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3.

MEDICALIZAÇÃO E REGIMES BIOPOLÍTICOS CONTEMPORÂNEOS

Para Foucault, biopolítica é algo que acontece com a política ocidental, na passagem do
século XVIII para o XIX: Tornar a atividade do estado uma ação de governo sobre a
vida biológica dos indivíduos. Uma ação sobre a vida de uma população e de uma
espécie (humana). Não se controla apenas os corpos, mas a população como um todo.
Através desse controle é que se promove a vida tanto dos indivíduos quanto da
população – o nascimento das políticas publicas (educação, saúde, higiene) – Policia

Nascimento da estatística: Um saber do estado sobre os indivíduos e sobre a população,


que deve se tornar dócil e produtiva – Revolução Industrial – população urbana

O Estado tem uma ação biopolítica: a política se transforma em uma ação sobre a vida.

Para Angaben, a biopolítica é uma característica da política desde Aristóteles. Se


promove a vida, mas o custo disso é o controle da vida das pessoas. Segurança pública é
uma ação biopolítica. Queremos que o estado cuide dos nossos
corpos/segurança/policiamento. Nós demandamos um estado biopolítico.

O direito à vida, à felicidade, os direitos humanos – biopolítica

Foucault e Agamben são críticos dos direitos humanos. Vc é dominado pelo Estado e
esta é a condição para que se possa ser cidadão.

Rousseau: Somos condenados a ser cidadãos – condição para ser alguém – submetido a
uma lei, um governo. Ser gente e ser cidadão não são necessariamente coisas
compatíveis

Agamben usa só biopolítica

Foucault usa biopoder (nome geral da ação do estado sobre o indivíduo – poder
disciplinar que torna os corpos dóceis e produtivos) e biopolítica (Ação sobre
populações – políticas públicas)

O artigo “O nascimento da biopolítica” – marca o momento em que Foucault deixou de


falar sobre biopolítica.

Porque a biopolítica passou a ser considerada tão importante em tantas áreas de estudo.

Estava sendo implodida a rigidez dicotômica da distinção biológica tradicional da


política (direita x esquerda) – biopolítica passa a ser útil para se entender melhor o que
acontece hoje.
Filosofia analítica da política (Foucault) – o tema dos grandes pensadores do século
XIX é o da justiça, pois se percebia que os trabalhadores eram os mais pobres e os que
não trabalhavam eram ricos. Isso era uma injustiça. No século XX a questão é o excesso
de governamento. Quanto menos se é governado, melhor é.

TESE CENTRAL DO FOUCAULT: Para Foucault, a pergunta é: Porque nos gostamos


tato de obedecer – a obediência como uma virtude. O problema deixa de ser quem
governa, mas quem se deixa governar.

“eu me desresposabilizo das coisas d amaneira como elas acontecem”. Não dá pra
entender tudo a partir de quem manda. Porque tantas pessoas obedecem?

O totalitarismo não é tão diferente de experiências democráticas. Em ambos existem os


que governam e os que são governados. As lógicas do nazismo e do stalinismo
continuam presentes entre nós. Qual a diferença entre Guantánamo e um campo de
concentração. Continuamos com características típicas do que acusamos no nazismo.

Segurança, território e população – Foucault

O ser humano constitui uma espécie – exercício do poder sobre a vida

Estatização da vida biológica – a estatização do ser humano como ser vivo – ação do
estado sobre as populações.

Modernidade é contemporaneamente um processo de individualização e de totalização:


fabricação do individuo como individuo. A feitura do individuo dede que nasce –
individualização.

Contesta a estrutura central do contratualismo: Todos nascemos indivíduos, direitos


humanos, liberdade, igualdade. Foucault nega isso veementemente.

Sociedade é uma coisa constituída por seres humanos. Não nascemos seres sociais.
Biopolítica.

No final do primeiro volume do Historia da Sexualidade que ele vai falar do direito de
vida ou do direito de morte – a partir do século XVIII se passa a regir a sexualidade
humana – expressões da biopolítica. Passa-se a controlar o comportamento sexual das
pessoas para que elas sejam mais produtivas. Biopolitica visando o bom funcionamento
da fábrica. O homem, durante dois milênios, continuou sendo o que era para Aristóteles:
um animal vivo com existência política. O homem moderno é um animal em cuja
política, sua vida de ser vivo está em jogo. Queremos que o estado garanta nossa vida
biológica. Pedimos segurança para os nossos corpos.

A partir do século XVIII, o Estado deixa de decidir quem deve morrer, passa a
promover a vida e deixa morrer – fazer viver e deixar morrer. Rompe com a teoria da
soberania.

Agamben não acha que haja a ruptura entre a biopolítica e o poder soberano, mas que a
biopolítica é a contribuição original do poder soberano.

Para o Foucault, o soberano é aquele que decide se alguém deve viver ou morrer. A
partir do século XVIII, a função do Estado é promover a vida das pessoas.

Para Agambem, a vida humana se encontra sempre exposta a violência e ao poder da


morte. Sempre que se tem política se tem inclusão ou exclusão de pessoas. O Estado de
exceção é marca da teoria da soberania.

Se para Foucault, a biopolítica é uma característica da modernidade, para Agamben, é


uma característica de toda a história política ocidental.

Ao preço de manter uma ordem da convivência se está muito próximo de matar as


pessoas. A manutenção da vida é feita às custas da morte. A vida de uns implica
necessariamente a morte do outro. E isso, para Agamben, aconteceu sempre que se fala
de soberania e de política.

Conceito de vida nua – retirado do direito romano– quando se mata uma vida
condenada a morte não se comete um crime. Para Agamben sempre estamos diante da
experiência da vida nua

A produção de um corpo biopolítico é uma contribuição original do poder soberano.

Temos que falar da relação entre economia e política.

Exige-se que a política seja uma boa gestora do dinheiro público. Não que seja de
esquerda ou direita. O campo econômico pretende transformar todos nós em corpos
numerados, produtivos. Os seres humanos importam enquanto são vetores de produção
de valor: dinheiro.

O econômico como lugar central.

Agamben vai procurar nos quatro primeiros séculos do catolicismo os sentidos que teve
termo economic. Sacralização da economia durante esse período. Oferta e procura são
leis sagradas. Se vc não cumpre essa lei, vc morre na pobreza.
Entre os economistas modernos importantes, como Adam Smith, dizem que só se pode
entender o economic apelando para a mão invisível de Deus.

Crédito tem a ver com crença – uma palavra religiosa, aproprida pelos bancos.

Deus não morreu, ele se tornou dinheiro.

A NOÇÃO DE DISPOSITIVO EM FOUCAULT E AGAMBEN

Na década de 70 do século XX, o uso do termo foucaultiano dispositivo, tornou-se


generalizado.

Foucault teria usado o termo em substituição a positividade (jovem Hegel).

Relações de mando e obediência: Codificam relações de mando e obediência por meio


de ritos e regras.

Relação entre os viventes e as instituições nos processos de subjetivação.

Positividade e episteme

Campos epistemológicos

Drástica espacialização da história.

De acordo com Foucault (2001), o processo de medicalização iniciou no século XVIII.


Historicamente apareceu acoplado a um modelo de saber científico como coadjuvante
no tratamento da doença – contribuindo para legitimar o lugar da clínica nosográfica e
do esquadrinhamento da doença.

Como atualização do método clínico, por meio da medicalização o paciente se torna


objetificado a partir de uma verdade que representa um saber legitimado sobre uma
determinada espacialidade corporal, atuando assim como normalização da vida.
A medicalização está no interior da biopolítica - um dispositivo que age como uma
forma de individualização do poder.

A biopolítica para Foucault consiste na ação do Estado ao controlar os corpos da mesma


forma que controla a população (Foucault, 2002, p. 293). Assim a medicalização
também adquire esta dupla faceta, ao controlar os corpos individualmente e ao utilizar
as ferramentas de gestão da população (como, por exemplo, programas e políticas de
saúde destinados ao controle da natalidade nas camadas pobres da população)

na cena moderna com os programas de higienização realizados na Europa entre os séculos XVII
e XVIII, onde emerge como medida de saneamento coletivo para banir pestes, infecções e
doenças ao tratar a água e o ar – sem dizer da separação de doentes, prostitutas e
desocupados que passaram a habitar os arrabaldes das cidades deixando o centro “livre” de
contaminação. A medicalização assume uma conformação que se adapta à biopolítica.

A nova tecnologia que se instala se dirige à multiplicidade dos


homens, não na medida em que eles se resumem em corpos, mas
na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global,
afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que
são processos como o nascimento, a morte, a produção, a
doença. Logo depois de uma primeira tomada de poder sobre o
corpo que se fez consoante ao modo de individualização, temos
uma segunda tomada de poder que, por sua vez, não é
individualizante, mas que é massificante... que se faz em direção
não do homem-corpo, mas do homem-espécie. Depois da
anátomo-política do corpo humano, instaurada no decorrer do
século XVIII, vemos aparecer, no fim do mesmo século, algo
que já não é uma anátomopolítica do corpo humano, mas que eu
chamaria de uma ‘biopolítica’ da espécie humana (Foucault,
2002, p. 289).

“Foi pensando como o dispositivo de medicalização age enquanto uma estratégia de controle
dos corpos e da população que nossa análise revelou uma determinada forma de conformação
do poder que se apresenta construída sobre um tripé biopolítico produzido pela dependência,
assistencialismo e individualismo – características presentificadas nos modos de vida do
contexto analisado”. 1

1
Galvão Ignácio, Vivian Tatiana; Caetano Nardi, Henrique A MEDICALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
BIOPOLÍTICA: UM ESTUDO SOBRE O CONSUMO DE PSICOFÁRMACOS NO CONTEXTO DE UM PEQUENO
MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL Psicologia & Sociedade, vol. 19, núm. 3, septiembre-diciembre,
2007, pp. 88-95 Associação Brasileira de Psicologia Social Minas Gerais, Brasil.
Butler (2007, p. 22), ao pensar o estatuto da narrativa de si a partir de Foucault, afirma que
quando falamos (mesmo que as condições do que pode ser dito ultrapassem o sujeito),
estamos implicados em um jogo de reconhecimento de nós mesmos que se constrói também a
partir de um arranjo particular da norma que nos constitui no interior dos processos de
subjetivação. Trata-se, portanto do que somos, mas também do que podemos ser, pois mesmo
que a legitimidade do que pode ser dito esteja determinada de antemão, ela não conforma
completamente o sujeito. É importante lembrarmos que para Foucault não existe poder sem
liberdade.

A intenção de um sujeito falante, conforme Foucault (2005, p. 31) se situa nas possibilidades
de enunciação em um determinado tempo e contexto. O jogo enunciativo se alimenta daquilo
que pode ser dito e daquilo que deve ser silenciado. Trata-se do que é possível dizer a partir do
que foi construído no jogo de relações saber-poder que marca a legitimidade de uma fala. É o
enunciado, no interior do arranjo que o define, que anima a voz que escutamos. Não se trata
da análise do inconsciente (como pensado pela psicanálise) que anima a fala do sujeito, mas
de arranjos enunciativos de um tempo e de um contexto precisos que vão constituir os
elementos próprios a uma cultura específica. Nas pequenas fraturas do dizer, assim como nas
suas tão presentes repetições que verificamos a conjugação da ação biopolítica com a
conformação das formações discursivas14 que compõem no coletivo a compreensão sobre o
programa de saúde.

Encontramos aqui uma forma cultural própria à administração pública, ou seja, o governo

Como é próprio da governamentalidade (Foucault, 2004b), aquele que bem governa o corpo
bem governa a população e está atento às necessidades e fragilidades do povo.

“Cabe ressaltar que a inexpressiva participação da população nas políticas públicas15 contribui
para o efeito de controle da governamentalidade biopolítica, deste modo, as fissuras na ação
do dispositivo não são locus de emergência de uma resistência coletiva. Tal constatação
emerge das entrelinhas dos relatos e da posição dos sujeitos em relação às políticas – que
esperam por algo como se a responsabilidade sobre suas vidas fosse de competência do
Estado”. 2

“Inicialmente nosso estudo buscou compreender os modos como o sujeito é capturado pelo
dispositivo da medicalização. Consequentemente isso nos apontou para as especificidades da
ação do dispositivo no contexto em que o sujeito é (auto)constituído, tomando como

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Galvão Ignácio, Vivian Tatiana; Caetano Nardi, Henrique A MEDICALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
BIOPOLÍTICA: UM ESTUDO SOBRE O CONSUMO DE PSICOFÁRMACOS NO CONTEXTO DE UM PEQUENO
MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL Psicologia & Sociedade, vol. 19, núm. 3, septiembre-diciembre,
2007, pp. 88-95 Associação Brasileira de Psicologia Social Minas Gerais, Brasil.
analisador o consumo de psicofármacos (enquanto componente do dispositivo de
medicalização) em Boa Vista das Missões”. 3

“Na condição de uma das principais tecnologias contemporâneas de cuidado, o consumo de


psicofármacos aparece associado à instalação de uma eficaz química no organismo
(antidepressivos e ansiolíticos principalmente) e emerge como um veículo de acesso à saúde.
De acordo com Lefèvre (1992) há uma correspondência que o sujeito estabelece ao consumir
medicamentos: é uma forma de produzir equivalências às noções atribuídas à saúde e gerar
pertencimentos de normalização legitimados socialmente”. 4

3
Galvão Ignácio, Vivian Tatiana; Caetano Nardi, Henrique A MEDICALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
BIOPOLÍTICA: UM ESTUDO SOBRE O CONSUMO DE PSICOFÁRMACOS NO CONTEXTO DE UM PEQUENO
MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL Psicologia & Sociedade, vol. 19, núm. 3, septiembre-diciembre,
2007, pp. 88-95 Associação Brasileira de Psicologia Social Minas Gerais, Brasil.
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Galvão Ignácio, Vivian Tatiana; Caetano Nardi, Henrique A MEDICALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
BIOPOLÍTICA: UM ESTUDO SOBRE O CONSUMO DE PSICOFÁRMACOS NO CONTEXTO DE UM PEQUENO
MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL Psicologia & Sociedade, vol. 19, núm. 3, septiembre-diciembre,
2007, pp. 88-95 Associação Brasileira de Psicologia Social Minas Gerais, Brasil.

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