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3 Quanto à forma:
Prof: Marcos Rocha – Direito Constitucional
-Escrita/ Codificada
AULA 01 - Não Escritas/ Costumeira: fonte nos costumes, na
jurisprudência dos Tribunais, nos tradados, acordos, e nas
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO leis.
CONSTITUCIONAL
3.4 Quanto ao modo de elaboração:
1.1 Estado. Constituição. Direito Constitucional
1.2 Direito Público x Direito Privado - Dogmática /Ortodoxa/ Escrita
1.3 Neoconstitucionalismo (eficácia horizontal dos direitos
e garantias fundamentais) -Histórica/Não escrita (gradativa evolução)
3.2 Quanto à estabilidade (mutabilidade ou processo 4.3 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
de modificação): (ADCT)
- A Soberania
- A Cidadania
5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (Art.1º ao 4º)
- Art.1ª, caput. ´´Art. 1.0 A República Federativa do Brasil, - A Dignidade da Pessoa Humana
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de - Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa
Direito... ``.
- Pluralismo Político
5.1 Forma de Estado (Federal)
6. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES (Art.2º)
- Federalismo por desagregação: União, estados-
membros, DF e Municípios. - Aristóteles
- Autonomia: governamental, administrativa, legislativa, - Funções típicas e atípicas: órgãos que exercem funções.
tributária. Executivo, Legislativo e Judiciário.
8. PRINCÍPIOS REGENTES NAS RELAÇÕES 1.4 Enumeração aberta e interpretação (Art.5º, § 2º)
INTERNACIONAIS (Art.4º)
1.5 Tratados e convenções internacionais com força
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas de emenda Constitucional (Art. 5º, § 3º)
relações internacionais pelos seguintes princípios:
1.6 Tribunal Penal internacional (Art. 5º, 4º)
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos; - Estatuto de Roma – Decreto 4.388, de 25.09.2002:
III – autodeterminação dos povos; crimes de genocídio, os crimes contra a humanidade,
IV – não intervenção; os crimes de guerra e o crime de agressão de um país
a outro.
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz; 2. Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art.5º)
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; 2.1 Extensão dos Direitos e Garantias Fundamentais
IX – cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade; - Brasileiros (Natos/Naturalizados)
X – concessão de asilo político.
-Estrangeiros residentes no país e de passagem.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
a integração econômica, política, social e cultural dos povos - Pessoa jurídica pode ser titular de Direitos
da América Latina, visando à formação de uma comunidade Fundamentais?
latino-americana de nações.
3. Espécies:
- Direitos Políticos (Art. 14, 15 e 16) -Liberdade de consciência, crença e culto (art.5º,VI a
VIII)
- Organização dos Partidos Políticos (Art.17)
-Liberdade de atividade intelectual, artística, cientifica
* Rol exemplificativo. ou de comunicação. Indenização em caso de dano
(art.5º, IX e X)
1. Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
- Intimidade e vida privada e o sigilo bancário (art.5, X)
- Inviolabilidade domiciliar (art.5º, XI) - Praticas discriminatórias, crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia e crimes inafiançáveis
- Sigilo de correspondência, das comunicações e imprescritíveis (art. 5º, XLII, XLIII e XLIV)
telegráficas e das
-Regras constitucionais sobre as penas (art.5º, XLV a
XLVIII)
comunicações telefônicas (art. 5º, XII)
- Direitos assegurados aos presos (art.5º, XLIX, L, LXII)
- Liberdade de atuação profissional (art.5º, XIII)
- Regras sobre extradição (art.5º, LI e LII)
- Liberdade de informação (art. 5º, XIV e XXXIII)
- Presunção de inocência (não culpabilidade) (art.5º,
- Liberdade de locomoção (art.5º, XV e LXI) LVII)
- Direito de reunião (art.5º, XVI) - Regras sobre a prisão (art.5º, LXI, LXV, LXVI, LXVII)
- Direitos autorais (art.5º, XXVII e XXVIII) - Gratuidade das certidões de nascimento e de óbito
(art.5º, LXXVI)
-Proteção à propriedade industrial (XXIX)
-Gratuidade nas ações de habeas corpus e habeas
- Defesa do consumidor (art.5º, XXXII) data (art.5º, LXXVII)
-Direito de petição e obtenção de certidões (art. 5º, - Celeridade processual (art.5º, LXXXV)
XXXIV)
- Tribunal Penal Internacional- “TPI” (art.5º,§4º- EC - Breve histórico: “João Sem-Terra”-1215, Habeas
n.45/2014) Corpus Act- 1679, Código Criminal – 1830.
- Federalização dos crimes contra direitos humanos - Cabimento: (art.5º, LXVIII)- (lesão ou ameaça a
(art.109, V-A e §5º- Incidente de deslocamento de liberdade de locomoção).
competência – IDC
- Legitimado Ativo:
- Tribunal do Júri (art.5º, XXXVIII)
* Impetrante (autor): poderá ser qualquer pessoa física
- Segurança jurídica em matéria criminal (art.5º, XXXIX (nacional ou estrangeira), em sua própria defesa, em favor
a LXVII) e a teoria dos mandados expressos de de terceiro, podendo ser o Ministério Público ou mesmo
criminalização a luz dos direitos fundamentais. pessoa jurídica (mas, sempre em favor de pessoa física);
- Legalidade e anterioridade da lei penal incriminadora.
* Paciente: o indivíduo em favor do qual se impetra,
Irretroatividade da lei penal in pejus (art.5º, XXXIX e XL)
podendo ser o próprio impetrante.
- Legitimado Passivo (Impetrado): a autoridade que a Os fatos é que deverão ser líquidos e certos.
pratica a ilegalidade ou abuso de poder.
- autoridade coatora: podem figurar autoridades públicas - ilegalidade ou abuso de poder: o cabimento do
(situação mais comum) e pessoas privadas (como exemplo: mandado de segurança dá-se quando perpetrada
diretor de hospital privado que determina a retenção de ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou
paciente que se encontra internado até que seja paga a agente de pessoa jurídica no exercício do Poder Público.
conta).
- Legitimado ativo/sujeito ativo/impetrante: é o detentor
- Espécies: de “direito líquido e certo não amparado por habeas corpus
ou habeas data”.
a) Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, - Pessoas físicas (brasileiras ou não, residentes ou não,
por ilegalidade ou abuso de poder (a restrição à locomoção domiciliadas ou não);
ainda não se consumou). – salvo conduto, para garantir
o livre trânsito de ir e vir. - Pessoas jurídicas; órgãos públicos despersonalizados
(MP/Defensoria/Mesas do Legislativo)- com capacidade
b) Repressivo: quando a constrição ao direito de processual.
locomoção já se consumou, estaremos diante do habeas
corpus liberatório ou repressivo, para cessar a -Legitimado passivo/sujeito passivo/ impetrado: é a
violência ou coação. autoridade coatora, responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder, autoridade pública ou agente de pessoa
Procedimento e formalidades: referida ação poderá ser jurídica no exercício de atribuições do Poder Público,
formulada sem advogado, não tendo de obedecer a ou da qual emane a ordem para sua prática.
qualquer formalidade processual ou instrumental, sendo,
por força do art.5º, LXXVII, gratuita. - Espécies:
OBS: é cabível habeas corpus em relação a punições a) Preventivo: quando estivermos diante de ameaça à
disciplinares militares? Não. Art.142,§2º. violação de direito líquido e certo do impetrante. (concessão
de liminar);
- pressupostos de legalidade.
b) Repressivo: de ilegalidade ou abuso de poder já
-Mandado de Segurança (art.5º, LXIX) – Ação praticados.
Constitucional de Natureza Cível.
- Prazo decadencial: o prazo (decadencial) para
- Breve histórico: impetração de mandado de segurança é de 120 dias,
contado da ciência, pelo interessado, do ato a ser
- Constituição de 1934; Lei n. 12.016/2009. impugnado.
- Cabimento: (art.5º, LXIX) é uma ação constitucional de - Mandado de Segurança Coletivo (art.5º, LXX)
natureza civil, qualquer que seja a natureza do ato
impugnado, seja ele administrativo, seja ele judicial, - Cabimento: (art.5º, LXX)
criminal, eleitoral, trabalhista.
- Objeto: o mandado de segurança coletivo busca-se a
- “conceder-se-á mandado de segurança para proteger proteção de direito líquido e certo, não amparado por
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus habeas corpus ou habeas data (campo residual), contra
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder de
abuso de poder for autoridade pública ou agente de autoridade, buscando a preservação (preventivo) ou a
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder reparação (repressivo) de interesses transindividuais,
Público”. sejam individuais homogêneos ou coletivos.
- Democracia Direta:
-Legitimidade ativa:
- Mínimo existencial: concretização dos direitos sociais e a - ius sanguinis + serviço do Brasil (art.12, I, “b”): e se o
implementação de políticas públicas. nascimento se der fora do Brasil? Serão considerados natos
os que, mesmo nascidos no estrangeiro, sejam filhos de pai
- Reserva do possível. ou mãe brasileiros, e qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil (administração direto-
indireta).
NACIONALIDADE (Art. 12 e 13) - ius sanguinis + registro (art. 12, I, “c”, primeira parte):
se o nascimento não ocorrer no Brasil, filhos de pai ou mãe
1- CONCEITO: vínculo jurídico-político que liga o
brasileira e os pais não estiverem a serviço do país?
indivíduo a determinado Estado, fazendo que esse
indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado. Será brasileiro nato, pelo simples ato de registro em
repartição brasileira competente.
-Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado- o
seu elemento humano, unido ao Estado pelo vínculo - ius sanguinis + opção confirmativa (potestativa)
jurídico-político da nacionalidade; (art.12, I, “c”, segunda parte): o filho de pai brasileiro ou
de mãe brasileira, que não estejam a serviço do Brasil e
-População: conjunto de residentes no território (nacionais,
optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
estrangeiros)- critério estatístico;
pela nacionalidade brasileira. (nacionalidade potestativa)
-Nacionalidade: vínculo-jurídico político;
4- BRASILEIRO NATURALIZADO (Secundária)
- Cidadania: tem por pressuposto a nacionalidade, que é
mais ampla que a cidadania, caracterizando-se como a
titularidade de direitos políticos de votar e ser votado.
somente nas hipóteses taxativamente previstas na
Constituição, quais sejam:
* estrangeiros não originários de países de língua Assim, são cargos privativos de brasileiro nato os
portuguesa e apátridas (art.12, II, “a”, primeira parte): cargos:
naturalizar-se-ão brasileiros de acordo com critérios
definidos em lei. (Estatuto dos estrangeiros- Lei n.6.815/80) ■ de Presidente e Vice-Presidente da República;
* estrangeiros de países de língua portuguesa (art.12, II, ■ de Presidente da Câmara dos Deputados;
“a”, segunda parte):
■ de Presidente do Senado Federal;
a) residência por um ano ininterrupto e;
■ de Ministro do STF;
b) idoneidade moral.
■ da carreira diplomática;
- Naturalização extraordinária ou quinzenária (art.12, II,
■ de oficial das Forças Armadas;
“b”): dar-se-á quando os estrangeiros, de qualquer
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil ■ de Ministro de Estado da Defesa.
há mais de 15 anos ininterrupta e sem condenação
penal, requisitarem a nacionalidade brasileira. (MP3.COM) + 6 - CONSELHO DA REPÚBLICA (ART.89):
seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de
5- QUASE NACIONALIDADE – PORTUGUESES idade, sendo 2 nomeados dos pelo Presidente da
EQUIPARADOS – ART.12, § 1º- RECIPROCIDADE República, 2 eleitos pelo Senado Federal e 2 eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de 3 anos,
Os portugueses, como originários de língua portuguesa,
vedada a recondução.
enquadram-se na regra do art.12, II, “a”, ou seja, podem
naturalizar-se brasileiros bastando que tenham residência - PROPRIEDADE DE EMPRESA JORNALÍSTICA E DE
por um ano ininterrupto e idoneidade moral. RADIODIFUSÃO SONORA E DE SONS E IMAGENS
(ART. 222, CAPUT, DA CF/88)
Outrossim, temos a hipótese dos portugueses com
residência permanente no Brasil que queiram continuar - EXTRADIÇÃO PASSIVA: BRASILEIRO NATO X
com a nacionalidade portuguesa (estrangeiros) e não façam BRASILEIRO NATURALIZADO
a opção pela naturalização brasileira.
De acordo com o art. 5.º, LI, o brasileiro nato nunca
Havendo reciprocidade em favor de brasileiro, serão poderá ser extraditado (estamos nos referindo à
atribuídos aos portugueses com residência permanente no extradição passiva).
Brasil, os mesmos direitos inerentes ao brasileiro
(naturalizado). Já o naturalizado poderá ser extraditado em duas
situações:
Cláusula de reciprocidade, assegurada pelo
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre - ATIVIDADE NOCIVA AO INTERESSE NACIONAL
a República Federativa do Brasil e a República (ART.12, §4º. I)
Portuguesa.
■ crime comum: o naturalizado poderá ser extraditado
6. A LEI PODERÁ ESTABELCER DISTINÇÕES ENTRE somente se praticou o crime comum antes da
BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS? naturalização;
De maneira coerente com o princípio da igualdade ■ tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins: no caso
(isonomia), a CF vedou qualquer possibilidade de se de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
estabelecer por lei distinção entre brasileiros natos e entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, o brasileiro
naturalizados, ressalvados os casos previstos pela própria naturalizado poderá ser extraditado, não importando o
Constituição (art. 12, § 2.º). momento da prática do fato típico, seja antes, seja depois
da naturalização.
Assim: regra geral não se pode diferenciar o brasileiro nato
do naturalizado. A diferenciação poderá ser feita 7- PERDA DA NACIONALIDADE
■ aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4.º, II). - Art. 1º,§único: “Todo poder emana do povo...”.
(brasileiro nato/naturalizado)
-Democracia Direta: (Sufrágio Universal, Voto, Plebiscito,
- Exceções: Referendo, Lei de Iniciativa Popular e a Ação Popular);
O art. 12, § 4.º, II, estabeleceu duas hipóteses em que a -Democracia Indireta: representantes eleitos.
aquisição de outra nacionalidade (dupla nacionalidade) não
* Democracia Representativa ou Participativa/Soberania
implicará a perda da brasileira. São elas:
Popular.
■ reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
2- CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS POÍTICOS:
estrangeira: trata-se do reconhecimento da nacionalidade
originária, ou seja, aquela adquirida com o nascimento 2.1 DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS:
(primária).
- Capacidade Eleitoral Ativa (direito de votar, capacidade
Ex.: o indivíduo que nasceu no território brasileiro, filho de de ser eleitor, alistabilidade);
italianos que estavam em férias no Brasil (obs.: não se
encontravam a serviço da Itália), será brasileiro nato (art. -Capacidade Eleitoral Passiva (direito de ser votado,
12, I, “a” — ius solis) e poderá adquirir a nacionalidade elegibilidade).
italiana (ius sanguinis) sem perder a brasileira;
2.2 CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA
■ imposição de naturalização pela norma estrangeira: o
brasileiro residente em Estado estrangeiro e, como - O exercício do sufrágio ativo dá-se pelo voto, que
condição para sua permanência naquele país (por motivo pressupõe:
de trabalho, exercício profissional), ou para o exercício de
direitos civis (herança, por exemplo), tiver, por imposição da a) alistamento eleitoral na forma da lei (título de eleitor);
norma estrangeira, de se naturalizar, não perderá a
nacionalidade brasileira. b) nacionalidade brasileira (portanto, não podem alistar-se
como eleitores os estrangeiros- (art.14, §2º);
- REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA
PERDIDA - exceção: português equiparado (reciprocidade; art.12,
§1º).
Cancelada a naturalização por sentença judicial, em virtude
de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4.º, I), c) idade mínima de 16 anos (art.14, §1º, II, “c”) e;
ou perdida a nacionalidade (primária ou secundária) em
decorrência da aquisição de outra nacionalidade fora dos d) não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório.
permissivos constitucionais (art. 12, § 4.º, II), seria possível
3. OBRIGATORIEDADE DO ALISTAMENTO
readquiri-las?
ELEITORAL E VOTO:
■ cancelamento da naturalização: não poderá readquiri-
la, a não ser mediante ação rescisória, nunca por meio de 3.1 Obrigatórios: maiores de 18 e menores de 70 anos
de idade.
um novo processo de naturalização, sob pena de
contrariedade ao texto constitucional; 3.2 Facultativos: maiores de 16 anos e menores de 18
anos de idade; maiores de 70 anos de idade e
■ aquisição de outra nacionalidade: o art. 36 da Lei n.
analfabetos.
818/49 prevê a possibilidade de reaquisição por decreto
presidencial, se o ex-brasileiro estiver domiciliado no Brasil.
4. CARACTERÍSTICAS DO VOTO
Entendemos, contudo, que tal dispositivo só terá validade - Direto: no sentido de que o cidadão vota diretamente no
se a reaquisição não contrariar os dispositivos candidato, sem qualquer intermediário. – exceção: eleição
constitucionais e, ainda, se existirem elementos que indireta (art.81,§1º);
atribuam nacionalidade ao interessado.
-Secreto: na medida em que não se dá publicidade da
opção do eleitor, mantendo-se em sigilo absoluto;
-Universal: seu exercício não está ligado a nenhuma 8.1 CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (Art.14,§ 3º).
condição discriminatória. O voto no Brasil não é restrito, por
- nacionalidade brasileira;
não ser censitário (qualificação econômica) nem capacitário
(capacitações especiais, notadamente natureza -pleno exercício dos direitos políticos;
intelectual).
-alistamento eleitoral;
- Periódico: já que a democracia representativa prevê e
exige mandatos por prazo determinado; -domicílio eleitoral na circunscrição;
- Livre: a escolha é livre. -filiação partidária;
- Personalíssimo: não é aceito voto por procuração. -idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata.
- Igualitário: “um homem um voto”. 8.2 IDADE MÍNIMA: (na data da posse)
* Cláusula Pétrea: “voto direto, secreto, universal e - 35 anos para Presidente, Vice-Presidente da República e
periódico”- art.60, §4º, II). Senador;
5. AÇÃO POPULAR: em conformidade com o art. 5°, -30 anos para Governador e Vice- Governador de Estado e
LXXIII, CF/88, só o cidadão – o nacional que está no pleno do Distrito Federal;
gozo dos direitos políticos - é parte legítima para propor
referida ação, no intuito de tutelar o patrimônio público -21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
material e o imaterial, solicitando a anulação de ato lesivo Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
ao erário ou a entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao - 18 anos para Vereador.
patrimônio histórico e cultural.
9. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS: são formulações
6. LEI DE INICIATIVA POPULAR: (art.61,§2º): a iniciativa Constitucionais e legais restritivas e impeditivas das
popular para apresentação de projetos de leis (ordinárias ou atividades político-partidárias, privando o cidadão do
complementares). Na esfera federal, a prerrogativa exercício de seus direitos políticos, bem como o impedindo
constitucional que a população tem de dar início a um de eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de
projeto de lei é exercida mediante apresentação, à Câmara ser eleito (capacidade eleitoral passiva).
dos Deputados, de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo - inelegibilidade;
menos cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento do número local de eleitores de cada um deles. - perda/suspensão dos direitos políticos.·.
A diferença de destaque entre eles relaciona-se com o 9.2 INELEGIBILIDADE ABSOLUTA: impedimento
momento em que os cidadãos são acionados: enquanto eleitoral para qualquer cargo eletivo, taxativamente
o plebiscito é convocado com anterioridade ao ato previstas na CF/88): de acordo com o art.14,§ 4º, são
legislativo ou administrativo, cabendo aos cidadãos, por absolutamente inelegíveis, ou seja, não podem exercer a
meio do voto, aprovar ou denegar o que lhes tenha sido capacidade eleitoral passiva, em relação a qualquer cargo
submetido (art. 2°, § 1°, Lei nº 9.709/1998), o referendo é eletivo, o:
convocado com posterioridade ao ato legislativo ou
* inalistável: (estrangeiros e conscritos)
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação
ou rejeição da proposta apresentada pelo poder público (art. * analfabetos: o analfabeto tem direito à alistabilidade e,
2°, § 2°, Lei nº 9.709/ 1998). portanto, direito de votar, mas não pode ser eleito, pois não
possui capacidade eleitoral passiva.
- Art.18: (Fusão/Cisão/Desmembramento de Estados e
Municípios) 9.3 INELEGIBILIDADE RELATIVA: impedimento eleitoral
- A autorização para a realização de referendos e a para algum cargo eletivo ou mandato, em função de
convocação de plebiscito se faz por decreto legislativo - situações em que se encontre o cidadão candidato,
previstas na CF/88- art. 14,§§ 5º a 8º)- ou em Lei
ato normativo expedido pelo Congresso Nacional conforme
Complementar- art.14, §9º).
preceitua o art. 49, XV, CF/88.
- ou quem haja substituído dentro dos 6 seis meses III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
candidato à reeleição.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
- Militares: (art.14,§ 8º), o militar alistável é elegível. Para
para definir sua estrutura interna, organização e
tanto, deverá atender às seguintes condições:
funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer
* menos de 10 anos de serviço: deverá afastar-se normas de fidelidade e disciplina partidárias.
(definitivamente) da atividade;
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
* mais de 10 anos de serviço: será agregado pela para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
no ato da diplomação, para a inatividade. permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
- Inelegibilidade prevista em lei complementar (art.14,§ regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
9º). vedada a sua celebração nas eleições proporcionais,
sem obrigatoriedade de vinculação entre as
Lei Complementar n.135/2010: “Lei de Ficha Suja”. candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
-AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (art. de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela
14,§§ 10º e 11º) Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
10. PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS- (perda e § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
suspensão) personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
10.1 PERDA (DEFINITIVA): (arts. 15, I e IV e 12, §4º., II)
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
* cancelamento da naturalização por sentença partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
transitada em julgado; forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
* perda da nacionalidade brasileira em virtude de 2017)
aquisição de outra nacionalidade.
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
10.2 SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS (art. 15, Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
II, III e V) válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
- incapacidade civil absoluta; por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
-condenação criminal transitada em julgado;
1- ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (art.18 ao art. 43) Os bens que constitucionalmente pertencem à União no
contexto de sua autoadministração estão elencados no art.
Estado: povo, território, Governo-soberano, finalidade. 20, que, por importante, transcreve-se:
1.1 Da Organização Político-Administrativa (art.18 e 19) Art. 20. São bens da União:
-Forma de Governo: República I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a
ser atribuídos;
-Forma de Estado: Federação
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das
- Sistema de Governo: Presidencialista fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental,
- Regime Político: Democrático definidas em lei;
República Federativa do Brasil (Pessoa Jurídica de Direito III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
Público Externo- Soberania). terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se
Entes Federados: União, Estados, Distrito Federal e estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
Municípios (Autonomia: Governamental, Legislativa e como os terrenos marginais e as praias fluviais;
Administrativa).
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
- Vedado o direito de Secessão. outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
Territórios Federais (art.33) Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
2- VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERADOS (art.19) 26, II;
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito V – os recursos naturais da plataforma continental e da
Federal e aos Municípios: zona econômica exclusiva;
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná- VI – o mar territorial;
los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
ou seus representantes relações de dependência ou VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público; VIII – os potenciais de energia hidráulica;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
si. arqueológicos e pré-históricos;
7- UNIÃO/ESTADOS/DF/MUNICÍPIOS
À luz do art. 26, incluem-se entre os bens dos Estados: - Normas de Cooperação Mútua (art.23,§ único)
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; -art. 24,§2º- A competência da União para legislar sobre
normas gerais não exclui a competência suplementar dos
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da Estados.
União.
-art. 24,§3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
Estados exercerão competência legislativa plena.
4.2 Criação de Estados e Territórios- art. 18 §3 da - art. 24,§ 4º- A superveniência de lei federal sobre normas
CRFB/88. gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrario.
Como já mencionado, não é permitido o direito de
secessão; o pacto federativo é indissolúvel, não se admite 9. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS-MEMBROS
que um Estado forme um novo país. Mas permite-se criação
de novos Estados, fusão e desmembramento de Estados. -Art. 25, Poder Constituinte Derivado Decorrente;
O Poder Executivo, em âmbito federal, é exercido pelo 5.1 Vacância do cargo de Presidente e Vice-Presidente
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de da República (art.80/81)
Estado e, nos demais entes federativos, pelos
Governadores (Estados-membros e Distrito Federal) e - Eleições Diretas; 90 dias;
Prefeitos (Municípios), auxiliados por seus Secretários.
- Eleições Indiretas; 30 dias.
1.2 União: Presidente da República/ Vice-Presidente da
- Mandato Tampão. (art.81§2º)
República (art.76)
6. Atribuições do Presidente da República (art.84)
1.3 Estados-Membros: Governadores (art.28)
Recomenda-se a leitura integral do art. 84, com especial
1.4 Distrito Federal: Governador (art.32, §2º)
atenção ao seu parágrafo único, que traz hipóteses de
1.5 Municípios: Prefeito (art.29, inciso II) delegação de atribuições do Presidente da República aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e
ao Advogado-Geral da União.
VII– o cumprimento das leis e das decisões judiciais. a) nos julgamentos por crimes de responsabilidade – após
a instauração do processo pelo Senado Federal;
Esse rol trazido pela Constituição é meramente
exemplificativo, uma vez que o próprio parágrafo único do b) nos julgamentos por infração penal comum – após o
art. 85 dispõe que “esses crimes serão definidos em lei recebimento da denúncia (ação penal pública) ou da
especial”. queixa-crime (ação penal privada) pelo STF.
Esta lei especial é a Lei 1.079, de 1950, que define os Depois de decorridos os 180 dias, cessará o afastamento,
crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo se o julgamento não estiver concluído, retornando o
de julgamento. A citada Lei, segundo o STF, foi Presidente da República ao exercício do cargo, sem
recepcionada com modificações decorrentes do advento da prejuízo da continuação do processo (art. 86, § 2º).
atual Constituição.
Com o advento da sentença penal condenatória com
7.1 Do processo e Julgamento (art.86, art.51, inciso I e trânsito em julgado, independentemente da pena cominada,
art.52, inciso II) os direitos políticos do Presidente serão suspensos,
enquanto durarem os efeitos da reprimenda (art. 15, III).
De acordo com o art. 86, caput, o Presidente da República Nessa situação, o Presidente poderá ser preso (art. 86, §
será processado e julgado por crimes de 3º).
responsabilidade perante o Senado Federal, e perante o
STF, nas infrações penais comuns, depois de admitida a Julgamento do Presidente da República
acusação por dois terços da Câmara dos Deputados
(juízo de admissibilidade). -Juízo de admissibilidade: 2/3 da Câmara dos Deputados
No caso dos crimes comuns, terminada a investigação, os À luz do art. 86, § 3º, o Presidente não poderá ser preso,
autos são encaminhados ao Procurador-Geral da salvo em razão de uma sentença penal condenatória com
República (PGR), que é o titular da ação penal pública trânsito em julgado.
no STF, ou para o ofendido, se o caso for de queixa- crime
(ação penal privada). Nesse particular, há uma diferença com relação ao que
ocorre com os Deputados e Senadores, já que o
O PGR pode entender que não há indícios de autoria e Presidente não pode ser preso em flagrante, mesmo se
prova da materialidade, pedindo o arquivamento da praticar crime inafiançável, vale dizer, nenhum tipo de
investigação ou, concluindo haver justa causa, oferecer a prisão cautelar é aplicável ao Presidente da República.
denúncia. Oferecida a denúncia ou a queixa, o STF não
poderá receber a peça acusatória sem que antes haja a - Imunidade relativa e temporária (art.86,§4º).
autorização da Câmara dos Deputados por 2/3 dos seus
membros (juízo de admissibilidade). O Presidente, durante o mandato, não poderá ser
processado por atos estranhos ao exercício da função,
Para os fins do art. 86, considera-se infração penal ou seja, só poderá ser processado pela prática de crimes ex
comum todos os crimes que não sejam de officio, assim considerados aqueles praticados em razão do
responsabilidade, ou seja, estão contidos as exercício da função presidencial (como exemplo: crimes
contravenções penais, os crimes comuns em sentido contra a Administração Pública) (art. 86, § 4º).
estrito previstos no Código Penal e nas leis penais
extravagantes, os crimes eleitorais, os crimes militares e os Nesse contexto, as infrações penais cometidas antes do
crimes políticos. início do mandato presidencial ou durante a sua vigência
que não possuam relação com a função presidencial
A prerrogativa de foro perante o STF estende-se ao possuem imunidade temporária à persecução penal, não
inquérito em que o Presidente da República seja o
indiciado.
sendo processadas no curso do mandato, provocando
a suspensão do prazo prescricional. - medidas excepcionais;
- manter ou restabelecer a ordem constitucional;
- Governadores e Prefeitos: - anormalidade da vida política do Estado;
- sistema constitucional das crises: estado de defesa
Frise-se, por fim, que o STF consolidou entendimento de (art. 136); estado de sítio (arts. 137 a 139); Forças
que as prerrogativas previstas nos §§ 3º e 4º do art. 86 são Armadas (arts. 142 e 143); órgãos de segurança pública
exclusivas do Presidente da República, por se ligarem à (art. 144).
condição de Chefe de Estado. Assim, não alcançam os
Governadores e os Prefeitos. * Necessidade/Temporalidade.
9. Ministros de Estado (art.87)
2- ESTADO DE DEFESA (art.136): o “estado de defesa
Os Ministros de Estado exercem a função de auxiliares do
consiste na instauração de uma legalidade extraordinária,
Presidente da República na direção superior da
por tempo certo, em locais restritos e determinados,
Administração Pública federal (arts. 76 e 84, II).
mediante decreto do Presidente da República, ouvidos o
São critérios para a escolha dos titulares das Pastas Conselho da República e o Conselho de Defesa
ministeriais (art. 87, caput): Nacional, para preservar a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade
a) ser brasileiro (nato ou naturalizado – exceto o cargo de institucional ou atingidas por calamidades de grandes
Ministro de Estado da Defesa que, de acordo com o art. 12, proporções na natureza”.
§ 3º, deve ser preenchido por brasileiro nato);
- legalidade extraordinária;
b) possuir mais de 21 anos de idade e - tempo certo;
- locais restritos e determinados;
c) estar no exercício dos direitos políticos. - decreto do Presidente da República;
- ouvidos: Conselho da República; Conselho de
Segundo o art. 87, parágrafo único, compete ao Ministro de Defesa Nacional;
Estado, além de outras atribuições estabelecidas na -Para: preservar a ordem pública; paz social; - grave e
Constituição e na lei. iminente instabilidade institucional; calamidades.
10. Conselho da República/ Conselho da Defesa 2.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO: (rol taxativo do art.136)
Nacional (Art.89/91) “decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
10.1 Conselho da República (art.89) pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
- Composição
de grandes proporções na natureza”.
- Atribuições
2.2 PROCEDIMENTO
10.2 Conselho da Defesa Nacional (art.91)
A titularidade para decretação do estado de defesa é do
- Composição Presidente da República, mediante decreto, ouvidos o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
- Atribuições conforme se depreende dos arts. 84, IX, e 136, caput.
Tempo de duração: não poderá exceder a 60 dias. II – declaração de estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira.
2.4 ÁREAS ABRANGIDAS (art.136,§ 1º)
As áreas a serem abrangidas, por seu turno, devem ser 3.2 PROCEDIMENTO (art.137)
restritas e determinadas, vale dizer, o decreto deve ser
objetivo no delineamento dos espaços atingidos pela Segundo o caput do art. 137, o Presidente da República
medida excepcional. pode ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional (parecer obrigatório, mas não vinculante),
2.5 MEDIDAS COERCITIVAS (art. 136, § 1º, I e II) solicitar ao Congresso Nacional autorização para
decretar o estado de sítio.
I – restrições aos direitos de:
Nesse sentido, diferentemente do que ocorre no estado de
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; defesa, o Presidente da República deve solicitar
b) sigilo de correspondência; autorização do Congresso Nacional, relatando os motivos
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; determinantes do pedido, que decidirá por maioria absoluta
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços (art. 137, parágrafo único).
públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo
a União pelos danos e custos decorrentes. - Presidente da República;
- ouvidos: Conselho da República e o Conselho de
§ 3º do art. 136 afirmando que: Defesa Nacional;
- solicitar ao Congresso Nacional autorização;
§ 3º Na vigência do estado de defesa: - decretar o estado de sítio.
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo 3.3 DURAÇÃO/ABRANGÊNCIA (art.138)
executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não “o decreto do estado de sítio indicará sua duração, as
for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de normas necessárias a sua execução e as garantias
delito à autoridade policial; constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela publicado, o Presidente da República designará o
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento executor das medidas específicas e as áreas
de sua autuação; abrangidas”.
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá
ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder - duração: (art. 138, § 1º):
Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso. a) hipóteses previstas no art. 137, I: não poderá ser
superior a 30 dias, podendo ser prorrogado sucessivas
3. ESTADO DE SÍTIO: vezes e sem limites, enquanto durar a situação de
“consiste na instauração de uma legalidade anormalidade constitucional, sendo que cada prorrogação
extraordinária, por tempo determinado (que poderá ser não poderá ser superior a 30 dias;
no território nacional inteiro), objetivando preservar ou
restaurar a normalidade constitucional, perturbada por b) hipóteses previstas no art. 137, II: poderá ser decretado
motivo de comoção grave de repercussão nacional ou por por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
situação de beligerância com Estado estrangeiro (art. 49, II armada estrangeira.
c/c art. 84, XIX). É mais grave que o Estado de Defesa, no
sentido em que as medidas tomadas contra os direitos 3.4 MEDIDAS ABRANGIDAS (art.139)
individuais serão mais restritivas, conforme faz ver o art.
139”. Medidas coercitivas nas hipóteses de estado de sítio
elencadas no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as
-legalidade extraordinária; pessoas as seguintes (art. 139):
- tempo determinado;
- poderá ser no território nacional inteiro; I – obrigação de permanência em localidade determinada;
- preservar ou restaurar a normalidade constitucional. II – detenção em edifício não destinado a acusados ou
condenados por crimes comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da
3.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO (art.137) – rol taxativo. correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação
de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e
O art. 137, caput: televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens. a ordem normativa atinente ao cumprimento de sua missão
constitucional;
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a
difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados -possui a missão constitucional de: defesa da Pátria,
em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
respectiva Mesa. qualquer destes, garantia da lei e da ordem.
OBS: “em relação à decretação de estado de sítio na Segundo o § 1º do art. 142, lei complementar estabelecerá
hipótese do art. 137, II, qual seja, no caso de declaração de as normas gerais a serem adotadas na organização, no
estado de guerra ou resposta a agressão armada preparo e no emprego das Forças Armadas para o
estrangeira, em tese, qualquer garantia constitucional cumprimento de sua missão constitucional (Lei
poderá ser suspensa. Complementar 97, de 9 de junho de 1999, que dispõe sobre
as normas gerais para a organização, o preparo e o
4. CONTROLES POLÍTICO E JURÍDICO (ESTADO DE emprego das Forças Armadas);
DEFESA/SÍTIO) – art.140
- são subordinadas ao Presidente da República: o
Estado de Sítio: Presidente da República exerce o comando supremo das
Forças Armadas, com atribuições de nomear os
-controle político prévio; Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, de
promover seus oficiais-generais e de nomeá-los para os
- Presidente da República deve solicitar ao Congresso cargos que lhes são privativos (art. 84, XIII).
Nacional autorização para a
decretação do estado de sítio. 5.1 SERVIÇO MILITAR É OBRIGATÓRIO (art.143)
-controle político posterior Segundo o art. 144, a segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
-controle político imediato se perfaz nos moldes dos §§ preservação da ordem pública e da incolumidade das
4º a 7º do art. 136. pessoas e do patrimônio. Os órgãos de segurança pública
são: a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia
- art. 138,§ §2º e 3º: recesso parlamentar. ferroviária federal, as polícias civis, as polícias militares e
os corpos de bombeiros militares.
-controle político concomitante (art.140)
-controle político sucessivo (art.141) A atividade policial divide-se em:
- controle jurisdicional concomitante (Poder
Judiciário)- 5º, XXXV. a) polícia administrativa (também chamada de preventiva
- controle jurisdicional sucessivo (art.141, parágrafo ou ostensiva): possui atribuição de evitar o cometimento de
único). ilícitos penais;