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A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

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Alexander Berzin
Maio de 2003

[Uma tradução eslovena {1} deste artigo também está disponível.]

Introdução
Muitos membros superiores do regime nazi, incluindo Hitler, mantinham crenças ocultas
bizantinas. Entre 1938 e 1939, impelidos por essas crenças, os alemães enviaram uma
expedição oficial ao Tibete, a convite do governo tibetano, para assistir às celebrações do
Losar (Ano Novo).

O Tibete tinha sofrido uma longa história de tentativas de anexação pelos chineses e de falhas
britânicas de prevenir a agressão ou proteger o Tibete. Sob Stalin, a União Soviética perseguiu
severamente o budismo, especificamente a forma tibetana praticada entre os mongóis dentro
das suas fronteiras e do seu satélite, a República Popular da Mongólia (Mongólia Exterior).
Pelo contrário, o Japão apoiava o budismo tibetano na Mongólia Interior, que tinha anexado
como parte de Manchukuo, o seu estado-fantoche na Manchúria. Alegando que o Japão era
Shambhala, o governo imperial estava tentando ganhar o apoio dos mongóis, sob seu domínio,
para uma invasão da Mongólia Exterior da Sibéria com o propósito de criar uma confederação
pan-mongol, sob proteção japonesa.

O governo tibetano estava explorando a possibilidade de também obter a proteção do Japão


face à situação instável. O Japão e a Alemanha tinham assinado um Pacto Anti-Commintern,
em 1936, declarando a sua hostilidade mútua em relação à propagação do comunismo
internacional. O convite para a visita de uma delegação oficial da Alemanha Nazi foi
prolongado neste contexto. Em Agosto de 1939, logo após a expedição alemã ao Tibete, Hitler
quebrou o seu pacto com o Japão e assinou o Pacto Nazi-Soviético. Em Setembro, os
soviéticos derrotaram os japoneses que tinham invadido, em Maio, a Mongólia Exterior.
Subsequentemente, dos contatos japoneses e alemães com o governo tibetano nada se veio a
materializar.

[Para mais pormenores, veja: O Envolvimento Russo e Japonês com o Tibete Pré-Comunista:
O papel da Lenda de Shambala {2} {4}.]

Vários escritores sobre o oculto do pós-guerra afirmaram que o budismo e a lenda de


Shambhala desempenharam um papel no contato oficial entre a Alemanha e o Tibete. Vamos
examinar essa questão.

Os Mitos de Thule e Vril


O primeiro elemento das crenças ocultistas nazis era o reino mítico de Hiperbórea-Thule.
Assim como Platão citou a lenda egípcia da ilha afundada de Atlântida, Heródoto mencionou
a lenda egípcia do continente Hiperbórea no norte distante. Quando o gelo destruiu esta terra

A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete 1


A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

antiga, o seu povo emigrou para o sul. Escrevendo em 1679, o autor sueco Olaf Rudbeck
identificou o povo da Atlântida com os hiperboreanos e situou este último no pólo norte. De
acordo com várias narrativas, a Hiperbórea dividiu-se nas ilhas de Thule e Ultima Thule, que
algumas pessoas identificaram com a Islândia e a Gronelândia.

O segundo ingrediente era a ideia de uma terra oca. No fim do século XVII, o astrónomo
britânico Sir Edmund Halley sugeriu pela primeira vez que a terra era oca, consistindo em
quatro esferas concêntricas. A teoria da terra oca excitou as imaginações de muitas pessoas,
especialmente com a publicação, em 1864, da Viagem ao Centro da Terra do novelista
francês Júlio Verne.

Depressa o conceito de vril apareceu. Em 1871, o novelista britânico Edward Bulwer-Lytton,


em A Raça Futura, descreveu uma raça superior, os Vril-ya, que viviam debaixo da terra e
planeavam conquistar o mundo com vril, uma energia psicocinética. O autor francês Louis
Jacolliot promoveu o mito em Os Filhos de Deus (1873) e em As Tradições Indo-Europeias
(1876). Nestes livros, ele ligou o vril com o povo subterrâneo de Thule, que irá aproveitar o
poder de vril para se transformar em super-homens e dominar o mundo.

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) também enfatizou o conceito de


Übermensch (super-homem) e começou o seu trabalho, Der Antichrist (O Anticristo) (1888)
com a frase, "Olhemos-nos face a face. Somos hiperbóreos. Sabemos bastante bem que
estamos vivendo fora dessa trilha". Embora Nietzsche nunca mencionasse o vril, contudo, na
sua coleção de aforismos publicada postumamente, Der Wille zur Macht (A Vontade de
Poder), ele enfatizou o papel de uma força interior no desenvolvimento super-humano. Ele
escreveu que "o rebanho", significando as pessoas comuns, busca segurança dentro de si
mediante a criação da moral e de regras, enquanto que os super-homens têm uma força vital
interior que os leva além do rebanho. Essa força necessita e leva-os a mentir ao rebanho por
forma a permanecerem independentes e livres da "mentalidade do rebanho".

Em The Arctic Home of the Vedas (1903), um dos primeiros defensores da liberdade indiana,
Bal Gangadhar Tilak, deu mais um toque ao identificar a emigração dos Thuleanos para o sul
com a origem da raça ariana. Assim, muitos alemães no início do século XX acreditavam que
eram os descendentes dos arianos que tinham emigrado da Hiperbórea-Thule para o sul e que
estavam destinados a se tornarem a raça mestra dos super-homens através do poder de vril.
Hitler era um deles.

A Sociedade de Thule e a Fundação do Partido Nazi


Felix Niedner, o tradutor alemão das Eddas em nórdico antigo, fundou a Sociedade de Thule
em 1910. Em 1918, Rudolf Freiherr von Sebottendorff estabeleceu a sua filial em Munique.
Sebottendorf tinha previamente vivido durante vários anos em Istambul onde, em 1910, tinha
formado uma sociedade secreta que combinava o sufismo esotérico com a Maçonaria Livre.
Acreditavam no credo dos assassinos, derivado da seita islâmica ismaelita Nazari, que tinha
florescido durante as Cruzadas. Durante a sua estadia em Istambul, Sebottendorf também
esteve indubitavelmente ligado ao movimento pan-Turaniano dos Jovens Turcos, iniciado em
1908, que esteve por trás do genocídio armênio de 1915-1916. A Turquia e a Alemanha eram
aliadas durante a Primeira Guerra Mundial. De regresso à Alemanha, Sebottendorff também
foi membro da Ordem Germânica [Germanen] (Ordem dos Teutões), fundada em 1912, como
uma sociedade de direita, incluindo um secreto grupo anti-semítico. Através destes canais, o
assassinato, o genocídio e o anti-semitismo tornaram-se partes do credo da Sociedade de
Thule. O anti-comunismo foi adicionado após a revolução comunista Bavariana, mais tarde

Os Mitos de Thule e Vril 2


A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

em 1918, quando a Sociedade Thule de Munique tornou-se o centro do movimento


contra-revolucionário.

Em 1919, a sociedade criou o Partido Alemão dos Trabalhadores. Começando mais tarde,
nesse ano, Dietrich Eckart, um membro do círculo mais restrito da Sociedade de Thule,
iniciou Hitler na sociedade e começou a treiná-lo nos seus métodos para utilizar o poder de
vril para a criação de uma raça ariana de super-homens. Hitler teve uma inclinação para o
misticismo desde a sua juventude, quando estudou o Oculto e a Teosofia em Viena. Mais
tarde, Hilter dedicou o Mein Kampf a Eckart. Em 1920, Hitler tornou-se líder do Partido
Alemão dos Trabalhadores, renomeando-o então para Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (Partido Nazista).

Haushofer, a Sociedade Vril e a Geopolítica


Outra influência principal no pensamento de Hitler foi Karl Haushofer (1869-1946), um
conselheiro militar alemão junto dos japoneses após a Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905.
Porque estava extremamente impressionado com a cultura japonesa, muitos acreditam que ele
foi responsável pela posterior aliança Alemã-Japonesa. Ele também estava muito interessado
na cultura indiana e tibetana, aprendeu sânscrito, e afirmava que tinha visitado o Tibete.

Após ter servido como general na Primeira Guerra Mundial, Haushofer fundou a Sociedade
Vril, em Berlim, em 1918. Partilhava as mesmas crenças básicas que a Sociedade de Thule, e
dizem que era o seu círculo mais restrito. A Sociedade procurou contatar seres sobrenaturais
debaixo da terra para deles obter os poderes de vril. Afirmou também que a raça ariana tinha
tido origem na Ásia central. Haushofer desenvolveu a doutrina da Geopolítica e, nos finais da
década de 1920, tornou-se diretor do Instituto de Geopolítica da Universidade
Ludwig-Maximilians, em Munique. A geopolítica advogava a conquista de territórios, para
obter mais espaço vital (Alemão: Lebensraum), como um instrumento de obtenção de poder.

Rudolf Hess era um dos estudantes mais próximos de Haushofer e, em 1923, levou-o junto a
Hitler quando este estava preso devido ao seu golpe de estado falhado. Posteriormente,
Haushofer visitou o futuro Führer com frequência, ensinando-lhe geopolítica em associação
com as idéias das sociedades de Thule e Vril. Assim, quando Hitler se tornou chanceler em
1933, adotou a geopolítica como sua política a fim de a raça ariana conquistar a Europa
Oriental, a Rússia e a Ásia central. A chave para o sucesso seria encontrar os antepassados da
raça ariana na Ásia central, os protetores dos segredos de vril.

A Suástica
A suástica é um antigo símbolo indiano de boa sorte imutável. "Suástica" é um
aportuguesamento da palavra sânscrita svastika, que significa o bem-estar ou a boa sorte.
Usada por hindus, budistas e jainistas durante milhares de anos, também se tornou difundida
no Tibete.

A suástica também apareceu na maioria das outras culturas antigas do mundo. Por exemplo, a
sua variação anti-horário [no sentido contrário à direção em que os ponteiros do relógio se
movem], adotada pelos nazis, também é a letra "G" no sistema de escrita rúnico medieval, do
norte da Europa. Os Mações Livres tomaram a letra como um símbolo importante, dado que
"G" poderia representar God [Deus], o Grande arquiteto do universo, ou a Geometria.

A Sociedade de Thule e a Fundação do Partido Nazi 3


A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

A suástica também é o símbolo tradicional de Thor, o Deus nórdico dos Relâmpagos e do


Poder (Thor em escandinavo, Donner em alemão, Perkunas em Báltico). Por causa desta
associação com o Deus dos Relâmpagos, os letões e os finlandeses tomaram a suástica como
insígnia para suas forças aéreas, quando se tornaram independentes depois da Primeira Guerra
Mundial.

Nos finais do século XIX, Guido von List adotou a suástica como emblema para o movimento
Neo-Pagão da Alemanha. No entanto, os alemães não usaram a palavra sânscrita suástica, mas
em vez disso chamaram-na "Hakenkreutz", significando "cruz enganchada". Derrotaria e
substituiria a cruz, assim como o neo-paganismo derrotaria e substituiria o cristianismo.

Compartilhando o sentimento anti-cristão do movimento neo-pagão, a Sociedade de Thule


também adotou a cruz enganchada como parte do seu emblema, colocando-o num círculo com
um punhal alemão vertical nele sobreposto. Em 1920, por sugestão do Dr. Friedrich Krohn, da
Sociedade de Thule, Hitler adotou a cruz enganchada num círculo branco como símbolo
central da bandeira do Partido Nazista. Hitler escolheu o vermelho para cor de fundo a fim de
competir contra a bandeira vermelha do Partido Comunista rival.

Os investigadores franceses Louis Pauwels e Jacques Bergier, em Le Matin des Magiciens (O


Despertar dos Mágicos) (1962), escreveram que Haushofer convenceu Hitler a usar a cruz
enganchada como símbolo do Partido Nazista. Eles postularam que isso foi devido ao
interesse de Haushofer pela cultura indiana e tibetana. Esta conclusão é muitíssimo
improvável, dado que Haushofer só conheceu Hitler em 1923, e uma vez que a bandeira nazi
apareceu pela primeira vez em 1920. É mais provável que Haushofer tivesse usado a presença
da suástica, difundida na India e no Tibete, como evidência para convencer Hitler de que esta
região era o local dos antepassados da raça ariana.

Supressão dos Grupos Ocultistas Rivais pelos Nazis


Durante a primeira metade da década de 1920, uma rivalidade violenta ocorreu, na Alemanha,
entre as Sociedades Ocultas e as Lojas Secretas. Anos mais tarde, Hitler continuou a
perseguição aos Antroposofistas, aos Teosofistas, aos Mações Livres e aos Rosacruzes. Vários
eruditos atribuem esta política ao desejo de Hitler eliminar quaiquer rivais ocultistas ao seu
poder.

Influenciado pela escrita de Nietszche e pela doutrina da Sociedade de Thule, Hitler


acreditava que o cristianismo era uma religião imperfeita e pervertida nas suas raizes pelo
pensamento judaico. Via os seus ensinamentos sobre o perdão, o triunfo dos fracos, e a
auto-abnegação como anti-evolucionários e via-se a si próprio como um Messias, substituindo
Deus e Cristo. Steiner tinha usado a imagem do Anticristo e de Lúcifer como futuros líderes
espirituais que iriam regenerar o cristianismo numa nova e pura forma. Hitler foi muito mais
longe. Viu-se a si próprio como livrando o mundo de um sistema degenerado e criando uma
nova etapa na evolução da raça mestra ariana. Não tolerava nenhum Anticristo rival, nem
agora nem no futuro. No entanto, era tolerante quanto ao budismo.

[Ver: Mitos Estrangeiros Errados sobre Shambhala {3} {5}.]

O Budismo na Alemanha Nazi

A Suástica 4
A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

Em 1924, em Frohnau, Berlim, Paul Dahlke fundou a Buddhistischen Haus (Casa para
Budistas). Estava aberta a membros de todas as tradições budistas, mas apoiava
principalmente as tradições Theravada e japonesa, visto que eram naquela época as mais
amplamente conhecidas no ocidente. Em 1933, alí se realizou o primeiro Congresso Budista
Europeu. Os nazis permitiram que a Casa para Budistas permanecesse aberta durante a guerra,
mas controlavam-na firmemente. Como alguns membros sabiam chinês e japonês, agiam
como tradutores para o governo em troca da tolerância ao budismo.

Embora o regime nazi tivesse fechado a Buddhistische Gemeinde (Sociedade Budista) em


Berlim, ativa desde 1936, e prendido por pouco tempo, em 1941, o seu fundador Martin
Steinke, por regra não perseguiam os budistas. Depois de ser libertado, Steinke e outros
continuaram a ensinar o budismo em Berlim. Não há nenhuma prova, no entanto, de qualquer
presença de professores de budismo tibetano no terceiro Reich.

A política nazi de tolerância ao budismo não prova qualquer influência de ensinamentos


budistas a Hitler ou à ideologia nazi. Uma explanação mais provável seria a Alemanha não
pretender prejudicar as relações com o seu aliado budista, o Japão.

O Ahnenerbe
Sob a influência de Haushofer, Hitler autorizou Frederick Hielscher, em 1935, a estabelecer o
Ahnenerbe (Departamento para o Estudo da Herança Ancestral) com o coronel Wolfram von
Sievers como diretor. Entre outras funções, Hitler encarregou-o de pesquisar runas germânicas
e as origens da suástica, e situar a origem da raça ariana. Tibete era o candidato mais
prometedor.

Alexander Csoma de Körös (Körösi Csoma Sandor) (1784-1842) era um erudito húngaro
obcecado pela busca das origens do povo húngaro. Com base nas afinidades linguísticas entre
o húngaro e as línguas turcomanas [ou túrquicas], achava que as origens do povo húngaro se
encontravam no "reino de Yugurs (Uighurs)", no Turquistão Oriental (Xinjiang, Sinkiang).
Ele acreditava que se conseguisse chegar a Lhasa, lá iria encontrar as chaves para localizar a
sua terra de origem.

O húngaro, o finlandês, as línguas turcomanas [ou túrquicas], o mongol e o manchu pertencem


à família das línguas uralo-altaicas, também conhecidas como a família turaniana, da palavra
persa Turan para Turquistão. A partir de 1909, os turcos tiveram um movimento
pan-turaniano liderado por uma sociedade conhecida como os Jovens Turcos. Em 1910, a
Sociedade Turaniana Húngara depressa a seguiu e, em 1920, o mesmo aconteceu com a
Aliança Turaniana da Hungria. Alguns eruditos acreditam que as línguas japonesa e coreana
também pertencem à família turaniana. Assim, em 1921, a Aliança Nacional Turaniana foi
fundada no Japão e, nos finais da década de 1930, a Sociedade Turaniana Japonesa. Haushofer
estava sem dúvida ciente destes movimentos, que procuravam as origens da raça turaniana na
Ásia central. Encaixava bem com a Sociedade de Thule que tambem lá procurava as origens
da raça ariana. O seu interesse pela cultura tibetana deu um peso adicional à candidatura do
Tibete como chave para a descoberta de uma origem comum para as raças arianas e turanianas
e para a obtenção do poder de vril que os seus líderes espirituais possuíam.

Haushofer não era a única influência no interesse de Ahnenerbe pelo Tibete. Hielscher era
amigo de Sven Hedin, o explorador sueco que tinha conduzido expedições ao Tibete em 1893,
em 1899-1902 e em 1905-1908, e uma expedição à Mongólia em 1927-1930. Favorito dos
nazis, Hitler convidou-o a pronunciar o discurso de abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim,

O Budismo na Alemanha Nazi 5


A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

em 1936. Hedin envolveu-se na Suécia em atividades de propaganda pró-nazi e fez numerosas


missões diplomáticas à Alemanha entre 1939 e 1943.

Em 1937, Himmler transformou o Ahnenerbe numa organização oficial associada às SS


(Alemão: Schutzstaffel, Equipa de Proteção) e selecionou o professor Walther Wüst,
presidente do Departamento de Sânscrito da Universidade de Ludwig-Maximilians, em
Munique, como seu novo diretor. O Ahnenerbe teve um Tibet Institut (Instituto do Tibete),
que foi renomeado de Sven Hedin Institut für Innerasien und Expeditionen (Instituto de Sven
Hedin para Ásia Interior e Expedições) em 1943.

A Expedição Nazi ao Tibete


Ernst Schäfer, um caçador e biólogo alemão, participou em duas expedições ao Tibete, em
1931-1932 e 1934-1936, para esporte e pesquisa zoológica. O Ahnenerbe patrocinou-o para
liderar uma terceira expedição (1938-1939) face ao convite oficial do governo tibetano. A
visita coincidiu com a renovação do contato tibetano com o Japão. Uma possível explicação
para o convite seria a de que o governo tibetano desejaria manter relações cordiais com os
japoneses e seus aliados alemães, como contrapeso aos ingleses e os chineses. Assim, o
governo tibetano deu as boas-vindas à expedição alemã por ocasião da celebração do ano
novo (Losar), 1939, em Lhasa.

[Ver: O Envolvimento Russo e Japonês com o Tibete Pré-Comunista: O Papel da Lenda de


Shambhala {2} {4}.]

Em Fest der weissen Schleier: Eine Forscherfahrt durch Tibet nach Lhasa, der heiligen Stadt
des Gottkönigtums (Festival dos Cachecóis Brancos de Gaze: Uma Expedição de
Investigação através do Tibete a Lhasa, a Cidade Santa da Terro do Rei-Deus) (1950), Ernst
Schäfer descreveu as suas experiências sobre a expedição. Durante as festividades, relatou ele,
o Oráculo de Nechung avisou que, embora os alemães tivessem trazido presentes e palavras
doces, o Tibete deveria ter cuidado: o líder da Alemanha é como um dragão. Tsarong, o
anterior líder pró-japonês das forças armadas tibetanas, tentou suavizar a predição. Disse que
o Regente tinha ouvido muito mais do Oráculo, mas que ele próprio não estava autorizado a
divulgar os detalhes. O Regente reza diariamente para que não haja guerra entre os ingleses e
os alemães, dado que isto também viria a ter consequências terríveis para o Tibete. Ambos os
países devem compreender que todas as boas pessoas devem rezar o mesmo. Durante o resto
da sua estada em Lhasa, Schäfer reuniu-se frequentemente com o Regente e teve com ele um
bom relacionamento.

Os alemães estavam extremamente interessados em estabelecer relações amigáveis com o


Tibete. A sua agenda, no entanto, era ligeiramente diferente da dos tibetanos. Um dos
membros da expedição de Schäfer era o antropólogo Bruno Beger, que era responsável pela
pesquisa racial. Tendo trabalhado com H.F.K. Günther em Die nordische Rasse bei den
Indogermanen Asiens (A Raça Nórdica entre os Indo-Alemães da Ásia), Beger apoiou a teoria
de Günther de uma "raça setentrional" na Ásia central e no Tibete. Em 1937, ele tinha
proposto um projeto de pesquisa para o Tibete Oriental e, com a expedição de Schäfer, tinha
planeado investigar cientificamente as características raciais dos povos tibetanos. Enquanto no
Tibete e em Sikkim, no caminho, Beger mediu os crânios de trezentos tibetanos e sikkimeses e
examinou algumas das suas outras características físicas e marcas corporais. Concluiu que os
tibetanos ocupavam uma posição intermediária entre as raças mongóis e europeias, com o
elemento racial europeu mais pronunciadamente marcado entre a aristocracia.

O Ahnenerbe 6
A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

De acordo com Richard Greve, "Tibetforschung in SS-Ahnenerbe (Pesquisa Tibetana na


SS-Ahnenerbe)" publicada em T. Hauschild (ed.) "Lebenslust und Fremdenfurcht" -
Ethnologie im Dritten Reich ("Paixão pela Vida e Xenofobia" - Etnologia no Terceiro Reich)
(1995), Beger recomendou que os tibetanos poderiam desempenhar um papel importante
depois da vitória final do Terceiro Reich. Poderiam servir como uma raça aliada numa
confederação pan-mongol sob o auspício da Alemanha e do Japão. Embora Beger tivesse
também recomendado estudos adicionais para medir todos os tibetanos, no entanto não foram
empreendidas quaisquer outras expedições ao Tibete.

Supostas Expedições Ocultistas ao Tibete


Diversos estudos do pós-guerra sobre o nazismo e o ocultismo, tal como The Spear of Destiny
(A Lança do Destino) (1973), por Trevor Ravenscroft, afirmaram que, sob a influência de
Haushofer e da Sociedade de Thule, a Alemanha enviou expedições anuais ao Tibete, de 1926
a 1943. A sua missão era, em primeiro lugar, encontrar e depois manter contato com os
antepassados arianos em Shambhala e em Agharti, cidades subterrâneas escondidas debaixo
dos Himalaias. Lá, os mestres eram os protetores de poderes ocultos secretos, especialmente
de vril, e as missões procuravam a sua ajuda na utilização desses poderes para a criação de
uma raça mestra ariana. De acordo com estes relatos, Shambhala recusou dar qualquer ajuda,
mas Agharti concordou. Subsequentemente, a partir de 1929, grupos de tibetanos foram
supostamente à Alemanha e estabeleceram lojas conhecidas como Sociedade de Homens
Verdes. Em relação à Sociedade do Dragão Verde, no Japão, por intermédio de Haushofer, ela
supostamente ajudou a causa nazi com os seus poderes ocultos. Himmler foi atraído a esses
grupos de mestres Tibetanos-Agharti e, supostamente pelas suas influências, estabeleceu o
Ahnenerbe em 1935.

Com exceção do fato de que Himmler não estabeleceu o Ahnenerbe, mas, em vez disso,
incorporou-o nas SS em 1937, o relato de Ravenscroft contém outras afirmações dúbias. A
principal é o suposto suporte de Agharti pela causa nazi. Em 1922, o cientista polaco
Ferdinand Ossendowski publicou Bestas, Homens e Deuses, descrevendo as suas viagens
através da Mongólia. Nele, relatou ter ouvido falar do reino subterrâneo de Agharti sob o
deserto Gobi. No futuro, os seus poderosos habitantes viriam à superfície salvar o mundo do
desastre. A tradução alemã do livro de Ossendowski Tiere, Menschen und Götter apareceu em
1923 e tornou-se muito popular. Sven Hedin contudo publicou, em 1925, Ossendowski und
die Wahrheit (Ossendowski e a Verdade), através do qual denunciou as afirmações do
cientista polaco. Chamou a atenção de Ossendowski ter recolhido a ideia sobre Agharti da
novela de Saint-Yves d'Alveidre, escrita em 1886, intitulada Mission de l'Inde en Europe
(Missião da India na Europa) para tornar a sua história mais atraente para o público alemão.
Dado que Hedin tinha uma forte influência no Ahnenerbe, é improvável que este
departamento tivesse enviado uma expedição especificamente para encontrar Shambhala e
Agharti e, subsequentemente, tivesse recebido auxílio do último.

[Ver: Mitos Estrangeiros Errados sobre Shambhala {3} {5}.]

Links
{1} http: / / www.teozofija.info / Berzin_Shambhala.htm
{2} http: / / www.berzinarchives.com / web / pt / archives / advanced / kalachakra / shambhala
/ russian_japanese_shambhala.html
{3} http: / / www.berzinarchives.com / web / pt / archives / advanced / kalachakra / shambhala

A Expedição Nazi ao Tibete 7


A Ligação Nazi com Shambhala e Tibete

/ mistaken_foreign_myths_shambhala.html
{4} http: / / www.berzinarchives.com / web / pt / archives / advanced / kalachakra / shambhala
/ russian_japanese_shambhala.html
{5} http: / / www.berzinarchives.com / web / pt / archives / advanced / kalachakra / shambhala
/ mistaken_foreign_myths_shambhala.html

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