente encontrados no Brasil. Cada tipo de hepatite apresenta
sintomas característicos. A do tipo A apresenta sintomas leves, como a
presença de urina escura, fezes claras e pele com coloração amarelada. A
hepatite tipo B e a C são caracterizadas por sintomas como fadiga, mal-estar
geral e desconfortos digestivos. No entanto, nas formas mais severas da
doença, podem evoluir para câncer de fígado ou cirrose, cujos sintomas são o
aparecimento de icterícia, inchaço, acúmulo de líquido no interior do abdome,
veias dilatadas no esôfago e alterações do sangue.

Glossário:

Cirrose: doença do fígado que leva à formação de nódulos e ao aumento da


formação de fibras no tecido do órgão, causando seu mau funcionamento.

Fim do glossário.

A prevenção da hepatite A é realizada basicamente com medidas educacionais


de higiene e saneamento básico. A hepatite B pode ser prevenida por meio do
uso de preservativos nas relações sexuais e pelo não compartilhamento de
objetos pessoais. Já para a prevenção da hepatite C, devem ser feitas
avaliações dos bancos de doação de sangue, bem como o controle de
infecções nos ambientes hospitalares ou laboratoriais e nos consultórios
dentários. Além dessas formas de prevenção, já existem vacinas contra as
hepatites virais do tipo A e B.

HPV

O HPV é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo papiloma vírus


humano, que pertence à família Papillomaviridae. O vírus do HPV é
responsável por causar verrugas nas regiões genitais e, em alguns casos, levar
ao desenvolvimento do câncer de colo de útero.

O sintoma mais característico do papiloma vírus, quando presente, é o


aparecimento de condiloma acuminado (verruga), na região genital de homens
e mulheres. Essas lesões também podem surgir na boca e na garganta, em
ambos os sexos.

Alguns estudos relacionam a incidência de câncer no colo do útero feminino


com a presença de alguns tipos de vírus HPV. Esse tipo de câncer é
caracterizado por um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do
útero, localizado no fundo da vagina. Essas alterações, quando detectadas no
início, podem ser curáveis, mas quando não são tratadas, podem dar origem a
um câncer mais agressivo. Os principais sintomas do avanço da doença são
corrimento, dor e sangramento vaginal.

Aids

A síndrome da imunodeficiência adquirida ou Aids é causada pelo vírus HIV.


Esse vírus ataca as células de defesa do corpo humano, deixando-o vulnerável
a diversas doenças e dificultando o seu tratamento.

As células mais atingidas são os linfócitos T, glóbulos brancos que organizam e


comandam a resposta imunológica do corpo humano. A destruição dessas
células faz o organismo perder, gradualmente, a capacidade de se defender
até chegar a uma condição em que qualquer doença, como um simples
resfriado, ocasiona complicações sérias e até mesmo pode levar o portador à
morte.

Os portadores do vírus HIV são chamados soropositivos, mas podem não


desenvolver a Aids, pois o vírus pode permanecer no organismo por um longo
período sem manifestar sintomas.

O HIV pode ser transmitido pelo ato sexual sem o uso de preservativos. Além
disso, o compartilhamento de seringas ou a utilização de materiais cortantes
não esterilizados são fontes de transmissão do vírus, caso estejam
contaminados com o HIV.

LEGENDA: Símbolo mundial de solidariedade e de comprometimento na luta


contra a aids.

CRÉDITO: koosen/Shutterstock.com

37
Esse vírus também pode ser transmitido por meio de transfusões de sangue
contaminado. Mães infectadas podem transmitir o HIV para o filho durante a
gestação, o parto ou na amamentação.

Atualmente, existem medicamentos chamados de antirretrovirais que


combatem a reprodução do vírus, mas não eliminam o HIV. A cura ainda não
existe, por isso é muito importante a contínua prevenção.

Por falta de informação, a Aids ainda hoje é motivo de preconceito nas


sociedades. O trecho da reportagem a seguir trata sobre isso. Leia-o.

Ação contra o preconceito causa reações diversas no centro de Lages,


Serra de SC

Estudantes fazem teste para ver como as pessoas agem diante de portadora
do vírus da Aids

Uma cena chamou a atenção de quem passou pelo calçadão central de Lages,
na Serra Catarinense, na manhã desta terça-feira. Uma garota, sentada
sozinha em um dos bancos, exibia um cartaz com a frase: "Eu tenho Aids.
Quem não tem preconceito me abrace".

[...]

Por aproximadamente 30 minutos, ela recebeu 15 abraços, a maioria de


homens de mais idade. Um deles chegou a oferecer um lanche, suco e
dinheiro, mas ela recusou. Por outro lado, uma mulher balançou negativamente
a cabeça como forma de reprovação, e duas garotas olharam para a estudante
com expressão de deboche.

[...]

- A grande maioria das pessoas me ignorou. Algumas chegaram a se amontoar


no banco ao lado só para não dividir espaço comigo, e eu fiquei sentada
sozinha. Aids não se transmite pelo beijo, abraço ou um simples aperto de
mão. É muito triste ver a falta de informação e a discriminação -, disse a
estudante, para quem a experiência vai servir de lição para toda a vida.

[...]
GOMES, Pablo. Ação contra o preconceito causa reações diversas no centro
de Lages, Serra de SC. Zero Hora, Santa Catarina, 7 out. 2014. Disponível em:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2014/10/acaocontra-o-preconceito-causa-
reacoes-diversas-no-centro-de-lages-serra-de-sc-4615898.html. Acesso em: 21
jan. 2016.

Biologia e Tecnologia

Como agem os antirretrovirais

O HIV é um retrovírus formado por RNA que ao entrar na célula, é transcrito


para DNA por meio de uma enzima chamada transcriptase reversa. Essa
molécula de DNA (pró-vírus) insere-se no genoma da célula hospedeira e inicia
a produção do vírus.

Alguns medicamentos já foram desenvolvidos para inibir essas enzimas e


impedir a reprodução do vírus - são os chamados antirretrovirais. Esses
medicamentos também podem atuar em enzimas essenciais para a capacidade
de infecção dos vírus.

No tratamento, é comum que pessoas com HIV utilizem dois ou mais


antirretrovirais simultaneamente, a fim de aumentar a sua eficiência e diminuir
a resistência dos vírus.

5. Por que demonstrações de afeto, como beijos e abraços, não levam à


transmissão do vírus HIV?

Resposta: Porque o HIV é transmitido por meio de relações sexuais sem


proteção e pelo contato com sangue e objetos contaminados com esse vírus e
não pelo contato físico ou pela saliva.

6. Qual é a importância de combater o preconceito contra pessoas com HIV?


Converse sobre isso com os colegas.

Resposta pessoal.

38

Bactérias

Segundo a proposta de classificação dos seres vivos por Carl Woese, e que foi
incluída na adaptação dos cinco reinos por Lynn Margulis, as bactérias são
divididas em dois grupos - as eubactérias e as arqueobactérias. Esses grupos
de bactérias apresentam similaridades em sua morfologia, mas diferem em
alguns pontos, tais como na composição da parede celular e no metabolismo.

A maioria das arqueobactérias são extremófilas, ou seja, possuem adaptações


para viver em ambientes com condições extremas de temperatura, pressão,
salinidade e pH. Fontes termais, beiras de vulcões, fundos de oceanos e lagos
salgados são alguns dos locais onde as arqueobactérias podem ser
encontradas.

No grupo das eubactérias, estão inclusas todas as bactérias patogênicas , e


muitas não patogênicas, que habitam o solo e a água.

Glossário:

Patogênico: pode provocar, direta ou indiretamente, uma doença.

Fim do glossário.

As bactérias e o ambiente

As bactérias estão presentes em diversos ambientes da Terra: no solo, na


água, no ar e no interior dos seres vivos. Elas são fundamentais em diversos
processos que auxiliam na manutenção de um grande número de outros seres
vivos. Entre esses processos estão a produção de gás oxigênio, a
decomposição da matéria orgânica, a manutenção da fertilidade do solo, a
saúde do sistema digestório de diversos animais, a absorção de nutrientes
pelas plantas e a produção de matéria orgânica.

Boxe complementar:

LEGENDA: Lago localizado no Parque Yellowstone, nos Estados Unidos,


registrado em 2013.

CRÉDITO: Shane Myers Photography/Shutterstock.com

A temperatura da água desse lago pode passar dos 87 ºC. A maioria dos seres
vivos não sobrevive quando expostos a temperaturas tão elevadas, com
exceção de algumas bactérias. Cada cor presente nas bordas do lago deve-se
à presença de um tipo diferente de bactéria.

Fim do complemento.
Boxe complementar:

LEGENDA: Nódulos na raiz de feijoeiro.

CRÉDITO: R-P/Kino.com.br

Esses nódulos são formados por bactérias que auxiliam as plantas a capturar o
gás nitrogênio presente no ar e a se desenvolver melhor. Em troca, as
bactérias recebem nutrientes e proteção.

Fim do complemento.

Estrutura das bactérias

As bactérias são seres vivos unicelulares procariontes de tamanho


microscópico e com formatos variados. Podem ser observados alguns
agrupamentos de bactérias com arranjos específicos, sendo os mais comuns
os diplococos, os estafilococos, os estreptococos e as sarcinas. Veja a seguir.

Principais formas de bactérias.

Tipos de agrupamentos de bactérias.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

39

As bactérias são compostas por uma parede celular formada de uma


substância denominada peptideoglicano ou glicopeptídeo , que confere rigidez
e proteção à célula bacteriana. Abaixo da parede há a membrana plasmática,
semelhante à membrana das células eucarióticas.

Algumas espécies são revestidas externamente por substâncias que podem


formar uma cápsula ou uma camada mucosa, também conhecida como
glicocálice, que permanece ligada à parede celular. Apesar de não serem
fundamentais para a sobrevivência da bactéria, essas estruturas
desempenham papéis importantes, tais como:

· reservatório de água e nutrientes;

· aumento da capacidade de evasão (fuga) das bactérias diante de células de


defesa, elevando sua capacidade invasiva;

· auxílio na aderência das bactérias a diferentes superfícies;


· aumento da resistência bacteriana a diversos agentes antibacterianos,
incluindo os antibióticos.

Algumas bactérias possuem flagelo, que confere movimento à célula. Sua


quantidade e posição variam entre as espécies. Outras bactérias possuem
estruturas que também auxiliam em sua fixação chamadas de fímbrias.

Boxe complementar:

Estrutura de uma bactéria

FONTE: Ilustração produzida com base em: TRABULSI, L. R; ALTERTHUM, F.


Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 9.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

O citoplasma bacteriano apresenta ribossomos e uma molécula circular de


DNA. Pode também apresentar moléculas circulares menores de DNA
chamadas plasmídeos . Os genes presentes no DNA plasmidial não são
essenciais para a sobrevivência da bactéria, mas podem trazer algumas
vantagens competitivas, por exemplo, a presença de genes de resistência a
antibióticos.

Algumas bactérias realizam um tipo de movimento chamado taxia. Esse


movimento ocorre em resposta a determinados estímulos químicos ou físicos
presentes no meio. Caso esse estímulo seja benéfico, por exemplo, um
nutriente, a bactéria vai movimentar seus flagelos na direção dele. Se o
estímulo for prejudicial, a bactéria afasta-se.

A taxia ocorre por meio de diferentes estímulos: se forem químicos, ela é


chamada de quimiotaxia; se for a luz, por exemplo, é denomina fototaxia.

Quando algumas bactérias se encontram em condições de escassez de


determinados nutrientes, elas podem formar endósporos , por meio de um
processo de esporulação. Nesse processo, os endósporos são liberados do
interior das bactérias para o meio externo, e são altamente resistentes à falta
de água e a altas temperaturas, podendo permanecer no ambiente durante um
longo período. No entanto, estímulos externos podem fazer o endósporo
germinar e retornar como uma bactéria ativa.
As bactérias que realizam a esporulação são uma constante preocupação para
a indústria de alimentos. Por causa da resistência dos esporos, processos
especiais de esterilização precisam ser realizados para evitar a contaminação e
o desenvolvimento de doenças.

Boxe complementar:

Formação de endósporo em uma bactéria

1. Septo do esporo iniciando sua formação ao redor do cromossomo recém-


duplicado.

2. Septo e parede celular formados ao redor do DNA.

3. Forma-se um revestimento do esporo.

4. O esporo é liberado da célula.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 95.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

40

Metabolismo bacteriano

Quanto ao tipo de nutrição e à forma de obtenção de energia, o reino das


bactérias apresenta uma grande variação metabólica. Vamos estudar alguns
exemplos dessas variações.

Algumas bactérias são fotoautotróficas. Essas bactérias utilizam a luz como


fonte de energia e dióxido de carbono (CO2) como fonte de carbono. As
cianobactérias são exemplos de bactérias fotoautotróficas. Elas possuem
clorofila como os vegetais, realizam fotossíntese, utilizam a água como doador
de elétrons e liberam gás oxigênio. Algas e vegetais também são exemplos de
organismos fotoautotróficos.

Outras bactérias fotossintetizantes possuem um pigmento semelhante à


clorofila chamado bacterioclorofila. No entanto, essas bactérias não utilizam a
água como doadora de elétrons, mas compostos inorgânicos e, por isso, não
liberam gás oxigênio.
A grande maioria das bactérias depende da oxirredução de compostos
orgânicos para obter energia e também como fonte de carbono. Essas
bactérias são chamadas quimioheterotróficas.

Uma das fontes de carbono mais comuns utilizadas por essas bactérias é a
glicose, que pode ser reduzida na presença ou ausência de gás oxigênio,
dependendo da sensibilidade da bactéria diante da presença desse gás no
ambiente.

LEGENDA: Cianobactérias da espécie Nostoc pruniforme (aumento


aproximado de 360 vezes).

CRÉDITO: Gerd Guenther/SPL/Latinstock

LEGENDA: Staphylococcus aureus, bactérias naturalmente encontradas sobre


a pele humana (aumento aproximado de 8150 vezes).

CRÉDITO: Nature's Geometry/SPL/Latinstock

As bactérias quimioautotróficas têm como fonte de energia a oxirredução de


compostos inorgânicos e utilizam o gás carbônico (CO2) como principal fonte
de carbono. Existem diferentes compostos inorgânicos que são utilizados por
essas bactérias, entre eles o sulfeto de hidrogênio (H2S), originário de
processos geológicos, como emissões vulcânicas e campos de petróleo. Locais
como os mangues, os pântanos e as fontes subterrâneas também são ricos
nesse composto.

Em geral, as bactérias apresentam diferenças quanto à tolerância da presença


do gás oxigênio; além disso, podem ou não utilizá-lo em sua respiração. Com
base nessas características, elas podem ser classificadas como aeróbias,
microaerófilas, anaeróbias facultativas, anaeróbias não restritas ou anaeróbias
restritas. Observe no quadro a seguir.

LEGENDA: Manguezal em Trancoso, na Bahia, em 2015. Por ser uma área


alagável e que recebe grande quantidade de matéria orgânica de rios e do mar,
esse ambiente é propício à intensa ciclagem de nutrientes, que, em grande
parte, é realizada pelas bactérias.

CRÉDITO: Carlos Terrana/Kino.com.br

Quadro: equivalente textual a seguir.


Classificação das bactérias
quanto à presença ou à
ausência de gás oxigênio

Exigem a
presença de
gás oxigênio,
Aeróbias
pois o utilizam
em sua
respiração.

Exigem a
presença de
pequenas
Microaerófilas
quantidades
de gás
oxigênio.

Desenvolvem-
se tanto na
Anaeróbias presença
facultativas como na
ausência de
gás oxigênio.

Não utilizam o
oxigênio em
sua
Anaeróbias
respiração,
não restritas
mas podem
sobreviver em
sua presença.

Anaeróbias Não utilizam o


restritas gás oxigênio
em sua
respiração e
morrem em
sua presença.

41

Reprodução bacteriana

A maioria das bactérias reproduz-se assexuadamente por meio de um


processo chamado fissão binária. Observe.

Boxe complementar:

Fissão binária

1. Alongamento da célula e replicação do DNA.

2. Início da divisão da parede celular e da membrana plasmática.

3. Formação das paredes em torno do DNA duplicado.

4. Separação das células.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 171.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

Fim do complemento.

No entanto, algumas bactérias podem realizar brotamento, que ocorre quando


um tipo de broto surge na parede celular, aumenta de tamanho e depois se
destaca.

O tempo necessário para uma célula se dividir é chamado de tempo de


geração. Esse tempo pode ser influenciado diretamente por algumas condições
ambientais, como a temperatura, o pH, a quantidade de nutrientes, a presença
ou a ausência de gás oxigênio.

Como exemplo, vamos utilizar a bactéria Escherichia coli. Em condições ideais,


o tempo de geração dessa bactéria é de 20 minutos. Isso significa que, após
esse tempo, duas bactérias são formadas; ao final de 40 minutos, quatro
bactérias; ao final de 80 minutos, oito bactérias; ao final de 160 minutos, 16
bactérias; e assim sucessivamente. Dessa forma, após 20 gerações existirão
aproximadamente 1 000 000 de células.

A observação do tempo de geração de uma bactéria, geralmente, é feita em


condições controladas, dentro de um laboratório. Nessas condições, as
bactérias são colocadas em meios de cultura sólidos ou líquidos, que oferecem
os nutrientes que elas precisam.

O crescimento de uma população bacteriana pode ser medido por meio de um


gráfico chamado curva de crescimento. Esse gráfico é construído após a
contagem de uma população bacteriana em intervalos de tempo. Por meio
dele, é possível observar que existem quatro etapas da fase de crescimento:
fase lag, fase log, fase estacionária e fase de declínio ou morte celular.
Observe-as a seguir.

Boxe complementar:

Curva de crescimento bacteriano

FONTE: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed.


Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 172.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

Fase lag - as células possuem intensa atividade metabólica, mas ainda não se
reproduzem. Isso ocorre no início do cultivo.

Fase log - as células iniciam o processo de divisão, e o aumento do número de


células ocorre exponencialmente.

Fase estacionária - nessa fase, os nutrientes do meio de cultura foram


amplamente consumidos, e ocorreu um aumento no valor do pH ocasionado
pelos produtos do metabolismo bacteriano. Esses e outros fatores inibem a
reprodução bacteriana até o momento em que a taxa de reprodução se iguala à
taxa de morte das bactérias, deixando a população em número estável.

Fase de declínio ou morte celular - o número de bactérias mortas ultrapassa o


número de células vivas.

Fim do complemento.
7. Quanto tempo uma célula Escherichia coli leva para se multiplicar até atingir
1 000 de células? Considere as condições ambientais como ideais.

Resposta: 40 minutos.

Resolução.

Se, em 20 gerações, existem aproximadamente 1 000 000 de células e se cada


geração leva 20 minutos, então: 20 · 20 = 400 min ⇒ 6 h = 40 min

42

Boxe complementar:

Recombinação genética bacteriana

LEGENDA: Conjugação bacteriana.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TRABULSI, L. R; ALTERTHUM, F.


Microbiologia. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2008. p. 42.

CRÉDITO: A7 Estudio

A inserção ou perda de fragmentos de DNA nas bactérias ocorre de maneira


frequente. Este processo está diretamente relacionado à aquisição de
resistência a antibióticos. Estas alterações no material genético ocorrem por
meio de alguns mecanismos, e entre eles está o da conjugação bacteriana.
Nele, algumas bactérias, que possuem uma estrutura chamada pili sexual,
trocam material genético entre si, principalmente plasmídeos. Como a grande
maioria dos genes que conferem resistência aos antibióticos está presente nos
plasmídeos, a conjugação é um dos principais processos pelos quais bactérias
sensíveis a antibióticos adquirem resistência contra eles.

Fim do complemento.

Encontro com... Matemática

Multiplicação celular

Durante a fissão binária, a população bacteriana cresce de forma exponencial,


multiplicando-se em uma progressão geométrica de razão 2, ou seja, 1: 2: 4: 8:
16: 32: 64 ou 20 : 21 : 22: 23: 24: 25: 26, e assim por diante.
Assim, em uma cultura bacteriana, a relação entre a quantidade de células
iniciais e a de células após o crescimento exponencial pode ser expressa pela
seguinte equação matemática:

N = N0 X 2n

Nessa equação, N é a quantidade de bactérias após determinado tempo (t), N 0


é o número de bactérias iniciais na cultura, e n é a quantidade de gerações
com o passar do tempo.

Gráfico da velocidade de crescimento de um cultivo bacteriano

FONTE: MADIGAN, Michael T.; MARTINHO, John M.; PARKER, Jack. Brock:
Biología de los microorganismos. 10ª ed. Madri: Pearson, 2010. p. 163.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

No entanto, essa equação aritmética não permite criar um gráfico em que seja
possível observar as alterações nas gerações iniciais do crescimento
bacteriano. Por essa razão, a equação logarítmica é a melhor opção para ser
usada em gráficos, como pode ser observado no exemplo acima.

Agora, veja a equação logarítmica a seguir.

Com base nessa equação, é possível obter o número de gerações (n) da


população bacteriana em crescimento exponencial. Observe um exemplo a
seguir.

Em uma cultura bacteriana há 1 . 105 células, as quais crescem


exponencialmente até 1 . 109 em 16 horas. Aplicando esses dados na equação,

veremos que a quantidade de gerações dessa população bacteriana em


crescimento será de 13 gerações.

43

Biologia e Tecnologia

As bactérias na indústria

Grande parte dos produtos que consumimos em nosso dia a dia é elaborado
com a participação de bactérias. Na indústria, compostos provenientes do
metabolismo bacteriano são fundamentais para a produção de alimentos,
cosméticos e medicamentos, além de permitirem avanços na ciência e na
Medicina.

Na indústria alimentícia, por exemplo, o processo de fermentação de algumas


espécies de Lactobacillus e Streptococcus é empregado na fabricação de
queijos e iogurtes. Outro exemplo é a bactéria Xanthomonas campestris, que, a
partir da glicose, produz a goma xantana, utilizada como espessante
(substância que aumenta a viscosidade) em laticínios, sorvetes e molhos e
também é empregada na indústria de cosméticos, principalmente na produção
de cremes e xampus.

LEGENDA: Goma xantana produzida pela bactéria Xanthomonas campestris


(aumento aproximado de 160 vezes).

CRÉDITO: Dennis Kunkel/PhotoTake/Easypix

Na agricultura, a bactéria Bacillus thuringiensis é usada no controle de pragas


em lavouras e pomares, pois produz cristais proteicos que são tóxicos ao
sistema digestório dos insetos. Dessa maneira, ela é utilizada na produção de
um bioinseticida (inseticida produzido com base em um ser vivo), que é
aplicado em plantações para realizar o controle biológico, principalmente de
lagartas jovens.

A indústria farmacêutica utiliza bactérias na fabricação de antibióticos,


hormônios sintéticos e vitaminas. As bactérias do gênero Streptomyces, por
exemplo, são empregadas na produção do antibiótico neomicina, usado no
tratamento de infecções de pele, intestino e fígado.

Outra bactéria usada por essa indústria é a Escherichia coli. Após ser
modificada geneticamente, ela é empregada na produção da insulina sintética,
que é utilizada por diabéticos que necessitam aplicar insulina diariamente a fim
de controlar o nível de glicose no sangue.

A partir da celulose bacteriana de Acetobacter xylinum, bactéria encontrada em


frutas em decomposição, são produzidas películas de celulose compatíveis
com tecidos humanos. Essas películas são utilizadas na recuperação da pele
após lesões e antes de transplantes.

LEGENDA: Escherichia coli (aumento aproximado de 12000 vezes).


CRÉDITO: Dr. Martin Oeggerli/Visuals Unlimited, Inc/Glow Images

LEGENDA: Bacillus thuringiensis (aumento aproximado de 4000 vezes).

CRÉDITO: Dennis Kunkel Microscopy, Inc./Phototake/Glow Images

44

Oficina de Biologia

O metabolismo bacteriano é amplamente variado. Alguns dos compostos


originários desse metabolismo são utilizados no consumo humano, como o
iogurte, produto derivado da ação de bactérias sobre o leite.

Materiais

· 1 caneca de alumínio com capacidade de 2 L

· 1 pote de iogurte natural industrializado

· pote plástico com capacidade de 1,5 L

· termômetro

· 1 L de leite

· colher

· fogão

Mãos à obra

A. Coloque o leite na caneca e leve-o ao fogo para ferver.

B. Após a fervura, deixe o leite resfriar. Com o termômetro meça a temperatura


do leite. Quando o leite estiver entre 45 ºC e 50 ºC, adicione o iogurte natural e
mexa com a colher.

C. Coloque a tampa sobre o pote sem vedá-lo. Deixe a mistura repousar por
cerca de 12 horas em local arejado.

D. Depois desse tempo, o iogurte formado deve ser colocado na geladeira com
o pote tampado. Se preferir, bata o iogurte em um liquidificador com pedaços
de frutos e consuma-o.

CRÉDITO: Desenhorama Estúdio


Utilize frutos da época (morango, abacaxi, banana, entre outros) para bater
com o iogurte.

Para pensar

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Qual é o papel do iogurte natural nessa atividade? Explique.

2. O que poderia acontecer se o iogurte natural fosse adicionado ao leite


imediatamente após a fervura? Explique.

3. As bactérias utilizadas nessa atividade degradam a lactose e o açúcar


presente no leite para obter energia. O produto formado é o ácido lático,
responsável pela fermentação das proteínas do leite. Com base nessa
informação, como as bactérias do iogurte são classificadas quanto ao
metabolismo? Justifique sua resposta.

45

As bactérias e a saúde humana

Existem bactérias que podem causar doenças infecciosas ao ser humano.


Algumas bactérias podem ser evitadas por meio de atitudes como escovar os
dentes após as refeições e antes de dormir, lavar as mãos após utilizar o
banheiro, beber somente água tratada e fervida, utilizar preservativos nas
relações sexuais, entre outras atitudes. Além disso, é necessário procurar um
médico sempre que houver suspeita de infecção. Conheça a seguir algumas
bactérias que podem causar doenças ao ser humano.

Veja, a seguir, algumas das bactérias que podem prejudicar a saúde humana.

Boxe complementar:

Cárie

Uma das principais bactérias causadoras da cárie é a Streptococcus mutans,


que habita naturalmente a cavidade oral do ser humano. Em condições ideais,
essas bactérias se multiplicam e produzem compostos ácidos, que reduzem
bruscamente o pH da boca, levando à desmineralização do dente e formação
de orifícios da cárie. Caso não haja tratamento, esses orifícios podem se
aprofundar e atingir a polpa do dente, causando dor aguda.

Para prevenir a cárie é preciso escovar os dentes após as refeições, ao


acordar e antes de dormir; usar creme dental com flúor; utilizar fio dental; trocar
a escova dental regularmente e ir ao dentista a cada seis meses.

LEGENDA: Streptococcus mutans, principal bactéria causadora da cárie


(aumento aproximado de 8800 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/Science Source/Latinstock

Tétano

O tétano é uma doença grave causada pela bactéria anaeróbia restrita


Clostridium tetani. Essa bactéria produz endósporos que permanecem
presentes em amostras de solo e são altamente resistentes às condições
ambientais. Após entrar em contato com alguma lesão na pele e germinar, o C.
tetani produz toxinas que causam o tétano. Os principais sintomas dessa
doença são a paralisia de músculos, espasmos e rigidez da mandíbula. O
tratamento é feito por meio do uso de antibióticos e a prevenção ocorre pela
vacinação.

Hanseníase

A hanseníanse, enfermidade antigamente conhecida como lepra, é causada


pelo bacilo Mycobacterium leprae, que pode ser transmitido por meio de
gotículas expelidas pelo nariz ou pela boca. Seus principais sintomas iniciais
são o aparecimento de manchas pardas na pele e lesões avermelhadas na
face, no tronco e nas extremidades, além da perda da sensibilidade nas áreas
afetadas.

O tratamento é realizado pela ingestão de antibióticos durante, no mínimo, seis


meses.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença causada pelo bacilo aeróbio Mycobacterium


tuberculosis. Sua transmissão acontece pela inalação ou ingestão de bactérias
e esporos, espalhados no ar por meio da tosse ou de espirros emitidos por um
indivíduo infectado.
Os principais sintomas são perda de peso, suor excessivo noturno, febre, tosse
com catarro e sangue. O tratamento é feito por meio de uma combinação de
antibióticos por um período de pelo menos seis meses. A prevenção ocorre
pela vacinação BCG.

LEGENDA: Adolescente tendo atitude correta no momento de espirrar. A ação


de colocar o braço sobre o rosto evita que parte das gotículas de saliva se
espalhem pelo ar ou que contaminem as mãos, que poderiam disseminar o
vírus mais facilmente para outras pessoas pelo contato.

CRÉDITO: Brenda Carson/Shuttertock.com

46

Meningite

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o


cérebro, e pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, incluindo
bactérias, vírus e fungos. Entre eles, a bactéria Neisseria meningitidis é o
principal agente causador da meningite bacteriana* (forma mais grave da
doença).

Essa enfermidade pode ser transmitida por meio de gotículas e secreções do


nariz e da garganta de pessoas infectadas. Entre os principais sintomas dessa
doença estão: febre alta, dor de cabeça intensa e contínua, rigidez na nuca,
náuseas e vômitos, manchas pelo corpo em alguns casos, falta de apetite e
dores musculares.

Gonorreia, sífilis e clamídia

A gonorreia, a sífilis e a clamídia são doenças sexualmente transmissíveis


(DST). A gonorreia é causada pela bactéria aeróbia Neisseria gonorrhoeae; a
sífilis é uma infecção causada pela

bactéria Treponema pallidum; a clamídia possui como agente causador a


bactéria Chlamydia trachomatis.

A transmissão dessas doenças ocorre por meio do ato sexual com indivíduos
infectados, sem o uso de preservativos. Elas também podem ser transmitidas
através da mãe infectada para o bebê durante a gestação, parto ou no período
pós-parto. No caso da sífilis, a transmissão
pode ocorrer pela transfusão do sangue infectado, e se ela ocorrer durante a
gestação, pode causar aborto, malformação fetal e até a morte do bebê.

Os principais sintomas dessas doenças são:

· gonorreia e clamídia: inflamação e infecção dos órgãos genitais, corrimento


na uretra masculina e na vagina da mulher e dor ao urinar;

· sífilis: ocorrência de feridas nos órgãos sexuais, caroços nas virilhas, febre,
aumento nos gânglios linfáticos, manchas na pele, especialmente solas dos
pés e palmas das mãos e queda dos cabelos.

O tratamento para essas doenças é realizado por meio de antibióticos, e a


prevenção é feita pelo uso de preservativos durante o ato sexual.

Fim do complemento.

Biologia e Saúde

Água e infecções bacterianas: cólera e leptospirose

A contaminação de rios e reservas que abastecem cidades e irrigam plantas


ocorre muitas vezes em razão da ausência de saneamento básico. Isso leva ao
desenvolvimento de doenças como a cólera e a leptospirose, que são
transmitidas pela água contaminada com microrganismos causadores dessas
doenças.

A cólera é causada por uma toxina liberada pela bactéria Vibrio cholareae que
se instala no intestino delgado e pode ser transmitida pela ingestão de água
contaminada. Seus principais sintomas são: diarreia, dor abdominal, vômitos,
cãibras e desidratação.

Já a leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira e pode ser


transmitida pelo contato com a água contaminada por urina de ratos. Isso
explica porque há um aumento no número de casos após alagamentos e
inundações. Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, dores pelo
corpo, pele e mucosas amareladas, sangramentos nos nariz e na gengiva e
problemas renais.
O tratamento dessas doenças é feito pelo uso de antibióticos indicados pelo
médico. No caso da cólera, também é feita a reidratação por meio do soro, que
garante a reposição de sais minerais e água, perdidos na diarreia.

Em locais onde não há água tratada, é necessário ferver a água para eliminar
possíveis agentes infecciosos, incluindo bactérias causadoras da cólera e da
leptospirose.

CRÉDITO: Roman Sigaev/Shutterstock.com

*A meningite bacteriana em crianças, frequentemente deixa sequelas, como


surdez, dificuldade de aprendizagem e comprometimento cerebral. O
tratamento, portanto, deve ser iniciado imediatamente.

47

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Em que local ocorre a replicação dos vírus? Por quê?

2. Explique a principal diferença entre o ciclo lítico e o ciclo lisogênico.

3. Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos? E das
bactérias?

4. Qual é a importância dos esporos para as bactérias que os produzem?

5. O que é fissão binária?

6. A conjugação bacteriana contribui para o aumento da resistência das


bactérias aos antibióticos? Justifique.

7. O que é um ser vivo quimioheterotrófico?

8. O que é uma bactéria anaeróbia restrita?

9. Quais cuidados com a saúde auxiliam na prevenção de doenças causadas


por vírus e bactérias?

10. Observe as ilustrações abaixo e responda às questões propostas.


CRÉDITO: Somma Studio

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 98, 389.

CRÉDITO: A7 Estudio

a ) Quais microrganismos estão representados nas ilustrações I e II?

b ) Quais são as estruturas indicadas pelas letras nas ilustrações I e II?

c ) Qual é a importância das estruturas F e G para o microrganismo II?

11. Copie as frases a seguir, no caderno, corrijindo se necessário.

a ) A maioria das bactérias extremófilas é classificada como eubactéria.

b ) Os vírus possuem metabolismo e podem se replicar fora das células.

c ) As bactérias anaeróbias facultativas se desenvolvem melhor na presença do


gás oxigênio.

d ) A conjugação é um processo em que uma bactéria se divide em duas.

12. Leia, abaixo, o trecho da letra de música O pulso, composta por Arnaldo
Antunes, no ano de 1989, e gravada pela banda Titãs. Em seguida, faça as
atividades propostas e, se necessário, realize uma pesquisa para respondê-las.

[...] O pulso ainda pulsa

Peste bubônica, câncer, pneumonia,

Raiva, rubéola, tuberculose, anemia Rancor, cisticercose, caxumba, difteria [...].

TITÃS. O pulso. Rio de Janeiro: WEA, 1989. 1 disco sonoro.

a ) Reescreva, no caderno, o trecho da música acima e identifique quais


doenças são causadas por vírus e quais são causadas por bactérias.

b ) Escolha duas doenças citadas no trecho da letra de música que sejam


causadas por vírus ou bactérias e descreva como ocorre a sua transmissão,
quais são os principais sintomas e qual é o modo de prevenção.

c ) Em nenhuma parte da letra completa da música, a dengue é citada. Na


época em que ela foi gravada, o Brasil já registrava muitos casos de dengue,
mas essa doença ainda não era considerada uma epidemia. Atualmente, o
Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, tem aplicado o
Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) para
detectar os riscos de epidemia de dengue, em capitais e regiões metropolitanas
com grande fluxo de pessoas. Em 2015, o LIRAa apontou que 340 cidades
brasileiras estavam em situação de risco epidêmico, e mais 877 estavam em
estado de alerta. Quais fatores podem ter contribuído para o aumento dos
casos de dengue? Se achar necessário, realize uma pesquisa.

48

13. Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.

Alguns vírus que infectam plantas podem gerar uma importante perda
econômica para os países produtores de determinadas espécies. Um exemplo
é o vírus do mosaico da cana-de-açúcar (SCMV-Sugar cane mosaic virus),
pertencente ao grupo dos Potyvirus. Além da cana-de-açúcar, outras espécies
como o sorgo, o milho, a cevada, o trigo, o centeio e o arroz também podem
hospedar o vírus SCMV. Transmitido por meio de pulgões contaminados, esse
vírus pode atacar os tecidos fotossintéticos, prejudicando o desenvolvimento da
planta. Em consequência disso, as plantas infectadas morrem e a produção da
cana-de-açúcar sofre redução.

a) Os vírus que infectam plantas se utilizam dos mesmos mecanismos do que


aqueles que infectam animais? Quais são esses mecanismos?

b) Qual é a importância de conhecer a biologia dos vírus para a agricultura? E


para a saúde?

c ) Onde os vírus podem ser encontrados no ambiente?

14. A charge a seguir faz referência à dengue, uma doença que, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), é um dos mais importantes problemas
de saúde pública mundial e que pode infectar 390 milhões de pessoas por ano.
Com base na charge e em seus conhecimentos responda às questões
propostas.

FONTE: CABRAL, Ivan. Sorriso pensante. 12 maio 2008. Disponível em:


www.ivancabral.com/2008/05/grfico-grandeza-diretamente.html. Acesso em: 27
jan. 2016.
CRÉDITO: Ivan Cabral

a) Que ser microscópico causa a dengue?

b) Qual é o vetor da dengue?

c ) Explique, com suas palavras, qual crítica o autor quis fazer com a charge.

d) A charge poderia ser utilizada para representar a situação relacionada à


chikungunya e à zika? Por quê?

e) No caderno, produza uma charge sobre a dengue e mostre-a aos seus


colegas.

15. Leia o texto abaixo e responda às questões.

A mineração é um processo de extração de minerais presentes nas rochas e


no solo. Essa atividade comumente envolve a queima de minérios, liberando
gases poluentes no ar. Uma alternativa interessante e contrária a esse
processo é a biomineração. Nessa técnica, bactérias extremófilas são
utilizadas para consumir enxofre e ferro, presentes no solo e nas rochas. Um
dos produtos do metabolismo dessas bactérias é o ácido sulfúrico, que torna os
minérios das rochas mais solúveis. Essas bactérias já existem no solo e nas
rochas e são estimuladas a crescer por meio da irrigação de água e sais. A
biomineração não envolve a liberação de gases poluentes e é fácil de ser
aplicada, o que a torna mais econômica.

a) O que são bactérias extremófilas?

b) A que grupo pertence a grande maioria das bactérias extremófilas?

c ) As bactérias utilizadas na biomineração utilizam o CO 2 como fonte de


carbono. Qual é a classificação dessas bactérias segundo o tipo de
metabolismo que elas realizam?

d) Ainda em relação ao metabolismo, como são classificadas as bactérias que


também se utilizam do CO2 como fonte de carbono, mas utilizam a luz como
fonte de energia?

e) Como as bactérias patogênicas são classificadas quanto ao seu


metabolismo? Por quê?

16. (UFV-MG) Sobre os vírus, é incorreto afirmar que:


a) são inativos fora do ambiente celular, porém tornam-se ativos após entrarem
em células hospedeiras específicas.

b) utilizam o seu próprio material genético para se multiplicarem, porém


dependem da maquinaria de biossíntese da célula hospedeira.

c ) podem ser portadores de RNA, sendo denominados de retrovírus; ou de


DNA, neste caso, denominados de adenovírus.

d) para se multiplicarem, não dependem de ribossomos, enzimas e RNAs


transportadores da célula hospedeira.

49

17. Em cada um dos tubos de ensaio abaixo foi colocado um tipo de bactéria
(A, B e C), que se desenvolveu de maneira diferente no meio de cultura. A
quantidade de gás oxigênio em cada tubo é igual, mas sua concentração ao
longo de cada tubo é variada, como mostra a barra azul.

LEGENDA: Tubos com meios de cultura.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: MADIGAN, M. T.; MARTINHO,


J. M.; PARKER, J. Brock: Biología de los microorganismos. 10ª ed. Madrid:
Pearson, 2003. p. 162.

CRÉDITO: Somma Studio

a ) Em relação à tolerância ao gás oxigênio, como podem ser classificadas as


bactérias presentes nos tubos A, B e C? Justifique sua resposta.

b ) Se um quarto tubo com as mesmas condições fosse adicionado, e nele


fossem colocadas bactérias microaerófilas, em que local do tubo elas se
desenvolveriam? Por quê?

c ) Por que a concentração de gás oxigênio varia nos tubos?

18. (Mackenzie-SP) Atualmente, um dos grandes problemas enfrentados pela


medicina é a resistência das bactérias aos antibióticos, graças à sua
variabilidade genética. Dos processos reprodutivos a seguir, assinale aquele
que é o principal responsável pelas taxas de mutação desses seres vivos.

a ) Esporulação.

b ) Regeneração.
c ) Brotamento.

d ) Bipartição.

e ) Conjugação.

19. (Uerj) A influência de fatores ambientais, como a disponibilidade de


alimentos, sobre o crescimento dos seres vivos pode ser avaliada
experimentalmente. Considere, por exemplo, um inóculo da bactéria E. coli que
foi introduzido em um meio nutritivo adequado. O tempo de geração, ou seja, o
intervalo de tempo necessário para que uma célula se duplique, foi medido
durante a fase de crescimento exponencial e durante a fase estacionária.

Agora, observe os gráficos abaixo:

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

O resultado desse experimento, em relação à influência de fatores ambientais


no crescimento bacteriano, está representado pelo gráfico de número:

a)I

b ) II

c ) III

d ) IV

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Retome a resposta que você deu às questões da página 29 e complemente-


as caso seja necessário.

B. Observe as bactérias apresentadas nas duas primeiras fotografias da página


40. Quais são as principais diferenças que elas apresentam em relação ao seu
metabolismo?

C. Em sua opinião, qual é a importância de estudar vírus e bactérias?

50

Capítulo 3 - Protozoários, algas e fungos


As plantas são os produtores das cadeias alimentares terrestres e, no ambiente
marinho, essa função é de um conjunto de microalgas denominado
fitoplâncton. A maioria dessas algas é capaz de realizar fotossíntese, e, por
isso, o fitoplâncton é considerado a base da cadeia alimentar marinha.

Entre as algas que compõem esse conjunto é possível citar as diatomáceas (na
fotografia acima) e os dinoflagelados (fotografia abaixo).

As algas que compõem o fitoplâncton são consideradas indicadoras de


qualidade ambiental, pois respondem rapidamente às alterações ambientais.
Por exemplo, há estudos que indicam que as mudanças climáticas têm afetado
o fitoplâncton, modificando os oceanos física e quimicamente. Como os
oceanos são fundamentais na manutenção do clima e fazem parte dos ciclos
biogeoquímicos, como o ciclo do carbono e o ciclo da água, acredita-se que o
aumento da temperatura global tem provocado a redução das populações de
fitoplâncton marinho.

LEGENDA: Dinoflagelado Ceratium tripos (aumento aproximado de 400 vezes).

CRÉDITO: Raul Gonzalez/Science Source/Latinstock

A. É possível afirmar que o fitoplâncton também é importante para o ser


humano? Explique.

Resposta: Sim, pois ele forma a base da cadeia alimentar marinha. Como
dependemos direta ou indiretamente dos recursos marinhos, o equilíbrio nas
populações desses seres vivos é fundamental para o ambiente e a economia.

B. Explique como a redução nas populações de fitoplâncton afeta a cadeia


alimentar marinha.

Resposta: Como o fitoplâncton é a base da cadeia alimentar marinha, sua


redução afetaria todos os seres vivos, o que desencadearia um desequilíbrio
na cadeia alimentar.

51

Protoctistas
Na página anterior, você conheceu algumas informações sobre as algas. Esses
seres vivos fazem parte de um reino denominado protoctista*, que é composto
de seres bastante diversificados em hábitos e formas.

O reino Protoctista é representado por seres vivos eucariontes que não são
classificados como fungos, animais ou plantas. Além das algas, que variam de
espécies microscópicas formadas por uma única célula até as algas marinhas
macroscópicas multicelulares, os protozoários também fazem parte desse
grupo.

Protozoários

Os protozoários** são protoctistas unicelulares, encontrados no solo, na água


ou no interior de outros seres vivos. A maioria das espécies é aeróbia e
heterotrófica, com exceção dos protozoários intestinais, que são capazes de
crescer em ambiente anaeróbio. Muitas espécies são de vida livre, mas
algumas são parasitas de animais e plantas.

Entre as espécies de protozoários, há algumas que são envoltas somente por


membrana plasmática, outras, possuem parede celular, e também há aquelas
que apresentam carapaças internas.

Os protozoários se alimentam de bactérias e pequenas partículas de


nutrientes. Em alguns, o alimento é transportado por meio da membrana
plasmática. Em outros, que possuem uma película ao redor da célula, são
necessárias estruturas especializadas na ingestão de alimentos.

A digestão ocorre em vacúolos, no interior das células, e os dejetos são


eliminados pelo poro anal ou pela membrana plasmática.

Observe a seguir a estrutura de um protozoário.

Boxe complementar:

Estrutura de um Paramecium sp.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 486.

Fim do complemento.
Em condições adversas, alguns protozoários são capazes de produzir um cisto,
um tipo de capa protetora, que lhes confere condições de sobreviver na
ausência de nutrientes, umidade ou gás oxigênio ou quando há presença de
compostos tóxicos.

No caso de protozoários parasitas, a forma de cisto permite-lhes sobreviver


fora do corpo do hospedeiro, pois, quando são eliminados do seu organismo,
devem encontrar um novo para parasitar.

LEGENDA: Cisto de protozoário Balantidium coli (aumento aproximado de 360


vezes).

CRÉDITO: Carolina Biological/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

*Os protoctistas são espécies de seres vivos com variados hábitos e formas,
agrupados em um único reino, mas que não necessariamente compartilham um
ancestral comum. Nesta coleção, adotamos o termo "protoctista" em vez de
protista, classificação de cinco reinos proposta por Margulis e Schwartz (2001).
Veja mais informações nas Orientações para o professor.

**Explique aos alunos que a classificação dos protozoários ainda é muito


debatida entre os taxonomistas, pois os integrantes desse grupo são
descendentes de diferentes linhagens ancestrais.

52

Classificação dos protozoários

A maioria dos protozoários locomove-se por meio de movimentos do


citoplasma ou pela ação de estruturas auxiliares, como os cílios e os flagelos.
De acordo com a presença ou a ausência dessas estruturas, os protozoários
recebem diferentes classificações.

Boxe complementar:

LEGENDA: Protozoário do gênero Triconympha (aumento aproximado de 600


vezes). Esse protozoário vive no sistema digestório de cupins, que ingerem
madeira, mas são incapazes de digeri-la.

CRÉDITO: Biophoto Associates/Science Source/Glow Images

Os protozoários que apresentam cílios são denominados ciliados.


Essas estruturas se assemelham a pelos e se movimentam de maneira
coordenada, permitindo que o protozoário se locomova no ambiente. Os cílios
também auxiliam na alimentação desses seres, encaminhando os nutrientes
para o interior das suas células.

Alguns protozoários apresentam flagelos e, por isso, são chamados flagelados.


Essas estruturas realizam movimentos ondulatórios, como o de um chicote,
fazendo o protozoário locomover-se para a frente ou para trás.

LEGENDA: Giardia lamblia (aumento aproximado de 1 125 vezes), causadora


da giardíase.

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

LEGENDA: Amoeba proteus (aumento aproximado de 16 vezes).

CRÉDITO: Wim Van Egmond/Visuals Unlimited/SPL/Latinstock

Alguns protozoários chamados rizópodes, locomovem-se por meio de


pseudópodes, do grego, pseudo, que significa falso e podos, que quer dizer pé
e, por isso, "falsos pés". Os pseudópodes são projeções do citoplasma que
auxiliam na movimentação e na alimentação dos rizópodes.

53

Também existem protozoários denominados foraminíferos, capazes de secretar


uma carapaça formada de carbonato de cálcio que reveste seu corpo. Essa
carapaça é constituída de poros, pelos quais passam pseudópodes utilizados
na obtenção de alimento.

LEGENDA: Foraminífero do gênero Spirilina (aumento aproximado de 800


vezes).

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

LEGENDA: Protozoários do gênero Plasmodium (em verde) e hemácias


humanas (aumento aproximado de 4000 vezes). Esse protozoário é um
parasita causador da malária no ser humano.

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

Há alguns protozoários parasitas obrigatórios, que apresentam uma estrutura


bastante elaborada, o complexo apical, localizada no polo apical da célula. Eles
são, portanto, denominados apicomplexos (antigos esporozoários). Nesses
seres, o complexo apical, formado por microtúbulos e vesículas secretoras que
liberam enzimas, auxilia o protozoário a penetrar no organismo hospedeiro.

Fim do complemento.

Reprodução dos protozoários

A reprodução dos protozoários pode ocorrer de forma sexuada ou assexuada.

Protozoários ciliados, como o Paramecium sp., podem se reproduzir


sexuadamente por conjugação*. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Conjugação em protozoários**

1. Duas células fundem-se, e o micronúcleo (haploide) de cada uma migra para


a outra. Com isso, o macronúcleo (diploide) desintegra-se.

2. No interior de cada célula, os micronúcleos fundem-se, e as células


separam-se.

3. As células dividem-se. Cada uma delas tem DNA recombinado, isto é, elas
são diferentes das células que lhes deram origem.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 487.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

*A conjugação dos protozoários é diferente da conjugação bacteriana.

**Existem protozoários que se reproduzem sexuadamente por meio de


gametas denominados gametócitos. Nesse tipo de reprodução, os gametas
unem-se e formam um zigoto diploide.

54

A reprodução assexuada dos protozoários pode ocorrer por cissiparidade,


brotamento ou esquizogonia. Na cissiparidade, também conhecida como
bipartição ou fissão binária, o protozoário divide-se por meio da mitose, na qual
uma célula origina duas com a mesma quantidade de cromossomos. No
brotamento, uma nova célula menor é originada a partir da superfície de outra
mais madura. Na esquizogonia, também conhecida como fissão múltipla, o
núcleo divide-se várias vezes dando origem a diversas células.

Os protozoários e o ser humano

Como já visto anteriormente, alguns protozoários são parasitas, entre eles há


algumas espécies de importância médica, pois podem causar doenças ao ser
humano. Entre essas doenças, podemos citar a tricomoníase, a giardíase, a
toxoplasmose, a doença de Chagas, a malária e a leishmaniose.

Boxe complementar:

Os seres vivos estabelecem diferentes relações entre si. Uma delas é o


parasitismo, relação em que um dos seres vivos é beneficiado - o parasita - e
o outro é prejudicado - o hospedeiro, pois é o ser vivo que abriga o parasita.

Durante seu ciclo de vida, os parasitas passam por diferentes fases de


desenvolvimento e alguns podem ter mais de um hospedeiro. O hospedeiro
que apresenta o parasita na fase larval ou assexuada do ciclo de vida é
chamado hospedeiro intermediário. O hospedeiro que apresenta o parasita
em uma fase madura ou sexuada do ciclo de vida é chamado hospedeiro
definitivo.

Fim do complemento.

LEGENDA: Trichomonas vaginalis (aumento aproximado de 4500 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo


protozoário flagelado Trichomonas vaginalis. Ele é encontrado nos tratos
genital e urinário do ser humano e, usualmente, ocasiona infecções.

Esse protozoário é transmitido durante o ato sexual sem proteção e pode


sobreviver, por períodos curtos, em roupas e assentos de vasos sanitários.

Na mulher, a infecção pelo T. vaginalis pode causar corrimento vaginal de cor


amarelo-esverdeada, com odor desagradável, frequentemente após o período
menstrual, irritação vaginal, coceira, dor ao urinar ou durante o ato sexual. No
homem, a tricomoníase geralmente não apresenta sintomas. Porém, pode
causar inflamação na uretra, com formação de fluido leitoso, coceira e dor ao
urinar.

LEGENDA: Giardia lamblia (aumento aproximado de 1 600 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

A giardíase é causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia, que


apresenta duas formas: trofozoíto (flagelado) e cisto.

O ser humano é o hospedeiro definitivo desse parasita e pode ser contaminado


ao ingerir cistos de G. lamblia , presentes na água ou em alimentos
contaminados com fezes de pessoas ou de animais domésticos. O protozoário
também pode ser transmitido pelo ato sexual sem proteção.

Os cistos são ingeridos em alimentos contaminados. No estômago e no


intestino delgado, o protozoário sofre desencistamento, processo em que perde
sua membrana protetora. No intestino do hospedeiro, a giárdia reproduz-se por
divisão binária e segue para o intestino grosso, onde sofre encistamento e é
eliminado para o meio externo, com as fezes.

Os principais sintomas dessa doença são diarreia, dor e distensão abdominal e


má absorção nutricional, que pode ocasionar a perda de massa corpórea. No
entanto, a maioria das pessoas infectadas com G. lamblia não apresenta esses
sintomas.

1. Com base nas formas de contaminação apresentadas, cite duas medidas de


prevenção da giardíase.

1. Possíveis respostas: beber água fervida ou filtrada, lavar os alimentos antes


de ingeri-los, lavar as mãos após ir ao banheiro e antes das refeições, evitar
aglomerações e utilizar preservativo nas relações sexuais.

55

A toxoplasmose é causada pelo protozoário apicomplexo Toxoplasma gondii.


Na fase assexuada do ciclo, o parasita é encontrado no tecido de animais,
como o ser humano, o porco e o carneiro, que correspondem aos hospedeiros
intermediários.
Nessa fase, após a contaminação, que pode ocorrer pela ingestão de água ou
de alimentos contaminados, cada uma das formas infectantes (taquizoíto,
bradizoíto e oocisto) multiplica-se ao passar pelo epitélio intestinal do
hospedeiro intermediário. A partir daí, os protozoá rios penetram em diferentes
células do corpo humano, onde continuam se dividindo e percorrem a linfa e o
sangue. Se o quadro evoluir, o paciente pode ir a óbito, como ocorre com os
fetos.

LEGENDA: Toxoplasma gondii (aumento aproximado de 3 500 vezes).

CRÉDITO: BSIP VEM/SPL/Latinstock

Os hospedeiros definitivos do Toxoplasma gondii, em geral, são os felinos,


entre eles, o gato doméstico. Na fase sexuada, os protozoários estão presentes
nas células epiteliais do intestino do gato. Após a fecundação, o zigoto
desenvolve-se no epitélio, originando o oocisto. Alguns dias depois, os oocistos
são eliminados com as fezes e, após quatro dias, essas formas amadurecem.
O gato pode eliminar oocistos por cerca de 30 dias, os quais podem
permanecer infectantes por até 18 meses.

No ser humano, a infecção pode ocorrer pelo contato com oocistos presentes
no solo, em caixas de areia; pela ingestão de carne de porco ou de carneiro
malcozidas e pelo ato sexual sem preservativo. As mães contaminadas por
toxoplasmose também podem transmiti-la ao feto, via placenta, durante a
gestação, ou após o nascimento, pelo leite materno.

A toxoplasmose pode ocasionar a morte do feto ou prejudicar a formação de


diversos órgãos, provocando problemas de visão, malformações cerebrais (por
exemplo, microcefalia ou macrocefalia) e atraso no desenvolvimento. Nos
adultos, essa doença também pode afetar diferentes órgãos. Os principais
sintomas são: aumento dos gânglios linfáticos, febre alta, cegueira parcial ou
total e lesões na pele. Em pessoas imunodeficientes, ela pode causar perda de
coordenação muscular, convulsões, coma e até a morte.

A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e o ser


humano é o hospedeiro intermediário. Sua transmissão ocorre por meio das
fezes contaminadas do inseto conhecido popularmente como barbeiro ou
chupança, que é o hospedeiro definitivo. Observe, a seguir, o ciclo de vida do
T. cruzi.

Boxe complementar:

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi

1. Ao se alimentar do sangue de uma pessoa, o barbeiro defeca sobre a pele e,


se estiver contaminado, elimina fezes, contendo a forma infecciosa do
protozoário, próximo ao ferimento da picada. Ao coçar a pele enquanto dorme,
a pessoa espalha as fezes sobre o ferimento, e os protozoários penetram no
organismo.

2. Os protozoários atingem a corrente sanguínea, espalhando-se pelo


organismo e atingindo principalmente as células musculares.

3. Ao atingir o coração, o T. cruzi danifica suas células e, após alguns anos, o


órgão aumenta de volume, comprometendo seu funcionamento.

4. Quando um barbeiro pica a pele da pessoa infectada, ingere o protozoário e


se contamina.

5. No corpo do barbeiro, os protozoários multiplicam-se. Ao picar outra pessoa,


o barbeiro reinicia o ciclo.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CDC (Centers for Disease
Control and Prevention). American Trypanosomiasis. Disponível em:
www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisamerican/index.html. Acesso em: 20 maio
2016.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

Atenção professor: Já foram relatados casos de transmissão de T. cruzi pela


ingestão de alimentos contaminados com as formas infectantes do parasita,
que são resistentes ao processo digestivo, o que pode levar ao
desenvolvimento da doença de Chagas. Fim da observação.

56

A malária é causada por protozoários apicomplexos do gênero Plasmodium.


Seu hospedeiro intermediário é o ser humano, e o hospedeiro definitivo é um
inseto conhecido como mosquito-prego, do gênero Anopheles. Conheça a
seguir o ciclo de vida desse protozoário.

Boxe complementar:

Ciclo de vida do Plasmodium sp.

1. Ao picar a pessoa para se alimentar do seu sangue, a fêmea do mosquito-


prego contaminada pelo protozoário a infecta. Durante a picada, os
esporozoítos presentes na saliva do mosquito entram na corrente sanguínea
humana.

2. Os esporozoítos chegam ao fígado, onde realizam uma reprodução


assexuada.

3. Os plasmódios são liberados na corrente sanguínea e invadem as hemácias.


Ao romper as hemácias, surgem sintomas como febre.

4. Ao picar a pessoa contaminada, o mosquito suga o sangue com plasmódios


na forma de gametócitos.

5. No intestino do mosquito-prego, ocorre a fase sexuada do ciclo de vida. Os


gametas masculino e feminino unem-se e formam o zigoto.

6. O zigoto desenvolve-se e divide-se assexuadamente, formando


esporozoítos.

7. Os esporozoítos migram para a glândula salivar do mosquito e, ao picar


outra pessoa, o ciclo reinicia-se.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 356.

CRÉDITO: Renan Fonseca. Luciane Mori

Fim do complemento.

2. É possível afirmar que as formas de prevenção da malária são as mesmas


de prevenção da dengue? Explique.

Resposta: Em parte sim, pois o transmissor da malária é um mosquito, como é


o caso do Aedes aegypti, que transmite a dengue. Assim, medidas como
utilizar telas nas janelas, inseticidas e/ou repelentes e a eliminação de
criadouros de larvas dos mosquitos são eficientes na prevenção de ambas as
doenças.

A leishmaniose é causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania .


Seus hospedeiros intermediários são o ser humano, o tatu, o tamanduá e a
preguiça. Já o hospedeiro definitivo é o inseto conhecido como mosquito-palha
ou birigui.

O ciclo de vida acontece da seguinte forma: o mosquito-palha pica uma pessoa


e, enquanto ingere o sangue, transmite a forma infectante da Leishmania ,
chamada promastigota. Células de defesa do corpo humano, denominadas
macrófagos, envolvem o parasita. No interior do vacúolo digestivo do
macrófago, os protozoários transformam-se em formas amastigotas, que
resistem à atuação dos lisossomos. A membrana plasmática do macrófago
rompe-se e libera os protozoários no tecido.

Quando o mosquito-palha pica a pessoa contaminada, ingere os macrófagos


contendo as formas amastigotas. Ao chegarem ao sistema digestório do inseto,
os macrófagos rompe-se liberando os protozoários, que sofrem divisão binária,
transformando-se em formas chamadas promastigotas. Após alguns dias, elas
ficam livres e dirigem-se ao intestino, onde se multiplicam. Depois,
transformam-se novamente em promastigotas, que migram até o estômago, à
faringe e, em seguida, ao aparelho bucal do inseto. Ao picar uma pessoa, o
mosquito-palha reinicia o ciclo.

A leishmaniose causa lesões na pele, e pode atingir mucosas e cartilagens no


local da picada.

LEGENDA: Mosquito-palha.

CRÉDITO: Piotr Naskrecki/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Mosquito-palha: pode atingir cerca de 2,5 mm de comprimento.

Fim do complemento.
3. O desmatamento florestal e a expansão agropecuária podem aumentar a
probabilidade de ocorrência da leishmaniose, que é comum em áreas florestais
no Brasil. Elabore uma hipótese para explicar esse fato.

Possível resposta: durante o desmatamento, há redução na população de


hospedeiros silvestres. Com isso, ocorre maior aproximação com o ser humano
e, consequentemente, há maior probabilidade de que ele seja infectado.

57

Algas

O termo alga, frequentemente, é utilizado para denominar um grupo formado


por diversos filos de protoctistas, em que a maioria é capaz de realizar
fotossíntese*. As algas podem ser encontradas em rios, lagos e lagoas, nos
mares, sobre o tronco de árvores e rochas, nos desertos, nas áreas polares e
também em fontes termais.

Existe uma diversidade muito grande de algas, incluindo desde formas


microscópicas até exemplares com dezenas de metros de altura. Elas podem
ser unicelulares, que são compostas de uma única célula, ou pluricelulares,
como as macroalgas.

No passado, esse grupo de protoctistas já foi classificado no reino das plantas,


mas, após estudos sobre sua estrutura morfológica e molecular, concluiu-se
que constituem um grupo diferente.

As algas não são plantas, não possuem tecidos condutores nem estruturas
como raiz, caule ou folha. O corpo de uma macroalga recebe o nome de talo, e
as células que revestem essa porção são capazes de realizar fotossíntese.

Esses protoctistas são os principais produtores nas cadeias alimentares


aquáticas. Com as cianobactérias, as algas fotossintetizantes formam o
fitoplâncton, responsável pela produção de grande parte do gás oxigênio no
planeta.

As algas são capazes de fixar gás carbônico em moléculas orgânicas por meio
da fotossíntese, e tais moléculas podem ser consumidas pelos seres
heterotróficos. Durante o processo da fotossíntese, no qual as algas convertem
a energia luminosa em energia química (carboidratos), ocorre a formação de
gás oxigênio. Esse processo é muito importante, pois estima-se que cerca de
80% do gás oxigênio da atmosfera seja proveniente da fotossíntese realizada
pelas algas do fitoplâncton.

Classificação das algas

As algas podem ser agrupadas de acordo com a cor de seus pigmentos ou de


acordo com a sua estrutura.

As algas verdes são também conhecidas como clorófitas ; contêm o pigmento


clorofila e parede celular composta de celulose e outros polissacarídeos. Assim
como as plantas, as algas verdes possuem o amido como carboidrato de
reserva.

Grande parte delas é microscópica e pode ser unicelular ou pluricelular. A


maioria dessas algas é encontrada em águas continentais, mas há espécies
marinhas. Também estão presentes em troncos de árvores, no solo, sobre a
neve ou associadas a outros seres vivos.

As algas marrons são também conhecidas como feofíceas ou algas pardas.


Sua parede celular é constituída de celulose e alginato, que lhes confere
flexibilidade e resistência à dessecação quando a maré está baixa.

Além da clorofila, essas algas possuem em abundância o pigmento


fucoxantina, que lhes atribui a cor marrom-escura característica.

Essas algas são macroscópicas e há relatos de exemplares com mais de 50 m


de altura. A maioria delas encontra-se em águas costeiras.

LEGENDA: Alga verde da espécie Caulerpa sertularioides.

CRÉDITO: Michael Patrick O'Neill/Science Source/Diomedia

LEGENDA: Alga marrom da espécie Dictyota dichotoma.

CRÉDITO: Age/Other Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Caulerpa sertularioides: pode atingir cerca de 4 cm de altura.

Dictyota dichotoma: pode atingir até 30 cm de altura.


Fim do complemento.

*Retome com os alunos o conceito de fotossíntese, já abordado no volume de


1º ano desta coleção.

58

LEGENDA: Alga vermelha da espécie Rhodymenia palmata.

CRÉDITO: Andrew J. Martinez/Science Source/Diomeida

As algas vermelhas, também conhecidas como rodófitas, possuem parede


celular constituída de celulose. Os talos são ramificados e cobrem rochas e
conchas. Os cloroplastos das algas vermelhas apresentam pigmentos do tipo
ficobilinas, que lhes confere a cor vermelha característica.

Essas algas podem ser encontradas em profundidades maiores que as demais


algas.

Os dinoflagelados são algas unicelulares de vida livre, que possuem dois


flagelos para locomoção. A maioria das espécies é marinha e compõe o
fitoplâncton nos oceanos. Sua membrana plasmática contém celulose, o que
lhes confere rigidez.

Essas microalgas são as responsáveis pela maré vermelha.

LEGENDA: Alexandrium tamarense (aumento aproximado de 600 vezes). Esse


dinoflagelado pode ser encontrado no interior do corpo de moluscos, causando
paralisia por envenenamento. Se o ser humano ingerir esses moluscos,
também desenvolverá a doença.

CRÉDITO: JES/CLH/Reuters/Latinstock

Ser vivo adulto

Rhodymenia palmata: pode atingir de 5 cm a 30 cm de altura.

Biologia e Ambiente

Maré vermelha

A maré vermelha é um fenômeno que ocorre em consequência da rápida


proliferação das populações de dinoflagelados, em ambientes costeiros.
Quando isso ocorre, a água do mar passa a apresentar uma coloração
vermelha ou marrom, resultante dos pigmentos característicos dessas algas.

A reprodução dessas microalgas pode ser potencializada, por exemplo, pelo


despejo de poluentes como o esgoto doméstico e de resíduos industriais e
agrícolas no mar. Essa poluição aumenta as concentrações de nutrientes
dissolvidos na água, geralmente compostos químicos contendo fósforo e
nitrogênio, que aliados às mudanças na temperatura e salinidade, favorecem a
multiplicação dos dinoflagelados e ocasionam a maré vermelha.

Essas algas produzem toxinas que são liberadas no oceano, causando a morte
de muitos peixes por intoxicação ou entupimento das brânquias, além de se
acumularem nos tecidos do corpo dos mariscos. O consumo de frutos do mar
contaminados por essas toxinas também pode afetar a saúde humana,
podendo, até mesmo, ocasionar mortes por envenenamento em casos
extremos.

LEGENDA: Maré vermelha na praia do Leblon, no Rio de Janeiro, em 2008.

CRÉDITO: Michel Filho/Agência O Globo

59

Há também algas conhecidas como diatomáceas , que podem ser unicelulares


ou filamentosas. Esses organismos habitam ambientes de água doce e
marinhos e são importantes componentes do fitoplâncton. Sua parede celular é
composta de pectina e sílica e é denominada carapaça.

Essas algas estocam a energia obtida na forma de óleo. Grande parte do


petróleo existente foi formado por diatomáceas e outros seres vivos do
plâncton, que viveram há milhares de anos. Depois de mortos, esses
organismos foram enterrados por sedimentos, e suas moléculas orgânicas
foram decompostas e sofreram, então, ação da pressão e do calor, o que
ocasionou a eliminação de gás oxigênio e de outros elementos e formaram
resíduos de hidrocarbonetos na forma de depósitos de petróleo e de gás
natural.

LEGENDA: Diatomácea do gênero Cymbella (aumento aproximado de 400


vezes).
CRÉDITO: Marek Mis/SPL/Latinstock

Existe, ainda, um grupo de algas conhecidas como fungos aquáticos ou


oomicetos*. Elas recebem esses nomes porque, no passado, foram
classificadas como fungos em razão de sua aparência e pelo fato de terem
uma parede celular de celulose.

Estudos mostraram, entretanto, que são algas, mais relacionadas em nível


molecular aos dinoflagelados e às diatomáceas do que aos fungos. Outra
característica que as difere dos fungos é a presença de dois flagelos.

Os fungos aquáticos são algas decompositoras, encontradas sobre outras


algas ou animais mortos.

LEGENDA: Fungo aquático do gênero Saprolegnia (aumento aproximado de


600 vezes). Espécies desse gênero são responsáveis por doenças em plantas.

CRÉDITO: Dr. James Richardson/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Encontro com...

Física

Algas marinhas e luz

As algas possuem pigmentos fotossintetizantes como a clorofila, capazes de


absorver luz em determinados comprimentos de onda. Para que a fotossíntese
ocorra, é necessário que recebam luz no comprimento de onda adequado.
Quanto maior é a profundidade, menos luz penetra na água e menor é o
comprimento de onda. Veja abaixo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 348.

CRÉDITO: Somma Studio

4. Quais algas são capazes de absorver menores comprimentos de onda? E


quais absorvem maiores?

Resposta: As algas vermelhas são as que absorvem menor comprimento de


onda. As algas verdes, as diatomáceas e os dinoflagelados absorvem
comprimentos de onda maiores, pois estão na superfície.
*Existem classificações que rejeitam os fungos aquáticos como algas,
agrupando-os no filo Stramenopila, com diatomáceas e feofíceas.

60

As algas e o ser humano

Muitas substâncias obtidas a partir de algas são utilizadas na indústria


alimentícia em virtude de suas propriedades estabilizantes e espessantes.
Esses produtos estão presentes na fabricação de sorvetes, laticínios, geleias,
misturas para bolo, entre outros.

O ágar, por exemplo, é uma substância produzida por algas vermelhas e que
atua como espessante e gelificante de alimentos, sem alterar seu sabor. Outra
substância extraída de algas vermelhas é a carragena, utilizada como
gelificante, capaz de reter partículas de água e possibilitar a obtenção de
diferentes texturas em alimentos.

Das algas também é obtido o alginato, substância naturalmente encontrada na


parede celular de algumas algas marrons. Ele é utilizado como espessante e
estabilizante na indústria ali mentícia.

As algas são bastante apreciadas na culinária oriental, compondo diversos


pratos asiáticos típicos. Veja um exemplo abaixo.

LEGENDA: Sushi, prato oriental em que arroz e outros alimentos são envoltos
por uma lâmina feita de algas vermelhas trituradas do gênero Porphyra.

CRÉDITO: Maksim Toome/Shutterstock.com

Reprodução das algas

Apenas algumas espécies de algas realizam reprodução sexuada, no entanto,


todas as algas podem realizar reprodução assexuada. Por exemplo, as algas
que apresentam talos e as filamentosas podem se fragmentar, e, assim, cada
parte é capaz de formar um novo talo ou um novo filamento por reprodução
assexuada.

Há espécies que realizam alternância de gerações. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Reprodução em alga verde Chlamydomonas sp.


Na reprodução assexuada, a alga unicelular ivide-se, segmentando o núcleo.
Os núcleos formados movem-se para extremidades opostas da célula e ela
sofre citocinese, dividindo-se em duas, semelhantes à que lhes originou. Na
reprodução sexuada, após a fecundação, ocorre a meiose, que originará
novamente algas unicelulares.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 349.

CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

Fim do complemento.

61

Fungos

Durante muito tempo, os fungos foram considerados vegetais, pois apresentam


características como a presença de parede celular, e suas formas
macroscópicas (os cogumelos) vivem fixas em um substrato. Entretanto, com
os avanços nos estudos e nas técnicas de identificação e classificação dos
seres vivos, eles passaram a ser classificados em um reino à parte, por causa
de suas peculiaridades.

Esses seres vivos apresentam características que os diferem dos vegetais,


como a ausência de celulose na parede celular. Também não sintetizam
clorofila nem armazenam amido como substância de reserva. As células
fúngicas são revestidas por uma parede celular constituída de uma proteína
conhecida como quitina, que confere rigidez e resistência, e, assim como os
animais, os fungos armazenam glicogênio como substância de reserva. Outra
característica é que não formam tecidos verdadeiros, como ocorre nas plantas.

Os fungos são seres eucariontes heterotróficos. A maioria das espécies é


aeróbia, e muitas são capazes de metabolizar carboidratos presentes nas
plantas.

Há fungos unicelulares que recebem o nome de leveduras (fotografia A), que


têm formato esférico ou oval.

Também existem fungos denominados filamentosos, compostos de mais de


uma célula (fotografia B).
As células dos fungos pluricelulares formam filamentos longos chamados hifas
.

As hifas podem ter septos que dividem uma célula da outra e recebem o nome
de hifas septadas. Há espécies que não têm septos, mas possuem citoplasma
com vários núcleos. Estas são denominadas hifas cenocíticas.

Quando há condições ideais para que as hifas se desenvolvam, elas formam


um conjunto denominado micélio. Veja abaixo.

LEGENDA: Saccharomyces cerevisiae (aumento aproximado de 2 420 vezes).

CRÉDITO: David Scharf/Science Source/Fotoarena

LEGENDA: Aspergilllus niger (aumento aproximado de 300 vezes).

CRÉDITO: Manfred Kage/SPL/Latinstock

LEGENDA: Representação da estrutura de um fungo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 342.

CRÉDITO: Luciane Mori

Alguns fungos são dimórficos, isto é, apresentam-se em ambas as formas - de


levedura ou de filamentos de hifas. Um exemplo são os fungos patogênicos,
que, na temperatura de 25 ºC apresentam uma forma, e na temperatura de 37
ºC, outra. Veja abaixo.

LEGENDA: Candida albicans (aumento aproximado de 2 400 vezes) é um


exemplo de fungo dimórfico. Ele causa diversas infecções em diferentes partes
do corpo humano, como boca, peles, unhas e genitais.

CRÉDITO: Eye of Science/SPL/Latinstock

62

Os fungos são muito importantes para o ambiente e os seres vivos. Veja os


exemplos a seguir.

Boxe complementar:

LEGENDA: Morango em decomposição.

CRÉDITO: rsooll/Shutterstock.com
Os fungos se desenvolvem em diversos substratos, vivos ou mortos, e, com
algumas bactérias e alguns protozoários, são responsáveis pela decomposição
de matéria orgânica. Assim, participam da ciclagem de nutrientes no planeta.

Alguns fungos vivem associados a raízes, em associações ecológicas


denominadas micorrizas. A planta por meio da fotossíntese, fornece energia e
gás carbônico aos fungos. Estes absorvem minerais e água do solo, que ficam
disponíveis para as plantas.

LEGENDA: Micorrizas em plantas do gênero Ceanothus.

CRÉDITO: Dr. John D. Cunningham/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Fim do complemento.

Alguns fungos mantêm uma relação de benefício mútuo com algumas espécies
de algas unicelulares, formando os líquens . Nessa associação, as hifas dos
fungos rodeiam as algas, protegendo-as. Veja abaixo.

Boxe complementar:

Nessa relação ecológica, a alga consegue fixar-se em um substrato e é


protegida contra a dessecação. Já o fungo é beneficiado com os produtos da
fotossíntese realizada pelas algas. Trata-se de uma relação benéfica para
ambos, em que um depende do outro para sobreviver.

LEGENDA: Liquens no tronco de uma árvore. Os liquens são formados pela


associação de uma alga verde com um fungo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RICKLEFS, R. E. A economia da


natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. p. 9.

CRÉDITO: Nico van Kappel/Minden Pictures/Latinstock/Luciane Mori

Fim do complemento.

Os fungos também participam do processo de produção do etanol, combustível


bastante utilizado em veículos no Brasil, e que é produzido a partir da
fermentação alcoólica da cana-de-açúcar, processo que depende diretamente
da ação de microrganismos, como os fungos. Eles são usados ainda na
produção de medicamentos como a penicilina. No entanto, algumas espécies
podem causar doenças no ser humano, assunto que será estudado nas
próximas páginas.

63

Classificação dos fungos

Os fungos podem ser classificados de acordo com suas estruturas


reprodutivas. Veja essas classificações.

Os zigomicetos são fungos filamentosos e decompositores, também chamados


saprófitos . Apesar de a maioria das espécies ser saprófita, existem algumas
que são parasitas e outras, formadoras de micorrizas.

O micélio dos zigomicetos é formado por hifas cenocíticas, e estas podem


apresentar septos nos órgãos de reprodução, os quais, por sua vez, não
formam corpos de frutificação.

Entre as características desse grupo está a presença de uma estrutura


reprodutiva chamada zigósporo, capaz de permanecer dormente por longos
períodos.

LEGENDA: Pão embolorado. O bolor preto encontrado no pão em


decomposição é um exemplo de zigomiceto.

CRÉDITO: Premierlight Images/Alamy Stock Photo/Latinstock

Os ascomicetos consistem em um grupo de fungos na forma de leveduras* e


de hifas septadas (mofos e bolores). Uma das características desse grupo é a
presença de uma estrutura reprodutiva microscópica em forma de saco. Essa
estrutura recebe o nome de asco, e nela são formados os ascóporos (esporos
sexuais) após a meiose. Em alguns ascomicetos, o asco está organizado em
um corpo de frutificação, o ascocarpo.

Outra característica desse grupo é que alguns de seus fungos podem associar-
se a algas, formando liquens.

LEGENDA: Cogumelo Morchella esculenta, um ascomiceto.

CRÉDITO: John Navajo/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto


Morchella esculenta: pode atingir de 10 cm a 15 cm de altura.

Fim do complemento.

Os basidiomicetos são cogumelos com hifas septadas. Eles têm uma estrutura
reprodutiva em forma de bastão, chamada basídio. Em sua grande maioria, são
fungos terrestres, mas há algumas espécies parasitas (ferrugens), e outras que
estabelecem relações ecológicas com algas, como é o caso dos liquens.

LEGENDA: Cogumelo orelha-de-pau, exemplo de basidiomiceto, comumente


encontrado sobre troncos de árvores.

CRÉDITO: Agustin Esmoris/Shutterstock.com

Esses três grupos de fungos apresentam esporos sexuais e assexuais. Há,


ainda, um grupo de fungos chamados deuteromicetos , também conhecidos
como fungos imperfeitos, que não têm estruturas sexuais e multiplicam-se
somente por reprodução assexuada. Sua classificação ainda está em estudo,
pois técnicas moleculares têm mostrado que alguns fungos anteriormente
classificados nesse grupo, na realidade, são ascomicetos ou basidiomicetos.

*Diga aos alunos que a levedura Sacharomyces cerevisiae, conhecida como


fermento biológico utilizada para fabricação de pães, é um ascomiceto.

64

Reprodução dos fungos

Os fungos apresentam uma grande capacidade de dispersão, que está


diretamente relacionada a sua alta capacidade de dispersão por esporos.

Os esporos podem ser transportados pelo ar e alcançar diversos ambientes.


Após encontrar as condições adequadas, eles germinam e dão origem a uma
nova hifa e a um novo indivíduo.

As hifas dos fungos filamentosos crescem a partir de um esporo, alongando-se


na extremidade. Cada parte da hifa é capaz de se desenvolver, e, quando há
quebra de um fragmento, ele pode crescer novamente, formando uma nova
hifa. Veja abaixo.

A reprodução dos fungos pode ser assexuada e sexuada. Observe, a seguir,


um esquema exemplificando a reprodução assexuada nos fungos.
Boxe complementar:

Crescimento de uma hifa a partir de um esporo

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 336.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Reprodução assexuada nos fungos

1. Células específicas das hifas desenvolvem estruturas produtoras de


esporos, o esporângio, sem precisar unir-se a outro indivíduo.

2. Os esporos produzidos são liberados para o ambiente.

3. Ao encontrar um local adequado, os esporos formam hifas e um novo


micélio.

Fim do complemento.

Alguns fungos unicelulares na forma de levedura podem reproduzir-se


assexuadamente por brotamento.

Veja um esquema que mostra a reprodução sexuada nos fungos.

Boxe complementar:

Reprodução sexuada nos fungos

1. Hifas de indivíduos diferentes encontram-se e fundem-se.

2. A união das hifas dá origem a uma estrutura formadora de esporos, o


esporângio, que, em alguns casos, forma o que chamamos de cogumelo. Em
outros casos, como no bolor do pão, tais estruturas são muito pequenas, quase
microscópicas.

3. Os esporos produzidos são liberados para o ambiente.

4. Ao encontrar um local adequado, os esporos formam hifas e um novo


micélio.
FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.;
CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 340.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

65

Oficina de Biologia

O ágar é uma substância gelificante de origem asiática, bastante utilizada na


indústria alimentícia. Esse composto é extraído de algas e apresenta
características que o faz ser amplamente empregado como meio de cultura de
plantas, bactérias e fungos, em laboratórios de análises clínicas e em
pesquisas microbiológicas.

· É possível comparar a quantidade de fungos, presente em ambientes


diferentes, utilizando o ágar ou outro meio de cultura?

Materiais

· 5 g de ágar*

· 16 copos descartáveis de 50 mL de capacidade

· panela

· 500 mL de água

· fogão

· etiquetas

Mãos à obra

A. Na panela, dissolva o ágar na água fria.

B. Peça a um adulto que coloque a panela em fogo baixo e espere ferver.

C. Deixe a mistura ferver por 3 minutos e retire-a do fogo. Em seguida,


coloque-a para esfriar.

D. Despeje o ágar nos copos plásticos, até 2/3 de sua capacidade.


E. Distribua os copos em diferentes locais do colégio (sala de aula, cozinha,
banheiro, entre outros). Etiquete-os, identificando os locais escolhidos. Em
cada local, deixe dois copos.

F. Durante 14 dias, faça observações diárias e anote os resultados. Elabore


uma escala para a quantidade de microrganismos encontrados com sinal "+".
Conforme a quantidade observada for aumentando, acrescente mais sinais.

CRÉDITO: Somma Studio

Escolha lugares com pouco fluxo de pessoas. Lembre-se de deixar avisos


explicando que se trata de um experimento e que não deve ser tocado.

Para pensar

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Em todos os copos foram encontradas evidências de microrganismos?

2. Houve diferença entre os copos espalhados nos diferentes locais? Como


você explicaria esse fato?

3. O que você pode concluir com essa atividade?

*O ágar em pó pode ser encontrado em supermercados e lojas de produtos


alimentícios. Caso não seja encontrado, veja, nas Orientações para o
professor, outra sugestão de meio de cultura.

66

Os fungos e o ser humano

Os fungos são seres vivos que podem ser benéficos e também prejudiciais
para o

ser humano. Veja, a seguir, exemplos em que essas situações podem ocorrer.

Algumas espécies de fungos são bastante apreciadas na culinária.

Boxe complementar:

Os fungos da espécie Saccharomyces cerevisiae compõem fermentos


biológicos, como o utilizado no crescimento de massas, entre elas, o pão.

LEGENDA: Pães.
CRÉDITO: Ivan Mateev/ Shutterstock.com

Vários exemplares de fungos, como o champignon, o shiitake e o shimeji, estão


presentes na alimentação humana e são utilizados diretamente em diversos
pratos.

LEGENDA: Massa em que um dos ingredientes é o champignon.

CRÉDITO: Jacek Chabraszewski/ Shutterstock.com

Fim do complemento.

Por outro lado, existem fungos que causam doenças. Veja dois tipos.

Boxe complementar:

As micoses são infecções no corpo humano causadas por fungos.

LEGENDA: Pele com micose (manchas esbranquiçadas).

CRÉDITO: Voisin/Phanie/Easypix

Alguns fungos fazem parte da flora natural humana, como a Candida albicans.
Entretanto, há casos em que esse fungo se prolifera, causando a candidíase.

LEGENDA: A candidíase oral é popularmente conhecida como "sapinho".

CRÉDITO: Dr P. Marazzi/SPL/Latinstock

Fim do complemento.

5. Um problema comum causado por fungos é o pé-de-atleta, enfermidade que


afeta os pés humanos. Explique por que os pés são um ambiente propício ao
desenvolvimento desses seres vivos.

Resposta: Os pés são partes do corpo humano que podem transpirar bastante
e o uso de calçados fechados associado ao suor tornam o ambiente propício
ao desenvolvimento de fungos, pois é úmido e quente, ou seja, ideal para a
proliferação desses seres vivos.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cogumelo (Amanita muscaria): pode atingir mais de 20 cm de altura.

Fim do complemento.
Boxe complementar:

Fungos tóxicos

Alguns fungos produzem substâncias tóxicas que, se ingeridas, podem causar


várias complicações à saúde humana, podendo até ocasionar a morte por
envenenamento.

Os cogumelos dos gêneros Amanita e Psilocibe, por exemplo, produzem


toxinas que causam alucinações e sono profundo. Já o cogumelo chapéu-da-
morte (Amanita phalloides) produz toxinas cuja alta toxicidade é capaz de
matar um indivíduo apenas pela ingestão de um único cogumelo.

Alguns ascomicetos também produzem toxinas ao se multiplicar nos alimentos.


É o caso de espécies dos gêneros Fusarium e Claviceps, que crescem sobre
grãos e cereais, como o arroz e o trigo. Durante a Idade Média, a Europa foi
acometida por uma doença chamada ergotismo, causada por fungos da
espécie Claviceps purpurea que infectaram a farinha de centeio utilizada no
preparo de pães, envenenando, assim, grande parte da população.

LEGENDA: Cogumelo Amanita muscaria.

CRÉDITO: Aigars Reinholds/Shutterstock.com

Fim do complemento.

67

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Cite duas características:

a) dos protozoários;

b) das algas;

c ) dos fungos.

2. Descreva como ocorre a reprodução dos protozoários.

3. Relacione as colunas abaixo.


Coluna 1

I ) Flagelados.

II) Clorófitas.

III) Feofíceas.

IV) Dinoflagelados.

V) Rodófitas.

VI) Diatomáceas.

Coluna 2

a) Seres unicelulares, de coloração marrom-avermelhada, que possuem dois


flagelos e são responsáveis pelo fenômeno da maré vermelha.

b) Seres unicelulares, de coloração dourada, com parede celular constituída de


sílica, que forma uma carapaça.

c ) Seres unicelulares ou pluricelulares que possuem coloração verde.

d) A maioria das espécies desse grupo é pluricelular e tem coloração


avermelhada.

e) Algas decompositoras que vivem em ambiente aquático e possuem dois


flagelos.

f ) Seres pluricelulares de coloração parda, que estão entre as maiores algas


conhecidas.

4. Qual é a importância ecológica dos fungos?

5. Cite uma importância econômica:

a ) das algas;

b) dos fungos.

6. No passado, os fungos eram agrupados no reino Plantae. Hoje, são


agrupados no reino Fungi. Que características os distinguem das plantas?

7. Por que os fungos deuteromicetos são considerados fungos imperfeitos?

8. Sobre os fungos, reescreva as frases abaixo no caderno, substituindo as


letras pelas palavras corretas.
a ) Os fungos A são representados pelas leveduras, que se reproduzem
assexuadamente por B.

b ) A maioria dos fungos é C e é formada por longos filamentos de células


chamadas D, que podem ser E , quando as células são separadas, ou F,
quando não há separação. O conjunto desses filamentos é chamado G .

c ) Os H, células reprodutivas dos fungos, são produzidos nos I e liberados no


ambiente.

9. Observe as fotografias a seguir.

LEGENDA: Aumento aproximado de 200 vezes.

CRÉDITO: Eric Grave/Phototake/Glow Images

LEGENDA: Aumento aproximado de 280 vezes.

CRÉDITO: Frank Fox/SPL/Latinstock

LEGENDA: Aumento aproximado de 160 vezes.

CRÉDITO: Gerd Guenther/SPL/Latinstock

LEGENDA: Aumento aproximado de 14 vezes.

CRÉDITO: Solvin Zankl/Visuals Unlimited, Inc./SPL/ Latinstock

No caderno, classifique os protozoários apresentados nas fotografias acima e


explique a importância das estruturas indicadas.

68

10. Os protozoários do gênero Trichonympha vivem associados a cupins e


obtêm energia por meio da digestão de celulose. Observe a tirinha abaixo e,
em seguida, responda às questões propostas.

a ) Descreva sobre o que trata essa tirinha.

b ) Com base na tirinha, explique a relação entre o cupim e o protozoário.

LEGENDA: GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: com mil demônios. São


Paulo: Devir, 2002. p. 10.

CRÉDITO: Fernando Gonsales


11. A malária é uma doença que provoca milhares de mortes todos os anos.
Observe o mapa abaixo e, em seguida, responda às questões.

Países com transmissão de malária em 2013

FONTE: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório sobre o paludismo


no mundo, 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/
bitstream/10665/160458/3/ WHO_HTM_GMP_2015.2_ por.pdf?ua=1&ua=1.
Acesso em: 10 fev. 2016.

CRÉDITO: Paula Radi

a ) Em que regiões do planeta a incidência de malária é maior? Elabore uma


hipótese para explicar esse fato.

b ) De acordo com o mapa, qual é a incidência da malária no Brasil?

c ) Como a malária é transmitida?

d ) Cite uma medida para prevenir a malária.

e ) Cite duas outras doenças causadas por protozoários.

12. Leia o trecho do texto a seguir e responda às questões propostas.

Liquens são usados como biomonitores de poluição em Porto Alegre

Uma equipe de pesquisadoras brasileiras usou duas espécies de liquens como


ferramenta para avaliar a qualidade do ar da área urbana de Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul. O estudo, divulgado em janeiro de 2012, na publicação
científica Environmental Pollution, avaliou as alterações causadas pela poluição
na fisiologia e na morfologia de exemplares de Parmotrema tinctorum e de
Teloschistes exilis. Nesses organismos, [...] foram detectados metais pesados
como cádmio, mercúrio, zinco e chumbo, além de enxofre, resultado da queima
de combustíveis fósseis e prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Os liquens
são usados como biomonitores principalmente em países europeus e nos
Estados Unidos. [...]

DINIZ, Ísis Nóbile. Liquens são usados como biomonitores de poluição em


Porto Alegre. Pesquisa Fapesp. 29 fev. 2012. Disponível em:
http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/29/liquens-s%C3%A3o-usados-como-
biomonitores-de-polui%C3%A7%C3%A3o-em-porto-alegre. Acesso em: 10 fev.
2016.

a ) O que são liquens?

b ) Segundo o texto, qual é o papel dos liquens no monitoramento da poluição


urbana?

c ) Que outros papéis ecológicos os liquens desempenham?

69

13. (Udesc-SC) Analise as proposições a respeito dos organismos do reino


Protista [Protoctista]*.

I ) Os protozoários são eucariontes unicelulares heterótrofos.

II ) A organela de locomoção dos protozoários é apenas do tipo flagelo.

III ) O Trypanosoma cruzi é o protozoário flagelado causador da doença de


Chagas.

IV ) As diatomáceas são algas do grupo das crisófitas**; têm parede celular


rígida por causa da presença de celulose.

V ) Nos protistas, predomina a reprodução assexuada por cissiparidade, que se


inicia com a divisão do núcleo e, depois, com divisão do citoplasma.

[No caderno escreva] a alternativa correta.

a ) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

d ) Somente a afirmativa III é verdadeira.

e ) Todas as afirmativas são verdadeiras.

14. (UFSC) Os seres humanos desenvolveram uma sociedade baseada na


utilização de combustíveis fósseis, entre eles o carvão. O acúmulo de matéria
orgânica vegetal, ocorrido no período Carbonífero, há 300 milhões de anos,
gerou as reservas de carvão hoje exploradas. Porém, esse processo de
acúmulo não mais aconteceu em função do surgimento dos fungos, seres vivos
capazes de degradar lignina e celulose.
Considerando o exposto acima, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).

01 ) Os fungos são seres heterótrofos que apresentam parede celular


composta de quitina, característica compartilhada por algumas espécies de
algas unicelulares.

02 ) Juntamente com as bactérias, os fungos compõem um grupo de seres


vivos decompositores da matéria orgânica e responsáveis pela ciclagem dos
nutrientes na cadeia trófica.

04 ) Alguns fungos podem ser encontrados em associações simbióticas com


outros organismos. A associação de fungos com plantas forma as micorrizas e
a de fungos com algas, os líquens.

08 ) As leveduras são fungos unicelulares capazes de realizar a fermentação,


processo bioquímico utilizado na produção de alimentos como o iogurte.

16 ) A lignina e a celulose são moléculas encontradas principalmente no


citoplasma de células vegetais.

15. (Udesc-SC) A Ficologia é o ramo da Biologia que estuda as algas. Analise


as proposições abaixo, em relação às algas.

I ) No grupo das algas estão as divisões: algas verdes - clorófitas; algas pardas
- feófitas, e algas vermelhas - rodófitas.

II ) As algas apresentam um talo por onde passam os vasos condutores de


seiva.

III ) A reprodução assexuada das algas pode ocorrer por fragmentação, ou


seja, um filamento da alga desprende-se e origina outro filamento por mitose.

IV ) As algas rodófitas possuem o pigmento hemoglobina, que é o responsável


por sua cor vermelha.

[Escreva no caderno] a alternativa correta.

a ) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

d ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.


e ) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Muitas pessoas acreditam que as plantas são fontes de gás oxigênio para o
planeta já que realizam fotossíntese. De acordo com o que você estudou neste
capítulo, essa informação está correta? Explique.

B. Os gatos domésticos geralmente enterram suas fezes. Explique por que,


meses após o gato infectado com Toxoplasmose gondii ter defecado, ainda há
risco de transmissão do protozoário ao ser humano?

*Relembre aos alunos que, nesta coleção, adotamos a denominação


Protoctista em vez de Protista.

**Explique aos alunos que a divisão Crysophyta abrange algumas algas, das
quais se destacam as diatomáceas.

70

Explorando o tema

A descoberta da penicilina e a evolução dos antibióticos atuais

Leia o trecho do texto abaixo.

Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o


crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser
classificados como bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou
bacteriostáticos, quando promovem a inibição do crescimento microbiano. [...]

Os antibióticos de origem natural e seus derivados semissintéticos


compreendem a maioria dos antibióticos em uso clínico e podem ser
classificados em ß-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapeninas,
oxapeninas e monobactamas), tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos,
pep tídicos cíclicos (glicopeptídeos, lipodepsipeptídeos), estreptograminas,
entre outros (lincosamidas, cloranfenicol, rifamicinas etc). Os antibióticos de
origem sintética são classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e
oxazolidinonas. [...]
GUIMARÃES, Denise Oliveira; MOMESSO Luciano da Silva; PUPO, Mônica
Tallarico. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a
descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Química Nova, v. 33, n. 3,
2010. p. 667-669. Disponível em: www.scielo.br/pdf/qn/v33n3/35.pdf. Acesso
em: 3 fev. 2016.

A descoberta dos antibióticos foi fundamental para a saúde humana e de


outros seres vivos. Um antibiótico que marcou a história da humanidade foi a
penicilina. Ela foi descoberta acidentalmente pelo biólogo britânico Alexander
Fleming (1881-1955), quando trabalhava no Hospital St. Mary's em Londres,
em 1928.

Fleming estudava bactérias do gênero Staphylococcus aureus e deixou suas


culturas expostas à atmosfera em seu laboratório, durante um final de semana.
Ao retornar, percebeu que suas culturas estavam mofadas. Porém, antes de
descartá-las, notou que o fungo havia afetado o crescimento das bactérias.
Então, deduziu que o fungo produzia alguma substância capaz de inibir o
crescimento bacteriano.

LEGENDA: Retrato de Alexander Fleming.

CRÉDITO: World History Archive/Ann Ronan Collection/Easypix

A partir dessa observação, Fleming isolou o fungo e conseguiu comprovar o


que havia deduzido. Esse fungo foi identificado como Penicillium notatum, e a
substância por ele produzida foi denominada penicilina.

Fleming descobriu que a penicilina tinha uma ação antibiótica que inibia o
crescimento de diversas espécies de bactérias, até mesmo algumas que
afetavam a saúde humana.

Cerca de dez anos após a descoberta do fungo, pesquisadores da


Universidade de Oxford investigaram a substância como agente terapêutico.
Constatou-se, então, que a penicilina apresentava efeitos relevantes quando
administrada em animais experimentalmente infectados com a bactéria
Streptococcus.

LEGENDA: Colônia de fungos Penicillium notatum.

CRÉDITO: Andrew McCleanaghans/SPL/Latinstock


71

Assim, em 1942, houve o relato do primeiro caso de um paciente que se


encontrava gravemente doente por ter contraído meningite estreptocócica, que
fora tratado com a penicilina e salvo em poucos dias após iniciar o tratamento.

No ano seguinte, já eram mais de 200 pessoas salvas pelo uso da penicilina,
que passou a ser utilizada pelas forças armadas dos Estados Unidos e, desde
então, tornou-se conhecida e amplamente utilizada. Apesar de a descoberta da
substância ter sido acidental, seu emprego para salvar vidas, principalmente
durante a Segunda Guerra Mundial, modificou a história da medicina.

A partir da descoberta e dos estudos relacionados à penicilina, doenças


consideradas fatais, como tuberculose, pneumonia, meningite, sífilis, entre
outras, passaram a ter cura.

Veja, no quadro abaixo, alguns exemplos de microrganismos produtores de


antibióticos, além do Penicillium notatum.

LEGENDA: Antibióticos.

CRÉDITO: Dr P. Marazzi/ SPL/Latinstock

Quadro: equivalente textual a seguir.

Microrganismo Antibiótico

Bacillus subtilis ou Bacillus licheniformis Bacitracina

Streptomyces nodosus Anfotericina B

Micromonospora purpurea Gentamicina

Cephalosporium sp. Cefalosporina

Streptomyces erythraeus Eritromicina

CRÉDITO: urfin/Shutterstock.com
Os antibióticos apresentam diferentes mecanismos de ação sobre as bactérias.
A penicilina é conhecida como um antibiótico do grupo ß-lactâmico, eficaz no
controle do crescimento de algumas bactérias. Ela atua inibindo a ação da
enzima transpeptidase, causando a ruptura da membrana plasmática e a morte
da bactéria.

Outros antibióticos, como os aminoglicosídicos, ligam-se especificamente à


subunidade específica (30S) dos ribossomos da bactéria, impedindo a síntese
de proteínas. Já os lipodepsipeptídeos promovem a desorganização da
membrana celular das bactérias, sendo capazes de penetrá-la.

Atualmente, são conhecidos diversos tipos de antibióticos, mas, de maneira


geral, a atuação desses medicamentos nas bactérias pode ocorrer por meio da
destruição da membrana plasmática, da parede bacteriana, da
desestabilização dos ribossomos, dos ácidos nucleicos e do metabolismo
intermediário.

Um problema que tem se tornado alvo de preocupações em relação aos


antibióticos é a resistência a esses medicamentos. O uso indiscriminado de
antibióticos leva à seleção de microrganismos resistentes, e isso dificulta muito
os tratamentos e aumenta os casos de infecção bacteriana. Em virtude da
rapidez da multiplicação bacteriana, esses microrganismos sofrem
modificações genéticas e têm alta capacidade de adaptação a fatores externos.
Por isso, a identificação do tipo de infecção e o antibiótico adequado sempre
devem ser feitos por um médico.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Você ou alguém conhecido já utilizou antibiótico? Em caso afirmativo, para


o tratamento de qual doença?

b ) Pesquise uma reportagem sobre o aparecimento de bactérias resistentes


em hospitais e apresente-a aos colegas.

c ) Converse com os colegas sobre as razões que resultaram no aparecimento


dessas infecções e as causas de sua resistência.

72
Unidade 2 - Plantas

LEGENDA: Cena do filme Wall-E, direção de Andrew Stanton, lançado em


2008.

CRÉDITO: Filme de Andrew Stanton. Wall-E. EUA, 2008. Foto: Walt Disney
Pictures/Photos 12 Cinema/Glow Images

73

No enredo da animação Wall-E, o planeta Terra aparece totalmente devastado


por causa da poluição, que tornou sua atmosfera tóxica e impossibilitou a
sobrevivência de qualquer forma de vida. Por causa disso, os seres humanos
deixaram o planeta e passaram a viver em uma estação espacial. Depois de
700 anos, as pessoas ainda esperam o dia em que a Terra se torne habitável
novamente.

Para que isso seja possível, o robô Wall-E* passa os dias compactando e
empilhando resíduos, que formam torres enormes. Um dia, em meio a isso, ele
encontra uma planta e a guarda.

No entanto, Wall-E não permanece sozinho por muito tempo. Uma sonda-robô
chamada Eva é enviada à Terra para encontrar uma planta, que seria um
indício de que o planeta tornou-se habitável novamente, possibilitando o
retorno dos seres humanos.

Wall-E e Eva iniciam, então, uma aventura para trazer os seres humanos de
volta ao planeta.

*Waste Allocation Load Lifters - Earth - levantador de carga para alocação de


resíduos - Terra.

74

LEGENDA: Turfeira localizada na Escócia, em 2014.

CRÉDITO: Tim Graham/Getty Images

Capítulo 4 - Briófitas, pteridófitas e gimnospermas

Os combustíveis fósseis são fontes de energia formados a partir de organismos


mortos. A grande maioria desse tipo de combustível, como o petróleo e o gás
natural, é proveniente de restos de plantas de grandes florestas formadas há
centenas de milhares de anos.

Em algumas partes do mundo, são utilizadas como combustível as turfeiras,


depósitos naturais formados por matéria vegetal parcialmente decomposta
(turfa). A queima desse material fornece energia, que é usada, por exemplo, na
indústria e no aquecimento doméstico.

A turfa forma-se a partir de camadas de musgos, principalmente do gênero


Sphagnum, que crescem rapidamente, em conjunto com outras plantas, e
comprimem as camadas mais profundas. O musgo Sphagnum sp. é uma das
plantas mais abundantes da Terra, e, atualmente, as turfeiras cobrem mais de
1% da superfície total da Terra.

A. Você já viu um musgo? Descreva o local onde você o encontrou e como era
essa planta.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem locais úmidos.

B. O musgo do gênero Sphagnum pertence ao reino dos Vegetais. Que


características desse grupo você consegue identificar no musgo?

Resposta: Por pertencer ao reino Plantae é esperado que o Sphagnum sp. seja
multicelular e autótrofo e realize fotossíntese. Além disso, deve apresentar
células eucarióticas dotadas de parede celular, ter plastídios e vacúolos.

C. Além dos musgos, que outros organismos são necessários para a formação
das turfas? Justifique.

Resposta: Organismos decompositores, como fungos e bactérias, pois as


turfas são compostas de matéria orgânica parcialmente decomposta.

D. Cite uma vantagem e uma desvantagem do uso das turfas pelos seres
humanos.

Resposta: Vantagem: serve como fonte de energia. Desvantagem: assim como


outros combustíveis fósseis, a queima da turfa pode liberar, na atmosfera,
grande quantidade de poluentes.

75

Origem e evolução das plantas


Durante a maior parte dos cerca de 4,5 bilhões de anos da Terra, sua
superfície foi praticamente desprovida de seres vivos. Apenas nos últimos 500
milhões de anos, formas de vida como plantas, fungos e animais passaram a
fazer parte do ambiente terrestre*. No entanto, essas novas formas de vida
enfrentaram diversos desafios, principalmente em relação ao acesso à água.

As plantas terrestres evoluíram de um grupo de algas verdes, as carófitas,


também conhecidas como carofíceas. De acordo com alguns registros fósseis,
esse grupo ancestral de algas teria surgido há cerca de 475 milhões de anos e,
provavelmente, vivia nas margens de poças e pântanos, onde ora
permaneciam submersas em água, ora ficavam expostas ao ar e à
dessecação. Assim, as algas que conseguiam viver permanentemente acima
da linha d'água, sobrevivendo aos períodos de seca, deram o primeiro passo
do ambiente aquático para o terrestre.

A atividade metabólica das primeiras plantas foi essencial, por exemplo, pois
promoveram modificações no solo, na composição do ar atmosférico e no
clima. Essas modificações foram necessárias para o estabelecimento de outras
formas de vida, como os animais. Nesse ambiente em constante modificação,
plantas cada vez maiores evoluíram, e grandes florestas espalharam-se pela
superfície terrestre.

Características das plantas

As plantas são organismos eucariontes, multicelulares, compostos de células


dotadas de parede celular, vacúolos e plastídios. Apesar de, ao longo da
evolução**, algumas poucas espécies de plantas terem perdido a capacidade
de produzir seu próprio alimento, a maioria das espécies possui nutrição
autótrofa e dependente da fotossíntese.

Outra característica peculiar das plantas é que todas se formam a partir de um


embrião, estrutura multicelular diploide envolta por tecidos parentais. A
evolução dessa estrutura auxiliou na dispersão das plantas pelo ambiente
terrestre, e isso foi possível por causa de sua capacidade de proteger a planta
em desenvolvimento de adversidades ambientais, como a escassez de água.

Um aspecto comum dos ciclos de vida das plantas é a alternância de gerações


ou metagênese. Nesse tipo de ciclo, há uma alternância entre organismos
multicelulares haploides (gametófito) e diploides (esporófito), como resultado
de uma alternância entre a reprodução assexuada e a sexuada.

Nessa forma de reprodução, o gametófito é responsável pela produção dos


gametas por mitose, e o esporófito é responsável por produzir esporos por
meiose***.

Ao longo da sua evolução, as plantas desenvolveram estruturas protetoras


chamadas esporos, que são células reprodutivas capazes de formar uma
planta madura sem a necessidade de unir-se com outra célula. Eles são
envoltos por uma espessa parede resistente à decomposição e a agentes
químicos, que auxilia na sobrevivência da planta após a dispersão do esporo
no ambiente.

LEGENDA: Representação da alternância de gerações nas plantas.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 490.

CRÉDITO: Somma Studio

1. As plantas podem alterar a composição atmosférica de um local? Justifique.

Resposta: Sim. Isso é possível pela realização da fotossíntese, a qual retira


gás carbônico da atmosfera e libera gás oxigênio e água.

*Durante bilhões de anos, os seres vivos habitavam o ambiente aquático.

**O cipó-chumbo (Cuscuta racemosa) e o cachimbo-indiano (Monotropa


uniflora) perderam o pigmento fotossintetizante no curso da evolução e
tornaram-se parasitas de outros seres vivos.

***Explique aos alunos que a metagênese das plantas com estágios haploide e
diploide não deve ser confundida com outros ciclos de vida. Em humanos, por
exemplo, a meiose produz gametas haploides que, unidos, formam o zigoto
diploide. Este se divide e forma um indivíduo multicelular. Assim, o estágio
haploide é representado por apenas uma célula e, na metagênese, são
organismos haploides e diploides.

76

Classificação das plantas


Por serem formadas a partir de um embrião, as plantas também são chamadas
embriófitas e podem ser divididas em diferentes grupos, de acordo com a
presença ou a ausência de determinadas estruturas. Observe a seguir.

77

Atenção professor: Em classificações anteriores, as plantas sem sementes


eram chamadas criptógamas, e as com sementes, fanerógamas. Fim da
observação.

EMBRIÓFITAS

Grupo de indivíduos pertencentes ao reino Plantae. Abrange 12 filos* e estima-


se que seja composto de cerca de 400 mil espécies de plantas, as quais
habitam praticamente todos os ambientes terrestres. Algumas destas, ao longo
da evolução, voltaram a ocupar até mesmo o ambiente aquático.

ATRAQUEÓFITAS**

Conhecidas popularmente como briófitas, esse grupo é composto de indivíduos


desprovidos de sistema vascular. As atraqueófitas compreendem três filos:
Hepathophyta, Anthocerophyta e Bryophyta.

*Dados obtidos segundo levantamento realizado em 2010. Veja informações a


respeito desse levantamento nas Orientações para o professor.

**Alguns autores tratam o grupo das atraqueófitas como plantas avasculares.


Optamos por evitar o uso desse termo, pois alguns musgos apresentam células
que realizam o transporte de água e nutrientes na planta. Portanto, possuem
um sistema de transporte interno simples.

78

Briófitas

As briófitas, geralmente, vivem em ambientes úmidos e sombreados. Elas são


representadas por hepáticas, antóceros e musgos, plantas de pequeno porte,
desprovidas de sistema vascular diferenciado. Esse grupo dominou o ambiente
terrestre por mais de 100 milhões de anos.
Atualmente, a maioria das briófitas é terrestre. Elas estão distribuídas em todos
os continentes e podem ser encontradas em ambientes secos e desérticos e
até mesmo nas regiões polares*.

Essas plantas possuem grande importância ecológica, pois são indicadores


ambientais. Elas desempenham o papel de produtores primários em muitos
ecossistemas e, com os liquens, são pioneiras na colonização de rochas.

LEGENDA: Musgos da espécie Brium capillare.

CRÉDITO: Kevin Maskell/Alamy Stock Photo/Latinstock

As briófitas também são reservatórios naturais de carbono. Como visto na


página 74, as turfas, espécie de musgos, correspondem à matéria vegetal em
decomposição, derivada dessas plantas, o que possibilita seu uso como
combustível e também na agricultura.

Por serem plantas atraqueófitas, ou seja, desprovidas de sistema vascular, o


transporte de nutrientes e água, nessas plantas, é feito por difusão entre as
células**. Além da dificuldade de transporte de substâncias a longas distâncias,
a ausência desse sistema torna os indivíduos desprovidos de suporte estrutural
para crescer em altura. Como resultado, as briófitas apresentam tamanhos
reduzidos, geralmente com poucos centímetros de comprimento, formando
tapetes sobre as superfícies.

As atraqueófitas não apresentam diferenciação de folhas, raízes e caules,


como é observado nas plantas vasculares. Assim, o que se observa nas
briófitas são estruturas vegetativas semelhantes a folhas (filoides), caules
(cauloides) e raízes (rizoides) que fixam o gametófito no substrato***. Essas
estruturas podem ainda estar relacionadas à absorção de água e de nutrientes
em algumas espécies.

As briófitas são agrupadas em três filos: hepáticas (filo Hepatophyta),


antóceros (filo Anthocerophyta) e musgos (filo Bryophyta)****. Observe alguns
exemplos a seguir.

LEGENDA: Musgo.

CRÉDITO: Carolina Biological/Visuals Unlimited/ Corbis/Latinstock

LEGENDA: Hepatica nobilis, representante do filo Hepatophyta.


CRÉDITO: Artesia Wells/Shutterstock.com

LEGENDA: Anthoceros sp., representante do filo Anthocerophyta.

CRÉDITO: Daniel Vega Collection/Age Fotostock/Easypix

LEGENDA: Polytrichum sp., representante do filo Bryophyta.

CRÉDITO: Hector Ruiz Villar/Shutterstock.com

Atualmente, os musgos (filo Bryophyta) são o grupo mais representativo das


briófitas, com pelo menos 9 500 espécies. No entanto, novas espécies são
descobertas continuamente, principalmente na região dos trópicos.

2. O transporte de substâncias por difusão entre as células é eficiente para


grandes distâncias? Justifique.

Resposta: Não, pois a difusão é um tipo de transporte passivo, que, por


atravessar a membrana plasmática das células, é lento. Assim, esse tipo de
transporte não consegue mover substâncias rapidamente a longas distâncias.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Anthoceros sp.: pode atingir cerca de 1,5 cm de diâmetro.

Hepatica nobilis: pode atingir de 10 cm a 15 cm de altura.

Musgo: pode atingir 1,5 cm de altura.

Polytrichum sp.: pode atingir de 4 cm a 30 cm de altura.

Fim do complemento.

*Diga aos alunos que as espécies de musgos encontradas nesses ambientes


secos e polares possuem elevada capacidade de resistir à dessecação, bem
como, de recuperar a quantidade de água quando esta se torna disponível.

**Em alguns musgos, os cauloides dos gametófitos e esporófitos possuem


canais de condução de nutrientes e água, os quais possivelmente foram os
precursores do xilema e do floema das plantas vasculares.

***O cauloide e o filoide não se caracterizam como órgãos verdadeiros.


****Bryophyta é o nome taxonômico do filo formado unicamente por musgos; o
termo briófita é usado para se referir a todas as plantas atraqueófitas.

79

Reprodução das briófitas

As briófitas são organismos que dependem da existência de água no ambiente


para sua reprodução, pois os gametas masculinos (anterozoides) são
flagelados e precisam nadar em direção ao gameta feminino para que ocorra a
fecundação. O gametófito das briófitas corresponde à planta adulta e
fotossintetizante, e é o estágio dominante e duradouro do ciclo de vida. O
esporófito, por sua vez, localiza-se sobre o gametófito e é dependente
nutricionalmente dele. Além disso, está presente apenas em parte do ciclo de
vida das briófitas.

Ciclo de vida das briófitas

Assim como os demais grupos de plantas, o ciclo reprodutivo das briófitas


apresenta alternância de gerações. Observe, a seguir, o ciclo de vida de um
musgo.

Boxe complementar:

Representação do ciclo de vida de um musgo

1. O esporófito apresenta, em sua extremidade, o esporângio, cujas células em


seu interior sofrem meiose e originam os esporos, estruturas unicelulares e
haploides.

2. O esporo liberado no ambiente passa por inúmeras mitoses e inicia sua


germinação, originando uma estrutura filamentosa ramificada, denominada
protonema, que corresponde ao gametófito jovem.

3. O gametófito, haploide e multicelular, torna-se maduro, fotossintetizante e


capaz de formar gametas. Nessa estrutura, os gametângios masculino
(anterídio) e feminino (arquegônio) produzem os anterozoides e a oosfera,
respectivamente.
4. Os anterozoides são liberados no meio externo e, na presença de água,
nadam ou são lançados por gotas de chuva em direção ao arquegônio mais
próximo para fecundar a oosfera.

5. A fusão dos dois gametas (fertilização), no interior do arquegônio, resulta na


formação do zigoto, uma célula diploide. Este permanece no interior do
arquegônio, onde, por meio de inúmeras mitoses, dá origem a um embrião,
multicelular e diploide.

6. O desenvolvimento do embrião resulta no esporófito, que permanece fixo ao


gametófito, absorvendo água e nutrientes. O esporófito maduro produz um
esporângio e reinicia o ciclo de vida do musgo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 607.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Muitas briófitas também podem se reproduzir assexuadamente. Isso pode


ocorrer por fragmentação, na qual pequenas porções de tecido formam um
gametófito completo, ou por gemas, que são corpos multicelulares capazes de
formar novos gametófitos.

Atenção professor: O gametófito pode ser unissexual, ou seja, possuir


arquegônio ou anterídio, ou ser bissexual e apresentar os dois tipos de
gametângios. Fim da observação.

80

Pteridófitas

As pteridófitas são vegetais vasculares que possuem raiz, folha e caule


diferenciados e com funções específicas. Elas são o primeiro grupo de plantas
vasculares que surgiu na superfície terrestre. Os fósseis dos precursores das
traqueófitas atuais datam de 420 milhões de anos atrás. Acredita-se que, em
algum momento da Era Paleozoica (entre 542 e 251 milhões de anos atrás), a
geração esporofítica de uma atraqueófita produziu um novo tipo de célula, a
traqueíde*, a qual está presente em todas as traqueófitas e compõe o tecido
vascular do xilema.
A existência de um sistema vascular possibilitou que essas plantas atingissem
alturas maiores**, como é o caso de algumas samambaias arbóreas do gênero
Cyathea, que podem atingir mais de 20 metros de altura. Além das
samambaias, essas plantas são representadas por licopódios, cavalinhas,
psilófitas, entre outras.

Os gametas masculinos das pteridófitas possuem flagelo. Por isso, esse grupo
de plantas depende da água para sua reprodução, e esse é, também, um dos
motivos pelos quais as plantas vasculares sem sementes são mais comuns em
ambientes úmidos, na atualidade.

As plantas vasculares sem sementes incluem quatro filos: as licófitas (filo


Lycophyta), as psilófitas (filo Psilotophyta), as esfenófitas (filo Sphenophyta) e
as pterófitas (filo Pterophyta).

LEGENDA: Selaginella tamariscina, representante do filo Lycophyta.

CRÉDITO: JoeyPhoto/Shutterstock.com

3. Qual é a vantagem de uma planta atingir maiores alturas em um ambiente


com incidência de luz solar?

Resposta: Plantas altas têm mais acesso à captação da luz solar do que
plantas mais baixas, as quais podem ser sombreadas por outras. A maior
quantidade de luz solar resulta em aumento da taxa fotossintética, que é um
processo essencial ao desenvolvimento e à sobrevivência das plantas.

LEGENDA: Psilotum nudum, representante do filo Psilotophyta.

CRÉDITO: Takahisa Hirano/Nature Production/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Equisetum sp., representante do filo Sphenophyta.

CRÉDITO: Manfred Ruckszio/Shutterstock.com

LEGENDA: Dicksonia antarctica, representante do filo Pterophyta.

CRÉDITO: Paul Greenhalgh/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Dicksonia antarctica: pode atingir 6 m de altura.


Equisetum sp.: pode atingir 60 cm de altura.

Psilotum nudum: pode atingir 50 cm de altura.

Selaginella tamariscina: pode atingir 15 cm de altura.

Fim do complemento.

4. Qual é a vantagem da existência do sistema vascular nas plantas com


relação à distribuição de substâncias no ser vivo?

Resposta: O sistema vascular permite a troca eficiente de substâncias entre a


parte aérea da planta e suas raízes, garantindo uma distribuição eficiente em
todo o corpo da planta.

Atualmente, as samambaias (filo Pterophyta) são os representantes mais


abundantes e diversificados das traqueófitas sem sementes e possuem mais
de 12 mil espécies.

O sistema vascular das pteridófitas é composto por dois tipos de tecido: o


xilema e o floema. O xilema*** transporta as substâncias absorvidas pelas
raízes, como água e sais minerais (seiva do xilema), para as demais partes da
planta, onde serão utilizadas, por exemplo, na realização da fotossíntese.

Já o floema é o tecido vascular que transporta os açúcares (seiva do


floema****), que são os produtos da fotossíntese das regiões de produção
(geralmente as folhas) ou armazenamento para as áreas onde essas
substâncias serão utilizadas ou armazenadas, incluindo as raízes.

*Esse é o principal elemento condutor de água do xilema nas pteridófitas e


gimnospermas. Nas angiospermas, o "elemento de vaso" é o principal
componente do xilema.

**Informe aos alunos que as traqueídes possuem paredes celulares rígidas em


razão da impregnação de lignina, o que auxilia na sustentação da planta. Essa
lignificação não ocorre nas células do floema.

***A seiva do xilema é também conhecida como seiva bruta ou inorgânica.

****A seiva do floema é também conhecida como seiva elaborada ou orgânica.

81

Reprodução das pteridófitas


Nas pteridófitas, o esporófito é dominante em relação ao gametófito e não
depende dele para sua nutrição. Trata-se de uma estrutura permanente que
apresenta grande diferenciação anatômica e morfológica. Já o gametófito é
pequeno (raramente apresenta mais de 1 ou 2 cm de altura) e efêmero, ou
seja, de pouca duração. Observe, a seguir, o ciclo de vida de uma samambaia.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Samambaiaçu: pode atingir 10 m de altura.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Representação do ciclo de vida de uma samambaia

1. Nas samambaias, o esporófito produz aglomerados de esporângios,


conhecidos como soros, os quais se localizam na face inferior das folhas ou em
suas bordas. Nos soros, os esporângios possuem células que sofrem meiose e
originam esporos, estruturas haploides. 2. O esporo é liberado no ambiente e
inicia sua germinação por meio de inúmeras mitoses, resultando na formação
do gametófito. Este se desenvolve rapidamente em uma estrutura membranosa
achatada, o protalo, dotado de rizoides que o fixam no substrato. 3. O
gametófito (protalo) é haploide, multicelular e apresenta os gametângios* em
sua superfície ventral. O anterídio origina os anterozoides multiflagelados e o
arquegônio origina a oosfera imóvel. 4. Os anterozoides são liberados no meio
externo e, na presença de água, nadam ou são lançados por gotas de chuva
em direção ao arquegônio mais próximo, que pode estar na mesma planta ou
em uma planta vizinha, para fecundar a oosfera. 5. A fusão dos dois gametas
no interior do arquegônio resulta na formação do zigoto, uma célula diploide
que permanece no interior do arquegônio onde, por meio de inúmeras mitoses,
dá origem a um embrião, multicelular e diploide. 6. O embrião é inicialmente
nutrido pelo gametófito, mas como seu desenvolvimento é rápido, logo se torna
uma planta independente (esporófito) com raízes e, então, o gametófito se
desintegra.
FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª
ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 611.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Biologia e Ambiente

Xaxim: ameaça de extinção

A samambaia Dicksonia sellowiana , popularmente conhecida como


samambaia-imperial ou samambaiaçu, é uma planta nativa da Mata Atlântica.
Do seu caule pode ser extraído o xaxim, que era utilizado na fabricação de
vasos e também como substrato para outras plantas ornamentais.

A D. sellowiana leva cerca de 60 anos para atingir um tamanho adequado para


a produção de xaxim, o que torna inviável a sua comercialização. Além disso, a
intensa extração do xaxim contribuiu com a devastação das florestas nativas da
Mata Atlântica. Com isso, essa atividade passou a ser proibida e considerada
crime ambiental.

LEGENDA: Samambaiaçu.

CRÉDITO: Luiz Cláudio Marigo/Opção Brasil Imagens

*Os gametângios masculino e feminino não necessariamente são produzidos


ao mesmo tempo e no mesmo gametófito.

82

Gimnospermas

As primeiras plantas produtoras de sementes, chamadas gimnospermas,


datam de 360 milhões de anos atrás. Na época do seu surgimento, ocorreram
mudanças climáticas muito bruscas na Terra, o clima tornou-se mais seco e
frio, prejudicando as briófitas e as pteridófitas. Esse clima favoreceu o
desenvolvimento de espécies de gimnospermas, plantas mais resistentes, que
se tornaram o grupo vegetal dominante durante o período Mesozoico (entre
251 e 65,5 milhões de anos atrás).

O surgimento das gimnospermas trouxe novidades evolutivas, como a


presença da semente e do grão de pólen. A semente proporcionou proteção,
pois o embrião estaria envolvido por um tecido nutritivo e por uma casca; e o
grão de pólen possibilitou que a planta se reproduzisse sem depender da água.
Esse grupo representou a conquista do ambiente terrestre pelas plantas.

As gimnospermas são um grupo de plantas vasculares com sementes e sem


flores. Por isso, suas sementes são chamadas nuas, ou seja, não são
protegidas por frutos, como no caso das angiospermas*. Os representantes
das gimnospermas podem atingir grandes alturas, chegando a ultrapassar os
100 m, como é o caso das sequoias (Sequoia sp.).

Apesar de, atualmente, existirem apenas cerca de 750 espécies de


gimnospermas, ainda é possível encontrar grandes áreas terrestres cobertas
por esse grupo de plantas, como as florestas de coníferas, no Hemisfério
Norte, e a Floresta de Araucárias**, no Brasil. As plantas desse grupo,
comumente, apresentam canais resiníferos, que secretam substâncias
protetoras das plantas contra determinados animais, como os insetos.

Diferentemente das briófitas e das pteridófitas, que produzem apenas um tipo


de esporo (homosporia)***, as plantas vasculares com sementes são
heterósporas, ou seja, produzem diferentes tipos de esporos, um masculino
(micrósporo) e um feminino (megásporo), em dois tipos diferentes de
esporângios (microsporângio e megasporângio).

Esses esporângios são agrupados em estruturas especializadas e bissexuais,


os chamados cones ou estróbilos, que são formados por folhas modificadas em
torno de esporângios organizados em um eixo. Eles podem estar presentes em
uma mesma planta, denominada monoica, ou em plantas diferentes, chamadas
dioicas.

Nas gimnospermas, o megasporângio é envolto e protegido por um tecido do


esporófito, o tegumento, o qual, juntamente com o megasporângio e seu
esporo, formam o óvulo . Após a formação do embrião, surge ao seu redor um
tecido nutritivo, destinado à sua nutrição durante o seu desenvolvimento. Todo
o óvulo origina a semente.

LEGENDA: Pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia), representante do


grupo das gimnospermas.

CRÉDITO: Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com


Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Araucária: pode atingir 35 m de altura.

Fim do complemento.

LEGENDA: Estróbilos da espécie Pinus rigida.

CRÉDITO: MShieldsPhotos/Alamy Stock Photo/Latinstock

LEGENDA: Sementes de pinhão formadas pelo esporófito jovem (embrião),


pelo tecido nutritivo e pela camada protetora (casca).

CRÉDITO: Fabio Colombini

As gimnospermas atuais abrangem quatro filos: as cicadófitas (filo


Cycadophyta), as gincófitas (filo Ginkgophyta), as gnetófitas (filo Gnetophyta) e
as coníferas (filo Coniferophyta).

5. Por que o novo clima terrestre prejudicou a existência das briófitas e


pteridófitas?

Resposta: Porque essas plantas dependem da disponibilidade de água para se


reproduzir e a maioria delas não suporta a escassez de água no ambiente,
característica do novo clima terrestre.

*Informe aos alunos que esse grupo será estudado no capítulo 5 deste volume.

**Também conhecida como Floresta Ombrófila Mista, uma das formações


vegetais que compõem a Mata Atlântica.

***Algumas poucas espécies de pteridófitas apresentam heterosporia.

83

Dessas, as coníferas são as representantes mais numerosas, compreendendo


mais de 550 es pé cies, entre elas as sequoias e os pinheiros. Veja alguns
exemplos de gimnospermas abaixo.

LEGENDA: Sequoia-gigante, representante do filo Coniferophyta.

CRÉDITO: Felix Lipov/Shutterstock.com

LEGENDA: Ginkgo biloba, único representante do filo Ginkgophyta.


CRÉDITO: Dan Sams/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Ginkgo biloba: pode atingir 35 m de altura.

Sequoia-gigante: pode atingir 83,8 m de altura.

Fim do complemento.

Reprodução das gimnospermas

A redução do gametófito continuou ao longo da evolução das plantas


terrestres, chegando a se tornar microscópico nas plantas vasculares. Nas
gimnospermas, há domínio do esporófito sobre o gametófito, o qual se
desenvolve dentro do megasporângio, uma vez que o megásporo não é
liberado no ambiente. Além disso, elas possuem reprodução independente da
água. Observe, a seguir, o ciclo de vida de um pinheiro.

Boxe complementar:

Representação do ciclo de vida de um pinheiro

1. O esporófito adulto contém os estróbilos masculino e feminino*.

2. Pela meiose, as células contidas nos microsporângios originam os


micrósporos nos cones de pólen (masculino). Antes de serem liberados no
ambiente, os micrósporos dividem-se por mitose, originando o gametófito
masculino**, parcialmente desenvolvido (grão de pólen) e formado por quatro
células. O grão de pólen é disperso principalmente pelo vento.

3. Ao encontrar o cone feminino dotado de óvulos, o grão de pólen produz o


tubo polínico, que se alonga através da micrópila (abertura no tegumento) e
segue pelo tecido feminino.

4. Em paralelo ao alongamento do tubo polínico, ocorre a meiose no


megasporângio dando origem a quatro megásporos, dos quais apenas um é
funcional.

5. O megásporo funcional fica retido no interior do megasporângio e origina o


megagametófito, que contém o arquegônio, formador das oosferas. Ao mesmo
tempo, no interior do tubo polínico, são formadas duas células espermáticas
que atuam como gametas masculinos***. Quando o tubo polínico alcança o
gametófito feminino, as células espermáticas são liberadas no gametófito
feminino; uma delas degenera, e a outra se une à oosfera (fertilização).

6. O zigoto resultante da fertilização divide-se várias vezes, formando o


embrião (esporófito jovem), o qual fica dentro da semente, e esta, em
condições ideais, germina e dá origem a um novo esporófito adulto, dotado de
estróbilos masculinos e femininos.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 624.

CRÉDITO: Somma Studio

6. Qual é a importância do tubo polínico na reprodução das gimnospermas?

Resposta: O tubo polínico direciona a célula espermática (gameta masculino)


ao encontro da oosfera, possibilitando a fertilização independente da água.

Fim do complemento.

*Algumas espécies podem ser dioicas.

**Informe aos alunos que o gametófito masculino das gimnospermas e de


outras plantas com sementes não formam anterídios (gametângio).

***Nessa etapa, o grão de pólen é considerado maduro.

84

Polinização e germinação nas gimnospermas

O processo de transferência do grão de pólen (gametófito masculino) para o


gametófito feminino recebe o nome de polinização. No caso das
gimnospermas, o principal agente polinizador é o vento, e esse processo é
denominado anemofilia.

LEGENDA: Liberação de grãos de pólen em Pinus sylvestris. Os grãos de


pólen podem apresentar adaptações anatômicas que facilitam seu transporte
pelo vento.

CRÉDITO: Duncan Shaw/SPL/Latinstock


Após a formação do embrião, ele entra em estado latente, ou seja, cessa seu
desenvolvimento. Enquanto isso, a semente amadurece e é liberada no
ambiente*. A partir disso, sob condições adequadas, ocorre a germinação da
semente, ou seja, a retomada do desenvolvimento do embrião. As condições
necessárias para a germinação envolvem, por exemplo, a maturação do
embrião, a permeabilidade do envoltório da semente à água e ao gás oxigênio,
as quantidades adequadas de água, o gás oxigênio e a luz solar, entre outras
condições.

7. Qual é a importância da polinização para as plantas com sementes?

Resposta: A polinização possibilita o movimento do gameta masculino e a


fertilização na ausência de água líquida.

Algumas sementes podem permanecer latentes por longos períodos de tempo.


Tal comportamento garante uma vantagem das plantas com semente em
relação às sem semente, pois os embriões das briófitas e das pteridófitas
desenvolvem-se em esporófito, independentemente das condições ambientais,
aumentando as possibilidades de morte do indivíduo.

Biologia e Cultura

A lenda da gralha-azul

A lenda da gralha-azul faz parte do folclore paranaense e conta a história da


amizade entre um corvo e uma araucária, planta pertencente ao grupo das
gimnospermas.

Certa noite, um lenhador tentou derrubar uma araucária para obter sua
madeira. Um corvo, que costumava dormir na copa da árvore, acordou
assustado e, temendo pela vida da árvore, voou ao céu em busca de ajuda. Lá,
encontrou um anjo que

lhe designou a missão de cuidar e defender as araucárias na Terra. O anjo


também lhe disse que, conforme retornasse à floresta, sua penugem preta se
tornaria azul, em gratidão a sua preocupação com a árvore. O corvo retornou
tão rápido que sua cor não mudou por completo. As penas da cabeça, do peito
e de parte das costas permaneceram negras, enquanto o resto de seu corpo
tornou-se azul. Após a mudança de cor, o corvo passou a ser chamado de
gralha-azul e, desde então, zela pela sobrevivência das araucárias.

LEGENDA: Gralha-azul.

CRÉDITO: Zig Koch/Natureza Brasileira

A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) alimenta-se dos pinhões da araucária


(Araucaria angustifolia) e enterra-os para comê-los em épocas de escassez de
alimento. Porém, a ave geralmente não localiza todas as sementes enterradas,
as quais acabam germinando e contribuindo para a conservação da espécie.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Gralha-azul: pode atingir 89 cm de comprimento.

Pinus sylvestris: pode atingir 25 m de altura.

Fim do complemento.

*Cerca de metade das espécies de coníferas possui tecidos macios e carnosos


associados às sementes, favorecendo sua dispersão por certos animais.

85

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Como as plantas favoreceram o estabelecimento de outras formas de vida


no ambiente terrestre?

2. As plantas evoluíram, provavelmente, a partir de qual grupo de organismos?

3. No caderno defina:

a ) gametófito;

b ) esporófito;

c ) alternância de gerações.
4. Por que as briófitas e as pteridófitas são mais comuns em locais úmidos e
sombreados?

5. Por que as briófitas não atingem grandes tamanhos?

6. Em quais plantas surgiram os vasos condutores e quais são as vantagens de


sua presença?

7. Que vantagens o desenvolvimento da semente trouxe às gimnospermas em


relação às briófitas e às pteridófitas?

8. No caderno, faça um esquema de uma semente de gimnosperma, indicando


suas partes e a importância de cada uma delas.

9. Observe, abaixo, a descrição das características de algumas plantas,


numeradas de 1 a 3.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Planta Possui vasos condutores Possui sementes Possui frutos

1 Sim Sim Não

2 Sim Não Não

3 Não Não Não

a ) Identifique os grupos vegetais aos quais as plantas 1, 2 e 3 pertencem.

b ) Organize as plantas identificadas em ordem decrescente de complexidade


de organização.

10. Com relação às briófitas, às pteridófitas e às gimnospermas, reescreva as


frases a seguir no caderno, corrigindo-as se necessário.

a ) As briófitas possuem sistema vascular e seu corpo apresenta raiz, caule e


folhas verdadeiras.

b ) Os gametângios são estruturas diploides que originam esporos, e os


esporângios são estruturas haploides que originam gametas por meiose.

c ) Os anterozoides são os gametas masculinos, formados em estruturas


chamadas arquegônios. A oosfera, gameta feminino, é formada no anterídeo.
d ) A maioria das briófitas e das pteridófitas apresenta adaptações que lhes
permitem sobreviver em ambientes ensolarados e secos.

e ) Uma das diferenças entre as briófitas e as pteridófitas é a presença de


sementes nesta última.

f ) Nas pteridófitas, o gametófito chama-se protalo e constitui a fase duradoura


do ciclo reprodutivo.

g ) Nas gimnospermas, os micrósporos são células reprodutivas femininas, e


os megásporos são células reprodutivas masculinas.

h ) As gimnospermas distinguem-se das pteridófitas pela presença de flores.

i ) Anemofilia é a polinização feita pela água.

j ) Nas plantas, os gametas são originados por meiose.

11. Observe as ilustrações abaixo e responda às questões propostas.

LEGENDA: Anterozoide.

LEGENDA: Grão de pólen.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 130.

CRÉDITO: Somma Studio

a ) Explique em quais grupos estão presentes essas estruturas.

b ) O agente abiótico que promove a polinização é o mesmo em A e B?


Justifique.

c ) Qual das estruturas é mais vantajosa para uma planta em ambiente


terrestre? Por quê?

86

12. Observe o esquema abaixo e responda às questões propostas.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 624.

CRÉDITO: Somma Studio


a ) Identifique as estruturas indicadas pelas letras A, B, C, D, E, F e G e
informe se elas são haploides (n) ou diploides (2n).

b ) Quais são os estágios do ciclo de vida das gimnospermas em que ocorre


divisão celular por meiose? E por mitose?

c ) A árvore representada no esquema acima é monoica ou dioica? Justifique.

d ) Pode-se afirmar que os esporos das gimnospermas são dispersos no


ambiente como nas briófitas e nas pteridófitas?

e ) O que é heterosporia?

13. (UEM-PR) Sobre as briófitas, é correto afirmar que:

01 ) apresentam reprodução assexuada através de gemas ou de propágulos,


que se soltam da planta mãe, são levados pela água e dão origem a um novo
indivíduo.

02 ) o embrião desenvolve-se por mitose e forma um esporófito diploide, que é


dependente do gametófito para sua nutrição.

04 ) apresentam esporângios agrupados em estruturas chamadas de soros, as


quais aparecem na face inferior dos filoides.

08 ) possuem ciclo de vida com alternância de fases haploides e diploides.

16 ) a fase esporofítica apresenta rizoides, cauloides e filoides.

14. (Udesc-SC) A respeito das características gerais das briófitas, é correto


afirmar que:

a ) apesar de a maioria dos musgos preferir locais úmidos e sombreados,


podem ser encontradas espécies adaptadas a ambientes desérticos e polares.

b ) a fixação do vegetal ocorre pela ação de raízes verdadeiras, as quais


também desempenham o importante papel de absorver a água e os sais
minerais essenciais à sobrevivência da planta.

c ) a presença de um câmbio vascular* permite que esses vegetais possam


atingir tamanho de até 1 metro de altura.

d ) o ciclo de vida das briófitas caracteriza-se pela alternância de gerações com


uma fase esporofítica, haploide e uma fase gametofítica, diploide.
e ) o esporófito das briófitas é a forma duradoura do vegetal, sendo
responsável por garantir a sua sobrevivência. A partir dele desenvolve-se o
gametófito, com função reprodutiva.

*Observado apenas em angiospermas, é um tecido cilíndrico constituído por


células que se dividem frequentemente, formando novos tecidos de xilema e
floema.

87

15. (UEM-PR) Sobre o ciclo de vida das plantas, é correto afirmar que:

01 ) gametófito é a fase haploide que possui gametângios, onde são


produzidos os gametas por mitose.

02 ) esporófito é a fase diploide, que possui esporângios, onde são produzidos


os esporos por meiose.

04 ) gametângios são estruturas diploides responsáveis pela produção de


esporos.

08 ) gimnospermas e angiospermas apresentam homosporia, uma vez que


formam dois tipos de esporos, os micrósporos e os megásporos.

16 ) nas briófitas a fase gametofítica é haploide e também a mais duradoura,


sendo independente do esporófito.

16. (UEL-PR) As samambaias pertencem ao grupo das pteridófitas, as quais


possuem características adaptativas que permitiram a conquista do ambiente
terrestre com mais eficiência que o grupo das briófitas.

Sobre as adaptações morfológicas e reprodutivas que possibilitaram o sucesso


das pteridófitas no ambiente terrestre, considere as afirmativas a seguir.

I ) A predominância da fase esporofítica.

II ) O aparecimento dos tecidos xilema e floema.

III ) O desenvolvimento de rizoides para fixação.

IV ) O surgimento dos esporos para reprodução.

A alternativa correta é:

a ) Somente as afirmativas I e II são corretas.


b ) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c ) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

17. (Ufla-MG) Com relação às características das briófitas e das pteridófitas,


são feitas as seguintes afirmativas:

I ) Briófitas são plantas avasculares, e pteridófitas foram as primeiras plantas


vasculares que surgiram na Terra.

II ) Briófitas dependem de água do meio ambiente para a fecundação e, nas


pteridófitas, é que se verifica uma total independência do meio líquido para a
fecundação.

III ) Nas briófitas, a geração duradoura é gametofítica e, enquanto nas


pteridófitas, a geração perene é a esporofítica.

IV ) A propagação das briófitas depende da explosão dos esporângios, e a das


pteridófitas depende da dispersão de grãos de pólen pelo vento.

A alternativa correta é:

a ) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

d ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

18. (Udesc-SC) A respeito das características de plantas gimnospermas é


correto afirmar que:

a ) são espermatófitas* e possuem sementes protegidas pelo fruto.

b ) apresentam rizoide, cauloide e sementes.

c ) não apresentam vasos condutores.

d ) possuem flor, filoide e órgão reprodutor escondido.

e ) são vasculares traqueófitas, e suas sementes são "nuas". Não produzem


frutos.
Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Qual é a principal diferença entre a produção de gametas em plantas e em


animais?

B. Cite três adaptações adquiridas ao longo da evolução dos grupos de plantas


estudados neste capítulo, que auxiliaram na conquista do ambiente terrestre.

*Termo usado por alguns autores para se referir às plantas com sementes.

88

Trocando ideias

A reprodução das gimnospermas e a ameaça de extinção

Uma das gimnospermas mais conhecidas no Brasil é a araucária, árvore do


tipo perenifólia (não perde as folhas), pioneira, de grande porte (com até 50
metros de altura) e que chega a viver até 700 anos. Essa árvore produz a
pinha, que pode conter até 150 sementes, chamadas pinhões. O pinhão é
muito nutritivo e apreciado tanto pela fauna silvestre quanto pelo ser humano.

A reprodução dessas gimnospermas na natureza não é um processo simples,


pois cada planta apresenta um tipo de estróbilo: feminino ou masculino. Para
que ocorra a fecundação, o grão de pólen proveniente do estróbilo masculino
precisa alcançar o estróbilo feminino, que está em outra planta. Esse encontro
ocorre com o auxílio do vento e torna-se muito difícil quando as plantas não
estão próximas.

Outro fator relevante para a reprodução das araucárias é o tempo de


desenvolvimento e maturidade da planta. Essa árvore leva até 40 anos para
atingir a maturidade plena e pelo menos 20 anos para começar a produzir os
pinhões.

Naturalmente, ela era distribuída desde o estado do Rio Grande do Sul até
Minas Gerais e Espírito Santo, compondo uma extensa área de florestas, que
ocupavam regiões altas e onde as temperaturas eram mais baixas do Sul e do
Sudeste do Brasil. A gravura a seguir foi produzida no século XIX e representa
a ocorrência de araucárias na província de Minas Gerais.

LEGENDA: Pinhas.

CRÉDITO: Luciano Candisani/Minden Pictures/ Biosphoto/Other Images

LEGENDA: RUGENDAS, Johann Moritz. Serra Ouro-Branco na província de


Minas Gerais. 1827. Litografia, 25,4 cm x 33,8 cm.

CRÉDITO: Johann Moritz Rugendas. 1827. Litografia sobre papel. 25,4 x 33,8
cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo

89

Por apresentar uma madeira de densidade elevada, essas árvores foram muito
utilizadas na marcenaria e na carpintaria, até a década de 1970. Essa
exploração provocou uma intensa diminuição das populações naturais e, em
um curto espaço de tempo, tornou as araucárias ameaçadas de extinção.
Atualmente, o corte de araucárias é proibido e passível de punição aos
proprietários que não seguirem a legislação.

Outro fator que agravou ainda mais a situação da araucária foi o plantio de
diversas outras espécies vegetais com crescimento rápido, para exploração da
madeira, pois a espécie perdeu espaço no reflorestamento brasileiro.

Dessa forma, em virtude da pequena quantidade de araucárias existentes na


natureza, observa-se uma redução do processo natural de polinização, pois o
grão de pólen deve ser carregado até encontrar uma araucária adulta em fase
reprodutiva, para chegar ao estróbilo feminino e realizar a fecundação.

A dispersão das sementes realizadas preferencialmente pela gralha-azul


também sofreu uma drástica diminuição, pois a espécie que transporta o
pinhão no bico, para se alimentar, também teve sua população reduzida.

Nesse processo, muitas vezes, as sementes transportadas caíam do bico da


ave e permaneciam no solo, que, em boas condições, germinava e favorecia a
dispersão e a manutenção natural da araucária.

LEGENDA: Semente de araucária germinando.

CRÉDITO: Fabio Colombini


Atualmente, são realizados estudos que visam diminuir o risco de extinção da
araucária. Veja um exemplo no trecho da reportagem a seguir.

Pesquisa pode salvar o futuro de araucárias ameaçadas de extinção

[...] Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)


pode salvar o futuro da araucária [...]. O projeto consiste em, basicamente,
obter um plantio maior da espécie e ter uma reprodução antecipada [...]. A
técnica é feita com uso de brotos extraídos da copa de árvores de araucárias
adultas. As mudas são enxertadas e permitem que produtores obtenham
árvores mais baixas, entre dois e cinco metros de altura [...].

JUSTI, Adriana. Pesquisa pode salvar o futuro de araucárias ameaçadas de


extinção. G1. 25 abr. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.
com/pr/parana/noticia/2015/04/pesquisa-pode-salvar-o-futuro-de-araucarias-
ameacadas-de-extincao.html>. Acesso em: 5 fev. 2016.

No processo de conservação dessa espécie vegetal, a tentativa inicial é manter


a área atual para, então, desenvolver ações que sejam favoráveis ao seu
aumento a longo prazo. Assim, são desenvolvidos estudos das possibilidades
de recuperação tanto em áreas naturais quanto em áreas particulares, onde
ocorre a interferência de produtores.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Explique como a ação humana interferiu no processo reprodutivo das


araucárias.

b ) Converse com os colegas sobre os projetos citados acima e como isso pode
ser promissor para o futuro da espécie.

90

LEGENDA: Pulverização de inseticida em plantação de soja, no município de


Primavera do Leste, Mato Grosso, em 2011.

CRÉDITO: Ricardo Teles/Pulsar

Capítulo 5 - Angiospermas
No Brasil, o uso de agrotóxicos teve início por volta da década de 1950, com o
objetivo de aumentar a produtividade das lavouras e de controlar as doenças
nas plantações.

Atualmente, nosso país é o segundo maior produtor de alimentos do mundo,


mas ocupa o primeiro lugar em consumo de agrotóxicos. Embora essas
substâncias tragam benefícios à produtividade das lavouras, seu uso excessivo
pode ocasionar danos tanto para a saúde dos seres vivos quanto para a
própria produção de alimentos. Os chamados inseticidas são uma classe
específica de agrotóxicos que provocam a morte dos organismos-alvo e
também de muitos seres vivos essenciais à reprodução das angiospermas.

Grande parte dos alimentos que consumimos diariamente, como o arroz e o


feijão, fazem parte desse grupo de plantas, essenciais à nutrição do ser
humano e de outros animais.

A. Que grupo de animais é o alvo de atuação dos inseticidas?

Resposta: Os insetos que prejudicam lavouras são o alvo. No entanto, o


inseticida não é um veneno específico para tais insetos, podendo matar
qualquer inseto e outros grupos de artrópodes não necessariamente
prejudiciais à lavoura.

B. Qual é o papel de alguns desses animais na reprodução das angiospermas?

Resposta: Alguns insetos, assim como outros animais, atuam como


polinizadores desse grupo de plantas.

C. Como o uso de inseticidas pode interferir na reprodução das angiospermas?

Resposta: A maioria das angiospermas depende de polinizadores para que o


grão de pólen, portador dos gametas masculinos, alcance os órgãos sexuais
femininos, que possuem a oosfera. O uso de inseticidas pode causar a morte
de muitos insetos polinizadores, necessários para a reprodução de algumas
angiospermas.

D. É correto afirmar que o uso de inseticidas nas lavouras pode interferir na


qualidade e na quantidade dos alimentos que consumimos? Explique.

Resposta: Sim, pois os inseticidas são substâncias químicas que podem se


acumular nos alimentos, tornando-os nocivos à saúde humana, e interferir na
qualidade do alimento que consumimos. Já em relação à quantidade de
alimento disponível, ao causar a morte de muitos insetos, que são o principal
grupo de polinizadores das angiospermas, essas substâncias interferem na
reprodução natural das plantas que são responsáveis pela produção de muitos
dos alimentos que consumimos.

E. O uso de inseticidas poderia causar o mesmo impacto sobre a reprodução


de briófitas, pteridófitas e gimnospermas? Justifique.

Resposta: Não. No caso das briófitas e pteridófitas, a reprodução depende da


água para ocorrer e não de um agente polinizador. Já nas gimnospermas, o
grão de pólen é disperso pelo vento e não depende de organismos
polinizadores para a reprodução.

91

Evolução das angiospermas

A origem das angiospermas, chamada pelo inglês Charles Darwin (1809-1882)


de "abominável mistério", ainda hoje, é cercada de incertezas. Isso se deve ao
fato de que as angiospermas surgiram repentinamente nos registros fósseis,
não deixando muitas evidências de como teria ocorrido sua evolução.

Boxe complementar:

Acredita-se que as angiospermas tenham surgido há cerca de 140 milhões de


anos. Poucos milhões de anos após seu surgimento, esse grupo de plantas se
diversificou rapidamente e passou a dominar muitos ecossistemas terrestres.

Atualmente, há indícios de que as angiospermas são intimamente relacionadas


a um grupo extinto de plantas com sementes, as Bennettitales, cujos
integrantes tinham estruturas semelhantes a flores e eram polinizados por
insetos. As atuais plantas com sementes do filo Gnetophyta são consideradas
os parentes vivos mais próximos das angiospermas.

LEGENDA: Reconstituição, com base em fósseis, da flor Amborella trichopoda,


que existiu há 80 milhões de anos. As características observadas nessa
espécie dão uma ideia de como podem ter sido as primeiras angiospermas:
flores pouco atrativas, tamanho reduzido, grande quantidade de estruturas
reprodutivas, entre outras características.
CRÉDITO: Sally Bensusen. 1981. Ilustração. Coleção particular. Foto:
SPL/Latinstock

Fim do complemento.

Características das angiospermas

Observe a fotografia abaixo.

LEGENDA: Trabalhador colhendo mangas no município de Petrolina,


Pernambuco, em 2015.

CRÉDITO: Delfim Martins/Pulsar

Nessa fotografia, é possível observar a principal característica de uma


angiosperma: a presença de frutos. Estes se desenvolvem de partes de
estruturas reprodutivas das plantas, também específicas desse grupo: as
flores.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Amborella trichopoda: pode atingir 8 m de altura.

Mangueira: pode atingir até 30 m de altura.

Fim do complemento.

1. Que parte do vegetal é colhida pelo trabalhador?

Resposta: O fruto.

2. Que estrutura da planta o origina?

Resposta: A flor.

3. A estrutura citada na questão anterior está presente nos grupos vegetais


estudados no capítulo 4 deste volume? Comente.

Resposta: Não. As briófitas, pteridófitas e gimnospermas não possuem frutos.

Boxe complementar:

Glioxissomos

Você já estudou que os peroxissomos são organelas que atuam na


neutralização do peróxido de hidrogênio (H2O2) produzido nas células*.
Especificamente nas plantas, são muito importantes na realização da
fotorrespiração, processo celular que consome gás oxigênio e libera dióxido de
carbono.

Uma importante adaptação em plantas com sementes (gimnospermas e


angiospermas) é a presença de um tipo específico de peroxissomo, conhecido
como glioxissomo**, essencial no processo de germinação da semente. Essa
estrutura faz a conversão dos lipídios armazenados nos tecidos nutritivos da
semente em sacarose. Esta é usada pelo embrião como fonte de energia e
carbono até que a planta em desenvolvimento possa produzir seu próprio
alimento por meio da fotossíntese.

LEGENDA: Representação de peroxissomo, no interior da célula vegetal.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 101.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

*Veja mais informações sobre peroxissomos nas Orientações para o professor.

**A reação de transformação de ácido graxo (gordura) em carboidrato (açúcar)


nas células vegetais de sementes é realizada por uma série de reações
químicas conhecidas como "ciclo do glioxilato".

92

Essa característica faz as angiospermas serem definidas como plantas


vasculares com sementes, que produzem flores e frutos e que fazem parte do
filo Anthophyta. Esse grupo é o mais diverso e amplamente difundido do reino
Plantae, totalizando mais de 250 mil espécies, das quais cerca de 50 mil são
encontradas no Brasil.

Nas angiospermas, os óvulos são totalmente protegidos no interior de um


conjunto de folhas modificadas chamado carpelo. Outra característica que se
destaca no filo Anthophyta é ele ser o único grupo a apresentar dupla
fecundação*, processo que resulta na formação do zigoto diploide (2n) e do
endosperma, um tecido triploide (3n) responsável pela nutrição do embrião.
O filo Anthophyta é bastante diversificado. Dele fazem parte desde espécies de
Eucalyptus com mais de 100 m de altura e troncos com quase 20 m de
circunferência, até algumas monocotiledôneas aquáticas (Lemnaceae), com
menos de 1 mm de comprimento. Algumas de suas espécies apresentam
hábitos bastante variáveis, como as epífitas, as trepadeiras e as parasitas, e
ocupam desde ambientes aquáticos até regiões extremamente áridas.

4. Onde os óvulos das gimnospermas são abrigados?

Resposta: Os óvulos são protegidos no interior de folhas modificadas (carpelo).

5. O que acontece com os núcleos espermáticos nas gimnospermas?

Resposta: Nas gimnospermas, um dos núcleos espermáticos fertiliza a oosfera


formando o zigoto, enquanto o outro sofre degeneração.

Flor

A flor é uma estrutura reprodutiva formada por folhas modificadas e


especializada na reprodução sexual das angiospermas. Diferentemente do
corpo do vegetal, que pode crescer ao longo de toda a vida, as flores crescem
apenas em determinados períodos e por tempo limitado.

Nas angiospermas, existem quatro estruturas (órgãos) florais: as sépalas, as


pétalas, os estames e os carpelos. Essas estruturas, quando organizadas em
círculos compostos por peças de um único tipo, formam os chamados verticilos
florais. Veja abaixo.

Boxe complementar:

Representação da morfologia externa de uma flor

Sépalas: geralmente são verdes** e protegem a flor imatura, envolvendo-a e


formando o botão floral. O conjunto de sépalas de uma flor é chamado cálice.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 666.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

Atenção professor: As pétalas e as sépalas formam os órgãos florais estéreis


da flor. Fim da observação.
Atenção professor: Os estames e os carpelos são conhecidos como órgãos
florais férteis ou reprodutivos. Fim da observação.

*A dupla fecundação será vista com mais detalhes no ciclo reprodutivo das
angiospermas, que será estudado ainda neste capítulo.

**Em algumas espécies de plantas podem se apresentar coloridas, auxiliando


na atração de polinizadores. Na natureza, as pétalas e as sépalas, às vezes,
são indistinguíveis, sendo chamadas conjuntamente de tépalas.

93

Agora, observe a representação de uma flor em corte longitudinal e conheça


como é a sua morfologia interna.

Boxe complementar:

Morfologia interna de uma flor

I. Estame: apresenta uma parte alongada chamada de filete e uma porção


terminal denominada antera. Esta, normalmente, é formada por dois lóbulos e
composta de quatro sacos polínicos ou microsporângios, reunidos em pares,
onde o grão de pólen é produzido.

II. Carpelo: formado pelo estigma, que recebe o grão de pólen pelo estilete
(através do qual cresce o tubo polínico), e pelo ovário, que contém um ou mais
óvulos fixados em sua parede pela placenta. Cada óvulo possui um
megasporângio.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 666. RAVEN, P. H.;
EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. p. 486.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.

Outra característica das flores das angiospermas é que elas podem estar
agrupadas formando uma inflorescência, como é o caso da apresentada
abaixo.

LEGENDA: Inflorescência de margarida.


CRÉDITO: ncristian/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Margarida (Chrysanthemum leucanthemum): pode atingir de 40 cm a 60 cm de


altura.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Na natureza, as flores podem ou não conter todas as estruturas florais


apresentadas acima, sendo chamadas flores completas e incompletas,
respectivamente.

Se a flor possui tanto carpelos quanto estames, ela é chamada de flor perfeita,
pois apresenta os dois sexos. No entanto, algumas flores podem ser
unissexuais, ou seja, apresentar apenas carpelo ou estame, o que a
caracteriza como uma flor imperfeita.

Plantas que possuem tanto flores masculinas quanto femininas são


denominadas monoicas. Já as que possuem apenas flores masculinas ou
femininas são chamadas de plantas dioicas.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Relação entre esporófito e gametófito nas plantas

A evolução das plantas atuais permite perceber as mudanças na relação entre


o esporófito e o gametófito em diferentes vegetais. Nas briófitas, o gametófito
haploide nutre o esporófito diploide. Já nas pteridófitas, o gametófito e o
esporófito são nutricionalmente independentes. Nas plantas com sementes, o
esporófito nutre o gametófito em desenvolvimento. Assim, nesse tipo de planta,
como as gimnospermas e as angiospermas, o gametófito é nutricionalmente
dependente do esporófito. Veja.

Briófita

Pteridófita
Planta com sementes

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 517.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

94

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 627. JOLY, Aylthon
Brandão. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13ª ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2002. p. 427.

CRÉDITO: Luciane Mori

Representação do ciclo de vida de uma angiosperma

(1) No interior dos microsporângios das anteras são formados os micrósporos


(n) por meiose. (2) Esses micrósporos se dividem mitoticamente dando origem
ao grão de pólen (microgametófito imaturo), que é composto pela célula do
tubo ou célula vegetativa e pela célula geradora*. (3) O óvulo, que contém o
megasporângio, produz quatro megásporos (n) por meiose. Destes,
geralmente, apenas um é mantido, enquanto os outros três se degeneram. (4)
O megásporo restante desenvolve-se no interior do óvulo e origina o saco
embrionário (megagametófito), composto de oito núcleos: dois núcleos polares
(uma célula na região central), três antípodas, duas sinérgides e uma oosfera.
(5) Após a polinização, o grão de pólen germina sobre o estigma e forma o tubo
polínico. Nesse momento, a célula geradora do grão de pólen divide-se e
origina duas células espermáticas (gametas masculinos), tornando o grão de
pólen maduro. (6) O tubo polínico entra através de micrópila do óvulo e libera
as duas células espermáticas no interior do óvulo: uma delas se une à oosfera,
formando o zigoto (2n), enquanto a outra se une aos dois núcleos polares,
dando origem ao endosperma (3n). Esses dois eventos, possibilitando duas
fecundações, caracterizam a dupla fecundação. Todas as demais células
envolvidas (célula do tubo, sinérgide e antípodas) se degeneram. (7) O óvulo
forma a semente: o zigoto desenvolve-se no embrião envolto pelo endosperma,
e o tegumento do óvulo endurece e forma a testa ou casca da semente.

95

Polinização

A polinização das angiospermas consiste no processo de transferência do grão


de pólen da antera de uma flor até o estigma da mesma planta ou de plantas
diferentes.

Polinização de uma angiosperma

Os animais, agentes polinizadores que visitam a flor de uma determinada


planta, geralmente em busca de alimento (néctar), acabam encostando partes
de seu corpo nos órgãos férteis da flor, as anteras. Com isso, eles ficam com o
corpo coberto de grãos de pólen.

Ao visitar a flor de outra planta os grãos de pólen do corpo dos agentes


polinizadores entram em contato com o estigma dessa flor, possibilitando o
encontro dos gametas masculino e feminino.

Fruto

Durante a formação do embrião, após a fertilização, há um contínuo fluxo de


nutrientes da planta parental para os tecidos do óvulo, resultando em um
acúmulo de reservas nutritivas no endosperma ou cotilédones**. Após a
formação da semente, a parede do ovário dá origem ao fruto.

Geralmente, após a formação do embrião, ele entra em estado latente,


cessando, assim, seu desenvolvimento.

Dispersão

Nesse processo, tanto o fruto quanto a semente continuam acumulando


substâncias nutritivas até se tornarem maduros, ou seja, prontos para serem
dispersados e darem origem a uma nova planta.

A dispersão das sementes pode ocorrer espontaneamente pela abertura do


fruto, ou depender de animais que se alimentam do fruto e dispersam a
semente no ambiente.

Durante a dispersão, o embrião mantém-se em estado latente.


Germinação

A germinação consiste no desenvolvimento do embrião***, quando em


condições favoráveis. Ela depende de diversos fatores internos e externos****.
Quando a semente germina, a primeira estrutura a emergir é a radícula (raiz
embrionária ou primária) que fixa a planta em desenvolvimento no solo e dele
absorve água.

Durante as fases iniciais da germinação, o embrião é nutrido pelo endosperma.


No entanto, quando ele desenvolve caule e folhas, passa a produzir seu próprio
alimento por meio da fotossíntese.

*Geralmente, é nesse estágio que o grão de pólen é liberado pela planta.


Anterídios e arquegônios (gametângios) não são formados.

**Os cotilédones também são conhecidos como "folhas embrionárias" e


representam as primeiras folhas desenvolvidas na planta.

***Maturidade do embrião, permeabilidade da semente ao gás oxigênio e à


água, entre outros fatores.

****Disponibilidade de água e gás oxigênio, temperatura, entre outros fatores.

96

Tipos de polinização

Quando a polinização ocorre entre a antera e o estigma de uma mesma flor ou


entre flores de uma mesma planta, tem-se a autopolinização. Quando a
transferência do grão de pólen ocorre entre a antera e os estigmas de flores de
plantas diferentes, tem-se a polinização cruzada . Esta última é considerada
mais vantajosa ecologicamente, pois garante maior variabilidade genética entre
os indivíduos.

Agentes polinizadores

Diferentemente das gimnospermas, que são polinizadas predominantemente


pelo vento (anemofilia), os principais agentes polinizadores nas angiospermas
são os animais, caracterizando a zoofilia. Algumas espécies de angiospermas
dependem do vento para sua polinização, principalmente aquelas que vivem
em densas populações, como gramíneas e árvores de florestas temperadas.
Desde que passaram a habitar o ambiente terrestre, os animais têm
influenciado a evolução das plantas e vice-versa. Nesse processo de evolução,
a relação das plantas com seus polinizadores tornou-se cada vez mais
específica. Quanto mais atraentes aos seus polinizadores, mais visitas a flor
recebe aumentando a chance de ser polinizada e de produzir sementes.
Algumas espécies desenvolveram inclusive nectários, glândulas localizadas
nas proximidades do ovário e que secretam néctar, um fluido açucarado que
atrai polinizadores e serve de alimento para eles.

As flores apresentam mecanismos específicos e bastante variados para atrair


polinizadores. Veja a seguir.

Atenção professor: Veja informações sobre algumas adaptações morfológicas


das plantas à polinização nas Orientações para o professor. Fim da
observação.

Boxe complementar:

Flores polinizadas por besouros, geralmente, têm cores pouco vistosas e odor
forte.

LEGENDA: Rosa-canina sendo visitada por besouro.

CRÉDITO: Claude Nuridsany & Marie Perennou/SPL/Latinstock

Plantas polinizadas por morcegos produzem grande quantidade de néctar, têm


cores poucos vistosas e odor forte.

LEGENDA: Morcego-de-nariz-comprido visitando flor de saguaro.

CRÉDITO: Dr. Merlin D. Tuttle/Bat Conservation International/Science


Source/Diomidia

As flores polinizadas por beija-flores produzem grande quantidade de néctar e,


frequentemente, são avermelhadas e sem odor.

LEGENDA: Beija-flor-de-pescoço-vermelho visitando flor de Cirsium texanum.

CRÉDITO: Rolf Nussbaumer Photography/ Alamy Stock Photo/Latinstock

Orquídeas Ophrys speculum. Como essas flores se assemelham às fêmeas


das vespas Campsoscolia ciliata, acabam atraindo os machos. Estes, ao tentar
copular com a flor, auxiliam na polinização dessa planta.
LEGENDA: Orquídeas.

CRÉDITO: Armando Frazao/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Beija-flor-de-pescoço-vermelho: pode atingir 9 cm de comprimento.

Besouro (Oedemera nobilis): pode atingir 1 cm de comprimento.

Flor: pode atingir 1,5 m de altura.

Morcego-de-nariz-comprido: pode atingir 25 cm de envergadura.

Orquídea: pode atingir 25 cm de altura.

Rosa-canina: pode atingir de 1,9 m a 3,5 m de altura.

Saguaro: pode atingir 18 m de altura.

Fim do complemento.

As angiospermas, cuja polinização depende do vento, não produzem néctar,


apresentam cores pouco vistosas e não possuem odor, pois não precisam
apresentar mecanismos de atração de polinizadores.

6. Por que a polinização cruzada favorece maior variabilidade genética nas


plantas?

Resposta: Porque na polinização cruzada há a participação de células de duas


plantas que podem ser geneticamente diferentes.

7. É possível afirmar que plantas dioicas realizam, necessariamente, a


polinização cruzada? Justifique.

Resposta: Sim, pois elas apresentam apenas um tipo de flor, masculina ou


feminina. Portanto, para que o grão de pólen atinja o estigma,
necessariamente, ele precisa encontrar uma planta feminina portadora dessa
mesma estrutura.

8. A polinização pode ser considerada uma estratégia das plantas para lidar
com a incapacidade de se movimentar de um lugar para o outro? Justifique.
Resposta: Sim, pois a polinização permite que os gametas alcancem parceiros
reprodutivos distantes.

97

Classificação das angiospermas

Até o final da década de 1990, as angiospermas eram classificadas apenas de


acordo com a quantidade de cotilédones em suas sementes: monocotiledôneas
(um cotilédone) e dicotiledôneas (dois cotilédones). No entanto, análises
genéticas posteriores a essa classificação indicaram que ela não refletia as
relações evolutivas existentes entre as plantas. Assim, esse sistema foi
substituído por uma classificação mais moderna, amplamente aceita, que
divide o filo Anthophyta em monocotiledôneas, eudicotiledôneas, magnoliidas e
angiospermas basais.

As monocotiledôneas e as eudicotiledôneas abrangem cerca de 97% das


espécies de angiospermas e, por isso, serão apresentadas com mais detalhes
neste capítulo*.

Atualmente, as angiospermas compreendem cerca de 65 mil monocotiledôneas


e 165 mil eudicotiledôneas. Do primeiro grupo fazem parte plantas como
orquídeas, gramíneas, palmeiras e liáceas (lírios). O segundo grupo é mais
diversificado e inclui a maior parte das árvores e arbustos que nos são
familiares, exceto aqueles que são gimnospermas, e também muitas das
plantas herbáceas.

Veja, no quadro a seguir, as principais características que distinguem as


monocotiledôneas das eudicotiledôneas.

Glossário:

Cotilédone: pequena folha modificada.

Fim do glossário.

Atenção professor: A classificação das angiospermas empregada nesta obra


tem como base dados filogenéticos, e não apenas morfológicos. Fim da
observação.
FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.
8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 631.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

*Veja mais informações a respeito das angiospermas basais e das magnoliidas


nas Orientações para o professor.

98

Morfologia e tecidos vegetais

A embriogênese é a primeira fase de desenvolvimento das plantas após a


fertilização. Ela é caracterizada por divisões celulares em todo o embrião, o
qual é formado basicamente por células indiferenciadas. Conforme se
desenvolve, o crescimento da planta fica concentrado principalmente na região
dos meristemas apicais. Estes são tecidos formados por células não
especializadas, com elevada capacidade de divisão celular, e estão localizados
na extremidade do caule e da raiz. Tais meristemas são os principais
responsáveis pela formação dos tecidos primários adultos e pelo crescimento
em extensão (comprimento) da planta, processo conhecido como crescimento
primário.

À medida que o embrião se desenvolve, tem início o processo de diferenciação


celular. Esse processo resulta na formação dos meristemas primários, que
incluem a protoderme, o procâmbio e o meristema fundamental. Estes, por sua
vez, originam os sistemas de tecidos do corpo primário* da planta: sistema
dérmico ou de revestimento (epiderme), sistema cortical ou fundamental e
sistema vascular (xilema e floema).

LEGENDA: Representação de embrião de monocotiledônea em corte,


mostrando os primeiros tecidos diferenciados em um embrião de angiosperma.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 535.

CRÉDITO: Somma Studio

Esses três sistemas de tecidos são encontrados em todos os órgãos das


plantas. O sistema dérmico ou de revestimento é constituído pela epiderme,
que forma a camada celular mais externa do corpo primário das plantas
(revestimento externo) e é encontrado nas folhas, partes florais, frutos,
sementes e em caules e raízes.

As células epidérmicas são achatadas, justapostas, desprovidas de


cloroplastos e compactamente organizadas. Nas partes aéreas da planta,
inclusive nos frutos, normalmente, a epiderme é recoberta por uma cutícula
composta de cutina, substância que minimiza a perda de água para o
ambiente.

A epiderme está relacionada à proteção mecânica dos demais tecidos vegetais,


à redução da perda de água e à aeração dos tecidos internos. Essa aeração é
garantida por poros associados às células especializadas na epiderme,
chamados estômatos .

As células especiais dos estômatos são denominadas células-guarda e são


providas de cloroplastos. Elas controlam a abertura do poro estomático,
interferindo na troca gasosa entre o corpo da planta e o ambiente.

Além dos estômatos e células-guarda, estruturas anexas, como os tricomas


(pelos), podem ser encontrados na epiderme.

A periderme comumente substitui a epiderme nos órgãos com crescimento


secundário (aumento em espessura), como caules e raízes. Ela é composta de
três camadas: súber, felogênio e feloderme. O súber ou felema é um tecido
morto na maturidade e impermeável à água; o felogênio (ou câmbio da casca)
possui atividade meristemática, secretando o súber e a feloderme é um tecido
parenquimático vivo, que pode ter funções de reserva de substâncias. A função
do tecido de revestimento secundário é proteger raízes e caules e também
promover a aeração dos tecidos internos.

LEGENDA: Epiderme de folha do tabaco da espécie Nicotiana tabacum


(aumento aproximado de 100 vezes).

CRÉDITO: Dr Jeremy Burgess/SPL/Latinstock

casca**

LEGENDA: Representação da periderme em caule com crescimento


secundário.
FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 628.

CRÉDITO: Somma Studio

9. Que processo fisiológico poderia ser afetado na planta caso não houvesse
estômatos nas folhas? Justifique.

Resposta: A fotossíntese, pois não haveria entrada do CO2 na folha, principal


local de realização desse processo.

*O crescimento que envolve a extensão do corpo da planta e a formação dos


tecidos primários é conhecido como crescimento primário, e a planta
corresponde ao corpo primário.

**A região indicada corresponde à parte da casca externa, que é formada por
todos os tecidos localizados externamente ao felogênio. Com a maturação das
células do súber, os tecidos externos a elas morrem por causa da falta de
nutrição. A casca interna inclui os tecidos localizados entre o fologênio e o
câmbio vascular.

99

O sistema cortical ou fundamental das plantas compreende três tipos de


tecidos: parênquima, colênquima e esclerênquima.

O parênquima é o mais comum dos tecidos fundamentais. Ele é formado por


células de formatos variados e com paredes geralmente delgadas, mas que
podem sofrer espessamento por deposição de lignina, suberina ou cutina,
substâncias que conferem resistência e impermeabilidade às plantas. As
células parenquimáticas estão distribuídas por todo o corpo da planta, onde
exercem diferentes funções, como produção de fotoassimilados (fotossíntese),
armazenamento de reservas, condução e secreção de substâncias, entre
outras.

As células do parênquima são pouco especializadas, garantindo-lhe alta


capacidade de divisão celular. Em razão dessa característica, esse tecido
relaciona-se também aos processos de cicatrização de ferimentos e da
regeneração tecidual nas plantas, e ao desenvolvimento de brotos e raízes em
mudas. O parênquima é encontrado, por exemplo, na medula e no córtex de
caules e raízes, no mesófilo das folhas, no endosperma da semente, entre
outros locais.

Dependendo das características apresentadas pelo parênquima, ele pode


receber nomenclaturas específicas: clorênquima e aerênquima.

O clorênquima (parênquima clorofiliano) é um tipo de parênquima rico em


cloroplastos, cuja principal função é realizar fotossíntese. O aerênquima
(parênquima aerífero) apresenta espaços preenchidos com ar atmosférico
entre as células, o que auxilia na flutuação, na sustentação e na realização de
trocas gasosas nas plantas aquáticas.

O colênquima é formado por células alongadas que permanecem vivas na


maturidade e podem conter cloroplastos, os quais auxiliam na realização da
fotossíntese.

Ele é encontrado em regiões periféricas do corpo da planta, como sob a


epiderme de caules jovens em crescimento e ao longo das nervuras de
algumas folhas (pedúnculos e pedicelos). A parede celular é formada apenas
de celulose, que se deposita irregularmente na célula, garantindo resistência e
flexibilidade ao tecido. Por causa disso, além de permitir o crescimento da
planta, o colênquima participa da sustentação do seu corpo primário.

O esclerênquima é um tipo de tecido geralmente encontrado em associação a


outros tecidos, como o vascular. Ele é formado por dois tipos de células: as
fibras e as esclereides.

As fibras, em geral, são bastante longas e, normalmente, mortas na


maturidade. Já as esclereides (esclerócitos ou células pétreas) são células
mais curtas que as fibras e podem estar vivas ou mortas na maturidade. Ambos
os tipos de células apresentam grande quantidade de lignina em suas paredes,
tornando-as resistentes e capazes de promover sustentação ao corpo da planta
que já cessou o alongamento.

CRÉDITO: Jon Bertsch/Visuals Unlimited/SPL/Latinstock

LEGENDA: Células do colênquima em caule de urtiga da espécie Urtiga dioica


(aumento aproximado de 100 vezes).
CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/SPL/Latinstock

LEGENDA: Esclereides em pera (Pyrus sp.). Essas células dão o aspecto


arenoso característico desse fruto (aumento aproximado de 37 vezes).

CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/SPL/Latinstock

100

O sistema vascular das plantas é formado por dois tipos de tecidos, o xilema e
o floema, os quais se encontram dispersos nos tecidos do sistema
fundamental.

O xilema é o principal tecido de condução de água nas plantas vasculares e


está envolvido, principalmente, com a condução de nutrientes inorgânicos e
com a sustentação da planta. Ele também pode atuar no armazenamento de
substâncias pela associação com células parenquimáticas. Nas angiospermas,
o xilema é formado por dois tipos celulares, as traqueídes e os elementos de
vaso, ambos mortos quando atingem a maturidade e, normalmente, com
depósito de lignina em suas paredes celulares. Veja a seguir.

Boxe complementar:

As traqueídes são células alongadas e afiladas que representam o principal


elemento condutor de água nas gimnospermas e pteridófitas. Essas células
apresentam pontoações (orifícios) em suas paredes.

Os elementos de vaso são exclusivos das angiospermas e são o seu principal


elemento condutor. Geralmente, eles são mais curtos que as traqueídes e,
além das pontoações, apresentam perfurações em suas paredes. A região da
parede que apresenta uma ou mais perfurações é chamada placa de
perfuração.

LEGENDA: Representação de elemento de vaso.

Fim do complemento.

LEGENDA: Representação de elemento de tubo crivado.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 80, 223.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio


O floema é o tecido vascular responsável pelo transporte de substâncias
orgânicas pela planta, do local onde são produzidas para as regiões onde
serão utilizadas ou armazenadas, como nos frutos e nas sementes. Esse tecido
é formado por dois tipos de células condutoras, a célula crivada, encontrada
nas gimnospermas, e o elemento de tubo crivado, presente nas angiospermas.

As células condutoras são células afiladas que apresentam vários poros em


suas paredes, os quais formam as áreas crivadas. Os elementos de tubos
crivados também podem apresentar poros maiores. Estes resultam na
formação de placas crivadas, que se concentram nas extremidades das
células. As células do floema podem estar associadas ao esclerênquima e ao
parênquima, o que permite ao floema atuar também na sustentação da planta e
no armazenamento de substâncias.

Embora vivas na maturidade, as células condutoras não apresentam núcleo e


algumas organelas (complexo golgiense e ribossomos, por exemplo). Por isso,
essas células são associadas a células metabolicamente ativas - as células
albuminosas e as células companheiras*. Estas são vivas na maturidade,
apresentam todos os elementos celulares e comunicam-se com as células
condutoras por meio de ligações celulares (plasmodesmos), que permitem a
transferência de substâncias para as células condutoras.

LEGENDA: Elemento de tubo crivado presente na haste de abóbora da espécie


Cucurbita pepo (aumento aproximado de 37 vezes).

CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/SPL/Latinstock

*A célula albuminosa está associada à célula crivada nas gimnospermas, e a


célula companheira, ao elemento de tubo crivado nas angiospermas.

101

Órgãos vegetativos*

O corpo vegetativo das angiospermas é formado por dois sistemas: o sistema


caulinar, composto pelas porções aéreas da planta, e o sistema radicular,
constituído pelas raízes. A seguir, será apresentada a estrutura** de cada um
desses órgãos, exceto a flor que já foi apresentada anteriormente neste
capítulo.
Raiz

A raiz é o órgão responsável pela fixação, pelo suporte no solo e,


principalmente, pelo suprimento de água e substâncias inorgânicas para a
planta. Além disso, esse órgão vegetativo pode atuar no armazenamento e na
condução de substâncias, como alguns hormônios vegetais e metabólitos
secundários produzidos nas raízes e transportados para as partes aéreas da
planta, entre outras funções.

A raiz pode ser dividida em coifa ou caliptra e em três zonas (regiões) de


atividade: de maturação (de diferenciação celular), de alongamento e
meristemática (de divisão celular).

Boxe complementar:

Representação da morfologia externa da raiz

1. Zona de maturação: nessa região, as células dos tecidos completam sua


maturação, e são formados os pelos radiculares que aumentam a superfície de
absorção das raízes. Por isso, essa zona também é conhecida como zona
pilífera.

2. Zona de alongamento: local onde as células sofrem um rápido alongamento,


que pode resultar no aumento do comprimento da raiz. Nessa região, ocorre a
formação da endoderme, camada celular que originará o córtex e o cilindro
vascular***.

3. Zona meristemática: abrange o meristema apical da raiz e regiões próximas.


Caracteriza-se pela intensa divisão celular, formando tanto células que
originarão tecidos da raiz quanto células da coifa.

4. Coifa: massa de células parenquimáticas sobre o ápice da raiz, cuja função é


proteger o meristema apical à medida que a raiz penetra o solo. Ela secreta
uma bainha viscosa (mucilagem ou mucigel) que auxilia na proteção contra
dessecação e na lubrificação da raiz. A coifa também é essencial na percepção
da gravidade, orientando o crescimento da raiz para baixo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 80, 223.

CRÉDITO: Somma Studio


Fim do complemento.

Atenção professor: A transição entre as diferentes regiões da raiz é gradual, e


muitas delas não são precisamente delimitadas umas das outras. Fim da
observação.

10. O que provavelmente aconteceria com as células meristemáticas caso não


houvesse a coifa?

Resposta: As células meristemáticas provavelmente seriam destruídas à


medida que a raiz se movimentasse no solo.

As raízes do corpo primário das plantas são formadas por uma sequência de
tecidos. De fora para dentro, encontramos a epiderme, o córtex, a endoderme,
o cilindro vascular (estelo) e, no caso das monocotiledôneas, a medula. Veja a
seguir.

*Órgãos vegetativos também são conhecidos como órgãos não reprodutivos,


por não estarem envolvidos diretamente na reprodução das plantas.

**A análise da estrutura do órgão inclui sua forma geral, anatomia dos tecidos e
células componentes, bem como sua disposição.

***Acima dessa região, a raiz não cresce em comprimento.

102

Boxe complementar:

Estrutura de monocotiledônea e de eudicotiledônea

Monocotiledônea

LEGENDA: Secção de raiz de milho (aumento aproximado de 14 vezes).

CRÉDITO: Dr. John D. Cunningham/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Eudicotiledônea

LEGENDA: Secção de raiz de Ranunculus (aumento aproximado de 18 vezes).

CRÉDITO: Dr. Ken Wagner/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

A epiderme está envolvida na proteção da raiz e na absorção de água e íons.


O córtex possui células geralmente desprovidas de cloroplastos e relacionadas
ao armazenamento de nutrientes, apresentando numerosos espaços
preenchidos com ar atmosférico, essenciais para a aeração das células da
raiz*. O cilindro vascular é composto de xilema, de floema e do periciclo,
camada mais externa do cilindro vascular a partir do qual se originam as raízes
laterais. A medula, nas monocotiledôneas, é uma região de tecido fundamental
delimitada por tecido vascular.

Fim do complemento.

Tipos de raízes

Normalmente, as raízes possuem um crescimento contínuo e seguem por


caminhos que oferecem menor resistência ao seu crescimento. No reino
Plantae, existem dois tipos de sistemas de raízes. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Sistema de raiz fasciculado e pivotante

Nas raízes fasciculadas, a raiz primária é progressivamente substituída por


numerosas raízes finas com aproximadamente o mesmo diâmetro ao longo do
seu comprimento. Essas raízes são formadas a partir do caule da planta e
chamadas raízes adventícias. O sistema radicular fasciculado é característico
de monocotiledôneas. Plantas com raízes fasciculadas são comumente
utilizadas na cobertura do solo em razão de sua capacidade de adesão às
partículas que o compõem, reduzindo os efeitos da erosão.

LEGENDA: Representação de sistema de raiz fasciculado.

Nas raízes pivotantes, a raiz primária, pivotante, é mantida e cresce


verticalmente. Ela é bastante desenvolvida e pode atuar como órgão de
reserva de nutrientes. As raízes laterais com menor diâmetro ramificam-se a
partir da raiz pivotante. Esse sistema é característico de gimnospermas e
eudicotiledôneas e tem maior capacidade de penetração no solo**. Nele, a raiz
principal pode apresentar crescimento secundário.

LEGENDA: Representação de sistema de raiz pivotante.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 569.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

*A camada interna do córtex é chamada endoderme. Ela é composta de células


impermeáveis, mas dotadas de estrias, que permitem a passagem da água
através dessa camada.

**Raízes de plantas do gênero Prosopis podem estender-se por mais de 50 m


de profundidade para alcançar água subterrânea.

103

Além da fixação e da absorção de substâncias, as raízes podem desempenhar


outras funções na planta. Quanto ao seu hábitat, as raízes podem ser aéreas,
subterrâneas ou aquáticas, desenvolvendo-se acima ou abaixo do solo ou no
interior de corpos d'água, respectivamente.

Boxe complementar:

Raízes subterrâneas

Algumas raízes subterrâneas são chamadas tuberosas. Essas raízes são


órgãos de armazenamento, e apresentam-se espessadas e pouco ramificadas,
com abundância de parênquima de reserva rico em amido. Esse tipo de raiz é
importante durante períodos de dormência da planta ou para rebrota daquelas
que tiveram suas partes aéreas completamente podadas. Alguns exemplos
dessas raízes: batata-doce, mandioca e nabo.

LEGENDA: Raiz tuberosa de batata-doce.

CRÉDITO: PhilipYb Studio/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Glossário:

Dormência: período de inatividade ou de redução do metabolismo.

Fim do glossário.

Boxe complementar:

Raízes aquáticas
As raízes aquáticas são aquelas que se formam em plantas aquáticas, fixadas
ao solo ou não. A vitória-régia, por exemplo, possui raízes fixadas ao substrato
lodoso, enquanto o aguapé não apresenta raízes fixadas no substrato. As
espécies flutuantes apresentam abundância de aerênquima, o qual auxilia na
flutuação e na respiração da planta.

LEGENDA: Raízes aquáticas de aguapé (Eichhornia crassipes).

CRÉDITO: Visions B.V./StockFood/Latinstock

Fim do complemento.

As raízes aéreas mantêm contato com o ar atmosférico, ou seja, desenvolvem-


se acima do nível do solo. Essas raízes podem ser adventícias, ou seja,
originarem-se de outras estruturas vegetais, principalmente do caule e não da
radícula do embrião ou da própria raiz. As raízes aéreas executam diferentes
funções*.

Boxe complementar:

Raízes aéreas

As raízes-escora são raízes aéreas adventícias, formadas a partir do caule e


que auxiliam na sustentação da planta em solos rasos ou pantanosos. Quando
atingem o solo, essas raízes se ramificam e também participam da absorção de
água e nutrientes.

LEGENDA: Raiz-escora de Pandanus boninensis.

CRÉDITO: amanaimages/Corbis/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Aguapé: pode atingir 1 m de comprimento.

Batata-doce: pode atingir de 13 cm a 17 cm de comprimento.

Pandanus boninensis: pode atingir de 3 m a 6 m de altura.

Fim do complemento.
*Algumas raízes adventícias também podem se originar a partir das folhas,
como as plantas suculentas.

104

Boxe complementar:

Os haustórios ou raízes sugadoras são um tipo de raiz aérea encontrada em


plantas parasitas. Elas penetram nos tecidos das plantas hospedeiras,
absorvendo água e sais minerais ou os produtos da fotossíntese.

LEGENDA: Corte de raiz de cipó-chumbo (Cuscuta sp.) penetrando tecidos da


planta hospedeira (aumento aproximado de 50 vezes).

CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/SPL/Latinstock

As raízes grampiformes são raízes adventícias aéreas encontradas em vários


grupos de epífitas (como as orquídeas e bromélias) e de trepadeiras. Elas
fixam o vegetal no substrato ou suporte, que pode ser uma planta ou não. A
absorção de nutrientes é realizada pelas raízes alimentadoras.

LEGENDA: Hera (Hedera helix) crescendo fixada a uma parede.

CRÉDITO: blickwinkel/Alamy Stock Photo/Latinstock

Assim como outros órgãos da planta, as raízes realizam trocas gasosas com o
ambiente externo. Plantas que crescem em solos encharcados possuem raízes
aéreas que se desenvolvem acima do solo. Essas raízes são chamadas
pneumatóforos ou raízes de aeração e são responsáveis pela fixação da planta
no solo e por promover a aeração adequada dos tecidos radiculares.

LEGENDA: Pneumatóforos do mangue-negro (Avicennia germinans).

CRÉDITO: imageBROKER/Alamy Stock Photo/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Hera: pode atingir cerca de 12 m de comprimento.

Mangue-negro: pode atingir 2,7 m de altura.

Fim do complemento.
Plantas parasitas

Em termos de nutrição, a quase totalidade das angiospermas é autotrófica


(fotoautotrófica). No entanto, algumas espécies do reino Plantae, chamadas
plantas parasitas, são total ou parcialmente dependentes de outras plantas
para obter seus nutrientes. Essas plantas vivem sobre outras chamadas
hospedeiras e delas absorvem água e nutrientes ou compostos orgânicos
produzidos na fotossíntese.

As plantas parasitas, como a erva-de-passarinho, que absorvem apenas água


e substâncias inorgânicas da planta hospedeira são chamadas hemiparasitas.
Elas têm clorofila e capacidade de realizar fotossíntese em pelo menos parte
de seu ciclo de vida.

Já as holoparasitas , como a raflésia, são plantas que não possuem clorofila e,


portanto, não realizam fotossíntese. Elas absorvem os compostos orgânicos de
que necessitam da planta hospedeira.

105

Nas plantas parasitas, as folhas geralmente são reduzidas ou modificadas.


Tanto as hemiparasitas quanto as holoparasitas apresentam haustórios para
absorver as substâncias de que necessitam da planta hospedeira.

LEGENDA: Raflésia, uma planta holoparasita.

CRÉDITO: Alexander Mazurkevich/Shutterstock.com

Atenção professor: Essa planta apresenta flor muito grande, mas corpo
vegetativo bastante reduzido. Fim da observação.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Raflésia(Rafflesia arnoldii): a flor pode atingir 1 m de diâmetro.

Fim do complemento.

Plantas epífitas

Algumas espécies de plantas, chamadas epífitas, crescem sobre outras sem


absorver nutrientes delas. Nesses casos, apenas as utilizam como suporte
para conseguirem maior luminosidade (luz solar) e se desenvolverem. Essa é
uma estratégia vegetal que ocorre em vegetações densas, evitando-se, assim,
o excesso de sombreamento próximo ao solo.

As epífitas, normalmente, apresentam uma série de adaptações para evitar a


perda de água ou para captar nutrientes, já que crescem longe do solo.

O velâmen ou velame é uma adaptação encontrada na raiz de plantas epífitas,


como certas orquídeas. Trata-se de uma camada múltipla de células
epidérmicas que propicia proteção mecânica para o córtex e reduz a perda de
água, podendo também atuar na absorção dessa substância. O velâmen pode
ser fotossintetizante e, normalmente, confere uma coloração esbranquiçada às
raízes.

Outras plantas epífitas, como a Dischidia rafflesiana , apresentam algumas de


suas folhas modificadas em recipientes ocos, similares a "jarras", que servem
para coletar partículas e água da chuva. Colônias de formigas podem viver
nessas jarras e aumentar o suprimento de nitrogênio para a planta*. Algumas
raízes crescem para dentro dessas jarras, de onde absorvem água e íons
inorgânicos.

LEGENDA: Raiz da orquídea Epidendrum elongatum.

CRÉDITO: Vaughan Fleming/SPL/Latinstock

LEGENDA: Corte de raiz de Dendrobium sp., uma espécie de orquídea epífita


(aumento aproximado de 37 vezes).

CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/SPL/Latinstock

11. Por que as plantas precisam de luz solar?

Resposta: Para realizar a fotossíntese.

Caule

O caule está associado a duas funções básicas: suporte e condução de seiva.


Esse órgão dá suporte às folhas, às flores e aos frutos. Além disso, possibilita o
transporte de substâncias entre as raízes e folhas, garantindo uma conexão
adequada entre partes aéreas e subterrâneas da planta.

O caule pode ser verde e realizar fotossíntese, embora não seja o principal
centro de realização desse processo na maioria das plantas**.
*Esse assunto será tratado neste capítulo, no tópico referente a plantas
carnívoras.

**O caule é o principal órgão fotossintético em plantas com determinadas


adaptações, como folhas reduzidas ou ausentes.

106

Cada caule é composto por nós que, em alguns casos, coincidem com a
inserção das folhas no caule, e entrenós*, regiões localizadas entre dois nós
sucessivos. Nele, há, ainda as gemas, regiões caulinares onde se encontram
os tecidos meristemáticos.

A gema apical, localizada no ápice do caule, gera as células envolvidas no


crescimento e no desenvolvimento da parte aérea. Já as gemas laterais ,
posicionadas no encontro da folha com o caule (axila das folhas), são
responsáveis pela produção dos ramos laterais e das flores.

O caule não possui uma estrutura especializada, como a coifa das raízes, para
fazer a proteção da gema apical. Nos caules, a proteção desse centro de
divisão celular é feita por folhas jovens que se dobram sobre essa região.

LEGENDA: Representação de parte do sistema caulinar de uma planta.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 587.

CRÉDITO: Somma Studio

Analisando o caule primário, da região mais externa para a mais interna, é


possível observar epiderme, córtex, vasos condutores e, em algumas espécies,
medula. A estrutura primária do caule pode ser bastante variável nas plantas
com sementes. Duas dessas estruturas caracterizam as monocotiledôneas e
as eudicotiledôneas. Veja a seguir.

Atenção professor: Veja informações a respeito do terceiro tipo de organização


caulinar nas Orientações para o professor. Fim da observação.

Representação de caules de eudicotiledônea e monocotiledônea

Eudicotiledôneas
Os feixes vasculares geralmente formam um cilindro praticamente contínuo**.
Internamente a esse cilindro, encontra-se a medula e, externamente a ele, o
córtex. Ambos atuam como tecido de armazenamento na planta.

Monocotiledôneas

Os feixes vasculares estão aparentemente dispersos no tecido fundamental,


impossibilitando a diferenciação da medula e do córtex.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 591.

CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

A camada mais externa do caule é única e corresponde à epiderme, que reduz


a perda de água. Comumente, a epiderme é coberta pela cutícula e apresenta
menos estômatos que as folhas.

O córtex é formado por células de colênquima e parênquima, cujas células irão


apresentar cloroplastos quando se tornarem maduras. O tecido vascular é
dividido em feixes vasculares separados e formados por xilema e floema.

Já a medula é composta basicamente de células parenquimáticas. Tanto o


córtex quanto a medula desenvolvem numerosos espaços intercelulares
preenchidos por ar.

*Os entrenós são as principais regiões de alongamento do caule por causa da


existência do meristema intercalar nessa área.

**Se necessário, informe aos alunos que o cilindro vascular caulinar das
eudicotiledôneas não é propriamente contínuo. Esses feixes são separados
uns dos outros por regiões muito estreitas, de parênquima que interliga o córtex
e a medula.

107

Tipos de caule

O caule é um órgão vegetativo que pode ser de três tipos: subterrâneo,


aquático ou aéreo.
Os caules subterrâneos se desenvolvem abaixo do solo e podem ser dos tipos:
tubérculo, bulbo ou rizoma. O tubérculo é especializado no armazenamento de
nutrientes; o bulbo usualmente é discoide, dotado de raízes adventícias e com
ápice protegido por numerosos catafilos ; o rizoma cresce paralelamente ao
solo produzindo folhas e/ou ramos laterais.

Glossário:

Catafilo: folhas reduzidas em forma de escamas e que podem atuar na


proteção de gemas ou no armazenamento de reservas.

Fim do glossário.

LEGENDA: Caule do tipo tubérculo em batata-inglesa.

CRÉDITO: Nigel Cattlin/FLPA/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Caule do tipo bulbo em cebola.

CRÉDITO: Fabio Colombini

LEGENDA: Caule do tipo rizoma em gengibre.

CRÉDITO: RF Company/Alamy Stock Photo/Latinstock

O caule aquático desenvolve-se dentro da água, nas plantas aquáticas. Assim


como as raízes aquáticas, esses caules também podem apresentar grande
quantidade de aerênquima.

LEGENDA: Caule aquático de vitória-régia (Victoria amazonica).

CRÉDITO: Ger Bosma/Alamy Stock Photo/Latinstock

O caule aéreo é aquele que se desenvolve acima do solo ou substrato. É o tipo


mais variado de caule e de maior quantidade de representantes. Os caules
aéreos podem ser dos tipos: rastejante, volúvel ou ereto.

O caule rastejante (fotografia A) cresce apoiando-se paralelamente ao solo e o


caule volúvel (fotografia B) ou trepador apoia-se em um suporte e cresce sobre
ele por meio de estruturas de fixação.

LEGENDA: Caule rastejante de abobrinha.

CRÉDITO: Leptospira/Shutterstock.com

LEGENDA: Caule volúvel de hera.


CRÉDITO: Kaspri/Shutterstock.com

O caule ereto é aquele que sustenta o próprio corpo e, geralmente, cresce


perpendicular ao solo e pode ser dos tipos: colmo, estipe, tronco ou haste.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Aboboreira: pode atingir cerca de 60 cm de altura.

Batata-inglesa: pode atingir até 60 cm de altura.

Cebola: pode atingir de 0,5 m a 1,5 m de altura.

Gengibre: pode atingir 1,5 m de altura.

Hera: pode atingir 1 m de comprimento.

Vitória-régia: pode atingir 2 m de diâmetro.

Fim do complemento.

108

Boxe complementar:

O colmo apresenta-se dividido em nós e entrenós. Pode ser oco, como no


bambu, ou maciço, como na cana-de-açúcar.

LEGENDA: Caule tipo colmo da cana-de-açúcar.

CRÉDITO: DEA/S. Montanari/Getty Images

O estipe é mais ou menos cilíndrico, não ramificado lateralmente, e suas folhas


concentram-se no ápice caulinar. Esse caule é encontrado em palmeiras.

LEGENDA: Caule tipo estipe do açaizeiro.

CRÉDITO: Edson Sato/Pulsar

O tronco é observado em plantas de grande porte, apresenta maior


desenvolvimento na base e ramificações no ápice (copa). Esse tipo de tronco é
lenhoso e resistente.

LEGENDA: Caule tipo tronco da castanheira-do-brasil.

CRÉDITO: R-P/Kino.com.br
A haste é pouco rígida e tem pequeno calibre. Normalmente, mantém-se verde,
mas pode apresentar cores vivas.

LEGENDA: Caule tipo haste da couve.

CRÉDITO: Fabio Colombini

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Açaizeiro: pode atingir 20 m de altura.

Cana-de-açúcar: pode atingir de 2 m a 6 m de altura.

Castanheira-do-brasil: pode atingir 50 m de altura.

Couve: pode atingir de 40 cm a 1,2 m de altura.

Fim do complemento.

Encontro com...

História

Ciclo da borracha e o extrativismo vegetal na Amazônia

A borracha é produzida a partir do látex, substância extraída do caule da


seringueira (Hevea brasiliensis), espécie de árvore nativa da Amazônia*. A
extração de látex teve início com os povos indígenas e é praticada até hoje
como economia de subsistência por populações locais.

No século XIX, os avanços industriais e a fabricação de objetos, como calçados


e pneus, aumentaram o consumo do látex. Assim, entre os anos de 1879 e
1912, período que ficou conhecido como Ciclo da Borracha, o Brasil tornou-se
o maior produtor mundial de borracha natural, que era produzida na Amazônia
e comercializada com países da Europa e com os Estados Unidos.

Além da importância econômica do Ciclo da Borracha, esse período também


instigou a criação de reservas extrativistas na Amazônia. Nesses locais,
cooperativas de seringueiros passaram a se dedicar à extração do látex de
maneira sustentável, visando à manutenção da biodiversidade local e das
atividades de geração de renda.
LEGENDA: Extração de látex do caule de uma seringueira do Projeto de
Assentamento Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, Acre, em 2009.

CRÉDITO: J. L. Bulcão/Pulsar

Glossário:

Sustentável: aquilo que supre as necessidades atuais sem interferir nas


necessidades futuras.

Fim do glossário.

12. Explique o conceito de subsistência.

Resposta: Subsistência refere-se ao conjunto daquilo que é necessário para


manter o sustento da vida.

*Se necessário, diga aos alunos que, algumas plantas, quando feridas no
caule, reagem produzindo látex, um importante cicatrizante do tecido lesado.

109

Crescimento secundário

As estruturas de caule e raiz apresentadas anteriormente referem-se a plantas


com crescimento primário. No entanto, em algumas plantas, esses órgãos
podem apresentar crescimento secundário (aumento em espessura).

Enquanto o crescimento primário está relacionado aos meristemas apicais, o


crescimento secundário é resultado da atividade de meristemas laterais: o
câmbio vascular, que forma xilema e floema secundários, e o câmbio da casca,
*que origina as células com súber.

O crescimento secundário é observado em regiões do caule e da raiz que não


apresentam mais alongamento**. À medida que o câmbio vascular se divide ele
forma xilema secundário (lenho), para o seu interior, e floema secundário, para
seu exterior, eliminando grande parte dos tecidos primários***. Paralelamente à
formação dos tecidos condutores secundários, a epiderme é substituída pela
periderme, que produz feloderme, para o seu interior, e súber, para o seu
exterior.
Atenção professor: Monocotiledôneas não possuem crescimento secundário.
No entanto, as palmeiras apresentam um crescimento primário volumoso, que
não deve ser confundido com crescimento secundário. Fim da observação.

Boxe complementar:

Representação de raiz e caule de angiosperma com crescimento secundário

LEGENDA: Representação da raiz de angiosperma com crescimento


secundário.

LEGENDA: Representação do caule de angiosperma com crescimento


secundário.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 579, 625.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: GUILHERME CASAGRANDI

Fim do complemento.

A atividade do câmbio vascular, principalmente em espécies de climas


temperados, é periódica, entrando em dormência no inverno e retomando as
atividades na primavera.

Quando inativo, o câmbio vascular não forma novos tecidos vasculares


secundários. Quando retoma sua atividade, novas ca madas de tecido de
condução são formadas. Assim, é possível diferenciar anéis de crescimento,
cujas espessuras podem variar muito. Geralmente, são lar gos em condições
ambientais favoráveis e estreitos em condições desfavoráveis, o que pode
refletir as estações de um ano.

LEGENDA: Tronco de Pinus sp. Os anéis de crescimento podem ser pouco


visíveis em plantas que apresentam atividade cambial contínua, como espécies
de plantas de floresta tropical.

CRÉDITO: Bjorn Ullhagen/H Collection/FLPA/Easypix

*Se necessário, retome as camadas da periderme vistas na página 98 deste


capítulo.
**A ocorrência de crescimento secundário, em algumas regiões da planta, não
impede o crescimento primário em outras.

***Diferentemente da raiz que elimina rapidamente o córtex, no caule, esse


tecido pode manter-se por certo período.

110

Ao longo dos processos de formação de xilema e floema secundários, somente


parte deles mantém-se funcional e é composto por células vivas que participam
do transporte de substâncias. A outra parte é composta de células geralmente
mortas, que perdem a funcionalidade e passam a atuar na sustentação da
planta.

O xilema que é produzido em maior quantidade no caule pode se apresentar de


duas formas: mais internamente na planta, escuro e não funcional - chamado
cerne - e mais externo no caule, claro e funcional - chamado alburno. O termo
"casca" refere-se a todos os tecidos localizados externamente ao câmbio
vascular.

LEGENDA: Representação das camadas de caule com crescimento secundário


(aumento aproximado de 14 vezes).

CRÉDITO: Dr Keith Wheeler/ SPL/Latinstock

Folhas

As folhas são os principais órgãos fotossintetizantes das plantas. Embora


outras partes do vegetal possam apresentar cloroplastos, as folhas possuem
anatomia adaptada para captar a luz solar e realizar trocas gasosas, processos
fundamentais para a fotossíntese. A principal importância das folhas é a
formação de compostos orgânicos por meio da fotossíntese. Outro elemento
importante é a transpiração que ocorre nas folhas, pois ela contribui para o
transporte de seiva no xilema.

As folhas variam muito na forma e na estrutura interna. De modo geral, esses


órgãos são formados pela lâmina foliar ou limbo e pelo pecíolo*. A lâmina foliar
ou limbo caracteriza-se por ser uma estrutura delgada e plana, sustentada e
conectada ao caule pelo pecíolo, que é uma extensão do caule.
A espessura do limbo é essencial para que a luz solar atinja todos os tecidos
internos da folha, não apenas os mais superficiais. Na base de algumas folhas
de eudicotiledôneas, podem se desenvolver apêndices foliares chamados
estípulas .

LEGENDA: Representação de morfologia externa de uma folha.

CRÉDITO: Somma Studio

Em muitas monocotiledôneas e certas eudicotiledôneas, a base das folhas é


expandida em uma bainha, que circunda o caule. Essa modificação foliar pode
se estender por todo o comprimento do entrenó, como em algumas gramíneas.

As folhas são limitadas na superfície superior e inferior pela epiderme, a qual


se apresenta como uma camada de células não fotossintetizantes e cobertas
pela cutícula. Essa camada é impermeável à água e, para permitir as trocas
gasosas na folha, a epiderme possui estômatos, que podem aparecer em
ambos os lados da folha ou em apenas um deles, mais comumente na face
inferior.

LEGENDA: Bainha em folha de milho.

CRÉDITO: Fabio Colombini

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Milheiro: pode atingir de 1,8 m a 2,5 m de altura.

Fim do complemento.

13. Qual é a principal parte da folha, responsável pela captação da luz solar?
Por quê?

Resposta: A lâmina foliar ou limbo, pois é a parte foliar que apresenta maior
área de exposição à luz solar.

*O pecíolo é ausente nas chamadas folhas sésseis.

111

Em algumas plantas, além da cutina, a cutícula pode apresentar uma camada


de cera, que reduz ainda mais a perda de água por esse órgão. Essa camada
cerosa garante aspecto esbranquiçado ou azulado e brilhante na superfície de
algumas folhas e frutos.

LEGENDA: Camada de cera depositada em folha de Haworthia pumila, uma


planta natural de ambientes desérticos (aumento aproximado de 200 vezes).

CRÉDITO: Eye of Science/ SPL/Latinstock

14. Como a camada de cera depositada na folha de Haworthia pumila pode


auxiliar na sobrevivência dessa planta no ambiente desértico?

Resposta: A camada de cera reduz ainda mais a perda de água para o


ambiente. Assim, em um ambiente onde a água é escassa, evitar a perda
dessa substância é essencial para que processos como a fotossíntese ocorram
na planta.

A área delimitada pelas duas epidermes corresponde ao mesófilo ou "meio da


folha", que apresenta espaços aeríferos. Normalmente, o mesófilo é formado
por duas regiões de tecido parenquimático fotossintetizante. A(s) camada(s)
superior(es) cor responde(m) ao parênquima paliçádico, formado por células
aproximadamente cilíndricas e onde está concentrada a maior quantidade de
cloroplastos. A(s) camada(s) mais inferior(es) consiste(m) em células com
formas irregulares, compondo o chamado parênquima esponjoso (ou
lacunoso)*.

Boxe complementar:

Representação da morfologia interna de uma folha

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 751.

CRÉDITO: Studio Caparroz

Fim do complemento.

O mesófilo é permeado por numerosos feixes vasculares ou nervuras que são


contínuos com o sistema vascular do caule. Essas nervuras, compostas por
xilema e floe ma, garantem que todas as células do interior da folha sejam bem
supridas de água e minerais, e que os produtos da fotossíntese sejam
direcionados ao floema das nervuras para ser distribuído ao resto da planta.
Nas eudicotiledôneas, as nervuras estão dispostas em um padrão ramificado,
com nervuras sucessivamente menores se ramificando de nervuras maiores.
Esse tipo de arranjo é chamado nervação reticulada ou em rede.

Nas monocotiledôneas, a nervação é paralela, ou seja, estende-se ao longo do


maior eixo da folha, com nervuras de tamanhos similares.

LEGENDA: Representação de folha com nervação paralela.

LEGENDA: Representação de folha com nervação reticulada.

CRÉDITO: Somma Studio

*Algumas plantas podem ter predomínio de um parênquima sobre o outro ou


não apresentar diferenciação entre eles.

112

Tipos de folhas

As folhas das eudicotiledôneas podem ser de dois tipos: simples ou composta.

Boxe complementar:

Na folha simples, o limbo não é dividido em partes distintas, embora ele possa
ser profundamente lobado.

LEGENDA: Representação de folha simples.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 602-603.

Na folha composta, o limbo é dividido em partes distintas, os folíolos, cada qual


geralmente com seu próprio pecíolo. Diferentemente das folhas que
apresentam gemas axilares, os folíolos não possuem essas estruturas.

LEGENDA: Representação de folha composta.

CRÉDITO: Ilustrações: Somma Studio

Fim do complemento.

Modificações das plantas


Em determinadas espécies de plantas, algumas modificações presentes em
caules e folhas passaram a atribuir novas funções a esses órgãos. Veja.

Boxe complementar:

Nos vegetais chamados cladódios, são os caules que realizam a fotossíntese.


Eles são desprovidos de folhas e têm crescimento ilimitado, característico de
plantas de clima árido, como os cactos. Esses caules podem conter
mucilagem, solução viscosa rica em carboidratos, que ajuda a reter água.

LEGENDA: Cladódios de Euphorbia tirucalli.

CRÉDITO: Daniel Dillon/Alamy Stock Photo/Latinstock

Os filocládios* são um tipo de cladódio achatado que se presenta com formato


semelhante ao de folhas e crescimento limitado. Essas estruturas são
importantes para aproveitar melhor a luz solar em ambientes com baixa
incidência luminosa.

LEGENDA: Filocládios de Ruscus aculeatus.

CRÉDITO: Angelo Giampiccolo/Shutterstock.com

Fim do complemento.

15. Por que os filocládios aproveitam melhor a luz solar, quando comparados
com os cladódios?

Resposta: Porque, por se apresentarem achatados, aumentam a superfície


disponível para a incidência e absorção da luz solar.

16. A ocorrência de brácteas vistosas e com cores vivas pode auxiliar na


ocorrência de que processo observado nas plantas? Justifique.

Resposta: Na polinização, pois podem atrair os agentes polinizadores.

Boxe complementar:

As brácteas são folhas modificadas que ocorrem no eixo floral, muitas vezes
com características (forma, textura e cor) diferentes das folhas verdes que
realizam fotossíntese na planta. Algumas brácteas podem, até mesmo, ser
mais vistosas e chamativas que as próprias pétalas e/ou sépalas.

LEGENDA: Flores e brácteas de primavera.


CRÉDITO: Skyprayer2005/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Babosa: pode atingir 60 cm de altura.

Euphorbia tirucalli: pode atingir 60 cm de altura. Primavera: pode atingir 9,1


m de altura.

Ruscus aculeatus: pode atingir 77 cm de altura.

Fim do complemento.

*Por não serem folhas verdadeiras, os filocládios não possuem gemas axilares.

113

Boxe complementar:

As folhas de algumas plantas podem apresentar tecidos especializados para


armazenamento de água, os quais são formados por células parenquimáticas
grandes e de paredes delgadas que não apresentam cloroplastos. Essa
organização pode resultar em folhas intumescidas (inchadas) ou com formato
cilíndrico, cujas reservas de água auxiliam na sobrevivência da planta durante
estresse hídrico.

LEGENDA: Folha de babosa (Aloe vera) em corte.

CRÉDITO: Sinisa Botas/Shutterstock.com

As gavinhas são caules ou folhas modificadas que se enrolam em um suporte,


auxiliando na sustentação da planta.

As gavinhas foliares surgem diretamente do entrenó ou da nervura central,


quando é o folíolo que se modifica. Já as gavinhas caulinares (fotografia A)
surgem normalmente na axila das folhas ou opostas a elas. Em alguns casos,
as gavinhas podem apresentar discos adesivos em suas extremidades, como
na hera-americana (fotografia B).

LEGENDA: Gavinha caulinar em videira.

CRÉDITO: Fabio Colombini


LEGENDA: Gavinha com discos adesivos em hera-americana (Parthenocissus
quinquefolia).

CRÉDITO: Nigel Cattlin/Visuals Unlimited/ Corbis/Latinstock

Os espinhos podem ser formados pela modificação de folhas, caules, estípulas


e até mesmo pelas raízes. São estruturas pontiagudas e vascularizadas, ou
seja, permeadas por xilema e floema, o que dificulta sua remoção da planta.
Normalmente, são duros e resistentes.

Eles desempenham duas funções principais na planta: reduzir a perda de água


por evaporação e transpiração e proteger a planta contra a predação.

LEGENDA: Espinho foliar em cacto (Hylocereus undatus).

CRÉDITO: Jane Sugarman/SPL/Latinstock

Fim do complemento.

17. Por que os espinhos podem reduzir a perda de água nas plantas?

Resposta: Porque são estruturas afiladas que possuem menor área de


exposição ao ambiente externo do que uma folha ou caule apresentariam, por
exemplo.

Plantas carnívoras

As plantas cujas folhas são especializadas e modificadas para atrair, aprisionar


e digerir pequenos animais, principalmente insetos, são chamadas plantas
carnívoras. Muitas dessas plantas são encontradas em solos onde o nutriente
nitrogênio é bastante limitado. Assim, para suprir essa falta, as plantas
carnívoras aprisionam e digerem animais, utilizando suas proteínas ricas em
nitrogênio como fonte desse nutriente.

Boxe complementar:

As folhas das plantas carnívoras podem apresentar formas variadas e,


geralmente, estão associadas a estruturas epidérmicas especializadas, que
podem atuar na atração e na apreensão da presa, por exemplo.

Inicialmente, o animal é atraído pela planta por causa de odores, formas ou


cores. Em seguida, é aprisionado em suas folhas modificadas e digerido por
enzimas produzidas pela planta. Esta, por sua vez, absorve os compostos
nitrogenados e outros compostos orgânicos e inorgânicos, liberados após a
digestão do animal.

LEGENDA: As folhas mais modificadas de plantas carnívoras são aquelas que


apresentam estruturas em forma de vaso ou copo, onde se acumula água e
são liberadas enzimas digestivas, como em Nepenthes alata (acima).

CRÉDITO: Popova Valeriya/Shutterstock.com

Fim do complemento.

114

Estruturas anexas das plantas

Já vimos que estômatos* são pequenos poros associados a células


epidérmicas especializadas. Eles ficam localizados nas partes aéreas das
plantas, principalmente nas folhas, e são responsáveis por controlar o
movimento de gases e vapor de água entre o meio externo e o mesófilo foliar,
auxiliando na fotossíntese, transpiração e respiração. Já as células-guarda
controlam a abertura e o fechamento do poro. Frequentemente, os estômatos
estão associados a outras células epidérmicas, as células subsidiárias.

LEGENDA: Estômatos na folha de tabaco (aumento aproximado de 343 vezes).


Essas estruturas podem estar presentes também no caule, porém em menor
quantidade.

CRÉDITO: Dr Jeremy Burgess/SPL/Latinstock

O súber, uma das camadas da periderme, é formado por células impermeáveis


a água e gases. Os tecidos localizados abaixo dele são vivos e
metabolicamente ativos e precisam ter acesso a essas substâncias. Assim,
algumas regiões da periderme estão frouxamente organizadas, formando
numerosos espaços intercelulares e permitindo a aeração dos tecidos. Essas
áreas são as lenticelas, regiões elevadas na superfície externa do caule.

LEGENDA: Lenticelas no caule de uma árvore. Essas áreas podem ser


encontradas até mesmo em algumas frutas, como maçã e pera.

CRÉDITO: Ned Therrien/Visuals Unlimited/SPL/Latinstock


Os tricomas são projeções da epiderme, também conhecidos como pelos
epidérmicos . Essas estruturas exercem diversas funções na planta, como
facilitar a absorção de água e íons e secretar substâncias atrativas ou
repulsivas que auxiliam na captura de presas ou na defesa contra predadores,
na defesa mecânica e na redução da perda hídrica, entre outras funções.

LEGENDA: Tricomas no caule do tomateiro (Lycopersicon lycopersicum). As


células em suas extremidades secretam óleos irritantes a insetos predadores
(aumento aproximado de 157 vezes).

CRÉDITO: Power and Syred/SPL/Latinstock

Os acúleos são projeções da epiderme ou do córtex. Em geral, são


pontiagudos e frequentemente confundidos com os espinhos. Por não serem
formados a partir de órgãos vegetativos, como os espinhos, eles não são
vascularizados. Assim, destacam-se facilmente da planta e podem ocorrer em
vários locais, até nos frutos e nas inflorescências. Os acúleos, assim como os
espinhos, auxiliam na defesa da planta contra a predação.

LEGENDA: Acúleo epidérmico em roseira.

CRÉDITO: Madeleine Openshaw/Shutterstock.com

*O termo "estômato" é convencionalmente utilizado para se referir ao poro e às


duas células-guarda.

115

Reprodução a partir de raiz, caule e folha

Denomina-se reprodução vegetativa a produção de novos indivíduos a partir de


órgãos não reprodutivos (raiz, caule e folha). A principal característica dessa
forma de reprodução é a formação de indivíduos geneticamente idênticos à
planta-mãe.

O rizoma de algumas plantas, como os morangueiros, podem se apresentar


sob a forma de estolhos ou estolões (fotografia A), que são capazes de formar
raízes adventícias em intervalos regulares, gerando novos indivíduos. O bulbo,
o tubérculo e até mesmo as folhas de algumas plantas (fotografia B) podem
formar novos indivíduos, como se observa no alho, na batata-doce e nas
plantas do gênero Kalanchoe, respectivamente*.
18. Por que a reprodução vegetativa resulta na formação de indivíduos
geneticamente idênticos?

Resposta: Porque os indivíduos se desenvolvem a partir de uma estrutura


adulta da planta (células somáticas), como uma folha, um caule ou uma raiz.
Assim, não há a junção de gametas de diferentes indivíduos, que é o processo
responsável pela combinação genética.

LEGENDA: Estolho de morango (Fragaria sp.) formando brotos.

CRÉDITO: David Sieren/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

LEGENDA: Folha de folha-da-fortuna (Kalanchoe sp.) com brotos se


desenvolvendo em suas margens.

CRÉDITO: Kosin Saetia/Shutterstock.com

Outras formas de reprodução assexuada dos vegetais foram desenvolvidas


pelos seres humanos, como a enxertia, que se caracteriza pela ligação de uma
gema ou fragmento de caule de uma planta ao caule de outra já enraizada,
processo encontrado na produção de uvas.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Folha-da-fortuna: pode atingir 1 m de altura.

Morangueiro: pode atingir cerca de 30 cm de altura.

Fim do complemento.

Semente

As sementes são estruturas que se desenvolvem a partir do óvulo fecundado.


Embora sua estrutura varie entre as espécies, toda semente apresenta
tegumento, endosperma e embrião em pelo menos uma das fases da vida.
Veja a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura da semente

A testa corresponde à casca da semente. Ela é formada a partir do tegumento


que envolve o óvulo que, após a formação do zigoto, perde água e se torna
resistente. Essa estrutura atua na proteção do embrião e na ocorrência da
germinação, permitindo a entrada de gás oxigênio, por exemplo. Ela pode
conter mucilagem e pigmentos associados.

O endosperma é o tecido nutritivo da planta. Em muitas eudicotiledôneas, ele é


digerido ao longo da formação do embrião e, assim, os nutrientes passam a ser
armazenados em cotilédones carnosos. Nas sementes que mantêm
endosperma volumoso, como em algumas monocotiledôneas, os cotilédones
são membranosos e delgados. Em gramíneas, os cotilédones podem estar
modificados em escutelo, que faz o contato do embrião com o endosperma.

Eudicotiledônea

Monocotiledônea

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

*As gemas que surgem em locais diferentes dos ápices caulinares e das axilas
foliares são chamadas gemas adventícias.

116

Dispersão de sementes

A dispersão da semente envolve mecanismos que permitem que ela alcance


locais distantes da planta-mãe, onde possa germinar e formar um novo
indivíduo. Algumas plantas dispersam suas sementes por meio de mecanismos
próprios (autocoria), geralmente lançando-as no ambiente ou apenas liberando-
as diretamente no solo. Outras, no entanto, dependem de agentes dispersores
como vento (anemocoria), animais (zoocoria), água (hidrocoria), entre outros
mecanismos. A anemocoria caracteriza a dispersão pelo vento. As plantas
anemocóricas, normalmente, possuem sementes pequenas e leves, e
apresentam estruturas que auxiliam no voo, como plumas e alas (asas).
Observe, a seguir, exemplos de zoocoria e hidrocoria.

Boxe complementar:
A zoocoria caracteriza a dispersão realizada ativa ou passivamente por
animais. Essa categoria pode ser subdividida de acordo com o animal
dispersor, como: quiropterocoria (morcegos) e ornitocoria (aves), por exemplo.

LEGENDA: Phylloscopus canariensis se alimentando de pêra-espinhosa. Ao se


alimentar de frutos, os animais podem fazer a dispersão das sementes.

CRÉDITO: Paco Toscano/Shutterstock.com

A hidrocoria caracteriza a dispersão pela água (chuva, enchente, corpos


d'água). Plantas com esse tipo de dispersão possuem frutos com boa
capacidade de flutuação e durabilidade no meio aquático.

LEGENDA: Semente de coco germinando.

CRÉDITO: Ethan Daniels/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Phylloscopus canariensis: pode atingir 14 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Frutos

Os frutos* são formados pelo desenvolvimento do ovário único ou múltiplo** e,


em alguns casos, também pelo desenvolvimento de outras partes florais. A
fertilização ocasiona a produção de hormônios vegetais que estimulam o
crescimento do ovário e, ocasionalmente, de outras partes da flor. A função
típica do fruto é atuar tanto como um envoltório protetor da semente como
possibilitar sua dispersão efetiva no ambiente.

Existem frutos que se desenvolvem sem a ocorrência da fecundação, e,


portanto, sem a formação de embrião e de semente. Esses frutos são
chamados partenocárpicos, como, por exemplo, a banana.

Estrutura dos frutos

O fruto é constituído, basicamente, de duas partes: o pericarpo, que


corresponde ao fruto propriamente dito, e a semente.
O pericarpo*** diferencia-se em uma camada que reveste externamente o fruto
(exocarpo); uma camada intermediária (mesocarpo), que corresponde à parte
carnosa do fruto; e uma camada interna que mantém contato com a semente
(endocarpo) e que, geralmente, é menos desenvolvida.

LEGENDA: Abacate e suas estruturas.

CRÉDITO: Tiger Images/ Shutterstock.com

19. O que são os pontos pretos observados nas bananas que consumimos?

Resposta: Como a banana é um fruto partenocárpico, os pontos pretos são


óvulos não fecundados.

*Veja informações sobre o uso dos termos "fruto" e "fruta" nas Orientações
para o professor.

**O ovário múltiplo ocorre em flores com mais de um carpelo, isolados ou


fusionados.

***Alguns frutos podem não apresentar as três camadas do pericarpo


diferenciadas, as quais são mais notáveis nos frutos carnosos.

117

Tipos de frutos

Os frutos simples são formados a partir do desenvolvimento de um único


carpelo ou da fusão de vários carpelos e podem ser classificados em
deiscentes ou indeiscentes.

Os frutos deiscentes abrem-se espontaneamente para liberar as sementes


quando maduros, e os frutos indeiscentes não liberam suas sementes
espontaneamente, mantendo-as em seu interior mesmo depois de desligados
da planta-mãe.

Os frutos simples também podem ser classificados de acordo com a estrutura


do pericarpo em carnosos ou secos. Os frutos carnosos possuem pericarpo
suculento. Em sua maioria, são indeiscentes e se apresentam sob a forma de
baga ou drupa. Veja a seguir.

Boxe complementar:
O fruto tipo baga é formado a partir de um ou mais carpelos e possui várias
sementes, que são facilmente separáveis do fruto. As camadas mais internas
do pericarpo são suculentas.

LEGENDA: Fruto tipo baga da uva.

CRÉDITO: Mau Horng/Shutterstock.com

A drupa é um fruto formado a partir de um ou mais carpelos, cada qual com


uma única semente. O endocarpo é resistente e fortemente aderido à semente.

LEGENDA: Fruto tipo drupa do pêssego.

CRÉDITO: Daniel Fung/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Os frutos secos apresentam o pericarpo pouco desenvolvido e, geralmente,


com pouca quantidade de água, o que resulta na ausência de tecido carnoso e
suculento. Veja, a seguir, os principais tipos de frutos simples e secos, os quais
podem ser deiscentes (legume e cápsula) ou indeiscentes (cariopse e
aquênio).

Boxe complementar:

O fruto seco tipo legume é formado a partir de um único carpelo, e a liberação


das sementes é feita por abertura nas linhas laterais de ambos os lados do
fruto.

LEGENDA: Fruto tipo legume do feijão.

CRÉDITO: Delfim Martins/Pulsar

O fruto seco do tipo cápsula é formado a partir de vários carpelos, e a liberação


das sementes ocorre por aberturas variadas, como poros e opérculos,
geralmente na extremidade do fruto.

LEGENDA: Fruto tipo cápsula do jequitibá.

CRÉDITO: Fernando Favoretto/ Criar Imagem

O fruto seco tipo cariopse ou grão apresenta semente única, aderida


firmemente às paredes do fruto em toda sua extensão.

LEGENDA: Fruto tipo grão da aveia.


CRÉDITO: blickwinkel/Alamy Stock Photo/Latinstock

O fruto seco tipo aquênio apresenta uma única semente, unida à parede do
fruto em apenas um ponto.

LEGENDA: Fruto tipo aquênio do girassol.

CRÉDITO: BERNATSKAYA OXANA/ Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Pseudofrutos

O pseudofruto ou fruto falso é o nome dado a qualquer estrutura que se


assemelhe a um fruto, mas que não seja formada pelo desenvolvimento do
ovário, mas de outras estruturas da flor, como o pedicelo e receptáculo. Caju,
maçã e morango são exemplos de pseudofrutos.

O fruto verdadeiro da maçã encontra-se no interior da porção carnosa e, no ca


ju, o fruto verdadeiro é a castanha.

LEGENDA: Maçã cortada.

CRÉDITO: Nyvlt-art/Shutterstock.com

Fim do complemento.

118

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões nas Orientações para o


professor. Fim da observação.

1. Quais são as principais estruturas que caracterizam as angiospermas?


Defina-as.

2. Quais são os tecidos de condução das plantas? Que função esses tecidos
têm além da condução?

3. Qual tecido fundamental é mais comum no corpo da planta? Qual é a sua


importância?
4. Qual é a importância das raízes para as angiospermas?

5. Que estruturas presentes nas raízes facilitam a absorção de água e íons


inorgânicos?

6. Diferencie sistema de raiz fasciculado do sistema de raiz pivotante.

7. No caderno, elabore um esquema representativo da morfologia interna do


caule de uma planta monocotiledônea e outro esquema de uma
eudicotiledônea, indicando as estruturas ilustradas.

8. Que tipo de tecido, geralmente, é encontrado em órgãos de plantas


aquáticas e que as auxilia na flutuabilidade?

9. Descreva a diferença entre acúleos e espinhos.

10. No processo de fertilização das angiospermas, há a formação de dois tipos


de tecidos, um diploide (2n) e um triploide (3n). Que nome é dado a esse
processo? Explique-o.

11. Observe a ilustração abaixo e, com base em seus conhecimentos sobre as


angiospermas, responda às questões propostas.

LEGENDA: Representação de parte do caule e uma flor.

CRÉDITO: Somma Studio

a ) Identifique as estruturas indicadas pelas letras.

b ) Agrupe as estruturas acima em porção masculina e porção feminina da flor.

c ) Que estruturas não estão diretamente relacionadas à reprodução das


angiospermas?

d ) Que estrutura está indicada em K? Qual é o principal papel desempenhado


por essa estrutura?

e ) Que tecidos poderiam ser diferenciados na estrutura indicada em K, caso


sua anatomia interna fosse analisada em um microscópio?

12. Complete as sentenças abaixo, no caderno, substituindo os algarismos


romanos pelas palavras do quadro.

Quadro: equivalente textual a seguir.


a ) Os I são estruturas compostas de duas células-guarda e são responsáveis
pelas II nas plantas.

b ) O caule do gengibre é III , conhecido como IV.

c ) Os V são raízes que se desenvolvem em solos com drenagem insuficiente.

d ) Algumas espécies possuem VI , que são glândulas localizadas nas


proximidades do ovário e que secretam néctar.

e ) VII são caules modificados que se assemelham a folhas e favorecem a


captação de luz solar.

f ) Em algumas espécies de plantas vasculares, o VIII apresenta nó e entrenó


bastante diferenciados, que o dividem em partes chamadas IX.

g ) As X são definidas como um agrupamento de flores.

119

13. Veja a tirinha abaixo e responda às questões propostas.

FONTE: BECK, Alexandre. Armandinho. 10 dez. 2015. Disponível em:


http://tirasarmandinho.tumblr.com/ post/134925403779/tirinha-original. Acesso
em: 15 fev. 2016.

CRÉDITO: Alexandre Beck

a ) Que processo representado nessa tirinha envolve a participação dos


animais? Esse processo é semelhante ao observado nas gimnospermas?
Justifique.

b ) Explique como os animais podem contribuir para a variação genética das


espécies de plantas.

14. Roedores como as cutias são importantes dispersores de sementes de


palmeiras como a brejaúva, espécie encontrada na Mata Atlântica. Estudos
realizados no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, apontam que a
caça e a redução da área florestal nessa região em anos anteriores reduziram
ou causaram o desaparecimento de populações de cutias, as quais,
atualmente, estão sendo reintroduzidas nesse ambiente. Nos locais onde foi
feita essa reintrodução, já é possível detectar sementes enterradas no solo,
fato este que não é observado nas áreas onde os animais não foram
reintroduzidos.

LEGENDA: Cutia (Dasyprocta leporina) alimentando-se do fruto de brejaúva


(Astrocaryum aculetissmum).

CRÉDITO: Fabio Colombini

a ) Como a caça e o desmatamento das áreas do Parque Nacional da Tijuca


podem interferir na população das palmeiras brejaúvas?

b ) É possível afirmar que a reintrodução da cutia pode auxiliar na manutenção


da brejaúva no ambiente? Justifique.

c ) Qual é o possível motivo pelo qual não foram observadas sementes


enterradas nas áreas sem reintrodução da cutia?

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Bromélia: pode atingir 1 m de altura.

Cutia: pode atingir 50 cm de comprimento.

Fim do complemento.

15. As bromélias são angiospermas encontradas em diferentes ambientes


brasileiros, como a Floresta Tropical. Essas plantas, assim como as orquídeas
e os cactos, podem se fixar e se desenvolver sobre outras plantas.

LEGENDA: Bromélia.

CRÉDITO: Dr Morley Read/SPL/Latinstock

a ) Por se desenvolver sobre outras plantas, a bromélia pode ser considerada


uma planta parasita? Justifique sua resposta.

b ) Com base na fotografia acima, você classificaria a bromélia como uma


monocotiledônea ou uma eudicotiledônea? Justifique sua resposta.

16. (UEM-PR) O caule liga e integra raízes e folhas, tanto do ponto de vista
estrutural como do funcional. Sobre esse órgão, é correto afirmar que:
01 ) nos caules que apresentam crescimento secundário, o câmbio vascular
produz xilema para o lado interno e floema para o lado externo, aumentando a
espessura dele.

02 ) periderme é o tecido de revestimento dos caules jovens e apresenta


estômatos que ajudam nas trocas gasosas.

04 ) mandioca é um caule subterrâneo que se desenvolve paralelamente à


superfície da terra. Dele podem emergir folhas aéreas ou ramos caulinares.

08 ) xilema ou lenho é o tecido vascular responsável pelo transporte de água e


de sais minerais e é constituído por elementos de tubo crivado e de células
crivadas.

16 ) estipe é um tipo de caule aéreo, ereto, com nós e entrenós e com folhas
apenas no ápice.

120

17. (UEM-PR) Sobre a estrutura da flor e o processo de reprodução das


angiospermas, é correto afirmar que:

01 ) o óvulo contém o saco embrionário que é o gametófito feminino, o qual


contém oosfera que é o gameta feminino.

02 ) o grão de pólen, que é o gameta masculino, germina após atingir o ovário


e origina um novo gametófito.

04 ) o pistilo é formado por uma ou mais folhas carpelares que se fundem


originando o androceu.

08 ) durante a dupla fecundação, um núcleo espermático fecunda a oosfera, e


o outro se funde com os núcleos polares.

16 ) após a fecundação, o óvulo acompanha o desenvolvimento do ovário e


transforma-se em fruto.

18. (UEM-PR) A raiz é um órgão vegetal geralmente subterrâneo,


especializado na fixação da planta e na absorção de água e de sais minerais.
Sobre esse órgão, é correto afirmar que:

01 ) existe, em sua extremidade, uma estrutura em forma de cone, chamada de


coifa ou caliptra, responsável pela absorção de água.
02 ) as raízes fasciculadas, ou em cabeleiras, desenvolvem-se na camada
mais superficial do solo e, por isso, são úteis contra erosão.

04 ) a epiderme é caracterizada por células que possuem estrias de lignina e


suberina, chamadas estrias de Caspary*.

08 ) plantas parasitas apresentam raízes do tipo haustórios, que absorvem a


seiva de seus hospedeiros.

16 ) raízes tuberosas apresentam grande importância econômica por fazerem


armazenamento de amido; dentre elas, destaca-se a batatinha, também
conhecida como batata inglesa.

Glossário:

Estria de Caspary: faixa da parede celular das células da endoderme que é


impermeável à água pela deposição de suberina.

Fim do glossário.

19. (UFT-TO) A figura abaixo representa o caule de uma angiosperma com


crescimento secundário.

LEGENDA: Ilustração produzida com base em: MORFOLOGIA do caule.


Disponível em: http://flores.culturamix. com/informacoes/morfologia-do-caule.
Acesso em: 16 abr. 2012.

CRÉDITO: Somma Studio

Que alternativa contém as indicações corretas das camadas observadas na


imagem?

a ) I - Cerne; II - câmbio; III - alburno; IV - floema; V - casca.

b ) I - Cerne; II - alburno; III - câmbio; IV - floema; V - casca.

c ) I - Alburno; II - cerne; III - floema; IV - câmbio; V - casca.

d ) I - Alburno; II - cerne; III - câmbio; IV - periciclo; V - floema.

e ) I - Alburno; II - cerne; III - câmbio; IV - floema; V - periciclo.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.
A. Retome as questões da página 90 , complementando-as ou corrigindo-as, se
necessário.

B. O que é possível afirmar sobre a relação entre animais e angiospermas,


comparando-a aos grupos de plantas estudados no capítulo anterior?

C. É possível afirmar que grupos de angiospermas podem ter risco de extinção


em casos de eliminação de grupos de animais do ambiente? Justifique.

D. As diferentes estruturas e modificações que podem ser encontradas em


certos grupos de angiospermas, contribuem para que elas sejam dominantes
em diferentes ambientes, tanto terrestres como aquáticos? Justifique.

*Esse assunto será abordado com mais detalhes no capítulo 6 deste volume.

121

Trocando ideias

Ameaças aos polinizadores e dispersores de sementes

Os agentes polinizadores são agentes biológicos, no caso dos animais; ou


ambientais, no caso do vento ou da água. O agente polinizador transporta os
grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma da mesma flor, ou de
outra flor da mesma espécie.

A polinização pode sofrer interferência direta de determinadas ações do ser


humano. A destruição das matas e florestas para utilização das áreas como
pasto, o uso excessivo de agrotóxicos, a liberação de substâncias tóxicas ou
contaminantes são fatores que afetam diretamente a vida dos agentes
polinizadores.

Com a destruição das matas, por exemplo, ocorre uma redução na população
de polinizadores, o que, por sua vez, tem um impacto negativo na reprodução
das plantas.

As abelhas são um exemplo de agente polinizador que vem sofrendo ação


antrópica. O uso indiscriminado de agrotóxicos, por exemplo, pode afetar
populações de abelhas. Com isso, observa-se uma diminuição na quantidade
de plantas nativas e cultivadas. Tal fato é observado na produção de
maracujazeiros, nos quais o papel das abelhas é tão importante que uma
redução de sua população afeta a lucratividade. Como as flores que não são
polinizadas não produzem frutos, os produtores precisam realizar a polinização
manual.

Quanto maior a redução dos agentes, maior é o impacto no ambiente, pois, na


maioria das vezes, a espécie de planta polinizada ou dispersada é atingida.

LEGENDA: Abelha (Apis mellifera) polinizando margarida (Bellis perennis).

CRÉDITO: Marcos Veiga Collection/age fotostock/Easypix

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Abelha: pode atingir 1 cm de comprimento.

Margarida: pode atingir 10 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Reúna-se a um colega e, juntos, elaborem uma lista com medidas para


minimizar os impactos dos agrotóxicos nas populações de abelhas.

b ) Os animais dispersores de sementes também são afetados com a


degradação ambiental. Sobre isso, leia o trecho da reportagem a seguir.

Ausência de dispersores de sementes ameaça palmeiras

Estudo realizado em fragmentos de Mata Atlântica mostra que a ausência de


cutias, animais que são os principais dispersores das sementes das palmeiras,
prejudica o surgimento de indivíduos jovens das plantas [...].

PIRES, Alexandra dos Santos; GALETTI, Mauro. Ausência de dispersores de


sementes ameaça palmeiras. Jornal do Brasil, 24 out. 2011. Disponível em:
www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2008/08/30/ ausencia-de-
dispersores-de-sementes-ameaca-palmeiras/. Acesso em: 7 jan. 2016.

· Com base na reportagem acima, elabore uma proposta de recuperação da


cutia e das palmeiras.

122
LEGENDA: Planta recebendo luz solar.

CRÉDITO: Tischenko Irina/Shutterstock.com

Capítulo 6 - Fisiologia vegetal

A fotossíntese realizada pelas plantas é um processo que, há muito tempo, tem


chamado a atenção de diversos cientistas. Eles têm buscado desenvolver um
método semelhante ao realizado pelas plantas, capaz de transformar a luz
solar em energia química acessível aos seres vivos. Esse processo de
fotossíntese artificial envolve a produção de energia química a partir de água e
energia luminosa, utilizando, para isso, materiais com estrutura semelhante ao
pigmento clorofila, ou seja, capazes de absorver energia luminosa.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


desenvolveram uma substância chamada de perfluoro porfirina, que atua de
modo semelhante aos pigmentos fotossintéticos. Essa substância promove a
quebra da molécula de água em gás oxigênio e gás hidrogênio por meio da
energia solar. O gás hidrogênio é considerado um importante combustível,
capaz de armazenar grande quantidade de energia. Sua queima libera apenas
energia e água, tornando-o uma fonte de energia limpa e renovável*.

As pesquisas relacionadas à fotossíntese artificial estão voltadas para o


desenvolvimento de combustíveis ainda mais energéticos e que façam uso do
dióxido de carbono. Esses novos combustíveis poderão, por exemplo, substituir
os combustíveis fósseis usados na atualidade.

A. O que é fotossíntese?

Resposta: A fotossíntese é um processo realizado por organismos autótrofos


fotossintetizantes, como plantas, algas e algumas bactérias. Ela resulta na
transformação da energia luminosa em energia química. Nesse processo,
utiliza-se água, dióxido de carbono e luz solar para formar açúcares, gás
oxigênio e água.

B. Qual é a importância da clorofila na fotossíntese?

Resposta: A clorofila é o pigmento responsável por captar a energia


proveniente da luz, permitindo que as demais etapas da fotossíntese ocorram.
C. Qual é a principal diferença entre a fotossíntese realizada pelas plantas e a
fotossíntese artificial?

Resposta: A principal diferença entre a fotossíntese natural e a artificial está na


substância que absorve luz solar. No processo natural, esse papel é
desenvolvido pela clorofila. Na artificial, outras substâncias podem atuar nessa
função, como o perfluoro porfirina.

D. Quais são as possíveis vantagens do desenvolvimento da fotossíntese


artificial para o ambiente?

Resposta: Esse tipo de fotossíntese parece ser promissor na geração de


energia a partir de fontes renováveis e limpas, o que pode minimizar a emissão
de gases poluentes na atmosfera.

*Além de ser um tipo de combustível, o gás hidrogênio liberado na quebra da


molécula de água pode ser utilizado com o gás oxigênio em dispositivos
chamados células combustíveis, que permitem a geração de energia elétrica e
água a partir desses gases.

123

Absorção e transporte de água nas angiospermas

A água e as moléculas inorgânicas compõem a seiva do xilema, que é


absorvida pelas raízes distribuídas entre as partículas do solo ou aderidas a
elas. Para que essas substâncias cheguem aos tecidos condutores da raiz,
elas passam pela epiderme, pelo córtex e pela endoderme. A água e os
minerais vão do solo ao xilema por duas rotas: o apoplasto e o simplasto. O
apoplasto consiste em um conjunto formado por paredes vegetais e espaços
intercelulares. Já o simplasto refere-se ao restante do corpo da planta, que são
as partes envolvidas por membranas. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Principal rota de absorção de água e íons pela raiz de angiospermas

A movimentação da água nos tecidos da raiz pode ocorrer através das paredes
das células e dos espaços intercelulares, das membranas celulares ou através
de plasmodesmos*. A primeira rota, chamada apoplástica, é a mais comum e
está representada abaixo.
Ao atingir a endoderme, essa rota é bloqueada pelas estrias de Caspary, faixas
da parede celular impregnadas com suberina**, a qual é impermeável à água e
aos minerais. Assim, para atingir o cilindro vascular, a água e os minerais
devem necessariamente atravessar a membrana plasmática das células da
endoderme, que atua como uma barreira seletiva. Esse mecanismo impede a
entrada de substâncias tóxicas ou desnecessárias às plantas.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. Tradução Eliane Romanato Santarém. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2004. p. 77-78.

Fim do complemento.

Para alcançar os tecidos vasculares, a água e os sais minerais passam pela


rota simplástica, atravessando o citoplasma das células da endoderme. Os
minerais que devem passar e a quantidade permitida são determinados por
proteínas de membrana existentes nas células endodérmicas. Assim, as
plantas regulam sua composição química, garantindo o equilíbrio.

A subida da seiva do xilema da raiz até as partes aéreas é explicada pela teoria
da tensão e coesão. Segundo essa teoria, a capacidade de as moléculas de
água aderirem às paredes dos vasos condutores e de permanecerem unidas
umas às outras pelas ligações de hidrogênio***, combinada à tensão gerada na
célula foliar em razão da transpiração, promove a movimentação da coluna de
água contra a força da gravidade dentro do xilema. À medida que a água
evapora na transpiração, cria-se uma pressão negativa dentro dos vasos
condutores que faz a seiva subir.

Boxe complementar:

Transporte de água em plantas

I. A água presente na superfície das células do mesófilo evapora. Como os


solutos não evaporam, eles concentram-se no interior dessas células
favorecendo a absorção de água por osmose das células adjacentes e do
xilema das nervuras. Assim, a transpiração cria uma pressão hidrostática
negativa, puxando a coluna de água do interior do xilema em direção às partes
aéreas.
II. Por causa da coesão entre as moléculas de água, a força de sucção
desenvolvida nas folhas é transmitida a todas as moléculas da coluna de água.
Assim, o movimento ascendente da água ocorre graças à transpiração e às
propriedades da água no interior do vaso condutor. Os íons minerais
dissolvidos, por sua vez, são carreados passivamente nesse processo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. Tradução Eliane Romanato Santarém. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2004. p. 85.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

Glossário:

Pressão hidrostática: é a pressão exercida pela água no interior da célula


vegetal. No caso das plantas, também é conhecida como pressão de turgor.

Fim do glossário.

*Relembre aos alunos que plasmodesmos são junções de uma célula com
outra, que atravessam as paredes celulares adjacentes e são formadas por um
canal de citoplasma revestido por membrana plasmática.

**Algumas vezes pode ocorrer depósito de lignina juntamente com a suberina.

***Relembre aos alunos que as ligações de hidrogênio ou pontes de hidrogênio


ocorrem entre um átomo de hidrogênio de uma molécula de água e um átomo
de oxigênio de outra.

124

Condução de seiva do floema nas angiospermas

O transporte dos produtos da fotossíntese (seiva do floema) ocorre com base


na chamada Teoria do fluxo em massa ou fluxo de pressão. De acordo com
essa teoria, esse transporte é feito pelo floema, e sempre das regiões de
produção (fonte) para as regiões de utilização e armazenamento (dreno).
Nesse processo, os produtos fotossintéticos (fotoassimilados), os aminoácidos
e alguns minerais são transportados em uma única direção, das fontes para os
drenos, e ao longo de um gradiente de pressão desenvolvido osmoticamente
entre essas regiões, por causa dos processos de carregamento e
descarregamento do floema.

Boxe complementar:

Transporte da seiva nas angiospermas

LEGENDA: Representação da transferência de produto fotossintético do


mesófilo para o floema.

LEGENDA: Representação do processo de carregamento e descarregamento


do floema.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 85, 232.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Os produtos fotossintéticos, representados pela sacarose no esquema acima,


são produzidos nas células do mesófilo de folhas fotossintetizantes e
transferidos aos elementos de tubo crivado e suas células-companheiras, em
um processo chamado de carregamento do floema (setas roxas).

A presença desses açúcares no floema favorece a absorção de água por


osmose do xilema existente nas proximidades A, aumentando a pressão de
turgor (positiva) no interior dos vasos condutores da seiva. Sob essas
condições, o fluido do floema dirige-se aos drenos carregando consigo as
moléculas de açúcar. Na região do dreno, os assimilados são transferidos às
células-dreno, que têm baixa pressão de turgor, no chamado descarregamento
do floema (setas alaranjadas). Com essa transferência de solutos, há também
o retorno passivo da água ao xilema B. Essa diferença de pressão entre as
células do floema nas fontes e nos drenos, resultantes do carregamento e
descarregamento celular, impulsiona a seiva ao longo do corpo da planta das
regiões de maior concentração de solutos para as de menor concentração.

Fim do complemento.

Assista a uma animação que explica como ocorre o transporte de seiva nas
plantas.

· http://tub.im/tpexuj. Acesso em: 15 mar. 2016.


Boxe complementar:

LEGENDA: Representação de caule anelado e caule com dilatação sobre o


anel.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.;
EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001. p. 734.

CRÉDITO: Somma Studio

A casca das árvores é composta principalmente de floema ativo e floema


inativo. Quando uma árvore tem o anel de sua casca removido, há a
interrupção da continuidade do sistema vascular. Por isso, a região acima
desse anel torna-se dilatada por causa do acúmulo de produtos fotossintéticos,
os quais se deslocam do ápice da planta para as demais regiões do organismo.
Um tempo após a retirada do anel, ocorre a morte da planta em razão da
escassez de nutrientes orgânicos para as células da raiz.

Fim do complemento.

Transpiração nas angiospermas

Embora as plantas apresentem adaptações para evitar a perda excessiva de


água, grande parte da água absorvida nas raízes é perdida para o ambiente na
forma de vapor por meio da transpiração. Esse processo pode ocorrer em
qualquer parte do vegetal que esteja acima do solo, ou seja, em contato com o
ar atmosférico, mas as folhas são os principais órgãos de transpiração vegetal.
Nas plantas vasculares, a transpiração ocorre principalmente por meio dos
estômatos, e uma pequena parcela pela cutícula. A taxa de abertura e
fechamento estomáticos, bem como a temperatura e a umidade, interferem
diretamente na transpiração da planta.

1. Apesar de representar perda de água para o ambiente, qual é a importância


da transpiração para a planta?

Resposta: A transpiração é o processo por meio do qual o transporte de água


pelo corpo da planta é mantido. Ela cria a força de sucção necessária para
conduzir a coluna de água pelo xilema, das raízes para o ápice da planta.

125
Regulação da transpiração pelos estômatos

Nesse processo de transpiração, a água presente no mesófilo evapora e atinge


o ambiente externo através do poro estomático. A abertura e o fechamento do
poro dependem de mudanças na forma das células-guarda*, que sofrem
influência da concentração de CO2 atmosférico, da temperatura e da
luminosidade. Por exemplo, altas concentrações de CO 2 no ar ocasionam o
fechamento estomático, impedindo a perda de água e também as trocas
gasosas. Quando os estô matos estão abertos, o vapor de água se difunde dos
espaços intercelulares saturados para a atmosfera por meio da transpiração.

Boxe complementar:

Abertura e fechamento do estômato

A abertura estomática ocorre quando solutos, principalmente íons potássio


(K+), são acumulados ativamente nas células-guarda.

A alta concentração de soluto promove a entrada de água nessas células, que


ficam túrgidas e abrem o poro estomático.

LEGENDA: Estômato aberto na folha de tabaco (aumento aproximado de 343


vezes).

CRÉDITO: Dr Jeremy Burgess/SPL/Latinstock

O fechamento estomático envolve a saída ativa de solutos das células-guarda,


as quais murcham por causa da perda passiva de água para as células
adjacentes.

Assim, o poro estomático se fecha.

LEGENDA: Estômato fechado na folha de tabaco (aumento aproximado de 370


vezes).

CRÉDITO: Dr Jeremy Burgess/SPL/Latinstock

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. Tradução Eliane Romanato Santarém. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2004. p. 85. CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª ed. San Francisco: Pearson
Benjamin Cummings, 2009. p. 777.

CRÉDITO: Somma Studio


Fim do complemento.

Gutação

Quando a transpiração é muito lenta ou ausente, como ocorre durante a noite,


os íons são transportados ativamente para a raiz, onde permanecem
acumulados. Isso ocorre porque a presença da endoderme impede a saída dos
íons do tecido condutor, favorecendo a absorção de água por osmose, gerando
uma pressão hidrostática positiva chamada pressão de raiz . Essa pressão
força íons e água do xilema até as porções aéreas de uma planta de pequeno
porte, mas não é forte o suficiente para realizar o transporte até o ápice de
árvores altas.

As plantas que desenvolvem pressão de raiz, frequentemente, apresentam o


fenômeno da gutação**. Por meio dessa pressão, o conteúdo do xilema é
forçado para o meio externo das folhas por meio de poros (associados às
nervuras) existentes nas bordas desses órgãos vegetais, denominados
hidatódios . Esse fenômeno é menos evidente durante o dia e mais observável
quando as taxas de transpiração são baixas e o solo apresenta grande
quantidade de água.

LEGENDA: Gutação em folha de Alchemilla mollis, planta que pode atingir 46


cm de altura.

CRÉDITO: Anthony Cooper/SPL/Latinstock

2. Como o fechamento dos estômatos pode interferir na fotossíntese?

Resposta: O fechamento dos estômatos impede a entrada de gás carbônico na


folha, o qual é fonte de carbono para a formação de moléculas orgânicas
durante a fotossíntese.

3. Quando os estômatos estão fechados, qual pode ser uma possível fonte de
CO2 na planta?

Resposta: A respiração.

4. Por que a gutação é menos evidente durante o dia?


Resposta: Porque, nesse período, a transpiração normalmente é mais intensa,
impedindo o acúmulo de água nos tecidos e eliminando grande parte do que foi
absorvido sob a forma de vapor de água.

*A abertura e o fechamento do estômato podem ser auxiliados pelas células


subsidiárias, quando presentes.

**Oriente os alunos a não confundir gutação com orvalho, pois este é resultado
da condensação da água do ar.

126

Nutrição nas angiospermas

Além dos produtos obtidos pela fotossíntese, que são fundamentais para a
nutrição das plantas, há diversos outros nutrientes também considerados
essenciais para a vida vegetal*. Eles são absorvidos ativamente,
principalmente pela epiderme das raízes jovens, e participam de diversas
funções, como a formação de compostos orgânicos, o armazenamento de
energia, atuam como cofatores enzimáticos, entre outras. A ausência de algum
deles pode interferir em diferentes estágios do ciclo de vida da planta**.

De acordo com sua concentração nos tecidos vegetais, os nutrientes podem


ser classificados em macronutrientes ou micronutrientes. Os macronutrientes
são aqueles requeridos em grande quantidade no corpo vegetal, como
nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, enxofre e silício. Já os
micronutrientes, ou elementos-traço, são os requeridos em pequenas
quantidades nas plantas e incluem cloro, ferro, boro, manganês, sódio, zinco,
cobre, níquel e molibdênio.

Na maioria das plantas, a absorção de nutrientes do solo pode ser auxiliada


pela associação do sistema radicular com certos fungos, micorrizas e bactérias,
os quais facilitam a absorção dos íons e/ou aumentam a superfície disponível
para absorção.

5. Qual é a importância da absorção de íons inorgânicos pelas plantas para as


demais classes de seres vivos?

Resposta: Apesar de os nutrientes inorgânicos circularem por todos os


organismos, eles entram na cadeia alimentar pelos sistemas radiculares das
plantas. A partir desse processo, eles distribuem-se para as diversas partes da
planta e tornam-se disponíveis para absorção de outros organismos por meio
da alimentação.

Fertilização

Alguns tipos de solo, principalmente os submetidos à intensa atividade


agrícola, podem apresentar baixa quantidade de nutrientes, tornando
necessária a adição de nutrientes por meio da fertilização ou adubação. Os
fertilizantes ou adubos são substâncias químicas ou orgânicas que, se usadas
corretamente, podem aumentar a produtividade do solo, pois garantem a
nutrição adequada das plantas.

A maioria dos fertilizantes químicos contém sais inorgânicos de nitrogênio,


fósforo e potássio. Já os fertilizantes orgânicos são representados por resíduos
de animais, restos de plantas ou por depósitos naturais de nutrientes nas
rochas. Enquanto na fertilização química os nutrientes estão prontamente
disponíveis para serem absorvidos pelas plantas, os fertilizantes orgânicos
precisam ser degradados, o que, normalmente, é feito pela ação de
microrganismos do solo.

Além da adição de nutrientes ao solo, muitas dessas substâncias minerais


podem ser aplicadas diretamente nas folhas das plantas por aspersão de
adubo, num processo chamado adubação foliar. Nesse tipo de fertilização, as
folhas absorvem pequenas quantidades dos nutrientes aspergidos sobre elas.
Outra estratégia possível consiste no plantio de espécies vegetais que têm
associação com bactérias fixadoras de gases atmosféricos, transformando-os
em nutrientes disponíveis para as demais plantas. Esse é o caso das plantas
leguminosas associadas a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar, que, após
serem incorporadas ao solo, são capazes de enriquecê-lo com compostos
nitrogenados. Essa técnica é chamada adubação verde e consiste em um
importante recurso para melhorar a qualidade nutricional dos solos agrícolas.

Glossário:

Aspergir: ato de borrifar ou respingar com gotas de água ou outro líquido.

Fim do glossário.
O uso de fertilizantes deve ser feito corretamente, pois, da mesma forma que a
falta de nutrientes minerais no solo é prejudicial às plantas, seu excesso
também pode prejudicar seu desenvolvimento e produtividade.

LEGENDA: O esterco é um adubo orgânico formado por excrementos animais.

CRÉDITO: Frank Perry/AFP Photo

LEGENDA: Adubação foliar em campo de trigo.

CRÉDITO: Remy Gabalda/AFP Photo

*Nas plantas, já foram identificados mais de 60 elementos químicos, incluindo


ouro, prata, chumbo e mercúrio, dos quais nem todos são essenciais.

**Veja informações sobre o papel de cada um dos nutrientes essenciais nas


plantas e os sintomas de sua deficiência nas Orientações para o professor.

127

Fotossíntese e respiração

Já sabemos que a fotossíntese é o processo por meio do qual as plantas


produzem seu próprio alimento. Nesse processo, ocorre a formação de
açúcares e gás oxigênio (O2), a partir de água (H2O), gás carbônico (CO2) e
energia luminosa (luz solar). O processo fotossintético ocorre principalmente
nas células do mesófilo foliar, mais especificamente nos cloroplastos. A energia
luminosa absorvida dos raios solares é transformada em energia química e
armazenada em moléculas carbonadas, os açúcares.

A equação geral e simplificada da formação da glicose (C6 H 12 O 6) pela


fotossíntese é:

A respiração celular das plantas ocorre nas mitocôndrias e é um mecanismo de


obtenção de energia pela quebra de açúcares produzidos na fotossíntese, por
exemplo. No caso dos organismos aeróbios, a respiração utiliza gás oxigênio e
resulta na formação de dióxido de carbono, água e energia. A equação geral e
simplificada do consumo da sacarose*, um tipo de açúcar, é:

Tanto a fotossíntese quanto a respiração sofrem interferência de fatores


ambientais. A fotossíntese é influenciada por fatores como intensidade
luminosa, quantidade de CO2 e temperatura. Enquanto a respiração é
influenciada pela temperatura e pela concentração de O2 e CO2.

Quanto maior a intensidade luminosa, maior é a taxa fotossintética. No entanto,


esse aumento progressivo ocorre até um certo limite, o chamado ponto de
saturação da luz (abaixo). Esse ponto representa a intensidade luminosa na
qual a fotossíntese é máxima e a partir do qual o aumento na intensidade de
luz solar não implica aumento da taxa fotossintética. Comportamento
semelhante também é observado para o CO2 .

LEGENDA: Representação da variação da taxa fotossintética em função da


intensidade luminosa.

6. Pode-se afirmar que a fotossíntese e a respiração são processos opostos?


Justifique.

Resposta: Sim, pois a fotossíntese é um processo que armazena energia na


forma de compostos orgânicos e produz gás oxigênio a partir de água e dióxido
de carbono, mediado pela luz solar. Já a respiração é um processo de
liberação controlada da energia química dos compostos orgânicos (açúcares),
que será transferida à molécula de ATP utilizada no metabolismo celular. Nele,
o gás oxigênio é consumido e há liberação de água e dióxido de carbono.

7. Como a temperatura pode interferir na ocorrência da respiração e da


fotossíntese?

Resposta: Ambos os processos envolvem a participação de enzimas, as quais


são sensíveis à temperatura. Aumentos progressivos da temperatura causam
aumento da respiração e da fotossíntese. No entanto, aumentos excessivos
dessa variável podem causar redução de atividade ou até mesmo a
desnaturação das enzimas.

Já o aumento da temperatura eleva progressivamente a fotossíntese até um


determinado limite. Acima deste, as taxas fotossintéticas voltam a decrescer.

O ponto de saturação de luz varia entre as diferentes espécies de plantas. Ele


é mais baixo naquelas que vivem em ambientes sombreados (plantas de
sombra) do que nas plantas típicas de ambientes ensolarados (plantas de sol).
Na presença da luz solar, a fotossíntese e a respiração ocorrem
simultaneamente nos tecidos. Na ausência de energia luminosa, a planta não
realiza fotossíntese; no entanto, o processo respiratório ocorre normalmente.
Com a intensificação de luz solar, a taxa fotossintética aumenta, permitindo
que, em determinada intensidade luminosa, o ponto de compensação da luz
seja atingido (abaixo). Nesse ponto, a respiração e a fotossíntese da planta
igualam-se e há um equilíbrio entre a quantidade de CO 2 consumido e de CO2
produzido.

LEGENDA: Representação da variação das taxas de fotossíntese e de


respiração em função da intensidade luminosa.

CRÉDITO: Ilustrações: Rafael Luís Gaion

*Retome com os alunos o conteúdo relativo aos carboidratos, abordados no


volume do 1 º ano desta coleção. Relembre que a sacarose é um dissacarídeo
formado pela molécula de glicose em união de uma de frutose.

128

Oficina de Biologia

Os processos de fotossíntese e respiração são essenciais à sobrevivência dos


vegetais. Para estudar esses processos, realize a atividade a seguir.

Materiais

· 1 pote plástico transparente de 500 mL de capacidade com tampa

· terra vegetal

· areia

· fita adesiva

· mudas de planta

· água

Mãos à obra

A. Coloque uma camada de 2 cm de areia no pote plástico. Sobre ela,


acrescente 2 cm de terra vegetal.
B. Coloque duas ou três mudas de plantas, enterrando-as para que
permaneçam firmes no solo. Adicione um pouco de água, cuidadosamente.

C. Tampe delicadamente o pote e vede-o com a fita adesiva.

D. Coloque o pote em um local com incidência de luz solar.

E. Acompanhe o desenvolvimento dos vegetais no interior do recipiente por 20


dias, sem abri-lo.

CRÉDITO: Somma Studio

Para pensar

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. O que aconteceu com o crescimento das plantas com o passar dos dias?

2. Como é possível relacionar o processo da fotossíntese e da respiração a


essa atividade? Explique.

3. A fotossíntese e a respiração são processos essenciais ou complementares


à sobrevivência dos vegetais? Explique.

4. O que aconteceria com a planta no interior do recipiente vedado caso este


fosse mantido em um ambiente sem luz solar?

129

Hormônios vegetais

Observe esta pintura do artista gaúcho Érico Santos.

Nela, o artista representou um campo com girassóis, planta admirada pela


capacidade de responder rapidamente aos estímulos luminosos.

Para que um vegetal cresça e se desenvolva, ele sofre a ação de hormônios,


compostos químicos que regulam as atividades e o desenvolvimento das
plantas. Os hormônios vegetais, conhecidos como fitormônios , têm ação em
partes distantes de onde foram produzidos. Eles exercem diversas funções nas
plantas e são produzidos em várias partes do seu corpo, diferentemente do que
ocorre com os animais, cujos hormônios são produzidos por glândulas, que são
estruturas localizadas em partes específicas desses seres vivos.
A seguir, estudaremos alguns desses hormônios vegetais e a sua importância
no desenvolvimento e na manutenção das plantas.

LEGENDA: SANTOS, Érico. Girassóis. 2015. Óleo sobre tela, 60 cm × 120 cm.

CRÉDITO: Erico Santos. 2015. Óleo sobre tela. 60 x 120 cm. Galeria Arte
Quadros. Caxias do Sul (RS)

Auxina

A auxina é o hormônio relacionado ao crescimento e ao desenvolvimento das


plantas e pode ser encontrada naturalmente nelas na forma de ácido
indolilacético (AIA). Na região apical, uma das principais funções da auxina é
promover o alongamento das células do caule, possibilitando o crescimento. Já
no sistema radicular, esse hormônio promove a formação das raízes
secundárias.

Boxe complementar:

No fim do século XIX, os ingleses Charles Darwin (1809-1882) e Francis


Darwin (1848-1925), seu filho, realizaram um estudo sobre o crescimento da
planta em direção à luz. Para isso, eles utilizaram plantas jovens de uma
gramínea chamada alpiste. Assim como ocorre em outras gramíneas, as folhas
jovens de alpiste são revestidas por um órgão protetor chamado coleóptilo.
Observando esse órgão da planta, Charles e Francis concluíram que o ápice
do coleóptilo era sensível à luz. No decorrer das pesquisas, eles cobriram essa
região com papel-alumínio e observaram que o vegetal não se curvava em
direção à luz. Também verificaram que, no coleóptilo, havia uma zona de
crescimento* responsável pela curvatura, e que ficava localizada abaixo do
ápice. Então, deduziram que um sinal químico era produzido no ápice do
coleóptilo e deslocava-se para a zona de crescimento. Com isso, o lado mais
sombreado crescia com maior rapidez do que o lado iluminado.

LEGENDA: Representação do experimento sobre a curvatura do alpiste em


direção à luz, realizado por Charles Darwin e Francis Darwin.

CRÉDITO: photoiconix/Shutterstock.com

Fim do complemento.
Os estudos de Charles e Francis Darwin abriram caminho para outros trabalhos
que promoveram o conhecimento atual sobre a auxina.

Além de estar relacionada ao crescimento vegetal, ela é responsável pelos


movimentos vegetais. Esse hormônio, produzido no meristema apical do caule,
também está relacionado à inibição do crescimento das gemas (brotos)
laterais, fenômeno conhecido como dominância apical. Ele ocorre quando o
ápice caulinar de uma planta arbustiva é podado, e, dias depois, observa-se o
surgimento de brotos laterais. Isso revela que a gema apical é fonte de auxina
e inibe o crescimento das gemas laterais, promovendo o crescimento vertical
da planta. Quando ela é removida, os brotos laterais desenvolvem-se.

8. Como os girassóis respondem aos estímulos luminosos?

Resposta: Essas plantas movimentam-se em direção à luz.

9. Outros vegetais também reagem a estímulos luminosos?

Resposta: Sim.

10. Que mecanismo pode explicar esse fenômeno?

Resposta: As plantas são capazes de reagir a diferentes estímulos, como a luz.

*A auxina acumula-se na região oposta à fonte de luz, promovendo o maior


crescimento da região (zona de crescimento). Dessa forma, ocorre a curvatura
das plantas em direção à luz.

130

Ácido abscísico

O hormônio ácido abscísico (ABA) recebeu essa denominação por ter sido
descoberto na forma de uma substância capaz de promover a abscisão, isto é,
a queda de folhas. Estudos posteriores, entretanto, demonstraram que o ácido
abscísico não está relacionado diretamente à abscisão foliar.

O ABA atua em diversos processos do desenvolvimento vegetal. Por exemplo,


provoca a dormência das gemas apicais durante o inverno e promove o
acúmulo de proteínas de reserva nas sementes. Em altas concentrações,
impede a germinação de sementes prematuras, mantendo-as no estado de
dormência. Também está relacionado ao controle do fechamento dos
estômatos na maioria das espécies de plantas, e, quando a planta passa por
estresse hídrico, isto é, insuficiência de água, ele promove o fechamento dos
estômatos, a fim de evitar a perda de água por transpiração.

Giberelinas

No início do século XX, cientistas japoneses notaram que os arrozeiros


estavam ficando longos, finos e pálidos, e que tendiam a cair. Esses sintomas
eram resultado da ação de uma substância produzida pelo fungo Gibberella
fujikuroi, um parasita de plantas jovens. A substância foi isolada e identificada
na década de 1930 e recebeu o nome de giberelina.

Atualmente, acredita-se que esse hormônio esteja presente em todas as


plantas, atuando na sinalização para o crescimento do caule, das folhas e de
alguns frutos por meio do estímulo à divisão celular e ao alongamento das
células. Nas sementes, a giberelina está associada à interrupção da
dormência, promovendo a germinação.

Algumas sementes que tipicamente exigem exposição ao frio ou à luz para


germinar, se tratadas com giberelinas, quebram a dormência. Como esse
hormônio estimula o alongamento celular, torna possível que a raiz penetre
barreiras (envoltório da semente e parede do fruto) que restringem o
crescimento. Assim, a aplicação de giberelina acelera a germinação das
sementes, favorecendo algumas culturas de plantas.

Etileno

No passado, as cidades eram iluminadas com lâmpadas que funcionavam com


gás proveniente da queima do carvão. Notou-se que, após um vazamento de
gás, as árvores próximas aos postes de iluminação perdiam as folhas. Esse
fato chamou a atenção do botânico russo Dimitry Neljubov (1879-1926), que,
após estudos, conseguiu mostrar que o etileno, gás ativo na iluminação dos
postes, estava envolvido no efeito observado. Ele concluiu que o gás estava
relacionado ao crescimento dos tecidos vegetais, à maturação, à abscisão dos
frutos e folhas e à senescência.

O gás etileno pode ser produzido por diversas partes da planta. Além da sua
relação com a abscisão foliar e a senescência, ele atua no amadurecimento de
alguns frutos carnosos. A maturação envolve mudanças de cor (quebra da
clorofila), amolecimento da parede celular (quebra das moléculas de pectina
que fazem parte dessa estrutura) e alterações na composição metabólica,
como acúmulo de ácidos orgânicos e quebra do amido em açúcares solúveis,
tornando o fruto mais palatável. Isso ocorre em frutos como tomate, melão,
banana, entre outros.

Citocininas

As citocininas foram descobertas experimentalmente quando pesquisadores


perceberam que, adicionando-se água de coco em culturas de embriões de
plantas, o crescimento era acelerado. Por meio desse experimento, eles
concluíram que havia um fator na água de coco que provocava o crescimento.
Então, isolaram esse fator, chamaram-no de cinetina e batizaram o grupo ao
qual ele pertence de citocininas.

Além da cinetina, outras citocininas têm sido isoladas. Atualmente, sabe-se


que, junto à auxina, as citocininas regulam a produção de raízes e ramos nas
plantas, pois estimulam as divisões celulares.

11. Muitas pessoas embrulham frutos como a banana e o mamão em jornais.


Por que essa atitude acelera o amadurecimento desses frutos?

Resposta: Porque o gás etileno produzido pelo fruto permanece em altas


concentrações ao seu redor e, quando cobertas pelo jornal, esse gás fica retido
em seu interior. Dessa maneira, o gás etileno promove a aceleração do
amadurecimento do fruto.

131

Movimentos vegetais

De maneira geral, os seres vivos respondem aos estímulos ambientais de


formas diferentes. As plantas, por exemplo, realizam tropismos , que são
respostas de crescimento em direção a um estímulo externo (resposta positiva)
ou contrário a ele (resposta negativa). Conheça, a seguir, alguns tipos de
tropismo: fototropismo, tigmotropismo e gravitropismo.

Fototropismo

O fototropismo é a resposta da planta à luz. Essa resposta ocorre sob a


influência do fitormônio auxina, causando o alongamento do caule.
Quando a planta é exposta à luz de um único lado, a auxina migra do lado
iluminado para o lado sombreado do caule, onde se concentra. O lado
sombreado sofre alongamento celular, fazendo a planta curvar-se em direção à
luz em um movimento chamado fototropismo positivo. Já a raiz realiza
fototropismo negativo, pois cresce em direção oposta à luz. Nesse caso, a
auxina migra e se concentra no lado iluminado, promovendo o crescimento do
lado sombreado.

LEGENDA: Resposta do caule de dipladênia em direção à luz.

CRÉDITO: Cathyrose Melloan/Alamy Stock Photo/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Dipladênia: pode atingir 3 m de altura.

Fim do complemento.

Gravitropismo

O gravitropismo é a resposta da planta à gravidade. Vejamos como isso ocorre


com base na observação da semente de milho colocada em posição lateral.

LEGENDA: Grão de milho com o cotilédone voltado para a lateral.

CRÉDITO: Martin Shields/Photoresearchers/Latinstock

A partir da observação da semente, percebe-se que as células do caule são


estimuladas pela maior concentração da auxina em sua parte inferior, o que
promove a expansão celular, e o caule cresce para cima, contra a gravidade
(gravitropismo negativo). Já na raiz, mais sensível à ação do hormônio, a
auxina inibe a expansão celular. Assim sua maior concentração na parte
inferior reduz a intensidade da expansão celular nesse local e a raiz cresce
para baixo, a favor da gravidade (gravitropismo positivo).

Tigmotropismo

O tigmotropismo consiste na resposta ao toque. Quando a planta entra em


contato com um objeto sólido, parte dela se movimenta. Um exemplo são as
gavinhas, folhas ou caules modificados de algumas espécies vegetais. Ao
entrar em contato com um objeto, essas estruturas enrolam-se ao seu redor,
permitindo que a planta fixe em um suporte e suba. Com isso, as células que
estão em contato com o suporte se encurtam e as que estão do outro lado se
alongam.

LEGENDA: Gavinha em aboboreira.

CRÉDITO: Vaughan Fleming/SPL/Latinstock

132

Fotoperiodismo e fitocromos

Vimos que a luz exerce influência no crescimento das plantas na fotossíntese e


no fototropismo. Além disso, ela influencia no desenvolvimento da planta, na
germinação das sementes e na floração.

Ao longo do ano, a cada estação, a duração dos dias e das noites pode variar,
e o período da noite pode ser menor ou maior. Essa variação exerce influência
sobre as plantas; por exemplo, a proporção de escuridão influencia na floração
de determinadas espécies. A resposta a essas variações de proporção de luz e
escuridão num período de 24 horas é chamada de fotoperiodismo.

De acordo com o fotoperiodismo, as plantas podem ser classificadas em:


plantas de dias curtos, plantas de dias longos e plantas neutras.

As plantas de dias curtos precisam de um período de luz mais curto do que o


fotoperíodo crítico, florescendo na primavera e no outono. Alguns exemplos
dessas plantas são o crisântemo e o morangueiro. As plantas de dias longos
precisam de um período de luz mais longo do que o fotoperíodo crítico,
florescendo geralmente no verão. Exemplos: batata, trigo e alface. Já as
plantas neutras não são influenciadas pela maior ou pela menor incidência de
luz.

Floração em plantas de dias curtos

LEGENDA: Plantas de dias curtos e noites longas florescem quando a noite é


mais longa do que o período crítico. Quando o período escuro é interrompido
por um breve momento (flash), a planta não floresce.

Floração em plantas de dias longos


LEGENDA: Plantas de dias longos e noites curtas florescem quando a duração
da noite é mais curta do que o período crítico. Nessas plantas, quando a noite
é encurtada, a planta floresce.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia
vegetal. Tradução Eliane Romanato Santarém. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2004. p. 597.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Em muitas plantas, o fotoperiodismo é regulado pelos fitocromos, pigmentos


receptores de luz (fotorreceptores) presentes nos tecidos vegetais, que
detectam as transições entre a luz e a escuridão. Os fitocromos têm coloração
azul esverdeada e aparecem em maior concentração nos tecidos
meristemáticos. Além disso, podem ser encontrados em raízes, caules, folhas,
frutos e coleóptilos.

Em estudos da germinação das sementes e da floração de alface,


pesquisadores isolaram duas formas de fitocromos: Fv, que absorve luz
vermelha, e Fve, que absorve luz vermelha longa.

Continuamente, o fitocromo é sintetizado na forma de F v e acumula-se nas


plantas que se desenvolvem no escuro. Quando a planta é exposta à luz
vermelha, presente na luz solar, o Fv é convertido em Fve, que é a forma ativa
do fitocromo. Essa forma induz uma resposta biológica - a germinação de
sementes, o estiolamento da planta ou a abertura e o fechamento dos
estômatos. Como essas formas são reversíveis, ao ser exposto à luz de
comprimento de onda ao vermelho longo, Fve retorna à forma Fv. Enquanto Fv
absorve luz no comprimento de onda de 660 nm, F ve absorve luz no
comprimento de onda de 730 nm.

A luz também relaciona-se à germinação da semente, pois algumas plantas


germinam na ausência de luz e outras, somente em sua presença.

Boxe complementar:

O estiolamento ocorre em plantas mantidas no escuro. Como resultado, elas


serão alongadas e finas, e suas folhas serão pequenas. Podem, ainda, curvar-
se em direção ao solo.
Fim do complemento.

133

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões nas Orientações para o


professor. Fim da observação.

1. Qual é a importância da transpiração para o transporte de água e de


minerais no interior do xilema?

2. Diferencie carregamento e descarregamento do floema e sua importância no


transporte de nutrientes no corpo da planta.

3. Que estrutura celular, presente principalmente nas folhas, está diretamente


relacionada à transpiração das plantas? Como ela atua nesse processo?

4. Como se desenvolve a pressão de raiz?

5. O que é gutação? Em que condições ela ocorre?

6. Em que se baseia a fertilização do solo? Qual é a sua importância para a


produtividade das plantas?

7. Diferencie macronutrientes de micronutrientes e cite dois exemplos de cada


um deles.

8. Cite algumas diferenças entre fotossíntese e respiração.

9. Explique o que é ponto de compensação da luz.

10. É correto afirmar que variáveis como concentração de CO 2, luminosidade e


temperatura interferem na taxa fotossintética de uma planta? Justifique.

11. O que é fotoperiodismo?

12. No caderno, descreva: fototropismo, tigmotropismo, gravitropismo.

13. Reescreva as frases abaixo no caderno, substituindo os algarismos pelos


nomes dos hormônios vegetais correspondentes.

a) O I é um hormônio gasoso, produzido em diversas partes da planta, que


estimula o amadurecimento de frutos.
b) A II estimula o crescimento do caule, das folhas e dos frutos; e participa do
processo de germinação de sementes.

c ) A III é produzida nas células meristemáticas, principalmente da gema apical,


e estimula o alongamento das células.

d) A IV é um hormônio que estimula a divisão celular.

e) O V é produzido nas folhas, no caule e nas raízes, e inibe o crescimento de


gemas e o desenvolvimento de sementes em condições desfavoráveis.

14. Leia o texto abaixo e responda às questões.

Parque das sequoias gigantes tem árvore de 83 m de altura nos EUA

[...] Famoso por suas árvores de 80 metros de altura, o Sequoia National Park,
nos EUA, atrai mais de 1 milhão e meio de visitantes por ano.

O parque fica localizado na cadeia montanhosa de Sierra Nevada, na


Califórnia. Sua principal atração é a General Sherman, a sequoia mais alta do
mundo. A árvore tem 83 metros de altura e tronco com 33 m de circunferência
na base. A 36 metros de altura, o tronco ainda mede 5 m de diâmetro. [...]

PARQUE das sequoias gigantes tem árvore de 83 m de altura nos EUA. G1,
São Paulo, 26 mar. 2014. Turismo e Viagem. Disponível em: <http://g1.globo.
com/turismo-e-viagem/noticia/2014/03/parque-das-sequoias-gigantes-tem-
arvore-de-83-m-de-altura-nos-eua.html>. Acesso em: 20 fev. 2016.

a ) O texto menciona as sequoias como árvores gigantes. De que maneira a


água é transportada das raízes até o topo da árvore?

b ) Esse transporte tem relação com a pressão positiva da raiz? Justifique.

c ) Se alguns ramos com folhas da sequoia, ainda conectados na planta, forem


isolados dentro de um saco plástico, observaremos a formação de gotículas de
água após certo tempo. Por que isso ocorre?

134

15. Analise a tirinha e, com base no que foi estudado sobre movimentos
vegetais, responda às questões a seguir.

FONTE: CEDRAZ, Antonio. A Turma do Xaxado. Salvador: Estúdio Cedraz,


2006. p. 33.
CRÉDITO: © 2016 Cedraz/Ipress

a) Descreva sobre o que trata essa tirinha.

b) Que estímulo está envolvido no movimento executado pelo girassol?

16. (UEM-PR) Sobre os diversos aspectos da fisiologia dos vegetais, é correto


afirmar que:

01 ) o etileno, único hormônio vegetal gasoso, atua no amadurecimento de


frutos e na abscisão foliar.

02) o fitocromo está envolvido em processos fisiológicos, como germinação de


sementes e floração.

04) quando o solo está encharcado e a umidade relativa do ar elevada, a seiva


do xilema é transportada das raízes até as folhas, devido fundamentalmente à
transpiração.

08) organismos clorofilados não realizam fotossíntese e respiração


simultaneamente. A fotossíntese ocorre durante o dia, e a respiração à noite.

16) ao abrir os estômatos, permitindo a saída de água na forma de vapor, as


plantas passam a perder maior quantidade de gás carbônico, diminuindo a
fotossíntese.

32) durante o dia, as plantas realizam fotossíntese, consumindo gás carbônico


e produzindo gás oxigênio, o qual não é consumido durante o dia, mas é
utilizado à noite no processo de respiração.

17. (UFSC-SC) A figura abaixo representa o esquema de uma estrutura vegetal


chamada estômato.

A respeito da estrutura acima e de seu papel fisiológico, é (são) correta(s) a(s)


afirmativa(s):

01 ) O funcionamento dos estômatos está associado aos mecanismos de


transporte de seiva no vegetal.

02) A seta II da figura indica a presença de cloroplastos nas células


estomáticas.

04) O s estômatos são estruturas encontradas em várias partes do vegetal,


especialmente no caule.
08) A seta III indica as células-acessórias ou subsidiárias; através delas ocorre
a eliminação da água por transpiração para o exterior do vegetal.

16) Os estômatos são estruturas muito versáteis, participando inclusive dos


mecanismos de defesa vegetal, pois podem produzir e eliminar substâncias
tóxicas.

32) A seta I indica a abertura estomática que ocorre entre as células-guarda e


por onde se realizam as trocas gasosas nos vegetais.

135

18. (Mackenzie-SP) Algumas etapas fundamentais do desenvolvimento das


plantas são controladas por fitormônios (hormônios vegetais).

Faça a correta correlação de cada fitormônio listado abaixo com a principal


ação sobre o desenvolvimento do órgão vegetal, de I a V.

Coluna 1

I ) promove o amadurecimento do fruto

II ) dormência das sementes

III ) estimula o alongamento do caule

IV ) atua no fototropismo e geotropismo

V ) estimula a divisão celular

Coluna 2

( ) Auxina

( ) Etileno

( ) Citocinina

( ) Giberelina

( ) Ácido abscísico

A sequência correta, de cima para baixo é:

a ) I, IV, III, V e II.

b ) III, I, IV, II e V.

c ) I, II, V, III e IV.


d ) IV, I, V, III e II.

e ) II, III, I, V e IV.

19. (UEM-PR) Sobre a influência dos fatores ambientais na nutrição e os


mecanismos de transporte da seiva bruta [seiva do xilema] e elaborada [seiva
do floema] nos vegetais, é correto afirmar:

01 ) As plantas necessitam de vários nutrientes minerais, alguns deles em


grande quantidade, os quais recebem, por isso, o nome de macronutrientes,
entre eles: ferro, manganês e boro.

02 ) A seiva bruta é transportada das raízes até as folhas das árvores de


grande porte graças à pressão positiva na raiz e à capilaridade.

04 ) A concentração de gás carbônico também atua no mecanismo de abertura


e fechamento dos estômatos, sendo que, em concentração elevada, esse gás
estimula o fechamento deles.

08 ) Segundo a teoria do fluxo por pressão, o deslocamento da seiva elaborada


pelo floema resulta de um desequilíbrio osmótico entre as células produtoras e
as células consumidoras das substâncias orgânicas.

16 ) Durante o dia, as plantas realizam fotossíntese, consumindo gás carbônico


e produzindo gás oxigênio, o qual não é consumido durante o dia, mas é
utilizado à noite no processo de respiração.

20. (UEM-PR) Sobre o funcionamento do corpo vegetal, pode-se afirmar:

01 ) Nas plantas de grande porte, a seiva bruta é transportada pelos vasos


lenhosos desde a raiz até as folhas por capilaridade.

02 ) Os tropismos são movimentos que dependem da ação das auxinas e são


orientados por um agente excitante externo.

04 ) A transpiração cuticular é o principal mecanismo de eliminação de água


pela planta.

08 ) O ácido abscísico é um hormônio que estimula a divisão celular e a


germinação das sementes.

16 ) No processo de fotossíntese, são produzidos glicídios que são distribuídos


por todo o corpo vegetal por meio do floema.
Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Retome a questão a da página 122 sobre fotossíntese, completando-a ou


corrigindo-a, se necessário.

B. Pode-se afirmar que muitas atividades realizadas pelas plantas estão


diretamente relacionadas a variáveis ambientais? Justifique.

C. As plantas e a luz comumente são relacionadas quando se trata da


fotossíntese. Entretanto, a luz é fundamental para várias atividades fisiológicas
dos vegetais. Explique.

136

Explorando o tema Desmatamento da Amazônia

O território da Amazônia compreende uma área de 6,9 milhões de km 2 e


abrange nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela,
Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Dele, são conhecidas cerca de 40 mil
espécies de plantas, mais de 400 espécies de mamíferos e 1 300 de aves,
totalizando mais de 1 milhão de espécies de seres vivos identificadas nesse
local. De toda essa riqueza ambiental, cerca de 60% encontra-se no Brasil, que
abriga 4,2 milhões de quilômetros quadrados do território amazônico.

Desde a época da colonização portuguesa no século XVI, a Floresta


Amazônica vem sendo devastada. Até o ano de 1970, a destruição dessa
região representava 1% do total. No entanto, nos últimos 40 anos, a
devastação tomou proporções alarmantes e foi provocada por diversos fatores.

Com o objetivo de integrar a região Amazônica à economia nacional, o governo


militar (que teve início em 1964) distribuiu incentivos para que os brasileiros
ocupassem a fronteira, até então, despovoada. O aumento da ocupação
humana na região acelerou sua destruição. Os principais fatores que
colaboraram para isso foram as atividades agropecuária e madeireira, que
promoveram o desmatamento da Floresta Amazônica.

A partir dessa época, as taxas de desmatamento têm aumentado


gradualmente. O trecho da reportagem a seguir trata sobre isso. Leia-o.
LEGENDA: Floresta Amazônica no Parque Estadual de Monte Alegre, no
município de Monte Alegre, no estado do Pará, em 2015.

CRÉDITO: Ricardo Azoury/Pulsar

Desmatamento na Amazônia cresce 215% em um ano, segundo o Imazon

[...] Em um ano, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 200%. O


número foi calculado pela organização não governamental Imazon.

O instituto de pesquisa Imazon, em Belém, monitora o desmatamento na


Amazônia há mais de 20 anos. No levantamento divulgado esta semana, foram
derrubados 1 700 quilômetros quadrados de floresta nativa, entre agosto de
2014 e fevereiro [de 2015].

LEGENDA: Floresta Amazônica desmatada para plantio de soja. Estado do


Mato Grosso, em 2015.

CRÉDITO: Paulo Whitaker/Reuters/Latinstock

A área desmatada é maior que a cidade de São Paulo. Comparando essa


derrubada com o período anterior, o desmatamento na Amazônia aumentou
215%.

[...]

DESMATAMENTO na Amazônia cresce 215% em um ano, segundo o Imazon.


G1, São Paulo, 21 mar. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2015/03/desmatamento-na-amazonia-cresce-215-em-um-
anosegundo-o-imazon.html. Acesso em: 20 fev. 2016.

137

A Bacia Amazônica é uma das mais ricas em diversidade biológica no mundo.


Isso a torna uma fonte de interesses econômicos, pois apresenta uma grande
riqueza de minérios voltados à exportação, como ouro, manganês, bauxita,
ferro; possui potencial de desenvolvimento científico por meio da exploração da
biodiversidade regional; e contém uma grande diversidade de plantas que
podem fornecer matéria-prima para a indústria farmacêutica. Além disso, é a
maior bacia hidrográfica do planeta, com elevado potencial hidrelétrico.
Atualmente, diferentes recursos são utilizados com o objetivo de monitorar
áreas degradadas. Dentre eles, destaca-se o monitoramento ambiental
realizado por satélites astronômicos, denominado sensoriamento remoto.

O monitoramento da Floresta Amazônica brasileira tem sido realizado com a


ajuda de satélites controlados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). Por meio da implantação de um projeto denominado Projeto de
Estimativa de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), o Inpe realiza o
monitoramento e apresenta as taxas anuais de desmatamento da região
Amazônica. Essas informações são utilizadas, posteriormente, para o
estabelecimento de políticas públicas.

Nesse rastreamento, são utilizadas as imagens de satélites da classe Landsat


(Land Remote Sensing Satelite), que realizam o monitoramento do planeta
capturando imagens com resolução de 20 a 30 metros. A cada 16 dias, o
mesmo local é revisitado, permitindo a comparação de imagens de um período
para outro. Os satélites brasileiros CBERS-2 e do CBERS-2B também estão
envolvidos nesse monitoramento ambiental. Outros satélites, como é o caso
dos satélites indiano Resourcesat-1 e o inglês UK-DMC2, complementam o
monitoramento da Floresta Amazônica.r

Boxe complementar:

Por meio desse conjunto de imagens, obtidas dos diferentes satélites,


atualmente, o Prodes mapeia pelo menos 6,25 hectares da Floresta
Amazônica.

Visando a um monitoramento mais completo, o Inpe ainda organizou o sistema


de detecção de desmatamento em tempo real (Deter). Esse sistema realiza um
levantamento rápido de alertas de evidências de alterações na cobertura da
Floresta Amazônica. Ele conta com o auxílio do sensor Modis do satélite Terra
de resolução espacial de 250 m.

O Deter é capaz de monitorar desde o desmatamento da floresta até a


preparação para o desmatamento e cicatrizes de incêndios florestais. Além
disso, pode identificar atividades de exploração madeireira.
LEGENDA: Captura por satélite da classe Landsat na região da Floresta
Amazônica localizada no estado de Rondônia. As imagens mostram a mesma
área nos anos de 1975 e 2012, respectivamente.

CRÉDITO: Aries Keck/Landsat team/NASA images courtesy

Fim do complemento.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Você considera que o monitoramento ambiental é uma ferramenta eficaz


para a avaliação e o controle da exploração da Amazônia?

b ) Cite duas medidas que você considera que o governo brasileiro deveria
adotar para diminuir o desmatamento e a degradação da Amazônia.

c ) Analisando criticamente a degradação que afeta a Amazônia, converse com


seus colegas sobre o desmatamento que ocorre na região Amazônica e suas
consequências para o futuro da floresta e das espécies que nela vivem.

138

Unidade 3 - Animais

LEGENDA: Olinguito.

CRÉDITO: SuperStock/Glow Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Olinguito (Bassaricyon neblina): pode atingir 82 cm de comprimento

Fim do complemento.

139

Leia o trecho do texto abaixo.

Espécies de animais descobertas recentemente

Entre elas, está o olinguito, primeiro carnívoro

descoberto no Ocidente nos últimos 35 anos


Ele pesa cerca de um quilo, tem olhos grandes, pelos avermelhados e vive nas
florestas da Colômbia e do Equador. Pertencente ao mesmo grupo dos quatis e
guaxinins, tem cara de bichinho de pelúcia e recebeu o nome olinguito, uma
referência às matas nebulosas que habita nas regiões andinas - seu nome
científico, Bassaricyon neblina . Segundo os pesquisadores do Museu de
História Natural - Smithsonian, nos Estados Unidos, é o primeiro carnívoro
descoberto no Ocidente nos últimos 35 anos!

Em uma expedição de três semanas, cientistas encontraram os olinguitos e


documentaram tudo o que puderam sobre eles e o hábitat onde vivem.
Descobriram que não dorme durante a noite, gosta de comer frutas e pequenos
animais, fica boa parte do tempo no alto das árvores e as fêmeas têm um
filhote a cada gestação. [...]

As grandes florestas tropicais e os imensos oceanos revelam espécies


fabulosas que vão desde microrganismos até mesmo novos mamíferos. [...]

Anualmente, milhares de novos insetos, centenas de peixes e dezenas de


anfíbios, répteis e aves são descobertos. [...]

DOMENICHELLI, Guilherme. Espécies de animais descobertas recentemente.


Carta Capital, São Paulo, 22 nov. 2013. Carta Educação. Disponível em:
www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-1/com-voces-olinguito. Acesso
em: 26 fev. 2016.

Há uma grande diversidade de espécies de animais no planeta e muitas a


serem descobertas. O olinguito é um exemplo disso.

A partir da observação de uma espécie, é possível estudar suas


características, seus hábitos e, ainda, conhecer sua biologia. O conjunto
desses conhecimentos nos ajuda a entender como contribuir para a
conservação biológica das espécies.

Nesta unidade estudaremos os animais invertebrados e os animais


vertebrados, bem como a biologia e a diversidade de cada um deles.

140

LEGENDA: Tartaruga-de-pente em recife de corais nas Maldivas, no


Oceano Índico.
CRÉDITO: Andrey Armyagov/ Shutterstock.com

Capítulo 7 - Poríferos e cnidários

Recifes são toda e qualquer formação rígida no fundo do mar, de origem


orgânica (acúmulo de esqueletos de corais, algas calcárias e outros
organismos) e/ou inorgânica (rochas ou estruturas artificiais), incluindo-se
ainda a área de fundo de areia, cascalho e/ou lama adjacente ao recife. [...]

[...] No mar encontramos uma quantidade de filos muito maior que a do


ambiente terrestre [...] Mas dentre a diversidade de organismos do ambiente
marinho, é no recife de coral que pode ser encontrada a maior diversidade. Daí
sua comparação com as florestas tropicais, pois ambos possuem grande
complexidade física e biológica e elevado grau de diversidade e
especialização.

[...] De cada quatro espécies marinhas, uma vive em ambientes recifais. [...] os
mais representativos são os peixes, com mais de 4 000 espécies,
representando 65% das espécies de peixes do mar. [...] são encontradas
também tartarugas marinhas como a tartaruga-verde (Chelonia midas) e a
tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). [...] Nos recifes de coral também
encontramos uma grande variedade de invertebrados, incluindo esponjas,
corais, gorgônias, anêmonas-do-mar, camarões, lagostas, caranguejos polvos,
lulas, estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar, vermes-de-fogo. [...]

BARREIRA e CASTRO, Clovis et al. Recifes e ambientes coralíneos. In:


GOUVEIA, Maria Teresa de Jesus (Org.). Educação para a conservação de
recifes e ambientes coralíneos: manual de formação de jovens: uma nova
geração do coletivo jovem da Costa do Descobrimento. Rio de Janeiro: SAMN,
2015. p. 9-11. Disponível em: http://coralvivo.org.br/publicacoes/manual-do-
curso-de-formacaode-jovens-uma-nova-geracao-do-coletivo-jovem-da-costa-
do-descobrimento. Acesso em: 26 fev. 2016.

A. Muitas pessoas consideram que os recifes são formados somente por


rochas. Por que isso é incorreto?

Resposta: Isso é incorreto porque os recifes também têm origem orgânica e


sua base é formada a partir de esqueletos de seres vivos.
B. Segundo o texto, por que os recifes de coral podem ser comparados às
florestas tropicais?

Resposta: Os recifes podem ser comparados às florestas tropicais em razão da


diversidade de seres vivos que neles habitam.

C. Explique por que é importante conservar os recifes no planeta.

Resposta: Porque os recifes abrigam grande diversidade de espécies no


ambiente marinho. Assim, conservá-los pode contribuir para a manutenção de
espécies de vertebrados e invertebrados e a manter o equilíbrio nas relações
entre esses seres vivos.

141

Origem dos animais

Estima-se que a Terra tenha cerca de 4,5 bilhões de anos, e as primeiras


formas de vida teriam surgido há pelo menos 3,5 bilhões de anos: eram os
procariontes, seres vivos relativamente simples e de tamanho reduzido.

Entre 2,7 e 1,7 bilhões de anos atrás, os protoctistas originaram os primeiros


descendentes pluricelulares. Destes, alguns originaram plantas, fungos e
animais. Pela análise das evidências fósseis já encontradas, é difícil determinar
quando os primeiros animais surgiram. Entretanto, pesquisadores acreditam
que as primeiras formas de vida animal não tenham deixado fósseis. É preciso
ressaltar que esse fato aparentemente não é raro, pois muitas espécies
surgiram e foram extintas durante a evolução*, sem deixar vestígios.

Boxe complementar:

Evidências fósseis indicam que, a partir de 600 milhões de anos atrás, a


morfologia das formas de vida pluricelular começou a se expandir. Os fósseis
de eucariontes multicelulares mais antigos já encontrados, por exemplo, datam
de cerca de 543 milhões de anos atrás. A região australiana conhecida como
Ediacara é famosa pela ocorrência dos fósseis mais antigos de metazoários
(animais com células organizadas em tecidos e órgãos). O fato de impressões
terem sido encontradas nas rochas evidencia que esses animais não tinham
partes duras no corpo, indicando, assim, a ausência de estruturas como
conchas ou placas.
LEGENDA: Fóssil de Dickinsonia costata, anelídeo que data de cerca de 600
milhões de anos atrás, encontrado em Ediacara, na Austrália.

CRÉDITO: Ken Lucas/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

Fim do complemento.

Para determinar a origem e a evolução dos animais, naturalistas e biólogos têm


estudado a embriologia, o desenvolvimento, a genética e a evolução dessas
espécies. Com base nesses critérios, os animais são classificados em
diferentes grupos biológicos.

Características gerais dos animais

Os animais são seres eucariontes, pluricelulares e heterotróficos. São


conhecidos milhões de animais agrupados em mais de 30 filos aceitos
atualmente.

Uma característica utilizada para classificar um animal é a sua simetria, a qual


pode ser dividida em radial e bilateral**. Há também animais assimétricos,
como alguns po ríferos. Veja abaixo um exemplo de simetria radial.

LEGENDA: Representação de simetria radial em uma estrela-do-mar, um


equinodermo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: GARCIA, S. M. L. de.;


FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 97.

CRÉDITO: Somma Studio

O corpo dos animais que apresentam simetria radial pode ser dividido em duas
metades iguais entre si, por diversos planos que passam pelo eixo central do
organismo. Eles apresentam uma região oral (que contém boca) e uma aboral
(região oposta a que contém boca), mas não têm região cefálica nem caudal.

Enquanto nos animais com simetria bilateral, é possível traçar um eixo de


simetria longitudinal no corpo do animal, para que um lado do corpo forme uma
imagem espelhada do outro lado.

Boxe complementar:

A simetria relaciona-se às proporções equilibradas (ou correspondência de


tamanho e forma) das partes de lados opostos de um plano mediano. Isto é, ao
comparar duas partes de um ser vivo separadas por um segmento de reta (eixo
de simetria), ambas irão se sobrepor. Quando não há eixo de simetria, o ser
vivo é assimétrico.

Fim do complemento.

*A evolução dos seres vivos será estudada com mais detalhes no volume de 3º
ano desta coleção.

**Entre os seres vivos, também é encontrada a simetria esférica, mais comum


em formas unicelulares, as quais se locomovem por flutuação ou rolamento.

142

Os animais com simetria bilateral apresentam uma região dorsal, geralmente


voltada para cima, e uma região ventral, voltada para o solo. Além disso,
apresentam uma região anterior (ou cefálica) e uma região posterior (ou
caudal). A presença da região cefálica indica que esses animais

geralmente se locomovem nesse sentido, o que exige maior integração dos


sistemas do corpo desses animais, incluindo uma concentração de tecido
nervoso e estruturas sensoriais, quando comparados aos animais com simetria
radial.

LEGENDA: Vista ventral de uma ave.

LEGENDA: Vista dorsal de um anfíbio.

CRÉDITO: Ilustrações: Somma Studio

A estrutura do corpo de um animal é diretamente influenciada pelo padrão de


desenvolvimento embrionário*, característica utilizada tradicionalmente para
determinar as relações de parentesco entre os grupos biológicos de animais.
Após a fecundação, o zigoto sofre sucessivas mitoses até formar a blástula,
que se dobra em si mesma, formando a gástrula, geralmente composta de três
folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme.

No final da gastrulação, o plano corporal do animal é estabelecido. Dessa


maneira, ao observá-lo em corte transversal, notamos que há um tubo no
interior de outro. O tubo interno corresponde ao tubo digestivo e o tubo externo,
à parede externa do corpo. Na maioria dos animais, o espaço entre esses
tubos é revestido pela mesoderme e é chamado celoma, no qual os órgãos
internos se localizam. Os animais podem ser divididos em: acelomados,
pseudocelomados e celomados. Veja-os a seguir.

Boxe complementar:

Acelomados

Animais que não têm cavidade corporal.

Os platelmintos são exemplos de animais acelomados.

Pseudocelomados

Animais que apresentam uma cavidade corporal que é revestida pela


mesoderme apenas junto à parede externa do corpo.

Trata-se de um pseudoceloma. Assim, eles têm os três folhetos embrionários e


o pseudoceloma. Exemplo: nematódeos.

Celomados

Animais que apresentam celoma, ou seja, a cavidade corporal completamente


revestida pela mesoderme. O celoma ocorre em anelídeos, em moluscos,
artrópodes, equinodermos e cordados.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: GARCIA, S. M. L. de.;


FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 96-97.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Fim do complemento.

Os animais celomados podem ser divididos em dois grupos: protostômios e


deuterostômios. Durante a gastrulação dos celomados, o blastóporo, que é a
abertura do arquêntero, origina a boca nos protostômios e o ânus nos
deuterostômios.

1. Há lado direito e esquerdo no animal de simetria bilateral? E no de simetria


radial?

Resposta: No animal de simetria bilateral, há lado direito e esquerdo e, no de


simetria radial, não.

2. O ser humano é um animal de simetria bilateral ou radial?


Resposta: Simetria bilateral.

Boxe complementar:

Animais diblásticos são aqueles que apresentam dois folhetos embrionários,


a ectoderme e a endoderme. Exemplo: cnidários.

Animais triblásticos são aqueles que têm três folhetos embrionários, a


ectoderme, a endoderme e a mesoderme. Exemplos: platelmintos,
nematódeos, anelídeos, moluscos, artrópodes, equinodermos e cordados.

Fim do complemento.

*Se necessário, retome o conteúdo sobre desenvolvimento embrionário


abordado no volume de 1 º ano desta coleção.

143

Boxe complementar:

Os animais protostômios são aqueles em que o blastóporo origina a boca.


Exemplos: anelídeos, moluscos e artrópodes.

LEGENDA: A lesma-do-mar é um molusco, exemplo de animal protostômio.

CRÉDITO: Antonio Martin/Shutterstock.com

Os animais deuterostômios são animais cujo blastóporo origina o ânus.


Exemplos: equinodermos e cordados.

LEGENDA: O ouriço-do-mar é um equinodermo, exemplo de animal


deuterostômio.

CRÉDITO: aquapix/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Lesma-do-mar-púrpura (Chromodoris purpurea): pode atingir 3,5 cm de


comprimento.

Ouriço-do-mar (Arbacia lixula): pode atingir 10 cm de diâmetro.

Fim do complemento.
Poríferos

O filo Porifera abrange mais de 10 mil espécies de esponjas, animais


encontrados, em sua maioria, no ambiente marinho e que podem ter de poucos
milímetros a metros de altura.

Geralmente, as esponjas vivem fixas a substratos, como rochas, conchas,


madeiras submersas e corais. Há, ainda, espécies que vivem na lama ou na
areia. Por viverem fixas e não se locomoverem, as esponjas são chamadas de
sésseis. Vale destacar que alguns organismos podem viver associados a elas.

O corpo das esponjas é irregular e a maioria das espécies é assimétrica,


embora existam espécies com simetria radial. Mesmo não apresentando
tecidos verdadeiros, as esponjas possuem células especializadas.

A estrutura tubular do corpo dos poríferos forma uma cavidade oca central
denominada átrio, cuja abertura superior é o ósculo. Essa cavidade é revestida
por células flageladas que ficam voltadas para o átrio, chamadas coanócitos,
que se movimentam encaminhando a água que entra pelos poros, localizados
na superfície do corpo da esponja, para o interior do átrio, onde é filtrada a fim
de reter as partículas alimentares, até sair pelo ósculo.

As esponjas têm o esqueleto formado de espículas, pequenas estruturas


compostas de carbonato de cálcio ou de sílica e colágeno, que atuam na
sustentação do animal. Observe abaixo a estrutura do corpo de uma esponja.

Boxe complementar:

Estrutura do corpo de uma esponja

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

Fisiologia dos poríferos

A fisiologia dos poríferos depende do fluxo de água através do corpo. A


alimentação é constituída de partículas, como detritos, plâncton e bactérias em
suspensão na água, que passam pelo sistema de canais. Os coanócitos
fagocitam as partículas que entram pelos poros, enquanto as partículas
maiores são fagocitadas a partir da superfície por células denominadas
arqueócitos e pinacócitos , por exemplo. A digestão é intracelular.

Não há órgãos respiratórios ou de excreção, pois as trocas gasosas e a


eliminação de resíduos ocorrem pela difusão dos gases e excretas na água.

Boxe complementar:

Caminho da água no corpo dos poríferos

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

144

Reprodução dos poríferos

A reprodução nas esponjas pode ser assexuada ou sexuada. A maioria das


espécies é monoica, isto é, possui gametas masculinos e femininos em um
único indivíduo.

A reprodução assexuada ocorre por meio de brotamento e fragmentação. Os


brotos crescem e, quando atingem determinado tamanho, podem se destacar
do animal que lhes originou. As esponjas também apresentam capacidade de
regeneração, restaurando partes perdidas.

Já na reprodução sexuada, os coanócitos se transformam em gametas


masculinos. Em alguns casos, os oócitos (gametas femininos) se desenvolvem
a partir dos coanócitos ou arqueócitos. Assim, os gametas masculinos são
transportados pela água e entram no átrio de outro indivíduo, fecundando os
gametas femininos. Após a fecundação, o zigoto se desenvolve em uma larva,
que sai do corpo do porífero, se fixa em um substrato e se desenvolve em um
novo indivíduo.

Boxe complementar:

Reprodução sexuada em poríferos

FONTE: Ilustração produzida com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 107.

CRÉDITO: Luciane Mori


Fim do complemento.

Cnidários

Os cnidários (filo Cnidaria) são animais aquáticos, com simetria radial e


diblásticos. Eles totalizam cerca de 10 mil espécies conhecidas, tais como as
águas-vivas, as anêmonas-do-mar e os corais. A maioria das espécies é
marinha e há exemplares de água doce.

Esses animais podem se apresentar em duas formas corporais: as fixas são


chamadas pólipos, e as livre-natantes são denominadas medusas. Além disso,
apresentam tentáculos, que participam da alimentação e da defesa. Sua boca é
ligada à cavidade gastrovascular, que participa da digestão, das trocas
gasosas e da circulação desses animais. A mesogleia é uma substância
gelatinosa que atua no suporte do corpo, funcionando como um esqueleto
elástico, e se localiza entre a epiderme e a gastroderme (camada de células
que reveste a cavidade gastrovascular).

Boxe complementar:

Estrutura do corpo dos cnidários

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 671.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

145

Classificação dos cnidários

Os cnidários podem ser classificados* em três grupos: os hidrozoários, os


cifozoários e os antozoários.

Boxe complementar:

Os hidrozoários são majoritariamente marinhos; as hidras como a da fotografia


abaixo são os únicos cnidários de água doce. Geralmente, o pólipo é a fase do
ciclo de vida predominante nesse grupo. Além disso, a maioria das espécies é
colonial.

LEGENDA: Hidra (Hydra viridis).


CRÉDITO: Dr Paul Cook/Corbis/Latinstock

Os cifozoários (águas-vivas) são cnidários marinhos.

A medusa é a fase predominante do ciclo de vida desses animais. Geralmente,


apresentam um corpo grande, alcançando 2 m de diâmetro e tentáculos com
mais de 60 m de comprimento.

LEGENDA: Água-viva (Aurelia aurita).

CRÉDITO: Vladimir Wrangel/Shutterstock.com

Os antozoários (anêmonas-do-mar) são cnidários marinhos com corpo em


formato cilíndrico.

Em seu ciclo de vida, há somente pólipos. Eles podem ser solitários ou


coloniais. Sua cavidade gastrovascular é grande e dividida em septos, e
apresentam fileiras de tentáculos.

LEGENDA: Anêmona-do-mar (Tealia felina).

CRÉDITO: Gregory A. Pozhvanov/ Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Água-viva: pode atingir até 38 cm de diâmetro.

Anêmona-do-mar: pode atingir até 15 cm de diâmetro.

Hidra: pode atingir até 1,5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Fisiologia dos cnidários

A locomoção dos cnidários é variada. As hidras, por exemplo, podem se


locomover por movimentos do tipo "mede-palmos", ou seja, elas dobram o
corpo e prendem os tentáculos ao substrato. Já as medusas se locomovem por
jatopropulsão, isto é, o corpo se enche de água e, em seguida, a libera por
meio de contrações musculares, impulsionando-a no sentido contrário ao do
jato lançado inicialmente.
Alguns cnidários são planctônicos e se alimentam de partículas em suspensão,
sendo a maioria deles carnívora. Os tentáculos movem-se em direção à presa
e a empurram para a boca. Na cavidade gastrovascular, existem células com
função glandular, que liberam enzimas sobre o alimento (digestão extracelular).
A digestão se completa intracelularmente. As partículas não digeridas são
expelidas do corpo do animal por meio da cavidade gastrovascular, que
também participa das trocas gasosas e da circulação.

Todos os cnidários apresentam células chamadas cnidócitos nos tentáculos,


que são utilizadas na defesa e na captura de presas. O cnidócito tem uma
organela preenchida por um fluido contendo substâncias nocivas, chamada
nematocisto.

As células sensoriais se localizam ao longo da epiderme, principalmente


próximas à boca e aos tentáculos. Os cnidócitos têm receptores sensoriais.
Alguns cnidários apresentam uma rede nervosa, com células especializadas e
capazes de detectar luminosidade e auxiliar na orientação do animal.

Boxe complementar:

Estrutura de um cnidócito

FONTE: Ilustração produzida com base em: STARR, C.; TAGGART, R.


Biology: the unity and diversity of life. 9ª ed. EUA: Brooks/Cole, 2000. p. 428.

CRÉDITO: Mauricio Loyola

Fim do complemento.

*Existem classificações que trazem mais duas classes de cnidários, os


cubozoários e os estaurozoários.
Entretanto, optamos, por razões didáticas, por apresentar a classificação
tradicional.

146

Reprodução dos cnidários

Os cnidários podem se reproduzir assexuadamente, por brotamento, e


sexuadamente. Há ocorrência de ciclo de vida com alternância de gerações,
com pólipos participando da fase assexuada e medusas da fase sexuada.
Os hidrozoários e os antozoários são animais dioicos. Entre os cifozoários, há
animais dioicos e animais hermafroditas, em que os espermatozoides são
produzidos em um momento e os óvulos em outro. Em relação à fecundação
dos cnidários, ela pode ser interna, ou seja, ocorrer na cavidade
gastrovascular, ou pode ocorrer no meio externo.

Nesses animais, o desenvolvimento pode ser direto (sem a existência de um


estágio larval) ou indireto (com a existência de um estágio larval). O primeiro
caso ocorre apenas em algumas espécies de cnidários. Na maioria das
espécies o desenvolvimento é indireto e, as larvas, chamadas plânulas, se
desenvolvem em um indivíduo adulto.

Boxe complementar:

Ciclo de vida com alternância de gerações em cnidários

Na fase assexuada, o pólipo forma brotos por brotamento. Na fase sexuada, os


brotos se desprendem na forma de medusas, as quais têm sexo definido. A
medusa macho libera os gametas masculinos, e a medusa fêmea, os gametas
femininos. No exemplo abaixo, os gametas são liberados no meio externo,
onde ocorre a fecundação e a formação de um zigoto, o qual se transforma em
uma plânula. Assim, essa larva se fixa ao substrato, formando um novo pólipo,
que reinicia o ciclo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 144-145.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

Biologia e Ambiente

Branqueamento de corais

A coloração dos corais é resultante da relação dos cnidários com as algas do


gênero Symbiodinium. Nessa relação ecológica, as algas realizam fotossíntese
e o excedente de energia e nutrientes são utilizados pelos corais. Em troca, a
posição dos corais na água favorece a captação de luz pelas algas.
Naturalmente, o esqueleto dos corais tem coloração branca, mas a presença
de algas lhe confere uma coloração característica aos tecidos moles do corpo
do animal.

É importante destacar também que os corais são suscetíveis a alterações


ambientais, muitas delas causadas por ações humanas. Um reflexo disso é o
aumento, nas últimas décadas, do branqueamento de corais, que os leva à
morte.

A principal causa do branqueamento nos corais é o estresse térmico,


relacionado ao aquecimento global. Outro agravante é que, durante o
fenômeno, os corais se tornam mais suscetíveis a doenças e infecções
causadas por parasitas. O aumento da temperatura da água causa alterações
metabólicas nas algas, as quais passam a produzir substâncias tóxicas para os
corais.

3. O branqueamento dos corais é decorrente das ações do ser humano sobre o


ambiente. Reúna-se com um colega e, juntos, proponham medidas para
controlar a poluição ambiental que afeta os corais.

Resposta pessoal. Atenção professor: Espera-se que os alunos refiram-se a


todos os tipos de medida que possam reduzir a emissão de dióxido de carbono,
um dos principais responsáveis pelo aquecimento global, que reflete no
aquecimento das águas dos ocenos, principal fator para o branqueamento dos
corais. Fim da observação.

147

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. No caderno defina:

a ) folhetos embrionários;

b) animais diblásticos;

c ) animais triblásticos;

d ) protostômios;
e) deuterostômios;

f ) celoma;

g ) simetria bilateral;

h) simetria radial.

2. Sobre a fisiologia dos poríferos, responda às questões a seguir no caderno.

a ) Q ual é a importância da água na alimentação dos poríferos?

b ) Faça um esquema indicando como ocorre a circulação de água nos


poríferos.

3. Quanto à fisiologia dos cnidários, responda às questões a seguir no caderno.

a ) Defina o que são cnidócitos e explique a sua importância.

b ) Faça um esquema ilustrando as partes do corpo dos cnidários e suas


células.

4. No caderno, monte um quadro classificando a cobra-coral, a planária, a


anêmona-do-mar e a bolacha-da-praia com relação a: quantidade de folhetos
embrionários; protostômio ou deuterostômio; celomado, pseudocelomado e
acelomado; com simetria bilateral ou radial.

5. O trecho do texto abaixo se refere a um estudo realizado na Universidade


Federal do Rio de Janeiro sobre a biodiversidade de esponjas calcárias. Leia-o
atentamente e responda às questões propostas.

[...] Até agora foram estudados 382 indivíduos [...] Nesse grupo, os cientistas
identificaram 26 espécies, sendo 14 totalmente desconhecidas para a
ciência.[...]

Além de espécies nativas do Brasil, o grupo também encontrou duas espécies


exóticas já conhecidas: Paraleucilla magna e Sycettusa hastifera . "Elas
existem em abundância em regiões portuárias; é provável que tenham chegado
ao Brasil presas em cascos de navios" [...] "Encontramos alguns poucos
indivíduos dessas espécies nas áreas estudadas; porém, uma vez introduzidas
no litoral brasileiro, estas espécies podem alcançar novas áreas de distribuição
por meio da dispersão de suas larvas, que se movem com a ajuda das
correntes marítimas." [...]
CARVALHO, Isabelle. Belezas do fundo do mar. Ciência Hoje, Rio de Janeiro:
Instituto Ciência Hoje, n. 322, p. 42-43, fev. 2015.

· Descreva o tipo de reprodução que gera as larvas citadas no texto.

6. Observe a tirinha abaixo e responda às questões a seguir.

LEGENDA: BECK, Alexandre. Armandinho zero. Florianópolis, A. C. Beck,


2013. p. 79.

CRÉDITO: Alexandre Beck

a ) Em qual grupo de cnidários as águas-vivas são classificadas? Qual é a


forma de vida predominante nesse grupo?

b ) Se, em vez da água-viva, a tirinha retratasse uma esponja, ocorreria a


mesma reação?* Justifique.

*Diga aos alunos que a tirinha representa uma reação exagerada do animal.

148

7. As esponjas desenvolveram, ao longo de sua evolução, mecanismos de


defesa. Entre estes mecanismos está a produção de algumas substâncias
químicas que apresentam propriedades interessantes para a farmacologia, tais
como antibióticas, antivirais, anti-inflamatórias e até mesmo anticancerígenas.
Que característica das esponjas aumenta as chances de elas serem predadas?

8. Em 2006, o artista e instrutor de mergulho britânico-guianense Jason


deCaires Taylor instalou esculturas no fundo da Baía de Molinière, em
Granada, no intuito de criar recifes artificiais para restaurar o ambiente natural
do país caribenho, devastado por tempestades. Observe a fotografia abaixo e
responda às questões.

LEGENDA: Escultura no fundo da Baía de Molinière, atuando como recife


artificial.

CRÉDITO: UPPA/ZUMA Press/Easypix

a ) Explique o papel das esculturas na restauração do recife de corais.

b ) Em qual grupo de cnidários os corais são classificados? Qual é a forma de


vida predominante nesse grupo?
9. (UEM-PR) Sobre os cnidários, é correto afirmar que são animais que
apresentam

01 ) dois folhetos germinativos, a ectoderme e a mesogleia.

02 ) cavidade gastrovascular e sistema nervoso difuso.

04 ) nematocistos e porócitos.

08 ) cnidoblastos e digestão extracelular.

16 ) formas medusoides e polipoides.

10. (Ufla-MG) A figura abaixo apresenta o ciclo de vida de um cnidário:

Observam-se na figura as formas de reprodução:

CRÉDITO: Somma Studio

a ) sexuada no pólipo e sexuada na medusa.

b ) assexuada no pólipo e sexuada na medusa.

c ) sexuada no pólipo e assexuada na medusa.

d ) assexuada no pólipo e assexuada na medusa.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Retome a questão a da página 140 e, se necessário, complemente sua


resposta.

B. Por que o estudo de fósseis é importante para classificar os animais? As


evidências fósseis são elementos suficientes para classificar um animal em um
grupo e não em outro? Explique.

C. Acredita-se que os poríferos e os cnidários separaram-se muito antes


evolutivamente dos demais animais. Assim, os demais grupos foram separados
em protostômios e deuterostômios. Que características separam os poríferos e
os cnidários dos demais animais?

149

LEGENDA: Variadas conchas do mar, 1880. Litografia. Londres.


CRÉDITO: R. Fawcett. c. 1880. Litografia colorida. Coleção particular. Foto:
Sheila Terry/SPL/Latinstock

Capítulo 8 - Platelmintos, nematódeos e moluscos

Leia o trecho da notícia a seguir.

Concha de moluscos inspira a criação de vidro super-resistente

Supervidro pode ser usado em janelas, óculos e telas de smartphones. Vidro


foi fortalecido com a introdução de uma rede de fendas microscópicas.

Intrigados com a dureza das conchas dos moluscos, que são compostas de
minerais frágeis, porém são muito resistentes, engenheiros encontraram
inspiração em sua estrutura para produzir um vidro 200 vezes mais forte do
que uma vidraça padrão.

[...]

CONCHA de molusco inspira a criação de vidro super-resistente. G1, São


Paulo, 29 jan. 2014. Ciência e Saúde. Disponível em:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/01/concha-de-moluscos-
inspira-criacao-de-vidro-super-resistente.html. Acesso em: 3 mar. 2016.

A. A reportagem apresenta algumas propriedades da concha de um molusco.


Todos os moluscos possuem conchas? Qual a importância dessa estrutura
para esses animais?

Resposta: Não. As conchas servem de proteção para o corpo do molusco.

B. A grande maioria dos moluscos são animais marinhos. No entanto, existem


algumas espécies de água doce e outras terrestres. Você conhece algum
molusco terrestre? Qual(is)?

Resposta: O caracol terrestre ou a lesma.

C Assim como os moluscos, os platelmintos e os nematódeos têm corpo mole,


e a maioria desses animais é marinha. Apesar disso, algumas espécies são
parasitas e podem causar doenças em seres humanos. Você conhece alguma
doença causada por um platelminto? E por um nematódeo?
Resposta pessoal. Principais doenças causadas por platelmintos: cisticercose,
teníase, esquistossomose. Principais doenças causadas por nematódeos:
ancilostomose, ascaridíase, filariose, enterobiose.

150

Platelmintos

O filo dos platelmintos (do grego platys, que significa chato, e helmis, que quer
dizer verme) é formado por animais triblásticos, acelomados e bilaterais, que,
em geral, possuem o corpo mole e achatado. Os platelmintos, assim como
todos os animais invertebrados que têm corpo comprido e sem apêndices, são
conhecidos como vermes. Apesar de essa nomenclatura não ter valor
taxonômico, ela ainda é muito empregada.

Os platelmintos formam um grupo com mais de 20 mil espécies de animais.


Seu tamanho varia de poucos milímetros até alguns metros. Eles são
classificados em três classes: os turbelários, os trematódeos e os cestódeos.
Os turbelários são de vida livre, já os trematódeos e os cestódeos são
parasitas.

LEGENDA: A planária de espécie Dugesia japonica pertence ao filo dos


platelmintos.

CRÉDITO: Yosei Minagoshi/Nature Production/ Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Planária: pode atingir até 15 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Turbelários

As planárias são os representantes dessa classe de platelmintos. A maioria


desses animais é marinha e habita o fundo da areia e lodo. No entanto, existem
espécies que habitam os rios e o solo úmido, vivendo embaixo de troncos e
folhas.

O corpo das planárias apresenta células ciliadas e células glandulares,


produtoras de rabditos , secreções em forma de bastão que se expandem para
formar uma substância viscosa. Esse muco desempenha diversas funções, tais
como: a redução da perda de água pelo organismo, o aprisionamento de
alimentos e a proteção contra predadores. Já a locomoção das planárias é
realizada por deslizamento, e os cílios de células presentes na parte ventral do
corpo estão envolvidos nessa movimentação.

A maioria das planárias é carnívora e geralmente alimenta-se de animais


mortos. O seu sistema digestório possui fluxo bidirecional, pois é formado por
uma boca, uma faringe, um intestino com ramificações, mas não apresenta
ânus.

A fim de se alimentar, a planária coloca a faringe para fora da boca em direção


ao alimento, o qual é levado da faringe para o intestino, onde algumas enzimas
iniciam a digestão. O restante do processo digestivo ocorre no interior das
células. O que não for digerido é liberado para o meio externo pela boca.

Em geral, a excreção dos platelmintos é realizada por meio de protonefrídeos,


órgãos filtradores responsáveis por liberar o excesso de íons e outras
substâncias para fora do corpo do animal, e reabsorvem a água. A filtração é
auxiliada por células-flama, as quais ficam no interior dos protonefrídeos e, por
meio do batimento de seus flagelos, criam um fluxo de água que auxilia na
filtração. Para visualizar essas etapas, observe o esquema abaixo.

LEGENDA: Padrão intestinal de uma planária.

LEGENDA: Planária se alimentando.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS,


L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 271.
RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma
abordagem funcional-evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 284.

Boxe complementar:

Estrutura dos protonefrídeos

LEGENDA: Representação de um protonefrídeo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 961.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Os protonefrídeos são tubos que se abrem para o exterior do corpo do animal,


mas estão fechados por uma célula-flama 1 em sua extremidade interna. Ao
movimentar seus flagelos, as células criam uma pressão que permite a água
entrar no interior do túbulo 2. Ali, parte da água é reabsorvida e as excretas são
encaminhadas para o meio externo 3.

Fim do complemento.

151

Os platelmintos, assim como a maioria dos invertebrados aquáticos, excretam


amônia como resíduo proveniente do metabolismo de proteínas. É importante
destacar que a amônia é um metabólito tóxico ao corpo do animal, mas, como
ela é altamente solúvel em água, dilui-se rapidamente e é transportada por
correntes para o meio aquático.

O sistema nervoso é composto de um encéfalo formado por uma massa de


células nervosas, de onde parte uma série de cordões nervosos longitudinais,
que se ramificam. Essa estrutura pode variar conforme a espécie. Assim,
algumas planárias possuem ocelos, estruturas sensoriais que percebem a luz.
Por isso, em geral, as planárias evitam a luz direta.

LEGENDA: Padrão do sistema nervoso de uma planária.

Reprodução dos turbelários

As planárias são indivíduos hermafroditas (monoicos), ou seja, apresentam


sistema reprodutor masculino e feminino em um único organismo, e sua
reprodução pode ser assexuada ou sexuada.

Um dos tipos de reprodução assexuada nos turbelários ocorre quando o animal


sofre uma ou mais divisões transversais e, a partir disso, cada uma de suas
partes se regenera independentemente da outra.

Na reprodução sexuada, duas planárias unem a região ventral do corpo e


trocam gametas masculinos por meio dos poros genitais. Os gametas
masculinos chegam ao aparelho reprodutor feminino de cada uma delas, onde
ocorre a fecundação. Os zigotos formados ficam dentro do organismo, no qual
se desenvolvem em ovos. Esses ovos são depositados no ambiente e, ao
eclodirem, originam jovens planárias. O desenvolvimento é direto, pois não
existe um estágio larval. Esse é o caso das espécies parasitas de vermes
achatados que veremos a seguir.

LEGENDA: Reprodução sexuada em planárias.

LEGENDA: Reprodução assexuada em planárias.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 271.
RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma
abordagem funcional-evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 275, 279.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Trematódeos

Os trematódeos são animais parasitas que realizam seu ciclo de vida no


interior de outros seres vivos. Quando adultos, eles parasitam principalmente
os vertebrados. Não têm cílios na fase adulta e são dotados de órgãos de
adesão (como ventosas ou ganchos), além de terem grande capacidade
reprodutiva.

Alguns trematódeos causam doenças debilitantes em criações de animais e em


seres humanos. Um exemplo disso é o Schistosoma mansoni, causador da
esquistossomose, uma parasitose que pode afetar os seres humanos.

O corpo do Schistosoma mansoni não tem divisões, e macho e fêmea são


diferentes entre si. O esquistossomo macho é mais curto e espesso que a
fêmea e apresenta um sulco na região ventral do corpo chamado de canal
ginecóforo. Já o esquistossomo fêmea tem o corpo longo e fino e geralmente
se aloja no canal ginecóforo durante toda a fase adulta de seu ciclo de vida.

Os machos e as fêmeas têm ventosas ao redor da boca, com as quais se fixam


no tecido do hospedeiro, alimentando-se de células, fluidos e sangue. As trocas
gasosas e a excreção ocorrem por difusão através do revestimento do corpo,
que ainda absorve nutrientes e protege o animal contra substâncias nocivas
produzidas pelo hospedeiro.

Glossário:
Parasitose: doença causada por um parasita em um hospedeiro.

Fim do glossário.

LEGENDA: Macho e fêmea de Schistosoma mansoni (aumento aproximado de


50 vezes).

CRÉDITO: NIBSC/SPL/Latinstock

152

O sistema nervoso do trematódeo é semelhante ao da planária, formado por


um par de gânglios cerebrais, de onde se estendem cordões nervosos para o
resto do corpo. O revestimento do corpo apresenta estruturas sensoriais que
permitem ao esquistossomo identificar as substâncias presentes no meio
externo.

Reprodução dos trematódeos

O desenvolvimento dos trematódeos é indireto. Além disso, há dois


hospedeiros, um intermediário e um final (definitivo). Como já estudamos, no
hospedeiro intermediário ocorre o desenvolvimento da fase larval do parasita.
Já no hospedeiro definitivo, o parasita atinge a fase adulta e se reproduz
sexuadamente. É válido destacar que, apesar de existirem parasitas que
podem ter mais de um hospedeiro intermediário, todos têm apenas um
hospedeiro definitivo.

O Schistosoma mansoni possui um ciclo de vida no qual o hospedeiro


intermediário é um caramujo do gênero Biomphalaria, e o hospedeiro final é um
vertebrado, como o ser humano. O esquistossomo se instala nos vasos
sanguíneos do intestino, mas pode causar lesões em órgãos como o fígado e o
baço humano, provocando acúmulo de líquido na região abdominal. Em virtude
do aumento do volume do abdômen, a esquistossomose, doença causada pelo
esquistossomo, recebe o nome popular de barriga-d'água.

Boxe complementar:

Ciclo de vida do Schistosoma mansoni

1. Os ovos fertilizados do Schistosoma mansoni são eliminados para o


ambiente com as fezes humanas.
2. Na água, os ovos eclodem e surgem larvas do Schistosoma mansoni,
chamadas de miracídios.

3. Os miracídios penetram no corpo do caramujo do gênero Biomphalaria. No


organismo do caramujo, eles se desenvolvem e se reproduzem
assexuadamente, produzindo, assim, as larvas denominadas cercárias.

4. As cercárias se movimentam na água e infectam o ser humano ao entrar em


contato com a sua pele desprotegida. Em seguida, elas se espalham pelo
organismo humano por meio da corrente sanguínea.

5. As cercárias se transformam em adultos e começam a se reproduzir


sexuadamente, formando ovos, que serão liberados junto com as fezes do
hospedeiro, reiniciando o ciclo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: REY, L. Parasitologia: parasitos e


doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. p. 437, 442.

CRÉDITO: Daniel Zeppo

Fim do complemento.

Cestódeos

Os cestódeos são endoparasitas intestinais do trato digestivo de vertebrados.


Esses platelmintos são chamados tênias. Entre as mais conhecidas estão a
Taenia solium e a Taenia saginata.

O corpo das tênias é longo e achatado, podendo alcançar mais de 10 m de


comprimento. Ele é dividido em escólex, colo e estróbilo, formado por um
conjunto de órgãos reprodutivos chamados proglótides.

153

O escólex apresenta ventosas e/ou um círculo de ganchos, que auxiliam a


tênia a se fixar no intestino do hospedeiro. O colo é responsável pela formação
das proglótides, que, em conjunto, formam o estróbilo. Cada proglótide
apresenta órgãos reprodutores masculinos e femininos, responsáveis pela
produção dos ovos, fecundação, armazenamento dos embriões em um útero e
liberação deles por meio de um poro uterino.
Vale destacar, ainda, que o trato digestório está ausente, e a parede do corpo é
especializada em absorver os nutrientes do hospedeiro.

LEGENDA: Corpo de uma Taenia solium.

LEGENDA: Escólex da Taenia solium.

LEGENDA: Escólex da Taenia saginata.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 176, 178.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Somma Studio

Reprodução dos cestódeos

As tênias se reproduzem sexuadamente por autofecundação ou fecundação


cruzada. Na autofecundação, uma proglótide fecunda outra do mesmo
indivíduo; no segundo caso, a fecundação ocorre entre proglótides de
indivíduos diferentes.

O porco é o hospedeiro intermediário da Taenia solium; já o da Taenia saginata


é o boi. Entretanto, em ambos os casos, o ser humano é o hospedeiro
definitivo. Essa doença é chamada de teníase, cujos sintomas mais comuns
são: perda ou aumento excessivo do apetite, náuseas, vômitos, insônia,
irritação e diarreia.

Boxe complementar:

Ciclo de vida da Taenia solium

1. O porco, ao se alimentar sobre o solo contaminado, ingere os ovos da tênia.

2. O embrião da tênia é liberado no intestino do porco e migra para o sistema


muscular do animal, transformando-se em uma larva chamada cisticerco.

3 Ao se alimentar de carne suína crua ou malcozida, o ser humano pode ingerir


cisticercos vivos.

4. No corpo do ser humano, os cisticercos amadurecem e reproduzem-se,


gerando proglótides maduras.
5. As proglótides desprendem-se do corpo da tênia e são liberadas pelas fezes
humanas para o ambiente.

6. As proglótides grávidas liberam os ovos maduros no solo, contaminando as


pastagens, a água e todo o ambiente ao seu redor.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PESSÔA, S. B.; MARTINS, A. V.


Parasitologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. p. 452.

CRÉDITO: Luciane Mori/Renan Fonseca

Fim do complemento.

O ciclo de vida da tênia, mostrado acima, apresenta o ser humano como


hospedeiro definitivo. No entanto, quando o ser humano ingere água ou
alimentos contaminados com os ovos da tênia, as larvas se alojam em seus
tecidos. Nessas situações, o ser humano atua como hospedeiro intermediário.
Quando a pessoa é a hospedeira intermediária da tênia, dizemos que ela está
com cisticercose. Em casos mais graves, o cisticerco pode se alojar nos olhos,
no coração ou no encéfalo. Se o cisticerco for para o encéfalo, a pessoa pode
ter sintomas como dores de cabeça, vômitos e alterações psíquicas. Nesse
caso, a pessoa se encontra com neurocisticercose.

LEGENDA: Essas imagens, capturadas via ressonância magnética, mostram


vários cistos no cérebro humano causados pela cisticercose.

CRÉDITO: Living Art Enterprises, LLC/Science Source/Latinstock

154

Nematódeos

Os nematódeos são vermes cilíndricos que formam o filo dos nemátodos, com
apro ximadamente 25 mil espécies. A maioria é de vida livre e pode ser
encontrada no solo úmido, no fundo dos mares, nos rios e, até mesmo, em
poças de água parada. Alguns são parasitas e habitam tecidos vegetais (como
raízes e folhas) ou, até mesmo, o intestino de uma grande variedade de
animais.

Considerados animais de simetria bilateral, triblásticos e pseudocelomados, os


nematódeos apresentam corpo com formato cilíndrico e alongado, sem
segmentações, coberto por uma cutícula, que proporciona proteção contra
atritos e substâncias produzidas pelo hospedeiro. À medida que o animal
cresce, ele perde a cutícula antiga e secreta uma nova. A resistência dessa
cutícula, associada à pressão hidrostática realizada pelos líquidos internos dos
nematódeos, e a ação de alguns músculos internos geram a movimentação do
animal, criando um esqueleto hidrostático.

Diferentemente dos poríferos, cnidários e platelmintos, o sistema digestório dos


nematódeos possui fluxo unidirecional (formado por uma boca, uma faringe, um
intestino, um reto e um ânus). Não existe sistema respiratório ou circulatório, ou
seja, as trocas gasosas ocorrem por difusão de gases através do revestimento
do corpo. Já o sistema nervoso é formado por um anel de tecido nervoso e
gânglios, que dão origem a cordões nervosos que se estendem pelo corpo.
Quanto à excreção, esta é realizada por meio de protonefrídeos.

A seguir, estudaremos algumas doenças causadas por nematódeos parasitas


em seres humanos: a ascaridíase, a ancilostomose, a oxiurose ou enterobiose
e a filariose.

LEGENDA: Caenorhabditis elegans (aumento aproximado de 1 300 vezes).


Apesar de a maioria dos nematódeos ser microscópica, algumas espécies
parasitas podem alcançar até 1 m de comprimento.

CRÉDITO: Steve Gschmeissner/SPL/Latinstock

Ascaridíase

A ascaridíase, popularmente chamada de lombriga, é uma doença causada


pelo nematódeo Ascaris lumbricoides. Esse nematódeo é um dos parasitas
mais comuns do intestino dos seres humanos, podendo alcançar até 50 cm de
comprimento.

As lombrigas, assim como a maioria dos animais que faz parte desse filo,
apresentam sexo separado, ou seja, são dioicas, sendo o macho menor do que
a fêmea. A região posterior do corpo dos machos possui estruturas chamadas
de espículas, que, no momento da cópula, são inseridas no orifício genital da
fêmea, auxiliando a entrada dos espermatozoides até o ovário (fecundação
interna). A fêmea é mais retilínea, com o poro genital localizado no terço final
do corpo. Ela pode colocar até 200 mil ovos por dia, os quais são espalhados
pelo ambiente por meio das fezes do hospedeiro.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Lombriga (Ascaris lumbricoides): os machos podem atingir de 15 cm a 25 cm


e as fêmeas, de 35 cm a 40 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Estrutura do corpo da lombriga

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: REY, L. Parasitologia: parasitos


e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 615, 617.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

LEGENDA: Ascaris lumbricoides.

CRÉDITO: CNRI/SPL/Latinstock

Fim do complemento.

Para se alimentar, as lombrigas se fixam na parede do intestino do hospedeiro


e sugam seus fluidos intestinais, eliminando os restos pelo ânus. A seguir, veja
como se desenvolve a ascaridíase por meio do ciclo de vida da lombriga.

155

Boxe complementar:

Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides

1. Ao ingerir alimentos contaminados crus ou manipulá-los sem lavar as mãos


e levar as mãos à boca, a pessoa ingere os ovos de lombriga contendo o
embrião, os quais irão eclodir no intestino humano, liberando as jovens
lombrigas.

2. Essas lombrigas atravessam a parede do intestino e são levadas pela


corrente sanguínea até os pulmões. Lá, elas rompem os alvéolos pulmonares e
se direcionam para a traqueia.
3. Da traqueia, as lombrigas passam para o esôfago e são engolidas. Em
seguida, passam pelo estômago e alojam-se no intestino, onde se alimentam e
se desenvolvem em indivíduos adultos. Ao final de cerca de dois meses, elas
começam a colocar seus ovos.

4. Após a cópula entre macho e fêmea, os milhares de ovos fecundados são


eliminados do corpo do hospedeiro com suas fezes, contaminando o solo e a
água e reiniciando o ciclo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PESSÔA, S. B.; MARTINS, A. V.


Parasitologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. p. 575.
REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos trópicos
ocidentais. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 586, 589.

CRÉDITO: Luciane Mori/Renan Fonseca

Fim do complemento.

Os sintomas causados pela ascaridíase podem ser: inflamação nos pulmões e


brônquios; desnutrição, em razão de as lombrigas se alimentarem do conteúdo
intestinal; reações alérgicas causadas por substâncias liberadas pela lombriga,
tais como coceiras na pele e dores abdominais; aumento do volume abdominal,
em razão da retenção de líquidos; náuseas; e, dependendo da quantidade de
lombrigas, obstrução intestinal com perda de sua função.

Ancilostomose

A ancilostomose é uma doença que pode ser causada por dois nematódeos
diferentes, parasitas do intestino dos seres humanos: o Necator americanus e o
Ancylostoma duodenale. Apesar de apresentar algumas diferenças, esses
nematódeos têm um ciclo de vida semelhante.

Diferentemente da lombriga, o Ancylostoma duodenale fixa sua boca com


dentes em forma de gancho no intestino do hospedeiro, alimentando-se de seu
sangue. Esses dentes são especializados em cortar a parede do órgão e, como
o ancilóstomo muda frequentemente de lugar, ele deixa feridas abertas por
todo o órgão. Dessa maneira, o hospedeiro perde sangue constantemente,
tornando-se anêmico e pálido. Por isso, a ancilostomose também é conhecida
como amarelão.
Abaixo, veja como ocorre o ciclo de vida do ancilóstomo.

Boxe complementar:

Ciclo de vida do Ancylostoma duodenale

1. Ao encontrar situações propícias para se desenvolver, as larvas surgem dos


ovos e permanecem sobre o solo.

2. As larvas penetram a pele humana, principalmente pelos pés.

3. No organismo humano, elas seguem pela circulação sanguínea para vários


locais do corpo (como o coração e os pulmões) e atingem o esôfago, onde são
deglutidas.

4. Ao chegar no intestino, as larvas se reproduzem, formando ovos.

5. Os ovos do ancilóstomo são liberados para o meio exterior com as fezes,


contaminando o solo e reiniciando o ciclo.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: REY, L. Parasitologia: parasitos


e doenças parasitárias do homem nos trópicos ocidentais. 4ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 615-616. CDC (Centers for Disease
Control and Prevention). Parasites: Hookworm. Disponível em:
www.cdc.gov/parasites/ hookworm/biology.html. Acesso em: 20 maio 2016.

CRÉDITO: Luciane Mori/Renan Fonseca

Fim do complemento.

156

Os sintomas da ancilostomose são: coceira na região da pele onde as larvas


penetraram, tosse, febre, náuseas, vômitos, diarreia, cansaço, perda de peso,
entre outros. Além disso, a ancilostomose pode causar anemia grave, além de
aumento no volume do coração, podendo levar o hospedeiro à morte.

Filariose

A filariose linfática é uma doença causada por alguns nematódeos. O mais


conhecido deles é o Wuchereria bancrofti. Esse verme tem um ciclo de vida
com dois hospedeiros: o intermediário (um mosquito vetor de transmissão da
espécie Culex quinquefasciatus, presente em vários locais do mundo, incluindo
o Brasil), e o definitivo, que pode ser o ser humano.
A filária , como é conhecido popularmente o W. bancrofti, é um nematódeo
parasita que habita as glândulas e os vasos linfáticos do hospedeiro definitivo.
Ao se instalar no sistema linfático, a filária pode obstruir seus vasos,
provocando o extravasamento da linfa para diversos tecidos, ocasionando seu
aumento. Além disso, ocorrem diversas alterações na derme e na epiderme,
que passam a ter aspecto grosseiro e são comparadas à pele de um elefante.
Por isso, o nome popular da filariose linfática é elefantíase.

Ao se alimentar do sangue do hospedeiro humano, o mosquito infectado libera


larvas, da filária, as quais entram na corrente sanguínea.

No corpo humano, as larvas se alojam nos vasos linfáticos, desenvolvem-se


em animais adultos, reproduzem-se e liberam novas larvas, que irão migrar
para a corrente sanguínea.

Ao se alimentar do sangue do hospedeiro contaminado, o mosquito ingere as


larvas, que se desenvolvem em seus tecidos. Ao picar outra pessoa, as larvas
infectantes penetram na sua pele, reiniciando o ciclo.

LEGENDA: Wuchereria bancrofti (aumento aproximado de 4 500 vezes).

CRÉDITO: Last Refuge, Ltd./Phototake/Glow Images

LEGENDA: Mosquito da espécie Culex quinquefasciatus.

CRÉDITO: CDC/SPL/Latinstock

LEGENDA: Perna de uma pessoa com elefantíase.

CRÉDITO: John Greim/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Mosquito (Culex quinquefasciatus): pode atingir de 3,9 mm a 4,2 mm de


comprimento.

Fim do complemento.

Oxiurose

A oxiurose ou enterobiose é causada pelo Enterobius vermiculares, nematódeo


parasita do intestino grosso e ceco de seres humanos e outros vertebrados. A
infecção ocorre após a ingestão de ovos que podem estar presentes em um
ambiente, vindos das fezes de outro hospedeiro. Essa ingestão é facilitada pela
falta de alguns cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos antes de se
alimentar. As larvas que eclodem dos ovos ingeridos no intestino do novo
hospedeiro se desenvolvem em novos indivíduos. Durante a noite, as fêmeas,
que medem aproximadamente 12 mm de comprimento, migram para a região
anal e depositam seus ovos, resultando uma coceira intensa nessa região. Ao
coçá-la, o doente contamina as mãos e as roupas de cama com os ovos.
Estes, por sua vez, podem ser novamente engolidos caso entrem em contato
com a boca, reiniciando, assim, o ciclo.

A oxiurose é bastante comum em crianças, e o sintoma mais frequentemente é


a irritabilidade e a intensa coceira na região anal.

157

Biologia e Saúde

O saneamento básico, os hábitos de higiene e as parasitoses

De acordo com a Lei nº 11.445/2007, o saneamento básico é o conjunto de


serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água,
esgotamentos sanitários, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e águas
pluviais. Esses serviços devem ser realizados de maneira que garantam a
saúde pública e a proteção do ambiente.

Serviços de saneamento básico

LEGENDA: Abastecimento de água.

LEGENDA: Esgotamento sanitário.

LEGENDA: Limpeza urbana.

LEGENDA: Águas pluviais.

LEGENDA: Manejo de resíduos sólidos.

CRÉDITO: Somma Studio

No Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre


Saneamento (SNIS 2013), 82% da população tem acesso ao abastecimento de
água tratada; no entanto, ainda há milhares de brasileiros sem acesso à água
potável. A cobertura dos serviços de coleta de resíduos sólidos aumentou de
2010 para 2014, passando de 88,98% para 90,68%. No entanto, em 2014
houve um aumento da quantidade de resíduos que não foram encaminhados
para aterros sanitários, sendo destinados inadequadamente.

Em relação à coleta e ao tratamento de esgoto, menos de 50% da população


brasileira tem acesso a esses serviços, e 3,5 milhões de brasileiros,
distribuídos nas 100 maiores cidades do país, ainda despejam esgoto
irregularmente, mesmo com a existência de redes coletoras de esgoto.

Entre as parasitoses humanas, isto é, doenças causadas por seres vivos que
parasitam o corpo humano, as mais frequentes são as causadas por
protozoários (amebíase e giardíase) e as causadas por vermes (como a
estrongiloidíase, tricuríase, enterobiose, teníase, ascaridíase,
esquistossomose, ancilostomose, entre outras).

A prevenção contra essas doenças está diretamente relacionada à presença do


saneamento básico, associado aos hábitos de higiene, tais como: lavar as
mãos após usar o banheiro e antes das refeições; lavar os alimentos antes de
ingeri-los; evitar andar descalço; cortar e manter limpas as unhas; beber água
filtrada ou fervida; lavar os utensílios domésticos com água potável.

Atenção professor: Veja as respostas destas questões nas Orientações para o


professor. Fim da observação.

1. A região onde você mora recebe os serviços que envolvem o saneamento


básico?

2. Faça uma pesquisa e descubra os causadores da estrongiloidíase e da


tricuríase, seus sintomas, ciclo de vida e prevenção.

158

Moluscos

Os moluscos são invertebrados que compõem um dos maiores filos do reino


animal, com mais de 150 mil espécies no mundo. Como exemplo de animais
desse grupo, podemos citar: ostras, mexilhões, caracóis, lesmas, polvos e
lulas. A maioria deles é marinha, embora existam espécies de água doce e
terrestres.
Apesar de ser um filo com grande diversidade, esses animais apresentam
características básicas em comum, como um corpo mole dividido em cabeça,
manto e pé, com ou sem uma concha calcária. Para facilitar o estudo da
estrutura dos moluscos, podemos descrever um padrão corpóreo básico como
modelo para o filo. Observe-o a seguir.

A cabeça dos moluscos abriga gânglios nervosos, a boca com uma rádula e
alguns órgãos do sentido, desde células fotossensíveis até olhos bem
desenvolvidos. Além disso, os tentáculos também podem estar presentes.

O pé é uma estrutura muscular larga que se localiza na região ventral. Sua


função pode variar dependendo da espécie, mas geralmente é responsável
pela locomoção do animal. Alguns moluscos, como as lesmas e caracóis,
possuem pé com cílios e grande quantidade de glândulas mucosas, as quais
liberam muco para auxiliar o animal a rastejar sobre o substrato. Em outras
espécies, o pé auxilia o molusco a cavar, a nadar, ou a se fixar em algum
substrato, além de auxiliá-lo na captura de alimento.

Já o manto corresponde à parede do corpo, recobrindo e protegendo a massa


visceral, região onde estão localizados alguns órgãos. Ele possui dobras na
lateral do corpo que formam a cavidade do manto. Essa cavidade é importante
nos moluscos, pois, além de abrigar as estruturas respiratórias (brânquias ou
pulmões), recebe os produtos do ânus e dos metanefrídeos. O manto auxilia,
ainda, na formação das conchas e de muco em alguns moluscos. A concha
calcária é externa e protege as partes moles do animal.

Os moluscos possuem um sistema digestório com fluxo unidirecional, formado


por boca, faringe, estômago, intestinos e ânus. Uma característica exclusiva
dos moluscos, presente na grande maioria das espécies, é a presença na boca
da rádula, uma estrutura muscular com pequenos dentes, responsável por
raspar o substrato e auxiliar a alimentação.

Alguns moluscos se alimentam de matéria orgânica em suspensão na água,


outros são pastadores, alguns são herbívoros e outros carnívoros, ingerindo
grande quantidade de material orgânico.

Nos moluscos aquáticos, a respiração é realizada por meio de brânquias. Já


em espécies terrestres, como os caracóis, ela ocorre por meio de pulmões*.
Em algumas espécies, no entanto, a respiração ocorre por meio da epiderme
do manto.

Boxe complementar:

Estrutura geral do corpo de um molusco

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS,


L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 309.

Fim do complemento.

LEGENDA: Representação da rádula.

CRÉDITO: Ilustrações: Somma Studio

*Se necessário, diga aos alunos que esses pulmões não têm relação com os
pulmões dos vertebrados. Na verdade trata-se da cavidade do manto muito
vascularizada.

159

O sistema circulatório da maioria dos moluscos é constituído por um coração


que recebe sangue rico em gás oxigênio vindo das brânquias e o distribui por
meio de vasos sanguíneos a diversas regiões do corpo do animal. Esses vasos
se abrem em determinadas regiões do corpo, despejando o sangue sobre
alguns órgãos. Esse sistema é classificado como circulatório aberto, pois o
sangue não permanece no interior de vasos sanguíneos durante todo o seu
percurso. Já em lulas e polvos, por exemplo, há o sistema circulatório fechado,
pois o sangue sai e retorna ao coração no interior de vasos sanguíneos que se
interligam.

A excreção da maioria dos moluscos ocorre por meio de metanefrídeos. Ao


contrário dos protonefrídeos, esses órgãos filtradores são tubos abertos em
sua extremidade interna, mantendo um contato direto com o celoma do animal.

Nos metanefrídeos, antes de as excretas serem eliminadas, o sangue é


previamente filtrado, ao sair do vaso sanguíneo, por células chamadas
podócitos, que formam um tipo de filtro. Após essa pré-filtração, o líquido
contendo água e excretas segue para o metanefrídeo, onde a filtração é
finalizada.

Nos moluscos, o sistema nervoso é constituído por gânglios na região da


cabeça. Esses gânglios estão conectados a nervos sensoriais presentes nos
olhos, nos tentáculos e na região do pé e do manto. Além disso, há uma
tendência de cefalização nos moluscos (principalmente em lulas e polvos), pois
eles apresentam uma grande massa cefálica formada pelos gânglios nervosos
e órgãos do sentido bem desenvolvidos, como os grandes olhos das lulas.

Boxe complementar:

Metanefrídeo

Após sair dos vasos sanguíneos e passar pelos podócitos, o pré-filtrado 1


atravessa o celoma e entra no metanefrídeo 2. Ao atravessar seu canal, parte
da água é reabsorvida 3, e as excretas são eliminadas 4.

FONTE: Ilustração produzida com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 244.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

Reprodução dos moluscos

É importante destacar que há uma grande variação na reprodução dos


moluscos. A maioria deles apresenta sexos separados, mas algumas espécies
são hermafroditas. Dessa forma, em algumas espécies, ocorre a cópula e, por
isso, a fecundação é interna; em outras, os gametas são liberados na água e a
fecundação é externa. Algumas delas apresentam fase larval; em outras, o
desenvolvimento é direto.

As lulas e os polvos apresentam sexos separados com fecundação geralmente


externa, ocorrendo na cavidade do manto ou no mar. Após a cópula, os
gametas masculinos são transferidos indiretamente. Nesses animais, um ou
mais de seus tentáculos podem ser utilizados para transportar os gametas
masculinos até o organismo feminino.
A grande diversidade dos moluscos permite que eles sejam classificados em
diferentes classes. A partir de agora, estudaremos as características gerais de
grandes classes dos moluscos: os gastrópodes, os bivalves e os cefalópodes.

LEGENDA: Caracóis da espécie Helix pomatia se acasalando.

CRÉDITO: PREMAPHOTOS/naturepl.com/Easypix

LEGENDA: Um macho de Sepioteuthis lessoniana cortejando uma fêmea.


Essas lulas habitam os recifes de coral na região tropical do Indo-Pacífico.

CRÉDITO: Georgette Douwma/SPL/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Caracol (Helix pomatia): pode atingir até 5 cm de comprimento.

Lula (Sepioteuthis lessoniana): pode atingir mais de 30 cm de comprimento.

Fim do complemento.

160

Gastrópodes

Os gastrópodes formam a classe mais diversificada de moluscos, com mais de


40 mil espécies. Entre seus representantes mais conhecidos, estão os caracóis
terrestres, os caramujos aquáticos e as lesmas. Os gastrópodes apresentam
na cabeça dois pares de tentáculos e podem possuir uma concha única
(composta de carbonato de cálcio), com exceção das lesmas, que não têm
essa estrutura.

O tipo de alimentação é variado entre os gastrópodes. Assim, eles podem ser:


herbívoros, carnívoros, detritívoros, onívoros e também parasitas de outros
animais. A maioria dos gastrópodes respira por meio de brânquias, com
exceção dos caracóis terrestres, os quais têm pulmão.

LEGENDA: Caracol da espécie Helix pomatia.

CRÉDITO: Thomas Marent/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Caramujo da espécie Fasciolaria tulipa.

CRÉDITO: Brian Lasenby/Shutterstock.com


LEGENDA: Lesma-do-mar da espécie Chromodoris africana.

CRÉDITO: orlandin/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Os caramujos normalmente são marinhos e têm conchas maiores e mais


pesadas. Já os caracóis são terrestres e de água doce e, geralmente, sua
concha é mais leve e frágil.

Fim do complemento.

Bivalves

Os bivalves são moluscos dotados de duas conchas, também chamadas de


valvas. Os mexilhões, as vieiras, as ostras, entre outros, são exemplos desses
animais.

As duas valvas dos bivalves são mantidas unidas por um ligamento chamado
charneira , e elas se mantêm fechadas por um músculo adutor. O umbo é a
parte mais velha da concha, e seu crescimento ocorre de maneira circular.

A parte interna da concha é chamada de camada nacarada, a qual fica em


contato com o manto e é constantemente secretada por ele. O nácar,
substância que forma a camada nacarada, é depositado sob a forma de
lâminas. Assim, quando um grão de areia, ou outro corpo estranho, aloja-se
entre a concha e o manto, este secreta camadas de nácar ao redor dele,
formando a pérola.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 321.

CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

LEGENDA: Conchas de um mexilhão.

CRÉDITO: Arterra Picture Library/Alamy Stock Photo/Latinstock

LEGENDA: Pérola formada no interior de uma concha de bivalve.

CRÉDITO: Natural History Museum, London/SPL/Latinstock

Boxe complementar:
Ser vivo adulto

Caramujo (Fasciolaria tulipa): pode atingir até 13 cm de comprimento.

Lesma-do-mar (Chromodoris africana): pode atingir até 8 cm de comprimento.

Mexilhão (Mytilus edulis): pode atingir de 3 cm a 5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

161

Os bivalves apresentam um sifão inalante e um sifão exalante, utilizados para a


entrada e a saída de água das brânquias. A maioria deles é sedentária e se
alimenta por filtração realizada pelas brânquias. Diferentemente dos
gastrópodes, os bivalves não têm cabeça diferenciada nem rádula.

Boxe complementar:

Filtração em bivalves

A água com partículas de alimento entra pelo sifão inalante 1, passa pelas
brânquias 2, que filtram os alimentos, e levam-nos até a boca 3 pelo
movimento de cílios presentes nela.

Partículas de areia e outros materiais são eliminados com a água pelo sifão
exalante 4.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 324.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

Algumas comunidades vivem exclusivamente da coleta de bivalves. Como


exemplo, podemos citar as mulheres marisqueiras. Para conhecer essa
comunidade melhor, acesse o link a seguir, escute a entrevista de uma dessas
mulheres e converse com seus colegas sobre a função que elas desempenham
em suas comunidades.

· http://tub.im/z2ihyv

Acesso em: 26 fev. 2016.


Cefalópodes

Os cefalópodes são formados pelas lulas, polvos, sibas e náutilos. Todos eles
são marinhos e carnívoros e apresentam tentáculos saindo da região da
cabeça.

Esses tentáculos desempenham diversas funções, como agarrar a presa e


levá-la à boca, além de auxiliar na locomoção e na defesa. Alguns tentáculos
são modificados, durante a reprodução, para realizar o transporte de gametas
masculinos até o organismo feminino.

Os cefalópodes têm olhos desenvolvidos e capazes de formar imagens. Isso os


auxilia na localização de presas. Além disso, são encontradas nos cefalópodes
outras estruturas responsáveis pelo sentido tátil e pela percepção de
substâncias químicas.

LEGENDA: Lula da espécie Loligo forbesii.

CRÉDITO: Reinhard Dirscherl/Visuals Unlimited, Inc./Latinstock

LEGENDA: Polvo do gênero Octopus.

CRÉDITO: Birgitte Wilms/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Siba da espécie Sepia apama.

CRÉDITO: SeraphP/Shutterstock.com

LEGENDA: Náutilo da espécie Nautilus pompilius.

CRÉDITO: Fred Bavendam/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Lula (Loligo forbesii): pode atingir até 60 cm de comprimento.

Náutilo (Nautilus pompilius): pode atingir até 20 cm de comprimento.

Polvo (Octopus sp.): pode atingir de 3 cm a 9,6 m de diâmetro.

Siba (Sepia apama): pode atingir até 1 m de comprimento.

Fim do complemento.

162
A locomoção dos cefalópodes acontece pela expulsão de jatos de água feita
por meio de um sifão ou funil. Esse sistema, conhecido como jatopropulsão,
permite aos cefalópodes se movimentarem velozmente para fugir de
predadores.

Locomoção em cefalópodes

FONTE: Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 437.

CRÉDITO: Luciane Mori

Os cefalópodes podem se utilizar de sinais visuais para estabelecer a


comunicação. Entre eles, podemos citar a alteração da cor do corpo, realizada
por órgãos chamados cromatóforos. Esses órgãos são compostos de células
produtoras de pigmentos, os quais se dispersam pelo corpo do animal pela
contração de vários músculos pequenos. Os pigmentos podem ter coloração
vermelha, alaranjada, marrom, preta, amarelada ou azulada. Além desses, há
outros cefalópodes de águas profundas que podem se comunicar produzindo
luzes por meio de órgãos bioluminescentes.

Outro mecanismo típico de defesa dos cefalópodes, com exceção dos náutilos,
está relacionado à presença de uma glândula de tinta. Ao se sentir ameaçado,
o molusco libera uma substância à base de melanina, que se espalha no
ambiente e confunde o agressor, permitindo, assim, a fuga do molusco.

Comunicação em cefalópodes

LEGENDA: Lula com órgãos bioluminescentes do gênero Euprymna.

CRÉDITO: Jurgen Freund/Nature PL/Diomedia

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Lula (Euprymna sp.): pode atingir até 3,5 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Biologia e Cultura

Sambaquis
Encontrados nas regiões litorâneas do Brasil, principalmente entre os estados
do Espírito Santo e do Rio Grande do Sul, os sambaquis são agrupamentos de
conchas, esqueletos, restos de pontas de flechas e machados, que formam
montes com, aproximadamente, 20 a 30 metros de altura.

Os sambaquieiros, povos que habitaram o Brasil entre 7 000 e 1 000 anos


atrás, são os responsáveis pela construção dos sambaquis. Segundo estudos
arqueológicos, esses povos viviam próximos ao litoral e, por isso, suas
principais atividades econômicas eram a pesca, a coleta de moluscos e a caça
de animais de pequeno porte. Com o tempo, os restos das conchas de
moluscos foram se acumulando, formando montes, nos quais os sambaquieiros
enterravam os mortos. Além disso, diversas evidências mostram que a vida
cultural dos sambaquieiros era realizada ao redor dos sambaquis.

Após o descobrimento do Brasil, muitos deles foram destruídos, pois suas


conchas eram moídas e utilizadas para a construção de edificações.
Atualmente, os sambaquis são protegidos por lei e fiscalizados pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

LEGENDA: Sambaqui em Laguna, no estado de Santa Catarina, em 2014.

CRÉDITO: Zig Koch/Pulsar

163

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Em seu caderno, defina os seguintes termos: hospedeiro definitivo,


hospedeiro intermediário e parasitose.

2. Qual é a diferença entre teníase e cisticercose?

3. Geralmente, as doenças parasitárias causadas por vermes são mais comuns


nos países em desenvolvimento e em regiões onde a população tem baixo
poder econômico. Qual é a relação entre esses fatos?
4. Nos bivalves, as brânquias são responsáveis por outra função além das
trocas gasosas. Explique.

5. Leia a tirinha e o texto a seguir. Em seguida, responda às questões.

FONTE: BECK, Alexandre. Armandinho zero. Florianópolis, A. C. Beck, 2013.


p. 7.

CRÉDITO: Alexandre Beck

Na tirinha, é comentado sobre o caracol-africano Achatina fulica, também


conhecido como caramujo-africano, uma espécie de molusco africano
introduzido no Brasil na década de 1980. O caracol-africano foi trazido ao país
com o objetivo de se tornar uma opção barata para um prato francês, o
escargot. Como essa opção fracassou, seus produtores passaram a jogar
esses moluscos em rios, terrenos baldios e junto com os resíduos sólidos. Por
ter ampla variedade alimentar, alta taxa de reprodução e adaptação ao frio e à
seca, esse molusco se tornou uma praga em plantações e compete com
espécies nativas, reduzindo suas populações. Além disso, esse caracol é
hospedeiro de vermes que parasitam o ser humano e podem causar
parasitoses como a angiostrongilíase abdominal e a angiostrongilíase
meningocefálica.

LEGENDA: Caracol da espécie Achatina fulica.

CRÉDITO: Cyril Ruoso/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Caracol-africano (Achatina fulica): pode atingir de 5 cm a 10 cm de


comprimento.

Fim do complemento.

a ) Quais são as principias características da classe a qual os moluscos como o


caracol-africano pertencem?

b ) A presença do caracol-africano pode ser considerada uma ação danosa do


ser humano sobre o ambiente? Por quê?
c ) Faça uma pesquisa sobre as verminoses citadas no texto e escreva, em seu
caderno: a que filo pertencem os vermes que as causam; como são
transmitidas; quais são os principais sintomas e as medidas necessárias para
preveni-las.

d ) De maneira geral, como são caracterizados os vermes? Quais filos


estudados neste capítulo os representam?

6. Copie as frases abaixo no caderno, corrigindo as incorretas.

a ) As tênias são trematódeos de vida livre, que apresentam boca com ventosa
chamada escólex.

b ) Na esquistossomose, o Schistosoma mansoni é um cestódeo, e os


miracídios transformam-se em adultos e começam a se reproduzir
sexuadamente, formando ovos, os quais serão liberados com as fezes do
hospedeiro e, assim, reiniciam o ciclo.

c ) A oxiurose tem como vetor um mosquito.

164

7. Observe a ilustração de um molusco generalizado e, em seu caderno,


responda às questões.

a ) Relacione cada letra às seguintes estruturas: concha; pé; brânquias; manto.

b ) Qual é a importância da estrutura B?

c ) Todos os moluscos têm a estrutura C? Cite dois exemplos que confirmem


sua resposta.

d ) As estruturas representadas pela letra D estão presentes em todos os


moluscos?

FONTE: Ilustração produzida com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 325.

CRÉDITO: Somma Studio

8. Explique quais são as principais diferenças entre os sistemas excretores dos


platelmintos e dos nematódeos em relação ao dos moluscos.
9. (UEM-PR) Sobre as doenças parasitárias no homem, responda o que for
correto.

01 ) O Schistossoma mansoni causa a esquistossomose, e a entrada do


parasita em sua fase larval, no organismo humano, se dá pela pele ou pelas
mucosas.

02 ) A cisticercose ocorre quando os ovos eliminados por um indivíduo


infestado pela Taenia solium passam para ele próprio ou para outras pessoas,
por meio das mãos sujas, água ou frutas e verduras contaminadas.

04 ) Na ascaridíase ou ascaríase, o homem passa a ter o verme adulto no


intestino, após ingerir a larva existente em carne malcozida.

08 ) A ancilostomose, ancilostomíase, amarelão ou opilação pode ser causada


pelo Ancylostoma duodenale e pelo Necator americanus.

16 ) A filariose ou elefantíase é causada pelo verme Wuchereria bancrofti,


cujas larvas são transmitidas pela ingestão de larvas de inseto encontradas em
verduras mal lavadas.

10. (UFGD-MS) Uma campanha de prevenção de doenças parasitárias


realizada na cidade de Dourados alertou a população sobre a necessidade de
controlar os mosquitos vetores, sobre os cuidados com a higiene no preparo
dos alimentos, com a higiene pessoal, além de saneamento básico para
controle efetivo de doenças. As medidas sublinhadas seriam, respectivamente,
eficazes na prevenção de:

Medidas sublinhadas: "controlar os mosquitos vetores", "a higiene no preparo


dos alimentos" e "saneamento básico".

a ) leishmaniose, ascaridíase e amarelão.

b ) malária, esquistossomose e teníase.

c ) giardíase, toxoplasmose e amebíase.

d ) toxoplasmose, leishmaniose e amarelão.

e ) ascaridíase, giardíase e esquistossomose.

Refletindo sobre o capítulo


Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas
Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Quais são as semelhanças na prevenção das parasitoses cujos ciclos de


vida dos parasitas estão apresentados nas páginas 152, 153 e 155?

B. Quais as principais diferenças entre o primeiro molusco (fotografia acima)


que aparece na página 160 e os outros?

C. Para que sejam classificados em uma mesma classe, que semelhanças os


quatro moluscos que aparecem no final da página 161 apresentam?

165

LEGENDA: Límulo ou caranguejo-ferradura (Limulus polyphemus) em praia na


Flórida.

CRÉDITO: Malcolm Schuyl/FLPA/ Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Caranguejo-ferradura: pode atingir até 60 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Capítulo 9 - Anelídeos, artrópodes e equinodermos

Se você já tomou alguma vacina ou um medicamento injetável, por exemplo,


você certamente tem uma "dívida" com o animal apresentado na fotografia
acima. Isso porque a qualidade e a segurança desses medicamentos estão
intimamente relacionadas com o uso do sangue azul* do límulo pela indústria
farmacêutica. Essas indústrias realizam testes de análise de contaminação
bacteriana em produtos injetáveis, utilizando o extrato sanguíneo desses
animais como substância.

Na membrana externa de algumas bactérias, é encontrado um polissacarídeo


conhecido como endotoxina. Em pequenas concentrações** no organismo do
ser humano, essa substância desencadeia respostas inflamatórias e febre. Já
em concentração elevada, as endotoxinas podem causar queda da pressão
arterial e problemas de coagulação, resultando, em alguns casos, na falência
múltipla de órgãos e, consequentemente, em morte.
No sangue do límulo ou caranguejo-ferradura (Limulus polyphemus), há células
capazes de detectar quantidades mínimas de endotoxinas no organismo. Na
presença dessas substâncias, o sangue do animal coagula, formando uma
massa gelatinosa ao redor do agente invasor, o que permite sua detecção e
impede sua disseminação pelo organismo. Assim, o uso de extratos
sanguíneos de L. polyphemus é um método rápido e sensível de detecção de
contaminação bacteriana em certos medicamentos.

A. Qual é a importância do processo descrito no terceiro parágrafo?

Resposta: Esse mecanismo auxilia o animal a combater, de modo eficiente, os


organismos invasores de sua corrente sanguínea.

B. O límulo é um anelídeo, artrópode ou equinodermo? Justifique.

Resposta: O límulo é uma espécie de caranguejo, por isso é um artrópode.

C. Como o conhecimento sobre a biologia do límulo contribui para a tecnologia


apresentada acima?

Resposta: Esse conhecimento permitiu que os pesquisadores isolassem


substâncias no sangue do animal, as quais contribuíram para o
desenvolvimento da tecnologia apresentada.

*Informe aos alunos que a coloração azul do sangue desses animais está
relacionada à presença de cobre no pigmento respiratório (hemocianina).

**A injeção intravenosa de apenas 1 ng (0,1 mg) de endotoxina em um humano


adulto produz resposta pirogênica (febre) mensurável.

166

Anelídeos

Os anelídeos, também conhecidos como vermes segmentados, pertencem ao


filo Annelida. Esse grupo compreende cerca de 15 mil espécies encontradas
em ambientes marinho, dulcícola e terrestre.

Os integrantes do filo Annelida são animais protostômios, triblásticos, com


simetria bilateral, celomados e, ainda, apresentam um corpo dividido em
segmentos em forma de anéis. Na maioria dos anelídeos, cada um desses
segmentos (também chamado metâmero ou somito) é, geralmente, isolado dos
demais e preenchido pelo fluido celomático*. Essa segmentação é conhecida
como metamerização e possibilita a repetição de certos sistemas nos
segmentos corporais.

O corpo dos anelídeos é revestido pela epiderme e por uma cutícula não
quitinosa, apresentando, ainda, uma musculatura circular e longitudinal. A
maioria das espécies possui cerdas espalhadas pelo corpo, as quais podem
desempenhar funções variadas no organismo, como auxiliar na locomoção,
ancoragem na escavação, entre outras.

Classificação dos anelídeos

Os anelídeos podem ser agrupados em poliquetas, oligoquetas e hirudíneos.


Essa classificação é baseada na presença e na quantidade de cerdas no corpo
do animal.

Veja a seguir.

Os poliquetas são predominantemente marinhos e apresentam a maior


diversidade de espécies entre os anelídeos. Algumas espécies são abissais, ou
seja, encontradas em grandes profundidades marinhas. A maioria dos
segmentos do corpo desses animais possui parapódios , nos quais se
observam numerosas cerdas. Além disso, apresentam cabeça (protostômio)
dotada de órgãos sensoriais, tais como os olhos e os tentáculos. Esses
anelídeos podem ser sedentários ou errantes; cavadores, vivendo no interior de
tubos ou galerias no substrato; ou rastejadores. De modo geral, são animais de
vida livre, com alguns poucos ectoparasitas.

LEGENDA: Nereis sp., um exemplo de poliqueto.

CRÉDITO: Christophe Courteau/SuperStock/Glow Images

Glossário:

Parapódio: estrutura presente em cada lado do segmento de certos anelídeos.


Ele atua na respiração, na alimentação ou na locomoção.

Fim do glossário.

Os oligoquetas, representados principalmente pelas minhocas, são animais


encontrados predominantemente em ambientes terrestres e dulcícolas, vivendo
no interior de galerias no solo. Algumas espécies são parasitas ou encontradas
em ambiente marinho. Esses animais apresentam poucas cerdas no corpo,
ausência de parapódios e cabeça indiferenciada. Além disso, possuem clitelo
(região do corpo com segmentos espessados que secreta muco), responsável
por manter os animais unidos durante a cópula e fornecer material para a
produção do casulo (cápsula), no qual os óvulos são depositados para
fecundação.

LEGENDA: Minhoca, um exemplo de oligoqueto.

CRÉDITO: Konrad Wothe/Minden Pictures/Latinstock

Os hirudíneos , representados pelas sanguessugas, são animais encontrados


predominantemente em ambientes dulcícolas. Esses animais são desprovidos
de cerdas e parapódios. Geralmente apresentam ventosas na região anterior e
posterior do corpo, as quais auxiliam na fixação ao substrato e/ou à presa. Os
septos internos dos hirudíneos foram perdidos, resultando em um celoma não
compartimentalizado e preenchido por tecido conjuntivo e músculos. Eles
possuem, ainda, clitelo e podem ser predadores, parasitas ou saprófitos**.

LEGENDA: Sanguessuga, um exemplo de hirudíneo.

CRÉDITO: Edward Kinsman/Photo Researchers, Inc./Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Minhoca: pode atingir de 10 cm a 25 cm de comprimento.

Nereis sp.: pode atingir até 1,8 m de comprimento.

Sanguessuga: pode atingir até 30 cm de comprimento.

Fim do complemento.

*Nestes animais, os fluidos corporais transmitem mudanças de pressão,


geradas por contração muscular, de modo rápido, uniforme e em todas as
direções.

**Oliquetos e hirudíneos são também conhecidos como clitelados (Clitellata),


em razão da presença do clitelo.

167
Fisiologia dos anelídeos

Os anelídeos apresentam sistema digestório com fluxo unidirecional (com boca


e ânus) e hábitos alimentares variados. Algumas espécies, como certos
poliquetos e sanguessugas, por exemplo, podem apresentar modificações do
trato digestório, como uma probóscide (uma faringe eversível). Esta pode ter
dentes e mandíbulas cortantes, que auxiliam na captura e/ou ingestão do
alimento. Já os oligoquetos possuem papo, onde o alimento é armazenado, e
moela, responsável pela trituração das partículas alimentares.

A respiração dos anelídeos é feita principalmente pela superfície corpórea,


embora algumas espécies possam respirar por meio de brânquias ou
parapódios. O sangue dos anelídeos pode apresentar pigmentos respiratórios
variados (como hemoglobina, clorocruorina e hemeritrina*), os quais estão
dissolvidos no fluido sanguíneo e auxiliam no transporte de gases.

O sistema circulatório dos anelídeos é do tipo fechado, com vasos sanguíneos


e arcos aórticos distribuídos ao longo do corpo. O vaso dorsal, por sua vez,
bombeia sangue pelo corpo. Em oligoquetas, os arcos aórticos atuam como
corações acessórios, mantendo a pressão sanguínea constante. O fluido
celomático pode atuar com o sistema circulatório no transporte de substâncias
ao longo do corpo. Além disso, ele é responsável pelo transporte de
substâncias em alguns hirudíneos que não apresentam sistema circulatório.

A excreção dos anelídeos é feita, principalmente, por estruturas chamadas de


metanefrídios. O nefrídio dos anelídeos remove excretas tanto do celoma
quanto do sangue.

Os pares de metanefrídios interligam dois segmentos adjacentes, com um poro


(nefróstoma) se abrindo no interior do celoma e outro para a superfície do
corpo (nefridióporo). As excretas nitrogenadas podem ser eliminadas na forma
de amônia ou ureia, sendo o primeiro tipo mais comum em organismos
aquáticos.

De modo geral, o sistema nervoso dos anelídeos é formado por uma região
central anterior, onde se encontra um gânglio cerebral (cerebroide ou cérebro).
Este se liga a nervos, que percorrem todo o comprimento do corpo, e a
gânglios segmentares, responsáveis por controlar cada segmento do corpo do
animal. O sistema sensorial desse grupo de animais inclui, entre outras
estruturas, órgãos táteis, receptores químicos e olhos.

A movimentação dos anelídeos é bastante variada, envolvendo ondulações


laterais (serpenteantes), movimentos peristálticos (ondas de contração e
expansão ao longo do corpo) e movimentos tipo "mede-palmos".

A movimentação das minhocas no interior do solo envolve a contração e o


relaxamento dos músculos da parede do corpo do animal. Nesse sentido, a
contração de músculos circulares alonga o corpo da minhoca, empurrando-o
para a frente. Já a contração dos músculos longitudinais, encurta o corpo,
puxando-o para a frente.

Boxe complementar:

Representação de parte dos sistemas do corpo de uma minhoca

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 344-345.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

1. Qual é a importância da digestão das minhocas para o solo?

Resposta: A digestão das minhocas permite a formação do húmus, um tipo de


adubo orgânico produzido a partir da digestão de matéria orgânica presente no
solo.

2. As trocas gasosas feitas através da superfície do corpo podem interferir no


tipo de hábitat do animal? Justifique.

Resposta: Sim, pois as trocas gasosas através da superfície do corpo exigem


que ela seja mantida úmida. Por isso, os animais com esse tipo de respiração
são encontrados em ambientes úmidos e protegidos da perda excessiva de
água.

Boxe complementar:

Ao contrário das minhocas, as sanguessugas realizam o movimento do tipo


"mede-palmos". Com a ventosa posterior presa ao substrato, a sanguessuga
contrai a musculatura circular, estendendo seu corpo para a frente. Assim,
quando a ventosa anterior se prende no substrato, a posterior se desprende e a
sanguessuga puxa a porção posterior do corpo por meio da contração da
musculatura longitudinal.

LEGENDA: Sanguessuga da espécie Haemadipsa picta realizando o


movimento tipo "mede-palmos".

CRÉDITO: Paul Bertner/Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Sanguessuga: pode atingir de 1,3 cm a 3,3 cm de comprimento.

Fim do complemento.

*Todos esses pigmentos respiratórios apresentam ferro em sua constituição.

168

Reprodução dos anelídeos

A reprodução dos anelídeos é bastante variada. A maioria dos poliquetas


apresenta sexos separados, fertilização externa e desenvolvimento indireto,
com a ocorrência de uma larva livre natante. É importante destacar que esses
animais não têm gônadas, e os gametas são formados pela proliferação das
células do peritônio, tecido que envolve os órgãos internos.

Os oligoquetas e os hirudíneos são hermafroditas que apresentam fecundação


cruzada e geralmente externa, com desenvolvimento direto. Nesses animais,
os gametas são produzidos em gônadas, armazenados em vesículas seminais
ou ovissacos e, posteriormente, liberados no ambiente por meio de gonóporos
(poros genitais).

Boxe complementar:

Representação da reprodução sexuada de minhoca

Os parceiros envolvidos na cópula alinham seus corpos em direções opostas,


mantendo contato entre os receptáculos seminais de um animal, chamados de
espermatecas, com o gonóporo do parceiro. Após o alinhamento, ocorre a
transferência simultânea de espermatozoides, os quais são armazenados nas
espermatecas (I). Em seguida, os animais se separam e inicia-se a formação*
de um tubo mucoso ao redor do clitelo. À medida que esse tubo desliza para a
região anterior do corpo, ele recebe os óvulos e os espermatozoides
armazenados (II). A fecundação ocorre no interior do tubo mucoso, o qual,
após se desprender do animal, tem suas extremidades fechadas, formando um
casulo (III). O casulo produzido é depositado no solo úmido e dele emergem
formas jovens semelhantes ao adulto (IV).

FONTE: Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 451.

CRÉDITO: Mauricio Loyola

Fim do complemento.

Artrópodes

Os artrópodes (filo Arthropoda) apresentam o maior número de espécies e


indivíduos no reino dos animais. Os integrantes desse filo são protostômios,
celomados, triblásticos e dotados de simetria bilateral, podendo ser
encontrados em todos os ambientes do planeta.

Uma das características mais marcantes dos artrópodes, responsável também


pelo seu sucesso evolutivo, é a existência de exoesqueleto, estrutura
geralmente rígida, secretada pela epiderme e com deposição principalmente de
quitina**. Apesar de auxiliar a sustentação e a proteção do animal, o
exoesqueleto impõe restrições ao crescimento dele. Assim, para crescer, o
animal precisa se desfazer do exoesqueleto antigo e produzir um novo e maior,
por meio de mudas (ecdises).

Boxe complementar:

As mudas são controladas por hormônios e ocorrem de forma periódica. Logo


após a muda***, o animal apresenta um exoesqueleto mole, que o torna
vulnerável a predadores, mas que permite o aumento do seu tamanho corporal.
Após o crescimento, o animal inicia o processo de enrijecimento do
exoesqueleto, que pode envolver, até mesmo, a deposição de carbonato de
cálcio, aumentando ainda mais a resistência e a rigidez da estrutura.

LEGENDA: Cigarra saindo do exoesqueleto.

CRÉDITO: snvv/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cigarra: pode atingir até 4 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Atenção professor: Ao longo do tempo, enquanto um animal não artrópode


apresenta um crescimento linear, o artrópode cresce aos "saltos" durante as
mudas. Fim da observação.

*A formação do tubo mucoso pode ocorrer algumas horas, ou até mesmo


meses, após a cópula.

**Pode haver depósito de proteínas e lipídios, entre outras substâncias.

***O estágio entre uma muda e outra é chamado de instar (plural: instares).

169

O exoesqueleto apresenta uma porção dorsal chamada tergito e uma ventral


denominada esternito, entre as quais se observa uma região fina e flexível
conhecida como pleura. Esta, presente também em outros locais do corpo do
animal, forma a articulação, que lhe garante liberdade de movimentos. Dos
segmentos do corpo, surgem extensões formadas por diferentes peças
articuladas e músculos próprios, chamados apêndices articulados , os quais
podem ser ramificados (birremes) ou não (unirremes), exercendo funções
variadas no organismo, como locomoção, alimentação, percepção sensorial,
entre outras.

A segmentação do corpo é mantida apenas externamente, pois internamente


os septos são perdidos. O celoma, apesar de presente, é reduzido e
substituído por uma cavidade principal, a hemocele, na qual o fluido corpóreo
se encontra disperso e em contato direto com os órgãos e tecidos. Os
segmentos do corpo formam divisões especializadas, dependendo do grupo de
artrópode, chamadas tagmas, como cabeça e tronco; cabeça, tórax e abdome;
e cefalotórax e abdome.

Classificação dos artrópodes

Os principais subfilos dos artrópodes atuais são: Crustacea, Hexapoda*,


Chelicerata e Myriapoda. Há também um subfilo extinto de artrópodes, o
Trilobitomorpha, que inclui os trilobitas**.

Os crustáceos (subfilo Crustacea) incluem lagostas, caranguejos, camarões,


tatuzinhos-de-jardim, entre outros. Os representantes desse grupo são
principalmente aquáticos, embora existam algumas espécies terrestres. Os
crustáceos possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome ou
cefalotórax e abdome. A cabeça apresenta dois pares de antenas, um par de
mandíbulas e dois pares de maxilas. Geralmente, cada um dos segmentos
torácicos e abdominais possui um par de apêndices, os quais podem ou não
ser ramificados. A cutícula dos crustáceos contém, além da quitina, material
calcário e, em muitas espécies, sua porção dorsal pode se estender
posteriormente, formando a carapaça.

Os hexápodes (subfilo Hexapoda), maior grupo de animais do planeta, são


representados basicamente pelos insetos (Classe Insecta), que constituem o
maior grupo dos artrópodes. O corpo desses animais é dividido em cabeça,
tórax e abdome. A cabeça possui, normalmente, um par de olhos compostos,
um par de antenas e três ocelos (olhos simples), além de um par de
mandíbulas e outro de maxilas (peças bucais). Já o tórax apresenta três pares
de pernas (unirremes) e, na maioria dos insetos, dois pares de asas. As laterais
do corpo apresentam pequenos orifícios, os espiráculos, que correspondem às
aberturas do sistema respiratório. Já na região posterior dos insetos, é
observada uma genitália externa. Tanto as pernas quanto as peças bucais e
antenas podem ser modificadas dependendo do hábito do inseto. Os
hexápodes são encontrados, praticamente, em todos os hábitats terrestres e de
água doce. De forma geral, eles são organismos de vida livre, embora existam
espécies parasitas.

Boxe complementar:
Morfologia externa de um camarão

Morfologia externa de um gafanhoto

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 369, 392.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Studio

Fim do complemento.

*Alguns autores classificam os artrópodes em três subfilos atuais: Chelicerata,


Crustacea e Uniramia. Este último inclui as classes Insecta, Diplopoda e
Chilopoda.

**Veja mais informações sobre Trilobitomorpha nas Orientações para o


professor.

170

Os quelicerados (subfilo Chelicerata) incluem animais como límulos, aranhas,


escorpiões, carrapatos, ácaros, aranhas-do-mar, entre outros. Geralmente, o
corpo dos animais desse grupo é formado por cefalotórax e abdome. Há quatro
pares de pernas, além dos pedipalpos de das quelíceras. Destes, o primeiro
par é modificado em quelíceras, apêndices modificados para a alimentação, e o
segundo em apêndices articulados chamados de pedipalpos, seguidos por
quatro pares de pernas. A cabeça é desprovida de mandíbulas e antenas, e a
maioria possui quatro olhos simples.

Os quelicerados são formados por três classes principais. Veja a seguir três
ordens que fazem parte dessa classe. No entanto, neste capítulo, a classe
Arachnida (aracnídeos) será abordada mais detalhadamente*.

Boxe complementar:

Ordem Araneae

Nas aranhas, o cefalotórax e o abdome não são segmentados e são unidos por
um pedicelo. As quelíceras possuem garras associadas a glândulas de veneno.
Geralmente, as aranhas possuem oito olhos simples e dois pares de fiandeiras
ligadas a glândulas produtoras de seda.
LEGENDA: Representação da morfologia externa de uma aranha.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 465, 468.

Ordem Scorpionida

Os escorpiões apresentam um cefalotórax curto, um par de olhos grandes e


dois a cinco pares laterais de olhos pequenos. O abdome termina em um
aguilhão. As quelíceras são pequenas e os pedipalpos grandes e dotados de
pinças, também conhecidas como quelas.

LEGENDA: Representação da morfologia externa de um escorpião.

Ordem Acari

Os ácaros (ácaros e carrapatos) têm cefalotórax e abdome fundidos, sem sinal


de segmentação. As peças bucais se localizam em uma projeção anterior, a
qual é denominada capítulo.

LEGENDA: Representação da morfologia externa de um ácaro.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 658, 688.

Fim do complemento.

Atenção professor: Explique aos alunos que a seda é produzida por aranhas,
alguns insetos e também por miriápodes. Destaque que ela é utilizada na
produção de casulos, teias de alimentação e de reprodução, bolsa de
flutuação, entre outras. Fim da observação.

Os miriápodes (subfilo Myriapoda) incluem as centopeias** (classe Chilopoda)


e os piolhos-de-cobra (classe Diplopoda), representados por mais de 11 mil
espécies terrestres viventes. Esses animais possuem o corpo alongado e
dividido em cabeça e tronco, além de apresentar inúmeros pares de pernas em
quase toda a sua extensão. Os apêndices são unirremes, e há um par de
antenas na cabeça.

Boxe complementar:

Classe Chilopoda
Os quilópodes apresentam o corpo relativamente achatado com um par de
pernas na maioria dos segmentos. Na cabeça, localizam-se antenas longas,
um par de mandíbulas e um ou dois pares de maxilas. Os olhos correspondem
a grupos de ocelos na cabeça. Nessa região do corpo, o primeiro par de
apêndices é modificado em garras denominadas forcípulas, as quais são
dotadas de veneno. Por fim, a maioria das espécies é carnívora.

LEGENDA: Representação da morfologia externa de um quilópode (centopeia).

Classe Diplopoda

Os diplópodes apresentam corpo cilíndrico com dois pares de pernas na


maioria dos segmentos do corpo. A cabeça possui grupos de olhos simples,
antenas curtas, um par de mandíbulas e um par de maxilas. Além disso, não
têm garras, mas, como estratégia de defesa, podem produzir, ao longo da
lateral do corpo, fluidos tóxicos ou repelentes por meio de glândulas
denominadas repugnatórias. Por fim, a maioria das espécies desse grupo é
herbívora.

LEGENDA: Representação da morfologia externa de um diplópode (piolho-de-


cobra).

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.;
BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-
evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 821, 829.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

*Veja mais informações sobre as classes Pycnogonida (aranhas-do-mar) e


Merostomata (límulo) nas Orientações para o professor.

**Também conhecidas como milípedes ou lacraias.

171

Fisiologia dos artrópodes

O sistema digestório dos artrópodes possui fluxo unidirecional. Quanto aos


hábitos alimentares, são encontrados animais filtradores, predadores,
detritívoros, entre outros. O sistema circulatório é aberto*, apresentando um
coração dorsal, que bombeia o sangue para o corpo. No sangue, também
chamado de hemolinfa, há diferentes pigmentos respiratórios, principalmente a
hemocianina. Já o sistema nervoso é similar ao dos anelídeos, ou seja,
apresenta um gânglio cerebral na região cefálica, que se liga a nervos ventrais
por meio de um anel ao redor do tubo digestivo. Além disso, há presença de
gânglios ao longo dos segmentos do corpo.

A fisiologia dos artrópodes é bastante variada entre os diferentes grupos e, em


virtude dessa diversidade, ela será mostrada de acordo com as características
de cada um deles.

Crustáceos

As trocas gasosas em crustáceos juvenis ou na fase larval são realizadas pela


superfície do corpo, enquanto os animais adultos respiram por meio de
brânquias. O sistema sensorial é constituído de olhos, em sua maioria
compostos, elevados em um pedúnculo; estatocistos, estruturas que auxiliam
no ajuste da posição do animal no ambiente; células táteis, distribuí das ao
longo do corpo; e sensores químicos (olfatórios e gustatórios), observados
principalmente nas antenas e nas peças bucais. A movimentação dos
crustáceos ocorre basicamente com o auxílio dos apêndices.

Em crustáceos adultos, a excreção é feita por meio de glândulas antenais,


também conhecidas como maxilares ou verdes**. A hemolinfa é filtrada no
interior dessas estruturas, resultando na formação da urina, que é eliminada do
corpo do animal por meio de um poro. A amônia é a principal excreta
nitrogenada, sendo eliminada principalmente por difusão em áreas finas da
cutícula.

Boxe complementar:

Morfologia interna de um camarão

Fim do complemento.

Quelicerados

As trocas gasosas dos aracnídeos são realizadas por meio de pulmões


foliáceos, de traqueias ou, ainda, de ambos. Os primeiros constituem bolsas de
ar, com aberturas na parede do corpo, denominadas espiráculos (por onde o ar
entra). Estes se estendem para o interior da cavidade preenchida com
hemolinfa. A excreção pode ser realizada por meio de túbulos de Malpighi ou
por glândulas coxais. Os túbulos de Malpighi são conectados ao sistema
digestório e ligados ao intestino e apresentam extremidade livre em contato
direto com a hemolinfa na hemocele. Já as glândulas coxais são encontradas
em muitas espécies e se caracterizam como nefrídios modificados, que se
abrem nas coxas de algumas pernas locomotoras. As excretas nitrogenadas
são variadas e podem incluir ácido úrico.

O sistema sensorial dos aracnídeos é bem desenvolvido. Assim, de modo


geral, eles possuem o corpo coberto por muitas cerdas que os auxiliam na
percepção de uma ampla variedade de estímulos ambientais (mecânicos,
químicos, de umidade, entre outros). Em escorpiões, por exemplo, observa-se
uma estrutura em forma de pente chamada de pécten, localizada na face
ventral do abdome, que atua na percepção de vibrações no substrato e no
reconhecimento de parceiros sexuais. A movimentação dos quelicerados é
feita, basicamente, por meio de apêndices locomotores.

Boxe complementar:

Morfologia interna de uma aranha

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 360, 373.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Studio

Fim do complemento.

*Ao contrário do sistema fechado, em que o sangue circula sempre dentro de


vasos, o líquido circulante (hemolinfa) é bombeado por um coração dorsal para
vasos que são abertos em suas extremidades. Esse fluido sai dos vasos,
banha os espaços intercelulares das diferentes regiões do corpo e, por fim,
retorna ao coração.

**As glândulas antenais se abrem na base das antenas, e as glândulas


maxilares, na base das maxilas. Em decápodes, como o camarão, as glândulas
excretoras são chamadas de glândulas verdes.
172

Insetos

O sistema digestório dos insetos apresenta, entre outras estruturas, glândulas


digestivas e salivares, papo e moela.

Nos insetos adultos, a respiração ocorre por meio do sistema traqueal, formado
por uma extensa rede de tubos de parede fina, os quais se ramificam em
estruturas cada vez menores, ligadas diretamente às células. Isso permite certa
independência dos pigmentos respiratórios para o transporte de gases, pois
estes são transportados diretamente às células por meio das traqueias. O
sistema traqueal se abre na superfície do corpo por meio de pequenos
espiráculos, que podem conter válvulas de controle de abertura e fechamento
ou, até mesmo, filtros para evitar a entrada de poeira, água e parasitas. As
formas larvais ou aquáticas realizam a respiração por difusão na superfície
corpórea ou via brânquias.

A excreção dos hexápodes ocorre por meio dos túbulos de Malpighi. Assim, à
medida que a hemolinfa flui pelos tubos, as excretas são filtradas e passam
para o intestino, onde a água e os sais minerais são reabsorvidos, resultando
na formação de uma mistura quase seca de excretas nitrogenadas e fezes. O
resíduo nitrogenado predominante nos insetos é o ácido úrico (praticamente
insolúvel em água), o qual auxilia na conservação de água no organismo.

O sistema sensorial dos insetos é bastante desenvolvido e possui vários


órgãos e estruturas sensoriais dispostas especialmente nas antenas, pernas e
peças bucais. Essa característica permite a esses animais responder a
estímulos mecânicos, auditivos, visuais, químicos (gosto e olfato), bem como
perceber variações de temperatura, gravidade, umidade, posição do corpo no
ambiente, entre outros. Alguns insetos apresentam órgão timpânico, dotado de
uma membrana timpânica, responsável por detectar sons do ambiente
(audição). Há, ainda, insetos que possuem estruturas produtoras de sons e
luzes.

As características marcantes da maioria dos insetos adultos são a presença de


asas e a capacidade de realizar voo. As asas são prolongamentos
vascularizados da cutícula que podem sofrer modificações (em diferentes
grupos de insetos) ou ser ausentes (como nas pulgas e piolhos). A
movimentação das asas está relacionada à contração e ao relaxamento de
músculos específicos inseridos na cutícula do tórax. A frequência de batimento
das asas é variável entre as espécies. Em relação à movimentação, os insetos
podem caminhar, saltar, correr e voar. Cada uma dessas variedades interfere
na estrutura dos apêndices.

Boxe complementar:

Representação do sistema traqueal de um gafanhoto

Morfologia interna de um gafanhoto

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 396, 399.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Studio

Fim do complemento.

3. Por que as espécies terrestres de artrópodes excretam ácido úrico?

Resposta: Porque essa substância possui baixa toxidade e é insolúvel em


água, o que contribui para a conservação da água no organismo dos
artrópodes terrestres.

Boxe complementar:

Insetos como as moscas e os mosquitos possuem a asa posterior modificada,


como observado na mosca (Drosophila melanogaster) apresentada na
fotografia abaixo. Essas estruturas, chamadas balancins ou halteres,
movimentam-se na mesma frequência das asas anteriores e auxiliam na
execução dos movimentos e na estabilidade durante o voo.

CRÉDITO: Wim Van Egmond/Visuals Unlimited, Inc./SPL/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Mosca: pode atingir até 5 mm de comprimento.


Fim do complemento.

173

Miriápodes

Esses animais possuem glândulas salivares e, em alguns casos, apresentam


papo e moela. A excreção, principalmente de amônia, envolve dois pares de
túbulos de Malpighi, e a respiração ocorre por meio de um sistema de
traqueias, como nos insetos. Os miriápodes possuem olhos simples, sendo os
olhos compostos raramente encontrados nesse grupo. O sistema sensorial de
centopeias e dos milípedes está representado principalmente pelas antenas,
altamente sensíveis e equipadas com órgãos táteis e quimiorreceptores. A
movimentação desses animais depende da impulsão dos apêndices
locomotores. No entanto, ondulações laterais podem ocorrer durante a
movimentação rápida, como no caso das centopeias.

Reprodução dos artrópodes

A maioria dos artrópodes é dioica e a reprodução envolve algum tipo de


acasalamento. Geralmente, a fertilização é interna e o cuidado parental é
observado, pelo menos durante os estágios iniciais de desenvolvimento. Esse
cuidado compreende a incubação em alguma parte do corpo do adulto e a
proteção do embrião em estruturas parentais, como as cápsulas. Alguns
poucos artrópodes apresentam partenogênese, ou seja, formam um novo
indivíduo sem que ocorra a fertilização, a partir do desenvolvimento apenas do
gameta feminino.

LEGENDA: Fêmea de caranguejo (Gecarcoidea natalis) incubando os ovos no


abdome.

CRÉDITO: Ingo Arndt/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Caranguejo: pode atingir até 12 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Crustáceos
Após a cópula, os espermatozoides são transferidos, em fluido seminal ou
espermatóforo , diretamente ao receptáculo seminal do sistema reprodutor
feminino (fertilização interna). A maioria dos ovos dos crustáceos é incubada
até o momento da eclosão, sendo fixados do lado de fora do corpo da fêmea.
Há também aqueles que liberam o zigoto diretamente na água ou prendem
seus ovos em estruturas do ambiente. Assim, o desenvolvimento pode ser
direto, com a eclosão de juvenis semelhantes a adultos, ou indireto, com a
eclosão de larvas.

Glossário:

Espermatóforo: cápsula ou compartimento que envolve os espermatozoides


produzidos em diversos grupos de invertebrados e alguns vertebrados.

Fim do glossário.

Miriápodes

Considerados organismos dioicos, os miriápodes, em sua maioria, não


apresentam órgão copulador. Vale destacar que todos possuem
desenvolvimento direto. Entre os quilópodes, as fêmeas produzem uma rede
nupcial de seda, tecida por glândulas genitais modificadas, sobre a qual os
machos depositam o espermatóforo. Essa bolsa de espermatozoides também
pode ser depositada no ambiente e, em ambos os casos, a fêmea recolhe o
espermatóforo e o deposita em seu gonóporo. Assim, a fecundação ocorre no
interior do corpo da fêmea e, posteriormente, os ovos são depositados no
ambiente.

Já nos milípedes (Diplopoda), é observada a presença de órgãos copuladores


nos machos: pênis, mandíbulas ou apêndices modificados para transferir os
espermatozoides para a fêmea. Normalmente, os ovos são depositados sobre
o solo ou acomodados em sacos de seda. Ao contrário das centopeias, os
milípedes não exibem cuidado parental.

LEGENDA: Representação de cuidado parental de quilópodes. Geralmente, a


fêmea de centopeias se enrola ao redor dos ovos ou carrega os filhotes recém-
eclodidos no dorso.
FONTE: Ilustração produzida com base em: BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J.
Invertebrados. Tradução Fábio Lang da Silveira et al. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007. p. 676.

CRÉDITO: A7 Estudio

4. Qual é a importância da incubação dos ovos e do cuidado parental para a


perpetuação da espécie?

Resposta: A incubação dos ovos e o cuidado parental aumentam a


probabilidade de os novos indivíduos nascerem, conseguirem evitar a predação
e, até mesmo, buscarem alimentos.

174

Quelicerados

Os quelicerados são dioicos e geralmente apresentam comportamentos


complexos de acasalamento. A fertilização realizada por eles é interna, e o
desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

Nas aranhas, antes do acasalamento, o macho tece a teia espermática e


deposita uma gota de esperma sobre ela. Assim, esse esperma é recolhido e
armazenado nos pedipalpos, modificados para exercer essa função. Durante o
acasalamento, o macho insere os pedipalpos na abertura genital da fêmea.
Quando a fêmea libera seus ovos, estes são fertilizados pelos espermatozoides
e depositados em uma bolsa de seda denominada ooteca, a qual é carregada
pela fêmea ou fica fixada em uma teia ou outra estrutura no ambiente. Após a
eclosão dos ovos, os jovens permanecem no interior da ooteca por algumas
semanas, de onde se dispersam independentes do adulto.

LEGENDA: Fêmea da aranha viúva-negra (Latrodectus mactans), próxima à


sua ooteca, e filhotes recém-eclodidos.

CRÉDITO: Jeff Howe/Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

Já entre os escorpiões não existe cópula, pois os machos depositam o


espermatóforo sobre o solo e direcionam a fêmea a ele. A pressão do corpo da
fêmea sobre o espermatóforo faz com que este libere os espermatozoides, que
penetram no gonóporo feminino.
Os representantes da ordem Scorpionida podem ser ovovivíparos ou vivíparos.
Em ambos os casos, os embriões se desenvolvem no interior do trato
reprodutor das fêmeas. Após a eclosão, os filhotes se acomodam sobre o
dorso da fêmea, no qual permanecem até a primeira muda pelo menos.

A maioria dos ácaros, por exemplo, transfere seus espermatozoides


diretamente para o sistema reprodutor feminino por meio de um órgão
copulador, o pênis. Algumas espécies, no entanto, utilizam os espermatóforos.
Do ovo, eclode uma larva que passa por um ou mais estágios de ninfa até
atingir a fase adulta. Assim, os ácaros são os únicos aracnídeos que
apresentam desenvolvimento indireto, com a eclosão de uma forma larval do
ovo.

LEGENDA: Fêmea de escorpião (Hadrurus arizonensis) carregando filhotes no


dorso.

CRÉDITO: IrinaK/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Escorpião: pode atingir 18 cm de comprimento.

Viúva-negra: os machos podem atingir cerca de 3,5 mm e as fêmeas cerca de


9 mm de comprimento.

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Acidentes com aracnídeos no Brasil em 2015

Acidentes envolvendo animais peçonhentos e seres humanos ocorrem no


Brasil, tanto em ambientes rurais quanto em urbanos. Entre as espécies
relacionadas a esses acontecimentos, destacam-se a aranha-marrom
(Loxosceles sp.) e o escorpião-amarelo (Tytius sp.).

Acidentes com aracnídeos no Brasil em 2015

FONTES: PORTAL SAÚDE. Animais peçonhentos. Disponível em:


http://portalsaude. saude.gov.br/images/ pdf/2016/janeiro/20/1-Casos-
Escorpionismo2000-2015.pdf; http://portalsaude.saude.gov.br/images/
pdf/2016/janeiro/20/1-Casos-Araneismo2000-2015.pdf. Acesso em: 29 fev.
2016.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

5. Analisando o gráfico acima, qual(is) região(ões) apresentou(aram) maior


quantidade de acidentes com aranhas e escorpiões em 2015?

Resposta: A maior quantidade de acidentes com aranhas foi observada na


região Sul e, com escorpiões, na região Nordeste.

6. A aranha-marrom e o escorpião-amarelo são aracnídeos adaptados para


viver em ambientes urbanos e domésticos. Em sua opinião, esse fato está
relacionado à grande quantidade de acidentes envolvendo esses animais?
Justifique.

Resposta pessoal. Resposta esperada: sim, pois esse comportamento facilita o


contato desses aracnídeos com o ser humano, aumentando a probabilidade de
ocorrer acidentes.

7. Os animais citados na questão anterior se abrigam principalmente em


roupas, calçados e entulhos de terrenos baldios. Com base nessas
informações, cite duas atitudes que podem prevenir acidentes com esses
animais.

Possíveis respostas: examinar o interior de calçados e roupas antes de vesti-


los; evitar o acúmulo de entulhos, detritos e resíduos em quintais e terrenos
baldios.

Fim do complemento.

175

Insetos

Geralmente, os insetos apresentam sexos separados e fecundação interna.


Para atrair seus respectivos parceiros sexuais, eles utilizam diferentes
estratégias e tipos de comportamento, tais como: a liberação de feromônios, a
produção de pulsos luminosos e sons e a exibição de sinais de cor.
Normalmente, os machos depositam o esperma na vagina da fêmea durante a
cópula, embora, em algumas espécies, o esperma seja acondicionado em
espermatóforos, os quais podem ser transferidos à espermateca da fêmea
durante a cópula ou depositados no substrato.

Glossário:

Feromônio: substância química liberada por um ser vivo que influencia o


comportamento ou os processos fisiológicos de outro.

Fim do glossário.

Dessa forma, os ovos fertilizados são depositados em locais específicos do


ambiente, onde há disponibilidade de alimentos para o filhote, ou, até mesmo,
em outros seres vivos. Após a eclosão do ovo, o jovem inseto pode apresentar
desenvolvimento do tipo direto ou passar por uma série de modificações
morfológicas chamada de metamorfose. Esse processo envolve mudanças
hormonais e uma série de mudas. Conheça, a seguir, os tipos de
desenvolvimento.

Atenção professor: No desenvolvimento direto, os perigos envolvidos na fase


larval e a metamorfose são evitados. Fim da observação.

Boxe complementar:

Desenvolvimento direto ou ametábolo de um inseto

No desenvolvimento direto, observado em insetos (como as traças e os


colêmbolos), as formas jovens se assemelham aos adultos, mas apresentam
menor tamanho e não são capazes de se reproduzir. Os estágios observados
nesse tipo de desenvolvimento são: ovo, jovem e adulto.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: AMERICAN Museum of Natural


History. Arthropod Morphology. Disponível em:
www.amnh.org/learn/biodiversity_counts/ident_help/Parts_Arthropods/metamor
phosis.htm. Acesso em: 23 abr. 2015.

Desenvolvimento indireto de um inseto hemimetábolo

A metamorfose hemimetábola (ou incompleta) é observada em gafanhotos,


cigarras e louva-a-deus. Nesse tipo de desenvolvimento, as formas que
eclodem dos ovos, chamadas de ninfas, são parcialmente semelhantes ao
organismo adulto e, geralmente, apresentam brotos de asas que crescem em
tamanho conforme o inseto se desenvolve. Os estágios observados nesse tipo
de desenvolvimento são: ovo, ninfa e adulto.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: GULLAN, P. J.; CRANSTON, P.


S. Os insetos: um resumo de Entomologia. 3ª ed. São Paulo: Roca, 2007. p.
126.

Desenvolvimento indireto de um inseto holometábolo

A metamorfose holometábola (ou completa), considerada a forma mais comum


de desenvolvimento entre os insetos, é observada, por exemplo, em borboletas
e mariposas. Do ovo, eclode uma larva (também conhecida como lagarta, coró
ou broca), que é diferente da forma adulta, tanto em relação ao hábitat que
ocupa quanto ao hábito alimentar. Depois de várias mudas, a larva produz um
casulo ao seu redor e transforma-se em pupa, também chamada de crisálida.
Quando o adulto está totalmente desenvolvido, ele sai da pupa. Os estágios
observados nesse tipo de desenvolvimento são: ovo, larva, pupa e adulto.

FONTE: Ilustração produzida com base em: GULLAN, P. J.; CRANSTON, P. S.


Os insetos: um resumo de Entomologia. 3ª ed. São Paulo: Roca, 2007. p. 123.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

176

Equinodermos

Os equinodermos (filo Echinodermata), representados por cerca de 7 mil


espécies viventes (estrelas-do-mar, pepinos-do-mar, ouriços-do-mar, lírios-do-
mar, serpentes-do-mar, entre outros), são exclusivamente marinhos. Além
disso, são considerados organismos deuterostômios, celomados, triblásticos,
com corpo não segmentado e apresentam alternância entre simetria bilateral
na fase larval e simetria radial na fase adulta. Em geral, os equinodermos são
formados por cinco partes corpóreas que partem de um disco central,
configurando uma simetria radial pentâmera ou pentarradial. Ao contrário dos
animais que pertencem ao grupo dos seres com simetria bilateral, os
equinodermos não possuem formação de cabeça.
O corpo dos equinodermos, por sua vez, é dividido em superfície oral (onde se
localiza a boca) e aboral (região oposta). Além disso, contém ossículos
calcários, os quais podem estar dispersos no tecido dérmico ou firmemente
unidos, formando placas e são recobertos por uma epiderme. Esses ossículos
formam o endoesqueleto, característico dos equinodermos e que pode formar
espinhos e pedicelárias na superfície do corpo dos equinodermos. As
pedicelárias são apêndices com formatos variados que auxiliam no
afastamento de detritos e larvas, na captura de alimento, na defesa, na
absorção de nutrientes, entre outras funções.

Os equinodermos apresentam o sistema vascular hidráulico, também


conhecido como sistema aquífero ou ambulacral, que executa diferentes
funções nesses animais, como excreção, respiração, locomoção e captura de
alimentos. Veja, a seguir, mais informações sobre ele.

Boxe complementar:

Sistema vascular aquífero de uma estrela-do-mar

O sistema vascular hidráulico dos equinodermos é formado por uma rede de


canais e pés ambulacrais.
Os pés ambulacrais são tubos musculares ocos com a extremidade interna
terminando em uma ampola, que é um saco musculoso, e a extremidade
externa, geralmente, em uma ventosa. Esse sistema é preenchido por um
fluido similar à água do mar, que inclui, além da água, várias células,
compostos orgânicos e íons, que auxiliam no transporte interno e na
movimentação dos pés ambulacrais.
A abertura do sistema vascular ocorre pelo madreporito, por meio do qual a
água do mar entra no sistema vascular aquífero.
A locomoção baseada no sistema ambulacral envolve a contração e o
relaxamento da ampola, que promove a distensão e a retração dos pés
ambulacrais.

LEGENDA: Representação do movimento sequencial de um pé ambulacral.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 438.
CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

Classificação dos equinodermos

Os asteroides (classe Asteroidea), representados pelas estrelas-do-mar,


apresentam um corpo ligeiramente achatado e, geralmente, têm cinco braços.
Além disso, a boca ocupa uma posição central na superfície oral (voltada para
o substrato) do animal. Nessa superfície, são observadas fileiras de pés
ambulacrais, geralmente protegidos por espinhos. Já a superfície aboral,
áspera e espinhosa, é onde se encontram o ânus e o madreporito.

LEGENDA: Estrela-do-mar Fromia sp.

CRÉDITO: Ethan Daniels/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Estrela-do-mar: pode atingir até 15 cm de diâmetro.

Fim do complemento.

177

O corpo dos equinoides (classe Echinoidea), cujos representantes são os


ouriços-do-mar (fotografia A) e as bolachas-do-mar (fotografia B), é desprovido
de braços e pode ser globoso ou ter forma de disco. Nesses animais, os
ossículos dérmicos estão firmemente encaixados, formando uma carapaça, a
qual apresenta espinhos rígidos e móveis.

LEGENDA: Ouriço-do-mar (Strongylocentrotus purpuratus).

CRÉDITO: NatalieJean/Shutterstock.com

LEGENDA: Bolacha-do-mar (Echinarachnius parma).

CRÉDITO: Frans Lanting/Latinstock

Nesse grupo, a boca localiza-se na superfície oral e o ânus e o madreporito se


encontram na região aboral. Existem espécies cujas pedicelárias podem
produzir toxinas, por exemplo, em certos ouriços-do-mar.
Como exemplos de holoturoides (classe Holothuroidea), podemos citar os
pepinos-do-mar, cujo corpo é alongado no eixo oral-aboral, com a boca e o
ânus em extremidades opostas. Geralmente, os ossículos dérmicos são
reduzidos, resultando em um corpo mole com parede coriácea. Por isso,
nesses animais, o celoma passa a atuar como um esqueleto hidrostático.
Normalmente, os pés ambulacrais se distribuem apenas nas áreas que se
apoiam no substrato, podendo estar totalmente ausentes em algumas espécies
escavadoras. Os holoturoides podem, ainda, apresentar tentáculos ao redor da
boca, e o madreporito é interno, abrindo-se no celoma.

LEGENDA: Pepino-do-mar (Holothuria mexicana).

CRÉDITO: Vilainecrevette/Shutterstock.com

Os ofiuroides (classe Ophiuroidea), cujos representantes são as serpentes-do-


mar, possuem corpo com cinco braços delgados e articulados, que podem ser
ramificados e se movem vigorosamente. Esses animais não possuem
pedicelárias na superfície do corpo, e os pés ambulacrais são desprovidos de
ventosas, estando mais relacionados à alimentação do que à locomoção. O
madreporito, frequentemente reduzido, localiza-se, assim como a boca, na
região oral.

Como o intestino e o ânus são ausentes nos ofiuroides, a boca é o local de


entrada e saída de substâncias do sistema digestório desses animais.

LEGENDA: Serpente-do-mar (Ophiothrix suensoni).

CRÉDITO: Norbert Wu/Minden Pictures/Latinstock

Os lírios-do-mar, exemplos de crinoides (Classe Crinoidea), possuem o corpo


em formato de cálice ou taça e, geralmente, permanecem fixos ao substrato
durante parte da vida. Esses animais apresentam cinco braços flexíveis, que se
ramificam e formam outros, com pínulas laterais, podendo apresentar pés
ambulacrais modificados em tentáculos. A boca e o ânus estão voltados para
cima e localizados lado a lado. Os crinoides não possuem madreporito externo,
e a superfície do corpo é desprovida de espinhos e pedicelárias.

LEGENDA: Lírio-do-mar (Oxycomantus bennetti).

CRÉDITO: ECOSTOCK/Shutterstock.com
Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Bolacha-do-mar: pode atingir de 5 cm a 10 cm de diâmetro.

Lírio-do-mar: pode atingir 30 cm de altura.

Ouriço-do-mar: pode atingir 7 cm de diâmetro.

Pepino-do-mar: pode atingir 50 cm de comprimento.

Serpente-do-mar: pode atingir 12 cm de comprimento.

Fim do complemento.

178

Fisiologia dos equinodermos

O sistema digestório dos equinodermos possui fluxo unidirecional, exceto em


ofiuroides que não apresentam ânus e intestino (o estômago é o local de
digestão e absorção de nutrientes).

Os hábitos alimentares dos equinodermos são variados, incluindo animais


suspensívoros (alimentam-se de alimentos em suspensão na água),
predadores e detritívoros.

Alguns equinodermos possuem estruturas ou comportamentos específicos


relacionados à nutrição. Certas espécies de estrelas-do-mar, por exemplo,
evertem o estômago sobre a presa, liberando enzimas digestivas que iniciam a
digestão extracorpórea. Após a digestão parcial do alimento, o estômago
retorna ao corpo do animal, e os nutrientes são sugados. Alguns equinoides
possuem um aparato mastigador complexo, chamado lanterna de Aristóteles ,
dotado de dentes articulados que auxiliam a raspagem do substrato e a retirada
de pedaços do alimento.

As trocas gasosas nos equinodermos são realizadas por meio de estruturas


variadas, como brânquias nos asteroides; pés ambulacrais; superfície
corpórea; árvores respiratórias, um sistema de túbulos ramificados,
encontrados no celoma do trato digestório nos holoturoides; e invaginações na
superfície oral nos ofiuroides. O sistema circulatório é reduzido,
desempenhando pouca ou nenhuma função circulatória, a qual é exercida
principalmente pelo fluido do celoma. Os equinodermos são desprovidos de um
sistema excretor. Assim, a eliminação dos resíduos nitrogenados
(principalmente amônia) é feita por difusão em diferentes estruturas do corpo.

O sistema nervoso dos equinodermos apresenta um anel ao redor do esôfago


e nervos radiais. Os órgãos sensoriais são rudimentares e compostos de
receptores táteis e químicos, fotorreceptores, estatocistos e, em algumas
espécies, ocelos. Essas estruturas se encontram espalhadas pela superfície do
corpo do animal e permitem reações ao toque, à temperatura, a substâncias
químicas e a variações na intensidade luminosa.

Geralmente, a movimentação dos equinodermos é feita por meio dos pés


ambulacrais. No entanto, espinhos, contrações musculares da parede do corpo
e até mesmo os braços podem exercer essa função.

LEGENDA: Complexo mastigador (lanterna-aristóteles) em ouriço-do-mar


(Strongylocentrotus droebachiensis).

CRÉDITO: Tom McHugh/Science Source/Latinstock

Boxe complementar:

Morfologia interna de um ouriço-do-mar

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. L.; ROBERTS, L. S.;
LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Tradução Antonio Carlos
Marques et al. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 447.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

Reprodução dos equinodermos

A maioria dos equinodermos apresenta sexos separados, exceto algumas


espécies hermafroditas, como certos ofiuroides e holoturoides. Os animais do
filo Equinodermata não possuem estruturas copuladoras elaboradas, e os
gametas são liberados diretamente na água. Por isso, a fecundação costuma
ser externa, mas pode ocorrer a incubação dos zigotos em algumas espécies.
Geralmente, o desenvolvimento é indireto, com a eclosão de uma larva com
simetria bilateral, a qual passa por uma série de mudanças até se tornar um
adulto com simetria radial.

Algumas espécies de equinodermos podem apresentar partenogênese, bem


como se reproduzir assexuadamente, graças a sua elevada capacidade de
regeneração. Assim, os equinodermos podem regenerar partes perdidas e
eliminá-las por autotomia em diferentes situações. A regeneração, nesse
sentido, pode repor partes perdidas ou formar um animal completo a partir de
uma porção do corpo, desde que esta possua parte do disco central.

Glossário:

Autotomia: eliminação espontânea de parte(s) do corpo, observada em alguns


animais.

Fim do glossário.

LEGENDA: Estrela-do-mar (Austrofromia polypora) originando um novo


indivíduo a partir de um único braço.

CRÉDITO: Andrew J. Martinez/ Photoresearchers/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Estrela-do-mar: pode atingir 12 cm de diâmetro.

Fim do complemento.

179

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Sobre os anelídeos, responda às questões:

a) Explique as principais características do corpo dos anelídeos.

b) Quais dessas características podem ser utilizadas para diferenciar cada um


dos grupos do filo Annelida?
c) Descreva a fisiologia desse grupo de invertebrados de acordo com o que foi
estudado na página 167 deste capítulo.

2. Qual é a principal excreta nitrogenada produzida pelos insetos? De que


forma ela contribui para a sobrevivência desse animal no ambiente terrestre?

3. Qual é a função dos pigmentos respiratórios? Eles têm a mesma importância


para os insetos e os demais grupos estudados neste capítulo? Justifique.

4. No caderno, elabore um quadro apresentando informações sobre os grupos


de artrópodes estudados neste capítulo (crustáceos, insetos, aracnídeos
quilópodes e diplópodes). Para isso, destaque a divisão do corpo (tagmas), a
quantidade de antenas e de pernas desses animais.

5. Cite uma vantagem e uma desvantagem do exoesqueleto para os


artrópodes.

6. Sobre o crescimento dos artrópodes, observe o gráfico abaixo e responda às


questões propostas.

FONTE: BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Invertebrados. 2ª ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2007. p. 502.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

a ) Qual das linhas do gráfico acima representa o crescimento de artrópode: a


azul ou a vermelha? E qual delas representa um não artrópode? Justifique.

b ) O que as indicações A, B , I e II representam? Justifique.

c ) Descreva o crescimento dos artrópodes citando as indicações acima em sua


resposta.

7. Sobre a classificação dos equinodermos, reescreva as frases abaixo no


caderno, substituindo as letras pelas palavras corretas.

a ) Os A possuem sistema digestório bastante simples: intestino e ânus são


ausentes, a digestão e a absorção de nutrientes são feitas pelo estômago e as
excretas são eliminadas pela B. Além disso, são representados pelas C.

b ) Os D têm formato globoso e não possuem braços. Possuem E, um conjunto


de dentes articulados (complexo mastigador) na região da boca, utilizado para
raspar o substrato e triturar o alimento. São representados pelos F e pelas G .
c ) Alguns H alimentam-se projetando o I sobre o alimento, no qual liberam
enzimas para iniciar sua digestão. Possuem alta capacidade de regeneração e
são representados pelas J.

d ) Os K vivem a maior parte da vida fixos ao substrato e apresentam boca e


ânus lado a lado e voltados para cima. São representados pelos L.

e ) Os M têm o corpo dividido em regiões anterior e posterior. Possuem N,


órgãos responsáveis pelas trocas gasosas e são representados pelos O.

8. Relacione a coluna da esquerda com a da direita, de acordo com a fisiologia


de anelídeos, artrópodes e equinodermos.

Coluna da esquerda

a ) Túbulos de Malpighi

b ) Espiráculo

c ) Glândulas antenais

d ) Pulmões foliáceos

e ) Metanefrídios

f ) Árvores respiratórias

Coluna da direita

I ) Órgãos excretores dos crustáceos.

II) Órgãos respiratórios dos aracnídeos.

III) Órgãos excretores dos aracnídeos, insetos e miriápodes.

IV) Órgãos excretores dos oligoquetas.

V) Órgãos respiratórios dos holoturoides.

VI) Abertura do sistema respiratório traqueal dos insetos.

180

9. (Fuvest-SP) Tatuzinhos-de-jardim, escorpiões, siris, centopeias e borboletas


são todos artrópodes. Compartilham, portanto, as seguintes características:

a ) simetria bilateral, respiração traqueal e excreção por túbulos de Malpighi.

b ) simetria bilateral, esqueleto corporal externo e apêndices articulados.


c ) presença de cefalotórax, sistema digestório incompleto e circulação aberta.

d ) corpo não segmentado, apêndices articulados e respiração traqueal.

e ) corpo não segmentado, esqueleto corporal externo e excreção por túbulos


de Malpighi.

10. (PUC-SP) O animal A é hermafrodita e tem respiração cutânea, enquanto o


animal B é dioico (tem sexos separados) e excreção por túbulos de Malpighi; já
o animal C apresenta simetria pentarradial e sistema ambulacral. Os animais A,
B e C podem ser, respectivamente:

a ) minhoca, gafanhoto e estrela-do-mar.

b ) minhoca, planária e estrela-do-mar.

c ) barata, planária e ouriço-do-mar.

d ) barata, gafanhoto e hidra.

e ) gafanhoto, barata e hidra.

11. (UEL-PR) Observe a figura e responda à questão a seguir.

CRÉDITO: ullstein bild/Getty Images

A figura lembra o sistema hidrovascular ou ambulacral de um equinodermo.


Esse sistema atua na locomoção, respiração, captura de alimento e como
órgão sensorial, consistindo em um conjunto de canais no interior do corpo e
de prolongamentos tubulares, os pés ambulacrais, que se projetam para fora
através de poros.

Com relação às principais características das classes de equinodermos,


[escreva no caderno] a alternativa correta.

a ) As estrelas-do-mar apresentam cinco braços ramificados e flexíveis, com a


boca e o ânus localizados na região oposta ao substrato.

b ) As serpentes-do-mar possuem cinco braços finos e flexíveis, separados uns


dos outros e ligados a um disco central, com a boca localizada na região
voltada para o substrato.

c ) Os lírios-do-mar possuem cinco braços, a boca e os pés ambulacrais


localizados na região voltada para o substrato e o ânus na região superior.
d ) Os ouriços-do-mar, desprovidos de braços, diferem do padrão do filo, com a
boca localizada em uma das extremidades do corpo, rodeada por tentáculos, e
o ânus na região oposta.

e ) Os pepinos-do-mar têm a boca localizada na região voltada para o


substrato, o ânus na região superior e os pés ambulacrais distribuídos por todo
o corpo.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Considerando que o animal da página 165 possui pedipalpos, seu nome


popular, caranguejo-ferradura, condiz com o grupo de animais no qual ele é
classificado? Justifique.

B. Qual é a principal vantagem do desenvolvimento indireto, que envolve a


metamorfose completa?

C. O ambiente aquático ou terrestre pode interferir na fisiologia dos animais


estudados neste capítulo. Cite pelo menos um exemplo que comprove essa
afirmação.

181

Trocando ideias

Insetos como indicadores biológicos

Insetos de qualidade

[...]

Pequenos, quase imperceptíveis. Se a ausência de insetos dentro de casa


representa limpeza, nos rios e córregos essa ausência pode, justamente,
indicar poluição. Pesquisas recentes [...] têm demonstrado a eficácia do uso de
macroinvertebrados* como bioindicadores para avaliar a qualidade da água.
Degradados principalmente pela mão do homem, os ecossistemas aquáticos
configuram um grande desafio para os estudos ecológicos [...]

[...]
INSETOS de qualidade. Click Ciência, São Carlos, edição 17. Reportagem.
Disponível em:
www.clickciencia.ufscar.br/portal/edicao17/materia5_detalhe.php. Acesso em: 9
mar. 2016.

Um indicador é conhecido como uma medida ou um índice que permite avaliar


a saúde de um sistema, podendo ser físico, biológico ou econômico. Dessa
forma, o indicador biológico ou bioindicador corresponde à biota de um
ecossistema que pode ser utilizada para estimar a qualidade do ambiente. As
alterações ambientais afetam o metabolismo e o comportamento dos
indicadores biológicos. Por isso, eles são estudados para informar sobre a
degradação de um ambiente. Assim, a presença, a ausência ou qualquer
alteração na população desses seres vivos pode indicar uma alteração
ambiental.

Boxe complementar:

As abelhas e vespas são ótimos indicadores biológicos. Por exemplo, as


abelhas sem ferrão do gênero Melipona são sensíveis a mudanças na
composição vegetal, à presença de inseticidas, fungicidas e poluentes
presentes nas plantas. As alterações em sua população podem indicar
alterações ambientais em ecossistemas, áreas agrícolas, urbanas e de
mineração.

LEGENDA: Abelha do gênero Melipona.

CRÉDITO: Fabio Colombini

Formigas da espécie Wasmannia auropunctata são indicadores de ambientes


alterados, por causa da reduzida presença de vegetação nativa.

LEGENDA: Formiga da espécie Wasmannia auropunctata.

CRÉDITO: Visuals Unlimited/naturepl.com/Easypix

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Abelha: pode atingir cerca de 1 cm de comprimento.


Formiga: pode atingir 1,5 mm de comprimento.

Fim do complemento.

Atenção professor: Veja a resposta da questão desta seção nas Orientações


para o professor. Fim da observação.

· Junte-se a um colega e proponha uma situação em que um bioindicador


poderia contribuir para a conservação de determinado ambiente.

*Informe aos alunos que os macroinvertebrados incluem grupos como


crustáceos, moluscos, anelídeos e insetos.

182

LEGENDA: Peixe góbio ou peixe-saltador-do-lodo, saltando em ambiente


terrestre.

CRÉDITO: BOONCHUAY PROMJIAM/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Peixe-saltador-do-lodo: pode atingir 15 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Capítulo 10 - Cordados: peixes e anfíbios

O animal da fotografia acima é um peixe pertencente à família Gobiidae,


conhecido popularmente como peixe-saltador-do-lodo. Esse vertebrado está
presente em regiões costeiras tropicais e subtropicais dos oceanos Índico e
Pacífico e em manguezais da costa ocidental da África.

O peixe-saltador-do-lodo possui nadadeiras modificadas que auxiliam em sua


locomoção, no ambiente terrestre, por meio de saltos, para caçar pequenos
caranguejos ou até mesmo insetos terrestres.

Bastante ativo fora da água, ele possui grandes câmaras branquiais, nas quais
armazena água, e pode retirar delas o gás oxigênio de que precisa quando se
encontra em ambiente terrestre. Outra adaptação presente nesse animal que
consegue respirar fora d'água é a capacidade de realizar trocas gasosas por
meio do epitélio da boca e da faringe.
Os peixes desse gênero também têm o comportamento de escavar o lodo para
formar um túnel, no qual permanecem para regular a temperatura de seu
corpo. Além disso, utilizam-no para se proteger contra predadores e também
para armazenar os ovos fecundados, de onde eclodem as larvas.

A. Apesar de apresentar algumas adaptações para a vida em ambiente


terrestre, o peixe-saltador-do-lodo pertence ao grupo dos peixes. Quais são as
principais características observadas nesse grupo de vertebrados?

Resposta: Os peixes possuem um esqueleto com coluna vertebral de origem


óssea ou cartilaginosa. A maioria vive em ambientes aquáticos, e utiliza as
brânquias para realizar as trocas gasosas. Possuem nadadeiras distribuídas
pelo corpo e linha lateral, que os auxiliam a perceber o ambiente ao seu redor.

B. Quais características o peixe-saltador-do-lodo apresenta que o assemelha a


um anfíbio?

Resposta: A presença de nadadeiras modificadas em forma de membros e a


capacidade de respirar por meio da pele.

C. Explique como ocorre a respiração nos anfíbios.

Resposta: Os anfíbios respiram por meio de brânquias na fase larval e, quando


adultos, a maioria deles respira pela pele e pelos pulmões.

D Os anfíbios formam um grupo de vertebrados que apresenta diversas


adaptações para viver em ambiente terrestre. Cite três dessas adaptações.

Possíveis respostas: membros para se locomover em ambiente terrestre,


estrutura do corpo, presença de pulmões, sistema circulatório com a passagem
do sangue pelos pulmões.

183

Cordados

O filo dos cordados é composto de alguns animais invertebrados e, também, de


todos os animais vertebrados, isto é, aqueles que possuem um esqueleto
interno com vértebras, tais como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Os cordados apresentam simetria bilateral, são triblásticos e celomados. Eles


ocorrem em todos os tipos de ambiente - marinho, de água doce e terrestre.
A principal característica que classifica um animal como um cordado é: a
presença, em alguma fase de sua vida, da notocorda, de um tubo nervoso
dorsal oco, de fendas faríngeas e de uma cauda pós-anal.

A notocorda é um bastão de células rígido, mas flexível. Ela não só fornece


sustentação para o corpo dos cordados, mas também funciona como um eixo
firme sobre o qual agem os músculos durante a locomoção. A formação da
notocorda inicia-se nos primeiros estágios de desenvolvimento embriológico.
Em alguns cordados, como os anfioxos, a notocorda dura por toda a vida, mas,
nos vertebrados, ela é substituída por vértebras formadas por tecido ósseo ou
cartilaginoso.

O tubo nervoso nos cordados é oco e dorsal, e é formado pelo dobramento de


células ectodérmicas acima da notocorda. Nos vertebrados, ele se transforma
na medula espinal e no encéfalo, que é protegido por um crânio cartilaginoso
ou ósseo.

As fendas faríngeas são estruturas formadas durante o desenvolvimento


embrionário, e que permanecem durante toda a vida em alguns cordados,
como nos anfioxos e nos peixes. Nesses cordados, elas se desenvolvem e
comunicam a faringe com o meio externo. Em vertebrados tetrápodes, aqueles
que possuem quatro membros, tais como anfíbios, répteis, aves e mamíferos,
essas fendas se desenvolvem em outras estruturas.

A cauda pós-anal está presente na grande maioria dos cordados e auxilia em


sua movimentação. No ser humano, ela é vestigial, ou seja, não funcional e
seria formada pelas vértebras do final da coluna, o cóccix.

Os cordados são classificados em três subfilos: urocordados, cefalocordados e


craniados, também chamados de vertebrados.

Boxe complementar:

Características gerais de um cordado

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 699.

CRÉDITO: Somma Studio

Fim do complemento.
Urocordados

Os urocordados são animais marinhos, encontrados em todas as regiões


costeiras. A maioria das espécies é séssil na fase adulta, mas existem
espécies livre-natantes.

Esses animais secretam uma túnica externa, por isso também são chamados
tunicados . Entre seus representantes está a ascídia, animal que pode ter vida
solitária ou colonial.

A ascídia possui um sifão oral, que serve de entrada para a água do mar, e um
sifão atrial para a saída da água. No interior da túnica, estão as fendas
faríngeas, uma das quatro características dos cordados presentes na fase
adulta. A faringe é responsável por capturar o alimento em uma rede de muco
e realizar as trocas gasosas. Ela também pode gerar uma corrente de água em
seu interior pelo movimento de cílios. Os alimentos capturados pelo muco da
faringe são direcionados até o esôfago e o estômago, depois são absorvidos
pelo intestino e eliminados pelo ânus, próximo ao sifão atrial.

184

O sistema circulatório dos tunicados é fechado. O coração realiza um


movimento incomum: envia o sangue para uma direção, por meio de algumas
contrações; em seguida, para e reverte o movimento, levando o sangue à
direção oposta. As ascídias são hermafroditas, ou seja, um mesmo indivíduo
tem gônada masculina e feminina.

Os urocordados possuem uma fase larval que lembra um pequeno girino dos
anfíbios. Nessa fase, a notocorda encontra-se restrita à cauda, fato que origina
o nome urocordado (do grego, uro significa cauda; codon, cordão). Conforme a
larva se desenvolve, a cauda é perdida juntamente com a notocorda, e o tubo
nervoso, também presente nessa fase, se reduz a um gânglio simples.

LEGENDA: Estrutura da larva de uma ascídia.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 701.

CRÉDITO: Studio Caparroz

LEGENDA: Estrutura de uma ascídia adulta.


CRÉDITO: Studio Caparroz

LEGENDA: Ascídia.

CRÉDITO: Colin Marshall/Minden Pictures/Latinstock

Cefalocordados

Os cefalocordados são cordados que mantêm a notocorda por toda a vida. Eles
podem variar de 5 a 15 cm, e a grande maioria habita o fundo de mares
arenosos rasos.

O anfioxo é o representante mais conhecido desse grupo. Ele tem pequenos


tentáculos que auxiliam a criar um fluxo de água que flui até as fendas
faríngeas, alimenta-se por meio de filtração e vive grande parte do tempo
enterrado no substrato dos oceanos.

Nas fendas faríngeas, existe um tipo de muco no qual o alimento é aprisionado


e dirigido pelos cílios até o esôfago e o estômago. Os nutrientes são
absorvidos no intestino, e as partículas não digeridas são eliminadas pelo ânus.

O sistema circulatório dos animais pertencentes a esse subfilo é fechado.


Esses animais eliminam suas excretas por meio de nefrídios. Os sexos são
separados, e a fecundação é externa, com espermatozoides e óvulos dispersos
no oceano.

LEGENDA: Estrutura de um anfioxo.

CRÉDITO: Studio Caparroz

LEGENDA: Anfioxo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 700.

CRÉDITO: Marevision/Age Fotostock/Easypix Brasil

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Anfioxo (Branchiostoma lanceolatum): pode atingir 6 cm de comprimento.

Ascídia (Rhopalaea sp.): pode atingir 5 cm de comprimento.

Fim do complemento.
185

Craniados ou vertebrados

Uma das principais características dos craniados é que apresentam um crânio


ósseo ou cartilaginoso, que protege o encéfalo bastante desenvolvido em
relação aos invertebrados. No esqueleto desses animais, há uma coluna
vertebral formada por vértebras ósseas ou cartilaginosas, as quais se articulam
e protegem a medula espinal que passa em seu interior*.

Desse subfilo fazem parte os chamados animais agnatos e os gnatostomados.


Entre os agnatos, vertebrados sem mandíbula, destacam-se as feiticeiras e as
lampreias. As feiticeiras não têm vértebras, e as lampreias apresentam
rudimentos de cartilagem ao redor do tubo nervoso. Já os gnatostomados ,
vertebrados com mandíbula, entre eles peixes, anfíbios, répteis e mamíferos,
têm vértebras verdadeiras.

Os vertebrados formam um grupo bem diversificado. Seus representantes têm


sistema digestório com fluxo unidirecional, sistema excretor com rins e um
coração ventral com duas, três ou quatro câmaras. De maneira geral,
apresentam sexos separados, cada sexo com um par de gônadas, com
aberturas que descarregam os gametas na cloaca ou em aberturas genitais
próximas ao ânus.

Classificação dos vertebrados

Os vertebrados são formados por sete grupos: os agnatos ou ciclóstomos,


condrictes (peixes cartilaginosos), osteíctes (peixes ósseos), anfíbios, répteis,
aves e mamíferos. Observe, a seguir, o cladograma dos cordados e veja nele a
classificação dos vertebrados.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 467.

CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

1. Qual é a importância da coluna vertebral?

Resposta: Ela dá suporte ao crânio e protege a medula espinal.


2. O que se pode concluir sobre a relação filogenética entre as aves e os
répteis?

Resposta: As aves se ramificaram a partir dos répteis.

*No entanto, nem todos os craniados possuem coluna vertebral. Assim, o


emprego desse termo é mais apropriado para descrever o grupo. Apesar disso,
nesta coleção, optamos por utilizar o termo vertebrado, que é mais conhecido.

186

Peixes

Os peixes são animais aquáticos que respiram por meio de brânquias e


possuem nadadeiras. Essas características se aplicam à grande maioria das
espécies do grupo, com algumas exceções, como os peixes pulmonados, que
também têm estruturas modificadas em pulmões para respirar.

Os peixes apresentam adaptações para a vida aquática presente no planeta, e,


atualmente, são conhecidas mais de 26 mil espécies. A sobrevivência desses
animais no meio aquático foi possível em razão das características citadas
acima, e também da capacidade que eles têm de manter certa flutuação na
coluna de água.

A denominação "peixes" não consiste em uma classificação, mas faz referência


a um grupo de animais que apresentam as características descritas acima.
Quanto à classificação, os peixes são separados em três grupos: agnatos ou
ciclóstomos, os condrictes e os osteíctes.

· Agnatos ou ciclóstomos

Os agnatos atuais são representados pelas feiticeiras (ou peixe-bruxa), e pelas


lampreias. Entre as várias características que definem o grupo destacam-se a
presença de uma boca circular e a ausência de mandíbula. Esta última dá o
nome ao grupo (agnata, do grego, a significa sem, gnathos, maxila; ou
ciclostómos, do grego, cyclos significa circular, e stoma, boca).

Trata-se de animais vertebrados, nos quais as vértebras estão completamente


ausentes (feiticeiras) ou estão presentes em formas rudimentares (lampreias).
As feiticeiras são animais exclusivamente marinhos, e as lampreias são
encontradas tanto nesse ambiente como em água doce.
A pele dos agnatos não apresenta escamas e tem glândulas de muco. O
esqueleto dos agnatos é cartilaginoso, e neles a notocorda persiste na fase
adulta. Esses animais possuem nadadeiras ímpares dorsal, caudal e anal
pouco desenvolvidas, respiram por meio de aberturas branquiais, apresentam
sistema urinário formado por rins simples e sua excreção é feita pela cloaca.

Os agnatos não têm órgãos reprodutores especializados. Os gametas são


produzidos pelo celoma e liberados através de poros urinários. Esses animais
se reproduzem por fecundação externa, e o desenvolvimento é direto nas
feiticeiras e indireto nas lampreias, que apresentam uma fase larval.

Os agnatos dividem-se em duas classes: os mixíneos e os petromizontes. Os


mixíneos são formados pelas feiticeiras, com aproximadamente 60 espécies
conhecidas, entre elas a Myxine sotoi, encontrada no Brasil. Seus olhos são
rudimentares e cobertos por uma pele. Para localizar seus alimentos, utilizam o
olfato e o tato.

Esses animais secretam grande quantidade de muco, presente na parede do


corpo para inibir predadores. Esse muco adere ao predador e pode obstruir
suas brânquias, forçando-o a se retirar.

A boca é circundada por seis tentáculos, que podem ser estendidos e


movimentados para a procura de alimento.

LEGENDA: Boca circular da lampreia, característica dos agnatos.

CRÉDITO: Paul van Hoof/Nature Stock Photo/Easypix

LEGENDA: Feiticeira ou peixe-bruxa.

CRÉDITO: Photoshot/Tom & Therisa Stack/Biosphoto/AFP Photo

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Feiticeira (Eptatretus stouti): pode atingir 64 cm de comprimento.

Lampreia (Petromyzon marinus): pode atingir 30 cm de comprimento.

Fim do complemento.

3. Que outro grupo de peixes possui esqueleto cartilaginoso?


Resposta: Os condrictes.

187

As lampreias são as representantes da classe dos petromizontes. Vivem


principalmente no Hemisfério Norte, e delas são conhecidas aproximadamente
de 40 a 50 espécies.

A boca circular e o esôfago localizam-se ao longo do funil oral, cuja superfície


interna contém diversas fileiras de dentículos queratinizados bem
desenvolvidos, em forma de cone. Essa estrutura permite à lampreia utilizar
sua boca como uma ventosa, que a ajuda a se fixar no corpo de outros peixes
maiores, perfurando-lhes a pele com a língua e os dentes, para sugar o sangue
e os demais tecidos do hospedeiro. O peixe parasitado, geralmente, não morre,
mas fica muito debilitado. Em virtude de seu hábito parasita, a respiração das
lampreias ocorre pela entrada e pela saída da água pelas brânquias.

Diferentemente das feiticeiras, as lampreias têm olhos grandes e


desenvolvidos. Algumas espécies são parasitas somente na fase larval, e
outras, somente na fase adulta.

LEGENDA: Lampreia parasitando um peixe.

CRÉDITO: Photoshot/Paulo de Oliveira/NHPA/Biosphoto/Other Images

· Condrictes

Os condrictes, também conhecidos como peixes cartilaginosos, são animais


principalmente marinhos, com aproximadamente 840 espécies conhecidas.
Entre seus representantes estão os tubarões, as raias e as quimeras. A origem
do nome desse grupo se deve à presença de seu esqueleto cartilaginoso (do
grego, chondros significa cartilagem; ichthys, peixe).

Esse é o primeiro grupo, na linha evolutiva dos cordados, que apresenta


mandíbula (gnatostomados) e vértebras. O desenvolvimento de maxilas nos
gnatostomados permitiu-lhes uma variedade de novos comportamentos
alimentares, tais como agarrar presas, cortar o alimento com o auxílio dos
dentes e moer alimentos duros.

Esses animais apresentam nadadeiras peitorais e pélvicas pares, que, estão


presentes uma de cada lado do corpo do peixe e podem variar de número
conforme a espécie. Também têm uma nadadeira caudal, uma dorsal e uma
anal.

As raias têm o corpo achatado e as nadadeiras peitorais expandidas. Já os


tubarões apresentam uma nadadeira caudal bem desenvolvida, que
proporciona o impulso para a natação, graças aos movimentos da cauda. Esta
é dividida em dois lobos, e o lobo superior contém o final da coluna vertebral e
é ligeiramente maior que o inferior. Essa característica é uma adaptação que
impulsiona o corpo do tubarão para cima.

Em algumas espécies de tubarões e raias, os machos apresentam uma


nadadeira anal, que se modifica em órgão copulador chamado clásper.

LEGENDA: Raia (Potamotrygon motoro).

CRÉDITO: Artur Keunecke/Pulsar

LEGENDA: Quimera (Hydrolagus colliei).

CRÉDITO: Tom McHugh/Science Source/Latinstock

LEGENDA: Tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum), que ocorre em toda a costa


brasileira. Vive próximo ao fundo do mar e alimenta-se de invertebrados.

CRÉDITO: Vilainecrevette/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Peixe (Argyrosomus regius): pode atingir 2 m de comprimento.

Quimera (Hydrolagus colliei): pode atingir 1 m de comprimento.

Raia (Potamotrygon motoro): pode atingir 1 m de comprimento.

Tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum): pode atingir 3 m de comprimento.

Fim do complemento.

188

Os condrictes estão divididos em dois grupos: os holocéfalos , formados pelas


quimeras, e os elasmobrânquios, formados por raias e tubarões.
Os holocéfalos não possuem escamas e apresentam quatro brânquias
recobertas por um tipo de membrana chamada opérculo.

Os elasmobrânquios têm o corpo revestido por escamas placoides. A parte


externa dessas escamas é de origem epidérmica e composta de esmalte. Elas
formam uma pele resistente, protetora e flexível, que facilita o fluxo de água na
superfície do corpo durante a natação, reduzindo seu atrito. Essas escamas
são continuamente adicionadas ao tegumento conforme o animal cresce. A
parte interna das escamas placoides é de origem dérmica, composta de
dentina, que envolve um canal central - a polpa. Essa estrutura é semelhante
aos dentes de mamíferos.

Os tubarões e as raias possuem de cinco a sete pares de brânquias visíveis


externamente. Observe.

LEGENDA: Anatomia externa de um tubarão com destaque para as escamas


placoides.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 489, 494.

CRÉDITO: A7 Estudio

Nos tubarões, a boca ventral apresenta várias fileiras de dentes pontiagudos e


com formato triangular, estruturalmente similares às escamas placoides. A
fileira anterior possui os dentes mais desenvolvidos, que estão em uso. Há
outras fileiras com dentes em desenvolvimento. Ao se tornarem desgastados
pelo uso, os dentes da primeira fileira caem e são substituídos pela fileira
seguinte, em um processo que ocorre periodicamente.

Após a boca, tem início a faringe onde estão localizadas as fendas branquiais.
O esôfago é curto e largo e comunica-se com o estômago. O intestino possui
uma válvula espiral, a qual consiste em uma dobra interna que retarda a
passagem do alimento e aumenta a superfície de absorção de nutrientes. Ele
termina em uma cloaca, que, além do conteúdo intestinal, também recebe os
produtos do rim e das gônadas.
Esses animais têm, ainda, fígado e pâncreas que se abrem para o intestino;
não possuem vesícula gasosa, também conhecida como bexiga natatória,
estrutura relacionada à flutuação, presente nos osteíctes.

O sistema nervoso dos condrictes é formado pelo encéfalo, que está protegido
pelo crânio, e pela medula espinal, protegida pela coluna formada por
vértebras. A excreção é feita pelos rins.

LEGENDA: Anatomia interna de um tubarão.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 489, 491.

CRÉDITO: A7 Estudio

189

A maioria dos tubarões é predadora e apresenta adaptações importantes para


esse hábito. As presas podem ser detectadas a vários metros de distância por
meio do olfato ou por um sistema que detecta vibrações a certas distâncias,
chamado de linha lateral. Esse sistema é formado por órgãos receptores
mecânicos de vibrações, que consistem em uma sequência de orifícios
distribuídos na cabeça e ao longo da lateral do corpo, nos quais se encontram
células sensíveis às movimentações na água. A partir desse órgão, o animal
obtém informações sobre o ambiente ao seu redor.

Ao se aproximar da presa, o tubarão utiliza seus olhos bem desenvolvidos para


identificá-la e atacá-la. No estágio final do ataque, ele usa um sistema formado
por eletrorreceptores chamados de ampolas de Lorenzini, que captam o campo
bioelétrico da presa. Esse sistema pode ser encontrado na cabeça dos
tubarões e nas nadadeiras peitorais das raias.

Boxe complementar:

Funcionamento da linha lateral

A linha lateral 1 encontra-se logo abaixo da superfície da pele. No interior da


linha, existe um canal com líquido e estruturas chamadas de cúpulas 2, as
quais contêm células pilosas. Conforme o peixe se movimenta, esse líquido
movimenta as cúpulas, alterando a posição de estereocílios 3, que ficam sobre
as células pilosas. Essa alteração estimula essas células a enviar sinais, por
meio dos dendritos, para o cérebro do peixe, os quais são traduzidos em
informações sobre a localização do estímulo recebido.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 489-490.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

· Osteíctes

Os representantes dessa classe somam mais de 95% dos peixes viventes.


Diferenciam-se dos condrictes porque possuem o esqueleto ósseo,
característica que dá nome ao grupo (do grego, osteon significa osso; ichthys,
peixe).

Os osteíctes são classificados em dois grupos: os actinopterígeos - peixes com


nadadeiras raiadas (do grego, actinos significa raio; pteryg, nadadeira); e os
sarcopterígeos - peixes que possuem nadadeiras lobadas (do grego, sarco
significa carnoso; pteryg, nadadeira). O foco do estudo será dado para os
actinopterígeos, que representam a grande maioria dos peixes ósseos.

Actinopterígeos

Essas espécies têm nadadeiras com feixes de ossos finos em forma de leque.
São flexíveis, o que ajuda na mudança de direção e permite manobras mais
rápidas. Apresentam epiderme com glândulas produtoras de muco e escamas
dérmicas. No entanto, alguns peixes ósseos são totalmente desprovidos de
escamas, como é o caso dos bagres e das enguias.

190

A boca contém dentes geralmente iguais entre si, mas que podem variar de
formato conforme a espécie. Após a boca, segue a faringe, que é formada por
um par de câmaras laterais onde se alojam de quatro a cinco pares de
aberturas branquiais protegidas por opérculos - estruturas ósseas móveis que
aumentam a eficácia da circulação de água e das trocas de gases.
Um curto esôfago chega até o estômago, que se comunica com o intestino.
Diferentemente dos condrictes, o intestino não tem válvula espiral. Nesse caso,
as enzimas digestivas são produzidas nos cecos pilóricos, estruturas que
também contribuem para aumentar a superfície de contato entre a mucosa
intestinal e os alimentos. O intestino termina em ânus e abre-se externamente
próximo ao orifício genital.

LEGENDA: Anatomia externa e interna de uma perca-amarela.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 493.

A respiração dos peixes osteíctes, e também dos condrictes, ocorre por meio
do fluxo de água através das brânquias, local onde ocorrem as trocas gasosas.
Observe como ela ocorre, no esquema a seguir.

Boxe complementar:

Respiração dos peixes teleósteos

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 917.

CRÉDITO: A7 Estudio

A água entra pela boca 1, passa pelas brânquias e sai pelos arcos branquiais
2. As brânquias possuem vasos sanguíneos que recebem o gás oxigênio da
água e liberam nela o gás carbônico 3.

LEGENDA: Passagem da água sobre as brânquias.

LEGENDA: Vista ventral.

CRÉDITO: Luciane Mori

LEGENDA: Brânquias sob o opérculo.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos
vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 84.

CRÉDITO: imageBROKER/Alamy Stock Photo/Latinstock

Fim do complemento.
191

O sistema circulatório dos peixes osteíctes é fechado, formado por um coração


com duas cavidades - um átrio e um ventrículo -, artérias, veias e capilares.
Esse sistema é chamado simples, pois o sangue passa somente uma vez pelo
coração antes de seguir para o corpo. Já o sistema circulatório de anfíbios,
répteis, aves e mamíferos é duplo, pois o sangue passa duas vezes pelo
coração antes de seguir para o corpo. Observe o esquema abaixo.

Boxe complementar:

Sistema circulatório dos peixes

O sangue rico em gás carbônico, que vem de todas as partes do corpo, é


levado pelas veias 1 até o seio venoso 2, e depois para o átrio 3. Do átrio, o
sangue passa para o ventrículo 4, de onde é bombeado para a aorta ventral 5,
até chegar aos capilares que circundam as brânquias 6. Nesse local, o gás
carbônico sai dos capilares para a água, e o gás oxigênio dissolvido nela entra
nos capilares. O sangue oxigenado é conduzido pela aorta dorsal 7, que se
ramifica até atingir todas as partes do corpo 8.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 901.

CRÉDITO: Camila Ferreira

Fim do complemento.

Os peixes ósseos têm, ainda, um órgão chamado vesícula gasosa ou bexiga


natatória. Conforme o peixe muda de posição na coluna de água, a variação do
volume de gás no interior desse órgão permite que o peixe mantenha sua
flutuabilidade. Quando ele nada para o fundo, o volume do gás reduz; quando
ele nada para cima, o volume do gás aumenta*. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Vesícula gasosa

1. A vesícula gasosa, quando preenchida por gás, aumenta seu volume. Como
o ar é menos denso do que a água, o peixe consegue nadar em áreas mais
rasas.
2. Quando o peixe nada para o fundo, a vesícula gasosa se esvazia, reduzindo
a densidade do peixe e permitindo-o nadar em áreas mais fundas.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: SCHMIDTNIELSEN, K.


Fisiologia Animal: adaptação e meio ambiente. 5ª ed. São Paulo: Santos, 2002.
p. 453.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

Esses peixes excretam amônia, um resíduo nitrogenado, produto do


metabolismo de proteínas de ácidos nucleicos. A amônia é altamente solúvel
em água, mas tóxica ao organismo, e por isso, sua eliminação deve ser
imediata. O meio aquático favorece a eliminação de amônia, que é
prontamente diluída ao ser eliminada.

Seu sistema nervoso apresenta um encéfalo relativamente desenvolvido, com


prolongamentos nervosos a partir da medula espinal. Assim como os peixes
cartilaginosos, os peixes ósseos também possuem uma linha lateral sensível
às vibrações e aos movimentos da água. O olfato apresenta receptores na
narina e na boca, e a visão é variável, mais desenvolvida em determinadas
espécies e pouco desenvolvida nos peixes que vivem em águas turvas e sem
iluminação.

*Aproveite esse assunto e trabalhe com os alunos a seção Encontro com...


Física, na página 192, para que compreendam melhor como ocorre essa
relação do volume de gás e a posição do peixe na água.

192

Encontro com... Física

Vesícula gasosa e flutuação dos peixes

Conforme sobem ou descem na coluna de água, os peixes alteram a


densidade de seu corpo por meio do preenchimento ou do esvaziamento da
vesícula gasosa. Mas como isso ocorre?
Densidade é a relação correspondente à massa (m) de um corpo e à
quantidade que ele ocupa no espaço, ou seja, seu volume (v). A densidade é
calculada pela seguinte fórmula:

, onde

d = densidade (kg/m³, g/cm³)

m = massa (em quilos ou gramas)

v = volume da amostra (em metros ou centímetros cúbicos)

A flutuação dos peixes é possível graças à diferença de densidade entre a


vesícula gasosa e a densidade da água. Observe o esquema.

Além da densidade, as forças de empuxo (E) e peso (P) também influenciam


na estabilidade do peixe na coluna de água.

Boxe complementar:

Para que o peixe flutue, a densidade da vesícula gasosa deve ser menor que a
da água. Logo, o aumento do volume da vesícula gasosa implica a redução da
densidade do corpo do animal.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: SCHMIDTNIELSEN, K.


Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5ª ed. São Paulo: Santos, 2002.
p. 453.

Fim do complemento.

O empuxo é uma força vertical que atua de baixo para cima, sobre qualquer
corpo que esteja imerso em um fluido. A intensidade da força de empuxo é
equivalente à quantidade do fluido que é deslocada pelo corpo. O peso (P)
corresponde ao produto da massa de um corpo pela gravidade (P = m . g). A
relação entre as forças de empuxo e peso determina se um corpo submerso
afunda ou flutua. Observe.

Boxe complementar:

Para que o peixe fique em equilíbrio na coluna d'água, a quantidade de gás


dentro da vesícula gasosa deve permitir que as forças de empuxo e peso se
igualem. A força de empuxo corresponde à quantidade de água deslocada pelo
volume do corpo do peixe. Quando ela se iguala à força peso, o peixe se
mantém estático na coluna de água A. Se a força de empuxo for menor que a
força peso, o peixe é puxado para baixo e afunda B. Em contrapartida, se a
força de empuxo for maior, o peixe é puxado para cima e flutua C.

CRÉDITO: Ilustrações: Studio Caparroz

Fim do complemento.

193

Sarcopterígeos

Os sarcopterígeos são peixes ósseos que possuem nadadeiras carnosas ou


lobadas, com sustentação óssea semelhante aos tetrápodes. Atualmente, há
poucas espécies desses peixes na natureza, entre elas a piramboia,
popularmente chamada de peixe pulmonado, e o celacanto.

Esses peixes têm vesícula gasosa e opérculo sobre as brânquias, pelas quais
realizam as trocas gasosas. Além das brânquias, eles apresentam pulmões
primitivos, não funcionais nos celacantos, mas operantes em outras espécies,
como na piramboia.

A piramboia, nome de origem tupi que significa "peixe-cobra", pode ser


encontrada nos rios da região Amazônica, que sofre constantes cheias e
secas. Na época da seca, essa espécie utiliza suas nadadeiras pélvicas e
peitorais para construir uma toca vertical na lama. Essa toca apresenta uma
abertura que se liga ao ambiente, por meio da qual o peixe consegue realizar a
respiração pulmonar.

O celacanto é uma espécie que se acreditava já estar extinta há milhões de


anos. Entretanto, em 1938, na costa da África do Sul, um celacanto foi
capturado em um barco de pescadores. Até então, somente espécies
fossilizadas, com milhões de anos, haviam sido encontradas.

Essa espécie é a única viva atualmente e é considerada remanescente de um


grupo de peixes que viveu aproximadamente entre 400 e 70 milhões de anos
atrás, que deu origem aos tetrápodes.

LEGENDA: Lepidosiren paradoxa, peixe pulmonado conhecido como


piramboia, encontrado na Bacia Amazônica.
CRÉDITO: Tom McHugh/Science Source/Latinstock

LEGENDA: Latimeria chalumnae, peixe pulmonado conhecido como celacanto.

CRÉDITO: Peter Scoones/SPL/Latinstock

Reprodução dos peixes

Os peixes possuem sexo separado, ou seja, são dioicos, e o desenvolvimento


pode ser direto ou indireto, com a formação de um alevino.

A maioria das espécies é ovípara, e os gametas masculinos e femininos são


depositados no ambiente onde ocorrem a fecundação e a formação do ovo.
Existem também espécies ovovivíparas, nas quais a fecundação é interna e o
saco vitelínico do embrião (de onde provêm os nutrientes) está preso ao útero
da mãe. Nas espécies vivíparas, o embrião desenvolve-se dentro do útero da
mãe, de quem recebe nutrientes por meio do saco vitelínico, altamente
vascularizado.

Em geral, as espécies marinhas colocam grande quantidade de ovos, pois a


taxa de sobrevivência é baixa. Por outro lado, as espécies de água doce
colocam menor quantidade de ovos, mas o cuidado parental é maior. Por
exemplo, algumas espécies constroem ninhos nos leitos dos rios e ali
depositam seus ovos, enquanto outras os carregam na boca.

LEGENDA: Os machos do cavalo-marinho possuem uma bolsa incubadora em


seu corpo, onde carregam os ovos para protegê-los.

CRÉDITO: Shinji Kusano/Nature Production/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cavalo-marinho (Hippocampus coronatus): pode atingir 10,5 cm de


comprimento.

Celacanto (Latimeria chalumnae): pode atingir 2 m de comprimento.

Piramboia (Lepidosiren paradoxa): pode atingir até 1,5 m de comprimento.

Fim do complemento.

194
Biologia e Ambiente

Piracema e pesca predatória

Alguns peixes cujo comportamento é migratório sobem os rios até sua


nascente para desovarem. Esse acontecimento é chamado piracema e
corresponde ao período reprodutivo dos peixes. A palavra "piracema" tem
origem na língua indígena tupi e significa saída do peixe.

Na época da piracema, a pesca é proibida por lei, para que os animais possam
se reproduzir e sua população não corra o risco de ser reduzida.

Além da pesca predatória, outras ações humanas prejudicam a biodiversidade


dos peixes, como a construção de usinas hidrelétricas que causam o
represamento dos rios. Apesar de as usinas hidrelétricas serem necessárias
para produzir a maior parte da energia elétrica em nosso país, a edificação de
barragens para a formação de represas e reservatórios altera o fluxo natural
dos rios e interfere na migração de determinadas espécies de peixes. Porém,
algumas alternativas são desenvolvidas para tentar minimizar esses impactos,
entre elas a construção de escadas de transposição, que permitem a ascensão
dos peixes ao longo do rio represado por meio de canais alternativos.

A pesca predatória é um dos principais fatores que, atualmente, contribuem


para a redução da biodiversidade marinha. Segundo a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a pesca já alcançou ou
ultrapassou os limites da exploração para 80% das espécies de peixes
marinhos.

Durante a pesca, grandes redes são jogadas no oceano e arrastadas pelos


barcos pesqueiros para a retirada de uma enorme quantidade de peixes.
Dependendo da profundidade, essas redes tocam o fundo do oceano e
arrastam consigo não somente peixes, mas também diversos outros animais da
fauna marinha, além de destruir os corais.

Há cerca de 50 anos, ainda se acreditava que os oceanos proporcionariam


uma fonte inesgotável de alimentos. Entretanto, a pesca exploratória vem
reduzindo drasticamente os recursos pesqueiros, em virtude da extração
exagerada das espécies, sem considerar suas capacidades reprodutivas. De
acordo com alguns estudos, se a atividade pesqueira fosse interrompida
imediatamente, seriam necessários pelo menos 20 anos para o
restabelecimento das populações das espécies predadas no ambiente.

É possível praticar uma pesca de maneira sustentável. No entanto, é


necessário haver a preservação de um número suficiente de indivíduos aptos à
reprodução para a manutenção da espécie e proibir a pesca durante a época
reprodutiva.

LEGENDA: Canal da Piracema na Usina de Itaipu, maior hidrelétrica do mundo,


localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, em 2014.

CRÉDITO: Ismar Ingber/Pulsar

LEGENDA: Animais marinhos capturados em uma rede de arrasto.

CRÉDITO: Jeff Rotman/Science Source/Latinstock

195

Origem e evolução dos tetrápodes

Diversas evidências fósseis indicam que os tetrápodes surgiram há


aproximadamente 360 milhões de anos, durante o período Devoniano, a partir
de linhagens ancestrais dos sarcopterígeos, peixes bentônicos e com
nadadeiras pares bastante desenvolvidas.

Nessa época, alguns ambientes aquáticos sofriam constantes secas e, com


isso, os animais ficavam "presos" nas lagoas sem comunicação. Acredita-se
que a necessidade de se locomover de uma lagoa para outra, antes da seca
total, favoreceu a sobrevivência de espécies ancestrais que possuíam
nadadeiras modificadas em membros, as quais permitiam rastejar ou até
mesmo "caminhar" no sedimento.

A respiração aérea também foi outro fator determinante para essa transição.
Enquanto a quantidade de gás oxigênio dissolvido era bastante reduzida nas
lagoas lodosas, no ar atmosférico, o gás oxigênio era encontrado em grandes
quantidades. Dessa maneira, os indivíduos que possuíam "pulmões primitivos"
(pequenas projeções da faringe presentes até hoje nos peixes sarcopterígeos)
podiam sobreviver com mais independência da água. Nos tetrápodes atuais,
esses pulmões encontram-se altamente adaptados para as condições
terrestres.
Associada à presença de pulmões, a circulação do sangue também sofreu
adaptações, deixou de ser simples (coração - brânquias - corpo) e passou a ser
dupla, ou seja, a cada ciclo, o sangue passa duas vezes pelo coração (coração
- pulmões - coração - corpo).

Outras adaptações também foram importantes para a vida terrestre, como a


sustentação do corpo, a manutenção da temperatura e a retenção da água no
corpo dos animais.

Alguns fósseis documentam a transição do ambiente aquático para o ambiente


terrestre. Observe alguns exemplos a seguir.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos
vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 198, 207. WHAT has the
head of a crocodile and the gills of a fish? Understanding Evolution, maio 2006.
University of California Museum of Paleontology/National Center for Science
Education. Disponível em:
http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/news/060501_tiktaalik. Acesso em: 8
fev. 2016.

CRÉDITO: Luciane Mori

196

Anfíbios

Os anfíbios evoluíram a partir de ancestrais de nadadeira lobada, por exemplo,


o Ichthyostega, que é considerado um animal pertencente a um grupo extinto
de anfíbios.

Embora as espécies ancestrais tivessem o corpo revestido por escamas, os


anfíbios atuais apresentam pele nua, muito vascularizada, e mucosa,
responsável pelas trocas gasosas.

Atualmente, os anfíbios formam uma classe com cerca de 6 mil espécies,


divididas em três ordens: anuros, urodelos e ápodes.

Anuros

Os anuros são formados pelos sapos, rãs e pererecas. É a ordem mais


diversificada de anfíbios, com mais de 4 300 espécies. São encontrados em
todo o planeta, exceto na região Antártica, e a maior quantidade de espécies é
encontrada no Brasil.

Esses animais possuem quatro membros e não apresentam cauda na fase


adulta, característica que dá o nome ao grupo (do grego, an significa sem; uro,
cauda). O corpo é curto e inflexível, com membros posteriores bem
desenvolvidos para o salto, mas também podendo caminhar, escalar e nadar.

Boxe complementar:

As rãs possuem pele mais lisa e úmida, e as longas pernas posteriores são
adaptadas para extensos saltos e para a natação, pois têm membranas entre
os dedos.

LEGENDA: Rã (Rana clamitans).

CRÉDITO: Marvin Dembinsky Photo Associates/ Alamy Stock Photo/Latinstock

Os sapos têm a pele mais grossa e rugosa e vivem mais tempo fora da água.
Suas pernas posteriores são menores que as das rãs, por isso realizam saltos
mais curtos.

LEGENDA: Sapo (Bufo marinus).

CRÉDITO: Malcolm Schuyl/Alamy Stock Photo/Latinstock

As pererecas têm discos adesivos na ponta dos dedos que as ajudam a subir
em árvores e a agarrar superfícies verticais. A cabeça e os olhos são grandes,
a cintura fina e os membros longos.

LEGENDA: Perereca (Hyla geographica).

CRÉDITO: Premaphotos/Alamy Stock Photo/Latinstock

Fim do complemento.

Urodelos

Esse grupo é representado pelas salamandras. Elas têm dois pares de pernas,
que apresentam o mesmo tamanho, corpo alongado e cauda comprida.
Algumas salamandras são aquáticas durante toda a vida, mas grande parte
apresenta uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre. A maioria delas
é encontrada no Hemisfério Norte, e algumas, na América do Sul.
LEGENDA: Salamandra (Ambystoma californiense).

CRÉDITO: Sebastian Kennerknecht/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Axolote (Ambystoma mexicanum), espécie de salamandra que


continua a respirar por brânquias externas ao corpo, na fase adulta.

CRÉDITO: blickwinkel/Huetter/Alamy Stock Photo/ Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Axolote(Ambystoma mexicanum): pode atingir 30 cm de comprimento.

Perereca (Hyla geographica): pode atingir 8 cm de comprimento.

Rã (Rana clamitans): pode atingir 11 cm de comprimento.

Salamandra (Ambystoma californiense): pode atingir 12 cm de comprimento.

Sapo (Bufo marinus): pode atingir 25 cm de comprimento.

Fim do complemento.

197

Ápodes

Esses animais são representados pelas cecílias e são encontrados em


ambientes tropicais de todo o mundo. Possuem corpo alongado, cauda curta e
não apresentam pernas, característica que dá o nome à ordem (do latim, a
significa sem; podos, pés). Locomovem-se por ondulações do corpo,
rastejando, e podem ser escavadores ou aquáticos.

Esses anfíbios também são conhecidos como

cobras-cegas, pois seus olhos podem ser recobertos por um tegumento ou por
um osso, e não há pálpebras. Algumas espécies têm escamas incrustadas na
pele.

LEGENDA: Cecília (Ichtyophis sp.).

CRÉDITO: Daniel Heuclin/Nature Pictures Library/Other Images

Fisiologia dos anfíbios


Os anfíbios formam o primeiro grupo dos tetrápodes a viver fora da água.
Apesar disso, são animais que dependem diretamente da água, principalmente
em relação à reprodução de sapos, rãs e pererecas, que necessitam do
ambiente aquático para a fertilização dos ovos e o desenvolvimento de suas
larvas, chamadas de girinos. Por isso, o nome desse grupo (do grego, amphi
significa ambos; bios, vida) reflete o tipo de vida desses animais - parte em
ambiente aquático e parte em ambiente terrestre.

Algumas características dos anfíbios permitiram a ocupação do ambiente


terrestre, como o desenvolvimento da respiração pulmonar, da circulação dupla
e da capacidade de reter água no corpo. Além disso, a estrutura do esqueleto e
dos músculos, associada à presença de quatro membros articulados, fornece-
lhe sustentação ao corpo e permite uma diversidade de movimentos, como
caminhar, nadar, escalar e saltar.

Os anfíbios apresentam pele úmida, sem escamas, e altamente permeável a


gases. A umidade de seu revestimento é mantida pela constante secreção de
muco, produzido pelas glândulas mucosas presentes na pele. A maioria desses
animais também possui glândulas de veneno sobre a pele.

Em geral, os anfíbios são carnívoros quando adultos. Na fase de girinos, eles


se alimentam principalmente de algas e microrganismos suspensos na água.
Na fase adulta, alimentam-se de animais vivos, como insetos, vermes e
pequenos moluscos. Há, ainda, algumas espécies de grande porte que podem
se alimentar de pequenos vertebrados, como peixes, aves, mamíferos, e até de
outros anfíbios.

A maioria deles não tem dentes. Nas espécies com dentes, estes são pouco
desenvolvidos, servindo apenas para segurar as presas dentro da boca.

A presa é capturada pela língua, que é recoberta por uma substância viscosa,
produzida por algumas glândulas. Essa língua é projetada em direção à presa
a uma grande velocidade, aderindo a esta; em seguida, é rapidamente
recolhida para o interior da boca do anfíbio. A presa é engolida inteira,
passando por faringe, esôfago, estômago e intestino delgado. O fígado e o
pâncreas liberam enzimas para auxiliar na digestão, e as fezes são formadas
no intestino grosso e liberadas pela cloaca.
LEGENDA: Sapo (Bufo japonicus) capturando, com a língua, uma abelha.

CRÉDITO: Satoshi Kuribayashi/Nature Production/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cecília (Ichtyophis sp.): pode atingir 60 cm de comprimento.

Sapo (Bufo japonicus): pode atingir 15 cm de comprimento.

Fim do complemento.

198

Em geral, os anfíbios realizam as trocas gasosas por meio da pele. No entanto,


dependendo da fase da vida ou da espécie do animal, também podem respirar
por meio de pulmões ou de brânquias. Na fase larval, respiram por meio de
brânquias e, quando chegam à fase adulta, essas brânquias desaparecem,
permanecendo somente em algumas espécies de salamandras.

Boxe complementar:

Respiração dos anfíbios

1. Ao inspirar, o ar do meio externo entra pelas narinas e enche a parte inferior


da cavidade bucal do anfíbio.

2. Em seguida, o anfíbio pressiona o assoalho da cavidade bucal e empurra o


ar contido nela para os pulmões.

3. A cavidade bucal ventila por um tempo por meio da entrada e da saída de ar


ritmada. O ar que se encontra nos pulmões é expelido para fora do corpo
através das narinas, por meio da contração da musculatura da parede do
corpo.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 523.

Fim do complemento.

O sistema circulatório desses animais é fechado e ocorre uma mistura de


sangue arterial, que passou pelos pulmões e foi oxigenado, e sangue venoso,
que veio do corpo e possui alta concentração de gás carbônico dissolvido. Isso
acontece porque o coração dos anfíbios é dividido em três câmaras: dois átrios
e um ventrículo, tornando a circulação dupla (pulmonar e sistêmica). Observe a
seguir.

Boxe complementar:

Circulação dos anfíbios

1. O sangue pobre em gás oxigênio que vem do corpo entra no átrio direito.

2. O sangue rico em gás oxigênio segue dos pulmões para o átrio esquerdo.

3. Os átrios direito e esquerdo contraem-se ao mesmo tempo, empurrando o


sangue para o ventrículo. Trabéculas presentes no ventrículo impedem
parcialmente a mistura do sangue rico em gás oxigênio com o sangue pobre
em gás oxigênio.

4. O ventrículo se contrai e o sangue rico em gás oxigênio segue para o corpo.

5. A outra parte do sangue pobre em gás oxigênio que estava no ventrículo


segue para os pulmões.

FONTE: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology. 8ª


ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 902.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori

Fim do complemento.

A circulação pulmonar diminui quando o animal está submerso, pois o pulmão


se torna inativo em virtude da incapacidade de o animal respirar pelas narinas.
Dessa maneira, o sangue é bombeado principalmente para a pele, onde
ocorrem as trocas gasosas. Em seguida, o sangue é direcionado ao átrio direito
do coração, que, nessa situação, recebe sangue já oxigenado.

O sangue é filtrado por um par de rins, que produzem excretas ricas em ureia.
A ureia é uma substância menos tóxica ao organismo e precisa de menos água
para ser eliminada em relação à amônia. Quando ainda são larvas, estas se
desenvolvem no meio aquático e excretam amônia.

O sistema nervoso dos anfíbios é bem desenvolvido. Ele é formado pelo


encéfalo e pela medula espinal, de onde partem nervos para todo o resto do
corpo. Os sentidos são aguçados, com uma visão sensível a movimentos. Na
fase larval, possuem linha lateral, como os peixes.

4. Cite duas diferenças entre o sistema circulatório de peixes e o de anfíbios.

Possíveis respostas: O coração de peixes apresenta duas câmaras, um átrio e


um ventrículo, enquanto o coração de anfíbios apresenta três câmaras, dois
átrios e um ventrículo. Os peixes têm circulação simples e os anfíbios,
circulação dupla.

199

Reprodução dos anfíbios

Os anfíbios são animais dioicos e possuem ampla variedade de modos


reprodutivos e de cuidado parental.

Nos anuros, a maioria das espécies é ovípara, e o desenvolvimento é indireto,


ou seja, dos ovos eclodem larvas aquáticas chamadas de girinos , que passam
por diversos estágios de metamorfose.

Durante a época reprodutiva, algumas espécies retornam para o ambiente


aquático, onde formam grandes aglomerações e emitem vocalizações na forma
de coaxos para atrair parceiros sexuais.

Veja, a seguir, como ocorre a reprodução dos anfíbios.

Boxe complementar:

Reprodução dos anuros

1. O macho segura o corpo da fêmea em um abraço chamado amplexo, para


que ela libere os ovos. Assim que são liberados na água, os ovos são
fecundados pelos espermatozoides do macho.

2. Os ovos são revestidos por uma camada gelatinosa e depositados em locais


úmidos para serem protegidos da dessecação.

3. As larvas de anuros são chamadas girinos. Neles, a cabeça e o corpo são


fundidos e apresentam nadadeiras.

4. O girino cresce e sofre metamorfose. Primeiro, desenvolvem os membros


posteriores e, em seguida, os anteriores. Nesse processo, também
desenvolvem pulmões e reabsorvem a cauda e as brânquias.
FONTE: Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia
geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 633.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

Além da finalidade reprodutiva, os coaxos dos anuros servem para espantar


intrusos e predadores, ou para marcar território. Visite o site a seguir para ouvir
a gravação de vocalizações emitidas por diferentes espécies de anuros.

· http://tub.im/n5taqs

Acesso em: 11 fev. 2016.

Na maioria das espécies dos urodelos, a reprodução ocorre por fecundação


interna. Ela é realizada pela transferência de um pacote de espermatozoides
para o corpo da fêmea, chamado espermatóforo, que é produzido na cloaca do
macho. Os espermatozoides são liberados quando o espermatóforo se
dissolve, e a fecundação ocorre dentro da fêmea.

Após a fecundação, os ovos são depositados na água, desenvolvem-se e


liberam larvas aquáticas, que passam por metamorfose para se tornarem
animais adultos. Porém, algumas espécies completamente terrestres não
possuem fase larval, e seu desenvolvimento é direto.

Entre os ápodes, a maioria é vivípara. Neles, a fecundação é interna e o


desenvolvimento direto. No entanto, também existem espécies ovíparas, nas
quais as fêmeas depositam os ovos em solo úmido para se desenvolverem. Em
algumas espécies, as larvas migram para a água para completar seu
desenvolvimento, em outras, o desenvolvimento ocorre no interior dos ovos.

200

Os anfíbios apresentam uma grande variedade de cuidado parental. Por


exemplo, na espécie conhecida como sapo-pipa, as fêmeas carregam os ovos
fecundados pelos machos sob a pele, onde se desenvolvem os girinos. Outras
espécies de anuros carregam os ovos em sacos vocais, ou no estômago, e
algumas espécies de ápodes fazem ninhos e se enrolam ao redor dos ovos.

LEGENDA: A fêmea do sapo-pipa, com ovos sobre seu dorso.


CRÉDITO: Andrea Florence/Biosphoto/Ardea/Other Images

LEGENDA: Cecília enrolada sobre seus ovos em um ninho.

CRÉDITO: Sathyabhama Das Biju/AFP Photo

Biologia e Cultura

Sapo-veneno-de-flecha, vacina do Kambô e os indígenas

Entre os animais, colorações intensas como azul, amarelo, vermelho e verde,


ou uma combinação dessas cores com preto e branco, são indícios de que eles
são venenosos ou impalatáveis. Essa sinalização visual é chamada
aposematismo .

Certas espécies de anfíbios de tamanho reduzido desenvolveram essa


estratégia para sobreviver ao ataque de predadores. Um exemplo é o sapo-
veneno-de-flecha (Phyllobates terribilis). Esse anuro de coloração amarelada
intensa possui glândulas sob sua pele que liberam uma potente toxina quando
está em situações de estresse, como um ataque de predador.

O nome desse sapo provém de uma prática comum entre povos indígenas
nativos da Colômbia, que utilizam as toxinas da pele do sapo para envenenar
as flechas usadas na caça de animais. O veneno é obtido por meio de uma
suave fricção da flecha nas costas do sapo, que libera as toxinas. A flecha
permanece envenenada por até dois anos.

Alguns povos indígenas da Amazônia brasileira utilizam as propriedades das


toxinas de uma perereca conhecida como kambô ou kampu para fortalecer o
corpo contra doenças e afastar o "panema", ou seja, a má sorte. Outros povos,
como os Katukina e Kaxinawá, realizam a aplicação dessa substância no
próprio corpo em uma técnica conhecida como a "vacina do kambô".

Vários estudos têm sido realizados para entender as propriedades dessa toxina
e sua possível utilização para a fabricação de medicamentos.

Sabe-se que peptídeos encontrados em sua composição apresentaram


resultados importantes no combate a microrganismos causadores de doenças,
como algumas bactérias, o vírus HIV e alguns protozoários.

LEGENDA: Sapo-veneno-de-flecha (Phyllobates terribilis).


CRÉDITO: Martin Fowler/Shutterstock.com

LEGENDA: Perereca kambô (Phyllomedusa bicolor).

CRÉDITO: Piotr Naskrecki/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Perereca kambô (Phyllomedusa bicolor): pode atingir cerca de 11,8 cm de


comprimento.

Sapo-pipa (Pipa pipa): pode atingir 20 cm de comprimento.

Sapo-veneno-de-flecha (Phyllobates terribilis): pode atingir cerca de 4,7 cm de


comprimento.

Fim do complemento.

A aplicação da vacina do kambô é realizada por meio de um ritual indígena.


Para conhecê-lo, acesse o site:

· http://tub.im/n2r4p8.

Acesso em: 12 fev. 2016.

201

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Quais são as principais características de um cordado?

2. Como os cordados são classificados? Cite duas características de cada


subfilo.

3. Descreva as principais diferenças entre peixes condrictes e osteíctes.

4. De que modo os peixes controlam sua flutuação na coluna de água?

5. Os anfíbios evoluíram a partir de quais animais? Cite as principais


características dos anfíbios.
6. Quais características permitiram aos primeiros tetrápodes conquistar o
ambiente terrestre?

7. Qual é a importância do cuidado parental realizado por peixes e anfíbios?

8. Explique o que são escamas placoides e identifique em quais animais elas


são encontradas.

9. Quais são as características que permitem aos tubarões serem grandes


animais predadores?

10. No caderno, faça um esquema representando o processo de respiração


pulmonar nos anfíbios.

11. A piramboia habita regiões pantanosas, riachos e pequenos afluentes, que,


por vezes, sofrem secas e se tornam grandes lamaçais. Como esse peixe
consegue sobreviver nessas condições?

12. Relacione as estruturas à sua respectiva descrição.

Coluna 1

a ) Opérculo

b ) Ampolas de Lorenzini

c ) Vesícula gasosa

d ) Clásper

e ) Válvula espiral

Coluna 2

I ) Estrutura que auxilia na flutuação dos peixes ósseos.

II ) Órgão copulatório dos peixes cartilaginosos.

III ) Estrutura responsável por retardar a passagem de alimentos e aumentar a


superfície de absorção nos peixes cartilaginosos.

IV ) Estrutura composta de placas ósseas, que fica localizada sobre as


brânquias dos peixes ósseos.

V ) Eletrorreceptores presentes na cabeça de tubarões.

13. Sobre a linha lateral, responda às questões a seguir.


a ) Qual é a sua importância nos peixes?

b ) Nos anfíbios, a linha lateral está presente apenas nas larvas e em alguns
adultos de espécie aquáticas. Por que elas estão ausentes em anfíbios
terrestres?

14. Observe as ilustrações abaixo e, com base em seus conhecimentos,


responda às questões.

CRÉDITO: Camila Carmona

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 901-902.

CRÉDITO: Luciane Mori

a ) Qual das ilustrações representa a circulação que ocorre nos peixes? E nos
anfíbios?

b ) Como são denominados os tipos de circulação que ocorrem em peixes e


anfíbios? Por quê?

c ) Explique a diferença entre a circulação que ocorre na ilustração I e a que


ocorre na ilustração II.

d ) Nos anfíbios, ocorre a mistura do sangue rico em gás oxigênio com o


sangue pobre em gás oxigênio? Justifique sua resposta.

202

15. Leia o trecho do texto a seguir, e, em seguida, responda às questões


propostas.

[...]

A responsabilidade brasileira sobre a biodiversidade de anfíbios é enorme. De


fato somos os campeões em sapos. No território brasileiro, já foram registradas
817 espécies de anfíbios e a cada ano muitas espécies são acrescentadas à
lista. Na Mata Atlântica, que já sofreu dematamento de cerca de 93%, mais de
480 espécies de anfíbios já foram registradas, e cerca de 80% deles dependem
de água para completar seu ciclo de vida [...]

[...]
FONSECA, Carlos R. et al. Metamorfose. Scientific American Brasil. São Paulo.
Disponível em: www2.uol.com.br/sciam/reportagens/metamorfose.html. Acesso
em: 15 abr. 2016.

a ) Que características climáticas e geográficas o Brasil apresenta que


favorecem a presença de uma grande biodiversidade de anfíbios?

b ) Pesquise o nome científico, o popular e a ocorrência de três espécies de


anfíbios encontradas no Brasil.

c ) Muitas espécies de anfíbios brasileiros possuem potentes toxinas. Em que


local do corpo do animal elas são produzidas e qual é a sua importância para
os anfíbios?

16. A ilustração abaixo representa, de forma simplificada, fases do ciclo de vida


de um anfíbio anuro. As setas I e II indicam algumas etapas deste ciclo.
Explique, resumidamente, as principais etapas do ciclo de vida deste animal.

CRÉDITO: Luciane Mori

17. Leia o trecho abaixo e responda às questões propostas.

[...]

"Os anfíbios são muito sensíveis às rápidas mudanças ambientais atuais. Tanto
que funcionam como um termômetro do estado dos ecossistemas. Quando
algo vai mal em um ecossistema, os primeiros que o notam são esses animais,
por isso são considerados excelentes "bioindicadores" da qualidade do meio",
ressalta Gema Rodríguez, técnico do programa de Biodiversidade da WWF
Espanha [...].

Segundo esse especialista, os anfíbios "são tão vulneráveis porque precisam


de dois tipos de hábitats em muito bom estado para sobreviver: a terra, onde
vivem; e a água, onde se reproduzem. Além disso, têm uma pele e um sistema
imunológico muito delicado, e isso os torna muito vulneráveis a qualquer tipo
de substância tóxica ou agente patogênico [...].

"No caso dos anfíbios, um dos problemas derivados da mudança climática é a


possível dessecação de lagos ou pontos de água pelo aumento das
temperaturas. Além disso, a permeabilidade da pele das criaturas, seus ciclos
de vida bifásicos e seus ovos sem casca protetora os tornam extremamente
suscetíveis a pequenas mudanças na temperatura, à radiação solar e aos
níveis de umidade", diz Gema Rodríguez.

[...]

GALILEIA, Daniel. O princípio do fim dos anfíbios. EXAME.com, São Paulo, 20


nov. 2013. Disponível em: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/o-
principio-do-fim-dos-anfibios. Acesso em: 13 fev. 2016.

a ) Quais características dos anfíbios os tornam suscetíveis a rápidas


mudanças ambientais?

b ) A pele dos anfíbios é altamente vascularizada e úmida. Essas


características auxiliam esse órgão a desempenhar que importante função nos
anfíbios?

c ) Por que os anfíbios são considerados excelentes bioindicadores da


qualidade do ambiente?

203

18. (Udesc-SC) Analise as proposições quanto às características dos anfíbios.

I ) A reprodução é sexuada, com fecundação externa, e são de sexos distintos


(macho e fêmea).

II ) São homeotérmicos, ou seja, mantêm a temperatura corpórea praticamente


constante, independente das variações térmicas do ambiente.

III ) Apresentam pele lisa e glândulas mucosas, que são responsáveis pela
manutenção da umidade da pele.

IV ) São amniotas, pois apresentam bolsa amniótica ou âmnio que protege o


embrião.

Assinale a alternativa correta.

a ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas I , II e III são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas I , II e IV são verdadeiras.

d ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

e ) Todas as afirmativas são verdadeiras.


19. (Mackenzie-SP)

I ) Presença de bexiga natatória.

II ) Presença de opérculo protegendo as fendas branquiais.

III ) Corpo coberto por escamas de origem dérmica.

IV ) Arco mandibular não fundido ao crânio.

Das características acima, assinale as que estão presentes nos peixes ósseos
e ausentes nos cartilaginosos.

a ) I e II.

b ) I , II e III.

c ) II , III e IV.

d ) II e III.

e ) II e IV.

20. (Uece) Analise as seguintes afirmações sobre as características dos


tubarões:

I ) suas escamas são homólogas aos dentes dos outros cordados;

II ) possuem bexiga natatória, responsável por sua excelente flutuabilidade;

III ) são animais sensíveis, com a capacidade de detectar campos elétricos


gerados por outros animais;

IV ) são sempre animais de grande porte, pois todos são ferozes e vorazes.

Estão corretas as características contidas em:

a ) I , II , III e IV.

b ) I e II .

c ) II e IV.

d ) I e III .

21. (Famema-SP) Referindo-se aos anfíbios, pode-se afirmar que:

a ) apresentam respiração cutânea.

b ) são homeotérmicos.
c ) possuem coração com quatro cavidades.

d ) não apresentam fase larval.

e ) todos apresentam quatro patas.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Verifique a resposta que você deu à pergunta d da página 182 e


complemente-a, se necessário.

B. Observe o cladograma da página 185. Quais características se


desenvolveram até que surgissem os animais apresentados na página 196?

C. Observe as duas fotografias apresentadas na página 186 . O que os animais


retratados apresentam em comum para serem classificados no mesmo filo?

204

LEGENDA: Filhote de cuco (Cuculus canorus) sendo alimentado por petinha-


dos-prados (Anthus pratensis).

CRÉDITO: Michael Callan/FLPA/Minden Pictures/Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cuco (Cuculus canorus): pode atingir até 34 cm de comprimento.

Petinha-dos-prados (Anthus pratensis): pode atingir até 15 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Capítulo 11 - Cordados: répteis, aves e mamíferos

[...]

As fêmeas dos cucos depositam seus ovos apenas nos ninhos de outras
espécies de aves obrigatoriamente, pois elas não constroem os seus. Um ovo
de cuco geralmente mimetiza o formato e o colorido dos ovos do hospedeiro. O
anfitrião pode reconhecer o ovo e assim abandonar o ninho, ou pode, sem
saber, incubar e chocar o ovo de cuco. Logo após a eclosão, o ninhego (assim
é chamada a ave recém-eclodida) do cuco empurra instintivamente sobre a
borda do ninho qualquer objeto sólido com o qual entra em contato, ou seja,
outros ovos ou, eventualmente, os verdadeiros ninhegos do hospedeiro já
nascidos, ejetando-os daquele lar aconchegante. Com o desaparecimento de
seus ovos ou filhotes, os pais adotivos dedicam toda a sua atenção para o
jovem cuco. [...]

RODRIGUES, Marcos. O estranho no ninho pode ser um parasita. O Eco, 25


nov. 2013. Disponível em: www.oeco.org.br/colunas/colunistas-
convidados/27795-o-estranho-no-ninho-pode-ser-um-parasita/. Acesso em: 18
mar. 2016.

No Brasil, uma ave que possui hábito semelhante ao do cuco é o chupim. Após
eclodir do ovo no ninho de outra ave, o filhote é alimentado pelos pais adotivos
antes mesmo que os verdadeiros ninhegos eclodam. Quando isso ocorre, o
chupim já está grande, e os ninhegos verdadeiros não conseguem disputar o
alimento com ele e morrem de fome.

A. Além das aves, os répteis também colocam ovos com casca. Essa
característica é importante para o desenvolvimento em um ambiente terrestre?
Por quê?

Resposta: Sim, porque o embrião é capaz de se desenvolver na ausência de


água, e o ovo apresenta todos os nutrientes de que necessita para seu
desenvolvimento.

B. O cuco eclode a partir de um ovo, que também recebe os cuidados da


fêmea. Qual é a diferença entre a reprodução das aves e a dos mamíferos?

Repsosta: As aves são ovíparas e a maioria dos mamíferos é vivípara, isto é, o


embrião se desenvolve no interior do corpo materno.

C. Qual é a diferença entre o controle da temperatura corpórea exercido pelos


répteis do exercido por aves e mamíferos?

Resposta: A temperatura dos répteis varia conforme a do ambiente, por isso


eles controlam sua temperatura expondo-se ou escondendo-se de fontes de
calor. Já a temperatura das aves e dos mamíferos tem pouca oscilação. Eles
controlam a temperatura por meio da produção de calor pelo metabolismo, sem
a necessidade de outras fontes de calor.

205

Répteis

Como estudamos no capítulo anterior, os anfíbios foram o primeiro grupo de


craniados tetrápodes a conquistar o ambiente terrestre. Vimos também que,
apesar das diversas adaptações, algumas características desse grupo ainda o
tornam dependente da água, como a presença de ovos sem casca e de larvas
que respiram por meio de brânquias.

Com o passar do tempo, outras adaptações permitiram que determinado grupo


de animais superasse essa dependência da água. Considera-se que a principal
adaptação tenha sido o aparecimento de um ovo com casca, resistente ao
ressecamento, e com uma série de anexos embrionários em seu interior, os
quais fornecem as condições necessárias para o desenvolvimento do embrião
em ambiente terrestre. Esse grupo de animais recebeu o nome de amniotas,
em referência ao âmnio, anexo embrionário que forma uma bolsa ao redor do
embrião, a qual é preenchida por um líquido que impede sua desidratação*.

Os primeiros amniotas surgiram há aproximadamente 360 milhões de anos, na


era Paleozoica. Posteriormente, eles se diferenciaram em todos os grupos de
répteis, de aves e de mamíferos. Atualmente, os répteis são formados pelas
tartarugas, crocodilos, lagartos e serpentes.

Boxe complementar:

A era dos répteis

Durante 165 milhões de anos, uma grande variedade de grupos de répteis


desenvolveu-se a partir dos ancestrais amniotas. Entre eles está o extinto
grupo dos dinossauros, que, durante aproximadamente 135 milhões de anos,
foram os animais dominantes na Terra.

Esses animais desapareceram da Terra há 65 milhões de anos, e ainda não se


sabe ao certo o motivo de sua extinção. Acredita-se, porém, que os
dinossauros tenham sido extintos por uma série de fatores, entre eles as
consequências causadas pelo impacto de um meteoro que teria caído no
território que, hoje, corresponde ao México. Atualmente, os crocodilos são os
répteis com parentesco mais próximo dos dinossauros.

LEGENDA: Braquiossauros, alguns dos maiores dinossauros que já existiram.


Esses animais mediam aproximadamente 25 m de comprimento.

CRÉDITO: Elenarts/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Diversos fósseis de dinossauros já foram encontrados por pesquisadores em


solo brasileiro. Acesse o site a seguir e veja alguns desses répteis pré-
históricos que viveram em nossas terras há milhões de anos.

· http://tub.im/mntbq3.

Acesso em: 3 mar. 2016.

Características dos répteis

A pele dos répteis é seca, não apresenta glândulas e possui uma espessa
derme, características que evitam o ressecamento. Ela é revestida por
escamas com queratina, em lagartos e serpentes, e por placas, em crocodilos
e jacarés. Nas tartarugas, essas placas revestem uma carapaça óssea formada
pela fusão de alguns ossos. As cobras e os lagartos sofrem ecdise, em que a
pele é trocada periodicamente. Associados à epiderme encontram-se os
cromatóforos , células com pigmentos coloridos que fornecem coloração
característica a alguns répteis.

A locomoção dos répteis é realizada por meio de quatro membros que ficam
paralelos ao corpo. No entanto, as serpentes são uma exceção, pois não
possuem membros e utilizam movimentos ondulatórios do corpo para se
movimentar.

Algumas espécies apresentam membranas entre os dedos das patas, que


auxiliam em sua locomoção quando estão na água. Outras possuem
nadadeiras, como é o caso das tartarugas marinhas.

LEGENDA: Calango. Os pigmentos dos cromatóforos são responsáveis por


suas cores.

CRÉDITO: Ricardo Siqueira/Argosfoto


Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Calango (Ameiva ameiva): pode atingir até 10 cm de comprimento.

Fim do complemento.

1. Além de ovos com casca, que outras características contribuem para a vida
em um ambiente terrestre?

Resposta esperada: a respiração por pulmões, a presença de membros


articulados, a circulação dupla, a manutenção da temperatura e a retenção da
água no corpo dos animais em razão da pele seca e da espessura da derme.

*Caso considere interessante, retome com os alunos os conceitos sobre os


anexos embrionários estudados no capítulo 14 do volume de 1 º ano desta
coleção.

206

Classificação dos répteis

O grupo dos répteis sofreu mudanças importantes em sua classificação,


deixando de ser considerado como um grupo válido por cientistas. Isso ocorreu
porque o agrupamento popularmente conhecido como répteis não constitui um
grupo biológico verdadeiro, monofilético, no qual um ancestral comum origina
as diferentes linhagens de animais.

Hoje, sabe-se que os extintos dinossauros e os atuais crocodilos e aves


correspondem a um grupo denominado arcossauros . Assim, as aves também
deveriam ser incluídas na classe dos répteis. Apesar dessa classificação,
optamos por estudar as aves separadamente do grupo dos répteis.

Os répteis atuais são classificados em três ordens principais: os quelônios ou


testudíneos, os crocodilianos e os escamados.

Quelônios

Os quelônios são representados por tartarugas, jabutis e cágados. Esses


animais são ovíparos e não possuem dentes.

Há cerca de 320 espécies viventes. A característica mais marcante nesses


animais é a presença de uma carapaça (casco), que recobre a parte dorsal do
corpo, e o plastrão, localizado na parte ventral. Somente a cabeça e os
membros permanecem para fora do casco, mas, em algumas espécies, podem
ser totalmente retraídas para seu interior, garantindo-lhes proteção contra
predadores.

Boxe complementar:

Estrutura do corpo de um quelônio

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 536.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: A7 Estudio

Fim do complemento.

Boxe complementar:

As tartarugas são quelônios aquáticos. Seu corpo é um pouco achatado e


apresenta nadadeiras, sendo as dianteiras maiores do que as traseiras. Essas
características auxiliam em sua movimentação na água.

LEGENDA: Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), encontrada no litoral


brasileiro.

CRÉDITO: Andrey Armyagov/Shutterstock.com

Os jabutis são quelônios terrestres. Sua carapaça é alta, suas pernas são
rígidas e retas e seus dedos são curtos e sem membranas.

LEGENDA: Jabuti-gigante (Geochelone gigantea).

CRÉDITO: Charles V. Angelo/Science Source/BSIP/Glow Images

Os cágados são quelônios de água doce, que vivem em rios e lagos. Possuem
corpo achatado e pescoço longo. Apresentam membranas entre os dedos e
sua carapaça é oval.

LEGENDA: Cágado-tracajá (Podocnemis unifilis), presente na Amazônia.

CRÉDITO: Pete Oxford/Minden Pictures/Latinstock

Fim do complemento.

Crocodilianos
Esse grupo de répteis é representado por crocodilos, jacarés e gaviais. Os
crocodilianos atuais são animais semiaquáticos. Eles apresentam quatro
pernas e membranas entre os dedos, que os auxiliam na locomoção dentro da
água. A cauda achatada lateralmente impulsiona o corpo do animal na água.
Possuem pálpebras para proteger os olhos, e suas narinas, localizadas na
parte superior da cabeça, podem ficar fora da água enquanto o resto do corpo
permanece submerso.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cágado-tracajá: pode atingir até 68 cm de comprimento.

Jabuti-gigante: pode atingir até 1,2 m de comprimento.

Tartaruga-de-pente: pode atingir até 1,14 m de comprimento.

Fim do complemento.

207

Boxe complementar:

A cabeça dos jacarés é mais larga e o focinho é mais curto do que o dos outros
crocodilianos. Esses animais são encontrados na África e na América do Sul.

LEGENDA: Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), encontrado no


Pantanal.

CRÉDITO: Haroldo Palo Jr/Kino.com.br

Os crocodilos possuem cabeça comprida, em formato triangular, e focinho


comprido. São animais encontrados na América do Norte e na Ásia.

LEGENDA: Crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus).

CRÉDITO: Bob Gibbons/FLPA/Minden Pictures/Latinstock

Os gaviais são crocodilianos que têm cabeça pequena e focinho muito


comprido e fino, eficaz na captura de peixes. Esses animais vivem em rios,
principalmente da Índia e do Nepal.

LEGENDA: Gavial (Gavialis gangeticus).

CRÉDITO: Kevin Schafer/Minden Pictures/Latinstock


Fim do complemento.

Escamados

O grupo escamado é o mais numeroso, com cerca de 9 mil espécies viventes,


as quais apresentam características bem diversificadas. Os escamados são
divididos em três grupos: os lacertílios , formados pelos lagartos; os ofídios ,
constituídos pelas serpentes; e os anfisbenídeos , compostos das anfisbenas.

Entre os lacertílios estão as iguanas, os teiús, as lagartixas e os camaleões.

A maioria das serpentes tem uma visão deficitária e uma audição limitada.
Entretanto, próximo de suas narinas, no teto da boca, elas possuem os
chamados órgãos de Jacobson. Esses órgãos, que também estão presentes
nos lagartos, possuem quimiorreceptores responsáveis por identificar os
odores capturados pela língua bífida desses répteis, após agitá-la para fora da
boca.

Algumas serpentes, como as cascavéis, possuem órgãos especializados em


perceber fontes de calor, chamados fossetas loreais. Com isso, mesmo em um
ambiente com total ausência de luz, a serpente pode localizar outro animal pelo
calor emitido por seu corpo.

As anfisbenas têm o formato do corpo semelhante ao das serpentes. São


popularmente conhecidas como cobras-de-duas-cabeças, por causa da
semelhança entre suas extremidades.

LEGENDA: Serpente agitando a língua para captar odores do ambiente.

CRÉDITO: R-P/Kino.com.br

Boxe complementar:

Os lagartos são animais que geralmente têm o corpo alongado. Podem possuir
dois, quatro ou nenhum membro. São encontrados em florestas ou em regiões
desérticas.

LEGENDA: Lagarto (Tupinambis merianae).

CRÉDITO: imageBROKER/Alamy Stock Photo/Latinstock


As serpentes apresentam corpo alongado e podem ser peçonhentas ou não.
Algumas, como a sucuri, se enrolam sobre sua presa e a matam por asfixia,
provocada pela constrição.

LEGENDA: Sucuri (Eunectes murinus).

CRÉDITO: Artur Keunecke/Pulsar

As anfisbenas possuem olhos reduzidos, o corpo é segmentado e a pele não é


presa ao corpo, o que as auxilia a escavar.

LEGENDA: Anfisbena (Blanus cinereus).

CRÉDITO: Fabio Pupin/FLPA/Minden Pictures/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Anfisbena: pode atingir até 60 cm de comprimento.

Crocodilo-do-nilo: pode atingir até 6 m de comprimento.

Gavial: pode atingir até 7 m de comprimento.

Jacaré-de-papo-amarelo: pode atingir até 2,5 m de comprimento.

Lagarto: pode atingir até 1,5 m de comprimento.

Sucuri: pode atingir até 9 m de comprimento.

Fim do complemento.

208

Serpentes peçonhentas

Os animais peçonhentos são assim caracterizados pela presença de glândulas


específicas que produzem substâncias tóxicas, que só fazem efeito quando são
injetadas em outro animal, por meio de estruturas inoculadoras.

As serpentes peçonhentas possuem presas específicas para a inoculação do


veneno produzido em glândulas localizadas no maxilar. Essas presas são
dentes modificados, que, geralmente, contêm canais por onde o veneno é
transportado durante o ataque a uma presa.
Embora esteja presente em muitas espécies, a peçonha, ou veneno, não é
uma característica comum a todas as serpentes. É possível saber se uma
serpente é peçonhenta ou não analisando sua dentição. Serpentes não
peçonhentas são chamadas áglifas e não possuem presas inoculadoras de
veneno. É o caso, por exemplo, da sucuri e da jiboia.

Nas serpentes peçonhentas, a posição das presas inoculadoras é variável. As


serpentes opistóglifas possuem presas na região posterior da boca. Nas
serpentes proteróglifas, as presas localizam-se na região anterior da boca. Nas
serpentes solenóglifas, as presas também localizam-se na região anterior da
boca, porém são grandes e permanecem retraídas, tornando-se expostas
somente quando estão com a boca aberta.

LEGENDA: Pesquisador extraindo veneno de uma cascavel.

CRÉDITO: Ryu Uchiyama/Nature Production/ Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Dentição de uma serpente áglifa.

CRÉDITO: Ilustrações: A7 Estudio

LEGENDA: Dentição de uma serpente solenóglifa.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: MUSA (Museu da Amazônia).


Dentição. Disponível em: http://museudaamazonia. org.br/2015/12/11/
denticao-das-serpentes/. Acesso em: 20 maio 2016.

No Brasil, a maioria dos acidentes envolvendo serpentes ocorre com as


solenóglifas do grupo dos crotalíneos, entre elas a jararaca, a cascavel e a
surucucu. As jararacas são as que mais causam acidentes ofídicos, pois são
encontradas em diversos ambientes, como áreas úmidas, rurais e periurbanas.
As cascavéis distribuem-se por locais arenosos e campos abertos e possuem
um guizo no final da cauda, cuja agitação serve como sinal de advertência a
predadores. A surucucu é considerada a maior serpente peçonhenta das
Américas e é muito comum na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica.

Outro grupo, o dos elapíneos, causa a minoria dos acidentes, mas com alta
gravidade. Uma das representantes desse grupo é a coral-verdadeira, uma
serpente proteróglifa.

LEGENDA: Jararaca.
CRÉDITO: Claus Meyer/Minden Pictures/ Latinstock

LEGENDA: Cascavel.

CRÉDITO: Ryan M. Bolton/Shutterstock.com

LEGENDA: Surucucu.

CRÉDITO: Dr Morley Read/SPL/Latinstock

LEGENDA: Coral-verdadeira.

CRÉDITO: Claus Meyer/Minden Pictures/ Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cascavel (Crotalus sp.): pode atingir até 1,5 m de comprimento.

Coral-verdadeira (Micrurus sp.): pode atingir até 1,3 m de comprimento.

Jararaca (Bothrops sp.): pode atingir até 1,6 m de comprimento.

Surucucu (Lachesis sp.): pode atingir até 3 m de comprimento.

Fim do complemento.

Se desejar conhecer mais sobre os acidentes ofídicos, acesse o site a seguir.

· http://tub.im/ c8hf8f.

Acesso em: 8 mar. 2016.

Na grande maioria, os casos de envenenamentos causados por serpentes


peçonhentas ocorrem quando as pessoas estão trabalhando sem a devida
proteção. Em aproximadamente 60% dos casos, o local acometido é o pé ou o
tornozelo. Por esse motivo, a utilização de uma bota de couro que cubra essas
regiões, de preferência até o joelho, pode prevenir até 70% desses acidentes.

209

Fisiologia dos répteis

O sistema digestório dos répteis é completo. Ele é composto de faringe,


esôfago, estômago, intestino delgado, reto, cloaca e ânus. Também estão
presentes o fígado e o pâncreas.
A maioria dos répteis é carnívora, mas existem espécies herbívoras e onívoras.
Eles possuem uma boca com dentes, que são utilizados para atacar, defender
e cortar alimentos. No entanto, as tartarugas não possuem dentes, mas placas
córneas com as quais podem esmagar o alimento.

No interior da boca, existe uma língua que apresenta diferentes adaptações,


conforme a espécie. Em jacarés, por exemplo, a língua, ao ser comprimida
contra o palato (parte superior da cavidade bucal), impede a entrada de água
nos pulmões, permitindo ao animal abrir a boca debaixo da água. Nas
serpentes e nos lagartos, a língua é projetada no ar e capta partículas
odoríferas, trazendo-as para o interior da boca, para serem identificadas. Os
camaleões são lagartos que lançam sua língua sobre a presa para capturá-la,
de maneira semelhante aos anuros.

LEGENDA: Anatomia interna de um réptil crocodiliano.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 536.

O sistema circulatório dos répteis é fechado e duplo, mas a mistura do sangue


venoso com o arterial ocorre em menor proporção se comparada aos anfíbios.
O coração é composto de três cavidades, dois átrios e um ventrículo
parcialmente separado por um septo. Já nos crocodilos e jacarés, a divisão do
ventrículo é completa, ou seja, o coração é dividido em quatro câmaras* e a
circulação é dupla e completa.

Observe, no esquema a seguir, o sistema circulatório de um réptil.

Boxe complementar:

Sistema circulatório de um quelônio

O sangue venoso retorna do corpo e entra no átrio direito 1. Ao mesmo tempo,


o sangue arterial sai do pulmão e entra no átrio esquerdo 2. Dos átrios, o
sangue venoso e arterial segue para o ventrículo 3. Quando o réptil está
respirando, parte do sangue pobre em gás oxigênio é enviado ao pulmão 4 e
parte é direcionada para o corpo 5. Quando o animal está debaixo da água e,
portanto, não está respirando, os vasos sanguíneos pulmonares reduzem seu
diâmetro e impedem que o sangue chegue aos pulmões. Dessa maneira, o
sangue rico e o sangue pobre em gás oxigênio misturam-se e são direcionados
ao corpo pelas duas aortas que saem do coração 6.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 870.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

*Apesar de possuir o ventrículo completamente dividido, o sangue dos


crocodilianos pode ser parcialmente misturado por meio de uma conexão entre
as duas artérias que saem do coração.

210

A excreção dos répteis é feita por um par de rins que realizam a filtração e são
capazes de reabsorver grandes quantidades de água. Dessa maneira, as
excretas dos répteis são altamente concentradas e eliminadas em consistência
pastosa na forma de ácido úrico pela cloaca, juntamente com as fezes.

Alguns répteis, como as tartarugas marinhas, possuem glândulas de sal,


localizadas perto das narinas, dos olhos ou da língua. Essas glândulas auxiliam
a manter o equilíbrio osmótico, pois eliminam uma solução com excesso de
sais do corpo do animal.

Assim como os peixes e os anfíbios, os répteis são animais que dependem,


principalmente, de fontes externas de calor para manter a temperatura do
corpo. Esses animais são chamados ectotérmicos e utilizam o sol como uma
das suas principais fontes de calor. Eles possuem certos padrões de
comportamento para aproveitar ao máximo a exposição ao sol e evitar a perda
de calor na sua ausência. Por isso, é muito comum observarmos, por exemplo,
lagartos sob o sol em busca de troca de calor entre o ambiente e seu corpo,
promovendo o aquecimento. No entanto, se a temperatura ambiente estiver
alta, o lagarto permanecerá na sombra, na tentativa de reduzir sua temperatura
corporal.

Ectotérmicos e endotérmicos
FONTE: PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto
Alegre: Artmed, 2002. p. 701.

CRÉDITO: Somma Studio

Já os animais que regulam sua temperatura por meio de seu metabolismo e


que também apresentam mecanismos para eliminar esse calor são chamados
endotérmicos. Nesses animais, a temperatura corpórea não varia conforme a
do ambiente, mas se mantém relativamente constante. As aves e os mamíferos
são exemplos de animais endotérmicos.

O sistema nervoso dos répteis é composto de cérebro, cerebelo e nervos e é


relativamente mais complexo do que o dos anfíbios.

Reprodução dos répteis

Os répteis são animais dioicos, com poucas espécies hermafroditas.


Apresentam desenvolvimento direto, e a maioria das espécies é ovípara. No
entanto, há algumas ovovivíparas e outras vivíparas. Os machos possuem um
órgão copulador para introdução dos gametas no interior do corpo da fêmea.

Nas espécies ovíparas, além da casca e do âmnio, os ovos possuem a


vesícula vitelínica, que envolve o vitelo (substância nutritiva para o embrião); a
membrana coriônica ou cório, que auxilia na proteção e nas trocas gasosas; e
o alantoide, que armazena as excretas produzidas pelo embrião.

A maioria dos répteis não realiza cuidado parental, mas existem exceções.
Algumas espécies, como as serpentes pítons, enrolam-se ao redor de seus
ovos e, com movimentos corporais, produzem calor para incubá-los. Outras
espécies, como os jacarés, constantemente visitam seu ninho, girando,
umedecendo e protegendo os ovos de predadores. Nessas espécies, as
fêmeas podem carregar os recém-nascidos pela boca para outros lugares.

Boxe complementar:

Embrião de um réptil

FONTE: Ilustração produzida com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 535.
CRÉDITO: A7 Studio

Fim do complemento.

211

Aves

Como vimos na página 206 deste capítulo, as aves correspondem a uma


linhagem que evoluiu a partir dos arcossauros, mesmo grupo dos dinossauros
e crocodilianos. Isso significa que, evolutivamente, as aves são mais próximas
dos dinossauros e dos crocodilianos do que estes são dos lagartos, das
serpentes e das tartarugas.

Diversas evidências baseadas no estudo de fósseis indicam que as aves se


originaram a partir de um grupo de répteis extintos, parentes dos dinossauros.

Segundo essas evidências, um grupo de dinossauros bípedes, que utilizava os


membros anteriores na captura de presas, apresentava algumas características
semelhantes às aves modernas, entre elas a presença de penas. Estudos
indicam que essa presença estava relacionada à regulação da temperatura
corpórea e que a capacidade de voo surgiu posteriormente. Com o passar do
tempo, esse grupo de dinossauros evoluiu e, além das penas, passou a
apresentar um corpo cuja estrutura foi favorável ao desenvolvimento das asas
e do voo.

Das sete espécies de aves primitivas, a mais conhecida é Archaeopteryx


lithografica. Esse animal apresentava penas no corpo, membros anteriores
modificados em asas e pés semelhantes aos de algumas aves atualmente
existentes. Archaeopteryx possuía características que o assemelhavam tanto
aos dinossauros quantos às atuais aves, evidências que sugerem o parentesco
entre ambos os grupos.

Boxe complementar:

LEGENDA: Reconstituição baseada em fósseis de Archaeopteryx lithografica,


que tinha aproximadamente 50 cm de comprimento.

CRÉDITO: Joe Tucciarone/SPL/Latinstock

Fim do complemento.
LEGENDA: Fóssil de Archaeopteryx lithografica encontrado em 1861, na
Alemanha.

CRÉDITO: Wlad74/Shutterstock.com

Características gerais das aves

As aves atuais formam um grande e diversificado grupo de vertebrados, com


mais de 10 mil espécies distribuídas em quase todo o planeta. Entre as
principais características desses animais estão as que se relacionam ao voo.

Seus membros anteriores são modificados, formando asas, o que capacita a


maioria das aves a voar. O corpo é revestido por penas, característica
exclusiva desse grupo de vertebrados. As penas são importantes para o
aquecimento e para a proteção corporal e auxiliam na flutuação durante o voo.
O corpo é aerodinâmico, permitindo que a passagem de ar durante o voo
confira certa sustentação.

O esqueleto das aves apresenta diversas adaptações que permitem o voo. Os


ossos são pneumáticos, ocos, com seus espaços preenchidos por ar, o que
reduz a densidade. Para auxiliar na redução da massa corporal, há a presença
de sacos aéreos , estruturas interconectadas entre si e que fazem parte do
sistema respiratório. No interior desses sacos, o ar é aquecido, tornando-se
menos denso que o ar atmosférico, o que contribui para a flutuação da ave.
Além disso, o fluxo de ar dentro dos sacos aéreos auxilia no controle da
temperatura do corpo das aves e na eficiência das trocas gasosas.

Boxe complementar:

LEGENDA: Estrutura de um osso pneumático.

FONTE: Ilustração produzida com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos
vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 434.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

2. Quais características as aves possuem que estão adaptadas para o voo?


Resposta esperada: asas; corpo leve e aerodinâmico, com a presença de um
esqueleto formado por ossos pneumáticos; presença de sacos aéreos; não
armazenamento de excretas; um alto metabolismo.

212

Alguns músculos das aves possuem grande massa, como é o caso do músculo
peitoral, que está diretamente associado ao movimento de descida da asa.
Esse músculo se liga à quilha ou carena, uma expansão do osso esterno que
está presente nas aves que voam. Nas aves que não voam, como os
avestruzes e as emas, a quilha está ausente ou reduzida.

Boxe complementar:

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.


S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. p. 559, 560.

CRÉDITO: Luciane Mori

Os membros posteriores das aves são adaptados para andar, nadar ou agarrar
ramos de árvores, permitindo que elas permaneçam empoleiradas, inclusive
enquanto dormem. A cintura pélvica dá suporte às suas pernas, e a cintura
escapular, às asas.

Fim do complemento.

Glossário:

Empoleirar: repousar em uma vara disposta horizontalmente.

Fim do glossário.

Boxe complementar:

A contração do músculo supracoracoideo puxa a asa para cima, enquanto a


contração do músculo peitoral puxa a asa para baixo, impulsionando o corpo
da ave para cima durante o voo.

LEGENDA: Músculos de voo inseridos na quilha.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.
Por serem animais endotérmicos, as aves possuem adaptações que auxiliam a
retenção do calor produzido pelo corpo, como as penas. Além delas, a glândula
uropigiana, localizada na região da cauda, libera uma substância oleosa e
impermeabilizante, que a ave espalha com o bico sobre as penas. Dessa
maneira, mesmo em contato com a água, as penas permanecem secas,
evitando, assim, a perda de calor pela umidade. O comportamento de esfregar
o bico na glândula uropigiana é comum em aves aquáticas, como os patos e os
cisnes.

As aves possuem hábitos alimentares variados. Algumas são carnívoras,


outras herbívoras ou onívoras, e o formato de bico que elas possuem são
adaptações ao seu tipo de alimentação. Observe alguns exemplos.

Boxe complementar:

Alguns bicos são adaptados para quebrar sementes, como é o caso da arara-
vermelha, presente em diversas regiões do Brasil.

LEGENDA: Arara-vermelha.

CRÉDITO: Christian Musat/Shutterstock.com

O talha-mar possui um bico adaptado para a pesca. A parte de baixo é maior


que a de cima, e serve para recolher pequenos peixes e camarões quando
sobrevoa a superfície da água.

LEGENDA: Talha-mar.

CRÉDITO: Arend Trent/Shutterstock.com

Aves que se alimentam de néctar das flores, como o beija-flor, possuem um


bico longo e fino. Isso facilita o acesso aos nectários, locais de armazenamento
do néctar das flores.

LEGENDA: Beija-flor.

CRÉDITO: Erni/Shutterstock.com

As aves carnívoras, como as águias e corujas, possuem um bico adaptado


para dilacerar a carne da presa. Na fotografia, uma harpia, considerada uma
das maiores águias do mundo e encontrada no Brasil.

LEGENDA: Harpia.
CRÉDITO: worldswildlifewonders/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Arara-vermelha (Ara chloropterus): pode atingir até 90 cm de comprimento.

Beija-flor (Clytolaema rubricauda): pode atingir até 12 cm de comprimento.

Harpia (Harpia harpyja): pode atingir até 1 m de comprimento.

Talha-mar (Rynchops niger): pode atingir até 46 cm de comprimento.

Fim do complemento.

213

Classificação das aves

As espécies de aves estão organizadas em 28 ordens. Algumas dessas ordens


são formadas por aves que não possuem a quilha para inserção dos músculos
peitorais. Essas aves não voam e algumas são chamadas ratitas . Observe três
exemplos de ordens de aves que não voam.

Boxe complementar:

Rheiformes: é a ordem das emas, aves grandes e corredoras, encontradas na


América do Sul. Elas possuem três dedos em cada pé. É uma ratita.

LEGENDA: Ema.

CRÉDITO: Konrad Wothe/Minden Pictures/Latinstock

Struthioniformes: ordem representada pela maior ave existente na atualidade, o


avestruz. Possui dois dedos nos pés. É uma ratita.

LEGENDA: Avestruz.

CRÉDITO: blickwinkel/Alamy Stock Photo/Latinstock

Tinamiformes*: fazem parte dessa ordem os macucos, os inhambus e as


codornas. Todas essas aves são encontradas na América Central e do Sul.

LEGENDA: Inhambu.

CRÉDITO: Haroldo Palo Jr/Kino.com.br


Fim do complemento.

Entre as aves que possuem a quilha, nem todas têm a capacidade de voar,
como é o caso dos pinguins. Apesar disso, a grande maioria das ordens das
aves apresenta quilha e voa. Observe alguns exemplos a seguir.

Boxe complementar:

Passeriformes: representam cerca de 60% de todas as espécies de aves


viventes. Possuem pés adaptados para empoleirar e uma siringe bem
desenvolvida, o que permite que algumas espécies apresentem cantos
melodiosos. São conhecidas popularmente como passarinhos. Exemplos: bem-
te-vi, joão-de-barro, andorinha, sabiá, chupim, sanhaço, juruviara e pardal.

LEGENDA: Bem-te-vi.

CRÉDITO: Ricardo de Paula Ferreira/Shutterstock.com

Psittaciformes: são aves de bico curto, forte e curvado na extremidade.


Possuem língua carnosa, e as penas apresentam tons brilhantes em verde,
amarelo, vermelho ou azul. Exemplos: papagaio e arara.

LEGENDA: Papagaio.

CRÉDITO: Andrew M. Allport/Shutterstock.com

Galliformes: são aves com bicos fortes, pés pesados e asas curtas,
semelhantes às galinhas. São capazes de realizar voos rápidos e de curta
distância. Exemplos: galinha, peru, mutum, jacutinga e perdiz.

LEGENDA: Mutum.

CRÉDITO: Palê Zuppani/Pulsar

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Avestruz (Struthio camelus): pode atingir até 2,7 m de altura.

Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus): pode atingir até 25 cm de comprimento.

Ema (Rhea americana): pode atingir até 2 m de altura.


Inhambu (Crypturellus parvirostris): pode atingir até 22 cm de comprimento.

Mutum (Crax fasciolata): pode atingir até 85 cm de comprimento.

Papagaio (Amazona aestiva): pode atingir até 40 cm de comprimento.

Fim do complemento.

*Existe grande divergência sobre a filogenia das aves. Uma hipótese alternativa
considera os Tinamiformes como um grupo irmão das ratitas. Optamos por
apresentá-la por ser uma ave que faz parte da cultura brasileira, classificando-a
somente como uma ordem de aves que não voam.

214

Boxe complementar:

Strigiformes: são aves noturnas e predadoras. Possuem cabeça grande, bico


curvo na extremidade, olhos virados para a frente, e os pés são fortes, com a
presença de garras. Exemplos: coruja e suindara.

LEGENDA: Coruja.

CRÉDITO: Scott M Ward/Shutterstock.com

Anseriformes: são aves aquáticas e semiaquáticas, que apresentam


membranas entre os dedos dos pés para facilitar a natação. Exemplos: pato,
ganso, cisne e anhuma.

LEGENDA: Pato.

CRÉDITO: Erni/Shutterstock.com

Falconiformes: são aves de rapina diurnas, com asas bem desenvolvidas para
voos potentes e visão aguçada. Exemplos: águias, gaviões, falcões e
condores.

LEGENDA: Falcão-peregrino.

CRÉDITO: Erni/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto


Coruja (Athene noctua): pode atingir até 23 cm de comprimento.

Falcão-peregrino (Falco peregrinus): pode atingir até 53 cm de comprimento.

Pato (Anas undulata): pode atingir até 35 cm de comprimento.

Fim do complemento.

Fisiologia das aves

Por não possuírem dentes, o sistema digestório das aves apresenta algumas
adaptações que auxiliam no processamento dos alimentos. Veja no esquema a
seguir.

Boxe complementar:

Sistema digestório das aves

Papo: dilatação do esôfago onde o alimento é armazenado. Algumas aves,


como os pombos, possuem células especializadas no papo, que produzem
uma secreção rica em proteína e lipídios, utilizada para alimentar o filhote
recém-nascido.

Moela: compartimento que, junto com o proventrículo, forma o estômago.


Contém grossas paredes musculares que servem para triturar o alimento. Para
auxiliar nesse processo, as aves engolem partículas sólidas e ásperas que
ficam armazenadas nesse órgão.

Proventrículo: um dos compartimentos que forma o estômago, junto com a


moela. É responsável por secretar sobre o alimento o suco gástrico, que é
formado por enzimas e ácidos.

Fígado e pâncreas: órgãos produtores de enzimas e outras substâncias que


auxiliam na digestão.

Ceco: local de armazenamento de vitaminas, ou também câmara de


fermentação, em aves herbívoras.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HILDEBRAND, M.; GOSLOW, G.


E. J. Análise da estrutura dos vertebrados. 2ª ed. São Paulo: Atheneu Editora,
2006. p. 208.

CRÉDITO: Luciane Mori


Fim do complemento.

215

O sistema respiratório das aves é adaptado para conseguir o máximo de


eficiência nas trocas gasosas. Isso é importante porque, para voar, elas
necessitam de uma grande demanda energética*.

A traqueia se ramifica em dois brônquios que entram nos pulmões. No interior


dos pulmões, os brônquios se ramificam em parabrônquios, onde o gás
oxigênio é absorvido e o gás carbônico liberado, conforme o ar vai passando
por eles. Essa estrutura permite que o ar passe pelos pulmões em um fluxo
contínuo, e não entre e saia deles como ocorre nos mamíferos, por exemplo.

Conectados a essas estruturas estão nove sacos aéreos que se distribuem na


parte anterior e posterior do corpo da ave. Essas adaptações fazem a porção
de ar inspirado sair somente após dois ciclos de inspiração e expiração. A
vantagem desse sistema é que os pulmões recebem ar rico em gás oxigênio
tanto na inspiração quanto na expiração. Observe, no esquema abaixo, como
isso ocorre

Boxe complementar:

Sistema respiratório das aves

O ar que entra pelas narinas durante a primeira inspiração segue pela traqueia
até os sacos aéreos posteriores ( ). Durante a primeira expiração, esse ar
oxigenado é enviado para os pulmões ( ). Na segunda inspiração, o ar sai dos
pulmões e segue para os sacos aéreos anteriores, agora cheio de gás
carbônico ( ). Durante a segunda expiração, o ar segue dos sacos aéreos
anteriores para a traqueia e, em seguida, para as narinas, de onde é eliminado
para o ambiente ( ).

FONTE: Ilustração produzida com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos
vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 434.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.
Ao final da traqueia e no começo dos brônquios, está a siringe, estrutura
responsável por produzir o canto das aves. Esse órgão possui membranas que
vibram conforme o ar passa por elas, gerando os sons característicos do canto.

O sistema circulatório das aves é fechado, duplo e completo. Diferentemente


dos anfíbios e répteis, a circulação das aves é completa, pois o coração é
composto de quatro cavidades, dois átrios e dois ventrículos completamente
separados, e, dessa maneira, o sangue pobre em gás oxigênio não se mistura
ao sangue rico em gás oxigênio. Observe o esquema a seguir.

Boxe complementar:

Sistema circulatório das aves

O sangue rico em gás carbônico chega do corpo e entra no átrio direito 1. Dele,
o sangue passa para o ventrículo direito 2, depois é bombeado para as veias
pulmonares até chegar aos pulmões 3, onde ocorrem as trocas gasosas. Dos
pulmões, o sangue já oxigenado segue para o átrio esquerdo 4 e, em seguida,
vai para o ventrículo esquerdo 5. A contração desse ventrículo empurra o
sangue para as artérias que distribuirão o sangue para todo o corpo 6.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PURVES, W. K. et al. Vida: a


ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 870.

CRÉDITO: Eduardo C. S.

Fim do complemento.

*Se achar conveniente, converse com os alunos sobre a importância do gás


oxigênio na obtenção de energia durante a respiração aeróbia.

216

As aves possuem dois rins, que filtram os fluidos corporais e reabsorvem a


água, de maneira que, assim como os répteis, excretam pela cloaca uma pasta
de ácido úrico misturada às fezes. Elas não possuem bexiga urinária, e a urina
é eliminada assim que é produzida, da mesma forma que ocorre com as fezes.
Essa característica consiste em uma adaptação para o voo, pois, sem a
retenção da urina, não há aumento de massa corpórea.
O sistema nervoso das aves é formado por um encéfalo com hemisférios
cerebrais e um cerebelo, responsável pela coordenação dos movimentos e do
equilíbrio. O paladar e o olfato das aves não são muito desenvolvidos, mas elas
possuem boa audição e uma excelente visão.

Conforme já vimos, as aves são animais endotérmicos; dessa maneira, a


produção do calor é realizada por mecanismos internos, principalmente pelo
metabolismo.

A resposta de um animal endotérmico à redução ou ao aumento da


temperatura do ambiente é diferente da resposta de um animal ectotérmico.
Observe no gráfico abaixo que, quanto menor a temperatura, maior é a taxa
metabólica dos animais endotérmicos. Já a taxa metabólica dos ectotérmicos
varia conforme a temperatura do ambiente. Com isso, percebe-se que os
endotérmicos conseguem controlar sua temperatura por meio do controle da
taxa metabólica, o que não ocorre com os animais ectotérmicos.

Metabolismo de endotérmicos e de ectotérmicos

1. A taxa metabólica responsável pela produção de calor em um animal


endotérmico reduz conforme aumenta a temperatura do ambiente.

2. A taxa metabólica de um animal ectotérmico aumenta conforme se eleva a


temperatura do ambiente.

FONTE: PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2002. p. 701.

CRÉDITO: Rafael Luís Gaion

Reprodução das aves

As aves são ovíparas, e, assim como ocorre com os répteis, seus ovos
possuem casca, âmnio, vesícula vitelínica, membrana coriônica e alantoide. O
desenvolvimento é direto e a fecundação é interna.

A maioria dos machos não possui pênis, e os espermatozoides produzidos em


seus testículos acumulam-se em estruturas denominadas vesículas seminais .
Durante o acasalamento, esses gametas saem das vesículas seminais e
chegam até a cloaca através de ductos deferentes . Por fim, o macho pressiona
sua cloaca sobre a da fêmea para transferir os espermatozoides.
As fêmeas possuem ovário e oviduto, mas, na maioria das aves, essas
estruturas desenvolvem-se somente do lado esquerdo, ficando as do lado
direito atrofiadas. Após serem liberados pelo óvulo, os ovócitos podem ser
fertilizados ou não. Eles descem pelo oviduto e recebem albumina (a clara do
ovo) de algumas glândulas. Outras glândulas produzem a casca calcária, que
será responsável por revestir e proteger o ovo.

Algumas espécies constroem ninhos, que podem ser fabricados com pedaços
de vegetais, como é o caso da gaivota, ou com barro, como faz o joão-de-
barro. Determinadas espécies constroem seus ninhos em troncos de árvores,
como as andorinhas, e outras cavam buracos em árvores, como os pica-paus.
Nas espécies que não constroem ninhos, a postura dos ovos é realizada sobre
o solo ou sobre rochas.

A maioria dos filhotes necessita do cuidado dos pais logo após a eclosão, como
alimentação e proteção contra o frio, o calor ou a chuva. Eles são protegidos
até que atinjam determinado estágio de vida, quando, enfim, passam a viver
independentemente dos pais.

LEGENDA: Rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaceus)


alimentando seus filhotes.

CRÉDITO: blickwinkel/Hartl/Alamy Stock Photo/ Latinstock

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Rouxinol-pequeno-dos-caniços: pode atingir até 13 cm de comprimento.

Fim do complemento.

217

Mamíferos

Assim como os répteis e as aves, os mamíferos também constituem uma


linhagem evolutiva de animais amniotas. Estima-se que os mamíferos tenham
surgido há pelo menos 200 milhões de anos, e já estavam presentes quando
os dinossauros dominavam o planeta. A hipótese atual é que eles tenham se
originado dos terapsídeos, um grupo de animais (único que sobreviveu após a
era Paleozoica) cujos membros eram posicionados verticalmente abaixo do
corpo, diferentemente dos répteis, cujos membros saíam para os lados do
corpo, como os jacarés, por exemplo.

Um dos grupos de mamíferos mais antigos que se conhece e que possuía


características dos atuais mamíferos eram os morganucodontídeos. Eles se
assemelhavam aos atuais musaranhos e mediam aproximadamente 10 cm de
comprimento.

LEGENDA: Reconstituição de um morganucodontídeo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PALMER, D. Evolução: a história


da vida. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009. p. 276.

CRÉDITO: Luciane Mori

Características gerais dos mamíferos

Atualmente, existem mais de 5 mil espécies de mamíferos espalhadas por


diversas regiões da Terra, até mesmo em mares e desertos. Entre elas, há
espécies que vivem nas copas das árvores, em tocas abaixo do solo ou sobre
ele. Um dos fatos relacionados a essa ampla distribuição é o de que, assim
como as aves, os mamíferos são endotérmicos. Essa característica favorece
que esses animais habitem com sucesso ambientes de temperatura extrema,
como o ártico ou os desertos.

A pele dos mamíferos possui queratina, uma proteína que deixa suas células
mais resistentes ao atrito e impermeáveis, de modo que não absorvam nem
percam muita água.

Uma das principais características dos mamíferos é a presença de pelos. Eles


são muito importantes para a manutenção da temperatura do corpo, evitando a
perda excessiva de calor para o ambiente. Na maioria dos mamíferos, os pelos
estão distribuídos por todo o corpo, durante toda a vida. Em algumas espécies,
eles estão restritos a algumas regiões do corpo na fase adulta, como no interior
das narinas de algumas baleias.

Há espécies cujos pelos podem ser modificados. No porco-espinho, por


exemplo, eles são modificados para defesa. No focinho da maioria dos
mamíferos, existem as vibrissas, popularmente chamadas bigodes, que são
pelos modificados com funções táteis.

Os mamíferos são os animais vertebrados que apresentam maior diversidade


de glândulas. De maneira geral, as glândulas derivam do tecido epidérmico e
se organizam em quatro tipos principais: sebáceas, sudoríferas, odoríferas e
mamárias .

As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de uma substância


gordurosa, conhecida como sebo, que serve como proteção dos pelos. As
sudoríferas eliminam o suor, que auxilia a refrigerar o corpo. As glândulas
odoríferas são responsáveis por produzir secreções relacionadas a diversas
funções, entre as quais a comunicação entre membros da mesma espécie
(para marcação de território, atração de parceiros sexuais, entre outros), aviso
da presença de predadores ou defesa contra eles. As glândulas mamárias
estão presentes de forma vestigial nos machos e são desenvolvidas nas
fêmeas para a produção de leite. Elas podem aumentar de tamanho quando a
fêmea está grávida, por causa da produção de leite, que é influenciada pela
ação de hormônios.

LEGENDA: Porco-espinho (Coendou prehensilis). Encontrado na maior parte


do território brasileiro.

CRÉDITO: Daniel Heuclin/NHPA/Photoshot/Other Images

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Porco-espinho: pode atingir até 50 cm de comprimento.

Fim do complemento.

3. Que estrutura reveste o corpo dos mamíferos? Por que ela é importante?

Resposta esperada: os pelos, pois eles auxiliam na manutenção da


temperatura do corpo dos mamíferos.

218

Além de pelos, os mamíferos podem apresentar unhas, garras, cascos, chifres


e cornos. As garras estão presentes nos felinos e são projeções da pele com
queratina, comprimidas lateralmente e bastante afiadas. As unhas são
projeções achatadas encontradas em primatas. Os cascos são placas de
queratina compactas. Os chifres são formados por um osso, recoberto
inicialmente por pele. Eles se desenvolvem uma vez por ano, em épocas de
acasalamento, para disputar um território ou uma fêmea com um oponente.
Passado esse período, o chifre cai. Os cornos perduram a vida inteira do
animal e podem ser de origem dérmica, como nos rinocerontes, ou óssea,
como nos bovinos e antílopes.

Classificação dos mamíferos

Os mamíferos são divididos em três grupos principais: os monotremados ou


prototérios, os metatérios ou marsupiais e os placentários ou eutérios. Observe
abaixo.

Boxe complementar:

Principais grupos de mamíferos

Monotremados

Esses mamíferos são ovíparos, possuem pelos e glândulas mamárias, mas


não têm mamilos e apresentam cloaca. Também apresentam um esporão, pelo
qual passam glândulas de veneno (presentes nos machos). Os adultos não
possuem dentes, e sua boca tem uma extensão na forma de bico. Exemplos:
équidna e ornitorrinco.

Marsupiais

São mamíferos vivíparos, que possuem glândulas mamárias e mamilos. Em


geral, apresentam marsúpio, uma bolsa de pele na qual os filhotes completam
o desenvolvimento. Exemplos: canguru, coala, lobo-da-tasmânia, vombate e
gambá.

Placentários

São animais vivíparos e que possuem placenta embrionária. Não apresentam


marsúpio nem cloaca. Eles são divididos em várias ordens. Observe alguns
exemplos abaixo.
Quirópteros: mamíferos placentários voadores. Possuem dedos alongados e
cobertos por uma membrana, que é ligada ao corpo e estende-se até o
tornozelo. Os membros posteriores são relativamente pequenos e possuem
cinco dígitos com unhas curvas, que permitem que o animal se pendure.
Exemplos: morcegos.

LEGENDA: Morcego.

CRÉDITO: blickwinkel/Mahlke/Alamy Stock Photo/Latinstock

Roedores: caracterizam-se por apresentar dentição adaptada para roer,


formada por um par de dentes incisivos superiores e um par de incisivos
inferiores. Não possuem dentes caninos e constituem o grupo mais abundante
entre os mamíferos. Exemplos: capivara, cotia, esquilo e rato.

LEGENDA: Capivaras.

CRÉDITO: Roberto Tetsuo Okamura/ Shutterstock.com

Cetáceos: mamíferos placentários adaptados ao ambiente aquático. Seus


membros anteriores possuem o formato de nadadeiras e não há membros
posteriores.
Os adultos não apresentam pelos e possuem uma espessa camada de
gordura.
Não têm orelhas e possuem narinas modificadas em espiráculos no topo da
cabeça. Exemplos: baleias e golfinhos.

LEGENDA: Golfinhos.

CRÉDITO: Jeff Milisen/Alamy Stock Photo/Latinstock

Primatas: mamíferos placentários, que apresentam sistema nervoso altamente


desenvolvido. Os olhos são direcionados para a frente, possuem cinco dedos
com unhas e não apresentam garras, cascos, chifres ou cornos. O cérebro é
grande em relação ao corpo. Exemplos: ser humano, lêmures e macacos.

LEGENDA: Macaco-bugio.

CRÉDITO: tony mills/Alamy Stock Photo/Latinstock

Fim do complemento.

Boxe complementar:
Ser vivo adulto

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris): pode atingir até 1,3 m de comprimento.

Golfinho (Stenella longirostris): pode atingir até 2 m de comprimento.

Macaco-bugio (Alouatta seniculus): pode atingir de 95 cm a 1, 4 m de


comprimento.

Morcego (Rhinolophus hipposideros): pode atingir até 10 cm de comprimento.

Fim do complemento.

219

Fisiologia dos mamíferos

O sistema digestório dos mamíferos é formado por boca, faringe, esôfago,


estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Além disso,
apresentam fígado e pâncreas, que liberam enzimas no intestino delgado para
auxiliar na digestão.

Os mamíferos não possuem cloaca, e as fezes e a urina são eliminadas


separadamente.

Eles podem ser carnívoros, herbívoros ou onívoros. Os herbívoros possuem


algumas adaptações em seu sistema digestório relacionadas à digestão da
celulose*. Um exemplo são os ruminantes , animais que possuem um
estômago dividido em quatro porções diferentes: retículo, rúmen, omaso e
abomaso. Observe, no esquema abaixo, como ocorre o processo de digestão
nos ruminantes. Entre esses animais, estão: boi, carneiro, veado, girafa e
camelo.

Boxe complementar:

Sistema digestório de um ruminante

Os vegetais engolidos são armazenados no rúmen, onde há microrganismos


que degradam a celulose formando uma massa de vegetais. Em seguida, essa
massa volta aos poucos até a boca, onde é novamente mastigada para a
quebra das fibras. O alimento é engolido novamente e passa pelo retículo e
pelo omaso, onde ocorre a absorção da água. Depois, segue para o abomaso,
onde enzimas digestivas são liberadas para sua digestão. Por fim, o alimento
segue para o intestino, e os restos são liberados pelo ânus.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: POUGH, F. H. et al. A vida dos
vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 568.

Fim do complemento.

A maioria dos mamíferos apresenta dentes, com algumas exceções, como o


tamanduá e algumas espécies de baleia. Dependendo dos hábitos alimentares,
os dentes apresentam diferentes formatos. Eles podem ser de quatro tipos:
incisivos, utilizados para cortar ou raspar alimentos; caninos, usados para
agarrar e matar presas; pré-molares e molares, utilizados para cortar e
esmagar. Observe.

Boxe complementar:

Mamíferos carnívoros possuem caninos bem desenvolvidos.

LEGENDA: Crânio de um cachorro.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 707.

Os mamíferos onívoros, como o porco e o ser humano, possuem molares e


pré-molares com a superfície mais arredondada.

LEGENDA: Crânio de um porco.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: COLORADO State University.


Dental Anatomy of Pigs. Disponível em: www.vivo.colostate.edu/
hbooks/pathphys/digestion/pregastric/pigpage. html. Acesso em: 14 mar. 2016.

Os herbívoros possuem molares e pré-molares bem desenvolvidos para a


maceração dos vegetais que consomem.

LEGENDA: Crânio de uma vaca.

FONTE: Ilustração produzida com base em: INSTITUTO de Ciências Biológicas


da Universidade Federal De Minas Gerais. Osteologia. Disponível em:
http://depto.icb.ufmg.br/dmor/mof007/estudo/imagens/Osteologia/osteologia.ht
m. Acesso em: 14 mar. 2016.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Luciane Mori


Fim do complemento.

*Retome com os alunos as propriedades da celulose dos vegetais.

220

A respiração de todos os mamíferos, incluindo os aquáticos, ocorre por meio de


pulmões. O sistema respiratório é formado pelas narinas, onde o ar entra e é
filtrado, aquecido e umedecido. Em seguida, ele passa pela laringe e pela
traqueia, que se divide em dois brônquios ligados aos pulmões. Os brônquios
se subdividem até formar os alvéolos pulmonares , estruturas que realizam as
trocas gasosas.

Outra característica do sistema respiratório dos mamíferos é a presença do


diafragma, um músculo que se situa na caixa torácica, logo abaixo dos
pulmões. Ao se contrair, o diafragma aumenta o volume da caixa torácica e
consequentemente dos pulmões, favorecendo a entrada do ar. Ao relaxar, ele
diminui o volume da caixa torácica, forçando o ar para fora.

Boxe complementar:

Ação do diafragma na respiração dos mamíferos

Inspiração

Expiração

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: STORER, T. I. et al. Zoologia


geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. p. 109.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: LUCIANE MORI

Fim do complemento.

O sistema circulatório dos mamíferos é do tipo fechado, duplo e completo,


como o das aves. O coração é formado por quatro câmaras, átrio direito,
ventrículo direito, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo, e o fluxo sanguíneo é
similar ao das aves. O sangue é formado por hemácias anucleadas, de forma a
aumentar a capacidade de transporte de gás oxigênio, característica exclusiva
dos mamíferos.

O sistema excretor dos mamíferos é composto de um par de rins, que filtram o


sangue para a formação da urina. Após ser formada, a urina é armazenada na
bexiga urinária, para, posteriormente, ser eliminada pela uretra, canal que sai
da bexiga e se abre para o meio externo. O principal metabolito excretado
pelos mamíferos é a ureia.

Comparativamente com os outros vertebrados, o encéfalo dos mamíferos é


maior e faz parte de um sistema nervoso mais complexo. O olfato é bem
desenvolvido e é especializado na localização de alimentos e membros da
mesma espécie. Alguns mamíferos têm hábitos noturnos e, por isso, possuem
adaptações em relação à visão. Apresentam células especializadas em captar
uma quantidade maior de luz, para que possam enxergar melhor em ambientes
sem luminosidade.

O aparelho auditivo dos mamíferos apresenta várias modificações em relação


aos dos outros vertebrados. Entre elas está a presença de um pavilhão
auditivo, que pode direcionar o som para dentro da orelha. Esse pavilhão
auditivo também é importante para auxiliar a regulação da temperatura em
alguns mamíferos, como o elefante, que perde calor para o ambiente por meio
das orelhas. Alguns mamíferos possuem uma especialização para o sentido da
audição, chamada ecolocalização. Ela é baseada na emissão de ultrassons
pelo animal e na captação de seu eco. Morcegos e golfinhos são exemplos de
animais que possuem essa especialização.

De maneira geral, os vertebrados podem realizar uma regulação da


temperatura corporal aproximando-se ou afastando-se de uma fonte de calor.
Por exemplo, o animal pode permanecer exposto aos raios solares, caso
precise aumentar sua temperatura corporal, ou permanecer na sombra de uma
árvore, caso necessite reduzi-la.

221

Como já vimos, além desse controle comportamental, os animais


endotérmicos, como aves e mamíferos, dependem principalmente de fontes
internas de calor, como o metabolismo, para manter a temperatura corporal.
Vimos também que a taxa metabólica pode aumentar ou reduzir em resposta à
variação da temperatura ambiental.

A endotermia permite um controle mais eficiente dos processos bioquímicos


envolvidos na manutenção da temperatura, mas, em contrapartida, exige
algumas mudanças comportamentais e fisiológicas. Por exemplo, animais
endotérmicos normalmente precisam ingerir uma maior quantidade de alimento
e ser mais ativos; necessitam de sistemas de respiração e de digestão bem
eficientes; e um sistema nervoso com estruturas desenvolvidas para
coordenação das respostas para regulação da temperatura. Enquanto nas aves
as penas funcionam como isolante térmico, nos mamíferos, esse papel será
suprido pela gordura corporal e pelos pelos.

Outro mecanismo de controle da temperatura em mamíferos, que está


relacionado à perda de calor, é a produção de suor pelas glândulas
sudoríferas. Ao evaporar, o calor transferido para o suor é dissipado no
ambiente, auxiliando na redução da temperatura. Em mamíferos que não
possuem glândulas sudoríferas, como os cachorros, por exemplo, o ato de
ofegar auxilia na eliminação de calor.

Reprodução dos mamíferos

Os mamíferos são vivíparos, com desenvolvimento direto e fecundação interna.


A exceção se encontra no grupo dos monotremados, formados pela équidna e
pelo ornitorrinco, que são animais ovíparos. Apesar disso, os filhotes recém-
nascidos de todos os mamíferos alimentam-se do leite produzido pela mãe.

Existem basicamente três padrões de reprodução nos mamíferos. O primeiro


ocorre nos monotremados. Os ovos fertilizados são colocados em ninhos
subterrâneos, incubados, e, após eclodirem, os filhotes sugam o leite materno
ejetado por glândulas mamárias, que fica retido no pelo do animal, pois não
existem mamilos.

O segundo padrão é encontrado entre os animais marsupiais, como os


cangurus, coalas e gambás. Esses animais possuem marsúpios, bolsas
constituídas de dobras da pele na região abdominal e que contêm glândulas
mamárias em seu interior. Após nascerem imaturos, os filhotes sobem pelo
corpo da mãe e se prendem a um mamilo. O leite é ejetado na boca dos
filhotes até que tenham tamanho suficiente para sugá-lo.

O terceiro padrão reprodutivo, que se estende para o restante de toda a classe,


é o dos mamíferos placentários. Neles, o embrião desenvolve-se no interior do
útero, que permanece ligado à placenta durante toda a gestação. No útero, ele
recebe os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento inicial, além de
realizar trocas gasosas e eliminar os resíduos. Após o nascimento, o filhote é
amamentado pela mãe por meio das glândulas mamárias.

O cuidado parental dos mamíferos é mais intenso do que em outros


vertebrados. Em geral, os pais investem um longo período de tempo na
amamentação e no desenvolvimento dos filhotes. A amamentação garante aos
mamíferos a disponibilidade de alimento à cria em qualquer época do ano,
enquanto em outros vertebrados a época de reprodução geralmente ocorre
durante as estações quentes, quando há maior disponibilidade de alimentos.

LEGENDA: Ornitorrinco, mamífero monotremado.

CRÉDITO: Roland Seitre/Minden Pictures/Latinstock

LEGENDA: Gambá, mamífero marsupial.

CRÉDITO: Fabio Colombini

LEGENDA: Placenta, presente em animais placentários.

CRÉDITO: Studio Caparroz

222

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Quais adaptações permitiram aos répteis a conquista definitiva do ambiente


terrestre?

2. Como os répteis são classificados? Cite uma característica de cada grupo.

3. Cite as principais adaptações ao voo presentes nas aves.

4. Quais glândulas estão presentes na pele dos mamíferos? Qual é a sua


importância?

5. Mamíferos e aves estão distribuídos por quase todas as regiões do globo


terrestre, das mais frias às mais quentes. Qual é a relação entre a taxa
metabólica desses animais e a temperatura do ambiente em que vivem?
6. Sobre a fisiologia dos répteis, aves e mamíferos, reescreva as frases a
seguir, corrigindo-as no caderno.

a) Nos crocodilos, o coração possui três câmaras: dois átrios e um ventrículo,


enquanto nos demais répteis estão presentes quatro câmaras: dois átrios e
dois ventrículos.

b) Nas aves e nos mamíferos, o coração possui três cavidades e a circulação é


dupla e incompleta, pois há mistura de sangue rico em gás oxigênio com
sangue pobre em gás oxigênio.

c ) Os sacos aéreos são estruturas presentes nas aves, responsáveis pelas


trocas gasosas.

d) A excreta de aves, répteis e mamíferos é rica em ureia.

7. A expressão "chorar lágrimas de crocodilo" é utilizada na língua portuguesa


quando alguém finge um sentimento de tristeza. Essa expressão surgiu a partir
da observação de gotas que escorrem das glândulas de sal próximas aos olhos
de répteis e de algumas aves marinhas. Qual é a importância dessas glândulas
para esses animais?

8. Um hábito comum entre quelônios é o de permanecer sobre rochas durante


certos períodos do dia, esticando o pescoço, membros anteriores e posteriores,
de modo que seu corpo fique exposto à luz solar. Qual é a explicação
fisiológica para esse hábito dos répteis?

LEGENDA: Cágados.

CRÉDITO: Fernando Bueno/Pulsar

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Cágado: pode atingir de 21 cm a 35 cm de comprimento.

Fim do complemento.

9. Leia o texto abaixo e responda às questões.

Um grupo de cientistas estudou detalhadamente a ecologia da palmeira


conhecida como palmito-juçara (Euterpe edulis) em 22 áreas na Mata Atlântica.
Os pesquisadores notaram que, em locais onde os tucanos haviam sido
extintos há mais de 50 anos pela caça ou desmatamento, as palmeiras juçaras
produziam frutos pequenos, enquanto em florestas conservadas, ainda com as
aves, as palmeiras possuíam frutos de tamanhos mais variados, pequenos e
grandes. [...]

[...] Se os grandes dispersores somem das matas, sobram as aves e animais


de menor porte, que não conseguem dispersar plantas com sementes grandes.
"Na falta desses animais, as sementes das plantas que dependem de animais
dispersores se concentram próximas à planta-mãe, prejudicando a
regeneração da espécie."

[...]

ALBUQUERQUE, Caio. Extinção de aves reduz tamanho de semente de


palmito. Agência USP de notícias, São Paulo, 18 jun. 2013. Disponível em:
www.usp.br/agen/?p=142735. Acesso em: 15 fev. 2016.

a) De acordo com o texto, qual é a relação entre a presença de tucanos e o


tamanho dos frutos das palmeiras?

b) Muitas aves se alimentam de frutos e sementes. Ao ingerir o fruto, a


semente percorre o trato digestório das aves e é eliminada junto com as fezes,
germinando em locais distantes da planta mãe. Quais são as principais
características do sistema digestório das aves?

c ) Qual a importância do formato do bico para as aves?

d) Faça um esquema indicando as principais estruturas do sistema digestório


das aves e suas respectivas funções.

223

LEGENDA: Équidna (Tachyglossus aculeatus).

CRÉDITO: dirkr/Shutterstock.com

Boxe complementar:

Ser vivo adulto

Équidna: pode atingir de 35 cm a 45 cm de comprimento.

Fim do complemento.
10. Observe a fotografia acima e responda às questões.

a ) Em relação à reprodução, que diferenças o animal da fotografia apresenta


se comparado a um morcego e a um canguru?

b ) Quais semelhanças o animal da fotografia apresenta em relação às aves?

c ) Qual anexo embrionário é exclusivo dos mamíferos? Qual a sua


importância?

11. (Furg) Os répteis constituem um grupo animal considerado como os


verdadeiros colonizadores do ambiente terrestre. São exemplos de
características que favoreceram esse processo evolutivo:

a ) pele seca, rica em glândulas e desenvolvimento indireto.

b ) pele úmida, respiração pulmonar e fecundação externa.

c ) pele seca, permeável, respiração pulmonar e reprodução sexuada.

d ) pele seca, impermeável, respiração pulmonar e fecundação interna.

e ) pele úmida, recoberta por escamas e respiração pulmonar.

12. (Ufes) Grande parte da energia obtida pelos alimentos ingeridos por
animais homeotérmicos é usada para manter a temperatura de seus corpos,
devido ao calor que é perdido através de sua superfície. Essa energia é obtida
por meio da respiração celular, processo em que moléculas orgânicas são
oxidadas, liberando grande parte da energia que contêm. A unidade de medida
da energia contida nos alimentos é a quilocaloria (kcal). As necessidades
diárias de vários animais, em termos de quilocalorias, são dadas na tabela a
seguir.

FREMONT, H. The Mathematics of Living Things. In: FREMONT, H. Teaching


Secondary Mathematics through Applications. 2ª ed. Estados Unidos da
América: Prindle, Weber & Schmidt, 1979. Adaptado.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Animal Massa em kg Total de kcal kcal/kg

Coelho 2 116 58,0


Homem 70 2.310 33,0

Cavalo 600 13.200 22,0

Elefante 4.000 52.000 13,0

Baleia 150.000 255.000 1,7

Uma análise da tabela mostra que pequenos animais têm de comer maiores
quantidades percentuais de seus pesos para manterem a temperatura de seus
corpos.

Dentre os vertebrados, aves e mamíferos são endotérmicos, ao passo que os


peixes, anfíbios e répteis são ectotérmicos. Considerando o sistema de
controle de temperatura desses animais, é INCORRETO afirmar que:

a ) o grau de parentesco evolutivo entre aves e mamíferos, que são


endotérmicos, é maior do que entre aves e répteis.

b ) os répteis se distribuem principalmente em regiões de clima quente, pois


são menos ativos em climas frios.

c ) as penas das aves e os pelos dos mamíferos atuam como isolantes


térmicos, contribuindo para a manutenção da endotermia.

d ) a capacidade de oxigenação dos pulmões de aves e mamíferos é muito


maior do que a de peixes pulmonados, anfíbios e répteis.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Observe a ilustração do sistema circulatório apresentado na página 209 e o


apresentado na página 215. Quais são as principais diferenças entre eles?

B. Observe os gráficos da página 210 e da página 216. É possível estabelecer


uma relação entre eles? Justifique.

224

Explorando o tema
Tráfico de animais silvestres

Ibama combate o tráfico de animais em portos internacionais

A fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Renováveis (Ibama) em Santa Catarina apreendeu mais de cem pássaros
silvestres, que seriam destinados ao tráfico em [...] São Francisco do Sul (SC).

[...] entre as aves apreendidas, havia 18 arapongas e 96 tié-sangue, espécie


relacionada como vulnerável em lista de espécies ameaçadas do estado de
Santa Catarina.

O responsável pelo cativeiro foi preso em flagrante e conduzido para a polícia


judiciária. Todos os animais foram apreendidos e encaminhados para depósito
no zoológico de Pomerode, onde será analisada a possibilidade de
reintrodução na natureza.

[...] No local do cativeiro, residência do autuado, foram encontrados ainda 19


pássaros, inclusive papagaio verdadeiro [...].

Devido ao número e variedade de aves, originadas da Mata Atlântica e de


grande interesse comercial, e ainda ser o local da apreensão próximo a dois
portos catarinenses responsáveis por grande fluxo de navios nacionais e
estrangeiros, há indícios de esquema de tráfico internacional de animais
silvestres, o que exigirá a continuidade e ampliação das investigações [...].

PORTAL BRASIL. Ibama combate o tráfico de animais em portos


internacionais. 28 nov. 2014. Disponível em: www.brasil.gov.br/meio-
ambiente/2014/11/ibama-combate-o-trafico-de-animais-em-portos-
internacionais. Acesso em: 14 jan. 2016.

O tráfico de animais silvestres é um dos crimes de maior incidência no Brasil e


no mundo. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais
Silvestres (Renctas), os traficantes são, em sua maioria, brasileiros que
repassam os animais para uma rede de vendedores instalados em vários
países.

Estimativas apontam que, anualmente, mais de 12 milhões de animais sejam


retirados ilegalmente do Brasil, o que afeta diretamente a biodiversidade de
espécies naturais. Grande parte dessa venda é destinada à utilização de
penas, peles, garras e dentes para artesanato e medicina popular.

Boxe complementar:

LEGENDA: Cartaz do Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade, autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente, do ano de 2014.

CRÉDITO: ICMBio/Ministério do Meio Ambiente/Governo Federal

A rede do tráfico de animais silvestres é ampla e complexa. Ela é formada por


fornecedores, intermediários e consumidores.

Os fornecedores geralmente são pessoas simples, que têm essa atividade


como única fonte de renda. Os intermediários são desde pequenos
comerciantes até mesmo instituições, como zoológicos. Eles repassam os
animais aos traficantes nacionais e internacionais. Os consumidores podem ser
aquários, zoológicos, proprietários de curtumes, colecionadores par ticulares,
estilistas de moda, indústria farmacêutica, entre outros.

Fim do complemento.

225

A captura e o transporte dos animais silvestres são feitas de maneiras cruéis.


No Brasil, a maior parte das espécies é capturada nas regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste, e transportadas por até 3 mil quilômetros de distância.

O transporte é realizado sem a mínima condição de sobrevivência. Na maioria


dos casos, os animais não recebem água nem alimentos e são submetidos a
temperaturas elevadas por causa dos métodos de transporte. Os animais são
confinados dentro de pequenos espaços, como caixas, gaiolas ou tubos de
PVC com furos, para evitar que se movam, além de ser uma forma de facilitar
sua ocultação. Em alguns casos, os animais são forçados a ingerir bebidas
alcoólicas para se acalmar. Em outros, os traficantes queimam os olhos dos
animais, arrancam os dentes, entre outras crueldades, levando a maioria deles
à morte.
Estima-se que a mortalidade entre os animais vítimas do tráfico chegue a 90%,
ou seja, de cada dez animais retirados de seu ambiente natural, nove chegam
mortos ao destino.

Além dos maus-tratos aos animais, o tráfico contribui para gerar diversos
problemas ecológicos, tais como diminuição da quantidade de animais
disponíveis para a reprodução. Isso promove um empobrecimento da
variabilidade genética das populações e, dessa forma, acelera os processos de
extinção. Além disso, ocorre um desequilíbrio das teias alimentares, de forma
que a ausência de uma determinada presa faz seus predadores buscarem
outros animais, aumentando a pressão sobre outras espécies.

Criar animais silvestres como animais de estimação é ilegal e considerado


crime ambiental. De acordo com a Lei nº 9.605/98, é proibida a utilização,
perseguição, destruição e caça de animais silvestres, com pena de prisão de
seis meses a um ano, além de multa para quem desobedecê-la.

LEGENDA: Iguanas encontradas dentro de uma caixa por funcionários dos


correios, em São Paulo, no ano de 2010.

CRÉDITO: Zanone Fraissat/Folhapress

Atenção professor: Veja as orientações e as respostas das questões desta


seção nas Orientações para o professor. Fim da observação.

Boxe complementar:

O papagaio-verdadeiro, o pássaro-preto e o curió são aves que estão na lista


das espécies mais apreendidas pela polícia federal e pelos órgãos ambientais
no país. Araras, periquitos, micos, tartarugas e tucanos também aparecem
nesta lista.

LEGENDA: Papagaio-verdadeiro.

CRÉDITO: aaltair/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Ser vivo adulto


Papagaio-verdadeiro (Amazonia aestiva): pode atingir até 35 cm de
comprimento.

Fim do complemento.

· Reúna-se com seus colegas, façam uma pesquisa e listem cinco espécies de
répteis, cinco espécies de aves e cinco espécies de mamíferos silvestres que
são alvos comuns do tráfico de animais. Em seguida, conversem sobre as
maneiras possíveis de reduzir o tráfico de animais silvestres no país. Montem
um cartaz com o tema "Diga não ao tráfico de animais silvestres", expondo as
razões dessa afirmativa. Anotem o resultado das pesquisas que realizaram e
as conclusões da conversa que tiveram. Por fim, apresentem o trabalho aos
outros grupos.

226

Unidade 4 - Corpo humano

LEGENDA: Final dos 100 m livres nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

CRÉDITO: Fabrizio Bensch/Reuters/Latinstock

227

Muitas pessoas comparam o corpo humano a uma máquina complexa. Isso


ocorre porque cada célula, tecido e sistema do corpo humano estão integrados
entre si, permitindo que ele funcione adequadamente.

Ao contrário de uma máquina, o corpo humano não tem uma limitação


estabelecida de capacidade e armazenagem de informações ou de funções.
Como exemplo disso, podemos citar os atletas, que ultrapassam os limites
esperados em termos de força, de potência e de resistência muscular, levando-
os, muitas vezes, a bater recordes de velocidade. Assim, novos desafios são
abertos aos atletas, por isso eles otimizam seu treinamento, buscando se
tornar mais velozes.

Nesse quesito, destaca-se o atleta jamaicano Usain Bolt (1986-), o qual foi
capaz de correr 100 metros em menos de 10 segundos. Décadas atrás, esse
fato era considerado improvável. Além de levar em conta o maior conhecimento
sobre o corpo e seu funcionamento, os treinamentos são voltados para que o
atleta supere seus limites no esporte praticado, intensificando a preparação
física.

Nesta unidade, estudaremos os sistemas do corpo humano e como eles se


integram de forma a permitir seu funcionamento.

228

LEGENDA: Austrian School. Estudantes do sexo feminino em um instituto


de Anatomia em Nova York, 1897. Gravura colorida. Bibliotheque
Nationale, França.

CRÉDITO: Autor desconhecido. 1897. Gravura colorida. Biblioteca Nacional,


Paris (França). Foto: Archives Charmet/Bridgeman Images/Easypix

Unidade 12 - Corpo humano: digestão e respiração

O estudo do corpo humano envolve o conhecimento das estruturas que o


compõem, o papel que desempenham e como elas trabalham.

Nesse sentido, a Anatomia humana é o estudo das estruturas do corpo


humano, e a Fisiologia humana, o estudo de suas funções. Dessa forma,
compreendê-las nos leva a perceber como as partes do corpo humano agem
integradamente, mantendo-nos vivos.

Durante muitos séculos, foi proibido dissecar cadáveres, pois essa prática era
considerada imoral, fato que causou impacto nos estudos médicos e
anatômicos. Por meio do estudo de cadáveres, os profissionais da área de
saúde têm a oportunidade de conhecer as estruturas do corpo humano e como
elas se conectam entre si, facilitando o diagnóstico, o tratamento e os
procedimentos cirúrgicos.

A. Assim como as estudantes mostradas na pintura acima, por que é


importante os alunos dos cursos de saúde estudarem o corpo humano?

Espera-se que os alunos percebam que os conhecimentos sobre o corpo


humano são fundamentais para as profissões relacionadas à saúde, pois para
fazer diagnósticos e apresentar tratamento esses profissionais precisam
entender o corpo humano e seu funcionamento.
A. Assim como as estudantes mostradas na pintura acima, por que é
importante os alunos dos cursos de saúde estudarem o corpo humano?

Atenção professor: Espera-se que os alunos percebam que os conhecimentos


sobre o corpo humano são fundamentais para as profissões relacionadas à
saúde, pois para fazer diagnósticos e apresentar tratamento esses profissionais
precisam entender o corpo humano e seu funcionamento. Fim da observação.

B. A partir do século II, as dissecações foram consideradas práticas imorais e


deixaram de ser feitas. No entanto, a partir do Renascimento, ela voltou a ser
praticada. De que forma a ausência dessa prática impactou os cursos de
saúde? Explique.

Atenção professor: Espera-se que os alunos percebam que os conhecimentos


anatômicos eram fundamentais para realizar diagnósticos e procedimentos
cirúrgicos. Sem a dissecação de cadáveres, o conhecimento ficava restrito a
livros e não havia o lado prático do conhecimento. Fim da observação.

C. Cite os nomes de dois sistemas do corpo humano e sua importância.

Possíveis respostas: sistema locomotor - movimentação do corpo humano;


sistema digestório - digestão dos alimentos e absorção de nutrientes; sistema
circulatório - circulação do sangue; sistema linfático - circulação de linfa;
sistema respiratório - trocas gasosas; sistema nervoso - coordenação do corpo
humano.

D. Como o estudo do corpo humano, realizado ao longo dos séculos, influencia


a saúde do ser humano na atualidade?

Resposta: Os conhecimentos sobre o corpo humano e seu funcionamento,


aliados ao desenvolvimento de novas tecnologias, permitiram ao ser humano
encontrar tratamentos para vários problemas de saúde.

229

Organização estrutural do corpo humano

O corpo humano é composto de níveis de organização estrutural: químico,


celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo. Conheça, a seguir, um
pouco mais sobre cada um deles.
Boxe complementar:

Nível químico

Neste nível estão os átomos e moléculas que constituem o corpo humano. Os


átomos se combinam para formar moléculas, essenciais à manutenção do
corpo humano.

Exemplos: átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio; moléculas de água,


carboidratos, lipídios e proteínas.

Nível celular

Nível composto de células, as unidades básicas do corpo humano. Essas


células, constituídas por uma combinação de diferentes moléculas,
compartilham uma estrutura fundamental, mas com variações dependendo do
tipo celular. Além disso, desempenham diferentes funções no organismo.

Exemplos: células musculares, nervosas e epiteliais.

Nível tecidual

Ele é constituído de tecidos. A união de células semelhantes que


desempenham uma função específica recebe o nome de tecido*.

Exemplos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

Nível orgânico

Este nível é formado pelos órgãos, constituídos pela união de diferentes


tecidos com funções específicas, que geralmente têm uma forma reconhecível.

Exemplos: rins, estômago, pulmão e coração

Nível sistêmico

Este nível, constituído de sistemas, corresponde ao conjunto de órgãos


relacionados entre si e que desempenham uma função comum.

Exemplos: sistema circulatório**, sistema digestório e sistema respiratório.

Nível de organismo

Os sistemas que atuam em conjunto formam o organismo - o corpo humano.


FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo
humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 194-195. TORTORA, G. J. Corpo
humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 66.

CRÉDITO: Studio Caparroz. Angelo Shuman. Max Topchii/Shutterstock.com

Fim do complemento.

*Retome o conteúdo de Histologia já abordado no volume de 1 º ano desta


coleção.

**Nesta coleção, utilizamos a terminologia sistema circulatório em vez de


sistema cardiovascular, pois seguimos a Terminologia Anatômica Internacional,
adotada desde 2001. Para mais informações, leia o livro Terminologia
anatômica. Barueri: Manole, 2001.

230

Digestão

Durante a alimentação, ingerimos alimentos ricos em nutrientes, os quais


precisam ser absorvidos pelas células do organismo. Com exceção de água,
vitaminas e sais minerais, as moléculas de carboidratos, proteínas e lipídios
devem ser quebradas em componentes menores durante o processo de
digestão. Para isso, as enzimas auxiliam nesse processo, atuando sobre
determinado substrato e em uma faixa de pH. Após a absorção dos nutrientes,
os restos não absorvidos resultam nas fezes, que precisam ser eliminadas do
corpo humano.

O sistema digestório é responsável pela ingestão e digestão dos alimentos,


pela absorção de nutrientes e pela eliminação das fezes.

Sistema digestório

O sistema digestório pode ser dividido em trato digestório, um canal alimentar


formado por diferentes órgãos pelos quais os alimentos passam durante a
digestão; e órgãos anexos , os quais armazenam ou liberam secreções
necessárias à digestão, mas não fazem parte do caminho percorrido pelos
alimentos.
Observe, a seguir, a estrutura do sistema digestório.

Boxe complementar:

Sistema digestório

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 434. PAULSEN, Friedrich; WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de
Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012. p. 86.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

A digestão extracelular humana depende de processos mecânicos e químicos.


A digestão mecânica envolve tanto a quebra do alimento em partes menores,
aumentando a superfície disponível para atuação dos processos químicos,
quanto seu deslocamento ao longo do canal alimentar. Esse processo digestivo
inclui a mastigação, a deglutição e a peristalse, que são ondas de contração e
relaxamento responsáveis por empurrar o alimento ao longo do trato digestório.

Já a digestão química corresponde ao conjunto de reações químicas que


decompõem as moléculas dos alimentos. É importante destacar que esse
processo envolve a participação de uma variedade de enzimas digestivas, as
quais aumentam a velocidade das reações químicas, além de substâncias
como ácido clorídrico e sais biliares.

A digestão mecânica e a digestão química dos alimentos são iniciadas na boca,


que é formada por lábios, bochecha, palato mole, palato duro, língua e dentes.

Os lábios são pregas teciduais presentes na abertura da boca. Com o auxílio


das bochechas, os lábios mantêm os alimentos entre os dentes superiores e
inferiores enquanto ocorre a mastigação.

1. Qual é o caminho percorrido pelo alimento durante a digestão?

Resposta: Boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso


e reto.
2. No caderno, faça um quadro separando os órgãos do trato digestório dos
órgãos anexos.

Resposta: Trato digestório: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino


delgado, intestino grosso, reto e ânus. Órgãos anexos: glândulas salivares,
fígado, pâncreas, vesícula biliar.

231

O teto da boca é formado pelo palato duro, composto das maxilas, dos ossos
platinos e do palato mole.

A língua é formada por músculos, que participam da movimentação dos


alimentos e da deglutição. Além disso, atua na fala, auxiliando na articulação
de palavras, e no paladar.

Os dentes são estruturas acessórias, inseridas nos ossos da mandíbula e da


maxila. Parte da base dos dentes é recoberta pela gengiva, formada por tecido
epitelial.

O esmalte, formado basicamente por minerais, localiza-se na parte mais


superficial do dente. O formato dos dentes deve-se à presença de um tecido
rígido denominado dentina. A parte mais interna do dente é constituída da
polpa, formada por tecido conjuntivo e rica em vasos sanguíneos e nervos.

O dente pode ser dividido em três regiões: a coroa (região exposta do dente,
logo acima da gengiva), o colo (parte recoberta pela gengiva) e a raiz
(localizada abaixo do colo e onde se insere no osso). Veja abaixo a estrutura
de um dente.

Boxe complementar:

Estrutura do dente

FONTE: Ilustração produzida com base em: PARKER, Steve. O livro do corpo
humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 175.

CRÉDITO: Alexilusmedical/Shutterstock.com/Angelo Shuman

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Mastigação e dentição humana


A mastigação consiste na digestão mecânica que ocorre na boca pela ação dos
dentes, responsáveis por cortar, rasgar, esmagar e triturar os alimentos. Em
geral, um ser humano adulto apresenta 32 dentes, que podem ser agrupados
de acordo com suas funções em: incisivos, caninos, pré-molares e molares.

Os dentes humanos, adaptados para uma dieta onívora, estão divididos em


duas partes, chamadas arcos dentais. A parte superior é o arco dental maxilar
e a parte inferior é o arco dental mandibular. Os dentes molares e pré-molares
são especializados em esmagar e triturar os alimentos. Os dentes caninos são
especializados em rasgar os alimentos. Já os incisivos, em cortá-los.

FONTES: Piotr Marcinski/Shutterstock.com. snapgalleria/Shutterstock.com

Fim do complemento.

As glândulas salivares secretam e liberam saliva na boca por meio de ductos,


mas não fazem parte dela. Assim, a saliva umedece o alimento, auxiliando na
deglutição. Ela também participa da digestão química dos alimentos, por meio
de uma enzima denominada amilase salivar ou ptialina, que atua na quebra de
moléculas de amido em pH neutro (igual a 7,0).

LEGENDA: Representação das glândulas salivares.

CRÉDITO: Angelo Shuman

232

Quando sofre digestão química na boca, o alimento apresenta uma


consistência pastosa, denominada bolo alimentar. Em seguida, ele é deglutido,
por meio de movimentos da língua, a qual empurra o bolo alimentar para a
faringe, estrutura responsável por ligar a boca ao esôfago.

O esôfago é um órgão muscular em forma de tubo, cujos músculos lisos se


contraem empurrando o alimento até o estômago. Essas contrações
musculares são chamadas movimentos peristálticos.

O estômago é um saco muscular expandido que apresenta atividade


peristáltica (contrações involuntárias dos músculos). Esses movimentos
contribuem para que eventuais partículas grandes de alimento ainda
persistentes sejam quebradas mecanicamente, além de facilitar a mistura do
suco gástrico ao bolo alimentar.
A digestão química no estômago é realizada por uma enzima presente no suco
gástrico, chamada pepsina. Esta atua na quebra das ligações químicas das
proteínas (possui pH ácido, menor que 7,0). No entanto, essa quebra depende
de um meio ácido para ocorrer, sendo possível pela presença de ácido
clorídrico no suco gástrico. Após a digestão do bolo alimentar, ele adquire uma
consistência mais líquida e passa a ser denominado quimo, seguindo, assim,
para o intestino delgado.

O intestino delgado é dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. Nesse


órgão, ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes e, por isso, o intestino
delgado apresenta algumas células modificadas e organizadas de modo a
garantir o aumento da superfície de absorção. Veja o esquema a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura do intestino delgado

O revestimento interno do intestino delgado apresenta várias pregas intestinais,


as quais aumentam ainda mais a superfície de absorção desse órgão.
Os tecidos mais superficiais das pregas do intestino delgado apresentam
projeções denominadas vilosidades que aumentam a área de absorção
desse órgão.
No intestino delgado, são encontradas células especializadas na absorção de
nutrientes, as quais apresentam projeções na membrana plasmática
chamadas microvilosidades, o que amplia a superfície de absorção de
nutrientes.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 447. CAMPBELL, Neil A. et al. Biology. 8ª ed. San Francisco: Pearson
Benjamin Cummings, 2009. p. 889.

CRÉDITO: Angelo Shuman/Rogério Casagrande

Fim do complemento.

233

Nas paredes do intestino delgado, existem músculos lisos que se contraem,


contribuindo para a mistura entre o quimo e as secreções encontradas nesse
órgão. As substâncias produzidas por esse órgão formam o suco entérico.
Este, junto com as substâncias produzidas pelo fígado e pelo pâncreas, atua

na digestão química. No suco entérico, estão presentes enzimas que atuam em


pH básico (maior que 7,0), principalmente na degradação de carboidratos e de
proteínas.

A maior parte das substâncias digeridas no estômago, na boca e no intestino


delgado é absorvida no intestino delgado. Com essa absorção, as moléculas
entram no sistema circulatório e são distribuídas para diferentes partes do
corpo humano. Após passar pelo intestino delgado, os nutrientes que não
foram absorvidos chegam ao intestino grosso.

Os órgãos anexos contribuem para a digestão dos alimentos, secretando


substâncias e lançando-as no intestino. O fígado produz um líquido chamado
bile, secretado no duodeno e composto de água, sais minerais e outras
substâncias que contribuem para a digestão dos lipídios*. A vesícula biliar
armazena a bile.

O pâncreas é responsável por pro duzir o suco pancreático (secretado na


região do duodeno), composto de bicarbonato, água e enzimas. O bicarbonato
reduz a acidez do quimo, após ele ter deixado o estômago. Entre as várias
enzimas produzidas pelo pâncreas, há as que atuam na degradação de
carboidratos, lipídios e proteínas.

Do intestino delgado, o quimo se gue para o intestino grosso, onde termina o


processo de digestão dos alimentos.

O intestino grosso é dividido em três regiões: o ceco, região que recebe o


quimo proveniente do intestino delgado, o colo, que corresponde à maior parte
do intestino grosso, e o reto, parte final do intestino delgado, que se abre para
o meio externo através do ânus.

Conforme o material fecal se mo ve no colo, a água é reabsorvida das fezes


pela parede do intestino.

Boxe complementar:

Órgãos anexos do sistema digestório

Estrutura do intestino grosso


FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.
Sobotta: atlas de anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 86. TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
444, 452.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Boxe complementar:

A saúde do sistema digestório

Vários problemas de saúde podem afetar os órgãos do sistema digestório.


Entre os mais comuns estão: a azia, a gastrite, a úlcera, a esofagite, a hepatite
e os cálculos biliares. De maneira geral, uma rotina alimentar saudável ajuda a
preveni-los. Por isso, é importante: ter horários regulares para se alimentar;
escolher alimentos leves e de fácil digestão; mastigar devagar os alimentos;
não comer muito, pouco antes de dormir; alimentar-se a cada três horas;
escovar os dentes após as refeições e antes de dormir; procurar o médico se
notar qualquer alteração no funcionamento do sistema digestório, evitando a
automedicação, que pode mascarar os sintomas, atrasando o diagnóstico
correto.

Fim do complemento.

*Diga aos alunos que a bile quebra as gotas de gordura em gotículas menores,
facilitando as ação das enzimas digestivas, ou seja, atua na digestão física dos
alimentos.

234

Respiração

A respiração* envolve as trocas gasosas. Nos seres humanos, o gás oxigênio


chega os tecidos, e o gás carbônico é eliminado para a atmosfera. O transporte
de gases ocorre por meio do sangue.

Sistema respiratório
O sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: a porção condutora e
a porção respiratória.

A porção condutora é formada por estruturas que conduzem o ar da atmosfera


até os pulmões. É composta de: nariz, narina, cavidade nasal, septo nasal,
faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos.

A porção respiratória é formada pelos pulmões, estruturas responsáveis por


realizar as trocas gasosas.

Boxe complementar:

Estrutura do sistema respiratório

Fim do complemento.

Quando o ar é inspirado, ele entra pelo nariz, que é formado externamente por
cartilagens recobertas por pele. As aberturas do nariz para o meio externo são
chamadas narinas , cujos pelos atuam na filtração de partículas que possam
estar em suspensão no ar. A parte interna do nariz localiza-se no interior do
crânio e tem uma cavidade denominada cavidade nasal.

A cavidade nasal, dividida em duas partes pelo septo nasal, apresenta dobras
em sua parede, chamadas conchas nasais. Essas dobras aumentam a
superfície de contato com o ar, permitindo que ele seja aquecido, umedecido e
filtrado.

A cavidade nasal comunica-se com a faringe, um tubo muscular que termina na


altura da laringe e faz parte tanto do sistema digestório quanto do respiratório.
Por ela, o alimento passa antes de seguir para o esôfago e o ar, antes de
chegar à traqueia.

A laringe é um tubo curto cartilaginoso que une faringe e traqueia. Esta é um


tubo oco cujas paredes possuem anéis incompletos de cartilagem em forma de
letra "C", que a mantêm aberta, impedindo que ela se comprima e permitindo a
passagem de ar.

Boxe complementar:

Caminho do ar no sistema respiratório


FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo
humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 130. TORTORA, G. J. Corpo
humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 412.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

3. Qual é o caminho do ar ao entrar no sistema respiratório?

Resposta: O ar entra pelas narinas, passa pela cavidade nasal, chega à


faringe, à laringe, à traqueia, aos brônquios e segue para os bronquíolos. Por
fim, chega aos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas.

4. Por que é importante respirar corretamente pelo nariz e não pela boca?

Resposta: Porque o ar tem de passar pelo nariz para ser aquecido, umedecido
e filtrado, o que não ocorre na respiração bucal.

*Explique aos alunos que a respiração humana depende da ação conjunta de


dois sistemas: o sistema respiratório, que capta o gás oxigênio e elimina o gás
carbônico para a atmosfera; e o sistema circulatório, que transporta os gases
do sistema respiratório**. Atenção professor: **O assunto respiração, aqui
apresentado, refere-se às trocas gasosas. É importante que os alunos não
confundam esse conteúdo com a respiração celular, na qual substâncias
orgânicas são oxidadas (com uso de O2) para liberar energia armazenada em
forma de ATP. Fim da observação.

235

No interior da laringe, há uma abertura chamada glote, onde se encontram as


pregas vocais , estruturas elásticas relacionadas à produção de som. Sobre a
glote, encontra-se a epiglote, a qual atua como uma tampa que se fecha
durante a passagem de líquidos e alimentos e se abre para a passagem de ar.

A parte final da traqueia ramifica-se em duas partes cartilaginosas chamadas


brônquios , que entram nos pulmões e se dividem em bronquíolos, tubos finos
e sem cartilagem. O conjunto formado pelos brônquios e bronquíolos é
chamado árvore brônquica. Os pulmões situam-se acima de um músculo
chamado diafragma. O pulmão esquerdo possui uma depressão em sua
parede, onde se localiza o coração. No interior dos pulmões, existem estruturas
microscópicas denominadas alvéolos pulmonares , formados de tecido elástico,
o qual infla e esvazia para a entrada e a saída de ar.

A respiração pode ser dividida em três etapas: ventilação pulmonar, respiração


pulmonar e respiração tecidual.

Na ventilação pulmonar, o ar entra pelas cavidades nasais, chega aos alvéolos


pulmonares, enchendo-os, e retorna para o ambiente. Ela se divide em dois
movimentos respiratórios, a inspiração e a expiração. A inspiração é a entrada
do ar no sistema respiratório até atingir os alvéolos pulmonares, e a expiração
é a saída de ar do sistema respiratório.

A entrada e a saída de ar ocorrem pela diferença de pressão entre o tórax e o


ambiente, e é causada pelos movimentos respiratórios. Estes, por sua vez,
ocorrem devido à ação dos músculos diafragma e intercostais. O músculo
diafragma localiza-se abaixo dos pulmões e recobre toda a cavidade torácica,
separando-a da cavidade abdominal. Já os músculos intercostais localizam-se
entre as costelas.

Para conhecer o movimento realizado pelas pregas vocais durante a fala,


acesse o site e assista ao vídeo: Pregas Vocais - Aparelho Fonador -
Videoestroboscopia:

· http://tub.im/qqc8hv.

Acesso em: 7 mar. 2016.

Boxe complementar:

Representação da inspiração

Na inspiração, a pressão no interior dos pulmões é inferior à pressão


atmosférica. O diafragma se contrai e os músculos intercostais movem as
costelas para cima e para fora. Esses movimentos aumentam o espaço interno
da caixa torácica, diminuindo a pressão em seu interior. A pressão atmosférica,
que nesse momento é maior do que a pressão interna dos pulmões, empurra o
ar das narinas para os pulmões.

Representação da expiração
Na expiração, a pressão interna dos pulmões é maior do que a pressão
atmosférica, permitindo que o ar seja empurrado para fora do corpo. Assim,
tanto o diafragma como os músculos intercostais relaxam, fazendo que o ar no
interior dos pulmões, que se encontra a uma pressão maior do que a
atmosférica, saia para o ambiente por meio das narinas.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K.


Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole,
2002. p. 374.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Na respiração pulmonar, os gases atravessam a parede dos alvéolos


pulmonares e dos vasos capilares sanguíneos ao seu redor.

236

Boxe complementar:

Representação da respiração pulmonar

1. Parte do gás oxigênio, obtido durante a inspiração, atravessa as paredes dos


alvéolos e dos vasos capilares, entrando na corrente sanguínea.

2. No sangue, o gás oxigênio é transportado para o resto do corpo pelas


células sanguíneas chamadas hemácias.

3. O gás carbônico presente no sangue atravessa as paredes dos capilares e


dos alvéolos e entra nos alvéolos. O gás carbônico é expelido do corpo por
meio da expiração.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, Steve. O livro do


corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 130, 134.

Respiração tecidual

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, Steve. O livro do


corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 62 e 130. WINSTON, Robert
(Ed.). Human. Londres: Dorling Kindersley, 2004. p. 69.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman


Fim do complemento.

Na respiração tecidual, o gás oxigênio é transportado dos pulmões aos tecidos


por uma rede de vasos sanguíneos. Nos capilares que chegam aos tecidos,
dois movimentos de difusão são favorecidos. Um deles é a difusão do gás
oxigênio do sangue para a célula e o outro é o do gás carbônico da célula para
o sangue. Isso ocorre porque as células obtêm energia a partir da quebra das
moléculas de glicose provenientes dos alimentos com o uso do gás oxigênio.
Assim, o gás carbônico, considerado um subproduto da respiração celular,
acumula-se na célula e precisa ser eliminado.

Além disso, o gás carbônico produzido é recolhido pelos vasos capilares e


transportado até os pulmões, onde passa pela respiração pulmonar e é
liberado para a atmosfera.

Biologia e Saúde

Tabagismo

O tabagismo caracteriza-se pela dependência química da nicotina, substância


presente no tabaco e em seus derivados. Segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde), o tabagismo está relacionado à morte por diversas
doenças: 85% por bronquite e enfisema pulmonar; 30% por cânceres (pulmão,
boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga urinária, estômago e
fígado); 25% por angina e infarto e 25% por acidente vascular cerebral. Além
disso, o tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças,
como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera, impotência sexual,
infertilidade, osteoporose, entre outras. Por isso, ele deve ser evitado.

237

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Qual é a importância do sistema digestório para o corpo humano?


2. Explique a diferença entre a digestão mecânica e a digestão química,
exemplificando-as.

3. Descreva a importância das glândulas salivares para o corpo humano.

4. Sobre o intestino grosso, responda:

a ) Ele é dividido em quais partes?

b ) Relacione os movimentos peristálticos com a absorção de água no intestino


grosso.

5. O sistema respiratório humano é formado pelos pulmões e vias respiratórias.

a ) Qual é a importância das vias respiratórias para o organismo humano?

b ) As vias respiratórias são compostas de quais órgãos e estruturas?

6. Observe a ilustração e responda às questões propostas.

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 86. TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
444.

CRÉDITO: Angelo Shuman

a ) Por que os órgãos representados são chamados órgãos acessórios do


sistema digestório?

b ) A estrutura III é responsável pela produção da bile? Justifique.

c ) Como é denominada a estrutura representada em I? Explique sua


importância.

d ) Como é denominada a estrutura representada em II? O que ocorrerá se


houver falhas em seu funcionamento?

7. Observe o quadro abaixo e responda às questões propostas.

Quadro: equivalente textual a seguir.

pH em
Enzima Origem O que digere Transforma em
que
atua

Amilase salivar Glândulas 7,0


Polissacarídeos Dissacarídeos
(ptialina) salivares (neutro)

1,5 a
Pepsina Estômago 2,0 Proteína Peptídeos
(ácido)

7,0 a
Amilase
Pâncreas 8,0 Polissacarídeos Dissacarídeos
pancreática
(básico)

7,0 a
Ácidos graxos e
Lipase Pâncreas 8,0 Gordura
glicerol
(básico)

7,0 a
Tripsina e
Pâncreas 8,0 Proteína Peptídeos
quimotripsina
(básico)

Intestino 7,6
Peptidases Peptídeos Aminoácidos
delgado (básico)

Intestino 7,6
Dissacaridases Dissacarídeo Monossacarídeos
delgado (básico)

a ) Explique a importância das enzimas no processo de digestão.

b ) No quadro acima, podemos observar que as diferentes enzimas atuantes no


processo de digestão têm ação em pH diferentes. Por quê?

c ) No refeitório de uma escola, foram servidas aos alunos porções de arroz,


feijão, batata-doce, carne, alface, tomate e, de sobremesa, salada de frutas.
Em relação ao trajeto desses alimentos pelo sistema digestório, quais enzimas,
citadas no quadro acima, atuaram na digestão do arroz, do feijão e da batata-
doce (alimentos ricos em amido)?
d ) As enzimas responsáveis por degradar as principais macromoléculas da
carne atuam em qual pH? Quais são essas enzimas? Explique a ação
digestória dessas enzimas.

238

8. (UFMG) Observe esta figura:

Alguns órgãos do sistema digestório humano

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 86. TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
434.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Com base nessa figura, é correto afirmar que:

a ) no estômago os carboidratos são transformados em açúcares.

b ) no intestino delgado ocorre absorção de vários nutrientes.

c ) o intestino grosso digere e absorve fibras.

d ) o fígado digere as gorduras presentes nos alimentos.

9. (Unesp-SP) O volume total de ar que cabe no sistema respiratório de um


homem adulto, ao nível do mar, é cerca de 6 litros. Nessas condições, os
pulmões de um indivíduo em repouso, a cada movimento respiratório, trocam
com o meio exterior, em média, apenas 0,5 litro de ar. Essa quantidade de ar
inspirado mistura-se ao ar retido nas vias aéreas e apenas parte dessa mistura
chega aos alvéolos. Desse modo, considerando a fisiologia e a anatomia do
aparelho respiratório humano, é correto afirmar que, durante a inspiração, o ar
que chega aos alvéolos possui:

a ) maior concentração de CO2 que aquela do sangue venoso.

b ) menor concentração de CO2 que o ar atmosférico.

c ) maior concentração de O2 que aquela do sangue arterial.

d ) maior concentração de CO2 que aquele que havia sido expirado.


e ) menor concentração de O2 que aquele que havia sido expirado.

10. (UFMG) A troca de gases no corpo humano envolve dois processos: a


inspiração e a expiração. No primeiro, o ar vai da atmosfera para os pulmões e,
no segundo, o ar vai dos pulmões para a atmosfera. Para respirar, o homem
deve alterar a pressão interna, o que é feito a partir dos movimentos de um
importante músculo: o diafragma. Nessa troca, a principal função do diafragma
consiste em fazer variar o volume da cavidade torácica, tal como representado
nas figuras a seguir.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K.


Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole,
2002. p. 374.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Considerando-se essas informações, é correto afirmar que, durante o processo


de inspiração, ocorre:

a ) contração do diafragma e, consequentemente, redução da pressão na


cavidade torácica, o que faz o ar entrar nos pulmões.

b ) contração do diafragma e, consequentemente, redução do volume da


cavidade torácica, o que faz o ar entrar nos pulmões.

c ) relaxamento do diafragma e, consequentemente, redução da pressão na


cavidade torácica, o que faz o ar entrar nos pulmões.

d ) relaxamento do diafragma e, consequentemente, aumento do volume da


cavidade torácica, o que faz o ar entrar nos pulmões.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. A classificação apresentada na página 229 pode ser estendida para todos os


outros animais abordados na unidade 3 deste volume? Explique.

B. Por que a mastigação é fundamental na digestão de alimentos como o arroz


e o feijão?
C. Retome a fotografia apresentada nas páginas 226 e 227. Por que a
ventilação pulmonar é fundamental para atletas como os mostrados nessa
imagem?

D. O tabagismo, apresentado na página 236, está relacionado à enfisema


pulmonar, problema que afeta os alvéolos pulmonares, causando, entre outros
sintomas, o aumento do volume da caixa torácica e a dificuldade para respirar.
Quais etapas da respiração são mais afetadas nessa doença?

239

Trocando ideias

Transtornos alimentares

CRÉDITO: Sarah2/Shutterstock.com/Daniel Zeppo

Os transtornos alimentares, distúrbios relacionados aos hábitos alimentares,


podem comprometer a saúde dos indivíduos. Os primeiros sinais desses
problemas costumam aparecer na infância e na adolescência, embora possam
persistir na fase adulta. Na adolescência, os transtornos mais frequentes são o
transtorno compulsivo alimentar periódico, a anorexia nervosa e a bulimia
nervosa.

O transtorno compulsivo alimentar periódico é caracterizado por episódios em


que a pessoa deseja se alimentar em grande quantidade, por isso é
denominado compulsão alimentar.

Já a anorexia nervosa é comum principalmente em adolescentes do sexo


feminino, que passam a ter uma visão distorcida do próprio corpo em relação a
massa corporal, acreditando que estão muito acima do peso. O que as motiva
a diminuir bruscamente a alimentação é o receio de engordar ou de tornar-se
obesa. É comum, ainda, que a pessoa crie uma distorção de sua própria
imagem, achando que seu corpo é muito maior do que realmente é.

A bulimia nervosa caracteriza-se pela vontade de ingerir uma grande


quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo, acompanhada da
sensação de perda de controle e compulsão. Após essa ingestão excessiva, a
pessoa passa por uma fase de arrependimento e preocupação em engordar.
Por isso, ela induz o vômito e chega a utilizar inibidores de apetite e
medicamentos com efeitos diuréticos e/ou laxantes. É importante destacar que
o uso desses medicamentos pode afetar as funções dos intestinos, impactando
a quebra e absorção de nutrientes. Em alguns casos, a pessoa faz atividade
física excessivamente. Esse hábito pode causar danos na musculatura, como a
exaustão muscular, uma vez que a pessoa não tem, nas fibras musculares,
glicogênio suficiente armazenado para realizar tal esforço.

Os transtornos alimentares, se não tratados, podem levar o paciente à morte.


Para tratá-los, é necessário o acompanhamento de diversos profissionais da
área da saúde. Os nutricionistas, por exemplo, podem indicar dietas com
refeições regulares e com a quantidade de nutrientes adequada para cada
pessoa. Além disso, é necessário o acompanhamento médico e psicológico
para levar o paciente a superar o problema. Em alguns casos, o
acompanhamento psiquiátrico e a prescrição de alguns medicamentos podem
ser necessários.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Faça uma pesquisa e verifique qual dos trans tornos apresentados mais
afeta os jovens brasileiros. Em seguida, converse com seus colegas sobre os
motivos de esse transtorno ser tão frequente.

b ) Como os padrões de beleza influenciam o desenvolvimento de transtornos


alimentares? Dis cuta so bre isso com seus colegas.

240

LEGENDA: Alimentos apropriados para uma boa saúde do coração.

CRÉDITO: udra11/Shutterstock.com

Capítulo 13 - Corpo humano: circulação, imunidade e excreção

Em todo o mundo, milhões de pessoas morrem por causa de problemas


relacionados ao sistema circulatório. Entres esses problemas podemos citar:
hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre
outros.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, algumas atitudes podem evitar


que esses problemas ocorram. Veja a seguir.
· Manter uma alimentação saudável.

· Praticar atividades físicas.

· Não fumar.

· Manter a massa corpórea em uma faixa saudável.

· Conhecer os níveis de glicose no sangue, de pressão arterial, de IMC (índice


de massa corpórea), entre outros valores relacionados à saúde.

· Não consumir bebidas alcoólicas.

Veja, no quadro abaixo, alguns benefícios que as mudanças de hábitos para a


saúde do coração podem proporcionar.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Hábito Resultado

Menos 20% de risco de


derrame;
Controlar os níveis de colesterol no menos 25% de risco de
sangue morte;
menos 33% de risco de
infarto.

Menos 15% de risco de


infarto;
Controlar a pressão arterial
menos 42% de risco de
derrame.

Menos 50% de risco de


infarto;
Parar de fumar
menos 70% de risco de
morte.

Perder massa corporal e praticar Menos 25% de risco de


exercícios físicos diabetes.
FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Amor pela vida é...
cuidar do coração. Disponível em: http://prevencao.
cardiol.br/campanhas/pdf/cartilha-amor-2015.pdf. Acesso em: 14 abr. 2016.

A. Por que é importante manter a saúde do coração?

Resposta: Porque o coração é um órgão vital.

B. Em que sistema o coração se localiza? Qual é a importância desse sistema


para o corpo humano?

Resposta: Ele se localiza no sistema circulatório. Ele é responsável pelo


transporte de sangue no corpo humano.

C. Dos hábitos necessários para evitar problemas no coração, quais você


pratica frequentemente? Você considera necessário modificar algum de seus
hábitos?

Resposta pessoal.

241

Circulação

No corpo humano, a circulação envolve dois sistemas: o sistema circulatório e


o sistema linfático.

Sistema circulatório

Assim como em outros vertebrados, o sistema circulatório humano é um


sistema fechado, responsável pelo transporte de sangue. Basicamente, ele é
constituído por três componentes: o sangue, fluido corporal que circula dentro
dos vasos; os vasos sanguíneos, uma rede de vasos que permeia todo o
corpo, e o coração, que funciona como uma bomba muscular.

Boxe complementar:

Estrutura do sistema circulatório

FONTE: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 114. TORTORA, G. J. Corpo
humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 364, 371.
CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Sangue

O sangue é um líquido viscoso e de coloração vermelha. Ele corresponde a


aproximadamente 8% da massa corporal de um adulto, o que equivale a cerca
de 4 a 5 litros em mulheres e de 5 a 6 litros em homens.

No organismo, ele é responsável pelo transporte de gás oxigênio dos pulmões


até os tecidos, de nutrientes do sistema digestório aos tecidos, de resíduos
celulares até os órgãos responsáveis por sua eliminação e de hormônios por
todo o corpo humano. Além disso, é responsável pela circulação de células de
defesa no organismo.

O sangue é formado por uma fase líquida, o plasma, e uma fase composta de
células variadas e de fragmentos de células. O plasma é um líquido de cor
amarelada, formado principalmente por água e porções de proteínas, enzimas,
hormônios, gases e produtos do metabolismo celular. Ele está relacionado ao
equilíbrio entre a quantidade de água no sangue e nos tecidos, à proteção
contra agentes estranhos e à redução da perda de sangue em ferimentos.

Boxe complementar:

Componentes celulares

LEGENDA: Tecido sanguíneo (aumento aproximado de 1.150 vezes).

CRÉDITO: Dennis Kunkel Microscopy, Inc./Visuals Unlimited, Inc./Glow Images

As plaquetas são fragmentos de células que participam do processo de


coagulação sanguínea, formando uma malha de fibras proteicas, na qual as
células do sangue ficam aprisionadas. Além de evitar o vazamento do sangue,
os coágulos criam uma barreira contra a entrada de microrganismos.

Os leucócitos ou glóbulos brancos são células que participam das defesas do


corpo humano. Vários tipos de célula constituem os leucócitos, e todas estão
relacionadas à destruição de agentes estranhos.

As hemácias ou glóbulos vermelhos são células anucleadas, isto é, não


possuem núcleo. Elas apresentam um pigmento vermelho chamado
hemoglobina, molécula à qual o gás oxigênio se liga após atravessar as
paredes dos alvéolos pulmonares e dos capilares para ser transportado pelo
corpo.

1. Qual é a importância da coagulação sanguínea?

Resposta: A coagulação sanguínea reduz a perda de sangue em ferimentos,


bloqueando a saída de sangue do vaso sanguíneo e impede a entrada de
microrganismos.

Fim do complemento.

242

Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos ramificam-se e espalham-se pelo corpo humano,


formando uma rede responsável por distribuir o sangue para todos os tecidos.
Eles variam em formato e são classificados em artérias, arteríolas, veias,
vênulas e capilares.

Boxe complementar:

Estrutura dos vasos sanguíneos

1. As artérias transportam o sangue rico em gás oxigênio do coração para os


tecidos. Suas paredes são espessas e formadas por tecido epitelial, muscular e
conjuntivo. Elas recebem o sangue do coração sob pressão elevada e o
impulsionam ao longo do sistema circulatório.

2. As veias transportam o sangue pobre em gás oxigênio dos tecidos de volta


ao coração. Embora sua estrutura seja semelhante à de uma artéria - formada
por tecido epitelial, muscular e conjuntivo -, suas paredes são bem mais finas,
pois o sangue em seu interior é conduzido sob pressões mais baixas. Dessa
forma, as veias possuem válvulas que impedem o retorno do sangue e
contribuem para direcionar o fluxo sanguíneo para o coração.

3. As arteríolas transportam sangue rico em gás oxigênio para os tecidos. Elas


se ramificam a partir das artérias, conforme se afastam do coração. Os vasos
formados a partir dessa ramificação ficam menores e, ao chegar aos tecidos,
as arteríolas formam os capilares. Elas são compostas de tecido epitelial e
tecido muscular.

4. Os capilares são vasos sanguíneos microscópicos, que alcançam


praticamente todas as células. Eles são responsáveis pela troca de gases e de
nutrientes entre o sangue e os tecidos. Conforme os capilares passam pelos
tecidos, o sangue em seu interior perde o gás oxigênio e recebe o gás
carbônico. Esses vasos são formados apenas por uma camada de células
epiteliais.

5. As vênulas são pequenas veias que recebem o sangue pobre em gás


oxigênio proveniente dos capilares e o encaminham até as veias.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 114. TORTORA, G. J. Corpo
humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 364, 371.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Estrutura do coração

FONTE: Ilustração produzida com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 130. PAULSEN, F.; WASCHKE, J.
Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 9.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Coração

O coração é o órgão responsável por bombear o sangue através dos vasos


sanguíneos. Ele é constituído de tecido muscular estriado cardíaco e situa-se
entre os dois pulmões (do esterno até a coluna vertebral). Em geral, a maior
parte do coração encontra-se localizada no lado esquerdo do corpo.

Esse órgão apresenta duas câmaras superiores, o átrio direito e o átrio


esquerdo; e duas câmaras inferiores, o ventrículo direito e o ventrículo
esquerdo.
Os átrios não se comunicam entre si e os ventrículos também não. Com isso, o
sangue rico em gás oxigênio (conhecido como arterial) não se mistura ao
sangue pobre em gás oxigênio (chamado venoso).

A valva atrioventricular direita e a valva atrioventricular impedem o refluxo de


sangue dos ventrículos para os átrios.

243

Circulação sanguínea

O caminho percorrido pelo sangue do ventrículo direito até os pulmões e dos


pulmões até o átrio esquerdo é chamado circulação pulmonar. Já o caminho
percorrido pelo sangue do ventrículo esquerdo até os órgãos e o átrio direito é
conhecido como circulação sistêmica. Veja a seguir como elas ocorrem.

Boxe complementar:

Circulação do sangue

Circulação pulmonar

O sangue proveniente da região da cabeça e das partes superiores do corpo


chega ao coração por meio da veia cava superior 1; e o sangue proveniente
das partes inferiores do corpo chega até a veia cava inferior 2. O sangue das
veias cavas superior e inferior é direcionado até o átrio direito 3. Depois, é
encaminhado ao ventrículo direito 4, que o bombeia até os pulmões por meio
das artérias pulmonares 5.

Circulação sistêmica

Nos pulmões, o sangue recebe gás oxigênio e elimina o gás carbônico. Por
meio das veias pulmonares 6, o sangue segue até o átrio esquerdo 7. Do átrio
esquerdo, ele segue para o ventrículo esquerdo 8 , de onde é bombeado e
segue, por meio da artéria aorta 9, para ser distribuído ao restante do corpo.

CRÉDITO: Jacopin/BSIP/Glow Images

Fim do complemento.

Ciclo cardíaco

O batimento cardíaco pode ser dividido em duas fases - a sístole e a diástole. A


sístole é a fase em que a musculatura cardíaca se contrai, e a diástole ocorre
quando ela relaxa. O período entre o final de uma sístole e o começo de outra
é chamado ciclo cardíaco. Observe o esquema abaixo.

A quantidade de batimentos cardíacos por unidade de tempo indica a


frequência cardíaca, isto é, a pulsação por minuto. Essa contração repetitiva
dos músculos do coração bombeia o sangue através de vasos sanguíneos.

A frequência cardíaca varia dependendo se a pessoa estiver em repouso ou


não. Por exemplo, uma pessoa em repouso apresenta frequência cardíaca
entre cerca de 60 e 100 batimentos por minuto.

Boxe complementar:

Ciclo cardíaco

O sangue rico em gás oxigênio entra no átrio esquerdo 1, e o sangue pobre em


gás oxigênio entra no átrio direito 2. Uma parte do sangue dos átrios segue
para os ventrículos 3, que se enchem.

Os átrios 4 contraem-se e o sangue é forçado a passar para os ventrículos 5.

Os ventrículos 6 contraem-se, aumentando a pressão em seu interior. Isso faz


as valvas da aorta e do tronco pulmonar abrir e o sangue passar por elas, em
direção às artérias principais 7. As valvas atrioventriculares 8 se fecham.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 9. TORTORA, G. J. Corpo humano: fundamentos
de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 352.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

2. Meça sua pulsação durante 15 segundos. Multiplique o valor encontrado por


4 e descubra o valor de sua frequência cardíaca.

Resposta pessoal.

244

Biologia e Saúde

Doenças cardiorrespiratórias e qualidade de vida


As doenças cardiovasculares estão relacionadas a fatores que afetam a
circulação sanguínea. Além da herança genética, fatores externos como a má
alimentação, o sedentarismo e o estresse agravam o quadro dessas doenças,
que podem levar à morte.

Quando o sangue é bombeado do coração para os vasos sanguíneos, exerce


uma pressão sobre a parede desses vasos chamada pressão arterial. Ela é
medida em milímetros de mercúrio (mmHg), e, em um adulto, é considerada
normal quando se mantém em cerca de 120/80 mmHg ou 12 por 8 (cmHg).

Quando a pressão sanguínea se mantém acima dos níveis esperados, ocorre


uma doença cardiovascular chamada hipertensão arterial, que, inicialmente,
não apresenta sintomas, mas aumenta o risco do aparecimento de outras
doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular
cerebral. Uma das causas da hipertensão arterial é o consumo excessivo de
sódio, presente no sal de cozinha.

O infarto do miocárdio ocorre em consequência de uma obstrução do fluxo


sanguíneo até o coração, que é causada pelo acúmulo de placas de gordura no
interior das artérias coronárias. Por causa disso, algumas regiões do miocárdio
param de receber gás oxigênio e morrem, formando cicatrizes incapazes de
realizar a contração. O acidente vascular cerebral (AVC) é provocado pelo
entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos no cérebro. No primeiro
caso, o fluxo sanguíneo é interrompido; no segundo, há hemorragia cerebral.
Dependendo do local e da gravidade da lesão, o AVC resulta em paralisia,
transtornos mentais e até mesmo em cegueira.

Alguns hábitos podem prevenir doenças cardiovasculares, entre eles: manter


uma alimentação balanceada; evitar alimentos gordurosos e ricos em sódio;
não fumar nem ingerir bebidas alcoólicas; praticar atividades físicas
regularmente e evitar situações de estresse.

Sistema linfático

Entre as células que formam os tecidos do corpo humano existem espaços


conhecidos como espaços intersticiais ou intercelulares. Quando os capilares
sanguíneos passam pelos tecidos, um pouco de plasma sanguíneo contido em
seu interior atravessa sua parede. O plasma com algumas proteínas e resíduos
do metabolismo celular forma, então, um líquido que preenche os espaços
intersticiais chamado líquido intercelular. Quando esse líquido sai dos espaços
intercelulares e retorna ao sangue, por meio de vasos, é chamado linfa. Dos
capilares, a linfa é conduzida para vasos linfáticos maiores, e é filtrada quando
passa pelos linfonodos.

O sistema linfático é responsável por devolver a linfa ao sangue, absorver


gorduras e algumas vitaminas no intestino e auxiliar nas defesas do corpo
humano.

LEGENDA: Representação da circulação linfática.

FONTE: Ilustração produzida com base em: HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K.


Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole,
2002. p. 334.

CRÉDITO: Luciane Mori

245

Esse sistema é composto de timo, baço, vasos linfáticos e linfonodos. Veja


abaixo.

Boxe complementar:

Sistema linfático

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
384.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

O timo localiza-se na região do tórax e está relacionado à produção e à


maturação de alguns tipos de glóbulos brancos.

O baço fica localizado abaixo do diafragma, na lateral do tórax, e atua na


filtração do sangue, eliminando microrganismos e células sanguíneas velhas.

Os vasos linfáticos retiram o líquido intercelular dos tecidos e o conduzem de


volta ao sangue.
Os linfonodos são órgãos distribuídos ao longo dos vasos linfáticos,
abundantes no pescoço, nas axilas e na virilha. Nessas estruturas, a linfa é
filtrada e substâncias estranhas são eliminadas pelos glóbulos brancos ali
produzidos.

3. As tonsilas são linfonodos localizados na região do nariz, da boca e da


faringe. Explique por que, em caso de infecção em alguma dessas regiões, as
tonsilas incham.

Resposta: Porque as tonsilas são linfonodos que eliminam substâncias


estranhas. A inflamação indica que há atividade intensa na região, resultado da
multiplicação dos leucócitos.

Imunidade*

A imunidade refere-se ao conjunto de mecanismos associados à resistência do


corpo humano ao desenvolvimento de doenças infecciosas. Esse processo
está relacionado às defesas do corpo humano, que atuam contra agentes
invasores, como microrganismos, vírus e outros agentes, entre eles ácaros ou
grãos de pólen. As reações coordenadas das células e moléculas que
conferem imunidade recebem o nome de resposta imunológica.

As defesas do corpo humano podem ser divididas em defesas específicas e


inespecíficas. As defesas inespecíficas (primeira e segunda linhas de defesa)
consistem em estratégias (lágrimas, saliva, pele, suco gástrico, urina, pelos,
febre, inflamações) utilizadas pelo corpo humano para impedir ou afastar a
entrada de qualquer agente estranho. As defesas específicas (terceira linha de
defesa) são estratégias do corpo para reconhecer os agentes que nele
entraram e agir na destruição deles de uma forma mais rápida e direcionada,
por meio de linfócitos e anticorpos.

Por exemplo, quando um agente invasor entra em contato com o corpo


humano, ele encontra a primeira linha de defesa. Se conseguir atravessá-la,
chega à segunda linha de defesa. Há ainda a terceira linha de defesa, cujos
componentes são específicos para cada agente invasor. Veja, no quadro a
seguir, quais são as principais defesas que o organismo apresenta.

Quadro: equivalente textual a seguir.


*A imunidade depende principalmente de células e moléculas, não se
organizando em tecidos ou órgãos, portanto não podem ser classificados como
um sistema. Por essas razões, optamos por utilizar imunidade e defesas do
corpo humano em vez de sistema imunológico.

246

Agora, observe como as defesas inespecíficas agem no corpo humano.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Defesa Como age

Limpam a superfície ocular e possuem substâncias,


Lágrimas como a enzima lisozima, que destroem a parede celular
de bactérias suscetíveis.

Ajuda a remover microrganismos presentes nos dentes,


Saliva
na língua e no epitélio, prevenindo sua propagação.

Barreira natural contra agentes estranhos; associada ao


Pele sebo e ao suor, forma uma barreira química e mecânica
que evita a entrada de microrganismos.

Secreção liberada no interior do estômago para ajudar


Suco
no processo digestivo, além de destruir agentes
gástrico
estranhos que entram pela boca com os alimentos.

A acidez da urina e seu fluxo constante limitam o


Urina
esenvolvimento de microrganismos.

No sistema respiratório, são encontrados nas mucosas


das narinas, onde filtram o ar que seguirá para os
Pelos pulmões, retendo partículas estranhas. Na pele, essas
estruturas oferecem proteção mecânica contra agentes
estranhos.
Trata-se de uma resposta do corpo à invasão de
microrganismos. Os leucócitos (glóbulos brancos)
Febre liberam determinadas ubstâncias que atuam no cérebro,
sinalizando a presença de agentes estranhos e
provocando elevação da temperatura corporal.

Consiste em um dos mecanismos para conter infecções


Inflamação no corpo humano, pois impede sua expansão e sinaliza
para a ativação de respostas imunes específicas.

Os leucócitos estão presentes no sangue e no sistema linfático. Eles são


produzidos na medula óssea e em órgãos do sistema linfático e são
responsáveis pela defesa do corpo contra agentes infecciosos estranhos.
Existem diversos tipos de leucócitos, entre eles, os linfócitos B e T, importantes
por gerar imunidade específica. Os leucócitos apresentam receptores que
reconhecem os antígenos, proteínas presentes na superfície dos agentes
invasores. Com base no reconhecimento desses antígenos, os linfócitos
identificam um agente estranho no corpo, e podem eliminá-lo.

A imunidade específica está relacionada à capacidade de reconhecer e reagir a


agentes estranhos. Nesse tipo de imunidade, as defesas distinguem os
diferentes tipos de microrganismos e moléculas. Essa imunidade pode ser
natural ou artificialmente adquirida. Observe abaixo como ela pode ocorrer.

A imunidade ativa naturalmente adquirida ocorre quando o corpo é exposto a


microrganismos, contrai a doença e, posteriormente, desenvolve imunidade a
ela. Essa imunidade pode ser humoral ou celular, e ambas estão relacionadas
aos leucócitos.

A imunidade humoral é mediada por moléculas especiais denominadas


anticorpos, os quais são ativados por leucócitos chamados linfócitos B.

Os anticorpos são proteínas responsáveis por reconhecer agentes invasores e


toxinas, ligar-se a eles e ativar células capazes de destruí-los. Veja abaixo.

A imunidade celular é mediada por leucócitos chamados linfócitos T. Eles são


formados no timo e reconhecem o agente estranho, ligando-se aos antígenos,
sem produzir anticorpos. Os linfócitos T ativam os linfócitos B, que, por sua
vez, produzem anticorpos específicos contra o antígeno.

Boxe complementar:

Ação do linfócito B

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: CAMPBELL, N. A. et al. Biology.


8ª ed. San Francisco: Pearson Benjamin Cummings, 2009. p. 935, 946.

CRÉDITO: Luciane Mori

Fim do complemento.

247

A imunidade ativa artificialmente adquirida provém da vacinação. A vacina é


um preparado obtido a partir de antígenos de microrganismos ou de vírus
mortos ou atenuados, ou de toxinas bacterianas inativas.

Após a vacinação, anticorpos específicos contra o antígeno são produzidos


pelo corpo humano, gerando imunidade a ele. Algumas vacinas fornecem
imunidade por toda a vida; outras, porém, precisam de reforço periódico.

Dessa maneira, a vacinação auxilia principalmente na prevenção,


desenvolvendo a imunidade contra determinadas doenças.

FONTE: Cartaz de campanha de vacinação contra poliomielite, veiculado pelo


Ministério da Saúde, em 2015.

CRÉDITO: Ministério da Saúde/Governo Federal

A imunidade passiva naturalmente adquirida ocorre quando, durante a


gestação, anticorpos são produzidos pelo organismo materno e passados ao
feto por meio da placenta. A amamentação também é um tipo de imunidade
passiva, pois, por meio do leite materno, a mãe transfere anticorpos contra
determinadas doenças.

A imunidade passiva artificialmente adquirida é dada pelo soro, quando


anticorpos recebidos de um doador são inseridos no receptor. O soro contém
anticorpos produzidos em resposta a um antígeno específico, como o veneno
de uma serpente, de aranhas, de escorpiões, do vírus da raiva ou da toxina do
tétano.
4. Por que a vacina é composta de elementos atenuados ou inativos?

Resposta: Para que não causem infecções, mas induzam a uma resposta
imune contra os antígenos específicos.

Excreção

O corpo humano é formado por muitas células que metabolizam diversas


substâncias. Nas reações químicas metabólicas, novas moléculas são
formadas e outras são degradadas. O resultado do metabolismo celular é a
produção de determinadas substâncias tóxicas chamadas excretas , que
podem prejudicar o funcionamento do organismo e devem ser eliminadas.

É importante ressaltar que os restos de alimentos não digeridos, eliminados por


meio das fezes, não são considerados excretas, pois não resultam do
metabolismo celular.

A urina, que é eliminada pelo sistema urinário, é um exemplo de excreta. Além


da urina, o corpo humano elimina outras excretas. Na excreção humana, estão
envolvidos diretamente o sistema urinário, o sistema respiratório e a pele. O
metabolismo de proteínas forma excretas nitrogenadas, entre elas a amônia, o
ácido úrico e, principalmente, a ureia nos seres humanos. O sistema
respiratório elimina o gás carbônico, resultante da respiração celular. As
glândulas sudoríferas presentes na pele secretam e eliminam outra excreta, o
suor.

248

Sistema urinário

Boxe complementar:

Estrutura do sistema urinário

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 194-195. PAULSEN, F.;
WASCHKE, J. Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 161.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman


O tamanho e a localização da uretra são diferentes nos homens e nas
mulheres. No homem, a uretra faz parte tanto do sistema urinário quanto do
genital, pois é o canal pelo qual a urina e os espermatozoides são liberados.
Nas mulheres, a uretra pertence apenas ao sistema urinário.

Fim do complemento.

Formação e transporte de urina

A excreção pelo sistema urinário pode ser dividida em três etapas principais:
filtragem do sangue e formação da urina; transporte da urina ao órgão de
armazenamento temporário; transporte da urina para ser eliminada do corpo.
No ser humano é encontrado um par de rins, cada qual localizado em uma
lateral posterior do abdome, na altura da cintura. Os rins apresentam o formato
semelhante ao de um grão de feijão. Veja, a seguir, a estrutura do rim.

Boxe complementar:

Estrutura do rim

1. Cada rim é revestido por uma membrana, a cápsula fibrosa, que protege
esse órgão contra pancadas ou contra a entrada de determinados
microrganismos.

2. No interior dos rins, existem regiões com estrias visíveis, as pirâmides


renais, nas quais se encontram os néfrons, responsáveis pela filtração do
sangue.

3. A artéria renal leva o sangue a ser filtrado para o rim.

4. A veia renal recolhe o sangue depois de filtrado.

5. A extremidade do ureter próxima ao rim forma uma estrutura dilatada,


denominada pelve renal, por meio da qual a urina é coletada para ser levada à
bexiga urinária.

6. O ureter recolhe a urina formada, encaminhando-a até a bexiga urinária.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 194, 196. PAULSEN, F.;
WASCHKE, J. Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 161, 167.
CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

249

Os rins atuam na regulação do volume da composição do sangue, além de


remover impurezas dele, durante a formação da urina. Junto com as impurezas
são eliminados íons H+, sendo que o pH do sangue é mantido.

Os rins também participam da síntese de novas moléculas de glicose, durante


períodos de jejum e fome, e secretam um hormônio chamado eritropoetina, que
atua na produção de hemácias. Eles ainda participam da síntese de vitamina D.

Cada rim é formado por, aproximadamente, 1 milhão de pequenas estruturas


denominadas néfrons. Essas estruturas podem ser vistas apenas com auxílio
de microscópio e são responsáveis pela filtração do sangue.

Formação da urina

O sangue é encaminhado aos rins pela artéria renal, que se divide em


capilares, onde ocorre a filtração do sangue. A formação da urina inicia-se com
a filtragem do

sangue

I nos glomérulos, os quais são compostos por uma rede capilar. Determinadas
substâncias saem do sangue, formando o filtrado glomerular. As proteínas e as
células permanecem nos capilares.

O filtrado glomerular contém grande quantidade de água. Ele é recolhido pela


cápsula glomerular e encaminhado ao túbulo renal. O sangue filtrado é
encaminhado para a veia renal, saindo do rim para outras partes do corpo.

Algumas substâncias (água, glicose, aminoácidos e alguns sais minerais) são


reabsorvidas e retornam para o sangue dos capilares que circulam o túbulo
renal e o tubo coletor, em um processo chamado reabsorção tubular II .

Algumas moléculas grandes ou que se encontram em quantidades elevadas,


como ureia, amônia e determinados sais minerais, não são eliminadas no
filtrado e são excretadas pela secreção tubular III . Nesse processo,
substâncias presentes no sangue saem dos capilares ao redor dos túbulos
renais e passam para dentro deles. Após a reabsorção tubular e a secreção
tubular, o filtrado forma a urina.

LEGENDA: Representação do néfron.

CRÉDITO: Francis Leroy, Biocosmos/SPL/Latinstock

5. É comum ouvirmos falar que é necessário beber cerca de dois litros de água
por dia. Baseando-se nas informações acima, pode-se afirmar que isso é
verdade? Explique.

Resposta: Sim, porque a água é fundamental na filtragem do sangue e ajuda a


recompor os líquidos perdidos na excreção. Assim, é fundamental na formação
da urina, do suor e do gás carbônico durante o processo de respiração.

Boxe complementar:

O volume e a concentração da urina são regulados pelo hormônio antidiurético


(ADH), secretado pela hipófise. Quando menos água é ingerida, a
concentração de sais minerais dissolvidos no sangue é maior, estimulando a
secreção de ADH. Isso aumenta a reabsorção de água, deixando a urina mais
concentrada. Já, quando bastante água é ingerida, o volume de sangue
aumenta e inibe a secreção de ADH, reduzindo a reabsorção de água e
aumentando o volume de urina mais diluída.

Outra substância que atua no sistema urinário é a renina, enzima que converte
uma proteína chamada angiotensinogênio em angiotensina, a qual provoca
alteração na pressão sanguínea. Quando a concentração de íons sódio é
baixa, a renina é secretada, elevando o volume de sangue e a pressão
sanguínea. Já a angiotensina estimula glândulas suprarrenais a secretarem um
hormônio chamado aldosterona, que regula a reabsorção de sódio. Quanto
mais sal a pessoa ingere, mais sódio é encontrado no sangue, inibindo a
secreção de aldosterona e também a reabsorção de sódio, que é liberado na
urina.

Fim do complemento.

250

Atividades
Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Quais sistemas do corpo humano estão envolvidos na circulação?

2. Qual é a importância do sangue para o corpo humano?

3. Quais são os componentes do sangue? Descreva-os.

4. Elabore um quadro no caderno descrevendo as características dos


diferentes tipos de vasos sanguíneos e sua importância no sistema circulatório.

5. Sabrina precisa fazer uma cirurgia de retirada da vesícula biliar e fez um


hemograma a pedido de seu médico. Os resultados indicaram baixos níveis de
plaquetas. Segundo o que você estudou nesse capítulo, quais seriam as
possíveis complicações que Sabrina poderia enfrentar após a cirurgia?

6. Reescreva as frases a seguir no caderno, substituindo os _____ pelos


termos do quadro abaixo.

Quadro: equivalente textual a seguir.

a ) O coração humano apresenta quatro cavidades: dois átrios e dois _____.

b) O sangue proveniente da _____ retorna ao coração por meio das _____.

c ) Por meio da _____, o sangue é transferido ao ventrículo direito, onde é


bombeado e conduzido aos _____ por meio das _____, para receber o gás
oxigênio proveniente da respiração.

d) O sangue retorna ao átrio esquerdo do coração por meio das _____. Esse
processo é chamado _____.

e) A partir do átrio esquerdo, o sangue é conduzido ao ventrículo esquerdo por


meio da _____, onde ele é bombeado e conduzido às outras partes do corpo
por meio da _____, iniciando a circulação sistêmica.

7. A filariose é uma doença causada pelo nematódeo Wuchereria bancrofti,


transmitido no Brasil pela picada da fêmea do pernilongo Culex
quinquefasciatus. Nessa doença, os vasos linfáticos e linfonodos são invadidos
pelas larvas do nematódeo, gerando uma inflamação intensa, que leva ao
acúmulo excessivo de linfa nos vasos linfáticos e de líquido intersticial nos
tecidos corporais.

a) Descreva as estruturas que formam o sistema linfático.

b) Explique o que é linfa, como ela é formada e onde é encontrada.

c ) Explique a importância do sistema linfático para o organismo e de que


maneira o parasita que causa a filariose compromete o seu funcionamento.

8. Diferencie defesas inespecíficas de defesas específicas do corpo humano.

9. Durante os primeiros anos de vida, a criança recebe uma série de vacinas


contendo antígenos, a fim de torná-la imune a algumas doenças. Sobre
vacinação e imunidade, responda às questões a seguir.

a ) O que são antígenos? E anticorpos?

b ) Por que as vacinas contêm antígenos em vez de anticorpos?

c ) A vacinação é um método de imunização ativa ou passiva? Explique.

d ) Qual é o outro método de imunização passiva muito importante nos


primeiros meses de vida? Por quê?

LEGENDA: Bebê sendo vacinada.

CRÉDITO: Thierry Gouegnon/Reuters/Latinstock

251

10. Leia a tirinha abaixo e responda às questões sobre o sistema urinário.

FONTE: BECK, Alexandre. Armandinho Um. Florianópolis: A. C. Beck, 2014. p.


36.

CRÉDITO: Alexandre Beck

a ) O que aconteceu com Armandinho na tirinha acima?

b ) Além de produ zir urina, qual é a importância do sistema urinário para o


corpo humano?

c ) Que estruturas compõem o sistema urinário? Qual é a sua importância?

11. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda às questões.


Médicos chineses passaram horas realizando uma cirurgia para a retirada de
420 pedras no rim de um paciente na China. [...]

[...] Há 20 anos, ele precisou passar por um procedimento chamado litotripsia,


técnica que reduz o tamanho dos cálculos por meio de esmagamento ou
trituração e faz com que elas sejam eliminadas pela urina. [...]

HOMEM vai ao hospital e descobre ter 420 pedras no rim. Último Segundo.
São Paulo, 9 jun. 2015. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/
mundo/mundo-insolito/2015-06-09/homem-vai-ao-hospital-e-descobre-ter-420-
pedras-no-rim.html. Acesso em: 23 fev. 2016.

a ) Alguns alimentos e fatores genéticos, aliados a hábitos como a baixa


ingestão de água, podem levar à formação de cálculos renais, ou seja, das
famosas "pedras nos rins". Por que esses cálculos se formam no sistema
urinário? Se necessário, faça uma pesquisa.

b ) Como a urina é formada e qual é a sua composição?

c ) O que é néfron e qual é a sua importância?

12. (Udesc-SC) Analise as proposições em relação à circulação humana.

I ) O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito por meio da válvula mitral
[valva atrioventricular esquerda], e o átrio esquerdo comunica-se com o
ventrículo esquerdo pela válvula tricúspide [valva atrioventricular direita].

II ) O coração é envolto pelo pericárdio (membrana dupla) e possui quatro


câmaras: dois átrios e dois ventrículos.

III ) O coração contrai-se e relaxa. A fase de contração denomina-se sístole e,


a de relaxamento, diástole.

IV ) A artéria aorta está ligada ao ventrículo direito pelo qual sai o sangue rico
em gás carbônico.

Assinale a alternativa correta.

a ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.


d ) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.

e ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

13. (Enem) Os sintomas mais sérios da gripe A, causada pelo vírus H1N1,
foram apresentados por pessoas mais idosas e por gestantes. O motivo
aparente é a menor imunidade desses grupos contra o vírus. Para aumentar a
imunidade populacional relativa ao vírus da gripe A, o governo brasileiro
distribuiu vacinas para os grupos mais suscetíveis.

A vacina contra o H1N1, assim como qualquer outra vacina contra agentes
causadores de doenças infectocontagiosas, aumenta a imunidade das pessoas
porque

a ) possui anticorpos contra o agente causador da doença.

b ) possui proteínas que eliminam o agente causador da doença.

c ) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.

d ) possui linfócitos B e T que neutralizam o agente causador da doença.

e ) estimula a produção de anticorpos contra o agente causador da doença.

252

14. (UFPR) Para facilitação de seu estudo, muitas vezes o corpo humano é
dividido em sistemas. Entretanto, as funções fisiológicas desempenhadas pelo
corpo não estão dissociadas e ocorrem através da integração desses
diferentes sistemas. Sobre os sistemas circulatório, respiratório e imunológico,
considere as seguintes afirmativas:

1. O oxigênio (O2), assimilado pelo corpo através das trocas gasosas


realizadas pelo sistema respiratório, é distribuído pelas hemácias presentes no
sangue, ligado a moléculas de hemoglobinas, desempenhando papel
importante no processo de produção de energia da maioria das células do
corpo.

2. As artérias são vasos que transportam o sangue proveniente do coração,


podendo inclusive transportar sangue venoso, como no caso das artérias
pulmonares.
3. O timo, o baço e os linfonodos fazem parte do sistema linfático, que, entre
outras funções, desempenha papel importante no sistema de defesa do corpo
humano.

4. O sistema circulatório é composto pelos sistemas sanguíneo, que transporta


o oxigênio, e pelo linfático, responsável pelo transporte de CO2.

Assinale a alternativa correta.

a ) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

b ) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

c ) Somente as afirmativas 1 , 2 e 3 são verdadeiras.

d ) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

e ) As afirmativas 1 , 2, 3 e 4 são verdadeiras.

15. (Ufla-MG) A criança torna-se, pela amamentação materna, mais resistente


a infecções, particularmente, as gastrintestinais, que são as principais causas
de mortalidade infantil no Brasil.

Esse tipo de imunização é:

a ) ativa e lenta, com introdução de anticorpos no organismo.

b ) ativa e lenta, com introdução de antígenos no organismo.

c ) passiva e lenta, com introdução de antígenos no organismo.

d ) passiva e rápida, com introdução de anticorpos no organismo.

16. (Udesc-SC) Em relação ao sistema urinário humano, associe as colunas.

Coluna 1

1 ) Ureter

2 ) Rim

3 ) Bexiga

4 ) Uretra

Coluna 2

( ) Canal que conduz a urina ao exterior do corpo humano.


( ) Tubo que se origina de vários cálices renais, formando a pelve renal, o qual
conduz a urina para um saco muscular que a armazena.

( ) Órgão que recebe a urina por meio de tubos e a deixa armazenada por um
período.

( ) Órgão que possui a unidade excretora néfron, que permite a eliminação de


resíduos do metabolismo do sangue.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é:

a)1-3-2-4

b)1-4-2-3

c)4-1-3-2

d)1-4-3-2

e)4-1-2-3

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor.

A. Retome a resposta que você deu ao item c da página 240 e complemente-a,


se necessário.

B. Os componentes do sangue, apresentados na página 241 , são separados


após a doação. Explique por que isso ocorre.

C. Algumas crianças que não são amamentadas durante os primeiros seis


meses de vida, podem ser suscetíveis a problemas respiratórios e alérgicos na
infância. Explique a relação entre amamentação e imunidade.

D. Quando os rins não funcionam adequadamente, pode se desenvolver um


quadro de insuficiência renal. Explique por que esse problema afeta a saúde de
todo o corpo humano.

253

Trocando ideias

Transplante de órgãos
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico no qual um órgão é
passado de um doador para um receptor. Nesse procedimento, órgãos como
coração, rins, pulmões e fígado podem ser transplantados de um indivíduo para
outro.

O Brasil é o segundo país do mundo em quantidade de transplantes realizados


anualmente. O Programa Nacional de Transplantes é organizado de maneira
que cada estado brasileiro tem uma central de notificação, captação e
distribuição de órgãos responsável pela alocação dos órgãos, baseada em uma
fila única, estadual ou regional.

Atualmente, mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso,


permitindo que o paciente transplantado retome sua vida de maneira saudável.
Embora grande parte dos transplantes realizados seja bem-sucedida, as filas
de espera têm cerca de 30 mil pessoas aguardando por um transplante de
órgão.

Cartaz de campanha de doação de órgãos, realizada pelo Ministério da Saúde,


em 2015.

Observe a quantidade de orgãos transplantados no quadro abaixo.

Quadro: equivalente textual a seguir.

FONTE: ABTO. Dimensionamento dos transplantes no Brasil em cada estado.


Disponível em: www.abto.org.br/abtov03/ default.aspx?mn=552&c=
1039&s=0&friendly=estatistic as. Acesso em: 6 mar. 2016.

Existem alguns critérios mínimos que devem ser considerados para ser um
doador de órgão: a idade, a causa da morte do doador e o tipo sanguíneo. Não
há restrição absoluta à doação, mas pessoas com câncer maligno, portadoras
do vírus HIV, doenças infectocontagiosas (como hepatite B e C), insuficiência
renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática ou medular, entre outras, não
podem destinar seus órgãos para doação.

No caso das doações em vida ou da liberação da família pelo doador falecido,


são realizados os testes laboratoriais para confirmar a compatibilidade entre
doador e receptor. Após os exames, a triagem na lista de espera de
transplantes é realizada com base em critérios como o tempo de espera e a
urgência do procedimento.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Você conhece alguém que já passou por um transplante de órgãos?


Converse com seus colegas sobre como foi a recuperação dessa pessoa.

b ) Converse com seus colegas sobre maneiras de aumentar a quantidade de


doadores de órgãos no Brasil, a fim de reduzir a fila de espera de transplantes.

254

LEGENDA: Partida de basquete feminino em cadeira de rodas entre Brasil e


México, no Jogos Parapan-Americanos de Toronto no Canadá, em 2015.

CRÉDITO: Reynaldo Vasconcelos/Futura Press

Capítulo 14 - Corpo humano: coordenação e sentidos

A acessibilidade é a condição para usar com segurança e autonomia, total ou


assistida, os espaços, os mobiliários e os equipamentos urbanos, tanto das
edificações quanto dos serviços de transporte, dos meios de comunicação e de
informações, por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Por
pessoas com mobilidade reduzida entende-se cadeirantes, pessoas que usam
bengalas, mulheres com carrinhos de bebês, entre outros.

Além de terem de superar os obstáculos físicos, as pessoas com deficiência


ainda precisam lidar com a impaciência e a imprudência de outros indivíduos.
Não é raro motoristas sem deficiência estacionarem em frente a calçadas
rebaixadas ou em vagas destinadas àqueles que necessitam de acessos
especiais.

Felizmente, muitas pessoas com deficiência encontram no esporte a


possibilidade de aliar o exercício físico ao convívio social. Muitos superam o
próprio limite e atingem altos rendimentos na prática esportiva, tornando-se
atletas. Nos Jogos Paraolímpicos, que reú - nem paratletas, os brasileiros têm
se destacado em diversas modalidades, como a natação, o judô, o atletismo, o
futebol e esportes que podem ser praticados em cadeira de rodas.
A. No bairro em que você mora, existem adaptações para pessoas com
deficiência, como calçadas rebaixadas, guias na calçada, vagas especiais para
idosos e pessoas com deficiência, rampas de acesso aos prédios públicos e
veículos e banheiros adaptados para cadeirantes? Liste as adaptações que
estão de acordo com a legislação e as que não estão. O que deve ser mantido,
melhorado ou adaptado?

Resposta pessoal. A resposta depende do bairro em que o aluno mora.


Espera-se que os alunos citem melhorias nas calçadas, instalação de guias
para pessoas com deficiência visual, construção de rampas de acesso,
instalação de banheiros adaptados para cadeirantes, maior frota de veículos
adaptados a pessoas com deficiência, entre outras medidas.

B. Quando uma pessoa perde os movimentos dos membros inferiores, passa a


depender de cadeira de rodas. Que sistema do corpo humano coordena os
movimentos?

Resposta: O sistema nervoso.

255

A coordenação do corpo humano

A coordenação das atividades do corpo humano depende da integração entre o


sistema nervoso e as glândulas endócrinas. O sistema nervoso é responsável
por enviar informações por meio de impulsos nervosos, enquanto as glândulas
endócrinas liberam hormônios no sangue.

Sistema nervoso

O sistema nervoso transmite informações aos órgãos por meio de impulsos


nervosos , que são correntes elétricas de baixa intensidade, originadas durante
a entrada e a saída de íons do interior de células do sistema nervoso.

A transmissão dos impulsos nervosos ocorre por meio de células altamente


especializadas, denominadas neurônios. Veja abaixo.

Boxe complementar:

Estrutura do neurônio
A. O corpo celular é a região do neurônio na qual se localizam o núcleo e
várias organelas.

B. Os dendritos são prolongamentos geralmente curtos e bastante ramificados


que partem do corpo celular. Eles recebem a maioria dos impulsos nervosos
que chegam aos neurônios.

C. O axônio é um prolongamento cilíndrico com comprimento e diâmetro


variáveis, porém geralmente maior que o dendrito. Cada neurônio apresenta
um único axônio que envia impulsos nervosos a outras células.

D. O extrato mielínico é composto de mielina, substância formada por lipídios e


proteínas, que reveste o axônio. Seu papel é o de aumentar a velocidade de
condução dos impulsos nervosos.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
209.

CRÉDITO: A7 Estudio

Fim do complemento.

Além dos neurônios, o tecido nervoso apresenta os gliócitos (antigamente


conhecidos como neuróglias ou célula glia). São células que atuam na
sustentação e manutenção dos neurônios, na produção do extrato mielínico,
que retiram resíduos do metabolismo dos neurônios, formam uma barreira
celular que contribui para a proteção dos neurônios, entre outras atividades.

Os impulsos nervosos são transmitidos de um neurônio a outro até chegarem


ao encéfalo, onde a informação é interpretada. O encéfalo envia um impulso
nervoso até o local do estímulo*.

A maioria dos neurônios fica próximo um do outro, porém sem contato físico
entre as membranas. O impulso nervoso é transmitido do axônio de um
neurônio aos dendritos de outro por meio da sinapse, em que um neurônio
libera substâncias denominadas neurotransmissores, que se ligam ao dendrito
do neurônio seguinte.

Ao atingir o final do axônio, ocorrerá uma nova sinapse, e assim o impulso


nervoso é transmitido de um neurônio a outro. Veja o caminho do impulso
nervoso: dendritos (neurônio 1) - corpo celular (neurônio 1) - axônio (neurônio
1) - dendritos (neurônio 2) - corpo celular (neurônio 2) - axônio (neurônio 2).

Boxe complementar:

Sinapse

FONTE: Ilustração produzida com base em: WINSTON, R. (Ed.). Human.


Londres: Dorling Kindersley, 2004. p. 116.

CRÉDITO: Paula Diazzi

Fim do complemento.

*Se necessário, retome o assunto transmissão do impulso nervoso no


neurônio, visto no capítulo 10 no volume de 1 º ano desta coleção.

256

O sistema nervoso é dividido estruturalmente em parte central e parte


periférica.

Boxe complementar:

Estrutura do sistema nervoso

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PARKER, Steve. O livro do


corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 68-69.

Fim do complemento.

Parte central do sistema nervoso

A parte central do sistema nervoso (antigamente conhecida como sistema


nervoso central) recebe estímulos provenientes de diferentes partes do corpo
humano, interpreta-os e responde a eles.

Ela é composta pelo encéfalo e pela medula espinal, órgãos formados


principalmente por tecido nervoso, e está relacionada, por exemplo, às
emoções, aos pensamentos, ao armazenamento da memória, à integração das
informações, à coordenação de funções vitais (ritmos cardíaco e respiratório) e
à regulação da postura e equilíbrio.

Os órgãos que compõem a parte central do sistema nervoso são protegidos


pelo esqueleto - o encéfalo encontra-se no crânio, e a medula espinal, na
coluna vertebral, protegida pelas vértebras. Existem membranas formadas por
tecido conjuntivo, denominadas meninges, as quais protegem o encéfalo
(meninges encefálicas) e a medula espinal (meninges espinais).

As meninges são formadas por três camadas: dura-máter, aracnoide e pia-


máter. A dura-máter é a meninge mais externa, contínua entre o encéfalo e a
medula espinal; a aracnoide é contínua entre o encéfalo e a medula espinal,
com formato semelhante ao de uma rede, por causa das fibras de colágeno e
fibras elásticas; a pia-máter é formada principalmente por fibras colágenas e
fibras elásticas, encontradas aderidas ao encéfalo e à medula espinal, e é rica
em vasos sanguíneos.

Além das meninges, a parte central do sistema nervoso é protegida pelo líquido
cerebroespinal e por ligamentos vertebrais.

A medula espinal é um órgão de formato tubular que se estende das primeiras


vértebras cervicais até o início da região lombar. A região mais interna é
formada por uma substância cinzenta, que se refere ao corpo celular dos
neurônios e aos axônios sem mielina. A região externa é formada por uma
substância branca, que corresponde a axônios com mielina.

Vários nervos estão ligados à medula espinal. Além de manter a comunicação


entre o encéfalo e outras regiões do corpo, a medula espinal recebe
determinados estímulos do ambiente e responde a eles.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, Friedrich;


WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de anatomia humana: Anatomia geral e
sistema muscular. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 77.
PARKER, Steve. O livro do corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p.
81.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

257

O encéfalo humano divide-se em: telencéfalo, cerebelo, tronco encefálico e


diencéfalo. A estrutura conhecida como cérebro é formada pela junção do
telencéfalo e do diencéfalo.
O cerebelo atua na coordenação dos movimentos, na manutenção da postura e
do equilíbrio do corpo. O tronco encefálico é subdividido em mesencéfalo,
ponte e bulbo. O mesencéfalo e a ponte recebem impulsos nervosos da
medula espinal e os transmitem para outras partes do encéfalo. No bulbo
(também conhecido como mielencéfalo), localizam-se os centros de controle de
várias funções básicas de nosso corpo, como o ritmo e a força dos batimentos
cardíacos, a deglutição, a tosse e a frequência respiratória.

O diencéfalo é dividido em tálamo e hipotálamo. O tálamo recebe e retransmite


impulsos nervosos provenientes de diferentes regiões do corpo humano. O
hipotálamo participa da regulação de importantes processos do corpo humano,
como o deslocamento de alimentos no sistema digestório, a contração da
bexiga urinária e os batimentos cardíacos; controla a fome, a saciedade e a
sede; atua também no controle da temperatura corporal e na manutenção do
nosso estado de consciência.

Boxe complementar:

Estrutura do encéfalo

FONTE: Viktor Gladkov/ Shutterstock/ Glow Images

CRÉDITO: Bodell Communications, Inc./Phototake, Inc./Glow Images

Fim do complemento.

O telencéfalo é a porção anterior do encéfalo e que corresponde à maior parte


do cérebro. É dividido em hemisfério direito e hemisfério esquerdo.

Ele apresenta três áreas principais: sensitivas, motoras e de associação. As


áreas sen sitivas recebem e interpretam impulsos provenientes de diferentes
par tes do corpo, como olhos, orelhas e nariz. As áreas motoras controlam
movimentos dos músculos esqueléticos. As áreas de associação conectam as
áreas sensitivas e motoras, além de relacionar-se com as emoções, a
memória, a inteligência e a personalidade.

LEGENDA: Representação de vista lateral do encéfalo, mostrando as


diferentes áreas do telencéfalo.

CRÉDITO: Nucleus Medical Art Inc/Alamy Stock Photo/Latinstock


258

Biologia e Saúde

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é responsável por destruir de maneira progressiva e


irreversível o encéfalo, e por isso é considerada neurodegenerativa. Com o
tempo, funções cognitivas como a memória, a capacidade visual e de
aprendizagem, a capacidade de se comunicar, a atenção e a noção de espaço
são prejudicadas. Essa doença causa lesões cerebrais irreversíveis por causa
da formação de placas contendo fibras de uma proteína chamada beta-
amiloide e da redução na quantidade de neurônios, resultando na redução
progressiva do volume cerebral.

Essa doença atinge parte da população idosa, a partir dos 60 anos, embora
aos 50 anos possa surgir em alguns casos. Os fatores que desencadeiam essa
doença ainda são desconhecidos. Acredita-se que o fator genético seja
relevante, mas não exclusivo.

Segundo dados fornecidos por um relatório de 2012, da Organização Mundial


de Saúde (OMS) juntamente com a Associação Internacional de Doença de
Alzheimer (ADI), estima-se que em 2010, havia cerca de 35,5 milhões de
pessoas afetadas pela doença e que ocorram 7,7 milhões de novos casos por
ano, sendo mais da metade causada pela doença de Alzheimer.

Parte periférica do sistema nervoso

A parte periférica do sistema nervoso (antigamente conhecida como sistema


nervoso periférico) encaminha impulsos nervosos até a parte central e
transmite as respostas aos diferentes órgãos e estruturas do corpo. Ela se
comunica com a parte central do sistema nervoso e com os diversos órgãos e é
formada principalmente por nervos e gânglios.

Os nervos são conjuntos de axônios envolvidos por tecido conjuntivo, também


conhecidos como fibras nervosas. Eles podem ser classificados como
sensitivos, motores ou mistos, dependendo do tipo de impulso nervoso que
transmitem.
Os nervos sensitivos conduzem os impulsos nervosos dos diferentes órgãos do
corpo humano até a parte central do sistema nervoso. Os nervos motores
levam impulsos nervosos da parte central para os diferentes órgãos do corpo
humano. Os nervos mistos transmitem tanto impulsos da parte central do
sistema nervoso para os diferentes órgãos quanto dos diferentes órgãos para a
parte central.

Os nervos também podem ser classificados de acordo com o órgão com o qual
se comunicam: os nervos cranianos se conectam ao encéfalo, e os nervos
espinais se conectam à medula espinal.

Os gânglios são estruturas compostas principalmente de corpos celulares de


neurônios envolvidos por tecido conjuntivo. Tanto nervos quanto gânglios
atuam na transmissão de impulsos nervosos para os diferentes órgãos do
corpo e a parte central do sistema nervoso.

LEGENDA: Representação da estrutura de um nervo.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 68, 71.

CRÉDITO: Angelo Shuman

1. Em alguns tipos de cirurgia é necessário anestesiar o paciente. Na


raquianestesia, determinados medicamentos são injetados no espaço entre a
meninge e a medula espinal, atingindo determinados nervos, suspendendo a
sensibilidade abaixo da região da cintura. Nesse tipo de anestesia, os nervos
atingidos são os espinais ou os cranianos?

Resposta: Os nervos espinais, pois os medicamentos são inseridos entre a


meninge e a medula espinal.

259

A parte periférica do sistema nervoso subdivide-se em parte somática


(antigamente conhecida como sistema nervoso somático) e divisão autônoma
(antigamente conhecida como sistema nervoso autônomo).

Parte somática do sistema nervoso


A parte somática do sistema nervoso transmite informações até a parte central
e também aos nervos, os quais levam as respostas da parte somática aos
músculos esqueléticos. A contração e o relaxamento dos músculos
esqueléticos são voluntários, isto é, dependem de nossa vontade. Dessa
maneira, a parte somática do sistema nervoso relaciona-se com as respostas
voluntárias do corpo humano.

Além das respostas voluntárias, a parte somática do sistema nervoso transmite


impulsos responsáveis pelos atos reflexos, que são movimentos involuntários e
rápidos. Por meio de nervos da parte somática, os impulsos nervosos chegam
à medula espinal onde são integrados e encaminhandos até determinados
músculos. Esses podem se contrair ou relaxar.

Divisão autônoma do sistema nervoso

A divisão autônoma do sistema nervoso transmite os impulsos nervosos, que


controlam os músculos lisos, o músculo cardíaco e as glândulas, regulando
assim a atividade de órgãos como o coração, estômago, pulmões, rins, entre
outros, cuja atividade é involuntária.

A divisão autônoma é subdividida em: parte simpática (antigamente conhecida


como sistema nervoso simpático) e parte parassimpática (antigamente
denominada sistema nervoso parassimpático). De maneira geral, as respostas
transmitidas pela parte simpática e pela parte parassimpática são contrárias, ou
seja, enquanto uma estimula, a outra inibe uma atividade. Veja a seguir.

Boxe complementar:

Ações da divisão autônoma do sistema nervoso

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e sistema muscular. v. 1.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 30.

CRÉDITO: N. Akira

Fim do complemento.

260

Sentidos do corpo humano


A capacidade de perceber estímulos é fundamental para o ser humano interagir
com o ambiente e com outros seres vivos. Essa capacidade está relacionada
aos sentidos do corpo humano: audição, visão, tato, olfato e paladar. Estes, por
sua vez, reagem a estímulos ambientais, como ondas sonoras, luz e calor e a
algumas substâncias químicas presentes no ar e nos alimentos. Esses
estímulos são percebidos por meio de órgãos sensoriais, os quais apresentam
grande concentração de células receptoras com especializações para
transformar os estímulos em impulsos nervosos, que são transmitidos por meio
de nervos até a parte central do sistema nervoso, onde são interpretados.

Audição

Nos seres humanos, o órgão que apresenta células receptoras sensíveis às


ondas sonoras é a orelha. Ela percebe a vibração mecânica provocada pelo
som que desencadeia o impulso nervoso. Em virtude das suas características,
o sistema auditivo humano é capaz de perceber frequências entre 20 Hz e
20.000 Hz. O esquema a seguir mostra a estrutura desse órgão.

Boxe complementar:

Estrutura da orelha

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, Friedrich; WASCHKE,


Jens. Sobotta: atlas de Anatomia humana: cabeça, pescoço e neuroanatomia.
v. 3. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 138.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

A orelha pode ser dividida em três regiões: orelha externa, orelha média e
orelha interna.

A orelha externa é formada pela concha da orelha, pelo meato acústico externo
e pela membrana timpânica. As ondas sonoras são captadas pela concha da
orelha e direcionadas pelo meato acústico externo até a membrana timpânica.
Quando as ondas sonoras a atingem, ela vibra. Essa vibração então é
transmitida à orelha média.

A orelha média tem três pequenos ossos que se articulam entre si: o martelo, a
bigorna e o estribo. Quando a membrana timpânica vibra, o martelo que está
ligado a ela também vibra. Essa vibração passa pela bigorna, que por sua vez
faz vibrar o estribo. A vibração do estribo é transmitida a um orifício chamado
janela do vestíbulo. A orelha média comunica-se com a faringe por meio de um
canal chamado tuba auditiva. Esse canal faz a pressão na orelha média ser
igual à pressão do ambiente.

A orelha interna é formada pelo labirinto, formado por canais ósseos e dividido
em três regiões: o vestíbulo, a cóclea e os canais semicirculares. A vibração
que chega à janela do vestíbulo causa pequenas ondas em um líquido
existente no vestíbulo e na cóclea. No interior da cóclea, encontra-se uma
membrana e, abaixo dela, as células receptoras. Quando as ondas atingem a
membrana, ela vibra e estimula as células receptoras, as quais emitem
impulsos nervosos que chegam pelo nervo auditivo à parte central do sistema
nervoso, onde o som é interpretado e identificado.

261

Veja abaixo uma ilustração mostrando as regiões da orelha humana.

A orelha também é essencial para a manutenção do equilíbrio corporal, graças


aos canais semicirculares da orelha interna. Esses canais relacionam-se com a
movimentação da cabeça, como os movimentos de rotação. Ao girarmos muito,
assim que paramos, o líquido presente nos canais circulares continua a se
deslocar e estimular as células pilosas, causando tontura.

Boxe complementar:

Regiões da orelha

CRÉDITO: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, Friedrich;


WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de Anatomia humana: cabeça, pescoço e
neuroanatomia. v. 3. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 138.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Visão

Os olhos são os órgãos sensoriais relacionados à visão, pois apresentam


células receptoras sensíveis à luz, ou seja, possuem capacidade de perceber
os estímulos luminosos. Os olhos apresentam estruturas relacionadas à
percepção de luz, formando o bulbo do olho, além de algumas estruturas
acessórias que contribuem para a proteção desses órgãos.

Boxe complementar:

Estruturas acessórias do olho

A. Os supercílios impedem que o suor que escorre no rosto entre nos olhos.

B. Os cílios dificultam a entrada de partículas nos olhos, como poeira.

C. A pálpebra dificulta a entrada de objetos no olho e ajuda a protegê-lo de luz


excessiva. Além disso, ao piscarmos, a pálpebra espalha lágrimas sobre o
olho, lubrificando-o.

D. O aparelho lacrimal é formado por glândulas que produzem lágrimas e por


pequenos canais que transportam esse líquido até a superfície do olho. A
lágrima contribui para a limpeza e proteção dos olhos, além de deixá-los
umedecidos.

CRÉDITO: Blamb/Shutterstock.com

Fim do complemento.

A parte colorida do olho é a íris, formada por várias camadas de fibras


musculares, que regulam a quantidade de luz que penetra nos olhos por meio
da abertura de um pequeno orifício chamado pupila. A parte externa do bulbo
do olho é formada pela córnea, camada fibrosa e transparente que forma a
parte anterior do olho, e pela esclera, a qual forma a parte posterior do olho. A
córnea e a parte interna da pálpebra são recobertas por um tecido epitelial
denominado conjuntiva. Parte da esclera é revestida internamente por uma
membrana fina denominada corioide, rica em vasos sanguíneos e pigmentos.
Atrás da íris encontra-se uma estrutura transparente denominada lente,
responsável por focalizar os raios de luz na retina. Recobrindo parte da região
anterior da esclera encontra-se a retina, formada por células receptoras de
estímulos luminosos. Da retina, parte o nervo óptico, que transmite impulsos
nervosos ao encéfalo. Entre a íris e a lente, encontra-se um espaço
denominado câmara anterior, preenchido por um líquido chamado humor
aquoso. Entre a lente e a retina encontra-se um espaço denominado câmara
posterior, preenchido por um material gelatinoso denominado humor vítreo.

262

Veja a seguir a estrutura interna do olho humano.

Boxe complementar:

Estrutura do olho

FONTE: Ilustração produzida com base em: PARKER, Steve. O livro do corpo
humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 92-93.

CRÉDITO: Angelo Shuman

CRÉDITO: Alexilusmedical/Shutterstock.com

Fim do complemento.

Observe como as imagens são formadas na retina.

Boxe complementar:

Formação de imagens na retina

A. Ao atravessar a córnea, os raios luminosos sofrem um pequeno desvio,


atravessam o humor aquoso e penetram a pupila.

B. A contração e o relaxamento dos músculos que formam a íris resultam em


maior ou menor abertura da pupila. Em um ambiente pouco iluminado, os
músculos encontram-se relaxados e a pupila tende a estar mais aberta, o que
possibilita a entrada de maior quantidade de luz. Em ambientes muito
iluminados, os músculos se contraem e a pupila tende a estar mais fechada,
evitando que o excesso de luz atinja a retina.

C. Após penetrar pela pupila, os raios luminosos atravessam a lente, onde


sofrem desvios e são direcionados para a retina. O formato da lente pode ser
levemente alterado por meio da contração e do relaxamento de alguns
músculos presentes no bulbo do olho. A mudança de formato da lente é
importante porque permite direcionar os raios de luz vindos de diferentes
distâncias até a retina.
D. Os raios luminosos atravessam o humor vítreo e atingem a retina, onde há
células receptoras, sensíveis a esses raios.

E. A imagem formada na retina é transmitida por meio de impulsos nervosos do


nervo óptico para o encéfalo.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, Steve. O livro do


corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 92.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

A retina humana apresenta dois tipos de células receptoras: os cones e os


bastonetes. Os cones relacionam-se com a visão de cores, e os bastonetes,
com a visão em locais com baixa luminosidade. Quando estimuladas pelos
raios luminosos, essas estruturas enviam um impulso nervoso ao encéfalo por
meio do nervo óptico. No encéfalo ocorre a formação e a interpretação da
imagem. Nos seres humanos, as informações vindas dos dois olhos são
interpretadas em conjunto pelo encéfalo, o que resulta na formação de uma
única imagem. Esse tipo de visão é denominado binocular simples e facilita a
percepção da profundidade do ambiente e dos objetos.

2. O daltonismo é uma característica genética que impede a distinção de


algumas cores. Que estruturas são afetadas no daltonismo, os cones ou os
bastonetes?

Resposta: Os cones, pois pessoas com daltonismo têm dificuldade para


distinguir cores, e não para enxergar no escuro.

263

Boxe complementar:

Problemas de visão

Os problemas de visão podem ocorrer em consequência da variação da forma


ocular, que causa dificuldade em focalizar os objetos. Entre os problemas de
visão, destacam-se a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo, os quais
podem ser facilmente corrigidos com o uso de óculos ou de lentes de contato e,
dependendo do indivíduo, com cirurgia.
Pessoas com miopia possuem um globo ocular grande ou comprido demais, ou
uma córnea muito arredondada. Dessa maneira, o cristalino não se achata o
suficiente para que os raios luminosos cheguem até a retina e, então, a
imagem é formada antes dela, dificultando assim a focalização dos objetos a
longa distância. Para a correção da miopia é indicado o uso de lentes
côncavas, que separam um pouco os raios luminosos, afastando a imagem até
a retina.

LEGENDA: Representação de focalização do objeto em pessoa com miopia.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, G. J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 272.

Na hipermetropia, a pessoa tem o globo ocular muito pequeno ou curto, ou o


cristalino muito achatado. Essa alteração no formato do olho provoca
dificuldade para enxergar objetos a curta distância. Isso ocorre porque, nesse
caso o cristalino não possui curvatura suficiente para formar a imagem na
retina, e a imagem do objeto observado é formada atrás dela. A correção da
hipermetropia deve ser feita com o uso de lentes convexas, que convergem os
raios luminosos, auxiliando o cristalino a focalizar o objeto de maneira eficiente.

LEGENDA: Representação de focalização do objeto em pessoa com


hipermetropia.

O astigmatismo é causado por irregularidades na curvatura da córnea, que


pode ser mais curva no meridiano vertical ou no meridiano horizontal, ou seja,
uma região é mais plana do que outra. Por causa dessa alteração da curvatura
da córnea, os raios luminosos sofrem refração irregular, não tendo um único
ponto focal. Nesse caso, a imagem é formada de maneira inadequada na
retina, tornando-se distorcida e embaçada. Para a correção do astigmatismo
são usadas lentes cilíndricas, as quais corrigem a refração, deixando a córnea
uniforme em todos os meridianos de sua curvatura.

LEGENDA: Representação de focalização do objeto em pessoa com


astigmatismo.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman


Fim do complemento.

264

Tato

O tato é o sentido que permite sentir a textura e a temperatura dos objetos. Os


receptores relacionados ao tato estão presentes na pele, no tecido conjuntivo
abaixo dela e na mucosa da boca e do ânus. Essas regiões também
apresentam receptores relacionados à percepção das sensações térmicas
(quente ou frio).

Algumas regiões do corpo apresentam maior quantidade de receptores


relacionados ao tato e às sensações térmicas, como as extremidades dos
dedos, as palmas das mãos, as plantas dos pés, determinadas regiões da
língua, entre outras.

Boxe complementar:

Estrutura da pele

A pele apresenta diferentes receptores sensíveis ao tato: mecanoceptor ou


mecanorreceptor cutâneo tipo I, conhecido como corpúsculo de Merkel I,
mecanoceptor cutâneo tipo II, também chamado corpúsculo de Ruffini II,
corpúsculo de Meissner III, corpúsculo de Vater-Pacini IV . Os impulsos
nervosos gerados pelos receptores relacionados ao tato e pelos termoceptores
ou termorreceptores (relacionados aos estímulos térmicos), são encaminhados
à parte central do sistema nervoso, que identifica a região do corpo de onde
veio o estímulo ou interpreta informações relacionadas à textura e à
temperatura do objeto que foi tocado.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 262.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Olfato
O olfato está relacionado à percepção dos odores. As substâncias químicas
dissolvidas no ar, e inspiradas, são captadas por meio de receptores no nariz.
Esse sentido nos auxilia a identificar substâncias que possam causar danos à
nossa saúde antes mesmo de termos contato com elas.

Boxe complementar:

Estrutura do nariz

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 264.

CRÉDITO: Angelo Shuman

As células receptoras olfatórias localizam-se na porção superior da cavidade


nasal, onde há muco e com o qual elas ficam em contato. As substâncias
químicas percebidas pelo olfato dissolvem-se no muco e chegam às células
receptoras. Quando as substâncias se ligam às células receptoras, geram um
impulso nervoso que é encaminhado ao encéfalo por meio dos nervos
olfatórios, e ele identifica e interpreta os odores.

Fim do complemento.

265

Paladar

O gosto dos alimentos é formado pela mistura de substâncias químicas,


percebidas por meio de receptores presentes na língua. Esse sentido é
importante, pois influencia a escolha dos alimentos e ajuda a identificar os que
estiverem estragados.

Os seres humanos são capazes de perceber cinco sensações básicas de


gosto: o azedo, o salgado, o amargo, o doce e o umami.

Os receptores sensíveis ao gosto são chamados receptores gustatórios. Eles


fazem parte de estruturas denominadas calículos gustatórios, as quais estão
presentes na superfície superior da língua. Ao observarmos a superfície da
língua, podemos perceber que ela é levemente rugosa, pois apresenta
pequenas elevações denominadas papilas . Em geral, os calículos gustatórios
estão presentes nas papilas da língua. Veja o esquema a seguir.

Boxe complementar:

Estrutura da língua

LEGENDA: Cada calículo gustatório é formado por células de sustentação e


células receptoras. A extremidade superior dessas células tem
microvilosidades, que se projetam na região superior dos calículos gustatórios.

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 265. FOTO: Happy Together/Shutterstock.com

Fim do complemento.

As substâncias percebidas por meio do paladar dissolvem-se na saliva e


penetram entre as papilas da língua, atingindo as microvilosidades das células
receptoras. Como consequência, essas células enviam impulsos nervosos ao
encéfalo, por meio de nervos. No encéfalo, os impulsos nervosos são
processados e o gosto da substância é identificado.

Para identificar o gosto dos alimentos usamos os sentidos do paladar, do olfato


e do tato. Ao aproximar um alimento da boca e do nariz, algumas substâncias
evaporam e são inaladas, assim sentimos o seu cheiro. Na boca, os receptores
gustatórios presentes na língua são estimulados, reconhecendo o gosto (doce,
salgado, amargo ou azedo). Ainda na boca, a textura e a temperatura dos
alimentos são percebidas. A união desses sentidos é que nos permite sentir o
sabor dos alimentos.

Boxe complementar:

O quinto gosto

No início do século XX, o químico japonês Kikunae Ikeda (1864-1936)


descobriu um quinto gosto primário: o umami, que corresponde ao gosto do
glutamato monossódico. Essa substância tem como característica realçar o
sabor dos alimentos e, atualmente, é utilizada em muitos temperos
industrializados.
Fim do complemento.

266

Glândulas endócrinas

As glândulas são estruturas especializadas na produção e secreção de


substâncias. No caso das glândulas endócrinas, as substâncias produzidas são
os hormônios, os quais são secretados na corrente sanguínea, por meio da
qual são transportados até os órgãos onde atuam.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, F.; WASCHKE, J.


Sobotta: atlas de Anatomia humana: órgãos internos. v. 2. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012. p. 160.

CRÉDITO: Eber Evangelista

Hipófise

Essa glândula produz vários hormônios que atuam na coordenação de


diferentes órgãos, inclusive de outras glândulas endócrinas. A parte central do
sistema nervoso tem uma grande influência no controle da liberação dos
hormônios dessa glândula. Entre os hormônios que ela produz estão:

· hormônio do crescimento (GH), que estimula o crescimento e a divisão de


determinadas células, como as dos ossos e dos músculos;

· hormônio estimulante da glândula tireoide (TSH), que estimula a produção e a


secreção dos hormônios da tireoide;

· hormônio folículo-estimulante (FSH), que nas mulheres estimula a atividade


dos ovários, onde há produção de gametas e outros hormônios, e nos homens
estimula a produção de espermatozoides nos testículos;

· hormônio luteinizante (LH), que nas mulheres estimula os ovários a


produzirem determinados hormônios. No homem, o LH estimula o
desenvolvimento dos testículos e a produção de hormônios secretados por
esse órgão;

· prolactina, hormônio que associado a outros estimula a produção de leite nas


glândulas mamárias;
· ocitocina, estimula a liberação do leite produzido nas glândulas mamárias e,
durante o parto normal, estimula as contrações do útero, necessárias para o
nascimento do bebê;

· hormônio antidiurético (ADH), que age sobre os rins, nos quais estimula a
reabsorção de água e menor volume de urina é formado.

Ovários

Os ovários localizam-se no sistema genital feminino. Os hormônios produzidos


pelos ovários são o estrógeno e a progesterona. O estrógeno estimula o
desenvolvimento dos órgãos genitais femininos e, também, o desenvolvimento
de características femininas, como o formato do corpo e o desenvolvimento dos
seios. A progesterona prepara as glândulas mamárias para a produção de leite
e, com o estrógeno, prepara o útero para a gravidez.

CRÉDITO: Angelo Shuman

267

Tireoide

A tireoide é uma glândula que secreta três hormônios: calcitocina, tiroxina


(conhecido como T4) e tri-iodotironina (conhecido como T3). A calcitocina
relaciona-se com a formação dos ossos. Os hormônios T 3 e T4 atuam na
regulação do metabolismo do corpo e, com outros hormônios, também
estimulam o crescimento e o desenvolvimento do organismo, em especial do
sistema nervoso.

Boxe complementar:

Problemas relacionados à tireoide

Os problemas de saúde mais comuns relacionados à tireoide são o


hipertireoidismo e o hipotireoidismo. O hipertireoidismo caracteriza-se pela
produção excessiva dos hormônios da tireoide. Como consequência do
hipertireoidismo, há aumento do metabolismo, o que resulta em sintomas como
aceleração dos batimentos cardíacos, nervosismo, aumento da produção de
suor e perda de peso acompanhada de aumento de apetite. No hipotireoidismo,
a tireoide não produz hormônios, ou os produz abaixo da quantidade
adequada. O tratamento dessas doenças deve ser feito sob orientação médica
por meio de medicamentos e alguns casos cirúrgicos.

O bócio é um dos sintomas de hipotireoidismo. Ele ocorre em casos mais


graves e está relacionado, principalmente, à escassez de iodo no organismo.
Nesses casos, a tireoide incha, por causa do acúmulo de substâncias que
seriam utilizadas para a produção dos hormônios T 3 e T4. Os principais
sintomas dessa doença são sonolência, cansaço excessivo, ganho de massa
corporal, diminuição dos batimentos cardíacos e aumento do colesterol no
sangue. Em alguns casos, o hipotireoidismo pode contribuir para a ocorrência
de depressão.

Diabetes

O diabetes se caracteriza por altas concentrações de glicose no sangue. Os


sintomas são: aumento da produção de urina, sede excessiva, demora na
cicatrização de feridas, perda da visão e problemas no sistema circulatório que
muitas vezes levam à necessidade de amputação de membros.

O diabetes é classificado basicamente em tipo 1 e tipo 2. Em ambos os casos,


a pessoa apresenta incapacidade de regular a quantidade de insulina no
sangue a fim de impedir que os níveis de açúcar do sangue aumentem. No
diabetes tipo 1, o organismo ataca as próprias células em um processo
autoimune, o que reduz sua capacidade de produzir insulina. No diabetes tipo
2, alguns tecidos do corpo humano tornam-se resistentes à insulina. Em
resposta a isso, as células produtoras de insulina localizadas no pâncreas
produzem mais insulina que o normal e depois diminuem a capacidade de
controlar o excesso de glicose no sangue. O tratamento deve ser
acompanhado por um médico e leva em conta uma dieta equilibrada, a prática
de exercícios físicos, o uso de medicamentos e a aplicação de insulina.

Fim do complemento.

Glândulas paratireoides

As paratireoides são quatro pequenas glândulas localizadas atrás da tireoide.


Essas glândulas produzem e secretam o paratormônio, que atua na regulação
da absorção de sais de cálcio. Elas atuam na coordenação de processos de
formação e modelamento dos ossos, além de influenciar na coagulação
sanguínea e na contração muscular.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, que produz hormônio e outras substâncias,


transportadas por meio de ductos. O pâncreas produz os hormônios glucagon,
que estimula o aumento na concentração de glicose no sangue, e a insulina,
que estimula a redução da concentração de glicose no sangue.

Testículos

Os testículos se localizam no sistema genital masculino. O principal hormônio


produzido pelos testículos é a testosterona, que estimula a produção de
espermatozoides e o desenvolvimento de características masculinas, como a
barba e os pelos.

Suprarrenais

Os seres humanos apresentam duas glândulas suprarrenais, uma sobre cada


rim, que produzem e secretam vários hormônios, como o cortisol e a
adrenalina. O cortisol atua na regulação de várias reações do metabolismo; na
coordenação de respostas que preparam nosso organismo para enfrentar
situações de alerta ou estresse. A adrenalina prepara o corpo humano para
situações de luta ou fuga, causando modificações nos batimentos cardíacos,
no fornecimento de gás oxigênio aos músculos e encéfalo, na frequência
respiratória, na transpiração, no sistema digestório, entre outras.

CRÉDITO: Ilustrações: Angelo Shuman

3. Por que pessoas com diabetes precisam controlar a ingestão de


carboidratos, como os açúcares?

Resposta: Porque essas pessoas apresentam incapacidade de regular insulina


no sangue, o que eleva as taxas de glicose no sangue.

268

Atividades

Responda as atividades no caderno.


Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas
Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Sobre a parte central do sistema nervoso, responda às questões a seguir.

a ) Quais regiões formam a parte central do sistema nervoso?

b ) Qual é a importância dessa parte?

c ) Como a parte central é protegida?

2. Explique a diferença entre a parte somática e a divisão autônoma do sistema


nervoso.

3. Relacione a primeira coluna com a segunda.

Primeira coluna

a ) Cerebelo.

b ) Tronco encefálico.

c ) Diencéfalo.

d ) Encéfalo.

Segunda coluna

I ) Formado por tálamo e hipotálamo.

II) Dividido em telencéfalo, cerebelo, tronco encefálico e diencéfalo.

III) Responsável por controlar a postura e o equilíbrio do corpo humano.

IV) Formado por mesencéfalo, ponte e bulbo.

4. Leia o trecho abaixo e responda às questões propostas.

[...] Os últimos dois anos foram salpicados de notícias sobre braços biônicos
movidos pelo pensamento. [...] o engenheiro biomédico Silvestro Micera, da
Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, promete dar mais um passo
adiante nesse campo.

[...] anunciou que nos próximos meses vai implantar pela primeira vez em um
paciente amputado uma mão biônica capaz de oferecer ao usuário a sensação
do toque em tempo real.
[...] Quando o paciente pensar nos movimentos que deseja fazer, os eletrodos
captarão os sinais neurais que viajam do cérebro até o nervo e os traduzirão
para a máquina, que se moverá de acordo.

[...] será usada uma nova mão mecânica com vários sensores táteis, nos dedos
e na palma, que enviarão sinais elétricos de volta ao cérebro do usuário.

[...]

MOUTINHO, Sofia. Mão biônica. Ciência Hoje, São Paulo, 19 fev. 2013.
Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/02/mao-
bionica/?searchterm=sistema%20nervoso. Acesso em: 17 fev. 2016.

a) Os corpúsculos de Meissner são mecanoceptores que detectam pressão ou


distensão da pele causada pelo estímulo tátil. Os sensores táteis da mão
biônica assumem o papel desses receptores táteis. Além das sensações táteis,
que outras sensações são detectadas por receptores presentes na pele? Como
são denominados esses receptores?

b) Explique como a sensação do toque é percebida pelo ser humano.

5. Sobre os hormônios, responda às questões abaixo.

a) Qual é a importância dos hormônios para o corpo humano?

b) Como as glândulas endócrinas secretam os hormônios?

c ) Cite duas glândulas endócrinas do corpo humano e os hormônios que elas


produzem.

d) A insulina e o glucagon são dois hormônios secretados pelo pâncreas que


apresentam ações opostas no corpo humano. Explique a importância desses
hormônios para o corpo humano.

6. Em algumas situações que transmitem sensações de medo ou perigo ou em


alguma prática de esportes radicais, o corpo passa por uma situação de
estresse, que causa mudanças como dilatação das pupilas, aumento da
frequência cardíaca e da pressão arterial, promovendo maior fluxo sanguíneo.

a) Que hormônios estão envolvidos nessas mudanças?

b) Que parte da divisão autônoma do sistema nervoso controla essas


situações?
c ) Cite outra situação em que essas mudanças ocorrem no corpo humano.

LEGENDA: Pessoa saltando de bungee-jump no rio Waikato em Taupo, Nova


Zelândia, em 2016.

CRÉDITO: ChameleonsEye/Shutterstock.com

269

7. (UFRN) O sistema nervoso é responsável pelo controle das funções


fisiológicas necessárias a nossa sobrevivência. Nos vertebrados, esse sistema
é dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. São
estruturas do sistema nervoso central e do sistema nervoso periférico,
respectivamente,

a ) córtex cerebral e medula espinal.

b ) medula espinal e gânglios nervosos.

c ) gânglios nervosos e nervos.

d ) hipotálamo e córtex cerebral.

8. (Udesc-SC) A audição e o equilíbrio estão relacionados a funções de


estruturas anatômicas do sistema sensorial. Leia e analise as proposições
abaixo.

I ) Na orelha interna (ouvido* interno) estão localizados três ossículos: o


martelo, a bigorna e o estribo.

II ) A cóclea está localizada na orelha média (ouvido médio) e é um dos órgãos


responsáveis pelo equilíbrio.

III ) Os canais semicirculares, o sáculo e o utrículo estão localizados na orelha


interna (ouvido interno) e são estruturas envolvidas no equilíbrio do corpo e na
orientação.

IV ) A tuba auditiva comunica a orelha média à faringe e tem a função de


equilibrar as pressões da orelha e do meio externo.

Assinale a alternativa que corresponde às proposições corretas.

a ) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

b ) Somente as afirmativas I , II e III são verdadeiras.


c ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

d ) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

e ) Somente as afirmativas II , III e IV são verdadeiras.

9. (Ufla-MG) O sistema endócrino apresenta importante função na manutenção


da taxa normal de cálcio no sangue. Marque a alternativa que indica
corretamente a resposta endócrina do organismo a uma baixa concentração de
cálcio no sangue:

a ) Síntese de glucagon para estimular absorção de cálcio no intestino.

b ) Inibição do hormônio antidiurético para reabsorver cálcio nos rins em maior


quantidade.

c ) Produção de paratormônio para estimular o tecido ósseo a disponibilizar


cálcio para o sangue.

d ) Maior produção de calcitonina para estimular a deposição de cálcio nos


ossos.

10. (Udesc-SC) Assinale a alternativa incorreta quanto às glândulas endócrinas


e aos seus hormônios.

a ) glândulas suprarrenais - adrenalina, glândula paratireoide - hormônio


paratormônio.

b ) hipófise - hormônio luteinizante, glândula paratireoide - hormônio


paratormônio.

c ) tireoide - hormônio do crescimento, hipófise - hormônio calcitonina.

d ) glândulas suprarrenais - adrenalina, hipófise - hormônio do crescimento.

e ) tireoide - tiroxina e tri-iodotironina, glândula paratireoide - hormônio


paratormônio.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. A meningite se caracteriza pela inflamação nas meninges e pode ser


causada por vírus e microrganismos. Seus sintomas são: febre, dor de cabeça,
rigidez ou dor no pescoço, náuseas e vômitos. Crianças com menos de um ano
de idade, idosos e pessoas com HIV são mais suscetíveis. Explique a
importância das meninges para o sistema nervoso e por que esses indivíduos
são mais suscetíveis.

B. Por que temos dificuldade em sentir os gostos e sabores dos alimentos


quando estamos resfriados?

C. A saúde dos órgãos dos sentidos depende de alguns cuidados. No caso da


audição, um fator importante é respeitar os níveis sonoros adequados à saúde.
Usar fones de ouvido em volume alto por várias horas pode levar a vários
problemas, entre eles, a surdez. Você tem o hábito de usar fones de ouvido
diariamente? E considera que o nível sonoro é adequado à sua saúde? Reflita
sobre esse hábito e suas consequências.

*Explique aos alunos que o termo "ouvido" está em desuso.

270

LEGENDA: Arthur Zanetti nos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no


Canadá, em 2015.

CRÉDITO: Christopher Morris/Corbis/Latinstock

Capítulo 15 - Corpo humano: revestimento e movimentação

[...]

[...] Boa parte da massa muscular de Zanetti está concentrada nos membros
superiores, bem próxima aos ombros, o que o ajuda a ter estabilidade e
eficiência nas argolas. E mais. O ginasta mede 1,56 m. A envergadura dele
(distância entre os dois braços esticados) é de 1,65 m. Trata-se de um ginasta
de braços curtos quando comparado a outros atletas. [...] Um competidor do
mesmo peso*, com braços mais longos, precisaria de uma quantidade muito
maior de força para realizar as mesmas ações.[...]

Os cientistas também prestaram atenção na posição de Zanetti durante alguns


exercícios, medindo tudo com precisão milimétrica, e descobriram que ele tem
uma habilidade incrível de controlar os próprios movimentos, posicionando o
corpo em ângulos precisos e perfeitos. Essa perfeição é obtida na base da
força. Em um simples giro nas argolas, por exemplo, Zanetti precisa sustentar
nos braços nove vezes o peso do seu corpo.

MAPA do campeão: força de Arthur Zanetti é objeto de estudo científico. Globo


Esporte, São Paulo, 5 out. 2014. Ginástica artística. Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/ginastica-artistica/noticia/2014/10/ mapa-do-
campeao-forca-de-arthur-zanetti-e-objeto-de-estudo-cientifico.html. Acesso em:
11 mar. 2016.

A. Ao executar os movimentos nas argolas na ginástica artística masculina, o


atleta precisa movimentar-se com facilidade, demonstrando flexibilidade. Que
estruturas do corpo humano estão relacionadas à flexibilidade?

Resposta: Os ossos, os músculos e as articulações.

B. Como atleta, Arthur Zanetti precisa treinar diariamente durante horas para
obter bons resultados. No entanto, praticar atividades físicas não deve ser uma
prática exclusiva dos atletas. Explique por que, apesar de não termos a rotina
de um atleta, devemos praticar exercícios em qualquer fase da vida.

Atenção professor: Espera-se que os alunos respondam que as atividades


físicas beneficiam os ossos e músculos, melhoram as atividades dos sistemas
circulatório e respiratório, além de promover sensação de prazer e
relaxamento. Fim da observação.

*Explique aos alunos que, nesse texto, peso refere-se à massa.

271

Revestimento do corpo humano

Como estudamos anteriormente, a pele corresponde a uma das barreiras


naturais contra agentes estranhos ao corpo humano. Além de atuar como
barreira física, protegendo os órgãos e os tecidos moles do corpo, a pele atua
na percepção de calor, frio, pressão e dor; na excreção, por meio do suor; no
controle da temperatura corporal, e na proteção contra a radiação solar. Esta
última função ocorre por meio do pigmento chamado melanina, que confere cor
à pele, produzida por células chamadas melanócitos.

1. A pele equivale a 16% da massa corporal. Calcule quantos kg de pele você


tem.
Resposta pessoal. Para o cálculo, oriente os alunos a montarem uma regra de
três simples.

Boxe complementar:

Camadas de pele

A epiderme é a camada mais externa da pele, composta de tecido epitelial.


Conforme as células se dividem na base dessa camada, as mais velhas são
empurradas para cima, em direção à superfície. Ao se afastar da base, as
células morrem. Nelas, começa a deposição de uma proteína chamada
queratina, que as deixa mais resistentes ao atrito e impermeáveis, de modo
que não absorvam nem percam muita água. À medida que as células mortas
chegam à superfície, elas descamam, sendo eliminadas e repostas
sucessivamente por células mais novas.

A derme é a camada intermediária entre a epiderme e a tela subcutânea,


composta de tecido conjuntivo. Nela localizam-se os vasos sanguíneos, os
nervos relacionados ao sentido do tato e alguns músculos. A derme também
contém fibras elásticas e uma proteína chamada colágeno, responsáveis pela
elasticidade e resistência da pele e também por sustentar a camada superior.
Nessa camada encontramos as estruturas anexas da pele. Abaixo da derme,
se localiza a tela subcutânea, a qual é formada por tecido conjuntivo sanguíneo
e tecido conjuntivo adiposo. Seu papel é isolar o corpo de condições extremas
do ambiente e fixar a pele aos órgãos e a outros tecidos localizados próximos a
ela, além de dar sustentação às camadas superiores.

CRÉDITO: Alexilusmedical/Shutterstock.com

Fim do complemento.

As estruturas anexas da pele são as unhas, as glândulas exócrinas e os pelos.


As unhas são células em forma de placa que contêm uma proteína que lhes
confere dureza - a queratina. Elas são encontradas nas extremidades dos
dedos, protegendo-os contra lesões.

Existem algumas glândulas exócrinas relacionadas à pele. O suor, as lágrimas


e outras substâncias são produtos dessas glândulas.
A glândula sudorífera produz o suor, que atua na regulação da temperatura e
na eliminação de algumas impurezas. Ao ser secretado, o suor que se acumula
sobre a epiderme evapora, dissipando calor para o ambiente. A glândula
sebácea produz uma substância oleosa chamada sebo, que impede o
ressecamento do pelo e da pele e atua como barreira contra a entrada de
microrganismos invasores.

Os pelos são estruturas anexas distribuídas por quase todo o corpo,


relacionados à proteção, à percepção de objetos que possam entrar em
contato com a pele ou que estejam próximos a ela. Também ajudam a manter
a temperatura do corpo, criando uma camada de ar entre a pele e o ambiente.

Os pelos são estruturas alongadas formadas por uma haste e uma raiz. A
haste é a porção superior do pelo, formada por células mortas, ricas em
queratina.

2. Qual é a importância dos pelos no nariz?

Resposta: Os pelos do nariz ajudam a proteger o sistema respiratório da


entrada de partículas que possam lhe causar danos.

3. E dos pelos da cabeça, como cílios e supercílios?

Resposta: Os cabelos protegem a cabeça da exposição direta aos raios


solares. Os cílios e supercílios protegem os olhos da entrada de partículas
presentes no ar, da intensa claridade e de substâncias que possam escorrer
pela testa, como o suor.

272

As terminações nervosas transmitem os estímulos recebidos pelos nervos dos


pelos até o encéfalo. O bulbo é a região alargada abaixo da raiz, cujos vasos
sanguíneos fornecem nutrientes e gás oxigênio para as células do pelo.
Quando sentimos frio, o pelo se eriça, pois está ligado ao músculo eretor do
pelo.

Veja abaixo a estrutura do pelo.

Boxe complementar:

Estrutura do pelo
FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:
fundamentos de anatomia e fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 86,
89.

CRÉDITO: Studio Caparroz

Fim do complemento.

Movimentação do corpo humano

Sistema esquelético

O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens que sustentam e dão


forma ao corpo humano, além de participarem dos movimentos, fornecendo
estrutura para fixação dos músculos esqueléticos por meio dos tendões. Alguns
ossos protegem órgãos internos contra eventuais choques mecânicos.

Os ossos são estruturas fortes e resistentes, constituídos de minerais,


colágeno, proteínas e água. Por causa de sua composição química, eles
suportam grandes compressões e trações sem sofrer fraturas. Em uma lesão, o
tecido ósseo é capaz de repará-la, reconstituindo o osso. Além disso, os ossos
têm a capacidade de armazenar minerais, como o cálcio e o fósforo, que
podem ser distribuídos pelo corpo quando necessário. Por fim, os ossos são
fundamentais para a produção das células do sangue, pois no interior de
alguns deles se encontra a medula óssea vermelha, um tipo de tecido
conjuntivo responsável pela formação de hemácias, leucócitos e plaquetas.

Veja a seguir alguns ossos que compõem o sistema esquelético.

Boxe complementar:

Sistema esquelético

Os ossos do crânio 1 e ossos faciais compõem a cabeça. No adulto, os ossos


do crânio são totalmente fundidos e protegem o encéfalo. Já os ossos faciais
definem a forma da face. As costelas 2 protegem órgãos internos, como o
coração, os pulmões e grandes vasos sanguíneos, além de auxiliar na
sustentação dos ossos do ombro. O osso esterno 3 fica no centro da caixa
torácica e protege o coração contra possíveis lesões. A coluna vertebral 4
protege a medula espinal. Além disso, dá suporte ao crânio e serve como ponto
de fixação das costelas e dos músculos. Os ossos do quadril 5 protegem a
bexiga urinária e os ovários (nas mulheres). É o local onde o fêmur 6 se
encaixa, permitindo sua rotação e a movimentação das pernas.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PARKER, S. O livro do corpo


humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2007. p. 36-37. PAULSEN, F.; WASCHKE,
J. Sobotta: atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e sistema muscular. v.
1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 14.

CRÉDITO: Studio Caparroz

Fim do complemento.

273

Os ossos podem ser classificados em quatro tipos principais, de acordo com


seu formato. Os ossos longos apresentam comprimento maior do que a
largura, como: úmero, rádio, ulna, falanges, fêmur, tíbia, fíbula e ossos do
metacarpo. Os ossos curtos apresentam comprimento bem próximo à largura,
como os ossos do carpo. Os ossos planos são finos e fornecem proteção,
como os ossos do crânio, da pelve e das costelas. Os ossos irregulares
caracterizam-se por apresentar diferentes formatos, não podendo ser
agrupados como outro tipo de osso, como os ossos do crânio e da coluna
vertebral. Observe a seguir a estrutura de um osso longo.

Boxe complementar:

Estrutura de um osso longo

Os ossos longos podem ser divididos em duas epífises A, que são as


extremidades, e uma diáfise B, o corpo do osso. O tecido ósseo é formado por
uma substância chamada matriz óssea C, composta por sais minerais e fibras
colágenas. O periósteo D é a membrana que reveste o osso externamente,
formada por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, nervos e células ósseas. Ele
auxilia na proteção, na nutrição e no crescimento dos ossos. A cavidade
medular ou canal medular E encontra-se ao longo da diáfise, onde fica a
medula óssea, que pode ser do tipo amarela ou vermelha. A medula óssea
vermelha F produz células sanguíneas - as hemácias, os leucócitos e as
plaquetas. A medula óssea amarela G atua como local de reserva de gordura.
FONTE: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, Friedrich;
WASCHKE, Jens. Sobotta: Atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e
sistema muscular. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 14.
TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia.
4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 99-101.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Os ossos são os órgãos do corpo humano com maior quantidade de sais de


cálcio e fosfato em sua composição, que lhes conferem dureza. Cerca de 35%
da matriz óssea é composta de fibras colágenas, que conferem resistência
contra choques mecânicos e compressão. Além disso, nos ossos estão
presentes células responsáveis pela produção, manutenção e reparo do tecido
ósseo em caso de lesão, os osteócitos, osteoblastos e osteoclastos.

Biologia e Saúde

Fraturas ósseas

A composição estrutural dos ossos é uma das mais resistentes no corpo


humano. Entretanto, acidentes nos quais uma grande força é exercida sobre
um osso podem resultar em fraturas ósseas, que são rupturas no osso.

As fraturas podem ser completas, atravessando totalmente o osso, ou


incompletas, com aspecto de rachadura. Também podem ser abertas,
expondo-se para fora da pele, ou fechadas, mantendo-se dentro do corpo.

O reparo de uma fratura óssea depende de alguns fatores, tais como extensão
da fratura, idade, o estado de saúde do indivíduo e o tratamento recebido. Um
osso fraturado deve ser imobilizado e, dependendo do caso, são utilizados
pinos, parafusos ou placas para fixá-lo no local fraturado. A imobilização
aumenta a atividade dos osteoblastos*, que por meio da secreção de nova
matriz óssea encurtam o tempo de recuperação.

LEGENDA: Radiografia de um úmero fraturado.

CRÉDITO: Suttha Burawonk/Shutterstock.com


*Relembre os componentes do tecido ósseo, abordados no volume de 1º ano
desta coleção.

274

O esqueleto do corpo humano pode ser dividido em duas partes: o esqueleto


axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial atua na sustentação dos
ossos do esqueleto apendicular e é formado por ossos que compõem a
estrutura central do corpo e protegem órgãos como encéfalo, coração e
pulmões. O esqueleto apendicular é formado por ossos que se ligam ao
esqueleto axial e auxilia na sustentação e movimentação do corpo.

Boxe complementar:

Cartilagem

O tecido cartilaginoso, ou car tilagem, é formado por subs tâncias como


colágeno e proteínas.

A cartilagem sustenta os tecidos moles do corpo, como o nariz e as orelhas.


Ela também está presente nas extremidades de ossos longos, entre as
vértebras e na pelve, e pode ser encontrada nas pontas das costelas, nas
fossas nasais, na traqueia, nos brônquios e em articulações, como joelho e
cotovelo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, Friedrich; WASCHKE,


Jens. Sobotta: Atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e sistema muscular.
v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 14.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Biologia e Saúde

Desvios da coluna vertebral

Vários fatores podem causar os desvios na coluna. Entre eles, podemos citar
problemas ósseos ou nas articulações, perda de massa óssea, má postura e
excesso de massa corporal. Esses problemas, quando surgem na infância e
não são corrigidos, persistindo até a fase adulta, podem resultar em dores,
deformidades e prejuízos ao equilíbrio do corpo. Veja a seguir alguns desvios
que geralmente ocorrem na coluna vertebral.

A coluna vertebral tem quatro curvaturas: cervical A, torácica B, lombar C e


sacral D.

LEGENDA: A cifose é o desvio na curvatura torácica, que causa o


arredondamento do tórax.

LEGENDA: A lordose é o desvio na curvatura lombar, que causa uma


depressão na parte inferior das costas.

LEGENDA: A escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral, que pode


ocorrer tanto na curvatura torácica quanto na curvatura lombar.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K.


Anatomia e Fisiologia do corpo humano saudável e enfermo. Barueri: Manole,
2002. p. 122.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

4. Em relação à sua coluna vertebral, você considera que tem boa postura?

Resposta pessoal.

275

Articulações

As articulações são o ponto de contato de dois ou mais ossos, que permitem a


movimentação do esqueleto e a união das estruturas ósseas. Elas
proporcionam flexibilidade e protegem determinados órgãos e tecidos. Quanto
ao grau de mobilidade que apresentam, as articulações podem ser
classificadas em imóveis, semimóveis e móveis.

Nas articulações imóveis (também conhecidas como sinartroses), os ossos são


unidos de maneira que o movimento praticamente não ocorre como nos pontos
de encontro entre os ossos do crânio, chamados suturas. Nas articulações
semimóveis (também denominadas anfiartroses), os ossos unem-se por meio
de cartilagem, e elas permitem poucos movimentos, como os pontos de
encontro entre as vértebras.
Nas articulações móveis (também chamadas diartroses), além de cartilagem
articular ou hialina, há um pequeno espaço entre os ossos chamado cavidade
articular ou sinovial, que reduz o atrito entre os ossos e absorve impactos.
Circundando a articulação encontra-se a cápsula articular, formada de tecido
conjuntivo. A membrana interna da cavidade articular produz um líquido
denominado sinóvia ou líquido sinovial, que lubrifica a região reduzindo o atrito
entre as articulações.

As articulações móveis apresentam grande mobilidade. A ligação do fêmur com


a pelve, a ligação entre os ossos que formam os dedos, a articulação da região
do joelho e a do cotovelo são alguns exemplos. Algumas articulações móveis
apresentam ligamentos , feixes paralelos de tecido conjuntivo que contribuem
para que os ossos se mantenham unidos. Essas estruturas conferem
resistência e estabilidade às articulações.

FONTE: Ilustração produzida com base em: TORTORA, G. J. Corpo humano:


fundamentos de anatomia e fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.
142.

CRÉDITO: Studio Caparroz

Boxe complementar:

Algumas articulações do corpo humano

CRÉDITO: Ilustrações produzidas com base em: PAULSEN, Friedrich;


WASCHKE, Jens. Sobotta: Atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e
sistema muscular. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 14, 46,
264.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

276

Sistema muscular

O sistema muscular é composto pelos músculos esqueléticos, formados de


tecido muscular estriado esquelético. Eles estão associados aos ossos e são
responsáveis pela produção de movimento, pela manutenção da postura
corporal, pela estabilidade das articulações, além de contribuir para a
manutenção da temperatura adequada do corpo e para proteção dos órgãos
internos.

Boxe complementar:

Sistema muscular

CRÉDITO DAS FOTOS: Nucleus Medical Art, Inc/PhotoTake/Glow Images

Fim do complemento.

Os músculos esqueléticos unem-se aos ossos por meio de estruturas


chamadas tendões, formados por fibras de tecido conjuntivo.

LEGENDA: Representação do tendão calcâneo.

FONTE: Ilustração produzida com base em: PAULSEN, Friedrich; WASCHKE,


Jens. Sobotta: Atlas de Anatomia humana: Anatomia geral e sistema muscular.
v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 315.

CRÉDITO: Angelo Shuman

Boxe complementar:

O tendão calcâneo é popularmente conhecido como tendão de Aquiles.


Segundo a mitologia grega, a deusa Tétis tinha filhos mortais e, inconformada
com isso, mergulhou um de seus filhos (Aquiles) no rio Estige, segurando-o
pelo calcanhar, para torná-lo invulnerável. Entretanto, o único ponto vulnerável
do seu corpo era o calcâneo, por onde a mãe o segurou. Ele foi considerado
um herói lendário na guerra de Troia, e morreu quando foi atingido com uma
espada exatamente no tendão calcâneo.

Fim do complemento.

277

Estruturas responsáveis pela movimentação do corpo humano

Quando os músculos se contraem ou relaxam, tracionam os tendões, que


movimentam determinados ossos. As articulações atuam como ponto de apoio
para o movimento dos ossos. Em conjunto, essas estruturas são responsáveis
pela movimentação do corpo humano.
Em alguns movimentos, um músculo contrai e o outro relaxa. Exemplo disso
são os movimentos de flexão e extensão do antebraço. Há movimentos em que
dois ou mais músculos contraem e relaxam ao mesmo tempo, o que ocorre
durante a mastigação, por exemplo.

Boxe complementar:

Movimentação do braço

A. Quando o antebraço realiza o movimento de flexão, o bíceps se contrai,


diminuindo seu comprimento. O tendão puxa o rádio e segue em direção ao
braço. Nesse momento, o bíceps contrai e o tríceps relaxa.

B. Quando o antebraço realiza o movimento de extensão, o tríceps se contrai e,


com isso, o tendão puxa a ulna. O antebraço se distancia do braço. Nesse
movimento, o bíceps relaxa e o tríceps contrai, permitindo a execução do
movimento.

FONTE: Ilustrações produzidas com base em: TORTORA, Gerard J. Corpo


humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. p. 169.

CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES: Angelo Shuman

Fim do complemento.

Biologia e Saúde

Problemas na movimentação do corpo humano

Algumas condições que afetam músculos e articulações podem comprometer a


movimentação eficiente do corpo e causar dor e desconforto. Movimentos
simples como mover os dedos se tornam tarefas difíceis de serem executadas.
A seguir, alguns exemplos.

A tendinite é uma inflamação do tendão que causa dor e inchaço. Pode afetar
qualquer tendão do corpo, porém é mais comum nos ombros, cotovelos,
punhos, joelhos e tornozelos. Ela é causada por uma sobrecarga no tendão,
geralmente originada pela falta de alongamento muscular, por movimentos
repetitivos, estresse e até mesmo por postura inadequada. A dor no tendão
pode irradiar para toda a musculatura local, gerando espasmos (contrações
musculares involuntárias) e fadiga. Se persistir por um longo período, pode
causar a atrofia do músculo.

A artrite é uma inflamação da articulação, geralmente acompanhada de dor,


inchaço e alterações estruturais. Ocorre com frequência nas articulações dos
dedos. Entre os diversos tipos de artrite, o mais comum refere-se ao "desgaste
pelo uso", e resulta na degeneração da cartilagem articular. A artrite gotosa,
também conhecida como gota, é um distúrbio metabólico no qual o excesso de
ácido úrico no sangue se deposita nas articulações, formando cristais que
destroem os tecidos articulares. A forma mais debilitante é a artrite reumatoide,
que causa inflamação nas membranas sinoviais, tornando os movimentos
rígidos e dolorosos.

A artrose é um desgaste dos tecidos das articulações causado pelo uso


excessivo e pelo envelhecimento natural do corpo. Esses danos geram dores
quando acometem a coluna vertebral e formam os chamados "bicos de
papagaio".

278

Atividades

Responda as atividades no caderno.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

1. Qual é a importância da pele para o corpo humano?

2. As queimaduras são lesões que podem acometer a pele. Nas queimaduras


de primeiro grau, a camada mais superficial da pele é atingida. As queimaduras
de segundo grau atingem camadas mais internas da pele e podem formar
bolhas. As de terceiro grau destroem todas as camadas e estruturas anexas,
que perdem todas as suas funções. Sobre as camadas da pele, responda às
questões a seguir.

a ) No caderno, faça um esquema identificando as camadas da pele.

b ) Em que camada da pele as estruturas anexas são encontradas?


c ) Que camadas da pele são prejudicadas pelas queimaduras de primeiro,
segundo e terceiro graus, respectivamente?

3. Jovens e adolescentes frequentemente sofrem com o surgimento de acne no


rosto, inflamação das glândulas sebáceas que se inicia na puberdade, quando
as glândulas aumentam de tamanho e passam a produzir mais sebo. Sobre
esse assunto, responda:

a ) Em que camada da pele essas glândulas se localizam?

b ) Qual é a importância das glândulas sebáceas para a pele?

4. A osteoporose caracteriza-se pelo declínio da formação óssea e perda de


tecido ósseo. Essas características resultam em ossos enfraquecidos, que
sofrem fraturas com facilidade e é mais comum em pessoas acima de 50 anos
de idade. Observe as ilustrações abaixo e responda às questões.

LEGENDA: Ossos de pessoa sem osteoporose.

LEGENDA: Ossos de pessoa com osteoporose.

CRÉDITO: Tefi/Shutterstock.com

a ) Na osteoporose, os ossos sofrem perda de dureza ou de resistência?


Explique.

b ) Uma das formas de prevenir a osteoporose é pela ingestão adequada de


cálcio na alimentação. Cite dois alimentos que podem auxiliar na prevenção da
osteoporose.

5. Entre atletas é muito comum a ocorrência de lesões em tendões e


ligamentos. O rompimento do tendão calcâneo, por exemplo, pode acontecer
quando há um aumento de intensidade na prática esportiva ou em uma simples
torção no pé. Sobre isso, responda às questões abaixo.

a ) O que é um tendão?

b ) O que é um ligamento?

6. Leia o trecho da reportagem abaixo e responda às questões.

Cientistas revelam o que acontece ao estalar os dedos


Pode estalar os dedos sossegado. Provavelmente nenhum dano será feito às
articulações e o som pode até indicar a saúde das juntas. A descoberta é de
uma equipe de pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, que
revelou pela primeira vez com método científico o que acontece quando
estalamos as juntas. Passando os dedos de um participante do estudo por uma
máquina de ressonância magnética, o grupo descobriu que é a criação de uma
"bolha" na substância que lubrifica as articulações que causa o barulho - e não
o atrito entre os ossos. O estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista Plos
One.

[...]

CIENTISTAS revelam o que acontece ao estalar os dedos. Veja, São Paulo, 16


abr. 2015. Saúde. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cientistas-revelam-o-que-acontece-ao-
estalar-os-dedos>. Acesso em: 11 mar. 2016.

a ) Segundo o texto, qual é a origem do barulho característico do estalar dos


dedos?

b ) Qual é a substância citada no texto? Onde ela se localiza?

c ) Qual é a importância das articulações na movimentação do corpo humano?

279

7. Reescreva as frases abaixo no caderno, substituindo as letras pelos termos


corretos.

a ) A epiderme é composta de A, a derme é composta por tecido conjuntivo e


possui B colágenas e elásticas, e a C, composta de tecido adiposo e
conjuntivo.

b ) Entre os anexos da pele estão os D, que protegem o corpo; as E, que


secretam o suor, auxiliando na regulação da temperatura corporal; as F, que
produzem sebo, e as G .

c ) A cor da pele e dos pelos se deve à H, um pigmento encontrado na pele.

d ) O I é representado pelos ossos da cabeça e do tronco, enquanto o J é


representado pelos ossos dos membros e dos cíngulos.
e ) As articulações são formadas por tecido conjuntivo K.

f ) Os músculos estriados esqueléticos têm contração L, e atuam em conjunto


aos M e N para proporcionar diferentes movimentos do corpo humano.

8. (Udesc-SC) A pele desempenha um papel importantíssimo para o ser


humano, e na realidade é o maior órgão que este possui.

A Figura 1 representa um corte longitudinal de um pedaço da pele humana, em


que foram destacadas algumas estruturas.

LEGENDA: Figura 1.

CRÉDITO: Alexilusmedical/Shutterstock.com

Assinale a alternativa correta com relação à pele humana.

a ) Em geral, os tecidos epiteliais apresentam na sua camada córnea células


com pouca capacidade de divisão.

b ) A epiderme é composta por células mortas (queratinizadas).

c ) A derme é constituída por tecido conjuntivo, o qual garante a fixação e a


nutrição da epiderme.

d ) A pele se constitui no principal tecido de revestimento dos animais.

e ) Os pelos, mostrados na figura, possuem sua origem a partir do tecido


subcutâneo (adiposo).

9. (Udesc-SC) Ainda com relação à pele, mostrada na Figura 1 , analise as


proposições seguidas de uma justificativa (razão) que pode ou não confirmar a
assertiva.

I ) Asserção: a pele tem a função de regular a temperatura corporal; razão:


devido à presença das glândulas sudoríparas* e pela capacidade de dilatar ou
contrair os vasos sanguíneos na derme.

II ) Asserção: a pele funciona como uma glândula endócrina; razão: existem


glândulas sebáceas e sudoríparas na camada da derme.

III ) Asserção: a pele nos protege da radiação UV-A e UV-B; razão: existem
células localizadas na camada mais externa que são queratinizadas e
especializadas na produção de melanina.
Assinale a alternativa correta.

a ) A asserção I é correta; a razão é incorreta.

b ) A asserção II é correta; a razão também é correta.

c ) A asserção III é correta; a razão também é correta.

d ) A asserção I é correta; a razão também é correta.

e ) A asserção II é incorreta; a razão também é incorreta.

Refletindo sobre o capítulo

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

A. Por que a pele é considerada um órgão?

B. Considere a seguinte situação: Osvaldo foi ao médico após lesionar o joelho


em um jogo de futebol com os amigos. Feitos e analisados os exames, o
médico informou que houve ruptura no menisco (cartilagem presente no joelho)
e, por isso, Osvaldo precisaria ser operado a fim de unir os ossos novamente.
Se houve ruptura nessa região, que estruturas foram afetadas, tendões ou
ligamentos? Justifique.

C. Por que é importante alongar os músculos antes e após as atividades


físicas?

*Diga aos alunos que, no passado, as glândulas sudoríferas eram chamadas


glândulas sudoríparas.

280

Explorando o tema

Drogas

Drogas são substâncias que comprometem tanto o funcionamento do corpo


quanto o comportamento do usuário. Entre os maiores problemas do uso de
drogas está a dependência química.

A dependência química é classificada como um transtorno psiquiátrico, uma


doença crônica que pode ser tratada e controlada. Além disso, trata-se de um
problema social, pois envolve diversas pessoas, de diferentes faixas etárias,
etnias e classes sociais. Conforme a dependência química evolui, o indivíduo
pode desenvolver insanidade e passa por uma mudança progressiva de
comportamento. Muitos passam a cometer crimes para sustentar seu vício,
prejudicando assim sua vida social. Sem um tratamento específico, é possível
desenvolver um quadro de depressão grave, culminando até mesmo na morte
do paciente.

Contudo, desde que o usuário reconheça a necessidade de receber ajuda, é


possível tratar o vício a fim de deixar de usar substância química. É necessário
levar em consideração, porém, o aspecto da vulnerabilidade de retornar à
dependência, de maneira que o indivíduo deve constantemente estar em
tratamento e receber apoio.

A respeito da parte central do sistema nervoso, as drogas podem ser


classificadas em:

Drogas depressoras

Reduzem a atividade cerebral, causando sonolência e lentidão das atividades


psicomotoras. Exemplos: álcool, opiáceos, tranquilizantes, entre outros.

Drogas estimulantes

Aumentam a atividade cerebral, causam euforia e insônia. Exemplos: cigarro,


cocaína, entre outros.

Drogas pertubadoras

Relacionam-se a quadros de alucinações em que o cérebro passa a funcionar


fora dos padrões normais. Exemplos: maconha, LSD, entre outros.

Uma das drogas depressoras mais comuns é o álcool, uma droga lícita, aceita
socialmente, e que pode ser vendida para maiores de 18 anos. O efeito inicial
parece ser estimulante porque causa euforia e desinibição. Contudo, depois ela
se torna um agente depressor, podendo levar ao coma.

Um problema comum associado à ingestão de bebidas alcoólicas é dirigir


embriagado. A combinação entre direção e embriaguez é a principal
responsável pelos acidentes fatais no trânsito, e por isso tornou-se um crime
previsto na legislação brasileira. Se um motorista que tiver ingerido álcool for
flagrado, independentemente da concentração de álcool no sangue, ele pode
ter sua carteira de motorista apreendida, além de ser multado e perder o direito
de dirigir por um ano. A situação é ainda mais grave se o motorista nessas
condições se envolver em algum acidente de trânsito que resulte em pessoa
ferida. Ele poderá ser detido e responderá por lesão corporal dolosa, ou seja,
quando há intenção de matar.

LEGENDA: A ingestão de álcool reduz a coordenação motora e os reflexos.


Pessoas sob efeito de álcool não devem dirigir nem operar máquinas.

CRÉDITO: www.BillionPhotos.com/Shutterstock.com

Outra droga depressora é a heroína, derivada do ópio (opiáceo), uma


substância extraída da papoula. Trata-se de uma droga semissintética que tem
ação analgésica, inibindo sensações como a dor. Ela também pode causar
depressão dos sistemas respiratório e circulatório, perda de consciência por
causa da baixa oxigenação dos tecidos, coma e até a morte.

281

Como causa forte dependência química, quando o usuário para de consumir


heroína, ele passa por quadros de abstinência dolorosos, com náusea,
vômitos, diarreia, câimbras, entre outros sintomas que podem durar até 12
dias.

O tabaco também é classificado como substância tóxica, embora seus


derivados sejam socialmente muito aceitos e consumidos. Tempos atrás, a
mídia veiculava a imagem de que os fumantes de cigarro eram pessoas felizes
e livres, o que contribuiu para aumentar significativamente o consumo de
cigarros nas gerações seguintes.

Por ser uma droga estimulante, o tabaco ameniza o humor e reduz o apetite.
Sua rápida ação no corpo humano - a fumaça do cigarro entra no sistema
respiratório e alcança o cérebro em apenas nove segundos - eleva a pressão
arterial, acelera os batimentos cardíacos e aumenta a frequência respiratória.
Além de causar dependência química, o cigarro desencadeia diversos
problemas de saúde, como pneumonia, infarto do miocárdio, bronquite, úlceras
digestivas, enfisema pulmonar e acidente vascular cerebral. Também está
associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como o de boca,
de pulmão, de laringe, de faringe, de esôfago e de estômago.
A maconha é uma droga basicamente alucinógena, que causa efeitos físicos e
psíquicos, entre eles, boca seca, taquicardia, vontade de rir, suor nas mãos,
perda do controle mental e da noção de espaço e tempo. O consumo contínuo
leva a perdas de memória, delírios e alucinações. Há também comprovações
científicas que associam a esterilidade masculina ao uso crônico dessa droga
porque ela inibe a produção de testosterona. No Brasil, as formas mais comuns
de se consumir maconha é usando suas folhas e seus brotos secos, sua resina
(haxixe) ou sua forma líquida (bhang).

A cocaína é uma droga cujo consumo é um dos mais preocupantes no Brasil.


Ela é traficada na forma de pó. É comercializada também em forma de pasta,
recebendo o nome merla, e na forma de pedra, conhecida como crack. Os
efeitos estimulantes, como excitação, hiperatividade, insônia, redução do
cansaço e falta de apetite, surgem em poucos minutos e duram por até 45
minutos. A sensação que proporciona leva o usuário a utilizá-la com mais
frequência e em doses cada vez maiores, causando rápida dependência
química.

Outra droga perturbadora, sintética, que tem sido muito consumida entre os
jovens é o LSD, que pode causar alucinações que duram até 12 horas. Seus
efeitos causam ampliação na capacidade de perceber cores e alterações nos
sons, além do fenômeno da sinestesia, que é a mistura dos sentidos. Essa
droga também altera a percepção de espaço e de tempo.

Atenção professor: Veja as respostas das questões desta seção nas


Orientações para o professor. Fim da observação.

a ) Junte-se a um colega para pesquisarem uma reportagem sobre alguém que


tenha sido dependente químico de uma das drogas citadas no texto. Depois,
apresentem-na aos colegas e discutam sobre as atitudes desse indivíduo para
deixar de consumir a substância da qual foi dependente.

b ) Em sua opinião, quais são os fatores que motivam os jovens a consumir


drogas?

c ) Leia a frase a seguir.


"Além de todos os problemas citados, o narcotráfico (tráfico de drogas) lucra
bilhões de dólares todos os anos, levando milhões de pessoas à dependência
química e à morte."

Converse sobre essa frase com seus colegas.

d ) Junte-se a três colegas para elaborarem um folheto explicando as


diferenças entre as drogas, o que elas causam e por que devemos evitar a
dependência química.

e ) Com os outros colegas de turma, promovam uma palestra a fim de


conscientizar alunos e professores da escola da importância do combate às
drogas.

282

Ampliando seus conhecimentos

Para ler

· Árvore da Vida - a inacreditável biodiversidade da vida na Terra, de Rochelle


Strauss. 2ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 2011.

· Atlas ilustrado do corpo humano - mágico. São Paulo: Ciranda Cultural, 2012.

· Cada minuto na Terra, de Steve Murrie e Matthew Murrie. São Paulo: Panda
Books, 2009.

· Como funciona o incrível corpo humano, de Richard Walker. São Paulo:


Companhia das Letrinhas, 2008.

· Como o corpo funciona, de David Macaulay. São Paulo: WMF, 2011.

O livro apresenta a formação do corpo humano desde uma única célula até os
complexos sistemas que elas formam. De forma dinâmica, ele mostra as ações
rotineiras dos seres humanos que envolvem o funcionamento do corpo
humano, mas que não são pensadas constantemente. Nas ilustrações, é
possível ver tudo que ocorre no corpo humano enquanto respiramos,
comemos, vemos, ouvimos, falamos e ainda como nosso organismo reage em
dadas circunstâncias, como na presença de um patógeno. Dessa maneira, o
autor conduz uma relação entre o funcionamento interno do corpo e o que
acontece no mundo externo.
CRÉDITO: Editora WMF Martins Fontes

· Espetáculos da vida, de Beatriz Helena de Assis Pereira. São Paulo: Callis,


2011. (Coleção Arte com Ciência).

· Eu quero saber - o corpo humano. São Paulo: Leya Brasil, 2012.

· Microterrores: o guia completo das infecções bacterianas, virais e fúngicas


que ameaçam a nossa saúde, de Tony Hart. São Paulo: Ciranda Cultural,
2009.

· Na medida, de Steve Jenkins. São Paulo: Ática, 2009.

· O incrível livro do corpo humano segundo Dr. Frankenstein: A verdade


monstruosa sobre o funcionamento do nosso organismo, de Richard Walker.
São Paulo: Publifolha, 2010.

· O mundo das plantas, de Rosicler Martins Rodrigues. São Paulo: Moderna,


2013.

· Pequenas maravilhas: como os micróbios governam o mundo, de Idan Ben-


Barak. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010.

· Pequenos seres vivos, de Gilberto Rodrigues Martho. 12ª ed. São Paulo:
Ática, 2004.

· Pílulas azuis, de Frederik Peeters. São Paulo: Nemo, 2010.

283

· Por dentro do sistema imunológico, de Paulo Ferreira da Cunha. 12ª ed. São
Paulo: Atual, 2002.

· Sub - Viagem ao Brasil submarino, de Maristela Colucci. São Paulo: Grão,


2009.

· Tudo Sobre o Corpo Humano - uma viagem através dos segredos desta
maravilhosa máquina viva. Blumenau: Vale das Letras, 2010.

· Vida na Terra - conhecer para proteger, de Rosicler Martins Rodrigues. São


Paulo: Moderna, 2013.

Para assistir
CRÉDITO: Filme de Alastair Fothergill e Mark Linfield. Chimpanzé. EUA e
Tanzânia. 2012

Chimpanzé. Direção de Alastair Fothergill e Mark Linfield, 2012. The Walt


Disney Company (Brasil) Ltda., Estados Unidos e Tanzânia. (78 min.)

Esse documentário mostra o comportamento de um grupo de chimpanzés,


entre eles Oscar, que há três anos perdeu sua mãe em um conflito com outro
grupo de chimpanzés. No filme, é possível observar o macho alfa, o carinho da
mãe com os filhotes e a rejeição de uma adoção. Os diretores estudaram esse
grupo de primatas por aproximadamente 30 anos e fizeram imagens reais de
como acontece a interação social de 35 chimpanzés pertencentes a esse
grupo. A hierarquia desses animais, sua biologia e comportamento podem ser
analisados nesse documentário.

CRÉDITO: Filme de Steven Soderbergh. Contágio. EUA. 2011

Contágio. Direção de Steven Soderbergh, 2011. Warner Bros, Estados Unidos,


França e Reino Unido. (106 min.)

O filme conta a história de uma pandemia causada por um vírus, o qual é


inspirado em um vírus real que atinge morcegos e porcos. Ele aborda
características da contaminação e da prevenção da doença, servindo como
exemplo para muitas outras causadas por vírus. Além disso, retrata o
desenvolvimento de uma vacina, que é uma das formas de combate à
contaminação. É possível observar também como a disseminação de doenças
causadas por vírus é rápida, e como os seres vivos estão expostos ao
contágio.

CRÉDITO: Filme de Matthew Aeberhard e Leander Ward. Grande balé


vermelho: o mistério dos flamingos. EUA, França e Reino Unido. 2008

Grande balé vermelho: o mistério dos flamingos. Direção de Matthew


Aeberhard e Leander Ward, 2008. The Walt Disney Company (Brasil) Ltda.,
Estados Unidos, França e Reino Unido. (77 min.)

O documentário mostra imagens do desenvolvimento dos flamingos, desde seu


nascimento até a fase adulta, tornando possível observar as mudanças em seu
corpo. Além disso, aponta as dificuldades encontradas na sobrevivência dessa
espécie, o cuidado parental na busca por alimento, o acasalamento, o
aprendizado do voo e a predação.

284

CRÉDITO: Filme de Ken Kwapis. O grande milagre. EUA e Reino Unido. 2012

· O grande milagre. Direção de Ken Kwapis, 2012. Paramount Pictures Brasil,


Estados Unidos e Reino Unido. (107 min.)

Esse filme retrata três baleias que ficaram presas sob o gelo e dependem de
pequenos buracos ainda existentes na camada de gelo para respirar. Ele
mostra ainda uma espécie de mamífero cetáceo e suas estruturas adaptadas
ao ambiente aquático.

CRÉDITO: Filme de Luc Jacquet. A marcha dos pinguins. França. 2005

· Osmose Jones. Direção de Peter Farrelly e Bobby Farrelly, 2002. Warner


Home Vídeo Ltda., Estados Unidos. (96 min.)

O filme mostra a história de Frank, que é contaminado por um vírus. Por meio
de animação, são retratadas células e substâncias do organismo que reagem
ao agente estranho, como os remédios agem no corpo humano, e outras
respostas do corpo humano a câimbras e espinhas.

CRÉDITO: Filme de Alastair Fothergill. Planeta Terra. Reino Unido. 2006

· Planeta Terra. Direção de Alastair Fothergille e Keith Scholey, 2006. BBC,


Reino Unido. (450 min.)

Esse documentário, dividido em 11 episódios e quatro DVDs, mostra


detalhadamente a interação de seres vivos no planeta Terra, desde plantas até
animais, seus hábitats, sua alimentação, nascimento, desenvolvimento e morte.

CRÉDITO: Filme de Alastair Fothergill e Keith Scholey. Reino dos felinos. EUA.
2011

Reino dos felinos. Direção de Alastair Fothergill e Keith Scholey, 2014. The
Walt Disney Company (Brasil) Ltda., Estados Unidos. (89 min.)

Nesse documentário, duas espécies diferentes de felinos são observadas, o


local em que vivem, as estratégias de alimentação, as disputas por território, o
cuidado com os filhotes e os desafios encontrados para a sobrevivência.
CRÉDITO: Filme de Alastair Fothergill e Keith Scholey. Ursos. EUA. 2014

Ursos. Direção de Alastair Fothergill e Keith Scholey, 2014. The Walt Disney
Company (Brasil) Ltda., Estados Unidos. (77 min.)

O documentário apresenta o comportamento dos ursos em disputas por


recursos, o cuidado com os filhotes e a alimentação. Por apresentar imagens
reais, é possível refletir sobre o hábitat e a morfologia desse animal.

285

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

Região Norte

Amazonas

· Bosque da Ciência - INPA R. Otávio Cabral s/n Manaus - AM

e-mail: bosque@inpa.gov.br

site: http://tub.im/3f9joc

Pará

· Jardim Zoobotânico da Amazônia

Av. Almirante Barroso, 2.305

Belém - PA

site: http://tub.im/bo2ii4

· Museu Goeldi

Av. Magalhães Barata, 376

Belém - PA

e-mail: sic@museu-goeldi.br

site: http://tub.im/24j84v

Região Nordeste

Alagoas

· Museu de História Natural - UFAL

Av. Amazonas s/n


Maceió - AL

e-mail: mhnufal@gmail.com

site: http://tub.im/9e49bt

· Usina Ciências - UFAL

Av. Aristeu de Andrade, 452

Maceió - AL

e-mail: usinaciencia@gmail.com

site: http://tub.im/74gxdm

Bahia

· Jardim Botânico de Salvador

Av. São Rafael s/n

Salvador - BA

site: http://tub.im/4pt8ts

· Zoológico de Salvador R. Alto da Ondina s/n

Salvador - BA

e-mail: zoo.educar@inema.ba.gov.br

site: http://tub.im/99dn8o

Pernambuco

· Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos Est. do


Forte Orange s/n Itamaracá - PE

site: http://tub.im/aoeygc

Rio Grande do Norte

· Aquário Natal Av. Litorânea, 1.091 Extremoz - RN

site: http://tub.im/9zkn4h

· Museu de Ciências Morfológicas-UFRN

Av. Senador Salgado Filho, 3.000 Natal - RN


site: http://tub.im/8pa574

Sergipe

· Oceanário de Aracaju

Av. Santos Dumont, 1.010 Aracaju - SE

site: http://tub.im/tjj2fx

286

Região Centro-Oeste

Distrito Federal

· Fundação Jardim Zoológico de Brasilia

Av. das Nações s/n

Brasília - DF

e-mail: atendimento.dicam@gmail.com

site: http://tub.im/b42je6

· Jardim Botânico de Brasilia

SMDB Conj. 12 s/n

Brasília - DF

e-mail: diex@jbb.df.gov.br

site: http://tub.im/nvr5hb

· Museu de Anatomia Humana da UnB

Est. Parque das Nações s/n

Brasília - DF

e-mail: mah@unb.br

Goiás

· Museu Carpológico do Jardim Botânico

Amália Hermano Teixeira

Al. Jardim Botânico, Quadra 109 s/n


Goiânia - GO

Região Sudeste

Espírito Santo

· Museu de Biologia Professor Mello Leitão/Instituto Nacional da Mata Atlântica

Av. José Ruschi, 4

Santa Teresa - ES

site: http://tub.im/uetss6

Minas Gerais

· Aquário da Bacia do Rio São Francisco

Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000

Belo Horizonte - MG

· Museu de Ciências Naturais

Av. Dom José Gaspar, 290

Belo Horizonte - MG

e-mail: mcn.educação@pucminas.br

· Museu de História Natural e Jardim

Botânico da UFMG

Av. Gustavo da Silveira, 1.035

Belo Horizonte - MG

e-mail: jardimbotanico@mhnjb.ufmg.br

site: http://tub.im/cz6rwr

· No Mundo das Águas

R. Montes Claros, 322

Belo Horizonte - MG

e-mail: diretoria@nomundodasaguas.com

site: http://tub.im/jk74we
Rio de Janeiro

· Centro Cultural Ministério da Saúde

Praça Marechal Âncora, 95

Rio de Janeiro - RJ

e-mail: ccms@ccms.saude.gov.br

site: http://tub.im/ghzqp8

· Espaço Ciência Viva

Av. Heitor Beltrão, 321

Rio de Janeiro - RJ

e-mail: museu@cienciaviva.org.br

site: http://tub.im/279ars

· Espaço da Ciência "Maria de Lourdes

Coelho Anunciação" de São João da Barra

Av. Atlântica s/n

São João da Barra - RJ

São Paulo

· Acqua Mundo

Av. Miguel Estéfano, 2 001

Guarujá - SP

e-mail: assessoria@acquamundo.com.br

site: http://tub.im/7n474w

· Aquário de Aparecida do Norte

Av. Getúlio Vargas s/n

Aparecida do Norte - SP

· Aquário de Peruíbe

Av. Governador Mário Covas Júnior, 204


Peruíbe - SP

e-mail: contato@aquariodeperuibe.com.br

· Aquário de São Paulo

R. Huet Bacelar, 407

São Paulo - SP

e-mail: sav@aquariodesaopaulo.com.br

· Aquário de Ubatuba

R. Guarani, 859

Ubatuba - SP

e-mail: staff@aquariodeubatuba.com.br

site: http://tub.im/w5ob58

287

· Aquário Municipal de Santos

Av. Bartolomeu de Gusmão s/n

Santos - SP

e-mail: setur@santos.sp.gov.br

site: http://tub.im/pqyqqz

· Instituto Butantan

Av. Vital Brasil, 1.500

São Paulo - SP

e-mail: museumicrobiol@butantan.gov.br

site: http://tub.im/brf9bz

· Museu Escola do Instituto de

Biociências da Unesp de Botucatu

R. Prof. Dr. Antônio Celso Wagner Zanin s/n

Botucatu - SP
e-mail: awasko@ibb.unesp.br

site: http://tub.im/8w3zw8

Região Sul

Paraná

· Aquário Marinho de Paranaguá

R. João Régis s/n

Paranaguá - PR

e-mail: ambiental@aquariodeparanagua.

com.br

· Jardim Botânico Municipal Francisca Maria Grafunkel Rischbieter

Av. Engenheiro Ostoja Roguski s/n

Curitiba - PR

site: http://tub.im/7za8y6

· Museu de Anatomia da PUC-PR

R. Imaculada Conceição, 1.155

Curitiba - PR

· Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina

Rod. Celso Garcia Cid PR-445

Londrina - PR

site: http://tub.im/tf58tj

· Museu de História Natural Capão da Imbuia

R. Benedito Conceição, 407

Curitiba - PR

· Museu e Aquário Marinho Itinerante Cristina Portela

R. Henrique Correia, 350

Curitiba - PR
Rio Grande do Sul

· Fundação Zoobotânica

R. Dr. Salvador França 1.427

Porto Alegre - RS

e-mail: comunica@fzb.rs.gov.br

site: http://tub.im/fw6qo9

· Jardim Botânico - UFSM

Av. Roraima, 1.000

Santa Maria - RS

e-mail: adm.jbsm@gmail.com

site: http://tub.im/s2qjh8

· Museu de Anatomia - UFCSPA

R. Sarmento Leite, 245

Caxias do Sul - RS

· Museu de Ciências e Tecnologia - PUC-RS

Av. Ipiranga, 6.681

Porto Alegre - RS

e-mail: mct@pucrs.br

site: http://tub.im/nr7zcc

· Museu de Ciência Naturais

R. Francisco Getúlio Vargas, 1.130

Caxias do Sul - RS

e-mail: etverona@usc.br

site: http://tub.im/kififn

Santa Catarina

· Jardim Botânico Municipal de São José


R. Acelino Pereira, Quadra 22

São José - SC

· Parque Zoobotânico

R. Manoel Tavares s/n

Brusque - SC

· Zoo Pomerode

R. Hermann Weege, 180

Pomerode - SC

site: http://tub.im/jg8id9

288

Bibliografia

ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew; PILLAI, Shiv. Imunologia básica:


funções e distúrbios do sistema imunológico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.

BRUSCA, Richard C.; BRUSCA, Gary J. Invertebrados. 2ª ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2007.

CAMPBELL, Neil A.; REECE, Jane B. Biology. 8ª ed. San Francisco: Pearson
Benjamin Cummings, 2008.

DANGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana:


sistêmica e segmentar. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia médica. 8ª ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1992.

HERLIHY, Barbara; MAEBIUS, Nancy K. Anatomia e Fisiologia do corpo


humano saudável e enfermo. Barueri: Manole, 2002.

HICKMAN Jr., Cleveland P. et al. Princípios integrados de Zoologia. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

HILDEBRAND, Milton. Análise da estrutura dos vertebrados. São Paulo:


Atheneu, 1995.
JOLY, Aylthon Brandão. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13ª ed. São
Paulo: Nacional, 2005.

MARGULIS, Lynn; SCHWARTZ, Karlene V. Cinco reinos: um guia ilustrado dos


filos da vida na Terra. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

MAYR, Ernst. Isto é Biologia: a ciência do mundo vivo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2008.

ORR, Robert T. Biologia dos vertebrados. 5ª ed. São Paulo: Roca. 2000.

PARKER, Steve. O livro do corpo humano. Londres/São Paulo: DK/Ciranda


Cultural, 2007.

PAULSEN, Friedrich; WASCHKE, Jens. Sobotta: atlas de Anatomia humana.


23ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 3 v.

POUGH, F. Harvey et al. A vida dos vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu,
2003.

PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2001.

RANDALL, David.; BURGGREN, Warren; FRENCH, Kathleen. Eckert,


Fisiologia animal: mecanismos e adaptações. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.

RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray, F.; EICHHORN, Susan E. Biologia vegetal. 6ª
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

RAY, Luís. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos


trópicos ocidentais. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

RONAN, Colin A. História ilustrada da Ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 4


v.

RUPPERT, Edward E. et al. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem


funcional-evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005.

SCHAECHTER, Moselio. et al. Microbiologia: Mecanismos das Doenças


Infecciosas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

SCHMIDT-NIELSEN, Knut. Fisiologia animal - adaptação e meio ambiente. 5ª


ed. São Paulo: Santos, 2002.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia anatômica
internacional. Barueri: Manole, 2001.

STORER, Tracy I. et al. Zoologia geral. 6ª ed. São Paulo: Nacional, 2000.

TAIZ, Lincoln e ZEIGER, Eduardo. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2004.

TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia.


4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 8ª


ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

TRABULSI, Luiz Rachid; ALTERTHUM, Flávio. Microbiologia. 5ª ed. São Paulo:


Atheneu, 2008.

VINAY, Kumar. Robbins: Patologia básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

Lista de siglas

Enem - Exame Nacional do Ensino Médio

Famema-SP - Faculdade de Medicina de Marília

Furg-RS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Fuvest-SP - Fundação Universitária para o Vestibular

Mackenzie-SP - Universidade Presbiteriana Mackenzie

PUC-SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Udesc-SC - Universidade do Estado de Santa Catarina

Uece - Universidade Estadual do Ceará

UEL-PR - Universidade Estadual de Londrina

UEM-PR - Universidade Estadual de Maringá

UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Ufes - Universidade Federal do Espírito Santo

UFG-GO - Universidade Federal de Goiás

UFGD-MS - Universidade Federal da Grande Dourados


Ufla-MG - Universidade Federal de Lavras

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFPR - Universidade Federal do Paraná

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFT - Universidade Federal do Tocantins

UFV-MG - Fundação Universidade Federal de Viçosa

Unesp-SP - Universidade Estadual Paulista

289

Orientações para o professor 2

Nos dias atuais, os alunos são assolados por um turbilhão de informações. Isto
torna ainda mais fundamental a presença do professor em sala de aula, como
figura capaz de orientar os discentes a conectar e formar novos
conhecimentos, que serão utilizados no exercício de suas responsabilidades e
em sua preparação para as novas demandas de nossa sociedade.

Para ajudá-lo nesse aspecto, professor(a), elaboramos este material.


Acreditamos que com a sua instrução os discentes serão capazes de aplicar o
que aprenderam em suas responsabilidades, bem como em suas demandas
sociais. Acreditamos que um professor não só contribui com conhecimentos
específicos, mas também tem o papel de estimular os alunos a desenvolverem
habilidades para alcançar sua capacidade e, com base nisso, serem cientes e
comprometidos com o que lhes for direcionado. Assim, tornamos a educação
formal, recebida no espaço escolar, indispensável.

Com as orientações que disponibilizamos aqui, esperamos contribuir no


planejamento e na execução de suas aulas, além de instigar outras formas de
avaliação que levem em conta tanto o processo de ensino quanto o de
aprendizagem. Você também encontrará sugestões de leituras de textos e de
atividades que visam complementar as aulas, aprimorando dessa forma o
trabalho docente e servindo de ferramentas que diversificam sua abordagem e
contribuem eficazmente para o processo de ensino-aprendizagem.
Todos esses recursos ainda levam em consideração sua formação contínua,
de maneira que você possa exercer cada vez melhor seu papel na sociedade,
incluindo sua capacidade de formar novos cidadãos.

Os autores.

290

Sumário

Estrutura da coleção, p. 291

As seções, p. 291

Os conteúdos da coleção, p. 293

Orientações didáticas e metodológicas, p. 294

O novo Ensino Médio, p. 294

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), p. 294

Programas públicos de acesso ao Ensino Superior, p. 294

O ensino de Biologia, p. 295

Objetivos do ensino de Biologia, p. 295

O papel do professor, p. 296

Planejamento, p. 296

Problematização, p. 297

Experimentação, p. 297

Pesquisa escolar, p. 297

Trabalho em grupo, p. 298

Argumentação, p. 298

Espaços não formais de ensino-aprendizagem, p. 298

Atitudes, procedimentos e habilidades, p. 299

Leitura e escrita, p. 299

Recursos didáticos, p. 299

Interdisciplinaridade, p. 302
Transversalidade, p. 303

Cidadania, p. 304

Direitos da criança e do adolescente, p. 305

Valorização do idoso, p. 305

O papel da mulher, p. 305

Inclusão escolar, p. 305

Avaliação, p. 306

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 2, p. 307

Objetivos, comentários e sugestões, p. 310

Unidade 1 - Classificação dos seres vivos e Microbiologia, p. 310

Capítulo 1 - Classificação e nomenclatura dos seres vivos, p. 310

Capítulo 2 - Vírus e bactérias, p. 312

Capítulo 3 - Protozoários, algas e fungos, p. 315

Unidade 2 - Plantas, p. 318

Capítulo 4 - Briófitas, pteridófitas e gimnospermas, p. 318

Capítulo 5 - Angiospermas, p. 320

Capítulo 6 - Fisiologia vegetal, p. 324

Unidade 3 - Animais, p. 328

Capítulo 7 - Poríferos e cnidários, p. 328

Capítulo 8 - Platelmintos, nematódeos e moluscos, p. 331

Capítulo 9 - Anelídeos, artrópodes e equinodermos, p. 333

Capítulo 10 - Cordados: peixes e anfíbios, p. 336

Capítulo 11 - Cordados: répteis, aves e mamíferos, p. 338

Unidade 4 - Corpo humano, p. 341

Capítulo 12 - Corpo humano: digestão e respiração, p. 341

Capítulo 13 - Corpo humano: circulação, imunidade e excreção, p. 344


Capítulo 14 - Corpo humano: coordenação e sentidos, p. 345

Capítulo 15 - Corpo humano: revestimento e movimentação, p. 347

Sugestões de leitura, p. 350

Bibliografia, p. 351

Respostas das atividades, p. 352

291

Estrutura da coleção

Esta coleção é destinada aos alunos do Ensino Médio e é composta de três


volumes: 1º, 2º e 3º ano.

Cada volume é dividido em quatro unidades, cada uma composta por capítulos,
cujos conteúdos são enriquecidos com diferentes tipos de recursos gráficos e
imagéticos, seções complementares, glossário e atividades diversificadas.

As seções

Abertura de unidade

Cada volume é dividido em unidades temáticas, as quais se iniciam com uma


fotografia acompanhada de um texto, cujo objetivo é apresentar uma
informação vinculada ao assunto que será abordado. Trata-se de uma seção
introdutória com um tema mais amplo, que visa deflagrar o conteúdo e
despertar a curiosidade dos alunos.

Abertura de capítulo

Cada unidade temática é dividida em capítulos. Cada um inicia com recursos


de imagem, como fotografias e iconografias, acompanhados ou não de
esquemas complementares e de um texto introdutório. Há também questões
que pretendem explorar tanto a interpretação desses recursos quanto os
conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto. Portanto, essa seção não
apenas contextualiza o conteúdo, como também busca aproximá-lo dos alunos.

Biologia e...

Essa seção estabelece conexões com Tecnologia, Sociedade, Ambiente,


Saúde e Cultura.
Entre elas, a Biologia tem uma estreita relação com a área tecnológica, por isso
faz uso dela para atingir seus objetivos de estudo em Biologia e Tecnologia.

Quanto aos outros aspectos, o social é muito relevante nos princípios da


Biologia porque ela se refere a uma área que busca promover benefícios à
sociedade, o que será visto em Biologia e Sociedade.

Também é pertinente a essa ciência propor ações de conservação do


ambiente, bem como dos recursos naturais e dos seres vivos. Para essa
abordagem, a seção Biologia e Ambiente levará os alunos a perceberem como
o ser humano interfere diretamente nesse equilíbrio e como é possível mantê-lo
para as próximas gerações, desenvolvendo para isso o pensamento crítico.

Em Biologia e Saúde, aborda-se o conceito mais amplo de saúde, como


sinônimo de bem-estar físico, social, ambiental e emocional, não se
restringindo somente à ausência de doença.

Já no aspecto cultural, a Biologia tanto influencia como também é diretamente


influenciada. Tratamos disso em Biologia e Cultura, ao desmistificar a ideia de
que os assuntos biológicos estão exclusivamente relacionados à natureza e à
saúde, mas que também estão presentes nas mais diversas representações
culturais.

Para essa seção, selecionamos recursos variados, como fotografias,


ilustrações, reportagens, tirinhas e cartazes.

Encontro com...

Seção que mostra a relação entre a Biologia e outras áreas do saber


(Matemática, História, Física, Paleontologia, entre outras). Ela é composta por
um texto acompanhado de recursos variados, como tabelas, gráficos,
infográficos e fotografias. A partir dessa seção, ficará evidente para os alunos o
quanto a Biologia está presente no cotidiano e como ela se articula com os
demais campos do conhecimento.

Oficina de Biologia

Seção que sugere uma atividade prática, como um experimento ou uma


construção. Inicia-se com um texto introdutório, contextualizando a atividade
com a teoria. É dividida nas seguintes subseções: Materiais, Mãos à obra e
Para pensar.

Em Materiais apresenta-se uma lista dos itens necessários para a prática, os


quais são acessíveis e de baixo custo, ou são os próprios materiais do
laboratório da escola.

O procedimento a ser seguido é explicado passo a passo em Mãos à obra. As


etapas podem estar acompanhadas de uma ou mais ilustrações.

Para finalizar a atividade, o professor pode explorar as questões em Para


refletir. A intenção é sintetizar as observações dos alunos à medida que eles
elaboram suas conclusões sobre o resultado do trabalho.

Atividades

Nesta seção são apresentadas atividades de organização dos conceitos,


compostas de questões diretas, que auxiliam na verificação conceitual,
atividades contextualizadas e testes de Enem e vestibulares. Há grande
quantidade de atividades contextualizadas, que possibilitam aos alunos
verificarem os conceitos estudados em diferentes contextos, a partir de
recursos variados, como fotografias, ilustrações, tirinhas, reportagens,
manchetes, pinturas, entre outros e, também de auxiliar o professor no
processo de avaliação da aprendizagem.

292

Refletindo sobre o capítulo

Seção composta de questões diretas que exigem do aluno a retomada de


conceitos, bem como a reflexão sobre eles. Ela visa mobilizar os
conhecimentos dos alunos e, com isso, as mudanças no processo de
aprendizagem ficam evidentes.

Trocando ideias

O objetivo dessa seção é o de abordar temas atuais de relevância científica,


social e histórica com a finalidade de desenvolver competências, habilidades e
valores. Alguns desses temas são polêmicos, com pontos de vista diferentes
sobre o mesmo o assunto, o que favorece o desenvolvimento da argumentação
e desperta a postura crítica dos alunos. Eles se veem diante de assuntos
variados, que podem ser expressos com diferentes recursos, como
reportagens, manchetes, fotografias, ilustrações, cartuns, entre outros. Além
desses objetivos, os questionamentos no final da seção exploram aspectos de
interpretação e argumentação dos alunos.

Explorando o tema

Seção que finaliza cada unidade com uma temática abrangente, apresentando
temas polêmicos, atuais e que merecem discussão. Os textos podem ser
acompanhados de fotografias, ilustrações, infográficos, gráficos, entre outros
recursos. Já as questões levam à interpretação do texto, além de levantar mais
discussões e incentivar trocas de ideias entre os alunos.

Ampliando seus conhecimentos

Seção apresentada no final de cada volume, dividida em Para ler e Para


assistir, em que são sugeridos livros e filmes que abordam temáticas
relacionadas aos assuntos até então estudados.

Algumas das sugestões de leitura são brevemente resumidas a fim de


despertar o interesse do aluno. Quanto às dicas de filmes, todos são
acompanhados de sinopse para relatar do que se trata cada enredo.

Com base nessas ferramentas, espera-se contribuir com a aprendizagem tanto


por meio da leitura, quanto por meio do cinema.

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

Seção que sugere espaços fora do ambiente escolar, como museus,


zoológicos e jardins botânicos, com a finalidade de estimular a aprendizagem.

Bibliografia

Seção com a relação das principais obras consultadas na elaboração do


respectivo volume.

Lista de siglas

Seção que lista as siglas de universidades mencionadas na seção Atividades .

Boxes

Boxe complementar
Boxe com textos variados, relacionados à temática abordada. Pode estar
acompanhado de fotografias ou ilustrações cuja finalidade é despertar o
interesse dos alunos.

Glossário

Boxe que apresenta a definição de determinados termos.

Para navegar

Seção com sugestões de sites cujos conteúdos ampliam o assunto abordado.

Observação

Nesse boxe são apresentadas algumas definições e/ou observações relevantes


à temática abordada.

Medida

Boxe com as medidas dos seres vivos referentes à página em que estiver.
Também pode constar tanto o nome popular quanto o nome científico da
espécie.

Dica!

Boxe que apresenta alguma dica em relação às atividades, especialmente às


da Oficina de Biologia.

Cuidado!

Boxe que alerta sobre cuidados necessários em atividades práticas, como as


das etapas de Oficina de Biologia.

Ícones

Questões orais e Questões no caderno

Ao longo do texto encontram-se questionamentos para serem respondidos


oralmente ou no caderno. Pretende-se com isso verificar os conhecimentos
prévios dos alunos, levá-los a interpretar imagens e informações e fazê-los
refletir sobre os aspectos sociais, econômicos e culturais da situação em
questão. Além disso, em alguns momentos é solicitado aos alunos que
interajam entre si para conversarem a respeito do assunto abordado e tirarem
suas conclusões. O resultado dessa interação pode ser aproveitado pelo
professor no desenvolvimento do estudo.

Cor

Ícone que informa que as cores usadas na imagem em questão não


correspondem às reais.

Proporção

Ícone que informa que as imagens da página não estão proporcionais entre si.

293

Os conteúdos da coleção

294

Orientações didáticas e metodológicas

O novo Ensino Médio

No Brasil, o Ensino Médio vem passando por um processo de reformulação


curricular, que teve como marco a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases para
a Educação Nacional (LDB), lei n. 9394 de 1996, confirmada e regulamentada
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e pelas Diretrizes do Conselho
Nacional de Educação, em 1998.

A reforma do Ensino Médio visa adequar o currículo dessa etapa de ensino às


novas condições sociais, econômicas e culturais impostas pela sociedade
tecnológica, de modo a contornar a defasagem no nível do Ensino Básico
brasileiro, em comparação ao aplicado nos países desenvolvidos.

Para que a renovação do Ensino Médio seja possível, os profissionais ligados à


educação concordam com a necessidade de implementar mudanças radicais
na área. Como a modificação curricular do Ensino Médio deve estar
sintonizada com as novas demandas sociais e econômicas, levam-se em conta
os mesmos aspectos à luz da diversidade social, cultural e econômica do
público jovem ingressante nesse nível de ensino. Para isso, torna-se
necessária a ampliação da oferta de disciplinas e de modalidades de ensino.

O artigo 35 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que institui o


Ensino Médio como etapa final da Educação Básica, estabelece-o como a
conclusão de um período de escolarização de caráter geral. O Ensino Médio,
portanto, corresponde a uma etapa que tem por finalidade o desenvolvimento
do indivíduo, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecendo-lhe os meios para progredir no trabalho e
em estudos posteriores.

Assim sendo, a etapa final da Educação Básica, com duração mínima de três
anos, tem como finalidades:

I ) a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no


ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

I ) a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para


continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III ) o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação


ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV ) a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos


produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

BRASIL. Reestruturação e expansão do ensino médio no Brasil. Brasília, jul.


2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/2008/
interministerialresumo2.pdf. Acesso em: 1º maio 2016.

A organização curricular proposta pelo Ensino Médio Inovador e, assim como


as matrizes de referência do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
estão agrupadas em quatro grandes áreas:

· Linguagem, Código e suas Tecnologias;

· Matemática e suas Tecnologias;

· Ciências da Natureza e suas Tecnologias;

· Ciências Humanas e suas Tecnologias.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) constitui uma


ferramenta de avaliação do Ensino Médio. A partir de 2009, o Enem passou a
fazer parte da seleção dos estudantes das escolas públicas ao Ensino Superior
em universidades federais e estaduais.

Ao longo dos últimos anos, o modelo de avaliação do Enem foi continuamente


aprimorado. Atualmente o exame consiste em questões objetivas com cinco
alternativas, além da redação de um texto dissertativo. A prova também
mantém sua característica interdisciplinar, portanto espera-se que os alunos
sejam capazes de relacionar conteúdos de diferentes disciplinas. O teste ainda
valoriza a competência leitora, aspecto avaliado por meio de interpretação de
texto.

Os conteúdos foram divididos em quatro áreas:

· Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Língua Portuguesa e Literatura,


além de Língua Estrangeira Moderna (inglês ou espanhol);

· Ciências Humanas e suas Tecnologias - História, Geografia, Sociologia e


Filosofia;

· Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Biologia, Química e Física;

· Matemática e suas Tecnologias.

Nesse exame, são avaliadas as competências e a autonomia dos alunos para


solucionar problemas com base em conhecimentos interdisciplinares. Nesse
sentido, entende-se como competência a capacidade de fazer esquemas
mentais, que se referem a ações e operações mentais de caráter cognitivo,
socioafetivo ou psicomotor que, mobilizadas e associadas a saberes teóricos
ou experienciais, geram habilidades; o saber fazer.

Programas públicos de acesso ao Ensino Superior

Nos últimos anos, os poderes públicos passaram a investir cada vez mais na
inclusão de jovens de baixa renda no Ensino Superior. Essas políticas são
caracterizadas como compensatórias e afirmativas, assim como o sistema de
cotas raciais e sociais, que beneficiam estudantes com o Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa
Universidade para Todos (Prouni).

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Esses projetos representam a parceria entre o poder público e as instituições
particulares de Ensino Superior.

O Fies foi criado em 1999 para substituir um antigo programa de crédito


educativo, e seu objetivo é financiar a graduação de estudantes sem recursos
financeiros para ingressar em instituições particulares, reconhecidas pelo
Ministério da Educação.

A maioria dos estudantes recebe auxílio de 50% do valor das mensalidades,


enquanto os alunos matriculados nos cursos de formação de médicos e
professores, profissionais considerados prioritários para o desenvolvimento do
país, podem receber financiamento de 100%. O aluno também pode optar por
pagar o financiamento em serviços após a conclusão do curso, atuando no
programa Saúde da Família, no caso dos médicos, ou dando aulas em escolas
públicas, no caso dos professores licenciados.

O Prouni, por sua vez, surgiu em 2004, mas foi institucionalizado por lei em
2005, voltado aos estudantes egressos do Ensino Médio em escolas públicas
ou que cursaram escolas particulares na condição de bolsistas. O Prouni
concede bolsas parciais e integrais, de acordo com a condição econômica do
aluno selecionado na prova do Enem. Para as bolsas parciais, os alunos
podem complementá-la pelo Fies, que está se integrando ao Prouni.

Outro programa público de inclusão universitária é o chamado Sistema de


Seleção Unificada (Sisu). Nele participam as universidades federais e demais
instituições públicas de ensino superior que adotaram a nota do Enem como
critério exclusivo de seleção para seus cursos de graduação. Portanto, essas
instituições, por meio da coordenação do Ministério da Educação, contemplam
os estudantes que fizeram o Enem.

Existem também outros programas públicos de acesso ao Ensino Superior,


entre eles o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (Reuni) e o Projeto Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior
(Promisaes).

O ensino de Biologia
O ensino de Biologia na atualidade encontra grandes desafios. As novidades
dessa área aparecem diariamente na mídia, nas redes sociais e na internet, de
maneira que as informações chegam diretamente aos alunos por meio de
fontes variadas e, muitas vezes, com certa imprecisão. Dessa forma, o ensino
de Biologia deve capacitar os alunos a adquirirem condições para articular tais
informações com os conhecimentos científicos formais. Com base nisso, eles
têm a possibilidade de desenvolver uma postura crítica em relação às novas
tecnologias e suas interfaces.

Ainda nessa disciplina, os alunos também devem ser norteados nas temáticas
atuais a fim de serem auxiliados a: construir opiniões e desenvolver um
posicionamento baseado nos conhecimentos específicos; desenvolver o
raciocínio crítico; e ter uma postura crítica para desenvolver a argumentação.
Todas essas capacidades proporcionam a formação integral dos alunos como
cidadãos atuantes e participantes das questões atuais.

Para que esse ensino seja efetivo, é preciso considerar a realidade próxima
dos alunos, incluindo suas vivências e experiências. Isso é muito significativo
como ponto de partida para as aulas, principalmente se for agregado aos
conhecimentos prévios deles. Ao considerar sua realidade, o aluno pode sentir-
se estimulado, já que os conhecimentos não estão separados de seu dia a dia.

Os processos relacionados ao ensino e à aprendizagem são muito


diversificados, o que exige do professor uma pluralidade das perspectivas
teórico-práticas. Tanto o professor quanto o aluno não devem ver a Biologia,
nem outra ciência natural, como algo distante ou verdadeiramente absoluto, e
sim como um campo em constante transformação, capaz de influenciar toda a
sociedade.

Uma vertente do ensino que pode contribuir é a História e Filosofia da Ciência.


Sua introdução no ensino permite comparar as concepções dos alunos com a
evolução dos conceitos científicos ao longo do tempo. Assim, é possível
perceber a construção da Ciência, rompendo com a ideia de que ela é imutável
e está apenas ao alcance dos mais privilegiados.
Também é importante que o ensino contemple as relações CTSA (Ciência-
tecnologia-sociedade-ambiente) fazendo o aluno perceber que a ciência e a
tecnologia influenciam diretamente a sociedade e impactam o ambiente.

Objetivos do ensino de Biologia

Em razão dos desafios no ensino de Biologia, é preciso sistematizar o


conhecimento científico. Para isso, primeiro os alunos devem ser
cientificamente alfabetizados quanto ao vocabulário básico da área, à natureza
dos diferentes métodos científicos e à interferência do ser humano na natureza
e na própria sociedade.

Esse ensino deve levá-los a compreender os seres vivos como sistemas


organizados e integrados, que interagem com o ambiente físico e químico; a
reconhecer as relações entre os seres vivos, a importância da reprodução em
sua perpetuação; a reconhecerem-se como organismo, parte integrante da
natureza e capaz de agir sobre a diversidade biológica.

No Ensino Médio, essa área do conhecimento também deve ser capaz de


consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental;
preparar os alunos para a cidadania e o mercado de trabalho; desenvolver sua
formação ética e o desenvolvimento da autonomia e do pensamento crítico;
compreender como a ciência e a tecnologia interferem em toda a sociedade.

A busca de uma formação continuada e de atualização no campo da Biologia e


da didática das Ciências é fundamental para a melhoria na qualidade do
ensino.

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Para alcançar os objetivos citados é imprescindível que ocorra uma


aproximação entre a pesquisa e o ensino, por meio de diferentes vertentes do
ensino de Biologia: Ciência, tecnologia, sociedade e ambiente; ensino-
aprendizagem; recursos didáticos e instrumentação para o ensino; História e
Filosofia da Ciência e da Biologia; formação de conceitos; espaços formais e
não formais de ensino e aprendizagem, tais como museus, herbários, jardins
botânicos e zoológicos; formação de professores; Psicologia da Educação;
linguagem e discurso no ensino de Ciências; avaliação; entre outros.
Um ponto importante a ser trabalhado nos conteúdos escolares é a
alfabetização científica. É necessário ter em mente que não se trata somente
de expor conceitos e exigir dos alunos sua memorização, mas desenvolver a
capacidade de ligar os conhecimentos aprendidos às mudanças que vêm
ocorrendo na Ciência em relação à tecnologia, ao ambiente e à sociedade.

Essa construção auxilia o indivíduo a participar das discussões e decisões


sobre a ciência e a tecnologia, que podem impactar diretamente seu cotidiano.
O objetivo é formar pessoas que participem ativamente da sociedade como
cidadãos críticos e afastar a visão elitista, já ultrapassada, da ciência e dos
cientistas.

O papel do professor

Entre todos os aspectos já citados a respeito do docente, frisamos que o


professor de Biologia deve ser capaz de perceber as relações professor-aluno
e aluno-aluno, de modo a orientar suas aulas de acordo com isso. Uma das
formas de promover a interação em sala de aula é substituir algumas aulas
expositivas por outras que estimulem a participação dos alunos e a troca de
ideias entre eles. O que pode ser feito por meio da fala, da escrita, de imagens
ou de gestos.

Com essa abordagem, o docente atingirá o objetivo de levar os alunos a


desenvolverem a capacidade de acessar as informações biológicas, interpretá-
las e formar as próprias opiniões. À medida que são orientados nesse sentido,
ficará cada vez mais evidente para eles como ocorre a união da teoria com a
prática, bem como os impactos dessa ciência sobre o ambiente e os seres
vivos.

[...] Dessa forma, a figura do professor aparece como mediadora, seja para
formular questões que conduzam a discussão aos pontos considerados
importantes, ou ainda para encaminhar a discussão para aspectos do cotidiano
dos alunos, procurando assim falar com estudantes e não aos estudantes.
Muda-se, portanto, o referencial, tirando o conhecimento como algo que vem
do professor, que é assim detentor absoluto desse conhecimento (geralmente
uma Ciência absoluta, inquestionável), e coloca-se o conhecimento como algo
que pode ser construído pelos estudantes. [...]
NASCIMENTO, Viviane Briccia do. A natureza do conhecimento científico e o
Ensino de Ciências. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (Org.). Ensino de
Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2004. p. 54.

O professor de Biologia enfrenta várias dificuldades no exercício de sua


profissão porque além de buscar metodologias que adequem os conteúdos, ele
também precisa formar alunos para que se tornem cidadãos críticos. Portanto,
o profissional se depara com a necessidade de ir além do ensino de conteúdos
para encaminhar os jovens a desenvolverem habilidades, atitudes e
competências. Logo, é fundamental que o professor se mantenha em constante
formação.

[...] Entendendo que a democratização do ensino passa pelos professores, por


sua formação, por sua valorização profissional e por suas condições de
trabalho, pesquisadores têm defendido a importância do investimento no seu
desenvolvimento profissional. Esse processo de valorização envolve formação
inicial e continuada, articulada, identitária e profissional. Essa formação
identitária é epistemológica, ou seja, reconhece a docência como um campo de
conhecimentos específicos configurados em quatro grandes conjuntos, a saber:
1) conteúdos das diversas áreas do saber e do ensino, ou seja, das ciências
humanas e naturais, da cultura e das artes; 2) conteúdos didático-pedagógicos
mais amplos do campo teórico da prática educacional; 3) conteúdos ligados a
saberes pedagógicos mais amplos do campo teórico da prática educacional; 4)
conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência humana individual,
com sensibilidade pessoal e social. E essa formação identitária é também
profissional, ou seja, a docência constitui um campo específico de intervenção
na prática social.

MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra.


Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São
Paulo: Cortez, 2009. p. 11.

Para autores como Schön (2000); Alarcão (2001) e Pimenta (2000), a formação
de professores deve priorizar pelo profissional reflexivo, além de ser contínua
para reelaborar os saberes, confrontando-os com a prática vivenciada em sala
de aula.
O professor de Biologia que atue como um profissional reflexivo deixará de
reproduzir ideias e práticas para passar a integrar ciência, técnica, arte e
sensibilidade. Para que ele atue sobre sua própria prática, são necessários, de
acordo com Alarcão (2007), conhecimentos científicos e pedagógicos;
conhecimento do conteúdo disciplinar e pedagógico em geral; conhecimento do
currículo, do aluno, dos contextos, dos fins educativos, de sua filiação
profissional e, por fim, de si mesmo.

Planejamento

O planejamento das aulas envolve uma etapa muito importante, na qual o


professor tem a oportunidade de refletir sobre como trabalhar as habilidades
dos alunos e que estratégias usar no ensino de diferentes conceitos,
procedimentos e atitudes.

Nessa fase do trabalho docente é possível orientar suas atividades práticas,


prevendo o tempo necessário ou disponível para cada uma delas. O
planejamento de atividades deve seguir algumas etapas: a apresentação do
tema;

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a delimitação dos problemas a serem investigados e o levantamento de


hipóteses; a investigação do problema; e a sistematização dos conceitos e da
avaliação.

O professor também deve planejar-se com base nos objetivos que pretende
alcançar, levar em consideração as estratégias necessárias para essa
finalidade e escolher os recursos necessários.

Contudo, ele deve preparar-se para possíveis desvios no roteiro inicial, já que
uma aula não é igual a outra, nem tampouco previsível. Também é necessário
conhecer a si mesmo (extrovertido, introvertido) e os alunos (nível cognitivo e
características psicossociais), bem como ter preestabelecida a metodologia
adequada àquele momento.

Além da ementa, dos objetivos e da metodologia, o professor deve estar


consciente dos conteúdos conceituais envolvidos e da respectiva linguagem,
para alcançar as habilidades e competências que pretende. Atualmente,
também têm sido relevantes os traços cultural e social do conteúdo, assim
como o tipo de avaliação que pretende aplicar.

Problematização

A problematização é uma forma de iniciar uma aula, por exemplo, atraindo a


atenção dos alunos. Ao lançar uma situação-problema contextualizada, pode
ser que ela instigue e desperte o interesse dos alunos sobre o tema a ser
estudado. Porém, não se trata apenas de apresentar uma sentença e pedir aos
alunos que a resolvam, é necessário acompanhar a resolução.

Nessa ocasião, o professor precisa verificar se a situação levantada é


interessante e se realmente cria um elo adequado entre ciência, tecnologia,
sociedade, saúde e ambiente. Trata-se de uma proposição qualitativa, em que
é preciso raciocinar sem pensar em fórmulas, pois consiste em uma maneira
de levar o aluno a argumentar à medida que reflete sobre as estratégias
necessárias para a resolução do problema. De maneira geral, essas situações
fazem que os alunos reflitam, levantem hipóteses, busquem explicações e
confrontem seus modelos com as informações coletadas, a fim de reformular
todas as questões e chegar às conclusões.

Para que eles sejam estimulados a participar das situações propostas e


resolvê-las, o professor deve ser um mediador, direcionando suas aulas, e não
apenas um transmissor de tarefas. Ele deve ainda considerar os
conhecimentos prévios dos alunos e suas respostas para o problema proposto.

Os alunos precisam saber que o conhecimento científico é provisório, aberto a


reformulações e que as descobertas ocorreram apesar de (e graças a)
dificuldades, dúvidas e equívocos. Esse aspecto científico é animador e pode
ajudar no desenvolvimento de habilidades e atitudes dos alunos, além de
desenvolver a reflexão, formando um indivíduo dotado de potencial de análise
reflexiva e analítica.

Experimentação

Nas atividades práticas os alunos vivenciam o conteúdo, de maneira que elas


acabam servindo como ponto de partida para a problematização. Portanto,
nesta coleção, procuramos sugerir situações cotidianas e atividades práticas
simples e acessíveis, que desenvolvam conteúdos procedimentais e atitudinais,
tão importantes na aprendizagem quanto os conteúdos teóricos.

Os experimentos laboratoriais ou demonstrações de atividades práticas podem


ser realizados no início ou durante o desenvolvimento das aulas para torná-las
dinâmicas e participativas. O que os alunos devem perceber é a importância da
observação, do levantamento de hipóteses e da elaboração de um plano de
trabalho, além da montagem do experimento (quando necessário) e da coleta e
análise de dados, para chegar a uma conclusão sobre as hipóteses
anteriormente levantadas.

Para garantir que a atividade seja significativa para o aluno, não se deve
sugerir apenas situações já estabelecidas e comuns, mas também propor
hipóteses e testá-las.

O professor precisa estar atento também aos erros cometidos pelos alunos nas
atividades experimentais, pois nessa ocasião eles precisam de motivação para
testar novamente e descobrir se a falha ocorreu durante a atividade, na
metodologia ou se é pertinente a uma limitação humana.

Uma etapa importante na experimentação é o registro escrito dos


acontecimentos. Para isso, os alunos precisam observar, analisar e refletir
sobre a atividade prática, habilidades que precisam ser estimuladas pelo
professor.

Pesquisa escolar

No processo de ensino-aprendizagem a pesquisa é uma estratégia bastante


utilizada nas salas de aula. Mas, para obter resultados satisfatórios, existem
algumas orientações que o professor pode fornecer aos alunos antes de sua
realização. Veja a seguir.

1 ) Definição do tema: ao definir claramente o tema da pesquisa, estabelece-se


um objeto de estudo que desperte o interesse dos alunos.

2) Planejamento: estabelecer um planejamento para a pesquisa, no qual


devem constar os objetivos, envolvendo a problemática inicial sobre o tema
escolhido; as fontes de pesquisa (livros, jornais, revistas, internet, dicionários,
enciclopédias, fotografias, documentários, filmes, CD-ROM, entre outras); a
distribuição de tarefas e a elaboração de um cronograma.

3) Coleta de dados: início dos trabalhos para a efetiva realização da pesquisa.


É fundamental que haja interação e troca de experiências entre os próprios
alunos nessa etapa para cada um verificar se seu trabalho está sendo
produtivo para o restante do grupo.

4) Análise e interpretação dos dados: as informações coletadas devem ser


analisadas e interpretadas, pois apenas farão sentido após serem relacionadas
com os conhecimentos prévios dos alunos, com sua realidade próxima, com os
conteúdos estudados nos capítulos e com as problemáticas propostas no início
da pesquisa.

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5) Produção do texto: refere-se a uma reunião de pauta com todo o grupo para
definir a ordem em que os tópicos serão apresentados e produzir um rascunho
do texto com as informações pesquisadas.

6) Revisão: após essas etapas, cada membro do grupo deve novamente ler o
trabalho e apresentar suas considerações finais. A parte final, por sua vez, é
composta das referências bibliográficas.

7) Socialização: é fundamental que os grupos troquem informações sobre as


conclusões a que chegaram. Outra opção é escolher um meio de divulgação da
pesquisa para compartilhá-la com os outros alunos da escola, com os
funcionários ou com a comunidade.

Trabalho em grupo

Os trabalhos em grupo podem contribuir para a aprendizagem, pois incentivam


a interação de todos os envolvidos, o que cria uma oportunidade para
conversarem, trocarem ideias e debaterem determinados assuntos.

[...] Os trabalhos em grupo são "gatilhos" para a reflexão de cada aluno, para
desenvolvimento do conhecimento em sua perspectiva de compreensão.
Oportunidades de defender pontos de vista espontâneos, expressão do seu
"vivido". [...]
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em
construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993. p. 74.

A colocação de situações diversificadas, de assuntos polêmicos, além de


instigar a curiosidade dos alunos, também permite o desenvolvimento de um
debate rico e construtivo, em que eles se sentem encorajados a buscar
soluções e alternativas. Uma das características do trabalho em grupo é levar o
aluno a expor suas ideias e a argumentar sobre o que pensa, estabelecendo
uma relação entre a sua opinião e a dos colegas, além de se relacionar com o
outro e ouvi-lo.

Ao explorar esse tipo de trabalho, é importante que os elementos de avaliação


tenham o objetivo de acompanhar o desenvolvimento das ideias e os
argumentos dos alunos. O professor deve conduzir as ações desencadeando
questões desafiadoras, contudo evitando uma postura autoritária, o que
comprometeria a participação dos alunos e, consequentemente, impediria a
manifestação de seus sentimentos e dúvidas.

Argumentação

Nas aulas de Biologia, os alunos são apresentados a uma linguagem


específica, determinante na aprendizagem dos conceitos. Por isso o discurso
argumentativo deve se pautar nos conceitos científicos, associando-os aos
conceitos científicos escolares e aos conhecimentos cotidianos.

Em contrapartida, as opiniões são mutáveis e estão amparadas por crenças


pessoais e em valores baseados em pontos de vista próprios. Portanto, quando
se pretende convencer outra pessoa de algo é necessário argumentar, e não
emitir opiniões infundadas.

[...] A argumentação [...] é uma atividade social, intelectual e de comunicação


verbal e não verbal utilizada para justificar ou refutar uma opinião sobre um
assunto de ciências. Ela é constituída de um conjunto específico de um ou
mais posicionamentos dirigidos para obter a aprovação de um ponto de vista
particular por um ou mais interlocutores. Estes posicionamentos podem ser
expressos em um ou vários enunciados e comunicados e interpretados como
argumentos ou opiniões. Um enunciado isolado não pode constituir um
argumento ou uma opinião a priori. Somente quando inserido em um discurso,
e submetido a um determinado contexto é que este enunciado pode ser
analisado e interpretado como sendo um argumento ou uma opinião. [...]

VILLANI, Carlos Eduardo Porto; NASCIMENTO, Silvania Sousa do. A


argumentação e o ensino de ciências: uma atividade experimental no
laboratório didático de Física do Ensino Médio. Investigações em Ensino de
Ciências, v. 8, n. 3, 2003. p. 189. Disponível em:
www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID104/v8_n3_a2003.pdf. Acesso em: 1º
maio 2016.

Quando houver trocas de ideias entre os alunos, o professor deve mostrar a


importância de refletir a respeito, coletar e analisar as evidências e posicionar-
se para defender ou refutar o argumento. No caso dos alunos, ao avaliar as
diferentes opções, eles precisam escolher as que considerarem mais
confiáveis.

Nas atividades baseadas em argumentações, os alunos então se apropriam da


linguagem científica e passam a estruturar enunciados, desenvolvendo assim a
sua autonomia. Para alcançar essa finalidade, o professor deve proporcionar
momentos de interação, como conversas, bate-papos, mesas-redondas e
debates, atuando como mediador nesses processos. São situações para os
alunos elaborarem explicações coletivas ou individuais acerca das evidências
apresentadas e desenvolverem o respeito por opiniões diferentes das suas.

Com a argumentação, os alunos participam de questões sociais e desenvolvem


a capacidade de tomar decisões; o que os ajuda no exercício da cidadania.

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

O ensino de Biologia pode ocorrer em diversos espaços e contextos além da


sala de aula. Alguns autores consideram três tipos de educação: formal,
informal e não formal.

A educação formal refere-se àquela que ocorre no espaço escolar ou


instituição educacional. A educação informal é a obtida no convívio com
familiares e pessoas próximas em diferentes espaços e contextos, e não é
intencional. Já a educação não formal refere-se a atividades direcionadas em
espaços não escolares, como centros de ciências, museus, jardins botânicos,
herbários, zoológicos, entre outros.
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Os espaços não formais de ensino ainda têm o papel de divulgar e comunicar a


ciência.

[...] A educação não formal, por outro lado, com caráter sempre coletivo,
envolve práticas educativas fora do ambiente escolar, sem a obrigatoriedade
legislativa, nas quais o indivíduo experimenta a liberdade de escolher métodos
e conteúdos de aprendizagem. Alguns exemplos de locais que oferecem a
educação não formal são: museus, meios de comunicação, agências
formativas para grupos sociais específicos, organizações profissionais,
instituições não convencionais de educação que organizam eventos tais como
cursos livres, feiras e encontros. [...] os museus de astronomia, planetários,
observatórios astronômicos e clubes de astrônomos amadores que oferecem
tais atividades podem ser incluídos na categoria de estabelecimentos de
educação não formal em astronomia. [...]

LANGHI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Ensino da Astronomia no Brasil: educação


formal, informal, não formal e divulgação científica. Revista Brasileira de Ensino
de Física, v. 31, n. 4, 2009. Disponível em:
www.scielo.br/pdf/rbef/v31n4/v31n4a14. pdf. Acesso em: 1º maio 2016.

Autores como Chassot (2003) defendem que alguns espaços onde se veiculam
conhecimentos populares também oportunizam a aprendizagem. O autor
exemplifica esses locais como lavanderias e tinturarias; locais de produção de
laticínios, bebidas; ambientes de fundição, funilaria e metalurgia; jardinagem e
floricultura, entre outros. Oliveira e Gastal (2009) acreditam que locais como
feiras alimentares, shopping centers, pedreiras e pesqueiros, por exemplo,
também podem se tornar extensões da prática da educação formal.

Portanto, torna-se indispensável promover vivências como essas aos alunos,


contemplando no planejamento das aulas visitas a esses espaços não formais
de ensino-aprendizagem.

Atitudes, procedimentos e habilidades

Os conteúdos desta coleção estão organizados e apresentados com o objetivo


de associar a educação escolar e a realidade dos alunos, tendo em vista suas
relações sociais. Isso possibilita ao professor trabalhar com os conteúdos
conceituais, atitudinais e procedimentais, permeados por oportunidades de
desenvolver com os alunos valores, habilidades e competências, a fim de
torná-los indivíduos atentos ao que ocorre à sua volta, autônomos na obtenção
e na análise de informações, e críticos ao perceberem o importante papel que
desempenham no mundo em que vivem.

As atividades propostas, como análises de imagens, pesquisas, debates,


produções de textos e questões orais que verificam os conhecimentos prévios
dos alunos, são fundamentais para o aprendizado por se tratar de um
movimento constante entre o pensar e o fazer conscientes. Pensando nisso, os
conteúdos desta coleção foram elaborados com a finalidade de desenvolver
noções e conceitos importantes, que consistem na base para a compreensão e
a organização dos fatos na realidade; por isso a importância de se considerar o
contexto de vida do aluno. Os conteúdos procedimentais envolvem propostas
que desenvolvem a autonomia do aluno fazendo-o compreender as
informações e consolidar o conhecimento. Ou seja, eles o instrumentalizam
intelectualmente dando condições de buscar novos conhecimentos. São
atividades de conteúdos procedimentais desta coleção: observação, leitura,
descrição, comparação, análise, reflexão, interpretação, inferência,
levantamento de hipóteses, registro, produção textual, entre outras.

Os conteúdos atitudinais estão relacionados ao conhecimento escolar em um


contexto socializador e de formação cidadã. Eles privilegiam a formação de
valores e atitudes que visam à convivência social, seja na escola ou em outras
comunidades de vivência do aluno, estimulando o diálogo, a expressão de
opiniões, o respeito mútuo, o repúdio ao preconceito, entre outros aspectos.

Leitura e escrita

A leitura, a escrita e a interpretação de textos estão relacionadas à


competência leitora. Por esse motivo, nesta coleção elaboramos estratégias de
leitura para que o aluno interprete signos e mensagens tanto em textos quanto
em imagens, gráficos ou tabelas, em diversos níveis de cognição, o que
viabiliza a interpretação e a compreensão da leitura crítica e autônoma.

Esses recursos são necessários, pois não é com base na capacidade de ler e
escrever do aluno que se afirma sua alfabetização. É preciso dispor meios para
consolidar essas competências a fim de que o aluno as desempenhe de
maneira efetiva para obter conhecimentos e se expressar.

Atualmente, a rapidez e a praticidade com que se tem acesso à informação de


certa forma condicionam os jovens a desenvolverem uma leitura rápida e
fragmentada. Portanto, a leitura contínua e atenta é fundamental para ser um
veículo de informação eficaz, o que consequentemente também é importante
para obter a construção de conhecimento.

Além das leituras estratégicas, ao longo deste material os alunos são


estimulados a registrar suas respostas e opiniões por escrito. Dessa forma,
garantimos que a escrita também seja efetiva nesse processo.

Recursos didáticos

Tecnologias de informação e comunicação

A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e da história da


humanidade. Ela surgiu de necessidades básicas, como alimentação,
transporte e moradia. Assim, o ser humano foi capaz de desenvolver
ferramentas que o auxiliaram na alimentação e na sobrevivência. As
tecnologias também evoluíram e atualmente temos as tecnologias de
informação e comunicação (TICs), as quais modificam as noções de tempo e
espaço e influenciam diretamente as relações humanas. Elas permitem o
processamento de qualquer tipo de informação, e a comunicação ocorre em
tempo real mesmo entre pessoas distantes geograficamente.

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Com as TICs ampliou-se os elementos disponíveis para enriquecer o trabalho


do professor. Em sala de aula elas potencializam o processo de aprendizagem,
favorecendo a interação entre professor, educando e conhecimento. É
importante ressaltar que o uso de TICs é um meio do processo ensino-
aprendizagem, e não o seu foco.

Hoje, muitas pessoas consideram que há um excesso de tecnologias no dia a


dia dos jovens. Um aspecto a ser considerado é a época em que eles
nasceram, pois não se trata de uma distância temporal, mas digital. Sobre isso,
leia o texto a seguir.
[...] Os discentes contemporâneos foram classificados por Prensky (2001)
como nativos digitais, os quais ainda estão sendo orientados por professores
imigrantes digitais.

Nativos digitais são aqueles que nasceram num mundo imerso em tecnologias
digitais e desde sua infância convivem com aparatos diversos e associam um
botão de mouse como porta para um grande mundo virtual. Enquanto seus
professores observam o mouse como recurso a ser transposto, com
habilidades a serem construídas, causando sérios problemas por não
assumirem a necessidade de se criar modelos pedagógicos inovadores que
incorporem essas possibilidades ofertadas pelo ciberespaço. [...]

CAMPOS, Márcia de Borba; GIRAFFA, Lúcia Maria Martins. Do pó de giz ao


byte: uma reflexão acerca do uso de tecnologias na sala de aula. In: Caderno
marista de tecnologia educacional. Brasília: Umbrasil, 2011. v. 1. p. 9.

Atualmente no mesmo espaço encontram-se a lousa, o giz, os televisores, os


CDs e DVDs, os computadores, os softwares, as lousas digitais e os projetores
multimídia. Esses instrumentos não reduzem o papel da escola ou do professor
na educação.

[...] A novidade também não está na introdução de um novo sistema simbólico


para manejar a informação.

Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são


basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula
convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento,
linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo,
está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que
integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites
inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e
compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos
limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo
econômico cada vez menor (Coll e Martí, 2001). [...]

COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das


tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-
pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles.
Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da
informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Com o uso de TICs, há uma potencialização do trabalho docente, que começa


a participar mais diretamente das práticas pedagógicas, envolvendo-se com os
alunos nas atividades propostas. O professor passa de um centralizador do
conhecimento a um sujeito aberto também a aprender a cada experiência
digital, capaz de se adaptar àquilo que desperta o interesse dos alunos.

Por essas razões, o professor deve estar atento aos acontecimentos que
surgem diariamente na mídia, relativos às diversas áreas do conhecimento.
Com a facilidade do acesso à informação, hoje os alunos obtêm rapidamente
as novidades nessas áreas e cabe ao professor acompanhá-las e utilizá-las
para reforçar o processo de ensino-aprendizagem.

Outro desafio do professor que utiliza as TICs é lidar com diferentes alunos em
situações opostas: aqueles que têm acesso às inovações tecnológicas e as
dominam e os excluídos desse universo digital. O docente deve mobilizar-se
para mudar esse quadro e aproximar esses alunos, transformando a tecnologia
em uma aliada do processo de ensino-aprendizagem, aproximando pessoas
tão distintas e tornando-as cidadãos críticos e participativos.

Para ultrapassar esse desafio, o professor precisa atentar para a realidade


socioeconômica dos alunos e do local em que vivem, verificando os tipos de
tecnologias disponíveis em seu dia a dia, como fazem para acessar a internet
ou digitar trabalhos no computador; como utilizam a telefonia móvel; qual é o
modo que escolhem para assistir aos filmes (cinema, DVD, televisão aberta);
como ouvem músicas (CD, mp3, celular); como se comunicam com os amigos
(telefone, SMS, redes sociais). Baseando-se nessas informações, o professor
tem condições de estabelecer formas de utilizar as TICs em sala de aula e
orientar os discentes nas práticas pedagógicas, inserindo-os no universo digital
de forma construtiva.

Ao conhecer a vivência dos alunos, o professor tem condições de descobrir o


que pode despertar seu interesse e ajustar o ensino às necessidades deles.
Espera-se dessa forma desenvolver nos alunos a autonomia, a criatividade e o
desejo de buscar respostas.
Internet

A internet é considerada a rede das redes e permite a integração e a


articulação entre as pessoas no ciberespaço (espaço digital), isto é, garante a
interatividade. De diferentes lugares ela permite a conectividade entre
computadores, celulares e tablets.

Com a internet, o professor pode partilhar com o aluno a responsabilidade de


construir o conhecimento com base nas informações que estão sendo
adquiridas, bem como a maneira correta de usá-las. Além disso, a internet
transforma a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de
promover trocas de experiências entre professores e alunos de outras
localidades.

Com a quantidade de textos e recursos educacionais disponíveis, o professor


tem um papel importante na orientação do aluno, direcionando-o em suas
pesquisas,

301

auxiliando-o na escolha das informações para garantir os melhores resultados


em sala de aula. Para isso, é imprescindível o cuidado de conferir previamente
as informações dos sites, a fim de identificar os que apresentam conteúdos
confiáveis.

Para iniciar uma pesquisa na internet, o usuário deve partir da palavra-chave


ou da combinação de palavras relacionadas ao assunto e conhecer o
mecanismo de busca que vai utilizar.

As pesquisas podem ser realizadas de duas formas. Uma delas é buscando o


assunto dentro de um domínio. Por exemplo, ao pesquisar tartarugas marinhas,
o recomendado seria acessar um site específico sobre o assunto, como o do
projeto brasileiro de conservação de tartarugas marinhas -
<http://tub.im/2ur3xk>.

A outra forma de pesquisa refere-se a situações em que não se conhece sites


pertinentes ao assunto em questão. Assim, é necessário usar um mecanismo
de busca. Neste caso, deve-se observar os resultados da busca e fazer o
levantamento sobre os autores, as fontes bibliográficas e os temas associados
ao assunto, para selecionar as melhores opções. Feito isso, repete-se o
mesmo procedimento nos sites escolhidos a fim de filtrar ainda mais a
pesquisa.

Com essa facilidade na obtenção de informações é preciso instruir os alunos


sobre os respectivos aspectos éticos, como as regras de direitos autorais e as
consequências para quem comete plágio. Por essas razões, é fundamental
orientá-los a usarem suas próprias palavras e ideias na elaboração de textos,
ainda que sejam baseados em textos de terceiros. Isso não só é uma postura
ética como também auxilia na ampliação do vocabulário pessoal e no
desenvolvimento da competência leitora.

Recursos audiovisuais

Há diversos recursos audiovisuais que os professores podem utilizar em suas


aulas, como pinturas, esculturas, televisão e cinema.

A realidade da maioria dos alunos é composta de elementos da cultura popular


provenientes de diferentes meios, geralmente televisivos e fílmicos. Como a
comunicação em massa é uma realidade, ela pode ser aproveitada em sala de
aula para promover a aprendizagem.

A eficácia de comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão,


deve-se também à capacidade de articulação, de superposição e de
combinação de linguagens totalmente diferentes - imagens, falas, música,
escrita - com uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros,
conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhes permite alto grau de
entropia, de interferências por parte de concessionários, produtores e
consumidores. [...]

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida.


Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. p. 34.

No cinema e na televisão há confluência de imagem, som e movimento. O


professor pode aproveitar esses recursos audiovisuais para mostrar fatos
históricos, a construção de conceitos científicos e os conceitos errôneos
presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em
comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser
contextualizados com os conceitos científicos a serem ensinados.
[...] assistir a um filme, seja para entreter-se com ele, seja para analisá-lo,
pressupõe aprendizagens específicas. Os filmes são produções em que a
imagem em movimento, aliada às múltiplas técnicas de filmagem e montagem
e ao próprio processo de produção e ao elenco selecionado, cria um sistema
de significações. São histórias que nos interpelam de um modo avassalador
porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação. Elas mexem com
nosso inconsciente, embaralham as fronteiras do que entendemos por
realidade e ficção. Quando dizemos que o cinema cria um mundo ficcional,
precisamos entendê-lo como uma forma de a realidade apresentar-se. [...]

FABRIS, Elí Henn. Cinema e Educação: um caminho metodológico. Educação


e realidade, n. 33, v. 1, jan./jun. 2008. p. 118. Disponível em:
http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/6690/4003. Acesso em:
16 abr. 2015.

No entanto, para tais recursos audiovisuais serem veiculados em sala de aula,


o professor deve verificar alguns aspectos, como a linguagem utilizada na obra,
se o nível está de acordo com a faixa etária e cognitiva dos alunos, e se os
exemplos apresentados podem realmente ser significativos para os discentes
(ROSA, 2000).

O Ministério da Justiça indica a classificação dos filmes lançados legalmente no


mercado brasileiro, incluindo o ano de lançamento, o país de origem, a
distribuidora, a produtora e os responsáveis pela direção geral. Se o filme for
considerado inadequado para determinada faixa etária, há uma justificativa
acompanhando essas informações, a qual está disponível no site <http://tub.im/
pwkhqk>. Acesso em: 1 º maio 2016.

Também é preciso conferir se o equipamento disponibilizado para a


transmissão está em condições de ser usado e planejar a aula de acordo com
a duração do filme, por exemplo, incluindo a previsão de possíveis
questionamentos dos alunos.

Veja a seguir alguns canais de televisão indicados para assistir com os alunos.

· Multirio.

· TV Escola.
· TV Futura.

Nesta coleção, apresentamos também a reprodução de algumas obras de arte


consagradas para que os alunos conheçam e valorizem tanto as diferentes
culturas quanto a história da Arte.

[...] As imagens são parte do cotidiano e nossa relação com elas é


imprescindível.

Lemos os cartazes das lojas, o gesto do feirante enquanto mostra seu produto,
o caminhar de um transeunte. [...] Para lermos textos não verbais (não
constituídos por letras) necessitamos de outras maneiras de interação. Essas
outras leituras mobilizam a capacidade de compreender múltiplos significados,
em relação no tempo e no espaço. É necessário saber ler a obra para poder
atribuir sentidos a ela. [...]

PEREIRA, Kátia Helena. Como usar artes visuais na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2007. p. 10.

302

Para Kanashiro (2003), a computação e os meios de comunicação trazem uma


nova forma de arte, permitindo o desenvolvimento das artes gráficas. Esta
coleção contempla as artes gráficas por meio de ilustrações modernas e de
fotografias que receberam tratamento gráfico para facilitar a visualização de
elementos, aproximando os conceitos da realidade.

Gêneros textuais

Como já explicitado, o acesso à informação atualmente é rápido e fácil. A maior


parte dos alunos, muito mais interessada em ler temas de sua preferência,
apresenta dificuldades para interpretar os textos propostos em sala de aula, o
que se torna um obstáculo à aprendizagem dos diversos conteúdos. Dessa
maneira, o choque entre a leitura descompromissada, de entretenimento, e a
leitura acadêmica é detectado na escola.

Uma forma de minimizar esse problema é estimular a leitura associando-a ao


prazer. É possível atingir esse objetivo tanto pela leitura de textos literários
como de textos científicos e jornalísticos, considerando inclusive os recursos
imagéticos como as histórias em quadrinhos, as tirinhas e os cartuns. Além de
terem caráter humorístico, essas modalidades textuais assumem papel crítico
ou descritivo de alguma situação do cotidiano. Também são acessíveis,
adequadas à faixa etária dos estudantes e contribuem com o professor porque
servem como instrumento avaliativo de conhecimentos prévios. As histórias em
quadrinhos podem ser exploradas nas aulas de diversas maneiras: antes da
matéria a ser trabalhada; como exemplo do que foi ensinado; como base para
os alunos criarem seus próprios quadrinhos; para ler, discutir e comentar; para
criar atividades baseadas nelas ou criar os próprios diálogos, no caso das
tirinhas sem balão de fala dos personagens, ou, ainda, para que os alunos
retratem os conceitos científicos explícitos na história em questão; entre outras
possibilidades.

Quanto ao desenvolvimento da competência leitora propriamente dita,


apresentamos em diversos momentos da coleção manchetes e trechos de
reportagens a fim de chamar a atenção dos alunos pelas mais variadas formas
de leitura.

[...] As manchetes são os títulos considerados pela redação do jornal, como os


de maior importância entre as notícias contidas na edição. Visualmente elas
contribuem na estruturação das capas de jornal, tornando-as mais atraentes.
São estampadas, geralmente, na parte de cima ou no centro da capa e
destacadas por letras grandes. Também contribuem para que o leitor crítico
possa criar uma imagem da identidade do jornal ou de sua linha de informação
(Faria 2001). [...]

[...] São elas que possibilitam que o leitor faça previsões sobre como um
determinado tema será desenvolvido e então crie expectativas sobre o
conteúdo da notícia ou da reportagem. [...]

AGUIAR, Tarcísia Maria Travassos de. O contínuo genérico presente na capa


de jornal. Revista Investigações, v. 25, n. 2, jul. 2012. p. 138-141. Disponível
em: http.repositorios.ufpe.br/revistas/index.php/INV/article/view/343/288.
Acesso em: 1º maio 2016.

Interdisciplinaridade

Uma proposta de ensino interdisciplinar possibilita a formulação de um saber


crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes
disciplinas, permitindo uma nova postura de professores e alunos diante do
conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque.

A interdisciplinaridade busca, assim, romper com os limites entre as disciplinas


escolares e as diferentes áreas de conhecimento, proporcionando aos alunos
uma compreensão mais abrangente da realidade e, consequentemente, dando-
lhe oportunidade de vivenciar uma aprendizagem mais efetiva. Dentro dessa
perspectiva, um trabalho como o descrito acima preocupa-se em relacionar os
conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e
específicos de cada disciplina envolvida, com o cuidado de evitar a
fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos alunos para envolvê-
los diretamente no processo de aprendizagem.

Pode-se trabalhar a interdisciplinaridade por meio de projetos investigativos de


trabalho ou de pesquisa, por exemplo, que propõem a realização em etapas,
como planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises,
deduções e conclusões. Esse tipo de trabalho também proporciona uma
aprendizagem dinâmica, voltada à reflexão, ao questionamento e à
argumentação.

Uma postura interdisciplinar é uma atitude de busca pelo conhecimento,


trazendo contribuições para alunos, professores, escola e comunidade. Os
alunos aprendem a trabalhar coletivamente, privilegiando a interação com os
colegas e favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e
organizar as informações. O envolvimento deles motiva o fortalecimento das
relações entre professores de diferentes disciplinas.

A articulação com a disciplina de Matemática ocorre em diversos momentos,


quando gráficos e tabelas são apresentados aos alunos para serem
interpretados ou quando há cálculos para sistematizar determinados
conteúdos. Com a disciplina de Português, a conexão se dá principalmente por
meio de gêneros textuais, e com a de Arte ocorre com elementos das artes
visuais, do cinema e da música, referências essenciais na formação cultural
dos alunos. Já com a disciplina de História ocorre quando fontes históricas e
linhas do tempo são utilizadas para situar os alunos nas épocas e nos lugares
em que houve algum acontecimento científico, por exemplo. A cartografia da
disciplina de Geografia também contribui em diversos momentos da coleção ao
estudar mapas e dados atuais relativos à população brasileira. Finalmente, com
a disciplina de Educação Física não poderia ser diferente, pois a sua conexão é
muito apropriada em situações que envolvem a saúde e o corpo humano.

Com todas essas ocasiões promovendo a articulação entre as disciplinas,


vários diálogos são possíveis a fim de potencializar o processo de ensino-
aprendizagem.

303

Transversalidade

A transversalidade surgiu da necessidade de integrar determinados temas


sociais ao currículo escolar. Referem-se ao que é vivido por toda a sociedade
e, por isso, devem ser debatidos amplamente. Eles abordam as questões sobre
Ética, Pluralidade cultural, Meio ambiente, Saúde, Orientação sexual e
Trabalho e consumo, e o processo de ensino e aprendizagem deve levar em
conta esses conteúdos.

Embora não sejam novas disciplinas, os Temas Transversais buscam


desenvolver a reflexão sobre a realidade da sociedade brasileira em questões
que, por sua importância, devem ser abertas ao debate nos ambientes
escolares, portanto podem ser incorporados aos conteúdos de cada disciplina.

A utilização dos Temas Transversais em sala de aula ainda contribui para a


aproximação entre os conteúdos e o cotidiano dos alunos. Por esse motivo,
entende-se que o ensino não pode ficar restrito aos conteúdos acadêmicos,
mas deve conduzir os alunos a uma formação que lhes permita viver de acordo
com as necessidades da sociedade em que estão inseridos. Para Moreno
(1997, p. 53), os Temas Transversais podem atuar como questões norteadoras
de algumas aulas, fazendo as disciplinas curriculares girarem em torno deles.
Isso pode conduzir a novos conhecimentos, à proposição de problemas e
possíveis respostas para eles. A formação de cidadãos conscientes depende
de um trabalho conjunto entre escola, professores, pais e alunos, com
consenso e participação de todas as partes para o benefício de todos, uma vez
que as disciplinas não atuam de maneira independente, mas de forma
organizada e interligada.
Para trabalhar o Tema Transversal Ética, é necessário previamente definir o
termo e diferenciá-lo do conceito de moral. Frequentemente, há uma confusão
e interposição entre esses termos. A moral refere-se ao conjunto de crenças,
regras e princípios que orientam o comportamento social dos seres humanos,
ao passo que a ética é uma reflexão crítica sobre a moral. Para viver em
sociedade, é necessário um conjunto de regras e valores, no entanto, em
determinadas situações ou conflitos há um limite, quando são necessárias
reflexões mais profundas, portanto uma reflexão ética. Nessa ocasião, a ética
analisa a coerência entre a prática humana e os princípios que a norteiam,
além de questionar e reformular valores e normas morais.

Sejam quais forem os temas abordados, eles devem sempre despertar a


curiosidade dos alunos para as questões sociais e culturais existentes. Dessa
forma, mais do que conhecer valores e regras, eles vão aprender a se
posicionar diante das diferentes situações.

Nesta coleção, os alunos são apresentados a diferentes valores culturais e


sociais e são estimulados a respeitá-los. Nesse caso, eles se defrontam com a
necessidade de haver justiça e igualdade entre as pessoas; com a reflexão
ética em diversos momentos, nos quais eles precisam avaliar e ponderar as
atitudes, incluindo as deles próprios, os valores da sociedade atual e os seus
impactos sobre o ambiente, sem realizar julgamento de valor.

O Tema Pluralidade cultural é muito relevante nas escolas brasileiras, já que se


refere às diferentes etnias e culturas que perfazem a nação e suas
peculiaridades. Esse é um aspecto imprescindível para os alunos
reconhecerem e valorizarem em nosso país.

A sociedade e a educação estão intrinsecamente relacionadas, portanto, por


meio desse tema, é possível superar a discriminação e a exclusão étnico-
cultural envolvidas nessa relação. Para uma sociedade multicultural como a
nossa, é fundamental valorizar e respeitar as diferenças.

Além disso, com o avanço tecnológico, as pessoas de diferentes culturas e


regiões do planeta podem se comunicar em tempo real. Consequentemente, a
atenção às múltiplas culturas é atual e necessária, sobretudo no âmbito
escolar. Por meio dessa abordagem, é possível resgatar valores culturais
quase esquecidos pela sociedade atual, evitando a extinção de culturas
regionais ou antigas. Procedendo dessa forma, alcançaremos a tolerância e o
respeito entre descendentes de diferentes etnias e culturas, combatendo o
preconceito e possíveis discriminações.

Nesta coleção, a pluralidade cultural é abordada em diversos momentos, como


na seção Biologia e cultura, cujo objetivo é a valorização pluriétnica e
multicultural, tanto do seu país quanto de outros, e o combate a preconceitos a
fim de desestimular qualquer ato discriminatório por parte dos alunos. Além das
imagens, algumas seções e atividades buscam mostrar a importância das
diferentes culturas e etnias e sua influência na formação e manutenção da
população brasileira.

O trabalho com o Tema Transversal Meio ambiente incita importantes reflexões


nos alunos. Como os problemas que envolvem o ambiente estão
constantemente nos meios de comunicação, esse Tema Transversal está mais
próximo da realidade dos alunos e, assim, permite organizar em sala de aula
significativas discussões e trocas de ideias. Esse estudo inclusive não se
restringe ao meio biótico e abiótico, mas ao conjunto de ações humanas que
permeiam o ambiente como um todo.

Hoje há uma busca para se manter a sociedade ambientalmente sustentável


porque a qualidade do ambiente reflete a realidade social e econômica de uma
nação. A prevenção de danos ao ambiente envolve a preocupação com os
seres vivos, o ambiente e o ser humano com tudo o que o cerca. Com essa
abordagem, esperamos contribuir para a conscientização dos alunos, tornando-
os cidadãos preparados para atuar na realidade socioambiental.

A temática ambiental aparece em todos os volumes desta coleção, pois é


inegável a relação entre ser humano e ambiente. Assim, os alunos são
estimulados a avaliar sua postura frente aos problemas ambientais, em vez de
somente apontá-los, e são convidados a propor soluções. Essa abordagem
ocorre, por exemplo, na seção Biologia e Ambiente e é importante porque, mais
do que reconhecer os problemas ambientais, os alunos devem perceber a si
mesmos como parte do ambiente e, assim, admitir sua responsabilidade sobre
ele.
O Tema Transversal Saúde é tratado sob a perspectiva de que a saúde de uma
pessoa depende de um conjunto de fatores, os quais resultam da interação
entre o meio físico, social e cultural.

304

Sendo assim, questões como o saneamento básico, a qualidade do ar, o estilo


de vida, a distribuição de renda, a segurança alimentar, entre outras, têm
grande influência no bem-estar das pessoas.

O Tema Transversal Saúde envolve a conscientização para uma mudança de


hábitos por parte dos alunos, o que promove a proteção da saúde e cria
estratégias para a conquista dos direitos de cidadania.

O cuidado com a saúde deve ser uma preocupação desde a infância e a escola
tem papel fundamental na estruturação dessa temática dentro e fora da sala de
aula. Ela deve estruturar e estimular os comportamentos e hábitos saudáveis,
fornecendo elementos que os capacitem para uma vida saudável, deixando-os
preparados para cuidar da saúde no âmbito pessoal e coletivo. Desse modo, a
escola deve incentivar o autocuidado, priorizar a prevenção e conceber a
saúde como direito e responsabilidade pessoal e social.

Nesta coleção, a saúde é entendida como um todo (física, mental e social), e


não somente como o oposto de doença. Esse tema é abordado em textos,
imagens, atividades e na seção Biologia e Saúde.

Ao trabalhar o Tema Transversal Orientação sexual, é importante considerar


primeiro o respeito. O comportamento, sobretudo dos jovens, vem se alterando
muito nas últimas décadas, fato que não pode ser ignorado no ambiente
escolar. Tratamos aqui da Educação sexual que envolve outros aspectos além
do ato sexual, os quais se referem à sexualidade e ao respeito à orientação
sexual de cada indivíduo. Essa educação inicia-se em casa, com a família, e
continua por toda a vida.

Não há como negar que a sexualidade esteja maciçamente exposta aos jovens
atualmente, seja nos meios de comunicação, na arte ou de outras maneiras.
Por isso, a escola e o professor devem estar atentos a essa realidade, de
maneira que a inserção do Tema Transversal Orientação sexual abra espaço
para a informação e para o debate sobre as questões que envolvem a
sexualidade humana. O "ficar", o namoro, a orientação sexual, o aborto, a
prostituição, o abuso e a violência sexual, a pedofilia e a pornografia são temas
a serem discutidos abertamente por toda a comunidade escolar, incluindo os
pais.

O espaço escolar para discussões abertas sobre o tema é crucial porque nem
sempre isso é possível nas famílias dos alunos. Como a sexualidade faz parte
da sociedade, ela não pode ser desvinculada da escola, a qual deve se inteirar
da cultura de cada aluno, considerando sua educação moral, seus princípios e
suas crenças religiosas, de maneira que cada um seja respeitado, bem como
suas concepções.

Priorizamos neste material a postura de respeito às diferenças de gênero e


orientação sexual e a importância do cuidado com o próprio corpo. Essas
questões foram contempladas ao discorrer sobre a valorização da mulher na
sociedade, o combate à homofobia, as doenças sexualmente transmissíveis e
a sexualidade, conteúdos que estão presentes em textos e imagens, com o
objetivo de incentivar o respeito ao próximo e o combate a qualquer tipo de
discriminação.

O Tema Transversal Trabalho e consumo envolve o ensino de noções de


trabalho não apenas como o exercício de uma atividade, que gera renda para o
indivíduo custear suas necessidades e consumir produtos. Esse conteúdo deve
proporcionar também a visão de que, na sociedade consumista em que
vivemos, o trabalho pode levar à alienação do trabalhador, desencadeando
uma constante busca pelo consumismo imposto pelo mercado.

Com essas abordagens, os alunos serão instruídos a serem consumidores


conscientes, cidadãos preparados para observar, argumentar e contribuir para
uma sociedade mais igualitária, aptos a exercer seus direitos e deveres.

O professor pode explorar esse tema em vários momentos. Ao falar sobre as


técnicas agrícolas e conservação do solo, ele pode, por exemplo, mostrar aos
alunos o trabalho gerado na zona rural, explicar como a matéria-prima é
tratada, quais maquinários foram utilizados, quantas pessoas participam desse
processo, e como esse produto chega à área urbana. Também é possível
aproveitar a ocasião e falar sobre a transformação da matéria-prima,
explicando que o emprego de mão de obra e a tecnologia agregam valor ao
produto final. Todas essas questões podem ser estudadas com os alunos,
sobretudo mantendo o objetivo de levá-los a compreender como um produto
obtém valor.

Nesta coleção, procuramos enfatizar os impactos ambientais que podem ter


sido ocasionados por essas intervenções humanas. Embora a disciplina de
Biologia possa abordar todos esses aspectos, ela precisa dar conta também de
discutir as desigualdades socioeconômicas presentes em nosso país. Nesse
sentido, o professor pode falar, por exemplo, sobre o fato de que alguns têm
acesso a alimentos e medicamentos enquanto outros não têm. Com esses
contrapontos, acreditamos que os alunos terão os conhecimentos básicos para
se tornarem consumidores conscientes, principalmente se reconhecerem que
seu consumo tem custos e perdas para a natureza e, consequentemente, para
eles mesmos.

Cidadania

O conceito de cidadania deve ser visto em sua historicidade, não existindo,


assim, um cidadão único, mas sim modelos históricos e, portanto, mutáveis.
Refletindo sobre a dimensão histórica do conceito de cidadania, é apontada a
necessidade de democratização dos direitos sociais, culturais e políticos.
Assim, o objetivo do ensino é a formação de cidadãos críticos e conscientes de
que possuem identidades próprias.

É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra


usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o
direito de viver decentemente.

Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em


quem quiser sem constrangimento, processar um médico que tenha agido com
negligência.

305

É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de


ser negro, índio, homossexual, mulher, sem ser discriminado. De praticar uma
religião sem ser perseguido.
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios da cidadania:
respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir
telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa
pública.

O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. [...]

DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os


direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2005. p. 12-13.

Os alunos encontrarão nesta coleção auxílio para compreender a cidadania


como a efetivação de seus direitos básicos, de modo a combater as diversas
formas de segregação ou preconceito, bem como serão estimulados a
combater estereótipos e atitudes discriminatórias. Acreditamos que, nesse
sentido, contribuiremos para a formação cidadã.

Direitos da criança e do adolescente

Os direitos da criança e do adolescente foram sistematizados e formalizados


por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei n. 8.069, de 1990.
Esse documento visa proteger a criança e o adolescente.

Essa nova concepção acerca das crianças e dos adolescentes passou a


compreendê-los como pessoas em estágio de desenvolvimento e que
requerem a atenção e proteção especiais. Um desses direitos é o de receber
educação. Nesse contexto, podem ser destacados alguns pontos fundamentais
que devem ser levados em consideração no âmbito educacional, contribuindo
para a valorização dos direitos da criança e do adolescente, como a prevenção
do trabalho e a exploração infantil, a promoção da convivência familiar
saudável e a prevenção da violência intrafamiliar.

Valorização do idoso

No momento em que ocorre o aumento da expectativa de vida dos brasileiros,


a criação do Estatuto do Idoso demonstra uma crescente preocupação com a
valorização do idoso no país. A educação escolar tem um papel relevante a
cumprir, atuando na conscientização dos alunos sobre a importância das
pessoas idosas em nossa sociedade.
Uma das principais maneiras de promover na sala de aula a valorização dos
idosos é socializar os alunos com pessoas dessa faixa etária. Ao compartilhar
seus conhecimentos e memórias, os idosos destacam o valor de suas
experiências, auxiliam os professores a humanizar os conteúdos trabalhados
em sala de aula e possibilitam aos alunos aprofundar o sentido daquilo que foi
estudado.

Assim, a participação de idosos na vida escolar é uma questão fundamental. O


primeiro passo para que ela ocorra é privilegiar uma gestão democrática da
escola, prevendo, no projeto pedagógico, além da presença da comunidade na
escola, um esforço para incluir a participação de pessoas idosas no processo
de ensino-aprendizagem.

O pa pel da mulher

Em todas as épocas históricas, houve mulheres que tiveram participação ativa


na sociedade e obtiveram reconhecimento social. Mas a organização massiva
das mulheres em defesa de seus direitos é um fenômeno recente. O
reconhecimento de que a mulher tem direito à plena cidadania vem se
construindo em um processo lento e difícil, acelerado principalmente com as
conquistas sociais e políticas da segunda metade do século XX.

Um exemplo característico das conquistas femininas desse período foi a


liberação da venda e divulgação de métodos contraceptivos e, em alguns
países, a descriminalização do aborto, apesar da grande resistência dos países
onde a moralidade religiosa exerce maior influência política. Com essas
conquistas, as mulheres adquiriram um domínio inédito sobre seu corpo,
puderam escolher o momento de ter filhos, ou mesmo não tê-los. Nos anos
1980, o movimento das mulheres investiu na luta contra as violências das quais
elas eram alvos principais, exigindo punições rigorosas para crimes como o
estupro e a violência doméstica.

Apesar desses avanços, atualmente as mulheres ainda são discriminadas,


principalmente nas relações de trabalho, nas quais costumam receber salários
mais baixos que os dos homens, mesmo exercendo funções idênticas. Hoje
sabe-se que essas diferenças na forma de a sociedade encarar homens e
mulheres são derivadas de valores sociais construídos historicamente. É nesse
sentido que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos os chamados estudos
de gênero, que compreendem as diferenças entre homens e mulheres com
base em uma perspectiva histórica, vinculada às construções sociais.

Portanto, consideramos que o mais importante para atingir a equidade de


direitos é a criação de um espaço comum entre homens e mulheres, em que a
diferença de identidades não seja motivo para a diferença de direitos, e a sala
de aula é um local privilegiado para isso.

Inclusão escolar

Os direitos das pessoas com deficiência foram estabelecidos na Convenção de


Guatemala, de 1998. O documento, ratificado pelo Brasil em 2001, estabelece
que as pessoas com deficiência tenham direitos iguais aos das demais. Assim,
é necessário que as escolas se adaptem às necessidades desses alunos, cujas
deficiências podem ser físicas, sensoriais ou mentais.

A adaptação passa pela adoção de práticas criativas na sala de aula e por


mudanças no projeto pedagógico, mas existem orientações específicas para
determinados casos de deficiência.

306

As mudanças não são fáceis, e sua eficácia depende de vontade e empenho


por parte dos profissionais envolvidos. Além da necessidade de algumas
adaptações no ambiente escolar, principalmente para melhorar a
acessibilidade, os professores precisam buscar orientação especializada,
conversar com os respectivos pais e, principalmente, dar atenção especial a
esses alunos. Quando os resultados começam a aparecer, não só o
aprendizado deles progride, mas toda a comunidade escolar, no papel de
cidadã, também.

Avaliação

A avaliação é um instrumento que o professor possui para diagnosticar,


analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a
avaliação como um diálogo contínuo entre professor e aluno, uma vez que,
quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como
resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-
aprendizagem.

No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que além de a
avaliação ser importante, cujo processo deve ser contínuo e não se restringir a
resultados, ela diagnostica os reais problemas na aprendizagem e colabora
para a evolução do aluno.

A avaliação deve ser compreendida como processo, instrumento de coleta de


informações em que os alunos sistematizam e interpretam as informações
obtidas, tomando uma decisão e, principalmente, a descentralização do poder
do professor.

Ela também é o espaço ideal para a mediação entre as alternativas de ensino


do professor e os percursos de aprendizagem dos alunos.

Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada
apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um
canal de comunicação entre alunos e professor. Desse modo, os critérios da
avaliação, seja formativa ou mesmo somativa, precisam ser apresentados e
discutidos antes de sua aplicação para que o aluno saiba como e sob quais
aspectos serão avaliados.

Portanto, cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai


além de sua mera aplicação, que precisa ser cuidadosamente elaborado. O
resultado dessa avaliação, por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os
alunos, para perceberem o ensino como um processo, o que implica rever os
motivos de seus erros a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do
processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de
maneira situada e reflexiva, levando em consideração o processo de
aprendizagem do aluno. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades
que valorizem diferentes tipos de conhecimento do aluno, como exercícios
objetivos, dissertativos, trabalhos em grupo, debates e assim por diante.

Em caso de testes ou provas escritas, após a sua aplicação, é importante que


o professor explique novamente aos alunos quais foram seus critérios
avaliativos, releia as questões, discuta as respostas e retome o que foi visto e
discutido em sala de aula, para, então, a avaliação fazer sentido.
Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu
caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o aluno de maneira formativa e
continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.

A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A


utilização dessa ferramenta possibilita tanto a alunos quanto a professores
avaliarem seu desempenho em sala de aula.

[...] Para o aluno autoavaliar-se é altamente favorável o desafio do professor,


provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus
processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas
não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios
às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra,
priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar,
refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz.
Nesse sentido, o caráter intuitivo e ético do educador faz-se fortemente
presente, porque ele precisará promover tal reflexão a partir do papel que lhe
cumpre e da forma de relacionamento que deseja estabelecer com seus
alunos. [...]

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto


Alegre: Mediação, 2001. p. 54.

A autoavaliação pode ser feita no final de cada produção escrita/oral, com o


objetivo de fazer o aluno analisar sua compreensão a respeito de todas as
características necessárias à produção do texto. Além da autoavaliação da
produção textual, outra ainda é proposta para avaliar o processo. Nesta, o
aluno pode verificar o que já aprendeu e também identificar o que precisa
aprender mais, apontando e corrigindo as inadequações. A seção Refletindo
sobre o capítulo também oportuniza momentos para a realização da
autoavaliação, quando o aluno deve retomar as questões respondidas durante
a condução dos conceitos e respondê-las novamente. Com isso, ele tem a
oportunidade de confrontar essas respostas e verificar as mudanças, tomando
consciência da aprendizagem.

307

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 2


Apresentamos, a seguir, um mapa de conteúdos e recursos deste volume.
Cabe ao professor a decisão fundamental sobre como utilizar o apoio
pedagógico que é o livro didático: construir critérios de seleção dos temas das
unidades de que fará uso, levando-se em conta o projeto pedagógico da
escola, as condições da turma e as condições temporais da carga horária da
grade curricular. Além disso, da maneira como a coleção está estruturada, o
professor tem autonomia pedagógica para decidir sobre quais unidades
abordar ou deixar de abordar, no todo ou em partes; sobre seguir a ordem
apresentada ou reagrupar as unidades pelos critérios organizativos que
escolher, e fazer as pontes entre as unidades dentro desses critérios.

Mapa de conteúdos e recursos - Volume 2

308

309

310

Objetivos, comentários e sugestões

Nesta parte do caderno de Orientações para o professor, apresentamos os


principais objetivos a serem alcançados em cada uma das quatro unidades do
volume, além de comentários sobre os recursos das aberturas, orientações
específicas sobre os conteúdos apresentados e sugestões de atividades. Para
que o professor aprofunde seus conhecimentos, apresentamos diversos textos
que podem ser bastante úteis durante a preparação das aulas e das
avaliações.

Unidade 1 - Classificação dos seres vivos e Microbiologia

Páginas 10 e 11

Nesta unidade são estudados os conceitos básicos da classificação dos seres


vivos e da Microbiologia. Questione os alunos sobre como eles acham que os
indígenas diferenciam as plantas entre si e como classificam suas propriedades
medicinais. Ressalte, ainda, a importância da influência da cultura indígena
sobre os conhecimentos das diversas espécies de seres vivos em nosso país.

LEGENDA: Indígena Pataxó, da Aldeia Velha, no município de Porto Seguro,


Bahia, em 2014.
CRÉDITO: Renato Soares/Pulsar Imagens

Capítulo 1 - Classificação e nomenclatura dos seres vivos

Objetivos

· Conhecer a história da classificação dos seres vivos.

· Reconhecer a importância de classificá-los.

· Conhecer quais são os animais híbridos.

· Verificar como os seres vivos são organizados segundo a proposta de Lineu.

· Conhecer o estudo da sistemática.

· Identificar as partes de um cladograma e perceber sua importância.

· Conhecer algumas propostas de classificação dos seres vivos.

Página 12 - Abertura de capítulo

· Ao trabalhar os selos apresentados nesta página, pergunte aos alunos como


organizam seus objetos no dia a dia. Por exemplo, questione como eles
separam as camisetas e calças no guarda-roupa e como arquivam as pastas
no computador. É importante que os alunos percebam que, para organizar
algo, precisamos de critérios. Da mesma maneira, ocorre com os selos.
Questione-os sobre os critérios que utilizariam para separar uma coleção
composta de diferentes tipos de selos: animais, vegetais, monumentos,
paisagens, biomas, lugares, personagens históricos, entre outros. Verifique se
os alunos notam a importância da adoção de critérios, o que nos ajuda a
classificar, facilitando a organização. Mostre-lhes que o mesmo é válido para
os seres vivos, visto que há grande diversidade deles. Se considerar
interessante, trabalhe essa página junto ao conteúdo da seção Biologia e
Cultura da página 19.

Página 13

· Estudos como os do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), citado


nesta página, mostram a riqueza de espécies no planeta. É importante
destacar que a contagem não considera os organismos procariontes.

· Outra fonte bastante referenciada sobre o tema, por se tratar de uma rigorosa
análise quantitativa das espécies existentes no planeta, é o artigo (em inglês)
publicado na revista PLOS Biology, intitulado How many species are there on
Earth and in the ocean? (Quantas espécies existem na Terra e nos oceanos?),
disponível em: <http://tub.im/tni8nb>. Acesso em: 18 maio 2016. Segundo esse
estudo, existem 7,77 milhões de espécies de animais, 298 000 plantas, 611
000 fungos, 36 400 protozoários e 27 500 chromistas, totalizando 8,7 milhões
de espécies no planeta. Embora o total de espécies ainda seja impreciso, os
pesquisadores acreditam que haja 91% de espécies aquáticas e 86% de
espécies terrestres a serem descobertas, descritas e catalogadas.

Página 15

· Conheça alguns exemplos de nomenclatura científica relacionada às


características do ser vivo descrito ou do seu descobridor.

- Lagopus mutus, conhecido como lagópode-albino, ave cujas penas se tornam


brancas no inverno (lagopus, traduzido do grego, significa patas de lebre, e
mutus, do latim, significa mudar).

- Crocodylus novaeguineae, também conhecido como crocodilo-da-guiné. Seu


nome indica a origem da espécie.

311

· Existem diferentes conceitos de espécie. Veja-os a seguir.

- Conceito tipológico (ou morfológico): as espécies são reconhecidas pelos


espécimes-tipo, em que se considera uma morfologia ideal para cada espécie.
Quando outros organismos eram descobertos, suas semelhanças e diferenças
com os espécimes-tipo eram observadas para nomeá-los. As diferenças entre
eles eram tidas como imperfeições acidentais. Assim, as diferenças
significativas levavam os cientistas a descreverem uma nova espécie.

Essa conceituação estava presente até o desenvolvimento das teorias de


Darwin, pois as espécies eram consideradas imutáveis, já que a visão
predominante nessa época era o fixismo. Atualmente, os evolucionistas
descartaram esse conceito, pois as espécies não são mais vistas como
entidades definidas.

- Conceito morfológico : a espécie é caracterizada pela observação do formato


de seu corpo e outras estruturas características. Essa conceituação pode ser
aplicada em espécies com reprodução assexuada e sexuada. Na prática,
muitos cientistas distinguem as espécies por esse conceito. Uma desvantagem,
no entanto, é que essa definição recai em um critério subjetivo. Dessa forma,
os cientistas podem desacordar de que características estruturais distinguem
espécies.

- Conceito ecológico: leva em conta o nicho ecológico da espécie e como ela


interage com os componentes bióticos e abióticos. É utilizado tanto para
espécies cuja reprodução é assexuada quanto sexuada.

- Conceito evolutivo: essa conceituação adicionou uma dimensão evolutiva e a


escala de tempo para o conceito biológico de espécie. Diferente do conceito
biológico, o conceito evolutivo pode ser aplicado para espécies com
reprodução assexuada e sexuada.

- Conceito filogenético: segundo essa conceituação, a espécie é o menor grupo


de organismos diagnosticáveis e distintos de outros agrupamentos em que
exista um padrão parental de ancestralidade e descendência. Assim, esse
conceito baseia-se no critério de descendência comum, contemplando
espécies com reprodução assexuada e sexuada. Trata-se do menor grupo de
indivíduos que compartilham um ancestral comum. Por meio dessa
conceituação, é possível, ainda, traçar a história filogenética das espécies
comparando características, como morfologia e sequências moleculares, o que
pode distinguir grupos de organismos que são suficientemente diferentes para
serem considerados espécies separadas.

· Além das conceituações apresentadas acima, outras definições de espécie


têm sido propostas. Nesta coleção, mostramos e adotamos o conceito
biológico, em virtude de sua abrangência e caráter mais didático para esse
nível de ensino.

Páginas 23 a 26

· O primeiro a tentar classificar os seres vivos foi o filósofo grego Aristóteles.


Para ele, ao tentar explicar a existência dos animais, era preciso estabelecer
atributos comuns, isto é, identificar características para categorizá-los. Mesmo
não tendo como base os mesmos critérios utilizados hoje para classificar os
seres vivos, Aristóteles idealizou uma organização que, como a atual, partia do
geral para o específico, prevalecendo por muito tempo.

· A classificação dos seres vivos em cinco reinos (página 24), proposta por
Margulis e Shwartz (2001), considera as características anatômicas,
fisiológicas e a história evolutiva das espécies. Dessa maneira, é possível
encontrar casos de seres vivos que, à primeira vista, são exceções às
características gerais, porém foram incluídos nos grupos por apresentar o
mesmo ancestral comum. Por essas razões, apresentamos outras duas
classificações.

· A classificação de reinos agrupados em domínios maiores (página 25) foi


proposta inicialmente pelo microbiologista estadunidense Carl Woese (1928-
2012) em 1977. Ele comparou moléculas de RNA que formam os ribossomos,
e os resultados evidenciaram a proximidade entre os seres vivos eucariontes.
Os resultados também mostraram que os procariontes poderiam ser divididos
em dois grupos, o que permitiu a Woese estabelecer uma categoria taxonômica
superior ao reino - o domínio. Assim, ele considerou que, pelas características
moleculares, os eucariontes poderiam ser colocados em um único grupo, o
qual denominou Eucarya. Já os procariontes apresentavam muitas diferenças,
necessitando agrupá-los em dois domínios, o Archea, que significa "antigo",
abrangendo procariontes que habitam ambientes extremos, como ambientes
com salinidade, temperatura e pressão altas, e o domínio Bacteria.

· A classificação dos seres vivos em dois domínios e seis reinos (páginas 25 e


26), proposta pelo inglês Thomas Cavalier-Smith (1942-), propõe a inclusão de
um novo grupo de seres vivos, o reino dos chromistas. Esse grupo abrange
alguns seres vivos fotossintéticos (como algumas algas), e não fotossintéticos
(como alguns protozoários e fungos), classificados em outros grupos nas
classificações apresentadas anteriormente. Somente após a possibilidade de
estudos ultraestruturais e moleculares, foi possível perceber a relação entre
esses seres vivos, que apresentam características comuns, como a presença
de determinadas moléculas e pigmentos. Dessa maneira, os chromistas
parecem representar uma linha evolutiva independente que divergiu de um
mesmo ancestral comum, como plantas, fungos e animais.
· Utilize essa estratégia de maneira que os alunos compreendam que novos
estudos, como os propostos pela Biologia Molecular, colaboram com novas
descobertas e dão suporte a novos parâmetros.

Refletindo sobre o capítulo

Página 28

Respostas

a) Sim, eles são classificados no mesmo gênero: Equus. Isso indica que eles
são classificados no mesmo reino, filo, classe, ordem, família e gênero e
diferenciam-se na espécie.

312

b) As propostas de classificação foram concebidas considerando as propostas


anteriores. Possíveis respostas: Um exemplo está na classificação dos fungos.
Primeiramente, eles foram classificados no reino dos animais. Em uma
classificação posterior, ele foi retirado desse reino e inserido em um novo reino,
o dos protistas. Na classificação dos cinco reinos, eles foram classificados em
um reino à parte, o reino dos fungos. Essas mudanças acompanharam a
evolução dos métodos científicos de análise.

Atividade complementar

Construindo cladograma

Objetivo

· Construir um cladograma.

Comentários

Reproduza o quadro a seguir na lousa e peça aos alunos que o copiem no


caderno. (S - presença da característica; N - ausência)

Quadro: equivalente textual a seguir.

Oriente os alunos a analisar o quadro e a criar uma possível hipótese sobre a


presença do esqueleto ósseo. Espera-se que eles digam que essa
característica está presente em todos os vertebrados, com exceção do tubarão,
um peixe cartilaginoso. Em seguida, monte o cladograma indicado pelo passo 1
na lousa, referente a essa hipótese.
CRÉDITO: Guilherme Casagrandi

A partir dele, oriente os alunos a realizar o passo 2, e assim sucessivamente,


até que todos os eventos de cladogênese do quadro tenham sido indicados.
Por exemplo, o próximo evento de cladogênese a ocorrer, segundo o quadro, é
o surgimento de animais com quatro membros. Assim, no passo 2, a espécie
terminal do segundo ramo seria a piranha.

A montagem do cladograma apresentada acima é um exemplo simplificado.


Espera-se que os alunos constatem que a obtenção de um cladograma ocorre
após a análise de uma série de características dos animais, bem como de
diversos eventos de cladogênese e anagênese.

Capítulo 2 - Vírus e bactérias

Objetivos

· Conhecer a estrutura dos vírus e sua replicação.

· Conhecer algumas doenças virais e suas formas de prevenção.

· Reconhecer a importância ecológica dos vírus.

· Identificar algumas doenças virais e a importância da vacinação.

· Reconhecer a importância ecológica das bactérias.

· Conhecer a estrutura bacteriana, seu metabolismo e sua reprodução.

· Identificar algumas doenças bacterianas e suas formas de prevenção.

Página 29 - Abertura de capítulo

· O objetivo da imagem da página de abertura é, a partir de um fato histórico da


sociedade brasileira, introduzir o assunto vírus e bactérias. Por meio deste fato,
espera-se que os alunos reconheçam a importância das campanhas de
vacinação, como questionado na questão a.

· Aproveite a oportunidade para promover uma discussão com os alunos a


respeito da relação entre a falta de informação sobre questões de saúde e o
desenvolvimento de doenças.

Páginas 30 a 33
· Ao iniciar o assunto, diga aos alunos que uma das evidências mais antigas da
presença dos vírus pode ser observada no hieróglifo egípcio datado de
aproximadamente 1400 a.C., intitulado Homem com a perna aleijada. Segundo
médicos especialistas, a situação apresentada pelo ser humano é uma
condição derivada da poliomielite, doença causada por um vírus.

313

Para ver o hieróglifo, acesse o site a seguir.

· http://tub.im/dhpi5z. Acesso em: 17 maio 2016.

· Comente com os alunos sobre a importância da vacinação, citando o exemplo


da poliomielite, causada pelo poliovírus. Em 1961, iniciou-se no Brasil a
campanha nacional da vacinação contra a poliomielite. No ano de 1989, foi
confirmado o último caso de poliomielite em nosso país, e, em 1994, o Brasil
recebeu o certificado internacional de erradicação da transmissão autóctone do
poliovírus selvagem.

· Ao trabalhar a página 31, questione os alunos se os vírus são seres vivos.


Esse assunto foi abordado na página 54 do volume de 1º ano. Desde muito
tempo, há uma discussão se os vírus são ou não seres vivos. Alguns
pesquisadores defendem que eles não são seres vivos, e para isso utilizam o
argumento de que os vírus não são formados por células e dependem
totalmente das estruturas presentes nas células dos hospedeiros para se
reproduzir. Além disso, quando estão fora de células, os vírus apresentam
estrutura cristalizada, sem metabolismo. Outros pesquisadores acreditam que
os vírus são seres vivos porque, quando eles estão no interior das células
hospedeiras, se reproduzem e podem até mesmo causar doenças. Leia um
trecho de um texto a seguir que trata desse assunto.

A questão de os vírus serem ou não organismos vivos tem uma resposta


ambígua. A vida pode ser definida como um conjunto complexo de processos
resultantes da ação de proteínas codificadas por ácidos nucleicos. Os ácidos
nucleicos das células vivas estão todo o tempo em atividade. Os vírus não são
considerados organismos vivos porque são inertes fora das células
hospedeiras. No entanto, quando penetram em uma célula hospedeira, o ácido
nucleico viral torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral. Sob esse ponto de
vista, os vírus estão vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira
infectada. Do ponto de vista clínico, os vírus podem ser considerados seres
vivos pois causam infecção e doença, da mesma forma que bactérias, fungos e
protozoários patogênicos. Dependendo do ponto de vista, um vírus pode ser
considerado uma agregação excepcionalmente complexa de elementos
químicos ou, um microrganismo vivo excepcionalmente simples.

[...]

TORTORA Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 8ª


ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 377.

· Ainda que os parâmetros utilizados para definir a vida não sejam unânimes
entre os pesquisadores, adotamos a teoria de que os vírus não são seres
vivos.

Apesar disso, consideramos que eles possuem grande importância na cadeia


evolutiva, pois são agentes de transmissão de genes entre diferentes espécies.
Por conta dessas características, alguns pesquisadores consideram os vírus
como a fronteira entre os mundos biológico e bioquímico.

Página 34

· Apesar dos crescentes casos de dengue no Brasil, o conhecimento sobre


essa doença no país já é consolidado. Entretanto, a chikungunya e a zika são
relativamente novas, sendo ainda desconhecidas algumas das ações desses
vírus. Aproveite o questionamento apresentado nesta página para conversar
com os alunos sobre as medidas que devem ser realizadas no combate ao
mosquito Aedes aegypti, o principal vetor dessas doenças, nos centros
urbanos.

· Nos sites a seguir, são apresentadas diversas informações relacionadas ao


assunto, tais como o comportamento do mosquito, história do mosquito Aedes
aegypti no mundo, curiosidades, sintomas da dengue, prevenção, história da
dengue no Brasil, características do vírus como sua multiplicação e
transmissão, entre outras.

- http://tub.im/efawyr. Acesso em: 19 maio 2016.

- http://tub.im/r32jr3. Acesso em: 19 maio 2016.


Páginas 35 a 37

· Para abordar o assunto da seção Biologia e Saúde, da página 35, peça aos
alunos que tragam para a sala de aula suas carteiras de vacinação. Verifique
se estão em dia com as vacinas, e retome sua importância. Nos sites a seguir,
é possível encontrar a caderneta de saúde do(a) adolescente, que traz as
vacinas que devem ser recebidas. Além disso, apresentam diversas dicas de
cuidados com a saúde, por meio de uma linguagem acessível e atraente à faixa
etária.

Caderneta da adolescente:

· http://tub.im/y6seos. Acesso em: 17 maio 2016.

Caderneta do adolescente:

· http://tub.im/vvehgv. Acesso em: 17 maio 2016.

· Apresente aos alunos outras doenças causadas por vírus, tais como:
catapora, caxumba, conjuntivite, faringite, febre amarela, rubéola, sarampo,
entre outras. A conjuntivite e a faringite também podem ser causadas por
bactérias.

Página 40

· Além da classificação quanto ao tipo de metabolismo e à necessidade de gás


oxigênio, as bactérias também podem ser classificadas quanto à temperatura.
Psicrófilas são bactérias que alcançam sua máxima eficiência metabólica na
faixa dos 4 ºC, mesófilas aos -39ºC, termófilas, a -60ºC, hipertermófilas, acima
de 80ºC, variando para diferentes espécies.

314

Por exemplo, Thermococcus celer tem como ótimo de temperatura 88ºC; já


para a Pyrolobus fumaril, a temperatura ótima é 106ºC.

Página 44

Oficina de Biologia

Objetivos

· Reconhecer a ação de bactérias na produção de um produto alimentício.


· Reconhecer fatores que podem influenciar no metabolismo bacteriano.

Comentários

Organize com antecedência a realização desta atividade, pois serão


necessários ao menos dois dias.

Providencie os materiais necessários e confirme a possibilidade de uso da


cozinha do colégio. Lembre-se de esterilizar o termômetro com álcool 70%
antes de realizar a atividade.

O iogurte contém todos os constituintes nutricionais do leite, com exceção da


lactose, reduzida durante a fermentação. Assim, esse produto é vantajoso para
quem não digere bem o leite. Normalmente, as bactérias utilizadas para a
produção do iogurte são a Streptococcus thermophilus e a Lactobacilos
bulgaricus, responsáveis pela fermentação da lactose e pela formação do ácido
lático.

Questione os alunos sobre qual é a necessidade do controle da temperatura


durante a etapa de fervura. Veja se eles percebem que esse parâmetro está
relacionado ao metabolismo e a reprodução das bactérias. Diga-lhes que as
bactérias utilizadas na produção do iogurte possuem um ótimo de temperatura
entre 40°C e 45°C.

Respostas

1. O iogurte é a fonte das bactérias utilizadas para a formação de um novo


iogurte a partir do leite.

2. Muitas bactérias poderiam morrer, o que impossibilitaria a fermentação lática


e a formação do iogurte.

3. As bactérias utilizadas são quimioheterotróficas, pois se utilizam de glicose


(lactose) para obter energia e fonte de carbono.

Páginas 45 e 46

· Reforce as atitudes de prevenção citadas na página 45. Esclareça que muitas


delas auxiliam na prevenção de diversas enfermidades, tanto causadas por
bactérias, quanto por vírus e outros microrganismos.
· Apresente aos alunos outros problemas de saúde que podem ser causados
por bactérias, tais como: escarlatina, botulismo, brucelose, coqueluche,
conjuntivite, faringite, difteria, eripsela, febre tifoide, furúnculo, leptospirose,
salmonelose, terçol, tifo, entre outras. Se considerar interessante, escolha
algumas delas, e das doenças virais, e peça aos alunos para que pesquisem o
nome do agente etiológico, seus sintomas e sua prevenção.

Refletindo sobre o capítulo

Página 49

a) Resposta pessoal.

b) A primeira fotografia apresenta a bactéria Nortox puntiforme, que é


fotoautotrófica, que utiliza a luz como fonte de energia e dióxido de carbono
(CO2) como fonte de carbono. A segunda fotografia retrata uma bactéria
quimioheterotrófica Staphylococcus aureus, que realiza a oxidorredução de
compostos orgânicos para obter energia e também como fonte de carbono.

c ) Resposta pessoal. O estudo dos vírus e bactérias auxilia na compreensão


de diversos processos metabólicos que ocorrem no ambiente, no entendimento
do processo de infecção e tratamento de doenças, na produção de novos
medicamentos, na produção e conservação de alimentos, entre outros.

Atividade complementar

Cultivando bactérias

Objetivos

· Reconhecer alguns aspectos do metabolismo bacteriano.

· Identificar a existência de microrganismos em todos os locais.

Materiais

· 2 pacotes de gelatina incolor

· 1 tablete de caldo de carne

· 1 litro de água

· 16 copos plásticos descartáveis de 150mL

· um pacote pequeno de hastes flexíveis com pontas de algodão


· filme plástico

· etiquetas adesivas

· óleo de cozinha

· caneta

Procedimentos

A. Ferva dois recipientes com 500 mL de água cada. Em um deles, dissolva um


pacote de gelatina (meio 1), e no outro, o pacote de gelatina e o caldo de carne
(meio 2). Não permita que os alunos realizem essa etapa.

B. Identifique os copos de 1 a 16. Distribua aproximadamente 50 mL do meio 1


nos copos de número ímpar, e a mesma quantidade do meio 2 nos demais
copos. Vede-os com o filme plástico e aguarde a gelatina endurecer.

C. Pegue uma haste sem tocar no algodão, e passe sua ponta na palma de
uma das mãos. Em seguida, raspe gentilmente a superfície da gelatina de dois
copos que contenham meio 1 e outro dois com o meio 2, nessa ordem. Depois,
anote nos copos o material testado e vede-os com o filme plástico. Coloque um
par (meio 1/meio 2) na geladeira e outro par (meio 1/meio 2) em um armário.

315

D. Repita esse procedimento e teste outros locais. Após cinco dias, observe os
resultados.

Comentários

Oriente os alunos a escolherem outros lugares para testar, tais como outras
regiões do corpo - pés, axilas, nariz, orelhas; ou outros locais ou objetos - chão,
solo, cadeira, sabonete, dinheiro, roupa.

Oriente os alunos a compararem os resultados. Apesar de parte dos


microrganismos que se desenvolverão serem fungos, é possível encontrar
pontos ou manchas brilhantes coloridas ou brancas, que indicam colônias de
bactérias.

Questione os alunos sobre quais são as necessidades que as bactérias


possuem para seu desenvolvimento, e leve-os a verificarem quais delas
puderam ser observadas nesta atividade (nutrientes; temperatura, presença de
gás oxigênio).

Capítulo 3

Protozoários, algas e fungos

Objetivos

· Reconhecer os protoctistas.

· Conhecer a classificação dos protoctistas.

· Identificar as características das algas.

· Conhecer a classificação das algas.

· Reconhecer as características dos fungos.

· Conhecer a classificação dos fungos.

· Verificar as relações entre os protoctistas, as algas, e os fungos, com os


seres humanos.

Página 50 - Abertura de capítulo

· A introdução do assunto deste capítulo é realizada por meio de um enfoque


ecológico, abordando o papel das algas no ecossistema marinho. Aproveite a
oportunidade para conversar com os alunos sobre esse assunto.

· A vida marinha (e também de água doce) é formada por alguns grupos. O


primeiro é o plâncton, constituído por organismos que nadam fracamente e
flutuam. O plâncton é formado por organismos autotróficos, como as algas, e
pelo zooplâncton, ou plâncton animal. Organismos que nadam ativamente, tais
como peixes, tartarugas e baleias, formam o grupo nécton, e organismos que
habitam o fundo dos oceanos, como as cracas, ostras, lagostas e caranguejos,
formam o bento. Um último grupo são os decompositores, formados
principalmente por bactérias, alguns fungos e protozoários.

Página 51

· Como foi abordado no capítulo 1 deste volume, optamos pela nomenclatura


utilizada na classificação dos seres vivos em cinco reinos, defendido pela
bióloga estadunidense Lynn Margulis (1938-2011). Consideramos que essa
classificação abrange mais características dos seres vivos, além das
moleculares, embora não seja a mais recente. Sobre esse assunto, leia o texto
a seguir.

[...]

Por que "protoctista" em vez de "protista"? Desde o século dezenove, a palavra


protista, usada formal ou informalmente, surgiu para denotar organismos
unicelulares. Nas últimas duas décadas, contudo, a base para a classificação
dos organismos unicelulares separadamente dos multicelulares se
enfraqueceu. A multicelularidade se desenvolveu muitas vezes em organismos
unicelulares - muitos seres multicelulares são parentes muito mais próximos de
certos unicelulares do que o são de outros organismos multicelulares. [...]

Aqui adotamos o conceito de protoctista proposto em 1956 pelo botânico


americano Herbert F. Copeland. A palavra foi introduzida pelo naturalista inglês
John Hogg em 1861 para designar "todas as criaturas inferiores, ou seres
orgânicos primários; ambos Protophyta, tendo mais a natureza de plantas; e
Protozoa tendo mais natureza de animais". Copeland reconheceu, assim, como
vários acadêmicos do século dezenove, o absurdo de se referir à alga gigante
pela palavra "protista", um termo que implica unicelularidade e, assim,
pequenez. Ele propôs uma definição mais ampla do reino Protoctista para
acomodar certos organismos multicelulares, assim como os unicelulares que
podem assemelhar-se aos seus ancestrais - por exemplo, kelp (algas
marinhas), assim como pequeninas algas marrons criptomônadas
Nephroselmis. O reino Protoctista assim definido também resolveu o problema
de fronteiras nebulosas que surgem se os organismos unicelulares são
assinalados aos reinos intrinsecamente multicelulares. [...]

MARGULLIS, Lynn; SCHWARTZ, Karlene V. Cinco reinos: um guia ilustrado


dos filos da vida na Terra. 3ª ed. Trad. Cecília Bueno. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. p. 112.

Outras informações sobre a história da classificação dos protoctistas/protistas


podem ser obtidas acessando os artigos (em inglês) nos sites a seguir.
· SCAMARDELLA, J. M. Not plants or animals: a brief history of the origin of
Kingdoms Protozoa, Protista and Protoctista. International Microbiology, v. 2,
1999. Disponível em: http://tub.im/eypwd4. Acesso em: 20 maio 2016.

· ADL, S. M. e outros. Diversity, nomenclature, and taxonomy of protists.


Systematic Biology, v. 56, n. 4, 2007. Disponível em: http://tub.im/xjv3q7.
Acesso em: 20 maio 2016.

· ADL, S. M. e outros. The New Higher Level Classification of Eukaryotes with


Emphasis on the Taxonomy of Protists. Journal Eukaryotic Microbiology, v. 52,
n. 5, 2005. Disponível em: http://tub.im/i3zhfj. Acesso em: 20 maio 2016.

· CORLISS, J. O. Biodiversity and biocomplexity of the protists and an overview


of their significant roles in maintenance of our biosphere. Acta Protozoologica,
n. 41, 2002. Disponível em: http://tub.im/nps9dq. Acesso em: 20 maio 2016.

316

· Optamos por abordar os protozoários e as algas separadamente, por razões


didáticas, a fim de facilitar a compreensão da diversidade de seres vivos do
reino Protoctista. No entanto, tal divisão não tem valor científico, pois classifica
seres vivos com parentesco muito distante em um mesmo grupo e ao mesmo
tempo, separa seres vivos com parentesco próximo.

Página 56

· Ao abordar a leishmaniose, explique aos alunos que o protozoário causador


dessa parasitose também pode afetar animais domésticos, como o cão. Apesar
de o animal afetado não transmitir a parasitose aos seres humanos, é
necessário manter os cuidados básicos de saúde para evitar possíveis
contaminações.

Páginas 57 a 60

· Além da utilização de diversos produtos pelo ser humano a partir das algas,
algumas podem causar prejuízos de maneira indireta. As algas patogênicas,
pertencentes ao gênero Prototheca, podem gerar perdas principalmente na
pecuária. Estas algas são unicelulares, não possuem clorofila e são
encontradas em bebedouros de gado, lama ou estrume. Além disso, são
agentes oportunistas, que geralmente causam prejuízos ao animal caso sua
resistência imunológica esteja reduzida. Essas algas causam mastite, uma
inflamação nas mamas, gerando grandes perdas econômicas na indústria
leiteira.

Páginas 61 a 66

· Questione os alunos sobre os motivos de estudar os fungos. Comente que


eles são importantes tanto do ponto de vista ecológico quanto econômico.
Sobre o aspecto ecológico, leia o texto a seguir.

[...]

A Terra, sem os fungos, seria um local confuso. Eles estão em atividade nas
florestas, nos campos e nos depósitos de lixo, degradando os restos de
organismos mortos (e até mesmo substâncias fabricadas, como alguns
plásticos). Por quase um bilhão de anos, a habilidade dos fungos em decompor
substâncias tem sido importante para a vida na Terra, sobretudo porque, ao
quebrar compostos de carbono, eles devolvem o carbono e outros elementos
para o ambiente, onde poderão ser usados novamente por outros organismos.

PURVES, K. W. e outros. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre, 2002.


p. 529.

· Quanto à saúde, os fungos estão relacionados a alergias nos animais e nos


seres humanos. Além disso, podem causar infecções em praticamente todos
os tecidos do corpo, com exceção dos dentes. Na agricultura, os fungos podem
causar grandes perdas em cereais como milho, trigo, aveia e amendoim, e
também afetar suas sementes estocadas, prejudicando diretamente a
exportação de grãos. Quanto aos benefícios, os fungos são utilizados como
alimento ou para a produção de massas e pães. Além disso, produzem
metabólitos que podem ser utilizados em larga escala comercial, tais como
ácidos orgânicos, etanol, alguns antibióticos (além da penicilina), pigmentos,
vitaminas, enzimas e pesticidas biológicos.

Página 65

Oficina de Biologia

Objetivos

· Conhecer um produto proveniente das algas.


· Verificar a presença de fungos no ambiente.

Comentários

O ágar (ou agarose) é uma substância mucilaginosa, composta por


polissacarídeos, extraída de diversas espécies de algas marinhas vermelhas,
onde ocorre como carboidrato estrutural na parede de suas células. A utilização
do ágar é ampla, tornando-se matéria-prima para diversas indústrias, como a
alimentícia, a cosmética, a de papel, a têxtil, a petrolífera e a de biotecnologia.

Por ser indigerível para a grande maioria dos microrganismos, e formar um gel
com temperatura de fusão de 85°C a 95°C e de gelificação de 32°C a 45°C, ele
se tornou praticamente indispensável no uso em microbiologia para o
crescimento de microrganismos em meio sólido.

Para a realização desta atividade, caso não tenha acesso ao ágar, têm-se a
opção de preparar um meio de cultura a partir de gelatina incolor, como
descrito na Atividade complementar da página 314 deste manual. Outro meio
de cultura que pode ser confeccionado é a partir de amido de milho. Para isso,
você precisará de: 7 colheres de sopa de amido de milho; 4 colheres de sopa
de açúcar; 500 mL de água.

Aqueça a água e adicione o amido de milho e açúcar, e misture-os bem. Leve


ao fogo e continue mexendo até engrossar, formando um mingau. Depois,
espere esfriar um pouco e distribua a mistura nos copos. Trata-se de uma
opção para o desenvolvimento dos fungos.

Respostas

1. Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que as diferenças


estavam relacionadas à maior ou à menor presença de fungos nos ambientes
testados.

3. Resposta pessoal. Entre as conclusões, espera-se que os alunos citem que


os fungos estão presentes em praticamente todos os ambientes.

317

Refletindo sobre o capítulo


Página 69

Respostas

a) Não, pois as algas são produtoras de cerca de 80% de gás oxigênio no


planeta, e não as plantas.

b) Sim, porque os gatos são os hospedeiros definitivos dos cistos do


Toxoplasma gondii. Os felinos infectados liberam esses cistos nas fezes, que
podem continuar infectantes por até 18 meses.

Páginas 70 e 71

Explorando o tema

Objetivos

· Verificar uma importante aplicação dos fungos na saúde humana.

· Conhecer alguns mecanismos de ação dos antibióticos.

Comentários

No ano de 1999, a penicilina foi eleita por médicos britânicos como a


descoberta do século. Esse antibiótico salvou milhões de vidas e deu início a
diversas pesquisas na busca de microrganismos que produzissem substâncias
com ação antibiótica. Além dos fungos, muitas bactérias produzem essas
moléculas. Sabe-se, por exemplo, que diversas bactérias presentes no solo
possuem os genes xenobióticos, que são capazes de expressar compostos
químicos que podem ser utilizados para diversos fins, inclusive como
antibióticos.

O interesse crescente por microrganismos marinhos tem levado a grandes


descobertas de compostos com atividade antibiótica. Além disso, a contribuição
da genômica tem sido imprescindível na descoberta de antibióticos naturais.
Por meio do sequenciamento dos organismos, novas vias metabólicas são
descobertas e, consequentemente, novos mecanismos de ação antibiótica
também.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal. Caso seja possível, disponibilize as manchetes a seguir.


Descoberto em bactérias novo gene resistente a antibióticos

DESCOBERTO em bactérias novo gene resistente a antibióticos. Terra. 19


nov. 2015. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/descobertoem-bacterias-
novo-gene-resistente-a-antibioticos,5a04b399f243cf6fa56
478999e688f1anmcdqj3b.html. Acesso em: 19 maio 2016.

Superbácterias matarão uma pessoa a cada 3 segundos em 2050

GALLAGHER, James. Superbácterias matarão uma pessoa a cada 3 segundos


em 2050. BBC Brasil, 19 maio 2016. Disponível em: www.
bbc.com/portuguese/geral-36330413. Acesso em: 19 maio 2016.

Não há hormônios nos frangos no Brasil, mas há antibióticos, e isso pode


ser um problema

MONTESANTI, Beatriz. Não há hormônios nos frangos no Brasil, mas há


antibióticos, e isso pode ser um problema. Nexo, 4 maio 2016. Disponível em:
www.nexojornal.com.br/expresso/2016/05/04/N%C3%A3o-h%C3%A1-
horm%C3%B4niosnos-frangos-no-Brasil-mas-h%C3%A1-antibi%C3%B3ticos-
e-issopode-ser-um-problema. Acesso em: 19 maio 2016.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que, entre os


grandes motivos para essa resistência, estão a própria facilidade que as
bactérias possuem em adquirir genes de resistência por meio da conjugação, e
a seleção natural, que ocorre por causa do uso indiscriminado de antibióticos.

Atividade complementar

Fungos em ação

Objetivos

· Identificar a ação de fungos.

· Manipular materiais.

Materiais

· 1 colher de chá de fermento biológico

· 1 xícara de chá de farinha de trigo

· 100 mL de água aquecida


· 1 colher de chá de manteiga

· 1 colher de chá de açúcar

· 1 colher de chá de sal

· 2 copos de água

Procedimento

· Misture todos os ingredientes para fazer a massa, menos o fermento


biológico. Faça uma bolinha com essa massa e coloque-a dentro de um dos
copos com água.

· Coloque o fermento na massa que sobrou e misture bem. Em seguida, faça


uma bolinha e coloque-a dentro do outro copo com água.

· Observe por 30 minutos e veja o resultado.

Comentários

Espera-se que a bolinha de massa com fermento biológico, composto de


leveduras, flutue na coluna de água, enquanto a outra permaneça no fundo. A
flutuação da massa vai ocorrer, pois, ao realizar fermentação alcoólica, as
leveduras consomem a glicose da massa e produzem gás carbônico e etanol.
Veja a reação química que representa a fermentação alcoólica: (C 6 H 12 O 6 -→
C 2 H 6 O + 2CO 2). Esse gás fica preso no interior da massa, formando bolhas
que fazem a massa crescer e tornar-se menos densa e macia, permitindo que
ela flutue. A outra massa não sobe, pois não existe produção de gás carbônico.

Questione os alunos sobre as necessidades nutricionais dos fungos. Sobre


isso, leia o texto a seguir.

Os fungos são considerados seres heterotróficos, necessitando de materiais


orgânicos já formados, que servem como fonte de energia e como constituintes
celulares.

318

Por causa da rigidez da parede celular, sua nutrição é por absorção de


nutrientes solúveis simples. Realizam respiração celular ou fermentação para
obtenção de energia, e sua reserva energética é sob a forma de glicogênio.
Devido à ausência de clorofila nos fungos, torna-se necessário que o substrato
forneça as substâncias já elaboradas indispensáveis à alimentação, obrigando
os fungos a viverem em estado de saprofitismo, parasitismo, simbiose (liquens,
por exemplo) ou mutualismo.

[...]

MORAES, A. M. L. e outros. Micologia. In: Conceitos e Métodos para a


Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde. Rio de Janeiro,
EPSJV,IOC, Fiocruz. 2009. v 4. p. 402. Disponível em:
www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/cap4.pdf. Acesso em: 20 maio 2016.

Unidade 2 - Plantas

Páginas 72 e 73

Nesta unidade serão abordados os principais grupos de plantas com relação


aos aspectos evolutivos e características gerais de cada um deles. A abertura
da unidade apresenta uma cena do filme Wall-E, que trata da importância das
plantas para a vida na Terra.

Se achar interessante, organize um momento para assistir ao filme com os


alunos. Se não houver essa possibilidade, indique-o e converse posteriormente
sobre ele.

Questione os alunos sobre qual a relação entre a presença de vegetais em um


local e as possíveis condições existentes para abrigar a vida humana. Espera-
se que os alunos conversem sobre os fatores básicos de que os vegetais
precisam para sobreviver, tais como ar, água e luz, bem como a realização de
fotossíntese, processo responsável pela liberação do gás oxigênio na
atmosfera, e essencial aos seres humanos e a outras formas de vida.

CRÉDITO: Filme de Andrew Stanton. Wall-E. EUA, 2008. Foto: Walt Disney
Pictures/Photos 12 Cinema/Glow Images

Capítulo 4 - Briófitas, pteridófitas e gimnospermas

Objetivos

· Conhecer a classificação das plantas.

· Conhecer os grupos das briófitas, pteridófitas e gimnospermas.


· Conhecer o ciclo reprodutivo de briófitas, pteridófitas e gimnospermas.

· Identificar as semelhanças e as diferenças entre as briófitas, as pteridófitas e


as gimnospermas.

Página 74 - Abertura de capítulo

· Nessa página é apresentado um exemplo da utilização de um grupo de


plantas briófitas como fonte de energia. A partir dos questionamentos, verifique
os conhecimentos prévios dos alunos sobre esse grupo, bem como os outros
que formam o reino plantae. Aproveite para conversar com os alunos sobre a
relação dos efeitos da queima de combustíveis fósseis.

· Se possível, antes de iniciar o assunto, colete um musgo em local úmido e


leve-o para a sala de aula, a fim de que os alunos tenham contato com esse
grupo de plantas. Coloque em um recipiente e peça aos alunos que o
mantenham úmido.

Página 75

· As plantas também apresentam outras características que foram importantes


na ocupação e na conquista do ambiente terrestre, como presença de cutícula,
estômatos, desenvolvimento de raízes e estruturas de absorção e parede
celular rígida.

Páginas 76 e 77

· Em relação à classificação das plantas e à quantidade de seus


representantes, um estudo realizado pelo BGCI (Botanical Gardens
Conservation International) aponta que ainda hoje não é possível determinar
claramente o número de plantas existentes. Novas espécies ainda estão sendo
identificadas e muitas delas são tratadas em diferentes áreas por nomes
também diferentes. Entretanto, estima-se que o número total de espécies de
plantas seja da ordem de 400 mil. O primeiro check-list dos nomes de plantas
foi completado em 2010. O inventário The Plant-List fornece um catálogo de
nomes de plantas organizados para mostrar quais nomes são aceitos e quais
são considerados sinônimos. Essa lista contém mais de 1 milhão de nomes de
espécies de plantas das quais cerca de 350 mil são nomes aceitos. A
quantidade dessas espécies de plantas que estão sob ameaça de extinção
também é incerta, mas estima-se que cerca de uma em cada 5 espécies (20%)
de plantas esteja ameaçada de extinção no mundo.

Páginas 78 e 79

· Aproveite a oportunidade e retome o assunto das trufas na página de


abertura. Diga aos alunos que essa composição também é encontrada em solo
brasileiro e, por ser rica em matéria orgânica, pode ser aplicada na agricultura
como insumo para produção de condicionadores de solos, biofertilizantes e
substratos de mudas.

· Algumas espécies de briófitas suportam temperaturas abaixo de 0 °C, e


outras sobrevivem em climas semiáridos ou áridos. Algumas espécies, ainda,
são flutuantes enquanto outras são submersas, mas não são encontradas em
nenhuma ocasião em água salgada. Além de serem amplamente distribuídas
nos mais variados ambientes, as briófitas podem ser utilizadas como
bioindicadoras. Veja o trecho do texto a seguir.

319

[...]

As briófitas são plantas com grande potencial bioindicador (uma das principais
importâncias ecológicas das briófitas), estando diretamente relacionadas com a
qualidade do ar e alterações decorrentes da urbanização, mesmo existindo
vários métodos que permitem avaliar a concentração e efeitos contaminantes
no meio ambiente, a bioindicação tem sido o método mais usado nas últimas
décadas [...].

[...] as briófitas [...] são bons indicadores ambientais, como da qualidade do


solo em florestas, das condições de pH, da presença de cálcio, da altitude, de
depósitos minerais, como minérios do cobre, zinco, ferro e chumbo, de fontes
de enxofre, de poluição da água e de poluição do ar [...].

GENTIL, K. C. S.; MENEZES, C. R. Levantamento de briófitas bioindicadoras


de perturbação ambiental do campus Marco Zero do Equador da UNIFAP.
Biota Amazônia. Macapá, v. 1, n. 1. 2011. Disponível em:
https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/ article/view/140/v1n1p63-73.pdf.
Acesso em: 17 maio 2016.
Página 82

· As gimnospermas apresentam os canais resiníferos, que são ductos que


conduzem resinas pelo corpo da planta. Algumas resinas possuem importância
comercial, como é o caso da mirra e do incenso. Em algumas plantas, esses
ductos aparentemente se desenvolvem em resposta a injúrias e ferimentos. A
resina pode ser considerada um mecanismo de defesa química, pois pode
atuar na cura de ferimentos e na defesa contra predadores.

· Explique aos alunos que no Brasil é baixa a diversidade de espécies no grupo


das gimnospermas, sendo possível indicar no grupo das Coniferophytas de 4 a
5 espécies, enquanto no mundo há cerca de 600 espécies. No grupo das
Cycadophytas, 2 espécies dentre 121 no mundo, e entre as Gnetophytas de 8
a 9, dentro das 70 conhecidas no mundo.

· No grupo Gnetophyta, encontram-se os gêneros Ephedra e Gnetum,


conhecidos por apresentarem várias características em comum com o grupo
das angiospermas, conteúdo que será estudado no próximo capítulo.

· Entre as gimnospermas, a Araucaria angustifolia foi a mais representativa


economicamente no passado, mas por causa da grande exploração da
madeira, hoje é o grupo de menor valor.

Refletindo sobre o capítulo

Página 87

Respostas

a) Nas plantas os gametas são formados por mitose, enquanto nos animais
estas células são produzidas por meiose.

b) Possíveis respostas: a presença de tecidos ao redor do embrião e o


desenvolvimento de esporos auxiliaram na dispersão e manutenção do novo
indivíduo em ambientes com ausência de água; a formação de tecidos de
condução (xilema e floema) possibilitaram maior eficiência na distribuição de
nutrientes e água para todo o vegetal, fazendo-o atingir maiores portes e
desenvolver outras estruturas especializadas; o desenvolvimento de semente,
que proporcionou proteção ao embrião e possibilitou a dispersão por animais; o
desenvolvimento de grãos de pólen, que poderiam ser dispersos pelo ar,
tornando as plantas independentes da água para dispersar seus gametas.

Trocando ideias

Páginas 88 e 89

Objetivos

· Conhecer a biologia reprodutiva da araucária.

· Conhecer os possíveis efeitos das ações antrópicas sobre a redução da


população de araucárias.

· Conhecer possíveis métodos de conservação da araucária.

Comentários

A araucária é uma espécie símbolo das gimnospermas no Brasil, que,


atualmente, sofre intensa pressão antrópica e dificuldade de se manter no
ambiente. Isso ocorre porque a planta naturalmente enfrenta dificuldades de
reprodução, pelo amadurecimento sexual tardio e pelo obstáculo da distância
que o grão de pólen precisa superar para fecundar a oosfera. O desmatamento
é o principal fator que vem aumentando a dificuldade de reprodução dessa
espécie, pois reduz o número de indivíduos e aumenta a distância entre os
organismos remanescentes no ambiente.

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem a exploração


indiscriminada da madeira com o longo tempo de crescimento da planta e a
dificuldade de reprodução, além da redução das gralhas-azuis, aves que
transportavam o pinhão, auxiliando na dispersão das sementes. Os fatores
associados causaram a redução nas populações dessa espécie.

b) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Caminhos das briófitas, pteridófitas e gimnospermas

Objetivos

· Visualizar plantas dos diferentes grupos estudados.


· Observar plantas.

· Identificar diferentes grupos de plantas com base nas características físicas.

Comentários

É importante possibilitar o contato dos alunos com os grupos de plantas


estudadas em sala de aula.

320

Um passeio em um local próximo ao colégio pode ser favorável a este


processo.

Escolha um local próximo ao colégio, como uma praça ou bosque. Percorra o


local previamente para se certificar da existência de exemplares de briófitas,
pteridófitas e gimnospermas e estabeleça um percurso. No dia do passeio,
direcione os alunos a cada um dos exemplares pré-selecionados. Em cada
planta analisada, peça aos alunos que anotem algumas características do
local, como sombreamento e proximidade de água, bem como as
características das plantas, como altura, substrato em que estão fixadas,
presença de sementes, entre outras características que puderem ser
exploradas. O tempo de observação de cada grupo de planta deve ser
planejado de modo a garantir que todas as plantas sejam observadas durante o
passeio.

Ao retornar à sala de aula, peça aos alunos que citem as características


observadas em cada planta analisada e anote as informações no quadro. É
importante esclarecer a eles que não devem coletar nenhuma planta do
ambiente.

Capítulo 5 - Angiospermas

Objetivos

· Conhecer a origem e a evolução do grupo das angiospermas.

· Conhecer as principais características das angiospermas.

· Conhecer e diferenciar os grupos de angiospermas.

· Diferenciar os tipos de polinização e de dispersão de sementes.


· Conhecer a estrutura interna e externa de raiz, caule, folha, flor, fruto e
semente.

· Conhecer os diferentes tipos de raiz, caule, folha, flor e fruto.

· Diferenciar os tecidos das plantas.

· Identificar as principais diferenças entre as angiospermas e os demais grupos


de plantas.

Página 90 - Abertura de capítulo

· O texto de abertura tem como objetivo associar a agricultura à reprodução


das angiospermas, tema abordado neste capítulo. Por meio desta estratégia,
busca-se aproximar o assunto a ser tratado com o cotidiano dos alunos,
promovendo um levantamento de conhecimentos prévios e retomando
assuntos abordados no capítulo 4 deste volume.

· Ao trabalhar as questões a, b e c, enfatize aos alunos a importância dos


insetos no ambiente, principalmente para o grupo das angiospermas. Os
insetos realizam a polinização das plantas, portanto retirá-los do ambiente pode
causar redução nas populações de plantas nativas e cultivadas nas plantações,
que deixarão de ter seu agente polinizador.

Página 91

· Os peroxissomos são organelas encontradas em todas as células vegetais.


Com a evolução das sementes, outras adaptações surgiram, como o
glioxissomo, um tipo específico de peroxissomo. Os glioxissomos são mais
frequentemente encontrados em sementes que armazenam óleos, como soja,
algodão e mamona. Nessas sementes, os glioxissomos desempenham função
central na oxidação dos ácidos graxos, transformando os óleos armazenados
em açúcares, fonte de energia para o embrião durante a germinação.

A fotorrespiração resulta na perda de CO2 por células que estejam


simultaneamente fixando CO2 por meio da fotossíntese. A fotorrespiração
envolve três organelas (cloroplasto, peroxissomo e mitocôndria) e ocorre
graças à ação de oxigenase da rubisco, enzima que também atua na fixação
do CO2 na fotossíntese. Na fotorrespiração, o oxigênio é consumido em dois
pontos principais, na formação do glicolato no cloroplasto e da glicina no
peroxissomo, e a liberação do CO ocorre na mitocôndria. A fotorrespiração
reduz em até 25% a quantidade de carbono fixado em carboidrato e,
consequentemente, o crescimento do vegetal. Esse tipo de respiração ocorre
quando as taxas de O estão muito elevadas, como em dias quentes e secos.

Página 93

· Diferentes famílias de angiospermas podem apresentar variados tipos de


inflorescências: espiga - flores sésseis e dispostas em diferentes posições de
um único eixo central, como o milho (Zea mays - família Poaceae); capítulo -
flores sésseis protegidas por brácteas e densamente dispostas na mesma
altura de um eixo principal curto, como a margarida (Chrysanthemum
leucanthemum - família Asteraceae); umbela - flores pedunculadas inseridas na
mesma altura de um único eixo, como na cenoura (Daucus carota - família
Rubiaceae).

· Ao abordar as inflorescências, leve para a sala de aula um exemplar com as


flores a fim de que os alunos as identifique.

321

· Ao trabalhar as relações entre esporófito e gametófito nas plantas, aproveite


para traçar um paralelo entre a redução do gametófito e a progressiva
independência da água para reprodução, observada entre briófitas, pteridófitas
e plantas com sementes, uma característica muito importante para as plantas
no ambiente terrestre.

Páginas 94 a 96

· Após trabalhar o conteúdo das páginas 94 e 95, retome o assunto abordado


na página de abertura do capítulo. Questione os alunos sobre quais processos
descritos nestas páginas são diretamente atingidos pela ação dos inseticidas.
Espera-se que os alunos digam que a polinização realizada por insetos, tais
como a abelha, é prejudicada, afetando assim a realização do processo
descrito a partir da etapa 5 (chegada do grão de pólen e formação do tubo
polínico).
· Os agentes polinizadores das angiospermas mais comuns são os insetos.
Leia o trecho de um texto que relaciona a presença do inseto à cor da flor da
angiosperma.

[...]

[...] a cantarofilia (polinização realizada por besouros) pode ser a mais antiga
forma de polinização. As flores polinizadas pelos besouros são brancas ou
pouco coloridas; as flores polinizadas por moscas (miofilia) também são pouco
atrativas, mas possuem um odor forte. [...] a polinização pelos lepidópteros
divide-se em: falenofilia (polinização por mariposas), que está associada a
flores de cores claras e pendentes para baixo e que possuem abertura noturna
ou crespuscular; e em psicofilia (polinização por borboletas), que é tipificada
por flores vermelhas, amarelas ou azuis, direcionadas para cima e com
abertura diurna. Ressalta a grande importância dos hymenópteros, em especial
das abelhas (melitofilia) na polinização, que quase sempre são atraídas por
flores chamativas, amarelas ou azuis, e com cheiro doce. Sabe-se, porém, que
nem todas as espécies vegetais dotadas de flores são igualmente atrativas
para os insetos polinizadores [...].

FAVATO, A. A. L.; ANDRIAN, I. F. A Importância da Polinização por insetos na


manutenção dos Recursos Naturais. Dia a dia Educação. Disponível em:
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2532-8.pdf. Acesso em:
18 maio 2016.

· Comente com os alunos que as características apresentadas pelas flores


relacionadas a um tipo específico de polinizador, como mostradas na página
96, foram selecionadas ao longo da evolução natural. Por exemplo, como os
morcegos são animais noturnos e não dependem de estímulos visuais para
localizar suas fontes de alimento. Assim, as flores que apresentam odor forte,
percebidas pelo animal por meio de quimiorreceptores e da grande
recompensa alimentar (néctar), favorecem a visitação, consequentemente a
polinização. Isso favorece a reprodução das plantas com esses tipos de
características.

Página 97
· Ao abordar a classificação das angiospermas, explique aos alunos que as
magnoliidas e as angiospermas basais ainda estão em fase de organização e
compreendem organismos que não se encaixam claramente em mono ou
eudicotiledônea.

· As angiospermas basais compreendem cerca de 100 espécies e parecem


incluir as angiospermas pertencentes às linhagens mais ancestrais, como
Amborella trichopoda, nenúfares e anis. Já as magnollidas são representadas
por cerca de 8 mil espécies, como magnólias, pimenta-preta e louro. Este
grupo compartilha algumas características com as angiospermas basais, mas
são mais intimamente relacionadas às monocotiledôneas e eudicotiledôneas.
Elas possuem células oleíferas, com óleos voláteis que garantem o cheiro
característico da noz-moscada, da pimenta-do-reino e das folhas de louro, por
exemplo. As magnoliidas incluem plantas lenhosas e paleoervas, que são as
angiospermas com características mais arcaicas e, atualmente, incluem
Piperaceae e Aristolochiaceae. Assim, vemos que as relações evolutivas das
magnoliídeas não são ainda bem compreendidas.

Página 98

· A aeração dos tecidos internos é realizada por meio de lenticelas, que são
aberturas no súber de caules, raízes e de outras partes das plantas. Tais
aberturas possibilitam a troca de gases entre os tecidos internos dos órgãos
vegetais e a atmosfera. Essa estrutura é apresentada mais detalhadamente na
página 114 deste capítulo.

Página 100

· Ao abordar os tecidos condutores e suas células, aproveite para retomar com


os alunos o transporte célula a célula observado nas plantas avasculares.
Questione-os se o transporte de substâncias é mais rápido quando precisa
atravessar membranas celulares de estruturas microscópicas (células), ou
quando atravessa estruturas em forma de tubos e que se comunicam entre si.
É importante que eles reconheçam que a existência dos vasos condutores
permite que as substâncias sejam transportadas a distâncias maiores no corpo
das plantas, possibilitando que o ser vivo atinja grandes tamanhos. Aproveite
para comparar o tamanho do musgo apresentado no início do capítulo com
uma árvore, como a mangueira.

Página 106

· Existe um terceiro tipo de caule que ocorre em algumas espécies, como o


sabugueiro-do-canadá (Sambucus canadensis), a alfafa (Medicago sativa) e o
ranúnculo (Ranunculus sp.). Este tipo de caule apresenta uma organização
intermediária entre os dois anteriores.

322

Os tecidos vasculares primários se desenvolvem como um cilindro de cordões


isolados, ou feixes, separados um do outro pelo tecido fundamental. Nele, é
possível diferenciar medula e córtex.

Páginas 107 e 108

· Após apresentar a estrutura do caule das dicotiledôneas, retome o conceito


de raízes adventícias, citado na página 103. Como o tipo de raiz é formado a
partir de outras estruturas das plantas, entre elas o caule, a estrutura interna
das raízes-escora, por exemplo, são semelhantes à estrutura do caule e não à
da raiz propriamente dita.

· Diga aos alunos que a bananeira é um outro exemplo de rizoma, na qual a


estrutura que enxergamos sobre o solo é, na verdade, um pseudocaule que se
desenvolve a partir do caule subterrâneo.

· Ao definir catafilo do caule bulbo, comente que cada uma das "camadas" da
cebola é um catafilo.

· Ao abordar os anéis de crescimento das plantas, informe aos alunos que no


volume do 3º ano desta coleção, será abordado que as florestas tropicais
apresentam médias de temperatura e umidade elevadas o ano todo,
favorecendo o crescimento e o desenvolvimento vegetal. Por isso, as plantas
apresentam um crescimento contínuo ao longo do ano, se comparadas às
plantas de outros locais que apresentam temperaturas baixas e/ou baixa
umidade.

· Ao trabalhar a seção Encontro com...História, aproveite para citar que a


seringueira é uma dicotiledônea polinizada, principalmente, por insetos. Assim,
o problema da interferência na reprodução das angiospermas também poderia
interferir na atividade comercial da produção de borracha.

Páginas 110 a 112

· Ao citar os estômatos nas folhas (página 110), relembre os alunos de que a


capacidade de permitir as trocas gasosas está relacionada às células-guarda,
que controlam a abertura e o fechamento estomático.

· As folhas são constituídas basicamente pelos mesmos sistemas de tecidos


encontrados na raiz e no caule, ou seja, sistema dérmico (epiderme), sistema
fundamental (parênquima e tecido de sustentação) e sistema vascular (tecido
de condução).

· Algumas folhas, como a da planta costela-de-adão (Monstera deliciosa), são


consideradas folhas simples, apesar de serem profundamente lobadas. A
principal característica para a diferenciação deste tipo de folha e da composta é
a observação de pecíolos na folha composta.

· Pode ocorrer uma grande variação na estrutura interna das folhas,


relacionada aos aspectos como a posição taxonômica e as adaptações
evolutivas aos diferentes hábitats. As folhas não apresentam crescimento
secundário, por isso, a epiderme persiste como um sistema de revestimento.

Páginas 113 a 115

· As plantas carnívoras abrangem um grupo de plantas que obtêm o gás


nitrogênio de que necessitam de fontes animais. O gás nitrogênio é encontrado
em grande quantidade na atmosfera, sob a forma de gás, e atua como um
elemento essencial aos seres vivos, fazendo parte, por exemplo, da
constituição dos ácidos nucleicos. Apesar de essencial, o nitrogênio gasoso
(N2) não pode ser absorvido diretamente pelas plantas, precisando ser
previamente modificado por outros organismos, como certas bactérias. Leia um
pouco mais sobre isso, no texto a seguir.

[...]

[...] alguns tipos de bactérias nos sistemas aquáticos, no solo e nas raízes de
algumas plantas podem converter o N2 em compostos úteis como nutrientes
para plantas e animais [...].
[...] bactérias especializadas convertem (ou fixam) o nitrogênio gasoso (N 2) em
amônia (NH3), que pode ser utilizada pelas plantas.

[...] bactérias especializadas convertem a maior parte da amônia no solo


primeiramente em íons nitrito (NO2 -), que são tóxicos para as plantas e, em
seguida, em íons nitrato (NO3 -), facilmente absorvidos pelas raízes das
plantas. Os animais, por sua vez, obtêm o nitrogênio ingerindo as plantas ou os
animais que as consomem.

[...]

MILLER JR., G.T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p.
60.

· O solo onde as plantas carnívoras se desenvolvem, no entanto, geralmente é


impróprio ao desenvolvimento de microrganismos fixadores de nitrogênio,
tornando necessária sua obtenção por meio da alimentação.

· Ao abordar os tricomas, na página 114, cite aos alunos o caso das plantas
conhecidas popularmente como urtiga, as quais podem causar irritação na pele
das pessoas que encostam em suas folhas e caules. Veja algumas
consequências, no trecho de texto a seguir.

[...]

O contato com os tricomas da espécie de Urtica (urtiga) causa dor e eritema


após penetração na pele. No caso das urtigas, Urtica urens e Urtica dioica
(família Urticaceae), os tricomas que recobrem as folhas e os caules consistem
em tubos finos com bulbos na extremidade que se rompem na pele e liberam
um fluido que contém histamina, acetilcolina e serotonina, causando uma
resposta aguda.

[...]

KLAASSEN, C.D.; WATKINS III, J. B. Fundamentos de toxicologia. 2ª ed. Porto


Alegre: AMGH Editora, 2012. p. 372.

· Ao abordar os acúleos, na página 114, explique aos alunos que as mamonas


(Ricinus communis) são um exemplo de frutos que possuem acúleos em sua
superfície.
· Após abordar o assunto reprodução vegetativa, na página 115, inicie com os
alunos um simples experimento em sala de aula.

323

Separe previamente uma folha com pedaço de caule de uma violeta, filme PVC
e um copo de vidro. Encha o volume de 3/4 do copo com água, vedando a
abertura do recipiente com o filme PVC. Faça um furo no plástico, de tamanho
suficiente para inserir o caule da violeta e evitar o acesso de insetos. Certifique-
se de que o caule está em contato com a água. Na semana seguinte, observe
a formação de raízes adventícias no caule. Se esta estrutura for plantada em
solo adequado, poderá originar um novo indivíduo, geneticamente semelhante
ao indivíduo do qual se obteve a folha.

Página 116

· Ao abordar os tipos de dispersão de sementes, aproveite para retomar os


tipos de dispersão característicos de gimnospermas (anemocoria) e de
angiospermas (zoocoria).

· Popularmente, os termos fruta e fruto são utilizados como sinônimos. No


entanto, fruto se refere à estrutura floral (geralmente ovário) que se
desenvolveu, geralmente após a fecundação da oosfera, sob a ação de
hormônios específicos. E fruta refere-se a todo fruto carnoso e comestível,
geralmente adocicado, ou seja, é uma designação genérica dos frutos
comestíveis.

· Ao abordar o assunto partenocarpia, aproveite para explicar que as bananas


selvagens, que formam os frutos por fecundação da oosfera, desenvolvem
inúmeras sementes rígidas, inviabilizando a comercialização deste fruto.

Refletindo sobre o capítulo

Página 120

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Sobre a relação animal-planta, é possível afirmar que ela é mais íntima e


dependente pelas angiospermas do que os demais grupos de plantas. A
maioria das angiospermas depende destes seres vivos para se reproduzir, e os
animais, por sua vez, dependem das plantas para sua nutrição. A germinação
nos demais grupos de plantas depende da água ou do vento para ocorrer.

c ) Sim, pois nas angiospermas se observa a zoofilia e a zoocoria, ou seja,


polinização e dispersão de sementes e frutos dependentes de animais. Assim,
a eliminação de qualquer grupo de animal do ambiente pode interferir tanto no
processo de formação da semente e do fruto, quanto na sua dispersão no
ambiente.

d) Sim, pois as angiospermas apresentam adaptações a condições específicas


do ambiente. Assim, plantas dotadas de certas modificações e estruturas
apresentam mais chances de sobrevivência e reprodução em ambientes
considerados adversos, quando comparadas aos outros grupos de plantas que
não apresentam as mesmas características.

Trocando ideias

Página 121

Objetivos

· Reconhecer as abelhas como importantes agentes polinizadores.

· Reconhecer o papel dos animais como agentes polinizadores e dispersores.

· Conhecer o impacto de algumas ações antrópicas sobre os insetos.

Comentários

As angiospermas são plantas dependentes dos agentes polinizadores para a


reprodução, mas as ações antrópicas vêm causando danos a esse processo
natural. As consequências aparecem lentamente no ambiente, mas, a longo
prazo, podem causar a extinção de muitas espécies vegetais, uma vez que, na
ausência de polinização e dispersão, a formação de novos indivíduos é afetada
diretamente e de forma negativa.

Enfatize aos alunos a importância do uso controlado de inseticidas. Apesar de


aumentar a produtividade e proteger as plantações de muitas pragas, eles
devem ser utilizados com mais cautela, priorizando os que possuem ação
específica em vez daqueles com amplo espectro de ação. Associado a isso, a
conservação de áreas naturais, que permitem a reprodução destes animais e o
uso de técnicas alternativas de cultivo, como a agricultura orgânica, são
algumas possíveis alternativas para reduzir o efeito dos inseticidas sobre os
polinizadores.

No caso dos animais dispersores, que também apresentam uma íntima relação
com os vegetais, a manutenção de ambos no ambiente depende diretamente
da presença de cada um deles. Assim, para manter um vegetal, é preciso
conservar seu agente dispersor, e vice-versa.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Polinização e alimentação humana

Objetivos

· Reconhecer a importância de diferentes grupos de animais na produção de


alimentos.

· Reconhecer a necessidade da adoção de medidas que visem à conservação


destes animais.

· Conhecer diferentes tipos de plantas polinizadas por animais.

Comentários

Os insetos são um importante grupo de organismos polinizadores que


interferem diretamente na produção de muitos alimentos que consumimos. No
entanto, outros grupos de animais também são essenciais para a produção dos
mais variados tipos de alimentos. Muitos deles, inclusive, estão sofrendo
pressão da ação antrópica tanto quanto os insetos.

324

Procedimento

Leve os alunos até o laboratório de informática para pesquisarem a respeito


dos tipos de vegetais polinizados por animais e que fazem parte da
alimentação humana. Em seguida, organize os alunos em grupos de cinco
integrantes e peça-lhes que selecionem um vegetal e seu respectivo
polinizador. Certifique-se de que cada grupo ficará responsável por um tipo de
alimento, para evitar repetições, e verifique a possibilidade de incluir diferentes
grupos de animais. Cada grupo de alunos deverá elaborar um cartaz com
imagens do vegetal e seu animal polinizador. Promova a exposição dos
cartazes na escola.

Capítulo 6 - Fisiologia vegetal

Objetivos

Objetivos

· Conhecer o mecanismo de transporte de água nas angiospermas.

· Conhecer o mecanismo de condução de seiva nas angiospermas.

· Conhecer como ocorre a nutrição das angiospermas.

· Conhecer algumas características dos processos de transpiração,


fotossíntese e respiração.

· Reconhecer a interferência da luz solar na ocorrência da respiração e da


fotossíntese.

· Conhecer os hormônios vegetais e seu papel nas plantas.

· Reconhecer os diferentes tipos de movimentos vegetais.

Página 122 - Abertura de capítulo

· Antes de iniciar a leitura do texto de abertura, peça aos alunos que analisem a
fotografia desta página, questionando-os sobre a importância da luz solar e da
cor verde nas plantas. Espera-se, com isso, que os alunos associem a imagem
à fotossíntese.

· O texto aborda a tentativa do ser humano de reproduzir artificialmente o


mecanismo que somente os organismos autótrofos são capazes de realizar, a
fotossíntese. O objetivo desta abertura é, por meio de uma novidade
tecnológica, apresentar a fotossíntese, um processo dependente de luz solar,
da água e do gás carbônico. A partir dos questionamentos, é possível levantar
os conhecimentos prévios dos alunos a respeito da fotossíntese. Enfatize aos
alunos que outros organismos, dotados de clorofila, como certos protozoários e
bactérias, também realizam fotossíntese.

Páginas 123 a 125

· Ao abordar o transporte de água através das células da endoderme, na


página 123, e a Teoria do fluxo em massa, na página 124, relembre com os
alunos o assunto membrana plasmática e osmose, abordado no volume de 1º
ano desta coleção. As membranas plasmáticas são formadas por uma
bicamada lipídica, através da qual a maioria das substâncias não é capaz de
passar livremente. Nesses casos, transportadores específicos controlam as
substâncias que passam de um lado ao outro da membrana celular. Assim, a
água pode se difundir pela membrana ou atravessá-la por meio de
aquaporinas.

· Sobre a pressão hidrostática envolvida no processo de transporte da água


nas plantas, leia o texto a seguir.

[...]

A coesão proporciona à água uma grande resistência à tensão, definida como


a força máxima por unidade de área que uma coluna de água pode suportar
antes de quebrar. Normalmente, não se pensa em líquidos como tendo força
de tração; entretanto, tal propriedade deve existir para que uma coluna de água
seja elevada em um tubo capilar.

É possível demonstrar a força de tração da água colocando-a em uma seringa


tampada [...]. Quando o êmbolo é empurrado, a água é comprimida e se
desenvolve uma pressão hidrostática positiva. [...]

Se o êmbolo for puxado, em vez de empurrado, desenvolve-se uma tensão na


água, ou pressão hidrostática negativa, para resistir à tração. Quão forte deve-
se puxar o êmbolo antes que as moléculas de água separem-se umas das
outras e a coluna de água quebre? Quebrar uma coluna de água requer
energia suficiente para romper as ligações de hidrogênio que atraem as
moléculas de água umas às outras.

[...]
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.
64.

· Sobre a interferência da umidade e da temperatura na transpiração das


plantas (páginas 124 e 125), leia o texto a seguir.

[...]

Apesar de a abertura e o fechamento dos estômatos serem os fatores que mais


afetam a taxa de transpiração, inúmeros outros fatores, tanto ambientais como
da própria planta, influenciam a transpiração. Um dos mais importantes é a
temperatura. A velocidade de evaporação de água dobra a cada aumento de
10 °C de temperatura. Entretanto, uma vez que a transpiração resfriamento da
superfície foliar, sua temperatura não aumenta tão rapidamente como a do ar
circundante. [...], estômato fecha quando as temperaturas excedem 30 - 35 °C.

A umidade também é importante. Isso se deve a que a velocidade de


transpiração é proporcional à diferença da pressão de vapor entre os espaços
intercelulares (ar) e a superfície da folha.

325

A água é perdida muito mais devagar numa atmosfera já carregada de vapor-


d'água. As folhas de plantas que crescem em florestas sombreadas, onde a
umidade é geralmente alta, tipicamente apresentam grandes superfícies
foliares, pois seu principal problema é obter luz suficiente e não a perda de
água. [...]

[...]

RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 724.

· Ao abordar o assunto gutação, informe aos alunos que o orvalho, também


chamado de sereno, é um fenômeno físico em que a umidade presente no ar
se condensa na forma de pequenas gotas de água, quando em contato com
superfícies frias. Esse fenômeno pode ser observado, por exemplo, quando
respiramos próximo a um vidro em um dia muito frio. Nessa situação, a
umidade presente no ar que expiramos se condensa quando entra em contato
com o vidro, em um processo semelhante ao que ocorre na natureza durante a
formação do orvalho.

Página 126

· Os nutrientes essenciais desempenham as mais variadas funções no


organismo das plantas, sendo que sua deficiência pode resultar em alguns
sintomas característicos. Assim, a associação correta de um determinado
sintoma a um nutriente específico pode indicar ao produtor, por exemplo, qual
está escasso no solo, direcionando a escolha da adubação mais adequada.
Veja, a seguir, alguns nutrientes e os sintomas de suas deficiências no vegetal.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Nutriente Sintomas de deficiência

Níquel Manchas necróticas nas pontas das folhas.

Folhas jovens com nervuras e áreas


Enxofre
internervais verde-claras.

Plantas verde-escuras, tornando-se


vermelhas ou roxas; nos estágios mais
Fósforo avançados do crescimento, os caules se
atrofiam, as folhas mais velhas se tornam
marrom-escuras e morrem.

Folhas podem se tornar vermelhas,


algumas vezes com manchas necróticas;
Magnésio
ápices e margens foliares se tornam
curvados para cima.

Ápices caulinares e radiculares morrem;


folhas jovens primeiro formam ganchos,
Cálcio
seguido por morte de ápices e margens
das folhas, que parecem ter sido cortadas.
Em casos mais graves, as folhas se tornam
Nitrogênio completamente amarelas e, depois, ficam
marrons, quando morrem.

FONTE: RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª


ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 702.

· O excesso de adubação também é prejudicial às plantas. Um estudo


realizado com videira mostrou que o excesso de nutrientes como nitrogênio e
fósforo, resulta em atraso no amadurecimento do fruto, com formação de bagas
aquosas e moles, e dessecamento das raques, o que interfere na circulação de
seiva no cacho.

· Na adubação verde podem ser utilizadas plantas com micorrizas, associações


mutualísticas entre fungos e as raízes das plantas. Sobre este assunto, leia o
trecho do texto abaixo.

[...]

A mais comum e possivelmente a mais importante simbiose mutualista no reino


das plantas é a micorriza [...]. As micorrizas são associações entre fungos e
raízes, e ocorrem na grande maioria das plantas vasculares, tanto selvagens
como cultivadas. [...]

Os fungos micorrízicos beneficiam suas plantas hospedeiras pelo aumento da


habilidade da planta na absorção da água e dos elementos essenciais [...],
especialmente o fósforo. Incremento na absorção de zinco, manganês e cobre -
tem sido igualmente demonstrado. [...] Os fungos micorrízicos também
fornecem proteção contra o ataque por fungos patogênicos e nematódies
(pequenos vermes de solo). Em troca desses benefícios, o fungo recebe da
planta hospedeira carboidratos e vitaminas essenciais para seu crescimento.

[...]

RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 6ª ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 330.

· Ao abordar os adubos orgânicos, cite aos alunos a possibilidade de


aproveitamento dos resíduos de vegetais provenientes da alimentação, na
formação deste tipo de adubo. Enfatize a importância do aproveitamento desse
material tanto para a nutrição das plantas quanto pela redução na quantidade
de resíduos sólidos formados.

Página 127

· Ao citar a respiração, relembre aos alunos que existem organismos cuja


respiração ocorre na ausência total de gás oxigênio, os chamados organismos
anaeróbios estritos, e aqueles que podem realizar a respiração tanto na
presença quanto na ausência desse gás, os chamados organismos anaeróbios
facultativos.

Página 128

Oficina de Biologia

Objetivos

· Verificar a ocorrência da respiração e da fotossíntese nos vegetais.

Comentários

A fotossíntese envolve a fixação do gás carbônico e produção de gás oxigênio


e a respiração envolve o consumo de gás oxigênio e a produção de gás
carbônico. Ambos os processos são essenciais às plantas, uma vez que
resultam na produção do próprio alimento e na liberação de energia necessária
ao metabolismo vegetal.

326

No entanto, identificar tais processos na natureza é uma tarefa complexa, uma


vez que não é possível observar a movimentação dos gases, tampouco a
formação ou degradação dos carboidratos. Uma vez que ambos os processos
envolvem o gás oxigênio e o gás carbônico, criar um ambiente que impeça, ou
pelo menos reduza drasticamente, a troca desses gases com o ambiente
externo, possibilita verificar como a planta é capaz de manter a fotossíntese e a
respiração por processos próprios. De modo geral, a planta consome e produz
o gás CO2 utilizado na fotossíntese, bem como, consome e produz o gás O 2
utilizado na respiração. Além desses gases, a luz solar também interfere na
sobrevivência das plantas, por estar diretamente relacionada à realização da
fotossíntese. Assim, se possível, realize com os alunos a etapa de manter o
recipiente vedado em um ambiente com ausência de luz solar (escuro). Caso
seja possível a realização dessa etapa, leia para eles, o texto a seguir.

[...]

As clorofilas localizam-se nos cloroplastos, [...]. Tais organelas, além das


clorofilas, contêm outros pigmentos chamados acessórios, com os
carotenoides (carotenos e xantofilas). [...]

[...]

As plantas utilizam-se da radiação fotossinteticamente ativa [...] que está


compreendida entre 390 e 760 nm (a chamada luz visível). [...]

As folhas alteram sua morfologia e composição, adaptativamente, respondendo


à luz do meio. A luz tem o efeito de retardar a deteriora-

ção de clorofilas e proteínas. A perda de clorofilas no escuro é impedida pela


cicloheximina, um inibidor da síntese de proteínas pelos ribossomos
citoplasmáticos. As clorofilas são rapidamente degradadas nas folhas sob total
escuridão [...]

[...]

STREIT, N. M. et al. As clorofilas. Ciência Rural, v. 35, n. 3, Santa Maria,


maio/jun. 2005. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0103-84782005000300043. Acesso em: 19 maio 2016.

Comente com os alunos que a degradação da clorofila pode ser induzida pela
ausência de luz solar, mas é um evento natural durante a senescência
(envelhecimento) das folhas.

Respostas

1. O crescimento das plantas continuou ocorrendo. Espera-se que os alunos


percebam que as plantas tinham todos os elementos básicos para realizar a
fotossíntese e a respiração, como luz, água, gás carbônico e gás oxigênio,
produzidos pela fotossíntese e pela respiração.

2. As plantas possuem algumas exigências básicas, como luz solar, água, gás
carbônico e gás oxigênio, para produzir seu próprio alimento e obter a energia
necessária ao seu metabolismo. Por estarem isoladas em um recipiente
vedado, os gases necessários à sobrevivência das plantas não são trocados
com o ambiente externo. Assim, como as plantas sobreviveram ao longo dos
20 dias, elas foram capazes de promover a renovação desses gases no interior
do recipiente por meio da fotossíntese e da respiração, evitando, assim, que
estes processos cessassem.

3. Os processos de fotossíntese e respiração são essenciais à vida dos


vegetais, uma vez que são os responsáveis pela produção do alimento das
plantas e pela liberação de energia ao metabolismo.

Páginas 129 e 130

· Antes de abordar o hormônio auxina, na página 129, questione os alunos


sobre o objetivo da poda feita em plantas. Espera-se que eles respondam que
o vegetal se torna mais vistoso com esta atitude. Explique então a ação
inibitória do hormônio auxina sobre as gemas laterais, e que sua liberação
permite o desenvolvimento destas estruturas, que podem dar origem a ramos,
flores e frutos. Por isso, após a poda, as árvores se tornam mais vistosas, com
maior número de galhos e folhas.

· Comente com os alunos que, além dos inúmeros papéis desempenhados


naturalmente nos vegetais, os hormônios vegetais podem apresentar vários
usos comerciais. Veja o texto a seguir.

[...]

As auxinas vêm sendo utilizadas comercialmente na agricultura e na


horticultura há mais de 50 anos. Os primeiros usos comerciais incluíam a
prevenção da abscisão de frutos e folhas, a promoção do florescimento em
abacaxi, a indução de frutos partenocárpicos, o raleio de frutos e o
enraizamento de estacas para propagação vegetal. [...]

Em algumas espécies vegetais, os frutos sem sementes podem ser produzidos


naturalmente ou podem ser induzidos por tratamento de flores não-polinizadas
com auxina. [...]

Além dessas aplicações, as auxinas são utilizadas, hoje, como herbicidas. Os


produtos químicos 2,4-D e dicamba [...] são provavelmente as auxinas
sintéticas mais amplamente utilizadas. As auxinas sintéticas são bastante
eficientes, pois não são metabolizadas pela planta tão rapidamente quanto o
AIA.

[...]

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.
478-479.

· Ao abordar o hormônio etileno, enfatize o questionamento 11 e complete o


raciocínio com base em outro questionamento: Por que manter o fruto na
geladeira inibe seu amadurecimento?

327

Explique o efeito do amadurecimento do fruto pelo "aprisionamento" do gás


etileno ao seu redor. Em relação à geladeira, diga que a biossíntese desse
hormônio é inibida pelas baixas temperaturas. Assim, no ambiente resfriado da
geladeira, a produção do etileno é inibida, resultando em atraso no
amadurecimento da fruta.

Refletindo sobre o capítulo

Página 135

a) Resposta pessoal.

b) Sim, pois muitas atividades realizadas pelas plantas, como respiração,


transpiração, fotossíntese e movimentação da água no xilema são diretamente
relacionadas e influenciadas por variáveis ambientais, como luminosidade,
temperatura, concentração de gases (O2 e CO2), entre outras.

c ) Além da fotossíntese, a luz influencia tanto a abertura e o fechamento dos


estômatos quanto a transpiração da planta; na gutação, inibindo-a em sua
presença na distribuição de alguns hormônios, implicando em movimentos da
planta.

Páginas 136 e 137

Explorando o tema

Objetivos

· Conhecer a situação atual da Amazônia com relação ao desmatamento.


· Conhecer o papel do sensoriamento remoto no monitoramento da Amazônia.

Comentários

Apesar das atuais políticas públicas que visam à conservação da Amazônia, a


degradação desse ambiente ainda é intensa. Conhecer o estado de
conservação da Amazônia é essencial para orientar decisões e direcionar
áreas prioritárias de conservação. No entanto, o extenso território ocupado pela
Amazônia dificulta esse controle. Nesse sentido, o monitoramento via satélite
se mostra uma ferramenta útil para acompanhar seu território e,
consequentemente, seu estado de conservação e a intensidade da
degradação. O sensoriamento remoto pode ser uma ferramenta auxiliar na
conservação dos ambientes naturais.

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que sim, pois o


monitoramento ambiental permite conhecer a situação real da Amazônia com
relação ao desmatamento, orientando medidas de conservação ambiental.

b) Resposta pessoal.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que se não houver


uma diminuição da exploração da Amazônia, muitas espécies de animais e de
vegetais poderão desaparecer.

Atividade complementar

Movimentos vegetais

Objetivos

· Verificar a interferência da luz solar nos movimentos das plantas.

· Identificar o padrão de movimentação das plantas em relação a uma fonte


luminosa.

Comentários

Apesar de viverem fixas em um substrato, as plantas possuem a capacidade


de responder e ajustar-se em resposta a alterações ambientais, como a luz
solar. Essas respostas incluem, principalmente, mudanças no padrão de
crescimento, que envolvem a curvatura de uma planta em direção a um
estímulo luminoso, por exemplo.

Materiais

· 3 vasos plásticos pequenos

· 1 caixa de papelão com tampa

· 9 sementes de feijão

· 3 etiquetas

· 500 g de terra vegetal

· régua

· tesoura com pontas arredondadas

· 1 bandeja grande

Procedimentos

A. Identifique os vasos com os algarismos I, II e III.

B. Preencha cada um deles com terra vegetal e coloque 3 feijões em cada um.
Em seguida, regue-os.

C. Coloque o vaso I(controle) em um local bem iluminado.

D. Coloque o vaso II posicionado horizontalmente sobre a bandeja em um local


iluminado.

E. Recorte uma abertura em forma de quadrado de 8 cm de lado no canto


superior da caixa de papelão. Posicione a caixa na posição vertical. Coloque o
vaso III dentro da caixa e mantenha-a em um local que receba luz.

F. Regue as plantas três vezes por semana, durante 30 dias.

Oriente os alunos para que se certifiquem de que a caixa permaneça fechada


durante o intervalo de tempo do experimento, pois a única entrada de luz deve
ser o recorte no canto superior.

Após 30 dias, peça aos alunos que observem atentamente cada uma das três
plantas. Em seguida, questione-os sobre o tamanho e a posição delas. Analise
cada um dos vasos separadamente. Espera-se que os alunos observem que as
plantas crescem em direção à luz solar e de forma perpendicular ao solo.
Essas respostas estão associadas ao fototropismo e ao gravitropismo,
respectivamente. Aproveite para retomar com os alunos a influência da auxina
nesses movimentos.

328

Unidade 3 - Animais

Páginas 138 e 139

A fotografia de abertura desta unidade mostra um animal descoberto


recentemente. Esse fato ilustra uma realidade referente à biota do planeta
Terra: apesar da imensa diversidade de espécies conhecidas, descritas e
catalogadas, muitas ainda permanecem desconhecidas. Assim, é possível
perceber que a diversidade da vida na Terra é muito maior do que se tem
conhecimento até hoje.

LEGENDA: Olinguito.

CRÉDITO: SuperStock/Glow Images

Capítulo 7 - Poríferos e cnidários

Objetivos

· Conhecer a origem dos animais.

· Conhecer as principais características dos animais.

· Reconhecer algumas características, a fisiologia e a reprodução do grupo dos


poríferos.

· Conhecer algumas características gerais, a fisiologia e a reprodução dos


cnidários.

Página 140 - Abertura de capítulo

· O texto da abertura do capítulo apresenta informações a respeito da riqueza


de espécies dos recifes de corais, os quais servem de exemplo para enfatizar
aos alunos a importância da conservação ambiental. Aproveite e retome com
eles as informações abordadas na seção Explorando o tema do capítulo 6
deste volume, que tratam sobre a riqueza de espécies na Amazônia, uma vez
que o texto compara os recifes de corais às florestas tropicais quanto à riqueza
de espécies.

· Enfatize aos alunos que alguns ambientes apresentam maior riqueza de


espécies do que outros, mas todos devem ser protegidos da devastação.

Página 141

· Sobre a evolução dos animais, leia o trecho do texto a seguir.

[...] Os animais evoluíram a partir de ancestrais protistas flagelados coloniais,


como resultado das divisões de trabalho entre suas células agregadas. Dentro
dessas colônias celulares ancestrais - talvez análogas àquelas que ainda
existem na clorofícea Volvox ou em alguns coanoflagelados coloniais [...]
algumas células se tornaram especializadas para o movimento, outras para a
nutrição, e outras ainda se diferenciaram em gametas. Uma vez iniciada a
divisão de trabalho, essas unidades continuavam a se diferenciar enquanto
melhoravam sua coordenação com outros grupos de células em
funcionamento. Esses grupos coordenados de células evoluíram originando
organismos maiores e mais complexos que hoje chamamos de animais.

[...]

PURVES, William K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2002. p. 544.

· Além do estudo dos registros fósseis e dos padrões de desenvolvimento


embrionário, os biólogos estudam a anatomia e a fisiologia comparada dos
animais (tanto vivos, quanto fossilizados). Além disso, utilizam padrões
moleculares e a comparação de RNA para estabelecer filogenias animais. A
partir desses estudos, acredita-se que os poríferos e os cnidários se separaram
das demais linhagens evolutivas bem cedo na história da evolução do Reino
Animal.

· A simetria pode ser definida como a ocorrência de proporções harmônicas e


perfeitas ou uma estrutura que permite a divisão de um objeto em partes
idênticas em tamanho e formato. Os animais com simetria radial tendem a ter
uma vida séssil em comparação aos animais de simetria bilateral. No entanto,
os organismos sesséis apresentam a desvantagem de não serem capazes de
perseguir uma presa, assim, promoveram adaptações para agarrá-las ou filtrá-
las.

· Ao citar a simetria bilateral, comente com os alunos que a concentração de


órgãos sensoriais e tecidos nervosos centrais na região da cabeça dos animais
é chamada cefalização. Esse processo está intimamente relacionado à simetria
bilateral. Isso porque a cefalização pode significar uma vantagem evolutiva
para um animal que se move em seu ambiente com a extremidade anterior
voltada para frente. Este é considerado o posicionamento mais adequado dos
órgãos para sentir o ambiente e responder a essa percepção, dado o fato de a
região anterior ser a primeira a entrar em contato com novos ambientes.

329

Página 142

· A partir do estudo do desenvolvimento embrionário dos protostômios e dos


deuterostômios, descobriu-se que a clivagem no ovo do ancestral comum a
esses dois grupos era radial. Nesse caso, as células dividem-se ao longo de
um plano paralelo ou em ângulos retos em relação ao eixo longitudinal do
zigoto. Tal padrão manteve-se na evolução dos deuterostômios e em algumas
linhagens de protostômios. Mas, nesse último grupo, evoluiu a clivagem espiral,
na qual o plano de divisão das células é oblíquo em relação ao eixo longitudinal
do zigoto e, então, as células formam um arranjo espiral. Assim, a clivagem do
ovo nos protostômios é determinada, pois se o ovo dividir-se algumas vezes e
as células se separarem, cada célula se desenvolverá gerando uma parte do
embrião. Já nos deuterostômios, a clivagem é indeterminada, pois se as
células forem separadas após várias divisões celulares, se desenvolverão
embriões completos.

· Quanto ao celoma, explique aos alunos que os embriões apresentam espaços


chamados cavidades corporais, que são preenchidas por líquido. O tipo de
cavidade corporal é determinante na forma de locomoção do animal. Nos
acelomados, não há celoma, mas o espaço entre o tubo digestivo e o tubo
externo é preenchido por células chamadas mesenquimais. Já nos
pseudocelomados, há uma cavidade preenchida por um líquido no qual os
órgãos do corpo ficam suspensos, mas a forma do corpo não é bem delimitada,
porque o pseudoceloma tem músculos somente no lado externo; enquanto nos
celomados, os músculos estão presentes no lado de dentro, de fora e em cada
segmento ou compartimento do corpo, permitindo movimentos mais precisos.
O celoma dos celomados é coberto por uma estrutura chamada peritônio; os
órgãos do corpo desses animais ficam em bolsas peritoneais e não suspensos,
como é visto nos pseudocelomados.

Páginas 143 e 144

· Na página 143, ao citar que os poríferos não possuem tecidos verdadeiros,


retome com os alunos o conceito de tecido, visto no volume de 1 º ano desta
coleção. Os tecidos são conjuntos de células, geralmente de mesmo tipo, que
estão organizadas para realizar uma função específica. Assim, embora em
poríferos sejam encontradas células com funções específicas, essas unidades
não estão organizadas em grupos com função específica.

· Na página 143, após abordar a fisiologia dos poríferos, informe aos alunos
que todos os integrantes do Filo Porifera são aquáticos. Em seguida, relacione
essa informação à fisiologia dos poríferos, que é totalmente dependente do
fluxo de água através do corpo.

· Sobre a reprodução das esponjas, informe os alunos que a maioria das


espécies desse grupo são vivíparas, ou seja, depois da fertilização, o zigoto é
retido no interior do corpo da esponja parental, onde recebe nutrientes até que
a larva seja liberada. Os gametas femininos, chamados oócitos, podem ser
formados a partir da transformação dos coanócitos ou a partir de arqueócitos.
Algumas espécies de esponjas são ovíparas e liberam ambos os gametas no
ambiente. A fecundação geralmente é cruzada, ou seja, embora a maioria das
esponjas seja hermafrodita, os espermatozoides de um indivíduo fertilizam o
oócito de outro. As esponjas também podem originar outros indivíduos a partir
de partes de tecidos. Leia o trecho do texto a seguir.

[...]

As esponjas têm uma tremenda habilidade para reparar injúrias e restaurar as


partes perdidas, em um processo chamado de regeneração. A regeneração
não implica uma reorganização de todo o animal, mas apenas das partes
feridas.
Por outro lado, se uma esponja é cortada em pequenos fragmentos, ou se as
células são inteiramente dissociadas e juntadas em pequenos grupos ou
agregados, novas esponjas inteiras podem desenvolver-se destes fragmentos
ou agregados de células. Este processo tem sido denominado embriogênese
somática. A embriogênese somática envolve uma completa reorganização da
estrutura e das funções das células participantes ou de partes de tecido. [...]

HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de


Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 234.

Páginas 144 a 146

· Enfatize aos alunos que, apesar de pólipos e medusas serem fisicamente


bastante diferentes, eles possuem uma organização corporal similar, como
mostra o esquema da estrutura do corpo dos cnidários, na página 144.

· Os nematocistos, abordados na página 145, são as estruturas responsáveis


pelas queimaduras causadas por alguns cnidários em banhistas. Leia o trecho
do texto a seguir para os alunos.

[...]

Os nematocistos da maioria dos cnidários não são prejudiciais aos seres


humanos e são, na pior das hipóteses, um incômodo. Porém, os
envenenamentos por uma caravela-do-mar [...] e certas águas-vivas são
bastante dolorosos e, às vezes, perigosos. [...]

[...]

Chironex fleckeri [...] é uma grande cubomedusa conhecida como vespa-do-


mar. Seus envenenamentos são bastante perigosos e às vezes fatais. A
maioria dos envenenamentos fatais foi reportada para as águas australianas
tropicais, normalmente seguindo grandes queimaduras. As testemunhas
descrevem as vítimas como estando cobertas com "metros e metros de um fio
molhado e pegajoso". Os envenenamentos são muito dolorosos e as mortes,
se assim ocorrerem, resultam em uma questão de minutos.

330

Se não ocorrer a morte dentro de 20 minutos depois do envenenamento, a


completa recuperação é provável.
[...]

HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de


Zoologia. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 242, 250.

· Comente com os alunos que, em caso de queimadura por cnidários, a pessoa


deve se dirigir ou ser encaminhada imediatamente ao atendimento médico.
Não se deve fazer uso de nenhum medicamento sem prescrição médica,
tampouco esfregar a região lesionada ou lavá-la com água doce. É
recomendado apenas a aplicação de solução de ácido acético (vinagre) sobre
a queimadura para aliviar a dor, uma vez que essa solução é capaz de
neutralizar a toxina liberada pelo animal na pele da pessoa.

· Ao abordar a reprodução dos cnidários, na página 146, questione os alunos


sobre que outro reino apresenta a alternância de gerações na reprodução - as
plantas.

· Sobre o branqueamento dos corais, abordado na seção Biologia e Ambiente


da página 146, leia o texto a seguir.

Uma associação extremamente importante para os recifes de coral é a


simbiose que ocorre entre as espécies de corais e microalgas conhecidas
como zooxantelas. [...].

[...]

Um fenômeno [...] que tem ocorrido em todas as regiões recifais do globo de


forma maciça é o branqueamento [...]. Trata-se basicamente da "perda" dos
organismos fotossintetizantes (zooxantelas) presentes nos tecidos do coral
(zooxantelas ocorrem também em outros cnidários [...] e em outros
invertebrados [...] que também podem branquear). Como a cor da maioria dos
hospedeiros advém, em grande parte, da "alga" simbionte, seus tecidos
tornam-se pálidos ou brancos. [...]

Geralmente os tecidos de colônias branqueadas estão vivos e intactos.


Entretanto, a ausência das "algas" simbiontes implica em: 1) jejum compulsório
ao hospedeiro, uma vez que as algas simbiontes suprem a maior parte das
necessidades nutricionais do hospedeiro [...], e 2) diminuição das taxas de
calcificação. Portanto, [...] a colônia fica mais vulnerável a outros possíveis
estresses, como poluição [...].

MIGOTTO, A. E. Recifes de coral e branqueamento. Disponível em:


http://noticias.cebimar.usp.br/editoria-divulgacao/73-recifes-de-coral-e-
branqueamento. Acesso em: 19 maio 2016.

Refletindo sobre o capítulo

Página 148

Respostas

a ) Resposta pessoal.

b ) Porque eles trazem evidências de como eram e viviam os seres já extintos


ou os antepassados dos grupos hoje viventes. Entretanto, a análise dos fósseis
não é suficiente para classificar um ser vivo. É necessário conhecer e estudar
outros elementos da evolução, como a morfologia, a embriologia e a genética
desses seres vivos. A partir disso, é possível estimar como e quando as
mudanças ocorreram. Além disso, no curso da história da Terra, muitos seres
vivos não deixaram evidências fósseis.

c ) Os poríferos e os cnidários são animais acelomados e não têm o corpo


constituído de tecidos especializados ou órgãos.

Atividade complementar

Simetria

Objetivos

· Reconhecer o conceito de simetria.

· Confeccionar origamis.

Comentários

A simetria se refere às proporções equilibradas ou correspondência em


tamanho e forma das partes de lados opostos de um plano mediano. Esse
plano é imaginário e capaz de dividir o corpo em partes semelhantes. Nos
animais podemos encontrar grupos assimétricos, como as esponjas ou
simétricos, os quais incluem a simetria bilateral e radial, como alguns cnidários.
Materiais

· espelho plano

· papel sulfite ou jornal

· cola branca

Procedimento

· Atividade 1

A. Com a folha sulfite, siga os passos de dobradura a seguir.

CRÉDITO: Somma Studio

B. Posicione o espelho em diferentes posições no origami e observe a imagem


formada.

C. Pinte o nariz e os olhos do coala com a caneta.

D. Desenhe no caderno o que você observa em cada posição.

· Atividade 2

A. Com a folha sulfite, siga os passos de dobradura a seguir.

CRÉDITO: Somma Studio

331

B. Com a cola branca, cole as "pétalas" da flor uma à outra, como mostrado
anteriormente.

C. Posicione o espelho em diferentes posições do origami e observe a imagem


formada.

D. Desenhe no caderno o que você observa em cada posição.

Comentário

Questione os alunos sobre que tipos de simetria eles observaram nas


Atividades 1 e 2. Pergunte a eles também sobre a importância do espelho na
atividade prática.

Capítulo 8 - Platelmintos, nematódeos e moluscos

Objetivos
· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos platelmintos.

· Identificar as características de algumas parasitoses relacionadas ao filo dos


platelmintos.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução do filo dos nematódeos.

· Identificar as características de algumas parasitoses relacionadas ao filo dos


nematódeos.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos moluscos.

Página 149 - Abertura de capítulo

· Ao trabalhar esta página, questione os alunos se é possível estabelecer uma


relação entre a pintura apresentada e os grupos de seres vivos que serão
estudados no capítulo. Verifique, ainda, se eles a relacionam somente com o
grupo dos moluscos.

· O objetivo é apresentar aos alunos uma reportagem que trata da aplicação


tecnológica a partir do estudo de um grupo de seres vivos, os moluscos. Ao
abordá-la, questione os alunos sobre a importância dos estudos dos seres
vivos, e discuta com eles aspectos como a identificação da importância
ecológica dos animais para o ambiente, a necessidade de sua conservação e
os modelos para a produção de materiais, como descreve a reportagem.

Páginas 150 a 156

· Tanto os platelmintos quanto os nematelmintos são conhecidos como vermes.


Essa nomenclatura, apesar de não científica, é comum entre os pesquisadores.
Sobre isso, leia o texto a seguir.

A palavra "verme" é aplicada livremente a animais invertebrados compridos,


bilaterais e sem apêndices. Houve um tempo em que zoólogos consideraram
os Vermes como um grupo de existência taxonômica. Tal grupo incluía um
sortimento altamente diverso de formas. Esta assembleia não natural foi
classificada em vários filos. Porém, por tradição, os zoólogos ainda se referem
aos vários grupos desses animais como vermes.

Hickman C. P. e outros. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 266.
· Sobre as parasitoses em geral, leia o texto a seguir.

[...] As parasitoses intestinais continuam configurando um sério problema de


saúde pública, estando amplamente distribuídas em todo o mundo. A
prevalência destas parasitoses é geralmente alta quando aliada às precárias
condições socioeconômicas e sanitárias da população. Atualmente, estima-se
que mais de um bilhão de indivíduos em todo mundo albergam, pelo menos,
uma espécie de parasito intestinal. Neste contexto, as crianças são as mais
atingidas e prejudicadas, uma vez que seus hábitos de higiene são, na maioria
das vezes, inadequados e sua imunidade ainda não está totalmente
desenvolvida. As enteroparasitoses são reconhecidas como doenças que
podem desencadear quadros graves, especialmente em crianças. Porém são
geralmente subdiagnosticadas e negligenciadas. Pode-se atribuir esse fato ao
alto número de assintomáticos ou as pessoas acometidas viverem em
condições propícias ao desenvolvimento dessas parasitoses intestinais.
Crianças hospitalizadas em geral apresentam-se mais suscetíveis às
parasitoses, sendo estas responsáveis pelo agravamento do quadro clínico e
aumento do tempo de permanência hospitalar, gerando sérios danos a essa
população. Os principais fatores de risco associados às infecções parasitárias
são: precárias condições sanitárias, educacionais e socioeconômicas; índice de
aglomeração de pessoas; uso inadequado e contaminação do solo, água e
alimentos [...].

ALMEIDA, I. A. de. Prevalência de enteroparasitos em crianças hospitalizadas


em Pelotas, Rio Grande Do Sul, Brasil. 2013. 72 f. Dissertação (Mestrado em
Parasitologia) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2013. Disponível em:
repositorio.ufpel.edu.br/bitstream/123456789/2324/1/dissertacao_isis_almeida.
pdf. Acesso em: 15 maio 2016.

Páginas 154 a 156

· O filo dos nematódeos é bastante diverso e, provavelmente, um dos maiores


filos em números de espécie. A maioria delas é de vida livre, podendo ser
encontrada no fundo dos mares, nos rios e, até mesmo, em poças de água
parada, além de viverem nos solos úmidos. Estudos realizados demonstraram
a presença de mais de 4.420.000 nematódeos em um metro quadrado de solo
marinho. Há espécies que são parasitas de animais, inclusive humanos, e
plantas (fitoparasitas).

· Os nematódeos fitoparasitas constituem um grande problema para a


agricultura em todo o mundo, pois podem parasitar tanto vegetais cultivados
quanto ervas daninhas. As espécies desse filo podem parasitar diretamente os
vegetais ou atuar como transmissores de vírus, provocando a perda de
culturas. Os nematódeos fitoparasitas são atraídos por substâncias exsudadas
pelas raízes dos vegetais. Eles possuem quimiorreceptores que detectam
essas substâncias, sendo assim orientados em direção às raízes.

332

Os nematódeos fitoparasitas podem causar diversos sintomas, tais como


impedir o desenvolvimento radicular, levar à formação de galhas, causar
necrose, entre outros.

Página 157

· Veja, abaixo, as respostas das questões desta página.

Respostas

1. Resposta pessoal.

2. Estrongiloidíase - agente causador: nematódeo Strongyloides stercolaris.


Sintomas: inflamações cutâneas. Ciclo de vida: as larvas penetram a pele e
chegam aos pulmões, traqueia e epiglote, e são deglutidas atingindo o trato
digestivo, onde se desenvolve o verme adulto. A fêmea libera ovos com larvas
que eclodem ainda no intestino, liberando larvas que saem pelas fezes e
podem se desenvolver na forma infectante ou em adultos da vida livre.
Prevenção: lavar bem as mãos antes de se alimentar e após ir ao banheiro,
evitar a construção de fossas próximas a fontes de água, evitar o uso de fontes
de água que possam estar contaminadas com fezes e evitar andar descalço.

Tricuríase - agente causador: nematódeo Trichuris trichiura. Sintomas: cólicas


intestinais, dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos, insônia e perda de peso.
Ciclo de vida: o ser humano ingere alimentos contaminados com os ovos do
nematódeo, que chegam até o intestino delgado, onde as larvas eclodem. Após
três meses, essas larvas tornam-se adultas e migram para o intestino grosso,
onde vão habitar definitivamente e se reproduzir, liberando seus ovos nas
fezes. Prevenção: lavar bem os alimentos e cuidar da higiene pessoal.

Páginas 158 a 162

· Converse com os alunos sobre a grande importância dos moluscos para o ser
humano. Além de bastante consumidos na dieta humana, lulas e ostras, por
exemplo, a madrepérola produzida por algumas espécies é utilizada na
fabricação de joias. Na agricultura, os moluscos podem tanto atuar como
pragas agrícolas (algumas lesmas e o caracol-africano, por exemplo) quanto no
controle biológico de outras espécies. Finalmente, há espécies de importância
médica, pois atuam como hospedeiros de parasitas que atingem os seres
humanos.

· Sobre os aspectos históricos e culturais que esses animais possuem em


relação ao ser humano, leia o texto a seguir.

[...] No que se refere aos moluscos, o significativo papel que esses


invertebrados desempenha(ra)m em muitas civilizações está expresso em
diversos contextos socioculturais, como religião, mitologia, cerâmica, pintura,
escultura, arquitetura, literatura e economia [...]. Na medicina, o animal inteiro
ou os produtos e substâncias dele extraídos têm sido utilizados como recursos
terapêuticos em diferentes culturas humanas desde tempos antigos. Galeno
(1992) receitava ostras para tratar problemas gástrico-intestinais. Plínio e
Hipócrates registraram escargots (Helix sp.) na ginecologia e para facilitar os
partos [...]. [...] muitos romanos consideravam esses caracóis um excelente
remédio contra indigestão. Também registra que o sangue desse gastrópode é
rico em cálcio; por conseguinte, poderia receitar-se contra o raquitismo. A baba
(muco), acreditava-se, tinha poder de cura contra verrugas e manchas de pele,
bem como dores de cabeça e acidez gástrica. Na Inglaterra do século XVIII, o
escargot era consumido principalmente para dissolver cálculos renais [...].

COSTA NETO, E. M. Os moluscos na zooterapia: medicina tradicional e


importância clínico-farmacológica. Biotemas, 2006. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/viewFile/21177/19158.
Acesso em: 20 maio 2016.

Refletindo sobre o capítulo


Página 164

Respostas

a) Uma forma de prevenção da esquistossomose e da ancilostomose (páginas


152 e 155) consiste em não haver contato com a água de possíveis locais
contaminados, como lugares onde ocorra a deposição de esgoto sem
tratamento. Com relação à teníase e à ascaridíase (páginas 153 e 155), a
prevenção consiste no cuidado no preparo dos alimentos. No caso da teníase,
a carne de porco deve ser bem cozida, e com relação à ascaridíase, os
vegetais devem ser bem cozidos ou bem lavados com água tratada, de
preferência fervida ou filtrada.

b) O caracol é um gastrópode que habita ambientes terrestres e, por isso,


realiza suas trocas gasosas por meio de pulmões. Já os outros dois
gastrópodes e o bivalve, que aparecem na página, habitam o ambiente
aquático, e realizam suas trocas gasosas por meio de brânquias. Além disso, o
caracol possui grande quantidade de cílios e glândulas mucosas nos pés, que
o auxiliam a se movimentar quando rasteja pelo substrato.

c ) Possuem olhos desenvolvidos capazes de formar imagens reais,


apresentam tentáculos saindo da região da cabeça e se locomovem por jato-
propulsão.

Atividade complementar

Indicando a qualidade da água

Objetivos

· Analisar a água da chuva.

· Reconhecer a importância dos cuidados com a água.

Materiais

· 10 folhas de repolho roxo

· panela

· 400 mL de água

· uma peneira
· um copo transparente de 300 mL de capacidade

· água coletada de chuva ou poça de água

Procedimentos

A. Colete aproximadamente 300 mL de água da chuva ou de uma poça de


água, formadas no mínimo há 24 horas. (Não toque na água, utilize uma
caneca ou um pote de plástico para isso.)

B. Pique com as mãos as folhas de repolho roxo e coloque-as na panela.


Despeje a água sobre as folhas, ferva por 10 minutos e coe ao final. O
professor deve realizar essa etapa.

333

C. Coloque 150 mL da água coletada em um copo transparente. Misture duas


colheres de sopa da solução de repolho roxo e observe a cor da água. (Você
pode aumentar a quantidade da solução, caso os resultados não sejam
prontamente observados.)

Comentários

Têm-se verificado a utilização de diversos extratos naturais como indicadores


de pH. Entre os mais utilizados estão o repolho roxo, a beterraba, a cenoura, o
pimentão (verde, vermelho e amarelo), entre outros. Para esta atividade, os
resultados esperados estão descritos a seguir.

· Rosa: (pH abaixo de 7) água ácida, decorrente de grande quantidade de


matéria orgânica.

· Azul: (pH acima de 7) água básica, decorrente de substâncias básicas, tais


como produtos químicos e de esgoto.

· Roxa: (pH igual a 7) água neutra, resultados inconclusivos quanto à


contaminação por produtos químicos ou matéria orgânica.

Diga aos alunos que, de maneira geral, a grande concentração de seres vivos
em um meio resulta na redução de seu pH. Dessa maneira, o resultado de pH
ácido pode estar relacionado à alta carga de seres vivos ali presentes. Apesar
desse resultado ser inconclusivo, essa atividade tem como objetivo identificar
alterações na água, sejam elas causadas por ação biológica ou química.
Assim, a partir dos resultados obtidos, converse com os alunos sobre a
importância dos cuidados com a água parada, por causa de possíveis
contaminações por seres vivos (parasitas ou não) ou contaminações químicas.

Capítulo 9 - Anelídeos, artrópodes e equinodermos

Objetivos

· Identificar as características dos anelídeos.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos anelídeos.

· Identificar as características dos artrópodes.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos artrópodes.

· Identificar as características dos equinodermos.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos equinodermos.

Página 165 - Abertura de capítulo

· Para introduzir o tema, optamos pela utilização da imagem de um animal que,


apesar de não ser tão comum, possa despertar a curiosidade dos alunos.
Apesar de apresentar como nome popular caranguejo-ferradura, o límulo não é
um crustáceo, e sim um quelicerado. Essa definição não é mencionada nesta
página de abertura, mas será retomada na questão a da seção Refletindo
sobre o capítulo, na página 180. Se achar interessante, apresente essa
informação aos alunos, e questione-os sobre quais características um animal
deve apresentar para ser classificado no mesmo grupo das aranhas,
escorpiões e ácaros (quelicerados). Mais informações sobre esse animal são
apresentadas nos comentários das páginas 169 e 170.

· Aproveite a oportunidade para conversar sobre a aplicação da tecnologia com


base no estudo dos animais. Pergunte aos alunos sobre a importância de se
realizar testes de contaminação bacteriana em medicamentos injetáveis.

· Esclareça que os apêndices abdominais e alguns crustáceos da classe


malacostraca (camarão e lagosta) são adaptados para a natação e recebem o
nome de pleópodes.

Páginas 166 e 167

· Sobre os poliquetas, leia o texto a seguir.


[...] O grupo desempenha papel muito importante, tanto no âmbito ecológico e
econômico quanto na prestação de serviços ambientais diversos para a
manutenção das condições ambientais. Os poliquetas participam da cadeia
trófica, sendo imprescindíveis para o funcionamento do ecossistema aquático:
não só servem como item alimentar de várias espécies de peixes e crustáceos,
como ainda podem ser usados na aquicultura, na pesca esportiva e no
monitoramento ambiental [...].

RIBEIRO, R. P.; ALMEIDA, Z. S. Anelídeos poliquetas do estado do Maranhão,


Brasil: síntese do conhecimento. Bioikos, Campinas, 2014. Disponível em:
http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/ index.php/bioikos/article/view/2523.
Acesso em: 25 abr. 2016.

· Ao trabalhar os anelídeos, aproveite a oportunidade para conversar com os


alunos sobre a importância desses animais para o solo. Sobre esse assunto,
leia o texto a seguir.

Aristóteles denominava as minhocas de "intestinos do solo". Cerca de 22


séculos depois, Charles Darwin publicou suas observações [...]. Ele
demonstrou como os vermes fertilizam a terra ao trazer o subsolo para misturá-
lo com o solo da superfície. A cada 24 horas, uma minhoca é capaz de ingerir
seu próprio peso em solo, e Darwin calculou que, através do seu tubo
digestivo, passam, anualmente, entre 10 e 18 toneladas de terra seca por acre
[2,4.10-4 m2], trazendo dessa forma, potássio e fósforo do subsolo para a
superfície, além de adicionar compostos nitrogenados de seu próprio
metabolismo. Elas expõem bolores ao ar, reduzindo-os a pequenas partículas.
Elas também arrastam folhas, brotos e material orgânico para suas galerias,
que se situam nas proximidades das raízes das plantas. Suas atividades são
importantes para o arejamento do solo. Os pontos de vista de Darwin estavam
em desacordo com os de seus contemporâneos, que acreditavam que as
minhocas fossem prejudiciais às plantas. Porém, pesquisas recentes
confirmaram amplamente as descobertas de Darwin, sendo que, atualmente, o
manejo de minhocas é praticado em muitos países.

Hickman C. P. e outros. Princípios integrados de Zoologia. 11ª ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p. 343-344.
334

Página 168

· Os artrópodes são os animais dominantes no planeta. Estima-se que existam


cerca de 1,5 milhão de espécies em todo o mundo. Questione os alunos sobre
quais fatores levaram ao seu sucesso evolutivo. Entre esses fatores, destacam-
se: as adaptações como o surgimento de asas, possibilitando a conquista do
ambiente aéreo; a associação com plantas angiospermas, atuando na
polinização e na dispersão de sementes, uma relação benéfica que contribuiu
para a diversidade observada em ambos os grupos; a presença de túbulos de
Malpighi para evitar a perda d'água; o esqueleto rígido; a segmentação do
corpo e a presença de apêndices articulados, que aumentaram a força de
locomoção; e uma metamorfose completa. Sobre esse último fator, veja mais
informações nos comentários referentes à página 175.

· Ao abordar o exoesqueleto, se achar conveniente, realize a atividade 6 da


página 179. O exoesqueleto é resistente, e fornece sustentação para viver
sobre o solo, além de auxiliar a evitar a desidratação, quando o animal se
encontra exposto ao ar seco. A esclerotização, ou seja, o endurecimento do
exoesqueleto ocorre por uma série de reações químicas que o escurecem. A
esclerotização pode ser complementada com mineralização em crustáceos.

Páginas 169 e 170

· Os trilobitas, pertencentes ao subfilo Trilobita, viveram entre os períodos


Cambriano e Ordoviciano, e estão extintos há cerca de 200 milhões de anos.
Eles habitavam ambientes marinhos e possuíam carapaça rígida e um corpo
segmentado, divido em cabeça, tórax e abdome. A característica de sua
carapaça auxiliou a preservá-los durante o processo de fossilização.
Provavelmente, eram detritívoros e possuíam espécies que mediam entre 2 e
67 cm de comprimento.

LEGENDA: Reconstituição de trilobitas no fundo do mar.

CRÉDITO: DEAGOSTINI/UIG/SPL/Latinstock
· As outras duas classes que formam o subfilo dos quelicerados são
Pycnogonida, das aranhas-do-mar, e Merostomata, dos Límulos (apresentados
na página de abertura deste capítulo).

· As aranhas-do-mar possuem corpo pequeno e quatro pares de longas pernas


locomotoras. Machos apresentam pernas auxiliares para carregar os ovos em
desenvolvimento. A boca possui uma longa probóscide, com a finalidade de
sugar o fluído de animais marinhos de corpo mole.

· Os límulos (subclasse Xiphosurida) apresentam a mesma forma desde o


período triássico. Possuem uma carapaça dura e achatada, em forma de
ferradura, e um abdômen largo que termina em uma longa cauda aguda
(télson). Além disso, possuem pedipalpos semelhantes a pernas e apêndices
laminares que funcionam como brânquias foliáceas. As límulas habitam águas
marinhas rasas, geralmente sobre fundos arenosos, onde rastejam de um lado
para o outro ou se enterram. Predam outros animais ou se alimentam de
detritos.

Página 172

· Comente com os alunos sobre os hábitos alimentares dos insetos e sua


relação com o ser humano. Diga que, embora sejam fundamentais para a
polinização de plantas com flores e frutos, algumas espécies prejudicam
plantações. Outras, por sua vez, são vetores de doenças, tais como: o
mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus, febre amarela e
chikungunya; o mosquito Anopheles, chamado de mosquito-prego, vetor do
Plasmodium causador da malária; Triatoma infestans, o barbeiro, vetor da
doença de chagas; além de espécies ectoparasitas, como pulgas e piolhos.

Página 175

· Nesse momento, questione os alunos se a metamorfose completa poderia ser


um dos fatores que causaram o sucesso evolutivo dos insetos. Espera-se que
os alunos percebam que a permanência em dois nichos ecológicos
completamente diferentes durante o seu ciclo de vida (lagarta e borboleta) é
interessante no ponto de vista competitivo, pois não ocorre disputa por
alimentos entre larvas e adultos, aumentando as chances de sobrevivência de
ambos.
Páginas 176 a 178

· Os pepinos-do-mar (classe Holothuroidea) possuem um método de defesa


chamado evisceração, no qual suas vísceras são expelidas pelo ânus na
direção do agressor. O conteúdo do seu trato digestório é pegajoso e capaz de
imobilizar caranguejos e lagostas. Além disso, as vísceras possuem
substâncias tóxicas aos seus predadores. Após a evisceração, ocorre a
regeneração das partes perdidas.

· Outra característica relacionada à defesa dos pepinos-do-mar refere-se ao


revestimento de seu corpo. Em situações normais, seu corpo é mole,
semelhante à consistência de uma gelatina. No entanto, quando ameaçados,
esse tecido se torna rígido. Essa propriedade vem sendo estudada para o
desenvolvimento de novos tipos de implantes. Um exemplo disso seria a
fabricação de sensores para serem inseridos no cérebro de pacientes com mal
de Parkinson. Ao ser manipulado, o implante precisa ser resistente, mas, ao
entrar no organismo, deve-se tornar maleável, evitando danos causados pelo
atrito com os tecidos cerebrais.

335

· Outras pesquisas identificaram substâncias presentes no ouriço-do-mar que


podem ser utilizadas para inibir a coagulação sanguínea causada pela
trombose.

· As estrelas-do-mar (classe Asteroidea) podem se alimentar de moluscos,


crustáceos, vermes tubícolas e outros equinodermos, embora sejam
encontradas espécies que se alimentam de matéria orgânica em suspensão.
Por serem animais pequenos e ativos, até alguns peixes podem ser capturados
pelas estrelas-do-mar por causa da presença dos pés ambulacrários e
pedicelárias que levam o alimento à boca.

Refletindo sobre o capítulo

Página 180

Respostas
a) Não, pois diferentemente do nome popular, o Limulus polyphemus não é um
crustáceo, mas um quelicerado. Assim, ele está mais intimamente relacionado
com aranhas e escorpiões do que com caranguejos.

b) Esse tipo de desenvolvimento evita a competição entre as diferentes fases


de desenvolvimento do animal. Isso porque, geralmente, formas de vida larvais
e adultas ocupam hábitats diferentes ou possuem hábitos alimentares
diferentes.

c ) O tipo de ambiente interfere diretamente, por exemplo, no tipo de excreta e


no tipo de respiração de um animal. A respiração em animais aquáticos é feita
principalmente por brânquias, enquanto em animais terrestres as trocas
gasosas são realizadas por meio de pulmões, traqueias, entre outras
estruturas. A principal excreta nitrogenada em ambiente aquático é a amônia,
enquanto no ambiente terrestre as excretas nitrogenadas podem ser variadas e
incluir ureia e ácido úrico.

Trocando ideias

Página 181

Objetivos

· Verificar a importância dos insetos no equilíbrio ambiental.

· Conhecer alguns indicadores biológicos.

Comentários

Para um ser vivo ser considerado bioindicador, é necessário conhecer sua


taxonomia, ciclo de vida e biologia. Esses organismos devem ser sensíveis às
mudanças no ambiente para que possam ser utilizados como monitores de
perturbações ambientais.

O bioindicador pode indicar alterações de hábitats, destruição, contaminação,


reabilitação, sucessão vegetativa, mudanças climáticas, degradação de solos e
ecossistemas.

Os insetos terrestres podem ser ótimos exemplos de organismos indicadores


de qualidade ambiental, pois respondem rapidamente às perturbações e às
mudanças ambientais, como alteração do hábitat, fragmentação ou mudança
climática. Os pequenos insetos são sensíveis, podendo ter sua população
reduzida ou desaparecer após uma perturbação. É possível considerar os
insetos de solo e a serrapilheira como os microlepidópteros, micro-
himenópteros e as pequenas formigas, como exemplos de pequenos insetos
sensíveis às alterações ambientais.

De modo geral, os insetos das ordens Orthoptera, Hemiptera, Diptera,


Lepidoptera, Himenoptera e Coleoptera constituem os mais importantes
bioindicadores, pois nessas ordens de insetos se encontram os subgrupos
mais adaptados para testar níveis de poluição, redução de predadores,
aumento de plantas invasoras, inibição da decomposição, entre outras
alterações no ambiente.

Resposta

· Resposta pessoal. Primeiramente, os alunos devem criar uma situação. Por


exemplo, um lago em que espécies bioindicadoras desapareceram após a
instalação de um parque industrial próximo. A partir dessa indicação,
questione-os sobre o que pode ser feito. É possível realizar uma análise da
água do lago, identificar o tipo de contaminação, associá-la aos tipos de
indústrias da região, verificar se existem esgotos clandestinos ou a ocorrência
de algum vazamento, entre outras situações. Espera-se que os alunos
compreendam que a bioindicação é o princípio de uma série de ações que
devem ser tomadas para identificar e tentar sanar o problema.

Atividade complementar

Representação de animais

Objetivos

· Comparar diferentes características dos filos estudados até o momento.

· Identificar semelhanças e diferenças entre poríferos, cnidários, platelmintos,


nematelmintos, anelídeos, moluscos, artrópodes e equinodermos.

Materiais

· fotografias de representantes dos grupos estudados nesta unidade, desde


poríferos até equinodermos
· papel kraft

· lápis de cor ou giz de cera

Procedimentos

A. Organize os alunos em grupos. Reproduza o quadro a seguir na lousa.

Quadro: equivalente textual a seguir.

Nome popular/científico do animal _____

Classificação _____

Fisiologia (respiração, digestão,


_____
circulação, excreção)

Reprodução _____

B. Apresente as imagens aos alunos e peça a eles que preencham o quadro


com o máximo de informações que conseguirem.

Comentários

Primeiramente, os alunos deverão identificar o nome do animal e a que filo,


classe ou ordem ele pertence. As informações posteriores serão preenchidas
conforme essa identificação.

336

É possível pedir antecipadamente aos alunos que tragam recortes de imagens


de animais que considerem curiosos.

Capítulo 10 - Cordados: peixes e anfíbios

Objetivos

· Reconhecer as principais características dos cordados.

· Conhecer a classificação dos cordados.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos peixes.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos anfíbios.

Página 182 - Abertura de capítulo


· A partir da apresentação do peixe-góbio ou peixe-saltador-do-lodo, é possível
levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre algumas características
dos peixes.

· Apesar de não serem embriologicamente de mesma origem, nem


anatomicamente similares aos membros de tetrápodes, os membros do peixe-
góbio remetem a uma das principais características para a adaptação da vida
fora da água: o sustento do corpo por meio de membros.

· Ao trabalhar as questões desta página, questione os alunos quanto aos


conhecimentos prévios a respeito desses assuntos relacionados aos grupos de
peixes e de anfíbios.

Páginas 183 e 184

· Os animais pertencentes ao filo dos cordados apresentam simetria bilateral,


são triblásticos e celomados. O texto a seguir apresenta mais informações
sobre esse filo.

O filo Chordata (gr. Chorda, cordão) é o maior filo e o ecologicamente mais


significante da linha deuterostômia de evolução. Compreende alguns grupos
invertebrados, bem como todos os animais vertebrados. Assim como outros
grandes filos bem sucedidos, como Mollusca e Arthropoda, ocorre em todos os
hábitats - marinho, de água doce e terrestre. O filo inclui todos os grandes
animais presentes atualmente na Terra (com a provável exceção dos
cefalópodos) e por isso o homem frequentemente está bastante familiarizado
com ele. Devido a isto e devido ao fato do filo incluir o homem, ele foi alvo de
interesse e de atenção desproporcionados dos zoólogos durante muito tempo.
Provavelmente é o filo mais bem conhecido. O filo realmente compreende dois
grupos diferentes de organismos. Os cordados inferiores são todos marinhos,
pequenos e não têm vértebras; incluem os tunicados, as salpas e os anfioxos.
Todos os outros cordados são vertebrados de vida livre que compreendem os
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

[...]

STORER, Tracy I. e outros. Zoologia geral. 6ª ed. São Paulo: Companhia


Editora Nacional, 2000. p. 565.
Página 185

· Auxilie os alunos a interpretar o cladograma apresentado nesta página. Ao


trabalhar os próximos grupos de vertebrados - anfíbios, répteis, aves e
mamíferos - retome esse cladograma sempre que considerar necessário.

Páginas 186 a 192

· Os vertebrados apresentam características distintas. Apesar disso, aqueles


que vivem em meio aquático possuem algumas adaptações similares, que
estão diretamente relacionadas às características do meio que habitam. Veja,
no texto a seguir, a relação entre algumas características da água e as
adaptações de vertebrados aquáticos, que incluem em especial os peixes.

[...] Comparada com o ar, a água apresenta maior densidade, uma viscosidade
mais alta, um menor conteúdo de oxigênio, uma capacidade calórica e uma
condutividade de calor maior e uma alta condutividade elétrica. Estas
características físicas são refletidas no tamanho e na forma dos animais
aquáticos e terrestres, bem como em sua fisiologia e seu comportamento.

Densidade - A água é cerca de 800 vezes mais densa que o ar. [...] Devido à
sua densidade, a água sustenta o corpo de um animal. Os animais aquáticos
não precisam sustentar seus corpos, pois eles estão próximos da flutuabilidade
neutra. Eles também podem ficar maiores do que os animais terrestres, porque
a gravidade tem um efeito menor sobre suas estruturas.

Viscosidade - [...]

O efeito da alta densidade e da alta viscosidade da água pode ser observado


na forma mais cilíndrica da maioria dos animais aquáticos, quando comparada
à forma dos animais terrestres. Somente os pássaros mais rápidos precisam se
preocupar com a resistência do ar, mas mesmo os peixes mais lentos precisam
de hidrodinâmica.

Conteúdo de oxigênio - [...] O baixo conteúdo de oxigênio na água, quando


comparado ao ar, é uma razão adicional pela qual os peixes não utilizam a
ventilação rítmica.
Capacidade e condutividade calóricas - o calor específico da água [...] é,
aproximadamente, 3.400 vezes maior do que o ar; e a água conduz quase 24
vezes mais rápido do que o ar.

337

[...] O alto calor específico da água significa que a sua temperatura, em uma
poça, se altera bem menos, do dia para a noite, do que o ar sobre a poça.
Assim, um animal que vive em uma poça tem um regime térmico mais estável
do que um animal que vive na superfície. Entretanto, devido à alta
condutividade de calor da água, a temperatura, em uma poça rasa, varia muito
pouco de local para local. Se a água fica muito quente, a única rota de escape,
para um animal aquático, é tentar se mover para o fundo. [...] Em contraste, a
temperatura varia substancialmente, ao longo de distâncias curtas, na
superfície, pois a baixa condutividade do ar permite que ela varie entre locais
iluminados e sombreados. Dessa forma, os animais terrestres têm um mosaico
de tempretaruras para escolher, enquanto os animais aquáticos convivem com
uma variação de temperatura muito menor em seus hábitats.

Condutividade elétrica - A água é um condutor elétrico, e os animais aquáticos


podem usar a eletricidade para detectar a presença de outros animais e como
uma arma, ofensiva e defensiva, para atacar suas presas e seus predadores.
[...]

POUGH, E. H.; e outros. A vida dos vertebrados. 3ª ed. São Paulo: Atheneu
Editora, 2003. p. 83. Páginas 195 a 198

Sobre a origem dos tetrápodes, conteúdo apresentado na página 195, leia o


texto a seguir.

[...] Os antecessores devonianos dos anfíbios provavelmente eram capazes de


se arrastar de um lago ou riacho para outro carregando o corpo sobre pernas
semelhantes a barbatanas, como fazem algumas espécies atuais de bagres.
Eles evoluíram gradativamente até serem capazes de viver em ambientes
pantanosos e, eventualmente, em terras secas. Os anfíbios atuais possuem
pulmões relativamente pequenos, e a maioria das espécies realiza as trocas
gasosas pela pele. A maior parte das espécies terrestres está confinada a
ambientes úmidos porque perde água rapidamente pela pele quando exposta
ao ar seco.

[...]

PURVES, William K. e outros. Vida: a ciência da Biologia. 6ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2002. p. 587.

Página 200

· Comente com os alunos que a utilização de anuros por indígenas é uma


prática cultural, contextualizada por meio de diferentes ritos. Aproveite a
oportunidade para reforçar o respeito aos costumes da cultura de um povo.
Converse com eles sobre a diversidade da cultura indígena. Explique-lhes que
a relação entre os indígenas e o ambiente sempre foi harmoniosa. Para
reforçar a ideia de respeito aos seres vivos, informe-lhes que o indígena não
machuca o anfíbio ao retirar sua secreção, pois este será solto novamente no
ambiente. É importante salientar, ainda, que a secreção da Phyllomedusa
bicolor e do Phyllobates terribilis são extremamente tóxicas, sendo
desaconselhável qualquer procedimento que as envolva.

· Apesar dos diversos estudos sobre os benefícios do veneno, a prática não é


recomendada pelo Butantan nem reconhecida pela Anvisa como tratamento de
qualquer natureza. Os estudos são recentes (somente 30 anos) se comparados
aos estudos sobre o veneno de cobras.

Refletindo sobre o capítulo

Página 203

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Houve o desenvolvimento da notocorda, de um crânio, de vértebras, de


mandíbulas, de um esqueleto ósseo e de quatro membros.

c ) A lampreia e o peixe bruxa apresentam boca circular com dentes e a


ausência de mandíbulas, possuem pele sem escama e com glândulas
mucosas, possuem nadadeiras ímpares pouco desenvolvidas e não possuem
órgãos copuladores especializados.
Atividade complementar

Objetivos

· Ilustrar um cladograma com os grupos estudados.

· Representar os peixes e anfíbios e suas características.

· Retomar o conceito de cladograma.

Materiais

· imagens de animais dos grupos estudados neste capítulo, como peixes


condrictes, osteíctes e anuros, por exemplo

· folha de papel kraft

· caneta colorida ou lápis de colorir

· régua

Procedimentos

A. Organize os alunos em grupos e peça-lhes que, na próxima aula, tragam


imagens dos seguintes animais: uma ascídia, um anfioxo, uma lampreia, um
celacanto, um tubarão, um atum, uma rã, uma cecília e uma salamandra.

B. Peça-lhes que, no papel kraft, ilustrem um grande cladograma, utilizando


como exemplo o da página 185. Em seguida, oriente-os a colar de maneira
correta nos terminais do cladograma cada uma das imagens pesquisadas. Se
não tiverem alguma imagem, os alunos podem desenhar o animal.

C. Questione-os sobre as características que utilizaram para colocar os animais


nas posições e, por fim, exponha os trabalhos em sala.

338

Capítulo 11 - Cordados: répteis, aves e mamíferos

Objetivos

· Identificar as características dos répteis.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos répteis.

· Identificar as características das aves.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução das aves.


· Identificar as adaptações das aves para o voo.

· Identificar as características dos mamíferos.

· Conhecer a classificação, a fisiologia e a reprodução dos mamíferos.

· Perceber o problema do tráfico de animais silvestres e suas consequências.

Página 204 - Abertura de capítulo

· O objetivo dessa página é apresentar um comportamento reprodutivo


característico de algumas espécies de aves. Aproveite a ideia para questionar
os alunos se conhecem algum comportamento reprodutivo específico de
répteis, aves ou mamíferos.

· Utilize as questões a e b para reforçar essa ideia, e aproveite a questão c


para retomar alguns conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental II sobre a
fisiologia desses vertebrados.

Página 205

· Ao iniciar o assunto, retome rapidamente a origem dos peixes e dos anfíbios,


destacando as principais adaptações que surgiram nesses grupos durante sua
evolução. Em seguida, continue essa linha de raciocínio para os répteis. Se
achar interessante, trabalhe os conteúdos sobre a evolução das aves (página
211) e dos mamíferos (página 217) e retome o cladograma da página 185,
fazendo as relações evolutivas.

· É importante os alunos compreenderem que a presença de um ovo com


casca tenha sido, talvez, uma das mais importantes adaptações para a
conquista do ambiente terrestre. A partir dessa adaptação, inúmeras outras
surgiram e levaram à conquista total do ambiente terrestre.

· A reprodução independente da água ampliou consideravelmente as opções


de ambientes terrestres que os animais podiam ocupar. Ainda assim, eles não
teriam que enfrentar a grande competição existente nos ambientes aquáticos.
As adaptações corporais somadas às condições ambientais favoráveis, como a
grande disponibilidade de alimento garantido pela diversificação dos artrópodes
e das plantas vasculares, fizeram dos amniotas o grupo dominante na Era
Mesozoica, período que abrange o Triássico com o domínio dos dinossauros.
Posteriormente, eles se diferenciaram em todos os grupos de répteis, as aves e
os mamíferos viventes. Hoje, os animais que tradicionalmente chamamos de
répteis correspondem a tartarugas, crocodilos, cobras e lagartos.

· Ao comentar sobre os dinossauros, diga aos alunos que nos períodos


Mesozoico, Jurássico e Cretáceo houve um grande predomínio desses
animais. Explique-lhes que, embora o período Mesozoico seja famoso por
causa dos grandes répteis, nessa época, também existiam na fauna outros
animais. Comente, ainda, que todos os grupos de tetrápodes modernos -
sapos, salamandras, lagartos, serpentes, tartarugas, crocodilos, aves e
mamíferos - surgiram no Triássico ou Jurássico.

· Os dinossauros pertencem aos Archosauria, um grupo de animais que


possuíam os membros embaixo do corpo, e não nas laterais como os répteis
atuais. Essa característica lhes conferia maior eficiência na locomoção.
Segundo um consenso entre os cientistas, somente são considerados
dinossauros os animais pertencentes a dois subgrupos dentro dos Archosauria:
os Ornithischia e os Saurischia. O primeiro grupo era formado por répteis
herbívoros que possuíam bicos córneos e dentes especializados. Alguns eram
bípedes, e outros, quadrúpedes. Os Saurischia eram representados pelos
Sauropoda e pelos Theropoda. Os Sauropoda formavam um grupo de
dinossauros herbívoros e quadrúpedes, que tinham como exemplares o
Apatosaurus, o Diplodocus e o Brachiosaurus. Os Theropoda eram carnívoros
e bípedes, como o Tyrannosaurus.

Páginas 206 a 209

· Os amniotas se dividiram em três classes principais: os anápsidos, os


diápsidos e os sinápsidos. Basicamente, as diferenças entre esses grupos
estão relacionadas à presença de aberturas temporais, situadas atrás da região
dos olhos. Os anápsidos não possuem essa abertura, os diápsidos possuem
dois pares de aberturas, um de cada lado do crânio, e os sinápsidos possuem
um par de aberturas, uma em cada lado do crânio.

· Os testudíneos, apresentados na página 206, são anápsidos, e apresentam


uma mistura de características primitivas, tornando-os similares a seus
ancestrais de 200 milhões de anos atrás.
· Os demais grupos de répteis e as aves se originaram a partir dos diápsidos,
que são divididos em três subgrupos: os lepidossauros (ictiossauros marinhos
e todos os répteis atuais, com exceção das tartarugas e dos crocodilianos), os
arcossauros (dinossauros, crocodilianos e aves) e os sauropterígeos
(pleiossauro, animal semelhante a um dinossauro, aquático, de pescoço
comprido). Do grupo dos sinápsidos se originaram os mamíferos.

Página 210

· A reprodução dos répteis é bastante semelhante em todo o grupo, mas


algumas alterações ou adaptações ocasionaram formas diferentes de
reprodução, como ocorre em um grupo específico de lagartos. Sobre o
assunto, leia o texto a seguir.

339

[...] fêmeas de algumas espécies de lagartos-cauda-de-chicote do gênero


Aspidoscelis precisam tanto de um parceiro macho quanto peixes necessitam
de uma bicicleta, ou até menos. Essa espécie do México e do Sudoeste dos
Estados Unidos, formada exclusivamente por fêmeas, consegue produzir
descendentes perfeitos sem o auxílio de fertilização masculina [...].

[...] estudos revelam que esses lagartos mantêm sua riqueza genética ao
iniciarem o processo reprodutivo com o dobro do número de cromossomos de
seus primos que se reproduzem sexualmente. Essas espécies celibatárias
resultaram da hibridização de diferentes espécies sexuadas, um processo que
infunde os lagartos partenogenéticos com uma grande quantidade de
diversidade genética logo de início. [...] essas espécies conseguem preservar a
diversidade ao nunca combinarem seus cromossomos homólogos (como
espécies sexuadas fazem ao tomarem um conjunto de cromossomos de cada
progenitor, ou seja, do macho e da fêmea), mas, em vez disso, ao combinarem
seus cromossomos irmãos.

HARMON, K. O sexo é desnecessário para certos lagartos. Scientific American


Brasil. Disponível em: http://uol.com.br/
sciam/noticias/o_sexo_e_desnecessario_para_certos_lagartos.html. Acesso
em: 11 maio 2016.

Páginas 211 a 214


· Converse com os alunos sobre as principais adaptações das aves para o voo.
Ao comentar sobre as penas, destaque sua importância para a manutenção da
temperatura das aves e para o voo. Comente que as aves possuem diferentes
tipos de penas, que, por sua vez, realizam diferentes funções. Por exemplo, as
plumas são penas macias, presentes sob o peito e o abdômen, e auxiliam no
isolamento térmico. Já as penas de voo são maiores, e mais resistentes e de
formato aerodinâmico, para dar sustentação à ave durante o voo.

· Estima-se que existam mais de 10 400 espécies de aves no mundo,


distribuídas entre 28 ordens. No Brasil, segundo dados recentes da lista do
comitê brasileiro de registros ornitológicos (CBRO), existem 1 833 espécies de
aves. Esse número deverá aumentar, pois novas espécies continuam sendo
descobertas com regularidade.

· Ao abordar o sistema digestório das aves, na página 214, diga aos alunos
que, por causa do seu intenso metabolismo, as aves possuem um grande
apetite. Seu sistema digestório é extremamente eficiente, permitindo que esses
animais processem seus alimentos rapidamente.

Página 216

· Após apresentar o gráfico da página 216, oriente os alunos a responderem a


questão b da seção Refletindo sobre o capítulo, na página 223. Auxilie-os na
comparação dos gráficos e, por fim, reforce a informação de que os animais
ectotérmicos podem regular sua temperatura por meio de ações
comportamentais, como mostra o texto a seguir.

[...] No deserto, durante a noite, a temperatura pode cair até quase congelar,
mas a temperatura do lagarto permanece cerca de l6 °C. Não há mistério aqui:
o lagarto fica em uma toca durante a noite e a temperatura do solo permanece
constante em l6 °C.

De manhã cedo, logo após o nascer do sol, o lagarto sai da toca. A


temperatura do ar ainda está fria mas a temperatura corporal do lagarto sobe
para mais de 30 °C em apenas 30 minutos. O lagarto obtém essa temperatura
expondo o corpo o máximo possível ao sol, em cima de uma pedra. À
proporção que a sua pele absorve a radiação solar, a sua temperatura corporal
sobe consideravelmente acima da temperatura ambiental. Alterando sua
exposição ao sol, o lagarto mantém sua temperatura próxima a 35 °C durante
toda a manhã.

Ao meio-dia, a temperatura próxima à superfície do deserto subiu para cerca


de 50 °C, mas o lagarto mantém sua temperatura corporal próxima a 35°C
permanecendo na sombra e entre os galhos dos arbustos, onde sopra uma
brisa gelada. Ao longo da tarde, o ar esfria e novamente o lagarto permanecerá
sob o sol em cima de rochas aquecidas para manter a sua temperatura
corporal ao redor de 35 °C. Logo após o anoitecer, o lagarto retorna a sua toca
e a sua temperatura corporal cai rapidamente para l6 °C.

Podemos concluir que o lagarto pode regular muito bem sua temperatura por
meio de mecanismos comportamentais em vez de usar o metabolismo
corporal. [...]

PURVES, W. K. e outros. A vida dos vertebrados. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed,


2002. p. 702.

Página 217

· Os primeiros mamíferos eram pequenos e insetívoros. Eles eram


semelhantes aos pequenos marsupiais eutérios insetívoros atuais, e,
provavelmente, tinham hábitos noturnos e solitários. O morganucodontídeo
pesava entre 27 a 89 gramas, tinha pele coberta de pelos e o cérebro menor do
que qualquer mamífero vivo. No entanto, baseado no estudo dos fósseis de
crânios desses animais, acredita-se que eles apresentavam audição sensível
às frequências mais elevadas, e grandes lobos olfatórios, o que indica a
importância do sentido olfativo. Provavelmente, foram animais capazes de
processamentos sensoriais complexos.

Páginas 219 e 220

· Ao abordar a fisiologia dos mamíferos, se considerar pertinente, converse


com os alunos sobre a fisiologia dos mamíferos aquáticos.

340

Sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

[...] quando uma foca inicia a atividade subaquática, sua frequência cardíaca
lentifica-se e o fluxo sanguíneo para todos os seus tecidos, exceto o encéfalo,
cai dramaticamente. Esse "reflexo do mergulho" de mamíferos marinhos está
em total contraste com nosso aumento na frequência cardíaca e no fluxo
sanguíneo quando começamos um exercício. A diferença óbvia entre a
situação da foca e do ser humano é que o homem tem acesso ao oxigênio
atmosférico durante o exercício e a foca mergulhadora não.

As adaptações da foca que a tornam apta a permanecer debaixo da água por


um longo período de tempo são diversas. A capacidade das focas em
armazenar oxigênio é cerca de duas vezes a nossa devido ao grande volume
sanguíneo, à maior capacidade de transporte de oxigênio do seu sangue e à
maior quantidade de mioglobina em seus músculos. Contudo, isso não é
suficiente para explicar mergulhos de meia hora ou mais. A adaptação mais
importante é o reflexo do mergulho, o qual é uma lentificação do coração [...] e
uma constrição dos principais vasos sanguíneos conduzindo para todos os
tecidos, exceto certos tecidos críticos como o sistema nervoso, o coração e os
olhos. A pressão sanguínea central permanece alta, mas o fluxo sanguíneo
para os tecidos diminui. Esse fluxo sanguíneo reduzido tem dois efeitos: um é
desviar o metabolismo do tecido para a atividade glicolítica (anaeróbica), e o
outro é suprimir o metabolismo dos tecidos.

Enquanto mergulha, a foca acumula ácido láctico em seus músculos, o que


constitui um "débito de oxigênio" a ser compensado por meio de um
metabolismo elevado após o término do mergulho. Mas a "restituição"
metabólica total é muito menor do que o metabolismo que teria ocorrido
durante o mesmo período de tempo se a foca não tivesse mergulhado. O
reflexo do mergulho induziu a uma queda do metabolismo da foca (abaixo da
taxa metabólica basal) durante o mergulho. A redução do metabolismo, as
reservas de oxigênio ampliadas e uma alta capacidade para o metabolismo
anaeróbio tornam possível para a foca realizar feitos surpreendentes.

PURVES, W.K. e outros. A vida dos vertebrados. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2002. p. 884.

Refletindo sobre o capítulo

Página 223

Respostas
a) O sistema circulatório do réptil, apresentado na página 209, apresenta um
coração com três cavidades, dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido
por um septo. No ventrículo, o sangue venoso e arterial se misturam
parcialmente antes de serem enviados ao corpo. Além disso, os répteis
possuem duas aortas, uma que leva o sangue arterial para o corpo e outra que
leva o sangue parcialmente misturado ao corpo. Já no sistema circulatório das
aves (e também dos mamíferos), apresentado na página 215, o coração possui
quatro cavidades, dois átrios e dois ventrículos completamente separados.
Com isso, o sangue venoso e o arterial não se misturam.

b) Sim. No gráfico das páginas 210 e 216, são apresentados dois parâmetros
que se relacionam entre si, vinculados à manutenção da temperatura corpórea
de animais ectotérmicos e endotérmicos. No gráfico da página 210, a variação
da temperatura ambiental não influencia na variação da temperatura de
animais endotérmicos, pois estes conseguem mantê-la por meio de um
controle da taxa metabólica, mostrada no gráfico da página 216. Já a
temperatura dos animais ectotérmicos varia conforme a temperatura do
ambiente (gráfico da página 210), pois não possuem um controle de sua taxa
metabólica (gráfico da página 216).

Páginas 224 e 225

Explorando o tema

Objetivos

· Conhecer a realidade do tráfico de animais silvestres no Brasil.

· Reconhecer que o tráfico contribui para a extinção das espécies.

· Identificar ações para tentar controlar o tráfico de animais silvestres no Brasil.

Comentários

O tráfico de animais silvestres no Brasil é uma triste e crescente realidade.


Apesar de haver ações para prevenir essa prática ilegal, a atuação dos
traficantes se torna cada vez mais elaborada para alcançar as mais variadas e
diferentes espécies de animais.

Resposta
a) Possíveis respostas:

· répteis - aiacá (Podocnemis sextuberculata), cascavel (Crotalus sp.), jabuti


(Chelonoidis sp.), jacaretinga (Caiman crocodilus), jararaca (Bothrops jararaca),
tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), oteiús (Tupinambis sp.), tracajá
(Podocnemis unifilis), surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta muta);

· aves - arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), arara-azul (Anodorhynchus


hyacinthinus), arara-vermelha (Ara macao), harpia (Harpia harpyja), papagaio
(várias espécies), trinca-ferro-verdadeiro (Saltator similis), saíra-sete-cores
(Tangara seledon), tucano-toco (Ramphastos toco);

· mamíferos - ariranha (Pteronura brasiliensis), gatos-do-mato (Leopardus sp.),


jaguatirica (Leopardus pardalis), lontra (Lontra longicaudis), mico-leão-dourado
(Leontopithecus rosalia), onça-pintada (Panthera onca), sagui-de-cara-branca
(Callithrix geoffroyi), uacari-branco (Cacajao calvus).

· Possíveis respostas: não retirar animais de seu hábitat natural; não comprar
animais silvestres; não comprar artesanatos feitos com parte dos animais
silvestres; denunciar os casos de tráfico ao Ibama por meio da linha verde.

· Resposta pessoal.

· Resposta pessoal.

341

Atividade complementar

Visita ao museu virtual Biomas do Brasil

Objetivos

· Reconhecer animais representantes dos grupos estudados nesta unidade.

· Identificar alguns seres vivos em determinados biomas.

· Reconhecer as características de seres vivos trabalhados nesta unidade.

Comentários

Organize os alunos e leve-os ao laboratório de informática. O museu virtual


Biomas do Brasil está disponível no site:

http://tub.im/gftd4o.
Oriente-os a realizar um passeio pelo museu, seguindo as indicações
disponíveis no próprio site. Esclareça a eles que, se clicarem e segurarem o
botão esquerdo no meio da tela, ao movimentar o mouse, terão uma visão de
360º do ambiente.

Diga-lhes que o museu é setorizado por bioma, e que qualquer interação


realizada no setor resultará no aparecimento de informações relacionadas
àquele bioma. Por exemplo, ao clicar em um quadro, ou em uma televisão, ou
em um painel de controle, informações das características geográficas do
bioma, ou da distribuição de animais ali presentes, ou informações sobre esses
animais vão surgir.

Peça para os alunos escolherem ao menos, dois animais de cada bioma. Ao


final da visita, solicite que façam uma pesquisa sobre o animal, constando o
nome científico, o nome popular, a situação do animal em relação a sua
conservação, e uma característica fisiológica que considerem interessante.
Algumas dessas informações poderão estar disponíveis no próprio site, mas
outras talvez demandem uma pesquisa mais aprofundada.

Unidade 4 - Corpo humano

Páginas 226 e 227

· Estas páginas visam mostrar como o funcionamento do corpo humano se


mantém em equilíbrio, graças à integração dos sistemas que o compõem. O
conhecimento atual sobre a Anatomia e a Fisiologia permitiu avanços na
ciência esportiva. Isso tornou possível estabelecer treinamentos e alimentação
específicos, voltados para o desenvolvimento de cada atleta, de acordo com as
necessidades individuais. Com isso, aumentaram as probabilidades de superar
limites como o da velocidade, mostrado nessas páginas.

LEGENDA: Final dos 100 m livre nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

CRÉDITO: Fabrizio Bensch/Reuters/Latinstock

Capítulo 12 - Corpo humano: digestão e respiração

Objetivos

· Identificar os níveis de organização celular e tecidual.


· Reconhecer a importância da digestão para o corpo humano.

· Identificar os órgãos que compõem o sistema digestório e suas funções.

· Reconhecer a importância da respiração para o corpo humano.

· Identificar os órgãos responsáveis pela respiração e suas etapas.

Página 228 - Abertura de capítulo

· Verifique se os alunos percebem a importância do conhecimento detalhado do


corpo humano, sua morfologia e seu funcionamento. Com o avanço dos
conhecimentos sobre a anatomia humana, tornou-se possível estudar os males
que afetam o corpo humano e, assim, encontrar maneiras de curá-lo.

· Essa temática permite um trabalho conjunto com a disciplina de História, pois


o período em que a dissecação de cadáveres era considerada profana possui
relação com o contexto histórico da Idade Média, período em que os estudos
científicos tornaram-se limitados.

Página 229

· Retome os conteúdos relativos às células e aos tecidos animais, já estudados


no volume de 1 º ano desta coleção.

Páginas 231 a 233

· Relembre com os alunos que o ser humano é um ser vivo heterótrofo, isto é,
precisa se alimentar para obter a energia necessária à sua sobrevivência.

· Ao trabalhar a dentição humana (página 231), enfatize a importância da


higiene bucal.

342

Embora a incidência de cárie tenha reduzido nas últimas décadas, ainda é


preocupante entre os adolescentes, sobretudo pelos seus hábitos alimentares
e a ausência de autocuidado. Sobre isso, leia o trecho do texto a seguir.

[...] A adolescência marca um período de significativa atividade da cárie para


muitos indivíduos. A pesquisa atual sugere que a taxa total da cárie está
diminuindo. Mesmo assim, esta permanece muito alta durante a adolescência.
Estas lesões de cárie estão frequentemente confinadas ao desenvolvimento de
fóssulas e fissuras. Esmalte do dente permanente imaturo e um aumento total
de superfícies suscetíveis do dente e fatores ambientais tais como a dieta, a
independência para procurar o cuidado ou evitá-lo, uma baixa prioridade para a
higiene bucal e fatores sociais adicionais também podem contribuir para o
aumento da cárie na adolescência. É importante o cirurgião-dentista enfatizar
os efeitos positivos que o uso do flúor, o cuidado profissional rotineiro, a
educação do paciente e a higiene pessoal podem ter em neutralizar a mudança
no padrão da cárie na população adolescente. [...]

KONISHI, Flávia; KLATCHOIAN, Denise Ascenção. Assistência odontológica


ao adolescente. In: MASSARA, Maria de Lourdes de Andrade; RÉDUA, Paulo
César Barbosa (Coord.). Manual de referência para procedimentos clínicos em
Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2009. p. 121. Disponível em:
www.abodontopediatria.org.br/manual1/Capitulo-13-Assistencia-Odontologica-
ao-Adolescente.pdf. Acesso em: 19 maio 2016.

· Enfatize com os alunos a importância da escovação adequada e do uso


correto de fio dental.

· O suco gástrico encontrado no estômago (página 232) é bastante ácido (pH


de aproximadamente 2,0), resultado da secreção de ácido clorídrico (HCℓ)
pelas células glandulares encontradas na parede do órgão. Essa acidez é
importante para a proteção do organismo, por eliminar alguns microrganismos
ingeridos, e também para o processo da digestão, pois promove a
desnaturação (desdobramento) de proteínas presentes no alimento, facilitando
a ação das enzimas digestivas. No suco gástrico, há uma enzima chamada
pepsina, que atua na quebra das ligações químicas das proteínas, formando
peptídeos menores. É válido destacar que a maior atividade da pepsina ocorre
em pH ácido, característico do suco gástrico. A posterior digestão dos
peptídeos formados pela pepsina acontecerá no intestino delgado. A presença
de um muco produzido por células mucosas protege a parede do estômago
contra a acidez e a ação da pepsina presente no suco gástrico.

· É importante enfatizar aos alunos que existem glândulas no estômago


responsáveis por produzir o muco, que protege a mucosa estomacal da ação
do ácido.
· As enzimas do suco gástrico são: pepsina, lipase gástrica e amilase gástrica.
A pepsina é uma enzima que transforma proteínas em peptídeos. A lipase
gástrica, por sua vez, age sobre a gordura, como a encontrada no leite e seus
derivados. A amilase gástrica não desempenha papel importante na digestão
do amido. A secreção gástrica é regulada pelo sistema nervoso e pelas
glândulas endócrinas. Dois hormônios, a gastrina e a enterogastrona
participam da digestão. A gastrina, produzida pela mucosa do próprio
estômago, estimula a secreção gástrica. Já a enterogastrona, produzida no
duodeno na presença de gordura, é capaz de inibir a secreção gástrica.

· A respeito dos órgãos anexos do trato digestório (página 233), leia o texto a
seguir e conheça um pouco mais sobre a bile produzida pelo fígado (um órgão
composto de células especializadas chamadas de hepatócitos e uma série de
vasos sanguíneos de espessuras variadas) a qual apresenta uma importância
vital aos seres humanos e aos animais bem desenvolvidos.

[...] Outro anexo do aparelho digestivo é a vesícula biliar que armazena um


líquido denominado Bile. A bile emulsifica as gorduras, é produzida pelo fígado
a partir de hemácias velhas e é armazenada na vesícula biliar. Não apresenta
enzimas digestivas. Possui sais biliares (glicolato e taurocolato de sódio) que
emulsionam as gorduras, facilitando a ação das lípases (aumentam a superfície
de ação). Outra função dos sais biliares é solubilizar os produtos finais da
digestão lipídica, facilitando assim a sua absorção através da mucosa
intestinal. A presença de gordura no intestino delgado estimula a mucosa
duodenal a produzir o hormônio colecistoquinina, o qual age determinando a
contração da parede da vesícula que, então, elimina a bile para o intestino. Em
sua maior parte os sais biliares são reabsorvidos pelo intestino e a seguir
reutilizados pelo fígado várias vezes, antes de serem transformados em
biliverdina (pigmento que da a cor às fezes) [...].

Sistema digestório. Laboratório de Biologia. IFSC. Disponível em:


http://biologia.ifsc.usp.br/bio2/apostila/apost-fisiol-parte4.pdf. Acesso em: 27
abr. 2016.

Páginas 234 a 236


· Leia o texto abaixo que mostra a importância dos pulmões para o corpo
humano.

[...] Os pulmões desempenham múltiplas funções, mas a principal delas é a de


servir de local de encontro entre o ar fresco que é inalado e o sangue venoso
misto, de modo que a quantidade apropriada de oxigênio possa deixar o ar e
passar para o sangue e a quantidade apropriada de dióxido de carbono possa
se deslocar do sangue venoso para o ar. Na intimidade dos pulmões, o local de
encontro entre ar e sangue, a membrana alvelocapilar, é uma estrutura muito
delgada (menos de 0,1 micrômetro de espessura) com vasta área de superfície
(aproximadamente 70 m2 no adulto) e que permite rápida passagem dos gases.
A "quantidade apropriada" de trocas gasosas (oxigênio e dióxido de carbono)
requer, entretanto, um sofisticado mecanismo sensorial que detecta a
necessidade de mais ou de menos ar e envia ao cérebro mensagens para
aumentar ou diminuir a ventilação, visando adequá-la às necessidades do
organismo.

343

A função última da troca de gases nos pulmões é tornar possível a troca de


gases entre toda e qualquer célula no organismo e o sangue capilar que chega
próximo às células. Para que isto ocorra, as trocas gasosas devem incluir o
transporte de oxigênio no sangue arterial até chegar aos tecidos, sua liberação
às células que dele necessitam e o transporte de dióxido de carbono através do
sangue venoso que retoma aos pulmões pela circulação pulmonar [...].

MANÇO, J. C. Fisiologia e fisiopatologia respiratórias. Medicina, Ribeirão Preto,


1998. Disponível em:
http://revista.fmrp.usp.br/1998/vol31n2/fisiologia_e_fisiopatologia_respiratorias.
pdf. Acesso em: 27 abr. 2016.

· Ainda sobre o trato respiratório, conheça mais a respeito de um problema que


acomete milhares de brasileiros, a insuficiência respiratória. Esta pode ser
definida como uma condição clínica na qual o sistema respiratório não
consegue manter seus valores da pressão arterial dentro dos limites
considerados normais, de acordo com a demanda metabólica. Assim, a
insuficiência respiratória está associada à incapacidade do sistema respiratório
em manter níveis adequados de oxigenação e gás carbônico.

Refletindo sobre o capítulo

Página 238

Respostas

a) Não. Existem animais como os poríferos e cnidários que não apresentam


somente o nível celular de organização do corpo.

b) Porque os dentes promovem a digestão mecânica desses alimentos,


macerando-os. Além disso, na boca é produzida uma enzima chamada de
amilase salivar (ptialina), responsável pela digestão de carboidratos como o
amido, presente em ambos os alimentos.

c ) Porque, por meio da inspiração, o ar entra no sistema respiratório,


alcançando os alvéolos pulmonares, permitindo que o gás oxigênio seja
transportado aos tecidos e que o ar rico em gás carbônico seja eliminado do
corpo humano.

d) Inicialmente, afeta a etapa da ventilação pulmonar, o que reduz a eficiência


da respiração tecidual.

Trocando ideias

Página 239

Objetivos

· Reconhecer o que é um transtorno alimentar e quais são seus principais tipos.

· Conhecer as consequências de transtornos não tratados.

Comentários

Na maioria dos casos, os transtornos alimentares acometem adolescentes do


sexo feminino. Dessa forma, é essencial conscientizar os alunos a respeito dos
problemas de saúde que podem ser causados pela falta de alimentação
adequada ou pelo excesso de alimentação.
É importante que eles sejam bem informados e esclarecidos. Reforce que os
exercícios físicos e a alimentação adequada garantem uma vida mais
saudável.

Respostas

a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que os transtornos


alimentares mais frequentes nas meninas durante a adolescência são a bulimia
nervosa e a anorexia. Um dos principais motivos que as levam a iniciarem
processos que desencadeiam transtornos é a tentativa de se manterem magras
de maneira obsessiva.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que os padrões de


beleza fazem com que as pessoas queiram perder peso de forma rápida, sem
se preocupar com a saúde, podendo acarretar em doenças como bulimia e
aneroxia.

Atividade complementar

Objetivo

· Discutir a importância da atividade física para o sistema respiratório.

Leia o texto a seguir com os alunos ou providencie cópias para eles.

[...] A relação entre atividade física e saúde está bem estabelecida: os


exercícios físicos associam-se a um estilo de vida saudável e aumento da
expectativa de vida e, cada vez mais, mostram indícios de efeitos benéficos à
saúde.

Alguns autores estudaram o comportamento da função pulmonar em sujeitos


saudáveis frente à realização de treinamentos físicos diversos e os resultados
demonstram que, mesmo saudáveis, os sedentários apresentam pior função
pulmonar quando comparados a sujeitos ativos. Como um dos efeitos da
inatividade, a mobilidade muscular pode ser alterada devido às modificações
das proteínas contráteis e do metabolismo das mitocôndrias, resultando em
atrofia, fraqueza, diminuição do número de sarcômeros e aumento na
deposição de tecido conjuntivo, levando ao encurtamento muscular e limitação
da mobilidade articular.
Apesar de a musculatura respiratória não ser passível de imobilização, sua
constante ação de contração favorece uma postura em inspiração; o
encurtamento dos músculos da cadeia respiratória leva ao aumento do volume
pulmonar em repouso, caracterizando tórax com grande diâmetro, restringindo
assim a mobilidade da caixa torácica. Portanto, para que ocorram os ciclos
respiratórios de forma adequada, deve haver um sincronismo entre a caixa
torácica, os pulmões e a musculatura respiratória, atuando de forma
harmoniosa e coordenada para tornar possível um fenômeno tão complexo.

[...].

MORENO, M. A. et al. Adaptações do sistema respiratório referentes à função


pulmonar em resposta a um programa de alongamento muscular pelo método
de Reeducação Postural Global. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 16, n.
1, 2009. Disponível em: www.revistas.usp.br/fpusp/article/view/12118. Acesso
em: 28 abr. 2016.

Comentários

Se achar interessante, explore esse texto de forma integrada com o professor


de Educação física. É importante mostrar aos alunos os benefícios das
atividades físicas para a saúde do corpo humano. Proponha que eles respirem
lentamente, inspirando e expirando, a fim de perceberem os movimentos do
tórax. Em seguida, peça que façam 20 polichinelos e observem se o ritmo da
respiração se alterou.

344

Capítulo 13 - Corpo humano: circulação, imunidade e excreção

Objetivos

· Identificar os componentes do sistema circulatório e sua função.

· Conhecer a organização e a constituição dos vasos sanguíneos e do coração.

· Identificar os componentes do sangue e sua importância.

· Conhecer as etapas do ciclo cardíaco.

· Identificar os componentes do sistema linfático.

· Reconhecer a importância da imunidade para as defesas do corpo humano.


· Identificar os componentes do sistema urinário e suas funções.

· Verificar como ocorre a formação da urina.

Página 240 - Abertura de capítulo

· As informações desta página visam alertar para os cuidados necessários com


a saúde do sistema circulatório, e reconhecer os benefícios de algumas
atitudes. Esses cuidados devem ser trabalhados desde a juventude, pois,
atualmente, hábitos prejudiciais ao sistema circulatório são muito comuns entre
os adolescentes. O estilo de vida atual favorece o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, que podem se intensificar durante a fase adulta. Dessa
maneira, é imprescindível que os jovens sejam informados para que possam
avaliar os benefícios e os riscos de seus hábitos, tornando-se responsáveis
pelo autocuidado.

Página 242

· Na terminologia atual, adota-se sistema circulatório em vez de cardiovascular.


O termo cardiovascular será usado para qualificar determinados problemas ou
complicações cardiovasculares. Mas essa terminologia não será adotada
quando tratarmos do sistema circulatório sanguíneo, formado, basicamente,
por vasos sanguíneos (artérias e veias) e pelo coração.

· Explique aos alunos que os vasos sanguíneos são formados por camadas
que recebem o nome de túnicas, organizadas do centro do vaso para a
periferia em túnica íntima, média e adventícia. As artérias e veias são formadas
pelas três túnicas bem desenvolvidas, mas nos vasos mais finos, as túnicas
tendem a ser finas ou ausentes.

· Todo tecido epitelial que reveste a túnica íntima, e que está em contato com o
sangue, é do tipo simples pavimentoso, sendo conhecido como endotélio.
Dessa forma, o endotélio está presente desde o vaso mais fino, como o capilar,
até os mais espessos, como as artérias. Nos maiores vasos, na túnica
adventícia, podem estar presentes pequenos vasos, como artérias e veias, que
vão fazer a nutrição do tecido da túnica. Neste caso, esses vasos são
chamados vasa vasorum, expressão que significa vasos dos vasos.
· O coração também apresenta uma estrutura de tecidos e túnicas por ser
originalmente formado a partir de um vaso sanguíneo. Essas túnicas são
equivalentes às túnicas dos vasos sanguíneos, sendo conhecidas como
epicárdio, miocárdio e endocárdio.

· O epicárdio é a camada mais externa, o miocárdio é a camada formada pelo


tecido muscular estriado cardíaco e o endocárdio a camada mais interna.

Páginas 244 e 245

· Verifique se os alunos percebem que a linfa contribui para a eliminação de


diversas substâncias, como proteínas e resíduos celulares nos espaços
intersticiais. Esse processo é necessário, pois os capilares não são capazes de
reabsorver todas as substâncias que extravasam para os tecidos. Assim, cerca
de 10% desse total é captado pelos vasos linfáticos, o que constituiu a
formação de 2 a 3 litros de linfa por dia, no corpo humano.

· A organização dos vasos linfáticos apresenta uma estrutura anatômica


especial, que favorece a passagem de moléculas de alto peso molecular do
líquido intersticial. Esta é também a única forma de retirar essas moléculas de
alto peso molecular, pois, pelos vasos sanguíneos, elas não são capazes de
passar.

Páginas 245 a 247

· Embora seja de uso comum a expressão sistema imunológico, nesta coleção,


não adotamos essa nomenclatura. A imunidade humana está relacionada aos
tecidos linfoides, à medula óssea, ao baço, ao timo, à pele e às mucosas.
Esses elementos compõem as defesas do corpo humano, entretanto, não se
organizam em um sistema. A imunidade depende, principalmente, de células e
moléculas e não se organizam em tecidos ou órgãos. Portanto, não podem ser
classificados como um sistema. Por essas razões, optamos por empregar a
expressão defesas do corpo humano.

· A interação das células e dos tecidos com agentes infecciosos é proveniente


de uma dinâmica no organismo, com mecanismos de controle da infecção e de
escape sofisticados. A compreensão desse processo complexo é uma
condição prévia para que se estabeleça uma ação total no controle dessas
infecções. Embora a resposta imune desenvolvida para controle das diferentes
infecções apresente certas particularidades, em geral, também apresentam
mecanismos comuns.

· A classificação de uma resposta imune de prevenção ou proteção tem que ser


analisada em relação ao tipo de agente agressor, pois um mecanismo protetor
contra um vírus pode não ser essencial contra uma bactéria extracelular. De
qualquer forma, o avanço na pesquisa com diferentes patógenos tem
contribuído para uma melhor compreensão da resposta imune decorrente da
interação entre o hospedeiro e o parasita, podendo resultar no
desenvolvimento de novas drogas e vacinas.

Páginas 248 e 249

· Os processos metabólicos ocorrem com todos os compostos moleculares


existentes nos seres vivos.

345

Assim, é importante ressaltar que as proteínas formam catabólitos que devem


ser eliminados do corpo, sendo que somente poderão ser retirados por meio do
sistema excretor.

· O sistema urinário é o principal representante desse sistema, mas a pele, por


causa da presença das glândulas sudoríferas, e os pulmões também auxiliam
nessa função. Dessa maneira, ocorre a eliminação de catabólitos nitrogenados,
produtos gerados a partir do metabolismo de proteínas, pois estas apresentam,
em sua constituição, um grupo amina, por exemplo, a amônia, a ureia ou o
ácido úrico, que serão excretados no suor (pelas glândulas sudoríferas) e na
urina (pelos rins).

Refletindo sobre o capítulo

Página 252

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Os componentes do sangue podem ser separados para fins específicos. As


hemácias podem ser necessárias para pessoas que tenham anemia, o plasma
pode auxiliar em fatores de coagulação e as plaquetas podem contribuir em
casos em que o sangue não coagula.

c ) A amamentação confere uma imunidade naturalmente adquirida. Trata-se


de uma imunidade passiva, pois o bebê recebe, no leite materno, os anticorpos
de que necessita. Assim, a criança recebe da mãe alguns anticorpos,
impedindo o desenvolvimento de determinadas doenças, nos primeiros anos de
vida. Quando a mãe não pode amamentar, o bebê precisa tomar leite
proveniente de outras fontes, que não apresentam esses anticorpos.

d) Porque os rins são responsáveis pela filtração do sangue e pela eliminação


de excretas do corpo humano. Quando esses órgãos não realizam suas
funções adequadamente, essas toxinas passam a se acumular no corpo,
afetando seu funcionamento.

Trocando ideias

Página 253

Objetivo

· Reconhecer a importância do transplante de órgãos.

Comentário

Enfatize a importância do transplante de órgãos e tecidos e esclareça que ele


ajuda a salvar milhares de vidas, anualmente. Ressalte a importância de a
pessoa informar à família o desejo de doar ou não um órgão, em caso de
falecimento.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Objetivos

· Refletir sobre a importância do rim.

· Reconhecer os avanços da medicina no desenvolvimento de próteses e


métodos artificiais para substituição de órgãos.
Comentários

O transplante de rim ainda enfrenta muitas barreiras, devido à dificuldade de se


encontrar doadores. Como os rins são fundamentais à excreção, é necessário
encontrar alternativas. Uma das soluções em estudo é a implantação de um rim
artificial em vez de um rim vivo. Leia o trecho de uma reportagem que trata
sobre isso.

[...] Um dos componentes do novo rim artificial é um nanofiltro de silício para


remover toxinas, sais, algumas moléculas pequenas, e água a partir do
sangue. [...]

O rim artificial a ser desenvolvido [...] é concebido para ser ligado internamente
ao fornecimento de sangue do paciente e da bexiga e rins implantados próximo
do próprio paciente, que não são removidos [...].

Pesquisa rim artificial avança através UCSF Collaboration. SOBEN, nov. 2015.
Disponível em: http://soben.org.br/ index.php/2015/11/13/rim-artificial/. Acesso
em: 1º maio 2016.

Procedimento

Leia o texto acima para os alunos e questione-os sobre a importância do


investimento em tecnologias para substituir os transplantes de órgãos.

Como esse tipo de pesquisa demora para alcançar seus objetivos e os custos
são elevados, o que impediria o acesso de pessoas mais pobres a essa
alternativa, pergunte aos alunos como é possível estimular as pessoas a se
tornarem doadoras de órgãos.

Capítulo 14 - Corpo humano: coordenação e sentidos

Objetivos

· Reconhecer a importância do sistema nervoso e das glândulas endócrinas na


coordenação do corpo humano.

· Conhecer as divisões do sistema nervoso.

· Identificar as partes do sistema nervoso e suas funções.

· Reconhecer as estruturas relacionadas aos sentidos do corpo humano.

· Identificar algumas glândulas endócrinas e os hormônios que elas produzem.


Página 254 - Abertura de capítulo

· Segundo a Constituição Federal, todos os seres humanos têm os mesmos


direitos, entre eles, o de mobilidade, que é o direito de ir e vir. Entretanto, esse
mesmo direito não é plenamente usufruído por pessoas com deficiência física
porque, geralmente, encontram obstáculos físicos na acessibilidade a diversos
lugares. Embora, em dezembro de 2002, tenha sido sancionada a lei nº 10.098,
que garante direitos como a inclusão social das pessoas com deficiência por
meio da acessibilidade, ainda existem muitas cidades cuja estrutura encontra-
se em desacordo com essa legislação brasileira. Entre os vários problemas que
as pessoas com deficiência enfrentam, um dos mais frequentes refere-se à
ausência de guias nas calçadas para orientar pessoas com deficiência visual.

Páginas 255 a 259

· Explique aos alunos que o sistema nervoso é responsável por controlar


atividades como contrações musculares, movimentos peristálticos, e a
velocidade das secreções dos hormônios.

346

Já as glândulas endócrinas estão relacionadas aos processos metabólicos do


corpo humano. Assim, juntos, eles são responsáveis pela coordenação das
atividades que mantêm o corpo humano em equilíbrio.

· A principal função do sistema nervoso é processar as informações e


responder apropriadamente. A maioria das informações recebidas pelo sistema
nervoso é descartada. Por exemplo, andamos vestidos e não percebemos o
contato das roupas com o corpo. Outro caso está relacionado aos diversos
ruídos em um ambiente, entre os quais muitos são ignorados.

· Explique aos alunos que a divisão do sistema nervoso em parte central e


parte periférica relaciona-se tanto à localização das estruturas que o compõem
quanto ao seu funcionamento. Os órgãos que formam a parte central do
sistema nervoso localizam-se no esqueleto axial (crânio e coluna vertebral).
Eles atuam, principalmente, na recepção e interpretação de estímulos e no
desencadeamento de respostas. A parte periférica do sistema nervoso é
composta de nervos (cranianos e espinais), gânglios e terminações nervosas.
Essa parte do sistema nervoso constitui as vias que conduzem os impulsos
nervosos até a parte central do sistema nervoso ou deste para as outras partes
do corpo.

Páginas 260 a 265

· Diga aos alunos que o sistema nervoso recebe os impulsos nervosos dos
diferentes órgãos sensoriais e os integra, de modo a determinar uma resposta
do organismo.

· Explique-lhes que as sensações estão relacionadas aos receptores


sensoriais, que transformam os estímulos (luz, som, frio, calor e dor) em sinais
nervosos, que são processados pelo sistema nervoso.

· Existem basicamente cinco tipos de receptores sensoriais:


mecanorreceptores (detectam deformação mecânica), termorreceptores
(detectam alterações na temperatura), nociceptores (detectam lesões
teciduais), receptores eletromagnéticos (detectam a luz) e quimiorreceptores
(detectam o gosto, o olfato, a concentração de gás carbônico, entre outros).

· Ao trabalhar a audição, leia o texto a seguir para os alunos, que trata de


anormalidades auditivas.

[...] A surdez é geralmente dividida em dois tipos: (1) surdez causada por
lesões da cóclea ou do nervo auditivo, que é geralmente classificada como
"surdez neural" e (2) surdez causada por lesões do mecanismo para
transmissão dos sons até a cóclea, que é comumente chamada "surdez de
condução". Obviamente, se houver destruição completa da cóclea ou do nervo
auditivo, a pessoa ficará permanentemente surda. No entanto, se a cóclea e o
nervo auditivo estiverem íntegros e o sistema ossicular tiver sido destruído ou
aniquilado (isto é, "congelado" no lugar por fibrose ou calcificação), as ondas
sonoras ainda poderão ser conduzidas até a cóclea por condução óssea. [...]

[...] é também comum o aparecimento de outros tipos de surdez, tais como: (1)
surdez para sons de baixa frequência, causada pela exposição prolongada e
excessiva a sons muito intensos (bandas de rock ou motores e de aviões a
jato), pois os sons de baixa frequência são, geralmente, mais intensos e mais
lesivos ao órgão de Corti, e (2) surdez a todas as frequências, causada pela
sensibilidade química do órgão de Corti, principalmente, a certos antibióticos,
como, por exemplo, estreptomicina, canamicina e cloranfenicol. [...]
GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia médica. 8ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1992. p.509-510.

· Aproveite o texto para mostrar aos alunos a importância de evitar lugares com
nível sonoro muito alto, e por tempo prolongado, e de utilizar fones de ouvido
com nível sonoro adequado. Outra medida importante, é procurar um médico
otorrinolaringologista caso perceba qualquer alteração em relação à audição,
além de não inserir qualquer objeto nas orelhas.

Páginas 266 e 267

· Nesta coleção, nos baseamos na classificação de sistemas orgânicos. Leia o


trecho do texto a seguir.

As unidades biológicas, ou células, organizam-se em tecidos, definidos como


um conjunto de células semelhantes para desempenhar a mesma função geral.
Por sua vez, os tecidos reúnem-se para constituir órgãos, instrumentos de
função. Um conjunto de órgãos, de mesma origem e estrutura, cujas funções
se integram para realizar funções complexas, denomina-se sistema. Em
conjunto, os sistemas constituem o corpo humano. [...]

DANGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia humana


sistêmica e segmentar. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 3.

· Por isso, adotamos a expressão glândulas endócrinas em vez de sistema


endócrino, pois este não é aceito na atual terminologia anatômica. Assim,
aceita-se que o "sistema endócrino" é constituído por órgãos diferentes e sem
conexão entre si. A microscopia eletrônica tem demonstrado que todas as
células humanas possuem capacidade endócrina, já que sua função é drenar
as secreções diretamente no sangue.

· Como apresentado acima, um sistema é formado por um conjunto de órgãos,


de mesma origem e estrutura, e cujas funções se integram. As glândulas
endócrinas não obedecem esse pressuposto e serão estudadas em conjunto,
mas não como um sistema do corpo humano.

· Diga aos alunos que nem todos os hormônios são produzidos por glândulas
endócrinas. O hormônio é uma substância química que altera a atividade
fisiológica das células-alvo. Essas substâncias são produzidas por células
especializadas, denominadas células endócrinas.

· Sobre a importância de manter a glicemia regulada no corpo humano, leia o


texto a seguir.

[...] Poderíamos formular a seguinte pergunta: por que é tão importante manter
uma concentração constante de glicose no sangue, visto que a maioria dos
tecidos tem capacidade de efetuar um desvio para a utilização de gorduras e
de proteínas como fontes de energia na ausência da glicose? A resposta é que
a glicose é o único nutriente que normalmente pode ser utilizado pelo cérebro,
pela retina e pelo epitélio germinativo das gônadas em quantidades suficientes
para fornecer a energia necessária. Por conseguinte, é importante manter a
glicemia em nível suficientemente alto para suprir essa nutrição necessária.

347

A maior parte da glicose formada por gliconeogênese durante o período


interdigestivo é utilizada para o metabolismo do cérebro. Com efeito, é
importante não haver qualquer secreção pancreática de insulina nesse período,
visto que, de outro modo, o escasso suprimento de glicose disponível seria
desviado para os músculos e outros tecidos periféricos, deixando o cérebro
sem qualquer fonte nutritiva.

Por outro lado, também é importante que o nível da glicemia não sofra
elevação demasiada, por três motivos: em primeiro lugar, a glicose exerce
elevado grau de pressão osmótica no líquido extracelular, e, se a concentração
de glicose atingir níveis excessivos, essa concentração elevada poderá
ocasionar considerável desidratação celular. Em segundo lugar, níveis
excessivamente elevados de glicemia resultam em perda de glicose na urina.
Por fim, essa perda provoca diurese osmótica pelos rins, podendo causar
depleção dos líquidos e eletrólitos corporais. [...]

GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia médica. 8ª ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1992. p. 761.

· Embora os casos de diabetes mais comuns se relacionem à insulina, a alta


concentração de glicose no sangue pode ser causada por distúrbios na
produção de ADH. Nesse caso, a doença é chamada de diabetes insípido, e,
nela a produção de ADH é mais baixa que o normal. Como consequência, o
paciente produz grande quantidade de urina diluída. Como muita água sai do
sangue, por não ser reabsorvida nos rins, a concentração de glicose nele
aumenta.

· O diabetes insípido também pode ser causado quando as células dos rins se
tornam menos sensíveis ao hormônio ADH. O tratamento dessa doença é feito
por meio de medicamentos, sob orientação médica. Segundo a Federação
Internacional de Diabetes (IDF), há cerca de 387 milhões de pessoas com
diabetes no mundo, ou seja, cerca de 8,3% da população mundial. Segundo
essa federação, a cada segundo, sete pessoas morrem em decorrência da
diabetes todos os dias.

Refletindo sobre o capítulo

Página 269

Respostas

a) As meninges são membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinal,


protegendo-os. Esses grupos são mais suscetíveis por causa da baixa
imunidade, necessária para combater os microrganismos causadores da
meningite.

b) Porque tanto o olfato quanto o paladar são sentidos químicos. Quando


estamos resfriados, parte da percepção das substâncias químicas é afetada
pela produção intensa de muco. Como o paladar tem íntima relação com o
olfato, os gostos e sabores não são adequadamente percebidos durante os
resfriados.

c ) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Estudando os receptores táteis

Objetivo

· Reconhecer diferenças na percepção tátil em partes do corpo humano.

Materiais

· venda de tecido
· 2 canetas esferográficas

Procedimentos

Divida a turma em duplas e peça a um dos alunos que vende os olhos do outro
com o tecido. Em seguida, oriente o aluno não vendado a posicionar as
canetas em uma única mão, a uma distância de 8 cm entre cada ponta. Peça-
lhe que toque as pontas das canetas no dorso da mão de seu colega, que
deverá dizer se sente um ou dois pontos em sua pele. As duas pontas devem
tocar a pele ao mesmo tempo. Diminua a distância entre as pontas das canetas
de 1 em 1 cm, aproximadamente, e repita o processo. Faça essa etapa até a
distância em que o aluno vendado não identifique mais dois pontos. Repita no
braço e nas costas.

Comentários

A atividade relaciona-se ao tato e ao limiar de dois pontos, ou seja, à distância


mínima em que dois pontos podem ser percebidos como distintos pelo nosso
tato. Nas regiões do corpo em que os receptores táteis são mais abundantes, o
limiar de dois pontos é menor.

Capítulo 15 - Corpo humano: revestimento e movimentação

Objetivos

· Reconhecer a importância do revestimento do corpo humano.

· Identificar as camadas da pele e as estruturas anexas.

· Relacionar a movimentação do corpo humano ao sistema locomotor.

· Conhecer alguns ossos do corpo humano.

· Classificar as articulações e identificar suas funções.

· Localizar alguns músculos do corpo humano.

Página 270 - Abertura de capítulo

· Explique aos alunos que a prática de exercícios físicos é fundamental ao


desenvolvimento da força muscular e que não é preciso ser atleta para fazê-lo.
É importante estimular a prática de atividades físicas sob a supervisão de um
profissional e com base em uma dieta adequada.
· No texto apresentado nesta página, o termo força aparece algumas vezes.
Sobre isso, leia o trecho do texto a seguir.

[...] O termo força é definido como "capacidade de superação da resistência


externa e de ação oposta a esta resistência, por meio dos esforços
musculares" (ZATSIORSKI, 1970; MATVEEV, 1991 apud ZAKHAROV;
GOMES, 2003, p. 112). No treinamento esportivo existem três tipos de força a
serem desenvolvidos: a força máxima; a força explosiva; e a resistência de
força (ZAKHAROV; GOMES, 2003, p. 112). No treinamento esportivo existem
três tipos de força a serem desenvolvidos: a força máxima; a força explosiva; e
a resistência de força (ZAKHAROV; GOMES, 2003).

348

Geralmente se utiliza a resistência de força na prevenção de lesões, em que o


músculo será fortalecido para suportar o treinamento como um todo e nos
casos de reabilitação. A força máxima, utilizada muito em esportes mais
específicos/especializados como levantamento olímpico e por fisiculturistas,
nos esportes coletivos é aproveitada, não de modo isolado, mas integrando os
métodos de desenvolvimento da força explosiva pela sua potencialidade em
recrutar unidades motoras. Isso é necessário, pois, quanto maior o número de
fibras musculares recrutadas, maior será a força produzida (WILMORE;
COSTILL, 2001).

Assim, mais fibras participarão dos exercícios de força rápida e potência


muscular, potencializando o treinamento. As ações principais nos esportes
coletivos são constituídas, principalmente, pela potência muscular, conhecida
também como força explosiva (força + velocidade).

PINNO, Cristiano Rafael; GONZÁLEZ, Fernando Jaime. A musculação e o


desenvolvimento da potência muscular nos esportes coletivos de invasão: uma
revisão bibliográfica na literatura brasileira. Revista da Educação Física UEM,
Maringá, v. 16, n. 2, 2005. p. 205.

Página 271

· Caso os alunos questionem o fato de a pele ser considerada um órgão,


explique-lhes que ela é constituída de diferentes tecidos, como o tecido epitelial
e o tecido conjuntivo.
· Quando transpiramos, o suor produzido nas glândulas sudoríferas evapora
por meio da pele, o que auxilia na regulação térmica do corpo humano e na
excreção de compostos tóxicos. A pele também é a primeira barreira contra
agentes invasores e contém as chamadas células de Langerhans, as quais são
capazes de expulsar agentes estranhos. Na pele, ocorre a absorção de
radiação ultravioleta, que auxilia na produção de vitamina D, essencial à
formação dos ossos e dos dentes. Assim, a pele cumpre diversas funções além
do revestimento do corpo humano.

· Explique aos alunos que a pele contém um pigmento chamado melanina, que
confere coloração à nossa pele. A pele humana apresenta células
denominadas melanócitos, responsáveis por produzir melanina. De acordo com
o tempo e a frequência de exposição aos raios ultravioleta, mais melanina é
produzida e, consequentemente, mais bronzeada a pessoa fica. Entretanto,
esse hábito, sem a proteção adequada, pode levar ao desenvolvimento do
câncer de pele.

· Além da melanina, a cor da pele também está relacionada ao caroteno e à


hemoglobina. O caroteno é um pigmento encontrado na derme e na tela
subcutânea e confere a cor amarelada à pele. A quantidade de hemoglobina
também influencia a coloração da pele, como é nítido em caucasianos.

· Ao abordar com os alunos o tema revestimento epitelial, destaque a


gravidade da exposição excessiva aos raios solares. Para isso leia com os
alunos o texto abaixo.

[...] Exposições cautelosas ao Sol, no início da manhã e nas últimas horas da


tarde, são benéficas, pois ativam a circulação sanguínea periférica e possibilita
a síntese de vitamina D na pele. Especialmente em crianças e jovens esse
processo é de fundamental importância, pois a vitamina D (antirraquítica) é
indispensável para uma boa ossificação e, portanto, para um crescimento
saudável. No entanto, deve-se considerar os riscos que a Radiação Ultravioleta
(R-UV) em excesso pode causar à pele uma série de danos à saúde humana
tais como o envelhecimento precoce, a depleção do sistema imunológico, a
catarata e o câncer de pele, dentre outros. Sendo que segundo a Organização
Mundial da Saúde - OMS (2006), "um em cada três casos de câncer
diagnosticados no mundo corresponde ao câncer de pele", enquanto no Brasil,
conforme o Instituto Nacional do Câncer - INCA, a estimativa é de 98420 novos
casos de câncer de pele não melanoma nos homens e 83 710 nas mulheres
para 2014. Índices assustadores e alarmantes [...]

OLIVEIRA, M. M. F. de. Radiação Ultravioleta/índice ultravioleta e câncer de


pele no Brasil: condições ambientais e vulnerabilidades sociais. Revista
Brasileira de Climatologia. Disponível em:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/revistaabclima/article/viewFile/36764/22580.
Acesso em: 29 abr. 2016.

Páginas 272 a 274

· Ao trabalhar a estrutura de um osso longo (página 272), explique aos alunos


que a região de encontro entre a diáfise e a epífise de um osso recebe o nome
de metáfise. Nesse local, há uma camada de cartilagem hialina que forma o
disco hipofisário, onde o osso cresce em comprimento.

· Ao trabalhar a seção Biologia e Saúde da página 274, explique aos alunos


que, além dos desvios posturais da coluna vertebral, existem outros problemas
relacionados à má postura. Sobre isso, leia com eles o texto a seguir.

[...] segundo a literatura, é altamente desaconselhável permanecer sentado por


mais de 45 a 50 minutos sem interrupções. A postura sentada gera várias
alterações nas estruturas musculoesqueléticas da coluna lombar. O simples
fato de o indivíduo passar da postura em pé para a sentada aumenta em
aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo do disco intervertebral e
todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) que ficam na
parte posterior são esticadas - isso se o sujeito estiver sentado nas melhores
condições possíveis. Além dos problemas lombares, a postura sentada
prolongada tende a reduzir a circulação de retorno dos membros inferiores,
gerando edema nos pés e tornozelos e, também, promove desconfortos na
região do pescoço e membros superiores.

ZAPATER, A. R. et al. Postura sentada: a eficácia de um programa de


educação para escolares. Ciência & Saúde coletiva, 2004. Disponível em:
www.scielo.br/pdf/%0D/csc/v9n1/19836.pdf. Acesso em: 29 abr. 2016.

Página 276
· Explique aos alunos que, além de promover o movimento, os músculos têm
outros papéis no corpo humano: movimentar substâncias (as contrações dos
órgãos do sistema digestório auxiliam na movimentação do alimento; a urina é
encaminhada ao trato urinário pela movimentação de músculos); estabilizar o
corpo (permanecer em pé ou sentado); regular o volume dos órgãos
(armazenamento temporário do alimento no estômago); e produzir calor
(contração de músculos esqueléticos).

Refletindo sobre o capítulo

Página 279

Respostas

a) A pele é considerada um órgão porque é constituída de diferentes tecidos


que, juntos, realizam atividades específicas.

b) Os ligamentos foram afetados, pois eles unem um osso ao outro.

349

c ) O alongamento é importante, pois os músculos estão relacionados ao


movimento dos ossos e das articulações. Com os movimentos, os músculos
tracionam tendões, que estão ligados aos ossos e, caso a musculatura não
esteja alongada, há maior risco de lesões nessas estruturas.

Páginas 280 e 281

Explorando o tema

Objetivos

· Conhecer os tipos de drogas.

· Reconhecer a dependência química como um problema social.

Comentários

Como o uso de drogas frequentemente se inicia na adolescência, é importante


conscientizar os alunos sobre seus malefícios. Se considerar interessante,
desenvolva um trabalho com base no material da Secretaria das Nações
Unidas sobre drogas e crime (Unodc), disponível em: <http://tub.im/jxg93i>.
Acesso em: 20 maio 2016.
Em conjunto com o material citado, trabalhe o texto a seguir com os alunos.

[...] A dependência de drogas é considerada pela Organização Mundial da


Saúde (OMS) como uma doença que requer cuidados específicos. Como
qualquer outra doença, ela pode ser tratada e controlada, devendo ser
encarada, simultaneamente, como uma doença médica crônica e um problema
social.

Entretanto, há uma resistência muito grande, tanto por parte dos próprios
dependentes quanto por parte dos familiares, em aceitar que o consumo de
drogas é uma doença (Drummond & Drummond Filho, 1998). Segundo a OMS,
a dependência de drogas corresponde a um estado mental, e muitas vezes,
físico, que resulta da interação entre um organismo vivo e uma droga.
Caracteriza-se por comportamento que sempre inclui uma compulsão de tomar
a droga para experimentar seu efeito psíquico e evitar o desconforto provocado
por sua ausência (Silveira Filho, 1995).

Para o DSM IV (American Psychiatric Association, 1995), a característica


primordial da dependência de substâncias corresponde à presença de um
conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, que evidencia
que o indivíduo continua a utilizar uma determinada substância, apesar dos
problemas significativos relacionados à mesma. [...]

PRATTA, Elisângela Maria Machado; SANTOS, Manoel Antonio do. Reflexões


sobre as relações entre drogadição, adolescência e família: um estudo
bibliográfico. Estudos de Psicologia v. 11, n. 3, 2006. p. 316. Disponível em:
www.researchgate.net/profile/Manoel_Santos/
publication/242458274_Reflexes_sobre_as_relaes_entre_drogadio_
adolescncia_e_famlia_um_estudo_bibliogrfico/
links/54dae40a0cf2ba88a68e559e.pdf. Acesso em: 20 maio 2016.

Respostas

a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem fatores como curiosidade,


influência de colegas, vontade de demonstrar autonomia, entre outros.

c ) Resposta pessoal.
d) Resposta pessoal.

e) Resposta pessoal.

Atividade complementar

Movimente-se

Objetivos

· Conhecer alguns movimentos do corpo humano.

· Classificar as articulações e identificar suas funções.

· Localizar alguns músculos do corpo humano.

Procedimento

Peça aos alunos que formem uma roda. Um deles deverá ser retirado da sala e
esperar para retornar. Outro aluno deverá ser o "mestre". Informe ao mestre
que movimento deverá ser feito. Por exemplo, se disser para fazer uma flexão,
ele deverá movimentar o braço ou outra parte do corpo e fazer movimentos
repetidos de flexão. Os demais colegas da roda devem imitá-lo. Já o aluno que
estiver fora da sala deve retornar e tentar adivinhar quem é o "mestre" e qual é
o movimento que ele está comandando (flexão, nesse caso). Se esse aluno
acertar, ele deve escolher alguém da roda para sair. Se errar, deve ir para fora
da sala novamente. Por fim diga-lhes para trocar de movimento e escolher
outro "mestre" para recomeçar o jogo. Veja os possíveis movimentos a seguir.

· Flexão: diminuição do ângulo entre os ossos e a articulação, por exemplo:


dobrar o braço.

· Extensão: aumento do ângulo entre os ossos e a articulação para voltar a


parte do corpo à posição anatômica após a realização de uma flexão, por
exemplo: estender o braço na posição natural, depois flexioná-lo.

· Hiperextensão: continuação do aumento do ângulo entre os ossos e a


articulação além da posição natural. Algumas articulações são capazes de
realizar esse movimento, por exemplo: inclinar a cabeça para trás.

· Rotação: movimento de um osso em torno do próprio eixo, por exemplo:


balançar a cabeça de um lado para outro (sinal de não).
· Abdução: corresponde ao movimento de abrir lateralmente, ou seja, afastar o
membro da linha mediana do corpo, por exemplo: abrir os braços.

· Adução: corresponde ao movimento de aproximar um membro da linha


mediana do corpo, por exemplo: fechar os braços.

· Depressão: movimento de uma parte do corpo para baixo, por exemplo: abrir
a boca.

· Elevação: movimento de uma parte do corpo para cima, por exemplo: fechar a
boca.

· Protrusão: movimento da mandíbula ou peitoral para a frente.

· Retração: movimento da parte do corpo que sofreu protrusão para seu


alinhamento natural.

· Inversão: movimento da planta do pé para dentro, de modo que uma planta


do pé fique voltada para a outra.

· Eversão: movimento da planta do pé para fora, de modo que as plantas dos


pés se voltem para fora do corpo.

Comentários

Oriente os alunos na execução dos movimentos. Verifique se eles apresentam


dificuldades. Essa é uma maneira lúdica de verificar como ocorrem os
movimentos do corpo humano. Se necessário, leve-os ao pátio ou à quadra do
colégio e divida-os em grupos menores. Uma variação possível dessa atividade
é fazer alguns cartões, apresentando a descrição de um movimento em cada
um deles. Os demais alunos devem identificar qual é o movimento realizado e
repeti-lo em outra parte do corpo.

350

Sugestões de leitura

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 7ª ed. São


Paulo: Cortez, 2010.

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v.

RUPPERT, Edward E. et al. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem


funcional-evolutiva. 7ª ed. São Paulo: Roca, 2005.

SCHAECHTER, Moselio (Ed.) et al. Microbiologia: mecanismos das doenças


infecciosas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

SCHMIDT-NIELSEN, Knut. Fisiologia animal: adaptação e meio ambiente. 5ª


ed. São Paulo: Santos, 2002.

STORER, Tracy I. e outros. Zoologia geral . 6ª ed. São Paulo: Companhia


Editora Nacional, 2000.

TAIZ, Lincoln; ZEIGER, Eduardo. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Porto Alegre:


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internacional. Barueri: Manole, 2001.

TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia.


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VINAY, Kumar et al. Robins: Patologia básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

WEISSMANN, Hilda (Org.) et al. Didática das Ciências Naturais: contribuições


e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 1998.

352

Respostas das atividades

Unidade 1 - Classificação dos seres vivos e Microbiologia

Capítulo 1 - Classificação e nomenclatura dos seres vivos


1. A classificação dos seres vivos possibilita a compreensão do mundo natural
e de sua diversidade, pois agrupa os organismos de acordo com suas
características semelhantes, estabelecendo relações entre eles.

2. A taxonomia é uma das mais antigas áreas da Biologia, que classifica,


nomeia e descreve os seres vivos, agrupando-os de acordo com características
semelhantes. A sistemática é a área da Biologia responsável por organizar os
seres vivos de maneira que possibilite a compreensão da origem e da evolução
da biodiversidade. A filogenia é o estudo da relação evolutiva de todas as
espécies viventes e extintas, o qual favorece a classificação dos diferentes
organismos.

3. De acordo com o conceito biológico, uma espécie é um grupo de organismos


semelhantes entre si e capazes de se reproduzir em condições naturais,
produzindo descendentes férteis. Logo, os indivíduos da mesma espécie
possuem compatibilidade reprodutiva entre si, de maneira que não se
reproduzem com outras espécies.

4. A anagênese é a alteração ou o surgimento de uma ou mais características


que ocorrem em uma mesma população ao longo do tempo, tornando-se parte
dela. Já a cladogênese é um processo evolutivo de ruptura de uma população
e formação de duas ou mais populações independentes, que não trocam mais
material genético entre si, ou seja, duas novas espécies são formadas.

5. Nos grupos monofiléticos, uma espécie ancestral e todas as suas espécies


descendentes formam um clado. Já nos grupos não monofiléticos, não há
formação de um clado, pois esses grupos não incluem todos os descendentes
do mesmo ancestral, reunindo espécies que não apresentam um ancestral
comum.

6. A proposta dos três domínios é baseada na filogenia molecular, por meio da


análise e da comparação entre moléculas de RNA que formam os ribossomos.
Essas moléculas de RNA possuem material genético altamente conservado e
permitem agrupar os organismos nos domínios Eucariotos, Eubactérias e
Arqueobactérias, de acordo com a proximidade molecular dentro de cada
domínio.

7. a ) Sete.
b ) Seis.

c ) Não. A laranja (Citrus sinensis) e o limão (Citrus limon) compartilham o


mesmo gênero. Logo, o número de gêneros presentes na tabela é menor que o
número de espécies.

8. a ) Saccharomyces cerevisiae.

b ) Panthera leo.

c ) Araucaria angustifolia.

d ) Oreochromis niloticus ou Oreochromis niloticus.

e ) Escherichia coli.

f ) Correto.

g ) Pan troglodytes.

h ) Zea mays.

i ) Correto.

j ) Amanita muscaria ou Amanita muscaria.

9. A grafia do nome científico da peroba-rosa não está no padrão da


nomenclatura binomial. A maneira correta seria apenas o gênero com a letra
inicial maiúscula, e a espécie em letras minúsculas. Além disso, o nome da
espécie deveria estar escrito em itálico ou sublinhado. Dessa maneira, a grafia
correta seria Aspidosperma polyneuron ou Aspidosperma polyneuron.

10. a ) Felis silvestris e Felis catus pertencem ao mesmo gênero.

b ) Citrus reticulata e Citrullus lanatus não pertencem ao mesmo gênero.

c ) Correto.

d ) Espécies que são da mesma família obrigatoriamente

pertencem à mesma ordem.

e ) Espécie é uma denominação para organismos semelhantes que se


reproduzem e geram descendentes férteis.

11. a ) Sim. O grupo X é grupo-irmão do grupo W porque compartilham um


ancestral comum imediato (ancestral comum mais recente).
b ) Não. O grupo Z é grupo-irmão dos grupos Y, X e W, pois tem um ancestral
comum com esses grupos.

12. Soma: 01 + 16 = 17.

13. Alternativa d.

14. Alternativa e.

Capítulo 2 - Vírus e bactérias

1. Os vírus são parasitas celulares obrigatórios, ou seja, necessitam da


maquinaria de uma célula hospedeira para se replicarem.

2. No ciclo lítico, o material genético viral incorpora-se ao cromossomo da


célula hospedeira e seus componentes são sintetizados por ela, formando
novos vírus que serão liberados pela destruição da célula. Já no ciclo
lisogênico, o material genético viral também é incorporado ao cromossomo da
célula hospedeira, mas permanece sendo replicado conforme a célula se
divide, sem destruí-la.

353

3. De maneira geral, os vírus colaboram com a reciclagem de elementos


químicos presentes no ambiente, atuam como agentes naturais no controle
biológico de organismos e auxiliam no aumento da taxa de mutação entre
espécies, ampliando a diversidade genética. Já as bactérias realizam a
decomposição da matéria orgânica. Algumas delas produzem oxigênio e outras
são responsáveis pela manutenção da fertilidade do solo. Além disso existem
bactérias que são importantes para a manutenção da saúde do sistema
digestório de diversos animais; a absorção de nutrientes pelas plantas e a
produção de matéria orgânica.

4. Os esporos são altamente resistentes à falta de água e a altas temperaturas,


podendo permanecer no ambiente durante um longo tempo. Por isso, em
períodos de falta de nutrientes, eles garantem a sobrevivência da célula
bacteriana.

5. Fissão binária é o processo de reprodução assexuada realizado pelas


bactérias, no qual cada uma delas replica o seu material genético (DNA) e se
divide em duas novas bactérias.
6. Sim. Durante a conjugação bacteriana, ocorre a troca de material genético,
incluindo o DNA plasmidial, que possui a maioria dos genes que conferem
resistência aos antibióticos. Dessa maneira, as bactérias sensíveis a eles
podem se tornar resistentes ao adquirirem genes de resistência presentes nos
plasmídeos, adquiridos por meio do processo de conjugação.

7. É um ser vivo que depende da óxido-redução de compostos orgânicos para


obter energia e fontes de carbono.

8. É uma bactéria que não utiliza o oxigênio durante a respiração e morre em


sua presença.

9. Entre os principais cuidados, estão: o fortalecimento do sistema imunológico,


por meio de uma alimentação saudável e prática de atividades físicas; a
higiene pessoal (escovar os dentes, tomar banho e lavar as mãos antes das
refeições); a utilização de água tratada, filtrada ou fervida (seja na preparação
dos alimentos ou no contato com a pele); o uso de repelentes; o uso de
preservativos durante o ato sexual; e estar em dia com o calendário de
vacinação.

10. a ) A figura I representa um vírus, e a figura II, uma bactéria.

b ) As estruturas indicadas na figura I são: A: capsídeo viral; B: envelope viral;


C: ácido nucleico. As estruturas indicadas na figura II são: D: fímbrias; E:
flagelo; F: cápsula; G: parede celular.

c ) A parede celular (G) confere rigidez e proteção à célula bacteriana. A


cápsula (F) pode desempenhar papéis de reservatório de água e nutrientes,
ampliar a capacidade evasiva da bactéria, auxiliar em sua aderência e
aumentar a resistência bacteriana a diversos agentes antibacterianos.

11. a ) A maioria das bactérias extremófilas é classificada como


arqueobactérias.

b ) Os vírus não possuem metabolismo e, por isso, não podem se replicar fora
da células.

c ) Nem todas as bactérias se desenvolvem melhor na presença do gás


oxigênio.
d ) O tempo de geração indica quanto tempo uma bactéria leva para se
duplicar.

12. a ) Vírus: caxumba, difteria, pneumonia, raiva, rubéola. Bactéria: peste


bubônica, pneumonia, tuberculose.

b ) Possíveis respostas:

Doença Transmissão Sintomas Prevenção

Febre, calafrios,
Evitar o contato
dores de cabeça,
direto
dores musculares,
Caxumba Pela saliva. com pessoas
ao mastigar e
contaminadas e
engolir, e
vacinação.
fraqueza.

Febre, cansaço,
Por secreção palidez, leve dor
Difteria nasal e da de garganta e Vacinação.
orofaringe. inchaço do
pescoço.

Manter os
Pela picada de
animais
pulgas
Febre alta, dores domésticos livres
contaminadas
de cabeça, de pulgas e não
Peste com a bactéria
fraqueza e tosse deixar alimentos
bubônica Yersinia pestis
seca seguida de para eles em locais
após picar
sangue. onde os
animais
roedores tenham
roedores.
acesso.

Calafrios, febre Lavar as mãos,


Pela saliva e
Pneumonia alta, não fumar e
pelo muco.
dor torácica, vacinação.
escarro com
coloração, roncos
respiratórios
e tosse.

Febre baixa, Tomar cuidado ao


encefalite, se
Pela mordida e convulsão, aproximar de
arranhadura de espasmos animais silvestres
Raiva animais musculares, e
domésticos ou formigamento, animais
silvestres. dormência e domésticos
perda de que não foram
sensibilidade. vacinados.

354

Tabela: equivalente textual a seguir.

Doença Transmissão Sintomas Prevenção

Febre baixa,
manchas rosadas
Por secreções
espalhadas pelo corpo e
Rubéola respiratórias de Vacinação.
ínguas (aumento dos
mãe para feto.
gânglios
linfáticos).

Febre, sudorese, tosse


Por gotículas
persistente, catarro, dor
expelidas pela
Tuberculose no peito, falta de apetite, Vacinação.
tosse, espirros e
cansaço e
fala.
emagrecimento
c ) Entre os principais fatores, estão: o aumento da temperatura; a urbanização
desorganizada e intensa; a ineficácia das políticas públicas no controle dos
vetores da doença no país e o descaso da população.

13. a ) Sim. Os vírus necessitam penetrar na célula, seja animal ou vegetal,


para se utilizar de sua maquinaria e replicar.

b ) A partir do conhecimento desses microrganismos, é possível compreender


os prejuízos que ele causa a um ser vivo, e seu tratamento e prevenção.
Exemplos disso são a produção de vacinas ou medicamentos antivirais e
antibacterianos.

c ) Os vírus podem ser encontrados no interior dos seres vivos, como os


animais, os vegetais e as bactérias. Além disso, podem estar presentes em
soluções aquosas, apesar de não conseguirem permanecer ativos por muito
tempo.

14. a ) Um vírus.

b ) O mosquito Aedes aegypti.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno note que o autor utilizou uma
maneira criativa de parâmetros que se complementam para a elevação dos
casos de dengue. Assim, o aumento do descaso da população está
diretamente relacionado ao aumento dos casos de dengue.

d ) Sim. Porque o vetor do vírus causador da chikungunya e da zika é o mesmo


vetor do vírus da dengue, a fêmea do mosquito Aedes aegypti.

e ) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reproduza uma charge sobre a


dengue com base nas informações discutidas em sala de aula. Caso ache
interessante, promova uma pesquisa sobre o tema.

15. a ) São bactérias cujas adaptações permitem que elas habitem locais
extremos de salinidade, temperatura, pressão, entre outros onde a maioria dos
seres vivos não consegue habitar.

b ) A maioria das bactérias extremófilas pertencem ao grupo das


arqueobactérias.

c ) Bactérias quimioautotróficas.
d ) Bactérias fotoautotróficas.

e ) As bactérias patogênicas são quimioheterotróficas, pois dependem da


óxido-redução de compostos orgânicos, presentes no organismo de outros
seres vivos, para obter energia e fontes de carbono.

16. Alternativa d.

17. a ) As bactérias do tubo A são classificadas como anaeróbias, as do tubo B,


como facultativas e as do tubo C, como aeróbias. As bactérias presentes no
tubo A cresceram em uma região onde não há gás oxigênio e, por essa razão,
são chamadas de anaeróbias. Já as bactérias dispersas em todo o tubo B são
chamadas de facultativas, pois conseguem crescer tanto na presença quanto
na ausência de gás oxigênio. Por fim, as bactérias do tubo C cresceram em
uma região de alta concentração de gás oxigênio, condição essencial para o
crescimento de bactérias aeróbias.

b ) Elas cresceriam próximo à base do tubo, porque nessa região ainda há


presença de gás oxigênio, mas em menor concentração do que na superfície.

c ) Porque a difusão do gás oxigênio é limitada pelo meio de cultura, seja ele
sólido ou líquido.

18. Alternativa a.

19. Alternativa d.

Capítulo 3 - Protozoários, algas e fungos

1. a ) Possíveis respostas: os protozoários são unicelulares, não possuem


parede celular, e a maioria das espécies é heterótrofa.

b ) Possíveis respostas: as algas podem ser unicelulares, ou pluricelulares,


possuem parede celular, são autótrofas e fotossintetizantes.

c ) Possíveis respostas: os fungos podem ser unicelulares ou pluricelulares,


possuem parede celular com quitina, são heterótrofos.

2. Os protozoários podem apresentar reprodução assexuada e sexuada. São


exemplos de tipos de reprodução assexuada: cissiparidade, que consiste em
uma divisão mitótica da célula-mãe originando duas células-filhas, com o
material genético em mesmo número e idêntico ao materno; brotamento, que
consiste na formação de brotos de diferentes tamanhos a partir da célula-mãe;
e esquizogonia, processo por meio do qual o núcleo da célula-mãe se divide
diversas vezes, formando vários fragmentos nucleares que são circundados
por porções do citoplasma e originam vários novos organismos. A reprodução
sexuada ocorre por conjugação, onde dois protozoários pareiam-se
temporariamente e trocam partes de seu material genético, misturando seu
conteúdo.

3. IV: A; VI: B; II: C; V: D; I: E; III: F.

4. Os fungos são organismos decompositores de matéria orgânica, que


realizam a reciclagem dos nutrientes na natureza. Além disso, estabelecem
associações ecológicas com outros organismos, como as micorrizas e os
liquens.

355

5. a ) Possíveis respostas: algas verdes e vermelhas são utilizadas no preparo


de vários pratos da culinária oriental. Das algas, também se extraem
compostos como o ágar, substância gelatinosa aplicada na indústria de
alimentos e na pesquisa científica. A partir de carapaças das algas
diatomáceas, são fabricadas tintas, filtros de barro e tijolos.

b ) Possíveis respostas: algumas espécies de fungos são comestíveis, como os


cogumelos e os champignons, enquanto outras são importantes na produção
de queijos. As leveduras, por meio dos processos de fermentação, são
utilizadas na fabricação de pães, bolos e bebidas alcoólicas. Na indústria
farmacêutica, os fungos atuam na produção de antibióticos, substâncias
administradas em infecções bacterianas.

6. Os fungos são heterótrofos e as plantas são autótrofas; a substância de


reserva energética dos fungos é o glicogênio, e a das plantas, o amido; a
parede celular dos fungos é composta de quitina, e a das plantas, de celulose.

7. Porque os fungos deuteromicetos não formam estruturas sexuais, logo não


apresentam fase sexuada em seu ciclo de vida. Como os fungos são
classificados de acordo com seu ciclo reprodutivo, os deuteromicetos não se
enquadram nessa classificação, portanto são denominados fungos imperfeitos.
8. a ) A: unicelulares; B: brotamento.

Os fungos unicelulares são representados pelas leveduras, que se reproduzem


assexuadamente por brotamento.

b ) C: pluricelular; D: hifas; E: septadas; F: cenocíticas;

G: micélio.

A maioria dos fungos é pluricelular e é formada por longos filamentos de


células chamadas hifas, que podem ser septadas, quando as células são
separadas, ou cenocíticas, quando não há separação. O conjunto desses
filamentos é chamado micélio.

c ) H: esporos; I: esporângios.

Os esporos, células reprodutivas dos fungos, são produzidos nos esporângios


e liberados no ambiente.

9. A. Protozoário flagelado. Os flagelos produzem batimentos que são


responsáveis pela locomoção do organismo.

B. Protozoário ciliado. Os cílios são responsáveis tanto por impulsionar os


organismos na água, quanto por filtrar e ingerir partículas em suspensão.

C. Protozoário rizópode. Os pseudópodes são prolongamentos da membrana


plasmática que realizam a locomoção e a captura de alimento.

D. Protozoário foraminífero. A carapaça possui poros pelos quais são emitidos


pseudópodes quando o animal está vivo, importantes para a alimentação e a
locomoção.

10. a ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem que a tirinha mostra a
agilidade com que os cupins consomem móveis e partes da casa feitas de
madeira.

b ) A relação entre o protozoário e o cupim é uma simbiose, na qual ambos


necessitam um do outro para sobreviver. Dessa forma, o protozoário vive no
sistema digestório do cupim, onde realiza a digestão da celulose consumida
por ele, disponibilizando energia na forma de glicose. Em contrapartida, o
cupim oferece abrigo e proteção ao protozoário dentro de seu intestino.
11. a ) A incidência de malária é maior nas regiões tropicais, possivelmente
porque estas abrigam um ambiente mais favorável para a reprodução do
mosquito vetor da doença, em virtude das temperaturas altas e do clima úmido.

b ) De 0,1 a 1 caso a cada 1 000 habitantes.

c ) A malária é transmitida por mosquitos-prego, do gênero Anopheles. A fêmea


do mosquito suga o sangue de uma pessoa infectada e adquire o parasita, que
passa a se reproduzir sexuadamente em seu organismo. Os novos parasitos
formados migram para as glândulas salivares do inseto, por onde infectam
outras pessoas por meio da picada da fêmea. Ao serem introduzidos na
circulação sanguínea, os parasitos infectam primeiramente o fígado e, num
segundo instante, os glóbulos vermelhos do hospedeiro.

d ) Possíveis respostas: utilizar repelente para manter os insetos afastados e


telas e redes nas janelas e portas das casas para evitar a entrada dos
mosquitos.

e ) Possíveis respostas: a doença-de-chagas é causada pelo protozoário


flagelado Trypanosoma cruzi, e é transmitida por um percevejo, comumente
chamado de barbeiro. A leishmaniose é causada por protozoários flagelados do
gênero Leishmania e é transmitida por mosquitos do gênero Lutzomya,
conhecidos popularmente como mosquito-palha.

12. a ) O líquen é um organismo resultante de uma associação simbiótica entre


fungo e alga. Nessa associação, a alga fornece matéria orgânica produzida na
fotossíntese para o fungo e, em troca, ele recebe água, proteção e sais
minerais.

b ) Os liquens acumulam compostos químicos, como metais pesados e


enxofre, característicos de ambientes poluídos. Sua presença é um indicador
de poluição.

c ) Os liquens são considerados organismos pioneiros em ambientes inóspitos,


pois sobrevivem em condições desfavoráveis à existência de vida, como na
Antártida, por exemplo. Além disso, conseguem estabelecer-se sobre rochas e,
conforme crescem, produzem substâncias ácidas que iniciam um processo de
decomposição dessas rochas, resultando na formação do solo.
13. Alternativa a.

14. Soma: 02 + 04 = 06.

15. Alternativa c.

356

Unidade 2 - Plantas

Capítulo 4 - Briófitas, pteridófitas e gimnospermas

1. As primeiras plantas provocaram modificações importantes no ambiente


terrestre, alterando o ar atmosférico, o clima e o solo. Essas modificações
foram essenciais para que outras formas de vida pudessem habitar o novo
ambiente.

2. Diversas evidências apontam que as plantas terrestres evoluíram a partir de


algas verdes (carofíceas ou carófitas).

3. Gametófito é uma estrutura multicelular haploide, que abriga os


gametângios, os quais, por sua vez, são responsáveis por produzir os gametas
masculinos (anterozoides) e femininos (oosfera). O esporófito é uma estrutura
multicelular diploide que abriga os esporângios, os quais produzem os esporos
haploides por meiose. A alternância de gerações é um tipo de ciclo reprodutivo
observado em todas as plantas, que se caracteriza pela alternância entre
organismos multicelulares haploides (gametófito) e diploides (esporófito), como
resultado da alternância entre reprodução assexuada e sexuada.

4. Porque briófitas e pteridófitas necessitam da água para sua reprodução. O


gameta masculino (anterozoide) dessas plantas é dotado de flagelos. Assim,
para alcançar o gameta feminino (oosfera), os anterozoides precisam se
locomover em meio aquoso, através de batimentos flagelares. Na ausência de
água, isso se torna impossível. Os locais sombreados, menos sujeitos à
incidência solar, conservam melhor a água e a umidade.

5. Porque as briófitas, de um modo geral, são plantas atraqueófitas, ou seja,


desprovidas de vasos condutores de seiva. Dessa maneira, a água e os
nutrientes absorvidos pela célula, bem como os produtos da fotossíntese, são
transportados célula a célula pelo corpo da planta, tornando esse processo
bastante lento e pouco eficiente para grandes distâncias. Além disso, a falta de
sistema condutor resulta na ausência de sustentação, uma vez que esse tipo
de sistema garante rigidez aos tecidos e permite que a planta atinja maiores
alturas.

6. Os vasos condutores surgiram primeiramente nas pteridófitas, característica


que as difere das briófitas. A presença de vasos condutores possibilitou que as
pteridófitas atingissem tamanhos muito maiores em relação às briófitas, pois o
transporte de água e nutrientes no interior da planta se tornou mais eficiente
através de vasos condutores do que célula a célula. Além disso, a presença de
tecido condutor garante maior rigidez aos tecidos e sustentação para atingir
maiores alturas.

7. A principal vantagem do desenvolvimento da semente nas gimnospermas diz


respeito à proteção do embrião. No interior da semente, ele possui reservas
nutritivas e uma casca que o protege das adversidades ambientais. Além disso,
o fato de a semente só germinar (retomar o desenvolvimento do embrião)
apenas quando as condições forem favoráveis, garante maior sobrevivência ao
embrião.

8. Espera-se que o aluno represente, por meio de um desenho esquemático,


uma semente em corte, indicando a casca na parte mais externa, o tecido
nutritivo preenchendo o interior da semente e o embrião ao centro. A casca
confere proteção ao tecido nutritivo e, principalmente, ao embrião; o tecido
nutritivo fornece os nutrientes e a energia necessários ao embrião durante seu
desenvolvimento; e o embrião origina um novo esporófito, ou seja, um novo
indivíduo.

9. a ) 1: Gimnospermas; 2: Pteridófitas; 3: Briófitas.

b ) Gimnospermas → pteridófitas → briófitas.

10. a ) As briófitas não possuem sistema vascular, e seu corpo não apresenta
raiz, caule e folhas verdadeiras.

b ) Os gametângios são estruturas haploides que originam gametas, e os


esporângios são estruturas diploides que originam esporos por meiose.
c ) Os anterozoides são os gametas masculinos, formados em estruturas
chamadas de anterídeos. A oosfera, gameta feminino, é formada no
arquegônio.

d ) A maioria das briófitas e pteridófitas são plantas adaptadas à sobrevivência


em ambientes sombreados e úmidos.

e ) Uma das diferenças entre briófitas e pteridófitas é a presença de vasos


condutores nesta última.

f ) Nas pteridófitas, o gametófito chama-se protalo e constitui a fase passageira


do ciclo reprodutivo.

g ) Nas gimnospermas, os micrósporos são células reprodutivas masculinas e


os megásporos são células reprodutivas femininas.

h ) As gimnospermas distinguem-se das pteridófitas pela presença de


sementes.

i ) Anemofilia é a polinização feita pelo vento.

j ) Nas plantas, os gametas são originados por mitose.

11. a ) A: anterozoide. Gametas masculinos presentes nas briófitas e


pteridófitas; B: grão de pólen. Estrutura que carrega os gametas masculinos
(células espermáticas) em plantas com sementes, como as gimnospermas.

b ) Não. Em A o agente abiótico que auxilia no encontro dos gametas é a água,


enquanto em B esse encontro é auxiliado pela ação do vento.

c ) Tendo em vista que no ambiente terrestre há o desafio do acesso e da


disponibilidade de água, a estrutura representada em B é a mais vantajosa
para as plantas terrestres, pois ela é dependente do vento e não da água.

12. a ) A: Esporófito adulto (2n); B: Microsporângio (2n) contendo


microsporócitos (n); C: Grãos de pólen (n); D: Megasporângio (2n) contendo
óvulos (n); E: Megagametófito (n) contendo o arquegônio e as oosferas;

F: Embrião (2n); G: Semente (2n).

357

b ) A meiose ocorre na formação dos micrósporos e megásporos, enquanto a


mitose é observada na formação dos gametófitos, dos gametas (oosfera e
células espermáticas) e no desenvolvimento do embrião em um novo
esporófito.

c ) Monoica, pois ela apresenta estróbilos masculinos e femininos no mesmo


indivíduo.

d ) Não, pois nas gimnospermas os esporos ficam retidos no interior dos


esporófitos. Somente o gametófito masculino, proveniente do desenvolvimento
do esporo, é liberado no ambiente no momento da polinização. O megásporo
se desenvolve também dentro do megasporângio.

e ) A heterosporia é uma das características das gimnospermas, na qual são


produzidos tipos diferentes de esporos, o masculino (micrósporo) e o feminino
(megásporo). Nas briófitas e nas pteridófitas, somente um tipo de esporo é
produzido (homosporia).

13. Soma: 01 + 02 + 08 = 11.

14. Alternativa a.

15. Soma: 01 + 02 + 16 = 19.

16. Alternativa a.

17. Alternativa c.

18. Alternativa e.

Capítulo 5 - Angiospermas

1. As principais estruturas que caracterizam as angiospermas são a flor e o


fruto. A flor é o órgão responsável pela reprodução sexuada. Já o fruto é uma
estrutura derivada, geralmente, do desenvolvimento de um ou mais carpelos.

2. Os tecidos de condução da planta são o xilema e o floema. Além da


condução, esses tecidos podem armazenar substâncias e sustentar o corpo da
planta.

3. O tecido fundamental mais abundante nas plantas é o parênquima. Este está


relacionado principalmente com o armazenamento, a condução e a secreção
de substâncias. Além disso, participa de processos metabólicos, como a
fotossíntese e a respiração, entre outros.
4. As raízes atuam na fixação e na ancoragem da planta no solo, na aeração
de tecidos internos, na absorção de água e de substâncias inorgânicas, no
armazenamento e na condução de substâncias variadas, entre outros.

5. A absorção de água e íons inorgânicos pela raiz é facilitada pela presença


de pelos radiculares, que aumentam a superfície de absorção na raiz da planta.

6. No sistema de raiz fasciculado, a raiz principal é substituída por várias raízes


adventícias finas com o mesmo diâmetro, que geralmente ocupam as regiões
mais superficiais do solo. Esse sistema é encontrado em monocotiledôneas. No
sistema radicular pivotante, há uma raiz principal que cresce verticalmente no
solo e destaca-se das raízes laterais, atingindo geralmente grande
profundidade no solo. Este sistema é encontrado em raízes de
eudicotiledôneas.

7. Espera-se que os alunos façam um esquema representativo da parte interna


do caule de plantas monocotiledôneas e de dicotiledôneas, indicando: a
epiderme, os feixes vasculares (xilema e floema), o córtex e, no caso das
dicotiledôneas, a medula. Além disso, espera-se que os alunos demonstrem a
diferença da disposição dos feixes vasculares, os quais estão dispostos de
maneira irregular nas monocotiledôneas e em círculo nas dicotiledôneas, com a
presença da medula.

8. Em plantas aquáticas, a flutuabilidade é auxiliada pela existência do


parênquima aerífero ou aerênquima, que se caracteriza pela grande
quantidade de espaços preenchidos por ar atmosférico.

9. Os espinhos são folhas, caules, estípulas e, até mesmo, raízes, modificados,


que são permeados por tecido vascular. Os acúleos, por sua vez, são
projeções da epiderme ou do córtex e, portanto, não vascularizadas.

10. A formação de tecidos diploide e triploide em angiospermas caracteriza a


dupla fecundação. Nesse processo, as duas células espermáticas haploides (n)
participam da reprodução. Uma dessas células se funde à oosfera (n),
resultando na formação do zigoto (2n). A outra célula espermática, por sua vez,
se une aos dois núcleos polares existentes no interior do óvulo, dando origem
ao endosperma (3n), um tecido nutritivo.
11. a ) A: pétala; B: sépala; C: estigma; D: estilete; E: ovário; F: óvulo; G:
pedúnculo; H: receptáculo; I: filete; J: antera; K: folha.

b ) Porção masculina: I e J; porção feminina: C, D, E e F.

c ) As estruturas A, B, G, H e K.

d ) A estrutura indicada em K é a folha, cujo papel principal é a realização da


fotossíntese.

e ) Ao analisar o corte transversal da estrutura indicada em K (folha), seria


possível diferenciar a epiderme (superior e inferior), os tecidos vasculares
(xilema e floema) e o parênquima paliçádico e esponjoso (lacunoso).

12. I: estômatos; II: trocas gasosas; III: subterrâneo; IV: rizoma; V:


pneumatóforos; VI: nectários; VII: filocládios; VIII: caule; IX: colmos; X:
inflorescências.

a ) Os estômatos são estruturas compostas de duas células-guarda e são


responsáveis pelas trocas gasosas nas plantas.

b ) O caule do gengibre é subterrâneo, conhecido como rizoma.

c ) Os pneumatóforos são raízes que se desenvolvem em solos com drenagem


insuficiente.

d ) Algumas espécies possuem nectários, que são glândulas localizadas nas


proximidades do ovário e que secretam néctar.

e ) Filocládios são caules modificados que se assemelham a folhas e


favorecem a captação de luz solar.

358

f ) Em algumas espécies de plantas vasculares, o caule apresenta nó e entrenó


bastante diferenciados, que o dividem em partes chamadas colmos.

g ) As inflorescências são definidas como um agrupamento de flores.

13. a ) A polinização. É diferente, pois nas gimnospermas a polinização é feita


basicamente pelo vento.

b ) Os animais possibilitam a fecundação cruzada entre elas.


14. a ) A caça e o desmatamento podem interferir direta e indiretamente na
população da palmeira brejaúva. Diretamente, por reduzir o número de
indivíduos da palmeira no ambiente pela derrubada das árvores, e
indiretamente por reduzir ou até mesmo extinguir do ambiente populações de
cutias, as quais são os dispersores dessa espécie de palmeira.

b ) Sim, pois a reintrodução das cutias garante que as sementes das palmeiras
sejam dispersas mais eficientemente no ambiente. Isso inclui dispersão em
ambientes mais afastados da planta-mãe, o que pode significar menos
concorrência por recursos e germinação em locais adequados, favorecendo a
sobrevivência nos novos indivíduos.

c ) A ausência de sementes enterradas nessas áreas está relacionada à


ausência das cutias. Esses animais, ao atuarem como dispersores, alimentam-
se dos frutos e enterram suas sementes.

15. a ) Não, pois as bromélias são plantas epífitas, ou seja, elas se fixam e
desenvolvem-se sobre outras plantas, porém sem utilizar seus nutrientes. Já as
plantas parasitas absorvem água ou nutrientes da planta sobre a qual se fixa.

b ) As bromélias são consideradas monocotiledôneas, pois apresentam flores


trímeras, características desse grupo de angiospermas.

16. Soma: 01 + 16 = 17.

17. Soma: 01 + 08 = 09.

18. Soma: 02 + 08 = 10.

19. Alternativa b.

Capítulo 6 - Fisiologia vegetal

1. A transpiração é o processo que gera a força de sucção da coluna de água


no interior do xilema. Isso porque, ao transpirar, a planta elimina água na forma
de vapor. Essa água perdida pelas células do mesofilo é reposta passivamente
pela água contida no xilema. Graças às características da água, essa
movimentação das moléculas de água do xilema para as células do mesofilo
acaba por "puxar" a coluna de água no interior do tecido condutor. Como
resultado, a água se move no interior dos vasos xilemáticos das raízes para o
ápice da planta.
2. O carregamento do floema se caracteriza pela transferência dos assimilados,
como a sacarose, das células-fonte (mesofilo) para as células do tecido
vascular, como os elementos de tubo crivado e as células companheiras. Já o
descarregamento se caracteriza como sendo a transferência dos assimilados
transportados pelo floema das células do tecido condutor para as células-
dreno. Os movimentos de transferência de assimilados geram uma diferença e
pressão entre as células na região das fontes e drenos, a qual é responsável
por impulsionar a seiva ao longo do corpo da planta, da região com maior
concentração de solutos para aquela com menor concentração.

3. Os estômatos estão diretamente relacionados com a transpiração das


plantas. Isso porque, através da abertura dos estômatos (poro estomático), a
qual é controlada por modificações no formato das células-guarda, ocorre a
eliminação da água na forma de vapor.

4. A pressão de raiz se desenvolve quando a transpiração é muito lenta ou


ausente. Nesse estado, os íons transportados ativamente para as raízes se
acumulam no xilema. Esse acúmulo favorece a absorção de água, que eleva a
pressão hidrostática da raiz. O excesso de água não é eliminado, como se
observaria em estado de transpiração normal, por isso a água se acumula e
gera uma pressão positiva na raiz.

5. Gutação é o processo de eliminação de solução líquida (conteúdo do xilema)


por meio dos hidatódios, ou seja, os poros existentes nas bordas das folhas.
Como o processo depende diretamente da ocorrência da pressão de raiz, a
gutação é geralmente observada quando as taxas de transpiração são baixas
ou ausentes (à noite, por exemplo) e o solo possui grande quantidade de água.

6. A fertilização do solo se caracteriza pela adição de nutrientes nesse meio.


Ela pode ser feita pela adição direta no solo de fertilizantes químicos e
orgânicos, pela adubação foliar e pela adubação verde. Esse tipo de atividade,
quando realizada corretamente, pode aumentar a produtividade das plantas por
garantir uma nutrição adequada a esses seres vivos.

7. Macronutrientes são elementos requeridos em grande quantidade nas


plantas, como é o caso do nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, enxofre, silício e
magnésio. Já os micronutrientes são elementos necessários em pequena
quantidade nas plantas, como é o caso do cloro, boro, manganês, zinco, cobre,
molibdênio, níquel e ferro.

8. A fotossíntese é o processo que ocorre nos cloroplastos e por meio do qual


as plantas fotossintetizantes produzem seu próprio alimento. É caracterizada
por produzir compostos orgânicos e gás oxigênio a partir da luz solar, gás
carbônico e água. Já a respiração ocorre nas mitocôndrias e é um processo por
meio do qual as plantas adquirem energia. Baseia-se, ainda, na degradação de
compostos orgânicos a partir do gás oxigênio, no caso de organismos aeróbios,
e resulta na formação de água, energia e gás carbônico.

359

9. Ponto de compensação da luz é a intensidade luminosa na qual a taxa


fotossintética se iguala à taxa respiratória da planta, ou seja, a quantidade de
gás carbônico liberada na respiração é a mesma que a utilizada na
fotossíntese.

10. Sim, pois o aumento dessas variáveis proporciona aumento da taxa


fotossintética. No entanto, é importante considerar que, acima de um certo
limite, o aumento progressivo dessas variáveis não mais implica no aumento da
fotossíntese, podendo não interferir ou interferir negativamente nesse processo
de produção de nutrientes.

11. Fotoperiodismo é o conjunto de respostas de uma planta à duração do


fotoperíodo. O desenvolvimento de flores é um exemplo de resposta fisiológica
ligada ao fotoperíodo, que varia de acordo com as estações do ano.

12. Fototropismo: a planta responde a um estímulo luminoso, de modo que seu


crescimento é direcionado a ele. Tigmotropismo: a planta responde ao contato,
um estímulo mecânico com um suporte no qual a planta se enrola.
Gravitropismo: a planta responde a um estímulo gravitacional. As raízes
normalmente se desenvolvem em direção ao solo (gravitropismo positivo), e o
caule se desenvolve para cima (gravitropismo negativo).

13. a ) I: Etileno.

O etileno é um hormônio gasoso, produzido em diversas partes da planta, que


estimula o amadurecimento de frutos.
b ) II: Giberelina.

A giberelina estimula o crescimento do caule, das folhas e dos frutos, e


participa do processo de germinação de sementes.

c ) III: Auxina.

A auxina é produzida nas células meristemáticas, principalmente da gema


apical, e estimula o alongamento das células.

d ) IV: Citocinina.

A citocinina é um hormônio que estimula a divisão celular.

e ) V: Ácido abscísico.

O ácido abscísico é produzido nas folhas, no caule e nas raízes, e inibe o


crescimento de gemas e o desenvolvimento de sementes em condições
desfavoráveis.

14. a ) A água é transportada no interior do xilema, das raízes em direção ao


ápice das plantas. Esse transporte se baseia na teoria da tensão e coesão,
segundo a qual as propriedades da água garantem que ela flua no interior dos
vasos em uma coluna contínua. De acordo com essa teoria, a transpiração
foliar impulsiona o deslocamento da água e minerais absorvidos nas raízes. A
água perdida pelas células do mesofilo é reposta pela água presente nas
células adjacentes e do xilema. Essa reposição gera uma força de sucção da
coluna de água, garantindo que ela se mova da raiz em direção às folhas, à
medida que a transpiração ocorre.

b ) Não, pois a pressão positiva desenvolvida na raiz não é suficiente para


impulsionar a água e íons dissolvidos até o ápice de plantas, como é o caso
das sequoias-gigantes.

c ) Isso é observado porque a planta perde água na forma de vapor pela


transpiração. Essa água perdida acaba por se condensar na parede do saco
plástico, formando as gotículas de água observadas.

15. a ) O girassol se movimenta em direção à luz do Sol.

b ) A luz solar.

16. Soma: 01 + 02 = 03.


17. Soma: 01 + 02 + 32 = 35.

18. Alternativa d.

19. Soma: 04 + 08 = 12.

20. Soma: 02 + 16 = 18.

Unidade 3 - Animais

Capítulo 7 - Poríferos e cnidários

1. a ) Folhetos embrionários são camadas de células que surgem a partir da


invaginação da ectoderme nos embriões, no estágio de gástrula. Existem três
folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme.

b ) Animais diblásticos possuem dois folhetos embrionários: ectoderme e


endoderme.

c ) Animais triblásticos possuem os três folhetos embrionários: ectoderme,


endoderme e mesoderme.

d ) Animais protostômios são aqueles em que o blastóporo origina a boca no


estágio de gástrula.

e ) Animais deuterostômios são aqueles em que o blastóporo origina o ânus no


estágio de gástrula, e a boca é formada mais tardiamente.

f ) Celoma é uma cavidade corporal, localizada entre o tubo digestivo e a


superfície externa, responsável por abrigar os órgãos internos.

g ) Simetria bilateral refere-se à simetria na qual o animal pode ser dividido em


um plano vertical, de modo que os lados direito e esquerdo sejam semelhantes
e se complementem.

h ) Simetria radial ocorre em animais cujo corpo pode ser dividido em partes
semelhantes por mais de dois planos verticais.

2. a ) Poríferos são animais sésseis, ou seja, não se movimentam e vivem fixos


ao substrato. Logo, eles dependem da circulação da água através de seu corpo
para obterem alimento, eliminarem suas excretas e realizarem trocas gasosas.
Sendo assim, a água possui papel fundamental na fisiologia das esponjas,
pois, por meio dela, ocorre a nutrição, excreção e respiração desses animais.
360

b ) Espera-se que o aluno esquematize no caderno uma esponja em corte


longitudinal, caracterizando as partes essenciais à circulação da água pelo
corpo da esponja: poros, por onde ocorre a entrada de água na esponja; átrio,
onde a água é movimentada em virtude dos batimentos flagelares dos
coanócitos; e ósculo, local por onde a água é expelida para fora do corpo da
esponja.

3. a ) Os cnidócitos são células que secretam substâncias urticantes. Neles,


existe uma estrutura chamada de nematocisto, que abriga um filamento
urticante enovelado em seu interior. Essa cápsula se mantém fechada, porém,
ao receber estímulo, o nematocisto se abre e everte o filamento, liberando as
toxinas.

b ) Espera-se que o aluno esquematize no caderno o corpo de um cnidário em


corte longitudinal, na forma de pólipo ou medusa. Nesse esquema, deve ser
apresentada a boca circundada pelos tentáculos, comunicando-se com a
cavidade gastrovascular.

4.

Quantidade
Presença Tipo de
Animal de folhetos Protostômio/deuterostômio
de celoma simetria
embrionários

Cobra-
Triblástico Deuterostômio Celomado Bilateral
coral

Planária Triblástico Protostômio Acelomado Bilateral

Anêmona-
Diblástico Protostômio Acelomado Radial
do-mar

Bolacha-
Triblástico Deuterostômio Celomado
da-praia Radial
5. As larvas citadas no texto são as plânulas. Elas vivem livres no ambiente e
conseguem nadar nas correntes de água. Essas larvas são geradas por meio
da reprodução sexuada.

6. a ) As águas-vivas são cifozoários. Nesse grupo, predomina a forma de vida


livre, ou medusa. A forma de pólipo é reduzida ou ausente.

b ) Não. A água-viva respondeu ao toque do garoto graças à ação de células


nervosas, as quais não existem nos poríferos.

7. a ) As esponjas são animais sésseis, ou seja, fixos ao substrato, o que


aumenta as chances de predação.

8. a ) As esculturas atuam como substrato para a colonização de novos


pólipos, no intuito de possibilitar a restauração do local.

b ) Os corais pertencem à classe dos antozoários, grupo ao qual também


pertencem as anêmonas. Nesse grupo, predomina a forma de pólipo durante
toda a vida do animal, sendo a forma de medusa totalmente ausente.

9. Soma: 02 + 08 + 16 = 26.

10. Alternativa b.

Capítulo 8 - Platelmintos, nematódeos e moluscos

1. Hospedeiro definitivo é o ser vivo que aloja o parasita em sua fase adulta, na
qual ocorre a reprodução sexuada do parasita. Hospedeiro intermediário é o
ser vivo que aloja o parasita na fase imatura, ou seja, na fase larval, e por
menos tempo que o hospedeiro definitivo. Parasitose é o termo utilizado para
designar as doenças causadas por seres vivos que parasitam o ser humano ou
outros animais, usando-os como hospedeiros intermediários ou definitivos.

2. Na teníase, o ser humano é o hospedeiro definitivo e o porco ou a vaca os


hospedeiros intermediários. Nela, os cisticercos vivos dos cestódeos Taenia
solium (porco) ou Taenia saginata (vaca) se desenvolvem em indivíduos
adultos no sistema digestório. Na cisticercose, o ser humano é o hospedeiro
intermediário da Taenia solium. Dessa maneira, os cisticercos alojam-se em
importantes órgãos dos seres humanos como os olhos, o coração ou o
encéfalo.
3. Em algumas regiões dos países em desenvolvimento, é comum existir a falta
de saneamento básico adequado, principalmente pela falta de investimentos
por parte do governo. Além disso, o baixo poder econômico da população
normalmente está associado à sua baixa escolaridade, que gera a falta de
informação, culminando na falta de cuidados básicos com a higiene. Esses são
alguns pontos gerais que favorecem a proliferação das verminoses.

4. Nos bivalves, as brânquias também estão associadas à alimentação. Por


meio do sifão inalante, a água rica de partículas orgânicas é encaminhada até
as brânquias, onde a água é filtrada e as partículas de alimento são
encaminhadas para a boca por meio de cílios.

5. a ) Os caramujos pertencem à classe dos gastrópodes. Entre as principais


características dessa classe, estão: presença de cabeça com dois pares de
tentáculos e, ainda, possuem uma concha única composta de carbonato de
cálcio, com exceção das lesmas.

361

Além disso, possuem hábitos alimentares variados e respiram por meio de


brânquias, exceto os caracóis terrestres, que possuem respiração pulmonar.

b ) Sim. Porque esses animais não são naturais do Brasil e foram


indevidamente descartados no ambiente, tornando uma praga para as
plantações e contribuindo para a redução de espécies nativas em razão da
competição.

c ) As verminoses citadas são causadas por nematódeos que se encontram no


muco do caramujo. Em busca de alimentos, o caramujo passa por vegetais,
deixando neles seu muco com as larvas dos nematódeos. Caso esses vegetais
não sejam lavados antes do consumo, as larvas são liberadas no interior do
corpo e iniciam seu ciclo.

A angiostrongilíase abdominal é causada pelo nematódeo Angiostrongylus


costaricensis. As larvas migram para o intestino e penetram na mucosa da
porção terminal do íleo, apêndice e colo. Essa larva se transforma em vermes
adultos nos vasos sanguíneos e linfáticos locais. As fêmeas liberam ovos
levando a reações que causam edemas e lesões do intestino. No entanto, não
há a presença de ovos nas fezes do hospedeiro humano. Os principais
sintomas dessa doença são: dor abdominal, vômitos, febre, obstrução intestinal
e sangramento gastrointestinal.

A angiostrongilíase meningocefálica é causada pelo nematódeo


Angilostrongylus cantonensis. Após ser ingerida, a larva desse nematódeo
migra para pequenos vasos das meninges resultando em sintomas como:
reação inflamatória, febre baixa, rigidez de nuca, dor de cabeça, aumento
anormal de células de defesa no líquido cefalorraquidiano, estrabismo,
paralisias transitórias e vômitos.

A prevenção dessas doenças ocorre por meio de hábitos de higiene, como a


lavagem dos alimentos crus, como frutas e verduras, coleta e destruição dos
caramujos. Além disso, são necessárias medidas de saneamento ambiental
nas cidades, para o controle da população de roedores, uma vez que esses
animais são intermediários dessas doenças.

d ) De maneira geral, os vermes são caracterizados por serem animais


parasitas, invertebrados de corpo alongado e sem apêndices, alguns
achatados, outros cilíndricos. Apresentam um complexo ciclo de vida,
necessitando de hospedeiros intermediários e definitivos para concluir esse
ciclo. Os filos estudados que os representam são os platelmintos e os
nematódeos.

6. a ) As tênias são cestódeos endoparasitas intestinais de vertebrados, que


possuem uma boca com ventosa chamada de escólex.

b ) Na esquistossomose, o Schistosoma mansoni é um trematódeo, e as


cercárias se transformam em adultos e começam a se reproduzir
sexuadamente, formando ovos, os quais serão liberados com as fezes do
hospedeiro, assim, reiniciam o ciclo.

c ) A oxiurose não possui como vetor um mosquito.

7. a ) A: pé; B: manto; C: concha; D: brânquias.

b ) A estrutura B (manto) protege a massa visceral, região na qual estão


localizados importantes órgãos.

c ) Não. Possíveis respostas: lesmas e polvos.

d ) Não. Alguns moluscos, como o caracol terrestre, possuem pulmões.


8. O sistema excretor dos nematódeos e platelmintos é formado por
protonefrídeos. Esse sistema é formado por túbulos que conectam o meio
interno animal ao meio externo, mas é fechado em sua porção inicial por
células-flama. Por meio da movimentação dos flagelos dessas células, cria-se
uma pressão que promove o fluxo do líquido a ser filtrado no interior do
protonefrídeo, onde ocorrem a reabsorção da água e a eliminação das
excretas. Já o sistema excretor dos moluscos é formado por metanefrídeos,
que são compostos por tubos abertos em suas duas extremidades. O sangue é
pré-filtrado ao sair dos vasos sanguíneos pelos podócitos dirige-se para a
abertura do metanefrídeo. Ao atravessá-lo, ocorrem a reabsorção da água e a
eliminação das excretas.

9. Soma: 01 + 02 + 08 = 11.

10. Alternativa a.

Capítulo 9 - Anelídeos, artrópodes e equinodermos

1. a ) Os anelídeos são animais protostômios, triblásticos e apresentam


simetria bilateral. O corpo, geralmente com cerdas, é dividido em anéis e
coberto por epiderme e cutícula não quitinosa.

b ) A diferenciação entre poliquetas, oligoquetas e hirudíneos pode ser


baseada principalmente na presença e na ausência de estruturas como cerdas,
parapódios, clitelo e ventosas, o tipo de reprodução, a quantidade de cerdas,
entre outras características.

c ) Esses animais possuem sistema digestório completo, respiração


principalmente cutânea, sistema circulatório fechado, excreção por
metanefrídios, sistema nervoso formado por um gânglio cerebral ligado a
gânglios e nervos ventrais e segmentares.

2. A principal excreta nitrogenada dos insetos é o ácido úrico, que auxilia na


redução da perda de água pela do organismo pela excreção.

3. Os pigmentos respiratórios auxiliam no transporte dos gases no sangue dos


animais. A funcionalidade dos pigmentos respiratórios é menor nos insetos,
porque neles os gases são transportados diretamente às células por meio do
sistema traqueal.
362

4.

Quantidade de Quantidade de
Grupo Divisão do corpo
antenas pernas

Cefalotórax e Variável,
Crustáceos abdome ou cabeça, 2 pares geralmente 1 par
tórax e abdome por segmento

Cabeça, tórax e
Insetos 1 par 3 pares
abdome

Cefalotórax e
Aracnídeos Ausentes 4 pares
abdome

1 par por
Quilópodes Cabeça e tronco 1 par
segmento

2 pares por
Diplópodes Cabeça e tronco 1 par
segmento

5. O exoesqueleto garante sustentação e proteção ao artrópode, no entanto,


limita seu crescimento às fases de muda (ecdise).

6. a ) A linha azul representa o crescimento de um animal não artrópode, e a


linha vermelha, o crescimento de um artrópode. A linha azul representa o
aumento contínuo de tamanho ao longo do tempo. A linha vermelha,
representa um crescimento aos "saltos", ou seja, restrito a determinados
momentos (mudas).

b ) A: período sem crescimento aparente do corpo do animal; durante essa


fase, os tecidos do animal estão se desenvolvendo no interior do exoesqueleto,
preparando-se para o processo de muda. B: período caracterizado pelo
aumento aparente do tamanho corporal do animal; sucede a muda, apresenta
um rápido aumento do tamanho do corpo do animal, já que seu novo
exoesqueleto ainda não está endurecido e é capaz de se expandir. I: muda;
momento em que o animal deixa o antigo exoesqueleto, e aumenta em
tamanho. II: enrijecimento do novo exoesqueleto; nesse momento, o
crescimento corporal cessa, pois o exoesqueleto rígido impede esse aumento,
que ocorrerá somente na próxima muda.

c ) Para aumentar de tamanho corporal, um artrópode deve passar pelo


processo de muda, que é a troca de seu exoesqueleto (indicação I). Durante
certo período de tempo, os tecidos do animal desenvolvem-se dentro do
exoesqueleto. O rígido exoesqueleto impede o crescimento corporal (indicação
A), que só ocorrerá após a muda, quando o animal deixa seu exoesqueleto
antigo. Então, seu novo exoesqueleto, que possui pouca quantidade de quitina
e outras substâncias, permite que haja um rápido crescimento corporal
(indicação B). Em pouco tempo, após o aumento do tamanho do corpo, o novo
exoesqueleto se torna mais concentrado em quitina e minerais, como cálcio,
enrijecendo novamente e restringindo o crescimento corporal (indicação II), até
a próxima muda.

7. a ) A: ofiuroides; B: boca; C: serpentes-do-mar. Os ofiuroides possuem


sistema digestório bastante simples: intestino e ânus são ausentes, a digestão
e a absorção de nutrientes são feitas pelo estômago e as excretas são
eliminadas pela boca. São representados pelas serpentes-do-mar.

b ) D: equinoides; E: lanterna-de-aristóteles; F: ouriços-do-mar; G: bolachas-da-


praia.

Os equinoides têm formato oval, não possuem braços e são animais


bentônicos. Possuem lanterna-de-aristóteles, um conjunto de dentes
articulados na região da boca, utilizado para raspar o substrato e triturar o
alimento. São representados pelos ouriços-do-mar e pelas bolachas-do-mar.

c ) H: asteroides; I: estômago; J: estrelas-do-mar.

Os asteroides alimentam-se projetando o estômago sobre o alimento, no qual


liberam enzimas para iniciar sua digestão. Possuem alta capacidade de
regeneração e são representados pelas estrelas-do-mar.

d ) K: crinoides; L: lírios-do-mar.
Os crinoides vivem a maior parte da vida fixos ao substrato e apresentam boca
e ânus lado a lado e voltados para cima. São representados pelos lírios-do-
mar.

e ) M: holoturoides; N: árvores respiratórias; O: pepinos-do-mar.

Os holoturoides possuem o corpo dividido em regiões anterior e posterior.


Possuem árvores respiratórias, órgãos responsáveis pelas trocas gasosas e
são representados pelos pepinos-do-mar.

8. a: III; b: VI; c: I; d: II; e: IV; f: V.

9. Alternativa b.

10. Alternativa a.

11. Alternativa b.

Capítulo 10 - Cordados: peixes e anfíbios

1. A presença de notocorda em pelo menos uma fase de sua vida, tubo


nervoso oco, fendas faríngeas e uma cauda pós-anal. Possuem simetria
bilateral e são triblásticos celomados.

2. Os cordados são classificados em urocordados, cefalocordados e craniados


ou vertebrados. Possíveis respostas: Urocordados: são animais marinhos, com
espécies sésseis e livre-nadantes. Apresentam túnica externa, um sifão oral
por onde ocorre a entrada da água do mar e um sifão atrial para a saída da
água. Possuem uma faringe que captura o alimento por meio de uma rede de
muco, e que também realiza as trocas gasosas. Seu sistema circulatório é
fechado, são hermafroditas e possuem fase larval. Cefalocordados: habitam o
fundo de mares arenosos e rasos, e alimentam-se por filtração.

363

Possuem pequenos tentáculos, apresentam sistema circulatório fechado e suas


excretas são eliminadas por meio de nefrídios. São dióicos e a fecundação é
externa. Craniados ou vertebrados: apresentam um crânio ósseo ou
cartilaginoso e uma coluna vertebral formada por vértebras ósseas ou
cartilaginosas. Possuem sistema digestório completo, sistema excretor com
rins, um coração ventral com duas ou quatro câmaras e sexos separados.
3. Os peixes condrictes possuem um esqueleto cartilaginoso, enquanto os
osteíctes possuem um esqueleto ósseo. Os condrictes possuem ampolas de
Lorenzini como estrutura sensorial e a linha lateral, já os osteíctes apresentam
apenas a linha lateral. Os osteíctes possuem vesícula gasosa, que os auxilia a
flutuar na coluna de água, e opérculos, estruturas ausentes nos condrictes.
Outras estruturas exclusivas dos condrictes são as escamas placoides, a
válvula espiral e o clásper.

4. Por meio do preenchimento e do esvaziamento da vesícula gasosa ou


bexiga natatória, que altera a densidade do corpo do animal. Quando a
vesícula gasosa está cheia de ar, o peixe sobe na coluna de água, pois sua
densidade torna-se menor. Quando a vesícula gasosa esvazia, o peixe afunda
na coluna de água, pois a sua densidade volta a ser maior.

5. Os anfíbios evoluíram a partir de animais ancestrais de nadadeiras lobadas,


como o Ichthyostega. Entre as principais características dos anfíbios está o fato
de possuírem um ciclo de vida alternado entre os ambientes aquático e
terrestre. Além disso, possuem pele úmida com glândulas mucosas e de
veneno, não possuem escamas e os dentes estão ausentes ou são pouco
desenvolvidos. Apresentam, ainda, fase larval e o sistema sanguíneo é fechado
e incompleto. Realizam respiração branquial na fase larval, e pulmonar e
cutânea na fase adulta.

6. Entre as principais características, estão: a presença de quatro membros


articulados, o desenvolvimento da respiração pulmonar, a sustentação do
corpo e a retenção de água.

7. O cuidado parental aumenta as chances de sobrevivência dos filhotes frente


às adversidades, tais como o ataque de predadores.

8. As escamas placoides são estruturas cuja parte externa é originada da


epiderme e a parte interna da derme. Elas recobrem a pele dos peixes
cartilaginosos como tubarões, raias e quimeras, e os auxiliam durante a
natação, reduzindo o atrito com a água, que flui ao longo da superfície do corpo
do animal.

9. Entre as características, estão a presença de órgãos olfatórios e visuais


desenvolvidos; a linha lateral, formada por receptores mecânicos que permitem
ao animal identificar o ambiente à sua volta; e eletrorreceptores, como a
ampola de Lorenzini, que captam os sinais bioelétricos da presa.

10. Espera-se que o aluno faça um esquema indicando com setas o percurso
que o ar realiza no interior dos anfíbios, considerando sua entrada pelas
narinas, o rebaixamento da cavidade bucal inferior, a passagem do ar para os
pulmões e sua expulsão pelas narinas, com o auxílio das contrações dos
músculos corporais.

11. Na época da seca, a piramboia utiliza suas nadadeiras pélvicas e peitorais


para construir uma toca vertical na lama e se manter úmida e protegida. Essa
toca possui uma abertura que se liga ao ambiente e, por meio dela, o peixe
consegue realizar a respiração pulmonar.

12. A: IV; B: V; C: I; D: II; E: III.

13. a ) A linha lateral é responsável por captar as vibrações geradas por


animais e partículas presentes na água, permitindo aos peixes perceber a
aproximação de presas e predadores.

b ) A linha lateral é um sistema sensorial que evoluiu para o ambiente aquático.


Como as larvas dos anfíbios dependem exclusivamente da água para se
desenvolver, ela está presente nessa fase, mas desaparece na fase adulta.

14. a ) A figura I representa a circulação que ocorre nos peixes e a figura II nos
anfíbios.

b ) Nos peixes, a circulação é fechada e simples. Nos anfíbios, é fechada e


dupla. A circulação dos peixes e anfíbios é chamada fechada porque o sangue
circula dentro de artérias, veias e capilares. Nos peixes, a circulação é simples
porque o sangue passa apenas uma vez pelo coração. Já nos anfíbios, a
circulação é dupla porque o sangue passa duas vezes pelo coração para
completar seu ciclo.

c ) Na circulação dos peixes (figura I), o sangue pobre em gás oxigênio


proveniente do corpo do peixe passa por um ventrículo, segue para o átrio e
deixa o coração seguindo para as brânquias, onde ocorrem as trocas gasosas.
Em seguida, o sangue rico em oxigênio retorna para os tecidos. Na circulação
dos anfíbios (figura II), o sangue pobre em gás oxigênio chega ao coração pelo
átrio, passa para o ventrículo direito, segue até os pulmões onde é oxigenado,
volta para o átrio esquerdo e, em seguida, é bombeado para o resto do corpo.

d ) Sim. Os anfíbios apresentam apenas um ventrículo, que recebe o sangue


dos dois átrios. Ao se contrair, parte do sangue segue para os pulmões e parte
para o corpo. A mistura não é completa, pois uma válvula presente no
ventrículo permite que o sangue se misture apenas parcialmente.

15. a ) O Brasil apresenta clima tropical, matas, florestas e grande riqueza


hídrica, condições favoráveis ao desenvolvimento de muitas espécies de
animais, incluindo os anfíbios.

b ) Possíveis respostas: sapo-cururu (Bufo marinus), encontrado em todo


território brasileiro; perereca (Osteocephalus taurinus), encontrada na bacia
amazônica; rã (Physalaemus centralis), encontrada no cerrado brasileiro;
salamandra (Bolitoglossa paraensis), encontrada na região de Belém-PA;
perereca (Vitreorana uranoscopa), encontrada na Mata Atlântica, entre outros.

364

c ) A produção de toxinas ocorre nas chamadas glândulas de veneno presentes


na pele dos anfíbios. Essa produção é uma característica de defesa desses
animais, protegendo-os de predadores.

16. Entre as principais etapas presentes na seta I, está o processo de


reprodução dos anfíbios, o qual resulta na formação do girino. Após atrair a
fêmea por meio da vocalização, fêmea e macho se acasalam e liberam seus
gametas na água. Os ovos fecundados são depositados em locais úmidos.
Alguns dias depois, uma pequena larva, denominada girino, sai da camada
gelatinosa que envolve o ovo fecundado. Durante o processo representado
pela seta II, ocorre a metamorfose do anfíbio. O girino começa a desenvolver
membros posteriores, seguidos dos membros anteriores. Por fim, ocorre a
reabsorção da cauda e das brânquias e os pulmões se desenvolvem, formando
um indivíduo adulto.

17. a ) As principais características são a presença de pele úmida, sem


escamas, desprovida de queratina e altamente permeável, além de apresentar
reprodução em ambiente aquático.
b ) A respiração cutânea.

c ) Porque esses animais necessitam de dois hábitats em boa qualidade para


sobreviver, a água e a terra. Se um desses ambientes sofre mudanças, os
anfíbios sofrem com esses danos, pois necessitam da água para se reproduzir
e sua pele é sensível a ambientes secos.

18. Alternativa a.

19. Alternativa a.

20. Alternativa d.

21. Alternativa a.

Capítulo 11 - Cordados: répteis, aves e mamíferos

1. A presença de um ovo com casca impermeável e com anexos embrionários,


que impedem a perda de água para o ambiente e permitem que o embrião se
desenvolva completamente dentro do ovo. Essas características permitem a
postura dos ovos em ambiente terrestre, pois o desenvolvimento é direto,
diferente dos anfíbios, sem incluir uma fase larval aquática, tornando-se
completamente independente da água. Os répteis também possuem uma pele
altamente queratinizada, seca e impermeável, que impede a perda de água
pela superfície corporal em ambiente terrestre, e confere proteção ao corpo do
animal. Alguns répteis, como os lagartos e as serpentes, apresentam escamas
na pele. Como a pele é seca e impermeável, as trocas gasosas ocorrem
totalmente por meio de pulmões bem desenvolvidos.

2. Os répteis são classificados em quelônios ou testudíneos, crocodilianos e


escamados. Possíveis respostas: entre as características dos quelônios
destacam-se o corpo recoberto por uma carapaça (casco) e um escudo ventral
chamado plastrão, a ausência de dentes, são ovíparos, algumas espécies
possuem membros adaptados para o ambiente aquático e outras para o
ambiente terrestre. Entre as características dos crocodilianos estão o corpo
recoberto por placas ósseas e escamas bastante queratinizadas, presença de
cauda achatada lateralmente. Entre as características dos escamados estão a
presença de pele recoberta por escamas que passam por mudas periódicas, ou
seja, a parte externa da epiderme é substituída e o animal troca de pele de
tempos em tempos.

3. Entre as principais adaptações ao voo estão um corpo aerodinâmico e


recoberto por penas; membros anteriores modificados em asas; esqueleto leve,
porém resistente, formado por ossos pneumáticos, que são repletos de
cavidades ocas; o osso esterno possui uma quilha, onde se inserem os
desenvolvidos músculos peitorais, responsáveis pelo batimento das asas, e
presença de sacos aéreos.

4. Glândulas sudoríferas, sebáceas, odoríferas e mamárias. As glândulas


sudoríferas produzem suor, que contribui para a redução da temperatura
corpórea quando esta se eleva. As glândulas sebáceas produzem gordura, que
impermeabiliza e reveste a pele e os pelos. As glândulas odoríferas produzem
odores que possuem diversas funções de acordo com a espécie, tais como
reprodução, aviso e defesa de território. As glândulas mamárias produzem
leite, que é o alimento dos filhotes durante os primeiros meses de vida.

5. Os mamíferos e as aves são animais endotérmicos, ou seja, mantêm sua


temperatura corporal a níveis adequados independente da temperatura do
ambiente em que se encontram. Alterações na temperatura ambiental podem
alterar a taxa metabólica desses animais. Quando estão em ambientes de alta
temperatura, sua taxa metabólica reduz, e quando estão em ambientes com
menor temperatura, sua taxa metabólica aumenta, em uma tentativa de
produzir mais calor e manter a temperatura.

6. a ) Nos crocodilos, o coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois


ventrículos, enquanto nos demais répteis estão presentes três câmaras: dois
átrios e um ventrículo.

b ) Nas aves e nos mamíferos, o coração possui quatro cavidades e a


circulação é dupla e completa, pois não há mistura de sangue rico em gás
oxigênio com sangue pobre em gás oxigênio.

c ) Os sacos aéreos são estruturas presentes nas aves, responsáveis pela


flutuação e pelo controle da temperatura do corpo.

d ) A excreta de aves e répteis é rica em ácido úrico, enquanto a excreta dos


mamíferos é rica em ureia.
7. As glândulas de sal são importantes porque contribuem para a manutenção
do equilíbrio osmótico do animal, eliminando o excesso de sal presente no
corpo. Nas espécies marinhas, por exemplo, esse excesso de sal provém da
alimentação.

8. Por serem animais ectotérmicos, os répteis dependem de fontes externas de


calor para manter a temperatura do corpo acima da temperatura do ambiente.
Portanto, ao se expor aos raios solares, os quelônios estão aumentando sua
temperatura corporal.

365

9. a ) Os tucanos são aves dispersoras de grande porte, capazes de dispersar


sementes de vários tamanhos. Dessa maneira, as sementes dispersas por
essas aves produzirão árvores com frutos grandes e pequenos. A ausência de
tucanos indica que aves de menor porte estão dispersando as sementes,
porém estas só conseguem dispersar sementes pequenas, resultando em
árvores com frutos pequenos.

b ) Entre as principais características do sistema digestório das aves estão a


ausência de dentes, a presença do papo, da moela e do proventrículo. No
papo, o alimento é amolecido, e, em seguida, conduzido para o proventrículo,
onde recebe enzimas digestivas. Daí, segue para a moela, onde será triturado.
Após essa etapa, o bolo alimentar passa pelo intestino, e, por fim, é expelido
pela cloaca.

c ) O formato do bico determina o tipo de alimentação de uma ave. Por


exemplo, o formato do bico das araras auxilia a quebrar sementes, e o bico das
águias, é adaptado para dilacerar carne.

d ) Espera-se que o aluno faça um desenho esquemático indicando as


estruturas do sistema digestório das aves e suas respectivas funções.

10. a ) A équidna pertence ao grupo dos monotremados, mamíferos ovíparos


que incubam seus ovos até a eclosão dos filhotes. O canguru pertence ao
grupo dos marsupiais, mamíferos vivíparos, nos quais o desenvolvimento se
inicia no útero e se completa dentro do marsúpio. O morcego pertence ao
grupo dos placentários, mamíferos também vivíparos de longa gestação, cujo
desenvolvimento dentro do útero é acompanhado pela placenta.
b ) As équidnas (monotremados, em geral) são os únicos mamíferos ovíparos,
ou seja, que colocam ovos no ambiente. Além da postura de ovos, nos
monotremados, os sistemas digestório, urinário e genital se comunicam com o
exterior por meio da cloaca, assim como nas aves.

c ) A placenta. A presença desse anexo embrionário está relacionada ao


desenvolvimento intrauterino do embrião. A placenta se forma pela associação
entre a parede do útero e o cório, e permite que o embrião receba oxigênio e
nutrientes diretamente do organismo da mãe.

11. Alternativa d.

12. Alternativa a.

Unidade 4 - Corpo Humano

Capítulo 12 - Corpo humano: digestão e respiração

1. A importância do sistema digestório humano é promover a digestão de


alimentos, a absorção dos nutrientes presentes nesses alimentos e a
eliminação das fezes.

2. Na digestão mecânica, ocorre quebra dos alimentos em partes menores, por


meio de um processo físico, como a mastigação. Na digestão química, ocorre a
ação de enzimas que atuam na degradação dos alimentos em substâncias
mais simples.

3. As glândulas salivares são responsáveis por secretar a saliva, a qual é


composta por muco e uma enzima digestiva (amilase salivar ou ptialina), que
facilitam a deglutição por meio do amolecimento dos alimentos.

4. a ) O intestino grosso é divido em três regiões: ceco, colo e reto.

b ) Os movimentos peristálticos no intestino grosso movem o material fecal da


região do ceco para a região do colo. Conforme o material fecal move-se pelo
colo, a água é continuamente reabsorvida das fezes através da parede do
intestino.

5. a ) As vias respiratórias são um conjunto de órgãos responsáveis por


conduzir o ar do meio externo para os pulmões. Alguns desses órgãos, como o
nariz e a traqueia, possuem cílios e secretam muco que protege o organismo,
retendo e eliminando os microrganismos que são inalados com o ar.

b ) Os órgãos e estruturas que compõem as vias respiratórias são: narinas,


fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.

6. a ) O fígado, a vesícula biliar e o pâncreas são chamados órgãos acessórios


ou anexos do sistema digestório porque o alimento ingerido não passa por
esses órgãos, mas eles participam da digestão secretando enzimas (exceto a
vesícula biliar), que são essenciais para o processo da digestão química.

b ) A vesícula biliar (estrutura representada em III) é responsável apenas pelo


armazenamento e pela liberação da bile para o duodeno, sendo o fígado o
órgão responsável pela sua produção.

c ) A estrutura representada em I é o fígado, órgão responsável pela produção


da bile, que têm papel importante na emulsificação das gorduras.

d ) A estrutura representada em II é o pâncreas, órgão responsável pela


secreção do suco pancreático (enzimas pancreáticas). O mau funcionamento
do pâncreas compromete a digestão de carboidratos, lipídios e proteínas.

7. a ) As enzimas aumentam a velocidade da digestão de maneira específica.


Cada tipo de enzima tem uma ação na quebra de diversas macromoléculas
presentes nos alimentos ingeridos. Essa quebra torna essas moléculas
menores, facilitando a sua absorção no intestino delgado.

b ) Porque o pH é um fator que interfere na atividade enzimática. Cada enzima


tem sua atividade máxima em um determinado pH. Se a enzima não estiver
presente em um pH favorável, essa atividade é reduzida.

c ) As enzimas que atuaram na digestão do amido presente no arroz, no feijão


e na batata-doce foram a amilase salivar, secretada pelas glândulas salivares,
e a amilase pancreática, secretada pelo pâncreas, as quais quebram o amido
(polissacarídeo) em dissacarídeos.

366

d ) As enzimas responsáveis pela digestão das principais macromoléculas que


constituem a carne atuam em pH em torno de 1,5 a 2,0, 7,0 a 8,0. A proteína,
uma das macromoléculas que constituem a carne, é, primeiramente, quebrada
em peptídeos por ação da enzima pepsina, que atua em pH ácido, no
estômago. Em seguida, essa proteína continua sendo quebrada em peptídeos,
no intestino delgado, em pH neutro a alcalino, por ação da tripsina e da
quimiotripsina. Ainda no intestino delgado, os peptídeos são, então, quebrados
em aminoácidos por ação das peptidases, que atuam em pH em torno de 7,6.
Outra macromolécula que constitui a carne é a gordura; ela é quebrada em
ácidos graxos e glicerol, no intestino, por ação das lipases, as quais atuam em
pH neutro a alcalino.

8. Alternativa b.

9. Alternativa c.

10. Alternativa a.

Capítulo 13 - Corpo humano: circulação, imunidade e excreção

1. Os sistemas circulatório e linfático, responsáveis pela circulação de sangue e


de linfa, respectivamente.

2. O sangue transporta o gás oxigênio dos pulmões para os tecidos, os


nutrientes do sistema digestório aos tecidos, os resíduos celulares até as
estruturas excretoras, os hormônios para as diferentes partes do corpo humano
e as células de defesa até os locais necessários.

3. O sangue é composto de plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas. O


plasma é líquido e tem cor amarela, composto de água, proteínas, enzimas,
hormônios, gases e produtos do metabolismo celular. Ele está relacionado ao
equilíbrio na quantidade de água no corpo humano, na proteção contra agentes
estranhos e na redução da perda de sangue em ferimentos. As hemácias ou
glóbulos vermelhos são células anucleadas, com pigmento hemoglobina,
responsáveis por se ligar ao gás oxigênio, depois que ele passa pelos alvéolos
pulmonares e é transportado pelos capilares. Os leucócitos ou glóbulos
brancos participam das defesas do corpo humano. As plaquetas são
fragmentos celulares, responsáveis pela coagulação sanguínea.

4.

Vasos Estrutura Importância


Parede espessa,
Transportam o sangue rico em gás
composta de tecido
Artérias oxigênio do coração para os
epitelial, conjuntivo e
tecidos corporais.
muscular.

Parede fina composta Realizam a troca de gases,


somente por uma nutrientes e resíduos do
Capilares
camada de tecido metabolismo celular entre o
epitelial. sangue e o líquido intersticial.

Vasos Estrutura Importância

Parede mais fina que a


Transportam o sangue pobre em
das artérias,
Veias gás oxigênio dos tecidos até o
composta de tecido
coração.
epitelial.

São constituídas de Transportam o sangue rico em


Arteríolas tecido epitelial e tecido gás oxigênio em direção aos
muscular. tecidos.

Recebem o sangue pobre em


Constituição
Vênulas gás oxigênio dos capilares e o
semelhante à das veias.
encaminham às veias.

5. Os baixos níveis de plaquetas indicam que Sabrina pode ter problemas de


coagulação sanguínea. Assim, a cicatrização poderia demorar, aumentando a
probabilidade de complicações e infecções.

6. a ) Ventrículos.

O coração humano apresenta quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos.

b ) Circulação sistêmica; veias cavas direita e esquerda. O sangue proveniente


da circulação sistêmica retorna ao coração por meio das veias cavas direita e
esquerda.
c ) Valva atrioventricular direita; pulmões; artérias pulmonares.

Por meio da valva atrioventricular direita, o sangue é transferido ao ventrículo


direito, onde é bombeado e conduzido aos pulmões por meio das artérias
pulmonares, para receber o gás oxigênio proveniente da respiração.

d ) Veias pulmonares; circulação pulmonar.

O sangue retorna ao átrio esquerdo do coração por meio das veias


pulmonares. Esse processo é chamado de circulação pulmonar.

e ) Valva atrioventricular esquerda; artéria aorta.

A partir do átrio esquerdo, o sangue é conduzido ao ventrículo esquerdo por


meio da valva atrioventricular esquerda, onde ele é bombeado e conduzido às
outras partes do corpo por meio da artéria aorta, iniciando a circulação
sistêmica.

7. a ) O sistema linfático é composto de vasos linfáticos, linfonodos, timo e


baço. Os vasos linfáticos distribuem-se por todo o corpo, transportando a linfa
para o sistema circulatório. Os linfonodos são estruturas localizadas na região
do pescoço, das axilas e das virilhas, que filtram a linfa trazida pelos vasos
linfáticos. O timo localiza-se no tórax e está relacionado à produção de células
de defesa. O baço se localiza abaixo do diafragma, realiza a filtragem do
sangue e destrói agentes invasores.

b ) A linfa é o líquido intersticial que flui para o interior dos vasos linfáticos e é
encaminhado ao sistema circulatório. Ela é composta de água, íons, resíduos
do metabolismo celular e algumas proteínas.

367

c ) O sistema linfático é importante para as defesas do corpo humano, e na


absorção de gorduras e vitaminas do trato digestório. As larvas do nematódeo
obstruem a passagem da linfa nos vasos linfáticos, impedindo a circulação
linfática, e geram um acúmulo de linfa e de líquido intersticial em determinadas
regiões do corpo.

8. As defesas inespecíficas são mecanismos que visam impedir a entrada de


agentes estranhos no corpo humano, como pele, saliva e muco, suco gástrico,
entre outras. As defesas específicas são formadas por linfócitos e anticorpos,
que agem contra antígenos específicos.

9. a ) Antígenos são moléculas presentes nos agentes invasores e, que,


quando penetram o organismo, são reconhecidas como estranhas por
receptores presentes nos leucócitos. Os anticorpos são proteínas produzidas
por linfócitos B, que reconhecem agentes invasores e toxinas, ligam-se a eles e
ativam células capazes de destruí-los.

b ) As vacinas contêm antígenos ou toxinas de microrganismos específicos,


que são compostos de micróbios mortos ou toxinas inativas, para que não
produzam sintomas da doença na pessoa vacinada. A vacinação com
antígenos induz o organismo a produzir anticorpos contra uma doença
específica, gerando imunidade contra ela.

c ) A vacinação é um método de imunização ativa, pois induz o organismo a


produzir anticorpos.

d ) A amamentação é um método de imunização passiva muito importante nos


primeiros meses de vida, pois por meio do leite materno o bebê recebe os
anticorpos da mãe.

10. a ) Resposta esperada: Armandinho estava dormindo e sonhando e, assim,


acabou urinando na cama.

b ) O sistema urinário controla o volume e a composição do sangue,


removendo as impurezas e substâncias tóxicas presentes nele.

c ) O sistema urinário é composto de um par de rins, um par de ureteres, a


bexiga urinária e a uretra. Nos rins, ocorre a filtração do sangue e a formação
da urina. Os ureteres conduzem a urina formada nos rins até a bexiga urinária,
um órgão muscular que armazena a urina. A uretra é o canal que parte da
bexiga urinária e conduz a urina para fora do corpo.

11. a ) Esses cálculos são formados nos rins porque constituem-se no local em
que ocorre a filtração do sangue. Assim, as impurezas ficam retidas nesses
órgãos.

b ) A urina é formada por meio de três processos: filtragem do sangue,


reabsorção tubular e secreção tubular. A filtragem do sangue ocorre nos
glomérulos, que permitem a passagem de algumas substâncias e têm outras,
formando o filtrado glomerular. Esse filtrado é recolhido pela cápsula
glomerular e encaminhado ao túbulo renal, segue para a veia renal e sai do
rim. Algumas substâncias são absorvidas e retornam ao sangue pela
reabsorção tubular. Moléculas grandes são eliminadas pela secreção tubular,
que ocorre nos túbulos renais. Assim, forma-se a urina.

c ) O néfron é a unidade funcional do rim, onde é feita a filtragem do sangue.


Durante a filtragem, o líquido formado recebe impurezas e substâncias em
excesso, e materiais úteis são retornados ao sangue.

12. Alternativa b.

13. Alternativa e.

14. Alternativa c.

15. Alternativa d.

16. Alternativa c.

Capítulo 14 - Corpo humano: coordenação e sentidos

1. a ) A parte central do sistema nervoso é formada pelo encéfalo e pela


medula espinal.

b ) O encéfalo está relacionado às emoções, aos pensamentos e à memória. A


medula espinal estabelece comunicação entre o encéfalo e outras partes do
corpo humano, além de receber estímulos ambientais e responder a eles.

c ) A parte central do sistema nervoso é protegida pelo crânio, pelas meninges,


pelas vértebras e pelo líquido cerebrospinal.

2. A parte somática está relacionada aos movimentos voluntários dos músculos


esqueléticos. Já a divisão autônoma é responsável por regular a secreção das
glândulas e os movimentos involuntários dos músculos lisos e cardíacos.

3. a: III; b: IV; c: I; d: II.

4. a ) As outras sensações que são detectadas por receptores presentes na


pele são as sensações térmicas (calor e frio). Além do corpúsculo de Meissner
(tipo III), existem outros mecanoceptores como o corpúsculo de Merkel (tipo I),
o corpúsculo de Ruffini (tipo II) e o corpúsculo de Vater-Pacini (tipo IV). Os
receptores relacionados aos estímulos térmicos são chamados de
termoceptores.

b ) Quando a pele é tocada, os receptores nela presentes captam esses


estímulos táteis, gerando impulsos nervosos que são transmitidos até a parte
central do sistema nervoso, que interpreta a sensação de toque.

5. a ) Os hormônios são substâncias que auxiliam na coordenação das


atividades dos sistemas do corpo humano.

b ) As glândulas endócrinas secretam hormônios na corrente sanguínea, que


os conduz aos tecidos.

c ) Possíveis respostas: hipófise, que secreta hormônio do crescimento (GH),


hormônio estimulante da glândula tireoide (TSH), hormônio folículoestimulante
(FSH), hormônio luteinizante (LH), prolactina, ocitocina, hormônio antidiurético
(ADH); tireoide, que secreta calcitocina, T3 e T4;

368

paratireoides, que secretam paratormônio; pâncreas, que secreta insulina e


glucagon; suprarrenais, que secretam cortisol e adrenalina; ovários, que
secretam progesterona e estrógeno; testículos, que secretam testosterona.

d ) Ambos estão relacionados à concentração de glicose no sangue. Porém, o


glucagon regula seu aumento e a insulina regula sua redução.

6. a ) O cortisol e a adrenalina.

b ) Essas situações são controladas pela parte simpática da divisão autônoma


do sistema nervoso.

c ) Possíveis respostas: quando nos assustamos, como ao ouvir um som alto


ou a voz de alguém de repente; quando nos assustamos com o latido de um
cachorro; em determinados brinquedos em parques de diversões, que
envolvam altura e velocidade exageradas.

7. Alternativa b.

8. Alternativa c.

9. Alternativa c.

10. Alternativa c.
Capítulo 15 - Corpo humano: revestimento e movimentação

1. A pele auxilia na proteção do corpo humano contra agentes estranhos, é


uma barreira física que protege os órgãos e tecidos do corpo humano, participa
da sensibilidade a estímulos táteis térmicos, auxilia na excreção de suor e na
regulação da temperatura corporal.

2. a ) Espera-se que o aluno represente a epiderme, a derme e a tela


subcutânea.

b ) Na derme.

c ) As queimaduras de primeiro grau afetam a epiderme; as de segundo grau,


alcançam também a derme; já as de terceiro grau atingem a epiderme, a derme
e a tela subcutânea.

3. a ) As glândulas sebáceas estão localizadas na derme, quase sempre


próximas às raízes dos pelos.

b ) As glândulas sebáceas secretam sebo, substância oleosa que


impermeabiliza a pele e os pelos, prevenindo a evaporação de água pela pele
e inibindo o crescimento de microrganismos.

4. a ) Os ossos sofrem perda de dureza, pois têm perda de minerais, como o


cálcio.

b ) Principalmente leite e seus derivados, que são alimentos ricos em cálcio.

5. a ) Tendão é uma estrutura composta de tecido conjuntivo, que une os


músculos aos ossos.

b ) Ligamento é uma estrutura composta de tecido conjuntivo, que une um osso


a outro e está ligado às articulações móveis.

6. a ) De acordo com o texto, os cientistas descobriram que o barulho do


estalar está relacionado à formação de uma bolha no líquido que lubrifica as
articulações.

b ) A substância citada no texto é a sinóvia ou líquido sinovial, que está contido


na cavidade articular.
c ) As articulações são o ponto de contato entre os ossos. Por meio delas, os
ossos permanecem unidos de maneira que os movimentos possam ser
executados.

7. a ) A: tecido epitelial, B: fibras, C: tela subcutânea.

A epiderme é composta de tecido epitelial, a derme é composta por tecido


conjuntivo e possui fibras colágenas e elásticas, e a tela subcutânea é
composta de tecido adiposo e conjuntivo.

b ) D: pelos, E: glândulas sudoríferas, F: glândulas sebáceas, G: unhas.

Entre os anexos da pele estão os pelos, que protegem o corpo; as glândulas


sudoríferas, que secretam o suor, auxiliando na regulação da temperatura
corporal; as glândulas sebáceas, que produzem sebo e as unhas.

c ) H: melanina.

A cor da pele e dos pelos se deve à melanina, um pigmento encontrado na


pele.

d ) I: esqueleto axial, J: esqueleto apendicular.

O esqueleto axial é representado pelos ossos da cabeça e do tronco, enquanto


o esqueleto apendicular é representado pelos ossos dos membros e dos
cíngulos.

e ) K: cartilaginoso.

As articulações são formadas por tecido conjuntivo cartilaginoso.

f ) L: voluntária, M: ossos, N: articulações.

Os músculos estriados esqueléticos têm contração voluntária, e atuam em


conjunto aos ossos e articulações para proporcionar diferentes movimentos do
corpo humano.

8. Alternativa c.

9. Alternativa d.

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